Escrevi ontem um post em que disse estranhar uma fala de Claudio Weber Abramo, diretor executivo da Transparência Brasil, no programa Roda Viva de segunda, que entrevistou o ministro Jorge Hage, da Controladoria Geral da União.
Abramo enviou o que segue como comentário, mas, é óbvio, deve figurar na homepage, o mesmo lugar em que divergi de seu ponto de vista. Assim fazem os civilizados. E devo reiterar que sou admirador do trabalho que ele lidera em favor da transparência das contas públicas.
Prezado Reinaldo,
Meu ponto não era o de que a gravidade de irregularidades se meça pelo tamanho, mas outra coisa, a saber, que os agentes políticos, e como decorrência a imprensa, não têm feito acompanhar a preocupação com os cartões com uma preocupação a meu ver muito mais importante, as condições de controle de modo geral no Brasil, tanto na esfera federal quanto na estadual e municipal. Essa seria a pergunta importante a fazer. Se tivessem interesse em fazer a pergunta, descobririam que os controles federais são heterogêneos. Mas também descobririam que, por mais imperfeitos que sejam e sujeitos a problemas diversos (alguns dos quais mencionei em pergunta ao ministro, como por exemplo o o fato de a CGU ser repartição da Presidência, o que enfraquece seu papel de organismo de Estado, em vez de organismo de um governo), são muito melhores que os controles estaduais. Estes são em média abaixo da crítica, sem falar nos municipais, que praticamente inexistem.
Num país descentralizado como o Brasil, é da máxima relevância entender como funciona ou não funciona o controle do gasto público. Desperdiçam-se montanhas de dinheiro nos estados e municípios sem que se preste a devida atenção. Os políticos de modo geral (tucanos, demos, petistas, peemedebistas etc.) porque no seu próprio quintal impera o descontrole, e eles sabem muito bem disso.
Era disso que se tratava.
Atenciosamente,
Claudio Weber Abramo
Diretor executivo
Transparência Brasil
Por Reinaldo Azevedo
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