"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



domingo, 23 de outubro de 2011

NOTAS POLÍTICAS

Conselhos privados viraram públicos

Parece intriga. E é, restando saber quem a espalhou e a quem interessou. Fala-se da versão que ganhou a imprensa, ontem, sobre ter estado a presidente Dilma disposta a pedir a exoneração de Orlando Silva, mudando de idéia depois de o ex-presidente Lula recomendar ao ministro do Turismo para não se demitir e ao PC do B para resistir. Quando desembarcou da África, Dilma reafirmou que confiava em que Orlando se defenderia e que continuava a manter sua confiança. Não foi o antecessor, portanto, responsável pela decisão da sucessora.

O que não dá para entender é como os conselhos do Lula, certamente dados em particular, tornaram-se públicos em menos de 24 horas. O ministro não foi o inconfidente, ainda que depois confirmasse o telefonema. Talvez o grupo do PCdoB, ávido de ocupar o ministério, porque a hipótese confirma a tese de que quanto menor um partido político, maiores suas disputas internas. Quem sabe companheiros do PT, de olho num ministério que valia pouco, transformado agora em jóia da coroa por conta da Copa do Mundo e das Olimpíadas?

De qualquer forma, seria bom o ex-presidente tomar cuidado. São muitas as correntes a evoluir em torno do governo, algumas inconformadas com a forma de governar da presidente, sempre inflando o ego do Lula para levá-lo a candidatar-se em 2014. Não se trata apenas de gente do PT. No PMDB, por exemplo, não são poucos os que aspiram pelo retorno do primeiro-companheiro, bem mais complacente na arte de nomear e de acomodar interesses.
Quanto ao próprio, quer dizer, o Lula, deveria tomar mais cuidado. De sua influência viraram ou continuaram ministros Antônio Palocci, Alfredo Nascimento, Wagner Rossi, Nelson Jobim e Pedro Novais – todos levados a demitir-se em condições no mínimo constrangedoras. Orlando Silva também integrou a quota dos salvados do governo anterior.

***

LEMBRAI-VOS DE NAPOLEÃO

O espetáculo medieval do assassinato e mutilação do cadáver de Muamar Kadaffi nos leva à suposição de no futuro o falecido passar de ditador a vítima, depois mártir e finalmente a herói em seu país. Será sempre bom lembrar que Napoleão, depois de Waterloo, era mostrado na imprensa européia como o monstro sanguinário isolado em Santa Helena até a morte.

Com os Bourbon outra vez no trono, a Santa Aliança e a volta das monarquias absolutas, ficou sufocado o sentimento majoritário francês, a ponto de divulgarem que o “filho da Revolução” tornara-se o “genro da Reação. Passadas poucas décadas, no reinado de Luis Felipe, com o corpo de Napoleão transladado a Paris, atravessando a cidade em cortejo monumental, milhões de cidadãos ficaram nas ruas para pranteá-lo.

Cada país tem o Napoleão que merece. Kadaffi foi um déspota cruel, impôs sua vontade por 42 anos, mas criou uma nova Líbia, com maciços investimentos em educação e saúde públicas. Melhor aguardar o pronunciamento da História.

Carlos Chagas

CARLOS LACERDA E A ÉTICA JORNALÍSTICA

RH Souza escreveu em sua página na Internet, intitulada, “Scripta e Virtual – O blog da cultura e do conhecimento”, a seguinte história ocorrida com Carlos Lacerda,quando era proprietário da Tribuna da Imprensa e que mostra um pouco da personalidade polêmica do jornalista e político, que admirado por muitos e atacado por outros tantos, indubitavelmente é personagem obrigatório quando se trata da política brasileira de 1930 até sua prematura morte em 1977, aos 63 anos de idade.

“Carlos Lacerda, cuja impetuosidade política às vezes passava dos limites, era um jornalista de uma ética profissional a toda a prova. Conheci um colaborador da Tribuna da Imprensa, Luiz Lima (já falecido), que me narrou o seguinte episódio: Luiz Lima era o gerente de publicidade da Tribuna da Imprensa e, em certo momento, foi chamado a São Paulo por um grupo de empresários que lhe fez a seguinte proposta: queriam que Carlos Lacerda escrevesse três artigos sobre a indústria do petróleo, artigos de acordo com a linha editorial do jornal e, em troca, fariam uma substancial contribuição financeira à Tribuna da Imprensa que, naquele momento, passava por sérias dificuldades de caixa. Luiz Lima voltou feliz ao Rio de Janeiro, entrou na sala de Carlos Lacerda e falou:

- Carlos, tenho excelentes notícias que vão aliviar a nossa atual falta de dinheiro…

Lacerda ouviu o colaborador com muita atenção e, no final, concluiu:

- Luiz, acho que você não me conhece bem… a minha pena não está à venda…

- Eles não querem nada de mais. Só querem que você escreva três artigos dentro da linha editorial do jornal. Isso não vai comprometer o seu bom nome.

- Então, que façam anúncios na Tribuna…

- Não, eles querem é a sua opinião, os seus argumentos… Consideram anúncios, no caso presente, como sermão encomendado.

- Luiz, já lhe disse que minha pena não está à venda. Considere o assunto encerrado.

Luiz Lima saiu da sala e ligou para São Paulo informando os empresários da negativa do jornalista e passou a admirar Carlos Lacerda pelo seu padrão de ética jornalística que ele nem sempre encontrara em outros profissionais com quem trabalhara.

Depois do movimento militar de 1964, quando Carlos Lacerda percebeu que o país estava entrando pelo caminho perigoso da ditadura, tentou um movimento de resistência, chamado de Frente Ampla, unindo-se a Juscelino e a João Goulart, mas o movimento acabou sendo abortado pelos militares. Os três líderes do movimento acabaram morrendo em circunstâncias até hoje não esclarecidas.

José Carlos Werneck

LEMBRANDO CLEMENCEAU E CHURCHILL, A PROPÓSITO DA ÉTICA E DOS PRINCÍPIOS POLÍTICOS

Em meio à confusa situação política do país, em que a ética parece perdida no espaço, é sempre bom lembrar o estadista britânico Winston Churchill, na obra “Grandes Homens de meu tempo”:

1. Um dia Clemenceau me disse: “Não obedeço a nenhum sistema político e abandonei todos os princípios políticos. Sou um homem lidando com os acontecimentos na forma como eles se apresentam à minha experiência“. Lembrou-me a carta de Monsieur de Camors a seu filho: “Todos os princípios são igualmente verdadeiros ou falsos, depende das circunstâncias“. Só o que importava a Clemenceau era derrotar os alemães na primeira grande guerra.

2. Há um ponto na política em que a incompetência e a leviandade são tão flagrantes que equivalem à culpa.

Mario Assis

ENTREVISTA-BOMBA DA CORREGEDORA ELIANA CALMON

Faz sucesso na internet a entrevista-bomba de Eliana Calmon, corregedora do Conselho Nacional de Justiça.

O sempre atento comentarista Manoel Vidal, ex-Chefe de Polícia do Rio de Janeiro, envia ao Blog uma entrevista que faz sucesso na internet, com a corregedora do Conselho Nacional de Justiça dizendo que é comum a troca de favores entre magistrados e políticos.

Na entrevista à revista Veja, em setembro do ano passado, a ministra Eliana Calmon mostra o porquê de sua fama. Ela diz que o Judiciário está contaminado pela politicagem miúda, o que faz com que juízes produzam decisões sob medida para atender aos interesses dos políticos, que, por sua vez, são os patrocinadores das indicações dos ministros.

Por que nos últimos anos pipocaram tantas denúncias de corrupção no Judiciário?

Durante anos, ninguém tomou conta dos juízes, pouco se fiscalizou. A corrupção começa embaixo. Não é incomum um desembargador corrupto usar o juiz de primeira instância como escudo para suas ações. Ele telefona para o juiz e lhe pede uma liminar, um habeas corpus ou uma sentença. Os juízes que se sujeitam a isso são candidatos naturais a futuras promoções. Os que se negam a fazer esse tipo de coisa, os corretos, ficam onde estão.

A senhora quer dizer que a ascensão funcional na magistratura depende dessa troca de favores?

O ideal seria que as promoções acontecessem por mérito. Hoje é a política que define o preenchimento de vagas nos tribunais superiores, por exemplo. Os piores magistrados terminam sendo os mais louvados. O ignorante, o despreparado, não cria problema com ninguém porque sabe que num embate ele levará a pior. Esse chegará ao topo do Judiciário.

Esse problema atinge também os tribunais superiores, onde as nomeações são feitas pelo presidente da República?

Estamos falando de outra questão muito séria. É como o braço político se infiltra no Poder Judiciário. Recentemente, para atender a um pedido político, o STJ chegou à conclusão de que denúncia anônima não pode ser considerada pelo tribunal.

A tese que a senhora critica foi usada pelo ministro Cesar Asfor Rocha para trancar a Operação Castelo de Areia, que investigou pagamentos da empreiteira Camargo Corrêa a vários políticos.

É uma tese equivocada, que serve muito bem a interesses políticos. O STJ chegou à conclusão de que denúncia anônima não pode ser considerada pelo tribunal. De fato, uma simples carta apócrifa não deve ser considerada. Mas, se a Polícia Federal recebe a denúncia, investiga e vê que é verdadeira, e a investigação chega ao tribunal com todas as provas, você vai desconsiderar? Tem cabimento isso? Não tem. A denúncia anônima só vale quando o denunciado é um traficante? Há uma mistura e uma intimidade indecente com o poder.

Existe essa relação de subserviência da Justiça ao mundo da política?


Para ascender na carreira, o juiz precisa dos políticos. Nos tribunais superiores, o critério é única e exclusivamente político.

Mas a senhora, como todos os demais ministros, chegou ao STJ por meio desse mecanismo.

Certa vez me perguntaram se eu tinha padrinhos políticos. Eu disse: “Claro, se não tivesse, não estaria aqui”. Eu sou fruto de um sistema. Para entrar num tribunal como o STJ, seu nome tem de primeiro passar pelo crivo dos ministros, depois do presidente da República e ainda do Senado. O ministro escolhido sai devendo a todo mundo.

No caso da senhora, alguém já tentou cobrar a fatura depois?

Nunca. Eles têm medo desse meu jeito. Eu não sou a única rebelde nesse sistema, mas sou uma rebelde que fala. Há colegas que, quando chegam para montar o gabinete, não têm o direito de escolher um assessor sequer, porque já está tudo preenchido por indicação política.

Há um assunto tabu na Justiça que é a atuação de advogados que também são filhos ou parentes de ministros. Como a senhora observa essa prática?

Infelizmente, é uma realidade, que inclusive já denunciei no STJ. Mas a gente sabe que continua e não tem regra para coibir. É um problema muito sério. Eles vendem a imagem dos ministros. Dizem que têm trânsito na corte e exibem isso a seus clientes.E como resolver esse problema?Não há lei que resolva isso. É falta de caráter. Esses filhos de ministros tinham de ter estofo moral para saber disso. Normalmente, eles nem sequer fazem uma sustentação oral no tribunal. De modo geral, eles não botam procuração nos autos, não escrevem. Na hora do julgamento, aparecem para entregar memoriais que eles nem sequer escreveram. Quase sempre é só lobby.

Como corregedora, o que a senhora pretende fazer?

Nós, magistrados, temos tendência a ficar prepotentes e vaidosos. Isso faz com que o juiz se ache um super-homem decidindo a vida alheia. Nossa roupa tem renda, botão, cinturão, fivela, uma mangona, uma camisa por dentro com gola de ponta virada. Não pode. Essas togas, essas vestes talares, essa prática de entrar em fila indiana, tudo isso faz com que a gente fique cada vez mais inflado. Precisamos ter cuidado para ter práticas de humildade dentro do Judiciário. É preciso acabar com essa doença que é a “juizite”.

ESQUERDA x DIREITA (PARTE 13)

A era dos emergentes

Como vimos no último post, a fase de estagnação econômica dos anos 90 que atingiu principalmente os países emergentes se estendeu até 2002 com os efeitos do 11 de setembro. A partir de 2003, finalmente o cenário começa a mudar. Só para dar uma idéia, o PIB mundial, que de 1990 até 2002 tinha aumentando pouco mais de US$ 10 trilhões, apenas em 2003 deu um salto de mais de US$ de 4 trilhões, continuando a crescer numa proporção semelhante até 2008, quando o PIB mundial chegou a casa dos US$ 61, trilhões. Ou seja, em apenas seis anos (de 2003 a 2008), o PIB mundial cresceu o triplo que havia crescido em toda década de 90!

Mais interessante ainda é observar que tal crescimento foi mais concentrado entre os países emergentes e pobres, o que contraria todo o discurso dos partidos de esquerda que passaram toda a década de 90 alardeando os efeitos negativos do “neoliberalismo” e da globalização, como instrumento de dominação dos países ricos.

Vamos ver os gráficos da evolução dos PIBs de cada região econômica do planeta para entender o que aconteceu nos últimos anos.
Vamos começar pela América do Sul:


Sem dúvida, o detalhe que mais chama a atenção neste gráfico é o rápido crescimento entre os anos de 2003 e 2008, o que ressalta ainda mais o contraste com os difíceis anos que marcaram o final da década de 90 e início dos anos 2000.

Aliás, o gráfico é bem parecido com a trajetória brasileira, com um detalhe: o Brasil cresceu menos que a América Latina. Vejamos: enquanto a comemorada média de crescimento do governo Lula nos oito anos foi de 4%, a média da América Latina foi de 4,1%. Pior, quando comparado a média da América do Sul, o crescimento do PIB brasileiro é meio ponto percentual inferior na média.

Voltando ao gráfico, depois dos estagnados anos 80, a partir de 1994 vários países da América Latina conseguem controlar a inflação, o que traz uma sensível melhora nas taxas de crescimento. Com a série de crises iniciadas em 1997 entre os emergentes, a América do Sul têm um significativo retrocesso, chegando ao fundo do poço em 2002, para novamente entrar em uma fase de rápida expansão que prossegue até a crise de 2008.

Ou seja, em apenas seis anos (entre 2003 e 2008,) o PIB do continente foi multiplicado por duas vezes e meia.

Agora vejamos o gráfico do continente mais pobre:


Observe que ao contrário da América Latina, que sofreu bastante com as crises de 1997 a 2001, o continente africano permaneceu quase indiferente. No entanto, o crescimento africano, a partir de 2003, é bem parecido com o verificado entre os latino-americanos.

Só a título de curiosidade, foi na África, mais precisamente em Angola, que aconteceu o crescimento mais rápido da história. Em apenas um ano, em 2006, Angola cresceu absurdos 19,4%!

Agora observemos o gráfico do continente asiático:


Também fica claro o forte impacto da série de crises do final da década de 90 e início dos anos 2000. Apesar de revelar a forte aceleração do crescimento já verificado na África e na América Latina, entre 2003 e 2008, o gráfico do continente asiático reúne países muito heterogêneos, o que atenua a curva de crescimento dos últimos anos.

Vejamos então o gráfico do sul da Ásia, região que concentra os novos emergentes:


Mesmo sem contar o vertiginoso crescimento da economia chinesa, a curva de ascensão dos últimos anos do sul asiático é semelhante ao fantástico crescimento africano e latino-americano.

Agora vamos observar o gráfico da evolução do PIB dos países do leste europeu:


Os países pós-comunistas do leste europeu foram os que mais sofreram na década de 90. Aliás, a derrocada iniciou bem antes da queda do muro de Berlim. Após o recorde do PIB de US$ 1,2 trilhão em 1983, as economias do leste europeu iniciaram uma vertiginosa queda que demorou uma década e meia, reduzindo seus PIBs pela metade em 1999. Felizmente, a partir da década de 2000 tais países iniciam uma fantástica recuperação que multiplicou seus PIBs por cinco entre 2000 a 2008!

Agora vamos ver o que ocorreu com o mundo rico no mesmo período:


O que mais chama atenção neste gráfico é a quase indiferença das economias norte-americana e canadense às crises que atingiram os continentes mais pobres. Apesar do crescimento linear, o rápido crescimento verificado nos demais continentes a partir de 2003 não é tão perceptível. De 2003 a 2008 o PIB da América do Norte cresceu pouco mais de 30%. Sem dúvida, um bom crescimento, porém insignificante quando comparado aos 300% de crescimento dos países do leste europeu; 270% da África; 250% da América do Sul; dos quase 100% da Oceania; e até mesmo dos 60% da raquítica América Central.

Mas, e a Europa? Como se comportou o velho continente neste novo mundo? Vejamos:


Observe que a curva ascendente da economia da Europa ocidental é semelhante à da América do Norte, com a diferença que a Europa sentiu as crises dos anos 80 e do início dos anos 2000. Outra pequena diferença: o PIB da Europa Ocidental cresceu 50% entre 2003 e 2008, um resultado um pouco melhor que os 30% da América do Norte, mas igualmente insignificante quando comparado ao crescimento dos demais continentes. Se considerarmos, no entanto, que parte deste crescimento decorre da demanda reprimida nas crises do início da década, concluímos então que o crescimento da economia européia segue no mesmo ritmo do norte-americano: acomodado, com sinais cada vez mais evidentes de esgotamento do potencial de crescimento.

Pior que o desempenho norte-americano e europeu só mesmo da economia japonesa, que permaneceu estagnada desde meados dos anos 90.

Agora vejamos o gráfico da Oceania:


Mais uma vez, o que chama mais atenção é o rápido crescimento a partir de 2003, com um leve retrocesso no início dos anos 2000. A Oceania, portanto, aparece como uma exceção no mundo rico, pois cresceu num ritmo mais Aacelerado a partir de 2003, pegando carona no crescimento da China, já que a Austrália é uma das grandes exportadoras de minérios do mundo, assim como o Brasil.

Mas afinal, o que aconteceu a partir de 2003 que provocou o deslocamento do eixo do desenvolvimento econômico dos países ricos para os emergentes?

Este é o assunto do post da próxima semana, quando falaremos sobre a ascensão dos BRICs.
Até lá!

Amilton Aquino

CONTO SOBRE O FIM DA CRISE

Não nos animemos ainda. Não chegou o final da grande recessão. Por enquanto, as autoridades monetárias estão jogando apenas para minimizar os estragos recessivos em cascata, que se acumulam desde 2008.

A crise europeia é mais um capítulo da mesma novela. A grande recessão, de fato, merece o apelido que tem: seu curso de vida é muito longo, e seus desdobramentos mais agudos deverão se estender por mais três anos.

Ao final, teremos tido um largo ciclo recessivo, intermitente, de seis anos, influindo sobre todo o mandato da presidente Dilma. (Ela saberá lidar com isso?).

Mas os contornos finais da grande recessão começam a se esboçar, apesar de longínquos. Os primeiros sinais surgem no debate político americano e europeu.

Fala-se de criar mais e novos impostos. Ah bom! Disso entendemos, nós, brasileiros. Faz mais de uma década que nossa estabilização de dívidas públicas nos exigiu uma brutal escalada tributária. Acontecerá o mesmo na Europa e nos EUA. Não será logo, pois Obama, ou qualquer líder nacional na Europa, não têm a mínima condição de aprovar um aumento de carga agora.

Estamos na fase da descoberta do tamanho do buraco da dívida dos governos e de apontar quanto cada credor sofrerá, em perdas. Em seguida, virá a partilha da conta para os contribuintes americanos e europeus.

A discussão não será fácil, mas os políticos com ambição de subir na escada política já começaram a desvendar o problemaço para os eleitores, prometendo-lhes “a verdade, custe o que custar!”

Já sabemos aonde a conta final irá parar: no bolso dos contribuintes! No Brasil, com nossa carga tributária de burros de tropa, bem conhecemos como o governo nos fez o milagre de estabilizar a economia e produzir a atual conjuntura de sonho.

Colocou oito pontos percentuais de PIB a mais, com tributos de todos os tipos, no lombo dos contribuintes e comprou um chicote bem grande para bater em todos nós sem piedade. Fez isso de 1995 para cá, e a carga tributária brasileira pulou de 28% para 36% do PIB. Com a conta fiscal equacionada, o país começou a se recuperar. Não há milagres…

Essa é a fórmula que políticos do Partido Republicano começam a aventar no cenário americano. Lá, estimo que devam aumentar a carga tributária em seis pontos do PIB, saltando dos atuais 24% para 30%, além de emagrecer as despesas militares e assistenciais.

Um candidato, o governador Rick Perry, do Texas, fala no “flat tax”, ideia interessante de um imposto de renda absolutamente sem deduções ou outras malandragens, que todo mundo pagaria sem exceção.

Outro candidato, Herman Cain, empresário concorrendo, por fora, à eleição presidencial de 2012, propõe uma regra fiscal “9-9- 9″, também engenhosa, mas cujo último número nove representa um novo imposto federal de 9%, tipo Imposto sobre Valor Agregado (IVA) , em acúmulo ao atual Sales Tax cobrado pelos Estados.

Imaginem como o americano comum vai estrilar. As recentes passeatas são só um treino do que ainda está por acontecer. E é assim que acabará a crise. Quando os ricos forem embora com seus anéis a salvo e o povo, conformado com a conta que pagará, for embora para a casa… que também perdeu.

23 de outubro de 2011
Paulo Rabello de Castro
Fonte: Brasil Econômico, 21/10/2011

ARCO DO TRIUNFO, ARCO DO FRACASSO

Artigos - Governo do PT

Quem poderia imaginar, em 1992, que o chefe dos caras-pintadas, Lindberg Farias, passados 18 anos, eleito senador pelo PT, estaria trocando afagos com Fernando Collor, seu parceiro de fé na base do governo Dilma?

Na agitada vida estudantil dos anos 60, em Porto Alegre, primeiro naquela usina de lideranças que era o Colégio Júlio de Castilhos e, depois, na Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, nunca tive alinhamentos políticos automáticos. Ainda que me faltassem bases filosóficas, gostava de pensar por conta própria. Jamais aceitei ser liderado pelos antagonismos em confronto. Mas se tivesse que eleger um grupo para valorizar sob o ponto de vista cultural, sem dúvida essa turma seria a da esquerda.

Vocês não imaginam o quanto os caras eram sabichões. O que liam! Traziam sempre, embaixo do braço, livros da Editora Civilização Brasileira, da Paz e Terra e se reuniam em pequenos grupos para trocar ideias sobre temas cuja profundidade eu sequer arranhava. Aliás, todo estudo não acadêmico a que posteriormente me dediquei na área das ciências humanas teve como motivação a tentativa de alcançar um nivelamento intelectual com a esquerda do meu tempo de estudante. Eu precisava estar preparado para desarmar as bombas filosóficas que arquitetavam.

Há dois motivos para esta crônica das minhas primeiras ignorâncias. Hoje tenho ignorâncias novas, maiores e muito melhores. Um é sublinhar o fato de que a esquerda brasileira daquele período, embora equivocada nos seus pontos de partida, nos meios e nos fins (isso eu intuía com correção), tinha gabarito intelectual e tinha ideais. Os esquerdistas que conheci não eram aproveitadores nem negocistas. Muitos estão por aí e são pessoas respeitáveis. A história evidenciou, posteriormente, que seus mitos e referências internacionais foram uns pervertidos e que o seu marxismo é uma usina de equívocos, mas suponho que eles não tivessem como discerni-lo nos emaranhados dos esquemas de formação, informação e desinformação em que se moviam durante a juventude.

O segundo motivo deste relato é mostrar o quanto a esquerda brasileira afundou sob o ponto de vista intelectual e moral. Frei Betto, cuja vida e obra se caracteriza por primeiro fazer os estragos e, depois, observar os danos de longe, poeticamente, escreveu assim em artigo de setembro de 2007, ao desembarcar do governo Lula: "A sofreguidão esvaziou projetos, a gula cobiçosa devorou quimeras. O pragmatismo acelerou a epifania dos avatares do poder. Pois é. Não fosse intelectual o frei poderia dizer simplesmente que deu m... Voltando à pauta. Quem poderia imaginar a esquerda brasileira em prontidão para defender pessoas como Fidel Castro, seus métodos e seus sicários; abraçando caudilhos e brutamontes como Hugo Chávez; reverenciado primatas como Evo Morales; dando vivas a Saddam e cortejando Ahmadinejad; adotando Lula como seu estadista de referência; assumindo, como suas, causas que solapam os valores universais; proferindo juras de amor aos maiores vilões da política brasileira e fornecendo tantos e tantos prontuários e fotos aos arquivos da polícia e do ministério público? Quem poderia? Quem poderia imaginar, em 1992, que o chefe dos caras-pintadas, Lindberg Farias, passados 18 anos, eleito senador pelo PT, estaria trocando afagos com Fernando Collor, seu parceiro de fé na base do governo Dilma?

Quando eu me lembro daqueles terríveis anos 60 e 70, marcados por severíssimos conflitos ideológicos e do quanto lhes sobreveio em violência e sofrimento, não posso deixar de pensar que essa mesma decadência é a marca registrada de todas as hegemonias políticas. A esquerda brasileira leu Gramsci. Aprendeu dele as técnicas de construção da hegemonia. Construiu-a. Mas com ela perdeu o que de melhor dispunha. Seu arco do triunfo é, também, o seu arco do fracasso. É o que, há alguns anos, se lê, com os olhos da vida vivida, logo abaixo das manchetes de todos os jornais, ainda que eles não digam isso.

Percival Puggina, 09 Julho 2011

A DESTRUIÇÃO DO IDIOMA E SEUS PROPÓSITOS (NÃO TÃO) OCULTOS

Artigos - Movimento Revolucionário

O objetivo da Novilíngua não é apenas oferecer um meio de expressão para a cosmovisão e para os hábitos mentais dos devotos do IngSoc, mas também impossibilitar outras formas de pensamento. Tão logo for adotada definitivamente e a Anticlíngua esquecida, qualquer pensamento herético será literalmente impossível, até o limite em que o pensamento depende das palavras. Quando esta for substituída de uma vez por todas, o último vínculo com o passado será eliminado.
George Orwell, 1984

O mais importante sucesso de uma revolução ocorrerá quando uma nova filosofia de vida for ensinada para todos e, se necessário, mais tarde forçada sobre eles. (...) A principal tarefa da propaganda é ganhar o povo para a nova organização. A segunda é a ruptura do estado de coisas existente permeando-o com a nova doutrina.
Adolf Hitler, Mein Kampf

No último artigo para o Jornal Inconfidência iniciei uma nova série denominada A Quarta Fronteira e abordei primeiramente a fronteira lingüística, continuada aqui. Existem vários caminhos para a destruição revolucionária de um idioma com o objetivo de romper o estado de coisas existente.

A substituição da norma culta por um linguajar popular, sem "preconceitos", como demonstrei naquele artigo, a diabólica imposição forçada do politicamente correto e, derivada desta, a censura a autores renomados da literatura nacional, como se está fazendo com Monteiro Lobato, alegadamente racista - como pelo mesmo motivo as novas edições de Huckleberry Finn, de Mark Twain retiraram as palavras nigger e injun (consideradas hoje ofensivas aos negros a aos índios), que na época nada tinham de racista, por slave. Como observa Jamelle Bouie, no The Atlantic, apagando nigger do Huckleberry Finn "não muda nada. Não cria esclarecimento racial nem nos livra do legado da escravidão e da discriminação racial. Tudo o que consegue é criar nos americanos a aversão à história e à reflexão histórica".

O mesmo certamente acontecerá com a censura às passagens carinhosas escritas por Lobato em relação à Tia Anastácia - 'a melhor quituteira do mundo' - que vendo a onça chegar perto, "tal como um macaco trepou rapidamente numa árvore para se salvar". Segundo o politicamente correto isto é inaceitável porque compararia todos os negros com macacos, e não que a palavra macaco possa ter sido empregada para expressar a agilidade de subir agilmente em árvores!

O Professor Evanildo Bechara[1] aborda corretamente a estreita ligação dos "preconceitos lingüísticos" e a imposição do "politicamente correto" e acrescenta: "Esta questão do 'preconceito lingüístico' foi algo que os sociolinguistas trouxeram à discussão para estabelecer na sociedade quem manda mais e quem pode menos. No entanto este preconceito não tem mão única. Ele surge tanto da pessoa que fala a norma culta em relação à norma popular, como daquele que fala a norma popular em relação à norma culta. Porque o preconceito resulta da diferença e esta não é só do mais para o menos, mas também do menos para o mais". E relaciona diretamente com o politicamente correto: "hoje não se pode dizer o preto ou o negro. Porém o negro diz do branco: 'o branco azedo'".

Pode-se notar claramente que apenas uma das mãos é interditada, a outra não, não só é aceita como até mesmo estimulada. É exatamente aí que os críticos do politicamente correto se enganam: a aparente eliminação dos "preconceitos", sejam raciais, sejam de linguagem, não passa de uma mensagem sedutora para encobrir o desígnio revolucionário de criar uma Novilíngua para destruir a cultura, como alto conceito de saber, cujo aprendizado só pode ser adquirido com grande esforço, suor e lágrimas.

William Lind se refere ao politicamente correto como "AIDS intelectual" [2]:

"Tudo que ela toca adoece e finalmente morre". Os politicamente corretos não querem que ninguém saiba uma verdade: "Politicamente correto não é nada mais do que marxismo traduzido do econômico para o cultural. (...) Enquanto o marxismo clássico prega que a história é determinada pela propriedade dos meios de produção, o cultural diz que a história é explicável pela identificação de quais grupos - definidos por sexo, raça, normalidade ou anormalidade sexual - têm poder sobre os outros grupos".

O marxismo cultural, imperante na deseducação desde 1994 com a gestão de Paulo Renato Souza no Ministério da Educação[3], considera que a revolução deve "expropriar" os homens brancos, heterossexuais e cultos deste poder, concedendo-o às "minorias" - homossexuais, feministas, negros, índios, quilombolas. Mulheres não feministas ou negros e índios que não aceitam esta ideologia são rejeitados como submissões aberrantes.

No que toca ao assunto que estou abordando o mesmo se dá com relação à cultura: os que aprenderam e usam a norma culta são os poderosos, e devem ser expropriados deste poder elevando a linguagem popular, errada ou inculta, ao mesmo nível. Rejeitam-se os que querem aprender a falar corretamente como submissos ao "poder cultural". Bechara (loc. cit.) mostra que até a expressão "língua culta" sofreu este processo de depuração politicamente correta, na medida em que é considerada pejorativa, e por isto usa-se hoje em dia "língua padrão". Mas, embora diga que concorda com isto, em toda a entrevista só usa o tradicional "culta", o que não poderia deixar de ser em se tratando de um dos maiores gramáticos brasileiros.

Gramsci, a cultura e a linguagem

A "filosofia" de Gramsci resolve-se assim num ceticismo teorético que completa a negação da inteligência pela sua submissão integral a um apelo de ação prática, [4] ação que, realizada, resultará em varrer a inteligência da face da Terra, por supressão das condições que possibilitam o seu exercício: a autonomia da inteligência individual e a fé na busca da verdade.
Olavo de Carvalho, A Nova Era e a Revolução Cultural

A concepção gramscista da linguagem é centrada sobre a comunicação, o seu "ser social". A linguagem é, sobretudo o elemento onde se estratificam e se exprimem as distinções sociais, as desigualdades culturais fossilizadas. A linguagem contém filosofia e, inversamente "para criar uma ordem intelectual é necessária uma linguagem comum. "A materialidade das ideologias próprias à gnosiologia da política não se reduz exclusivamente à materialidade do conteúdo e das instituições. "A materialidade específica na qual se produz a ideologia é a linguagem, e de modo geral o significado" [5].

Gramsci estudou o que chamava de "duas Culturas": a erudita e a popular: do folclore à novela, passando pelo romance popular, a cultura popular, é vista como cultura subalterna, essencialmente assistemática e não elaborada, que implica num novo objeto para a determinação do conceito de cultura: uma história das classes subalternas. Seu estudo corresponde a uma corrente da atual pesquisa histórica, a história das mentalidades.

A reforma intelectual e moral da sociedade visa elevar as classes subalternas da condição de 'classe corporativa' (interesse meramente econômico) à 'classe nacional', com consciência de classe e protagonismo, adequando a cultura popular à função prática de realizar a transição para o socialismo, exercer a hegemonia e o consenso, capacitando-a ao exercício do poder[6]. Para isto são necessários dois fatores principais: a ampliação do conceito de intelectual e a criação de uma escola para os intelectuais orgânicos, conscientes de sua posição classista que comandarão o processo a se dar de forma totalmente inconsciente nas massas por via emocional e evitando o uso da razão.

A ampliação do conceito de intelectual inclui a totalidade dos indivíduos com qualquer nível de instrução, que possam atuar na propaganda ideológica: atores e atrizes do show business ou jogadores de qualquer esporte, publicitários, funcionários públicos, sambistas, roqueiros, letristas, etc. Pessoas que dificilmente sabem articular um pensamento completo, contrariando o conceito clássico de intelectual. São os intelectuais orgânicos[7]. Mas para Gramsci, 'todo mundo é um filósofo', pois na linguagem está contida uma específica concepção de mundo. Assim, a lingüística, o estudo da linguagem, está diretamente relacionado aos estudos de política, cultura, filosofia e 'senso comum'[8].

Os intelectuais orgânicos devem se organizar e homogeneizar sua classe com vistas à hegemonia, uma casta consciente preparada para a produção de atividades propagandísticas travestidas de intelectuais. Esta casta forma uma verdadeira escola para atuar como agentes transformadores da consciência e a paulatina modificação do senso comum: são os 'formadores de opinião', conscientes de sua atuação.

Nestes pontos Gramsci também está de acordo com Hitler:"Quando um movimento objetiva pôr abaixo um mundo e construir outro no seu lugar, deve manter a total clareza nos altos escalões de suas lideranças" [9]. Hitler também recomendava, a par de jamais encarar o individuo como pessoa, mas sempre como membro de um grupo social, "peneirar o material humano em dois grandes grupos: apoiadores e membros. Um apoiador é aquele que se declara em acordo com os objetivos, um membro é aquele que luta por eles, e corresponde à minoria" (id.). Alguma diferença entre as massas de idiotas úteis e os intelectuais orgânicos?

Deve-se lembrar que durante os governos militares, quando a palavra comunista era proscrita e podia dar cadeia, os comunistas rapidamente encontraram uma palavra substituta: intelectuais Estes se reuniam abertamente em locais como o Teatro Casa Grande, no Rio de Janeiro, sem despertar suspeitas e sem correrem riscos, pois seria um absurdo prender intelectuais que "apenas estavam discutindo assuntos de sua exclusiva competência" [10]. Na verdade eram os intelectuais orgânicos - a intelectualidade ampliada - que cumpriam duas tarefas: primeiramente estas reuniões eram usadas para tornar públicas as decisões tomadas à sombra pelos comitês centrais das diversas organizações revolucionárias em segundo lugar, como recomendava Gramsci, tentavam assimilar e conquistar ideologicamente os intelectuais tradicionais e isolar os recalcitrantes expelido-os de seus lugares, títulos, cargos e tudo o mais, assumindo assim a hegemonia. Restou a estes a convicção do reconhecimento da sua dignidade, o que é muito mais dos que os primeiros podem ostentar com todas as comendas e currículos acadêmicos.

Depois da "redemocratização" e, principalmente, desde 1994 com a ascensão ao poder desta corja, chegou-se à situação atual de termos hoje uma imprensa canalha totalmente dominada[11] e uma academia de formar burros e idiotas. A educação básica não poderia ser diferente do que é.

Os intelectuais e o Estado

Há um erro fundamental na crítica às mudanças gramaticais, kit gay e a doutrinação política nas escolas: atribuir a culpa ao Estado tucano ou petista. Na verdade, o desenvolvimento por mais de 30 anos do exposto acima já atingiu uma das principais metas gramscista: a modificação do senso comum, levando a doutrinação das classes intelectuais e subalternas a uma existência autônoma com relação ao Estado e à política. Pode-se pensar, e muitos assim raciocinam, que basta eleger outros governantes de corte conservador para conseguir mudar esta situação da educação brasileira. Certamente isto pode, é e será explorado por aspirantes a cargos públicos que se apresentem como conservadores, liberais ou genericamente 'de direita'. Nada mais falso! A modificação do senso comum no Brasil já atingiu o nível no qual seu desenvolvimento, ampliação e aprofundamento adquiriram por assim dizer vida própria e não dependem mais do Estado.

"para as classes produtivas (burguesia e proletariado) o Estado só é concebível como forma concreta de um mundo econômico determinado (...). No Entanto (...) a classe portadora das novas idéias é a classe dos intelectuais, e a concepção de Estado muda de aspecto. O Estado é concebido como uma coisa em si, como um absoluto racional. Podemos dizer o seguinte: o Estado sendo o quadro concreto de um mundo produtivo dado, e os intelectuais o meio social que melhor se identifica ao pessoal governamental, a transformação do Estado em absoluto é a função própria dos intelectuais. Assim, sua função histórica vê-se concebida como absoluto e sua existência como que racionalizada (...) Cada vez que os intelectuais parecem dirigir, a concepção do Estado enquanto Absoluto reaparece, com todo o cortejo reacionário que a acompanha inevitavelmente" [12].

A força do Estado nada mais pode fazer para impedir que as ações revolucionárias sigam seu curso, pois estas possuem uma força inercial de tal grandeza que somente uma fortíssima repressão, frente à qual a contra-revolução de 1964 ou mesmo a de 1973 no Chile, pareceriam um acidente num passeio na Disney. O poder a ser enfrentado não está mais na ponta de um fuzil ou em atentados terroristas, mas já ultrapassou a Quarta Fronteira, a fronteira mental da quase totalidade da população de tal forma que não basta enfrentar um establishment identificável; o establishment é a força das idéias hegemônicas do que Gramsci recomendava: o 'Estado ampliado', a sociedade civil orgânica por ele idealizada.

Ao examinar a situação escolar brasileira há um imenso risco em adotar uma visão antitética das relações entre Estado e sociedade civil na atual cultura política brasileira, pois a sociedade civil já é capaz de se autoproduzir e reproduzir independentemente da luta política institucionalizada, como observa Magrone[13] :

Não se trata apenas de um esgotamento das energias utópicas, mas algo mais fundo que se assemelharia à aceitação universal da idéia panglossiana de que vivemos hoje no melhor dos mundos possíveis. A indiferença parece ser hoje o subtexto de quase todos os movimentos da vida pública, gerando uma apatia cidadã que começa a preocupar até mesmo os espíritos menos sensíveis aos efeitos da omissão coletiva na esfera política. Idéias e valores tradicionais perderam o seu poder de configuração. Cada vez mais, a competição agonística dos interesses particulares tem como conseqüência um expressivo estreitamento dos futuros possíveis, a ponto de reduzir qualquer ação social aos limites do lucro próximo.

Cada vez mais me convenço de que Olavo de Carvalho está certíssimo ao dizer que o brasileiro é o povo mais dinherista do mundo: aos pobres, Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida e outras benesses, principalmente cerveja e cachaça baratas. À classe média, controle da inflação, dólar barato, crédito fácil para casas, carros importados, bebidas de qualidade, freqüentes viagens ao exterior. Aos ricos, empresários, banqueiros e principalmente empreiteiros, créditos do BNDES a perder de vista, obras governamentais que facilmente são superfaturadas e, com a expansão do Foro de São Paulo uma penca de governos cúmplices e tão corruptos quanto o nosso para expandir negócios muitas vezes escusos. Usufruindo deste mundo panglossiano, cultura para quê? Perder tempo com estudo de gramática quando nem mais cheques precisamos preencher, bastam o meios eletrônicos de pagamento nos quais é só digitar uma senha?

Se Magrone (op.cit.) acerta numa parte do diagnóstico, erra no principal ao dizer:

Está-se, portanto, diante de uma crise do modo mesmo pelo qual até hoje vivemos e representamos o mundo. Em tal contexto, as idéias de Gramsci parecem não encontrar um terreno propício ao seu desenvolvimento, a despeito do fato de ele ser considerado por muitos intelectuais como o "teórico da crise". Além disso, a recepção dos Cadernos do cárcere no seio da intelligentsia educacional brasileira é ainda um problema em aberto.

Magrone parece não perceber que não há necessidade de ler os Cadernos, pois no Brasil já estamos vivendo em pleno mundo gramscista!

Heitor De Paola, 06 Junho 2011

Notas:

[1] Entrevista a Alessandra Moura Bizoni, na Folha Dirigida, 31-5 a 6-6/2011

[2] Political Correcteness's Marxist Roots Unearthed

[3] Equivocam-se os que pensam que as mudanças revolucionárias na educação brasileira correspondem a um projeto originalmente petista. É demasiado elaborada para a maioria tosca que impera no PT, com raras exceções como Marco Aurélio Garcia. O dedo dos intelectuais tucanos deixou nítidas impressões digitais.

[4] Gramsci era pessimista em relação à razão e otimista em relação à vontade e ação, tal como Hitler. Não é por outra razão que em maior louvação ao Führer e seus sequazes, o filme de Leni Riefensthal chama-se O Triunfo da Vontade.

[5] Gramsci e o Estado, Christine Buci-Glucksman, Ed. Paz e Terra, 1980

[6] Sérgio A. A. Coutinho, A Revolução Gramscista no Ocidente, Ed. Ombro a Ombro

[7] Ver Antonio Gramsci, Os Intelectuais e a Organização da Cultura, Civilização Brasileira. Ver também o capítulo III do meu O Eixo do Mal Latino-Americano e a Nova Ordem Mundial, É Realizações

[8] Peter Ives, Language, agency and hegemony: a Gramscian response to Post-Marxism, in Critical Review of International Social and Political Philosophy, vol 8, n 4, 455-468, Dezembro de 2005.

[9] Mein Kampf. Ver também Karl Mannheim, Diagnóstico de Nosso Tempo

[10] Um amigo que entende de Gramsci protestou quando eu contestei as versões de que Vladimir Herzog, por não ser guerrilheiro nem terrorista, não deveria ter sido preso. Ao contrário, se os militares deixassem os terroristas e guerrilheiros de lado e prendessem os cabeças gramscistas e frankfurtianos, essencialmente mandantes covardes como Herzog, Chico Buarque et caterva, não estaríamos hoje na situação em que estamos. Se tivessem aprendido com Gramsci, tivessem cortado as cabeças pensantes e não os executores, a contra-revolução de 64 teria tido muito mais êxito. Mas os militares só sabem enfrentar forças militares opostas. Prender todos os participantes das reuniões no Teatro Casa Grande e seus similares em outras paragens seria muito mais proveitoso do que enfrentar a guerrilha do Araguaia.

[11] Na Alemanha, Hitler e Goebbels liquidaram de forma inicialmente anestésica com a imprensa liberal. Ver Modris Eksteins, The Limits of Reason: the German Democratic Press and the Collapse of Weimar Republic, Oxford Historical Monographs

[12] Caderno I, Crítica ao livro de Caica: Origini del Programma nazionale.

[13] Gramsci e a Educação: a renovação de uma agenda esquecida, in Cad. Cedes, Campinas, vol. 26, n. 70, p. 353-372, set./dez. 2006

A MENTALIDADE DA SERVIDÃO



Artigos - Movimento Revolucionário

Caminharemos para a servidão, como dizia Tocqueville “até que cada nação seja reduzida a nada além de um rebanho de animais tímidos e trabalhadores, cujo pastor é o governo”?

Um colóquio me fez refletir a respeito dos estereótipos mais comuns de várias opiniões deste país. Uma amiga minha muito inteligente, e, como ninguém é perfeito, crédula nos princípios socialistas, ficou particularmente furiosa com minha provocação.
Eu fiz a seguinte pergunta:
“Sabe qual a diferença entre um coronel nordestino e Fidel Castro?” Resposta: “Fidel Castro tem muito mais poder!” Pronto! Minha doce a sábia criatura me fuzilou com aquele olhar inquisidor digno dos expurgos soviéticos. O curioso foi a justificativa de minha amiga, como, aliás, sempre ouço dos meus amigos socialistas, que é o cânone da mania cubana: o governo cubano “dá” educação, alimentação, saúde, segurança, entre outras maravilhas do Éden caribenho. E ela finalizou, entre o sereno e patético, tal como uma filha que fala de um pai: “Fidel sabe o que faz!”. Se os intelectuais do século XVIII inventaram o mito do “bom selvagem”, o século vinte inventou o mito do “bom ditador”.

Essa última argumentação saída de sua boca lembrou-me um trecho de uma das obras de Alexis de Tocqueville, A Democracia na América. Eis o que para mim tornou-se profético:

“Após ter agarrado cada membro da comunidade e tê-los moldado conforme a sua vontade, o poder supremo estende seus braços por sobre toda comunidade. Ele cobre a superfície da sociedade com uma teia de normas complicadas, diminutas e uniformes, através das quais as mentes mais brilhantes e as personalidades mais fortes não podem penetrar, para sobressaírem no meio da multidão. A vontade do homem não é destruída, mas amolecida, dobrada e guiada; os homens raramente são forçados a agir, mas constantemente impedidos de atuar; tal poder não destrói, mas previne a existência; ela não tiraniza, mas comprime, enerva, ofusca e estupefaz um povo, até que cada nação seja reduzida a nada além de um rebanho de animais tímidos e trabalhadores, cujo pastor é o governo”.

Quando vejo pessoas afirmarem tais questões a respeito da ditadura cubana, ou de qualquer outro regime despótico, nada me impressiona tanto como a falta de autoestima daqueles que não valorizam algo tão sagrado como a liberdade. Como bem previra este grande visionário francês do século XIX, as pessoas são capazes de abdicar da liberdade por pequenas coisas. Se um reles ditador como Fidel Castro não passa de um velho coronel nordestino todo poderoso, seus admiradores não passam de reles camponeses e capangas, obedientes a um pai onipresente, ainda que com a pretensa pecha de “intelectuais”.

Não vou longe. Uma coisa que ninguém se pergunta, quando repete a cantilena da “educação”, “saúde”. “segurança”, é o preço que um governo tirano cobra para oferecer o que não passa de farelos. Quase todos os regimes autoritários e totalitários do século XX, dos nazistas, fascistas aos comunistas, utilizaram-se dos chamados “direitos sociais” para reduzirem a população em uma nova casta de servos do governo. Em outras palavras, o Estado “dá” educação, mas ele decide o que o cidadão pensa. Ele “dá” saúde, como se fosse um deus que tivesse o poder de vida e morte sobre as pessoas. Ele “dá” alimentação, embora escolha o que o cidadão come. Ele “dá” segurança, apesar de ser o fator motriz da insegurança, visto que é um poder arbitrário e onipotente. De fato, o poder monopoliza tudo, inclusive o direito de violência. O que sobra de uma sociedade como esta nada mais é do que um rebanho de ovelhas tímidas e adestradas. Ela tem os elementos mais odiosos de um antigo autoritarismo, mesclados como novos métodos de poder, controle e coerção.

O pior, todavia, é que tais ideais não são partilhados por pessoas tolas, e sim, por gente esclarecida, pretensamente culta e letrada. Talvez seja o sonho dessa turma alienada, avoada, ou mesmo inconseqüente, a falsa crença da segurança, numa suposta idéia de proteção onipresente de um ente superior. Parte-se de uma idéia ingênua da mitificação do poder, de uma autoridade moral paternal do Estado. Mais ingênuo ainda é afirmar que o Estado “dá” alguma coisa, mal sabendo que quando o Estado administra é justamente os bens alheios, que muitas vezes não lhe dizem respeito.

Malgrado essa gritante tolice, é mais tolo ouvir de certas pessoas que o Estado oferece serviços “gratuitos”. Realmente, até parece que os “virtuosos” funcionários públicos trabalham de graça, por algum dever cívico. Claro, não ocorre nas cabeças desses mentecaptos estatólatras, algo como servidores fazerem greves, abandonarem a população ao “Deus dará”, criarem gastos supérfluos e privilégios obtusos e sufocantes com o dinheiro dos outros. Além das panelinhas e castas de eleitos pelo poder público, por regalias que um trabalhador privado nem sonha ter, porém, que paga pelos outros através dos impostos. Ademais, para certas pessoas, o Estado não vive do que a sociedade trabalha, é um fim em si mesmo, auto-gerador. E o mais cômico: ainda escuto essa história de “gratuidade” na boca de muitos economistas!

O mais terrível dentro desta mentalidade servil é que tal pensamento não rouba somente o direito de escolha, em qualquer âmbito da vida social. Simplesmente rouba a alma das pessoas e a capacidade de terem vontade própria. Cada pessoa é reflexo de um grupo, de um rebanho domesticado, cada sujeito não age por si mesmo, e sim segue pelo instinto da massa, tal qual maria-vai-com-as-outras, sob a égide de um obtuso poder centralizado. A espiritualidade livre, independente, é substituída pela cultura do unanimismo, da uniformidade dos espíritos, pela esterilidade do discurso repetido do chavão.

De fato, este país está sofrendo uma crise letárgica de espiritualidade servil, uma anti-espiritualidade, uma anti-pessoa. Malgrado os horrores do século XX, a tentação totalitária ainda domina certos espíritos.

Caminharemos para a servidão, como dizia Tocqueville “até que cada nação seja reduzida a nada além de um rebanho de animais tímidos e trabalhadores, cujo pastor é o governo”?. Se as almas destes homens “cultos” desta nação são capazes de abdicar da liberdade pelo mito da proteção de um governo déspota, tudo leva a crer que sim. Que o digam os amantes da ilusória segurança dos “direitos sociais” da vida, do Pai Terrível Estado, acima dos direitos individuais sagrados da liberdade. Abdicam da liberdade pela segurança, porque antes que eles convençam a sociedade a renunciar a liberdade, eles mesmos já a renunciaram.

Como diria um outro pai, não um pai terrível, porém, o grande pai da pátria norte-americana, o estadista Benjamim Franklin: “Aqueles que se dispõem a renunciar a liberdade essencial em troca de uma pequena segurança temporária não merecem liberdade nem segurança”.

Leonardo Bruno, 22 Outubro 2011

COMPLACÊNCIA E INCOMPETÊNCIA NO AFFAIRE 'ESPORTEDUTO'

O leitor pode escolher entre as diversas alegações do governo para entender o recuo da presidente Dilma Rousseff na demissão do ministro dos Esportes, Orlando Silva – desde a alegada falta de provas de seu envolvimento direto nos desvios de verbas públicas até a perseguição pela mídia, passando pela desqualificação do seu denunciante.

Ou ainda pelo papel histórico do PC do B na luta pela redemocratização do País. Ou pela interferência da Fifa na soberania (sic) brasileira ao tratar Orlando Silva como ex-ministro. Ou por todas elas.

Mas a causa é uma só: a ameaça do partido do ministro em agonia de sair da base aliada para declarar guerra ao PT agravando as denúncias contra o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, origem do esquema de corrupção no Ministério dos Esportes, ao qual Orlando deu curso.

A presidente sai desgastada do episódio, não só pelo recuo, mas também pela interferência direta do ex-presidente Lula no caso, impondo seu método do "couro duro" para que o ministro resistisse no cargo. Além do poder de tutela exibido sobre a afilhada política, Lula levou o governo a uma inflexão no critério de intolerância com "malfeitos" que fora aplicado aos ministros dos Transportes, da Agricultura e do Turismo.

O que ocorre no Ministério dos Esportes em nada difere do que ocorreu anteriormente nos já citados e que sofreram intervenção do Planalto. Ou seja, o PC do B fez exatamente o mesmo que o PR em relação ao qual pretende ser distinguido virtuosamente: apropriou-se das verbas ministeriais em benefício próprio, via ONGs inidôneas, fazendo-as chegar até mesmo à esposa do ministro.

DF é calcanhar de Aquiles

O governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), reproduziu na campanha eleitoral o mesmo arco de alianças que seu antecessor, deposto e preso, José Roberto Arruda (à época no DEM). Este costumava dizer que ganhara a eleição "por dentro", ou seja, na base de acordos com seu antecessor Joaquim Roriz (PSC). A tentativa de romper com Roriz lhe custou o cargo e a honra, pois seus passos estavam documentados pelo homem de Roriz em seu governo, o delegado Durval Barbosa, por meio do qual Agnelo viu em primeira mão os vídeos do mensalão do DEM e calou-se até hoje. O governo de Agnelo segue sob o mesmo arco de alianças dos anteriores, refém da corporação policial de Brasília, do qual o soldado João Dias Ferreira é a personagem visível. Ele está na crise de Orlando e na de Agnelo. Por isso, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, pede a apuração conjunta dos casos – na verdade, um só. É o que o PT teme e de que se vale o PC do B para sustentar Orlando Silva no cargo. Sua saída, porém, continua só uma questão de tempo.

Sem transparência

Há um estoque de 40 mil prestações de contas sem análise nos órgãos competentes. Cerca de 2 mil são de organizações não governamentais (ONGs), segundo cálculo do economista Gil Castelo Branco, do site Contas Abertas. A fiscalização sobre o trabalho de mais de 300 mil entidades é precaríssimo, o que contribui para a proliferação de ONGs de fachada. Segundo Gil, parte da solução seria o acesso geral ao Siconv – Sistema de Gestão de Convênios -, dificultado ao máximo pelo governo. É nessa onda de proteção que partidos e políticos têm surfado e produzido escândalos em série.

João Bosco Rabello, O Estado de S.Paulo

LULA, DILMA E ORLANDO SILVA: O QUE ELES TÊM EM COMUM?

O que o ex-presidente Lula, a presidente Dilma e o ministro dos esportes, Orlando Silva, têm em comum? As justificativas fajutas. Lula baixou atos normativos que proporcionaram fontes bilionárias de recursos ao MENSALÃO. Ele se justificou alegando que “não sabia de nada”, e ficou por isso mesmo.

Quando Dilma Roussef era ministra, foi publicado no site oficial da Casa Civil o seu curriculum, constando que ela era mestre em teoria econômica e doutoranda em economia monetária e financeira pela Unicamp. Negada tal informação pela Universidade, a nossa “presidenta” justificou-se alegando que teria havido “mal entendido” e ordenou que fosse "corrigido" o seu curriculum.

Dilma também negou que tenha providenciado a confecção do dossiê contra FHC, assim como negou que tenha tentado intervir na apuração sobre o filho do senador Sarney, fazendo solicitação à ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira. Lina afirmou que teve encontro com Dilma para tal fim, citando o dia e a hora. Curioso é que as imagens da câmera de vigilância que poderiam confirmar ou negar o encontro, simplesmente desapareceram, e ficou por isso mesmo.
O ministro dos esportes, Orlando Silva, já pagou estada de hotel para esposa, babá e filha, assim como apreciou tapioquinhas, utilizando o cartão corporativo. Questionado, alegou que se confundiu, por isso utilizou o dinheiro público para quitar despesas particulares.

Agora, acusado de receber dinheiro de propina, primeiro ele disse que estava no México e continuaria cumprindo a agenda. Porém, logo em seguida, “mudou de ideia” e veio ao Brasil. Aqui, ele tenta desqualificar o acusador, alegando desconhecê-lo, apesar de ambos serem do mesmo partido – o PC do B - e ter liberado vultosos recursos para a ONG presidida pelo denunciante. Diz que somente liberou os recursos porque atendeu ao pedido de Aguinelo Queiroz, atual governador do DF, o que é negado por este.

O ministro “corporativo” tenta demonstrar não ter culpa no cartório, requerendo à PF que investigue o caso. Ora, se ele é apontado como receptor de propina, para que haja investigação, é necessário que o próprio se dirija ao Supremo Tribunal Federal, onde tem foro privilegiado, e peça para que seja instaurado inquérito policial, abrindo mão, de pronto, já que diz ter interesse na apuração, do seu sigilo fiscal, bancário e telefônico. Isso é o mínimo que se precisa para fazer uma investigação idônea, pois não adianta alardear, dizendo que requereu apuração, se ele permanece blindado pela prerrogativa de foro.

Verifica-se pela sequência de fatos, com a queda de vários ministros, que algo no Brasil anda muito errado. Antigamente, por bem menos, se via grande quantidade de pessoas nas ruas bradando: “Fora Sarney”, “Fora Collor”, “Fora FHC”. Hoje não se vê nada disso. Poucos que se aventuram a fazer algum “protesto”, o fazem com tanta discrição que mais parece estarem participando de um velório. Se não fosse uma parcela da imprensa. Repito. Uma parcela da imprensa, pois grande parte da mídia não vê nada, ninguém ouvia falar em corrupção, apesar de o país estar atolado nessa bandidagem, que se alastrou em todas as esferas governamentais após o episódio do mensalão.

Seria a fartura de recursos destinados à publicidade, ONGs, UNE, MST, Associação de Moradores, Associação de Pescadores, Associação de qualquer coisa, que tem garantido à corrupção o silêncio que não se via outrora? Curioso é que faltam recursos para a Saúde (médicos ganham uma mixaria, faltam equipamentos hospitalares etc.); faltam recursos para a Educação (salário de professor é uma miséria. No Rio Grande do Sul o Governo se recusa a pagar o piso salarial da categoria que é uma bagatela); faltam recursos para a Segurança (salário de policial dá dó), mas não faltam recursos para ONGs e outras entidades similares.

Até quando o Brasil aceitará justificativas fajutas?

Manoel Pastana

UMA VISÃO ALTERNATIVA DA HISTÓRIA

Um revolucionário novo entendimento da história da terra começou a emergir nas décadas que fecharam o século XX. Esta nova visão ensejou a percepção de que a Terra é parte intrínseca do ambiente cósmico e que os eventos e condições além dos limites do domínio terrestre têm desempenhado um papel decisivo na determinação do progresso da vida na Terra.

Mas ela também carrega implicações de longo alcance para o futuro do homem e da civilização desse planeta, no que é agora percebido pelo menos nas interações terrivelmente catastróficas entre a Terra e o Cosmos. Não há exagero em absoluto em empregar o termo “catastrófico” para descrever alterações extremas no equilíbrio ecológico e ambiental da Terra as quais têm repetidamente ocorrido no ciclo de vida do nosso planeta.

A realidade das catástrofes ambientais radicais têm sido cientificamente documentada além de qualquer erro. Entretanto, as implicações dessa nova visão dos trabalhos da natureza têm até agora conseguido escapar da atenção da vasta maioria da humanidade, incluindo aqueles cientistas, profissionais e policy makers que deveriam prestar atenção aos poderosos avisos claramente conduzidos por uma massa crescente de novos dados e evidências.

Em conjunto com este emergente entendimento da catastrófica história da Terra, está a percepção de que a história humana na Terra, sua cultura e civilização, é muito mais velha e mais rica, e muito mais profunda do que a história reconhecida pelos eruditos e cientistas do mainstream até somente uma geração atrás. O

Homem Antigo, agora parece, foi mais sofisticado cultural e cientificamente do que o estereótipo do Paleolítico primitivo até recentemente percebido pela ortodoxia antropológica. Aliada com este reconhecimento das conquistas antigas está a crescente apreciação da extrema antiguidade do moderno Homo sapiens na Terra.

Enquanto a visão prevalecente do passado sustenta que a História começou no Oriente Médio há 5.000 anos, deve-se ter em mente que humanos modernos parecem ter ocupado este planeta pelo menos há 150.000 anos. Está se tornando crescentemente provável que a história do homem na Terra é muito mais profunda e mais complexa do que reconhecida até agora pelas interpretações já estabelecidas da pré-história.

O texto abaixo, descartada toda poesia, alinhava algumas razões porque este novo conhecimento do Homem e do Planeta continua desconhecido da imensa maioria.


Postado por charles london

CORRUPÇÃO INSTITUCIONALIZADA PELO PT PERVERTE O BRASIL E SEU POVO E ANTECIPA IRREMEDIAVELMENTE O CAOS

Lendo reportagem do Estadão dá para ter uma idéia da sinistra capilaridade dos comunistas do PCdoB no manejo de verbas federais que são lavadas através de uma miríade de ONGs atuantes em todo o país.

O que fica muito claro é que o governo do PT durante os dois períodos de Lula, realizou um aparelhamento fantástico, uma teia infernal tecida pelos seus militantes e dirigentes, contando ainda com a participação daquilo que denomino seus "satélites", que são partidos esquerdistas como o PCdoB, PSOL, entidades sindicais todas controladas pela CUT e, finalmente as ONGs.

Dado ao fato de que o PT tem apenas 30% dos votos, sua chegada ao poder dependeu do estabelecimento de uma aliança partidária enorme que inclui o grandalhão PMDB e, pelo menos, uns 20 partidos nanicos nos quais se incluem os comunistas de todas as tendências.

Juntam-se nessa diabólica aliança amplos setores - ou talvez todos - do empresariado e do setor financeiro.
A rigor já se tem há muito tempo a "mexicanização" da política brasileira. É esse arco de apoio multifacetado ideologicamente que viabiliza o PT no poder.
O resultado: o PT não governa o Brasil, sendo apenas o síndico desse gigantesco condomínio de variados interesses.

O custo dessa aventura petista para a Nação brasileira é incalculável em todos os aspectos. Por aí dá para compreender as razões pelas quais durante quase uma década no poder Lula e seus petralhas não realizaram uma única obra de infra-estrutura siginificativa.

Se o país se move ainda deve tal mobilidade aos governos militares que investiram pesado em infra-estrutura e também ao período de Itamar Franco e Fernando Henrique que implantaram o plano real e debelaram a loucura da inflação criando condições de estabilidade econômica.

Numa análise superficial é isto aí. Para reverter esse processo autofágico que compremeterá o país em algum momento e isto será dramático, existe apenas uma solução: a saída do PT do poder.
E mais do que isso, a sua proscrição, como também dos demais partidos esquerdistas.

E podem crer, mesmo assim levará alguns anos para por o país em ordem e estancar essa sangria de recursos públicos. Um exemplo da ação deletéria e destruidora de uma Nação é o caso da ex-URSS.
Foram mais de 70 anos sob a direção de comunistas. A situação das ex-repúblicas soviéticas e da própria Rússia, a maior e a mais forte economicamente, é trágica nesse período de redemocratização.

O que se está vivenciando neste momento no Brasil é apenas um aperitivo. Esse interregno do petismo no poder mostra seus efeitos. Comparem com os períodos de Itamar e FHC.
Já nem falo no período dos governos militares quando os brasileiros eram felizes e não sabiam.
Reportagem do Estadão que por si só fundamenta solidamente a análise que acabo de formular. (No post anterior)

aluizio amorim

"ESPORTEDUTO" MONTADO POR PCdoB CONTROLA VERBA DO GOVERNO FEDERAL

Partido ocupa postos-chave na área esportiva pública e se beneficia de programa do Ministério do Esporte

SÃO PAULO - O mapa de repasses do programa Segundo Tempo, do Ministério do Esporte, revela que o ministro Orlando Silva alimentou com verbas federais a rede de militantes que, nos últimos anos, o PC do B instalou em postos-chave do nicho esportivo no setor público. Nos últimos dois anos, prefeituras e secretarias municipais de Esporte controladas pelo partido estiveram entre as maiores beneficiadas por recursos do Segundo Tempo, criado para promover atividades físicas entre estudantes.

A presença de comunistas nas duas pontas do "esporteduto" não é casual: mesmo antes de fincar bandeira na Esplanada dos Ministérios, no governo Luiz Inácio Lula da Silva, o partido havia estabelecido como estratégia concentrar no setor esportivo praticamente todas as reivindicações de cargos nas esferas federal, estadual e municipal.

Entre as prefeituras, de janeiro a outubro de 2011, a que recebeu o maior repasse per capita do Segundo Tempo foi a de Sobral (CE), cidade em que o coordenador do programa é um ex-candidato a vereador e dirigente municipal do PC do B.
Foi quase R$ 1,5 milhão para uma população de cerca de 188 mil moradores, segundo levantamento do Contas Abertas, entidade especializada na análise de contas públicas.

Militantes do PC do B também administram os recursos liberados pelo ministério em Goiânia (R$ 2,2 milhões) e Fortaleza (R$ 980 mil), duas capitais nas quais o partido conseguiu nomear os secretários de Esporte por causa de acordos com o PT, que governa as duas cidades. Na capital cearense, o secretário é suplente de vereador e professor de história; em Goiânia, advogado e dirigente partidário.

Em números absolutos, Belo Horizonte é a líder no ranking das verbas deste ano, com R$ 2,6 milhões
. Lá, o PC do B só não ocupa ainda a Secretaria de Esportes porque sua criação está pendente de aprovação pela Câmara. O partido já acertou a adesão ao governo do prefeito Márcio Lacerda (PSB), além do apoio à sua reeleição.

No ano passado, Sobral também esteve na lista das maiores beneficiadas pelo Segundo Tempo - recebeu o terceiro maior repasse.

Em sexto lugar apareceu o município goiano de Anápolis, administrado pelo PT, onde a diretora financeira da Secretaria de Esportes é a presidente municipal do PC do B.


E, no décimo posto, estava a cidade de Juazeiro, na Bahia, cujo prefeito também é comunista.

22 de outubro de 2011
Daniel Bramatti e Julia Duailibi - O Estado de S.Paulo

AS ONGs, OS POLÍTICOS E SEUS PARTIDOS NUM LUCRATIVO CONÚBIO CARNAL

Em recente denuncia envolvendo o Ministério dos Esportes, descobrimos que só em 2010, pelo menos R$ 69,4 milhões foram parar nos caixas de 42 ONGs e entidades de fachada controladas pelo PCdoB.

Basta que sejam expostas patifarias e maracutaias de membros, em geral da alta cúpula do desgoverno (Ministros?), ou das suas proximidades, (para) que entre os deslizes contumazes aflore sua estreita ligação com fictícias, desconhecidas, esdrúxulas e desnecessárias Organizações Não Governamentais.

É comum que aquelas entidades sejam capitaneadas por velhos conhecidos, com estreitas ligações em outros estranhos conchavos do passado, quando não aparentados em primeira instancia com a autoridade denunciada. É o marido ou a esposa, o irmão, o cunhado, um velho amigo, um antigo assessor e assim por diante.

No seu afã de bem servir, as autoridades empenham-se ao máximo para que a caridosa entidade receba polpudos recursos. Poderíamos chamá-los de mecenas, de idealistas, de magnânimos, não fossem tão bondosos com os recursos do tesouro nacional.

Contudo, aparentemente, estão a salvo das denuncias, em geral límpidas, plenas de indícios de esbórnias e combinações que extrapolam os propósitos da Organização, pois as descobertas só causam um frêmito inicial de indignação e estupor para a seguir resvalarem no desvão do esquecimento.
Não consta qualquer providencia mais efetiva de aprofundamento nas contas da ONG que possa repercutir no currículo ficha limpa dos envolvidos.
É a lei do silêncio, como se por ordem divina ninguém movesse uma palha para descortinar os meandros das maracutaias.
Parece que determinadas ONGs, assim como os sindicatos e o MST estão isentos de qualquer fiscalização.

Sem dúvida, o caminho do apadrinhamento, quando não da criação de pomposas ONGs, a principio de cunhos sociais, é uma boa trilha, de fácil acesso, para efetuar vultosos desvios de recursos sem muitos atropelos. É o caminho para a obtenção de ganhos financeiros pessoais ou para o seu partido, visando suprir por linhas diretas o seu patrimônio e o caixa dois dos custos de campanha.

No caso do MST, por exemplo, só na base das últimas invasões de fazendas, de prédios públicos, aquela entidade ilegal, pois nem uma miserável e fajuta ONG é, e que não existe, receberá, conforme promessa de um ministro, mais de 400 milhões de reais para os seus intentos.

Podemos considerar que determinadas ONG são em ultima análise como pequenas autarquias, um instrumento de fácil manuseio para desviar recursos e patrocinar enriquecimentos ilícitos.

Logo, os espertalhões acabaram descobrindo nas ONGs em geral, mascaradas ferramentas para a concretização de ações politicamente corretas (dicotomias), um excelente prostíbulo para um lucrativo conúbio carnal.
Não sem razão, existe uma grita para um efetivo controle das milhares de ONGs que proliferam no País como praga, especialmente em nossa Amazônia, de sua real finalidade, dos seus trabalhos efetivos e do emprego dos recursos amealhados.
Tudo em vão. Existem barreiras que obstruem qualquer fiscalização.
Por que será?


Valmir Fonseca Azevedo Pereira
Presidente do Ternuma, é General de Divisão R1.

PESQUISA

RESUMO DA PESQUISA GPP-DEM NACIONAL, REALIZADA NOS DIAS 20 e 21 DE AGOSTO DE 2011, COM 2.000 ENTREVISTADOS DE TODAS AS REGIÕES DO BRASIL.

1. Otimismo

O clima ainda é de otimismo, herdado do final do governo Lula. Em 2007, eram 31,1% os que diziam “vivem hoje muito melhor que seus pais”. Agora são 43,4%. O mesmo em relação ao futuro. Em 2007 eram 39,6% que diziam que seus filhos “vão viver melhor que eles hoje”. Agora são 49,6%.

2. Pensando em você e sua família, qual seu medo em relação ao futuro?

39,1% Violência e Drogas
9,6% Desemprego
8,5% Problemas econômicos (inflação, endividamento…)
5,2% Corrupção e desonestidade
4,8% Miséria e pobreza

3. Pensando no futuro, você diria que o Brasil:

Está no caminho certo – 47,8%
Está no caminho errado – 36,3%
Não sabe – 15,9%

Esses 36% mostram que há mais otimismo pessoal que em relação ao país. As razões que fazem acreditar que o país está no caminho errado são:

Corrupção – 39,2%
Violência – 17,7%
Maus governantes – 14,9%
Pobreza – 8,3%
Saúde – 7,9%

4. Internet.

57,4% dizem que têm computador em casa. 41% acessam a internet em casa (lembre que às vezes o computador é do filho e a pessoa entrevistada não acessa). 62,5% daqueles que costumam acessar a internet o fazem todo dia ou quase todos os dias. Ou seja, 26% dos eleitores têm computador em casa e acessa todos os dias. De todos os que costumam acessar a internet em qualquer lugar, ou 53,6%, são 79,3% os que participam de redes sociais, ou 42,5%. Só 12,1% discutiram sobre o voto na eleição de 2010. Esse número parece baixo, mas na verdade os que participam desse debate sempre, fora das eleições, não estão incluídos nesses 12,1%.

5. Valores

51,2% são contra casamento de pessoas do mesmo sexo (Em 2007 eram 56,8%)

77,2% são contra a legalização do aborto (eram 73,3%);

81,4% são contra a liberação da maconha (eram 80%)

45,4% são contra a pena de morte e 49,5% contra

90% são a favor de reduzir idade penal para 16 anos

79,7% são a favor de aula de religião nas escolas públicas

70,6% são contra o governo controlar a imprensa

69,5% são a favor da liberdade total de imprensa

36,8% são contra cotas nas universidades (3,6% são a favor para negros e 50,3% são a favor para pobres independente da cor)

6. Estado e Mercado: o Governo deve reestatizar a Vale e Telecomunicações?

45,2% a favor
39,2% contra

Privatização de mais empresas públicas: contra 48,7% e a favor 37,1%

Governo intervir o menos possível na sociedade: a favor 40,1% e contra 45,9%.

7. Assim, o “Partido Político” do eleitor brasileiro é aquele que defende Valores Conservadores e quer mais Estado na economia.

8. Governo. Avaliações de Dilma antes de tratar dos problemas e das funções de governo:

Governo Dilma está no caminho certo – 55,3%
Governo Dilma está no caminho errado – 25,3%
Avaliação Dilma – ótimo/bom: 42,7%

62,7% acham que governo Dilma ainda vai melhorar
17,9% acham que vai piorar
66,3% têm imagem positiva de Dilma e 24,3% negativa
61,7% acham que Lula acertou na escolha de Dilma e 26,9% que errou

9. Avaliação das funções do governo Dilma.

Os Institutos de Pesquisa perguntam sempre sobre as funções de governo. Mas as perguntas vêm soltas sem vinculação. O GPP vinculou as perguntas a Dilma. Dando nota de 0 a 10.
“Como você avalia o GOVERNO DILMA na área de ____?”

Em seguida apenas as notas de 7 a 10, o que significa bom/ótimo:

Economia 29,7%
Saúde 13,6%
Educação 18,3%
Segurança 10,8%
Programas para os mais pobres 35,3%
Estradas, portos e aeroportos 17,1%
Combate a Corrupção 17,5%
Combate a Inflação 18,2%

10. Depois dessas respostas se refez a pergunta de avaliação de Dilma. A porcentagem de bom/ótimo foi de 33%. No início a pergunta foi solta, desvinculada, e Dilma teve 42%.

11. “Se o governo Dilma vier a ser um fracasso, você diria que o maior responsável seria”:

Dilma e sua equipe – 39,6%
Ex-presidente Lula, que a indicou – 12%
PT e sua forma de governar – 13,9%
Partidos da base aliada do governo – 12,2%
Partidos de oposição ao governo – 10,4%

12. “Como você avalia o nível de corrupção no governo Dilma. Você diria que está”:

Muito alto/alto – 44,5%
Moderado – 39,4%
Baixo – 7,3%
Não existe corrupção – 1,3%
Só para quem respondeu muito alto/alto: “Quem é, na sua opinião, o maior responsável por tanta corrupção?”
Dilma e sua equipe – 11,6%
Herdando do governo Lula – 8,7%
PT e sua forma de governar – 9%
Somando os três temos – 29,3%
Partidos da base aliada do governo – 7,8%
Políticos em geral – 58,8%

13. Esquerda/Centro/Direita

Praticamente metade do eleitorado não sabe localizar os partidos entre esquerda, centro e direita.
Só o PT fica abaixo dos 50% dos que não sabem responder. Mas, assim mesmo, com 39,1%. Porcentagem dos que avaliaram os partidos como de Direita:

PT 18,2%
PSDB 18,7%
DEM 18,2%
PMDB 21,7%
PDT 13,9%
PSB 13,5%

Esquerda:

PT 29,3%
PDT 18,4%
PSB 17,2%
PSDB 15,1%
DEM 14,5%
PMDB 13,6%.

14. Escândalo político que o deixou mais indignado:

Não lembram\não responderam – 34,8%
Mensalão – 27,1%
Corrupção no governo, transportes… – 7,1%
Dinheiro na cueca – 5,7%
Governo Collor (confisco da poupança)- 5,2%
Palocci – 4,2%

15. Das opções listadas o que impede o Brasil de crescer:

Corrupção e impunidade – 41,3%
Impostos altos – 28,5%
Aumento da Inflação – 8,1%
Falta de obras públicas – 8%
Falta de mão de obra qualificada – 6,6%

16. Partidos 1. Não conhece ou não sabe avaliar o:

PT – 27,4%
PMDB – 45,3%
PSDB – 50%
PSB – 69%
DEM – 73,4%
PP – 77,7%

17. Partidos 2.

77,6% acham que os partidos políticos são importantes para o país
20% acham que não

Na hora de votar você leva em conta:

O candidato – 38,2%
O candidato e o partido – 33,3%
Mais o candidato e pouco o partido – 17,6%
Mais o partido e pouco o candidato – 5,4%
Somente o partido – 2,7%

18. Partidos 3.

91,4% não são filiados a partido político
5,8% são filiados
2,8% pensam em se filiar

Desses 5,8% que são filiados:

30,1% PT
18,3% PMDB
10,7% PSDB
9,3% PC do B
5,6% PSB
2,9% DEM

Dos 2,8% que pensam em se filiar num partido:

46,5% pensam no PT
17% no PSDB
16,6% no PMDB
0,8% no DEM
10,4% sabem que o antigo nome do DEM era PFL

19. Temas:

92,1% nunca ouviram falar na Emenda 29 e só 1,6% é a favor
19,2% são beneficiários do bolsa família.

20. Auto-Percepção social

4,3% se dizem de classe alta
36,7% de classe-média
34,2% de classe média-baixa
22,7% de classe baixa.

21. Se a eleição fosse hoje, em quem você votaria para presidente da república?

Dilma – 42,8%
Um candidato da oposição – 42,5%

COMO O POVO DIZ: TEMOS UM "GOVERNO DE MERDA "


O moribundo político e moral Orlando Silva, ministro do Esporte, jaz no colo de Dilma Rousseff. Ela o embala e o acalenta.
Ontem a revista Veja publicou a gravação de um dos principais assessores do Ministério do Esporte, combinando a fraude que foi denunciada pelo PM João Dias Ferreira. A fraude aconteceu. A fraude está documentada.

A prova é contundente. Uma das frases ditas pelo assessor, na antesala do ministro, foi: "Nós vamos apurar que merda é essa, a coisa fugiu do controle", prometendo abafar uma investigação contra um dos corruptos comunistas que estavam roubando os cofres públicos.

Era uma explosão destas que o Brasil inteiro esperava da Presidente da República, quando ela chegou da África. Que ela tivesse um acesso de furia, já que é famosa por isso, bradando um impropério diante das câmeras, demitindo imediatamente o corrupto.

Que nada. Dilma Rousseff preferiu dar uma prova de fidelidade a uma aliança corrupta entre o PT e o PCdoB, que já roubou centenas de milhões dos cofres públicos.

Preferiu fazer politicagem e se dobrar a chantagens do que governar. Que ninguém venha dizer que a presidente não é leniente com o malfeito.
Ela seguiu o conselho de Lula e virou um "casco duro".

Ficou provado que, ao não ter um gesto concreto e definitivo para frear um dos maiores esquemas de corrupção da história deste país, o que temos no Brasil é o que o povo comumente chama de um "governo de merda". Como diz o assessor do Orlando e da Dilma, "a coisa fugiu do controle". Fugiu de vez e ninguém segura os corruptos do Brasil!

Clique, abaixo, para ampliar e ler a coluna do Bosco no Estadão:

PAÍS QUE É LEVADO "NA ESPORTIVA"

ATÉ PROVA EM CONTRÁRIO, TODOS SÃO CULPADOS.
("Não houve, não haverá e não há prova contra mim", disse Orlando Silva/|Ministro dos Esportes, que, junto com o PT, leva o país na "esportiva").


Quanto mais m... eles fazem, mais imundos eles ficam. (Orlando Silva e mutretagens são mantidos no cargo, a mando de Luís Inácio).
Este é mais um fato indecoroso que, futuramente, será usado contra ele(s), pois quanto mais m... eles fazem, mais sujos eles ficam.

Orlando Silva é O PRINCIPAL RESPONSÁVEL por tudo o que acontece no ministério dos Esportes, tenha ou não participado de toda a roubalheira que se instalou por lá. Do contrário não seria ele o ministro.
Ou pensam que ser ministro serve para quê?

A princípio, pode parecer horrível ver que, depois da divulgação de tanta patifaria, Orlando Silva continue no cargo de ministro, por exigência de Lula (abaixo, reportagem sobre o assunto). Logo Lula que criou o PT - e se criou - com discursos em defesa da honestidade, que atualmente ele mesmo atropela.

***

Artigo em http://josiasdesouza.folha.blog.uol.com.br/:
A mão que segura Orlando Silva na cadeira de ministro do Esporte é de Lula. Partiu do ex-presidente o conselho ao PCdoB para que resistisse.

Adepto da teoria do “casco duro”, Lula pediu ao PCdoB e a Orlando que resistissem às pressões que, por densas, formavam um cenário de demissão.

Nesta sexta (21), Lula tocou o telefone para Reanto Rabelo, presidente do PCdoB. Recomendou resistência.

O próprio Rabelo relatou o contato a militantes do partido reunidos 17ª Conferência Estadual do PCdoB do Rio, que se converteu em ato de desagravo a Orlando.

Presente ao evento, o repórter Marcelo Remígio reproduz as palavras do mandachuva do PCdoB:

“Acabei de receber uma ligação telefônica do nosso ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se solidarizando com nosso partido e com o nosso ministro Orlando Silva…”

“…Ele disse: ‘Vocês têm que resistir, o ministro tem que resistir’.” Embalado pelo telefonema do ex-soberano, Rabelo pontificou:

“E devemos [resistir]. A história de nosso partido é a resistência. Nós temos que ter confiança na presidente Dilma Rousseff.”

Líder do PCdoB no Senado, Inácio Arruda (CE) contou que a resistência de Orlando Silva em entregar o cargo também foi inspirada em Lula.

Segundo o senador, o patrono de Dilma trocou telefonemas, nos últimos dias, também com o ministro. Inácio Arruda relatou:

“O presidente Lula dizia para o Orlando: ‘Você precisa ter tutano! Segura firme aí porque, se envergar na primeira ventania, pode ser arrastado. É preciso ter firmeza!’.

Antes de discursar na conferência partidária do Rio, Renato Rabelo avisara que Orlando Silva aguardava, em Brasília, por um encontro com Dilma. Foi, de fato, chamado.

O ministro reuniu-se com a presidente por cerca de uma hora e meia.

A conversa foi testemunhada por um ex-auxiliar de Lula, o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência).

Ao final da audiência, Orlando Silva deixou o gabinete presidencial com a cabeça de ministro ainda acomodada sobre o pescoço.

A resistência à moda Lula prevaleceu sobre a avaliação do Planalto, cultivada ao longo de uma semana.

Consolidara-se ao redor de Dilma a sensação de que Orlando Silva perdera as condições políticas para manter-se no cargo.

O encontro com Dilma impediu Orlando de comparecer à conferencia comunista do Rio. O ministro enviou, porém, uma carta à militância.

“Vocês têm acompanhado os ataques violentos, as mentiras e calúnias, sem provas, que tentam imputar a mim e ao nosso partido”, anotou no texto.

“Estes ataques são frutos da cobiça gerada pela dimensão alcançada pelo ministério e pelo ódio de classe das forças conservadora…”

“…[…] Nos tempos de terror usavam a tortura, prisão, e assassinatos…”

“…Hoje, as mesmas forças usam o linchamento político, a execração pública para eliminar nossos companheiros.”