"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



terça-feira, 23 de agosto de 2011

O VÔO DO OLIGARCA


Vestido de branco, com boina, em traje de safari tropical e cercado por serviçais, ele caminha no meio da mata. Poderia ser Muammar Gaddafi em fuga. Mas era José Sarney a passeio.

Reportagem desta Folha revelou que o presidente do Senado usou o helicóptero da PM do Maranhão para fazer o trajeto entre São Luís e sua ilha particular.
Numa de suas viagens a Curupu, Sarney estava acompanhado do empresário Henry Duailibe Filho, primo do marido da governadora Roseana Sarney, Jorge Murad, e beneficiário de contratos com o Estado que somam pelo menos R$ 80 milhões.

Flagrado em seu turismo privado com a aeronave paga pelo contribuinte para atender a população em casos de emergência, o patriarca teve a desfaçatez de dizer que viajou "a convite da governadora do Maranhão". E, mais, que tem "direito a transporte de representação em todo o território nacional".

Enquanto funcionários da base da PM carregavam bagagens e caixas de isopor do helicóptero para o carro dos Sarney, um pedreiro acidentado aguardava numa maca, dentro de outro helicóptero, para ser transportado até a ambulância.

Não é por acaso que a capitania hereditária governada há mais de quatro décadas pelo clã Sarney seja um dos maiores cartões-postais da tragédia social brasileira. Não importa qual seja o ranking - mortalidade infantil, IDH, nível educacional, renda per capita em domicílios urbanos, expectativa de vida média -, em todos eles o Maranhão figura entre os Estados mais miseráveis e desumanos do país.

É irônico que esse mandonismo em estado bruto (a verdade histórica do literato cordial) tenha encontrado em Lula seu grande aliado. Sem ele, Sinhazinha não teria sido eleita como foi e Sinhô não teria se mantido à frente do Senado.

"O Sarney tem história suficiente para que não seja tratado como se fosse uma pessoa comum", disse o petista em 2009, ao defender seu oligarca com jaquetão de escritor.

Fernando Barros e Silva/Folha de São Paulo

HÁ MUITA HISTÓRIA PARA SER CONTADA...

Achou que já tinha visto tudo? DEM é contra MP que possibilita a privatização dos Correios.

Frase lapidar:

“Nós não vamos permitir que a Câmara dos Deputados aprove uma medida provisória que abre espaço, que dá o primeiro passo para viabilizar a privatização dos Correios no Brasil”

Proferida em tom de indignação pelo líder do DEM na Câmara, deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (BA).
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O Plenário pode concluir, a partir de hoje, a votação da Medida Provisória 532/11, que reestrutura a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). O texto principal da MP foi aprovado na semana passada, mas os deputados ainda precisam votar destaques apresentados pela oposição, que pretende excluir alguns pontos da reestruturação dos Correios. O PPS e o DEM querem modificar o texto da MP por considerar que as mudanças nos Correios abrem as portas para a privatização da empresa. O destaque do PPS pretende excluir do texto a permissão dada aos Correios para adquirir o controle acionário de outras empresas ou participar de seu capital. Já o destaque do DEM quer excluir essa permissão e também a de constituir subsidiárias. A MP 532/11 torna a ECT uma empresa de sociedade anônima, com decisões tomadas por uma assembleia geral. A MP também permite que os Correios explorem serviços postais eletrônicos, financeiros e de logística integrada.(Da Agência Câmara)

O PÉ-DE-CABRA

MUITO A PROPÓSITO, ESSE É O INSTRUMENTO ADEQUADO PARA O TRABALHO...


A POLÍCIA FEDERAL


Estávamos de viagem até o Burundi por aqueles dias (alguns aeroportos e companhias aéreas no exterior até parecem brasileiros, de tão ruins), então deixamos escapar a Nota abaixo. Falha nossa. Um belo e sincero cala a boca na politicalha.

A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal vem a público esclarecer que, após ser preso, qualquer criminoso tem como primeira providência tentar desqualificar o trabalho policial. Quando ele não pode fazê-lo pessoalmente, seus amigos ou padrinhos assumem a tarefa em seu lugar.

A entidade lamenta que no Brasil, a corrupção tenha atingido níveis inimagináveis; altos executivos do governo, quando não são presos por ordem judicial, são demitidos por envolvimento em falcatruas.

Milhões de reais – dinheiro pertencente ao povo - são desviados diariamente por aproveitadores travestidos de autoridades. E quando esses indivíduos são presos, por ordem judicial, os padrinhos vêm a publico e se dizem “ estarrecidos com a violência da operação da Polícia Federal”. Isto é apenas o início de uma estratégia usada por essas pessoas com o objetivo de desqualificar a correta atuação da polícia. Quando se prende um político ou alguém por ele protegido, é como mexer num vespeiro.

A providência logo adotada visa desviar o foco das investigações e investir contra o trabalho policial. Em tempos recentes, esse método deu tão certo que todo um trabalho investigatório foi anulado. Agora, a tática volta ao cenário.

Há de chegar o dia em que a história será contada em seus precisos tempos.

De repente, o uso de algemas em criminosos passa a ser um delito muito maior que o desvio de milhões de reais dos cofres públicos.

A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal colocará todo o seu empenho para esclarecer o povo brasileiro o que realmente se pretende com tais acusações ao trabalho policial e o que está por trás de toda essa tentativa de desqualificação da atuação da Polícia Federal.

A decisão sobre se um preso deve ser conduzido algemado ou não é tomada pelo policial que o prende e não por quem desfruta do conforto e das mordomias dos gabinetes climatizados de Brasília.

É uma pena que aqueles que se dizem “estarrecidos” com a “violência pelo uso de algemas” não tenham o mesmo sentimento diante dos escândalos que acontecem diariamente no país, que fazem evaporar bilhões de reais dos cofres da nação, deixando milhares de pessoas na miséria, inclusive condenando-as a morte.

No Ministério dos Transportes, toda a cúpula foi afastada. Logo em seguida, estourou o escândalo na Conab e no próprio Ministério da Agricultura. Em decorrência das investigações no Ministério do Turismo, a Justiça Federal determinou a prisão de 38 pessoas de uma só tacada.

Mas a preocupação oficial é com o uso de algemas. Em todos os países do mundo, a doutrina policial ensina que todo preso deve ser conduzido algemado, porque a algema é um instrumento de proteção ao preso e ao policial que o prende.

Quanto às provas da culpabilidade dos envolvidos, cabe esclarecer que serão apresentadas no momento oportuno ao Juiz encarregado do feito, e somente a ele e a mais ninguém. Não cabe à Polícia exibir provas pela imprensa.

A ADPF aproveita para reproduzir o que disse o ex-ministro Márcio Thomaz Bastos: “a Polícia Federal é republicana e não pertence ao governo nem a partidos políticos”.

Brasília, 12 de agosto de 2011

Bolivar Steinmetz
Vice-presidente, no exercício da presidência

A POLÍCIA É SEMPRE DE TUDO CULPADA


Estamos a viver em uma sociedade cada vez mais exigente quanto aos seus direitos e cada vez mais intransigente quanto aos direitos e deveres dos policiais.
A frase popular de autor desconhecido sempre é vivenciada tristemente por todas as Policias do Brasil: “Quando alguém está em perigo, pensa em Deus e clama pela polícia. Passado o perigo, se esquece de Deus e execra a polícia”.

É dentro deste contexto que a Policia termina levando desvantagem em tudo, sendo considerada culpada por aquilo que fez, pelo que não fez, pelo que poderia fazer ou pelo que não pode fazer.
O povo ainda não entendeu que a Polícia só pode prender em flagrante delito ou por ordem judicial. Se a Polícia não consegue prender um marginal qualquer numa dessas duas condições é incompetente. Se fora do flagrante e sem mandado judicial não prende o criminoso, então compactua com o crime ou protege o marginal.

Se uma representação feita pela Polícia Judiciária, solicitando a prisão preventiva para determinado criminoso demora a sair ou é indeferida pela Justiça, a culpada é a Polícia que não soube arrecadar provas suficientes para sustentar o pedido.

Se um delinquente é contumaz em crimes de ação privada e nunca fora denunciado pelas suas vítimas para o devido processo criminal, por medo ou por outro motivo qualquer, a culpada é a Polícia que não o prende e põe fim às suas atividades criminosas.

Se a Polícia hoje prende e a Justiça amanhã solta, a culpada é a Polícia que não soube fazer o Inquérito ou deixou falhas para a defesa do marginal.
Se um bandido é morto durante um confronto com a Policia, os culpados sempre são os policiais que não tiveram competência para prendê-lo. Se nessa mesma ação a Polícia consegue prender o criminoso, é taxada de fraca, medrosa, covarde, pois o certo era matar o delinquente.

Se a Polícia diz que houve troca de tiros em uma ação, logo é taxada de mentirosa e assassina, pois o marginal sequer estava armado, plantaram uma arma em sua mão, ou se estava, o perseguido era apenas um delinqüente eventual não perigoso, fruto da injustiça social e não teria coragem para reagir a uma ordem de prisão.

Se o policial morre em combate com o marginal não teve o cuidado que deveria ter, foi inconseqüente ou queria aparecer, ser herói. Se o policial passa a se proteger ou tem cuidado necessário para não ser ferido é um covarde que treme de medo ao confronto com os bandidos.
Se em tumulto a Polícia age com rigor para manter a ordem pública, é truculenta, arbitrária e violenta. Se não age com rigor é fraca e sonolenta, ao passo que, estando presente na hora do fato é cúmplice e, se ausente é omissa.

Se a Polícia revista um suspeito, desrespeita o direito constitucional de liberdade do cidadão e, se não revista é conivente com o crime ou compactua com a marginalidade.

Quando a Polícia pratica excelentes ações preventivas em prol da sociedade ou investigações perfeitas, apenas está cumprindo a sua obrigação e, quando tais ações não surtem os efeitos desejados, não passa de um Polícia incompetente e ineficiente.

Dos atos criminosos que geram as ações da Polícia sempre restam os Direitos Humanos para os marginais, de quando em vez para as suas vítimas e nunca para os policiais.

Ser policial no Brasil com péssimos salários, mais que sobreviver a miséria, é um exercício de bravura, risco permanente sem o apoio moral e institucional, sem reconhecimento estatal ou da sociedade, padecendo do abandono, da discriminação, da injustiça, da indignidade...

A trajetória do policial é realmente diferente de todas, pois além de tudo, quando ele acerta com os seus atos de bravura logo ninguém se lembra, mas, quando erra ninguém se esquece.

Autor: Archimedes Marques (delegado de Policia no Estado de Sergipe. Pós-Graduado em Gestão Estratégica de Segurança Pública pela UFS)

O PAPEL DA LINGUAGEM

O papel da linguagem

Dá para aprender com alguém ensinando errado?

O mais importante sucesso de uma revolução ocorrerá quando uma nova filosofia de vida for ensinada para todos e, se necessário, mais tarde forçada sobre eles. (...) A principal tarefa da propaganda é ganhar o povo para a nova organização. A segunda é a ruptura do estado de coisas existente permeando-o com a nova doutrina.

Adolf Hitler
(Mein Kampf)

A língua é o principal elemento agregador e unificador de um grupo humano. Sem um código bem estruturado, disseminado entre toda população ou, ao menos, entre a maioria, nenhum progresso pode ser verificado porque o conhecimento está fundado justamente no acúmulo e transmissão de informações objetivas. Se a linguagem de uma sociedade não consegue manter-se como parâmetro e como “universal” entre seus membros, ela deixa de ser uma ferramenta indispensável e torna-se uma alegoria inútil desta mesma sociedade.

Em uma postagem anterior eu me referi ao absurdo que é um livro didático que prega a indiferença entre o acerto e o erro, algo tão óbvio que a própria discordância já cria outro absurdo.

E não é que tem gente que discorda deste fato que julgo óbvio?

Pois bem, um comentário e dois e-mails recorrem ao mesmo artifício, que consiste em afirmar que, do ponto de vista da lingüística, aceitar uma “inadequação da linguagem" – um eufemismo para erro – faz parte do estudo “social” da linguagem. Mesmo que este estudo fosse mesmo relevante – e eu tenho minhas dúvidas quanto a isso – ele cabe exclusivamente ao ambiente acadêmico, as crianças e adolescentes nada tem a ver com isso e precisam de professores que os corrijam quando errarem.

O próprio conceito de aprender tem relação direta com a verdade e com a diferenciação entre acertos e erros. Ao abrir mão da correção, todo conceito de educação perde o sentido porque deixa de lado este que é seu principal fundamento. Aprender é aprender o certo. Fora dessa idéia só existe vigarice ou incompetência intelectual - no Brasil atual, as duas coisas.

Se alguns intelectuais orgânicos insistem em ver nos erros ortográficos e gramaticais as “características intrínsecas da expressão popular”, paciência, mas alunos devem aprender o que é certo e não devem ser prejudicados pela masturbação ideológica de seus mestres fajutos. Um livro didático que faz apologia ao erro e tira a importância do “saber o certo” deveria causar a demissão de todos os funcionários públicos envolvidos, inclusive e principalmente o Ministro da Educação, cujos absurdos são recorrentes (desastres no ENEM, provas ideológicas, cartilha gay, livros sem o Piauí, com dois Paraguais etc).

Cui Bono?

Muitas vezes fico perplexo com as notícias da educação no Brasil, mas não deveria. Tanta incompetência e descalabro nos órgãos que comandam a educação no país não é coincidência, azar ou punição dos deuses. É plano!

Os números indicam que as crianças brasileiras estão entre as mais inteligentes do mundo. Nossos universitários, por sua vez, ocupam os últimos lugares nos testes educacionais, ao lado de Zambia, Zaire, Haiti, Serra Leoa...

O número de professores universitários no Brasil é proporcionalmente maior até do que os EUA, que têm a melhor educação do mundo; e nossas verbas para a educação pública não estão tão distantes das maiores potências. Mesmo assim, nossa maior universidade nem aparece na lista das 200 melhores do mundo.

O que isso significa? Que nossas escolas estão emburrecendo nossos jovens, ou seja, o plano está funcionando!

Para entender absurdos como esses que afligem a educação das crianças e dos jovens brasileiros é necessário, mais uma vez, perguntar: cui bono? A quem interessa? Quem se beneficia com a destruição do sistema educacional?

Quem acompanha o que escrevo sabe que tenho alertado sobre a sistemática destruição dos pilares que sustentam nossa sociedade. Este plano tem muitas frentes e várias batalhas. Entre as mais importantes estão a educação e a linguagem, e isso pode ser explicado por meio de uma regra muito simples, já confirmada pela História: para implantar uma nova civilização, é necessário destruir não apenas "as coisas" da civilização atual, mas os conceitos que as fundamentam.

Quando uma palavra que denomina um conceito deixa de existir ou passa a ter outro significado, o próprio conceito que esta representa deixa também de existir ou passa a significar outra coisa completamente diferente, na maioria das vezes em consonância com os interesses dos poderosos.

A linguagem é uma forma de poder. Quem controla a linguagem tem o poder de influenciar as atitudes e as decisões das pessoas. A ditadura do politicamente correto é um exemplo: sacralizou umas palavras e demonizou outras. E nesse meio tempo deu poder a quem as representava na mente da opinião pública. Palavras como "sustentabilidade", "coletivo" e "social" passaram a definir o bom caráter de quem as proferisse, mesmo quando não significavam absolutamente nada. Por outro lado, chamar alguém de "conservador" passou a ser ofensa. Isso ainda predomina na imprensa e nas ruas.

Antonio Gramsci, um dos maiores idealizadores da burrice contemporânea, o homem que planejou detalhadamente a destruição da sociedade ocidental utilizando a cultura foi bem claro nesse aspecto. O italiano sabia da importância da linguagem como ferramenta revolucionária e deixou muitos escritos explicando como implodir a linguagem, a tradição e a cultura da nossa sociedade. Fazer apologia ao erro, como o livro aprovado pelo Ministério da Educação do Brasil, corresponde perfeitamente à execução deste plano maldito.

Pensamento de Manada:

O fato de que uma multidão de homens seja conduzida a pensar coerentemente e de maneira unitária a realidade presente é um fato "filosófico" bem mais importante e "original" do que a descoberta, por parte de um "gênio filosófico", de uma nova verdade que permaneça como
patrimônio de pequenos grupos intelectuais.
Antonio Gramsci (Concepção Dialética da História)
Ordem Natural

TESOURO SENTE O BAQUE DA CRISE

TESOURO SENTE O BAQUE DA CRISE : PELA PRIMEIRA VEZ NO ANO NÃO CONSEGUE ROLAR PARTE DA DÍVIDA .

Os sinais cada vez mais claros de que a economia real será bastante afetada pela crise financeira praticamente travaram a rolagem da dívida pública brasileira no mês passado.

Em julho, o Tesouro Nacional foi obrigado a resgatar R$ 83,78 bilhões em títulos do governo prestes a vencer e, acuado pelos investidores, reduziu pela primeira vez no ano a venda de novos papéis.

A emissão modesta de ativos foi a resposta dada pela instituição aos investidores que, desconfiados do cenário futuro, exigiram uma remuneração maior (juros mais altos) para financiar a máquina federal.

A recusa do Tesouro em emitir papéis para não aceitar os juros exigidos pelo mercado já foi empregada em outros momentos de instabilidade econômica e permanece, segundo admitiu o coordenador da Dívida Pública, Fernando Garrido, como a estratégia principal em agosto.

"O Tesouro optou por não vender o lote integral que foi ofertado nas duas últimas semanas", afirmou.
Segundo o técnico, embora as taxas de alguns títulos tenham sido reduzidas novamente pelo mercado, na última quinzena, ainda há uma "dispersão" entre os preços cobrados pelos investidores.

Nessas ocasiões, lembrou Garrido, o governo prefere se retirar das negociações para impedir mais especulação com os juros e para evitar ficar refém dos bancos, corretoras e fundos de pensão.

"Se o Tesouro sancionasse as propostas com taxas maiores, estaria contribuindo com o nervosismo e a desconfiança dos agentes. Estaria na mão deles nas próximas emissões", comentou o operador de uma corretora de valores, que pediu para não ser identificado.

Como o Tesouro pagou os títulos que valiam R$ 83,78 bilhões em vez de emitir novos papéis no mesmo valor, o endividamento público recuou 3,93% em julho, ficando em R$ 1,734 trilhão.

Para honrar os compromissos financeiros mais imediatos, sem o lançamento de bônus novos, o governo deve recorrer ao colchão de recursos mantido para momentos de crise. Segundo Garrido, essa reserva é suficiente para seis meses de vencimentos.

A parcela do endividamento que precisará ser coberto nos próximos 12 meses cresceu de 21,5% para 22,3% do total da dívida.
Nas contas do coordenador, o governo precisará de R$ 72 bilhões para resgatar os papéis até o fim do ano.

Guerra cambial ficará mais séria
A fraqueza dos países ricos deve pressionar negativamente a economia mundial e a disputa dos países pelos mercados globais vai intensificar a guerra cambial, previu ontem o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

"Os Estados Unidos não têm a recuperação que esperávamos. Na Europa, a coisa está ainda pior por causa da crise aguda da dívida. Nos próximos dois anos, esses países vão crescer num ritmo lento, pífio.

Isso se não entrarem em recessão", disse.
Segundo Mantega, a política de injetar recursos nos mercados para estimular o crescimento traz o "risco de formação de bolhas" imobiliárias ou de crédito.

Ainda na visão do ministro, a disputa pelos mercados internacionais vai se intensificar, implicando a desvalorização forçada das moedas numa tentativa de os governos ganharem competitividade para os produtos nacionais.
"A guerra cambial tende a recrudescer."

Correio Braziliense

DECOLAGEM ATRASADA



Caiu por terra ontem mais um dos velhos dogmas petistas:
o governo federal finalmente realizou a concessão de um aeroporto à iniciativa privada. É uma solução mais que bem-vinda, há muito defendida pela oposição e que até agora sempre fora demonizada pelo partido da presidente da República.

Tivesse sido tomada há mais tempo, os brasileiros não estariam hoje penando para viajar de avião como estão.

A disputa pela concessão do aeroporto de São Gonçalo do Amarante, no Rio Grande do Norte, acabou sendo mais acirrada do que o previsto, indicando vivo apetite dos investidores pelo setor. O ágio ofertado pelo grupo vencedor foi de 228% sobre o lance mínimo estipulado pelo governo: R$ 170 milhões serão pagos a título de outorga.

Mais uma vez, porém, sairá do "querido BNDES" a maior parte dos recursos que serão investidos no aeroporto. Porta-vozes do consórcio vencedor, formado pela brasileira Infravix (do grupo Engevix) e pela argentina Corporación América, disseram que pretendem obter do banco até 70% dos R$ 650 milhões que terão de investir ao longo dos 28 anos da concessão.

Uma nuvem de dúvidas paira, porém, sobre a capacidade de o grupo vencedor honrar as obrigações que assumiu em São Gonçalo do Amarante. Os investidores argentinos são os mesmos que administram 33 terminais no país vizinho, numa história que acumula compromissos descumpridos, calotes e renegociações de contratos. "A experiência argentina traz muitas lições para o Brasil sobre os riscos de um processo de privatização mal feito", diz estudo da Anac citado pelo Valor Econômico.

A despeito disso, São Gonçalo do Amarante encerra uma longa história de resistência do PT à óbvia solução das concessões privadas para exploração de equipamentos de infraestrutura. Foram várias as ocasiões em que a alternativa foi rechaçada pelo partido ao longo do governo Lula. A própria Dilma Rousseff a refutou com estridência tanto quando esteve na Casa Civil quanto quando estava em cima dos palanques na campanha presidencial do ano passado.

As concessões dos aeroportos só foram finalmente aceitas pelo petismo no início deste ano, quando o então ministro Antonio Palocci as anunciou durante uma reunião do Conselhão - naquela que talvez tenha sido a melhor medida gestada na sua passagem pelo cargo de ministro-chefe da Casa Civil... Caberia ao PT admitir o mal que sua postura sectária causou ao país.

Deve-se à resistência petista ao investimento privado boa parte do colapso que assola nossa depauperada infraestrutura. Quanto das bravatas antiprivatistas do PT, bradadas ao longo de anos, não estão subjacentes aos gargalos que atravancam o desenvolvimento do país, impedem uma maior geração de empregos e uma melhor distribuição de oportunidades e renda?

Os aeroportos brasileiros são exemplos evidentes destes malefícios. Submetidos à caótica gestão da Infraero - que se confronta com a atuação de mais um punhado de órgãos "responsáveis" pelos terminais, como a Anac, a Anvisa, a Polícia Federal etc - agonizam a olhos vistos. Superlotados, desorganizados, mal conservados, conseguem transformar em martírio até momentos que seriam de lazer das famílias brasileiras.

São também pessimamente geridos conforme revelou o Valor Econômico na semana passada. Relatório recente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) mostrou que, dos 66 aeroportos administrados pela Infraero, apenas sete foram lucrativos em 2010, quando se consideram nos resultados também os custos de depreciação dos ativos e de remuneração dos bens que pertencem à União.

Viracopos e Guarulhos estão entre os poucos que dão lucro. O aeroporto Juscelino Kubitschek, em Brasília, teve receita maior do que despesas, mas deu prejuízo quando se calculam os outros custos associados. São estes os outros três terminais que o governo Dilma pretende levar a leilão em dezembro.

O caminho a trilhar, aberto com a concessão potiguar, está correto. Mas a parca clareza das regras quanto às novas concessões ainda levanta dúvidas sobre o sucesso do modelo petista, que assegura à inepta Infraero, por exemplo, participação nos futuros negócios. Não vale a pena o PT tentar inventar demais numa praia que nunca foi a sua, a da eficiência.

Fonte: Instituto Teotônio Vilela

A DIVERSIFICADA TECNOLOGIA DA CORRUPÇÃO


Assim como o Brasil não foi fundado em 2003, como queria fazer crer a propaganda lulopetista, a corrupção não surgiu nos últimos oito anos na vida pública do país.

Mas, reconheça-se, tomou grande impulso a partir de um modelo de montagem de governo em que a principal preocupação não é a busca por melhorias na qualidade da administração, mas a quantidade de votos assegurados no Congresso, para garantir a "governabilidade".

Em nome dela, amplas e estratégicas áreas da máquina pública foram cedidas a partidos aliados, com carta-branca para administrarem os respectivos orçamentos, em todo ou em parte, como bem entendessem.

Durante este tempo diversificaram-se os métodos de desvio de recursos do Tesouro de forma ilícita. Há desde a simulação de gastos com marketing e publicidade para retirar dinheiro de estatal (BB/Visanet), como foi feito para ajudar a lubrificar o esquema do mensalão, até métodos clássicos de superfaturamento de obras por meio de aditivos.

O golpe está registrado no currículo do PR na administração que fez no Ministério dos Transportes e seu Departamento Nacional de Infraestrutura (Dnit).

Do Ministério da Agricultura, sabe-se da relação promíscua do ex-ministro Wagner Rossi (PMDB) e filho, Baleia, deputado estadual paulista pelo partido do pai, com uma empresa fornecedora de vacinas antiaftosa, e da acusação contra a cúpula da Pasta feita por Jucazinho, por sua vez destituído por desviar dinheiro da Conab.

Por ser um ministério entregue ao PMDB com "porteira fechada" - assim como, em alguma medida, foi feito nos Transportes com o PR -, é provável que uma auditoria atenta revele usos e costumes obscuros bastante consolidados.

Pode-se imaginar o tipo de rastros que deixou o lobista Júlio Fróes, de livre trânsito na comissão de licitações da Pasta.

Já no Turismo, de Pedro Novais, capturado pelo PMDB maranhense e sua sublegenda do Amapá, onde o senador José Sarney tem base eleitoral, permitiu-se o uso da gazua da emenda parlamentar para o sequestro de dinheiro do contribuinte.

O golpe de usar gastos com "formação de mão de obra" por ONGs para justificar a subtração de dinheiro do Erário foi usado no Amapá e, soube-se depois, em Sergipe, por meio de um convênio de tramitação relâmpago pelo ministério.

As alegadas despesas com treinamento serviram para a aprovação a jato(VAPT VUPT!) de convênio milionário com uma ONG sergipana sem qualquer experiência no que prometia executar: formar 18 mil cozinheiros, garçons, motoristas de táxi, entre outros profissionais, para estimular o turismo no estado.

A organização já recebeu R$3 milhões dos R$8 milhões prometidos, embora não houvesse matriculado um único aluno, revelou O GLOBO. O Turismo se candidata a ser outro generoso vazadouro de recursos públicos.

Ao contrário do que alguns pensam, não há "udenismo" nas denúncias, até porque o Brasil de hoje pouco tem a ver com o da década de 50. O Estado tem mecanismos de combate à corrupção, e não há a necessidade de movimentos políticos que tendem a gerar crises institucionais em nome da moralização.

Eles não podem é ser impedidos de funcionar.

O Globo

A HERANÇA DO CORRUPTO, O CRIADOR DA INGOVERNABILIDADE


A HERANÇA DO CORRUPTOR ABJETO, ASQUEROSO CACHACEIRO, DISSIMULADO, O CRIADOR DA "INGOVERNABILIDADE"

A corrupção no Brasil é tratada como um desvio da norma, um pecado contra a lei de Deus. Não é. A corrupção no Brasil é hoje um importante instrumento político, quase um partido. Nos últimos anos adquiriu novas feições, virando um "quarto poder". Antigamente, a corrupção era uma exceção; hoje é uma regra.

E não se trata mais de um "que horror" ou "que falta de vergonha" - ficou claro que o País está inibido para se modernizar, porque a corrupção desmedida cria "regras de gestão". O atraso no Brasil é um desejo colonial que persiste e dá lucro.

Só agora estamos vendo o tamanho dessa mutação, quando o Executivo tenta a "faxina" e depara com a resistência indignada do Congresso. Deputados resmungam pelos cantos: "Aonde tudo isso vai parar?"

Um bloco de 201 deputados comunicou que "enquanto não se resolverem os problemas de cargos e emendas, não se vota mais nada..." Tradução: "enquanto não deixarem a gente roubar em paz, como nos bons tempos do Lula, não se vota nada."

Congressistas reclamam que Dilma "não respeita as regras do jogo".

Ladrões de galinha reclamam contra algemas, contra as belas fotos de presos de peito nu (que adorei...), detalhes ridículos comparados aos crimes de bilhões no turismo, agricultura e transportes e outros que virão.

Dizem: "Se ela continuar assim, não chega ao fim do mandato..." O próprio Lula telefonou para a presidente: "Dilma... pega leve com o PMDB..."

Ou seja, há um país paralelo de políticos, ONGs fajutas, empresários malandros com leis próprias - o legado de Lula, que transformou uma prática criminosa dissimulada em descarada "normalidade". Essa foi a grande realização de seu governo e se divide em duas fases.

Quando Lula chegou ao poder em 2002, havia um "Comitê Central" que o orientava (ou desorientava). Esse grupo de soviéticos desempregados viu, na sua vitória, a chance de mudar o Estado, usando a democracia para torná-la "popular", uma tosca versão remendada de "socialismo".

Para isso, era necessário, como eles dizem, "desapropriar" dinheiro de um sistema "burguês" para fins "bons". Essa racionalização adoçava a água na boca dos ladrões na hora do ato, pois o véu ideológico de um remoto "Bem futuro" os absolvia a priori.

Nessa fase, Lula foi um coadjuvante - sabia de tudo e nada fazia, para deixar os "cumpanheiro" cumprir sua tarefa. Roberto Jefferson, com sua legítima carteirinha, destruiu a quadrilha que angariava grana para eleger o Dirceu presidente em 2010.

Com sorte, Lula livrou-se da tutela de soviéticos e pôde, no segundo mandato, realizar seus sonhos de grandeza, que acalentava desde que descobriu que ser líder carismático dos metalúrgicos era bem melhor do que trabalhar.

Aí surgiu o novo Lula: uma miniatura, um bibelô perfeito para triunfar na mídia aqui e no Exterior. Ele é portátil, com um nome tão legível e íntimo como "Pelé". Lu-la, como "Lo-li-ta", como Nabokov enrolava a língua para descrevê-la... Lula conta com a absolvição a priori por ser um operário, um "excluído que se incluiu".

Lula é um mascote perfeito: baixinho, barbinha "revolucionária", covinhas lindas quando ri, voz grave para impressionar em seriedade, talento para forjar indignação como se fosse vítima de alguma injustiça ou como o próprio povo se defendendo.

Esquemático e simplista, mas legível para o povão sem cultura e para os estrangeiros desinformados, Lula resume em meia dúzia de frases a situação geral do País, que teve a sorte de ser um dos emergentes cobiçados pela especulação internacional.

Com a estabilidade herdada do governo anterior e com dinheiro entrando, ele pôde surfar em seus truísmos sem profundidade, como se a verdade morasse na ignorância.

Lula não governou para o PT nem para o País; governou para sua imagem narcisista, governou em "fremente lua de mel consigo mesmo", num teatro em que éramos a plateia.

Seu repertório de frases feitas é composto dos detritos de chavões dos seus ex-soviéticos sindicalistas: fome x indigestão, elite e povo, imperialismo americano e Terceiro Mundo que incluía até o Kadafi e outros assassinos.

Claro, sempre houve corrupção (com FHC, com todos), mas era uma prática lateral, ainda dissimulada. A grande "inovação" (essa palavra da moda) de Lula foi apropriar-se (com obsceno oportunismo) de 400 anos de corrupção endêmica e transformá-la em alavanca para governar, mantendo sua fama de "tolerante e democrático".

No seu ideário, feito das migalhas que caíram da mesa leninista, "corrupção" é coisa "menor", é problema de pequeno-burguês udenista. Pensou: "No Brasil, sempre foi assim; logo, o importante é me deixarem curtir o mandato, hoje que eu sento ao lado de rainhas, com o aval de uma "santidade" de esquerda que peguei dos comunas que me guiaram."

Ele se confundia com o Estado. Se ele ia bem, o Brasil também.

Essa foi a "palavra de ordem" para o ataque geral a todos os aparelhos do Estado pelos ladrões. Sua irresponsabilidade narcisista deixou Dilma nesta sinuca histórica: se não fizer nada contra as denúncias insofismáveis, perde poder e prestígio; se fizer, perde também.

Quem ganha com isso? Só ele e a coligação dos escrotos interpartidários. Se nossa abobalhada oposição conseguir uma CPI contra o governo Dilma, isso só beneficia o PMDB e aliados da caverna de Ali Babá.
Ainda bem que alguns senadores decentes se unem para dar apoio à faxina das donas de casa do Executivo. A opinião pública também dá sinais de reação.

Vamos ver.

Pelas mãos de Lula, instituíram a chantagem como método político.

Lula inventou a "ingovernabilidade" a que assistimos. Os assaltantes estão com saudade e querem que ele volte para normalizar tudo, como um "Luis Inácio Bonaparte da Silva", como um "caudilho da vaselina". Tudo o beneficia para 2014. Temíamos um "peronismo" sindicalista no País, mas isso não existe. Só existe o PMDB.

Arnaldo Jabor O Estado de S. Paulo

O FANTASMA ASSOMBRA A REPÚBLICA

Lula despacha com ministros

Onde está a "presidenta" Dilma?

Bene, Lula a gente sabe onde anda: no seu milionário Instituto, despachando com os ministros do governo. É o fim da picada. Isto aqui já não é uma república há muito tempo. O falastrão de Garanhuns manda e desmanda.


De Vera Magalhães, na Folha:

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva despachou ontem em São Paulo com dois ministros de Dilma Rousseff no Instituto Cidadania, ONG que retomou após deixar a Presidência.

Lula pediu informações sobre a demora na implementação do piso nacional do magistério, projeto que patrocinou em sua gestão.O ex-presidente recebeu, separadamente e em audiência conjunta, o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, e o ministro da Educação, Fernando Haddad.A visita se estendeu a um almoço depois, no qual Haddad e Lula trataram da pré-candidatura do ministro à Prefeitura de São Paulo.

Durante a audiência, Lula pediu a Adams e Haddad que explicassem por que o piso nacional de R$ 1.187,97 dos professores ainda não entrou em vigor, embora a lei que o fixou tenha sido promulgada por ele em 2008.

"O presidente disse que recebe muita cobrança de sindicalistas nas viagens que faz pelo país e queria uma explicação de como está a situação", disse Haddad à Folha depois do encontro.

Lula deixou o Palácio do Planalto há oito meses prometendo que iria "desencarnar", mas a reunião que teve com seus ex-ministros mostra que ele continua à vontade para tratar de assuntos administrativos do governo.A visita ao Instituto Cidadania não estava na agenda de nenhum dos dois ministros.

Haddad passou o fim de semana em São Paulo para cumprir compromissos do PT e permaneceu na cidade na manhã de ontem para gravar entrevista a uma rádio. Adams disse que aproveitou uma ida a São Paulo para "fazer uma visita" ao ex-presidente, que o nomeou para o cargo que continuou ocupando no governo Dilma.

Ele disse que costuma falar periodicamente com Lula por conta de processos nos quais a AGU ainda o defende. Questionado sobre a conversa a respeito do piso nacional dos professores, confirmou a indagação de Lula e disse que tratou de atualizar o presidente sobre o assunto.

O piso ainda não está em vigor porque cinco Estados foram ao Supremo Tribunal Federal contra a medida, que consideram inconstitucional.
O STF rejeitou a ação no dia 6 de abril, mas a decisão ainda não foi publicada."Eu disse ao presidente que o STF havia dado uma liminar acatando em parte a ação, mas no julgamento do mérito confirmou o piso nacional", afirmou Adams.

Questionado sobre a realização do encontro no instituto de Lula, Adams disse que sempre que precisa falar com ele vai até lá.

"Eu procuro mantê-lo informado dos processos que correm e nos quais ele é parte", afirmou.O advogado-geral da União disse que não há nenhum andamento urgente de processo que justificasse a visita ontem.
"Era só para atualizá-lo do quadro geral."
(Folha de S. Paulo).

UM DURO GOLPE NA CORRUPÇÃO

OAB vai ao STF pedir o fim de financiamento privado em eleições

O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (CFOAB) resolveu nesta segunda solicitar ao Supremo Tribunal Federal (STF) a declaração de inconstitucionalidade dos dispositivos da legislação eleitoral que permitem doações de empresas às campanhas políticas. A OAB considera o financiamento privado uma forma de incentivo a corrupção.

. "A experiência tem demonstrado que grande parte do dinheiro investido nas campanhas é depois subtraída dos cofres públicos", disse o presidente da CFOAB, Ophir Cavalcante. Portanto, o voto foi pela revisão de dispositivos das Leis 9.096/95 e 9.504/97, a OAB pede também impugnação do dispositivo que estabelece percentual de 10% dos rendimentos conferidos por doador no ano anterior, como limite de doação por pessoas físicas, bem como o dispositivo que permite ao candidato empregar recursos próprios sem limite específico.
políbio braga

O MISTÉRIO DO FAZEDOR DE NOTAS

O misterio do fazedor de notas: equilibrio entre todas as partes

Sempre tive curiosidade em saber quem estava por trás das notas elegantes que são liberadas pelo governo e divulgadas regularmente na imprensa, explicando esta ou aquela tomada de posição das autoridades do setor.

Eu o imagino um redator onisciente, dotado de uma capacidade indescritível de pronunciar-se sobre os mais diferentes assuntos, sempre com aquela linguagem tão rigorosa, tão escorreita, tão cheia de subentendidos, que seria preciso uma Wikipédia inteira para decifrar suas meias palavras e suas sugestões pouco explícitas.

Estou carente, por exemplo, de notas explícitas que me expliquem um pouco das tomadas de posição em relação a eventos dramáticos da atualidade: pessoas que se movimentam, de um lado para o outro, soldados que também o fazem, no sentido inverso, e algumas vítimas pelo caminho (enfim, collaterals, diria alguém...).

Ainda assim tenho saudade daquelas notas que deploram a perda de vidas, que instam as partes a resolverem suas diferenças por métodos pacíficos, que preservem o diálogo, o respeito aos direitos humanos e os princípios democráticos.
Afinal de contas, uma nota sempre é melhor do que nada.
Paulo Roberto de Almeida

EXPLICAM-SE, MAS NÃO CONVENCEM...



Paulo Bernardo e mulher se explicam mas não convencem. O Código de Ética foi violado. RUAAAAAAAAAAA
Paulo Bernardo e Gleisi Hoffmann negam uso de avião de empreiteira

O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, divulgou nota negando que tenha utilizado avião de uma empreiteira para viajar pelo país no ano passado, quando era ministro do Planejamento no governo Luiz Inácio Lula da Silva. A acusação foi feita em reportagem da revista Época desta semana.

De acordo com a reportagem, a mulher de Paulo Bernardo, a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, também teria utilizado o mesmo avião, um turboélice King Air, prefixo PR-AJT, durante sua pré-campanha para o Senado. Gleisi também negou as acusações, por meio de nota divulgada pela Casa Civil nesta tarde.

O ministro foi chamado hoje ao Palácio do Planalto para uma reunião com a presidenta Dilma. O encontro dos dois não estava previsto na agenda de Dilma, nem do ministro.

De acordo com a nota divulgada por Paulo Bernardo. “Esclareço que jamais solicitei ou me foi oferecido qualquer meio de transporte privado em troca de vantagem na administração pública federal". [nota-se que, espertamente, o ministro diz que jamais solicitou ou lhe foi oferecido qualquer meio de transporte privado em troca de vantagem na administração pública; sabedor que fatalmente será comprovado que ele usou transporte privado então deixou a condicionante de 'em troca de vantagem na administração pública federal';

Esperteza: prova-se a viagem mas não se prova que foi em troca de vantagem na administração pública.
Só tem um detalhe: o famoso Código de Ética Pública proíbe viajar a qualquer ministro aceitar carona, com vantagem ou sem vantagem.]

O ministro explicou no texto que em 2010, ele participou, nos fins de semana, feriados e férias, da campanha eleitoral no Paraná. "Para isso, utilizávamos aviões fretados pela campanha, o que incluiu aeronaves de várias empresas, que receberam pagamento pelo serviço. Não tenho, porém, condições de lembrar e especificar prefixos e tipos, ou proprietários, dos aviões nas quais voei no período", disse o ministro.

A nota divulgada por Gleisi também atribui à campanha a utilização do avião. Ela nega que tenha utilizado aviões de particulares ou de empresas no exercício do cargo público e que, durante sua campanha para o Senado utilizou para deslocamento avião fretado, com contrato de aluguel fretado.

De acordo com a reportagem, o avião pertence ao empresário Paulo Francisco Tripoloni, dono da Construtora Sanches Tripoloni. De acordo com a revista, somente no ano passado a empresa recebeu R$ 267 milhões do governo federal e é apontada pelo Tribunal de Contas da União como executora de obras com superfaturamento.

Paulo Bernardo disse na nota que "não existe relação entre o exercício do cargo de Ministro do Planejamento e fatos decorrentes da execução de obras públicas no estado do Paraná".

O ministro acusou a revista de, nos últimos meses, investir em "insinuações indevidas", contra ele e sua mulher. "A revista Época fez nos últimos dois meses, quatro matérias em que cita a mim ou à ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffman, com insinuações indevidas, algumas de forma absolutamente gratuita, sem me ouvir".

Na nota, o ministro diz que "estou e sempre estive à disposição do Congresso Nacional para a prestação de quaisquer esclarecimentos que se façam necessários”.

Fonte: Agência Brasíl

[virou rotina no arremedo de faxina promovida pela atual presidente da República a ida do suspeito ao Congresso para prestar esclarecimentos; vai, devidamente blindado pela bancada governista, responde algumas perguntas informais e volta para casa.

Igual o criminoso que vai depor em um inquérito policial e declara que só falará em juízo e volta para casa dizendo que provou a inocência.
A Dilma não pode esquecer de mandar a Ideli se explicar no Congresso - a denúncia contra ela, apresentada pela revista IstoÉ é consistente.]


União Nacional Republicana