"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sexta-feira, 30 de março de 2012

É MUITO TRISTE!!!

O senador tenta explicar a sua teoria da tristeza em se viver com R$ 19 mil líquidos de salário... (Fonte: Reprodução)

Outro senador do time de Ivo Cassol e que é digno de pena declarou que tem pena dos que vivem com R$ 19 mil (líquidos). Segundo Cyro Miranda do PSDB-GO, esse valor está há oito anos sem correção e não é um salário condizente com as atividades de um senador. Independentemente de outras verbas e auxílios que fazem um sujeito assim custar R$ 170 mil por mês. Estou tão comovido que vou chorar…

Como tenho pena de pessoas que pensam assim. Se ele pelo menos propusesse que o salário mínimo aumentasse um pouco seríamos um povo sem tanta pena. Ou vai me dizer que a pena dele é demográfica e limita-se somente ao Senado? Pelo visto sim.

Salvem as baleias. Não jogue lixo no chão. Não fume em ambientes fechados.

30 de março de 2012
Grita Brasil

CONTOS DA MEIA-NOITE. O PLEBISCITO

COMO EXERCER A DEMOCRACIA E O PLURALISMO, NA VISÃO COMUNISTA

Artigos - Governo do PT

A baderna ocorrida no Rio de Janeiro contra o Clube Militar, antecipa o que está por acontecer no Brasil que, sob o domínio de Lula, do PT e seus
sequazes, se encaminha para transformar-se numa nova república comunista.


Comentário de Graça Salgueiro

No último dia 29 de março os militares, que foram proibidos de fazer qualquer manifestação alusiva ao 31 de Março, resolveram realizar uma conferência acerca da histórica data no Clube Militar no Rio de Janeiro, uma vez que aquele clube não está subordinado às Forças Armadas por ser uma entidade civil.
Entretanto, o evento foi marcado por um enorme tumulto em frente ao prédio, onde jovens que sequer eram nascidos e tudo o que sabem a respeito da ditadura lhes foi ensinado pelos mesmos antigos comunistas que queriam instalar uma ditadura comunista em nosso país e que, hoje anistiados, tornaram-se professores de escolas, universidades, articulistas da grande mídia, etc.

O texto abaixo, de autoria de Aluízio Amorim, faz uma análise acurada sobre como foi noticiado o fato pelo jornal “O Globo”, e abaixo dele pode-se assistir a um vídeo sobre a manifestação.

Nele, vê-se um moleque assediando o herói nacional Coronel Lício Maciel, e outro que se deita histericamente no chão e quando levantado pela Polícia diz “meu pai foi assassinado por eles e eu tenho que reagir!”.
Custa a crer que a cena não é teatral, considerando-se a pouca idade do manifestante. E em fotos publicadas por outros jornais, vê-se um moleque atrevido cuspindo no Coronel-Aviador Juarez Gomes. Todos octogenários.



Conforme venho denunciando há anos, e os leitores do Mídia Sem Máscara são testemunhas, este ato insolente e grotesco é apenas o início da perseguição visível e escancarada a que vão ser submetidos todos os militares que combateram o terrorismo e a subversão entre 1964 e 1983, e que pretende tão-somente, alijá-los do benefício da Lei de Anistia para condená-los e encarcerá-los como “bandidos”, “torturadores”, “assassinos”, como já ocorre em vários países sul-americanos.

Não foi por falta de aviso. O pior está por vir e isto foi apenas um trailer do que esta gente pretende, e não duvido que conseguirá, lamentavelmente, porque os militares não souberam se impor e acreditaram em palavra de comunista.

Graça Salgueiro

PT e seus satélites comunistas insultam militares e promovem a guerrilha urbana no Rio de Janeiro
Aluízio Amorim

Esta matéria do site de O Globo inicia o lead afirmando que a revolução de 31 de março de 1964 implantou uma ditadura. Mas não foi isso que aconteceu. Quem viveu essa época sabe muito bem que o movimento democrático de 31 de março, que teve amplo apoio da população, foi levado a efeito pelos militares que não tiveram outra saída que não fosse intervir no processo político para restabelecer a ordem e a segurança nacional. Se fraquejassem o Brasil hoje seria uma republiqueta no estilo de Cuba.

Houve na verdade uma guerra contra canalha comunista. Essa mesma canalha que hoje domina boa parte da América Latina como se vê em Cuba, Venezuela, Equador, Bolívia, Nicarágua, Uruguai, Argentina e agora também no Peru.

Em todos esses países as liberdades civis estão sendo pisoteadas, a imprensa é perseguida, as Forças Armadas são denegridas e a lei e a ordem são escarnecidas pela bandalha comunista.

Esta ação é coordenada pelo Foro de São Paulo, organização comunista que fornece as diretrizes de ação para o desmonte das instituições democráticas em todo o continente e foi criada aqui no Brasil, em São Paulo, sob os auspícios do PT.

Em todos esses países os cidadãos vivem um estado de violência permanente, já que os comunistas abençoam os bandidos, como os narcoterroristas das FARC que fazem parte do Foro de São Paulo, organização fundada por Lula, o PT e seus sequazes, juntamente com gente do nível de Hugo Chávez e dos criminosos das FARC.

O Brasil segue o mesmo caminho dessas republiquetas, ajudado por uma imprensa servil e cupincha do movimento comunista internacional. As redações dos veículos de comunicação são todas controladas pelos comunistas. Tanto é que a grande imprensa só noticia coisas que não têm nenhum interesse. Opinam sobre o Big Brother da Rede Globo e dão notícias de novelas e bobagens correlatas.

No que se refere ao que interessa, que é a política, os jornalistas e seus veículos de comunicação tergiversam e promovem a inversão de valores numa permanente lavagem cerebral da população. Nas escolas e universidades ocorre a mesma coisa.
Instituições democráticas como as Forças Armadas e as polícias são alvo de ataques permanentes dos jornalistas comunistas que controlam toda a informação.

A baderna ocorrida no Rio de Janeiro nesta tarde contra o Clube Militar, antecipa o que está por acontecer no Brasil que, sob o domínio de Lula, do PT e seus sequazes, se encaminha para transformar-se numa nova república comunista a exemplo daquelas que listei acima.

Os comunistas há anos vêm reescrevendo a história do Brasil, falsificando-a de forma vil e sorrateira, no que são ajudados por um jornalismo mentiroso.
Chegará um momento em que toda a nova geração brasileira terá sofrido uma completa lavagem cerebral e ela mesma defenderá o fim da democracia e da liberdade.

Hoje foram, segundo se noticia, cerca de 300 bate-paus que assacaram contra o Clube Militar. Mais adiante serão milhares de idiotas a serviço do movimento comunista internacional.

Aí qualquer reação soará como algo insólito e fora de lugar. Democratas liberais serão taxados como exóticos doentes mentais e encaminhados para os hospícios do Estado Comunista.

E, por isso, o Brasil e todo o continente latino-americano continuarão a ser habitados por autômatos orelhudos já impossibilitados de enxergar a realidade além do próprio nariz.

30 de março de 2012
Escrito por Aluízio Amorim & Graça Salgueiro

AÇÃO ENTRE AMIGOS

Projeto de Demóstenes no Senado virou rentável negócio de Cachoeira

Reportagem de Vinicius Sassine, no Correio Braziliense, mostra que uma das principais bandeiras de Demóstenes Torres (DEM-GO) no Senado serviu a um dos ramos de negócio de Carlinhos Cachoeira.

Amigo íntimo do bicheiro/empresário, o senador foi relator na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do projeto que alterou o Código Penal e a Lei de Execução Penal para permitir o monitoramento eletrônico de presos por meio de pulseiras ou tornozeleiras eletrônicas. Demóstenes incluiu uma emenda no texto que ampliou a possibilidade de uso dos equipamentos.

Diálogo telefônico usado pela Polícia Federal (PF) para a Operação Monte Carlo, obtido pelo Correio, revela que Cachoeira intermediou a compra de 2 mil tornozeleiras eletrônicas, em maio do ano passado: “Carlinhos pede para pegar um negócio em Brasília, 2 mil peças, tornozeleiras de presídios”, cita a PF na transcrição da conversa entre o bicheiro e um funcionário.

Ex-secretário de Segurança Pública e ex-procurador-geral de Justiça em Goiás, Demóstenes é um contumaz defensor do monitoramento eletrônico de detentos com alta periculosidade. Em 2010, pediu apoio aos líderes partidários no Senado para aprovarem o Projeto de Lei nº 175, de 2007, relatado por ele na CCJ. A proposta foi aprovada em maio de 2010 e sancionada pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva no mês seguinte.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG

Detalhe curioso nessa história toda é que agora Carlinhos Cachoeira até corre o risco de ser contemplado com um tornozeleira eletrônica de sua própria fabricação.

Quando a Demóstenes Torres, jamais ganhará um brinquedinho desses. Como é senador, tem foro privilegiado e será julgado no Supremo, caso seus colegas de plenário não aprovem sua cassação. E aí o processo demora tanto que os crimes acabam prescrevendo, como já está acontecendo com o mensalão, em que as penas mais leves já foram consideradas extintas.

30 de março de 2012

MOROSIDADE DO SUPREMO É REVOLTANTE E SEM SOLUÇÃO

Não há Conselho Nacional de Justiça que dê jeito.

Impressionante reportagem de Felipe Seligman e Lucas Ferraz, na Folha, mostra que existem hoje no STF (Supremo Tribunal Federal) cerca de 7.500 processos que há mais de dois anos ainda não tiveram nenhuma decisão. Neste universo, que representa mais de 10% dos casos em tramitação, encontram-se ações ou recursos que aguardam um posicionamento da corte desde a década de 80, vejam a que ponto chegou a Justiça brasileira.

O acúmulo de processos e a morosidade do Poder Judiciário são conhecidos há tempos. A diferença é que atualmente é possível constatar com precisão a realidade do tribunal, porque o Supremo decidiu se adiantar à Lei de Acesso a Informações, que entra em vigor em maio, e passou a divulgar dados estatísticos sobre os processos que tramitam na corte.

Pela primeira vez, o STF exibe ao respeitável público a quantidade de processos no gabinete de cada ministro, quantos aguardam parecer da Procuradoria-Geral da República ou a data em que foram protocolados. As informações estarão disponíveis em www.stf.jus.br.

“Isso facilitará o trabalho de gestão do tribunal. É possível saber, por exemplo, quantos processos o Supremo deve julgar para zerar a quantidade de casos que chegaram antes de 1990″, disse aos repórteres a secretária-geral da presidência, Maria Cristina Petcov,.

Cerca de 63 mil casos estavam tramitando no Supremo até a última quinta-feira. Apenas 28% deles são ações iniciadas diretamente no STF por serem de competência exclusiva do tribunal. O restante chegou de instâncias inferiores. Deste total, quase 40% constam como “sem nenhuma decisão”, mas a maioria deu entrada na corte nos últimos dois anos.

Os dados mostram, por exemplo, que mais de 4 mil processos aguardam a análise do procurador-geral da República para que possam ter andamento no tribunal, e o Supremo não cobra, a procuradoria não age, fica tudo por isso mesmo.

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A FILA SÓ FAZ AUMENTAR

A esculhambação é tão grande que os atrasos nos julgamentos acontecem até mesmo quando os ministros anunciam que estão prontos relatar os processos. Em outubro de 2000, por exemplo, o ministro Marco Aurélio Mello avisou que um recurso vindo de São Paulo poderia ser levado ao plenário. Até hoje isso não aconteceu. Esse e outros 658 casos estão liberados para serem incluídos na pauta, mas aguardam na fila de julgamentos, cujos critérios de seleção são nebulosos.

As informações da Folha também revelam que o ministro com o maior acervo de processos é Marco Aurélio, com 9.003 casos. Ele, no entanto, é um dos únicos que não aceitaria convocar juízes auxiliares para o ajudar na análise dos casos.

Em seguida estão José Antonio Dias Toffoli (8.523) e Joaquim Barbosa (8.247). Já os ministros com menos processos em seus gabinetes são Ricardo Lewandowski, com 2.882, e Carmen Lúcia, que tem um acervo de 2.872.

30 de março de 2012
Carlos Newton

DECISÃO DO STJ SOBRE A LEI SECA ABRE PRECEDENTE NA ÁREA ADMINISTRATIVA

A decisão do Superior Tribunal de Justiça, que considerou o teste do bafômetro e o exame de sangue como únicas provas de caracterização do crime de direção alcoolizada, influenciará futuras decisões em casos semelhantes.

A prova testemunhal e o exame clínico pericial, outros meios de comprovação previstos no Código de Trânsito, foram descartados porque, pela redação imprópria da lei, acabam conflitando com a descrição do crime que prevê, para sua configuração, a quantidade de álcool ingerida pelo motorista.

Sai fortalecido, com tal entendimento, o pressuposto constitucional de que ninguém é obrigado a produzir provar contra si mesmo, nem na Lei Seca. O que é pior, se o argumento vencedor é de que o tipo penal é fechado, onde se exige para configuração do delito quantidade de álcool na corrente sanguínea ( concentração igual ou superior a 6 decigramas de álcool por litro de sangue), abre-se também agora um precedente na esfera administrativa, onde a infração também se configura pela quantidade de álcool ( dosagem superior a 2 decigramas), conforme o estabelecido no Decreto Federal 6488/08, que regulamentou o limite de tolerância.

Membro da Associação Brasileira de Medicina do Tráfego, o médico Fernando Moreira teme que a decisão sirva de proteção a motoristas que insistem em misturar álcool e direção. “Essa decisão nos coloca num cenário muito preocupante, porque os motoristas poderão se proteger atrás de uma simples recusa de fazer o teste de alcoolemia ou bafômetro. Fico preocupado com as consequências que essa decisão pode ter”, ressalta.

Derrotado na votação, o ministro Marco Aurélio Belizze, defendeu a importância de testemunhas e do exame, principalmente em casos evidentes de embriaguez. “Não pode ser tolerado que o infrator, com garrafa de bebida alcoólica no carro, bafo e cambaleando, não possa ser preso porque recusou o bafômetro”.

Para o desembargador Adilson Macabu, favorável à decisão, não se pode admitir o uso de critérios subjetivos para determinar a aplicação do punições.

Já o desembargador Macabu, que foi o relator da discussão no STJ, alegou que “mais de 150 milhões de pessoas não podem ser simplesmente processados por causa de uma mera suspeita”.

O ministro Og Fernandes, por sua vez, foi incisivo ao afirmar que não é crime dirigir sob efeito de álcool. “É crime dirigir sob efeito de mais de um mínimo de seis decigramas de álcool por litro de sangue. É extremamente temeroso deparar-se com essa falha legislativa, mas o juiz está sujeito à Lei”, completou Og.

Pelo sim e pelo não, ao descartar a prova testemunhal e o exame clínico pericial, mecanismos de comprovação para caracterização do crime de embriaguez ao volante, tal decisão favorece ainda mais o permanente cenário de violência e de imprudência no trânsito brasileiro.

Muitos motoristas continuarão agora, mais do que nunca, bebendo, dirigindo e se recusando ao teste do bafômetro e enfraquecendo a Lei Seca, norma legal que tropeça em suas próprias pernas pela impropriedade de sua redação, ficando clara a urgente necessidade de alteração de seu texto.

Ressalte-se que a comissão mista do Congresso, instituída para estudar alterações no Código e que propõe inclusive a utilização de vídeos que evidenciem a embriaguez do motorista no momento da abordagem policial, fica em xeque com a presente decisão do STJ.

Resta por enquanto a vigência do Artigo 277, parágrafo terceiro do CTB, que, na área administrativa, pune condutores que se recusam ao teste do bafômetro com as mesmas penalidades previstas no Artigo 165 (multa de R$ 957, 70; suspensão por dozes meses do direito de dirigir e curso de reciclagem).

Até quando continuará prevalecendo o argumento legal de que ninguém é obrigado a produzir contra si mesmo? Certamente quando todos tiverem plena consciência de que os direitos e garantias individuais não podem sobrepujar o interesse maior da coletividade, a segurança de trânsito, a incolumidade dos demais usuários da via pública a sobretudo a defesa da vida. Com o devido respeito (data vênia) ao notável saber jurídico que ora prevalece, crime (abominável) é matar alguém, ao dirigir embriagado ao volante.

30 de março de 2012
Milton Corrêa da Costa

A ACELERADA DEGRADAÇÃO DO MEIO AMBIENTE

A vida é o nosso bem mais importante, entretanto o homem persiste em sua caminhada rumo a destruição do palco em que ela se desenrola. Desde a Eco 92/Rio 92 (Conferência das Nações Unidas sobre Ambiente e
Desenvolvimento) poucas ações foram executadas em escala mundial de modo a reduzir a emissão de gases poluentes na atmosfera.

Os EUA se recusaram naquela ocasião a diminuir os efeitos devastadores de sua atividade industrial altamente poluidora, sob a alegação de que causaria desemprego. Imaginem agora, depois da eclosão da crise de 2008, na qual se recuperam lentamente da queda da atividade industrial, causadora da perda de milhares de empregos na nação mais rica do globo?

A Rio 92 está prestes a completar 20 (vinte) anos, no entanto, novas discussões estarão na pauta em junho na Conferência Rio+20. Um palco semelhante para tratar das questões ambientais, as quais, infelizmente se agravaram ao longo do citado período.

Será que os países desenvolvidos novamente nada farão para reduzir os danos ao meio ambiente da ação de suas fábricas, de suas siderúrgicas, etc…?

Como sempre, os emergentes e países subdesenvolvidos é que serão obrigados a deixarem suas matas intactas, porque acima da linha do Equador não existem mais.

A humanidade paga um preço absurdo pelo crescimento industrial das nações. Houve um intenso crescimento da atividade industrial da China e da Índia, principalmente do nascente império chinês, que polui o meio ambiente em escala estratosférica.

Países emergentes também utilizaram seus recursos naturais em larga escala, na extração de minerais e na utilização do solo para produzir alimentos em escala geométrica. Nessas atividades o consumo de água superou todas as expectativas dos especialistas em Meio Ambiente.

Além da poluição industrial, os dejetos do esgotamento sanitário sem tratamento vão matando os rios que atravessam as grandes cidades. O drama do Rio Tietê, praticamente morto no Estado de São Paulo, é muito menor do que o do Rio Amarelo na China, que de tão poluído não desemboca mais no mar. Os rios que atravessam as grandes cidades de todo o mundo estão poluídos inapelavelmente.

Para agravar ainda mais o quadro desalentador, cresce indiscriminadamente o desmatamento de áreas próximas as nascentes e nas cercanias dos rios para dar lugar as pastagens e as plantações agrícolas (soja, milho, café, canaviais), que utilizam defensivos agrícolas extremamente poluidores. Somados aos resíduos químicos das indústrias despejados in natura nos rios e que seguem para os oceanos, temos em consequência a mistura explosiva que abala a fauna marinha e a saúde da população que bebe essa agua de má qualidade.

A atividade exploratória de petróleo em águas profundas, nos EUA, na Inglaterra, na Noruega e no Brasil, com seus constantes vazamentos de óleo cru, agrava o quadro de poluição dos mares.

Todas essas questões serão colocadas na mesa de discussões da Conferência RIO +20 ou teremos mais uma reunião turística apenas para inglês ver e lotar os hotéis do Rio de Janeiro?

30 de março de 2012
Roberto Nascimento

ESPELHO MEU...

DEMÓSTENES CONVIDADO A SAIR DO DEM ANTES DE SER EXPULSO

A cúpula do DEM vai pedir ao senador Demóstenes Torres (DEM-GO) que saia do partido antes da abertura de um processo de expulsão.Integrantes do partido em Goiás foram escalados para procurar Demóstenes até segunda-feira e aconselhá-lo a deixar a legenda por conta própria, segundo a Folha apurou.

Os novos documentos e gravações envolvendo o nome do senador e o empresário Carlinhos Cachoeira estão sendo considerados gravíssimos pela cúpula do DEM.

Os membros da legenda conversaram nesta manhã e concluíram que a permanência do senador nos quadros da legenda ficou insustentável. Publicamente, o partido evita adotar o discurso, mas nos bastidores já trabalha pela saída do senador.

A pressão maior pela saída de Demóstenes parte da bancada do DEM na Câmara dos Deputados. Ontem, um grupo de deputados chegou a convocar reunião da Executiva Nacional para discutir o caso na terça, mas o presidente da legenda, senador José Agripino (RN), decidiu cancelar.

A ideia de sugerir a Demóstenes a desfiliação por conta própria é evitar o desgaste de um processo de expulsão, que dependeria da ação de um filiado pedindo a abertura deste tipo de procedimento.

30 de março de 2012
coroneLeaks

CONTROLE CIVIL DAS PRISÕES MILITARES

“Tendo feito todo o esforço para guiar os superiores civis na direção que ele acha certa, o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas (Joint Chiefs of Staff) deve aceitar as decisões do secretário da Força, do secretário de Defesa e do presidente como finais e, daí para adiante, apoiá-lo perante o Congresso. A alternativa é a renúncia (demissão voluntária)”
General Maxwell Taylor (ex-chefe do Estado-Maior das Forças Armadas dos Estados Unidos)

No Brasil, vivemos de escaramuças entre civis e militares. Ou é a Comissão da Verdade, ou o revanchismo e, agora, o tema do controle das prisões militares por autoridades civis. Militares, como outros cidadãos quaisquer, nas democracias devem ser controlados pelo poder civil.

Foi o presidente Truman que decidiu jogar as bombas atômicas no Japão. Aos militares coube coordenar sua produção e dizer ao presidente que a arma estava disponível. Mas a responsabilidade de lançá-la e explodi-la foi do presidente. Assim foi feito porque assim é que tem de ser feito numa democracia.

No Brasil vivemos num sistema de relações civis-militares cinzento. Os militares têm sistemas separados para tudo: salários, pensões, assistência médica e punições disciplinares, até prisão em instituições militares. Tudo isso tem raízes históricas em tempos de guerra. Não deviam aplicar-se a tempos de paz.

Os salários são diferentes porque nos tempos em que na Europa só se guerreava na primavera e no verão os soldados mercenários ficavam desempregados durante o resto do ano. Alguns governantes resolveram que eles precisavam ficar fora dos limites das cidades fortificadas porque senão acabavam fazendo arruaças. A maneira funcional de evitar que os soldados sem trabalho atacassem os governantes foi comprar sua docilidade com pagamentos, mesmo quando eles não estavam guerreando.

Dentistas só eram temidos quanto tinham os seus boticões nas mãos e os clientes, sentados na cadeira. Fora isso, eram inofensivos. Os militares, porque armados, eram temidos sempre. E por isso ganharam regalias.

Alguns governantes conseguiram romper essa couraça de privilégios oriundos de situações específicas de guerra e o mais eficiente exemplo foi também o menos edificante. Adolf Hitler conseguiu dominar os militares alemães, que tinham sido a base de formação e de sustentação do Estado prussiano, por meio da formação de forças paralelas aos militares, só que armadas. Primeiros foram as SA e depois as SS. A submissão dos militares, portanto, ocorreu, entre outros motivos, porque Hitler criou forças armadas paralelas que podiam opor-se a eles. Para eliminar a “hitlerização” dos militares trazê-los de volta à democracia o general conde Wolf von Baudissin desenvolveu um trabalho fundamental após o fim da 2.ª Guerra Mundial.

Antes que algum leitor assustado ache que estou promovendo ideias de Hitler, escolhi o exemplo para mostrar como é difícil controlar os militares, sobretudo na ausência de uma tradição político-cultural-constitucional para fazer isso, como é o caso dos Estados Unidos e da Inglaterra. De Gaulle era general e presidente da França e enfrentou a rebelião e o terrorismo dos militares de direita por conta da independência da Argélia.

Mas chega de histórias alienígenas. Concentremo-nos aqui.

As Forças Armadas brasileiras não se envolvem em nenhuma guerra externa (que é para o que elas existem) há mais de cem anos. O envolvimento na 2.ª Guerra Mundial foi mais simbólico do que numérica ou temporalmente significativo, ainda que nos tenha deixado heranças edificantes, e menos edificantes, durante o período da guerra fria.

Agora estamos diante da Comissão da Verdade e da Lei da Anistia. Poderemos resolver isso democraticamente, mas ainda não dá para saber e esta vai sobrepor-se a àquela, ou vice versa. O jogo democrático é que definirá isso.

Prisões são a melhor maneira de tornar as pessoas piores. Não acredito que nenhum dos meus colegas de serviço militar que foram presos tenha de lá saído melhor, nem um pouco.

Agora surgiram os problemas das prisões militares, que o governo civil quer e deve poder inspecionar. Afinal, por que manter as prisões militares em tempos de paz? E mais: cento e tantos anos de paz!

Em algum momento os militares precisarão adaptar-se ao princípio da superioridade civil. E isso inclui permitir a inspeção de prisões militares, em que são postos atrás de grades, entre outros, cidadãos que entraram para as Forças Armadas não porque quisessem, mas porque uma lei os obrigou a prestar o serviço militar. Este não passa de um imposto disfarçado cobrado dos cidadãos maiores de 18 anos, sob forma de trabalho e de renúncia a ganhos e/ou educação, durante um ano. Se vivemos num regime constitucional, não é possível manter encarcerados cidadãos sem terem sido condenados por um tribunal civil. Se a lei permite isso, é hora de mudar a lei.

Eu tive o desprazer de passar um fim de semana estendido (Dia de Todos os Santos e Finados) detido por causa da arbitrariedade de um tenente que resolveu punir-me por eu ter falado com um capitão sem pedir permissão a ele – tenente. Só que não tomei a iniciativa de falar com o capitão, apenas respondi a uma pergunta que ele me fez.

Esse episódio foi suficiente para sentir o peso do que podem ser as arbitrariedades dentro de um quartel, já que a instituição militar não está sujeita a nenhum controle externo independente. Portanto, melhor que não tenhamos prisões militares fora do controle do Judiciário civil.

Prisões são a melhor maneira de tornar as pessoas piores. Não acredito que nenhum dos meus colegas de serviço militar que foram presos tenha de lá saído melhor, nem um pouco.

30 de março de 2012
Alexandre Barros
Fonte: O Estado de S. Paulo

A VELHA LUTA ENTRE O TALENTO E A TUTELA

No fundo, a mobilização grosseira e atrevida de segmentos do Partido dos Trabalhadores (PT) e de grupos com interesses na indústria cultural pela derrubada da ministra da Cultura, Ana de Hollanda, é mais um efeito colateral do loteamento de cargos públicos de primeiro escalão por partidos em troca de apoio ao governo no Congresso.

De fato, uma coisa nada tem que ver com a outra, mas essas pessoas que redigem manifestos e procuram algum jornalista amigo para lhes dar repercussão pública devem pensar algo como: “Puxa, vida, se o PMDB, o PR, o PRB ou qualquer outra siglazinha ancorada no lago do Palácio do Planalto nomeia e derruba ministros, por que nós não o faríamos?” Por mais absurda que essa conexão possa parecer à primeira vista, ela nunca será mais grotesca do que a cruzada em si.

A primeira motivação para o ataque sistemático, desproporcional e absolutamente inócuo (pelo menos tem sido até agora) atende a uma questão: “Por que ela e não eu?” É claro que deve haver no Brasil milhões de cidadãos e cidadãs que se sentem mais preparados do que a economista Dilma Rousseff para exercer a Presidência da República.
Só que a eleita foi ela e a ela cabe nomear, se não todos, porque tem realmente de aceitar indicações das bases para sobreviver politicamente, a maioria dos ministros que a ajudam a governar.

Haverá também milhões de brasileiros decentes e bem-intencionados à espera de um convite do Planalto para ocupar uma pasta – da Fazenda à da Pesca. Pode ser que alguns façam como aqueles comunistas de antanho que ficavam no aguardo da prisão de mala e cuia prontas, com escova de dentes, dentifrício e sabonete entre os pijamas, naquele tempo em que nossas prisões ainda permitiam esses luxos.
No entanto, quase todos, coitados, esperarão em vão. Pois muitos são candidatos e poucos serão escolhidos, lei darwiniana inventada pelo profeta galileu. Para estes a resposta apenas inverte a questão: “Por que eu e não ela?”

Pois o diabo é que a ministra da Cultura tem, digamos, pedigree para o posto: é filha do professor (da USP) Sérgio Buarque de Hollanda, autor de “Raízes do Brasil”, obra clássica que ilumina o entendimento histórico e sociológico de nosso país, e de Maria Amélia, Memélia, que virou uma espécie de padroeira do PT de Lula em suas primeiras derrotas para a Presidência.
E, convenhamos, a moça é irmã do maior ícone vivo da cultura brasileira, Chico Buarque de Hollanda. Isso basta para justificar a nomeação? Mas é claro que sou o primeiro a responder que não. Só que, ainda assim, quem for capaz de enxergar além do próprio nariz deveria respeitá-la ao menos por esta razão.
As cenas de grosseria explícita registradas nessa guerra sem quartel contra a ministra são, para começo de conversa, demonstrações de uma cafajestice na qual o mundo é pródigo e o Brasil, principalmente a patrulha cultural do PT, recordista mundial.

Sou do tempo em que derrotado cumprimentava vencedor pela simples e boa razão de que a civilidade é uma das condições para a permanência do jogo democrático. Juca Ferreira, segundo ministro de Lula e antecessor de Ana, entrou no governo pela porta da cozinha de Gilberto Gil.

Sob os auspícios do sonho espanhol de recolonizar o mundo, e não mais apenas a América não imperialista, o artista e seu “maçaneta” espalharam o passa-moleque, conveniente para os grupos que os cortejam e as produtoras multinacionais de conteúdo, de que cultura é um bem coletivo e um meio de aumentar o acesso do membro da comunidade pobre da periferia do Ó é reduzir-lhe o custo com o abatimento do direito do autor.
Sob seu patrocínio no MinC, venderam-se o furto fácil da internet aberta (Creative Commons) e a falácia de que produto cultural bom não é o de qualidade, mas o mais barato. E o autor que se “exploda”.

Ana assumiu o ministério enfrentando sem estardalhaço, com seu estilo doce e firme, esse esbulho “politicamente correto”. O direito do autor e o mercado são conquistas da civilização que estabelecem o único critério pelo qual uma produção artística ou cultural deve ser avaliada: o mérito do talento. O melhor é melhor e vive do que faz. Gil e Juca tentaram inverter essa constatação feita pelos iluministas franceses, propondo substituir a qualidade pela quantidade. E defenderam, ao longo de oito anos, a redução do direito autoral e a submissão do mercado à tirania do lumpesinato. Que Chico Buarque, que nada! O povão quer o funkeiro da Rocinha.

Quem acredita no mérito e desconfia do uso do lumpesinato reza todo dia para que o braço da presidente prossiga duro de torcer.

O caso é que há lugar para todos no mercado – o xote pé de serra e o forró de plástico. O povo ouve o que quer e paga pelo que prefere ouvir. Casas lotadas por Chico Buarque no HSBC Brasil não tiram fãs dos shows de Criolo. O mercado garante o moço bonito que virou unanimidade nacional e o poeta de vielas das favelas. Ao Ministério e às Secretarias Estaduais de Cultura não cabe tutelar o lumpemproletariado, mas incentivar orquestras sinfônicas e produções de vanguarda. Além de pegar R$ 1,64 bilhão para bater recorde sem precedentes em investimentos na pasta (furto o valor de artigo do cineasta Cacá Diegues em O Globo de sábado).

Não me lembro de ter lido estes números na entrevista de Juca Ferreira à “Folha de S. Paulo” em que ele inaugurou no Brasil o choro dos substituídos com um show de grossura e ressentimento explícitos, desconhecendo evidências como o fato de o investimento em Centros de Cultura ter passado de R$ 50 milhões no último ano de Juca/Lula para R$ 62 milhões no primeiro sob Ana/Dilma, com previsão de R$ 114 milhões para 2012.

Como uma forma de desqualificar a ministra, seus solertes detratores, de olho no butim, dizem que ela só não caiu porque Dilma não quer dar o braço a torcer. Quem acredita no mérito e desconfia do uso do lumpesinato reza todo dia para que o braço da presidente prossiga duro de torcer. Esta guerra não é fácil, mas não pode ser comparada com a crise da base aliada.

29 de março de 2012
José Nêumanne Pinto
Fonte: O Estado de S. Paulo

DILMA CONTRA LULA. SERÁ?

O governo tem atuado no quebra-galho, como o de seu antecessor

Querendo, a gente até pode encontrar mais uma (mais uma?) divergência entre a presidente Dilma e seu antecessor. Se Lula sempre reclamava da falta de dinheiro para gastar mais – lembram-se da sua bronca com a perda da CPMF? -, a presidente declarou à revista “Veja”: “A carga de impostos é alta, sim. Vamos baixá-la.”

Estão vendo? Querendo, de novo, a gente poderia até jogar gasolina nessa fogueira. Quer dizer, gasolina, não, porque a Petrobras, por ordem do governo, está perdendo dinheiro ao vender o combustível aqui dentro por preço menor do que paga lá fora. Lenha? Melhor não, desrespeita regras ambientais.

Digamos então que a gente pode estimular a cizânia: “Lula queria aumentar impostos; Dilma vai reduzir.”

Que tal mais esta? “Dilma contra o modo lulopetista de governar?”

Talvez sejam, porém, mais daquelas manchetes que desapontam os leitores. Contam uma história diferente dos fatos.

Reparem: se os impostos serão reduzidos, necessariamente o gasto público também deve ser menor. Desculpem alguns números: hoje o setor público arrecada o equivalente a 37% da produção nacional e gasta algo como 40%, incluindo aí o pagamento de juros. Logo, se vai arrecadar menos, terá que ou gastar menos ou tomar mais dinheiro emprestado aqui e/ou no exterior.

Ora, os gastos aumentaram no ano passado e subirão ainda mais neste ano, conforme consta do Orçamento e das promessas do governo Dilma. Na mesma entrevista, aliás, ela disse que vai investir mais.

Quanto à dívida, o governo tem planos de reduzi-la (no que, aliás, faz bem). Na “Veja” ainda, a presidente contou que disse à chanceler alemã Angela Merkel: “Não queremos o dinheiro (dos ricos); não queremos pagar os juros de 13% por empréstimo que nos oferecem.”

Em um país complexo como o Brasil, não se podia esperar que a presidente Dilma operasse mudança drástica (desmontasse a herança lulista? Hein!?) em tão pouco tempo. Mas um bom projeto, isso se podia esperar.

Parêntesis: estranho esse comentário. Os empréstimos externos tomados pelo governo e por empresas brasileiras não pagam 13% há muitos anos. Na última emissão, em janeiro, o Tesouro nacional vendeu títulos de dez anos com juros de 3,44% ao ano, em dólar. 3,44%! Companhias e bancos, para papéis de vencimento bem mais curto, pagam no máximo 9%. E todos, governo, bancos (inclusive os públicos) e empresas estão tomando empréstimos externos, nos mercados dos EUA e Europa, porque são muito mais baratos que os locais.

Olhando os fatos, portanto, parece que queremos, sim, o dinheiro dos ricos, pelo qual pagamos bem menos do que diz a presidente. Além de querer, precisamos do capital externo, porque o Brasil tem déficit nas suas contas externas.

A presidente se equivocou ou perdemos alguma coisa?

Mas, voltando ao tema inicial, os fatos mostram que a carga de impostos, como a de gastos, está aumentando, e não caindo. No ano passado, enquanto a economia brasileira cresceu pífios 2,7%, a arrecadação de impostos federais aumentou 10%. No primeiro bimestre de 2012, a arrecadação ganhou mais 6% sobre o mesmo período do ano passado – e a atividade econômica continua muito abaixo disso.

Em um país complexo como o Brasil, não se podia esperar que a presidente Dilma operasse mudança drástica (desmontasse a herança lulista? Hein!?) em tão pouco tempo. Mas um bom projeto, isso se podia esperar. E não há nada nessa linha de combinar redução estrutural de carga tributária com gastos menores.

Ao contrário, o governo tem atuado no quebra-galho, como o de seu antecessor. Tira o IPI das geladeiras, coloca o IOF sobre os empréstimos externos. (En passant: esse financiamento externo fica mais caro não por causa dos juros cobrados pelos ricos, mas pelo imposto cobrado pelo governo). E governos estaduais, sem coordenação de Brasília, travam guerras fiscais cujo resultado é complicar a vida do contribuinte.

Está em curso, por exemplo, uma disputa pelo comércio eletrônico. Com faturamento de R$ 18,5 bilhões no ano passado, já pensaram quanto dá uma aliquotazinha de uns 15%? Mas onde se paga o ICMS, no estado sede da companhia pontocom ou no estado do consumidor final? Adivinhou. Nos dois, claro, tem sido a “solução” aplicada pelos governos estaduais. Mais carga.

Nada disso é novidade. Todo mundo, mas todo mundo mesmo, sabe que as pessoas e empresas pagam muito imposto e que o sistema tributário tortura os contribuintes diariamente. Por que não resulta daí uma política efetiva de redução?

Reparem: não há qualquer liderança política, nenhum partido, com esse programa. A oposição a Dilma esperneia no Congresso. Mas olhem seus governadores e prefeitos, estão lá cobrando seus impostos mais e mais.

Parece que estamos tomando isso como um fato da vida. É, os impostos são altos, paciência. É, tem o Custo Brasil, mas aqui é assim mesmo. Os juros são escorchantes – também diz a presidente -, mas o Banco Central avisa que a taxa básica não pode cair abaixo dos 9% anuais.

O surpreendente nessa história toda são, mesmo, as declarações da presidente.

30 de março de 2012
Carlos Alberto Sardenberg
Fonte: O Globo

IDELI 3%?

Ideli Salvati, essa senhora esquisita que parece um Pinguim bundudo da foto ao lado, quando ganhou um agrado PTralha por haver perdido as eleições para governadora de Sta. Catarina. Assumiu o Ministério da Pesca e Aquicultura.

Segundo a própria "aspone" ministerial, ela não sabia nem diferenciar um caniço de um sambura, mas...

Passados alguns meses e a PresidANTA Dilmarionete precisando de uma pessoa com fidelidade canina no ministério de relações institucionais, promoveu Ideli para essa nova boquinha.

A nova sinistra truculenta, presepera e mal educada, já conseguiu em poucos meses ser unanimidade entre os políticanalhas da pocilga. Todos querem vê-la pelas costas.

MAS....Agora aparece na mídia uma "jogadinha" onde a sinistra Ideli está envolvida com algumas compras de lanchas para o Sinistério na ordem de 5.2 milhões de Reaus.

Segundo os bate-paus das Ratazanas Vermelhas as compras das lanchas foram feitas no período em que o Ex-presidente, o enfermo Defuntus Sebentus ainda estava no poder. E só agora a conta chegou para ser paga e, coincidentemente, no mandato sinisterial de dª Ideli.

Mas o mais surpreendente nessa história toda é que a empresa que venceu a concorrência para fornecer as embarcações simplesmente resolveu doar R$ 150.000,00 para o Diretório do PT onde Ideli, coincidentemente, é filiada.

Nas minhas contas 150 mil é 3% de 5 milhetas...Uma bela taxa de sucesso, né?

Mas como era de se esperar a imprensa amestrada tratou de abafar o caso, o PT desmente a notícia e a Ministra nega a informação.

Eu particularmente ficaria surpreso em ver alguém dessa camarilha de bandidos vermelhos confirmar qualquer denuncia que paire sobre sua cabeça. Negar, é o óbvio.

Mas essa situação da fidelíssima Ideli vai esfriando porque a bola da vez é o Demóstenes. Até para maracutaia essa cambada vermelha tem sorte...Ou será que as situações contra os opositores sempre vem a tona quando explode algo contra alguém do partidinho das Ratazanas Vermelhas?

Coincidências demais...não acham?

Mas como nossa presidANTA não tolera mal feitos, vamos esperar para ver se ela vai defenestrar o Pitt Bull de saias.
E no mais...

30 de março de 2012
omascate

MENSALÃO, SUCESSO DE BILHETERIA

Já que o assunto veio à baila com a banda podre ensaiando para DEMóstenes dançar, cante-se então a música de fundo, o famoso dobrado Mensalão, hit parade sem precedentes na história desse país.

Pois o Mensalão foi uma obra composta por grandes maestros para menores desafinados. A clave de sol seguia o diapasão que ficou conhecido sob os acordes da "estratégia de coalizão pela governabilidade". Uma pauta orquestrada tipo assim quanto custa você vir tocar tambor, ou botar a boca no piston aqui na minha banda?

Ou, ainda, quanto você quer ganhar para levar a vida na flauta antes que essa minha incursão pelos palcos iluminados desse país tropicaliente desafine completamente até que não reste a menor dúvida de que aqui tudo que jazz não volta mais?

O sucesso do Mensalão foi orquestrado para fazer novos amigos - que atendem ao primeiro dó de peito como aliados - e para influenciar políticos disfarçados de pessoas.

Foi com uma boa formação de bandleaders - boa, no pior sentido da nota - que nasceu o coral uníssono que ganhou a sólida denominação de um musical popular conhecido com Base Aliada.

Daí para a droga, videotapes e rock'n roll da pesada foi um pulo desenfreado para consolidar a República dos Calamares. A banda fortificou-se com maestros que tocam todos os ritmos, em todas as cadências, para todos os gostos, do calipso ao cha-cha-chá; uma composição que digere todos os sabores, de caviar a rabada.

Pois esse grupo afinadíssimo que tocou por bom tempo a ópera bufa "Estratégia da Coalizão", tem agora que aguentar a nota final para a sua temporada de incalculável sucesso de bilheteria.


O regente nacional é o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, a quem compete a avaliação da obra musicada pelo Palácio do Planalto. Ele trata a banda - talvez pela proximidade das festas juninas - de "quadrilha". E toca o seu tonitruante trombone de vara para cima da turma que desafina e assassina a música aos ouvidos da Justiça que é cega, mas não é surda:

"Além da cooptação de apoio no Congresso, também constituiu objetivo do grupo criminoso o financiamento do projeto político do PT, mediante o pagamento de dívidas...". E canta de galo a melodia que cada maestro tocava e que agora deve dançar:

"Marcos Valério - na condição de líder do núcleo operacional e financeiro, foi com José Dirceu, pessoa de fundamental importância para o sucesso do esquema ilícito". Por quadrilha, corrupção ativa, peculato e lavagem de dinheiro, esse tocador de bumbo pode pegar de 85 a 527 anos de carreira solo, num presídio afinado com a sociedade.

"Delúbio Soares - era o elo entre o núcleo político, comandado por José Dirceu, e o núcleo operacional comandado por Marcos Valério". Por quadrilha, corrupção ativa e lavagem de dinheiro, se tudo não virar "piada de salão", vai cantar para os presos numa temporada que pode durar de 19 a 111 anos.

"José Dirceu - as provas comprovaram, sem sombra de dúvida, que José Dirceu agiu sempre no comando... Era, enfim, o chefe da quadrilha". Por incrvel que pareça, o chefe Dirceu concorre com Delúbio: por formação de quadrilha e corrupção ativa, falando sério, vai fazer dupla de sotaque caipira com ele durante o mesmo período de 19 a 111 anos de turnê artística. Não se preocupa com o andamento da m´suica, mas já trata de compor a letra do sucesso garantido "O Sol Nasce Pra Todos". Mesmo que seja quadrado.

"José Genoíno - era o interlocutor do grupo criminoso. Cabia-lhe formular as propostas de acordo aos líderes dos partidos que comporiam a base alaida do governo". Por quadrilha e corrupção ativa e distraída, pode levar de 17 a 99 anos de cana pelas costas.


"João Paulo Cunha - concordou com a proposta e, ciente da sua origem ilícita, valeu-se da estrutura de lavagem do dinheiro disponibilizada pelo Banco Rural para receber o valor". Por lavagem de dinheiro e por ser corrupto e passivo, corre o risco de tomar pelas costas de 10 a 42 suaves aninhos.

"Valdemar Costa Neto - recebeu a quantia de R$ 8.885,742 para votar a favor de matérias do interesse do Governo Federal. O parlamentar foi cooptado por José Dirceu". Corrupto passivo, lavador de dinheiro e quadrilheiro tem tudo para pegar de 9 a 35 anos de xelindró.

"Duda Mendonça e Zilmar Fernandes resolveram em busca de maior segurança na ocultação dos dados da operação que o restante deveria ser pago em uma conta no exterior". Por lavagem de dinheiro, evasão de divisas e exibimento, corre o risco de ser presidiário por um tempo que varia de 8 a 32 anos.

"Roberto Jefferson - o acordo fechado na época por Roberto Jefferson com José Dirceu, impunha o pagamento do valor de R$ 20 milhões para que o PTB aderisse à base". Por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e caguetagem, está sob ameaça de ser colega da turma que dedurou pelo curto espaço de 5 a 22 anos. Barbosa, o seu advogado, é dos melhores do ramo. Não vai deixar.

Ali Babá - quanto ao Ali Babá, que na mesma hora que deu o estouro do Mensalão se disse "apunhalado pelas costas", nada mais acontecerá do que já lhe aconteceu. Está condenado, até o fim de seus dias, a ser o maior esperto do País, sem saber nada, sem fazer nada, sem ser nada mais que o nada que é nessa vida. Um esperto bom e batuta, um mau companheiro. Um filho daqueles que ninguém elegeria para chamar de amigo.

30 de março de 2012
sanatório da notícia

OS DIAS DE HOJE VÊM DE OUTROS DIAS...

Era uma vez um senador que

Lembrando da minha Selecta ginasiana nos tempos do Gymnásio Pelotense, que depois virou Ginásio e mais tarde Colégio Municipal.

“Sinto vergonha de mim por ter sido educador de
parte desse povo, por ter batalhado sempre pela justiça, por compactuar com a honestidade, por primar pela verdade e por ver este povo já chamado varonil enveredar pelo caminho da desonra.

Sinto vergonha de mim por ter feito parte de uma era
que lutou pela democracia, pela liberdade de ser e ter que entregar aos meus filhos, simples e abominavelmente, a derrota das virtudes pelos vícios, a ausência da sensatez no julgamento da verdade, a negligência com a família, célula-mater da sociedade, a demasiada preocupação com o “eu” feliz a qualquer
custo, buscando a tal “felicidade” em caminhos eivados de desrespeito para com o seu próximo.

Tenho vergonha de mim pela passividade em ouvir, sem despejar meu verbo, a tantas desculpas ditadas pelo orgulho e vaidade, a tanta falta de humildade para reconhecer um erro cometido, a tantos “floreios” para justificar atos criminosos, a tanta relutância em esquecer a antiga posição de sempre “contestar”, voltar atrás e mudar o futuro.

Tenho vergonha de mim pois faço parte de um povo que não reconheço, enveredando por caminhos que não quero percorrer…

Tenho vergonha da minha impotência, da minha falta
de garra, das minhas desilusões e do meu cansaço.

Não tenho para onde ir pois amo este meu chão, vibro ao ouvir meu Hino e jamais usei a minha Bandeira para enxugar o meu suor ou enrolar meu corpo na pecaminosa manifestação de nacionalidade.

Ao lado da vergonha de mim, tenho tanta pena de ti, povo brasileiro!

De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver
prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto”.

(Rui Barbosa, 1914, Senado Federal, Rio de Janeiro)


30 de março de 2012
carlos eduardo behrensdorf

PIADA POLITICAMENTE INCORRETA

Mal saiu do Sírio-Libanês, o SUS das Elites e, sem sequer agradecer a visita milagrosa de FHC, Luiz Erário da Silva, já começou a dar sentido a sua lavanderia predileta, o inócuo Instituto Cidadania, que também atende pelo codinome de Lula.

Deixando de lado a convalescência, botou nas costas o comediante Hahahaddad que ele quer fazer prefeito de São Paulo e partiu para o ataque ao ninho tucano: "Serra é político de ontem, com ideias de anteontem".

O grande perigo de um cara como Lula é que, no mais das vezes, ele diz com enorme hipocrisia o que todo mundo sinceramente pensa e que, com a mesma verborragia, gostaria de dizer.

Lula não deveria, no entanto, agora que a visita FHC acabou com os sinais de tumor na sua garganta, desperdiçar saúde e força com um ministro fracassado e inepto que ele, sabe-se lá se não é por efeito colateral, quer enfiar goela abaixo dos paulistanos.
Fernando Hahahaddad é um nome que sempre nos faz rir, mas é uma piada de mau gosto. Daquelas que o Delúbio chama "de salão". Politicamente incorreta.

30 de março de 2012
sanatório da notícia

PETRALHADA QUER LULA DE VOLTA. ALGUÉM TINHA DÚVIDAS?

(Do Claudio Humberto)

Petistas ligados à facção Construindo um Novo Brasil (CNB), que é majoritária no Partido dos Trabalhadores, planejam lançar logo após as eleições municipais de outubro o movimento ‘Volta, Lula’, cujo objetivo é construir a candidatura do ex-presidente a um terceiro mandato. O movimento será lançado somente no final do ano para não atrapalhar as eleições municipais, nem o tratamento de Lula contra o câncer.

Entusiasta do movimento “Volta, Lula”, ex-líder do governo na Câmara Cândido Vaccarezza (PT-SP) contou a novidade à cúpula do PMDB.

Articuladores acham que o movimento “Volta, Lula” deverá crescer muito, no rastro da insatisfação dos aliados com o governo Dilma.

A facção CNB, desgostosa com o jeito Dilma de governar, é liderada pelo ex-presidente Lula e seu ex-chefe da Casa Civil José Dirceu.

Alguém tinha dúvidas que Dilma teria apenas a tarefa de exercer um mandato-tampão até a volta de Lula?

30 de março de 2012
Ricardo Froes

A VIDA DE DEMÓSTENES

Aos sete anos de idade, Demóstenes perdeu o pai e teve sua herança roubada por seus tutores. Posteriormente, abriu processo para recuperar os bens roubados. Ganhou o processo mas não recuperou todos os bens que lhe pertenciam. Com vinte e sete anos iniciou sua carreira de orador e logo conseguiu destaque.

Garoto ainda, Demóstenes assistiu a um julgamento no qual um orador teve um desempenho brilhante e, com sua verve, mudou um veredicto que parecia selado. Demóstenes invejou a glória do orador ao ver a multidão escoltá-lo e felicitá-lo, mas ficou ainda mais impressionado com o poder da palavra, que parecia capaz de levar tudo de vencida. Assim, alimentou a esperança de se tornar um grande orador - sonho que parecia impossível devido à sua gagueira. Conta-se que Demóstenes, à força de perseverança, ultrapassou o problema e, após treinamento que demandou enorme esforço, Demóstenes venceu a gagueira e se tornou um grande orador.

Sua vida como orador e político foi dedicada à defesa de seu país.

Após certo tempo, Demóstenes vê decair tanto sua reputação quanto influência. Chegou mesmo a ser condenado por ter se deixado comprar por um ministro e facilitar sua fuga. Foi preso mas conseguiu fugir, exilando-se por longo período.

Após esse tempo, Demóstenes é chamado de volta e retoma suas atividades. Alia-se, então, a revolta contra a situação. Tendo falhado tal revolta, Demóstenes foge para a ilha grega de Calauria. Quando percebe que seu esconderiijo foi descoberto, suicida-se com veneno.

P.S.: Demóstenes (em grego, Δημοσθένης, Dēmosthénēs; 384 a.C. - 322 a.C.) foi um proeminente orador e político grego, de Atenas. Sua oratória constitui uma importante expressão da capacidade intelectual da Atenas antiga e providenciam um olhar sobre a política e a cultura da Grécia antiga durante o quarto século AC. Demóstenes aprendeu retórica estudando os discursos dos grandes oradores antigos.

30 de março de 2012
Por Ricardo Froes

UMA PESQUISA FAJUTA

Cerca de 75% dos brasileiros jamais pisaram em uma biblioteca, diz pesquisa do Instituto Pró-Livro, realizada ano passado, que se pretende o mais completo estudo sobre comportamento do leitor. Que cerca de 75% dos brasileiros jamais tenham pisado em uma biblioteca, vá lá. Mas isto nada tem a ver com o comportamento do leitor.

A pesquisa fala de bibliotecas públicas. Sem ir mais longe, eu, que sou leitor inveterado, não freqüento bibliotecas públicas há uns bons trinta anos. Mas freqüento a minha todos os dias. Além do mais, o IPL parece ignorar os tempos em que vivemos. Biblioteca, hoje, pode estar em um computador, tablet ou pendrive.

Não gosto de bibliotecas por razão da mais simples. Meu modo de apoderar-me de um livro é sublinhar. Como não posso sublinhar livros de biblioteca alheias, prefiro freqüentar a minha. Neste sentido, não gosto nem de livro emprestado. Se o livro me interessa, trato de comprá-lo e fico com ele. Da mesma forma, não gosto muito de emprestar livros. Se o livro é extraviado, perdi não um livro, mas uma leitura.

Uma biblioteca foi fundamental em minha juventude, a Municipal, de Dom Pedrito, instalada na época no prédio da Prefeitura. Havia só uma livrariazinha na cidade, a do Naziazeno, e nela não chegavam os clássicos. Foi lá que me iniciei, em meus 14 ou 15 anos, em Platão, Cervantes, Descartes, Montesquieu. Para desagrado dos padres oblatos que administravam o Colégio Nossa Senhora do Patrocínio. Eles preferiam que lêssemos menos. Autores que nos faltavam, mandávamos buscar em Rivera ou Montevidéu. Foi como tomei contato com José Ingenieros, para desespero do clero local.

Como gosto de ler ao lado de um bom vinho, minhas salas de leitura preferidas são os bares. Foi hábito que adquiri em Paris. Desde os primórdios da Sorbonne, os cafés do Quartier Latin eram a sala de leitura ideal dos estudantes, pois tinham calefação. O hábito perdura até hoje e às vezes entramos em bares onde acabamos falando baixinho, para não atrapalhar a leitura dos clientes. Este hábito está disseminado por toda Europa. Em Viena, estive em um café que já teve trezentos jornais à disposição de seus habitués. Quando estive lá, teria uns cinqüenta. O ambiente é até um pouco escuro. Mas as mesas dispõem de lâmpadas baixas, adequadas à leitura. Foi lá também - acho - onde encontrei um bar que oferecia a seus clientes uma razoável biblioteca.

Para a presidente do IPL, Karine Pansa, os dados mostram que o desafio, em geral, não é mais possibilitar o acesso ao equipamento, mas fazer com que as pessoas o utilizem. "O maior desafio é transformar as bibliotecas em locais agradáveis, onde as pessoas gostam de estar, com prazer. Não só para estudar." Boa idéia. Para começar, poderiam contratar garçons e oferecer uma boa carta de vinhos.

A biblioteca é um lugar até o qual devo deslocar-me para ler. Ora, prefiro ler sem sair de onde estou. Há livros, é claro, que só lá existem. Mas estes livros são buscados por pesquisadores, não pelo leitor comum.

A última biblioteca que freqüentei foi a Bibliothèque Nationale de Paris, BeNa para os íntimos. Foi no final dos 70. Ocorre que os livros de minha pesquisa não mais existiam em livrarias. Depois disso, diria que jamais entrei em tais instituições. A não ser como turista. Há muita biblioteca na Europa que não é biblioteca, mas museu. Há dois anos, visitei a Old Library, em Dublim. Linda, solene, vetusta, repleta de incunábulos. Nela, pude contemplar as páginas com iluminuras do Book of Kells, uma das mais antigas versões da Bíblia. Mas não vi nenhum leitor em suas salas. Só turistas passeando por seus corredores. Como quem vai a uma catedral. Não para rezar, mas para admirar sua arquitetura e obras de arte.

Nos anos 80, fui convidado pelo governo sueco para passar duas semanas no país. Lá, visitei a Carolina Rediviva, a biblioteca de Uppsala, onde li inclusive manuscritos em sueco de José Bonifácio de Andrada e Silva. Ah! Tive também a honra de visitar a casa onde nasceu Karin Boye, de quem eu havia traduzido Kalocain.

Guiado pela mulher do diretor da biblioteca, fui introduzido no Santo dos Santos, isto é, a sala onde está a Bíblia de Prata - o Codex Argenteus – assim chamado por ter sido escrito com tinta prateada. É o texto mais conhecido em gótico, língua germânica já extinta. Não chega a ser uma bíblia, mas um evangelário, ou seja, um livro contendo partes dos quatro evangelhos. O nome dos evangelistas e as três primeiras linhas de cada evangelho são ornadas com letras de ouro. É certamente o livro mais raro que já vi em minha vida – e já vi muitos, inclusive a Gramática Castellana, de Nebrija. Devo ter passado por quatro ou cinco grades trancadas a sete chaves para chegar até a Bíblia de Prata. Mas não era disto que queria falar.

Uppsala é uma cidade universitária e teria na época 185 mil habitantes. Minha guia tinha uma queixa. Que o governo liberava verbas para aumentar as dependências da biblioteca, mas era avaro no que dizia respeito ao acervo. Quantos livros tem aqui? – perguntei. Nosso acervo é pequeno – me respondeu a moça, desolada -. Temos apenas quatro milhões de exemplares.

Em meus dias de Madri, a rigor teria de apelar à Biblioteca Nacional, no Paseo de Recoletos. Acontece que para chegar lá há alguns acidentes de percurso. Do lado de cá do Paseo, estão dois dos mais antigos e lindos cafés de Madri, o Gijón e o El Espejo. Nunca consegui atravessar a avenida. Mas tenho muitas horas de leitura naqueles dois cafés. Sem falar que a espera entre a comunicação e o recebimento da obra exigia pelo menos uma hora. Sem que eu pudesse entrar com algum livro ou jornal para ler enquanto esperava. Ora, não consigo ficar uma hora olhando o vazio.

Segundo a pesquisa do IPL, vão à biblioteca freqüentemente apenas 8% dos brasileiros, enquanto 17% o fazem de vez em quando. Isso não quer dizer que brasileiro não leia. Vão à biblioteca pesquisadores... e pessoas que não têm o hábito da leitura. Quem gosta de ler monta sua própria biblioteca. Por outro lado, se há livros que você encontra só nas bibliotecas, há outros que só existem em livrarias.

Ainda segundo o mesmo estudo, o brasileiro lê em média quatro livros por ano e apenas metade da população pode ser considerada leitora. A Bíblia aparece em primeiro lugar entre os gêneros preferidos – como se a Bíblia fosse um gênero – seguida de livros didáticos, romances, livros religiosos, contos, literatura infantil, entre outros.

Se a escassa freqüência às bibliotecas não significa que brasileiro leia pouco, isto tampouco quer dizer que brasileiro leia. Nem mesmo quatro livros por ano. Bíblia não conta, é imposição de igrejas e seitas. Pelo que conheço desta gente, geralmente só usam a Bíblia para portá-la sob o sovaco. Ou para papaguear versículos como um mantra. Isto não é ler.

Livro didático muito menos. É instrumento de ensino e imposição das escolas. Ler, a meu ver, é buscar leitura sem que a leitura seja imposta. Assim sendo, é bastante provável que um brasileiro não leia nem mesmo quatro livros por ano. Entre estes leitores, devemos incluir os de Paulo Coelho, padre Marcelo, Gabriel Chalita. Melhor não tivessem aprendido a ler.

A pesquisa levou em conta apenas os livros em papel. Por mais que editores, distribuidores e livreiros não gostem desta idéia, ebook também é livro. E as bibliotecas digitais, portáteis e o mais das vezes gratuitas, só têm aumentado nos dias que correm. O IPL ignorou o século em que vivemos.

Fora da leitura não há salvação, costumo afirmar. Não é preciso fazer pesquisa para concluir que brasileiros lêem pouco ou quase nada. Basta ver os governantes que elegem ou os ídolos que cultuam.

30 de março de 2012
janer cristaldo

A VELHA E BOA POLÍTICA DO "TOMA LÁ, DÁ CÁ"...

MINISTÉRIO DA PESCA CONTRATA EMPRESA DE PETISTA EM SC E DEPOIS PEDE VERBA PARA CAMPANHA DE IDELI AO GOVERNO
Ideli participou do ato de assinatura da compra das lanchas-patrulha


Após ser contratada para construir lanchas-patrulha de mais de R$ 1 milhão cada para o Ministério da Pesca - que não tinha competência para usar tais embarcações -, a empresa Intech Boating foi procurada para doar ao comitê financeiro do PT de Santa Catarina R$ 150 mil.


O comitê financeiro do PT catarinense bancou 81% dos custos da campanha a governador, cuja candidata foi a atual coordenadora política do governo, ministra Ideli Salvatti, em 2010.

Ex-militante do PT, o dono da empresa, José Antônio Galízio Neto, afirmou em entrevista ao Estado nesta quinta-feira, 29, que a doação não foi feita por afinidade política, embora se defina como filiado da época de fundação do partido em São Bernardo do Campo (SP).

“O partido era o partido do governo. A solicitação de doação veio pelo Ministério da Pesca, é óbvio. E eu não achei nada demais. Eu estava faturando R$ 23 milhões, 24 milhões, não havia nenhum tipo de irregularidade. E acho até hoje que, se precisasse fazer novamente, eu faria”, disse o ex-publicitário paulista. Logo em seguida, na entrevista, ele passou a atribuir o pedido de doação a um político local.

Derrotada na eleição, Ideli preencheu a cota do PT de Santa Catarina no ministério de Dilma Rousseff, justamente na pasta da Pesca. Em cinco meses no cargo, antes de mudar de gabinete para o Planalto, a ministra pagou o restante R$ 5,2 milhões que a empresa doadora à campanha petista ainda tinha a receber dos cofres públicos.

Nesta quinta-feira, a assessoria da ministra negou “qualquer ligação” entre Ideli e a Intech Boating, alegando que a doação não foi feita diretamente à campanha, mas ao comitê financeiro do PT. Em nota, a assessoria da ministra destaca que as contas da campanha foram aprovadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Ideli teve reiterados recentemente os poderes de articulação política do governo, em meio a sinais de rebelião da base de apoio de Dilma no Congresso.

Na quarta-feira, 28, o Tribunal de Contas da União (TCU) apontou irregularidades na compra das lanchas-patrulha, em contratos com a Intech Boating, que somaram R$ 31 milhões.
O prejuízo ao contribuinte, que autoridades e a empresa serão cobrados a devolver, ainda não foi calculado. O TCU critica sobretudo o fato de o ministério ter comprado lanchas sem ter o que fazer com elas. O relatório diz que 22 das 28 lanchas ficaram guardadas na própria fabricante, pois não tinham onde ser entregues.

José Antônio Galízio Neto afirmou que ainda restavam na empresa quatro das embarcações encomendadas. Uma delas seguiria ainda nesta quinta-feira para a Marinha, destino definido no início deste ano, quando a auditoria do TCU processava as conclusões.
As encomendas do ministério foram feitas entre 2009 e 2010, em licitações supostamente dirigidas, diz o TCU. No último dia de mandato, o então ministro Altemir Gregolin contratou mais cinco lanchas, quando 14 delas já estavam prontas e sem uso no estaleiro em Santa Catarina.

30 de março de 2012
Do site do jornal O Estado de S. Paulo

OS CACHORROS DA CANALHA ESTÃO À SOLTA


Manifestantes impedem militares de deixar evento no RJ.
QUEM PROCURA ACHA.

Dezenas de militares da reserva que assistiram ao debate "1964 - A Verdade" estão sitiados no prédio do Clube Militar, na Cinelândia, no Centro do Rio. Ao fim do evento eles tentaram sair, mas o prédio foi cercado por manifestantes que impediram o trânsito pelas duas entradas do imóvel.

São militantes do PCdoB, do PT, do PDT e de outros movimentos organizados que protestam contra o evento, que marca o aniversário do golpe militar de 1964 e reúne militares contrários à Comissão da Verdade.

Um dos manifestantes que protestavam na frente do Clube Militar, no centro do Rio, foi detido e algemado por policiais militares. Em seguida, a Avenida Rio Branco foi fechada pelos manifestantes. Policiais lançaram spray de pimenta e bombas de efeito moral contra o grupo, que revidou com ovos.

Os militares foram orientados a sair em pequenos grupos por uma porta lateral, na rua Santa Luzia, mas tiveram que recuar por conta do forte cheiro de gás de pimenta que tomou o térreo do clube.

A Polícia Militar tenta conter os manifestantes e chegou a liberar a saída de algumas pessoas pela porta principal, mas por medida de segurança voltou a impedir a saída.

Um grupo que saiu sob proteção do Batalhão de Choque da Polícia Militar foi alvo de xingamentos. Os manifestantes também chamaram os militares de "assassinos" e "porcos".

30 de março de 2012
WILSON TOSTA E HELOÍSA ARUTH STURM
Estadão

A INGRATIDÃO DA VIDA

A POSTERIDADE FARÁ TUDO PARA ESQUECER...

INSURGÊNCIA CONTRA REGIME SÍRIO É SUSTENTADA PELO OCIDENTE

Parece loucura que a oposição levantada na Síria desde 26 de janeiro de 2011 ainda continue e se desdobre, mais de um ano, sob a forma de luta armada, apesar da dura e sangrenta repressão do governo de Bashar al-Assad. Mas conforme comentou Polônio a respeito do comportamento de Hamlet, “embora seja loucura, há um método nela”.

Não obstante existissem condições objetivas e subjetivas para as sublevações que ocorreram e ocorrem nos países árabes, o cartel das potências industriais do Ocidente, liderado pelos Estados Unidos e seus sócios da União Europeia, armou uma equação, com ampla dimensão econômica, geopolítica e geoestratégica, sobretudo por trás das sublevações na Líbia e na Síria, iniciadas em 2011.

Os Estados Unidos e demais potências ocidentais pretendem assumir o controle do Mediterrâneo e isolar politicamente o Irã, aliado da Síria, bem como restringir a influência da Rússia e da China no Oriente Médio. A Rússia, desde 1971, opera o porto de Tartus, na Síria, e projeta reformá-lo e ampliá-lo, como base naval, em 2012, de modo que possa receber grandes navios de guerra e garantir sua presença no Mediterrâneo. Consta que a Rússia também planeja instalar bases navais na Líbia e no Iêmen.

O financiamento da oposição na Síria desde 2005 visou a desestabilizar e derrubar o regime de al-Assad, que representa um obstáculo, a fim de impedir o aprofundamento de suas relações com a Rússia. A queda do regime sírio após a derrubada de Muammar Kaddafi na Líbia permitiria suprimir a presença da Rússia, onde ela mantém duas bases navais (Tartus e Latakia), cortar as vias de suprimento de armas para as organizações pró-xiitas Hisbollah, no Líbano, e Hamas, na Palestina, conter o avanço da China sobre as fontes de petróleo, isolar completamente e estrangular o Irã, com a conseqüente eliminação do governo de Mahmoud Ahmadinejad.

O resultado da equação, ao mudar completamente o equilíbrio de forças no Oriente Médio, seria o estabelecimento pelos Estados Unidos e seus sócios da União Européia da full-spectrum dominance, ou seja, o pleno domínio territorial, marítimo, aéreo e espacial, bem como apossar-se de todos ativos do Mediterrâneo.

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CONTROLE DO MEDITERRÂNEO

O objetivo de controlar o Mediterrâneo, Washington e Madri manifestaram abertamente com o acordo, anunciado em 5 de outubro de 2011, pelo qual a base naval de Rota (Cádiz), na Espanha, devia albergar quatro destróieres, equipados com antimísseis (BMD) da Marinha dos EUA e operados por 1,1 mil militares e cem civis, como um sistema de defesa da OTAN, a pretexto de prevenir ataques de mísseis balísticos do Irã e da Coréia do Norte, e será acompanhado por outros sistemas, na Romênia, Polônia e Turquia.

E a derrubada do regime de Assad é fundamental para o êxito da equação.Os aliados ocidentais sabem que não podem aplicar à Síria a mesma estratégia da Líbia, através da OTAN, extrapolando criminosamente a resolução do Conselho de Segurança da ONU. O apoio à sublevação na Síria e o sistema antimísseis, implantado a partir da Espanha, indicam que o alvo é realmente a Rússia, ainda percebida pelos Estados Unidos como seu grande rival, razão pela qual Moscou e Beijing vetaram a resolução do Conselho de Segurança contra o regime de al-Assad. Sua derrubada, após a de Kaddafi, completaria o controle do Mediterrâneo…

Isso se os fundamentalistas islâmicos não capturarem os governos na Síria como virtualmente já fizeram na Líbia e provavelmente farão no Egito. A insurgência na Síria envolve interesses de diferentes matizes, tanto políticos quanto religiosos, de países da região (Turquia, Arábia Saudita e Qatar). Tudo indica, porém, que a conquista das fontes de energia no Mediterrâneo seja um dos principais motivos pelos quais os Estados Unidos e seus aliados estejam a encorajar abertamente a mudança do regime.

Embora a produção de petróleo, na Síria, seja modesta, da ordem de 530 mil barris por dia, não se pode descartar, inter alia, esse fator como rationale da sangrenta resistência, concentrada na cidade de Homs. É preciso considerar todos os fatores a determinar o apoio à insurgência, que o Ocidente, por meio de diversos mecanismos, inclusive com a guerra psicológica presente na mídia internacional, e em aliança com as monarquias absolutistas do Oriente Médio.

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RESERVAS DE PETRÓLEO

As reservas de petróleo na Síria são estimadas em 2,5 bilhões de barris, situadas principalmente na parte oriental do país, próxima à fronteira com o Iraque, ao longo do Eufrates, havendo apenas um pequeno número de campos, na região central. Sua localização é estratégica em termos de segurança e de rota de transporte de energia, cuja integração se esperava aumentar com a inauguração, em 2008, do Arab Gas Pipeline, e a inclusão no gasoduto da Turquia, Iraque e Irã.

E a Síria construiu um sistema de oleodutos e gasodutos controlados pela empresa estatal Syrian Company for Oil Transportation (SCOT) a fim de transportar óleo cru e refinado para os portos Baniyas, situados 55 quilômetros ao sul de Latakia e 34 ao norte de Tartus, onde se encontram as duas bases navais da Rússia. Em fevereiro de 2012, os terroristas da al-Qaeda atacaram e explodiram a maior refinaria de Síria, localizada em Bab Amro, distrito 7 quilômetros a oeste do centro de Homs (também chamada Hims), cidade em que se concentra a oposição ao regime de Assad. A refinaria se liga, através de um oleoduto inaugurado em 2010, aos campos de petróleo no leste da Síria, à estação de Tel Adas e ao porto de Tartus.

O interesse das potências ocidentais aponta, sobretudo, para os ativos petrolíferos no mar da região. Segundo o ministro do Petróleo e Recursos Naturais da Síria, Sufian Allaw, os estudos científicos modernos indicaram a existência de enorme reserva de gás natural, calculada em 122 trilhões de pés cúbicos, e petróleo, da ordem de 107 bilhões de barris, ao longo da plataforma marítima da Síria.

Diversas companhias anunciaram recentemente terem descoberto importantes reservas de gás e petróleo, mas a exploração é complicada devido às tensões entre os países da região. As reservas, em águas profundas, nas camadas sub-sal, a leste do Mediterrâneo, próxima à Bacia Levantina, estendem-se ao longo dos 193 quilômetros da costa da Síria até o Líbano e Israel. Desde 2010 esses dados são conhecidos.

A Síria é uma arena onde as rivalidades não são apenas políticas, geopolíticas, mas também religiosas. Essa particularidade está no transfondo da luta armada contra o regime de Bashar al-Assad, sustentado pela Rússia e pelo Irã. Aí estão no Great Game os interesses hegemônicos da Turquia, na região, bem como dos Estados Unidos, França, Reino Unido e seus aliados da Liga Árabe.

E não existe mais a menor dúvida de que a insurgência contra o regime de Bashar al-Assad é sustentada com armas e dinheiro pelas potências ocidentais e pelos seus aliados do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG), as seis monarquias mais retrógradas e absolutistas do Oriente Médio, entre quais a tirania teocrática wahhabista do rei Abdallah bin Abdul Aziz Al-Saud, da Arábia Saudita, e do seu aliado, o emir de Qatar, o xeque Hamad bin Khalifa Al Thani.

30 de março de 2012
Luiz Alberto Moniz Bandeira
Transcrito do blog Pátria Latina

CARLINHOS CACHOEIRA AVISOU DEMÓSTENES SOBRE AS INVESTIGAÇÕES DA POLÍCIA FEDERAL

Investigações da Polícia Federal apontam que o bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, repassou informações sobre apurações contra o seu grupo ao senador Demóstenes Torres (DEM-GO), informa reportagem de Fernando Mello, Leandro Colon e Filipe Coutinho, publicada na Folha.

A Folha obteve 12 mil páginas do inquérito da PF que culminou na Operação Monte Carlo, na investigação sobre Cachoeira e mais 80 pessoas, todos denunciados neste mês pelo Ministério de Público Federal sob acusação de explorar máquinas caça-níquel e corromper agentes públicos para manter o negócio.

No inquérito a que a Folha teve acesso, o nome de Demóstenes aparece, por exemplo, num relatório da PF sobre um diálogo gravado com autorização judicial no dia 13 de março do ano passado, às 15h37. Nele, conversam Carlinhos Cachoeira e o sargento aposentado da Aeronáutica Idalberto Matias, o Dadá – apontado pela Procuradoria como o principal araponga da quadrilha. Ambos estão presos. De acordo com a PF, eles falavam sobre investigações sigilosas que o grupo sofria à época, quando a Monte Carlo já estava em andamento.

Outro diálogo revela que Demóstenes atuava para ajudar Cachoeira na escolha de integrantes para o governo de Goiás, comandado pelo tucano Marconi Perillo. Em uma conversa no dia 5 de janeiro do ano passado, o empresário menciona duas vezes o nome do senador a um integrante de seu grupo, de acordo com a PF.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG

Demóstenes Torres caiu em profunda depressão e diz que está “morto politicamente”. O Senado, portanto, deve se apressar, providenciando logo o enterro político dele, através da cassação do mandato. A grande dúvida é saber se ele continuará tendo direito à aposentadoria como senador e se será também excluído do serviço público, onde detém a nobre função de procurador estadual.

30 de março de 2012

COLOCAR TODA A CULPA NA TAXA DE CÂMBIO É CORTEJAR A DESINDUSTRIALIZAÇÃO

“Para a ortodoxia neoliberal, o culpado é o velho custo Brasil, é a infraestrutura insuficiente, são os impostos altos demais, é a oneração excessiva da folha de salários com direitos trabalhistas. E qual é a solução neoliberal? Resolver esses problemas. Ou seja, nada fazer além do que já está sendo feito, porque esses são problemas antigos e permanentes que todos os governos procuram resolver. Não são fatos novos que são necessários para explicar um fato novo: a desindustrialização”, disse aqui no Blog da Tribuna o articulista Francisco Bendl.

Não concordo com a frase “que todos os governos procuram resolver”. Porque, quando se fala do nível de “equilíbrio industrial” da taxa de câmbio presume-se um nível de equilíbrio calculado entre a competitividade existente da indústria brasileira e a competitividade dos demais países.

Nossa competitividade que é baixa em função exatamente do “velho custo Brasil”, o qual os nossos governos, ao contrário do que foi dito, não têm procurado resolver, porque não colocam como prioritário investir na infraestrutura terrívelmente inadequada, nem em reduzir o alto custo monetário e a perda de tempo da burocracia, nem em investir eficientemente na melhoria da educação do povo, nem em investir em pesquisa e tecnologia (ao contrário, reduz os investimentos), nem em diminuir os custos (custos, não investimentos) e desperdícios da máquina governamental e legislativa para que sobre dinheiro para estes investimentos e para reduzir a carga tributária.

Colocar toda a culpa na taxa de câmbio e querer que ela compense a falta de competitividade, num regime de câmbio flutuante, ao invés de trabalhar eficientemente para aumentar de modo real esta competitividade, é o que se chama de “wishful thinking”.

Adotar medidas protecionistas para que nossos produtos vendam mais no mercado interno protegido, sem dar a eles condições de ir competir nos mercados lá de fora, enquanto se tenta forçar o aumento do consumo ampliando a disponibilidade de crédito ao consumidor, num país que tem ao mesmo tempo as mais altas taxas reais de juros para os consumidores e a mais alta rentabilidade dos bancos de que se tem notícia, isso é cortejar o desastre da desindustrialização. Pensem nisso.

30 de março de 2012
Wilson Baptista Junior

É O COMEÇO DO FIM.

Supremo autoriza quebra de sigilo bancário de Demóstenes

Reportagem de Felipe Seligman, da Folha de S. Paulo, anuncia que o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Ricardo Lewandowski determinou na tarde desta quinta-feira, a pedido da Procuradoria Geral da República, a quebra de sigilo bancário do senador Demóstenes Torres (DEM-GO).

O pedido é referente a um período de aproximadamente dois anos, época em que ele foi flagrado em diversas ligações telefônicas com o empresário Carlos Augusto Soares, o Carlinhos Cachoeira, investigado por suspeita de contravenção.

O ministro, que é relator do inquérito sobre o senador, também enviou pedido ao presidente do Senado, José Sarney, para que ele informe a relação de emendas ao Orçamento da União apresentadas por Demóstenes.

As informações sobre o inquérito foram passadas pelo próprio Lewandowski, após uma série de pedidos da imprensa para ter acesso aos autos do inquérito do STF. Ele disse que não poderia prestar informações detalhadas sobre o caso, pois trata-se de uma investigação sob segredo de Justiça baseada em conversas telefônicas protegidas pelo sigilo.

Ao requisitar a lista das emendas apresentadas por Demóstenes, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, indica que uma de suas linhas de investigação será analisar se o senador utilizou prerrogativas de seu cargo para favorecer Cachoeira.

Em relação à quebra de sigilo bancário, a mesma decisão foi proferida em relação a outros investigados, mas seus nomes não foram informados por Lewandowski.

O ministro ainda disse ter determinado o envio de ofícios a órgãos públicos, federais e estaduais, que deverão enviar cópia de contratos celebrados com empresas que aparecem nos diálogos interceptados pela Polícia Federal, com autorização judicial. Ele não informou, no entanto, quais são os órgãos e as empresas citadas.

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PEDIDOS NEGADOS

Nem tudo o que foi pedido por Gurgel, no entanto, foi autorizado. O procurador-geral queria o acesso automático a dados financeiros do Banco Central, para agilizar as investigações. Lewandowski, no entanto, afirmou que todas as informações requisitadas pela PGR deverão passar pela aprovação do Supremo.

O ministro também negou pedido para a realização de um depoimento de Demóstenes Torres, por entender que o momento ainda é prematuro.

Além disso, Gurgel havia pedido a abertura de outro inquérito, no Supremo, para investigar deputados que foram citados nas conversas. Lewandowski, porém, requisitou que o procurador-geral explique melhor qual é o seu objetivo.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG

Pena que o procurador-geral Roberto Gurgel não tenha demonstrado mesma disposição no que diz respeito ao então ministro Antonio Palocci. Como se sabe, Gurgel não somente “inocentou” Palocci na época, como recentemente teve a ousadia de querer punir os procuradores que cumpriram seu dever e decidiram processar o ex-ministro que Gurgel tanto protege, sabe-se lá por quê.

LULA: O RETORNO

Não terá havido um só brasileiro deixando de comemorar as boas notícias dadas pelo Lula a respeito de sua recuperação. Festejamos todos, petistas e tucanos, flamenguistas e corintianos. Feliz, mas cauteloso, o ex-presidente se disse pronto para voltar a fazer política, mesmo com a ressalva de que de agora em diante cuidará mais da saúde.

Aqui surgem as primeiras indagações. Claro que ele se dedicará de corpo e alma à campanha de Fernando Haddad. Ainda que sem ter lido Proust, sairá em busca do tempo perdido, oxigenando a candidatura até agora estagnada.

Dificilmente, porém, o Lula sairá por todos os estados onde o PT apresenta candidatos à prefeitura das capitais. Um ou outro, como exceção, verá o primeiro companheiro em seus palanques. Mensagens gravadas substituirão sua presença nos demais.

Por diversas vezes, antes de adoecer, o ex-presidente sustentou que em 2014 a vez seria de Dilma buscar a reeleição, um direito dela apoiado por ele. A pergunta que não quer calar, porém, refere-se à possibilidade de alteração nesse quadro.

Pode ser que a presidente não queira, hipótese factível apenas na teoria. Como pode ser que diante do inusitado dos últimos meses, precisamente por estar recuperado, o Lula venha ceder aos apelos que já se ouvem em consideráveis grupos do PT, no sentido do “volte logo”. Em 2014, portanto.

A iniciativa poderia partir da própria presidente, numa reverência a mais sobre quem efetivamente lidera o partido. No reverso da medalha existem argumentos para que o ex-presidente seja poupado.

Quatro anos, no mínimo, de atividades intensas, deixariam nele marcas profundas. Além do que, demonstra a experiência, o retorno muitas vezes prejudica. Como fator a ser analisado no devido tempo está a performance dos adversários. Caso o PSDB se afirme nas próximas eleições municipais, ao tempo em que candidatura Aécio Neves venha a tornar-se consenso absoluto no ninho dos tucanos, o que fariam os companheiros para tentar manter o poder? Estimulariam Dilma à reeleição ou, na razão direta do crescimento do nome do ex-governador de Minas, buscariam derrotá-lo com munição pesada, ou seja,o Lula?

Essas dúvidas não precisam ser solucionadas de pronto. Pelo contrário, devem ser cultivadas ao sabor dos acontecimentos e das circunstâncias. Inclusive à luz das alianças partidárias.

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TE CUIDA, SUPLICY

Apenas para elocubrar: estimulando a reeleição de Dilma, o mais provável é que o Lula dispute as eleições para o Senado, por São Paulo. Como haverá uma vaga, apenas, tomando-se como indiscutível a vitória do ex-presidente, voltam-se as atenções para quem termina o mandato. No caso, o também companheiro Eduardo Suplicy. Nem haveria possibilidade de prévias junto às bases do PT para saber qual o candidato. Talvez por isso o atual senador forme na primeira linha do coro que começou a entoar o “Lula, volta logo”. (Para o palácio do Planalto…)

30 de março de 2012
Carlos Chagas

ADEUS AO GRANDE MILLÔR, UM GÊNIO ABSOLUTO DA ARTE E DO TEMPO

Adeus ao grande Millôr, um gênio absoluto da arte e do tempo

Millôr Fernandes viajou esta semana para a eternidade, onde os esperam as obras que produziu, as peças que escreveu, as que brilhantemente traduziu, as frases que criou e cristalizou na memória de milhões e milhões de leitores desde a época da revista O Cruzeiro, projetando-se, como ele próprio se definiu, um escritor sem estilo.

Uma de suas frases foi manchete de primeira página da edição de ontem, quinta-feira, da Folha de São Paulo:”A gente só morreu uma vez. Mas é para sempre.” Um rebelde também contra tudo de injusto e de farsa que aparecesse à sua frente. Mensagem assinada por ele na página que assinava na Veja: “Peço que deixem de falar comigo os artistas que fazem propaganda de empréstimo consignado aos aposentados.”

Tenho certeza que surtiu efeito concreto. Pelo menos na consciência dos que a compreenderam e, sobretudo, a interpretaram como mensagem de sua personalidade.

Um gênio, disse eu no título. Não só do humor escrito, mas do traço, incluindo a piada certeira como um provérbio. Lembro da seção PIF-PAF que tornou famosa em O Cruzeiro, que liderava a cadeia de publicações, rádios e emissoras de televisão de Assis Chateaubriand. Falo das décadas de 40 e 50. Já vão longe. Como ele ao passar e iluminar esta vida.

Eis mais uma frase, esta no PIF-PAF que recordo: “Enquanto os sábios discutem sem certeza, os idiotas atacam de surpresa”.

O grande Millor, irmão de Helio Fernandes, foi alguém que, através do riso, na face ou nos olhos, além de tudo também confrontou o poder. Aliás nunca levou o poder a sério. Atuação múltipla, desenvolta, criativa, brilhante, vibrante, veloz, amigo agradável, companhia saborosa nas caminhadas, manhãs de domingo, pela Vieira Souto, onde morava.

O percurso, ao lado dele e Gravatá, seu grande amigo, terminava num café, na Livraria Travessa ou no Garcia e Rodrigues. Neste, num domingo, a oferta de mais uma tradução. Não sei se chegou a aceitá-la ou concluí-la. Era para traduzir história semelhante a Romeu e Julieta, original espanhol.

Nesse dia, ele me disse que havia se deparado com alguns Romeus e Julietas, histórias iguais à de Shakespeare em outras línguas que não o inglês.

Ele morreu. Fiquei sem saber quais são elas. Shakespeare ele traduziu também, assim como Goldoni, Pirandelo e Ionesco. Imortal sua peça “Liberdade, Liberdade”, em parceria com Oduvaldo Viana Filho, com Paulo Autran e Teresa Raquel no teatro de Arena. Um hino à liberdade contra a ditadura militar. Ele, os atores, inclusive Vianinha que estava no elenco, por um triz não sofreram um atentado à bomba em noite de espetáculo. Com esta peça, Millôr cumpriu para consigo mesmo seu eterno compromisso de artista e cidadão.

Com “Liberdade, Liberdade” promoveu o encontro da arte com a condição humana. Com a cultura que é, em síntese, a passagem de todos pelo tempo, nosso eco, nosso rastro, nossa sombra. Firme personagem e co-proprietário do Pasquim, sufocado pelo arbítrio do ciclo dos generais do poder. Nunca buscou indenizaçãodo governo. Ao contrário de alguns colaboradores que nada – absolutamente nada – sofreram.

Sua viagem começou pelo O Cruzeiro, com escalas repetidas no Jornal do Brasil, na Veja, uma breve presença no Correio da Manhã. Breve como a de Nelson Rodrigues, a demissão de Cony e Carpeaux. O diretor do jornal era Osvaldo Peralva.

De escala em escala através da imprensa, Millôr chegou ao final da linha e da viagem. Agora, para ele, o tempo não conta mais neste adeus amigo. Porque é marcado apenas por um relógio sem ponteiros.

30 de março de 2012
Pedro do Coutto

HISTÓRIAS DO JORNALISTA SEBASTIÃO NERY

Brasília em Minas

Nos debates da Constituinte de 1946, Israel Pinheiro, do PSD de Minas, apresentou emenda constitucional determinando que Brasília, a futura capital, fosse construída entre Minas e Goiás, no Triângulo Mineiro, perto de Cachoeira Dourada.

Israel justificava dizendo que o local reunia as duas condições preliminares básicas: acesso e energia elétrica fáceis, porque era perto de Uberlândia. Os paulistas logo começaram a apoiar a emenda de Israel Pinheiro, porque o Triângulo Mineiro é meio mineiro, meio paulista.

Mas os que não queriam a capital fora do Rio ou a queriam em outros lugares, manobraram. Puseram a votação para uma segunda-feira à tarde, quando os paulistas e mineiros estavam em sua maioria ausentes, pois costumavam chegar ao Rio segunda à noite ou terça cedo.

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ISRAEL

Mesmo assim, a emenda quase foi aprovada. Perdeu por cinco votos. Quando Israel desceu da tribuna, depois de longa exposição sobre a necessidade de levar a capital para o interior e a conveniência de fixá-la no Triângulo Mineiro, centro geográfico do País, o deputado Sousa Costa, antigo ministro da Fazenda de Getúlio Vargas, chamou Israel a um canto:

– Seus argumentos são perfeitos, mas vou votar contra. Se sua emenda passar, a mudança vem logo.

– Mas é para fazer a nova capital mesmo, e logo.

– Pois é, Israel. Eu prefiro ser diretor de alfândega no Rio a ser ministro da Fazenda em Brasília.

O que Israel não disse a Sousa Costa é que escolheu o Triângulo Mineiro porque Dutra, eleito presidente, lhe disse que se o local escolhido fosse o Triângulo, ele começaria imediatamente a construção de Brasília.

Perdeu o monumento para JK.

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DUTRA

O presidente Dutra, em 1948, chamou o marechal José Pessoa, irmão de Epitácio Pessoa, tio de João Pessoa, já com 87 anos e enviou para o Planalto com o auxiliar coronel Ernesto Silva, primeiro pioneiro, historiador de Brasília. Os dois merecem estátuas.

Dutra, marechal e presidente, cumpridor do que mandava “o Livrinho”, a Constituição, mandou o marechal José Pessoa começar os estudos para escolher o local onde instalar a nova capital.

Sai Dutra, entra Getúlio e mantém o marechal Pessoa e o coronel Ernesto Silva, que veem que o lugar mais alto de toda a região era o sítio Castanho, localizado na Fazenda Bananal, uma sesmaria de um espanhol chamado Pelez, mais tarde sogro do governador Joaquim Roriz.

No centro do sítio, perto do Memorial JK e do Palácio Buriti, José Pessoa e Ernesto Silva fincaram a primeira cruz e a pedra fundamental. O marechal queria o nome de Vera Cruz.

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JOSÉ PESSOA

Morreu Getúlio, entrou Café Filho, o marechal foi ao presidente com um mapa na mão:

“O senhor vai decretar como de utilidade pública essa região aqui para evitar exploração e invasão, pois já se sabe que aqui será a nova capital”.

Mas a UDN, que era dona do governo de Café Filho, não deixou Café assinar. A UDN sempre foi um partido à beira-mar, aristocrata e cosmopolita.

Mas o velho paraibano tinhoso passou a perna neles.

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LUDOVICO

O marechal pegou um avião, já com 94 anos, desceu em Goiânia, foi ao governador José Ludovico de Almeida, sobrinho do senador Pedro Ludovico, fundador de Goiânia, e lhe disse:

– “O presidente não quer assinar o decreto da desapropriação”.

O governador José Ludovico fez a desapropriação.

E para tomar posse da terra construiu, perto do cruzeiro e da pedra fundamental, antes da eleição de Juscelino, um aeroporto de 2.700 m, onde hoje é a rodoferroviária. Só depois Juscelino construiu o aeroporto pequeno, de 800 m, ao lado do Catetinho, onde várias vezes desci.

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JORNALISTAS

Um mês antes de, no histórico comício de Jataí, em Goiás (4 de abril de 55), Juscelino ser interpelado pelo vereador Toninho se ia cumprir a Constituição e construir a nova capital, e haver respondido que ia fazer de Brasília “a meta síntese” de seu governo, nós, jornalistas de todo o País, realizamos um congresso nacional em Goiânia.

O líder da delegação de Minas era José Aparecido de Oliveira, presidente da Associação Mineira de Imprensa, editor de política do jornal Correio do Dia, da UDN. Eu fui pelo sindicato. Apareceu no congresso o ex-governador e senador de Goiás Coimbra Bueno, também da UDN, que fez uma surpreendente palestra sobre a necessidade da nova capital. E propôs que, a partir daquela data, todos os papéis da Federação Nacional de Jornalistas e dos nossos sindicatos trouxessem escrito em cima: “Capital do Brasil no Planalto Central”. Aprovado por unanimidade. Brasília já era uma reivindicação nacional, acima dos partidos. E no mês seguinte, depois de Jataí, Juscelino confirmou Brasília como meta de campanha.

30 de março de 2012
Sebastião Nery