Há dois dias escrevi aqui sobre as maluquices de dois padres — Júlio Lancelotti e um outro aí — que decidiram se opor à internação involuntária de viciados em São Paulo, embora o programa, que cumpre previsão legal, esteja cercado de todos os cuidados técnicos e garantias democráticas.
Por que os dois fazem isso? Porque têm, vamos dizer assim, ideias na cabeça que passam muito longe dos fundamentos do catolicismo e da outra Constituição que deveriam seguir: os fundamentos no Novo Testamento.
No dia 23, a Folha publicou um artigo assinado por Dom Tomás Balduino, 90 anos (se escrito por ele, isso já não sei), que é nada menos do que um libelo contra a senadora Kátia Abreu (PSD-TO).
Vamos ver. Divergir desse ou daquele é parte do jogo democrático. O ataque gratuito, saído do nada, apelando a calúnias já desmoralizada pelos fatos e pela Justiça, bem, isso é outra coisa. A senadora, presidente da Confederação Nacional da Agricultura do Brasil (CNA), não foi atacada por dom Balduino por ter feito isso ou aquilo, mas por ser quem é: líder de um setor da economia — o único da área produtiva que exibe números realmente virtuosos. E sem ter o BNDES como babá.
Dom Tomás é bispo emérito de Goiás e “conselheiro permanente da Comissão Pastoral da Terra”, de que já foi presidente. As “pastorais” são o que já chamei aqui de “herança maldita da Escatologia da Libertação”. Na sua militância, substituem os fundamentos do cristianismo — e, particularmente, do catolicismo — pela velha e boa (para os militantes) luta de classes.
Poucos setores demonizam tanto o a produção rural, por exemplo, como essa ala da Igreja. Padres e bispos católicos deveriam ter como mandamento “dar pão a quem tem fome”. Fazem, nesse caso, o contrário: preferem a fome desde que ela esteja de acordo com o que acham ser “justiça”.
O noticiário internacional dava conta da penca de filhos que o então presidente do Paraguai, Fernando Lugo, havia tido na clandestinidade, quando era nada menos do que bispo — filhos que, evidentemente, não haviam sido reconhecidos.
Dom Balduino não hesitou: trocou a Teologia da Libertação pela Teologia da Inseminação e emprestou seu total apoio ao “amigo”.
Mais: acusou uma conspiração contra o Lugo e ainda acusou a mídia, claro!!! Deu a impressão de que os inimigos de Lugo o forçaram a se deitar com parcela significativa da população feminina do Paraguai. No trecho mais impressionante da carta, Dom Balduino exaltou a quebra dos votos de castidade do outro e sua prolífica militância. Assim:
“Continue assim, caro Irmão, coerente com a inspiração evangélica, ao testemunhar, com clarividência e humanidade, o inestimável valor do relacionamento entre o homem e a mulher”.
Ainda que padre transando com mulher não seja a pior notícia que pode ter a Igreja, é evidente que a carta de dom Tomás é pura delinquência teológica e política.
O que isso tem a ver?
Aí alguns mais inocentes poderiam perguntar: “O que isso tem a ver com o caso de agora, Reinaldo?”. Tudo! Dom Balduino é do tipo que santifica os seus amigos, pouco importando as transgressões que tenham praticado (ele as transforma, como se vê, em virtudes), e que demoniza aqueles que considera adversários, pouco importando se têm ou não virtudes. E isso está demonstrado por sua trajetória e militância.
As acusações
O artigo de Balduino está ancorado num texto publicado pela notória Carta Capital, com o apreço e o amor à verdade que há por lá. Acusa Kátia Abreu de ter expulsado um agricultor de sua terra e de ter se apropriado de área pública. Os documentos que existem a respeito do caso desmentem uma coisa e também outra — tudo submetido ao crivo da Justiça.
Balduino afirma ainda outras barbaridades sobre assunto que conhecemos bem, os que somos deste blog. Quando o Supremo tomou a decisão sobre Raposa Serra do Sol — decisão lastimável no mérito (e nós estávamos certos; só cresceu miséria por lá ) —, estabeleceu 20 condicionantes para aquela área e para a demarcação de futuras terras indígenas.
O bispo, com um desapreço pela verdade só superado pelas ignomínias que disse no elogio a Lugo, atribui tal decisão a Kátia Abreu. É mesmo um troço espantoso!
Estudiosos tentam entender as razões do declínio da Igreja Católica no Brasil — e está em declínio, é inútil negar. Deriva, não tenho dúvida, entre outras causas, do fato de que muitos religiosos passaram a ignorar o dogma da Cruz em favor do da luta de classes. O pior é que acabam com um entendimento prejudicado das duas coisas.
Os marxistas originais, vá lá, achavam que era preciso superar o capitalismo para chegar ao socialismo — e àquilo que entendiam ser o bem-estar coletivo.
O comunismo dos padres é coisa mais primitiva mesmo. Eles parecem ter uma atração fatal pela socialização da miséria. A exemplo daquela turma da Alana, eles também não gostam do… consumismo… É o caso de Lancelotti. Esse homem não pode ver um miserável que logo cai de joelhos.
Leiam a resposta que Kátia Abreu deu a dom Balduino, também na Folha:
Li, com surpresa, nesta Folha, um texto rancoroso e eivado de fúria acusatória e caluniosa (“Apreensão no campo” ), assinado pelo bispo emérito de Goiás Velho, dom Tomás Balduino, atribuindo-me pecados que não cometi.
Como católica praticante, jamais imaginei um dia polemizar com um representante da mais alta hierarquia da fé que professo. Mas a fé que professo não parece ser a mesma que a dele. As palavras que me dirigiu não foram de um cristão.
Minha fé não é a do ódio revolucionário, que incita o conflito e trata como pecadores os que dele divergem ideologicamente. É a fé que o papa Bento 16, em seu livro “Jesus de Nazaré, da Entrada em Jerusalém à Ressurreição”, proclama como sendo a da paz.
“A violência”, diz o papa, “não instaura o Reino de Deus, o Reino da Humanidade. É, ao contrário, instrumento preferido do Anticristo. Mesmo com motivação religiosa idealista, ela não serve à humanidade, mas à inumanidade”.
Não há mistura mais letal que a da política com a religião. O fundamentalismo é, em si, antirreligioso. Os católicos da Irlanda, em nome de sua fé –que seguramente não é a de Cristo–, usaram o terrorismo e o sangue de inocentes como arma política, em nome de Alguém que resumiu sua doutrina numa frase: “Amai-vos uns aos outros”.
Minha mais remota lembrança de dom Tomás é diametralmente oposta ao espírito de seu artigo. Remonta a um tempo anterior à criação do meu Tocantins, então integrado a Goiás.
Ele, ainda padre, ensinava, num Sermão das Sete Palavras, na Sexta-Feira da Paixão, que Jesus, ao pedir ao Pai que perdoasse seus algozes, “pois não sabiam o que faziam”, mostrava a importância de interceder não só pelos amigos, mas sobretudo pelos inimigos.
Ao que parece, algo mudou na transição de padre Tomás para o bispo dom Balduino. Invoco, pois, o espírito cristão do padre para responder ao bispo, com absoluta serenidade, as imputações que me faz –a mim e a meus irmãos Luiz Alfredo e André Luiz. Mesmo perdoando-o desde já, cumpro o dever de desmenti-lo.
Não é verdade, dom Balduino, que tenha perseguido, despejado e feito perseguir “por 15 policiais armados” um pequeno agricultor em Campos Lindos, Tocantins. Tratava-se do grileiro Juarez Vieira, cuja crônica de violências e maldades qualquer morador da região atestará. Obtive na Justiça reintegração de posse de terra de minha propriedade legítima.
Não é verdade também que a tenha recebido de “mão beijada”. Adquiri-a em moeda corrente e a preço justo, como os demais fazendeiros. Era área inóspita e desabitada; hoje, é a internacionalmente conhecida região do Mapito, referência de produtividade em soja, milho e algodão, com infraestrutura bancada pelos produtores pioneiros.
Outra injúria atinge meus dois irmãos. O bispo acusa Luiz Alfredo de grilagem e André Luiz, de promover trabalho escravo. Mas Alfredo adquiriu com recursos próprios as terras que possui, devidamente documentadas. E André jamais foi proprietário da fazenda citada pelo bispo.
Apenas alugou dois tratores, sem os tratoristas, para o proprietário, nada tendo a ver com as denúncias, que não o envolveram. É, inclusive, funcionário do Ministério Público do Trabalho, onde jamais foi questionado.
Esclareço também que não sou responsável pela decisão da Advocacia-Geral da União de estender as condicionantes da demarcação de Raposa Serra do Sol às demais terras indígenas. Foi o Supremo Tribunal Federal que assim o determinou.
Sem seu grau de santidade e sabedoria, não lhe devolvo as insolências. E se for o caso de terminar com uma citação, tomo, com respeito, a palavra do Senhor, no Antigo Testamento: “Não darás falso testemunho contra o teu próximo” (Êxodo, 20, 16).
25 de janeiro de 2013
testemunha, uma velhinha de idade bem avançada.
Para começar a construir uma linha de argumentação, o Promotor
pergunta à velhinha:
-Dona Genoveva, a senhora me conhece, sabe quem sou eu e o que faço?
- Claro que eu o conheço, ! Eu o conheci bebê. Só chorava, e
francamente, você me decepcionou.. Você mente, você trai sua mulher,
você manipula as pessoas, você espalha boatos e adora fofocas.. Você
acha que é influente e respeitado na Cidade, quando na realidade você
é apenas um coitado. Nem sabe que a filha esta grávida, e pelo que
sei, nem ela sabe quem é o pai. Ah, se eu o conheço! Claro que
conheço!
O Promotor fica petrificado, incapaz de acreditar no que estava
ouvindo. Ele fica mudo, olhando para o Juiz e para os jurados. Sem
saber o que fazer, ele aponta para o advogado de defesa e pergunta à
velhinha:
- E o advogado de defesa, a senhora o conhece?
A velhinha responde imediatamente:
- O Robertinho? É Claro que eu o conheço!
Desde criancinha. Eu cuidava dele para a Marina, a mãe dele, pois
sempre que o pai dele saia, a mãe ia pra algum outro compromisso. E
ele também me decepcionou. É preguiçoso, puritano, alcoólatra e sempre
quer dar lição de moral nos outros sem ter nenhuma para ele. Ele não
tem nenhum amigo e ainda conseguiu perder quase todos os 4 processos
em que atuou. Além de ser traído pela mulher com o mecânico…. com o
mecânico!!!
Neste momento, o Juiz pede que a senhora fique em silêncio, chama o
promotor e o advogado perto dele, se debruça na bancada e fala
baixinho aos dois:
‘Se algum de vocês perguntar a esta velha filha da puta se ela me
conhece, vai sair desta sala preso….. Fui claro?