Sessentinha. Hoje cheguei lá!
Como diriam os espanhóis, “jodido pero contento”, se é que vocês me entendem, porque o que falta de grana me sobra em alegria de viver.
Já fui rico, já fui pobre, estudei um pouco de Engenharia, um pouco de Economia (esqueci tudo) e um muito de Arquitetura, enfrentei 25 anos de Síndrome do Pânico, namorei muito (mulheres), casei duas vezes, escrevi dois livros (que ninguém leu, mas escrevi), plantei várias árvores e fiz quatro filhos que hoje são minhas maiores alegrias, pois estão todos muito bem na vida. Ah, sim, tenho um neto e outra a caminho, mas não é culpa minha.
Fumante inveterado sem conseguir largar o diabo do cigarro e bom bebedor de cerveja, a saúde ainda não preocupa muito, embora o fôlego deixe muito a desejar porque deixei de jogar meu frescobol todas as manhãs faz três anos. Mas o corpo às vezes não obedece mais à mente, como domingo passado quando resolvi dar uma de garoto e enfrentar o mar meio violento. Meu pé falseou na hora de furar uma onda e tomei uma vaca (gíria de surfista que significa se dar mal na onda, cair dela). O resultado foi um micão de várias cambalhotas. Sorte que não machuquei nada a não ser o prestígio do velho sessentão metido a pegar onda de peito (jacaré).
Falando em saúde, eu me dei de presente hoje uma visita a um clínico geral, a pedidos. Não gosto disso, mas tive que atender à minha mulher e aos filhos, que me cobram um check-up há uns dez anos. Vai mexer com quem está quieto e vai descobrir o que eu não quero saber. Enfim...
De novo mesmo ao se fazer sessenta anos, é só o privilégio de poder furar filas licitamente. Agora vou poder me vingar dos velhinhos malcriados de Ipanema que passam na sua frente sem pedirlicença e ainda pisam no seu pé.
13 de março de 2012
Por Ricardo Froes
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