"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sexta-feira, 25 de maio de 2012

"HOJE É O CQC. AMANHÃ PODE SER QUALQUER UM", DIZ MARCELO TAS


Mesmo indo dormir com o dia quase amanhecendo de uma segunda para terça-feira, Marcelo Tas não consegue ficar até muito tarde na cama e acorda cedo como se tivesse trabalhado em um “horário normal”. Porém, nas noites de segunda-feira seu expediente na Band avança madrugada adentro. Da TV, o “CQC” vai para a internet em sua versão 3.0 e Tas, apresentador do programa, vai junto. 
Poderia ser uma terça comum, se na noite anterior Tas não tivesse respondido ao vivo sobre as polêmicas envolvendo sua equipe. A primeira "resposta" foi na edição de 23 de abril, mas não parou por aí. No programa de14 de maio, o apresentador falou novamente sobre os "CQCs".

Crédito:Divulgação/BAND

Oscar Filho, Marcelo Tas e Marco Luque no CQC 3.0 logo após o programa
“Um trabalho degradante é de um jornalista [Felipe Andreoli] que faz uma pergunta e leva um tapa na cara. [...]. Há três semanas outro repórter [Mauricio Meirelles] foi à coletiva da Hillary Clinton com um pequeno gracejo, uma máscara de carnaval, [...] e o sindicato de jornalistas de Brasília tentou limitar nossa ação em eventos oficiais. E agora, um deputado bate no repórter do CQC. Cadê o sindicato dos jornalistas?”, desabafou - e sem perder o bom humor.

Perguntas sem resposta

Pouco após o desabafo, Tas chamou reportagem em que Meirelles tentou questionar o envolvimento de um vereador de Curitiba no desvio de 35 milhões, favorecimento de licitações, entre outras coisas, mas não teve a chance. “O cara falou que não ia dar entrevista porque a gente não é sério. Espera aí, cara pálida, quem é que está brincando com isso aqui tudo?”, questionava Tas à IMPRENSA na manhã seguinte.

A cena do "cara pálida" ilustra como a Band apresenta em seu site um dos programas de maior audiência da casa. “De microfone em punho e munidos de uma cara de pau acima da média os homens e a mulher de preto têm uma prioridade: perguntar o que ninguém tem coragem.
Crédito:

Integrantes da "mistura explosiva", sem o Ronald Rios, novo repórter

Com a 5ª temporada no ar, o "CQC" começa a causar certo incômodo, não apenas aos políticos, mas também a alguns jornalistas presentes nas coberturas em que os “homens e mulher de preto” dão o ar da graça.

Em julho de 2008, IMPRENSA dedicou a capa da edição 236 ao programa na reportagem “Barrados no Congresso”.

Na época, a atração foi bastante defendida pelos jornalistas entrevistados. Após quase quatro anos dessa reportagem, retomamos o assunto abordando as recentes polêmicas envolvendo a equipe do programa.

Abaixo, trechos da entrevista com Marcelo Tas. Leia a reportagem completa na edição de junho (279) de IMPRENSA.

Crédito:Divulgação/BAND

Marcelo Tas, apresentador da "bagaça", como ele chama

IMPRENSA – O que mudou nesses anos? Por que tantas críticas à forma como o "CQC" age?

Marcelo Tas
Há duas formas de enxergar esses quatro anos. Uma delas, e que considero muito positiva, é que as informações estão mais transparentes e começam a brotar de forma incontrolável. Há muitas denúncias de corrupção porque os caras que detinham o poder de controle têm cada vez mais dificuldade de fazê-lo e a quantidade de coisas que surge agora é assustadora, provoca grande tensão. O outro lado da moeda é que aumentam o interesse e as tentativas de controlar a opinião pública e as informações. Isso é muito grave e temos que estar atentos. O que aconteceu com o rapper Emicida - que fez uma música criticando a ação da polícia e acabou detido - e o clipe do cantor Alexandre Pires - acusado de racismo - são sintomas de pessoas que estão contaminadas com o vírus de voltar para uma época em que tudo era controlado.



IMPRENSA – Como você recebeu o pedido de “limites” ao "CQC" feito pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal?

O tal sindicato me parece que foi picado pelo mesmo inseto de “controle”. Querer dizer que a atuação do "CQC" prejudica o jornalismo é dar um tiro no próprio pé. Os jornalistas, especialmente em Brasília, tem que prezar pela liberdade de acesso da imprensa. Surpreendentemente, um sindicato que se diz representante de jornalistas faz isso. Trabalho na cobertura de Brasília desde 1984, mas nunca enfrentei uma censura que partisse dos próprios colegas. O que é assustador é que essas atitudes começam a ser toleradas por todos nós que, em última instância, somos defensores de uma liberdade que conquistamos. Por vivermos uma realidade surrealista, de dinheiro desviado, de corrupção, de sujeira, achamos que o mundo é assim mesmo. Não é. Não podemos acomodar, temos que espernear. É essa passividade que a gente procura cutucar com humor. Talvez, atrapalhando esse marasmo, essa passividade, incomodando alguns, a gente traz um tônus novo para o noticiário.

IMPRENSA – Como é a relação com outros veículos?

Temos um relacionamento excelente com outros colegas e veículos. Fomos convidados agora pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) para participar de seu sétimo Congresso. Vamos debater o nosso quadro “Proteste Já”, que tem a equipe do programa com o maior número de jornalistas, explicar com funciona, como trabalhamos... Porque tem muita gente que julga de maneira apressada nossa equipe de 40 pessoas, das quais metade é jornalista, e outros profissionais que fazem a mistura explosiva entre jornalismo e humor que é a chave do "CQC". É uma forma ousada de trazer notícia. Assim que fazemos e vamos continuar.



IMPRENSA – Por que o "CQC" não entra no Senado?

Ontem [14/5], iniciamos uma campanha para entrar no Senado. Quase 30 senadores já assinaram um pedido para que a presidência nos autorize. Não nos dão justificativa nenhuma. É uma coisa de dificuldade de credenciamento, pura e simples. O "CQC" não atua de maneira truculenta, estamos novamente, democraticamente, questionando porque não entramos. Teoricamente, a gente não precisa dessas assinaturas porque ali é casa do povo...

IMPRENSA – Como jornalista, o que achou da reação da imprensa às polêmicas com o Meirelles e o Andreoli?

Hoje é o "CQC". Amanhã pode ser qualquer um. É algo degradante, inadmissível. Eu fiquei chocado com o silêncio. Se todo mundo falar ‘cada um que se vire’ será um problema. Creio que a gente começa a viver uma época de muita passividade e desatenção com uma liberdade que foi conquistada com o esforço de cada um. Há muitas tentativas desajeitadas de censura. Quando o cara que diz que a gente não é sério, ele se diz sério, mas a seriedade dele está em nos controlar. É a atitude de quem não tem argumento, palavra essencial para o que estamos vivendo. É a era do debate. Não basta você dizer que está correto, tem que provar, argumentar, passar pelo crivo da democracia e os vários lados da moeda. Todos nós erramos porque é parte da natureza humana. Você comete um erro, um equívoco, é normal. Quando isso acontece, nos pronunciamos e reconhecemos o erro. Estamos abertos ao diálogo e a qualquer tipo de retificação, assim como outros veículos. Por fazer um tipo de jornalismo que chega no limite, às vezes, a gente erra.
Jéssica Oliveira* e Mariana Rennhard*
* Com supervisão de Vanessa Gonçalves
25 de maio de 2012

UMA INICIATIVA DO MUSEU DA CORRUPÇÃO

Em ano eleitoral, Museu da Corrupção promove parceria com jornais regionais


Luiz Gustavo Pacete | 20/01/2012

O Museu da Corrupção (MuCo) está reforçando sua parceria com jornais regionais em troca de informações sobre escândalos locais. A primeira delas foi com o jornal gaúcho Zero Hora e outras seguem em negociação com O Globo, O Estado de Minas e Correio Braziliense
Luiz Gustavo Pacete


Luiz Octávio de Lima
Luiz Octávio de Lima, editor de web do Diário do Comércio e coordenador do MuCo, explica que as parcerias regionais permitem ao museu aumentar a capacidade de registrar a corrupção local no Brasil. “Em muitos casos, os desvios regionais envolvem maiores valores”, ressalta.

Outra parceria fechada foi com a ONG Anticorrupção na França (Anticor) e com a ONU, que também reconheceu a importância do site. Além disso, o MuCo conta com um núcleo específico de corrupção no esporte, mantido em parceria com o jornal Lance!.

Iniciativa do Diário do Comércio, ligada à Associação Comercial de São Paulo (ACSP), a plataforma totalmente virtual, criada em abril de 2009, já foi reconhecida pelo “Prêmio Esso de Contribuição à Imprensa de 2009”. Desde sua criação, o site já atingiu seu primeiro milhão de acessos e atualmente mantém uma média entre 600 e 800 mil acessos mensais.

Segundo o jornalista Moisés Rabinovici, idealizador do projeto e colunista da revista IMPRENSA, o MuCo possui um reconhecimento que não foi considerado à altura pela imprensa nacional. “A não ser por uma nota no caderno de informática de O Globo, outra na Folha, nada, nenhuma linha, nem mesmo um registro de nascimento, ou menção quando foi premiado”, critica em sua coluna.
Divulgação


Espaço do humor
Apesar da pouca repercussão na imprensa, o MuCo é fonte de pesquisa entre acadêmicos e contribui para jornalistas que precisam resgatar fatos de corrupção no país.

Octávio explica à IMPRENSA que a ideia do museu é traçar uma linha histórica da corrupção no Brasil desde o descobrimento. A plataforma é atualizada diariamente e conta com uma curadoria. Navegando pelo site é possível visualizar áreas como a Sala dos Escândalos, Operações da PF e Sala das CPIs.

Além do digital

Apesar de ser totalmente digital, o MuCo realiza eventos que extrapolam os limites da internet. Em setembro de 2009, o museu realizou no Largo São Francisco, junto com a faculdade de direito, um evento sobre corrupção e já realizou conferências em outros países.

Octávio explica que o objetivo é colocar uma dose de humor para que o assunto seja mais atrativo. “Temos uma seção chamada de pizzaria e até uma loja de produtos, tudo isso para deixar a abordagem mais leve".

Outra seção de destaque do MuCo é a de serviços, onde o visitante pode fazer denuncias e encontrar o contato dos parlamentares. “A gente tinha certo medo, não era comum falar sobre corrupção”, diz Octávio. Apesar da preocupação, o jornalista conta que até hoje a iniciativa recebeu somente um processo. “Sofremos um processo de Edmar Moreira, recorremos e ganhamos”.

Cultura da corrupção

Perguntando como foi o acesso ao museu na campanha eleitoral de 2010, Octávio explica que “sentiu certa decepção, pois o eleitor continua se mantendo indiferente em relação à corrupção. As pessoas ainda votam de forma emocional, corrupção não é um fator para deixar de votar em alguém”, lamenta.

Para mais informações, acesse o site do museu, clicando aqui.

BASE ALIADA ANUNCIA CONSTRUÇÃO DE MUSEU DA CORRUPÇÃO



Base aliada anuncia construção de Museu da Corrupção
Ao lado do Museu será aberta uma pizzaria, onde os visitantes poderão confraternizar com corruptos que estão na ativa. A gerência ficará a cargo de Severino Cavalcanti.BRASÍLIA - Em mais uma etapa da faxina contra a corrupção, a base aliada convocou a imprensa para mostrar o projeto do MuCOR, o Museu da Corrupção. "Em apenas 45 anos, por uma pechincha que não chegará a 3,5 bilhões de dólares, decoraremos uma sala vazia do Congresso Nacional com itens que lembrem a história das pessoas que passaram por aqui", explicou o tesoureiro Delúbio Soares.

O projeto, desenhado por Santiago Calatrava, e erguido por Sergio Naya, terá espaço expositivo para exibir notas frias, contratos superfaturados e até uma réplica da motosserra de Hildebrando Pascoal.

Cada visitante receberá um áudio-guia narrado por Roberto Jefferson e um cartão corporativo.

Haverá também esculturas de cera dos anões do orçamento, dos aloprados, dos acusados do mensalão e de PC Farias. No centro do salão, uma instalação interativa permitirá que o visitante viole o painel do Senado, como fez ACM. Uma tela sensível ao toque também dará ao visitante a oportunidade de privatizar mineradoras, empresas de telefonia e de petróleo a preços camaradas. "Como o museu é interativo e sensorial, aconselhamos os visitantes a guardarem folders e panfletos na meia ou na cueca para que sintam a experiência na própria pele", explicou José Roberto Arruda, curador do museu.

Pensou-se também nas crianças, que poderão divertir-se simulando voos em jatos de empresários, pilotando modelos de helicópteros maranhenses e brincando de pega-pega numa réplica da Casa da Dinda.

Na saída, os frequentadores darão com um Fiat Elba estacionado. Por uma graninha depositada discretamente na mão do vigilante, poderão sair dirigindo. O carro virá com uma bela modelo selecionada por Jeany Mary Corner escondida no porta mala.

Ao cabo do evento de apresentação do projeto, o orçamento do MuCOR já havia aumentado para 4,3 bilhões.


25 de março de 2012
The i-Piaui Herald

Veja também
Um verdadeiro Museu da Corrução online

IMAGEM DO DIA

Macaquinhos se refrecam em fonte na cidade de Jammu, na Índia, nesta sexta-feira com altas temperaturas no país


25 de maio de 2012
Veja

CÓDIGO FLORESTAL: OPOSIÇÃO REAGE AOS VETOS DE DILMA


Ronaldo Caiado diz que o DEM vai entrar com mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal para tentar derrubar a medida provisória anunciada pelo governo em substituição aos trechos vetados por Dilma Rousseff no projeto do Código Florestal.

Segundo Caiado, o artigo 62 da Constituição veta a possibilidade de o presidente da República editar uma MP para substituir assunto já discutido e votado pelo Congresso.

Caiado também se apoia no fato de o Planalto ter anunciado a manobra nesta tarde sem sequer ter publicado os vetos. Para a oposição, o governo tenta mudar o texto aprovado pelo sem ao menos esperar a resposta do parlamento sobre o veto de Dilma. A briga promete.

25 de maio de 2012
Por Lauro Jardim

PARLAMENTARES PEDEM VOLTA DE 'CQC' AO SENADO




A Mesa Diretora do Senado recebeu nesta quinta-feira um ofício assinado por 46 dos 81 senadores pedindo que os integrantes do humorístico CQC possam fazer gravações no salão azul da Casa.
A equipe do programa da TV Bandeirantes está proibida de entrevistar os senadores há cerca de um ano, depois de um incidente com Renan Calheiros (PMDB-AL).

O ofício tem como destinatário o primeiro secretário da Mesa, Cícero Lucena (PSDB-PB), e é de autoria dos senadores Aécio Neves (PSDB-MG), Eduardo Suplicy (PT-SP) e Randolfe Rodrigues (PSOL-AP).

Diz o documento: “Solicitamos a Vossa Excelência, tendo em vista os preceitos constitucionais, sobretudo os ditames do título VIII, capítulo 5º, da Carta Magna, que que fala da liberdade de expressão, da liberdade de comunicação, que determine à Secretaria de Polícia do Senado Federal que adote, em relação aos integrantes do CQC, o mesmo tratamento que é dispensado aos profissionais dos demais veículos de comunicação, que têm autorização para realizarem reportagens nas dependências do Senado Federal”.

25 de maio de 2012
(Gabriel Castro, de Brasília)

DILMA VETA 12 ITENS DO CÓDIGO FLORESTAL

Um dos pontos vetados é o número 61, que trata da recuperação da vegetação às margens dos rios. O texto segue para votação no Congresso

Ministra de Meio Ambiente, Izabella Teixeira
Ministra de Meio Ambiente, Izabella Teixeira ( Evaristo Sa/AFP)
A presidente Dilma Rousseff anunciou na tarde desta sexta-feira o veto a 12 dispositivos do Código Florestal, enviado ao Planalto há um mês pelo Congresso Nacional. Também serão feitas 32 modificações no documento, 14 delas recuperando pontos do texto aprovado pelo Senado, antes da votação na Câmara, além de cinco dispositivos novos e 13 itens alterados para ajuste. O governo enviará uma Medida Provisória (MP) com as modificações propostas para apreciação do Congresso Nacional. Caberá aos parlamentares votar o veto presidencial e as alterações.
A lista dos doze vetos não foi divulgada. Isso só será feito, de acordo com o advogado-geral da União, Luiz Inácio Adams, na segunda-feira, quando o documento será publicado no Diário Oficial da União (DOU) e formalmente informado ao Congresso.

Proteção - Os vetos presidenciais foram apresentados no Palácio do Planalto pelos ministros do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, da Agricultura, Mendes Ribeiro, e do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas. Um veto importante foi ao dispositivo que previa que cada município definiria o seu conceito de área de proteção ambiental (APP), considerado uma ameaça ao meio ambiente. “Está tudo protegido”, afirmou Izabella Teixeira.

Outro veto importante foi ao artigo 61, que trata da recuperação da vegetação às margens dos rios. Esse item previa que propriedades de qualquer tamanho com rios com largura de até dez metros deveriam recompor uma faixa de quinze metros da margem do curso d´água.
O governo fixou uma regra de recomposição mais flexível para os proprietários de terras com menos de quatro módulos fiscais. O módulo fiscal é uma medida expressa em hectares e que varia, de acordo com o município, de 5 a 110 hectares. Quanto maior a aplicação de tecnologia e melhores as condições de escoamento da produção houver, menos hectares são necessários para compor um módulo fiscal. Terras de até quatro módulos fiscais entram na categoria de agricultura familiar.
Para chegar à proposta que substituirá o artigo 61, o governo mapeou as propriedades brasileiras de acordo com o número de módulos fiscais de cada uma. De acordo com a ministra Izabelli Teixeira, propriedades de até quatro módulos fiscais representam 90% das propriedades rurais do Brasil e compreendem 24% da área agrícola.

A recomposição, pela proposta do governo, leva em consideração o tamanho das propriedades e só tem de ser integral no caso de propriedades com mais de quatro módulos fiscais. “É como o princípio de justiça tributária. Quem tem menos terra vai recompor menos APP. Quem tem mais vai recompor mais”, afirmou o ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas.

Diretrizes - Segundo a ministra Izabella Teixeira, o governo usou para análise do relatório do Código Florestal as seguintes diretrizes: recompor o texto aprovado no Senado, manter acordos e respeitar o Congresso, não anistiar o desmatador, preservar pequenos proprietários, responsabilizar todos pela recuperação ambiental e manter os estatutos de área de preservação permanente (APP) e reserva legal. "O veto é parcial em respeito ao Congresso e a democracia. Foi tomado para evitar insegurança jurídica, insconstitucionalidade, não anistiar o desmatamento nem permitir a redução da proteção", disse a ministra.
"Nós vamos coroar esse debate de Código Florestal dando muito mais segurança jurídica ao produtor, possibilitando que ele tenha a certeza de que é possível produzir guardando o meio ambiente. Esse não é o código dos ambientalistas ou ruralistas, mas de quem tem bom senso", completou o ministro Mendes Ribeiro.
O documento foi apresentado pela manhã em primeira mão pela própria Dilma aos líderes do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia, no Senado, Eduardo Braga, e no Congresso, José Pimentel. A presidente explicou em detalhes aos parlamentares as alterações que fez na lei e os pontos da MP que deve enviar ao Congresso como substituição dos artigos vetados.

Na quinta-feira, a ministra das Relações Institucionais Ideli Salvatti mostrou aos líderes do governo uma prévia da decisão do Executivo. A linha de raciocínio da presidente a respeito do Código foi: sancionar o texto do Congresso preservando tudo o que foi de consenso entre Câmara e Senado e vetando os pontos em que houver insegurança jurídica ou conflito entre desenvolvimento e meio ambiente.

Próximos passos - Tanto o veto da presidente quanto a MP terão de ser votados pelos parlamentares. A aprovação do texto que chegou às mãos de Dilma Rousseff ocorreu em meio a uma rebelião na base aliada, que impôs ao governo uma derrota, ao colocar a proposta em pauta sem que houvesse acordo. Dilma quer agora evitar que o problema se repita.

A lei - O Código Florestal estabelece normas gerais sobre a proteção da vegetação, dispõe sobre as áreas de preservação permanente (APPs) e as áreas de reserva legal. Além disso, define regras gerais sobre a exploração florestal, o suprimento de matéria-prima florestal, o controle da origem dos produtos florestais e o controle e a prevenção dos incêndios florestais.


Carolina Freitas -Veja
25 de março de 2012

O "ESTADO" LANÇA SEU ACERVO COMPLETO NA INTERNET

http://acervo.estadao.com.br/

25 de maio de 2012

A MEDICALIZAÇÃO DA VIDA

Quais os remédios que os laboratórios querem que você compre agora?
Como a indústria farmacêutica conseguiu que um terço da população dos Estados Unidos tome antidepressivos, estatinas, e estimulantes? Vendendo doenças como depressão, colesterol alto e refluxo gastrointestinal.

Marketing impulsionado pela oferta, também conhecido como “existe um medicamento – e precisa-se de uma doença e de pacientes”. Não apenas povoa a sociedade de hipocondríacos viciados em remédios, mas desvia os laboratórios do que deveria ser seu papel essencial: desenvolver remédios reais para problemas médicos reais.

Claro que nem todas as doenças são boas para tanto. Para que uma enfermidade torne-se campeã de vendas, ela deve:

(1) existir de verdade, mas ser constatada num diagnóstico que tem margem de manobra, não dependendo de um exame preciso;

(2) ser potencialmente séria, com “sintomas silenciosos” que “só pioram” se a doença não for tratada;

(3) ser “pouco reconhecida”, “pouco relatada” e com “barreiras” ao tratamento;

(4) explicar problemas de saúde que o paciente teve anteriormente;

(5) precisar de uma nova droga cara que não possui equivalente genérico.

Uma das doenças da moda, que a indústria farmacêutica gostaria que você desenvolvesse em 2012 é o déficit de atenção com hiperatividade em adultos.

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TUDO É DEPRESSÃO

Problemas cotidianos rotulados como “depressão” impulsionaram os laboratórios nas últimas duas décadas. Você não estava triste, bravo, com medo, confuso, de luto ou até mesmo sentindo-se explorado. Você estava deprimido, e existe uma pílula para isso. Mas a depressão chegou a um ápice, como a dieta Atkins e Macarena.

Com sorte, existe o transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (DDAH) em adultos. Ele dobrou em mulheres de 45 a 65 anos e triplicou em homens e mulheres com 20 a 44 anos, de acordo com o Wall Street Journal.

Assim como a depressão, a DDAH em adultos é uma categoria que pode englobar tudo. “É DDAH ou menopausa?” pergunta um artigo na Additude, uma revista voltada exclusivamente à doença DDAH. “DDA e Alzheimer: essas doenças estão relacionadas?” pergunta outro artigo da mesma revista.

Estou deprimida, pode ser DDAH?” diz um anúncio na Psychiatric News, mostrando uma mulher bonita, mas triste. Na mesma publicação, outro anúncio diz “promessas quebradas – adultos com DDAH têm quase duas vezes mais chances de se divorciar”, enquanto estimula médicos a checar a presença de DDAH pacientes para DDAH em seus pacientes.

Adultos com DDAH são normalmente “menos responsáveis, confiáveis, engenhosos, focados, autoconfiantes, e eles encontram dificuldades para definir, estabelecer e propor objetivos pessoais significativos”, diz um artigo escrito pelo dr. Joseph Biederman, psiquiatra infantil de Harvard, que leva os créditos por colocar “disfunção bipolar pediátrica” no mapa.

Eles “mostram tendências de ser mais fechados, intolerantes, críticos, inúteis, e oportunistas” e “tendem a não considerar direitos e sentimentos de outras pessoas”, diz o artigo, numa frase que poderia ser usada por muitas pessoas para definir seus cunhados.

Adultos com DDAH terão dificuldade em se manter em um emprego e pioram se não forem tratados, diz WebMD, apontando para o seguindo requisito para as doenças campeãs de venda – sintomas que se agravam sem medicação.

“Adultos com DDAH podem ter dificuldade em seguir orientações, lembrar informações, concentrar-se, organizar tarefas ou completar o trabalho no prazo”, de acordo com o site, cujo parceiro original era Eli Lilly.

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5 MILHÕES DE CRIANÇAS

Como as empresas farmacêuticas conseguiram fazer com que cinco milhões de crianças, e agora talvez seus pais, tomem remédios para DDAH? Anúncios em telas de 9 metros por 7, quatro vezes por hora na Times Square não vão fazer mal. Perguntam: “Não consegue manter o foco? Não consegue ficar parado? Seu filho pode ter DDAH?” (Aposto que ninguém teve problemas em se focar neles!).

Porém, convencer adultos que eles não estão dormindo pouco, nem entediados, mas têm DDAH é, apenas metade da batalha. As transnacionais empresas farmacêuticas também têm que convencer crianças que cresceram com o diagnóstico de DDAH a não pararem de tomar a medicação, diz Mike Cola, da Shire (empresa que produz os medicamentos para DDAH: Intuniv, Addreall XR, Vyvanse e Daytrana). “Nós sabemos que perdemos um número significativo de pacientes com mais ou menos vinte anos, pois saem do sistema por não irem mais ao pediatra”.

Um anúncio da Shire na Northwestern University diz “eu lembro de ser uma criança com DDAH. Na verdade, eu ainda tenho”, a frase está escrita em uma foto de Adam Levine, vocalista do Maroon 5. “É sua DDAH. Curta”, era a mensagem subliminar. (O objetivo seria: “continue doente”?).
Claro, pilhar crianças (ou qualquer um, na verdade) não é muito difícil. Por que outra razão traficantes de metanfetamina dizem que “a primeira dose é grátis”? Mas a indústria está tão empenhada em manter o mercado pediátrico de DDAH que criou cursos para médicos. Alguns exemplos: “Identificando, diagnosticando e controlando DDAH em estudantes”. Ou “DDAH na faculdade: procurar e receber cuidado durante a transição da infância para a idade adulta”.

Para assegurar-se de que ninguém pense que a DDAH é uma doença inventada, WebMD mostra ressonâncias magnéticas coloridas de cérebros de pessoas normais e de pacientes com DDAH (ao lado de um anúncio de Vyvanse). Mas é duvidoso se as duas imagens são realmente diferentes, diz o psiquiatra Dr. Phillip Sinaikin, autor de Psychiatryland. E mesmo que forem, isso não prova nada.
O ponto central do problema é que simplesmente não existe um entendimento definitivo de como a atividade neural está relacionada à consciência subjetiva, a antiga relação não muito clara entre corpo e mente”, Sinaikin contou ao AlterNet.

“Não avançamos muito além da frenologia, e esse artigo do WebMD é simplesmente o pior tipo de manipulação da indústria farmacêutica a fim de vender seus produtos extremamente caros. Nesse caso, um esforço desesperado da Shire para manter uma parte do mercado quando o Addreall tiver versão genérica”.

AMANHÃ:

Outras doenças da moda; fibromialgia, disfunções do sono, sonolência excessiva e insônia que é depressão.

25 de maio de 2012
Martha Rosenberg (site AlterNet | Tradução: Daniela Frabasile)

REPÚDIO A VENDA DO HISTÓRICO PRÉDIO DA PM

Associação dos oficiais militares estaduais repudia venda do Quartel General da PM

A Associação dos Oficiais Militares Estaduais do Rio de Janeiro – AME/RJ, entidade de classe representativa de Policiais e Bombeiros Militares do Estado, no sentido de assegurar a preservação do patrimônio da Policia Militar, vem através do presente manifestar profundo e absoluto REPÚDIO à venda do Quartel General da PMERJ promovida pelo Governador, cuja intenção do negócio, segundo notoriamente anunciado pelo referido Governante, é acabar com o conceito de aquartelamento na corporação.

O próprio onde está sediado o Quartel General da PMERJ alberga valores imateriais incomensuráveis, de expressão histórica relevante não só para a cidade e o Estado do Rio de Janeiro, mas para a formação do Brasil. A importância estratégica do Quartel General é inquestionável e sua localização propicia o eficiente e versátil desdobramento e a rápida articulação de unidades policiais e tropas para qualquer parte da cidade, possibilitando uma prestação de serviço efetiva e célere.

O negócio imobiliário promovido pelo Governador retira da PMERJ o seu bem maior, a sua casa, um imóvel que se insere num contexto arquitetônico que traduz parte da história do Brasil. Com essa venda, vence a ganância do poder público, a especulação imobiliária, o descaso com a história, e a passividade da população que não dá valor ao que lhe pertence. Por sua vez, perde-se mais de duzentos anos de história, a dignidade do policial militar, a honra dos que poderiam ter evitado tal tragédia, e nossos descendentes que sequer poderão contemplar uma caserna que abrigou grandes e ilustres militares brasileiros, heróis de nossa pátria.

Por conta de tudo isso e, sobretudo, em razão de tudo que simboliza e significa o imóvel do Quartel-General para a PMERJ e para a cidade do Rio de Janeiro, a AME/RJ REPUDIA veementemente a venda do Quartel General da PMERJ.

À Policia Militar do Estado do Rio de Janeiro, a associação reitera irrestrito apoio e solidariedade.

Rio de Janeiro, 25 de maio de 2012.
Carlos Fernando Ferreira Belo
Coronel PM Presidente da AME/RJ

QUANDO O HUMOR RETRATA A REALIDADE 13


BRASILEIRO TRABALHA QUASE CINCO MESES NO ANO APENAS PARA PAGAR IMPOSTOS. VOCÊ SABIA?

Em oportuna reportagem, o Correio Braziliense revela que o contribuinte brasileiro trabalha praticamente cinco meses no ano somente para pagar tributos (impostos, taxas e contribuições) ao governo. Ou seja, isso significa que faltam sete dias para o contribuinte brasileiro finalmente começar a trabalhar para si próprio.

O cálculo foi feito pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), que fez comparações com outros países. Na Argentina ou nos Estados Unidos, por exemplo, o arrocho é menor, porque são pouco mais de três meses exclusivamente para pagamento de impostos.

A calculadora chamada de “Impostômetro”, exibida em São Paulo pela Associação Comercial calcula que, por mês, os brasileiros pagam cerca de R$ 123 bilhões, quantia que possibilitaria a construção de mais de 428 mil postos de saúde equipados ou a compra de mais de 4,5 milhões de carros populares ou a contratação de mais de 9 mil professores do ensino fundamental por ano.

Em 2012, o brasileiro passou a destinar 40,98% de seu rendimento bruto para pagamento de impostos. Em 2003, eram destinados 36,98%. Se comparado à década de 70, hoje o brasileiro chega a trabalhar o dobro de tempo para pagar tributação.

Atualmente são pagos 63 tributos que incidem sobre a renda (como o Imposto de Renda e a contribuição previdenciária), impostos embutidos nos preços de produtos e serviços (como o ICMS e o IPI), a tributação do patrimônio (IPTU e IPVA) e taxas como limpeza pública, coleta de lixo, emissão de documentos e iluminação pública.

Os impostos pagos por saúde, educação, segurança, entre outros serviços que na prática não funcionam como deveriam, fazem com que os brasileiros passem a trabalhar para si próprio apenas nos últimos meses do ano.
É mole, ou quer mais?

'QUALQUER FALA DE CACHOEIRA SERIA PRIGOSA'

Afirma Márcio Thomaz Bastos (que será remunerado com dinheiro oriundo de atividades criminosas)

Advogado de defesa do contraventor Carlinhos Cachoeira, o criminalista Márcio Thomaz Bastos, ex-ministro da Justiça, avalia que o silêncio que marcou a audiência desta terça-feira, 22, não caracterizou afronta à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga as relações de seu cliente com políticos e autoridades. “É direito constitucional”, resume.

Pouco depois de deixar o Congresso, Thomaz Bastos falou sobre a sessão no âmbito político. Segundo ele, são “três os requisitos” para que Cachoeira possa responder às indagações da CPI – um desses requisitos, ele diz, é aguardar julgamento do Tribunal Regional Federal da 1.ª Região de uma demanda em que a defesa põe em xeque a legalidade dos grampos da Polícia Federal feitas no curso da Operação Monte Carlo. Enquanto isso, Cachoeira continua preso.

Qual a sua avaliação da audiência?

Eu entendo que tudo transcorreu como esperado, ele (Carlinhos Cachoeira) não ia falar mesmo. Estava anunciado. Enquanto a gente não tiver analisado a íntegra de todos os autos da investigação não dá para ele falar.

O que a defesa quer?

São três requisitos. Primeiro, temos de analisar os documentos, é muita coisa, agora vai chegando ao fim. Outra coisa: tem um habeas corpus que impetramos no Tribunal Regional Federal da 1.ª Região, questionando a legalidade das interceptações telefônicas (da Operação Monte Carlo). O terceiro obstáculo, talvez o mais importante, é que está marcada para o próximo dia 31 audiência (de Cachoeira) na Justiça (em Goiânia), audiência de instrução, debate e julgamento.

Antes disso ele não fala?

Antes disso, qualquer fala dele (Cachoeira) seria perigosa. Por isso eu acho que a comissão entendeu perfeitamente. (Cachoeira) Manteve o silêncio, um silêncio respeitoso, e a coisa correu bem.

Ele não afrontou a CPI ao permanecer calado?

De jeito nenhum. (O silêncio) não caracteriza (afronta). É direito constitucional. Inclusive, o ministro Celso de Mello (do Supremo Tribunal Federal), na decisão proferida ontem (segunda-feira) expressamente fez uma ressalva de que ele tem esse direito, o sujeito que é investigado tem esse direito de não falar. Ele (Cachoeira) não prestou o compromisso e o próprio presidente (da CPI) achou que não era o caso. (Cachoeira) Calou-se.

Não foi constrangedor?

Em nenhum momento, em nenhum momento. Ao contrário, foi uma coisa respeitosa. Correu tudo muito bem.

O próximo passo?
Estamos trabalhando para obter a liberdade dele (Cachoeira). É para isso que estamos trabalhando.

(entrevista enviada pelo comentarista Mário Assis)
Fausto Macedo (Estadão)
25 de maio de 2012

AS FALSAS ACUSAÇÕES

Execuções públicas de homossexuais e outros "precadores criminosos" no Irã
                                   Execuções públicas de homossexuais e outros “pecadores criminosos” no Irã

A homofobia (que cresce em todo o mundo) é um sintoma bem visível dos movimentos que combatem, em todas as frentes, as liberdades individuais para a instauração de regimes totalitários. A 16 de abril de 2012, por exemplo, numa convenção de clérigos islâmicos na cidade iraniana de Qom, o veterano aiatolá Abdollah Javadi-Amoli denunciou que nós, ocidentais, somos inferiores a animais porque nossos parlamentos legalizavam os direitos dos homossexuais, algo de terrível porque esses pecadores trariam a AIDS para a sociedade humana como punição divina. E como, segundo o Corão, “os homossexuais são inferiores aos animais”, aqueles que os apoiam também o seriam:
Lot disse a seu povo: ‘Vocês cometeram pecados inéditos na história do mundo e no reino animal, no reino do demônio e no reino humano’. Nem pássaros, predadores, cães e porcos cometeram tais atos. De acordo com o Corão os que aprovam tais atos em seus parlamentos são inferiores a animais. [...] O Corão diz que [os homossexuais] são inferiores aos animais. O Corão, as tradições e as proibições religiosas é o que nos faz humanos. É verdade que não estamos como o Ocidente em termos de [progresso] industrial. Mas enquanto eles são mais avançados [nesse campo], em termos de [sexualidade] eles são bárbaros. Segundo o Corro, suas vidas são mais baixas que as dos animais. Nem cães e porcos cometem o ato infame (sodomia) que eles querem legalizar em seus parlamentos. [Trad. MEMRI Report 4708].
No Irã, onde se fez a Revolução Islâmica, coerentemente se voltou a punir com a morte as práticas homossexuais. Um site iraniano chegou a pregar que os homossexuais deveriam, sempre de acordo com o Corão, ser queimados vivos ou atirados do alto de uma montanha. O regime iraniano tem preferido, contudo, talvez por razões práticas ligadas à modernidade, que eles fingem rejeitar, o enforcamento, de preferência em vistosos guindastes. Assim, entre centenas de pessoas enforcadas mensalmente naquele país, três o foram em setembro de 2011 em Ahwaz por sodomia. E isso a despeito de Mahmoud Ahmadinejad, que prepara desde 2010 um baby bom no país, recomendando às meninas iranianas que se casem aos dezesseis anos, nos garantir em 2007, na Columbia University, em Nova York, a inexistência de homossexuais no Irã, sendo esse um problema exclusivamente ocidental. Só não explicou como o Irã obtivera a tão sonhada por todos os fascistas solução final dos homossexuais.

Mas ao contrário do que os radicais islâmicos imaginam, a “limpeza étnica” dos homossexuais ordenada pelo Corão, e que voltou a ser praticada no Irã e em outros países islâmicos, não é uma solução nova, mas possui longa tradição no Ocidente, que é bárbaro pelos padrões islâmicos apenas nas ilhas de liberdade onde a democracia vingou e o Estado laico conseguiu reprimir suas próprias barbáries religiosas e políticas, separando a Igreja do Estado, banindo a Inquisição, que queimava vivos judeus, feiticeiras e homossexuais (quando constatava um coito completo); e vencendo o Nazifascismo, que os castrava e prendia em campos de concentração (como tantas outras vítimas étnicas e políticas). Muitos são os ocidentais, contudo, que tampouco querem ser “bárbaros” e “menos que animais” através do retorno aos tempos da Inquisição e do Nazifascismo.

Na Itália, por exemplo, Giancarlo Gentilini, vice-prefeito de Treviso, reagiu recentemente à denúncia de práticas homossexuais cometidas em certo local público da cidade pregando a “limpeza étnica para os culattone”. O termo culattone que caíra em desuso após o Nazifascismo, quando era usado em referência aos prisioneiros estigmatizados com o triângulo rosa nos campos de concentração, voltou assim à linguagem cotidiana na Itália. O sonho de Gentilini, eleito pela neofascista Lega Nord de Umberto Bossi, seria deportar (ou exterminar) os aproximados 150 mil homossexuais da região de Veneto, como bem observou Bepp Grillo.

No Brasil, temos um correlato nas declarações homofóbicas do deputado Jair Bolsonaro (do Partido Progressista), em suas companhas contra os direitos civis dos homossexuais; do filósofo Olavo de Carvalho (em aulas proferidas na linguagem mais indecente que se possa imaginar, seguidas por milhares de fãs no YouTube); de pastores evangélicos (que retiram demônios dos corpos dos gays convertidos que os procuram, em vídeos obscenos postados no YouTube); e de tantos outros fundamentalistas cristãos e neofascistas que não querem ser “bárbaros” como os democratas e liberais tolerantes com a homossexualidade, por medo da liberdade que temem como o demônio, por supostamente levar ao comunismo (o fascismo como “defesa da liberdade”) e, mais concretamente, à confrontação com suas próprias fantasias homossexuais reprimidas.

25 de maio de 2012
Luiz Nazário

BOA PARTE DE TUDO QUE VOCÊ COMPRA É IMPOSTO

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O imposto sobre o consumo que acaba sendo o mais danoso (Reprodução/Veja)

Boa parte de tudo que você compra é imposto

O dia de hoje marca o momento em que você para de trabalhar para pagar impostos e passa a usufruir do seu próprio dinheiro

Parabéns, brasileiro! O dia de hoje marca o momento em que você para de trabalhar para pagar impostos e passa a usufruir do seu próprio dinheiro. Os mais de cinco meses desde o início do ano até agora são o tempo que o cidadão brasileiro precisa para juntar o dinheiro necessário para pagar por todos os impostos a que está sujeito durante o ano de 2012.
Não aparece na nota fiscal, mas boa parte de tudo que você compra é imposto”.

Um estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) mostra os impostos absurdos que o brasileiro paga quando compra uma série de produtos. Não são apenas produtos que podem não ser considerados essenciais, como o iPod (49%) ou o Playstation (72%), que acabam encarecendo com a incidência dos impostos. Produtos básicos como o óleo de cozinha (26%), uma camisa (34%) e o papel higiênico (39%) também têm o seu preço inflado. Você adquire um carro, paga todos os impostos na compra, paga anualmente os impostos necessários para mantê-lo e, ainda por cima, mais da metade do preço que você paga pela gasolina – 53% – serve apenas para cobrir os impostos!

No Brasil, não estamos acostumados a saber quanto pagamos para o governo cada vez que compramos algo. E é justamente o imposto sobre o consumo que acaba sendo o mais danoso para as populações mais pobres. É provavelmente por não saberem a proporção do preço do produto que vai direto para os cofres do governo que muitas pessoas vêem empresários como seres mesquinhos e maldosos. Mal sabem que o Brasil é um país hostil ao empreendedorismo.

Pelas enormes dificuldades que o cidadão encontra para abrir e manter o seu próprio negócio, ser empreendedor no Brasil é tarefa difícil e pouco atraente . Os altos impostos pagos para a abertura e manutenção de uma empresa – além do longo tempo de espera até que o empresário possa, de fato, iniciar as suas atividades – e custosos encargos trabalhistas que obrigatoriamente deve pagar aos seus empregados, criam uma barreira difícil de ser atravessada.

Mas não somos o único país a sofrer com a alta carga tributária. Um estudo da organização americana Tax Foundation mostra que nos Estados Unidos, onde o Dia da Liberdade de Impostos aconteceu mais de um mês atrás (17 de abril), os americanos em 2012 gastarão mais em impostos do que em alimentação, vestuário e moradia juntos.

A data de hoje nos ajuda a lembrar e refletir a respeito do custo para sustentar o governo. Pagamos muito e pouco recebemos em troca. Aproveite para visitar um dos pontos de protesto em todo o país e desfrute, mesmo que por um dia, da sensação de se ver livre do pesado fardo dos impostos.
Lembre-se: “Não aparece na nota fical, mas um pedaço de tudo que você compra é imposto”.

Elisa Lucena Martins
25 de março de 2012
opinião e notícia

NEGOCIAÇÕE$ POLÍTICA$ TENTAM IMPEDIR QUE CPI CONVOQUE GOVERNADORES E QUEBRE SIGILOS DA DELTA NO RJ


Apesar de a pizzarice petralha estar operando a pleno vapor no Congresso, tudo indica que pode se reafirmar a velha tese de que “CPI todo mundo sabe como começa, mas nunca como acaba (mal)”. Revelações sobre o uso de uma rede de “laranjas” para abastecer o esquema de Carlinhos Cachoeira com muita grana desviada da Delta Construções servem de motivo objetivo para a quebra dos sigilos bancários e fiscal da empreiteira, a partir de sua sede no Rio de Janeiro. A turma chapa-branca da CPI começa a ver a coisa muito preta...

Era tudo que não queriam o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e demais parceiros dos governadores Sérgio Cabral Filho (RJ), Marconi Perillo (GO) e Agnelo Queiroz (DF). Dese ontem, já começaram as negociaçõe$ para impedir que sejam aprovados, na terça-feira que vem, os requerimentos de convocação dos três políticos. PT, PSDB e PMDB também trabalham para impedir que a sessão de terça da CPI escancare as contas nacionais da Delta. Por enquanto, quem está jogando uma cachoeira de água no forno da pizza da CPI é o senador Pedro Taques (PDT-MT).

O escândalo Cachoeira já começa a transformar em torneirinha o esquema do Mensalão – que será julgado pelo foro privilegiado do Supremo Tribunal Federal. Uma investigação mais séria pode revelar os verdadeiros esquemas de corrupção por trás de muitos políticos que posam de sérios. O grande temor da petralhada e seus companheiros peemedebistas é que a desgraça de Cachoeira deságüe em quem recebia, de verdade e de forma indireta, a grana desviada de grandes obras públicas. A Delta era a principal empresa do PAC, cuja mãe é a Presidenta Dilma e o padrasto, lógico, era Luiz Inácio Lula da Silva. Engraçado é como só Cachoeira apareça como o “filho da mãe” de uma grande famiglia mafiosa...

Até agora, a informação mais comprometedora é um laudo de Perícia Criminal Federal Contábil Financeiro número 1833/2011, assinado pelos Peritos Guilherme Puech Bahia Diniz e Marden Jorge Fernandes Rosa, revela que ocorreram pelo menos cinco transferências realizadas por Geovani Pereira da Silva, o contador ainda sumido de Cachoeira, para o escritório do ex-procurador geral da República, Geraldo Brindeiro. Foi confirmado um repasse de R$ 161.279,85 ao escritório Morais, Castilho e Brindeiro Sociedade de Advogados.

Investigações da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, reuniram provas objetivas de que o caixa da Delta Construções no Rio de Janeiro abastecia empresas de fachada do esquema de Carlinhos Cachoeira, usando “laranjas” – pessoas aparentemente inocentes que nem sabiam de nada ou não levaram dinheiro do esquema mafioso. Da conta do CNPJ nacional da Delta saíram pelo menos R$ 12 milhões para a Alberto e Pantoja e Brava Construções, empresas de fachada usadas pelo grupo de Cachoeira.

Serão alvos (de investigação ou abafamento?) da CPI as empresas Zuk Assessoria Empresarial e a Flexa Factoring Fomento Mercantil – que funcionam em um mesmo endereço, no Centro do Rio de Janeiro. As empresas receberam recursos da Brava Construções, que é do esquema de Cachoeira. A Brava Construções e a Alberto Pantoja movimentaram R$ 39 milhões da Delta. Tudo veio à tona porque os sigilos bancário e fiscal da Zuk e da Flexa Factoring e de seus sócios Cristina Lacerda de Almeida, Tatiana Correia Rodrigues, Edivaldo Ferreira Lopes e Maria Aparecida Corrêa foram quebrados em 2011, na Operação Monte Carlo.

O fim de semana será de intensa$ negociaçõe$ para impedir que a semana que vem escancare o verdadeiro esquema financeiro da Delta – que parece ir muito além do mero lobista Carlinhos Cachoeira. Por enquanto, em silêncio, é só ele que segura a bronca. O defensor de honra dos ilustres petistas, criminalista Márcio Thomaz Bastos, terá de trabalhar mais que Hércules para livrar a barra dos implicados no escândalo que ainda sequer vieram à tona das águas turvas e fétidas do Delta da Cachoeira (um ponto geográfico imaginário onde se centraliza o Governo do Crime Organizado).

Laranjada podre
Depois de tanta laranjada descoberta no esquema da Delta e Cachoeira, no Rio de Janeiro, uma previsão:

É grande o risco de um governador virar suco, se for convocado à CPI.

Mas o pior é se constatarem que ele é um laranja de um chefão muito mais suculento...

Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus.

25 de março de 2012
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.

PIRATARIA DIGITAL: COPIAR CE OU LIVRO PODE DEIXAR DE SER CRIME


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Lei atual proíbe fazer quaisquer cópias integrais sem autorização do autor
Novo Código Penal pretende liberar uso pessoal de cópias. Reprodução para vendas com violação de direito autoral, no entanto, terá pena aumentad.
A comissão de juristas responsável pela elaboração do novo Código Penal aprovou, nesta quinta-feira (24), uma proposta que não considera crime a cópia integral de obra intelectual para uso privado e exclusivo, sem intenção de lucrar direta ou indiretamente com isso.

A proposta, junto das demais votadas anteriormente, deve ser entregue para votação até o final de junho. Apenas após aprovações no Senado e na Câmara e sanção presidencial, o texto passa a valer.
Segundo o presidente da comissão, o ministro do Superior Tribunal de Justiça Gilson Dipp, o direito autoral estará melhor protegido com as alterações do Código Penal.
Na lei que rege os direitos autorais atualmente, é proibido fazer quaisquer cópias integrais sem autorização do autor (a pena pode chegar a quatro anos de prisão).

A comissão de juristas aprovou que, para aqueles que violarem o direito autoral, a pena, que atualmente é de dois meses a um ano, aumente para seis meses a dois anos de reclusão e multa. É considerado, pelo Código Penal, violação de direito autoral a reprodução ou publicação da obra em qualquer meio, sem autorização expressa do autor, com o intuito de lucrar.

A comissão aprovou ainda a criação de um crime específico que penaliza o plágio intelectual, cujo exemplo mais comum é a cópia de trabalhos acadêmicos. Atualmente, esse tipo de plágio – em que uma pessoa se apropria da produção alheia, sem fins comerciais – é considerado uma das violações ao direito autoral. A pena prevista é prisão de seis meses a um ano, mas na prática é muito raro que isso aconteça.

25 de março de 2012
Opinião e notícia

COM 5% DE OBRAS PRONTAS, BRASIL SUGERE À FIFA JOGAR 5% DOS JOGOS



Com 5% de obras prontas, Brasil sugere à FIFA jogar 5% dos jogos
Alto funcionário do ministério dos Esportes prepara o plano diretor da Copa


BRASÍLIA – O governo se mostrou bastante satisfeito com o balanço da Copa de 2014, apresentado ontem à imprensa em evento que começou com 78% de atraso. O ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, que perdeu a hora e chegou depois de iniciada a solenidade, se disse animado com o andamento moroso das obras, um sinal, segundo ele, de que tudo está sendo feito com muito capricho, muito esmero.


Repórteres pediram que Rebelo comentasse os números do balanço, e, em especial, o fato de que, a dois anos da Copa, apenas 5% das obras estejam prontas. Falando lentamente, Rebelo explicou que 5% é mais do que 4%, substancialmente mais do que 3% e o dobro de 2,5%. “Gostaria muito que a imprensa se debruçasse sobre esses números”, bocejou, para concluir, depois de uma rápida soneca, que já está um pouco cansado da preocupação excessiva com os 95% restantes.


Como o ministro puxasse um baralho do colete e começasse a jogar paciência, as perguntas seguintes foram dirigidas ao ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, que, antes de responder, foi instado a apresentar documentos para comprovar identidade e função.


Terminada as formalidades, Ribeiro explicou que estudos do governo revelaram que parcela significativa das funcionárias do almoxarifado da TV Câmara considera 90 minutos tempo demasiado para uma contenda esportiva. Diante disto, o governo decidiu economizar recursos e encerrará as obras em agosto de 2013, data em que, se não chover, os projetos executados já serão 7,2%.


Ribeiro garante que isso dará ao governo boa margem de segurança para propor à FIFA o encolhimento das partidas para 4 minutos – “2 tempos de 2 minutos, com 20 segundos de intervalo”, conforme explicou. “Isso corresponde a 5% da duração normal, o que permite ocupar de maneira bem mais racional o belo estádio completo e o bonito meio estádio – constituído de campo e pelo menos uma trave – que estarão prontinhos em 2014.


Os jornalistas deixaram o auditório do ministério dos Esportes na ponta dos pés para não acordar Aldo Rebelo. Segundo assessores próximos, o ministro deixou o local duas horas mais tarde, quando sobressaltou-se com o espirro de um funcionário da limpeza gripado. Espera-se que no máximo em 30 dias Aldo Rebelo diga “saúde”.


25 de maio de 2012
The i-Piaui Herald

HOCUS & POCUS

Caros Drs. Hocus & Pocus.

Encontrei em documentos de família a foto abaixo do que parece ser um equipamento complexo. Aparentemente foi tirada por meu falecido tio-avô que passou muito tempo num lugarejo perdido no litoral sul da Bahia, terra-de-ninguém entre esse estado e o Espírito Santo.
No verso da fotografia está escrito em gótico a palavra “catinfante”. Junto com a foto há desenhos extremamente bem executados de borboletas azuis com pintas e zebras rosadas, mas estranhamente com as feições do elefante Dumbo.


Há algum registro da existência e/ou uso deste equipamento.
Atenciosamente
Aloísio Rebússio

Caro Aloísio

A foto enviada combinada com as folhas avulsas com imagens de elefantes rosados voando indica que esta é uma valiosa peça de antropologia e arqueologia industrial.
Na segunda metade do século XX, um imigrante italiano percorria o interior do Brasil desenhando e vendendo embalagens de papel corrugado para as indústrias.
Não conseguimos determinar exatamente qual seu nome, mas consta que nas multinacionais produtoras de alimentos era conhecido por “Marty”. Nos botecos de arrabalde era chamado de “Gringo” ou “Vermelho Maluco”.
Gringo tinha um grande apetite para mulatas e bebidas alcoólicas, sendo que depois de uma noitada com as garrafas, sendo um pintor e desenhista de certo talento, distribuía aos amigos pinturas em guache de elefantes coloridos que apareciam voando pelo seu quarto em meio a uma névoa etílica.

Um dia decidiu que seria o inventor da caixaideal para o transporte de bananas. Abandonou a venda de embalagens e mudou-se para um lugarejo na Bahia, abriu um restaurante onde introduziu a pizza e a lasanha de jerimum com caranguejo. Todos os dias entre a hora de servir o almoço e a hora da janta isolava-se numa oficina no fundo do restaurante levando uma garrafa de “Old Stroessner”. De dentro do barracão ouvia-se o ruído de ferramentas, saiam nuvens de vapor e a voz de taquara rachada do inventor cantando “Va Pensiero”.

Após quase um ano um dia as portas do barracão foram abertas e o gringo mostrou sua maravilhosa criação. Não inventara uma caixa para bananas. Mas inventara um desentortador de bananas, o uso do qual permitiria desenhar posteriormente caixas para qualquer tamanho de bananas.
Patentes mundiais foram requeridas para o produto, e aparentemente descortinavam-se anos de vida próspera para Gringo.

Contudo uma noite surgiu no porto de pescadores local um navio de bandeira jamaicana. A bordo estava um famoso cantor jamaicano-americano cuja mais conhecida canção tratava de estivadores do porto de Kingston (Harry Belafonte Day-O Banana Boat)
Imediatamente percebeu que essa invenção teria o pendor de acabar com o meio de vida dos estivadores da Jamaica, já que caixas regulares poderiam ser carregadas nos navios com empilhadeiras e gruas, enquanto até então os enormes cachos de banana eram carregados nas costas dos operários. .

Na manhã seguinte o restaurante não abriu, o galpão amanheceu vazio e Gringo desaparecera. Sua máquina também sumira. Nunca mais foram vistos.
Contudo recentemente um dos pesquisadores apoiados pela Fundação H & P foi chamado para a apresentação de uma criação recente. Uma maquina de abrir garrafas de vinho que também enche uma taça. O local da apresentação da máquina, denominada “Traquitana” (Rob Higgs) foi numa suntuosa mansão de propriedade do inventor, perto de Bruxelas.

O pesquisador reparou que na parede acima da lareira da sala principal havia um quadro gigantesco. O quadro era de um senhor de copiosas barbas vermelhas, vestindo chapéu Panamá, num cenário tropical. Na cena voam pequenas borboletas azuis e rosadas, com cara de elefante, e no fundo vê-se uma misteriosa máquina.

Perguntado quem era aquele o inventor explicou que era um auto-retrato de seu avô, aventureiro que um dia chegara à Europa depois de uma longa vida de aventuras pelo mundo. Viera trazendo uma fortuna misteriosa e casara com sua avó, dona do palácio, de família nobre mas decadente.
Seu invento, “A Traquitana” teria sido inspirado pelas conversas com seu avô que sempre desejara uma máquina para encher seu copo de uísque.
Agradecemos nos ter enviado estes documentos e esperamos que nos contate se encontrar mais material.
Hocus & Pocus

Ralph J. Hofmann
25 de março de 2012

O PT SABE TUDO, MENOS GOVERNAR...

No dia 27/9/2007, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em mais um de seus arroubos etílicos, afirmou passaria para a história como o presidente que mais investiu em educação e na construção de universidades públicas e escolas técnicas no País. “Vejam a ironia do destino. O metalúrgico que não tem diploma universitário vai passar para a história como o presidente que mais fez universidades e escolas técnicas no Brasil”, afirmou, após visitar as obras do campus da Universidade Federal do ABC (UFABC), em Santo André.




Segundo ele, até 2010 o governo terá inaugurado dez novas universidades federais e terá aumentado o número de escolas técnicas de ensino profissionalizante de 140 (até o início de 2003) para 214. “No Estado de São Paulo, entre 2003 e 2007, o aumento de vagas em universidades estaduais ficou em 16%, enquanto que nas universidades federais o aumento foi de 72%”, declarou. “Se os números não estiverem certos, meu caro Haddad (Fernando Haddad, ministro da Educação), depois você se vira e explica”, acrescentou Lula.

Pode até ser que os números ditos por Lula, lhe tenham sido passados como verdadeiros, mas quando se olha uma pouco mais para ensino universitário oficial, contata-se que Lula, preocupou-se tão somente na construção na construção dos prédios onde deveria ser uma e escola de ensino superior e o resto deixou para lá.
Um exemplo disso e o que está ocorrendo na Universidade Federal de Viçosa, campus de Rio Parnaíba, criado em 2007. Os professores cruzaram os braços (16/5) A paralisação aconteceu em várias universidades federais do país para pressionar o governo para novas negociações. Há vários meses os servidores federais apresentaram ao Governo uma pauta unificada com eixos comuns a todo serviço público federal.
Em Rio Paranaíba, além da questão salarial os professores reivindicam ainda melhores condições de trabalho, como infra-estrutura adequada e mais profissionais.( veja o vídeo Professores da UFV de Rio Paranaíba fizeram paralisação)

Em todas a áreas do governo, realizou-se tão somente, o vitupério do auto-elogio comandado por Lula, muitas despesas sem resultados práticos, sentindo-se sempre o cheiro de corrupção
Esse foi governo que se elegeu em 2002, com o dístico: “Vamos mudar tudo isso que está aí”. De fato mudou, só que para muito pior.

25 de março de 2012
Giulio Sanmartini
(*) Foto: Fernando Haddad e Lula no campus da Universidade Federal do ABC (UFABC), em Santo André.

"DELTA, A INCÓGNITA"

Editorial da Folha

CPI do caso Cachoeira resiste à ideia óbvia de seguir trilha de dinheiro que vai de Goiás ao Rio e outros Estados, enlaçando vários partidos

O senador Pedro Taques (PDT-MT), integrante da CPI do caso Cachoeira, está coberto de razão ao insistir na quebra dos sigilos bancário e fiscal da construtora Delta.

Até aqui, nada mais nebuloso que a Delta ocupou a pauta da inoperante comissão -que ontem viu um ex-vereador tucano deGoiânia distribuir referências que alguns interpretaram como ameaças veladas a próceres do governo federal e de fora dele.

O papel da empreiteira do Rio de Janeiro no esquema chefiado pelo empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e pelo senador goiano Demóstenes Torres (ex-DEM) segue envolto em sigilo intrigante. A CPI está cheia de dedos com a Delta, como se entre suas transações medrassem segredos capazes de abalar a República.

Não admira. A Delta se especializou em obras públicas, ponto nodal do circuito corrompedor que abastece empreiteiros, políticos e campanhas eleitorais com dinheiro do contribuinte. É a maior concessionária de canteiros do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) petista. Atua na maioria dos Estados, com destaque para o Rio do governador Sérgio Cabral (PMDB), amigo íntimo do "ex-dono" da firma, Fernando Cavendish.

A CPI resiste a investigar Cabral e, ecumenicamente, outros dois governadores -Marconi Perillo (PSDB-GO) e Agnelo Queiroz (PT-DF)- colhidos na teia de relações suspeitas com Cachoeira.

No que respeita às contribuições da Delta para o caudal milionário, a estratégia de contenção desenhada pelos parlamentares tem sido circunscrever o inquérito ao braço da construtora no Centro-Oeste, comandado por Claudio Abreu, hoje ex-diretor, antes assíduo interlocutor de Cachoeira.

As pontas do novelo são tantas, porém, que o controle já lhes escapa das mãos. Veio à luz na CPI, por exemplo, que Abreu tinha procuração para movimentar uma dezena de contas da Delta, inclusive na sede fluminense, pondo por terra a versão de que o esquema só atuava em Goiás e cercanias.

Os enigmas em redor da Delta não se limitam ao passado de relacionamentos suspeitosos. Também quanto ao presente e ao futuro da empresa proliferam as incógnitas.

Por que surgiu o interesse do grupo J&F (JBS-Friboi) em administrar e prometer comprar uma empresa sob ameaça de declaração de inidoneidade pela Controladoria-Geral da União, que a tiraria do PAC? Por que os proprietários da J&F não conseguem dar versão unívoca sobre o alegado aval do governo Dilma Rousseff para a transação?

Está evidente que sobram interrogações e faltam respostas em todo esse imbróglio.

25 de maio de 2012
Folha de São Paulo

DILMA IMITA LULA E A PROCISSÃO DE BRAVATAS RECOMEÇA


Confrontado com sucessivas evidências de que a crise econômica americana provocaria estragos no mundo inteiro, o então presidente Lula decidiu proibi-la de entrar no Brasil. ”Um dia acordei invocado e liguei para o Bush”, gabou-se em 27 de março de 2008. “Eu disse: ‘Bush, meu filho, resolve o problema da crise, porque não vou deixar que ela atravesse o Atlântico’”. Como Lula só fala português, Bush não deve ter entendido o recado do colega monoglota. Alheia ao perigo, o alvo da ameaça já rondava as praias do Brasil quando, quase seis meses depois do telefonema improvável, o chefe de governo voltou a tratar do assunto.
“Que crise? Pergunte ao Bush”, recomendou em 17 de setembro a um jornalista preocupado com os sinais de que o problema americano não pouparia o País do Carnaval. “O Brasil vive um momento mágico”, emendou no dia 21. No dia 22, a ressalva entre vírgulas informou que o momento não era tão mágico assim: “Até agora, graças a Deus, a crise americana não atravessou o Atlântico”. Uma semana depois, a ficha começou a cair. “O Brasil, se tiver que passar por um aperto, será muito pequeno”, garantiu em 29 de setembro. Pareceu render-se no dia 30: “A crise é tão séria e profunda que nem sabemos o tamanho. Talvez seja a maior na História mundial”.
Em 4 de outubro, o otimista delirante voltou ao palco: “Lá nos Estados Unidos, a crise é um tsunami”, comparou. “Aqui, se chegar, vai ser uma marolinha, que não dá nem para esquiar”. No dia 5 de outubro, achou prudente depositar o problema no colo do Legislativo. “Queremos que esse tema da crise mundial seja levado ao Congresso”, comunicou. No dia 8, conseguiu enxergar o tamanho do buraco. “Ninguém está a salvo, todos os países serão atingidos pela crise”. Em 10 de novembro de 2008, a metamorfose delirante fechou gloriosamente a procissão de frases amalucadas. “Toda crise tem solução”, ensinou. “A única que eu pensei que não tivesse jeito era a crise do Corinthians”.
O raquitismo das taxas de crescimento registradas de lá para cá mostrou o que acontece a um país governado por alguém que enfrenta com bazófias e bravatas complicações econômicas de dimensões globais. A longevidade da crise, agora agravada pelas quebradeiras que abalam a União Europeia, confirmou que o mundo lida com um monstro impiedoso com populistas falastrões. Mas o Brasil não aprende, comprova o comportamento de Dilma Rousseff. Três anos depois, a estratégia inaugurada pelo Exterminador do Plural começou a ser reprisada em dilmês.
Lula acordava invocado com Bush. Em março, Dilma deixou de dormir direito por andar invocada com um certo “tsunami monetário”. Num improviso de espantar Celso Arnaldo, atribuiu a paternidade da criatura a “países desenvolvidos que não usam políticas fiscais de ampliação da capacidade de investimento para retomar e sair da crise que estão metidos e que usam, então, despejam, literalmente, despejam US$ 4,7 trilhões no mundo ao ampliar de forma muito, é importante que a gente perceba isso, muito adversa, perversa para o resto dos países, principalmente aqueles em crescimento”.
Lula recomendava aos americanos que se mirassem no exemplo do Brasil. Dilma se promoveu a professora da Europa. “Eu acho que uma coisa importante é que os países desenvolvidos não só façam políticas expansionistas monetárias, mas façam políticas de expansão do investimento”, ensinou em 5 de março. “Porque o investimento não só melhora a demanda interna, mas abre também a demanda externa para os nossos produtos”. No dia seguinte, concluiu a lição. “O que o Brasil quer mostrar é que está em andamento uma forma concorrencial de proteção de mercado que é o câmbio, uma forma artificial de proteção do mercado. Somos uma economia soberana. Tomaremos todas as medidas para nos proteger”.
Lula zombava da marolinha. Nesta semana, Dilma reiterou que com o Brasil ninguém pode. “Nós estamos 100% preparados, 2oo% preparados, 300% preparados para enfrentar a crise”, preveniu. No dia seguinte, as previsões sobre o crescimento do PIB em 2012 baixaram de 4,5% para menos de 3%. Como Lula em 2008, Dilma resolveu interceptar o cortejo de índices aflitivos com outro balaio de medidas de estímulo ao consumo. Como ficou mais fácil comprar automóveis, os congestionamentos de trânsito ficarão ainda maiores. Os brasileiros motorizados terão mais tempo para pensar em como pagar o que devem ao banco.
Nesta quinta-feira, reproduzidos pelo site do jornal português O Público, trechos da entrevista concedida por Lula à documentarista Graça Castanheira comprovaram que, enquanto a afilhada cuida da economia brasileira, o padrinho socorre os países europeus mais necessitados. “Obama pensa nos americanos, Merkel nos alemães, cada um no seu mandato”, descobriu o professor de tudo. “O mundo não está pensando de forma globalizada”. Tradução: o planeta precisa de um Lula.
A performance da dupla que gerou o Brasil Maravilha comprova que só em terra estrangeira a História se repete como farsa. Aqui, uma farsa é reprisada há mais de nove anos a plateias que engolem qualquer história. Oremos.
Augusto Nunes - Veja
25 de março de 2012