"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quinta-feira, 25 de julho de 2013

EUA ESPIAM ATRAVÉS DO GOOGLE, FACEBOOK E APPLE

Fotografia © Gerardo Santos/ Global Imagens
 
O governo de Barack Obama tem acesso a dados dos servidores das mais poderosas empresas de Internet, nomeadamente Google, Microsoft, Facebook e Apple.
 
Um documento confidencial da agência norte-americana de Segurança Nacional dos EUA, divulgados pelo jornal britânico "The Guardian" e pelo norte-americano "The Washington Post", mostra que têm acesso a mails, fotografias, transferência de arquivos, vídeos e conversas através dos servidores de nove empresas: Microsoft, Yahoo, Google, Facebook, PalTalk, AOL, Skype, YouTube e Apple.
 
O programa secreto, cujo nome de código é PRISM, está em vigor há sete anos (nasceu durante a administração Bush no pós-11 de Setembro). Permite aceder aos servidores destas empresas, usadas em todos os pontos do globo, para reunir informação sobre os utilizadores, nomeadamento que estão no estrangeiro ou os cidadãos norte-americanos que estabeleçam contactos com cidadãos de outros paíse.
 
O documento, um powerpoint que tudo indica servirá para treinar agentes da NSA, afirma que estas informações estão a ser reunidas com o consentimento das empresas envolvidas. No entanto, algumas das empresas contactadas pelo "The Guardian" neguem que estejam a colaborar com a agência. "O Google preocupa-se imensamente com a segurança dos dados dos nossos utilizadores. Disponibilizamos informação de acordo com a lei, e analisados todos os pedidos cuidadosamente. Ciclamente, alegam que criámos uma "porta dos fundos" para o governo entrar nos nosos sistemas, mas o Google não tem uma porta dos fundos para que o governo aceda a informação dos utilizadores", responde, em comunicado, a empresa.
 
Um porta-voz da Apple, detentora dos equipamentos e software de iphones e ipads, disse que nunca tinha ouvido falar do PRISM.
 
O "The Wahington Post" adianta que o documento foi revelado por um antigo agente dos serviços de informações, que forneceu documentação, entre a qual uma apresentação em 'powerpoint' usada na formação de agentes, descrevendo a parceria entre a NSA e as empresas da internet.
 
A administração de Barack Obama teve hoje de justificar as razões para ter mantido, em segredo, a continuação de um programa primeiro conhecido há sete anos, no tempo do antecessor George W. Bush.
 
Josh Earnest, um porta-voz da Casa Branca, disse aos jornalistas, a bordo do avião Air Force One, que Barack Obama saúda o debate entre segurança e liberdades cívicas, mas está determinado a utilizar todas as ferramentas possíveis para manter a segurança nacional.
 
A revelação já foi criticada por organizações defensoras das liberdades individuais e da privacidade, que acusam o Governo de espiar os cidadãos.
 
Já deputados e legisladores asseguram que esta medida está protegida pela controversa Lei Patriota, adotada após os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001 contra os Estados Unidos.
 

25 de julho de 2013
fonte: Diário de Noticias

"BIG BROTHER" GLOBAL

 


 
A NSA, dos EUA; tem tecnologia para controlar comunicações a nível global. Edward Snowden revelou o escândalo
 
Nenhum cidadão do Mundo está a salvo de espionagem dos países que dominam os mais sofisticados programas tecnológicos, diz especialista

Podem os EUA intercetar e-mails e telefonemas trocados entre Portugal e os Estados Unidos? A resposta é sim.

Carlos Marinho, juiz desembargador e perito em informática, explica ao CM que a tecnologia da Agência Nacional de Segurança (NSA) norte-americana é tão sofisticada que tem capacidade para isso. "A comunicação por Internet pode ser filtrada, porque está em rede", explica. Quanto às chamadas, o perito diz que se "o sistema for digital e estiver numa rede mundial, é possível chegar a ele".

A denúncia de Edward Snowden - o informático que revelou a existência de programas de espionagem dos EUA - ativou o debate sobre privacidade, proteção de dados e segurança dos cidadãos na Internet. Carlos Marinho não tem dúvidas de que Portugal e o Mundo "não estão a salvo dos sistemas de espionagem devido à sofisticação tecnológica".

Ainda assim, diz que "legislativamente estamos protegidos" através de uma diretiva Europeia. "Nem os serviços secretos podem fazer o que lhes apetece", assegura. Contudo, adverte para a complexidade da "produção de prova". "Conseguimos provar que o NSA intercetou um e-mail que enviou, para alguém em que dizia EUA? Sem prova, nenhum tribunal dá razão", diz o magistrado. E mesmo que se conseguisse provar, "não há propriamente a possibilidade de um tribunal português condenar a NSA", remata. 

Entretanto, "a Rússia, Israel, a Índia e a China" também estão a "entrar nesse sistema de filtragens". "Hoje estamos a ser vigiados por muitos Big Brother", conclui.

25 de julho de 2013
fonte: Correio da Manhã

SAIBA COMO O FACEBOOK SABE TUDO SOBRE VOCÊ


Funcionários da empresa revelam como a rede social sabe o que faz no seu computador

Já se sabia que esta era uma prática utilizada pela maior rede social do Mundo. Mas agora são os próprios funcionários do Facebook que dão a conhecer a forma como a empresa monitoriza os seus utilizadores. 
 
Tal é agora conhecido graças a um trabalho do jornal «USA Today», que falou com quatro importantes funcionários da empresa: Arturo Bejar, director de engenharia; Andrew Noyes, porta-voz; Barry Schnitt, porta-voz corporativo; e Gregg Stefancik, gerente de engenharia.
 
Na lista que se segue estão os principais aspectos compilados pelo «USA Today»: 
 
- O Facebook não rastreia todos os utilizadores da mesma forma. Utiliza métodos diferentes para membros que se registam e estão a usar a sua conta, membros que não se registam e não membros.
 
- A primeira vez que abre a página Facebook.com, a empresa insere cookies no seu browser. Caso se registe numa conta insere dois tipos de cookies. Se não se registar, é apenas colocado um tipo.
 
- Os cookies registam cada vez que visita outra página utilizando o botão «gosto» ou outro plugin do Facebook, que, juntamente com os cookies, registam a hora, data e página que está a ser visitada. São ainda registadas características únicas que identificam o seu computador.
 
- O Facebook mantém guardado o registo da sua atividade na Internet nos últimos 90 dias. Os registos de atividade com mais de 90 dias são eliminados.
 
- Se está ligado numa conta Facebook, o seu nome, endereço de correio-electrónico, amigos e toda a restante informação do seu perfil são também guardados.

25 de julho de 2013
fonte: TVI 24

TABELIÃES TAMBÉM JÁ PODEM RASGAR A CARTA


Em agosto do ano passado, comentei a insólita união conjugal entre três pessoas lavrada em um cartório em Tupã, interior de São Paulo. Segundo Claudia Domingues do Nascimento, tabeliã do cartório e redatora do texto, a escritura estabelecia regras relativas aos bens dos parceiros, na hipótese de algum deles adoecer, morrer ou mesmo desistir da relação. “É como um contrato particular de compra e venda.”

A tabeliã afirmou que o trio tentou, sem sucesso, formalizar a escritura de união estável em outros cartórios. “Aí eles descobriram que minha tese de doutorado é sobre união poliafetiva [entre mais de duas pessoas] e me procuraram”, disse. Se antes era o Legislativo que determinava o regime legal do casamento, ao que tudo indica hoje tese de doutorado produz legislação. Segundo o UOL, o documento lavrado “pode ser a primeira escritura de união conjugal entre três pessoas no país”.

Pelo jeito, os neojornalistas perderam a memória – escrevi na ocasião -. Ou têm preguiça de pesquisar. Há cinco anos, em Porto Velho, Rondônia, uma mulher obteve na Justiça o direito de receber parte dos bens do amante com quem conviveu durante quase 30 anos. Ele era casado e morreu em 2007, aos 71 anos. O juiz Adolfo Naujorks, que concedeu à moça o direito de herança, baseou-se em artigo publicado num site jurídico segundo o qual uma teoria psicológica, denominada "poliamorismo", admitia a coexistência de duas ou mais relações afetivas paralelas em que casais se conhecem e se aceitam em uma relação aberta.

Ou seja, a teoria não surgiu ontem. E sites jurídicos não só estão substituindo o Legislativo, como modificando o regime de transmissão de bens entre herdeiros. Mais ainda, estão legitimando a poligamia. Nada contra. Eu apenas constatava.

Leio hoje no Estadão – quase um ano depois do fato - que a união estável "poliafetiva" lavrada no interior de São Paulo pela tabeliã Claudia do Nascimento Domingues entre um homem e duas mulheres trouxe à tona um debate que divide juristas e a sociedade. Num momento pós-união estável homossexual, já aceita pela Justiça, até onde vai o conceito de família no Brasil? – pergunta-se o repórter.

A imprensa, que por definição deveria ser ágil, no fundo é lenta. Os jornalistas parecem ter levado um ano para perceber que a Constituição havia sido ferida. Para a oficial do cartório de notas de Tupã, no entanto, não há lei na Constituição brasileira que impeça mais de duas pessoas de viverem como uma família e a ausência da proibição abre caminho para um precedente.

Até aqui, está cheia de razão. Sem falar que há milhares, senão milhões, de pessoas vivendo esta condição. A Perpétua e a Outra são personagens recorrentes na família brasileira. Por outro lado, tampouco há na Constituição nada que impeça 15 pessoas viverem como família. No fundo, a tabeliã abre portas para o casamento islãmico no Brasil, que permite quatro (ou mais) fêmeas ao macho muçulmano.

Alvíssaras! Novidade na cultura ocidental. Finalmente o Direito reconhece que o tal de amor não precisa ser monogâmico. Mas minhas dúvidas permanecem. A sentença não estabelece quantas pessoas se pode amar ao mesmo tempo. Só duas? Ou vinte também vale? E o harém do rei Salomão? Pode? Tampouco esclarece se uma mulher pode amar dois ou mais homens. Pelo que se deduz da questão, quando um homem ama duas mulheres é poliamor. Já uma mulher amando dois ou mais homens, vai ver que é puta mesmo.

Já os juristas são relutantes ante o achado da tabeliã. "É um absurdo. Isso não vai para frente, nem que sejam celebradas milhares dessas escrituras. É algo totalmente inaceitável, que vai contra a moral e os costumes brasileiros", avalia a advogada Regina Beatriz Tavares da Silva, presidente da Comissão de Direito da Família do Instituto de Advogados de São Paulo (Iasp) e doutora na mesma área pela USP. "É uma escritura nula, sem valor algum, por não cumprir os requerimentos constitucionais", diz.

Penso um pouco diferente. Mais que escritura nula, é a instituição da bigamia. E bigamia, pelo que lembro de Direito, constitui crime. Não deveria o poliamoroso marido estar na cadeia? Junto com a tabeliã, como cúmplice? José Carlos de Oliveira, professor de direito e doutor pela Unesp, diz que o documento é inválido por "contrariar frontalmente a Constituição" e que o Supremo jamais referendaria o novo tipo de família.

"A escritura em questão alterou de forma unilateral aquilo que já é tipificado pela lei, ou seja, que uma família é constituída por duas pessoas somente, sejam heterossexuais ou homossexuais. Fizeram um contrato de acordo com os interesses deles, que, se chegar ao STF, será prontamente julgado como ilegal".

A tabeliã insiste. Para ela, há chances de que as uniões poliafetivas tenham uma trajetória semelhante às uniões homoafetivas, entre duas pessoas do mesmo sexo, que após muitos anos de recursos e trâmites em diferentes instâncias do país foram consideradas válidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que decidiu por uma "revisão" do texto constitucional no ano passado.

Não é de duvidar. Se o STF rasgou a Constituição baseado em um neologismo – a tal de homoafetividade – ao sacramentar o casamento homossexual, por que uma tabeliã não poderia expandir a união conjugal para três cônjuges? Ou mais, quem sabe, já que, segunda a moça, nada obsta?

"Como é que vão resolver? – pergunta-se a tabeliã -. Não sei. Estamos vendo decisões surpreendentes, e é como um dos juízes do STF colocou muito bem na votação da união homoafetiva no ano passado: 'a realidade não pode ser afastada'".

A proposta é revolucionária. Mas se a realidade não pode ser afastada, ponham-se todas as leis no lixo. A lei existe para delimitar determinados aspectos da realidade, que lesam direitos alheios. Se a lei deve seguir junto à realidade, vamos então legalizar logo o jogo do bicho, a droga, o aborto (que na verdade já não constituem crime), como também os ditos crimes de honra, os assaltos, os arrastões, o latrocínio, enfim, tudo que faz parte dessa realidade, “que não pode ser afastada”.

Não imagine o leitor que sou contra o tal de poliamor. Que, em meus dias de jovem, se chamava amasiamento, adultério, infidelidade. Ou, mais eufemisticamente, donjuanismo, casanovismo. (Poliamor parece soar melhor nestes dias politicamente corretos que correm). Só me parece conveniente antes mudar a lei que transgredi-la com neologismos. Ou cairemos em um caos legislativo do qual será difícil emergir. Aliás, já estamos nele nos atolando.

Já não precisa ser ministro do Supremo para rasgar a Carta. Basta ser tabeliã.


25 de julho de 2013
janer cristaldo

CROCODILOS EM PÂNICO

                      
          Notícias Faltantes - Foro de São Paulo 
A simples ajuda mútua entre os partidos legais e as quadrilhas de terroristas e narcotraficantes que o compõem já bastaria para fazer do próprio Foro, como um todo, uma organização criminosa no sentido mais estrito e legal do termo.

Antes de analisar qualquer coisa que o sr. Mauro Santayana escreva, é preciso saber que ele trabalhou como comentarista político da Rádio Praga, órgão oficial do governo comunista checo, e foi nada menos que redator-chefe das emissões em português da Rádio Havana.

Essas estações nunca praticaram o jornalismo, no sentido normal do termo. Eram órgãos de desinformação, partes integrantes da polícia política comunista.
A segunda ainda é. Chamar o sr. Santayana de “jornalista” tout court, sem esclarecer o uso específico que ele faz dessa fachada profissional, é sobrepor um formalismo burocrático-sindical à realidade substantiva do trabalho que ele exerce. Ele é, sob todos os aspectos possíveis e imagináveis, um agente de influência comunista. O jornalismo é o canal, não a substância da sua atividade.


Um agente de influência não faz propaganda comunista. Mantém-se numa posição discreta, equilibrada, e só procura influenciar as autoridades e os formadores de opinião em pontos determinados, precisos, para induzi-los a decisões que sirvam à estratégia comunista sob pretextos que não pareçam comunistas de maneira alguma.
 Esse esforço só se intensifica e sobe de tom quando se trata de medidas urgentes, vitais para a sobrevivência do movimento comunista. É só aí que o lobo perde a compostura ovina, rosna, mostra os dentes e sai mordendo.

No momento a coisa mais urgente e vital para o comunismo na América Latina é afastar a ameaça de uma investigação fiscal no Foro de São Paulo. É urgente e vital porque há 23 anos essa entidade gasta fortunas incalculáveis, transportando incessantemente centenas de politicos, intelectuais, militantes e terroristas entre todas as capitais do continente, hospedando-os nos melhores hotéis, sem jamais informar à população de onde veio o dinheiro.
O envolvimento de alguns de seus membros mais prestigiosos no narcotráfico é fato notório, comprovado por depoimento do traficante Fernandinho Beira-Mar e pelos computadores do ex-comandante das Farc, Raul Reyes, apreendidos pelo exército colombiano.

O Foro de São Paulo é o comando estratégico do movimento comunista latino-americano. Faz e desfaz governos, interfere na política interna de dezenas de países, decide os destinos do continente, fornece cobertura a terroristas e narcotraficantes e, segundo confissão do seu fundador e nosso ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, faz tudo isso de modo calculado para que “as pessoas não percebam do que estamos falando” (sic). Chamar isso de conspiração não é portanto uma “teoria”. É usar o termo apropriado para definir um fato tal como descrito pelo seu autor principal.

Durante dezesseis anos o Foro cresceu em segredo, sob a proteção da mídia cúmplice que negava a sua existência e que, quando não pôde mais fazer isso, passou a mostrá-lo sob aparência maquiada, como um inofensivo “clube de debates”.
A desconversa não pegou, é claro, em primeiro lugar porque nenhum clube de debates emite resoluções unânimes repletas de comandos a ser seguidos pelos participantes; e, em segundo lugar, porque o próprio fundador da coisa deu com a língua nos dentes, no discurso que pronunciou no décimo-quinto aniversário de fundação da entidade.

A simples ajuda mútua entre os partidos legais e as quadrilhas de terroristas e narcotraficantes que o compõem já bastaria para fazer do próprio Foro, como um todo, uma organização criminosa no sentido mais estrito e legal do termo, mesmo sem levantar a hipótese, praticamente inevitável, de que a troca de vantagens políticas importasse em benefícios financeiros ilícitos para qualquer das partes.

No entanto, entre tantos segredos que preenchem a história do Foro, as finanças são ainda o mais bem guardado. Mesmo depois que, forçado pelas circunstâncias a passar do silêncio ao exibicionismo histriônico, o seu atual dirigente Valter Pomar decidiu embelezá-lo como entidade transparente e aberta ao público, nem uma palavra veio à sua boca em resposta à pergunta decisiva e proibida: Quem paga a festa? Quem pagou durante 23 anos? As Farc? O governo brasileiro? O petróleo do sr. Hugo Chávez? Cadê os recibos? Cadê as notas fiscais? Cadê as autorizações de despesa?

Quem lançou essa pergunta, semanas atrás, fui eu
(v. http://www.olavodecarvalho.org/semana/130626dc.html).
Esperava que, como todas as anteriores que coloquei no ar, ela caísse em ouvidos moucos. Para minha surpresa, alguns grupos de jovens, que não conheço e que não me consultaram em nada, deram-lhe atenção e fizeram dela uma das bandeiras do seu movimento “Marcha das Famílias”. Embora a passeata que organizaram contra o comunismo reunisse não mais de cem pessoas, ela espalhou pelas ruas e pela internet o mais óbvio, inegável e legítimo dos pedidos: auditoria no Foro de São Paulo, já!

Aí, é claro, foi o pânico. Antes mesmo que qualquer solicitação formal de uma investigação fosse enviada ao Ministério Público ou à Receita Federal, era preciso criar contra ela uma predisposição hostil para dissuadir as autoridades, a priori, da tentação de atendê-la.

Primeiro veio então a página do “Opera Mundi” que, naquele tom lacrimejante próprio dos crocodilos, se queixava de que o Foro “sofria ameaças violentas”. Coitadinho. Ele só tem, para defendê-lo, os exércitos de Cuba e da Venezuela, as tropas das Farc e a militância armada do MST e da Via Campesina, sem contar o governo brasileiro. Não é mesmo para ficar aterrorizado ante umas dezenas de estudantes que o xingam pela internet?

Mas logo depois dessa palhaçada entrou em cena, como era de se esperar, o sr. Mauro Santayana. E veio com uma conversa muito mais interessante. Veremos no próximo artigo.

25 de julho de 2013
Olavo de Carvalho
Publicado no Diário do Comércio.

ECHELON - A REDE DE ESPIONAGEM GLOBAL

           
          Internacional - Estados Unidos 
Comentário de Heitor De Paola
:
O artigo de Carlos Azambuja, Echelon – A rede de espionagem global, que Mídia Sem Máscara republica hoje, é uma obra que mostra aos iniciantes como funciona há décadas uma das redes de espionagem global.

Especialista em história dos movimentos revolucionários e serviços secretos, o autor nos dá uma clara noção de como é possível criar e funcionar por anos a fio uma rede de informações mundial sem precisar se esconder. Pode-se dizer que o gato era visível para quem quisesse ver, claro que escondendo suas entranhas.
Publicado pelo MSM em 12 de julho de 2006, o artigo vem bem a propósito para desmoralizar o alarido causado pelas revelações de Snowden. Não que ele deva ser considerado um herói, creio mesmo que deveria ser preso, julgado e condenado à morte como prevê a lei americana para os traidores.

Echelon – A rede de espionagem global

 
Emulando o Grande Irmão, criado por George Orwell no livro 1984, os EUA possuem uma rede de espionagem de comunicações mundial operada juntamente com a Inglaterra, Canadá, Austrália e Nova Zelândia. O sistema, denominado Echelon, foi criado em 1948, durante a Guerra Fria, e vem sendo continuamente aperfeiçoado.

O que se sabe sobre o Echelon é o resultado do esforço de jornalistas e investigadores em todo o mundo que trabalharam durante décadas buscando dados sobre os programas mais secretos do governo dos EUA. Um dos resultados dessa investigação é o livro do jornalista neo-zeolandês Nicky Hager, Secret Power: New Zealand’s Role in the International Spy Network, cujo conteúdo é um relato pormenorizado sobre o tema.

Em 5 de setembro de 2001 o Parlamento Europeu aprovou uma Resolução denunciando essa rede global de espionagem e recomendando a seus cidadãos que codificassem suas comunicações. Essa denúncia, evidentemente, caiu no vazio, pois apenas seis dias depois foi realizado o ataque da Al-Qaeda contra as torres gêmeas, em Nova York, e todos os países da União Européia se uniram aos EUA na guerra contra o terrorismo promovida pelo presidente Bush. E, para lutar contra o terror, o Echelon é uma arma imprescindível.

Ao final da II Guerra Mundial – mais precisamente em 1948 -, os EUA e a Inglaterra firmaram um Tratado que ficou conhecido como o Pacto UKUSA (United Kingdom-United States of América). Posteriormente uniram-se a esse pacto o Canadá, a Austrália e a Nova Zelândia.

A constituição do UKUSA apenas deu continuidade ao total acordo de cooperação entre EUA e Inglaterra em matéria de espionagem que durante a II Guerra os levou a compartilhar os êxitos alcançados com a decodificação dos códigos nazistas e japoneses.

Na verdade, o projeto Echelon foi plenamente desenvolvido na década de 70, quando foram lançados os primeiros satélites comerciais destinados a comunicações civis.

O Echelon, através de estações de interceptação posicionadas por todo o mundo, capta todo o tráfego de comunicações via satélite, microondas, celulares e por fibras óticas. Essa informação captada é processada através dos computadores da Agência de Segurança Nacional (NSA) dos EUA, que inclui sofisticados programas de reconhecimento de voz e reconhecimento de caráter ótico, através dos quais é efetuada a pesquisa de palavras ou frases em código, pelo sistema conhecido como Dicionário Echelon, que levam os computadores a assinalarem as mensagens a serem gravadas e transcritas para uma futura análise.

A NSA, com sede no Fort George Meade, localizado nas proximidades de Washington, é a maior empregadora global de matemáticos que compõem as melhores equipes de criadores e decifradores de códigos jamais reunidas. O trabalho dessas equipes é decifrar os códigos de comunicações internas e estrangeiras, enviando as mensagens decodificadas a uma também enorme equipe de hábeis lingüistas para serem analisadas em cerca de cem idiomas.

Sabe-se, todavia, que o Echelon, após a Guerra Fria, passou a ser utilizado para objetivos outros além de sua missão original, como as espionagens política e industrial em alcance mundial.

Esses objetivos outros foram definidos após o desmantelamento do socialismo na ex-União Soviética e na Europa do Leste, com a procura, pelos órgãos de Inteligência dos EUA e seus parceiros no Echelon, de uma nova justificativa que protegesse suas atividades, mantivesse sua importância e os seus avultados orçamentos. A solução encontrada foi incluir como objetivos outros as preocupações econômicas, comerciais e empresariais. Nesse sentido, foi criado dentro do Departamento de Comércio dos EUA o Gabinete de Ligação de Informações, que canaliza para as grandes empresas norte-americanas os materiais interceptados. Na maioria dos casos, os beneficiários desse esforço de espionagem comercial são as próprias empresas que ajudaram a NSA a desenvolver os sistemas que compõem a rede Echelon e que, muitas vezes, são a fonte de vultosas contribuições em dinheiro aos dois principais partidos políticos dos EUA. Poder-se-ia dizer ser essa uma relação incestuosa. Entre essas empresas são apontadas a Lockheed, a Boeing, a Loral, a TWR e a Raytheon.

Ou seja, a verdade é que o projeto Echelon, utilizado para conter e eventualmente derrotar o Império Soviético durante a Guerra Fria é agora virtualmente dirigido contra todos os cidadãos do mundo, violando indiscriminadamente a soberania de Estados e a privacidade dos cidadãos.

Segundo se sabe, a espinha dorsal da rede Echelon são as estações de escuta e recepção maciças direcionadas para os satélites Intelsat e Inmarsat, responsáveis pela quase totalidade das comunicações via telefone e fax, no interior dos países, entre países e continentes. Os vinte satélites Intelsat transportam essencialmente tráfego civil mas, adicionalmente, comunicações diplomáticas e governamentais de interesse particular para a UKUSA.

Diversas e stações de rádio-escuta operadas pelo UKUSA estão espalhadas por todo o mundo, localizadas em bases militares em território estrangeiro e em remotas estações de escuta. As maiores estações de rádio-escuta da rede encontram-se em Tangimoana/Nova Zelândia, Bamaga/Austrália, Menwith/Inglaterra e no atol de Diego Garcia, no oceano Índico, operadas pela NSA.

Segundo o levantamento efetuado por jornalistas e investigadores, dentro da Europa todas as comunicações via fax, telefone e e-mails são rotineiramente interceptadas pela estação de Menwith e enviadas, via satélite, para Fort Mead, para análise.

Uma outra rede de busca paralela de alta freqüência intercepta sinais de comunicações com o objetivo único de localizar a posição de navios, submarinos e aviões em todo o mundo, desempenhando um papel fundamental na monitorização dos movimentos de possíveis alvos móveis.

O poder do Echelon reside em sua capacidade de decifrar, filtrar, examinar e codificar todas as mensagens interceptadas em categorias seletivas para uma análise mais pormenorizada dos agentes dos serviços de Inteligência das diversas agências UKUSA.

O Echelon utiliza poderosos programas de pesquisa através de palavras e frases-chave, analisando minuciosamente os textos das mensagens com base em complexos critérios algorítmicos. Programas de reconhecimento de vozes convertem conversas em textos para uma análise mais aprofundada. Um sistema extremamente avançado, o VOICECAST, pode visar o padrão de voz de um indivíduo para que todos os telefonemas que essa pessoa efetue sejam transcritos para futura análise. Ou seja, o mundo está virtualmente “grampeado”.

Processando milhões de mensagens por hora, o sistema Echelon funciona vinte e quatro horas por dia. É importante assinalar, todavia, que poucas mensagens e telefonemas são transcritos e registrados. A grande maioria é excluída após ser lida e ouvida pelo sistema. Apenas as mensagens que contiverem as frases ou palavras-chave alvo são armazenadas para análise posterior.

Cada estação da UKUSA mantém uma lista de frases e palavras-chave (essa lista é denominada Dicionário). Um gestor do Dicionário de cada agência é responsável por acrescentar, apagar ou alterar os critérios de frases ou palavras-chave para seus dicionários em cada uma das estações.

O Echelon é um produto da Guerra Fria, todavia, a atual luta global contra o terrorismo parece ter dado a essa estrutura, aos olhos de muitos, a justificativa necessária para desenvolver uma capacidade ainda maior para espionar os aliados, os inimigos e os cidadãos em todo o mundo, violando a soberania dos países e a privacidade das pessoas.

Além dessa rede de espionagem global, existe também um programa de rastreamento financeiro como parte dos esforços da luta global contra o terrorismo. Seria o Echelon Financeiro.

Após os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, o Departamento do Tesouro dos EUA teria passado a rastrear possíveis financiamentos terroristas através de um programa denominado Sociedade Internacional para as Telecomunicações Financeiras e Interbancarias (SWIFT), que proporciona acesso aos registros de todas as multimilionárias transferências diárias internacionais de divisas entre oito mil bancos, casas de câmbio, bolsas de valores e outras instituições. Segundo John Snow, que foi Secretário do Tesouro até 30 de maio de 2006, o programa persegue cuidadosamente as transações financeiras de supostos terroristas estrangeiros “e é parte de um esforço para localizar as redes terroristas e deter os terroristas em todo o mundo”.

Nota:
No entanto, recentemente – segundo o artigo 
O Pior dos Maiores, de Olavo de Carvalho, publicado pelo JB de 29 de junho de 2006 – “o The New York Times” – jornal que, ao que parece, se especializou no vazamento de operações de Inteligência – “deu todo o serviço sobre uma operação ultra-secreta que vinha conseguindo penetrar as transações bancárias da Al-Qaeda, colocando vidas e dólares dos terroristas a salvo do malvado governo americano”.

25 de julho de 2013
Carlos Azambuja é historiador.

EDWARD SNOWDEN E A HIPOCRISIA MUNDIAL

             
          Artigos - Movimento Revolucionário 
Um governo que tem um agente da DGI cubana, José Dirceu, como um dos seus líderes pode criticar alguém?

"Quando não existem bons conselhos, o povo cai, a segurança está na existência de múltiplos conselheiros’.
Provérbios 11,14.

As denúncias de Snowden sobre a ampla rede de espionagem da National Security Agency foi recebida com protestos mais ou menos histéricos pelos países observados, como se isto fosse novidade. Todos espionam todos, o tempo todo, o diferencial é a competência. A espionagem é tão antiga quanto a existência de seres humanos no planeta. Mas falemos de países: a espionagem é generalizada, é como um gato escondido com rabo de fora. Todos fingem que é só um rabo, não tem gato. Quando um destes bichos aparece é um fuzuê.


Começa um ritual já bem conhecido. Como diz João Ubaldo, no excelente artigo ‘O Ritual do Esperneio’: “não há um só dos diretamente envolvidos que não saiba tratar-se de uma encenação, mas ela é levada adiante”.
Há milênios uma boa informação vale mais do que mil armas. Sun Tzu já enunciava: 

‘Os guerreiros vitoriosos, primeiro ganham a guerra e depois vão guerrear, enquanto os perdedores primeiro vão à guerra e então tentam ganhar (...). Se você conhece o inimigo e a você mesmo, não precisa temer o resultado de centenas de batalhas’.

Ora, como se entendem estes dois axiomas da obra ‘Arte da Guerra’? A maioria das guerras é ganha antes de começar, geralmente devido a um eficiente serviço de inteligência para conhecer o inimigo, e também os amigos que podem virar inimigos sem aviso prévio, armar suas próprias forças de antemão, saber quando e onde atacar.

Na Guerra dos Seis Dias, em 1967, o crescimento das tensões árabe-israelenses levou ambos os lados a mobilizarem suas tropas. Antecipando um ataque iminente do Egito e da Jordânia, Israel lançou um ataque preventivo à força aérea egípcia. De nada adiantou a frente árabe, formada por Egito, Jordânia e Síria, apoiados por Iraque, Kuwait, Arábia Saudita, Argélia e Sudão, além do apoio incondicional da União Soviética.

Israel certamente tinha a melhor Força Aérea do mundo, os soldados de todas as armas defendiam suas próprias casas, mas se não existisse o serviço secreto militar, interior e de contra espionagem Shin Beit – Agência de Segurança de Israel, e o Mossad – Instituto de Inteligência e Operações Especiais, não haveria as informações necessárias e todo o aparato militar se mostraria inútil.

É também relevante a questão do foco: onde e o quê deve-se espionar. No Brasil pós-64, o SNI, as agências das três forças armadas e os DOPS estaduais certamente eram eficientes, mas focaram a inteligência apenas nos movimentos armados, negligenciando a cabeça do gato: as escolas, a cultura (editoras, cinema, teatro), as redações de imprensa, as estatais, que eram a menina de seus olhos nacionalistódes. Resultado: no que focaram venceram, no essencial que deixaram de lado, até mesmo estimulando (vide Embrafilme e financiamento das estatais para notórios comunistas) perderam feio e hoje têm de amargar as “comissões da verdade”, as indenizações milionárias para terroristas e até idiotas inúteis, como Cony, Ziraldo et caterva. Além, é claro, da sede de vingança que leva ao sucateamento das forças e ao achatamento dos soldos.


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O artigo de Carlos Azambuja, Echelon – A rede de espionagem global, que o Mídia Sem Máscara republica hoje, é uma obra que mostra aos iniciantes como funciona há décadas uma das redes de espionagem global.


Especialista em história dos movimentos revolucionários e serviços secretos, o Autor nos dá uma clara noção de como é possível criar e funcionar por anos a fio uma rede de informações mundial sem precisar se esconder. Pode-se dizer que o gato era visível para quem quisesse ver, claro que escondendo suas entranhas.

O artigo vem bem a propósito para desmoralizar o alarido causado pelas revelações de Snowden. Não que ele deva ser considerado um herói, creio mesmo que deveria ser preso, julgado e condenado à morte como prevê a lei americana para os traidores.

* * *

Outro ponto deve ser levantado: por que o esperneio agora por governos como do Brasil e demais do ‘poderosíssimo’ MERCOSUL que estão inflados de agentes, informantes, e simpatizantes das mesmas ações levadas a cabo pela central de informações, espionagem, assassinatos, atos terroristas e financiamento de guerrilhas, mas principalmente de desinformação da União Soviética e seus satélites? Um governo que tem um agente da DGI cubana, José Dirceu, como um dos seus líderes - apesar de condenado por crime comum e não pelo de espionagem e traição como deveria ter sido -, pode criticar alguém?

O mesmo pode ser dito da Alemanha, dirigida por Angela Merkel, uma ativista da DDR-Jugendverbandes - a substituta comunista da Hitlerjugend -, e informante da Stasi.(Voltarei a este tema brevemente).

25 de julho de 2013
Heitor De Paola

INCENSO E MIRRA

 

Quando esteve a primeira vez no Brasil, em 1980, João Paulo II falou das injustiças sociais, mas fez gesto de significado político importante para a época, último governo da era militar: esteve com trabalhadores no estádio do Morumbi e depois recebeu um grupo de sindicalistas, entre eles Luiz Inácio da Silva - o metalúrgico que liderava o renascimento do movimento sindical - e a viúva de Santo Dias, morto durante a greve do ano anterior no ABC.

Não politizou na fala e sim no ato de apoio aos que confrontavam a ditadura. Naquele contexto foi entendido como um mensageiro do respeito aos valores democráticos.

Agora vem o papa Francisco com a atitude correta no momento certo, em seu exemplo de despojamento, pregando na prática o resgate de princípios de conduta a serem adotados na aproximação entre líderes e liderados.

A autoridade, parece dizer ele em cada gesto, prescinde de pompa para atrair apreço e respeito. Ao contrário, quanto mais próximo estiver o representante - no caso dele, do Vaticano e da Igreja Católica, mais apreço receberá do representado.

O contraste das imagens de Francisco carregando sua maleta no embarque em Roma, fechando a porta do carro que o levou da Base Aérea do Galeão à Catedral Metropolitana, optando por acomodações sem luxo na residência da Arquidiocese do Rio, evidenciam o mau gosto e o caráter ofensivo da regalia e ostentação tão caras (estrito e lato sensos) a nossas excelências.

A diferença entre a estreiteza e a amplitude esteve marcada nos discursos do papa e da presidente da República no Palácio Guanabara. Francisco, o pastor, foi modesto: "Aprendi que para ter acesso ao povo brasileiro é preciso ingressar pelo portal de seu imenso coração. Por isso, permitam-me que eu possa bater delicadamente a essa porta. Peço licença para entrar e transcorrer essa semana com vocês. Não tenho ouro nem prata, mas trago o que de mais precioso me foi dado: Jesus Cristo". Falou de amor e fraternidade.

Dilma, a governante, foi soberba e inoportuna ao tentar absorver para si e seus aliados políticos (não era hora nem lugar de exaltar o "trabalho" de prefeito e governador) a boa atmosfera da visita papal, com um pronunciamento de exaltação aos feitos do governo federal aos quais buscou também associar ações da Igreja. Defendeu de novo a tese de que os protestos decorrem dos "avanços dos últimos dez anos". Falou de pretensão e egoísmo ao desconhecer esforços anteriores.

Uma falha cuja responsabilidade não está esclarecida deixou o papa por longos e aflitivos minutos cercado pela multidão no trajeto do aeroporto à catedral, mas produziu um episódio simbólico de que a convivência com o povo não necessariamente é perigosa.

Depende da qualidade do lastro que sustenta a relação. Francisco nada teme, não obstante seja dever do Estado brasileiro garantir-lhe a segurança sabendo compatibilizar o estilo dele ao manejo das circunstâncias de risco.

O destemor da proximidade já não se pode dizer que seja característica de nossas autoridades e figuras proeminentes da política, que não podem hoje dar um passo sem a proteção do protocolo ou do privilégio sem se arriscar a levar o troco (pelo descaso) na forma de desaforo.

Retrovisor

O PT brinca com fogo em suas escaramuças com Dilma Rousseff. Descontadas as diferenças entre personagens, em 2002 o PSDB interpretou que a perda de capital político do então presidente Fernando Henrique Cardoso não aconselhava a uma defesa contundente de seu governo na campanha eleitoral.
O partido baixou a guarda, abriu espaço para o discurso da "herança maldita" e agora, que tenta resgatar o legado, sofre de déficit de credibilidade para dar o dito pelo não dito.

25 de julho de 2013
DORA KRAMER - O Estado de S.Paulo

ESSE É O PAPA FRANCISCO



Sabe quem é esse papa Francisco? É tipo assim um presidente de uma nação com mais de 1 bilhão e 200 milhões de seguidores. É como se fosse o prefeito de milhões e milhões de prefeituras, se cada sacristia fosse um paço municipal. Não é nenhum presidente de honra de um partido qualquer, mesmo que fosse o maior partido do mundo.

Esse papa Francisco é só isso, um papa que desceu do trono no Vaticano, despojou-se de prata e ouro e sair por aí na companhia de Jesus Cristo - que ele tem como seu maior companheiro, e então ganhar as ruas do maior país católico do mundo carregando incenso e mirra.

O humilde papa franciscano desfila pelo Brasil das desigualdades sociais, da corrupção desenfreada, com o resumo de sua missão: ele porta embaixo do braço, espalha em cada aceno, em cada gesto, em cada sorriso, em cada sinal da cruz, a síntese do evangelho e da fé cristã - Cristo como opção pela pobreza, o incenso que simboliza a espiritualidade e a mirra, sinal de imortalidade.
 
25 de julho de 2013
sanatório da notícia

O FIM DE UMA ERA



Estamos vivendo o final de uma era. Vários fatores, externos e internos, se conjugam para isso. Vejamos os mais relevantes:

CHINA -  Fim do crescimento acelerado da China: como todos nós sabemos, a China passa por um delicado rebalanceamento de sua economia, onde a nova liderança política pretende reduzir o peso do investimento como fator líder do crescimento, em benefício da elevação do consumo. Este é relativamente baixo, pois é estimado como sendo da ordem de 35% do PIB.

Existem outros aspectos importantes desta política, como um esforço para elevar o conteúdo tecnológico das exportações, mas o fato é que o melhor resultado que se pode esperar para este ano é um crescimento de 7,5%.

Olhando mais adiante, o PIB irá se expandir a uma taxa ainda inferior a essa. Mesmo ressalvando que a demanda de alimentos e de petróleo continuará a crescer de forma rápida, os ganhos de renda via preços de exportação de commodities serão menores, afetando negativamente o Brasil.

JUROS BAIXOS - Fim do período de juros internacionais muito baixos: como todos sabem, o Banco Central americano vem sinalizando uma suave reversão da política monetária expansionista. Com isso, o juro de mercado dos papéis longos já subiu algo como 600 pontos.

Este movimento e a volta do crescimento mais robusto em 2014 estão levando a uma valorização da moeda americana e a uma alteração nos fluxos de capitais na direção daquele país. Assim, o custo de capital para o Brasil tende a se elevar.

Também nossa política comercial externa mostrará mais uma de suas fragilidades, qual seja, o fato de ter abandonado há dez anos qualquer esforço para elevar a penetração de produtos brasileiros no maior mercado do mundo, algo que é parte da explicação de porque nossas exportações estão enfraquecendo rapidamente.

DEMANDA INTERNA – Fim do crescimento rápido da nossa demanda interna: como se sabe, a partir de 2010 a demanda das famílias começou a enfraquecer, o que hoje é visível a olho nu.

Não se repetirão mais a velocidade da inclusão de novas famílias no mercado de consumo (não existem outros 13 milhões de domicílios que possam receber o Bolsa Família), a bancarização acelerada de novos clientes e a existência de baixos níveis de endividamento.

Ao contrário, o elevado comprometimento de renda com prestações é hoje uma limitação à expansão rápida do consumo. É por isso que todos os esforços governamentais para bombar a demanda têm tido resultados pífios.

FOLGA FISCAL -Fim da folga fiscal: a arrecadação vai se elevar muito mais lentamente, tornando mais difícil financiar novos gastos, elevações reais do salário mínimo e novas concessões de benefícios fiscais.

CRESCIMENTO DO PIB – Fim do período de crescimento rápido do PIB: no período 2011 / 2013, o crescimento do PIB será inferior a 2%.
Isso não acontece por acaso. Já se discutiu à exaustão que ou as condições de oferta melhoram e, junto com elas, nossa competitividade, ou uma boa parte do modesto crescimento da demanda vai vazar para o exterior, na forma de maior importação.

Pelo menos dois fatores estão se transformando num obstáculo intransponível para se atingir crescimento mais robusto. Falo aqui do custo total da mão de obra e da carga tributária.

O custo do trabalho não para de aumentar (salários, encargos e outros dispêndios) e não tem qualquer ligação mais sistemática com a elevação da produtividade.

E este é um processo ainda em curso, pois, como já mostrou José Pastore, a legislação trabalhista não para de criar novos gastos por todos os tipos de razão, e isto sem considerar a nova pauta sindical, onde se inclui a demanda da semana de 40 horas de trabalho, que será discutida neste semestre.

IMPOSTOS – Simultaneamente, a complexidade de nossos tributos está atingindo limites insuportáveis para as companhias. Não se trata apenas do tamanho da carga, mas da insanidade da mudança cotidiana de regras dos mais diversos tipos de impostos (PIS/Cofins e ICMS, especialmente).

Se estes dois fatores não forem adequadamente encaminhados, nossos custos de produção jamais se tornarão de novo minimamente competitivos.

Ao mesmo tempo, é sonho imaginar que uma megadesvalorização cambial magicamente resolve esses problemas, sem ser dissipada por uma forte inflação.

CAMPEÕES NACIONAIS - Fim do novo experimento de campeões nacionais: este fenômeno já vinha se delineando desde o colapso dos grupos Independência e Bertin, do caso LBR e outras dificuldades.

Entretanto, a derrocada do Grupo X ilustra o ponto de forma definitiva. Embora o ajuste ainda não tenha terminado, é certo que o conglomerado das seis empresas não existirá mais como tal.

A empresa de energia (MPX) terá outro controlador, os dois portos, que são bons ativos, deverão ter continuidade com outra organização empresarial. É nebuloso o futuro dos ativos ligados ao petróleo.

AÇÕES EM QUEDA

Mesmo no melhor cenário, as perdas resultantes deste processo serão muito expressivas. Por exemplo, se tomarmos o preço das ações das seis empresas abertas, nas datas das respectivas operações, e colocarmos os valores em dólar e compararmos com os preços do último dia onze, chegaremos a uma perda do mercado da ordem de US$ 12 bilhões.

A OGX e a OSX tinham colocado no mercado externo bônus da ordem de US$ 4,1 bilhões, sendo que o mais líquido deles está hoje sendo negociado a 16 centavos por dólar.

Muitas dívidas bancárias estão sendo renegociadas, processo que está longe de seu final. Entretanto, é certo que o volume de provisão que o sistema terá de fazer será considerável. É fácil antever que o mercado de crédito ficará ainda mais seletivo. Outros credores e fornecedores também estão sendo afetados.

A forte deterioração das expectativas e o desarranjo político atual tem, em parte, a ver com a percepção dessas tendências.

Estamos realmente no final de uma era, especialmente de uma era onde o marketing é mais importante que os fatos, onde o discurso é que estamos a um passo do paraíso, enfim, do nunca antes neste País. Vai ser preciso trabalhar muito para voltar a crescer.

(artigo enviado por Mário Assis)

25 de julho de 2013
José Roberto Mendonça de Barros  (Estadão)

QUANDO O HUMOR DESENHA A REALIDADE





25 de julho de 2013

SANATÓRIO (OU SANITÁRIO) DA "POLÍTICA" BRASILEIRA

Gente que mente (2.217)


“Será o décimo ano seguido de inflação sob rigoroso controle”.

Dilma Rousseff, no comício do PT em Salvador, garantindo que o Plano Real, que acabou com a inflação sem controle em 1994, no governo do presidente Itamar Franco, foi inventado por Lula em 2003.

Me engana que eu gosto (1.213)

“No momento atual, em que muita gente frauda para trabalhar menos, ele não fraudou e foi para trabalhar mais”.

André Luis de Carvalho, ministro do TCU, informando (sem identificar os delinquentes que fraudaram para trabalhar menos) que o colega Raimundo Carreiro rejuvenesceu dois anos na certidão de nascimento não porque está de olho na presidência do tribunal em 2017, mas por viver preocupado com os superiores interesses da nação.

Camisa 10

“Se alguém pensar que Lulinha está com 67 anos,que já pegou câncer, que já comeu o pão que o diabo amassou vai parar… Eu não tenho tempo para parar. E não preciso ser governo para fazer as coisas nesses país”.

Lula, nesta terça-feira em Brasília, na discurseira durante o Festival da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha, confirmando que não precisa de sala no Planalto para dar ordens a Dilma Rousseff.

Pensador iluminado

“Eles estão com preconceito contra Dilma maior do que o que tinham contra mim. É a maior falta de respeito a uma mulher da qualidade da Dilma Rousseff”.

Lula, nesta terça-feira em Brasília, durante a discurseira no Festival da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha, explicando que o neurônio solitário não teria despencado nas pesquisas de popularidade se fosse macho.

Golpe de unha

“Mais uma vez os setores conservadores começam colocar as unhas de fora e eu, que já estava cortando as minhas com os dentes, vou deixar a bichinha crescer”.

Lula, nesta terça-feira em Brasília, durante a discurseira no Festival da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha, revelando que aprendeu a brigar dando unhadas desde que Marisa Letícia ficou sabendo que a milhagem de Rose Noronha no AeroLula é muito maior que a da ex-primeira-dama.

Guerra conjugal

“Eu, na verdade, acho que nós só vamos ter um país justo quando a gente não tiver empregada doméstica”.

Lula, durante a discurseira no Festival da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha, sem revelar quando criará coragem para, ainda sem ter explicado direito o caso com Rose Noronha, contar a Marisa Letícia que a multidão de serviçais será demitida para que o Brasil se transforme num país justo.

Gente que mente (485)

“Eu  vi o papa beijar a nossa Dilma nas duas bochechas e isso não apareceu em muitos canais de TV”.

Lula, nesta terça-feira, em Brasília, durante a discurseira no Festival da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha, sem explicar como fez para saber que outras emissoras não estavam transmitindo a cena que acompanhava ao vivo em algum canal de TV.

Dono do poste

“Dilma não é mais do que uma extensão da gente lá. Nós seremos responsáveis pelos acertos e pelos erros que ela cometer”

Lula, nesta terça-feira, em Brasília, durante a discurseira no Festival da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha, avisando que é ele o dono do poste.

Simpatia & elegância

“Dilma pilota uma aliança assentada na putaria”.

Ciro Gomes, político desempregado, diplomado com louvor no Curso de Simpatia e Elegância da Professora Dilma Rousseff, em entrevista à rádio Verdinha AM, que vive entrando e saindo da aliança de que faz parte o irmão Cid.

25 de julho de 2013
Augusto Nunes

PAPA PEDE QUE JOVENS NÃO DESISTAM DE LUTAR CONTRA A CORRUPÇÃO

Em visita a Varginha, Papa diz que esforço de pacificação tem que ser acompanhado de justiça social

  • Durante o discurso, o Pontífice também fez referência aos recentes protestos que ocorreram no Brasil
  • Ele pediu que os mais ricos e as classes políticas sejam menos egoístas e mais solidários
  • Segurança do Papa foi feita por 600 PMs em Varginha
Papa Francisco anda de Papamóvel na comunidade de Varginha, no Complexo de Manguinhos Foto: Andre Penner / AP
Papa Francisco anda de Papamóvel na comunidade de Varginha, no Complexo de Manguinhos Andre Penner / AP

Em visita à favela da Varginha, em Manguinhos, uma das menores do Rio, com 400 famílias, o Papa Francisco passou uma mensagem forte aos políticos: só pacificar as comunidades pobres, sem atacar o problema principal, isto é, “o abandono da periferia”, não será “duradouro”, disse. Durante o discurso, o Pontífice também fez referência aos recentes protestos que ocorreram no Brasil e pediu que os mais ricos e as classes políticas sejam menos egoístas e mais solidários. E ainda pediu aos jovens que não fiquem desiludidos com a corrupção daqueles que "em vez de buscar o bem comum, procuram seu próprio benefício", pois "a realidade pode mudar, o homem pode mudar".
 
Depois de afirmar primeiro que queria encorajar os esforços que a sociedade brasileira tem feito para combater a fome e a miséria, o Papa declarou:
 
— Nenhum esforço de pacificação será duradouro, não haverá harmonia e felicidade para uma sociedade que ignora, que deixa à margem, que abandona na periferia parte de si mesma.
 
Francisco começou lançando um apelo às autoridades públicas e aos mais ricos:
 
— Queria lançar um apelo a todos que possuem mais recursos, às autoridades públicas e a todas as pessoas de boa vontade comprometidas com a justiça social: não se cansem de trabalhar para um mundo mais justo e solidário! Ninguém pode permanecer insensível às desigualdades que ainda existem no mundo — afirmou.
 
E completou:
 
— Não é a cultura do egoísmo, do individualismo, que frenquentemente regula nossa sociedade, aquela que constrói e conduz a um mundo mais habitável, mas sim a cultura da solidariedade; ver no outro não um concorrente ou um número, mas um irmão.
 
O Papa disse que uma sociedade assim “simplesmente empobrece a sim mesma; antes, perde algo de essencial para si mesma”. Francisco insistiu que é preciso compartilhar:
 
— Lembremo-nos sempre: somente quando se é capaz de compartilhar é que se enriquece de verdade; tudo aquilo que se compartilha se multiplica! A medida da grandeza de uma sociedade é dada pelo modo como esta trata os mais necessitados, que não têm outra coisa que não sua pobreza!
 
O Pontífice afirmou que a igreja, como “advogada da justiça e defensora dos pobres, diante das intoleráveis desigualdades sociais e econômicas, que clamam ao céu” quer ajudar em todas as iniciativas “que signifiquem um autêntico desenvolvimento do homem todo e de todo o homem”:
 
— Não existe verdadeira promoção do bem-comum, nem verdadeiro desenvolvimento do homem, quando se ignoram os pilares fundamentais que sustentam uma nação, os seus bens imateriais: a vida, que é dom Deus, um valor que deve ser sempre tutelado e promovido; a família, fundamento da convivência e remédio contra a desagregação social; a educação integral, que não se reduz em uma simples transformação de informações com o simples fim de gerar lucro; a saúde, que deve buscar o bem-estar integral da pessoa, que é essencial para o equilíbrio humano e uma convivência saudável; a segurança, na convicção de que a violência só pode ser vencida a partir da mudança do coração humano.
 
Ele passou uma mensagem aos jovens desiludidos com as injustiças, numa possível alusão aos recentes protestos no país:
 
— Vocês, queridos jovens, possuem uma sensibilidade especial frente às injustiças, mas muitas vezes se desiludem com notícias que falam de corrupção, com pessoas que, em vez de buscar bem comum, procuram, seu próprio benefício. Também para vocês e para todas as pessoas repito: nunca desaminem, não percam a confiança, não deixem que se apague a esperança. A realidade pode mudar, o homem pode mudar. Procurem ser vocês os primeiros a praticar o bem, a não se acostumarem ao mal, mas a vencê-lo. A igreja está ao lado de vocês, trazendo o bem precioso da fé, de Jesus Cristo, que veio “para que todos tenham vida, e vida em abundância”.
 
E concluiu o discurso voltando-se especialmente as os moradores de Varginha, dizendo que a igreja e Papa vão estar com eles.
 
Citações a cachaça e feijão brasileiros
 
Durante o discurso, o Papa disse ser muito bom ser acolhido 'com amor, generosidade e alegria na comunidade', e disse que gostaria de entrar em cada casa para tomar um cafezinho, mas não cachaça, provocando risos dos moradores.
 
Em seguida, afirmou que é importante partilhar a comida o tempo todo e citou uma expressão brasileira afirmando que sempre se pode colocar mais água no feijão.
 
- Quando somos generosos, acolhendo as pessoas, partilhando a nossa comida e o nosso tempo, não ficamos mais pobres, mas enriquecemos. Sempre que alguém bate à sua porta vocês sempre dão um jeito de compartilhar. Como diz o ditado, sempre se pode colocar mais água no feijão - afirmou o Pontífice em outro momento descontraído do discurso.
 
Segurança do Papa foi feita por 600 PMs em Varginha
 
Cerca de 600 PMs cuidaram da segurança do Papa Francisco junto com 80 agentes federais, além de militares do Exército, na favela da Varginha, em Manguinhos. Homens do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e do Batalhão de Choque (BPChoq) fizeram o cerco à comunidade. No interior, havia 400 PMs de UPPs de Manguinhos e de outras favelas como o Complexo do Alemão.
 
Por onde o Pontífice passava, foram instaladas grades de ferro. Apenas pessoas credenciadas e deficientes físicos selecionados foram autorizados a ficar no perímetro de segurança. Os moradores só puderam ficar por trás das grades ou das lajes das casas. A primeira parada do Papa foi na Igreja de São Jerônimo, onde a Polícia Federal e militares das Forças Especiais do Exército fizeram uma varredura à procura de artefatos explosivos, mas nada foi encontrado.

25 de julho de 2013
Debora Berlink e Vera Araújo - O Globo

PROVÁVEL ADVERSÁRIO DE DILMA, EDUARDO CAMPOS É O GOVERNADOR MAIS BEM AVALIADO COM 58% APONTA CNI/IBOPE

 

  • Apenas 12% dos entrevistados consideram governo Sérgio Cabral ‘ótimo ou bom’

O governador de Pernambuco Eduardo Campos
Foto: Marcelo Carnaval / 06-04-2013 / Agência O Globo
O governador de Pernambuco Eduardo Campos Marcelo Carnaval / 06-04-2013 / Agência O Globo


BRASÍLIA — Possível adversário da presidente Dilma Rousseff nas eleições de 2014, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), é o melhor avaliado com 58% de “ótimo e bom”, segundo a pesquisa divulgada nesta quinta-feira pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), tem a menor popularidade entre os 11 governadores avaliados em todo o país. Apenas 12% dos entrevistados consideraram o governo de Cabral “ótimo ou bom”.
A avaliação da maneira de Cabral governar também aparece entre as mais baixas do país, com aprovação de 29% (abaixo apenas de Goiás, com aprovação de 34% da população, e de São Paulo, aprovado por 40%).


No quesito confiança do governador, Eduardo Campos é o que inspira melhor desempenho: 68% confiam no governador. No Rio, apenas 25% da população fluminense diz confiar em Cabral.

Na avaliação das áreas do governo, nos estados, os moradores do Rio avaliam a Segurança Pública como área com melhor atuação.
“Rio de Janeiro se destaca na área de segurança pública, mas esse desempenho não é suficiente para elevar a popularidade do governador”, aponta a pesquisa.

Depois de Eduardo Campos, a melhor avaliação foi para o governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), com 41%. Em seguida, ficaram o do Ceará, Cid Gomes (PSB), com 40%; e o de Minas Gerais, Antônio Anastasia (PSDB), com aprovação de 36%.

O governo liderado por Raimundo Colombo (PSD), em Santa Catarina, obteve 30% de avaliação “ótima e boa”; seguido pelo governo do Espírito Santo, de Renato Casagrande (PSB), com 29%; e o da Bahia, do petista Jaques Wagner, com 28%.

O governo do tucano Geraldo Alckmin, em São Paulo, recebeu apenas 26% de avaliações “ótima e boa”; e o do petista Tarso Genro, no Rio Grande do Sul, ficou com 25%. A gestão do tucano Marconi Perillo, em Goiás, ficou em penúltimo lugar na pesquisa, com aprovação de 21%.

A confiança dos governadores também foi apurada nos 11 estados. A menor confiança também é vista em Goiás (29%), seguido por São Paulo (34%); Bahia (41%); Paraná (44%); Santa Catarina (45%); Espírito Santo (46%); Rio Grande Sul (46%); Minas Gerais (49%); e Ceará (53%).

Segundo a CNI, a pesquisa foi feita entre 9 e 12 de julho, com 7.686 pessoas com mais de 16 anos de idade, em 434 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais.

25 de julho de 2013
Isabel Braga
Flavia Pierry