ENGANANDO O RACIOCÍNIO
Erro de julgamento: raciocínio tende a ser enganado por conclusões precipitadas (Reprodução/Internet)
Como as pressuposições induzem nosso pensamento
Um pedestre se aproxima de você e pede uma informação. Você inicia uma breve explicação, até ser interrompido por dois trabalhadores que passam carregando uma porta entre você e o pedestre. Após a passagem, você continua sua explicação. O que você não percebeu foi que outra pessoa tomou o lugar do pedestre enquanto os trabalhadores passavam com a porta.
Metade das pessoas que participaram desse experimento, feito pelo psicólogo Daniel Simons, em 1998, não perceberam a mudança do pedestre. A culpa dessa falta de percepção chama-se pressuposição. Todos pressupõem que o pedestre continuará o mesmo, logo não percebem a mudança.
Pressuposições são um prato cheio quando o assunto é enganar. Elas interceptam o raciocínio no momento da conclusão, confundindo os pensamentos, e podem até colocar inocentes na prisão ou encerrar uma carreira promissora. Uma pesquisa conduzida pela Universidade Yale criou dois perfis fictícios de cientistas, John e Jennifer, em busca de uma vaga em um laboratório. Como resultado, John recebeu mais propostas do que Jennifer. Isto se deve ao fato de pensarmos em cientistas como homens.
Tente imaginar um médico, um piloto de avião, ou o CEO de uma empresa. A primeira imagem que vem à mente, mesmo sem querer, é a de um homem branco. Mesmo que conheçamos alguém negro, acima do peso ou em cadeira de rodas que ocupe um desses cargos, consideramos esta pessoa como uma exceção.
Pressuposições não nos tornam pessoas ruins. Com um pouco de esforço nós podemos nos livrar completamente deste hábito. Contudo, é preciso reconhecer a influência que elas exercem sobre os nossos atos.
23 de outubro de 2012
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