Um painel político do momento histórico em que vivem o país e o mundo. Pretende ser um observatório dos principais acontecimentos que dominam o cenário político nacional e internacional, e um canal de denúncias da corrupção e da violência, que afrontam a cidadania. Este não é um blog partidário, visto que partidos não representam idéias, mas interesses de grupos, e servem apenas para encobrir o oportunismo político de bandidos. Não obstante, seguimos o caminho da direita. Semitam rectam.
"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)
"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
segunda-feira, 19 de setembro de 2011
RIO DE JANEIRO E PORTO ALEGRE TIRAM O SONO DOS POLÍTICOS CORRUPTOS
Enquanto centenas de cidades preparam para 12 de outubro a reprise em escala ampliada das manifestações de 7 de setembro, o Rio e Porto Alegre resolveram tirar o sono da bandidagem já nesta terça-feira. Os assaltantes de cofres públicos terão de ouvir a voz dos cariocas e porto-alegrenses que não perderam a vergonha e não se rendem ao vale-tudo que deixou o país parecido com um imenso clube dos cafajestes.
Coisa de moralista, assustam-se nos blogs estatizados os comparsas dos larápios providos de CIC e RG, como recomenda Lula, e de padrinhos poderosos e amorais, como atesta o comportamento do ex-presidente reduzido a Padroeiro dos Companheiros Pecadores. Coisa de quem exige a prevalência da lei, sem a qual não há Estado Democrático de Direito, retruca o Brasil que presta, assombrado com as dimensões da roubalheira.
A corrupção endêmica já é medida em países. Baseado em números fornecidos pela Polícia Federal, pelo Tribunal de Contas da União e pela Controladoria Geral da União, o economista Marcos Fernandes da Silva, da Fundação Getúlio Vargas, constatou que o desvio de recursos federais entre 2002 e 2008 foi do tamanho da economia da Bolívia: R$ 42 bilhões. É dinheiro suficiente para reduzir à metade o número de casas sem saneamento, hoje calculado em 25 milhões de moradias. E é só uma fração do que foi tungado dos pagadores de impostos.
Não entraram na conta os assaltos ainda ocultos, como os que envolvem a Famiglia Sarney. Nem o que foi embolsado por larápios que agem nas administrações estaduais e nas prefeituras. O produto do roubo certamente equivale a várias bolívias. Nenhum centavo foi recuperado. Não há nas cadeias um único ladrão da classe executiva. Mas existe a sensação de que algo começou a mudar. Amanhã, cariocas e gaúchos dirão se faz sentido acreditar na chegada simultânea de duas primaveras.
Augusto Nunes
50 RAZÕES PARA PROTEGER OS BEBÊS CONTRA AS VACINAS
"Eu considero que a sentença de morte é contrária à ahimsa (o princípio do não lesar primeiro). Somente ele toma a vida que dá. Toda punição é repugnante aos princípios de ahimsa, portanto um assassino deve ser enviado para uma penitenciária e lá dadas a ele todas as chances para sua recuperação. Todo crime é uma espécie de doença e deve ser tratado como tal. " Mahatma Gandhi
Esta tradução do texto original em inglês escrito pelo médico Jagannath Chaterjee não o esgota totalmente. Das 50 razões apresentadas no texto, escolhi algumas que dizem mais respeito à nossa realidade. Por outro lado, assim procedendo, sumarizo os pontos mais importantes e não repetidos. (Charles London)
1. Não há (nem nunca houve) nenhum estudo científico para determinar se as vacinas realmente impediam as doenças. Ao contrário, gráficos de doenças mostram que as vacinas foram introduzidas na fase final das epidemias, quando as doenças já estavam em seus últimos estágios. No caso particular da varíola, na verdade, a vacina causou uma grande arrancada na incidência da doença, o que obrigou as autoridades públicas a retirarem esta vacina diante do clamor público.
2. Não existem estudos de longo prazo sobre a segurança das vacinas. Muitos testes de curto prazo foram realizados com pessoas vacinadas sendo escrutinadas contra outro grupo a quem foi dada uma outra vacina. Tecnicamente os testes devem ser realizados contra um grupo de não-vacinados. Ninguém sabe realmente que protocolos foram seguidos e tomados na indústria, ou que ensaios industriais foram patrocinados.
3. Nunca houve qualquer tentativa oficial para comparar uma população vacinada contra uma população não vacinada para saber o que as vacinas estão fazendo para as crianças na sociedade. Estudos independentes privados (holandês e alemão e os KIGGS mais recentes (agosto 2011) envolvendo 7.724 crianças do mundo todo) revelaram que as crianças vacinadas sofrem muito mais do que suas contrapartes não-vacinadas.
4. As crianças recebem não uma, mas várias vacinas. Praticamente não há testes para determinar os efeitos das vacinas múltiplas.
5. Não há base científica para a vacinação de crianças. Como pelos médicos seniores citado pelo Times of India: "As crianças sofrem menos do que 2% de doenças imunopreveníveis, embora 98% das vacinas são direcionadas para eles." Os pioneiros da vacina que recomendaram muita cautela antes das vacinações nunca advogaram vacinações em massa sem que houvesse qualquer ameaça séria à vista.
6. As crianças são vacinadas simplesmente porque os pais têm medo de não vacinar seus filhos. Vacinar crianças é o negócio mais lucrativo, tanto para os fabricantes como para os médicos. Isto faz com que os fabricantes exerçam lobbies para que todas as vacinas e seus calendários sejam incluídos nas campanhas escolares. As escolas também são instigadas a exigir que seus alunos estejam "totalmente vacinados". Muito recentemente, na convocação à Política Nacional de Vacinação, o governo indiano caiu na armadilha e decidiu legitimar todas as vacinas disponíveis no mercado deixando de lado as recomendações dos médicos mais velhos e sensatos que advertiam que esta política era “irracional”.
7. A nenês, cujas mães foram advertidas pela OMS a somente alimentar os filhos até os seis meses e além pelo aleitamento materno, porque seus sistemas eram frágeis e não tolerariam nada mais, foram dadas 36 doses extremamente tóxicas de vacinas, incluindo doses de reforço, um ato que desafia qualquer lógica ou ciência.
8. O Governo da Índia saiu com um anúncio de quarto de página no O Hindu, advertindo os pais que não usassem vacinas não aprovadas pelo governo. Os pais foram aconselhados a não vacinar em clínicas particulares e hospitais.
9. O Capítulo Orissa da Associação Indiana de Pediatria, admitiu em uma carta ao CM, Orissa, que as clínicas privadas e os hospitais estão mal equipados para armazenar vacinas, e alertou os pais a não vacinar seguindo conselhos de médicos privados e de hospitais. Em uma pesquisa recente privada na Índia, 94% dos médicos pesquisados expressaram preocupações sobre a manutenção da cadeia de resfriados na Índia. 54% dos médicos já disseram que têm medo de vacinar seus próprios filhos, e 88% temem que as vacinas não sejam seguras.
10. TODOS OS INGREDIENTES das vacinas são extremamente tóxicos em natureza.
11. As vacinas contêm metais altamente tóxicos, substâncias que causam câncer, produtos químicos tóxicos, e vírus vivos e geneticamente modificados; bactérias e toxóides, soros contaminados com vírus de animais e material genético estranho, descontaminantes extremamente tóxicos e co-adjuvantes; antibióticos não-testados, nenhum dos quais pode ser injetado sem causar qualquer dano.
12. O alumínio, o mercúrio e vírus vivos podem estar por trás da enorme epidemia de autismo (1 em 110 nos EUA, 1 em 38 na Coréia do Sul, 1 em 37 no mundo todo, como registrado por um estudo privado realizado por médicos em Nova Delhi), um fato que (vacinas causam autismo) uma Corte de nos EUA admitiu. A cerca de 83 pais de casos suspeitos de autismo causado por vacinas essa Corte garantiu uma indenização a título de compensação.
13. O CDC dos EUA, o cão de guarda de vacinas, admitiu publicamente que um seu estudo muitíssimo divulgado em 2003, o qual negava qualquer ligação entre vacinas e autismo, era falso. O Chefe do CDC Dra. Julie Gerberding (hoje chefe da Divisão de Vacinas da Merck) confessou à mídia (CNN) que as vacinas podem causar "sintomas semelhantes ao autismo". A epidemia de autismo é encontrada em todos os países que permitem vacinação em massa.
14. No ano de 1999, o Governo dos EUA instruiu os fabricantes de vacinas dos EUA a retirar o mercúrio das vacinas "com efeito imediato". Mas o mercúrio continua a ser uma parte de muitas vacinas. As vacinas com mercúrio nunca foram recolhidas e foram dadas a crianças até o ano de 2006. Vacinas "livres de mercúrio" contêm 0.05mcg para 0.1mcg de mercúrio, e ainda representam um perigo para a criança, considerando que o mercúrio tende a se acumular no organismo e que existem hoje muitas fontes de exposição ao mercúrio. Como assinalado em estudo feito pela Academia Americana de Pediatras: "o mercúrio em todas as suas formas é tóxico para o feto e crianças, e devem ser feitos esforços para reduzir a exposição na medida do possível para as mulheres grávidas e crianças, bem como a população em geral."
15. Na Índia nenhuma tentativa foi feita para garantir que metais como o mercúrio e outros fossem removidos das vacinas porque isso as tornariam mais caras.
17. O mercúrio usado em vacinas é o segundo em toxicidade, perdendo apenas para o urânio radioativo. O mercúrio é 1000 vezes mais tóxico que o chumbo. É uma neurotoxina que pode danificar todo o sistema nervoso do bebê. De acordo com um estudo realizado pela Dr. Teresa Binstock, et alli, mais de 200 sintomas do autismo casam perfeitamente com os sintomas de envenenamento por mercúrio. Este estudo criou um furor no establishment político dos EUA; congressistas irritados exigiram a proibição do mercúrio em vacinas. O governo dos EUA respondeu, recomendando que o mercúrio não deveria ser usado em vacinas. A indústria fez reduzir a quantidade de mercúrio em alguns frascos de vacina de uso único, mas certas vacinas nos EUA continuam a ter mercúrio em grandes quantidades. Apesar da pressão montada por grupos de defesa os fabricantes de vacinas têm se recusado a fazer vacinas disponíveis para o mundo em desenvolvimento. O laboratório Eli Lily, fabricante do controverso Thimerosal, composto que contém 46% de mercúrio, tem considerável influência nos círculos políticos e muitos proeminentes políticos internacionais têm ações da empresa.
18. Mercúrio se acumula na gordura. O cérebro, sendo feito principalmente de células de gordura, acumula a maior parte do mercúrio, o que contribui para os peculiares sintomas das crianças autistas. Curiosamente, o mercúrio etílico que é usado em vacinas pode atravessar a barreira hematoencefálica e tem uma maior tendência a se acumular no cérebro. Também tem a tendência de permanecer lá por um longo tempo, em muitos casos, de forma permanente. Esta presença é devastadora para ambos os neurônios e as células do cérebro.
19. O mercúrio usado em vacinas é etilmercúrio. De acordo com os médicos indianos esta é uma toxina industrial que é 1000 vezes mais tóxica do que o metil-mercúrio usual. O etilmercúrio é absorvido pelo organismo mais rapidamente do que metilmercúrio, e converte-se em mercúrio inorgânico, tendendo a tornar-se um elemento permanente no cérebro.
20. O alumínio presente em vacinas faz com que o mercúrio, sob qualquer forma, seja 100 vezes mais tóxico através de um processo chamado de toxicidade sinérgica. Alumínio é usado em doses muito grandes em vacinas, ostensivamente, para causar uma reação imunológica. De acordo com um estudo muito recente isso faz com que células “desistam de seu DNA".
21. Através de um estudo independente o alumínio e o formaldeído presentes nas vacinas podem aumentar a toxicidade do mercúrio, sob qualquer forma, por 1000 vezes.
22. Por um artigo de Tehelka sobre autismo, se se considerar o limite estabelecido pela OMS do mercúrio na água, as crianças estão recebendo 50 mil vezes o limite. Os limites estabelecidos, aliás, são para adultos e não para crianças.
23. O autismo na Índia emergiu como a epidemia que cresce mais rapidamente entre as crianças, mais do que o crescimento do diabetes infantil, a AIDS, e o câncer combinados. Conforme um estudo feito por médicos particulares em Nova Delhi, o aumento subiu de 1 em 500 para 1 em 37 hoje. Como um estudo por médicos indianos, "você pode ir para qualquer classe, de qualquer escola hoje e encontrar uma criança autista." Sonia Gandhi, a presidente da Sociedade de Autismo da Índia, em 25 de julho de 2011 declarou em uma Conferência Internacional de Autismo em Dhaka, Bangladesh, que 8 milhões de crianças na Índia sofrem com esse debilitante distúrbio do espectro autista, cujo crescimento tem confundido cientistas da área médica.
24. O autismo é uma incapacidade permanente que afeta a criança fisicamente, mentalmente e emocionalmente. Faz a criança perder contato social. Ele impede tanto o crescimento físico e mental da criança. Ele destrói o cérebro causando graves perdas de memória e problemas de atenção. Ele também destrói o sistema imunológico e causa danos muito graves nos intestinos. A maioria dos sintomas apresentados por crianças autistas coincidem com os sintomas do ataque dos vírus vacinais e envenenamento por metais pesados.
25. De acordo com o pesquisador de vacinas, Dr. Harris Coulter, vacinas causam perversões e atitudes criminosas em crianças, que podem ser comparadas à encefalopatia espongiforme bovina (doença do cérebro) causada pelas toxinas das vacinas. A maioria dos tiroteios em escolas feitos por crianças nos EUA têm sido cometida por crianças autistas. Vacinas pode causar mais danos do que a comunidade médica privada pode reconhecer.
26. Crianças autistas também sofrem de distúrbios intestinais graves. Conforme o Dr. Andrew Wakefield, um gastroenterologista famoso do Reino Unido, isto se deve à presença de uma cepa de vírus vivos na vacina MMR (cachumba, sarampo, e rubéola) encontrada nos intestinos de crianças autistas. O Dr. Wakefield descobriu cepas de vírus nos intestinos, no sangue, tecidos e no liquor (Líquido Cérebro-Espinal). Muitas crianças se tornam autistas após tomar apenas uma dose da vacina MMR, conforme relatado pelos pais e por médicos que tratam as crianças. Este achado foi confirmado por muitos outros estudos publicados desde então (o Dr. Timothy Buie, Dr. VK Singh, Kawashima et alli, o Dr. James Walker Smith et alli). No entanto, em um movimento politicamente motivado, o Dr. Wakefield foi retirado da pesquisa acima e foi desonrado pelo Governo britânico, que havia introduzido a vacina MMR. A sua licença para a prática no Reino Unido foi cancelada e seu estudo de caso retirado do Lancet. Ele agora pratica na The Thoghtful House nos EUA onde ele trata as crianças autistas. Conforme um estudo recente, a vacina MMR tem um efeito adverso sobre o sistema imunológico das mucosas. A própria base de tentar prevenir Caxumba e Sarampo na infância tem sido questionada no presente estudo.
27. O DPT (difteria, tétano e coqueluxe) também faz as crianças regredirem dando origem aos temores de que as bactérias/toxóides/ e vacinas de vírus vivos são uma causa importante por trás do autismo. Se três vírus vivos podem causar tanto mal, podemos imaginar o que hoje as vacinas pentavalentes, septavalentes e decavalentes podem fazer nas nossas crianças.
28. Antes da epidemia de autismo, já era bem conhecido que as vacinas têm causado epidemias de câncer na sociedade de hoje. Tanto a vacina contra a varíola e a poliomielite oral são feitas do soro de macacos. Este soro tem ajudado muitos vírus de macaco a entrar na corrente sanguínea humana. Destes, o único vírus pesquisado, o SV 40, foi demonstrado como cancerígeno. Em recentes revelações estes vírus continuam a estar nas vacinas. A presença de SV 40 em vários cânceres humanos tem sido demonstrada. Hoje se sabe que o vírus está sendo transmitido às gerações futuras por sua presença no leite da mãe e nos espermatozóides humanos.
30. Não só AIDS, um câncer do sangue em crianças (leucemia linfoblástica aguda), que está afetando as crianças aos milhares, também pode ser principalmente devido à natureza extremamente tóxica dos ingredientes da vacina injetada diretamente na corrente sanguínea. Esta preocupação foi expressa ao autor por um oncologista de renome de um hospital em Mumbai que trata de crianças com o transtorno.
31. A Icterícia infantil e também o diabetes infantil também estão cientificamente ligados às vacinas tóxicas.
32. Os vírus da pólio vivos utilizados na Vacina Oral contra Pólio têm causado Poliomielite Paralítica Vacinal (500 a 600 casos por ano na Índia, em uma investigação médica), e Paralisia Flácida Aguda (sintomas indistinguíveis de poliomielite) em mais de 125.000 crianças (até o ano de 2006) como registrado por médicos da Associação Indiana e a Jana Swasthya Abhiyan. A OPV também liberou uma nova cepa de pólio na Índia e na África. A OPV foi descontinuado nos EUA e países europeus.
33. As vacinas contêm não só soro de chimpanzés, mas também de macacos, de vacas, porcos, galinhas, ovos, cavalos e até mesmo tecidos humanos (linhagens celulares) extraídos de fetos abortados.
34. Mortes e invalidez permanente causados por vacinas são comuns e conhecidos pela comunidade médica. Eles são instruídos pelo Governo para manter a calma e não associar tais casos com vacinas, conforme divulgado pelos médicos do IMA, enquanto desdobramento do escândalo OPV. O público passa a tomar conhecimento apenas quando os casos são destaque pela mídia.
35. Muitos médicos argumentam que as doenças durante a infância derivam do corpo exercitar o seu sistema imunológico. Suprimir essas doenças faz com que o sistema imunológico permaneça subdesenvolvido provocando os diversos transtornos auto-imunes em adultos, como o diabetes e artrite, que se tornaram epidemias hoje.
36. As vacinas suprimem a imunidade natural e o corpo deixa de ter anticorpos naturais. O leite da mãe, portanto, não contém anticorpos naturais e não pode mais proteger a criança contra doenças.
37. Por estimular a imunidade humoral (relacionada ao sangue) somente as vacinas causaram um desequilíbrio no conjunto imunológico (referido como o desequilíbrio TH1-TH2 e uma mudança resultante para TH2), levando a um aumento alarmante das doenças auto-imunes. Isto é reconhecido pelos próprios imunologistas.
38. Nos EUA os efeitos adversos das vacinas são registrados e o Governo oferece compensação de milhões de dólares às vítimas (o caso mais recente em uma Corte pode ter recebido até US$ 200 milhões em danos). Os tribunais nos EUA pagaram quase US$ 2 bilhões em danos até agora. O Governo indiano simplesmente se recusa a reconhecer que as vacinas podem causar mortes e invalidez permanente, e muito menos compensar, tratar e reabilitar as vítimas infelizes.
39. Foi cientificamente comprovado que as vacinas não podem prevenir doenças. As vacinas tentam criar imunidade humoral (imunidade relacionada ao sangue), enquanto que se verificou que a imunidade é desenvolvida em vários níveis, humoral, celular e de órgãos específicos. Nós ainda não sabemos o suficiente sobre o sistema imunológico humano e, portanto, não se deveria interferir nele.
40. Os pais nos EUA são informados dos efeitos pós-vacinais e seu consentimento tem que ser dado antes de vacinarem seus filhos. Os pais nos EUA também pode optar por sair do processo de vacinação através da apresentação de vários formulários de isenção. Na Índia o Governo garante a população, através de campanhas de publicidade maciças, que as vacinas são extremamente seguras. Os pais que se recusam a vacinar seus filhos são ameaçados pela administração.
41. NÃO HÁ UM SISTEMA DE TRATAMENTO PARA UMA CRIANÇA LESIONADA POR UMA VACINA. Os pais têm que correr de um hospital para outro. O Governo faz vista grossa e se recusa a sequer reconhece a conexão vacina-doença. Tentativas por médicos altamente qualificados em todo o mundo para tratar crianças autistas através de intervenções biomédicas, como fornecimento de nutrientes essenciais, a correção da dieta, terapia com oxigênio hiperbárico, e quelação de metais pesados e toxinas do corpo, etc, têm sido desaprovadas e desestimuladas. Os médicos têm sido perseguidos até mesmo por tratar crianças autistas, principalmente porque esses médicos tendem a achar que as vacinas causaram o dano e levantaram suas vozes contra eles.
42. Médicos antigos da Índia e cientistas médicos têm desafiado até mesmo as vacinas recomendadas pelo Governo da Índia. Segundo o Dr. PM Bhargava, a vacina BCG contra a tuberculose tem sido testada extensivamente na Índia desde 1961 e descobriu-se que era totalmente ineficaz (de fato, a tuberculose no grupo vacinado foi até maior do que no grupo não vacinado de controle!). A OPV está causando a pólio em dezenas de milhares de crianças indianas. A vacina Hep-B introduzida na UPI recentemente não é para crianças mesmo, é uma vacina para uma doença sexualmente transmissível, a qual deve ser direcionada apenas a adultos promíscuos. A vacina contra o tétano contém alumínio e mercúrio, além do toxóide tetânico. Os próprios médicos não dão a DPT a seus filhos e parentes como demonstrado por uma pesquisa entre os profissionais de cuidados de saúde dos EUA. A vacina contra o sarampo é aquela que causa regularmente efeitos. Há dados que mostram que as mortes por vacinas são maiores no caso da vacina contra o sarampo. Dr. Ajay Gambhir, um membro de alto escalão do IAP, também apóia uma extensa triagem de crianças antes de administrar qualquer vacina. Segundo ele, a crianças que sofrem de alguma doença, com algum histórico familiar de doenças auto-imunes, com alguma reação passada de vacinas, não devem ser administradas vacinas. Segundo ele, os pais das crianças precisam ser informados de que eles têm a opção de não vacinar.
43. Os pediatras estão a introduzir dúvidas sobre vacinas na Índia que estão sendo rejeitadas pelos médicos, políticos e o público em países americanos e europeus. A vacina contra o rotavírus, a vacina Hib, a vacina contra o HPV (envolvido em um esquema fraudulento na Índia), a vacina pentavalente e as várias vacinas de vírus múltiplos sendo introduzidas sem qualquer tipo de teste e sem qualquer necessidade, assim são apenas porque os fabricantes de vacinas e os médicos querem administrá-los para lhes garantir um bom rendimento. Eles se preocupam com os alaridos sobre ética médica e o destino das crianças que receberão essas vacinas. Vacinas contendo partículas nanovirais e vacinas também à base de plantas ou de outra forma geneticamente modificada, estão sendo contestadas por médicos independentes em todo o mundo.
44. Vários estudos independentes, nomeadamente os holandeses e alemães em estudo mais recente, (também o estudo KIGGS recente envolvendo 7.724 crianças) comparando vacinados com crianças não vacinadas descobriu que crianças vacinadas são mais propensas a dermatites, asma, alergias, demora no desenvolvimento, transtornos de déficit de atenção, hiperatividade, etc. De acordo com o estudo alemão a taxa de mortalidade entre as crianças vacinadas é muito maior do que entre as não vacinadas.
45. A vacinação, sendo um programa médico de massa, e que é aceito sem questionamentos, torna-se a plataforma perfeita de lançamento para o bioterrorismo. Os países poderosos podem espalhar epidemias letais apenas poluindo as vacinas com agentes de guerra biológica. Os EUA entregaram a pesquisa de vacinas para uma unidade de pesquisa de bioterrorismo chamado BARDA que funciona sob supervisão do Pentágono.
46. Além da "investigação" fazendo o mesmo com o vírus da varíola, foi relatado que um "desenvolvimento" de vacinas contra a gripe das aves já foi concebido pelo Pentágono para ser usado como um agente de guerra biológica.
47. As vacinas também têm sido utilizados para garantir o controle da população. Um lote da vacina contra o tétano foi utilizado em muitos países asiáticos para tornar a população feminina estéril. Isso foi feito através da introdução de um hormônio que induz anticorpos a abortarem o feto quando é formado.
48. O mercúrio, uma parte das vacinas, é conhecido por interferir com o sistema endócrino e induzir a esterilidade em homens e mulheres. O polissorbato 80, outro ingrediente de vacinas, e também o esqualeno, são conhecidos por causar esterilidade.
49. Através de uma nova lei de saúde pública que está sendo elaborada, o governo da Índia está planejando introduzir a vacinação forçada, ameaçando os ativistas anti-vacinas com multas exorbitantes e penas de prisão. Isto se faz às instâncias dos gigantes estrangeiros das vacinas (leia-se EUA) que estão mudando sua base para a Índia porque nos países europeus e EUA há uma oposição tremenda a vacinas. O Governo da Índia está planejando um "parque de vacinas" em Chennai, onde essas multinacionais das vacinas criarão a nova base. Isso por si só é um ato de bioterrorismo que, ironicamente, o projeto de lei proposto procura se opor.
50. Conforme o Instituto de Medicina, EUA, as pesquisas das vacinas que comprovem a ligação entre vacinas e autismo não devem ser conduzidas. O Instituto de Medicina, em seu último relatório sobre vacinas e autismo, em 2004, disse que mais pesquisas sobre a questão da vacina seriam contraproducentes: “Encontrar uma suscetibilidade a esse risco em algumas crianças colocaria em causa a estratégia de vacinação universal que é a base dos programas de imunização, o que poderia levar à rejeição generalizada de vacinas”. O IOM concluiu que os esforços para encontrar uma ligação entre vacinas e autismo "deve ser equilibrado com o maior benefício do programa vacinal atual para todas as crianças". No entanto, estudos inerentemente tendenciosos que tentam refutar uma ligação entre vacinas e autismo têm sido autorizados e financiados pelo CDC. O Coordenador principal de muitos desses estudos (referido como Os Estudos Dinamarqueses), Dr Paul Thorsen, foi recentemente visto na mídia por lavagem de dinheiro e apropriação indébita de forma fraudulenta de uma substancial parte dos fundos de pesquisa canalizadas para estes estudos, o que pôs em causa a veracidade da conclusão alcançada nestes estudos. O estudo feito pelo médico do CDC, Dr. Thomas Verstraeten, tiveram os dados manipulados, como revelado por ativistas RTI. No início de seu estudo, o autor principal, Dr. Thomas Verstraeten, encontrou associação estatisticamente significativa entre a quantidade de mercúrio (timerosal) em crianças vacinadas desde a infância, e uma ampla gama de distúrbios cerebrais. No entanto, a versão publicada do estudo (o que os autores dizem que é preciso) não encontraram nenhuma evidência de uma ligação ao autismo. Não foi divulgado, entretanto, que o Dr. Verstraeten tinha deixado o CDC durante o estudo e foi trabalhar para a Glaxo, fabricante da vacina. A quê isso tudo leva? Que as crianças devem ser sacrificadas a fim de se perpetuar um procedimento não-científico?
Ref: 2011/09/14
Centro Regional de Cooperação para o Desenvolvimento
A Instituição não-lucrativa
Floor, A/68 Primeiro, Sahidnagar
Bhubaneswar - 751007
Orissa, na Índia.
http://www.facebook.com/jagannath.chatterjee
http://www.facebook.com/pages/Information-on-Vaccine-Risks/211069518950053
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Por Jagannath Chatterjee
Tradução: Charles London
Esta tradução do texto original em inglês escrito pelo médico Jagannath Chaterjee não o esgota totalmente. Das 50 razões apresentadas no texto, escolhi algumas que dizem mais respeito à nossa realidade. Por outro lado, assim procedendo, sumarizo os pontos mais importantes e não repetidos. (Charles London)
1. Não há (nem nunca houve) nenhum estudo científico para determinar se as vacinas realmente impediam as doenças. Ao contrário, gráficos de doenças mostram que as vacinas foram introduzidas na fase final das epidemias, quando as doenças já estavam em seus últimos estágios. No caso particular da varíola, na verdade, a vacina causou uma grande arrancada na incidência da doença, o que obrigou as autoridades públicas a retirarem esta vacina diante do clamor público.
2. Não existem estudos de longo prazo sobre a segurança das vacinas. Muitos testes de curto prazo foram realizados com pessoas vacinadas sendo escrutinadas contra outro grupo a quem foi dada uma outra vacina. Tecnicamente os testes devem ser realizados contra um grupo de não-vacinados. Ninguém sabe realmente que protocolos foram seguidos e tomados na indústria, ou que ensaios industriais foram patrocinados.
3. Nunca houve qualquer tentativa oficial para comparar uma população vacinada contra uma população não vacinada para saber o que as vacinas estão fazendo para as crianças na sociedade. Estudos independentes privados (holandês e alemão e os KIGGS mais recentes (agosto 2011) envolvendo 7.724 crianças do mundo todo) revelaram que as crianças vacinadas sofrem muito mais do que suas contrapartes não-vacinadas.
4. As crianças recebem não uma, mas várias vacinas. Praticamente não há testes para determinar os efeitos das vacinas múltiplas.
5. Não há base científica para a vacinação de crianças. Como pelos médicos seniores citado pelo Times of India: "As crianças sofrem menos do que 2% de doenças imunopreveníveis, embora 98% das vacinas são direcionadas para eles." Os pioneiros da vacina que recomendaram muita cautela antes das vacinações nunca advogaram vacinações em massa sem que houvesse qualquer ameaça séria à vista.
6. As crianças são vacinadas simplesmente porque os pais têm medo de não vacinar seus filhos. Vacinar crianças é o negócio mais lucrativo, tanto para os fabricantes como para os médicos. Isto faz com que os fabricantes exerçam lobbies para que todas as vacinas e seus calendários sejam incluídos nas campanhas escolares. As escolas também são instigadas a exigir que seus alunos estejam "totalmente vacinados". Muito recentemente, na convocação à Política Nacional de Vacinação, o governo indiano caiu na armadilha e decidiu legitimar todas as vacinas disponíveis no mercado deixando de lado as recomendações dos médicos mais velhos e sensatos que advertiam que esta política era “irracional”.
7. A nenês, cujas mães foram advertidas pela OMS a somente alimentar os filhos até os seis meses e além pelo aleitamento materno, porque seus sistemas eram frágeis e não tolerariam nada mais, foram dadas 36 doses extremamente tóxicas de vacinas, incluindo doses de reforço, um ato que desafia qualquer lógica ou ciência.
8. O Governo da Índia saiu com um anúncio de quarto de página no O Hindu, advertindo os pais que não usassem vacinas não aprovadas pelo governo. Os pais foram aconselhados a não vacinar em clínicas particulares e hospitais.
9. O Capítulo Orissa da Associação Indiana de Pediatria, admitiu em uma carta ao CM, Orissa, que as clínicas privadas e os hospitais estão mal equipados para armazenar vacinas, e alertou os pais a não vacinar seguindo conselhos de médicos privados e de hospitais. Em uma pesquisa recente privada na Índia, 94% dos médicos pesquisados expressaram preocupações sobre a manutenção da cadeia de resfriados na Índia. 54% dos médicos já disseram que têm medo de vacinar seus próprios filhos, e 88% temem que as vacinas não sejam seguras.
10. TODOS OS INGREDIENTES das vacinas são extremamente tóxicos em natureza.
11. As vacinas contêm metais altamente tóxicos, substâncias que causam câncer, produtos químicos tóxicos, e vírus vivos e geneticamente modificados; bactérias e toxóides, soros contaminados com vírus de animais e material genético estranho, descontaminantes extremamente tóxicos e co-adjuvantes; antibióticos não-testados, nenhum dos quais pode ser injetado sem causar qualquer dano.
12. O alumínio, o mercúrio e vírus vivos podem estar por trás da enorme epidemia de autismo (1 em 110 nos EUA, 1 em 38 na Coréia do Sul, 1 em 37 no mundo todo, como registrado por um estudo privado realizado por médicos em Nova Delhi), um fato que (vacinas causam autismo) uma Corte de nos EUA admitiu. A cerca de 83 pais de casos suspeitos de autismo causado por vacinas essa Corte garantiu uma indenização a título de compensação.
13. O CDC dos EUA, o cão de guarda de vacinas, admitiu publicamente que um seu estudo muitíssimo divulgado em 2003, o qual negava qualquer ligação entre vacinas e autismo, era falso. O Chefe do CDC Dra. Julie Gerberding (hoje chefe da Divisão de Vacinas da Merck) confessou à mídia (CNN) que as vacinas podem causar "sintomas semelhantes ao autismo". A epidemia de autismo é encontrada em todos os países que permitem vacinação em massa.
14. No ano de 1999, o Governo dos EUA instruiu os fabricantes de vacinas dos EUA a retirar o mercúrio das vacinas "com efeito imediato". Mas o mercúrio continua a ser uma parte de muitas vacinas. As vacinas com mercúrio nunca foram recolhidas e foram dadas a crianças até o ano de 2006. Vacinas "livres de mercúrio" contêm 0.05mcg para 0.1mcg de mercúrio, e ainda representam um perigo para a criança, considerando que o mercúrio tende a se acumular no organismo e que existem hoje muitas fontes de exposição ao mercúrio. Como assinalado em estudo feito pela Academia Americana de Pediatras: "o mercúrio em todas as suas formas é tóxico para o feto e crianças, e devem ser feitos esforços para reduzir a exposição na medida do possível para as mulheres grávidas e crianças, bem como a população em geral."
15. Na Índia nenhuma tentativa foi feita para garantir que metais como o mercúrio e outros fossem removidos das vacinas porque isso as tornariam mais caras.
17. O mercúrio usado em vacinas é o segundo em toxicidade, perdendo apenas para o urânio radioativo. O mercúrio é 1000 vezes mais tóxico que o chumbo. É uma neurotoxina que pode danificar todo o sistema nervoso do bebê. De acordo com um estudo realizado pela Dr. Teresa Binstock, et alli, mais de 200 sintomas do autismo casam perfeitamente com os sintomas de envenenamento por mercúrio. Este estudo criou um furor no establishment político dos EUA; congressistas irritados exigiram a proibição do mercúrio em vacinas. O governo dos EUA respondeu, recomendando que o mercúrio não deveria ser usado em vacinas. A indústria fez reduzir a quantidade de mercúrio em alguns frascos de vacina de uso único, mas certas vacinas nos EUA continuam a ter mercúrio em grandes quantidades. Apesar da pressão montada por grupos de defesa os fabricantes de vacinas têm se recusado a fazer vacinas disponíveis para o mundo em desenvolvimento. O laboratório Eli Lily, fabricante do controverso Thimerosal, composto que contém 46% de mercúrio, tem considerável influência nos círculos políticos e muitos proeminentes políticos internacionais têm ações da empresa.
18. Mercúrio se acumula na gordura. O cérebro, sendo feito principalmente de células de gordura, acumula a maior parte do mercúrio, o que contribui para os peculiares sintomas das crianças autistas. Curiosamente, o mercúrio etílico que é usado em vacinas pode atravessar a barreira hematoencefálica e tem uma maior tendência a se acumular no cérebro. Também tem a tendência de permanecer lá por um longo tempo, em muitos casos, de forma permanente. Esta presença é devastadora para ambos os neurônios e as células do cérebro.
19. O mercúrio usado em vacinas é etilmercúrio. De acordo com os médicos indianos esta é uma toxina industrial que é 1000 vezes mais tóxica do que o metil-mercúrio usual. O etilmercúrio é absorvido pelo organismo mais rapidamente do que metilmercúrio, e converte-se em mercúrio inorgânico, tendendo a tornar-se um elemento permanente no cérebro.
20. O alumínio presente em vacinas faz com que o mercúrio, sob qualquer forma, seja 100 vezes mais tóxico através de um processo chamado de toxicidade sinérgica. Alumínio é usado em doses muito grandes em vacinas, ostensivamente, para causar uma reação imunológica. De acordo com um estudo muito recente isso faz com que células “desistam de seu DNA".
21. Através de um estudo independente o alumínio e o formaldeído presentes nas vacinas podem aumentar a toxicidade do mercúrio, sob qualquer forma, por 1000 vezes.
22. Por um artigo de Tehelka sobre autismo, se se considerar o limite estabelecido pela OMS do mercúrio na água, as crianças estão recebendo 50 mil vezes o limite. Os limites estabelecidos, aliás, são para adultos e não para crianças.
23. O autismo na Índia emergiu como a epidemia que cresce mais rapidamente entre as crianças, mais do que o crescimento do diabetes infantil, a AIDS, e o câncer combinados. Conforme um estudo feito por médicos particulares em Nova Delhi, o aumento subiu de 1 em 500 para 1 em 37 hoje. Como um estudo por médicos indianos, "você pode ir para qualquer classe, de qualquer escola hoje e encontrar uma criança autista." Sonia Gandhi, a presidente da Sociedade de Autismo da Índia, em 25 de julho de 2011 declarou em uma Conferência Internacional de Autismo em Dhaka, Bangladesh, que 8 milhões de crianças na Índia sofrem com esse debilitante distúrbio do espectro autista, cujo crescimento tem confundido cientistas da área médica.
24. O autismo é uma incapacidade permanente que afeta a criança fisicamente, mentalmente e emocionalmente. Faz a criança perder contato social. Ele impede tanto o crescimento físico e mental da criança. Ele destrói o cérebro causando graves perdas de memória e problemas de atenção. Ele também destrói o sistema imunológico e causa danos muito graves nos intestinos. A maioria dos sintomas apresentados por crianças autistas coincidem com os sintomas do ataque dos vírus vacinais e envenenamento por metais pesados.
25. De acordo com o pesquisador de vacinas, Dr. Harris Coulter, vacinas causam perversões e atitudes criminosas em crianças, que podem ser comparadas à encefalopatia espongiforme bovina (doença do cérebro) causada pelas toxinas das vacinas. A maioria dos tiroteios em escolas feitos por crianças nos EUA têm sido cometida por crianças autistas. Vacinas pode causar mais danos do que a comunidade médica privada pode reconhecer.
26. Crianças autistas também sofrem de distúrbios intestinais graves. Conforme o Dr. Andrew Wakefield, um gastroenterologista famoso do Reino Unido, isto se deve à presença de uma cepa de vírus vivos na vacina MMR (cachumba, sarampo, e rubéola) encontrada nos intestinos de crianças autistas. O Dr. Wakefield descobriu cepas de vírus nos intestinos, no sangue, tecidos e no liquor (Líquido Cérebro-Espinal). Muitas crianças se tornam autistas após tomar apenas uma dose da vacina MMR, conforme relatado pelos pais e por médicos que tratam as crianças. Este achado foi confirmado por muitos outros estudos publicados desde então (o Dr. Timothy Buie, Dr. VK Singh, Kawashima et alli, o Dr. James Walker Smith et alli). No entanto, em um movimento politicamente motivado, o Dr. Wakefield foi retirado da pesquisa acima e foi desonrado pelo Governo britânico, que havia introduzido a vacina MMR. A sua licença para a prática no Reino Unido foi cancelada e seu estudo de caso retirado do Lancet. Ele agora pratica na The Thoghtful House nos EUA onde ele trata as crianças autistas. Conforme um estudo recente, a vacina MMR tem um efeito adverso sobre o sistema imunológico das mucosas. A própria base de tentar prevenir Caxumba e Sarampo na infância tem sido questionada no presente estudo.
27. O DPT (difteria, tétano e coqueluxe) também faz as crianças regredirem dando origem aos temores de que as bactérias/toxóides/ e vacinas de vírus vivos são uma causa importante por trás do autismo. Se três vírus vivos podem causar tanto mal, podemos imaginar o que hoje as vacinas pentavalentes, septavalentes e decavalentes podem fazer nas nossas crianças.
28. Antes da epidemia de autismo, já era bem conhecido que as vacinas têm causado epidemias de câncer na sociedade de hoje. Tanto a vacina contra a varíola e a poliomielite oral são feitas do soro de macacos. Este soro tem ajudado muitos vírus de macaco a entrar na corrente sanguínea humana. Destes, o único vírus pesquisado, o SV 40, foi demonstrado como cancerígeno. Em recentes revelações estes vírus continuam a estar nas vacinas. A presença de SV 40 em vários cânceres humanos tem sido demonstrada. Hoje se sabe que o vírus está sendo transmitido às gerações futuras por sua presença no leite da mãe e nos espermatozóides humanos.
30. Não só AIDS, um câncer do sangue em crianças (leucemia linfoblástica aguda), que está afetando as crianças aos milhares, também pode ser principalmente devido à natureza extremamente tóxica dos ingredientes da vacina injetada diretamente na corrente sanguínea. Esta preocupação foi expressa ao autor por um oncologista de renome de um hospital em Mumbai que trata de crianças com o transtorno.
31. A Icterícia infantil e também o diabetes infantil também estão cientificamente ligados às vacinas tóxicas.
32. Os vírus da pólio vivos utilizados na Vacina Oral contra Pólio têm causado Poliomielite Paralítica Vacinal (500 a 600 casos por ano na Índia, em uma investigação médica), e Paralisia Flácida Aguda (sintomas indistinguíveis de poliomielite) em mais de 125.000 crianças (até o ano de 2006) como registrado por médicos da Associação Indiana e a Jana Swasthya Abhiyan. A OPV também liberou uma nova cepa de pólio na Índia e na África. A OPV foi descontinuado nos EUA e países europeus.
33. As vacinas contêm não só soro de chimpanzés, mas também de macacos, de vacas, porcos, galinhas, ovos, cavalos e até mesmo tecidos humanos (linhagens celulares) extraídos de fetos abortados.
34. Mortes e invalidez permanente causados por vacinas são comuns e conhecidos pela comunidade médica. Eles são instruídos pelo Governo para manter a calma e não associar tais casos com vacinas, conforme divulgado pelos médicos do IMA, enquanto desdobramento do escândalo OPV. O público passa a tomar conhecimento apenas quando os casos são destaque pela mídia.
35. Muitos médicos argumentam que as doenças durante a infância derivam do corpo exercitar o seu sistema imunológico. Suprimir essas doenças faz com que o sistema imunológico permaneça subdesenvolvido provocando os diversos transtornos auto-imunes em adultos, como o diabetes e artrite, que se tornaram epidemias hoje.
36. As vacinas suprimem a imunidade natural e o corpo deixa de ter anticorpos naturais. O leite da mãe, portanto, não contém anticorpos naturais e não pode mais proteger a criança contra doenças.
37. Por estimular a imunidade humoral (relacionada ao sangue) somente as vacinas causaram um desequilíbrio no conjunto imunológico (referido como o desequilíbrio TH1-TH2 e uma mudança resultante para TH2), levando a um aumento alarmante das doenças auto-imunes. Isto é reconhecido pelos próprios imunologistas.
38. Nos EUA os efeitos adversos das vacinas são registrados e o Governo oferece compensação de milhões de dólares às vítimas (o caso mais recente em uma Corte pode ter recebido até US$ 200 milhões em danos). Os tribunais nos EUA pagaram quase US$ 2 bilhões em danos até agora. O Governo indiano simplesmente se recusa a reconhecer que as vacinas podem causar mortes e invalidez permanente, e muito menos compensar, tratar e reabilitar as vítimas infelizes.
39. Foi cientificamente comprovado que as vacinas não podem prevenir doenças. As vacinas tentam criar imunidade humoral (imunidade relacionada ao sangue), enquanto que se verificou que a imunidade é desenvolvida em vários níveis, humoral, celular e de órgãos específicos. Nós ainda não sabemos o suficiente sobre o sistema imunológico humano e, portanto, não se deveria interferir nele.
40. Os pais nos EUA são informados dos efeitos pós-vacinais e seu consentimento tem que ser dado antes de vacinarem seus filhos. Os pais nos EUA também pode optar por sair do processo de vacinação através da apresentação de vários formulários de isenção. Na Índia o Governo garante a população, através de campanhas de publicidade maciças, que as vacinas são extremamente seguras. Os pais que se recusam a vacinar seus filhos são ameaçados pela administração.
41. NÃO HÁ UM SISTEMA DE TRATAMENTO PARA UMA CRIANÇA LESIONADA POR UMA VACINA. Os pais têm que correr de um hospital para outro. O Governo faz vista grossa e se recusa a sequer reconhece a conexão vacina-doença. Tentativas por médicos altamente qualificados em todo o mundo para tratar crianças autistas através de intervenções biomédicas, como fornecimento de nutrientes essenciais, a correção da dieta, terapia com oxigênio hiperbárico, e quelação de metais pesados e toxinas do corpo, etc, têm sido desaprovadas e desestimuladas. Os médicos têm sido perseguidos até mesmo por tratar crianças autistas, principalmente porque esses médicos tendem a achar que as vacinas causaram o dano e levantaram suas vozes contra eles.
42. Médicos antigos da Índia e cientistas médicos têm desafiado até mesmo as vacinas recomendadas pelo Governo da Índia. Segundo o Dr. PM Bhargava, a vacina BCG contra a tuberculose tem sido testada extensivamente na Índia desde 1961 e descobriu-se que era totalmente ineficaz (de fato, a tuberculose no grupo vacinado foi até maior do que no grupo não vacinado de controle!). A OPV está causando a pólio em dezenas de milhares de crianças indianas. A vacina Hep-B introduzida na UPI recentemente não é para crianças mesmo, é uma vacina para uma doença sexualmente transmissível, a qual deve ser direcionada apenas a adultos promíscuos. A vacina contra o tétano contém alumínio e mercúrio, além do toxóide tetânico. Os próprios médicos não dão a DPT a seus filhos e parentes como demonstrado por uma pesquisa entre os profissionais de cuidados de saúde dos EUA. A vacina contra o sarampo é aquela que causa regularmente efeitos. Há dados que mostram que as mortes por vacinas são maiores no caso da vacina contra o sarampo. Dr. Ajay Gambhir, um membro de alto escalão do IAP, também apóia uma extensa triagem de crianças antes de administrar qualquer vacina. Segundo ele, a crianças que sofrem de alguma doença, com algum histórico familiar de doenças auto-imunes, com alguma reação passada de vacinas, não devem ser administradas vacinas. Segundo ele, os pais das crianças precisam ser informados de que eles têm a opção de não vacinar.
43. Os pediatras estão a introduzir dúvidas sobre vacinas na Índia que estão sendo rejeitadas pelos médicos, políticos e o público em países americanos e europeus. A vacina contra o rotavírus, a vacina Hib, a vacina contra o HPV (envolvido em um esquema fraudulento na Índia), a vacina pentavalente e as várias vacinas de vírus múltiplos sendo introduzidas sem qualquer tipo de teste e sem qualquer necessidade, assim são apenas porque os fabricantes de vacinas e os médicos querem administrá-los para lhes garantir um bom rendimento. Eles se preocupam com os alaridos sobre ética médica e o destino das crianças que receberão essas vacinas. Vacinas contendo partículas nanovirais e vacinas também à base de plantas ou de outra forma geneticamente modificada, estão sendo contestadas por médicos independentes em todo o mundo.
44. Vários estudos independentes, nomeadamente os holandeses e alemães em estudo mais recente, (também o estudo KIGGS recente envolvendo 7.724 crianças) comparando vacinados com crianças não vacinadas descobriu que crianças vacinadas são mais propensas a dermatites, asma, alergias, demora no desenvolvimento, transtornos de déficit de atenção, hiperatividade, etc. De acordo com o estudo alemão a taxa de mortalidade entre as crianças vacinadas é muito maior do que entre as não vacinadas.
45. A vacinação, sendo um programa médico de massa, e que é aceito sem questionamentos, torna-se a plataforma perfeita de lançamento para o bioterrorismo. Os países poderosos podem espalhar epidemias letais apenas poluindo as vacinas com agentes de guerra biológica. Os EUA entregaram a pesquisa de vacinas para uma unidade de pesquisa de bioterrorismo chamado BARDA que funciona sob supervisão do Pentágono.
46. Além da "investigação" fazendo o mesmo com o vírus da varíola, foi relatado que um "desenvolvimento" de vacinas contra a gripe das aves já foi concebido pelo Pentágono para ser usado como um agente de guerra biológica.
47. As vacinas também têm sido utilizados para garantir o controle da população. Um lote da vacina contra o tétano foi utilizado em muitos países asiáticos para tornar a população feminina estéril. Isso foi feito através da introdução de um hormônio que induz anticorpos a abortarem o feto quando é formado.
48. O mercúrio, uma parte das vacinas, é conhecido por interferir com o sistema endócrino e induzir a esterilidade em homens e mulheres. O polissorbato 80, outro ingrediente de vacinas, e também o esqualeno, são conhecidos por causar esterilidade.
49. Através de uma nova lei de saúde pública que está sendo elaborada, o governo da Índia está planejando introduzir a vacinação forçada, ameaçando os ativistas anti-vacinas com multas exorbitantes e penas de prisão. Isto se faz às instâncias dos gigantes estrangeiros das vacinas (leia-se EUA) que estão mudando sua base para a Índia porque nos países europeus e EUA há uma oposição tremenda a vacinas. O Governo da Índia está planejando um "parque de vacinas" em Chennai, onde essas multinacionais das vacinas criarão a nova base. Isso por si só é um ato de bioterrorismo que, ironicamente, o projeto de lei proposto procura se opor.
50. Conforme o Instituto de Medicina, EUA, as pesquisas das vacinas que comprovem a ligação entre vacinas e autismo não devem ser conduzidas. O Instituto de Medicina, em seu último relatório sobre vacinas e autismo, em 2004, disse que mais pesquisas sobre a questão da vacina seriam contraproducentes: “Encontrar uma suscetibilidade a esse risco em algumas crianças colocaria em causa a estratégia de vacinação universal que é a base dos programas de imunização, o que poderia levar à rejeição generalizada de vacinas”. O IOM concluiu que os esforços para encontrar uma ligação entre vacinas e autismo "deve ser equilibrado com o maior benefício do programa vacinal atual para todas as crianças". No entanto, estudos inerentemente tendenciosos que tentam refutar uma ligação entre vacinas e autismo têm sido autorizados e financiados pelo CDC. O Coordenador principal de muitos desses estudos (referido como Os Estudos Dinamarqueses), Dr Paul Thorsen, foi recentemente visto na mídia por lavagem de dinheiro e apropriação indébita de forma fraudulenta de uma substancial parte dos fundos de pesquisa canalizadas para estes estudos, o que pôs em causa a veracidade da conclusão alcançada nestes estudos. O estudo feito pelo médico do CDC, Dr. Thomas Verstraeten, tiveram os dados manipulados, como revelado por ativistas RTI. No início de seu estudo, o autor principal, Dr. Thomas Verstraeten, encontrou associação estatisticamente significativa entre a quantidade de mercúrio (timerosal) em crianças vacinadas desde a infância, e uma ampla gama de distúrbios cerebrais. No entanto, a versão publicada do estudo (o que os autores dizem que é preciso) não encontraram nenhuma evidência de uma ligação ao autismo. Não foi divulgado, entretanto, que o Dr. Verstraeten tinha deixado o CDC durante o estudo e foi trabalhar para a Glaxo, fabricante da vacina. A quê isso tudo leva? Que as crianças devem ser sacrificadas a fim de se perpetuar um procedimento não-científico?
Ref: 2011/09/14
Centro Regional de Cooperação para o Desenvolvimento
A Instituição não-lucrativa
Floor, A/68 Primeiro, Sahidnagar
Bhubaneswar - 751007
Orissa, na Índia.
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Por Jagannath Chatterjee
Tradução: Charles London
ENTREVISTA: JOÃO CABRAL DE MELO NETO
UMA AULA DO POETA QUE COMBATIA A "EMOÇÃO FÁCIL" NA POESIA
João Cabral de Melo Neto abre fogo contra os poetas que só sabem provocar “saudade, melancolia e tristeza”! – Por que ele é inimigo da emoção fácil – O autor de ‘Morte e Vida Severina’ garante: “A popularidade é uma coisa terrível!” – Por que ficou traumatizado com a música – O Hino Nacional e o Hino de Pernambuco são as duas únicas músicas que ele consegue distinguir de ouvido! – Um julgamento rigoroso: “Morte e Vida Severina não me satisfaz...” As memórias do jogador de futebol: a diretoria do Santa Cruz foi pedir à mãe de João Cabral a liberação do passe do craque!
O titular da cadeira número 37 da Academia Brasileira de Letras é um caso único de jogador de futebol que deu certo como diplomata e se consagrou como poeta e, seguramente, o único acadêmico que pode ostentar glórias tão díspares - como a de ter sido campeão pelo Santa Cruz Futebol Clube e autor dos versos de um clássico da literatura brasileira, o poema "Morte e Vida Severina". João Cabral de Melo Neto é um exemplo em carne e osso de que a força física do futebol pode conviver sem grandes traumas, em uma só pessoa, com um extremo apuro intelectual.
O jogador já se aposentou, é claro. Mas o poeta continua entregue a uma difícil, suada e elegante batalha com as palavras. João Cabral de Meio Neto (Recife, 06 de janeiro de 1920) é, acima de tudo, rigoroso com o que escreve. Trabalha as palavras com a precisão de um médico na mesa de cirurgia. Despreza as emoções fáceis. Não quer nem ouvir falar de poetas e escritores que não tenham "interesse intelectual'. E fala da própria obra com uma frieza que chocaria os não iniciados.
A longa carreira diplomática - com passagens pela Espanha, Inglaterra, França, Suíça, Paraguai, Senegal, Equador, Honduras e, finalmente, Portugal - deixou, no comportamento do poeta, traços de uma solenidade que ele mantém em qualquer situação. De férias, em casa, ele dá entrevista metido numa impecável camisa de manga comprida abotoada até a gola. Uma vez, na casa de um irmão, na praia, combinou com um repórter uma entrevista para as dez e meia da manhã. A circunstância de estar de férias de frente para o mar não lhe alterou o gosto de cumprir os horários com rigor. O repórter chegou vinte minutos depois da hora marcada. João Cabral não perdeu a chance: "Você chegou com uma pontualidade nada britânica... " - foi a primeira saudação que ele pronunciou. Faz tempo que a cena ocorreu. Mas João Cabral não mudou.
Abatido por uma hemorragia gástrica que o obrigou a uma temporada num hospital no Rio de Janeiro e ainda profundamente tocado pela viuvez recente, o poeta não perde a elegância do diplomata nem o rigor do intelectual vigilante quando começa a falar diante do gravador ligado.
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O fato de conviver com outros idiomas durante anos a fio, como é o caso do senhor, traz alguma dificuldade para o ato de escrever?
João Cabral: "É uma das desvantagens do escritor que é diplomata e vive no estrangeiro. É difícil viver vinte e quatro horas falando uma língua e escrever em outra. Quando Vinícius de Moraes era cônsul em Los Angeles, Gabriela Mistral era cônsul do Chile : ela disse ao Vinícius que ia voltar para o Chile porque estava perdendo o espanho. Veja só: ela encontrava dificuldades para escrever em espanhol vivendo em Los Angeles. É uma desvantagem que o diplomata tem. O diplomata de carreira - não o diplomata ocasional - ou pára de escrever ou tem uma obra pequena. O caso de Aloísio de Azevedo é típico. Depois que foi nomeado cônsul, não publicou mais nenhum romance!".
O senhor se lembra de algum caso em que a palavra em português tenha fugido durante esse período todo no exterior?
João Cabral: "Ah, claro! e comum, inclusive, a pessoa abrasileirar uma palavra estrangeira, coisas que, às vezes, enriquece o vocabulário do autor, mas, outras vezes, você tem de substituir, porque não dá...".
Por que o senhor tem tanta prevenção contra a subjetividade? Há um conceito mais ou menos generalizado de que a poesia é uma manifestação extremada da subjetividade...
João Cabral: "Há uma diferença. Tenho aversão à subjetividade. Em primeiro lugar, tenho a impressão de que nenhum homem é tão interessante para se dar em espetáculo aos outros permanentemente. Em segundo lugar, tenho a impressão de que a poesia é uma linguagem para a sensibilidade, sobretudo. Uma palavra concreta, portanto, tem mais força poética do que a palavra abstrata. As palavras pedra ou faca ou maçg, palavras concretas, são bem mais fortes, poeticamente, do que tristeza, melancolia ou saudade. Mas é impossível não expressar a subjetividade. Então, a obrigação do poeta é expressar a subjetividade mas não diretamente. Ele não tem que dizer "eu estou triste". Ele tem é que encontrar uma imagem que dê idéia de tristeza ou do estado de espírito - seja ele qual for - por meio de palavras concretas e não simplesmente se confessando na base do "eu estou triste".
Qual é a relação do senhor com a escrita, no dia-a-dia? O senhor diz que tem horror a trocar cartas. Quer dizer, então, que o senhor evita escrever?
João Cabral: "O negócio da carta é o seguinte: eu não gosto - realmente - de escrever carta. É um resultado de minha vida de diplomata. Sou diplomata desde fins de 45. Já faz quarenta anos. Quando vive no exterior, você tem de fazer tudo por meio de carta. É uma das coisas que leva o sujeito a acabar escrevendo cartas, porque em todos negócios e todas as coisas que ele tem para fazer, ele precisa escrever - para a família, para um amigo, o que seja.
Em segundo lugar, não gosto de carta. E tem tanta gente que escreve até diário... Para mim, escrever o meu diário é uma coisa inconcebível. Ninguém é tão interessante para falar de si mesmo o tempo todo. Em carta, você acaba falando de si próprio. É como num diário. Se você está lá fora, isolado, e escreve uma carta para um amigo, é inevitável que você fale de seus estados de espírito - e dessa maneira errada que é falar do estado de espírito descrevendo-o. Agora, quanto a escrever, eu estou, permanentemente, tomando notas para poemas. Não tenho nenhum poema acabado depois do meu último livro ("Agrestes", 1985). Tenho notas para poemas. Um dia trabalharei nelas. Ou não. Se estou numa fase com menos trabalho e menos preocupação, começo, então, a trabalhar aquelas notas que tenho".
Parece que o senhor não tem nenhuma ânsia de escrever, esta é que é a verdade...
João Cabral:" Ah, não tenho..."
O senhor pode anotar um poema e guardar durante anos, esperar...
João Cabral: "E nunca escrever, também. Outras vezes, descubro uma nota anterior, elaboro e faço um poema, naturalmente".
O senhor diz que a poesia que faz não é para ser amada. Não é porque o senhor não quer ou o senhor gostaria que suas poesias fossem amadas?
João Cabral: "Não gostaria. O escritor corre o grande risco de se baratear. A popularidade é uma coisa terrível, nesse sentido. A popularidade acaba cercando o escritor e o artista de um mundo artificial e um interesse inteiramente artificial. O sujeito acaba fazendo aquilo que sente que o público gosta, em vez de fazer aquilo que acha que deve ser feito. Eu lembro de quando Manuel Bandeira fez oitenta anos. Havia quase manifestações populares, nas homenagens que fizeram a ele. Mas você acha que aquele pessoal algum dia leu Manuel Bandeira?".
O senhor se considera, então, o quê? Um poeta popular ou um poeta conhecido? O senhor é conhecidíssimo, mas deve achar que só conhecem o nome João Cabral, não a obra ...
João Cabral: "É difícil dizer. O êxito teatral de "Morte e Vida Severina" é que tornou o meu nome conhecido. Mas não creio que minha poesia seja popular".
O senhor sempre diz que não gosta de fazer poesia dada a emoções porque o que se chama comumente de emoção é algo feito à base de um sentimentalismo fácil e barato. O senhor diz, pelo contrário, que "emoção é outra coisa". Mas nunca ficou exatamente clara a definição que o senhor tem de "emoção". Dá para explicar - de uma vez por todas?
João Cabral: "Minha definição de emoção não é nada de especial. É o que todos chamam de "emoção". O que acontece é que me recuso a explorar essa coisa diretamente. O interesse do poeta não é descrever suas emoções e criar emoções, é criar um objeto - se é poeta, um poema; se é pintor, um quadro - que provoque - emoções no espectador. Mas não explorar nem descrever a própria emoção. Quando digo que sou contra emoção é exatamente neste sentido: o de usar a minha emoção para fazer com ela uma obra, descrevê-Ia primariamente e construir, com ela, um poema".
Quer dizer, afinal, que o senhor não é exatamente contra a emoção: é contra a exploração da emoção...
João Cabral: "Exatamente! (Faz ar de alívio, como se a charada estivesse resol- vida). Quanto a esse descrever da emoção e da sentimentalidade, a grande maioria da poesia que se escreve no mundo é assim. A obrigação do poeta, repito, é criar um objeto, um poema, que seja capaz de provocar emoção no leitor".
O que é que o senhor chama de "emoção intelectual"? Já vi o senhor usando esta expressão..:
João Cabral: "Um grande crítico americano uma vez disse o seguinte de uma poetisa americana, Edna Miller: que ele não gostava da poesia que ela fazia porque não tinha interesse intelectual. É nesse sentido que eu digo. Você pode ver perfeitamente quais são os escritores que têm um interesse intelectual e quais são os que não têm. Confesso que o escritor que não tem interesse intelectual não me interessa.
A mim, me interessa enormemente a poesia de Joaquim Cardozo, mas nunca me interessou a poesia de Emílio Moura - de Minas Gerais. Eu sinto que não tinha interesse intelectual. Não só a poesia de Emílio Moura, mas a grande maioria dos poetas brasileiros. Aliás, dos poetas brasileiros, não, mas do que se chama no mundo todo de poesia. Um homem de mediana inteligência não vê interesse intelectual naquilo. Tenho a impressão de que pode ser um defeito meu. Mas confesso. A atividade intelectual é uma coisa que seduz. Vivo para ela. Quando leio um poeta que só é capaz de provocar essas emoções correntes, como saudade, melancolia ou tristeza, essa coisa não me interessa. Ora, se tenho minhas emoções, para que vou buscar emoções semelhantes numa outra coisa?".
Quando o senhor se auto-intitula um "poeta artificial", o senhor se refere ao trabalho quase artesanal que tem com a poesia?
João Cabral: "Não apenas. Os assuntos que uso na poesia são "tirados pelos cabelos", como se diz. Fiz um poema sobre o ato de catar feijão. Você não imagina Alfonso de Guimarães, o pai, grande simbolista, fazendo um poema sobre o ato de catar feijão..."
O resultado poético do trabalho do senhor é obviamente sofisticado, sob o ponto de vista intelectual. Isso contradiz a intenção de fazer uma coisa simples? A que é que o senhor atribui esta defasagem entre a intenção de fazer uma coisa simples e o resultado - que é indiscutivelmente sofisticado?
João Cabral: "A coisa simples que quero não é fazer uma coisa boboca. O simples que almejo é chegar a uma forma que os outros entendam. Consigo raramente. e difícil traduzir as coisas de que falo de uma maneira acessível a todo mundo. Minha luta é esta: tentar botar uma coisa mais complexa numa linguagem mais simples possível. Confesso que geralmente eu fracasso".
"Minha luta é tentar botar coisas complexas numa linguagem simples.
Geralmente, fracasso"
Além de dizer que é um poeta artificial, o senhor também se considera um poeta não espontâneo. Acontece que estes dois conceitos se chocam de novo com o conceito generalizado de que a poesia é algo não artificial e espontâneo...
João Cabral: "Exatamente. Valerie dizia que tudo que vinha a ele espontaneamente era eco de outra pessoa! Ele só acreditava numa coisa que ele fizesse com rigor intelectual, porque durante este trabalho rigoroso ele eliminava tudo o que, nele, era dos outros. O homem acha, em geral, que tudo o que se faz artificialmente é falso e não diz nada dele. Vejo exatamente o contrário: o que você faz espontaneamente é eco de alguma coisa que você leu, ouviu ou percebeu de qualquer maneira".
A popularidade - é o que o senhor diz - pode prejudicar o poeta. A popularidade prejudicou Carlos Drummond de Andrade, Vinícius de Moraes e Manuel Bandeira?
João Cabral: "Não. Vinícius, no fim da vida, dedicou-se inteiramente à poesia popular, à música popular. Agora, Manuel Bandeira e Carlos Drummond são sujeitos de tal integridade que não foram corrompidos pela popularidade. Nem todo mundo tem integridade para resistir. Em geral, o sujeito acha bom e barateia a produção para ser agradável. Baixa o nível para ser agradável..."
O poema que é tido como marca registrada do João Cabral de Melo Neto é o 'Morte e Vida Severina'. E é justamente este que o senhor chama de "poema fracassado". Por que um julgamento tão cruel?
João Cabral: "Nunca chamei de fracassado. "Morte e Vida Severina" foi um poema que escrevi: não trabalhei. Eu escrevi a pedido de Maria Clara Machado e não trabalhei como trabalho em outras coisas minhas. Eu sinto que é um poema que não me satisfaz. Mas foi um poema bem levado para o teatro e a televisão. Ficou popular. Mas sinto: é um poema que não trabalhei, porque eu tinha um prazo para escrevê-lo".
O 'Morte e Vida Severina' é considerado uma obra-prima. O senhor, então, não assina embaixo desse julgamento...
João Cabral: "Não! Dentro de minhas coisas, acho "Morte e Vida Severina" a menos realizada. E a mais escrita na perna...
É frustrante saber que os Severinos e as Severinas da vida real não vão ler o 'Morte e Vida Severina'?
João Cabral: "Quando escrevi "Morte e Vida Severina", tinha a impressão de que seria uma coisa tão popular quanto os romances do Nordeste, os romances de cordel. Quando o livro saiu, vi que quem me elogiava eram os intelectuais. Eu lembro do entusiasmo de Vinícius de Moraes. Eu disse: "Vinícius, não escrevi para você! Para você, escrevi outras
coisas!". Eu tinha a impressão de que estava escrevendo aquele poema para o povo. Quase me danei...".
A condição de intelectual e poeta num país como este - em que a grande maioria da população não tem acesso à produção intelectual - é frustrante?
João Cabral: "Pelo meu temperamento, nunca gostaria de ser um escritor popularíssimo. O fato de não ser popular me dá tranqüilidade. Não vivo de escrita. Se vivesse de escrever, gostaria de ser popular, porque os direitos autorais seriam grandes. Mas, como não vivo de escrever, a falta de popularidade não me frustra. Ao contrário".
Um intelectual deve falar em nome do povo?
João Cabral: "O que é que você quer dizer?"
O senhor acha que o intelectual deve ser porta-voz dos anseios populares?
João Cabral: "Se ele está identificado com os anseios populares e se ele acha que é capaz de expressar os anseios populares, claro. Mas é preciso que ele esteja identificado com os anseios populares - e não com o programa de um partido político - que dura dois anos! Eis o negócio. Você fala em povo. Mas o que é povo? O que é o povo brasileiro? O que é o povo de qualquer país? É uma quantidade enorme de pessoas, com interesses contraditórios. Como falar em nome do povo? Você fala em nome de uma classe, em nome de uma idéia - que pode estar no povo".
Quando o senhor estava em Barcelona, leu numa revista que a expectativa de vida no Recife era menor do que na Índia e se sentiu profundamente chocado. Depois, o senhor disse que deveria escrever algo denunciando...
João Cabral: "Eu escrevi "Cão Sem Plumas", já disposto a não escrever mais nada na minha vida".
O senhor acha, então, que o poeta deve reagir a estas agressões da realidade?
João Cabral: "Não sei se deve reagir. Eu reagi. Agora, se todo mundo é capaz de reagir ou se todo mundo deve reagir, é um problema que deixo a cada um".
Paul Eluard dizia que a função do artista é "dar a ver". Qual é a diferença entre o "dar a ver" e a denúncia?
João Cabral: "Eluard chamou de "Dar a Ver" um livro de poemas que ele fez sobre os pintores. Quando digo "dar a ver" é porque a minha poesia, em primeiro lugar, é mais visual do que musical. Em segundo lugar, digo "dar a ver" porque o poeta deve mostrar realidades sem tomar partido. Você mostra a realidade. Cada pessoa que veja como quiser. Depois de "Morte e Vida Severina", eu não botei no fim algo como "Façam assim!". Não apresentei solução, porque esta não é função do artista. A função do artista é expressar a realidade. Os administradores, os políticos, quem seja, que resolvam o que há de injustiça nessa realidade. Não é obrigação do artista".
O Brasil, hoje, como país, satisfaz o senhor? O país melhorou?
João Cabral: "Durante o ano de 1986 foram tomadas boas medidas. Tenho esperanças nelas. O negócio é que o mundo é complicado. Você pergunta a um francês... Ele votou no Partido Socialista na eleição de François Miterrand e imaginou que a França fosse melhorar. Depois, os socialistas perderam a maioria no Congresso. Isso não é uma coisa permanente. O Brasil está numa boa fase. Acredito que os políticos, os administradores estão querendo resolver certos problemas. Não quer dizer, no entanto, que daqui até o fim do mundo o Brasil tenha resolvido os seus problemas. Em primeiro lugar, porque estes homens podem mudar mas, depois, pode vir uma orientação diferente".
O senhor tem aversão total à música; só conhece de ouvido o Hino Nacional e o Hino de Pernambuco. De onde é que vem, afinal, esta aversão à música? Qual é a lembrança mais remota que o senhor tem desse horror à música?
João Cabral: "Não tenho nenhum ouvido musical. Você pode tocar uma música conhecidíssima. Eu não distinguirei uma da outra! O que lembro é que, desde menino, eu era o filho desentoado. Já no coro do Colégio Marista, mandavam que eu fingisse que estava cantando, mas não cantasse, porque saía tudo desentoado.
Você pode não ter ouvido musical, não saber cantar e, no entanto, gostar de música, a chamada música clássica.
Mas vou dizer uma coisa que aconteceu comigo. Tive minha infância e adolescência no Colégio Marista. Nós éramos obrigados a uma missa semanal. Era uma missa cantada. Nós éramos obrigados a ir diversos dias à Igreja, para ouvir canto sacro. O que estragou um possível gosto meu pela música foi a música religiosa que me era imposta, quando eu era menino e adolescente. A música significava, para mim, tédio. Eu ficava naquele banco de colégio ouvindo aquela música de órgão, aqueles sujeitos cantando... E era incapaz de me concentrar naquilo. Ficava pensando em outra coisa. A música religiosa extinguiu em mim qualquer possível futuro em música".
Depois desse trauma de infância, o senhor, então, não conseguiu ter interesse em música...
João Cabral: "Isso estragou até a minha capacidade de atenção. Se há uma coisa que me dá sofrimento é um concerto. De vez em quando, sou obrigado a ouvir um. Ir a um concerto é um inferno para mim. Você pode dizer o seguinte: "Eu estou impondo a este infeliz duas horas de sofrimento"... E essa coisa estragou minha capacidade de atenção auditiva. Quando estou conversando, sigo o que a pessoa diz. Mas essa coisa de rezar tantas vezes por dia e a música no colégio estragaram a minha capacidade de ter atenção para uma coisa que me entra pelo ouvido. Outro sofrimento é ir a uma conferência e ouvir um discurso. Sou incapaz de compreender. Fico pensando noutras coisas e não no que o conferencista diz. De repente, volto para o que ele está dizendo; sou até capaz de entender uma ou duas frases, mas minha atenção se perde outra vez. Fico como uma pessoa que está nadando debaixo do mar e de vez em quando sobe para respirar. Tenho a impressão de que estragaram a minha capacidade. Quando quero entender alguma coisa, leio".
O pior de tudo é que o senhor, como cônsul e embaixador, é obrigado, por dever de ofício, a ouvir discurso...
João Cabral: "Claro! De concerto eu fujo. Mas, numa solenidade, você não pode fugir. Eu confesso: o sujeito está falando e eu pensando noutra coisa... Sou incapaz de me concentrar numa conferência ou num discurso".
Naquele tempo das rezas no Colégio Marista que idade o senhor tinha, exatamente?
João Cabral: "Dos oito aos quinze anos. Era no Recife. Primeiro, no Colégio São Luís - que é Marista também -, em Ponto Uchoa. Depois passamos para o Colégio Marista, na avenida Conde da Boa Vista, no centro da cidade".
Que relação o senhor tem com Pernambuco, hoje? A presença de Pernambuco na poesia que o senhor escreve ainda é forte. Há, no livro "Agreste", várias passagens sobre Pernambuco - e particularmente a Zona da Mata.
João Cabral: "Eu saí de Pernambuco com vinte e dois anos, na véspera de fazer vinte e três. Da primeira vez que saí de Pernambuco, passei onze anos sem ir até lá. Eu saí em 1942 e voltei em 1953. Mas nunca superei o fato de ser obrigado a viver fora de Pernambuco. Sempre dou um pulo lá, embora Pernambuco seja bem diferente do que eu conheci. O Recife, então, está inteiramente mudado. Em todo caso, volto sempre. Toda oportunidade que tenho vou por lá. A gente não pode dizer o que é que vai falar no futuro. Mas tenho a impressão de que a gente escreve sempre sobre as impressões da infância e da adolescência. Nesta época, o homem é mais sensível. Grava mais as coisas. Então, forçosamente, nunca poderei me livrar dessa impressão de Pernambuco sobre mim. Imagino que ela continuará".
Onde é que o João Cabral poeta estará no futuro? O senhor deve abandonar a carreira de diplomata em 1990...
João Cabral: "Com a nova lei, tenho a impressão de que já devo me aposentar em 1987. Não creio que vá viver em Pernambuco. Gostaria, mas acontece que - dos meus cinco fIlhos - quatro moram no Rio e uma filha em Honduras. Quando me aposentar, irei morar em Petrópolis, porque estarei perto deles e ao mesmo tempo não estarei no Rio. É uma cidade que não me agrada nada. Nunca me agradou".
O que é que assusta o senhor no Rio de Janeiro?
João Cabral: "As distâncias, o movimento, o tráfego e o calor. É aquele calor desagradável... O calor aqui no Rio é abafado. O de Pernambuco é um calor ao ar livre. Até há um poema de Manuel Bandeira: "Vamos viver de brisa”. Faz calor no Nordeste, mas lá existe brisa. O calor do Rio é um calor sem brisa".
O senhor acha que, quando se aposentar e se dedicar somente à poesia e à literatura, essa relação acidentada que o senhor tem com o ato de escrever vai ser, afinal, pacificada?
João Cabral: "Eu estou com sessenta e seis anos. Escrever poesia me é difícil. Não sei se, nessa idade, ainda terei coragem de enfrentar o trabalho de um novo livro de poemas. Imagino, em minha aposentadoria, ter uma casa agradável em Petrópolis. Eu me imagino lá fazendo aquilo que gosto de fazer: não sair de casa. Detesto sair de casa. Em segundo lugar, ler. Neste negócio, sou caseiro. É um traço que, talvez, eu tenha puxado de minha mãe. Quase não vi minha mãe sair de casa. Ela ficava meses e meses e meses sem sair de casa. Não visitava nem os filhos. Os filhos é que iam visitá-Ia, porque ela não gostava de sair de casa. Eu sempre fui de ficar em casa. Com a idade, este traço vem se agravando cada vez mais".
O fato de levar uma vida mais descansada, sem compromissos sociais, vai acalmar esta relação do senhor com o ato de escrever - que é algo torturante...?
João Cabral: "Não. Eu escrevo com dificuldade. Mas, a mim, não me irrita só escrever com dificuldade. Se, um dia, eu escrever com facilidade deixarei de escrever de vez. A facilidade não leva a nada. Você vê, por exemplo, em matéria de futebol. A seleção brasileira jogou mal mas jogou melhor contra a Espanha. Por quê? Porque tinha um adversário forte pela frente. E estava acostumada a jogar com juvenis, contra os juvenis. Em jogos fáceis, a seleção não se revelava. A seleção, então, começou a jogar direito (N: João Cabral se refere ao jogo Brasil 1 x 0 Espanha, na Copa do México). A facilidade não conduz ninguém a nada. Ainda que, de repente, baixar o Espírito Santo e eu começar a escrever com facilidade, espero ter a coragem de deixar".
O senhor seria capaz de escrever uma coluna diária num jornal?
João Cabral: Acredito que não. Para mim, seria difícil. É uma atividade que não me seduz. Para mim, seria difícil escrever uma crônica diária. Não me seduz.
É como escrever carta. Quem escreve uma crônica acaba falando de si".
Nesses quarenta anos de vida diplomática, o senhor conheceu centenas de grandes personalidades da área intelectual e política. Qual foi a que mais marcou o senhor?
João Cabral: "Miró me impressionou enormemente. Eu o conheci da primeira vez que estive em Barcelona. Quando fui embaixador no Senegal, o presidente Senghor me impressionou enormemente, porque é um homem extraordinário".
Como ex-jogador de futebol, o senhor acha que o futebol faz bem à saúde mental do povo brasileiro?
João Cabral: "Ah, eu gosto de futebol! Mas, agora, como não vivo no Brasil, não vou a futebol. A grande vantagem do futebol brasileiro é que é o único futebol que você assiste sem estar interessado na vitória de um clube. Você assiste porque é um espetáculo bonito. Com futebol europeu não acontece. Você não vê uma jogada maliciosa, não vê um gesto harmônico, não vê elegância. Só aquela correria. E correria não me interessa. Só consigo me interessar pelo futebol brasileiro.
Há os que gostam de ver futebol porque gostam de ver o time predileto ganhar. Mas acontece que meu clube é o América. Ganha tão pouco... Então, gosto de futebol não para ganhar. Gosto pelo espetáculo. Eu era América no Recife. Quando voltei para o Rio, era normal que fosse América também. Joguei um campeonato pelo América, no Recife. O Santa Cruz tinha chegado ao fim do campeonato empatado com o Torre, um clube que nem existe mais. O Santa Cruz não tinha center-half. Então, descobriram que a minha mãe era fanática pelo Santa Cruz, embora nunca tenha ido a um jogo de futebol. A diretoria do Santa Cruz, então, foi pedir à minha mãe que me fizesse jogar pelo Santa Cruz. Joguei. Disputei o campeonato com o Torre e fui campeão juvenil pelo Santa Cruz, em 1935".
Daí é que surgiu a famosa dor de cabeça que o acompanhou durante décadas?
João Cabral: "Não. Minha dor de cabeça começou quando eu tinha dezesseis anos e foi uma das coisas que me fez largar o futebol. Naquele tempo, eu não podia correr, porque vinha a dor de cabeça...".
Já passou?
João Cabral: "Não. Hoje, talvez esteja um pouco melhor. Com a idade, talvez ela doa menos. Mas ainda sou obrigado a tomar remédios..."
Quantas aspirinas o senhor toma por dia?
João Cabral: "Não posso mais tomar aspirina. Depois dessa hemorragia gástrica que tive, em novembro de 85, os médicos me proibiram de tomar aspirina. Agora, tomo outros calmantes".
Que informação o senhor tem sobre a poesia que se faz hoje no Brasil?
João Cabral: "Não conheço bem a poesia brasileira posterior a mim. Só conheço os livros dos poetas que me mandam livro. Poucos são os que me mandam. Lá fora, não encontro estes livros para comprar. É difícil, para um escritor, julgar o pessoal que vem depois. Um sujeito pode julgar bem os anteriores a ele. Mas julgar uma geração mais nova é difícil, porque essa geração vem com uma experiência que o mais velho já não tem. Eles
escrevem sobre as experiências que eles têm e eu não tenho. Não vivo aquelas coisas. Sou de uma outra geração. Minha sensibilidade estava mais aguda em determinadas fases de minha vida.
O Brasil de minha mocidade não é o Brasil da mocidade desse pessoal. A vida que eu levava como jovem não é a vida que eles levam. Eu seria injusto se julgasse, porque eles falam de uma experiência e de uma visão de vida que não são as minhas. Em geral, não gosto de julgar os autores mais jovens do que eu. Viveram num tempo que não vivi, foram jovens num tempo em que eu já não era jovem e levam um tipo de vida que não é a que eu levei".
Desses poetas posteriores ao senhor, a poesia de um Afonso Romano de Santana, por exemplo, lhe agrada?
João Cabral: "Conheço. É um poeta interessante. Afonso Romano é um desses sujeitos que escrevem poesia sabendo que é poesia. Não escreve poesia de oitiva. É um homem culto, um professor. A.gente vê que ele leu um bocado. A poesia que ele escreve não é improvisação nem uma coisa gratuita. Não é o resultado de bossa. É o fruto de uma consciência intelectual".
Geneton Moraes Neto
João Cabral de Melo Neto abre fogo contra os poetas que só sabem provocar “saudade, melancolia e tristeza”! – Por que ele é inimigo da emoção fácil – O autor de ‘Morte e Vida Severina’ garante: “A popularidade é uma coisa terrível!” – Por que ficou traumatizado com a música – O Hino Nacional e o Hino de Pernambuco são as duas únicas músicas que ele consegue distinguir de ouvido! – Um julgamento rigoroso: “Morte e Vida Severina não me satisfaz...” As memórias do jogador de futebol: a diretoria do Santa Cruz foi pedir à mãe de João Cabral a liberação do passe do craque!
O titular da cadeira número 37 da Academia Brasileira de Letras é um caso único de jogador de futebol que deu certo como diplomata e se consagrou como poeta e, seguramente, o único acadêmico que pode ostentar glórias tão díspares - como a de ter sido campeão pelo Santa Cruz Futebol Clube e autor dos versos de um clássico da literatura brasileira, o poema "Morte e Vida Severina". João Cabral de Melo Neto é um exemplo em carne e osso de que a força física do futebol pode conviver sem grandes traumas, em uma só pessoa, com um extremo apuro intelectual.
O jogador já se aposentou, é claro. Mas o poeta continua entregue a uma difícil, suada e elegante batalha com as palavras. João Cabral de Meio Neto (Recife, 06 de janeiro de 1920) é, acima de tudo, rigoroso com o que escreve. Trabalha as palavras com a precisão de um médico na mesa de cirurgia. Despreza as emoções fáceis. Não quer nem ouvir falar de poetas e escritores que não tenham "interesse intelectual'. E fala da própria obra com uma frieza que chocaria os não iniciados.
A longa carreira diplomática - com passagens pela Espanha, Inglaterra, França, Suíça, Paraguai, Senegal, Equador, Honduras e, finalmente, Portugal - deixou, no comportamento do poeta, traços de uma solenidade que ele mantém em qualquer situação. De férias, em casa, ele dá entrevista metido numa impecável camisa de manga comprida abotoada até a gola. Uma vez, na casa de um irmão, na praia, combinou com um repórter uma entrevista para as dez e meia da manhã. A circunstância de estar de férias de frente para o mar não lhe alterou o gosto de cumprir os horários com rigor. O repórter chegou vinte minutos depois da hora marcada. João Cabral não perdeu a chance: "Você chegou com uma pontualidade nada britânica... " - foi a primeira saudação que ele pronunciou. Faz tempo que a cena ocorreu. Mas João Cabral não mudou.
Abatido por uma hemorragia gástrica que o obrigou a uma temporada num hospital no Rio de Janeiro e ainda profundamente tocado pela viuvez recente, o poeta não perde a elegância do diplomata nem o rigor do intelectual vigilante quando começa a falar diante do gravador ligado.
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O fato de conviver com outros idiomas durante anos a fio, como é o caso do senhor, traz alguma dificuldade para o ato de escrever?
João Cabral: "É uma das desvantagens do escritor que é diplomata e vive no estrangeiro. É difícil viver vinte e quatro horas falando uma língua e escrever em outra. Quando Vinícius de Moraes era cônsul em Los Angeles, Gabriela Mistral era cônsul do Chile : ela disse ao Vinícius que ia voltar para o Chile porque estava perdendo o espanho. Veja só: ela encontrava dificuldades para escrever em espanhol vivendo em Los Angeles. É uma desvantagem que o diplomata tem. O diplomata de carreira - não o diplomata ocasional - ou pára de escrever ou tem uma obra pequena. O caso de Aloísio de Azevedo é típico. Depois que foi nomeado cônsul, não publicou mais nenhum romance!".
O senhor se lembra de algum caso em que a palavra em português tenha fugido durante esse período todo no exterior?
João Cabral: "Ah, claro! e comum, inclusive, a pessoa abrasileirar uma palavra estrangeira, coisas que, às vezes, enriquece o vocabulário do autor, mas, outras vezes, você tem de substituir, porque não dá...".
Por que o senhor tem tanta prevenção contra a subjetividade? Há um conceito mais ou menos generalizado de que a poesia é uma manifestação extremada da subjetividade...
João Cabral: "Há uma diferença. Tenho aversão à subjetividade. Em primeiro lugar, tenho a impressão de que nenhum homem é tão interessante para se dar em espetáculo aos outros permanentemente. Em segundo lugar, tenho a impressão de que a poesia é uma linguagem para a sensibilidade, sobretudo. Uma palavra concreta, portanto, tem mais força poética do que a palavra abstrata. As palavras pedra ou faca ou maçg, palavras concretas, são bem mais fortes, poeticamente, do que tristeza, melancolia ou saudade. Mas é impossível não expressar a subjetividade. Então, a obrigação do poeta é expressar a subjetividade mas não diretamente. Ele não tem que dizer "eu estou triste". Ele tem é que encontrar uma imagem que dê idéia de tristeza ou do estado de espírito - seja ele qual for - por meio de palavras concretas e não simplesmente se confessando na base do "eu estou triste".
Qual é a relação do senhor com a escrita, no dia-a-dia? O senhor diz que tem horror a trocar cartas. Quer dizer, então, que o senhor evita escrever?
João Cabral: "O negócio da carta é o seguinte: eu não gosto - realmente - de escrever carta. É um resultado de minha vida de diplomata. Sou diplomata desde fins de 45. Já faz quarenta anos. Quando vive no exterior, você tem de fazer tudo por meio de carta. É uma das coisas que leva o sujeito a acabar escrevendo cartas, porque em todos negócios e todas as coisas que ele tem para fazer, ele precisa escrever - para a família, para um amigo, o que seja.
Em segundo lugar, não gosto de carta. E tem tanta gente que escreve até diário... Para mim, escrever o meu diário é uma coisa inconcebível. Ninguém é tão interessante para falar de si mesmo o tempo todo. Em carta, você acaba falando de si próprio. É como num diário. Se você está lá fora, isolado, e escreve uma carta para um amigo, é inevitável que você fale de seus estados de espírito - e dessa maneira errada que é falar do estado de espírito descrevendo-o. Agora, quanto a escrever, eu estou, permanentemente, tomando notas para poemas. Não tenho nenhum poema acabado depois do meu último livro ("Agrestes", 1985). Tenho notas para poemas. Um dia trabalharei nelas. Ou não. Se estou numa fase com menos trabalho e menos preocupação, começo, então, a trabalhar aquelas notas que tenho".
Parece que o senhor não tem nenhuma ânsia de escrever, esta é que é a verdade...
João Cabral:" Ah, não tenho..."
O senhor pode anotar um poema e guardar durante anos, esperar...
João Cabral: "E nunca escrever, também. Outras vezes, descubro uma nota anterior, elaboro e faço um poema, naturalmente".
O senhor diz que a poesia que faz não é para ser amada. Não é porque o senhor não quer ou o senhor gostaria que suas poesias fossem amadas?
João Cabral: "Não gostaria. O escritor corre o grande risco de se baratear. A popularidade é uma coisa terrível, nesse sentido. A popularidade acaba cercando o escritor e o artista de um mundo artificial e um interesse inteiramente artificial. O sujeito acaba fazendo aquilo que sente que o público gosta, em vez de fazer aquilo que acha que deve ser feito. Eu lembro de quando Manuel Bandeira fez oitenta anos. Havia quase manifestações populares, nas homenagens que fizeram a ele. Mas você acha que aquele pessoal algum dia leu Manuel Bandeira?".
O senhor se considera, então, o quê? Um poeta popular ou um poeta conhecido? O senhor é conhecidíssimo, mas deve achar que só conhecem o nome João Cabral, não a obra ...
João Cabral: "É difícil dizer. O êxito teatral de "Morte e Vida Severina" é que tornou o meu nome conhecido. Mas não creio que minha poesia seja popular".
O senhor sempre diz que não gosta de fazer poesia dada a emoções porque o que se chama comumente de emoção é algo feito à base de um sentimentalismo fácil e barato. O senhor diz, pelo contrário, que "emoção é outra coisa". Mas nunca ficou exatamente clara a definição que o senhor tem de "emoção". Dá para explicar - de uma vez por todas?
João Cabral: "Minha definição de emoção não é nada de especial. É o que todos chamam de "emoção". O que acontece é que me recuso a explorar essa coisa diretamente. O interesse do poeta não é descrever suas emoções e criar emoções, é criar um objeto - se é poeta, um poema; se é pintor, um quadro - que provoque - emoções no espectador. Mas não explorar nem descrever a própria emoção. Quando digo que sou contra emoção é exatamente neste sentido: o de usar a minha emoção para fazer com ela uma obra, descrevê-Ia primariamente e construir, com ela, um poema".
Quer dizer, afinal, que o senhor não é exatamente contra a emoção: é contra a exploração da emoção...
João Cabral: "Exatamente! (Faz ar de alívio, como se a charada estivesse resol- vida). Quanto a esse descrever da emoção e da sentimentalidade, a grande maioria da poesia que se escreve no mundo é assim. A obrigação do poeta, repito, é criar um objeto, um poema, que seja capaz de provocar emoção no leitor".
O que é que o senhor chama de "emoção intelectual"? Já vi o senhor usando esta expressão..:
João Cabral: "Um grande crítico americano uma vez disse o seguinte de uma poetisa americana, Edna Miller: que ele não gostava da poesia que ela fazia porque não tinha interesse intelectual. É nesse sentido que eu digo. Você pode ver perfeitamente quais são os escritores que têm um interesse intelectual e quais são os que não têm. Confesso que o escritor que não tem interesse intelectual não me interessa.
A mim, me interessa enormemente a poesia de Joaquim Cardozo, mas nunca me interessou a poesia de Emílio Moura - de Minas Gerais. Eu sinto que não tinha interesse intelectual. Não só a poesia de Emílio Moura, mas a grande maioria dos poetas brasileiros. Aliás, dos poetas brasileiros, não, mas do que se chama no mundo todo de poesia. Um homem de mediana inteligência não vê interesse intelectual naquilo. Tenho a impressão de que pode ser um defeito meu. Mas confesso. A atividade intelectual é uma coisa que seduz. Vivo para ela. Quando leio um poeta que só é capaz de provocar essas emoções correntes, como saudade, melancolia ou tristeza, essa coisa não me interessa. Ora, se tenho minhas emoções, para que vou buscar emoções semelhantes numa outra coisa?".
Quando o senhor se auto-intitula um "poeta artificial", o senhor se refere ao trabalho quase artesanal que tem com a poesia?
João Cabral: "Não apenas. Os assuntos que uso na poesia são "tirados pelos cabelos", como se diz. Fiz um poema sobre o ato de catar feijão. Você não imagina Alfonso de Guimarães, o pai, grande simbolista, fazendo um poema sobre o ato de catar feijão..."
O resultado poético do trabalho do senhor é obviamente sofisticado, sob o ponto de vista intelectual. Isso contradiz a intenção de fazer uma coisa simples? A que é que o senhor atribui esta defasagem entre a intenção de fazer uma coisa simples e o resultado - que é indiscutivelmente sofisticado?
João Cabral: "A coisa simples que quero não é fazer uma coisa boboca. O simples que almejo é chegar a uma forma que os outros entendam. Consigo raramente. e difícil traduzir as coisas de que falo de uma maneira acessível a todo mundo. Minha luta é esta: tentar botar uma coisa mais complexa numa linguagem mais simples possível. Confesso que geralmente eu fracasso".
"Minha luta é tentar botar coisas complexas numa linguagem simples.
Geralmente, fracasso"
Além de dizer que é um poeta artificial, o senhor também se considera um poeta não espontâneo. Acontece que estes dois conceitos se chocam de novo com o conceito generalizado de que a poesia é algo não artificial e espontâneo...
João Cabral: "Exatamente. Valerie dizia que tudo que vinha a ele espontaneamente era eco de outra pessoa! Ele só acreditava numa coisa que ele fizesse com rigor intelectual, porque durante este trabalho rigoroso ele eliminava tudo o que, nele, era dos outros. O homem acha, em geral, que tudo o que se faz artificialmente é falso e não diz nada dele. Vejo exatamente o contrário: o que você faz espontaneamente é eco de alguma coisa que você leu, ouviu ou percebeu de qualquer maneira".
A popularidade - é o que o senhor diz - pode prejudicar o poeta. A popularidade prejudicou Carlos Drummond de Andrade, Vinícius de Moraes e Manuel Bandeira?
João Cabral: "Não. Vinícius, no fim da vida, dedicou-se inteiramente à poesia popular, à música popular. Agora, Manuel Bandeira e Carlos Drummond são sujeitos de tal integridade que não foram corrompidos pela popularidade. Nem todo mundo tem integridade para resistir. Em geral, o sujeito acha bom e barateia a produção para ser agradável. Baixa o nível para ser agradável..."
O poema que é tido como marca registrada do João Cabral de Melo Neto é o 'Morte e Vida Severina'. E é justamente este que o senhor chama de "poema fracassado". Por que um julgamento tão cruel?
João Cabral: "Nunca chamei de fracassado. "Morte e Vida Severina" foi um poema que escrevi: não trabalhei. Eu escrevi a pedido de Maria Clara Machado e não trabalhei como trabalho em outras coisas minhas. Eu sinto que é um poema que não me satisfaz. Mas foi um poema bem levado para o teatro e a televisão. Ficou popular. Mas sinto: é um poema que não trabalhei, porque eu tinha um prazo para escrevê-lo".
O 'Morte e Vida Severina' é considerado uma obra-prima. O senhor, então, não assina embaixo desse julgamento...
João Cabral: "Não! Dentro de minhas coisas, acho "Morte e Vida Severina" a menos realizada. E a mais escrita na perna...
É frustrante saber que os Severinos e as Severinas da vida real não vão ler o 'Morte e Vida Severina'?
João Cabral: "Quando escrevi "Morte e Vida Severina", tinha a impressão de que seria uma coisa tão popular quanto os romances do Nordeste, os romances de cordel. Quando o livro saiu, vi que quem me elogiava eram os intelectuais. Eu lembro do entusiasmo de Vinícius de Moraes. Eu disse: "Vinícius, não escrevi para você! Para você, escrevi outras
coisas!". Eu tinha a impressão de que estava escrevendo aquele poema para o povo. Quase me danei...".
A condição de intelectual e poeta num país como este - em que a grande maioria da população não tem acesso à produção intelectual - é frustrante?
João Cabral: "Pelo meu temperamento, nunca gostaria de ser um escritor popularíssimo. O fato de não ser popular me dá tranqüilidade. Não vivo de escrita. Se vivesse de escrever, gostaria de ser popular, porque os direitos autorais seriam grandes. Mas, como não vivo de escrever, a falta de popularidade não me frustra. Ao contrário".
Um intelectual deve falar em nome do povo?
João Cabral: "O que é que você quer dizer?"
O senhor acha que o intelectual deve ser porta-voz dos anseios populares?
João Cabral: "Se ele está identificado com os anseios populares e se ele acha que é capaz de expressar os anseios populares, claro. Mas é preciso que ele esteja identificado com os anseios populares - e não com o programa de um partido político - que dura dois anos! Eis o negócio. Você fala em povo. Mas o que é povo? O que é o povo brasileiro? O que é o povo de qualquer país? É uma quantidade enorme de pessoas, com interesses contraditórios. Como falar em nome do povo? Você fala em nome de uma classe, em nome de uma idéia - que pode estar no povo".
Quando o senhor estava em Barcelona, leu numa revista que a expectativa de vida no Recife era menor do que na Índia e se sentiu profundamente chocado. Depois, o senhor disse que deveria escrever algo denunciando...
João Cabral: "Eu escrevi "Cão Sem Plumas", já disposto a não escrever mais nada na minha vida".
O senhor acha, então, que o poeta deve reagir a estas agressões da realidade?
João Cabral: "Não sei se deve reagir. Eu reagi. Agora, se todo mundo é capaz de reagir ou se todo mundo deve reagir, é um problema que deixo a cada um".
Paul Eluard dizia que a função do artista é "dar a ver". Qual é a diferença entre o "dar a ver" e a denúncia?
João Cabral: "Eluard chamou de "Dar a Ver" um livro de poemas que ele fez sobre os pintores. Quando digo "dar a ver" é porque a minha poesia, em primeiro lugar, é mais visual do que musical. Em segundo lugar, digo "dar a ver" porque o poeta deve mostrar realidades sem tomar partido. Você mostra a realidade. Cada pessoa que veja como quiser. Depois de "Morte e Vida Severina", eu não botei no fim algo como "Façam assim!". Não apresentei solução, porque esta não é função do artista. A função do artista é expressar a realidade. Os administradores, os políticos, quem seja, que resolvam o que há de injustiça nessa realidade. Não é obrigação do artista".
O Brasil, hoje, como país, satisfaz o senhor? O país melhorou?
João Cabral: "Durante o ano de 1986 foram tomadas boas medidas. Tenho esperanças nelas. O negócio é que o mundo é complicado. Você pergunta a um francês... Ele votou no Partido Socialista na eleição de François Miterrand e imaginou que a França fosse melhorar. Depois, os socialistas perderam a maioria no Congresso. Isso não é uma coisa permanente. O Brasil está numa boa fase. Acredito que os políticos, os administradores estão querendo resolver certos problemas. Não quer dizer, no entanto, que daqui até o fim do mundo o Brasil tenha resolvido os seus problemas. Em primeiro lugar, porque estes homens podem mudar mas, depois, pode vir uma orientação diferente".
O senhor tem aversão total à música; só conhece de ouvido o Hino Nacional e o Hino de Pernambuco. De onde é que vem, afinal, esta aversão à música? Qual é a lembrança mais remota que o senhor tem desse horror à música?
João Cabral: "Não tenho nenhum ouvido musical. Você pode tocar uma música conhecidíssima. Eu não distinguirei uma da outra! O que lembro é que, desde menino, eu era o filho desentoado. Já no coro do Colégio Marista, mandavam que eu fingisse que estava cantando, mas não cantasse, porque saía tudo desentoado.
Você pode não ter ouvido musical, não saber cantar e, no entanto, gostar de música, a chamada música clássica.
Mas vou dizer uma coisa que aconteceu comigo. Tive minha infância e adolescência no Colégio Marista. Nós éramos obrigados a uma missa semanal. Era uma missa cantada. Nós éramos obrigados a ir diversos dias à Igreja, para ouvir canto sacro. O que estragou um possível gosto meu pela música foi a música religiosa que me era imposta, quando eu era menino e adolescente. A música significava, para mim, tédio. Eu ficava naquele banco de colégio ouvindo aquela música de órgão, aqueles sujeitos cantando... E era incapaz de me concentrar naquilo. Ficava pensando em outra coisa. A música religiosa extinguiu em mim qualquer possível futuro em música".
Depois desse trauma de infância, o senhor, então, não conseguiu ter interesse em música...
João Cabral: "Isso estragou até a minha capacidade de atenção. Se há uma coisa que me dá sofrimento é um concerto. De vez em quando, sou obrigado a ouvir um. Ir a um concerto é um inferno para mim. Você pode dizer o seguinte: "Eu estou impondo a este infeliz duas horas de sofrimento"... E essa coisa estragou minha capacidade de atenção auditiva. Quando estou conversando, sigo o que a pessoa diz. Mas essa coisa de rezar tantas vezes por dia e a música no colégio estragaram a minha capacidade de ter atenção para uma coisa que me entra pelo ouvido. Outro sofrimento é ir a uma conferência e ouvir um discurso. Sou incapaz de compreender. Fico pensando noutras coisas e não no que o conferencista diz. De repente, volto para o que ele está dizendo; sou até capaz de entender uma ou duas frases, mas minha atenção se perde outra vez. Fico como uma pessoa que está nadando debaixo do mar e de vez em quando sobe para respirar. Tenho a impressão de que estragaram a minha capacidade. Quando quero entender alguma coisa, leio".
O pior de tudo é que o senhor, como cônsul e embaixador, é obrigado, por dever de ofício, a ouvir discurso...
João Cabral: "Claro! De concerto eu fujo. Mas, numa solenidade, você não pode fugir. Eu confesso: o sujeito está falando e eu pensando noutra coisa... Sou incapaz de me concentrar numa conferência ou num discurso".
Naquele tempo das rezas no Colégio Marista que idade o senhor tinha, exatamente?
João Cabral: "Dos oito aos quinze anos. Era no Recife. Primeiro, no Colégio São Luís - que é Marista também -, em Ponto Uchoa. Depois passamos para o Colégio Marista, na avenida Conde da Boa Vista, no centro da cidade".
Que relação o senhor tem com Pernambuco, hoje? A presença de Pernambuco na poesia que o senhor escreve ainda é forte. Há, no livro "Agreste", várias passagens sobre Pernambuco - e particularmente a Zona da Mata.
João Cabral: "Eu saí de Pernambuco com vinte e dois anos, na véspera de fazer vinte e três. Da primeira vez que saí de Pernambuco, passei onze anos sem ir até lá. Eu saí em 1942 e voltei em 1953. Mas nunca superei o fato de ser obrigado a viver fora de Pernambuco. Sempre dou um pulo lá, embora Pernambuco seja bem diferente do que eu conheci. O Recife, então, está inteiramente mudado. Em todo caso, volto sempre. Toda oportunidade que tenho vou por lá. A gente não pode dizer o que é que vai falar no futuro. Mas tenho a impressão de que a gente escreve sempre sobre as impressões da infância e da adolescência. Nesta época, o homem é mais sensível. Grava mais as coisas. Então, forçosamente, nunca poderei me livrar dessa impressão de Pernambuco sobre mim. Imagino que ela continuará".
Onde é que o João Cabral poeta estará no futuro? O senhor deve abandonar a carreira de diplomata em 1990...
João Cabral: "Com a nova lei, tenho a impressão de que já devo me aposentar em 1987. Não creio que vá viver em Pernambuco. Gostaria, mas acontece que - dos meus cinco fIlhos - quatro moram no Rio e uma filha em Honduras. Quando me aposentar, irei morar em Petrópolis, porque estarei perto deles e ao mesmo tempo não estarei no Rio. É uma cidade que não me agrada nada. Nunca me agradou".
O que é que assusta o senhor no Rio de Janeiro?
João Cabral: "As distâncias, o movimento, o tráfego e o calor. É aquele calor desagradável... O calor aqui no Rio é abafado. O de Pernambuco é um calor ao ar livre. Até há um poema de Manuel Bandeira: "Vamos viver de brisa”. Faz calor no Nordeste, mas lá existe brisa. O calor do Rio é um calor sem brisa".
O senhor acha que, quando se aposentar e se dedicar somente à poesia e à literatura, essa relação acidentada que o senhor tem com o ato de escrever vai ser, afinal, pacificada?
João Cabral: "Eu estou com sessenta e seis anos. Escrever poesia me é difícil. Não sei se, nessa idade, ainda terei coragem de enfrentar o trabalho de um novo livro de poemas. Imagino, em minha aposentadoria, ter uma casa agradável em Petrópolis. Eu me imagino lá fazendo aquilo que gosto de fazer: não sair de casa. Detesto sair de casa. Em segundo lugar, ler. Neste negócio, sou caseiro. É um traço que, talvez, eu tenha puxado de minha mãe. Quase não vi minha mãe sair de casa. Ela ficava meses e meses e meses sem sair de casa. Não visitava nem os filhos. Os filhos é que iam visitá-Ia, porque ela não gostava de sair de casa. Eu sempre fui de ficar em casa. Com a idade, este traço vem se agravando cada vez mais".
O fato de levar uma vida mais descansada, sem compromissos sociais, vai acalmar esta relação do senhor com o ato de escrever - que é algo torturante...?
João Cabral: "Não. Eu escrevo com dificuldade. Mas, a mim, não me irrita só escrever com dificuldade. Se, um dia, eu escrever com facilidade deixarei de escrever de vez. A facilidade não leva a nada. Você vê, por exemplo, em matéria de futebol. A seleção brasileira jogou mal mas jogou melhor contra a Espanha. Por quê? Porque tinha um adversário forte pela frente. E estava acostumada a jogar com juvenis, contra os juvenis. Em jogos fáceis, a seleção não se revelava. A seleção, então, começou a jogar direito (N: João Cabral se refere ao jogo Brasil 1 x 0 Espanha, na Copa do México). A facilidade não conduz ninguém a nada. Ainda que, de repente, baixar o Espírito Santo e eu começar a escrever com facilidade, espero ter a coragem de deixar".
O senhor seria capaz de escrever uma coluna diária num jornal?
João Cabral: Acredito que não. Para mim, seria difícil. É uma atividade que não me seduz. Para mim, seria difícil escrever uma crônica diária. Não me seduz.
É como escrever carta. Quem escreve uma crônica acaba falando de si".
Nesses quarenta anos de vida diplomática, o senhor conheceu centenas de grandes personalidades da área intelectual e política. Qual foi a que mais marcou o senhor?
João Cabral: "Miró me impressionou enormemente. Eu o conheci da primeira vez que estive em Barcelona. Quando fui embaixador no Senegal, o presidente Senghor me impressionou enormemente, porque é um homem extraordinário".
Como ex-jogador de futebol, o senhor acha que o futebol faz bem à saúde mental do povo brasileiro?
João Cabral: "Ah, eu gosto de futebol! Mas, agora, como não vivo no Brasil, não vou a futebol. A grande vantagem do futebol brasileiro é que é o único futebol que você assiste sem estar interessado na vitória de um clube. Você assiste porque é um espetáculo bonito. Com futebol europeu não acontece. Você não vê uma jogada maliciosa, não vê um gesto harmônico, não vê elegância. Só aquela correria. E correria não me interessa. Só consigo me interessar pelo futebol brasileiro.
Há os que gostam de ver futebol porque gostam de ver o time predileto ganhar. Mas acontece que meu clube é o América. Ganha tão pouco... Então, gosto de futebol não para ganhar. Gosto pelo espetáculo. Eu era América no Recife. Quando voltei para o Rio, era normal que fosse América também. Joguei um campeonato pelo América, no Recife. O Santa Cruz tinha chegado ao fim do campeonato empatado com o Torre, um clube que nem existe mais. O Santa Cruz não tinha center-half. Então, descobriram que a minha mãe era fanática pelo Santa Cruz, embora nunca tenha ido a um jogo de futebol. A diretoria do Santa Cruz, então, foi pedir à minha mãe que me fizesse jogar pelo Santa Cruz. Joguei. Disputei o campeonato com o Torre e fui campeão juvenil pelo Santa Cruz, em 1935".
Daí é que surgiu a famosa dor de cabeça que o acompanhou durante décadas?
João Cabral: "Não. Minha dor de cabeça começou quando eu tinha dezesseis anos e foi uma das coisas que me fez largar o futebol. Naquele tempo, eu não podia correr, porque vinha a dor de cabeça...".
Já passou?
João Cabral: "Não. Hoje, talvez esteja um pouco melhor. Com a idade, talvez ela doa menos. Mas ainda sou obrigado a tomar remédios..."
Quantas aspirinas o senhor toma por dia?
João Cabral: "Não posso mais tomar aspirina. Depois dessa hemorragia gástrica que tive, em novembro de 85, os médicos me proibiram de tomar aspirina. Agora, tomo outros calmantes".
Que informação o senhor tem sobre a poesia que se faz hoje no Brasil?
João Cabral: "Não conheço bem a poesia brasileira posterior a mim. Só conheço os livros dos poetas que me mandam livro. Poucos são os que me mandam. Lá fora, não encontro estes livros para comprar. É difícil, para um escritor, julgar o pessoal que vem depois. Um sujeito pode julgar bem os anteriores a ele. Mas julgar uma geração mais nova é difícil, porque essa geração vem com uma experiência que o mais velho já não tem. Eles
escrevem sobre as experiências que eles têm e eu não tenho. Não vivo aquelas coisas. Sou de uma outra geração. Minha sensibilidade estava mais aguda em determinadas fases de minha vida.
O Brasil de minha mocidade não é o Brasil da mocidade desse pessoal. A vida que eu levava como jovem não é a vida que eles levam. Eu seria injusto se julgasse, porque eles falam de uma experiência e de uma visão de vida que não são as minhas. Em geral, não gosto de julgar os autores mais jovens do que eu. Viveram num tempo que não vivi, foram jovens num tempo em que eu já não era jovem e levam um tipo de vida que não é a que eu levei".
Desses poetas posteriores ao senhor, a poesia de um Afonso Romano de Santana, por exemplo, lhe agrada?
João Cabral: "Conheço. É um poeta interessante. Afonso Romano é um desses sujeitos que escrevem poesia sabendo que é poesia. Não escreve poesia de oitiva. É um homem culto, um professor. A.gente vê que ele leu um bocado. A poesia que ele escreve não é improvisação nem uma coisa gratuita. Não é o resultado de bossa. É o fruto de uma consciência intelectual".
Geneton Moraes Neto
O QUE DEVERÍAMOS SABER DE LULA (AGORA É TARDE)
José Nêumanne Pinto relata um episódio em seu livro, “O que sei de Lula”, que mostra da maneira mais clara possível o caráter amoral inato do apedeuta em questão, em um trecho muito bem destacado por Reinaldo Azevedo.
O trecho fala que Lula, o metalúrgico, trabalhava num torno no turno da noite e, de dia, na mesma máquina, outro trabalhador realizava trabalho idêntico, o Zé Lagarto.
O próprio Lula revelou que enquanto Zé Lagarto fazia 80 anéis de ferro fundido durante o dia, ele mesmo não conseguia fazer 30, menos da metade, no turno da noite.
Escolado na estratégia (nem sempre bem-sucedida) de pedir aumento de salário comparando sua produtividade com a de colegas mais velhos e mais lerdos, ele teve de mudar a tática e apelar para a solidariedade de classe, que não exercera antes.
Para evitar a comparação desfavorável com o parceiro rápido e produtivo, argumentou pacientemente a Zé que a ultrapassagem da cota média normal da produção de rotina só acrescentava ganho ao lucro do patrão, sem produzir benefícios para o seu próprio salário. O interessante a observar é que ele reconhecia desde então que esse apelo à solidariedade do parceiro era motivado por mesquinho interesse próprio, o mesmo que o fazia expor a baixa produtividade de colegas que ganhavam mais para aumentar sua paga.
É provável que Zé Lagarto tenha caído na sua conversa, afinal, ele não terá sido o único: milhões caíram.
Reinaldo ainda lembra que Lula trabalhou “no chão da fábrica”, pela última vez, em 1969. Tornou-se dirigente sindical aos 24 anos e nunca mais pegou no pesado. Como exige a legislação, ganhou estabilidade e passou a receber o salário para atuar no sindicato.
Quando se tornou dirigente partidário, passou a ser financiado pelo PT. Aos 66 anos, o “símbolo” dos trabalhadores brasileiros não precisa se preocupar com o próprio sustento há 42 anos!
Ah, sim: ele também recebe há anos algo em torno de R$ 5 mil mensais como homem “perseguido pela ditadura”…
Por Ricardo Froes
PARA DESCONTRAIR, UM VÍDEO. NÃO SE ESQUEÇA DE SORRIR. VOCÊ ESTÁ SENDO FILMADO...
DECÊNCIA NO BRASIL ? JAMAIS /
Desde julho, o ex-ministro da Justiça, Marcio Thomaz Bastos, é formalmente advogado do diretor do Banco Rural José Roberto Salgado, um dos 36 réus do mensalão.
Não é a única ligacão dele com o processo. Thomaz Bastos também é testemunha de defesa do petista José Dirceu, acusado pelo Ministério Público Federal de comandar a “sofisticada organização criminosa” que comprava apoio parlamentar para o governo Lula.
Pois bem, esse mesmo ex-ministro vem assessorando Dilma na definição do substituto da ministra Ellen Gracie no Supremo Tribunal Federal que, completando o plenário da Corte, entre outras coisas, será um dos que vai julgar o processo do mensalão, onde Marcio tem clientes e companheiros políticos.
Com dois dos Três Poderes da República escancaradamente mancomunados contra a Moral e a Ética e com o outro poder, o Legislativo, dominado por incompetentes e bandidos que não fazem nada senão dizer amém e se vender ao Executivo, as perspectivas dos 36 bandidos do mensalão são as mais otimistas possíveis, enquanto as de termos um país regido pela decência, pela competência e pela honestidade simplesmente não existem.
Por Ricardo Froes
AS ÁGUAS MUITO PROFUNDAS
FÁBULA FABULOSA
Era um vez um anãozinho chamado Saar-nei, pescador no Riu Pir-i-Ku-Man. Lá ia ele, distraidamente remando seu barquinho, e distraidamente o barquinho encalhou num banco de areia.
Saar-Nei, pescador não muito competente, tentou sair da encrenca com movimentos desastrados dos remos - e só conseguiu se encrencar ainda mais. Desesperado, saltou do barco pra empurrá-lo, esquecido de que não sabia nadar.
E quando caiu n'água e viu que não dava pé, começou a gritar por socorro, refletindo:
"Como é que essa água desgraçada pode ser tão rasa pro barco e tão funda pro dono?"
MORAL: O meio é medíocre.
*Millôr
VOCÊ É CORRUPTO ?
E o seu nível de corrupção, como vai?
Millôr Fernandes
Dizem por ai que todo homem tem seu preço. Há quem vá mais longe afirmando que alguns homens são vendidos a preço de banana. Sempre esperei, na vida, o dia da Grande Corrupção, e confesso, decepcionado, que ele nunca veio.
A mim só me oferecem causas meritórias, oportunidades de sacrifício, salvações da Pátria ou pura e frontalmente a hedionda tarefa de lutar.. . contra a corrupção.
Enquanto eu procuro desesperadamente uma oportunidade, as pessoas e entidades agem comigo de tal forma que às vezes chego a duvidar de que a corrupção exista.
Mas, falar em corrupção, como anda a sua? Vendendo saúde ou combalida e atrofiada como a minha? Responda com muito cuidado às perguntas abaixo e depois conclua sobre sua própria personalidade: você é um corrupto total ou um idiota completo? (Não há meio-termo.)
Conte 10 pontos para cada resposta certa (você é quem decide qual é a certa) e verifique depois o grau de sua corruptibilidade.
Nota: Se você roubar neste teste, é porque sua corrupção é mesmo absolutamente incorruptível.
A) Você descobre que o chefe do seu departamento está com um caso complicado com a secretária do outro chefe em frente. Você:
1) Finge que não viu nada.
2) Diz à secretária que ou também está, nessa ou vai botar a boca no mundo.
3) Oferece o seu sítio ao chefe pra ele passar o fim de semana.
4) Bota a boca no mundo.
5) Insinua ao chefe que há a perigosa hipótese de a mulher dele vir a saber (e enquanto isso põe a promoção embaixo do nariz dele pra ele assinar).
B) Você acha que a Lei e a Ordem é uma mística social maravilhosa para:
1) Impor a lei e a ordem.
2) Acabar com a grita dos descontentes.
3) Grandes oportunidades de ganhar algum por fora.
4) Dividir o bolo entre os íntimos sem ninguém de fora piar.
C) A primeira vez em que você ouviu falar do escândalo de Watergate você disse:
1) Isso é que é país!
2) Como é que o governo americano permite uma imprensa dessas? Isso desmoraliza um país!
3) Eu não compraria um carro usado desse Nixon.
4) Isso jamais aconteceria entre nós.
5) Quanto terão levado esses caras pra se arriscarem dessa maneira?
D) Você, como representante oficial da fiscalização, comparece à apresentação de contas, em dinheiro, no Instituto dos Cegos. Fica surpreendido com o alto volume das arrecadações e em certo momento:
1) Diz : "Estou surpreendido com a miserabilidade dos donativos". E tenta enrustir algum.
2) Diz: "Como representante do fisco sou obrigado a reter 30 % de tudo porque esta arrecadação é totalmente ilegal".
3) Diz: "Teria sido até uma boa arrecadação se metade das notas não fossem falsas".
4) Disfarça bem a voz e diz, entredentes: "Todos quietinhos aí, seus Homeros de uma figa: Isto é um assalto!"
E) Você se demite do cargo de maneira irrevogável por insuportáveis pressões morais e absoluta impossibilidade de compactuar com a presente política da firma. Eles prometem triplicar o seu salário. Você:
1) Recusa, indignado, por pensarem que é tudo uma questão de dinheiro. Só ficará se eles derem também as três viagens anuais à Europa a que todos os diretores têm direito. E participação nos lucros retidos da companhia.
2) Diz que, evidentemente, isso e uma prova moral de que eles estão de acordo com você. O dinheiro, aí é definitivo como demonstração de confiança na sua gestão.
3) Pede para pensar 5 minutos antes de dar a resposta.
4) Explica que tem mulher e filhos e não pode manter um pedido de demissão feito, afinal de contas, por motivos tão irrelevantes.
F) Há uma diferença fundamental entre fraudar e evitar o imposto de renda. Quando você descobriu isso, você:
1) Ficou indignado com as possibilidades de os poderosos usarem tudo a seu favor. Como é que se pode escamotear um ordenado?
2) Começou a estudar furiosamente a legislação para descobrir todos os furos.
3) Tinha 11 anos de idade e estava terminando o curso primário.
4) Nunca mais pagou um tostão de imposto.
G) Você dá um nota de 10 pra pagar o jornal, no jornaleiro velhinho da banca da esquina, e percebe que ele lhe deu 50 como troco. Você imediatamente:
1) Corrige o erro do velhinho?
2) Reclama chateado aproveitando a gagaíce do vendedor: "Pô, eu lhe dei uma nota de 100?"
3) Chega em casa e manda todos os seus filhos comprarem vários jornais?
4) Bota o dinheiro no bolso e fica freguês?
H) Você teve que fazer um trabalho na rua, não pôde almoçar, comeu um sanduíche. Você apresenta a conta na companhia:
1) Um sanduíche — 3 cruzeiros.
2) Almoço — 32 cruzeiros.
3) Almoço com o representante da A&F Ltda. — 79 cruzeiros.
4) Despesas gerais — 143 cruzeiros.
I) Quando o desfalque dado pelo auditor geral (8.000.000 pratas) chega a seus ouvidos você murmura:
1) "Idiota, se deixar apanhar assim".
2) "Será que eles vão descobrir também os meus 10.000?".
3) "Se ele tivesse me dado 10% eu tinha feito o negócio de maneira que ninguém nunca ia descobrir".
4) "Eu fiz bem em não entrar no negócio".
Conselho de amigo:
Quando alguém, na rua, gritar "Pega ladrão!", finge que não é com você.
Millor Fernandes
Texto extraído do livro "Todo homem é minha caça", Editorial Nórdica Ltda. — Rio de Janeiro, 1981, pág.60.
É PROIBIDO PERCEBER
Artigos - Movimento Revolucionário
A desgraça vai mais fundo. Pouco a pouco, o código de inibições fabricado por grupos de pressão vai sendo elevado à condição de único sistema moral vigente.
Será que já esqueceram? O projeto de lei que dá à corrupção o estatuto de "crime hediondo" não teve origem inocente, nem sequer decente: foi enviado à Câmara em 2009 por aquele mesmo indivíduo que, acusado de inventor e gestor do maior esquema de corrupção que já se viu neste País, apostou na lentidão da Justiça como garantia de sua eterna e tranquilíssima impunidade.
Nada mais típico da mentalidade criminosa que a afetação de honestidade exagerada, hiperbólica, histriônica.
Encobrindo com uma máscara de severidade o sorrisinho cínico que lhe vai por dentro, o capomafioso não se satisfaz com ostentar a idoneidade média do cidadão comum. Não. Ele tem de ser o mais honesto, o mais puro, o modelo supremo das virtudes cívicas e, no fim das contas, o caçador de meliantes, a garantia viva da lei e da ordem.
Confiante, como sempre, na eficácia da sua performance, o indivíduo permitia-se até blefar discretamente, sabendo que, no ambiente de culto reverencial montado em torno da sua pessoa, ninguém se permitiria perceber que ele falava de si mesmo: "corrupto é o que mais denuncia, porque acha que não será pego."
Isso era, de fato, mais que o resumo sintético de trinta anos de luta de um partido que galgou os degraus do poder escalando pilhas de cadáveres políticos embalsamados em acusações de corrupção. Era a definição do que aquele homem estava fazendo naquele mesmo momento. Mas quem, neste País, ainda é capaz de comparar a fala com a situação e distinguir entre a sinceridade e o fingimento?
Li outro dia um estudo sobre os males do botox, que, travando o jogo natural dos músculos da face, destroi a expressão emocional espontânea e confunde a leitura imediata de sinais em que se baseia toda a convivência humana. Mais que o botox, porém, têm esse efeito as imposições legais e morais de um Estado psicologicamente prepotente e invasivo, que em nome dos direitos humanos extingue o direito às reações naturais.
Se por lei é proibido distinguir, na fala e no tratamento, entre uma mulher e um homem vestido de mulher, ou entre a voz feminina e a sua imitação masculina, se a simples associação da cor preta com o temor da noite é alusão racista, se o simples fato de designar uma espécie animal pelo seu exemplar masculino é um ato de opressão machista, todas as demais distinções espontâneas, naturais, autoevidentes, arraigadas no fundo do subconsciente humano pela natureza das coisas e por uma experiência arquimilenar, tornam-se automaticamente suspeitas e devem ser refreadas até prova suficiente de que não infringem nenhum código, não ofendem nenhum grupo de interesses, não magoam nenhuma suscetibilidade protegida pelo Estado.
Quantas mais condutas pessoais são regradas pela burocracia legiferante, mais complexa e dificultosa se torna a percepção humana, até que todas as intuições instantâneas se vejam paralisadas por uma escrupulosidade mórbida e estupidificante, e o temor das convenções arbitrárias suprima, junto com as reações espontâneas, todo sentimento moral genuíno.
Não é de espantar que, nessa atmosfera de inibição geral das consciências, a encenação de combate moralista por um corrupto notório não desperte nem mesmo o riso, e que a proposta cínica com que ele encobre seus próprios crimes seja levada literalmente a sério no instante mesmo em que ele, brincando com a plateia como gato com rato, se permite mostrar sua face de denunciante hipócrita sem o menor temor de que alguém venha a comparar suas palavras com seus atos.
A desgraça vai mais fundo. Pouco a pouco, o código de inibições fabricado por grupos de pressão vai sendo elevado à condição de único sistema moral vigente, e ninguém parece se dar conta de que o nível de corrupção tem algo a ver com a moralidade comum.
À medida que as consciências se entorpecem, as aspirações morais perdem toda ligação com a realidade e se enrijecem num ritual mecânico de poses e caretas sem sentido.
Todos parecem imaginar que, num ambiente de degradação geral onde cinquenta mil homicídios anuais são aceitos como uma banalidade indigna de discussão, é possível preservar intacto e imune um único bem – o dinheiro público –, isolado e protegido de todos os pecados.
Num Estado para o qual as fantasias sexuais são mais santas, mais dignas de proteção do que os direitos da consciência religiosa e os princípios da moral popular, todo combate oficial à corrupção nunca pode passar de uma farsa – esta sim – hedionda.
Olavo de Carvalho, 19 Setembro 2011
NA ONU, "PRESIDENTA" ELOGIA SEUS PROGRAMAS DE SAÚDE
AQUI : "Ela morreu em 15 dias, de septicemia."
Faz 26 anos que o Brasil criou a 1ª Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), ligada ao Ministério da Saúde.
Passados quase 30 anos, o país ainda não tem dados sobre quantas pessoas morrem anualmente por conta dessas infecções ou o índice de infecção que seria, por exemplo, aceitável na UTI, no berçário ou para doentes que estejam com pneumonia.
No entanto, informações retiradas de estudos realizados por todo o país pela Associação Nacional de Biossegurança (Anbio) trazem números alarmantes: em média, 80% dos hospitais não fazem o controle adequado, o índice de infecção hospitalar varia entre 14% e 19%, podendo chegar, dependendo da unidade, a 88,3%, e cem mil pessoas morrem por ano por conta das infecções.
A Organização Mundial da Saúde (OMS), por sua vez, estima que as infecções hospitalares atinjam 14% dos pacientes internados no país.
- Os números que temos são estimativas. E, sem números, não sabemos quantos morrem por infecção ou por outros fatores. No que se refere às comissões, cada hospital tem a sua, e a grande maioria funciona burocraticamente.
Então, o índice de infecção hospitalar depende da unidade onde o paciente estiver - diz Edmundo Machado Ferraz, fundador e presidente da comissão de controle de infecção hospitalar do Hospital das Clínicas da UFPE e consultor da OMS. - Esse problema só se resolve com transparência.
É preciso saber o que acontece nas unidades, com processos controlados por protocolos. Não pode ter segredo. Tem que saber se o profissional se esqueceu de lavar as mãos corretamente, se o paciente fez uso inadequado de antibiótico.
Presidente da Associação Nacional de Biossegurança (Anbio), Leila dos Santos Macedo diz que "o risco não pode ser eliminado nunca, mas é possível bloqueá-lo para que chegue perto de zero":
- O paciente internado está suscetível. E infelizmente o cumprimento das normas de higiene é aquém do esperado. A gente vê profissionais de jaleco no refeitório, e aí eles levam agentes de risco para fora e trazem outros para o hospital.
Outros não lavam as mãos corretamente ou não usam máscaras.
Em muitas unidades, a troca de filtro do ar-condicionado não é feita frequentemente ou existe alta rotatividade dos profissionais de limpeza, e aí o pano de chão é usado em mais de uma enfermaria.
O país tem mais de sete mil hospitais e eu diria que 1% tem um programa de biossegurança rotineiro.
Superlotação facilita contaminação
Um levantamento feito pelo Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp), a pedido do Ministério Público Estadual de SP, em 2009, mostrou a necessidade de os programas serem mais seguros:
em mais de 90% das unidades, o controle da infecção hospitalar era deficiente.
Foram visitadas, ao todo, 158 instituições, na capital e no interior do estado. Dessas, 65 eram públicas e 93, privadas.
De acordo com o estudo, 92,4% dos programas deixaram de atender a pelo menos um dos itens verificados, e 82% das comissões de controle não funcionavam adequadamente em pelo menos um dos itens analisados.
Além disso, o Cremesp constatou que 28,1% das unidades não tinham "de forma adequada o conjunto para lavagem das mãos nas áreas críticas".
- É revoltante. Os dados mostram que no Brasil muita gente morre de problemas evitáveis. As comissões foram implementadas, mas não funcionam corretamente. Auditorias regulares nos hospitais podiam contribuir.
E o governo devia obrigar as unidades a criarem taxas máximas para infecções, por exemplo, nos berçários, em unidades de terapia intensiva e nos centros cirúrgicos, e para infecções urinárias e respiratórias.
Hoje, a pessoa morre por estar no hospital. Em casa, não pegaria bactérias adversas - diz Ferraz.
É a sensação que X. tem depois de ter levado uma parente, de 41 anos, para ser internada no Hospital Municipal Souza Aguiar, no Rio:
- Ela ficou num ambiente infecto. A emergência parecia um depósito de gente e fedia a xixi. No primeiro dia, estava numa maca de metal, sem roupa de cama. De lá, foi para uma enfermaria com três leitos.
No dia da visita, nós a encontramos suja. Estava com diarreia, e a enfermeira disse que já a tinha limpado três vezes. Ao lado, as outras pacientes comiam. Nenhuma higiene.
Ela implorava para ir embora.
A gente leva para o hospital para tentar aliviar o sofrimento, e fica arrasada com essas cenas. Ela morreu em 15 dias, de septicemia.
- Com superlotação, o risco de infecção hospitalar é maior. Quando se deixa macas umas ao lado das outras, por mais que haja vigilância, não se consegue controlar isso.
É quase impossível manter o paciente numa situação adequada se ele está amontoado. Começam a surgir bactérias mais resistentes - diz Julio Noronha, chefe da emergência do Hospital Geral de Bonsucesso, no Rio.
Enquanto isso, em NY...
Na mesma semana em que a Câmara dos Deputados discute a questão do financiamento da Saúde e deve votar a regulamentação da Emenda 29, a presidente Dilma Rousseff falará hoje sobre programas brasileiros de sucesso no setor, durante debate promovido no âmbito das Nações Unidas (ONU).
A presidente reclamou, ainda no Brasil, semana passada, da falta de recursos para a Saúde. Dilma vai discursar na reunião sobre doenças crônicas não transmissíveis, seu primeiro compromisso oficial numa agenda pesada de cinco dias em Nova York.
Carolina Benevides O Globo
Faz 26 anos que o Brasil criou a 1ª Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), ligada ao Ministério da Saúde.
Passados quase 30 anos, o país ainda não tem dados sobre quantas pessoas morrem anualmente por conta dessas infecções ou o índice de infecção que seria, por exemplo, aceitável na UTI, no berçário ou para doentes que estejam com pneumonia.
No entanto, informações retiradas de estudos realizados por todo o país pela Associação Nacional de Biossegurança (Anbio) trazem números alarmantes: em média, 80% dos hospitais não fazem o controle adequado, o índice de infecção hospitalar varia entre 14% e 19%, podendo chegar, dependendo da unidade, a 88,3%, e cem mil pessoas morrem por ano por conta das infecções.
A Organização Mundial da Saúde (OMS), por sua vez, estima que as infecções hospitalares atinjam 14% dos pacientes internados no país.
- Os números que temos são estimativas. E, sem números, não sabemos quantos morrem por infecção ou por outros fatores. No que se refere às comissões, cada hospital tem a sua, e a grande maioria funciona burocraticamente.
Então, o índice de infecção hospitalar depende da unidade onde o paciente estiver - diz Edmundo Machado Ferraz, fundador e presidente da comissão de controle de infecção hospitalar do Hospital das Clínicas da UFPE e consultor da OMS. - Esse problema só se resolve com transparência.
É preciso saber o que acontece nas unidades, com processos controlados por protocolos. Não pode ter segredo. Tem que saber se o profissional se esqueceu de lavar as mãos corretamente, se o paciente fez uso inadequado de antibiótico.
Presidente da Associação Nacional de Biossegurança (Anbio), Leila dos Santos Macedo diz que "o risco não pode ser eliminado nunca, mas é possível bloqueá-lo para que chegue perto de zero":
- O paciente internado está suscetível. E infelizmente o cumprimento das normas de higiene é aquém do esperado. A gente vê profissionais de jaleco no refeitório, e aí eles levam agentes de risco para fora e trazem outros para o hospital.
Outros não lavam as mãos corretamente ou não usam máscaras.
Em muitas unidades, a troca de filtro do ar-condicionado não é feita frequentemente ou existe alta rotatividade dos profissionais de limpeza, e aí o pano de chão é usado em mais de uma enfermaria.
O país tem mais de sete mil hospitais e eu diria que 1% tem um programa de biossegurança rotineiro.
Superlotação facilita contaminação
Um levantamento feito pelo Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp), a pedido do Ministério Público Estadual de SP, em 2009, mostrou a necessidade de os programas serem mais seguros:
em mais de 90% das unidades, o controle da infecção hospitalar era deficiente.
Foram visitadas, ao todo, 158 instituições, na capital e no interior do estado. Dessas, 65 eram públicas e 93, privadas.
De acordo com o estudo, 92,4% dos programas deixaram de atender a pelo menos um dos itens verificados, e 82% das comissões de controle não funcionavam adequadamente em pelo menos um dos itens analisados.
Além disso, o Cremesp constatou que 28,1% das unidades não tinham "de forma adequada o conjunto para lavagem das mãos nas áreas críticas".
- É revoltante. Os dados mostram que no Brasil muita gente morre de problemas evitáveis. As comissões foram implementadas, mas não funcionam corretamente. Auditorias regulares nos hospitais podiam contribuir.
E o governo devia obrigar as unidades a criarem taxas máximas para infecções, por exemplo, nos berçários, em unidades de terapia intensiva e nos centros cirúrgicos, e para infecções urinárias e respiratórias.
Hoje, a pessoa morre por estar no hospital. Em casa, não pegaria bactérias adversas - diz Ferraz.
É a sensação que X. tem depois de ter levado uma parente, de 41 anos, para ser internada no Hospital Municipal Souza Aguiar, no Rio:
- Ela ficou num ambiente infecto. A emergência parecia um depósito de gente e fedia a xixi. No primeiro dia, estava numa maca de metal, sem roupa de cama. De lá, foi para uma enfermaria com três leitos.
No dia da visita, nós a encontramos suja. Estava com diarreia, e a enfermeira disse que já a tinha limpado três vezes. Ao lado, as outras pacientes comiam. Nenhuma higiene.
Ela implorava para ir embora.
A gente leva para o hospital para tentar aliviar o sofrimento, e fica arrasada com essas cenas. Ela morreu em 15 dias, de septicemia.
- Com superlotação, o risco de infecção hospitalar é maior. Quando se deixa macas umas ao lado das outras, por mais que haja vigilância, não se consegue controlar isso.
É quase impossível manter o paciente numa situação adequada se ele está amontoado. Começam a surgir bactérias mais resistentes - diz Julio Noronha, chefe da emergência do Hospital Geral de Bonsucesso, no Rio.
Enquanto isso, em NY...
Na mesma semana em que a Câmara dos Deputados discute a questão do financiamento da Saúde e deve votar a regulamentação da Emenda 29, a presidente Dilma Rousseff falará hoje sobre programas brasileiros de sucesso no setor, durante debate promovido no âmbito das Nações Unidas (ONU).
A presidente reclamou, ainda no Brasil, semana passada, da falta de recursos para a Saúde. Dilma vai discursar na reunião sobre doenças crônicas não transmissíveis, seu primeiro compromisso oficial numa agenda pesada de cinco dias em Nova York.
Carolina Benevides O Globo
CHINA: FUTURO NEGRO PARA O OCIDENTE
Lamentavelmente, o mundo idolatra e lambe as botas desses amarelos escravagistas...
Há 200 anos Napoleão Bonnaparte fez uma profecia - que está começando se realizar - ao dizer: "Deixem a China dormir porque, quando ela acordar, o mundo vai estremecer".
A China do Futuro e o Futuro é Hoje... A verdade é que agora, tudo o que compramos é Made in China. Eis um aviso para o futuro! Mas quem liga para esse aviso?
Atualmente.... Ninguém! Agora é só aproveitar E APROVEITAR! E depois como será para os nossos filhos?
JÁ PENSOU COMO FICARÁ A CHINA DO FUTURO?
Alguns conhecidos voltaram da China impressionados. Um determinado produto que o Brasil fabrica em um milhão de unidades, uma só fábrica chinesa produz quarenta milhões... A qualidade já é equivalente. E a velocidade de reação é impressionante. Os chineses colocam qualquer produto no mercado em questão de semanas... Com preços que são uma fração dos praticados aqui.
Uma das fábricas está de mudança para o interior, pois os salários da região onde está instalada estão altos demais: 100 dólares.
Um operário brasileiro equivalente ganha 300 dólares no mínimo que acrescidos de impostos e benefícios representam quase 600 dólares.
Quando comparados com os 100 dólares dos chineses, que recebem praticamente zero benefícios estamos perante uma escravatura amarela e alimentando-a.
Horas extraordinárias? Na China? Esqueça!!! O pessoal por lá é tão agradecido por ter um emprego que trabalha horas extras sabendo que não vão receber nada por isso...
Atrás dessa "postura" está a grande armadilha chinesa. Não se trata de uma estratégia comercial, mas sim de uma estratégia " de poder" para ganhar o mercado ocidental .
Os chineses estão tirando proveito da atitude dos 'marqueteiros' ocidentais, que preferem terceirizar a produção ficando apenas com o que ela "agrega de valor": a marca.
Dificilmente você adquire atualmente nas grandes redes comerciais dos Estados Unidos da América um produto "made in USA". É tudo "made in China", com rótulo estadunidense.
As Empresas ganham rios de dinheiro comprando dos chineses por centavos e vendendo por centenas de dólares. Apenas lhes interessa o lucro imediato e a qualquer preço. Mesmo ao custo do fechamento das suas fábricas e do brutal desemprego. É o que se pode chamar de "estratégia preçonhenta".
Enquanto os ocidentais terceirizam as táticas e ganham no curto prazo, a China assimila essas táticas, cria unidades produtivas de alta performance, para dominar no longo prazo.
Enquanto as grandes potências mercadológicas que ficam com as marcas, com os designes... suas grifes, os chineses estão ficando com a produção, assistindo, estimulando e contribuindo para o desmantelamento dos já poucos parques industriais ocidentais.
Em breve, por exemplo, já não haverá mais fábricas de tênis ou de calçados pelo mundo ocidental. Só haverá na China.
Então, num futuro próximo veremos os produtos chineses aumentando os seus preços, produzindo um "choque da manufatura", como aconteceu com o choque petrolífero nos anos setenta. Aí já será tarde demais. Então o mundo perceberá que reerguer as suas fábricas terá um custo proibitivo e irá render-se ao poderio chinês.
Perceberá que alimentou um enorme dragão e acabou refém do mesmo. Dragão este que aumentará gradativamente seus preços, já que será ele quem ditará as novas leis de mercado, pois será quem manda, terá omonopólio da produção.
Sendo ela e apenas ela quem possuirá as fábricas, inventários e empregos é quem vai regular os mercados e não os "preçonhentos".
Iremos, nós e os nossos filhos, netos assistir a uma inversão das regras do jogo atual que terão nas economias ocidentais o impacto de uma bomba atômica chinesa. Nessa altura em que o mundo ocidental acordar será muito tarde.
Nesse dia, os executivos "preçonhentos" olharão tristemente para os esqueletos das suas antigas fábricas, para os técnicos aposentados jogando boliche no clube da esquina e chorarão sobre as sucatas dos seus parques fabris desmontados.
E então lembrarão, com muitas saudades, do tempo em que ganharam dinheiro comprando "balatinho dos esclavos" chineses, vendendo caro suas "marcas-grifes" aos seus conterrâneos.
E então, entristecidos, abrirão suas "marmitas" e almoçarão as suas marcas que já deixaram de ser moda e, por isso, deixaram de ser poderosas pois foram todas copiadas...
REFLITAM E COMECEM A COMPRAR - JÁ - OS PRODUTOS DE FABRICAÇÃO NACIONAL, FOMENTANDO O EMPREGO EM SEU PAÍS, PELA SOBREVIVÊNCIA DO SEU AMIGO, DO SEU VIZINHO E ATÉ MESMO DA SUA PRÓPRIA E DE SEUS DESCENDENTES.
*Por Luciano Pires - diretor de marketing da Dana e profissional de comunicação.
Há 200 anos Napoleão Bonnaparte fez uma profecia - que está começando se realizar - ao dizer: "Deixem a China dormir porque, quando ela acordar, o mundo vai estremecer".
A China do Futuro e o Futuro é Hoje... A verdade é que agora, tudo o que compramos é Made in China. Eis um aviso para o futuro! Mas quem liga para esse aviso?
Atualmente.... Ninguém! Agora é só aproveitar E APROVEITAR! E depois como será para os nossos filhos?
JÁ PENSOU COMO FICARÁ A CHINA DO FUTURO?
Alguns conhecidos voltaram da China impressionados. Um determinado produto que o Brasil fabrica em um milhão de unidades, uma só fábrica chinesa produz quarenta milhões... A qualidade já é equivalente. E a velocidade de reação é impressionante. Os chineses colocam qualquer produto no mercado em questão de semanas... Com preços que são uma fração dos praticados aqui.
Uma das fábricas está de mudança para o interior, pois os salários da região onde está instalada estão altos demais: 100 dólares.
Um operário brasileiro equivalente ganha 300 dólares no mínimo que acrescidos de impostos e benefícios representam quase 600 dólares.
Quando comparados com os 100 dólares dos chineses, que recebem praticamente zero benefícios estamos perante uma escravatura amarela e alimentando-a.
Horas extraordinárias? Na China? Esqueça!!! O pessoal por lá é tão agradecido por ter um emprego que trabalha horas extras sabendo que não vão receber nada por isso...
Atrás dessa "postura" está a grande armadilha chinesa. Não se trata de uma estratégia comercial, mas sim de uma estratégia " de poder" para ganhar o mercado ocidental .
Os chineses estão tirando proveito da atitude dos 'marqueteiros' ocidentais, que preferem terceirizar a produção ficando apenas com o que ela "agrega de valor": a marca.
Dificilmente você adquire atualmente nas grandes redes comerciais dos Estados Unidos da América um produto "made in USA". É tudo "made in China", com rótulo estadunidense.
As Empresas ganham rios de dinheiro comprando dos chineses por centavos e vendendo por centenas de dólares. Apenas lhes interessa o lucro imediato e a qualquer preço. Mesmo ao custo do fechamento das suas fábricas e do brutal desemprego. É o que se pode chamar de "estratégia preçonhenta".
Enquanto os ocidentais terceirizam as táticas e ganham no curto prazo, a China assimila essas táticas, cria unidades produtivas de alta performance, para dominar no longo prazo.
Enquanto as grandes potências mercadológicas que ficam com as marcas, com os designes... suas grifes, os chineses estão ficando com a produção, assistindo, estimulando e contribuindo para o desmantelamento dos já poucos parques industriais ocidentais.
Em breve, por exemplo, já não haverá mais fábricas de tênis ou de calçados pelo mundo ocidental. Só haverá na China.
Então, num futuro próximo veremos os produtos chineses aumentando os seus preços, produzindo um "choque da manufatura", como aconteceu com o choque petrolífero nos anos setenta. Aí já será tarde demais. Então o mundo perceberá que reerguer as suas fábricas terá um custo proibitivo e irá render-se ao poderio chinês.
Perceberá que alimentou um enorme dragão e acabou refém do mesmo. Dragão este que aumentará gradativamente seus preços, já que será ele quem ditará as novas leis de mercado, pois será quem manda, terá omonopólio da produção.
Sendo ela e apenas ela quem possuirá as fábricas, inventários e empregos é quem vai regular os mercados e não os "preçonhentos".
Iremos, nós e os nossos filhos, netos assistir a uma inversão das regras do jogo atual que terão nas economias ocidentais o impacto de uma bomba atômica chinesa. Nessa altura em que o mundo ocidental acordar será muito tarde.
Nesse dia, os executivos "preçonhentos" olharão tristemente para os esqueletos das suas antigas fábricas, para os técnicos aposentados jogando boliche no clube da esquina e chorarão sobre as sucatas dos seus parques fabris desmontados.
E então lembrarão, com muitas saudades, do tempo em que ganharam dinheiro comprando "balatinho dos esclavos" chineses, vendendo caro suas "marcas-grifes" aos seus conterrâneos.
E então, entristecidos, abrirão suas "marmitas" e almoçarão as suas marcas que já deixaram de ser moda e, por isso, deixaram de ser poderosas pois foram todas copiadas...
REFLITAM E COMECEM A COMPRAR - JÁ - OS PRODUTOS DE FABRICAÇÃO NACIONAL, FOMENTANDO O EMPREGO EM SEU PAÍS, PELA SOBREVIVÊNCIA DO SEU AMIGO, DO SEU VIZINHO E ATÉ MESMO DA SUA PRÓPRIA E DE SEUS DESCENDENTES.
*Por Luciano Pires - diretor de marketing da Dana e profissional de comunicação.
ÁGUA COMO ARMA DE GUERRA
Muito além das questões religiosas, os conflitos no Oriente Médio fulcram-se na escassez de água regional.
Apesar do inconcebível silêncio a respeito do tema, o mundo sabe que são os recursos hídricos que provocam e/ou contribuem para o acirramento dos conflitos. O exemplo clássico é a invasão por Israel das colinas de Golã, na Jordânia, onde está a nascente do rio Jordão.
É sabido que israelenses, palestinos e jordanianos disputam os recursos hídricos do rio Jordão. Então, toda vez que pensarmos em invasão de terras no Oriente Médio, devemos relacioná-la com invasão de terras com água - superficial ou subterrânea.
Desde 1948, Israel prioriza projetos, inclusive bélicos, para garantir o controle de água na região. Dentre estes:
- a construção do Aqueduto Nacional (National Water Carrier);
- nos anos 60, anexou os territórios palestinos de Gaza e Cisjordânia e tomou da Síria as Colinas do Golã, para controlar os afluentes do Rio Jordão.
- em 2002, a construção do ‘Muro de Segurança’ viabilizou o controle israelense do Aquífero de Basin, um dos três maiores da Cisjordânia, que fornece 362 milhões de metros cúbicos de água por ano. Antes do muro, o Aqüífero fornecia metade da água para os assentamentos israelenses. A destruição de 996 quilômetros de tubulação de água deixou a população palestina do entorno do muro sem água para beber;
- antes de devolver (apenas simbolicamente) a Faixa de Gaza, Israel destruiu os recursos hídricos da região. A Faixa - o que foi estipulado como território palestino – conta com 1,5 milhão de habitantes para uma área de 360 km², sem água.
Por que a água nunca aparece de forma explícita nas discussões e negociações políticas da região?
A água, na região, é vendida para o consumo humano e animal. É mercadoria vital: ou se compra água do vizinho ou se morre de sede.
Imagino que não seja conveniente trazer este assunto à tona. Principalmente porque, ali, os rios ultrapassam fronteiras. A água sempre foi um bem precioso naquela região. Hoje, ela é mais preciosa do que petróleo. É questão de segurança nacional. Daí a disputa pela posse de território que possua recurso hídrico.
As regras internacionais para o uso compartilhado dessas águas, que são chamadas de transfronteiriças, não são cumpridas porque os tratados existentes não prevêem mecanismos de coação ou de coerção. Assim, os tratados que obrigam Israel a fornecer água potável aos palestinos. O Acordo de Paz de Oslo de 1993, por exemplo, estipulou que os palestinos deveriam ter mais controle e acesso à água da região. Mas tais regramentos – lex partibus - não são cumpridos.
E o Tribunal Internacional de Justiça, até hoje, condenou apenas um caso relacionado com águas internacionais.
Rio Jordão
Importante salientar que o conceito de bacia hidrográfica, segundo Ninon Machado, “é relativamente recente: data da segunda metade do século passado e a consolidação das regras ocorrem no âmbito da Internacional Law Association, em especial tratando sobre águas compartilhadas ou transfronteiriças, As famosas regras de Helsinki de 66”.
Das principais fontes de obtenção de água no Oriente Médio - as bacias dos rios Jordão, Tigre e Eufrates -, o foco principal é o rio Jordão, disputado por Israel, Líbano, Síria e Jordânia. Um rio, afetado pela seca e poluição, que supre em torno de 1/3 da água consumida por Israel, além do consumo da Jordânia, Síria, Cisjordânia e da Faixa de Gaza.
A falta de saneamento básico e o despejo de resíduos já poluiu o rio Jordão de tal modo que os rituais de batismo serão impedidos ali, conforme relatou a jornalista Jess Leber.
E, embora Israel tenha sérios problemas com recursos hídricos, tornou-se - com as sucessivas invasões -, o detentor do controle dos suprimentos de água; tanto seu como da Palestina.
O detentor da água detem o poder
Além de restringir o uso d’água, Israel luta pela expansão do seu território para obter mais acesso e controle deste recurso natural. São suas as águas superficiais: bacia do rio Jordão (incluindo o alto Jordão e seus tributários), o mar da Galileia, o rio Yarmuk e o baixo Jordão; e as águas subterrâneas formadas por 3 grandes sistemas de aquíferos: o aquífero da Montanha (totalmente sob o solo da Cisjordânia, com uma pequena porção sob o Estado de Israel), aquífero de Basin e o aquífero Costeiro que se estende por quase toda faixa litorânea israelense, até Gaza.
Não obstante, Israel possui a maior usina de dessalinização por osmose reversa do mundo, inaugurada no ano passado. A expectativa é produzir 127 milhões de metros cúbicos de água por ano, para abastecer 1/6 da população israelense.
E está investindo também na reciclagem de águas servidas e poluídas. Há também a produção artificial de chuva (com bombardeio de nuvens). Creio que cerca de 15% das chuvas no norte de Israel são produzidas desta forma.
A importação de água também é uma das práticas da região. E, isso, particularmente, me assusta ao pensar que vivemos no Brasil das águas e que eu moro sobre o Aqüifero Guarani.
Eufrates e Tigre
As nascentes do Eufrates e do Tigre – que se situam na Turquia – também são alvo de problemas hídricos com a Síria e Iraque.
A Turquia construiu várias represas, ao longo do Eufrates, Tigre e afluentes, destinadas à irrigação ou à produção de energia.
É óbvio que a Síria e o Iraque - que também são atravessados pelo Tigre e Eufrates – não concordam com essa situação. Aliás, há quase trinta anos, as águas da antiga Mesopotâmia são objeto de uma batalha diplomática entre a Turquia (que detém as fontes) e seus vizinhos, que brigam por um “tratado internacional de gestão compartilhada” para o Tigre e o Eufrates.
Em Israel, o consumo médio diário de água por pessoal é de 350 litros. A Jordânia, pouco menos do que isso. Agora, na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, o uso representa 1/10 da quantidade utilizada na Jordânia. São dados constantes do Relatório do Conselho Nacional e Pesquisa dos Estados Unidos (NRC).
O crescimento das populações locais pode agravar o problema?
Sim. Em Israel, a população que hoje é em torno de 7,7 milhões deve aumentar, até 2020, para 8,5 milhões.
A ONU, em 2009, já alertava que o crescimento da população mundial – com cerca de 80 milhões de nascimentos por ano – já exige políticas públicas para água. Esses números resultam num acréscimo anual de 64 bilhões de metros cúbicos na demanda dos recursos hídricos. E é afetado pelas mudanças dos hábitos alimentares, que também aumenta o consumo de água.. Para a produção de um quilo de carne, por exemplo, são necessários entre 800 e 4 mil litros de água.
Outra questão importante – e da qual ninguém fala – é do confinamento das pessoas. Quando Israel foi fundado em 1948, cerca de 750 mil palestinos foram expulsos de suas terras. Hoje, seus descendentes chegam a 4,5 milhões de pessoas, que sobrevivem precariamente em acampamentos de refugiados. Só na Cisjordânia e Faixa de Gaza, por exemplo, vivem mais de 2 milhões de refugiados. Não podem ocupar outros territórios devido à diáspora imposta pelo Estado de Israel.
Como a questão palestina se coloca nesse aspecto?
Em um documento apresentado na Assembléia Geral das Nações Unidas, em 2010, o observador permanente da Palestina para a ONU, Riyad H. Mansour, disse que, durante 42 anos, os territórios ocupados sofreram “todo tipo de crueldade, destruição e abuso nas mãos de Israel, a potência ocupante, que foi contra a vida, o sustento e os recursos dos palestinos”. Inclusive a violação ao direito dos palestinos de acesso à água, desde a ocupação, em 1967, quando Israel assumiu o controle de todos os recursos hídricos.
Frequentemente, surgem notícias sobre destruição e bombardeio de poços de água dos palestinos, na luta diária pela posse da água. Os israelenses bombardeiam tanques d'água, grandes ou pequenos (muitas vezes construídos nos telhados de suas casas), confiscam as bombas d’água, destroem poços... Estes, para serem abertos, precisam de autorização da administração militar de Israel. Na Cisjordânia (território palestino ocupado desde 1967), por exemplo, são raras as licenças para este tipo de exploração. Em 2003, contava com cerca de 250 fontes ilegais e a Faixa de Gaza, com mais de 2 mil).
Israel irriga 50% das terras cultivadas, mas a agricultura na Palestina exige prévia autorização. Então, furto de água das adutoras de Israel é comum naquela região.
A proposta do novo Estado palestino independente – que está na ONU e poderá ser decidida este ano – prevê, para este novo estado, menos de 20 % da área da Palestina histórica. Com isso, Israel se livrará de 3,5 milhões de palestinos. Ou seja, a Autoridade Palestina terá uma superpopulação de palestinos em um território minúsculo. E, repito, sem água.
Alerta final
Foi importante a participação de Shaddad Attili, diretor da Autoridade de Água Palestina, na Semana Mundial da Água, em Estocolmo, ocorrida em agosto de 2011. Ele confirmou o que todos já sabem: a água é usada como arma de guerra.
E Attili foi corajoso ao lançar o seguinte alerta: “Não se enganem, pois não haverá um Estado palestino viável sem que possa acessar, controlar e administrar suficientes recursos hídricos para cobrir suas necessidades internas, presentes e futuras, agrícolas e industriais”.
Para ele, os desafios dos palestinos em relação à água são os mesmos, ou similares, aos que enfrentam muitas outras nações.
Por isso, devemos dar atenção especial aos recursos hídricos brasileiros, que são abundantes. E alvo de interesses econômicos de muitos.
Para finalizar, acrescento o comentário recebido de Thiago de Oliveira Gonçalves, após a leitura do meu trabalho: “Pertinente a crítica, Ana. Caso que me chamou a atenção foi a omissão de um dos detalhes que desencadeou a invasão do Kwait pelo Iraque e a primeira Guerra do Golfo em 1991, a drenagem de recursos hídricos iraquianos pela prospecção de petróleo no Kwait. Para mais detalhes, recomendo o livro do professor Christian Guy Caubet, que já inicia advertindo que "as guerras pela água já aconteceram"! http://www.ccj.ufsc.br/christian/index_arquivos/slide0001.htm”.
E a colaboração, via mensagem eletrônica, da grande Ninon Machado: “... muito oportuna e histórica sua provocação. Lembro alguns fatos e dados para reforçá-la. A palavra Rival que vem do latim rival – rivalis. Originariamente, era aplicada aos que tomavam a água do rio, em especial os povos ribeirinhos. A raiz das palavras diz tudo!
Por outro lado, houve sempre lutas e movimentos populacionais em razão do desmatamento e portanto da falta de água. Abrahão vai para o Egito por quê? Houve poucos tratados ao longo do desenvolvimento do direito internacional, considerando o cenário até os anos 60 do século passado. Veja, por exemplo, o Congresso de Viena, onde os colonizadores dispuseram sobre os rios da África. Curiosamente, há detalhes a respeito dos exemplos dados abaixo.
Quando do 2º. Fórum Mundial da Água, os países da região do Meio Oriente, Israel, Jordânia e Palestina, que estavam em luta pelas águas (é fato), estavam lá de modo informal e reservando um acordo sobre as suas águas do Jordão.
Também houve uma apresentação mostrando que, entre Índia e Paquistão, sobre o Rio Indus, mesmo durante a guerra entre eles, a comissão de gestão do Rio nunca deixou de funcionar. Vamos entender o ser humano e os interesses..!”.
Ana Echevenguá, advogada ambientalista e jornalista, presidente do Instituto Eco&ação e da Academia Livre das Águas,
Apesar do inconcebível silêncio a respeito do tema, o mundo sabe que são os recursos hídricos que provocam e/ou contribuem para o acirramento dos conflitos. O exemplo clássico é a invasão por Israel das colinas de Golã, na Jordânia, onde está a nascente do rio Jordão.
É sabido que israelenses, palestinos e jordanianos disputam os recursos hídricos do rio Jordão. Então, toda vez que pensarmos em invasão de terras no Oriente Médio, devemos relacioná-la com invasão de terras com água - superficial ou subterrânea.
Desde 1948, Israel prioriza projetos, inclusive bélicos, para garantir o controle de água na região. Dentre estes:
- a construção do Aqueduto Nacional (National Water Carrier);
- nos anos 60, anexou os territórios palestinos de Gaza e Cisjordânia e tomou da Síria as Colinas do Golã, para controlar os afluentes do Rio Jordão.
- em 2002, a construção do ‘Muro de Segurança’ viabilizou o controle israelense do Aquífero de Basin, um dos três maiores da Cisjordânia, que fornece 362 milhões de metros cúbicos de água por ano. Antes do muro, o Aqüífero fornecia metade da água para os assentamentos israelenses. A destruição de 996 quilômetros de tubulação de água deixou a população palestina do entorno do muro sem água para beber;
- antes de devolver (apenas simbolicamente) a Faixa de Gaza, Israel destruiu os recursos hídricos da região. A Faixa - o que foi estipulado como território palestino – conta com 1,5 milhão de habitantes para uma área de 360 km², sem água.
Por que a água nunca aparece de forma explícita nas discussões e negociações políticas da região?
A água, na região, é vendida para o consumo humano e animal. É mercadoria vital: ou se compra água do vizinho ou se morre de sede.
Imagino que não seja conveniente trazer este assunto à tona. Principalmente porque, ali, os rios ultrapassam fronteiras. A água sempre foi um bem precioso naquela região. Hoje, ela é mais preciosa do que petróleo. É questão de segurança nacional. Daí a disputa pela posse de território que possua recurso hídrico.
As regras internacionais para o uso compartilhado dessas águas, que são chamadas de transfronteiriças, não são cumpridas porque os tratados existentes não prevêem mecanismos de coação ou de coerção. Assim, os tratados que obrigam Israel a fornecer água potável aos palestinos. O Acordo de Paz de Oslo de 1993, por exemplo, estipulou que os palestinos deveriam ter mais controle e acesso à água da região. Mas tais regramentos – lex partibus - não são cumpridos.
E o Tribunal Internacional de Justiça, até hoje, condenou apenas um caso relacionado com águas internacionais.
Rio Jordão
Importante salientar que o conceito de bacia hidrográfica, segundo Ninon Machado, “é relativamente recente: data da segunda metade do século passado e a consolidação das regras ocorrem no âmbito da Internacional Law Association, em especial tratando sobre águas compartilhadas ou transfronteiriças, As famosas regras de Helsinki de 66”.
Das principais fontes de obtenção de água no Oriente Médio - as bacias dos rios Jordão, Tigre e Eufrates -, o foco principal é o rio Jordão, disputado por Israel, Líbano, Síria e Jordânia. Um rio, afetado pela seca e poluição, que supre em torno de 1/3 da água consumida por Israel, além do consumo da Jordânia, Síria, Cisjordânia e da Faixa de Gaza.
A falta de saneamento básico e o despejo de resíduos já poluiu o rio Jordão de tal modo que os rituais de batismo serão impedidos ali, conforme relatou a jornalista Jess Leber.
E, embora Israel tenha sérios problemas com recursos hídricos, tornou-se - com as sucessivas invasões -, o detentor do controle dos suprimentos de água; tanto seu como da Palestina.
O detentor da água detem o poder
Além de restringir o uso d’água, Israel luta pela expansão do seu território para obter mais acesso e controle deste recurso natural. São suas as águas superficiais: bacia do rio Jordão (incluindo o alto Jordão e seus tributários), o mar da Galileia, o rio Yarmuk e o baixo Jordão; e as águas subterrâneas formadas por 3 grandes sistemas de aquíferos: o aquífero da Montanha (totalmente sob o solo da Cisjordânia, com uma pequena porção sob o Estado de Israel), aquífero de Basin e o aquífero Costeiro que se estende por quase toda faixa litorânea israelense, até Gaza.
Não obstante, Israel possui a maior usina de dessalinização por osmose reversa do mundo, inaugurada no ano passado. A expectativa é produzir 127 milhões de metros cúbicos de água por ano, para abastecer 1/6 da população israelense.
E está investindo também na reciclagem de águas servidas e poluídas. Há também a produção artificial de chuva (com bombardeio de nuvens). Creio que cerca de 15% das chuvas no norte de Israel são produzidas desta forma.
A importação de água também é uma das práticas da região. E, isso, particularmente, me assusta ao pensar que vivemos no Brasil das águas e que eu moro sobre o Aqüifero Guarani.
Eufrates e Tigre
As nascentes do Eufrates e do Tigre – que se situam na Turquia – também são alvo de problemas hídricos com a Síria e Iraque.
A Turquia construiu várias represas, ao longo do Eufrates, Tigre e afluentes, destinadas à irrigação ou à produção de energia.
É óbvio que a Síria e o Iraque - que também são atravessados pelo Tigre e Eufrates – não concordam com essa situação. Aliás, há quase trinta anos, as águas da antiga Mesopotâmia são objeto de uma batalha diplomática entre a Turquia (que detém as fontes) e seus vizinhos, que brigam por um “tratado internacional de gestão compartilhada” para o Tigre e o Eufrates.
Em Israel, o consumo médio diário de água por pessoal é de 350 litros. A Jordânia, pouco menos do que isso. Agora, na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, o uso representa 1/10 da quantidade utilizada na Jordânia. São dados constantes do Relatório do Conselho Nacional e Pesquisa dos Estados Unidos (NRC).
O crescimento das populações locais pode agravar o problema?
Sim. Em Israel, a população que hoje é em torno de 7,7 milhões deve aumentar, até 2020, para 8,5 milhões.
A ONU, em 2009, já alertava que o crescimento da população mundial – com cerca de 80 milhões de nascimentos por ano – já exige políticas públicas para água. Esses números resultam num acréscimo anual de 64 bilhões de metros cúbicos na demanda dos recursos hídricos. E é afetado pelas mudanças dos hábitos alimentares, que também aumenta o consumo de água.. Para a produção de um quilo de carne, por exemplo, são necessários entre 800 e 4 mil litros de água.
Outra questão importante – e da qual ninguém fala – é do confinamento das pessoas. Quando Israel foi fundado em 1948, cerca de 750 mil palestinos foram expulsos de suas terras. Hoje, seus descendentes chegam a 4,5 milhões de pessoas, que sobrevivem precariamente em acampamentos de refugiados. Só na Cisjordânia e Faixa de Gaza, por exemplo, vivem mais de 2 milhões de refugiados. Não podem ocupar outros territórios devido à diáspora imposta pelo Estado de Israel.
Como a questão palestina se coloca nesse aspecto?
Em um documento apresentado na Assembléia Geral das Nações Unidas, em 2010, o observador permanente da Palestina para a ONU, Riyad H. Mansour, disse que, durante 42 anos, os territórios ocupados sofreram “todo tipo de crueldade, destruição e abuso nas mãos de Israel, a potência ocupante, que foi contra a vida, o sustento e os recursos dos palestinos”. Inclusive a violação ao direito dos palestinos de acesso à água, desde a ocupação, em 1967, quando Israel assumiu o controle de todos os recursos hídricos.
Frequentemente, surgem notícias sobre destruição e bombardeio de poços de água dos palestinos, na luta diária pela posse da água. Os israelenses bombardeiam tanques d'água, grandes ou pequenos (muitas vezes construídos nos telhados de suas casas), confiscam as bombas d’água, destroem poços... Estes, para serem abertos, precisam de autorização da administração militar de Israel. Na Cisjordânia (território palestino ocupado desde 1967), por exemplo, são raras as licenças para este tipo de exploração. Em 2003, contava com cerca de 250 fontes ilegais e a Faixa de Gaza, com mais de 2 mil).
Israel irriga 50% das terras cultivadas, mas a agricultura na Palestina exige prévia autorização. Então, furto de água das adutoras de Israel é comum naquela região.
A proposta do novo Estado palestino independente – que está na ONU e poderá ser decidida este ano – prevê, para este novo estado, menos de 20 % da área da Palestina histórica. Com isso, Israel se livrará de 3,5 milhões de palestinos. Ou seja, a Autoridade Palestina terá uma superpopulação de palestinos em um território minúsculo. E, repito, sem água.
Alerta final
Foi importante a participação de Shaddad Attili, diretor da Autoridade de Água Palestina, na Semana Mundial da Água, em Estocolmo, ocorrida em agosto de 2011. Ele confirmou o que todos já sabem: a água é usada como arma de guerra.
E Attili foi corajoso ao lançar o seguinte alerta: “Não se enganem, pois não haverá um Estado palestino viável sem que possa acessar, controlar e administrar suficientes recursos hídricos para cobrir suas necessidades internas, presentes e futuras, agrícolas e industriais”.
Para ele, os desafios dos palestinos em relação à água são os mesmos, ou similares, aos que enfrentam muitas outras nações.
Por isso, devemos dar atenção especial aos recursos hídricos brasileiros, que são abundantes. E alvo de interesses econômicos de muitos.
Para finalizar, acrescento o comentário recebido de Thiago de Oliveira Gonçalves, após a leitura do meu trabalho: “Pertinente a crítica, Ana. Caso que me chamou a atenção foi a omissão de um dos detalhes que desencadeou a invasão do Kwait pelo Iraque e a primeira Guerra do Golfo em 1991, a drenagem de recursos hídricos iraquianos pela prospecção de petróleo no Kwait. Para mais detalhes, recomendo o livro do professor Christian Guy Caubet, que já inicia advertindo que "as guerras pela água já aconteceram"! http://www.ccj.ufsc.br/christian/index_arquivos/slide0001.htm”.
E a colaboração, via mensagem eletrônica, da grande Ninon Machado: “... muito oportuna e histórica sua provocação. Lembro alguns fatos e dados para reforçá-la. A palavra Rival que vem do latim rival – rivalis. Originariamente, era aplicada aos que tomavam a água do rio, em especial os povos ribeirinhos. A raiz das palavras diz tudo!
Por outro lado, houve sempre lutas e movimentos populacionais em razão do desmatamento e portanto da falta de água. Abrahão vai para o Egito por quê? Houve poucos tratados ao longo do desenvolvimento do direito internacional, considerando o cenário até os anos 60 do século passado. Veja, por exemplo, o Congresso de Viena, onde os colonizadores dispuseram sobre os rios da África. Curiosamente, há detalhes a respeito dos exemplos dados abaixo.
Quando do 2º. Fórum Mundial da Água, os países da região do Meio Oriente, Israel, Jordânia e Palestina, que estavam em luta pelas águas (é fato), estavam lá de modo informal e reservando um acordo sobre as suas águas do Jordão.
Também houve uma apresentação mostrando que, entre Índia e Paquistão, sobre o Rio Indus, mesmo durante a guerra entre eles, a comissão de gestão do Rio nunca deixou de funcionar. Vamos entender o ser humano e os interesses..!”.
Ana Echevenguá, advogada ambientalista e jornalista, presidente do Instituto Eco&ação e da Academia Livre das Águas,
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