"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quinta-feira, 22 de março de 2012

NEM TANTO PELO RESULTADO

Nem tanto pelo resultado, pois ele representou a vontade da maioria e por isso tem que ser respeitado, mas sim pela similaridade do contexto político descaradamente assistencialista praticado por Lula e ratificado por Dilma Rousseff, a eleição que reelegeu a presidente argentina domingo último me leva a acreditar que a Era da Mediocridade se disseminou por toda a América Latina. Como aconteceu aqui no Brasil do lulalato, o viés social-populista prevaleceu e, embora distante, me pareceu que a maioria dos argentinos votou mais preocupada em preservar a mesada que recebe do governo e em garantir o acesso à carne de segunda pela metade do preço. Premidos pela necessidade, rezaram a oração do prato nosso de cada dia. Aliás, exatamente a mesma que a maioria dos brasileiros tem rezado nos últimos nove anos, fenômeno que vem se firmando perigosamente como doutrina em boa parte deste pedaço do continente americano que teima em continuar permeável à ação predatória de falsos profetas gestados na barriga do atraso e de messias salvacionistas paridos no ventre da submissão.

Não chores por mim, América Latina, porque eu não choro por ti. Não a desprezo nem sinto pena. Apenas vergonha. Ignorá-la, entretanto, por mais que eu queira, é impossível. És o que sempre fostes, um celeiro inesgotável de caudilhos. Uns, mitômanos irrecuperáveis, outros, sanguinários compulsivos, mas todos medíocres, sem exceção. Travestidos de redentores iluminados se fizeram proprietários da pobreza latina, mas cuidaram por primeiro de construir suas fortunas pessoais à custa da dor e do sofrimento dos pobres que supostamente seriam redimidos. Astutos, institucionalizaram a miséria como o método mais democrático para se perpetuarem no poder.

Cientes de que em uma sociedade medianamente evoluída seus argumentos não prosperariam, sempre apostaram as suas fichas no filão inesgotável da insensibilidade oficializando o pão e o vinho degradantes como principais métodos de convencimento e fórmula infalível do sucesso da sanha totalitária que os torna unos na ação, porém, pateticamente divisíveis na ganância. Acentua-se o triunfo da sordidez que, debochada, ridiculariza a vã democracia.

Cada um em seu tempo, tanto Vargas, como Fidel, Perón, Chavez, Lula, Morales, Cristina, entre tantos, descobriram que o estômago é o menor atalho para o poder. Reinaram, reinam e ainda reinarão absolutos por muito tempo em países solapados pela miséria crônica que avilta a dignidade ou naqueles devastados pela indigência intelectual que remete gerações inteiras às mais obscuras trevas da ignorância. A maioria dessas nações destaca-se pelas duas abjeções. Sempre souberam que sem a bandeira da fome que mata e sem o ópio da dependência que humilha e vicia jamais se firmariam como líderes. Seriam, no máximo, pálidos astros de quinta baixeza.

Um dia quem sabe brasileiros, cubanos, argentinos, venezuelanos e bolivianos despertem da letargia que os tem escravizado ao longo dos séculos e libertem-se do jugo desumano que os mantém atrelados a essa condição de rendição consentida. Livres, terão a oportunidade de demonstrar que são senhores absolutos dos seus destinos e suficientemente capazes de determinarem os caminhos mais seguros a serem percorridos e ajustarem a rota mais que perfeita na busca da edificação de uma sociedade socialmente justa, politicamente desenvolvida e democraticamente consolidada, abolindo definitivamente de seus cotidianos o horror representado pelo deserto cultural que os descaracteriza, pela fome que os submete e pela miséria que os flagela.

Quando esse dia chegar, certamente derramarei uma lágrima em homenagem à tua redenção, envilecida América dos latinos submissos. Até lá tens apenas o meu luto árido.
10 de março de 2012
maranguape news

O TERRORISMO AMEAÇA QUALQUER PAÍS OCIDENTAL!

VÍDEO MOSTRA REPORTAGEM SOBRE O TERRORISTA DE TOULOUSE REVELANDO TODO O PERIGO QUE AMEAÇA QUALQUER PAÍS OCIDENTAL!



O site Euronews postou o vídeo acima do terrorista islâmico autor da chacina de Toulouse, na França, e que terminou nesta quinta-feira morto pelas forças de segurança francesas que invadiram o apartamento em que o assasino se escondia. Os policiais foram recebido à bala e tiveram que revidar.

Eis a tradução do audio do vídeo:

Até seu próprio advogado se diz surpreendido:

"Estava consciente de que os serviços secretos o vigiavam desde sua volta do Afeganistão. Mas ao regressar, se comportou de maneira totalmente, normal, sã, nada demente. Não dava a impressão de ser um fanático".

O exemplo de Merah não é um caso isolado, o padrão é conhecido: terroristas com a nacionalidade do país contra o qual atentam, treinados no estrangeiro - Afeganistão, principalmente - que lançam suas ações de maneira isolada, como lobos solitários.

"Os campos de treinamento atuais também podem ser determinados sites da web, o ciber-espaço. Por isso, os serviços de segurança devem multiplicar a vigilância desses sites. É através deles que transmitem informação ou se radicalizam".

Ao que parece, em passado recente, Merah esteve vinculado a uma organização islâmica com presença na internet, Fursan Al Izza, dissolvida pelo Ministério do Interior francês no início deste mesmo ano por sua projeção violenta".

22 de março de 2012
aluizio amorim

ROMÁRIO... FALAR É FÁCIL.

O EX jogador e atual deputado fedemal, Romário virou uma espécie de bom moço anti copa do mundo.

Vive de sentar o cacete nos preparativos para a copa, no Ricardo Teixeira, na CBF, na FIFA, no governo fedemal, na seleção, no COL, no andamentos das obras, nos superfaturamento, nos atrasos, no sinistro dos esportes..etc...etc...etc...

Muita gente que é contra a realização da copa de 2014 no Brasil está festejando as declarações do baixinho e alçando-o a condição de especialista em procurar os problemas para os jogos.

O mundo sabe que o Brasil não tem capacidade nem comPTência para sediar eventos dessa magnitude.

E o baixinho percebeu um filão eleitoral para seus mandatos em reeleições continuas. é só descer o malho na copa que vai angariando simpatias e apoios dos brasileiros conscientes e inteligentes que sabem que essa copa na pocilga vai ser a maior roubada.

Mas o que me chama atenção é que o Romário na condição de crítico da copa e no cargo de deputado fedemal, não fez absolutamente nada de nada para que sejam feitas fiscalizações, ou mesmo interdições nas obras que ele tanto critica.

O deputado se colocou na condição de bufão e fanfarrão, descarrega sua metralhadora verbal contra tudo e contra todos, mas de efetivo, nada, nem um projetinho de lei, nem um pedido de fiscalização, nem um protesto na tribuna da câmara, um pedidozinho de impugnação ou suspensão das obras...nada de nada.

O cara conseguiu perceber que a mídia apóia suas críticas, que sua voz tem repercussão entre os indignados e só tem feito auto promoção. Esperto, bate nos jogos, mas na verdade se cala como deputado na hora de cobrar providências e atitudes.

Assim é fácil ser oposição.
E no mais

22 de março de 2012
o mascate

BALANÇANDO O CACHORRO PELO RABO

Um dos grandes desafios da economia brasileira num contexto de real forte ante outras moedas é a garantia da competitividade internacional dos setores industriais. O debate sobre a competitividade, embora tardiamente, ganhou duas novas variáveis que, se levadas seriamente em conta pelos formuladores de política, podem mudar o rumo das opções de política industrial adotadas pelo Brasil: produtividade e incorporação de tecnologia.

A competitividade tem duas vertentes: o lado exportador, que afeta, sobretudo, as indústrias ligadas aos setores do agro e commodities em geral, nos quais o Brasil é naturalmente competitivo; e o lado importador, que afeta os setores que não conseguem competir com os produtos importados e hoje carregam a bandeira da desindustrialização. Estes últimos tendem a ser setores de manufatura intensivos em mão de obra e sem vantagens comparativas naturais. Pressionados por tributos elevados, carência de pessoal qualificado e entraves burocráticos diversos, setores de manufatura acabam demandando medidas de proteção dos mais variados tipos. E têm sido prontamente atendidos pelo governo em exercício.

Várias razões explicam por que os governos tendem a ser sensíveis aos pleitos dos setores não competitivos. O primeiro é a natural sensibilidade aos movimentos da opinião pública. O segundo é que governos têm uma janela de ação definida por seus mandatos e por isso preferem executar a planejar e não se preocupam em avaliar os impactos futuros das políticas adotadas no presente. Terceiro, pressionados por grupos setoriais em busca de proteções, sem ferramentas adequadas, os governos não são capazes de qualificar se a ajuda setorial transborda para a sociedade como um todo.

Há vários indícios, entretanto, de que o governo brasileiro pode estar fazendo escolhas de política com benefício duvidoso para consumidores e contribuintes.

Enquanto a produtividade da mão de obra na indústria de manufatura caiu, na agricultura cresceu com vigor. Os números indicam que até o setor de serviços ganhou mais produtividade que o industrial. Segundo análise de Regis Bonelli, do Ibre/FGV, citada pelo Estado de 18 de março, a produtividade do trabalho do setor industrial caiu 0,8% ao ano de 2000 a 2009, ao passo que na agricultura e nos de serviços cresceu 4,3% e 0,5% ao ano, respectivamente.

Submetido a intensa competição externa no lado exportador, o agronegócio teve de buscar constante ganho de produtividade como uma das ferramentas para sobreviver e prosperar num regime de câmbio apreciado. A indústria de manufatura, por sua vez, não aproveitou os anos de câmbio desvalorizado e mercado protegido para investir em ganhos de produtividade e não conseguiu estabelecer competências diferenciadas no País que permitissem desenvolver produtos aptos a competir com mercadorias importadas de baixo custo.

Não se obtém aumento da produtividade da mão de obra por acaso. É consenso entre os economistas que seu crescimento é fruto de investimentos em tecnologia e inovação. Isso significa que foram também as indústrias do agro que investiram de forma mais intensa em conhecimento diferenciado, o que contradiz o senso comum de que os produtos do agro são primários e com baixa tecnologia. A Bug Agentes Biológicos, empresa brasileira que criou processos inovadores de controle de pragas em grandes plantações, foi recentemente reconhecida como uma das mais inovadoras do mundo.

Esses fatos mostram a importância de critérios mais informados para a alocação de recursos públicos, sobretudo num contexto de pleno emprego e mercado interno com demanda crescente, como vivemos no Brasil. Proteger setores que são estruturalmente incapazes de competir e deixar de aplicar esses mesmos recursos nos que são capazes de gerar ganhos sustentáveis de produtividade, emprego e renda não são decisões racionais. Só seriam se fosse demonstrado que os setores de manufatura atualmente protegidos usarão o suporte governamental para construir vantagens competitivas duráveis no longo prazo. Se não o fizeram no passado, quem garante que isso ocorrerá desta vez?

Há também uma discussão recorrente dentro da própria indústria, alegando que setores industriais extrativos e de produtos básicos estão tomando o lugar de setores com maior “valor adicionado”. Não sabemos de estudos específicos a esse respeito, mas nossa hipótese é que talvez expressivos ganhos de produtividade tenham sido obtidos justamente em cadeias produtivas de produtos mais básicos, como minério ou celulose. Assim, pressionar as firmas para maior “valor adicionado” – como ocorreu recentemente com a Vale, incitada a investir em siderurgia – pode, paradoxalmente, destruir valor. Criticar produtos básicos somente porque são “básicos” é ignorar um aspecto fundamental: para extrair minério ou produzir celulose é preciso muita tecnologia em etapas a montante da cadeia.

Pôr foco em produtos básicos, alguns dirão, reforçará a dependência do Brasil em commodities, cujos preços tendem a ser muito voláteis e dependentes do contexto internacional. Mas proteger setores industriais pouco produtivos não é remédio correto. O Chile, por exemplo, extrai royalties da sua atividade de mineração e aplica em fundos nacionais para suportar gastos contracíclicos e financiar a atividade empreendedora de pequenas empresas. É preciso deixar que os setores industriais se renovem e que a mão de obra seja alocada para setores e empresas com real potencial de crescimento.

Mais que proteção e subsídios setoriais, a economia brasileira precisa de uma orientação estratégica que ajude a alavancar os setores competitivos, produtivos e capazes de investir. Não é pelo rabo que se balança o cachorro.

Sergio Lazzarini e André Meloni Nassar
Fonte: O Estado de S. Paulo, 21/03/2012

A PROPINA E O GOVERNO FANTÁSTICO

A corrupção continua surpreendendo o governo Dilma. A reportagem do “Fantástico” mostrando uma rede de propinas entre fornecedores de hospitais públicos chocou a presidente e seus ministros.

A imprensa vive dando notícia ruim para o governo popular.

Dilma e seus companheiros nem desconfiavam dos superfaturamentos no Dnit. Não faziam idéia da máfia das ONGs nos Esportes e no Trabalho. Não supunham que o Turismo tinha virado fábrica de convênios piratas. Não podiam imaginar o tráfico de influência na Agricultura e nas Cidades.

Graças a Deus, sempre aparece um repórter para contar tudo a eles.

Aí a turma da faxina entra em ação. A denúncia do esquema de fraudes na Saúde ressuscitou o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Não se ouvia falar nele desde que anunciou a criação de UPPs pelos quatro cantos do país (projeto que continua firme na literatura governamental).

Agora Cardozo ressurge, indignado. Diante dos holofotes, em tom grave, anunciou que as denúncias são intoleráveis e precisam ser apuradas.

Eis aí uma boa notícia: o ministro da Justiça assiste ao “Fantástico”.

Aloísio Mercadante, ministro da Educação, também gritou. Disse que “o MEC está à disposição” da UFRJ para a investigação das denúncias no hospital universitário. Não precisava ser tão corajoso assim.

Para moralizar as compras na saúde, Mercadante também anunciou a criação da empresa brasileira de serviços hospitalares. Perfeito. Todos sabem que, diante da corrupção no Estado, o melhor a fazer é criar mais uma estatal.

O novo ninho de companheiros há de aprender rápido a “ética do mercado”, revelada pela microcâmera do “Fantástico”.

Chega a ser comovente a capacidade do governo popular de se indignar com o fisiologismo que patrocina.

A imagem-síntese é Dilma Rousseff, de braço dado com José Sarney, anunciando um basta ao toma lá, dá cá no Congresso.

O Brasil acredita nisso. E o coelhinho da Páscoa vem aí (se o “Fantástico” não desmascarar).

22 de março de 2012
guilherme fiuza
Revista Época

ANOTAÇÕES DO SANATÓRIO

SÓ GARGANTA

É papo furado essa coisa de inflamação na garganta. Qualquer um de nós, ainda crianças, passamos azul de metileno e pronto! Mais grave que isso para o Brasil que não vai ao Sírio-Libanês é dengue, febre amarela, mal de Chagas...

GRANDE COISA

No grito, não! Isso de botar na marra dois antipáticos para pilotar a liderança do governo no Senado e na Câmara, dá no que deu. Os chantagistas torceram o nariz e agora matam a cobra e mostram o pau. Mandaram os recados de Dilma para a pauta que pariu. O Congresso estagnou. O diabo é que ninguém notou qualquer diferença. Grande coisa o Brasil sem eles!

LULA DÁ CORDA

Lula, o Rebelde, foi aconselhado outro dia a ir curtir a vida numa praia deserta. Paradisíaca é claro. Longe dos visitantes inoportunos. Para a equipe de especialistas do SUs das elites, é a melhor maneira de Luiz Erário não dar corda pra pandilha do PT se enfrocar. Principalmente as cordas vocais. Mas quê nada. Ele é teimoso e não pode viver no ostracismo. Suspendeu o tratamento da inflamção na garganta que lhe causou uma pneumonia só para falar com Eduardo Campos. Sobre amenidades, é evidente.

A LUSA DO PLANALTO

Desde que defenestrou Jucá e Vaccarezza e ungiu Eduardo Braga e Arlindo, o Chinaglia, Dilma está pior que a Portuguesa de Desportos. Saiu de uma ótima campanha na segundona para amargar derrotas acachapantes no jogo pra valer.

TEMPO DE SOBRA

Essa pandilha de chantagistas que não vota a Lei da Copa e deixa pra lá o Código Florestal vai dar com os burros n'água. Há tempo de sobra para ninguém fazer nada no Congresso até que todos ganhem o que estão querendo.

O BRASIL É A GRÉCIA AMANHÃ

É uma nojeira a alienação nacional. A pandilha de sevandijas desvia a atenção para os prazos de conclusão dos maiores e mais luxuosos estádios do mundo e não se importa com a triste realidade de que pagará essa conta por mais de meio século. Olha o estado da Grécia depois que realizou, com toda pompa e circunstância, os jogos olímpicos de 2004. O Brasil é hoje o último colocado no ranking dos países do BRIC. Depois da Copa e dos Jogos será a nossa Grécia amanhã.

AH, BOM

E então, os focos de inflamação no pulmão são o foco de inflamção na garganta. E as sessões diárias de fonoaudiologia são para curar a pneumonia... Ah bom.

UM CASO SIMPLES

Márcio Thomaz Bastos, cavaleiro de impoluta figura de toda grande questão de direito e obrigação nesse país, advogará enfim uma simples causa de atropelamento de um ciclista. Vai sair barato. Comme d'habitude. A tarefa é mais simples que a bike da vítima. O bólido de Thor, foi abalroado como um trovão por uma bicicleta que transitava justamente no meio da pista por onde ele transitava ao plácido trote de uma cavalhada perfeitamente domada. Foi como se o guidom da bicicleta fosse o mjolnir do operário imprudente. Foi tipo assim como se o parabrisa do fordeco de Thor tivesse sido atingido pelo martelo dos deuses do trovão. Thor, o super filho de Eike Batista e Luma de Oliveira já disse que "entende a dor da família" e vai colaborar com tudo o que eles precisarem "e até além disso". Pronto, caso encerrado. Isso vai ser mais fácil do que comer uma vaca numa refeição - como fazia o Thor original do paganismo germânico.

22 de marçõ de 2012
sanatório da notícia

A GLOBO (QUEM DIRIA?) DESCOBRIU A CORRUPÇÃO!

CORRUPÇÃO TAMBÉM PEGOU CÂNCER

Extra, extra, read all about it!

Você já se grogou hoje? Será que a corrupção também pegou um câncer?

A Rede Bobo de Televisão descobriu um novo e escandaloso caso de corrupção. No Fantástico desse domingo (18/03/2012) a TV mostrou empresários combinando propinas com jornalistas que se diziam representantes de órgãos públicos. Essa foi e continua sendo uma reportagem fantástica. No dia 19/03/2012 o Jornal Nacional dedicou 35 minutos (caríssimos neste horário nobre) ao assunto. No dia seguinte, de novo: mais de 30 minutos de ódio, digo, de dedicação ao combate à corrupção. A reportagem é tão perfeita que os acusados parecem atores do Big Brother. Aliás, um deles em um ato falho olhou para a câmera escondida. Eu vi!

Os empresários estão ferrados! Agora já apareceram representantes de órgãos públicos federais, estaduais, gestores de hospitais e de Saúde Pública, Tribunal de Contas, o escambau, todos indignados com tanta corrupção. Até a Ouvidoria Geral da República que nunca ouviu nada, que nunca sentiu cheiro de bosta no Planalto, se manifestou.

Faz anos que não vejo o Jornal Nacional se dedicar a uma caça às bruxas. Foi assim com o Ministro da Saúde do Collor, Alceni Guerra, o homem dos guarda-chuvas. Na época foram quase 4 horas por semana de Jornal Nacional até derrubar o Ministro que, mais tarde, se provou inocente. O resultado daquilo vocês conhecem.

Então, cuidem-se, algo grande está sendo armado, a Rede Bobo de Televisão não prega prego sem e$topa. Hoje (20/03/2012) a emissora da ética, da honestidade, e do Big Brother pornográfico, chegou a citar a administração do governo estadual do Sergio Cabral como participante dos enredos – falou em milhões, um roubo gigantesco que não teria sido visto pelos pacificadores de bandidos.

Surgiram as reações mais violentas, inclusive no Congresso. O senador Álvaro Dias quer uma CPI, desejo que me faz suspeitar mais ainda da trama toda. CPIs, como todo o mundo sabe, são inócuas em uma ditadura socialista e democrática como a brasileira. O show midiático promete ser completo. Alguém preconizou a mudança da Lei das licitações, e por aí vai. Várias soluções para um problema que eu pensava banal, corriqueiro, totalmente previsível na corruptocracia chamada Brasil. Afinal, desde FHC as nossas instituições estão consolidadas, isto é, firmemente encravadas na merda socialista corrupta.

Tenho certeza que o assunto vai longe. Os empresários citados e já fantasticamente condenados pela Globo estão ferrados, como disse. A emissora decidirá no tempo oportuno as penas a serem cominadas. Antes serão humilhados pelos guardiões da ética. E ainda antes veremos Ministros do Supremo dando entrevistas na TV lançando seu voto, o que não deveriam, mas que adoram fazer.

Preparem-se e não percam: uma semana de ódio orwelliano televisivo tomará conta do país.

Mas, no afã de mostrar a culpabilidade antecipada dos acusados, a Globo, fantasticamente, deixou vazar que os futuros réus já eram manjados pela Justiça há anos, conhecidos dos mesmos Tribunais de Faz de Conta em processos que engavetavam com facilidade. De repente, então, a Globo descobre tudo. Tudo desengaveta-se: nomes, datas, valores, vídeos de alta definição. Deveremos ter algumas confissões. O país se indignará. Corrupção agora é isso. O mensalão, que a Justiça, alegando dor nas costas, tarda em julgar, é esquecido. Também é demais: Copa do Mundo, pontapé na bunda, cerveja e estádios e obras superfaturadas. Já são demais, não concordam?

Mas a Globo fez o seu papel. Requentou na hora certa um dos milhares de casos de corrupção da democracia lulista e dilmista, e pronto: estamos distraídos de novo. E o governo Dilma punirá exemplarmente, antes julgará ruidosamente, e jactar-se-á de ter combatido a corrupção – será a vingança contra a Angela Merckel da Alemanha que a humilhou. E sairá ainda mais por cima. Então isso não vale horas do espaço televisivo mais caro do país?

Aqui na Globo, e no Governo, temos Justiça.

Ah, vai ficar mal para o Sergio Cabral, o Pacificador de Bandidos. Quem sabe não é a hora do Dilmão se livrar dele? Por enquanto é isso. A nova novela da Globo continua. Por falar em novela, vem aí a propaganda da poligamia. Mas esse é outro Grog.

22 de março de 2012
charles london

ENTENDA O BRASIL...

Navegando há vários meses sem que os marujos tomassem banho ou trocassem de roupas, o que não era novidade na Marinha Mercante britânica, o navio fedia.

O Capitão chama seu Imediato:

- Mr. Simpson, o navio fede. Mande os homens trocarem de roupa!

- Yes, Sir!

Simpson reune seus homens e diz:

- Marinheiros, o Capitão está se queixando do fedor a bordo e manda todos trocarem de roupa. David troque a camisa com John. John troque a sua com Peter. Peter troque a sua com Alfred. Alfred troque a sua com Fred...

E assim prosseguiu. Quando todos tinham feito as devidas trocas, ele retorna ao Capitão e diz:

- Sir, todos ja trocaram de roupa.

O Capitão, visivelmente aliviado, manda prosseguir a viagem.

Você acaba de entender exatamente o que é o Brasil no governo atual.

22 de março de 2012
Por Ricardo Froes

OBEDECER A PRINCÍPIOS CRISTÃOS, SIM. SEGUIR AS IDÉIAS DE JERICO DE ALGUNS PASTORES E PADRES, NUNCA!

“Ego sum bagus plenus”, como diria Sêneca. Eu estou de saco cheio desses religiosos mequetrefes a azucrinar o povo com suas posturas de mensageiros de Deus e arautos da Bíblia, disseminando suas ideias de jerico contra isso ou aquilo. Essas interferências nefastas aliadas à inépcia do governo são capazes de produzir coisas inacreditavelmente imbecis, como a substituição de um ministro incompetente por outro mais ainda, mas crente, para fortalecer um candidato à prefeitura de São Paulo que, por elaborar um “kit gay”, caiu em desgraça com os cristãos. Uma troca insólita essa: troca-se a viadagem por uma prefeitura.

O pior é que ambas as partes – governo e pastores – armaram a barganha de comum acordo, achando tudo isso muito normal e democrático. Ora, vão à merda! Estão querendo enganar quem? Que raio de feira-livre é essa onde se troca a fé por cargos e ideias? O que mostra, aliás, que os ideais cristãos dessa gentalha não passam de oportunismo. Já não se faz mais dogmas como antigamente...

Falando nisso, o padreco que teve os panfletos contra Dilma apreendidos durante a campanha de 2010, resolveu atacar de novo ontem em Sampa e mandou seus lacaios distribuirem os mesmo ditos cujos, recomendando que os otários não pensem e “independentemente de sua convicções ideológicas ou religiosas, que, nas próximas eleições, deem seu voto somente a candidatos ou candidatas e partidos contrários à descriminalizacão do aborto”.

Chega dessa cantilena, pombas! Para esses picaretas da religião que “recomendam” isso e aquilo, o que interessa é a burrice do povo e a estimulação da preguiça de pensar, que os torna servos das empulhações que todas as seitas cristãs, em maior ou menor grau, dependendo da quantidade de calhordas, tentam – e conseguem – empurrar goela abaixo dos lorpas, pascácios e bovinos.

Deixem o povo livre para pensar!

P.S.: Aqui quem vos fala é um cidadão que é contra o “liberou geral” no caso do aborto.
Por Ricardo Froes

CENSURA AO OUTONO

Nas últimas décadas, minha vida tem sido uma fuga constante do verão. No inverno eu me defendo. Uma lã por baixo e um bom casaco e estamos conversados. Contra o verão não há defesa, a não ser ficar dentro de casa com ar condicionado. Nas últimas décadas, tenho viajado quase sempre em dezembro. Fujo do verão tropical e caio no inverno europeu. Fujo também do Natal brasileiro e do Ano Novo. Se bem que estas duas datas não são muito confortáveis na Europa. Comer se torna complicado e, se você se descuida, pode até passar um dia em jejum.

Nem sempre fugi do verão. Em meus dias de guri, verão era festa. Significava férias e volta ao campo, às vacas, ovelhas e cavalos. O verão é escaldante nas cidades da Fronteira Oeste e as cidades – inexplicavelmente desprovidas de árvores – o tornam mais quente ainda. Isso é algo que não consigo entender na formação daquela gente fronteiriça. Nas cidades brasileiras não há quase verde nas ruas. Você se desloca uns 100 ou 200 quilômetros e entra no Uruguai. Ruas verdes de árvores. E sombra.

Nos dias de universidade, também fui devoto do verão. Um dos motivos era de novo as férias. Havia um outro, a colônia de férias da então URGS (ainda não era federal) em Tramandaí. Ou seja, cachaça, chope, paquera, sexo, em suma, o melhor da vida para um adolescente. Naqueles dias, nos fins-de-semana, Tramandaí atraía uns cem mil visitantes. Era suportável. Hoje, pelo que me contam, atrai mais de milhão.

Terminada a vida universitária, verão nada mais tem a ver com férias. É época de suar – literalmente – a camiseta. E verão em Porto Alegre é coisa que não desejo a ninguém. Temperatura próxima aos 40º, asfalto quase se derretendo, amigo nenhum nas ruas. Todo mundo – isto é, aquela parcela que tem condições de bancar um veraneio – foi para a orla. Foi no começo de minha profissional que o verão, de refrigério, virou inferno. Suponho que não estou sendo original.

(Outro dia, circulou na internet uma foto de um termômetro público em Porto Alegre marcando 47º. Narcisismo climático, de provincianos que gostam de gabar-se de temperaturas extremas. Naquele dia, a meteorologia deu a máxima de 41º no Estado todo. É que o aparelho estava exposto ao sol, o que inflacionava a temperatura. Gente de província, na falta do que orgulhar-se, se orgulha de eventuais picos de temperatura, sejam negativos ou positivos. Menos 10 em São Joaquim. Talvez em algum aparelho situado no alto de um morro exposto ao vento e à geada e onde não vive ninguém).

Há quem busque o verão. Eu prefiro fugir. Quando alguém me pede informações sobre viagens, minha primeira recomendação é: evite o verão. Primeiro, muito calor. Em Madri, ao meio-dia a temperatura bate nos 40º e ali fica até às seis da tarde. Roma e Paris também são desconfortáveis. Lisboa, vá lá, há sempre as brisas marinhas. Ocorre ainda outro desconforto, é época em que todo mundo viaja – isto é, aqueles que se podem permitir viajar. Aviões sem um só assento vazio, aeroportos repletos, museus e monumentos com filas impraticáveis. Não vá.

Mas abro uma exceção para o verão, a Escandinávia. Os preços de hotel caem e você vai curtir o sol da meia-noite. Com o calor, não se preocupe. Em um verão boreal, você pode muito bem curtir zero grau.

Aprendemos na escola que as estações são quatro. Deve ser herança do ensino europeu. Porque aqui no Brasil elas são escassamente duas, inverno e verão. E digo escassamente porque inverno é coisa do Sul. Do Rio para cima, inverno é ficção de meteorologistas. Outono e primavera mal se fazem notar nestes trópicos.

Inverno mesmo fui descobrir na Suécia. Já vira neve em minha primavera viagem, na Inglaterra e Alemanha. Mas era uma neve mansa, gentil, com algum resquício de sol.

Caí em pleno dezembro em Estocolmo. Aterrissei em Arlanda lá pelas duas da tarde. Noite fechada, céu plúmbeo, frio de enregelar os ossos. Jamais estive em Plutão, mas pareceu-me ter chegado lá. Era o que eu queria: distância dos trópicos.

Lá por março, quando já começara a fazer dia durante o dia, tive uma abrupta percepção do valor do sol. Mal surgia uma fresta entre as nuvens, nos parques, ruas e paradas de ônibus, as adoráveis louras nórdicas, imóveis, fechavam os olhos e expunham o rosto e os seios àquele solzinho medíocre. Não por acaso existe na cidade uma estátua que celebra o Soldyrkare, o Adorador do Sol. Foi quando me bateu uma leve saudades do Sul.

Naqueles dias, morei na Karlaplan, uma praça redonda cercada de árvores. Ali tive uma real percepção das estações. Karlaplan não era uma, mas quatro. Havia a Karlaplan de inverno, a de primavera, a de verão e a de outono. Quando cheguei, as árvores eram mirrados esqueletos de árvores, nem sombra de verde. No verão, se cobriram de um verde histérico. Na primavera, a praça era florida e no outono de um vermelhão infernal.

Há 40 anos - nossa! -, vivi um dia magnífico em Estocolmo. Eu estudava sueco num prédio em frente ao Kungsträdgården, praça que em língua de gente quer dizer Jardim do Rei. O dia era 22 de março, um dia após a entrada da primavera. Ao aproximar-me do parque, levei um choque. Estava repleto de flores. Mas no dia anterior, eu tinha certeza, não havia flor nenhuma. Era de manhã, eu não havia bebido. Aos poucos, entendi a coisa. Foi como se o rei, ou alguma outra autoridade, tivesse ordenado: “hoje é primavera. Tirem as flores das estufas e joguem-nas na cidade”. Era uma primavera instantânea, brotada de repente.

As estações se impõem com fúria na Europa. Com o tempo, fui me tornando um adepto do outono. O inverno é lindo. Mas o outono é soberbo. No Sul do continente, a natureza se tinge de um amarelo pujante, mas comedido. Quando mais você viaja ao norte, mais vermelhas se tornam as árvores. Em novembro passado, vivi dias encantados em meio ao vermelhão de Copenhague, Praga, Karlovy Vary e Budapeste. Com uma vantagem a mais: no outono você não arrisca trens e aeroportos paralisados pela neve.

O encanto do outono reside não tanto nas árvores, mas nos sendeiros, praças e ruas amarelecidas pelas folhas que caem. Os parques se cobrem de uma espessa camada de outono, que só é removida – por tratores – ao final da estação.

Entre nós, o outono é tímido, captado às vezes à unha por fotógrafos, em meio ao verde remanescente do verão. Pior que tudo, o outono é censurado. Pelo menos aqui em São Paulo. Mal começam a cair suas primeiras folhas, um exército de faxineiros sai dos condomínios, de vassouras em punho, para expulsá-lo das ruas. É como se seu exibicionismo constituísse um atentado ao pudor público.

Quanto a mendigos deitados nas ruas, estes ninguém varre. Fazem parte da identidade nacional.

22 de março de 2012
janer cristaldo

BREVEMENTE A MORTE DE PAPAI NOEL E DO COELHINHO DA PÁSCOA...

DEPOIS DE BANIR CRUCIFIXOS, POLITICAMENTE CORRETOS PROBIRÃO OS FESTEJOS CRISTÃOS DO NATAL E DA PÁSCOA. A VOLTA ÀS CAVERNAS MAIS PERTO DO QUE QUE SE IMAGINA.
Alertado por um leitor não aqui na virtualidade da internet, mas dentro de um shopping nesta tarde, cheguei ao blog do Moreno, da Rede Globo, que transcreve artigo de Veríssimo publicado no jornal O Globo desta quinta-feira. Não transcrevo até por questões higiênicas. O articulista invoca o Estado laico e neutro que, por sua natureza, não admite o crucifixo em ambientes estatais. Pode ser lito aqui.

Como cada vez que me reporto ao tema informo aos leitores que sou ateu mas não sou burro ao ponto de descartar o fato de que o catolilcismo e o judaísmo têm impacto profundo na constituição dos valores que dão forma à civilização ocidental. Tanto é que daqui a alguns dias transcorre a data consagrada à Páscoa que é a comemoração eminentemente cristã. A cada ano relembra-se a tortura e morte de Cristo e a sua ressureição, segundo a fé e a tradição dos rituais dos cristãos. Alguns meses adiante, celebra-se o Natal, que é o nascimento de Cristo também segundo as escrituras fundantes do catolicismo.

No Natal o mundo Ocidental de ponta à ponta comemora o nascimento de Jesus. Na quaresma chora a sua morte e, na Pácoa, exulta sua ressureição.

Essas datas são consagradas e respeitadas com feriados nacionais em todos os países ocidentais, tanto por os cidadãos que são crentes ou não. É uma tradição de dois mil anos e seus rituais se repetem até mesmo com o respeito daqueles que não são religiosos.

Queira-se ou não, o fato é que as tradições do cristianismo e do judaísmo são, sem dúvida, o emblema mais forte que tipifica a cultura ocidental. Evoco aqui um conceito atropológico e sociológico - cultura - que é a todo momento verberado por sociólogos e antropólogos para defender seus pontos de vista invariavelmente politicamente corretos. É comum ver como esses ditos especialistas fecham os olhos para as maiores atrocidade cometidas por culturas aborígenes. Algumas têm por hábito enterrar nascituros vivos. Muitas dessas ditas "culturas" praticavam e praticam magia negra ou em tempos mais remotos promoviam sacrifícios humanos.

Todavia em defesa da intocabilidade desses bárbaros, os sociólogos e antropólogos militantes do "outro mundo possível" não admitem qualquer censura. Mas as práticas religiosas incruentas e simbólicas do cristianismo e do judaísmo continuam a ser vilipendiadas por essa escumalha farsante que sofre de necrose cerebral congênita.

Impossível um estudo antropológico e sociológico sério que não leve em consideração o peso e a importância do cristianismo e do judaísmo.
Falta pouco para, mais adiante, depois de proscrever o crucifixo, a malta politicamente correta resolva acabar com o Natal, a Quaresma e a Páscoa. O ato seguinte poderá ser o ressurgimento dos rituais pagãos e orgiásticos sob o efluvio de drogas alucinógenas, com os botocudos dançando e babando alucinados ao som de atabaques, para o regojizo de Luiz Fernando Veríssimo e toda a idiotia politicamente correta.

A volta às cavernas está mais perto do que se imagina.

22 de março de 2012
aluzio amorim

INVESTIMENTO A PEDIDO


Artigos - Governo do PT


Nivaldo Cordeiro comenta a falta de realismo e de habilidade política de Dilma Rousseff e sua trupe, que, dadas a rompantes autoritários e provocativos, põem em risco a já arranhada governabilidade do país.

Faz sentido o governante pedir aos empresários que acelerem seus investimentos? Não, mas é isso que a nossa neófita presidente Dilma Rousseff pretende fazer na reunião com 27 dos maiores empresários brasileiros, que será realizada hoje (22). Investimento é a decisão mais pessoal e refletida que empresários podem fazer, pois eles definem o futuro das empresas. Nem acelerar e nem desacelerar: investimentos só são feitos na hora certa, atendendo ao sofisticado processo de planejamento empresarial, a partir de minuciosa análise da conjuntura e das tendências econômicas e políticas.

No limite é o mercado que define onde, quando e quando investir. E o quanto.

O ambiente empresarial brasileiro está muito conturbado. Nas últimas décadas, especialmente depois que Lula e o PT assumiram a Presidência da República, o modelo econômico brasileiro pode ser definido como socialista, com forte viés corporativista. O sistema está projetado para as grandes corporações e tem esmagado de forma inclemente as pequenas e médias empresas. O caráter socialista é dado pela face dupla da supertributação e do distributivismo de renda, que tem como nefasta consequência reduzir a taxa de poupança, fragilizando a economia. Por outro lado, a valorização do câmbio praticamente inviabilizou exportar fora do foco dos minérios e matérias primas, mercados onde as vantagens competitivas brasileiras são óbvias. O câmbio valorizado abriu as comportas das importações.

Pedir para empresários engajados na indústria de transformação, a principal prejudicada com o processo, que acelere os investimentos é piada de mau gosto. Fato é que todas as incertezas cercam os empresários e não há força humana capaz de fazer acelerar os investimentos nessa circunstância.

Provavelmente na cabeça da presidente Dilma Rousseff está presente a famosa sentença de Michal Kalecki, de que empresários não investem como classe, pois os investimentos são determinantes no processo de concorrência e são portanto segredos empresariais. Talvez ela queira reverter a escrita, já que o corporativismo empresarial tomou corpo nas últimas décadas, de maneira a tornar as empresas clientes do Estado para tudo, em quase departamentos estatais.

Eu não creio que isso, todavia, mude o caráter praticamente secreto da tomada de decisão de investir. Mesmo com o corporativismo reinante o ato de investimento é ainda uma decisão solitária, que define os destinos empresariais. Ninguém fará nada a pedido, nenhum investimento. Dilma Rousseff não tem o poder de mando neste quesito. Ela declarou: "as empresas precisam aprender a fazer melhor e mais barato, para que o Brasil tenha competitividade", como se algo tivesse a ensinar aos empresários de sucesso. É uma declaração risível, pois o governo chefiado por ela, a cada dia, encarece mais e mais o processo produtivo e eleva o risco jurídico das atividades empresariais, no limite de inviabilizar setores inteiros. A presidente não tem como receber do empresariado resposta afirmativa para seu apelo.

Vídeo: As derrotas de Dilma

As duras derrotas legislativas sofridas ontem por Dilma Rousseff mostram que a governabilidade está a perigo. A base aliada virou base rebelada.

O viés autoritário e irrealista da presidente mostrou que ela conduz as questões políticas da pior forma. Assim seu governo acabará mal.



Nivaldo Cordeiro
22 Março 2012

AS DERROTAS DA DILMA ROUSSEFF

O ABORTO E O TRONO DE MOLOCH

Artigos - Aborto

O retorno do infanticídio, do aborto e da eutanásia, e a perseguição anticristã: o velho paganismo retorna à sociedade, com a sede de sangue inocente típica de seus velhos e falsos deuses.

O altar do deus cananita Moloch possuía a estátua de um bezerro de bronze com uma fornalha em seu ventre onde, em honra à divindade, as mães depositavam seus próprios filhos. Para amenizar o horror dessas mães, os sacerdotes cuidavam para que as trombetas fossem tocadas bem alto afim de que não se ouvisse o choro infernal das crianças sacrificadas.

Este tipo de prática religiosa era também comum entre fenícios, amonitas e até entre os primeiros romanos, mas o cristianismo os fez aparentemente desaparecer. Por séculos, a prática do infanticídio permaneceu vista como expressão do próprio mal. O paganismo dos cátaros, a despeito de uma fé cega no transcendente, trouxe de volta o pesadelo do aborto e do suicídio como solução para a salvação em Cristo, em uma tentativa de transfigurar a fé cristã em seu oposto.

Hoje vemos por todo lado a defesa do aborto e do infanticídio (o “aborto pós-natal”), como método contraceptivo ou como meio de seleção artificial do seres humanos mediante a constatação de deformidade ou enfermidade incurável. Com isso, buscam escolher quem deve nascer a partir de critérios de valoração baseados em um sofrimento indesejável, como se houvesse sofrimentos desejáveis.

O paganismo é algo que subjaz na ideia do aborto, tal como o sacrifício de bebês era inerente ao culto a Moloch. A diferença da fé dos primeiros pagãos para com a dos últimos está no objeto adorado. E no caso presente, temos a chamada comunidade médica ou científica, mas podemos ampliar o rol de sacerdotes até alcançarmos os intelectuais do controle populacional, do planejamento familiar, etc. O derramamento de sangue inocente continua sendo a solução para aplacar sofrimentos humanos, tal como no paganismo primitivo. O trono de Moloch, portanto, permanece vivo como a chama de uma fornalha que é alimentada com sangue, com carne viva.

O mesmo cristianismo que substituiu as práticas a Moloch, tal como a tantos deuses pagãos na Antiguidade, é aquele que agora é atacado globalmente, justamente pelos filhos daquele que necessita de alimento, adoração e sacrifícios, e que aguarda nos altares secretos, montados em clínicas de aborto por toda a parte. É a revanche do paganismo cuja crueldade não foi capaz de vencer a misericórdia do novo mundo cristão que se tornou real.

Vingadas as suas perdas, pretendem eles estabelecerem um reino pagão, assemelhado ao que as Nações Unidas chamam de comunidade internacional, para o qual luta ardentemente uma tal United Religions Initiative, visando a emancipação de velhas crenças hoje periféricas, e que elevará o culto a Moloch finalmente ao status de religiosidade legítima.

22 de março de 2012
Cristian Derosa é jornalista.

NÃO SOBRA NADA...

A ROTINA DAS COBRAS


Artigos - Movimento Revolucionário


Computado o total das ações violentas que, partindo de Cuba, se alastraram não só por este continente, mas pela África e pela Ásia, a resposta dos militares à agressão cubana foi quase sempre tardia e moderada.

Se há uma lição que a História ensina, documenta e prova acima de qualquer dúvida razoável, é a seguinte: sempre que os comunistas acusam alguém de alguma coisa, é porque fizeram, estão fazendo ou planejam fazer logo em seguida algo de muito pior. Acobertar crimes sob afetações histriônicas de amor à justiça é, há mais de um século, imutável procedimento padrão do movimento mais assassino e mais mentiroso que já existiu no mundo.

Só para dar um exemplo incruento: o Partido dos Trabalhadores ganhou a confiança do eleitorado por sua luta feroz contra os políticos corruptos, ao mesmo tempo que ia preparando, para colocá-lo em ação tão logo chegasse ao poder, o maior esquema de corrupção de todos os tempos, perto do qual a totalidade dos feitos de seus antecessores se reduz às proporções do roubo de um cacho de bananas numa barraca de feira.

Mas nem todos os episódios desse tipo são comédias de Terceiro Mundo. Nos anos 30 do século passado, o governo de Moscou promoveu por toda parte uma vasta e emocionante campanha contra as ambições imperialistas de Adolf Hitler, ao mesmo tempo que, por baixo do pano, as fomentava com dinheiro, assistência técnica e ajuda militar, no intuito de usar as tropas alemãs como ponta-de-lança para a ocupação soviética da Europa.

Os exemplos poderiam multiplicar-se ilimitadamente. Em todos os casos, a regra é a máxima atribuída a Lênin: "Xingue-os do que você é, acuse-os do que você faz." Se o acusado realmente cometeu crimes, ótimo: desviarão a atenção dos crimes maiores do acusador. Se é inocente, melhor ainda.

Durante os célebres Processos de Moscou, onde o amor ao Partido levava os réus a confessar crimes que não haviam cometido, Bertolt Brecht, ídolo literário maior do movimento comunista, proclamou: "Se eram inocentes, tanto mais mereciam ser fuzilados." Não foi mera efusão de servilismo histriônico. A declaração obscena mostra a profunda compreensão que o dramaturgo tinha da premeditação maquiavélica por trás daquela absurdidade judicial.

Como o bem e o mal, na perspectiva marxista, não existem objetivamente e se resumem à resistência ou apoio oferecidos às ordens do Partido, a inocência do réu é tão boa quanto a culpa, caso sirva à propaganda revolucionária – mas às vezes é muito mais rentável.

Condenar o culpado dá aos comunistas o ar de justiceiros, mas condenar o inocente é impor a vontade do Partido como um decreto divino, revogando a moral vigente e colocando o povo de joelhos ante uma nova autoridade, misteriosa e incompreensível. O efeito é devastador.

Isso não se aplica somente aos Processos de Moscou. Perseguir o general Augusto Pinochet por delitos arquiconhecidos dá algum prestígio moral, mas condenar o coronel Luís Alfonso Plazas a trinta anos de prisão, por um crime que todo mundo sabe jamais ter acontecido, é uma operação de magia psicológica que destrói, junto com o inimigo, as bases culturais e morais da sua existência. Na presente "Comissão da Verdade", os crimes do acusado são reais, mas menores do que os do acusador.

A onda de terrorismo guerrilheiro na América Latina data do início dos anos 60, e já tinha um belo currículo de realizações macabras quando, em reação, os golpes militares começaram a espoucar. Computado o total das ações violentas que, partindo de Cuba, se alastraram não só por este continente, mas pela África e pela Ásia, a resposta dos militares à agressão cubana foi quase sempre tardia e moderada, sem contar o fato de que, pelo menos no Brasil, veio desacompanhada de qualquer guerra publicitária comparável à dos comunistas.

Sob esse aspecto, a vantagem ainda está do lado dos comunistas. Os delitos dos militares chamam a atenção porque uma rede de ONGs bilionárias, secundada pela militância esquerdista que domina as redações, não permite que sejam esquecidos.

Nenhuma máquina de publicidade, no entanto, se ocupa de explorar em proveito da "direita" as vítimas produzidas pela Conferência Tricontinental de 1966, pela OLAS (Organização Latino-Americana de Solidariedade, 1967) ou, hoje, pelo Foro de São Paulo.

Numa disputa travada com tão escandalosa desproporção de recursos, a verdade não tem a menor chance.

Na tão propalada ânsia de restaurar os fatos históricos, ninguém se lembra sequer de averiguar a participação de brasileiros nas ações criminosas empreendidas pelo governo de Fidel Castro em três continentes.

Encobrindo esse detalhe, fugindo ao cotejo dos números, trocando os efeitos pelas causas e partindo do pressuposto de que os crimes praticados a serviço de Cuba estão acima do julgamento humano, a “Comissão da Verdade” é, de alto a baixo, mais uma farsa publicitária montada segundo o modelo comunista de sempre. Seu objetivo não é o mero “revanchismo”, como ingenuamente o pensam os militares: é habituar o povo a conformar-se com um novo padrão de justiça, no qual, a priori e sem possibilidade de discussão, um lado tem todos os direitos e o outro não tem nenhum. A única coisa estranha, nessa reencenação, é que suas vítimas ainda procedam como se esperassem, dos julgadores, alguma idoneidade e senso de equilíbrio, sentindo-se surpreendidas e chocadas quando a igualdade perante a lei lhes é negada – tanto quanto os cristãos se sentem repentinamente traídos quando o governo Dilma volta atrás no compromisso anti-abortista de campanha.

Não há nada de surpreendente em que as cobras venenosas piquem. Surpreendente é que alguém ainda se surpreenda com isso.

Olavo de Carvalho
22 Março 2012
Publicado no Diário do Comércio.

SÓ MESMO COM PENA CAPITAL

Na poderosa China, como em todo lugar deste mundo, sempre é possível encontrar um jeito de roubar o Estado. Mas lá, quando pego, o cara é fuzilado, sobrando para a família ter que enfrentar uma fila de banco para pagar alguns poucos centavos da bala gasta no fuzilamento. Dizem que lá assim funciona. Mas para o Brasil, diante das nossas concepções espirituais e religiosas, volto aqui a propor uma solução imbatível, mais severa que a pena capital chinesa.

Para efetivo combate à roubalheira praticada por nossas elites, por mais de 500 anos envolvidas em gatunagens das mais variadas e criativas, urge tentar implantar uma pena muito radical, uma Pena Capital. Calma. Não é o que vocês estão pensando. A nossa seria sem sangue. Na verdade, seria mais temida do que a chinesa, pois que seria a Pena Grana.

Explicando melhor, todo indivíduo pego em roubalheira e/ou qualquer tipo de trapaças e favorecimentos, se condenado, após rápido julgamento (próximo ao sumário julgamento chinês), o desgraçado teria que reembolsar ao Estado tudo que roubou, a valores atualizados e com multa. Se for policial ou magistrado, a multa seria multiplicada por dois.

Caso seja necessário mais dinheiro para completar o montante devido ao Estado, se pegaria da grana e dos bens existentes na família do condenado, inclusive dos pais, filhos, irmãos, tios e tias, até completar o valor devido. Se ficarem sem nada e na pobreza total, eles passariam a ter o direito oficial de mendigar. Semelhante lei se aprovada (na democracia, nunca seria) por certo que poria fim na velha roubalheira das elites. Sem dúvida nenhuma.

22 de março de 2012
Welinton Naveira e Silva

APERTEM OS CINTOS, A MINISTRA SUMIU!

Reportagem de Andreza Matais e Julia Borba, da Folha de S. Paulo, mostra que, em meio a ameaças de partidos evangélicos de romperem com o governo Dilma Rousseff, a ministra Eleonora Menicucci (Secretaria de Políticas para as Mulheres) desapareceu. Terça-feira ela faltou a duas reuniões no Congresso e na sua agenda constam apenas compromissos internos até sexta-feira.

Também na terça-feira, a ministra era esperada para uma audiência pública na Câmara onde participaria de evento organizado pela OIT (Organização Internacional do Trabalho), mas não mandou sequer representante. Sua assessoria alegou que ela tinha compromissos internos.

No Senado, a ministra deveria ter participado de reunião da CPI que investiga a violência contra a mulher. Mandou a subsecretária de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, Aparecida Gonçalves, no seu lugar.

Sem comparecer a eventos públicos, a ministra evita ser questionada a respeito do aborto, da distribuição de camisinha feminina e da equiparação salarial entre homens e mulheres.

As opiniões favoráveis da ministra acerca dos dois primeiros temas alimentam polêmica com os parlamentares evangélicos, que ameaçam desembarcar da base aliada, como já fez a bancada do PR no Senado.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG

A ministra Eleonora Menicucci se transformou numa espécie de zumbi dentro do governo. Sempre foi a favor da liberação do aborto, mas agora que virou ministra, não pode mais defender a tese, porque a bancada evangélica não deixa. A situação é delicada, porque hoje os evangélicos são cerca de 20% dos brasileiros e hipoteticamente podem decidir qualquer eleição. Como dizia Ibrahim Sued, a ministra tem de ficar muda no governo ou sair calada. Pode optar à vontade, entre as duas alternativas.

22 de março de 2012

JILMAR TATTO, LÍDER DO PT NA CÂMARA ESTÁ CONFUNDINDO A CASA COM A TATTOLÂNDIA

Ou: Petistas têm profundo desprezo por seus aliados

Bem, bem, bem…

No texto que escrevi sobre o transe que vive o governo Dilma no Congresso, apontei o fator “incompetência”, quase sempre subestimado nas análises. E por que o subestimamos? Para tornar a vida mais interessante, acho eu.
É mais agradável pensar que a nossa tarefa é desvendar uma estratégia, descrever os seus meandros, detalhar suas intenções secretas, identificar as forças ocultas que atuam para dar uma determinada configuração à narrativa. Admito: às vezes, é assim mesmo; precisamos, de fato, entender a trama, a urdidura. Mas há casos em que as pessoas são apenas… incompetentes.

Na Folha Online, Maria Clara Cabral conversa com o deputado Jilmar Tatto (SP), nada menos do que líder do governo na Câmara. É uma coisa realmente espantosa. Eu sou um homem justo, mesmo com aqueles por quem não tenho apreço político. Esse cargo já foi do mensaleiro José Genoino (quando o PT era oposição), que era notavelmente competente na função porque, lamento reconhecer!, inteligente. Tatto? Huuummm…

Quem não é de São Paulo ignora tal fato, cujos detalhes se encontram em vários sites por aí. Tatto é o representante de uma família imensa de políticos, que dominam — em sentido literal e figurado — uma área pobre da periferia de São Paulo chamada Capela do Socorro. Nome antigo!

O atual é “Tattolândia”, tal o controle que a turma exerce por ali. A família, uma verdadeira legião, dá as cartas. Na campanha à Prefeitura de 2004, representantes dos donos do pedaço, todos muito robustos, treinados para o choque, em forma de tropa, tentaram impedir o PSDB de fazer campanha. Gritavam: “Tá tudo dominado, tá tudo dominado”. Nada se parece mais com o sertão, O MENTAL, do Brasil do que a Tattolândia.


Uma pesquisa sobre os métodos da família lhes será muito instrutiva. Reproduzo, por exemplo, trecho de uma reportagem da VEJA de 24 de junho de 2006.
Volto em seguida.
(…)
Sempre se soube que uma das principais fontes de renda do PCC, organização criminosa formada por presos e ex-presos das cadeias paulistas, era o mercado de lotações - ou de peruas, como são genericamente chamados os microônibus e as vans que circulam por São Paulo como uma alternativa ao transporte público coletivo. O PCC não só domina parte das linhas do sistema como também extorque cooperativas que, sem ligação com ele, operam no setor. Há três semanas, a polícia prendeu Luiz Carlos Efigênio Pacheco, presidente da Cooper Pam, uma das principais cooperativas de perueiros da capital paulista, suspeita de ligação com a organização criminosa. Conhecido como “Pandora”, o perueiro é acusado de ter financiado, com dinheiro de lotações, uma tentativa frustrada de resgate de preso de uma cadeia de Santo André (região do ABC paulista), em março passado.

Detido, ele negou pertencer ao crime organizado, mas admitiu a infiltração do PCC no setor perueiro e disse que foi por ordem de Jilmar Tatto, ex-secretário de Transportes da prefeita Marta Suplicy, que sua cooperativa incorporou integrantes da organização criminosa. As duas afirmações, graves, constam do depoimento que Pandora deu formalmente à polícia. Uma terceira informação, porém, ainda mais grave, ficou de fora do inquérito. Ela foi dada por Pandora ao delegado Marcelo Fortunato, que o prendeu. Segundo disse o presidente da Cooper Pam, o ex-secretário de Marta recebeu 500.000 reais para favorecer um grupo de perueiros ligados ao PCC no processo de licitação para a exploração da região sul da capital.

(…)

Retomo
Já fui processado por dois Tattos por uma única reportagem publicada na revista Primeira Leitura. Não havia acusação nenhuma lá. O texto limitava-se a descrever os métodos da família. Felizmente, prevaleceram o direito à liberdade de expressão do jornalista e o direito direito da população à informação.
Fiz essa breve digressão para demonstrar que indivíduos podem fazer a diferença até no petismo. Pois bem. Volto ao texto da Folha.

A repórter resolveu ouvir Jilmar Tatto, agora líder do PT na Câmara sobre a crise. Como foi noticiado, uma boa fatia da base governista afirmou que só vota a Lei Geral da Copa quando houver uma data para a votação do Código Florestal. Pensando, quem sabe?, estar na Tattolândia, Jilmar afirma:

“A oposição pode falar isso, agora, a base falar: ‘nós queremos a data’. Isso não pode. Olha a situação do governo! A base falando publicamente, pedindo para marcar a data. Que história é essa? O governo quer discutir mérito”!

Eita! Que história é essa de “que história é essa”??? Partidos nomeiam seus líderes nas duas Casas — e também o governo — porque se supõe que deva existir uma negociação entre o Executivo e o Legislativo, não? Se, nos Parlamentos do mundo, a base jamais se rebelasse, estaria extinta a independência entre os Poderes. “Ah, mas é por uma má causa que a base está rebelada”. Huuummm… Eu, pessoalmente, não considero o Código uma causa ruim — muito pior me parece a forma que tomou a tal Lei Geral da Copa, ela, sim, um estupro institucional.

Tatto saiu ontem atirando contra os “ruralistas”. Sabem como é… Acostumado a chefiar a Tattolândia, não gosta de rebeliões. E aqueles rapagões fortes que tentaram impedir os tucanos de entrar na Capela em 2004 não puderam atuar. Tentando consertar, afirma à Folha:
“Eu não falei mal dos ruralistas ontem, falei dos predadores; agora, se alguém vestiu a carapuça [...]. O clima ontem estava péssimo em função de toda a situação, agora vamos diminuir o tom do discurso se isso ajudar a aprovar a Lei Geral da Copa [...]. Estou mudando meu discurso, estou mais ‘light’, vamos ver se assim a gente se entende”.

Parabéns, deputado Tatto! Tato assim nunca antes na história da Câmara!
Então o senhor só criticou “os predadores”. Quem não quiser se sentir “um predador” deve concordar com o governo. É um jeito de ver a política… Mas gosto mesmo é quando ele diz que vai “diminuir o tom do discurso para ajudar a aprovar a Lei Geral da Copa”. Qualquer ser viciado em lógica, como este escriba, entende que, uma vez aprovada, o tom pode se elevar de novo. Notem que ele deixa claro que está “mudando o discurso”, agora “mais light”, sugerindo que as convicções continuam as mesmas.

Concluo
O busílis é o seguinte: Jilmar Tatto está confundindo a Câmara com a Tattolândia, onde — lá vai uma metáfora, Pedrinho, que agasalha um antítese — os Tattos mandam soltar e prender.

A verdade insofismável que vaza das palavras deste grande pensador da política, formado segundo os métodos consagrados naquele território “todo dominado”, é que o PT tem uma misto de desprezo e nojo dos partidos aos quais se associou para governar o país. Considera-os indignos. E tenta nos fazer crer que o petismo, ele-mesmo, é algo eticamente superior, superiormente ético.

As táticas empregadas na Tattolândia são um bom exemplo dessa “superioridade”.

PS - Espero que o deputado não se zangue de novo com a crítica… Sabem como é, não sou base aliada…

22 de março de 2012
Reinaldo Azevedo

LOCANTY FINANCIOU DIVERSOS PARTIDOS POLÍTICOS NAS ELEIÇÕES DE 2010

A Locanty Comércio e Serviços Ltda, uma das empresas denunciadas no esquema de propina que envolve licitações de contratos públicos no Rio de Janeiro, doou R$ 3,3 milhões para diversos partidos políticos em 2010, quando ocorreram as eleições para deputados estaduais, federais, senadores, governadores e presidente da República. A empresa é a única entre as denunciadas pelo Fantástico no último domingo (18) que realizou doações à partidos políticos.

As agremiações agraciadas foram o Partido Comunista do Brasil (PC do B), Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), Partido Popular Socialista (PPS), Partido Socialista Brasileiro (PSB), Partido Social Cristão (PSC), Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) e o Partido dos Trabalhadores (PT). (veja tabela)

O maior favorecido foi o PMDB com R$ 1,7 milhão recebidos para as eleições de 2010. Do total, R$ 400 mil foram, via transferência eletrônica, para o Comitê Financeiro Único do partido. O restante, R$ 1,3 milhão, foi destinado à direção estadual do PMDB no Rio de Janeiro, estado cujo governador é o pemedebista Sérgio Cabral.

Para os outros partidos beneficiados pela Locanty, os montantes doados não passaram da cifra de R$ 800 mil, caso do Comitê Financeiro Único do PT, o segundo maior favorecido. Completam a cifra total os R$ 350 mil para o PSB, R$ 250 mil para o PSC, R$ 120 mil para o PC do B e R$ 50 mil para o PPS e mesmo valor para o PSDB.

A empresa também fez doações diretamente para candidatos às eleições. Na época, os então candidatos Alcebíades Sabino dos Santos (PSC-RJ) e José Roberto Gama de Oliveira (PDT-RJ), o Bebeto, receberam R$ 50 mil cada. (veja tabela)

A reportagem exibida pelo programa Fantástico, da TV Globo, mostrou a tentativa de suborno por empresas prestadoras de serviços para ganhar licitações de emergência do Hospital Clementino Fraga Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Conforme o Contas Abertas publicou na última terça-feira (20), a Locanty recebeu R$ 70,1 milhões da administração federal direta entre 2010 e 16 de março de 2012. As empresas Rufolo (limpeza e vigilância) e a Toesa Service (locadores de veículos), receberam R$ 73,1 milhões e R$ 9,1 milhões, respectivamente. A empresa Bella Vista Refeições Industriais, também envolvida nas denúncias, não celebrou contratos a nível federal.

Segundo auditoria da Controladoria-Geral da União, que começou em abril de 2011, os problemas com contratos de obras e serviços em redes de hospitais no Rio de Janeiro chegaram a R$ 124 milhões. A auditoria, pedida pelo Ministério da Saúde, já rastreou R$ 883 milhões em negócios com empresas privadas.

Na última terça-feira (20), o deputado estadual Paulo Ramos (PDT-RJ) entrou com requerimento na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) para a criação de CPI para investigar as denúncias de irregularidades em licitações no estado.

"A Assembleia Legislativa têm a obrigação de apurar um escândalo de tamanha relevância. Não adianta os deputados cruzarem os braços e deixarem apenas órgãos como o Tribunal de Contas e o Ministério Público investigarem. Uma CPI tem muito mais força. O próprio governo, se não tiver nada a esconder, deveria apoiar a criação dessa CPI", disse Paulo Ramos, ao Jornal do Brasil.

Em 2010, o deputado também tentou abrir CPI, só que para investigar os contratos da Secretaria de Saúde. Porém, teve o pedido barrado pela bancada do governo. "Espero que não cometam o mesmo erro dessa vez", completou o deputado.

22 de março de 2012
Dyelle Menezes
contas abertas

NOTA AO PÉ DO TEXTO

Deu para entender ou quer que desenhe?!
O arrastão vai levar as sardinhas, mas e os tubarões? Romperão as malhas da rede da justiça, ou serão expostos no mercado público da mídia?
Como dizem que depois de 7 dias ninguém aguenta o cheiro do bode, vamos esperar para conhecer as figurinhas... Ou os figurões!
m.americo

MUNDOS APARTADOS

Tive dois amigos, muito talentosos e de vasta cultura, que me confessaram sua falta de disposição para a leitura ordenada de “Em Busca do Tempo Perdido”, a monumental obra de Marcel Proust. Limitaram-se à apreciação de alguns trechos.

Qual a razão desse distanciamento intelectual? Proust não é um escritor polêmico, não suscita controvérsias políticas ou religiosas. Talvez se deva atentar nos centros pessoais de atividades e interesses dos leitores.

Qual o público ledor de Proust? Eu o vejo como um escritor para as elites intelectuais, amantes da ficção literária, seduzidas pelo seu inigualável conhecimento das complexidades psicológicas, sua técnica revolucionária de narrativa, a beleza do seu estilo. Será possível um cultor das letras não admirar Proust?

Às vezes acontecem aberrações desse gênero: Tolstoi detestava Shakespeare! Mas (de um modo geral), em outra categoria de intelectuais, os cientistas sociais (sociólogos, economistas, politicólogos, juristas, etc.), Proust não tem a mesma acolhida. O motivo é claro. Ele não se ocupou do objeto do maior interesse deles: os fatos sociais, isto é, fatos próprios da coletividade humana e que, portanto, transcendem a singularidade individual. Todos sabem que o mundo social, manifesto em esferas como a econômica, a política, a religiosa etc., preexiste e sobrevive a cada um dos indivíduos.

Um romancista alienar-se da apreciação de fatos sociais não é incapacidade e sim uma voluntária limitação do campo literário. Veja-se o grande Machado de Assis. Já outros provocaram debates entre sociólogos, pensadores políticos e historiadores. São exemplos Tolstoi, Dostoievski, Balzac, Dickens etc. Escritores desse gênero nem sempre atacaram instituições ou propuseram mudanças estruturais.

Balzac, o primeiro romancista sociólogo, era um saudosista da antiga monarquia e Dostoievski foi sabotado na União Soviética devido a seu reacionarismo, Eça de Queiroz se mostrou impiedoso na crítica a algumas realidades sociais de seu país e essa foi a orientação dos romancistas regionais brasileiros.

Talvez aí esteja a explicação para o caso daqueles amigos que, embora reconhecendo a extraordinária lucidez das observações e reflexões proustianas, não sentiam ressonância delas em suas concepções, especulações e preocupações intelectuais. As iluminações do mundo de Proust se amorteciam no mundo cultural deles.

Humberto Braga
22 de março de 2012

MINISTÉRIO PÚBLICO ABRE INVESTIGAÇÃO SOBRE A RÁDIO DE AÉCIO NEVES E DE SUA IRMÃ ANDREA

Reportagem do jornal Estado de S.Paulo revela que o Ministério Público (MP) de Minas Gerais instaurou inquérito civil para investigar repasses feitos pelo governo do Estado à Rádio Arco-Íris entre 2003 e 2010, época em que o senador Aécio Neves comandou o Executivo mineiro. Além de Aécio, também consta no inquérito civil o nome de sua irmã, Andrea Neves, presidente do Serviço Voluntário de Assistência Social e coordenadora do Núcleo Gestor de Comunicação Social do governo, responsável pelo controle do gasto com publicidade oficial durante a gestão do irmão.

A propriedade da rádio por parte de Aécio e Andrea veio a público em abril do ano passado, quando o senador teve a carteira de habilitação – vencida – apreendida e foi multado em R$ 1.149,24 após se recusar a fazer o teste do bafômetro ao ser parado em uma blitz da Lei Seca no Rio de Janeiro. Ele dirigia o Land Rover placas HMA1003, comprado em 2010 em nome da emissora, que detém uma franquia da Rádio Jovem Pan FM em Belo Horizonte.

Na ocasião, o governo confirmou que havia feito repasses à emissora em 2010, mas afirmou que os pagamentos foram legítimos. O caso levou a oposição na Assembleia de Minas a tentar, sem sucesso, criar uma CPI.

Segundo “O Estado de S. Paulo”, a Promotoria de Defesa do Patrimônio Público vai apurar se foram repassadas verbas à rádio também nos outros anos em que Aécio esteve à frente do governo e os critérios usados para liberar os recursos. O inquérito foi instaurado na sexta-feira, após o órgão receber, em fevereiro, nova representação contra Aécio.

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DIVULGAÇÃO

A apuração mira outros veículos. No período em que Aécio Neves comandou o Executivo mineiro, as despesas de órgãos da administração direta com “divulgação governamental” chegaram a R$ 489,6 milhões, valor que ultrapassa R$ 815 milhões quando incluídos gastos de empresas, fundações e autarquias controladas pelo Executivo. Os dados são do Sistema Integrado de Administração Financeira de Minas Gerais.

Além da Rádio Arco-Íris, o Ministério Público também vai investigar se as empresas Editora Gazeta de São João del Rei e a Rádio São João del Rei, que têm Andrea Neves como sócia, receberam recursos do governo de Aécio. Ela é cotada entre lideranças tucanas para disputar o governo em 2014.

O ex-governador Aécio Neves se tornou sócio da Rádio Arco-Íris, que já era dirigida por Andrea Neves, em dezembro de 2010, dois meses após ser eleito senador.

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ASSESSORIA RESPONDE

Em nota, a assessoria do senador Aécio Neves disse que o caso já foi arquivado no ano passado e que a nova investigação tem motivação política.

“O Ministério Público abriu investigação sobre o assunto, tendo arquivado em 28 de julho de 2011 ao considerar a regularidade de todos os procedimentos adotados e documentados”. “Causa surpresa o fato de os mesmos parlamentares entrarem com ação idêntica, na mesma instituição”, conclui a nota.

22 de março de 2012

GULAG'S MENTAIS

Graças às práticas de manipulação que os professores esquerdistas fizeram na cabeça de nossos jovens, ao aprisionarem o futuro da nação em GULAG´S MENTAIS, quando endeusaram figuras como che, fidel, stalin, lenin e outros comunistas genocidas... O Brasil chegou no ponto em que estamos, o povo ignorante preferiu colocar no poder máximo de nossa nação, uma quadrilha de assaltantes de bancos, que pegaram em armas, não para lutar por democracia como adoram falar nos quatro cantos deste país...

No Brasil de hoje, temos cinco gerações perdidas e aprisionadas em seus medos, os reflexos desta deturpação e inversão de valores pode ser visto e sentido na omissão de nossos jovens, que não lutam e muito menos se dispõem a lutar por causas nobres como o combate à corrupção...

O Nazismo é visto pelo resto do mundo como ASSASSINOS COVARDES, mas o que fizeram na antiga URSS foi mais covarde ainda, pois eles ASSASSINARAM O SEU POVO, mais de 100 MILHÕES DE SERES HUMANOS, vítimas de fome, frio, empalamento e tiro na nuca...

Ilude-se quem acha que o comunismo morreu com o fim da URSS, o comunismo mudou apenas de continente e hoje, infestou a América Latrina, digo, Latina e as práticas de extermínio continuam em pleno vapor, só que elles mudaram o MODUS OPERANDIS para não darem tanto na cara...

Eles nos assassinam através da omissão do estado para com o povo; somem os mortos nas filas dos hospitais, nas estradas esburacadas, nos homicídios diários, nos suicídios que não são divulgados os dados e veja o nosso povo sendo dizimado mais do que em guerras durante o ano todo; no Brasil morrem por ano mais do que a guerra do Vietnã matou em 12 anos, mas o povo não se dá conta disso e nem liga para isso, porque a violência ainda não bateu na porta dos indiferentes e alheios a realidade deste país...

O COMUNISMO DEVERIA SER VISTO PELO MUNDO, ASSIM COMO O NAZISMO É VISTO HJ...PORQUE ELLES APENAS APARARAM AS SUAS BARBAS, TROCARAM DE ROUPAS E PASSARAM UM LEVE PERFUME... ACORDEM POVO BRASILEIRO, COMPARTILHEM CONHECIMENTO E NÃO PORCARIAS, TEMOS QUE DAR UM CHOQUE CULTURAL NESTE POVO QUE VIVE ALHEIO A REALIDADE DESTE MUNDO, CONVERSE COM SEUS AMIGOS SOBRE O QUE É E O QUE FOI O COMUNISMO, TEMOS QUE INSTIGAR O POVO A PENSAR E A VER AS VERDADES, PARA QUE NÃO SEJA REPETIDO OS MESMOS ERROS DO PASSADO...O INIMIGO NÃO É NADA DEMOCRÁTICO E DESCONHECE ESTA PALAVRA, ELLES A USARAM PARA CHEGAREM NO PODER E DESTRUÍ-LO DE DENTRO PARA FORA, ISTO MESMO, O PNDH-3 É A PROVA IRREFUTÁVEL DO QUE ELLES QUEREM E IRÃO FAZER COM O NOSSO POVO... DESPERTEM POR FAVOR...

Assista este documentário e compartilhe-o para o conhecimento de todos, a verdade precisa e DEVE ser mostrada antes que seja tarde demais...



"Quem desconhece a história é apenas um ignorante, mas aquele que a conhece e diz que é mentira, este é um CRIMINOSO." >(Bertold Brecht)

22 de março de 2012
bruno toscano

O BRASIL PAGA MUITO MAL AOS SENADORES DA REPÚBLICA! ALGUMA SUGESTÃO?

Político brasileiro ganha mal! Vamos criar a 'bolsa cara de pau'?

VAMOS VER NOVAMENTE? QUEM SABE O SENADOR IVO CASSOL TEM RAZÃO?



À primeira vista, a frase parece ter sido dita por um ator cômico ironizando os elevados custos de um parlamentar brasileiro:
"O político no Brasil é muito mal remunerado! Tem que atender ao eleitor com pagamento de passagens, remédio, é convidado para patrono e tem que pagar as festas de formatura, porque os jovens não têm dinheiro".

Mas ela foi pronunciada pelo senador Ivo Cassol (PP-RO), que nesta terça-feira pediu vista do projeto que acaba com a regalia do pagamento a parlamentares de 14º e 15º salários, sem desconto de Imposto de Renda. O senador de Rondônia ainda teve a cara de pau dizendo ganhar pouco, exigindo que os senadores que votarem a favor devolvam os salários extras que receberam até agora.

Ele é mesmo muito engraçado e torna-se em mais um que está 'se lixando' para o povo que garante suas mordomias através do pagamento de impostos.

Essa declaração de Ivo Cassol não repercutiu muito bem na opinião pública, logo ele que conseguiu o 'milagre da multiplicação' de seus 12 assessores legais, fatiando-os em 67 cargos, que geram considerável aumento de despesas.
Houve até quem o ironizasse sugerindo que se ele acha que ganha tão mal, deveria mudar de profissão arranjando emprego melhor, como, por exemplo, o de professor da rede pública.
Indagado se esse papel de atender aos carentes não seria do Estado, caracterizando, então, uma troca de votos, Cassol respondeu: "Se for alguém bater na sua porta pedindo uma Cibalena você vai negar? O político não faz isso só por barganha de votos. Eu faço por uma questão humanitária".

Alguém argumentou sobre como pode o senador reclamar de um salário de mais de R$ 27 mil, com direito a auxílio-moradia, telefones fixos e celulares, plano de saúde vitalício, passagens aéreas, carro, motorista, dezenas de assessores, segurança, custando cada parlamentar cerca de R$ 170 mil aos cofres públicas, possa reclamar do que ganha, o que não pode fazer um trabalhador que recebe R$ 622,00 para trabalhos 8 horas diárias, ao contrário dos parlamentares, que só 'trabalham' três dias na semana.

Fica difícil entender qual a real interpretação do § 4º do Art. 39 da Constituição estabelecendo:
"O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI".

Como pode uma remuneração fixada em R$ 27 mil receber tantos penduricalhos e chegar à elevada soma de R$ 170 mil?
Qual é a mágica? O eleitor mais esclarecido gostaria de saber para entender melhor.


A cada episódio do tipo protagonizado por Ivo Cassol vem à mente de muimartos a indagação de sempre: "qual é mesmo a utilidade do Senado Federal?'

22 de março de 2012
Postado por Airton Leitão

CHICO ANYSIO

ESTADO DE SAÚDE DO GÊNIO CHICO ANYSIO É CRÍTICO E SUA FAMÍLIA É CHAMADA ÀS PRESSAS POR HOSPITAL.

ALUCINADOS QUE SE ACHAM IMPORTANTES!

Resposta ao email enviado a um de nossos "assalariados" no senado: 22 de março de 2012.

SENADO FEDERAL

O usuário () não pode receber e-mails de remetentes externos ao Senado Federal.

Os motivos para o senador não receber emails de remetentes externos podem ser vários:

•Ler dá muito trabalho.

•O indivíduo (fbezerra) pode não gostar ou até precisar de grande esforço para ler.

•Emails podem conter críticas ou cobranças, o que eles não admitem. Para eles é melhor nem saber o que pensamos!

•Os políticos brasileiros se convenceram de que não devem satisfação a quem sustenta sua bem paga malandragem;

•Esse tal de fbezerra pode estar de férias ou de licença, afinal 'trabalhar' 3 dias por semana para receber 27 mil reais por mes deve ser muito exaustivo .

Deve haver um quintilhão de outros motivos para o abusado meliante não receber e-mails de remetentes externos ao Senado Federal .

*** *** ***

Como uma coisa puxa outra, apareceu o artigo:
Projeto terá que passar pelo plenário - Projeto prevê que liminares possam impedir a circulação de notícias.
22.03.2012

Senador Pedro Taques foi o relator da proposta na CCJ

Aprovado na semana passada pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado, o projeto que regulamenta o direito de resposta na imprensa terá que passar pelo plenário da Casa. Um grupo de senadores vai apresentar recurso para que o texto seja mais bem discutido antes de seguir para a Câmara.

O projeto foi aprovado em caráter terminativo pela CCJ, por isso só passaria pelo plenário se houvesse a apresentação do recurso assinado por mais de oito senadores. Mais de dez parlamentares já assinaram o pedido, articulado pelo senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP).

Ferreira disse que há lacunas no texto que precisam ser detalhadas antes da sua aprovação definitiva pelo Senado. "Um projeto dessa importância tem que ser discutido no plenário. É preciso regular o procedimento de resposta, mas com cuidado para que a reparação ao agravo não fira o direito à informação", afirmou.

O senador citou como exemplo o artigo que determina que a resposta seja gratuita e proporcional à reportagem que gerou a retratação - publicada ou veiculada no mesmo tamanho da original. "A retratação não deve estar sujeita a centimetragem, mas à decisão do juiz, que deve determinar o tamanho da resposta."

Outro ponto que precisa ser mais bem discutido, na opinião do senador, é a definição sobre o que merece ter uma reparação pela imprensa. "Se a informação é verídica, não cabe reparação", afirmou.

A regulamentação do direito de resposta era um dos artigos da Lei de Imprensa, revogada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) em 2009. Desde então, não houve uma nova lei sobre o tema.

A Constituição Federal assegura o direito de resposta em seu artigo 5º, ao determinar que ele deve ser "proporcional ao agravo", com indenização por "dano material, moral ou à imagem". Mas não define regras para a sua aplicação.

Entre as dúvidas deixadas pelo projeto está a concessão de liminares que impedem a circulação de notícias e a determinação de que o domicílio em que tramitará a ação judicial deve ser o do ofendido, e não do veículo de comunicação.

Relator do projeto na CCJ, o senador Pedro Taques (PDT-MT) apoiou o recurso. Taques colheu a opinião de internautas sobre a proposta e disse estar de acordo com a "melhor discussão" do projeto antes de sua aprovação definitiva.

A senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS), que é jornalista, disse que o recurso tem como objetivo a elaboração de um "texto mais equilibrado". "A regulamentação é importante, mas não se pode tratar a imprensa com excessivo rigor que fira sua liberdade."

PROJETO

O projeto estabelece o prazo de 60 dias para o ofendido pedir a resposta ao veículo de imprensa, contado a partir da publicação da reportagem. A empresa jornalística tem sete dias para responder. Se recusar o pedido, pode sofrer ação para publicar a resposta, além de pagamento de indenização por danos morais.

O juiz tem 30 dias para decidir. Mesmo com a eventual publicação da resposta, o projeto determina que a ação por danos morais continue a tramitar na Justiça. Não há prazo fixado no projeto para a publicação da resposta pela imprensa.

O projeto mantém a obrigatoriedade para que a resposta seja gratuita e proporcional à reportagem que gerou a retratação --nos casos em que seu conteúdo tiver atentado contra "honra, intimidade, reputação, conceito, nome, marca ou imagem".

A exceção ao direito de resposta vale para comentários de usuários na internet ou nos demais veículos. Pelo texto, deve ser concedido o mesmo espaço à resposta da reportagem que resultou no processo, no mesmo veículo e no horário em que foi veiculada.

22 de março de 2012
FOLHA DE S. PAULO
Agência Senado

O PLEBISCITO DA MAIORIDADE PENAL

Avança na Câmara dos Deputados projeto de decreto legislativo que propõe plebiscito nacional sobre a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos.
O relator, deputado Efraim Filho (DEM-PB), aposta na aprovação e na realização durante as eleições municipais, ou ano que vem. A proposta foi apresentada pelo deputado André Moura (PSC-SE).
Presidente da Comissão de Segurança Pública, o deputado lembra o aumento de casos de violência envolvendo menores, cientes da impunidade.
E lembra: na Bolívia, Chile, Argentina e Cuba, a maioridade penal é de 16 anos.

Na Inglaterra, uma criança de 10 anos já responde criminalmente pelos atos. Nos Estados Unidos é de 6 a 12 anos, dependendo do estado. Na Alemanha e Itália, 14 anos.

Vejam como o governo do polêmico Irã ainda persegue a mulher. Lá, a maioridade penal é de 9 anos, para as mulheres, e de 15 anos para os homens.

22 de março de 2012
opinião e notícia
Por Leandro

AS ORDENS DO DIA

Ordem do dia: vai uma propina aí?

Uma das empresas envolvidas, a Locanty, doou dinheiro para quatro campanhas eleitorais em 2010, e ainda recebe por serviços prestados à Polícia Federal do Rio. Por Claudio Schamis

Ordem do dia: Vai uma propina aí?

A mesma mão que talvez te afague é a mesma que paga a propina que te mata amanhã

Não foi fantástico o que vimos ser denunciado no “Fantástico – o show da vida”? Foi realmente um show, mas da morte, considerando-se que o dinheiro desviado que sai do seu bolso sai da Saúde, que já demonstra sinais de debilidade, apesar do “nosso” simpático prefeito Eduardo Paes achar o contrário.

A coisa de tão absurda se faz surreal. Difícil de acreditar e engolir. Parece roteiro de algum filme “trash” mostrando o “trash” que é esse mundo do crime totalmente organizado que corre nas veias de quem lida com as licitações na área da Saúde e que mata milhares de pessoas quando não há o remédio, o médico, a prótese, o leito, o hospital funcionando, a ambulância para o primeiro atendimento, uma simples consulta, uma vacina, o respeito, a decência. O que há é o nada!

Talvez demos sorte dessa vez, pois Dilma, a “nossa” presidente, quer uma punição exemplar, o que nos leva a crer, que diferentemente do seu “pai” antecessor, ela acredita em imagens. Se fosse o Lula, sei não…

“Normalmente a gente traz em real”, “Quer em iene?”, “O senhor já combinou o percentual com ele?” são frases cortantes como bisturi que fazem sangrar num corte profundo o resto de esperança de que o mundo era um pouco cor-de-rosa. Ele não é. Fique você sabendo.

E fique você também sabendo que uma das empresas envolvidas, a Locanty, a que lida com o lixo, doou dinheiro para quatro campanhas eleitorais em 2010, e ao mesmo tempo recebe por serviços prestados dentre outras da Superintendência da Polícia Federal do Rio, responsável por investigar a denúncia. Isso não seria conflito de interesses? No meu entender sim.

Não quero dizer com isso que há policiais federais envolvidos também, mas que fica claro que falta um pouco mais de critério e investigação de quem eles estão deixando “entrar” em sua própria casa. E isso não é legal.

Legal então deve ser o jatinho Gulfstream G-IV que eles têm e que vale uns U$ 30 milhões.

Ordem do (outro) dia: Vai uma cervejinha, uma caipirinha aí?

Carambola, será que não há nada mais importante do que ficar nesse joguinho de vaidades e preocupações se vão liberar a bebida nos estádios para a Copa do Mundo 2014?

Nem me importo se vai rolar cerveja, depois que acabar de descarregar todos os carrinhos compro o meu champanhe

Acho que primeiro deveriam se preocupar em apurar e saber se os estádios ficarão prontos, depois é depois. E claro aumentar ainda mais a fiscalização nas obras, pois desconfio que vá se roubar é muito. Afinal de quanto em quanto tempo se recebe uma Copa. Se não for agora, só na outra encarnação de muitos deles.


Ordem do (dia após o outro) dia: Sugiro ainda um 16º, 17º salário!

Ivo Cassol prova que precisa muito dos salários extras, pois caso contrário não poderá largar o "bico" que ele faz para levar a água Perrier das crianças

Com esse pensamento desconexo da nossa realidade, e de qualquer outra que possa existir, o candidato a comediante do Senado, Ivo Cassol (PP-RO), que teme nuvens negras em sua vida (Cassol – nuvens negras) pediu vista e com isso impediu a votação proposta pela Comissão de Assuntos Econômicos do Senado pelo fim do pagamento anual dos chamados 14º e 15º salários dos parlamentares, sobre os quais nem o Imposto de Renda incide. Seu Ivo acha que o político é mal remunerado. Mesmo sabendo que o custo de mantê-lo chega a R$ 170 mil por mês – vamos deixar claro – só com os gastos diretos.

O pobre coitado e mal remunerado senador, diz que um político tem que atender o eleitor pagando a sua passagem, dando um remédio, pagando por uma festa de formatura. E de onde ele iria tirar esse dinheiro? Por isso ele defende a manutenção desses outros salários. Ivo disse que nunca negaria uma Aspirina se alguém batesse à porta dele. Será então que se eu for ele me arruma um emprego comissionado? Isso não seria atender ao seu eleitor? Ou futuro eleitor? O quase miserável Ivo ainda desdenha dos jornalistas dizendo que tem certeza que a zeladora da Casa (Senado) ganha até mais que eles. Pô então me contrata com zelador. Vou me amarrar!

Ordem (de talvez um) dia: vai encarar?

Depois que Eduardo Braga foi jogado na cova dos leões como novo líder do governo no Senado pela presidente Dilma, e se instaurou uma nova crise no governo que não renal nem de consciência, a presidente Dilma foge de falar em crise.

O novo líder do governo no Senado, Eduardo Braga, está no paredão assustado com o que vê e com o que não vê

Pra ela tá tudo azul com algumas nuvens, e ela aceita até dialogar, mas sem que façam chantagem, como se isso nunca na história desse país tenha sido usado por algum partido politico para conseguir um lugar ao sol. Onde é esse sol, só Deus sabe. O que é preocupante é que com essas crises de vaidade e de quem vai mandar em que e no que, nós mais uma vez é que podemos sair lesados disso tudo, pois na verdade tudo vai acabar atravancando qualquer coisa que se tente fazer no governo Dilma, seja para o bem seja para o mal.


(Outra) Ordem do dia: Não chore pelo óleo derramado!


Depois de derramado, do que adianta chorar?

De que adianta a legislação brasileira ser muito punitiva e não ser preventiva? Essas empresas que lidam com petróleo são cheias da grana, e abrir o bolso para pagar uma multa não deve ser tão ruim assim.
É a mesma coisa que você sabendo do risco de ser assaltado não coloca uma tranca, um cadeado mais reforçado, e somente depois de sofrer então o assalto, é que contrata uma empresa de segurança para fazer um projeto ultramoderno que não deixe nem uma mosca penetrar em seu “bunker”.

O mesmo acontece com as empresas de petróleo. Por que depois de tantos ensinamentos que doeram no meio ambiente, ainda nada foi feito com relação a melhorar os mecanismos de prevenção? O que falta? Neurônios? Interesse? Ou responsabilidade?

Salvem as baleias. Não jogue lixo no chão. Não fume em ambiente fechado.

22 de março de 2012
opinião e notícia

CIÊNCIA À MINGUA

O Brasil não está apenas enferrujando na indústria.
Está também ficando para trás na geração de novos saberes de ponta.
A maneira como o setor de ciência e tecnologia tem sido tratado pelo governo petista ajuda a entender por que o país tem sido cada vez menos produtivo e menos eficiente.


Cansada dos maus tratos a que tem sido submetida nos últimos anos, a comunidade científica juntou-se à elite empresarial nacional para fazer o alerta: as atividades de pesquisa e inovação desenvolvidas no Brasil estão sendo asfixiadas pela política e pelos cortes orçamentários determinados pelo Palácio do Planalto.

"Tal medida terá consequências dramáticas para o desenvolvimento do Brasil caso não seja revertida", diz o manifesto "Em Defesa da Ciência, da Tecnologia e da Inovação", assinado pelas maiores entidades da indústria, como a CNI e a Fiesp, e os principais órgãos nacionais de representação da comunidade científica, como a SBPC e a Academia Brasileira de Ciências.

Os cortes nas verbas públicas são profundos e vêm de longa data. Só neste ano, o Ministério da Ciência e Tecnologia perdeu R$ 1,5 bilhão, o que equivale a 23% de seu orçamento. Nos dois anos da gestão Dilma Rousseff foi assim, com a tesoura agindo sem dó.

O Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico também perdeu mais de um quarto de seus recursos desde 2006:
R$ 3,2 bilhões que deveriam alimentar a produção de conhecimento no país foram engordar o caixa do Tesouro para fazer superávit fiscal.

A participação de governos no fomento à geração de conhecimento científico num país com as características do Brasil é fundamental. Mas aqui os investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D) provenientes do setor público somaram apenas 0,63% do PIB em 2010 - último dado disponível.

No total, os gastos brasileiros em P&D estão estacionados em torno de 1,2% do PIB, o que também inclui a participação dos investimentos privados. Países como a Austrália e a França aplicam em torno de 2% de seus PIBs; no Japão e na Coreia, o montante supera 3%.

O arcabouço legal que norteia os programas de ciência, tecnologia e inovação no Brasil é adequado e começou a surgir em 1999, ainda no governo Fernando Henrique - algo que até a gestão atual reconhece. A criação dos fundos setoriais data de então. Recebidos com entusiasmo pela comunidade científica à época, não têm servido para o fim a que se propunham:
incentivar os cérebros brasileiros.

Exemplo eloquente da penúria a que é submetida a produção de ciência e tecnologia no país é o que está acontecendo na Embrapa. Orgulho nacional, o órgão de pesquisa que revolucionou a produtividade agrícola e permitiu que o cerrado brasileiro fosse desbravado e ocupado por plantações está minguando.

A Embrapa tem perdido espaço, tratorada por multinacionais que produzem sementes geneticamente modificadas. Desde 2005, quando foram regulamentadas no Brasil, 32 variedades destas plantas foram liberadas. A Embrapa desenvolveu apenas duas delas, e nenhuma foi posta no mercado.

"Sem recursos suficientes para grandes projetos, dificuldades para estabelecer parcerias com outras empresas e resistências à entrada do capital privado, a estatal vê sua participação despencar em alguns dos segmentos mais dinâmicos do agronegócio", relata hoje o Valor Econômico.

A Embrapa investe em pesquisa e desenvolvimento de novas sementes apenas um décimo de suas concorrentes. Com isso, a participação da empresa pública neste mercado caiu a um terço do que era há cinco anos:
na última safra, a estatal vendeu menos de 15% das sementes de soja e 10% dos híbridos de milho comercializados no país.

Diante destes fatos, não surpreende que o Brasil desponte cada vez pior em termos de produtividade. Segundo estudo da instituição de pesquisa norte-americana The Conference Board, divulgado por O Globo no domingo, a média brasileira é apenas a 15ª da América do Sul, à frente apenas da Bolívia e do Equador, e a 75ª do mundo.

No Brasil, cada funcionário rende US$ 19,7 mil dólares anualmente, enquanto no Chile e na Venezuela, para ficar em apenas alguns exemplos, o retorno é de cerca de US$ 35 mil - ou uns 75% mais. São por razões assim que o país tem emburrecido na era petista.

22 de março de 2012
Fonte: Instituto Teotônio Vilela

EMBRAPA: MORTE ANUNCIADA


"A ineficiência cultuada ideologicamente por alguns membros do governo produz apenas o atraso e a pobreza."

Respeitado como potência agrícola e como fornecedor de alimentos para o mundo, o Brasil não teria atingido esse status sem o trabalho da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (embrapa.), criada em 1973.

Com enormes ganhos de produtividade a partir dos anos 80, o campo brasileiro tem sido capaz, juntamente com a indústria processadora de seus produtos, de proporcionar uma importante receita cambial para o País e ao mesmo tempo garantir alimentação farta e barata aos consumidores nacionais.


Desde o começo dos anos 90, quando já se manifestavam plenamente os efeitos da modernização rural, os institutos de pesquisa reduziram várias vezes o peso dos alimentos na composição dos índices de preços.

Comida mais barata liberou recursos do orçamento familiar para a compra de bens de consumo duráveis e semiduráveis, contribuindo para a expansão do mercado interno e para o fortalecimento da indústria.

Essencial para a estratégia de crescimento do Brasil, a Embrapa vem perdendo espaço, no entanto, no mercado de inovações, com sua atuação prejudicada pela insuficiência de recursos para empreendimentos à altura dos novos desafios.

Os problemas da Embrapa, hoje com dificuldades para competir com as grandes multinacionais do setor de biotecnologia, foram mostrados em reportagem do jornal Valor publicada ontem.

Os mercados de sementes de algumas das culturas mais importantes, como soja, milho e algodão, vêm sendo há alguns anos dominados por empresas como DuPont, Syngenta, Monsanto, Bayer e outras multinacionais, segundo a reportagem.


Desde a regulamentação dos transgênicos no Brasil, em 2005, somente 2 das 32 variedades liberadas para cultivo no País foram produzidas pelos pesquisadores da Embrapa.

Nas comemorações dos 30 anos da empresa, em 2003, técnicos da área, especialistas em economia agrícola e estudiosos de estratégias do desenvolvimento discutiram, em Brasília, agendas para adaptação da Embrapa à era da nova biotecnologia.

Os festejos de três décadas de sucesso deveriam - este foi o mote de vários pronunciamentos - marcar uma renovação da pauta de trabalho.

O ex-ministro do Planejamento João Paulo dos Reis Velloso, um dos responsáveis pela criação da empresa e pela implantação da política de ocupação dos cerrados do Centro-Oeste, foi especialmente enfático ao apontar os novos desafios.

Os custos da pesquisa, porém, têm crescido muito mais que as possibilidades financeiras da Embrapa. Segundo uma organização americana citada na reportagem, são necessários, em média, US$ 135 milhões para todo o processo de pesquisa e licenciamento de um único transgênico.

Isso equivale a R$ 230 milhões. O orçamento da estatal para este ano, de R$ 2,1 bilhões, é menor que os dos três anos anteriores, mesmo em valores correntes, isto é, sem se levar em conta a inflação.

Esse orçamento deve servir para todas as despesas.

A Monsanto, informa também o jornal, gasta mais de US$ 1 bilhão por ano em pesquisa e desenvolvimento. Em reais, isso corresponde quase à verba total da Embrapa.

Soluções financeiras novas são essenciais para o Estado brasileiro continuar mantendo uma empresa capaz de produzir inovação tecnológica na agropecuária. Ou o governo enfrenta essa questão ou assume, claramente, o risco de ver uma grande instituição de pesquisa definhar.

Não há resposta pronta, porque há dificuldades tanto para a abertura de capital quanto para a formação de parcerias com empresas privadas. Será preciso recorrer à imaginação para resolver o problema. A recusa de qualquer solução por motivos ideológicos será um erro de consequências muito graves.

A resposta pode ser complicada, mas será preciso jamais perder de vista um fato importante. O Brasil tornou-se um grande produtor de alimentos para os mercados interno e externo porque a pesquisa contribuiu para grandes ganhos de produtividade, adaptou culturas a novas áreas e facilitou o desenvolvimento da produção comercial de grandes, médios e pequenos agricultores.

A ineficiência cultuada ideologicamente por alguns membros do governo produz apenas o atraso e a pobreza.

22 de março de 2012
O Estado de S. Paulo