"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 6 de março de 2013

O PAI DOS 99% QUE NÃO SÃO RICOS

 

Etienne de La Boétie é o pai dos “99%” – a vasta maioria da sociedade para a qual cabe uma pequena parcela de um bolo quase todo devorado pelo restante “1%”, para usar expressões vinculadas a um movimento que marcou intensamente 2011, o “Ocupe Wall Street”.


O genial pensador La Boétie

La Boétie escreveu aos 18 anos, em 1548, um pequeno grande livro chamado “Servidão Voluntária”. Nele, La Boétie sustentava que são as pessoas que dão poder aos tiranos. Por isso elas são mais dignas de desprezo do que os ditadores de ódio.

Foi o primeiro livro francamente libertário. Foi usado pelos protestantes franceses como uma inspiração para reagir à violência dos católicos, expressa tenebrosamente no Massacre de São Bartolomeu, na segunda metade do século XVI. Milhares de protestantes que tinham acorrido a um casamento da família real francesa foram mortos por forças católicas.

REVOLUCIONÁRIOS

Mais tarde, o tratado circulou entre revolucionários em vários momentos da história. Em 1789, por exemplo. Os teóricos do anarquismo foram também fortemente influenciados por la Boétie. O autor avisa, logo no início de “Servidão Voluntária”, que seu objetivo é entender como “tantas pessoas, tantas vilas, tantas cidades, tantas nações sofrem sob um tirano que não tem outro poder senão o que a sociedade lhe concede”.

La Boétie formou-se com louvor advogado pela Universidade de Toulouse, e depois foi um juiz especialmente admirado pela integridade. Arbitrou, por seu caráter libertário e equânime, muitas disputas entre católicos e protestantes.

Morreu aos 33 anos. Deixou todos os seus papéis a um amigo que o imortalizaria num ensaio sublime sobre a amizade: Montaigne. Tinham-se aproximado na juventude, depois que Montaigne leu com encanto uma cópia manuscrita de “Servidão Voluntária”. É com base na amizade entre ele e la Boétie que Montaigne escreveu seu célebre tratado sobre a amizade. “Dois amigos formam uma unidade tão absoluta que é como se fossem dois tecidos em que é impossível ver a costura que os junta”, disse Montaigne.

INSPIRAÇÃO

Montaigne tinha 31 anos quando seu amigo morreu. Ficou arrasado a ponto de se recolher e largar tudo que fazia. A dor da morte de La Boétie acabaria sendo vital para que ele começasse a escrever seus Ensaios.

O livro de La Boétie foi lido durante muito tempo em edições clandestinas por pequenos grupos de gente culta e rebelde. Um editor francês, muito tempo depois da morte de Montaigne, teve a idéia de publicar o tratado de La Boétie como um apêndice dos Ensaios, logo depois do que tratava da amizade e do próprio La Boétie.

Foi então que “Servidão Voluntária” ganhou reconhecimento em grande escala. Quando os “99%” se insurgem contra a desigualdade em várias partes do mundo, eles podem até não saber – mas estão prestando um tributo a um gênio que ainda na universidade compôs linhas perenes contra a tirania e os tiranos.

06 de março de 2013
Paulo Nogueira (Diário do Centro do Mundo)

PT ESGOTOU A FÓRMULA DE AMPLIAR A ECONOMIA PELO AUMENTO DO CONSUMO

 

Os números do IBGE estão aí para confirmar. Agora o País só crescerá com investimento, e ponto final. Está esgotada a fórmula de ampliar a economia pelo aumento de consumo, adotada pelo PT.



A expansão do consumo doméstico está sendo suprida não pelo incremento da produção, mas pelo aumento dos produtos importados. Reportagem de Mariana Branco, da Agência Brasil, mostra que a presença de importados no mercado brasileiro no ano passado foi a maior desde 1996 e bateu recorde.

Segundo a Confederação Nacional da Indústria, em 2012 o coeficiente de participação de bens importados no consumo doméstico foi 21,6%. É o maior desde o início da série histórica, em 1996. De acordo com a entidade, o resultado reflete perda de competitividade dos produtos industriais nacionais ante os importados.

As importações cresceram mais nos grupos informática, eletrônicos e óticos (elevação de 6,4 pontos percentuais em relação a 2011), máquinas e materiais elétricos (4,8 pontos percentuais), farmaquímicos e farmacêuticos (4,6 pontos percentuais) e máquinas e equipamentos (igualmente 4,6 pontos percentuais).

A participação nos insumos adquiridos pela indústria, que mostra o volume de importados na produção nacional, ficou em 23,2%, com aumento de 1,9 ponto percentual em comparação com o resultado de 2011.

A pesquisa mostrou ainda que o coeficiente de exportação, como um todo, atingiu 20,6% no ano passado, ultrapassando a casa dos 20% pela primeira vez desde 2007.

Conforme já divulgado na Tribuna da Imprensa, os investimentos (públicos e privados) anuais previstos para 2013 até 2016 serão da ordem de R$ 950 bilhões; correspondentes a 21,6% do PIB. É um acréscimo de 3,5% em relação ao que foi investido em 2012. E é algo em torno desta taxa que circula a expectativa de crescimento da economia por parte dos especialistas.

A questão é que já estamos em março, e toda a administração petista é marcada pelo atraso nas medidas administrativas. É lamentável.
06 de março de 2013
Wagner Pires

QUANDO O HUMOR DESENHA A REALIDADE

 



06 de março de 2013

REFLEXÕES SOBRE MARX E ENGELS, DOIS GRANDES BENFEITORES DA HUMANIDADE, QUE PURIFICARAM O CAPITALISMO


 

Alguns comentaristas têm acusado este Blog de ter orientação marxista. Bem, entendemos que deve ser livre o direito ao pensamento e à expressão.

Na verdade, aqui nesse Blog apenas seguimos a tradição libertária da Tribuna da Imprensa desde que vem sendo dirigida por Helio Fernandes (não a Tribuna da Imprensa de Carlos Lacerda ou de Nascimento Britto, que comprou dele o jornal e depois o vendeu a HF).


Engels e Marx

O Blog é um prolongamento da Tribuna do Helio Fernandes. Por isso, não patrulhamos ninguém, o espaço está aberto a todas as tendências do pensamento político e filosófico, temos orgulho de perseguir essa utopia. É claro que há marxistas por aqui, e eles são sempre bem-vindos, assim como os conservadores, os neoliberais, os anarquistas, os trabalhistas, os niilistas e quem mais se apresentar, à direita, à esquerda ou em cima do muro.

Pessoalmente, considero Karl Marx e Friedrich Engels dois pensadores geniais, verdadeiros patronos do desenvolvimento da Humanidade. Foi a visão deles que melhorou as relações humanas entre capital e trabalho. Tenho particular admiração por Engels, o financiador de Marx. Que sujeito formidável e altruísta. Estava séculos à frente de sua era.

Não há dúvida de que foi o marxismo que obrigou o capitalismo a se depurar e aceitar os direitos sociais e trabalhistas, como o salário mínimo, os dias de descanso, as férias, a aposentadoria, o salário-desemprego, a licença para tratamento de saúde, a pensão, a licença-maternidade e tudo o mais. Quem obrigou essas mudanças não foi o humanismo dos capitalistas, claro. Foi simplesmente o comunismo.

BARBÁRIE

Se não houvesse o marxismo, ainda viveríamos em tempos de barbárie trabalhista e social, não há a menor dúvida. Aliás, lembremos que ainda há países onde o marxismo nem chegou perto e que enfrentam essa barbárie, como a Guiné Equatorial, cujo ditador vitalício é o oitavo homem mais rico do mundo, sem jamais haver trabalhado ou produzido algo de palpável, a não ser a tirania sobre um dos povos mais miseráveis do planeta. Aqui mesmo no Brasil ainda se encontra trabalho-escravo, vejam em que situação está o nosso capitalismo.

O certo é que, 165 anos depois de ter sido criado, o Manifesto Comunista de Marx e Engels é como o Vaticano – precisa ser revisado, atualizado e aprimorado. Como todos sabem, o equilíbrio está no meio. O ideal não é o comunismo nem o capitalismo, mas um sistema híbrido, que garanta os direitos sociais e reduza a exploração do homem pelo homem.

No meu caso, defendo apenas algumas pequenas mudanças no sistema capitalista: educação e assistência médica gratuitas; direito à moradia; transporte público de qualidade; redução da diferença abissal entre os maiores salário e os menores; critério do mérito em oportunidades iguais etc.

São reivindicações simples assim, que já foram alcançadas em países escandinavos, sem guerras de extermínio entre marxistas e capitalistas, apenas aceitando-se a realidade do que é certo, do que é justo, do que é perfeito. Epa! Agora vão me acusar de ser maçom.

Por fim, lembremos que nós vamos passar, todos seremos esquecidos. Marx e Engels, não.
O nome deles está escrito para sempre na primeira página da História Universal. Eles merecem o nosso respeito.

06 de março de 2013
Carlos Newton

NOTA AO PÉ DO TEXTO

"Pessoalmente, considero Karl Marx e Friedrich Engels dois pensadores geniais, verdadeiros patronos do desenvolvimento da Humanidade. Foi a visão deles que melhorou as relações humanas entre capital e trabalho."

O sistema marxista apresentou múltiplos resultados em muitos países, sempre com resultados negativos ou limitados. O que assistimos, quanto a utopia marxista, foi o nascimento de Estados totalitários, com elites governantes tão corruptas, quanto as elites políticas do capitalismo.

O Marxismo, até hoje pouco compreendido e cuja obra principal O Capital, lido apenas por uma elite intelectual, de difícil compreensão, divulgado em suas linhas mais palatáveis em obras de vulgarização de conhecimentos, conseguiu se transformar no 'prato do dia' como crítica ao Capitalismo.

E podemos considerar os resultados do desenvolvimento do Ocidente, social e cientificamente, apesar dos vários problemas inerentes a todos os grupamentos humanos,  uma conquista do sistema capitalista.

"O certo é que, 165 anos depois de ter sido criado, o Manifesto Comunista de Marx e Engels é como o Vaticano – precisa ser revisado, atualizado e aprimorado. Como todos sabem, o equilíbrio está no meio. O ideal não é o comunismo nem o capitalismo, mas um sistema híbrido, que garanta os direitos sociais e reduza a exploração do homem pelo homem."

Logo, seguindo as próprias palavras do autor, já não estamos mais diante do Manifesto Comunista, mas de qualquer outro documento, que revisado em seus pontos fundamentais, deixa de representar as idéias de Marx e Engels, cuja linha principal é o monopólio estatal dos meios de produção.

"Se não houvesse o marxismo, ainda viveríamos em tempos de barbárie trabalhista e social, não há a menor dúvida."

Em cima de que razoável juízo pode ser feita tal afirmação? Seria o sistema econômico capitalista, uma exceção histórica, sem a menor possibilidade de desenvolver as mudanças e adaptações indispensáveis a qualquer processo social? Qual a chave dessa 'futurologia' para tal certeza?
E pergunto: em que país aconteceu a utopia marxista, para que possamos julgá-lo o modelo ideal para as sociedades humanas?
É destino de todas as utopias sobreviverem aos desastres que provocam...


Por fim, lembremos que nós vamos passar, todos seremos esquecidos. Marx e Engels, não.

Um fato inevitável. Stalin, Hitler, Che e tantos outros personagens históricos , sempre serão lembrados por seus crimes, assim Marx e Engels serão sempre lembrados pelos seus sonhos utópicos do paraíso operário. Os anônimos, a grande massa humana que apenas passa pela vida sem maiores contribuições ao crescimento da humanidade, como os grandes gênios da ciência, das artes, da política, certamente serão esquecidos. O que não acrescenta nada. As épocas remotas, ou as antiguidades conhecidas, carregam o silêncio sobre grandes figuras humanas que desconhecemos por falta de documentos históricos que narrem as suas virtudes e glórias.
m.americo

 

DIRIGENTE PETISTA, ANDRÉ VARGAS É A PERSONFICAÇÃO DO BESTEIROL QUE RONDA A MORTE DE CHÁVEZ

 

Bobagens de sobra – O anúncio da morte de Hugo Chávez suscitou uma enxurrada de besteiras no Brasil, onde esquerdistas sequer conhecem o que é esquerda falaram o que não sabem.
Escolher por onde começar a desfiar o besteirol verde-louro que emoldurou o anúncio ensaiado sobre o fim do caudilho bolivariano não foi tarefa das mais difíceis, pois afinal nessa louca terra de Macunaíma sobram aloprados.

Deputado federal pelo Paraná e secretário de comunicação do PT, André Vargas confirmou a nossa tese de que o partido é uma reunião de descendentes de Aladim, o folclórico gênio da lâmpada.
André Vargas, que acredita ser dono de inteligência acima da média, classificou Hugo Chávez como “estadista”, quando na verdade o líder bolivariano era um comunista de picadeiro, especializado em fazer das micagens o combustível de seu populismo barato e enganador.

“Uma liderança política que marcou história na Venezuela. Colocou milhares de venezuelanos na faixa de consumo. Lamento o falecimento e torço para que a Venezuela possa entrar em uma rota de eleições, como tem acontecido.
Por mais que critiquem, a Venezuela é um dos lugares que mais tem eleições da América do Sul. Espero que o projeto dele continue, com respeito à oposição venezuelana”, declarou o pensador André Vargas.

Vargas é mais um entre milhões de obtusos comunistas, que parece não gostar de informação. A Venezuela vive um caos econômico histórico e sua população é refém do Estado por causa das esmolas sociais que garantiram a ditadura chavista durante mais de uma década. O secretário de comunicação do PT é um desinformado literal ou, então, prefere posar de ignaro, porque vez que na Venezuela a tal faixa de consumo é figura de retórica, mera utopia, uma vez que não há o que consumir.

Para provar que André Vargas é um mero boneco de ventríloquo, basta procurar na rede mundial de computadores as gravações em que a população venezuelana, depois de mais de três meses de espera, se engalfinha em um supermercado por causa de escassas unidades de frango congelado.

Em relação ao fato de a Venezuela ser o país sul-americano com o maior número de eleições nos últimos tempos, André Vargas precisa ser informado que Chávez foi um golpista que mudou a Constituição venezuelana para ser um desses novos ditadores que se perpetuam no cargo à sombra da falsa democracia.

06 de março de 2013
ucho.info

LULA EXALTA O FINADO CHÁVEZ E MOSTRA AO MUNDO QUE SUA ESPECIALIDADE É DESQUALIFICAR O ÓBVIO

 

Vergonha zero – Mentir e endossar mentiras alheias são a especialidade de Luiz Inácio da Silva, que continua fugindo da imprensa, apesar de afirmar que nela não tem espaço. Como era esperado, Lula, o Messias tupiniquim, emitiu nota sobre a morte de Hugo Chávez.

Tão populista e enganador quanto Chávez, Lula afirmou que tem “a confiança de que seu exemplo de amor à pátria e sua dedicação à causa dos menos favorecidos continuarão iluminando o futuro da Venezuela”.

Como qualquer cidadão que vive em um regime ainda democrático, Lula pode falar o que bem quiser, mas causa preocupação pensar que o Brasil passou oito anos nas mãos de alguém com tão utópica visão.

Essa utopia do pensamento, proposital e ensaiada, é típica de caudilhos, mas Lula mostra-se ainda mais “imbecil” – esse é o termo que ele próprio usa para se referir os formadores de opinião – quando finge ignorar a realidade da vizinha Venezuela.

Chávez jamais se preocupou com a causa dos menos favorecidos, mas deles fez um curral eleitoral, alimentado por esmolas sociais, que garantiram uma década de ditadura socialista. Ademais, o futuro da Venezuela é absolutamente escuro, pois a população é plenamente dependente das esmolas sociais e qualquer medida para reverter o caos deve começar pelo corte de gastos. Quando o governo começar a cortar esses benefícios sociais que garantem a obediência do eleitorado, a Venezuela há de se transformar em um barril de pólvora.

O outro grande problema é que a Venezuela tem uma economia fracassada e que depende de um só produto, o petróleo. Se por um acidente de percurso o preço do petróleo no mercado internacional despencar, em questão de semanas a Venezuela entra em colapso.

Como histriônico de carteirinha, Lula precisa fingir que é bom moco, pois a partir de agora não terá mais que dividir com Chávez a vitrine do socialismo safado que impera na América Latina. Para que isso ocorra, Lula terá de escantear o presidente do Equador, Rafael Correa, um comunista preparado e com discurso vanguardista.

06 de março de 2013
ucho.info

MICHEL TEMER USA HORÁRIO POLÍTICO PARA DESTILAR SANDICES E MOSTRAR QUE A MITOMANIA É A RAINHA DO PLANALTO

 

JURO QUE É A MAIS PURA VERDADE!
Sem noção – Vice-presidente da República e principal integrante da cúpula do PMDB, Michel Temer foi o garoto-propaganda da propaganda política que o partido levou ao ar na terça-feira (5).

Em rápida mensagem, Temer, repetindo as falácias de Dilma Rousseff, disse que o PMDB está empenhado na permanente mudança do Brasil.

De acordo com Michel Temer, o partido quer um País mais forte e justo, com o povo tendo identidade e dignidade.
O vice-presidente da República parece não ler os jornais brasileiros ou, assim como Dilma e o messiânico Lula, mora em outro país.

Não se pode falar em país forte com a economia em crise, na corda bamba e sendo corroída diuturnamente pela inflação.
Igualmente não se pode falar em justeza em um país onde a carga tributária é covarde em todos os níveis e penaliza o cidadão mais pobre. Também não se pode falar em país justo diante de um governo incompetente e inoperante, que bate recordes de arrecadação e não dá ao contribuinte a devida contrapartida.

Michel Temer, que diante das câmeras leu um texto típico lunático, esquece que não há dignidade popular quando a economia está de ponta-cabeça, o endividamento das famílias é inusitado e a inadimplência preocupa cada vez mais.
Também não se pode falar em dignidade em um país onde dois terços da população ganham menos de dois salários mínimos, mas o governo insiste em empurrar os cidadãos ao consumismo como forma de reverter a crise.

Não se pode falar em identidade do povo brasileiro em um país onde as duas Casas do parlamento federal são presididas por políticos acusados de corrupção e o principal partido aliado ao governo faz da política um imundo balcão de negócios.

Para finalizar, é um crime falar em justeza e dignidade quando o Brasil está sob o comando de um presidente-adjunto, no caso Lula, que se envolve em seguidos casos de corrupção e alega ser um injustiçado e que de nada sabia.

Considerando que nas últimas décadas o Brasil tornou-se um celeiro de duplas musicais, o ex-presidente e o atual vice poderiam formar um novo duo, Lula e Lelé.

06 de março de 2013
ucho.info

HUGO CHÁVEZ, A PIOR DISTÂNCIA ENTRE DUAS CRISES

 

Hugo Chávez assumiu o poder na Venezuela em 1999 para um mandato de cinco anos. Acabou ficando 14. Já havia anunciado a pretensão de ficar no poder até 2031 — modestos 32 anos…
 
Chávez venceu a eleição presidencial de 1998 à esteira de uma profunda crise econômica e política, o que abriu espaço para sua pregação virulentamente populista, nacionalista, socializante e anti-imperialista — um coquetel de coisas ruins, de atrasos. Não houve solução fácil e errada para problema difícil a que não tenha aderido.
 
Recorreu aos instrumentos que a democracia fornece — eleições, por exemplo — para instaurar o que pode ser chamado, sem exagero, de ditadura, ainda que ela não obedeça ao molde conhecido na América Latina em décadas passadas ou em vigor em vários países do mundo.
Existe uma ativa oposição no país, sim — e isso não é o corriqueiro nas ditaduras convencionais. Mas ela está, na prática — e vamos ver por quanto tempo —, impedida de chegar ao poder porque só o “governo bolivariano” tem acesso, por exemplo, às TVs e às rádios. Chávez estatizou a radiodifusão, e a imprensa escrita vive sob severa vigilância.
 
O coronel morre com as instituições em frangalhos. Foi a pior distância entre duas crises. A economia do país está destruída e depende hoje exclusivamente do petróleo. O estado venezuelano foi ocupado por uma súcia e existe com o propósito de atender aos interesses do chamado grupo bolivariano. O Poder Judiciário está corrompido e é parte desse movimento. Só isso explica o fato de Nicolás Maduro ter se mantido na Presidência. A solução foi escancaradamente inconstitucional — mesmo para os padrões de uma “Constituição Bolivariana”.
 
Ao longo de 14 anos de poder, em vez contribuir para emancipar boa parte da população dos rigores da pobreza e da miséria, Chávez fez o contrário: cevou os miseráveis com seu assistencialismo agressivo e manteve intocado o ciclo de reprodução da exclusão — só que agora sob o manto protetor do estado.
 
A pantomima, inclusive a legal, que cercou sua doença e morte denuncia o desastre. O ditador se vai, e o país terá de se ocupar de reconstruir os espaços da interlocução democrática, com as quais ele acabou. Não deixa como herança nem mesmo um partido organizado. Ao contrário: o chavismo é um “movimento”, a que não faltam, prestem atenção!, nem mesmo as milícias armadas.
 
Em menos de um mês, haverá eleições na Venezuela. É quase certo que Nicolás Maduro, tão carismático quanto uma caixa de isopor, seja eleito. A comoção com a morte do coronel se encarregará de lhe garantir os votos. Aí será a hora e começar a contagem regressiva para o esfacelamento do chavismo — na verdade, já começou.
 
Será a hora, então, de a oposição entrar em cena, aprendendo a fazer política sem ter mais o ditador como polo aglutinador às avessas. Os que se opõem ao governo terão de buscar o diálogo com as frações que forem se desgarrando do que restar do chavismo para reconstruir o espaço da política, que ele destruiu. A morte do ditador também serve de alerta à América Latina. Trato desse assunto em particular em outro post.
 
06 de março de 2013
Reinaldo Azevedo

O VÍDEO DE 64 SEGUNDOS REGISTRA A GOLEADA IMPOSTA A LULA E DILMA POR FHC

 


O vídeo é muito mais revelador que 100 debates eleitorais, 200 discurseiras de Lula, 300 falatórios de Dilma Rousseff, 400 estupros de sigilo promovidos pelo PT ou 500 dossiês fabricados pela Casa Civil. Divulgado pelo Coturno Noturno, o excelente blog do Coronel, comprova que o padrinho tenta furtar a paternidade de planos cujo nascimento procurou impedir, reitera que a afilhada conta mentiras compulsivamente, confirma que o partido dos dois sempre apostou no quanto pior, melhor e escancara a superioridade de Fernando Henrique Cardoso sobre a dupla.

“O PT tem uma avaliação de que esse plano econômico é um estelionato eleitoral”, diz Lula aos companheiros e repete numa entrevista em meados de 1994, quando o Plano Real foi lançado. Segundos depois, ele retoma o palavrório ao lado de FHC, minutos antes do começo do debate com o candidato do PSDB em ascensão nas pesquisas por ter domado a inflação.

“Quando o Collor fez o programa dele, imediatamente o povo dava 90% de aceitação do Collor”, inventa, sem conseguir disfarçar o ressentimento, o agressor da gramática e da verdade. Também por ter decretado o confisco da poupança, Collor foi desde o começo do governo um campeão de impopularidade. “É preciso ver no longo prazo se a economia brasileira resiste”, torce Lula para dar tudo errado na continuação da lengalenga.

“Estou convencido de que a economia resiste, porque esse plano foi feito com cuidado”, replica FHC. “Com muita objeção do PT e do PDT, mas vamos fazer”. Estava coberto de razão, reconhece Dilma Rousseff no fecho perfeito do vídeo: “Acho que, sem sombra de dúvida, a estabilidade do Real foi uma conquista do governo Fernando Henrique Cardoso”, admite numa sabatina na Folha a candidata que agora jura que teve de ajudar o chefe na reconstrução do país que herdaram “em petição de miséria”.

A curta aparição conjunta dos presidentes ajuda a entender por que o SuperLula sai em desabalada carreira quando alguém sugere um debate com sua kriptonita verde. Ele extermina plurais e tropeça em sílabas no esforço para gaguejar frases insensatas. Fernando Henrique desmonta o falatório com poucas palavras e muita segurança.

O vídeo desenha mais um dos muitos caminhos que podem levar a oposição à vitória no segundo turno. Serra deve perguntar a Dilma o que acha do Plano Real. E repetir o que a criatura e o criador disseram nos melhores 64 segundos do ano eleitoral.


DOUTORA EM AMÉRICA LATINA

“Essa morte deve encher de tristeza todos os latino-americanos e centro-americanos. O presidente Chávez foi, sem dúvida, uma liderança comprometida com o seu país e com o desenvolvimento dos povos da América Latina”.



06 de março de 2013

Dilma Rousseff, aproveitando a morte de Hugo Chávez para ensinar que os países latino-americanos da América Central não são latino-americanos.

MORTE DE CHÁVEZ AUMENTA O TEOR DEMOCRÁTICO DO CONTINENTE

 

Lideranças como Hugo Chávez, Evo Morales e Rafael Correa podem até chegar ao poder sem o apoio das chamadas “elites”, contra as quais vituperam em palanque, diga-se, mas só se mantêm no topo se conseguem conquistar apoios expressivos das camadas que antes hostilizavam.
Ainda que com outra retórica e com um projeto de poder distinto, mas não necessariamente virtuoso, foi o que os petistas fizeram no Brasil. A suposição de que esses “esquerdistas” governam sem o apoio do que antes chamavam “direita” é uma tolice.
 
O ditador se vai, e sua herança já começa a ser avaliada. Em que resultou o “modelo alternativo” de Chávez, no qual se ancoram, por exemplo, Bolívia e Equador? O que ele deixou de virtuoso? Uma economia organizada? Não! Instituições democráticas? Não! Paz social? Menos ainda. Pegue-se um exemplo dramático: Caracas é hoje uma das cidades mais violentas do mundo, com mais de 100 homicídios por 100 mil habitantes.
 
O estado em que Chávez deixa a Venezuela ilustra e antecipa o que acontecerá, mais dia, menos dia, com o Equador e com a Bolívia, com o agravante de que são países ainda mais pobres. Está demonstrado, mais um vez, que não existe alternativa viável ao pluralismo democrático.
A Argentina, como se sabe, caminha igualmente para o caos. Ollanta Humala, agora presidente do Peru, que se lançou na política no rastro da retórica chavista, parece — vamos ver — ter operado uma guinada no discurso. Talvez não queira se confundir com a turma do hospício.
 
A morte de Chávez, como a de qualquer ser humano, não tem de ser comemorada. E muita gente sabe como isso pra mim é caro. Para a democracia e para os povos da América Latina, a sua saída de cena é positiva, sim! A sua obra é a prova mais evidente de que estava errado e de que não representa uma alternativa aceitável à democracia representativa.
 
Deixa muitas viúvas, inclusive no Brasil. Não são poucos, por aqui, os que queriam que Lula e Dilma o tivessem como inspiração. Felizmente, o PT herdou instituições democráticas sólidas — não quer dizer que não possam ser abaladas — e teve de se comportar dentro das regras do jogo que o elegeu. O partido está permanentemente mobilizado para mudá-las, tentando adaptá-las às suas necessidades e à sua vocação para partido único. Até agora não logrou seu intento.
Com Chavez morto, tem uma inspiração a menos.
 
06 de março de 2013
Reinaldo Azevedo

ENTREVISTA. "TENHO SEMPRE QUE COMEÇAR DO ZERO".


 Guto Lacaz-Desenhista, ilustrador, designer e cenógrafo
 
 

Artista multimídia, desenhista, ilustrador, designer, cenógrafo e editor de arte de revistas, assim pode ser definido o paulistano Carlos Augusto Martins Lacaz, ou simplesmente Guto Lacaz. Com uma produção que transita entre o design gráfico, a criação com objetos do cotidiano e a exploração das possibilidades tecnológicas na arte, sempre tratada com humor e ironia, Lacaz atrai a atenção do seu público, com aquilo que os críticos ocasionaram de chamar de “choque”.
 
O artista mostra-se extremamente coerente com a variedade de lugares e situações onde apresenta seus trabalhos: de galerias a museus, passando por teatros, espaços públicos e televisão. Em suas obras e performances, Guto manipula diversos objetos e apresenta-se como uma mescla de artista-ator, inventor e mágico.
 
Em suas instalações, transforma radical e poeticamente, as funções dos objetos do dia-a-dia, chegando a tangenciar o insólito – questões que podem ser observadas na obra exposta: O Nabo (2001). Se formos consultar em algumas enciclopédias, encontra-se sempre, que o trabalho de Guto Lacaz é a experiência mais negativa que se conhece no Brasil(negativa no sentido de portadora de uma negação) em relação a toda religião da produtividade que embassa as sociedades industriais.
 
Na entrevista que o artista concedeu ao portal Panorama Mercantil, foi falado de tudo um pouco. Desde o que ele acha da arte em nosso país, e indo até um dos seus mais recentes trabalhos, o nomeado e muito comentado “80 Desenhos”, uma compilação do melhor que já foi produzido na revista ‘Caros Amigos’, do qual Guto Lacaz é colaborador há mais de 15 anos, convidado inicialmente pelo psicanalista já falecido Roberto Freire, uma das cabeças que deram origem à publicação esquerdista.
 
Sua incomodação com o grafite, também fica evidente em uma das respostas que nos deu ao longo do “ping-pong” e que chamará, bastante atenção dos leitores sem dúvida. Acompanhe e divirta-se, com a entrevista realizada, com um dos nomes mais singulares da arte contemporânea brasileira.


Panorama Mercantil - Ilustrador, designer, cenógrafo e desenhista. Muitos o chamam de “O maior multiartista do Brasil”, gosta desse título? E como fazer para passar a sua linguagem única nas mais variadas formas de expressão artística?

Guto Lacaz - Na verdade sou arquiteto (com uma passagem de 4 anos no colegial técnico de eletrônica) e artista plástico por acaso. Na minha faculdade em São José dos Campos, tinhamos um curso de comunicação visual onde aprendíamos o projeto de marcas/logos, cartazes, ilustrações, editoração, etc . Na verdade sempre é a mesma coisa: resolver uma questão – a solução pode aparecer em diferentes mídias e suportes. Acredito também, ser um pouco de exagero quando me chamam de “O maior multiartista do Brasil”. Seria melhor ser um deles.

Panorama - O senhor disse que se surpreende em ter comprado bens, criado uma filha, e ter o conforto da vida moderna, tudo isso conseguido graças ao desenho. Não confiava muito no seu talento no começo da carreira?
 
Lacaz - O senhor está pregado na cruz! injustamente. Sempre desenhei mas nunca entendi que poderia ganhar a vida com desenho – como disse passei pela eletrônica – queria ser engenheiro eletrônico, aeronáutico, naval…

Panorama - Por quê a arte é relegada ao segundo plano em nosso país, o que não deveria ser assim, afinal ela traz uma consciência tão importante como qualquer outra discíplina?
 
Lacaz - No Brasil tudo é relegado a segundo, terceiro, quarto plano – educação, habitação, saúde, transporte, saneamento – com arte não seria diferente.

Panorama - O senhor afirmou em uma certa ocasião que não é um artista apenas, é isso mas também é um “marginal chic”. Nos fale mais sobre isso?
 
Lacaz - Não me lembro de ter falado desta forma, mas vamos ao marginal chic. Quando tenho um projeto pessoal sou eu quem faz tudo, ou melhor, comanda e paga tudo: fazer o projeto, formatar, levar na instituição que possui o espaço desejado, entregar, pedir o protocolo, enviar um email pedindo a confirmacão do recebimento, aguardar sentado durante meses ou anos por uma resposta, etc. Marginal no sentido que não tenho nenhuma galeria, produtora ou instituição por trás de mim. Tenho sempre que começar do zero – não é uma reclamação é uma constatação – muitos colegas fazem da mesma forma não tendo uma produtora por trás, muitos centros culturais não aceitam o artista como indivíduo. Chic no sentido que vivo bem. Mas infelizmente, não sou convidado para muitas coletivas históricas e temáticas que gostaria de estar presente.

Panorama - Muitas vezes o senhor afirmou que o que quer obter da pessoa que olha seus desenhos, é que ela veja o que quiser. Essa postura de não imposição do artista parecer ser uma norma interessante do seu trabalho. Como consegue isso, já que muitos outros artistas no mundo atual fazem o contrário ?
 
Lacaz - Não sou só eu – todo artista espera que o público faça uma leitura bem pessoal de sua obra – esse é o retorno esperado – a comunicacão entre obra e público. O que acontece é que muitas vezes as obras e exposicões já vêm embrulhadas em conceitos enunciados pelos curadores, e parece que todo mundo tem que concordar com o que eles dizem – a opinião deles é apenas mais uma e não a única. As opiniões do público muitas vezes são mais poéticas e surpreendentes que as dos artistas sobre suas obras.

Panorama - Na sua obra intitulada OFNIs (Objetos Flutuantes não- identificados) podemos ver claramente uma tendência surrealista. O senhor é influenciado por Dalí, Duchamp e outros, e tirá alguma coisa do seus trabalhos, para tentar moldar ao seu estilo, como fez nesse que citamos?
 
Lacaz - Sou neto da vanguardas – Construtivismo, Surrealismo, Dadaísmo e depois Pop, Fluxus, Patafísica e Minimalismo- e estou sempre revendo as obras desses mestres e procurando reinterpretá-los. Você poderá em meu site ver o video da expo Eletro Livros, que realizei em 2012 no Maria Antonia – uma homenagem a todos eles – gutolacaz.com.br – artes plásticas – objetos.

Panorama - O senhor levou 6 meses produzindo as ilustrações de “Peter e Wendy”, fale um pouco dessa rotina de criação?
 
Lacaz - Foram 6 meses bem espaçados para conciliarmos as agendas das editoras, do fotógrafo e minha eu desenhei sobre papéis coloridos, depois recortava as imagens e as montava em diferentes planos para termos profundidade, tridimensionalidade e sombras. Sempre surgiam novas situações a serem ilustradas e mais recortes eram feitos.

Panorama - Dois anos atrás o senhor afirmou que o grafite já deu o que tinha de dar, a não ser um Banksy (famoso artista de rua britânico) com toda sua genialidade. O que mais lhe incomoda nessa forma de expressão?
 
Lacaz - O que me incomoda é que o grafite, em especial o de São Paulo, não é crítico é mais egóico – grandes áreas sem razão de ser – também a constante sobreposicão de imagens impede uma leitura das partes – gosto do que muita gente odeia que é o grafite tipográfico no alto dos prédios – esse sim é um grito de guerra!

Panorama - Qual a diferença de um artista plástico para um artista prático? E por qual motivo o senhor gosta de ser identificado sempre na
segunda opção?
 
Lacaz - Isso de ser chamado de “artista prático”, foi uma invenção de Grace Gianoukas, para o prêmio ‘Os Melhores do Ano do Grupo Harpias’ – aí pegou! – acho simpático. Já o jornalista Carlos Moraes para um editorial, criou o termo “humorista plástico”.

Panorama-Como a formação de arquiteto ajudou a projetar e realizar as suas ideias?
 
Lacaz - Muito – praticamente tudo que faço é projeto – croquis, desenho técnico, vistas, perspectivas, escala, maquetes, modelos experimentais, etc.

Panorama - Muitos críticos dizem que o seu trabalho desmonta, desorganiza e desconstrói o sistema produtivo industrial, concorda com essa afirmação, e se não concorda, nos diga o motivo?
 
Lacaz - Concordo. Boa parte de meu trabalho apresenta ou reapresenta objetos conhecidos de forma inusitada – isso produz as vezes desconforto, às vezes boas risadas, e às vezes bons textos críticos.

Panorama - Fale para nós sobre “80 Desenhos” um dos seus mais recentes trabalhos?
 
Lacaz - Há 15 anos atrás, o psicanalista Roberto Freire me convidou para participar da revista Caros Amigos que estava criando com o jornalista Sergio de Souza.
Eu poderia fazer o que quisesse – logo decidi que queria ter uma página para publicar um desenho. No ano passado Alice Costa e Ayrton Bicudo da Dash Editora, me pediram um projeto editorial e eu disse – os desenhos da Caros Amigos – era só selecionar e editar. Em dois meses estava pronto!

Panorama - Podemos dizer que transgredir e chocar é o seu lema de trabalho?
 
Lacaz - Podem dizer o que você quiserem.
 
06 de março de 2013
 
http://www.panoramamercantil.com.br/tenho-sempre-que-comecar-do-zero-guto-lacaz-desenhista-ilustrador-designer-e-cenografo/
                                                                                                                                                                                                                              
Colaboração do jornalista Eder Fonseca, Diretor-executivo do portal Panorama Mercantil
 

O GÊNIO DE SPONHLZ




06 de março de 2013

O QUE ESPERA A VENEZUELA COM A MORTE DE CHÁVEZ


          Notícias Faltantes - Foro de São Paulo 
       
Todo esse espalhafato sobre o complô dos Estados Unidos foi, conforme imaginei e denunciei na minha página do FaceBook, mais uma desinformação para distrair a mídia e dar tempo de trazer o corpo de Cuba até a Venezuela sem que o povo se desse conta das manobras.

Finalmente, a novela acabou. Depois de usurpar o governo da Venezuela durante dois meses e fazer sua campanha eleitoral, Nicolás Maduro informou ao mundo que Chávez havia falecido. Não vou ser hipócrita nem cínica para dizer, agora que ele morreu, que senti muito, que “descanse em paz” ou coisas que se dizem como condolências. Tampouco vou festejar como vi muitas pessoas fazendo, embora entenda até certo ponto o que move as pessoas a agirem assim. Mas não é esse o meu modo de ser. Peço apenas que Deus seja justo, e lhe dê aquilo que ele merece por seus atos quando em vida.
 
Chávez herdou o país numa fase em que o preço do petróleo subiu à estratosfera, no entanto, de toda a fortuna que o ouro negro gerou, em vez de transformar a Venezuela num país de primeiro mundo Chávez distribuiu o que não lhe pertencia ajudando ditaduras ou republiquetas falidas, como as de Cuba, Bolívia, Nicarágua, Equador, Argentina, sem contar com o gasto faraônico em compra de armamentos à Rússia, China e Irã. Transformou o país numa terra de ninguém, aparelhou todos os estamentos do Estado com cubanos e iranianos, abrigou os terroristas das FARC e ELN, distribuiu dinheiro clandestinamente para apoiar eleições de “camaradas”, deu o ouro da Venezuela para a China e o urânio para Ahmadinejad fabricar suas bombas.
Desde que anunciou estar acometido de um câncer e que iria se tratar em Cuba, a ocultação de informações verazes, a mentira e a dissimulação passaram a ser o norte do governo venezuelano. Desde o dia 8 de dezembro passado, quando fez sua última aparição pública, seu vice nomeado, Nicolás Maduro passou a manipular as informações sobre seu estado de saúde, dizendo ao povo venezuelano aquilo que lhe ordenava a ditadura castrista. Não preciso mencionar aqui a quantidades de mentiras grosseiras que foram divulgadas oficialmente, embora creia que nunca a verdade venha a ser descoberta.
Ontem, através de informações oficiosas, soube-se que Chávez havia piorado e voltado à Cuba num helicóptero super equipado. Me perguntei várias vezes como isto podia estar acontecendo com um paciente em estado terminal, traqueostomizado, evidentemente preso a outros aparelhos que lhe garantiam a sobrevida e, em sendo verdade, se não era uma estupidez dos médicos, da família e dos dirigentes ficar com um doente tão grave para lá e para cá expondo-o a um sofrimento desnecessário. Entretanto, o que Maduro e Villegas sempre exigiam do povo era “respeito” e “amor” para com o seu presidente, enquanto eles disputavam o botim de um defunto ainda quente.
Ontem Villegas havia feito outro pronunciamento para dizer que o quadro clínico de Chávez havia piorado mas que “ele estava dando uma batalha pela vida”, e que pedia “unidade, unidade, unidade”, mais uma vez iludindo o povo com mentiras grotescas, pois no estado em que ele se encontrava sequer tinha consciência ou podia falar, mesmo que fosse através de gestos. Hoje, pela manhã, Maduro reuniu o alto escalão do governo e o comando militar para informar que “havia provas” de que o câncer de Chávez havia sido parte de um complô dos Estados Unidos, que “inocularam o vírus” propositadamente para desestabilizar o país. Ante a “descoberta”, havia expulsado o adido militar da Aeronáutica, David del Monaco, a quem deu “24 horas para deixar o país”, e depois fez o mesmo com o outro funcionário de nome David Kostal, considerados “persona non grata” por “conspirarem contra o país”. Vejam no vídeo que coisa mais patética:


Maduro está seguro de que enemigos inocularon... por Globovision
 
Os funcionários já se encontram nos Estados Unidos conforme informações do Pentágono. Entretanto, esta reunião e as duas expulsões obedeciam ordens de Havana para distrair as atenções dos venezuelanos, sobretudo dos estudantes, pois estes vinham insistentemente exigindo informações concretas e provas de vida de Chávez em manifestações pacíficas, onde se mantinham acorrentados em frente à embaixada e consulados cubanos. Mais um golpe canalha de desinformação, da qual Cuba é mestra!
Duas horas depois, Maduro aparece em cadeia nacional para informar que Chávez havia falecido às 4:25 da tarde do dia 05. Já não dava mais para espichar a conversa de um Chávez convalescente que governava, dava posse a funcionários, emitia comunicados e escrevia artigos de dez páginas como fez no encontro da CELAC. O vídeo do anúncio feito por um Maduro emocionado e choroso já foi muito divulgado, então, preferi publicar o que disse o ministro da Defesa, Diego Molero Bellavia, porque ele diz muito de como será o futuro da Venezuela daqui por diante. Ele fala coisas aberrantes, como um Chávez “agarrado a Cristo” e no final, este militar do mais alto escalão grita palavras de ordem usadas por Chávez e pelas FARC, refrão alcunhado ao carniceiro Guevara: “Hasta la victoria siempre!”. Assistam:

Entretanto, segundo o diário ABC da Espanha, Chávez morreu às 7:00 h. da manhã em Cuba, e todo esse espalhafato sobre o complô dos Estados Unidos foi, conforme imaginei e denunciei na minha página do FaceBook, mais uma desinformação para distrair a mídia e dar tempo de trazer o corpo de Cuba até a Venezuela sem que o povo se desse conta das manobras.

Com a morte de Chávez, agora, segundo reza o Artigo 233 da Constituição, o presidente da Assembléia Nacional, Diosdado Cabello, deverá assumir a Presidência e conclamar novas eleições dentro de 30 dias. A usurpadora presidente do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), Luisa Estella Morales, disse que com a morte de Chávez o povo deveria “confiar em suas instituições” porque agora elas “mostram sua solidez”. Não sei a qual solidez esta senhora se referia, uma vez que, como já denunciei noutra edição, ela sacramentou o crime constitucional de que Chávez poderia se juramentar “quando estivesse em condições”, permitiu que Nicolás Maduro continuasse como vice-Presidente sem haver tomado posse, e o próprio cargo, que se extinguiria com o fim daquele mandato, no qual ela permanece impávida como se tivesse sido nomeada pelo presidente juramentado. Chávez morreu sem se juramentar, portanto, todos estes cargos - inclusive o de Elías Jaua como Chanceler - são absolutamente ilegais e usurpados. Todavia, vejam no vídeo abaixo o que disse o “chanceler” Elías Jaua sobre a situação futura:

http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=VdQ6LUo-AAg

Quer dizer, enquanto todos do governos usurpado dizem em seus discursos que a Constituição será cumprida, que o povo confie em suas instituições, seguem cuspindo na Carta Magna e fazendo exatamente aquilo que lhes ordenam os donos da Venezuela, os ditadores Castro. Maduro já estava ilegal antes, como vice-presidente nomeado por um presidente não empossado, e mais ainda agora, pois no caso de vacância definitiva é o presidente da Assembléia quem assume o lugar. E onde estão as instituições internacionais para denunciar esta crime tão evidente? Por onde anda a OEA que não vê nisso uma inconstitucionalidade? Vão bem, obrigada, todos lamentando e chorando a perda do “grande líder”!

Enquanto em seus discursos Maduro e o ministro da Defesa pedem “respeito”, “paz” e “amor”, Nicolás Maduro ordenou o deslocamento de TODA a Força Armada Nacional e a Polícia nas ruas, segundo ele, “para acompanhar e proteger nosso povo”. Mas, “proteger” de quem, se segundo eles o país vive uma democracia plena, com segurança, tranqüilidade e todos amam Chávez? Notícias que recebo de amigos venezuelanos dão conta de que há grupos violentos por todas as ruas, os celulares estão fora de serviço e muitos meios de comunicação estavam fora do ar até pouco tempo. Um grupo de motorizados chegou onde estavam acampados os estudantes de Chacao, e queimou todas as tendas em que eles dormiam, num claro gesto de intimidação, conforme mostra a foto que ilustra esta edição.


Segundo informou Elías Jaua, as exéquias de Chávez começam na quarta-feira no hall da Academia Militar para onde o corpo foi trasladado, e na sexta-feira às 10:00 da manhã haverá uma solenidade de despedida com uma cerimônia oficial com os chefes de Estado presentes. Ele não informou aonde o corpo vai ser sepultado mas arrisco dizer que será no Mausoléu construído para guardar os restos de Simón Bolívar, que divulguei em edição de agosto do ano passado. Segundo Jaua, o país está em “absoluta tranqüilidade” e pediu que os venezuelanos mantivessem a paz como “um legado de Chávez. É um dever de todos preservar a paz”.

Bem, esse é o discurso da mentalidade revolucionária. Para eles, Chávez não foi só um líder mas um santo, piedoso, generoso, pacífico, que dava tudo pelos pobres, que fez muito pelo país, entretanto, o que se vê hoje, inclusive com o seu substituto usurpador Maduro, é violência, atitudes autoritárias, e uma ditadura mais feroz a caminho. Temo pela gente de bem, pelos amigos prejudicados pelos incontáveis crimes cometidos por Chávez e seus esbirros, pelos que suplicaram um gesto de boa-vontade da parte deste que se foi pela sua libertação, e que permanecem encarcerados correndo risco de vida, inclusive de serem assassinados na prisão. Por isso não rezo por ele e sim pelos que ficaram, pelas suas incontáveis vítimas desde aquele fatídico 4 de fevereiro de 1992 em seu falido golpe, pelas vítimas da praça França de Altamira, pelos “expropriados”, pelos que tiveram que se exilar para preservar a vida. Que a Virgem Santíssima se apiade deles e que Deus dê a esta criatura tão nefasta e medonha aquilo que ele merece. Fiquem com Deus e até a próxima!
 
Graça Salgueiro


ISRAEL: CHEGA DE POLÍTICAS DE CONTENÇÃO E APAZIGUAMENTO


          Internacional - Oriente Médio 
A idéia é de que os “palestinos”estão interessados em paz, quando não passam de bandidos, terroristas e assassinos, não lordes com quem se pode negociar com plena confiança.

Pressionado pela ONU, pelas potências estrangeiras e sempre criticado pela mídia ‘mainstream’, faça o que fizer, Israel tem usado a política do apaziguamento há tempo demasiado. É hora de parar e tomar atitudes mais claras em direção à sua única e óbvia estratégia: ocupar de vez o que lhe pertence: a Judéia e a Samaria. O apaziguamento só aumenta a avidez daqueles que o recebem como sinal de fraqueza, jamais de boa vontade de chegar a um acordo pela paz.
 
Além do conhecido episódio de Munich, a confiança exagerada no outro lado levou Franklin D. Roosevelt, o presidente mais à esquerda antes de Carter e Obama e que maior mal causou ao seu país e ao mundo, a uma verdadeira adoração por Stalin, que ele chamava carinhosamente Uncle Joe. William C. Bullitt, que fora comunista três décadas antes e ex-embaixador na URSS de 1933 a 1936, advertiu Roosevelt desde 1941 de que os comunistas eram uma ameaça constante à liberdade no mundo e haviam infiltrado agentes na própria Administração, numa quinta coluna que minava as políticas presidenciais [[i]]. Bullitt fez de tudo para mostrar a Roosevelt que sua política em relação a Stalin estava equivocada e que Stalin não passava de um assassino de seu próprio povo. Em agosto de 1943, Roosevelt respondeu:

“Bill, não acredito que Uncle Joe seja este tipo de homem, ele quer apenas a segurança de seu país e eu penso que se eu der a ele tudo o que eu possa e não peça nada em troco, noblesse oblige, ele não tentará anexar nenhum país e trabalhará de acordo comigo para um mundo de democracia e paz’. [[ii]]

Um Bullitt surpreso argumentou com o presidente que “ele não estava lidando com um duque inglês, mas com um bandido do Cáucaso, que quando consegue algo por nada só pensa que o outro é um jumento.” [[iii]

É exatamente esta a situação entre Israel e os “palestinos” e por isto os acordos para a paz só despertam mais ganância e o incremento da visão dos israelenses como jumentos facilmente enganáveis. A idéia é de que os “palestinos”estão interessados em paz, quando não passam de bandidos, terroristas e assassinos, não lordes com quem se pode negociar com plena confiança.

Felizmente os primeiros anos de Israel tiveram na Casa Branca cinco presidentes amigos: Truman, Eisenhower (o primeiro a prever a ação dos negacionistas do Holocausto), Kennedy, Johnson e Nixon.

Foi Johnson, que abriu as portas dos depósitos militares dos EUA a Israel na época da Guerra dos Seis Dias de 1967, depois que a França de De Gaulle cortara toda ajuda militar. Ele também garantiu através de seu embaixador na ONU que a Judéia e a Samaria (mais conhecida por Cisjordânia) permanecesse sob administração israelense, ao implementar a resolução das Nações Unidas, que diz que Israel poderá se retirar “de territórios ocupados” depois de acordos firmados com palestinos [[iv]]. Note-se que a resolução (oficial) diz em Inglês “de territórios” e não como foi traduzida para o francês e demais idiomas, “dos territórios” como muitos traduzem erroneamente para eternizar a idéia de que todos os territórios são ocupados e, ipso facto, devem ser devolvidos.

Nixon continuou a política de Johnson e foi um baluarte na luta contra a expansão do comunismo no mundo. Como os árabes estavam na época, nas mãos dos soviéticos, que inclusive tinham assessores e conselheiros militares no Egito e na Síria, ajudando Israel ele estava ajudando os Estados Unidos. Foi a partir daí que a esquerda começou a rotular Israel de testa de ferro dos EUA.

Nixon e o Gen. Alexander Haig ajudaram e muito Israel na guerra de Iom Kippur.

Mas os tempos mudaram com o poltrão Jimmy Carter, sob cuja Administração a URSS de Brezhnev ‘engordou’ mais onze países, entre os quais as mais duras traições contra aliados do plantador de amendoins: Irã e Nicarágua.

Em função de espaço vamos direto ao presente: a Administração Obama é nitidamente anti-Israel. Judeus de esquerda citam as nomeações de Axelrod e Rahm Emanuel como indício de que Obama não é antissemita. Estranho que ambos são judeus sim, mas de esquerda.

Em seu segundo mandato Obama, que ajudou todos os inimigos de Israel e dos EUA na ‘primavera árabe’, que só enganou desde o início a idiotas úteis, fez nomeações de inimigos de Israel para os mais importantes cargos: para Secretário de Estado, John Kerry, e para a Defesa, Chuck Hagel, inimigo de Israel e amigo do Irã. Com apenas mais quatro anos para destruir seu próprio país e seus aliados, Obama radicalizou: Kerry é um típico traidor dos EUA repetindo os mantras soviéticos sobre o Vietnã. Segundo Mihai Ion Pacepa, espião romeno do KGB que se asilou nos EUA, “a citação de Kerry (perante o Senado como representante da organização Veterans against the War) é um típico slogan soviético. Acredito que Kerry traduziu ipsis literis um dos folhetos de propaganda soviética” [[v]].

É hora de anexar a Judéia e a Samaria, segundo as normas expressas por Steven Plaut em Time to Annex Judea and Samaria:

A ‘Autoridade Palestina’ vem há quase 20 anos violando todas as cláusulas dos Acordo de Oslo. (...) A Declaração unilateral de independência e soberania estatal e pedido de reconhecimento internacional, não foi apenas o repúdio completo aos acordos mas sim uma declaração de guerra. (...) Israel deve responder que o jogo de fingimento e ficção acabou. Israel não mais fingirá (somente para tentar um acordo de paz) que existe um "povo palestino" com direito a soberania.



Notas:

[i]
Contei com a inestimável ajuda de Szyja Lorber e Salomon Mizrahi para as informações históricas sobre Israel. As conclusões do artigo de minha responsabilidade.
[ii] Há dúvidas entre os historiadores se Roosevelt era apenas idiota útil ou traidor. A sua Administração estava coalhada de comunistas e agentes do KGB, entre os mais conhecidos Harry Hopkins, Harry Dexter White, Alger Hiss, Laucghlin Currie, N G Silvermaster, Wiliam Remington, V. Grenk Coe, Harold Glasser, John Service, Maurice Halperin, Robert Miller, Solomon Adler e centenas de outros (ver Stalins Secret Agents, de M Stanton Evans & Herbert Romerstein e Witness de Whittaker Chambers. Hiss dirigiu a Conferência que preparou a Carta da futura ONU, obedecendo às ordens de ‘Uncle Joe’.
[iii] Descrito em seu artigo How We Won the War and Lost the Peace, Revista Life, vol. 25, nº 10, 6/11/84.
[iv] Sobre Johnson e Israel ler: LBJ: A Friend in Deed, Lenny Ben-David
[v] Kerry’s Soviet Rethorics, citado em Dupes, de Paul Kengor, Wilmington, Delaware:2010
Artigo publicado no Jornal Visão Judaica, de Curitiba (versão ampliada) .