"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

ISTO É REALIDADE, NÃO É FICÇÃO!



 
04 DE JANEIRO DE 2013
MOVCC

"DENÚNCIA DE CIDINHA CAMPOS NA ALERJ"

"UM HOMEM MARCADO PARA MORRER"

http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=kSS0tuugH54

04 de janeiro de 2013
in blog do beto

MINISTRO DO STF REGISTRA DECLARAÇÃO POLITIQUEIRA DE CANDIDATO À PRESIDÊNCIA DA CÂMARA


O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio Mello classificou nesta sexta-feira (4) como um "arroubo de retórica" a declaração do deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), favorito para comandar a Câmara a partir de fevereiro, de que, se eleito, não cumprirá a decisão da corte sobre a perda automática do mandato dos condenados no julgamento do mensalão.
 
Marco Aurélio avalia que o tribunal deve dar um "desconto" ao candidato à presidência da Câmara.
 
"Temos que dar um desconto, pois ele está numa caminhada política e diz isso para agradar a Casa. Uma coisa é a voz política de um candidato, a outra é a voz ponderada de um presidente da Câmara", afirmou o ministro.
 
"Só espero que prevaleça a voz ponderada. Mas neste momento, ele tem que atender sua clientela interna".
 
(Folha Poder)
 
04 de janeiro de 2013
in coroneLeaks

FILHA MAIS VELHA DE CHÁVEZ É QUE TOMARÁ A DECISÃO PARA DESLIGAR A MÁQUINA QUE MANTÉM O CAUDILHO VIVO ARTIFICIALMENTE

Chávez e sua filha Rosa Viriginia em abril passado em Havasna. [Foto do site do jornal ABC]

A jornalista venezuelana Ludmilla Vinogradoff, correspondente do jornal espanhol ABC, em Caracas, que à cabeceira Hugo Chávez, desde que começou o tratamento contra o câncer, permanece sua filha mais velha, Rosa Virgínia, a quem por questões legais corresponde a tomar as decisões que afetem o futuro de seu pai, dentre elas a de uma eventual desconexão da máquina que mantem o caudilho vivo de maneira artitificial.

Anota também que o irmão mais velho de Chávez, Adán Chávez, viajou a Havana para visitá-lo, o que os analistas interpretam como o adeus definitivo de Adán a seu irmão mais novo.

Transcrevo a parte inicial da reportagem de Vinogradoff, no original em espanhol, com link para leitura completa:

Adán Chávez, hermano mayor del presidente venezolano Hugo Chávez, viajó ayer a La Habana para visitarlo en la clínica Cimeq donde permanece internado desde su operación el pasado 11 de diciembre. Una visita que los analistas han interpretado como el adiós definitivo de Adán a su hermano menor.
 
En la cabecera de la cama, inseparable desde que comenzara el tratamiento, permanece su hija mayor, Rosa Virginia, a quien por cuestiones legales corresponde tomar las decisiones que afecten al futuro de su padre y presidente, entre ellas la de una eventual desconexión de la máquina que lo mantiene vivo de manera artificial.

Desde el día 10 de diciembre todas las decisiones jurídicas, políticas, sociales, económicas, familiares y hasta sentimentales del titular del ejecutivo venezolano se han trasladado a Cuba.
Pero el mandatario no se encuentra en condiciones - en coma inducido - para hacerle frente a tantas responsabilidades, presentes y futuras, como su investidura el 10 de enero para el cuarto mandato (2013-19) que ganó en buena lid el 7 de octubre.
Toda su numerosa familia: sus padres, cuatro hijos reconocidos públicamente, seis hermanos y una larga lista de sobrinos tíos y tías, han querido visitarlos para saludarlo y despedirse, previendo lo peor. Pero no han podido. Sólo el vicepresidente y canciller, Nicolás Maduro, pudo coger su mano, que según él Chávez apretó con fuerza y le rogó que diga la verdad sobre su situación.
Ayer Adán Chávez, que también es gobernador de Barinas, el feudo de la familia del presidente, pudo entrar a verlo, pero ni siquiera su hija de 15 años, Rosinés, quien estuvo este fin de semana en Cuba, no pudo entrar aunque lo intentó durante cuatro días.
Su madre Marisabel Rodríguez, quien se divorció del mandatario hace unos siete años, viajó repentinamente a Cuba para buscar a su hija Rosinés.
Los chavistas no ven con buenos ojos a la ex mujer del mandatario por sus posturas ambigüas. Sus mensajes de twitter lo revelaron y en uno de ellos criticó «el alto nivel de odio destilado por algunos, por la impotencia de no leer la noticia que anhelan.
El Eterno bendice a Chávez». En este sentido, imploró: «Padre dame humildad y un corazón puro para perdonar cada ofensa que intente violentar la paz que me ofreces y dale paz a aquellos que la han perdido».
Hacer CLICK AQUI para leer el atículo entero

04 de janeiro de 2013
in aluizio amorim

FERREIRA GULLAR: ME ENGANA QUE EU GOSTO


Muitos de vocês, como eu também, hão de se perguntar por que, depois de tantos escândalos envolvendo os dois governos petistas, a popularidade de Dilma e Lula se mantém alta e o PT cresceu nas últimas eleições municipais. Seria muita pretensão dizer que sei a resposta a essa pergunta. Não sei, mas, porque me pergunto, tento respondê-la ou, pelo menos, examinar os diversos fatores que influem nela.
Assim, a primeira coisa a fazer é levar em conta as particularidades do eleitorado do país e o momento histórico em que vivemos. Sem pretender aprofundar-me na matéria, diria que um dos traços marcantes do nosso eleitorado é ser constituído, em grande parte, por pessoas de poucas posses e trabalhadores de baixos salários, sem falar nos que passam fome.
Isso o distingue, por exemplo, do eleitorado europeu, e se reflete consequentemente no conteúdo das campanhas eleitorais e no resultado das urnas. Lá, o neopopulismo latino-americano não tem vez. Hugo Chávez e Lula nem pensar.
 
Historicamente, o neopopulismo é resultante da deterioração do esquerdismo revolucionário que teve seu auge na primeira metade do século 20 e, na América Latina, culminaria com a Revolução Cubana. A queda do Muro de Berlim e o fim da União Soviética deixaram, como herança residual, a exploração da desigualdade social, já não como conflito entre o operariado e a burguesia, mas, sim, entre pobres e ricos. O PT é exemplo disso: nasceu prometendo fazer no Brasil uma revolução equivalente à de Fidel em Cuba e terminou como partido da Bolsa Família e da aliança com Maluf e com os evangélicos.
Esses são fatos indiscutíveis, que tampouco Lula tentou ocultar: sua aliança com os evangélicos é pública e notória, pois chegou a nomear um integrante da seita do bispo Macedo para um de seus ministérios. A aliança com Paulo Maluf foi difundida pela televisão para todo o país. Mas nada disso alterou o prestígio eleitoral de Lula, tanto que Haddad foi eleito prefeito da cidade de São Paulo folgadamente.
E o julgamento do mensalão? Nenhum escândalo político foi tão difundido e comprovado quanto esse, que resultou na condenação de figuras do primeiro escalão do PT e do governo Lula. Não obstante, o número de vereadores petistas aumentou em quase todo o país.
E tem mais. Mal o STF decidiu pela condenação de José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares, estourava um novo escândalo, envolvendo, entre outros, altos funcionários do governo, Rose Noronha, chefe do gabinete da Presidência da República em São Paulo e pessoa da confiança e da intimidade de Lula.
Em seguida, as revelações feitas por Marcos Valério vieram demonstrar a participação direta de Lula no mensalão. Apesar de tudo isso, a última pesquisa de opinião da Datafolha mostrou que Dilma e Lula continuam na preferência de mais de 50 % da opinião pública.
Como explicá-lo? É que essa gente que os apoia aprova a corrupção? Não creio. Afora os que apoiam Lula por gratidão, já que ele lhes concedeu tantas benesses, há aqueles que o apoiam, digamos, ideologicamente, ainda que essa ideologia quase nada signifique.
Esse é um ponto que mereceria a análise dos psicólogos sociais. O cara acha que Lula encarna a luta contra a desigualdade, identifica-se com ele e, por isso, não pode acreditar que ele seja corrupto. Consequentemente, a única opção é admitir que o Supremo Tribunal Federal não julgou os mensaleiros com isenção e que a imprensa mente quando divulga os escândalos.
 
O que ele não pode é aceitar que errou todos esses anos, confiando no líder. Quando no governo Fernando Henrique surgiu o medicamento genérico, os lulistas propalaram que aquilo era falso remédio, que os compridos continham farinha. E não os compravam, ainda que fossem muito mais baratos. Esse tipo de eleitor mente até para si mesmo.
Não obstante, uma coisa é inegável: os dirigentes petistas sabem que tudo é verdade. O próprio Lula admitiu que houve o mensalão ao pedir desculpas publicamente em discurso à nação.
Por isso, só lhes resta, agora, fingirem-se de indignados, apresentarem-se como vítimas inocentes, prometendo ir às ruas para denunciar os caluniadores. Mas quem são os caluniadores, o Supremo Tribunal e a Polícia Federal? Essa é uma comédia que nem graça tem.
04 de janeiro de 2013

GENOÍNO EM BOA COMPANHIA. ENTRE OS NOVOS DEPUTADOS, HÁ ACUSADOS DE HOMICÍDIO E DE DESVIO DE RECURSOS

 

Na lista de novos deputados que tomaram posse na Câmara estão políticos acusados de crimes como exploração de trabalho análogo à escravidão e assassinato, além de suspeitos de participação em desvios de recursos públicos.

Suplentes assumem vagas na Câmara, entre eles, o petista José Genoino
Vários meliantes empossados

O delegado Francisco Tenório (PMN-AL) chegou a tomar posse em 2012 como delegado-adjunto da delegacia de acidentes de trânsito de Maceió utilizando uma tornozeleira eletrônica. O uso do apetrecho foi exigido pela Justiça após Tenório ser réu em dois processos nos quais é acusado de homicídio. O aparelho foi retirado oito meses depois.

Já os novos deputados Camilo Cola (PMDB-ES) e Urzeni Rocha (PSDB-RR) respondem pela prática de trabalho análogo ao escravo. Na lista divulgada na semana passada pelo Ministério do Trabalho e Emprego consta o complexo Agroindustrial Pindobas, de propriedade do peemedebista. A Folha não conseguiu localizá-los ontem.

Weverton Rocha (PDT-MA) assume o mandato na Câmara cerca de um ano após ser suspeito de integrar um esquema de cobrança de propina de ONGs no Ministério do Trabalho.

Rocha também é acusado pelo Ministério Público do Maranhão de irregularidades na execução do programa ProJovem Urbano, projeto do governo federal que promove a reinserção de jovens na escola e no mercado. Rocha não foi encontrado.

(Transcrito da Folha de S. Paulo)

04 de janeiro de 2013

LIVRE PENSAR É SÓ PENSAR (MILLÔR FERNANDES)

 





A América

 
Depois de, com falas e trejeitos graciosos, convencer a Santa Rainha Isabel (de Castela, y Navarra, y Guadalupe, y Granada), Colombo, cujo nome mais tarde serviria à fabricação das mais diversas marmeladas, partiu. Partir é morrer um pouco, mas Colombo não lia autores franceses e saiu em frente.
 
A única coisa que Colombo sabia muito bem era pôr ovos em pé. Isso ele fez várias vezes durante a viagem , a fim de legar à posteridade destituída de argumentos esse que diz: “Mas isso é o ovo de Colombo!”
 
Tendo aportado na América, verificou que aí não havia portos. E descobrindo algumas americanas, chamou-as, com sua santa ignorância, de índias.
Mas a pior pequena conseqüência de Colombo ter descoberto a América é, sem dúvida, um italianinho baixo, gordo, falante e trapalhão que nos telefona diariamente protestando admiração.
Não houvesse a América, ele continuaria em Roma.

Vão Gôgo, 1949

04 de janeiro de 2013
 

ZECA PAGODINHO: O ATO EXEMPLAR DE GRANDEZA HUMANA

Na catástrofe resultante do temporal que se abateu sobre Xerém, distrito do município de Duque de Caxias, na Região Metropolitana do Rio, não importa agora buscar os culpados, se fruto da ocupação desordenada das encostas e das margens dos rios, do lixo jogado em qualquer canto, da falta de planejamento habitacional, da carência de limpeza urbana ou se a culpa foi da negligência de alguns políticos que não cumpriram a contento o seu dever constitucional de reduzir os riscos das tragédias, muito prováveis nessa época do ano.
Na lamentável e evitável catástrofe de Xerém, a rara atitude de uma celebridade, o cantor Zeca Pagodinho, chamou a atenção, ao liderar uma campanha de recolhimento de donativos, inclusive nas redes sociais e ainda abrigando e alimentando desabrigados em seu sítio naquela localidade.
Zeca emocionou a todos – confesso que cheguei às lágrimas – ao ser entrevistado declarando que "o mais importante é salvar as pessoas, o resto agente arruma".

De fato, no momento da angústia e da adversidade na vida é que atitudes como a de Zeca pesam muito mais.
Zeca foi às ruas, junto com a filha - que grande exemplo de um pai – tentando fazer o que fosse possível para ajudar seres humanos que perderam tudo, menos a vida.
Como celebridade, sem ter mandato político ou cargo público pertinente, poderia ter permanecido, indiferente e insensível, no conforto do interior de seu sítio, que graças a Deus não foi muito afetado pela tragédia.

SOLIDARIEDADE

Não, o famoso cantor e compositor foi às ruas para ver, in loco, em caminhos intransitáveis, as consequências de um tragédia sempre anunciada. Não conseguiu sequer, tomado de grande emoção, já com a voz embargada, terminar a entrevista a um repórter de televisão. Disse ao final da entrevista:
"É triste", e com a filha na garupa do quadriciclo seguiu a sua peregrinação procurando oferecer, de alguma forma, ajuda ao próximo. Que gesto exemplar!

Permita-me Grande Zeca, você que também veio de origem humilde, como grande parte de nós brasileiros, cumprimentá-lo pelo raro gesto de grandeza e compaixão humana. Que o seu gesto humanístico e filantrópico mostre a muitos o exemplo maior de que na dor e na tristeza é que se conhece de fato os humanos de primeira grandeza. Acabas de deixar demonstrado, mais do que o raro talento, na carreira dos inesquecíveis e inesgotáveis sucessos musicais, a sua riqueza interior. Seu ato de grandeza humana fica agora registrado. para sempre, como exemplo de compaixão e solidariedade, de um ídolo cujo sucesso não subiu à cabeça.

Você fez a diferença, Zeca, num momento de adversidade, de dor e de tristeza. A sociedade agora se curva ao raro gesto e lhe aplaude no palco maior, o da grandiosidade humana.

04 de janeiro de 2013
Milton Corrêa da Costa

QUANDO O HUMOR DESENHA A REALIDADE

 
04 de janeiro de 2013


VELHO SAFADO RIDES AGAIN


Nosso mundinho está cheio de madalenas arrependidas, que pecaram com gosto durante a juventude e querem redimir-se em idade provecta. Em dezembro passado, Fernando Gabeira lançou Onde está tudo aquilo agora?, onde canta seu “difuso desejo de liberdade".
Segundo Gabriel Manzano, redator do Estadão, se O que é isso, companheiro?, lançado há 33 anos, era um balanço de sua breve militância na luta armada, constituída por um sequestro, uma prisão e um exílio, este novo livro abre o olhar para cinco décadas de uma vida agitada, iniciada ainda jovem em Juiz de Fora (MG) com "um difuso desejo de liberdade".
Atravessa o jornalismo, a rebeldia, o exílio, a causa ecológica, o PT e o PV mais 16 anos como deputado e candidato, para terminar com a pergunta do título.

No Facebook já pipocam postagens louvando a honestidade do autor. Neste país sem memória, é espantoso ver como velhas prostitutas se transformam em vestais da noite para o dia, bastando para isso mentir com convicção. Eu também não li o livro, mas tenho não poucas informações sobre o autor.

Fernando Gabeira, velho bolche e ex-terrorista, ganhou uma aura de ilibada reputação após ter renunciado a seus delírios de jovem. Mas a mim jamais convenceu. Gabeira, se alguém não mais lembra, militava no movimento terrorista MR-8, que responsável pelo seqüestro do embaixador americano Charles Elbrick, em 1969. É um dos responsáveis pela sobrevida política dessa excrescência chamada José Dirceu. Após o seqüestro, Gabeira foi fazer turismo ideológico em Cuba, foi depois para o para o Chile e acabou caindo na social-democracia sueca, onde, ao que tudo indica, tornou-se mais cordato.

Mas nada justifica seu passado. O seqüestro do embaixador ocorreu no final dos anos 60. Gabeira era jornalista e, por uma questão de ofício, pessoa bem informada. Ao aderir a um movimento stalinista, já era grandinho suficientemente para ter plena consciência das purgas de Stalin nos anos 30, dos gulags, da affaire Kravchenko, das denúncias de Kruschov no XX Congresso do PCUS, em 1956. Se optou pelo terrorismo, não foi por falta de informação.

Em 2008, ao ter notícias das bolsas-ditadura recebidas por Ziraldo e Jaguar – isso sem falar nas milhares de outras – Gabeira deitou verbo contra os dois vigaristas do Pasquim. Em 6 de maio do mesmo ano, a Folha de São Paulo noticiava que seria julgado no dia seguinte, pela tal de Comissão de Anistia do Ministério da Justiça um pedido seu para que a União considerasse o tempo em que foi exilado, na época da ditadura militar, para efeitos de aposentadoria.

Segundo o noticiário, de 2002 para cá, quando foi sancionada a Lei de Anistia a perseguidos políticos, o governo brasileiro autorizou o pagamento de R$ 2,4 bilhões em indenizações em 25.013 pedidos feitos à comissão, na época. A média das indenizações pagas em prestações únicas era de R$ 59.004,46. As indenizações pagas em prestações continuadas era de R$ 3.653,00. Quem paga tudo isto? Eu, você, nós contribuintes, que nunca pegamos em armas para praticar terrorismo.

Gabeira, entusiasmado com o dinheiro fácil das bolsas-terrorismo, deixou cair a máscara de neoimpoluto e mostrou ao que vinha. Afirmou não ter condições de demonstrar no que trabalhou. “Eu pedi para contarem, para efeito de aposentadoria, os anos que passei no exílio. Foram nove anos. Não tenho condições de demonstrar claramente que eu trabalhei. Os dois jornais em que trabalhei, o Binômio e o Panfleto, foram empastelados. O Diário da Noite e o Última Hora fecharam. Para pedir aposentadoria, preciso disso”.

Gabeira, o impoluto, queria indenização pelos dias bem vividos no paraíso social-democrata. Se a moda pega, todo lavador de pratos que saiu do Brasil naqueles anos vai querer o seu. Por outro lado, as novas gerações serão imbuídas da consciência de que investir em terrorismo sempre garante uma velhice tranqüila. Como disse Millôr Fernandes. "A luta armada não deu certo e eles agora pedem indenização? Então, eles não estavam fazendo uma rebelião, mas um investimento".

Lula tem a fama de ser o Teflon da política brasileira. Nele nada gruda, nem os escândalos que avaliza, nem as bobagens que profere. Mas pelo menos recebeu a comenda por parte da imprensa. Não é, no entanto, o único em quem nada gruda na política nacional. Por mais alta que seja sua aprovação entre os eleitores, nunca conseguiu erguer-se à condição de reserva moral da nação. Fernando Gabeira sim. Nenhuma das besteiras que cometeu em sua vida – nem seu passado terrorista, nem seu requerimento da bolsa-ditadura, nem as viagens de sua família com dinheiro do contribuinte – gruda em seu nome. Pelo contrário, continua sendo visto como um dos raros exemplos de honestidade no universo político tupiniquim.

Em 17 de julho de 2009, escrevia Fernando Gabeira na Folha de São Paulo:

“Há uma dezena de deputados dispostos a enfrentar o PMDB, aliados e a combatividade da estrela vermelha. Aliás, voltei ao Salão Verde, pensando nela. A estrela vermelha para mim não tem sentido. Eu a vi nos tanques sérvios que atiravam nos civis e em nós, repórteres. Agarrados à estrela vermelha, perpetraram crimes horrendos sob o título de limpeza étnica”.

Quem o lê, pode até imaginar que o bravo deputado esteve algum dia nalgum front. Já contei como foi a cobertura de Gabeira. Sinto-me obrigado a contar de novo.

Guerra da Iugoslávia, 1991, nos dias de independência da Croácia. Eu trabalhava na editoria de Internacional da Folha de S. Paulo. Gabeira, nosso correspondente responsável pelo Leste europeu mandava suas matérias de Berlim, que isso de cobrir guerras no front é muito arriscado. Por volta das três horas da tarde, começava a enviar seus despachos, a partir do noticiário dos jornais da manhã. Isto é, os jornais haviam sido redigidos ontem, os fatos ocorridos anteontem e o leitor brasileiro os leria amanhã, com pelo menos três dias de atraso. As agências noticiosas, mais ágeis, nos enviavam notícias fresquinhas. A nós, redatores, cabia substituir o lead da reportagem por material mais quente. Lá pelas cinco da tarde, o despacho enviado caíra para o pé do texto. Quando o correspondente informava que os iugoslavos planejavam um ataque, nós já tínhamos os alvos destruídos e os aviões de volta às bases.

A cobertura da guerra, em verdade, era feita da redação na Alameda Barão de Limeira, em São Paulo. Que, de certa forma, estava mais próxima dos fatos que o correspondente na Alemanha. O texto todo era redigido na redação. Começávamos a atualizar a matéria pelo lead e Gabeira ia descendo rumo ao pé. Muitas vezes não sobrava sequer uma linha do despacho original. Mas a matéria saía assinada por Fernando Gabeira, "enviado especial".

Como era feita esta cobertura? O redator recebia um punhado de despachos, que iam sendo renovados a toda hora pelo boy que os retirava do telex. (Eram ainda os dias do telex). Havia matérias quentes das agências, que tinham seus correspondentes no campo de batalha, reportagens frias que davam o clima local, análises de especialistas e informes sobre a repercussão dos fatos nas diferentes capitais do mundo. Cabia ao redator juntar todos esses relatos e criar uma história coerente. Fossem os textos assinados ou não, os fragmentos aproveitados pelo redator eram todos atribuídos ao “correspondente de guerra”, comodamente instalado em Berlim.

A segunda edição do jornal, a que circularia no dia seguinte apenas em São Paulo (na cidade), era fechada lá pela 01h da manhã. Como os redatores da Internacional eram ágeis, o leitor paulistano pelo menos tinha uma visão muito atualizada da guerra, graças ao intrépido correspondente Fernando Gabeira. Ocorre que o texto que chegava ao leitor não era de Gabeira. Era nosso.

Gabeira deveria sentir-se muito surpreso se lesse sua matéria publicada, falando de fatos dos quais ele, o suposto autor do texto, nunca ouvira falar. Mas nunca reclamou, como seria de se esperar de um jornalista honesto.

Pelo jeito, de tanto assinar artigos que não escrevia, acabou acreditando que esteve no front. “Tanques sérvios que atiravam nos civis e em nós, repórteres”. Heróico, o deputado! Pena que só viu tanques sérvios pela televisão. Vai ver que se sentiu ameaçado em seu sofá, pelos canhões que avançavam na tela.

Em 19 de maio de 2010, a Agência Estado noticiava que Gabeira, então candidato do PV ao governo do Rio de Janeiro, reagiu com indignação às declarações feitas pela ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy sobre a sua atuação no seqüestro do embaixador norte-americano Charles Elbrick, em 1969. "Esse sim sequestrou", disse a petista, afirmando que caberia à Gabeira a incumbência de matar o embaixador.

A vestal do PV reagiu indignada: "Ela está equivocada, está inventando coisas, está mentindo. Não havia escala para isso (para um assassinato). Lamento que ela use esse tipo de coisa na campanha eleitoral. Até porque tem muita gente dentro do PT que sabe bem dessa história", afirmou.

Ao acusar Gabeira, Dona Marta respingou Franklin Martins, um dos seqüestradores do embaixador, então ministro da Comunicação Social no governo do PT – et pour cause. De Madri, o velho terrorista apressou-se a autorizar o outro velho terrorista: "O Gabeira não foi escalado. Não tinha ninguém escalado para matar. A participação do Gabeira era ser basicamente o responsável pela casa."

Ora, se você seqüestra alguém isto significa que não vai libertá-lo se não obtiver satisfação às suas exigências. E se o governo não atendesse as reivindicações dos terroristas? Estes iriam devolver Elbrick intacto à embaixada americana? Se assim fosse, para que seqüestrar então? Seqüestro implica sempre uma ameaça de morte. Armas servem para matar. Que mais não seja, ser responsável pela casa em que se guarda um seqüestrado é ser cúmplice do seqüestro.

Gabeira disse então que não pretendia processar a petista pelas declarações. "Vou ignorá-la. Como ela merece, de uns anos para cá". Nem teria como processá-la. Por acaso Dona Marta disse alguma inverdade? Houve um ar de indignação nos jornais, a afirmação de que a ex-prefeita “apelou”. Apelou como? Quem não sabe que Gabeira teve um passado terrorista? Há até quem fale em pós-dedo-durismo. São lindos os neologismos. Têm a virtude de “enjoliver” uma realidade suja.

Gabeira, se alguém não lembra, é a vestal que, como se nada tivesse a ver com as falcatruas do Senado, escreveu em sua coluna na Folha de São Paulo, em julho de 2009: “Não se trata só de um constrangimento ao ver o Senado definido como casa de horrores. Mas o de conviver um grupo de homens idosos, movendo-se com uma desenvoltura criminosa, unindo nos lábios do povo as palavras velho e safado, como se fossem gêmeas que nascem ligadas. Tempo de tormentas”.

De sua militância comunista, Gabeira não escapou ao velho vício stalinista, o de devolver qualquer acusação a quem o acusa. Minha mãe, não. É a tua. Velho e safado, quer hoje negar seu passado como terrorista.

Ainda não li o livro de Gabeira, disse. Mas da boca de quem teve tal passado desonesto, não pode sair coisa que preste.


04 de janeiro de 2013
janer cristaldo

CAMPEÃO MUNDIAL DA SACANAGEM

Em 2010 , ele não teve votos suficientes para conquistar uma cadeira na Câmara dos Deputados, mas ficou na suplência.

Genoino usando a Constituição
Genoino usando a Constituição

A espera terminou: Carlinhos Almeida (PT) renunciou ao mandato para assumir a prefeitura de São José dos Campos (SP) e abriu caminho para Genoino, que mesmo tendo sido condenado, pelo Supremo Tribunal Federal por corrupção ativa e formação de quadrilha, no julgamento do mensalão, pode tomar posse como deputado federal (PT-SP) nesse dia 3 de janeiro.

Durante esse degradante ato, Genoíno, mostra que perde oportunidades para demonstrar sua total falta de pudor.

Como se não bastasse a posse, ele, demonstrando o peçonhento cinismo petista, ainda deu uma de porretão injustiçado:

- Sinto-me confortável porque estou cumprindo as regras e as normas do meu país. Fui eleito suplente por 92.326 votos em 2010 em plena pré-campanha condenatória em 2010, cumprindo dever legal, correto. Espero que mais cedo ou mais tarde a verdade apareça. Estou cumprindo a Constituição.

Constituição é o cazzo, este filho de pai ignoto distorce despudoradamente a verdade, pois não está cumprindo nada, ele está aproveitando de uma brecha na lei maior do país, para, abusando do liberalismo democrático, afrontar a justiça e a moralidade pública assumindo, o importante cargo legislativo embora tenha sido condenado, por atos políticos aviltantes.

E ainda tem mais; enquanto são julgados os recursos da ação, Genoino, vai poder apresentar projetos de lei, participar de comissões, votar em plenário e discursar na tribuna da Câmara.
Terá, também, direito ao auxílio-moradia (3 000 reais), à verba indenizatória para gastos de rotina (27 769 reais) e à contratação de 25 assessores (até 78 000 reais).
Receberá, ainda, um generoso salário de 26 723 reais – exatamente o que recebem os ministros do STF que o condenaram. O total do “custo-Genoino” pode chegar a 135 492 reais por mês.

O sacrificado e honesto contribuinte brasileiro espera que o Supremo se apresse em enquadra definitivamente esse delinqüente.

04 de janeiro de 2013
Giulio Sanmartini

O MENINO DO PIJAMA LISTRADO

GRANDE MÍDIA PERDE PÚBLICO PARA A INTERNET



 
Na coluna do Lauro Jardim, no site da revista Veja, uma nota importante. Leiam. Comento em seguida:
Assim como ocorreu na medição de audiência em São Paulo (leia mais em Aparelhos desligados), o Ibope constatou que em nível nacional o número de aparelhos ligados no país caiu 4% em 2012 em comparação com o ano anterior.
O número de televisores ligados entre 7h e meia noite era de 41.7 pontos e passou para 40,1 pontos no ano passado.
A queda impactou a audiência das emissoras no mercado nacional. Entre 2011 e 2012, a Globo caiu de 17,8 pontos para dezessete pontos; a Record tinha 6,9 pontos e teve uma média de seis pontos em 2012; o SBT perdeu menos: tinha 5,7 pontos e passou para 5,5 pontos; e a Rede TV! que marcou um ponto em 2011 ficou com 0,7 ponto.
A exceção foi a Band. Registrou 2,1 pontos em 2011 e subiu para 2,3 pontos no ano passado.

MEU COMENTÁRIO: Os números dessa pesquisa do Ibope refletem aquilo que a parcela da população brasileira razoavelmente instruída e informada tem feito cada vez mais: abandonar a televisão como veiculo jornalístico de informação e, sobretudo, de opinião e análise das notícias.
 
Isso decorre de um fato: a fraqueza do jornalismo televisivo no Brasil e o seu alinhamento ao pensamento politicamente correto turbinado em decorrência do controle da patrulha ideológica que domina a maioria dos veículos de comunicação.

A suposta imparcialidade e isenção postulada principalmente pela Rede Globo nada mais é do que um artifício para escamotear a informação verdadeira e a análise opinativa consistente em favor do governo da Dilma e do Lula e, no plano internacional, em defesa de Hussein Obama, Chávez, Evo Morales, Fidel Castro, Cristina Kirchner, Mujica tupamaro e assemelhados.
Notem por exemplo que este meu pequeno blog e que não está alojado em nenhum portal da grande mídia vem seguidamente furando os principais veículos de comunicação no rumoroso caso da doença de Chávez. Que lei este modesto blog está muito melhor informado no que se refere a esses assunto e outros correlatos.
 
Não sei se a pesquisa do Ibope consultou sobre o comportamento dos leitores da mídia imprensa. Se fizerem pesquisa similar deverão constatar que também está havendo um fuga dos consumidores de veículos impressos. A única exceção é a revista Veja que ainda não sucumbiu ante o pensamento único moldado pelos ditames do deletério políticamente correto.

Suponho que, se os veículo da grande imprensa em geral não mudarem essa orientação editorial perderão cada vez mais leitores que estão descobrindo que os blogs jornalísticos independentes e as próprias redes sociais começam a superar os grandes e tradicionais veículos de comunicação.
 
Já disse aqui em outras oportunidades que a internet é uma nova mídia que inova e se reinventa com extraordinária velocidade.
 
Alguns veiculos da grande imprensa estão tentando cobrar pelo conteúdo online. Concordo que cobrem. Mas só pagarei por esse serviço o dia em que realmente ffizerem jornalismo verdadeiro e pararem de adular a bandalha comunista.
 
Ah, dirão alguns, já não existe mais comunismo. Ora, isso é uma falácia alimentada justamente pelos comunistas vagabundos e mentirosos.
O comunismo permanece intocável. Mudou de roupa. Mas continua o mesmo. Pode até vestir azul.
 
Os jornalistas da grande imprensa pensam que enganam todo mundo. Estão completamente iludidos.
 
Quem, como eu, atua no jornalismo digital há quase uma década, sabe que cada vez mais a internet será o locus por excelência do verdadeiro jornalismo, ainda que as grandes empresas de comunicação detenham os meios mais eficazes e com a necessária credibilidade na apuração dos fatos.
Mas com tudo isso começam a perder leitores, ouvintes e telespectadores.
A pesquisa do Ibope aponta claramente esse aspecto.
 
04 de janeiro de 2013
in aluizio amorim

"PRESERVAR LEI DE RESPONSABILIDADE É ESTRATÉGICO"

 
Para assegurar a estabilidade monetária, o país construiu um arcabouço institucional que evite o descontrole dos gastos públicos. Não se pode investir contra ele
O forte desequilíbrio financeiro do setor público foi um dos principais motores da superinflação no período que antecedeu o lançamento do Plano Real. Tanto assim que, para garantir a estabilidade monetária, o país recorreu a mudanças estruturais capazes de neutralizar esses desequilíbrios. Estados e municípios tiveram as dívidas com a União reestruturadas. Estatais foram privatizadas, e diversos serviços que anteriormente dependiam exclusivamente do setor público terminaram transferidos a concessionários privados.

Mas todo esse esforço poderia se perder se, institucionalmente, o Brasil não tivesse avançado para evitar o endividamento público excessivo. E a viga mestra desse novo arcabouço institucional é a Lei de Responsabilidade Fiscal. Por meio dela, os entes federativos foram obrigados a manter uma relação proporcional entre o endividamento contraído e a receita líquida disponível.
Estados e municípios tiveram um prazo para se adaptar, e quase todos se enquadraram. E, também por força da lei, governadores e prefeitos tiveram que buscar soluções para o problema da folha de servidores inativos.

Vencimentos de funcionários públicos e dos parlamentares precisam respeitar limites e uma proporção entre eles, o que tem contribuído para eliminar graves distorções que existiam na remuneração de grupos de servidores.

A lei foi fundamental para disciplinar a realização de despesas durante o mandato dos governantes. Sem fonte de receita definida não é possível contrair novas despesas ou mesmo realizar investimento que os sucessores não consigam financiar.

Causa, portanto, apreensão o fato de estar em curso uma onda de pressão de estados e municípios a fim de flexibilizar a lei, para que possam se endividar mais.
O próprio governo federal propõe alterar a LRF, com o objetivo de continuar indefinidamente com a política de tópicas desonerações de impostos, para as quais, entendem especialistas, teria de definir fontes firmes de custeio, como estabelecido na legislação. Isso com a finalidade de proteger o equilíbrio das contas públicas.

Um risco é a perda de arrecadação, causada pelas desonerações num primeiro momento, vir a ser compensada por endividamento público — como tem sido feito, sem maiores cuidados, na capitalização de bancos públicos. Daí o crescimento da dívida bruta.

Questão idêntica ocorre com estados e municípios. Como eles têm sido afetados pela queda nos repasses federais aos entes federativos, devido às próprias desonerações, a permissão para o endividamento seria uma forma de contrabalançar as perdas de receita. Não é esse o caminho para se resolver o problema.

O momento é especialmente perigoso para a estabilidade econômica. Falta sensatez em tudo isso.

04 de janeiro de 2013
Editorial de O Globo

PRODUÇÃO INDUSTRIAL VOLTA AO NÍVEL DE TRÊS ANOS ATRÁS

Recuo em novembro ante outubro foi de 0,6%. Somente 27,8% dos setores mostraram crescimento no mês. Em outubro, a indústria produziu 0,1% a mais e esse percentual fora de 72,5%
A indústria brasileira voltou ao nível de produção de quase três anos atrás, afirmou o gerente da Pesquisa Industrial Mensal do IBGE, André Macedo. Segundo ele, novembro foi um mês em que houve predomínio de taxas negativas. Em novembro, a produção recuou 0,6% frente a outubro, de acordo com os dados do IBGE divulgados nesta sexta-feira.

— Para onde se olha, em qualquer comparação, os resultados são negativos. Um ambiente que marcou a indústria em 2012 — afirmou o economista.

O pior resultado no ano vem dos bens de capital, que já tiveram a produção reduzida em 11,6% este ano. Segundo Macedo, apesar das taxas negativas, houve um melhora no terceiro trimestre e no fim do ano, especificamente nos setores favorecidos por desonerações fiscais, como linha branca, móveis e carros:

— Entre outubro e novembro, os bens duráveis subiram 9,4%. Mas isso não reflete o total da indústria.

Os números da indústria sofreram revisão forte em outubro. A alta de 0,9% foi revisada para 0,1%. A explicação está na queda forte que houve em novembro, na comparação com outubro. A queda, sem a retirada dos fatores sazonais, foi de 5%, abaixo dos 4% dos padrões históricos, diz Macedo. Foi a pior taxa sem ajuste sazonal desde novembro de 2008, quando o recuo fora de 11,7%:

— Quando há queda forte, pelo modelo do ajuste sazonal, há mudanças nos números anteriores — afirma Macedo.

No ano, a indústria reduziu a produção em 2,6%, o maior corte desde 2009, quando caíra 7,4%, num ano de recessão no Brasil.

Analistas esperavam recuo de 0,9%

O recuo apresentado em novembro anula a alta de 0,1% vista em outubro ante setembro, em dado revisado após ter sido divulgado anteriormente um avanço de 0,9%. O resultado foi pressionado pela desaceleração na fabricação de automóveis e da indústria extrativa, colocando assim em dúvida a expectativa de uma recuperação no setor no final do ano passado.

Por outro lado, o resultado foi melhor do que a expectativa de economistas. A mediana das previsões de 14 analistas ouvidos pela Reuters indicava que a produção industrial teria recuado 0,9% em novembro ante outubro. As estimativas variaram de queda de 0,3% a 1,2%.

Na comparação com novembro de 2011, a produção caiu 1%, nesse caso pior do que a previsão de recuo de 0,8%. Em outubro, a produção havia interrompido uma sequência de 13 meses de taxas negativas nesse tipo de comparação ao avançar 2,5%, em dado também revisado após ter sido divulgado anteriormente avanço de 2,3%.

Segundo o IBGE, em novembro 16 das 27 atividades pesquisadas apresentaram queda sobre o mês anterior, com destaque para o recuo de 6,7% em indústrias extrativas e de 2,8% no setor de veículos automotores.

Com isso, essas atividades eliminaram parte do crescimento registrado em outubro, de 8,2% e 3,2%, respectivamente. Segundo a Anfavea, associação que representa as montadoras do país, o setor deve encerrar em queda 2012, o primeiro recuo anual desde 2002.

Na comparação com novembro de 2011, o setor de veículos automotores, com recuo de 7,5%, foi o que exerceu a maior influência negativa para a queda de 1% na produção industrial, pressionado pela queda na fabricação de aproximadamente 71% dos produtos investigados, segundo o IBGE.

Entretanto, outro dado sobre a indústria sugere que o setor industrial brasileiro estava se recuperando no final do ano, embora a um ritmo mais lento. Em dezembro, a pesquisa Índice de Gerentes de Compras do Markit, divulgado na quarta-feira, atingiu 51,1, ante 52,2 em novembro, indicando expansão pelo terceiro mês seguido.

A economia brasileira iniciou o quarto trimestre de 2012 acelerando o passo, com avanço de 0,36% no Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) em outubro ante setembro. Mas esse resultado ainda não foi suficiente para sustentar as avaliações de que a recuperação era permanente.

Caiu a parcela de itens cuja produção cresceu

A parcela de itens que tiveram sua produção aumentada caiu em novembro, de acordo com a Pesquisa Industrial Mensal. Somente a produção de 27,8% dos itens cresceu no mês. Em outubro, a indústria produziu 0,1% a mais e esse percentual fora de 72,5%. A média do indicador nos últimos dez anos para este mês é de 36,6%. Na comparação com novembro do ano passado, a situação melhora um pouco: a produção subiu em 40,9% dos itens da pesquisa do IBGE.

Nessa mesma comparação, nos bens de capital, aqueles voltados para aumentar a capacidade produtiva do país, o índice de difusão ficou em 28,9%, o mais baixo entre as quatro categorias de uso. Nos bens intermediários, os insumos da indústria, a taxa está em 44,4%. Entre os bens duráveis (eletrodomésticos, móveis e carros), mais da metade estão em alta, 52,4%. No grupo de bens não duráveis, como alimentos, vestuário e calçados, o índice de difusão está em 37,4%.

04 de janeiro de 2013
Cássia Almeida, com agências

PT E LULA AVALIZARAM DECISÃO DE GENOÍNO DE ASSUMIR O MANDATO

 

A decisão de José Genoino de assumir o mandato de deputado federal foi tomada em sintonia com o comando do PT e recebeu o aval do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Dirigentes do partido pesaram os pontos positivos e negativos. E o consenso foi que mesmo condenado pelo Supremo Tribunal Federal, o-dirigente petista deveria tomar posse para fazer o enfrentamento político.

“Seria muito pior se Genoino não assumisse o mandato. Seria um atestado de culpa”, observou ao Blog um integrante da Executiva Nacional do PT.

Apesar do forte desgaste político, a cúpula petista tentará usar o mandato do deputado como uma forma de politizar o julgamento do mensalão.

(Comentário meu: Assumir o mandato significará se autoconceder um testado de inocência? Genoino assumiu o mandato não só porque podia assumir, mas para marcar a posição do PT de inconformismo com a decisão do Supremo Tribunal Federal de condenar petistas mensaleiros.

Vejam bem: Lula e o PT passaram os últimos sete anos negando que o mensalão tivesse existido - existira apenas Caixa 2, dinheiro escondido da Justiça para financiar campanhas políticas. Vem o Supremo e diz que o mensalão existiu. E manda para a cadeia cabeças coroadas do PT.

Agora, Lula e o PT poderiam simplesmente dizer: "É, pensando melhor, diante das provas recolhidas pelo Supremo, somos obrigados a concluir que houve mensalão. E que fazem sentido as condenações de companheiros nossos".

Política não tem lugar para pessoas decentes e bem-intencionadas - a não ser umas poucas. E quase sempre elas não vâo muito longe. Ou se tornam indecentes ou abandonam a política.)

04 de janeiro de 2013
Blog de Gerson Camaroti

2013 ENTRA TAL QUAL UM MIÚRA NA ARENA

Valei-nos Virgem da Macarena! Acuda que Nossa Senhora Aparecida anda esgotada!

Fiquei assustada ao ler que a posse do Genoíno é legal pois os eleitores que votaram nele têm o direito de vê-lo atuando em seu nome no Congresso! Ah! é?

Então os eleitores do Genoíno já sabiam que ele ia trafulhar e contavam com o futuro malfeito?

Gostam de saber que ele de dia vai legislar e à noite vai conferenciar com os colegas em, digamos, Tremembé?

Fica cada vez mais explicado porque estamos mal na foto. Quem faz as leis? Os representantes do povo. Escolhidos livremente pelo povo. Nós.

Olhem bem a trupe que ocupa os plenários em nossas casas legislativas... Cheguei a começar um parágrafo com a pergunta: Com que cara nossos representantes olham para seus filhos, netos, pais, mulheres, maridos, amantes e espelho?

Não seria uma pergunta boba? Seria. Porque eles olham e são olhados com a cara mais limpa do mundo e até com admiração. Primeiro porque ganham bem e o dinheiro passou a ser a régua que tudo mede. Segundo que aquilo agora é profissão. Vitalícia.

Vejam o caso aqui do Rio. Verão pode ser sinônimo de tragédia. Quais as providências de nossas autoridades para que nunca mais os horrores de 2011 se repetissem? Além da galocha que dona Dilma deu ao Pezão, alguma outra doação funcionou?

Quem estava ontem em Xerém, revoltado e agindo? O governador? Um senador ou deputado? O vereador da região? Eu só vi o Zeca Pagodinho que, podem apostar, ainda vai se aborrecer por ter agido conforme seu coração e caráter mandaram.

Mas não é justo falar só nos políticos. A Imprensa não anda lá muito lindinha... Vejam o caso da Carta Capital. Ficou indignada ao saber que a acusavam de algo que não fez. Muito justo! A revista não forjou documento algum. Apenas usou numa matéria um documento forjado!

É mais ou menos o que faz a linda senhora Cachoeira. Ela não é bicheira nem chefia bandoleiros. Ela só usa as joias, geladeiras, fogões e tudo o mais que o rico dinheirinho encachoeirado lhe oferece.

Das balas que matam porque os criminosos são os médicos, melhor não falar. Dói mais que ler...

E a Internet? Li em O Globo de hoje (artigo Nelson Motta) que Ferreira Gullar foi agredido num glob – aquilo é um glob – e já ia lá deixar meu comentário furiosa quando ao abrir a página inicial vi que era aquele glob que pessoas de bem não frequentam. Saí correndo.

Por isso é daqui de casa que envio meu abraço ao poeta. Nós dois somos da geração que ainda discordava da falta de educação e compostura, não é, poeta?

Lembra do Barreto Pinto? Deputado cassado porque, vaidoso e tolo, se deixou enganar e fotografar de casaca e cuecas?

Foto Jean Manzon, 1946, 'O Cruzeiro"

Bons tempos aqueles em que o Parlamento se ofendia com a falta de modos de um dos seus...
 
04 de janeiro de 2013
Maria Helena RR de Sousa

QUANDO O HUMOR DESENHA A REALIDADE



04 de janeiro de 2013

ACUSADO DE ASSASSINATOS TOMA POSSE NA CÂMARA E NINGUÉM DÁ BOLA


BRASÍLIA - Três minutos antes de o ex-presidente do PT José Genoino entrar na sala da Presidência da Câmara para tomar posse, o delegado alagoano Francisco Tenório passou pelo mesmo corredor sem ser notado pelo batalhão de jornalistas e curiosos.

Chico Tenório, como é conhecido, voltou nessa quinta-feira, 3, à Casa após ter passado um ano na prisão e outros sete meses com um tornozeleira eletrônica de monitoramento, por causa de dois processos em que é acusado de encomendar assassinatos.

No caminho e durante a solenidade de posse, nenhuma pergunta foi lhe dirigida.O parlamentar do PMN assumiu a vaga de Célia Rocha (PTB), eleita para a Prefeitura de Arapiraca (AL).Tenório exerceu mandato de deputado na legislatura passada.

Assim que deixou a Câmara, em fevereiro de 2011, teve prisão preventiva decretada pela Justiça estadual.
Segundo a acusação do Ministério Público, ele teria, na "posição de líder de uma organização criminosa atuante em Alagoas", ordenado a ação que resultou na execução de duas pessoas em 2005. Ele também é processado como autor intelectual do assassinato de um ex-policial militar nos anos 90.Tenório passou o Natal de 2011 na cadeia.

Dois meses depois, a Justiça alagoana revogou a prisão, substituindo-a pelo monitoramento eletrônico com tornozeleira - ele não poderia deixar Maceió e deveria estar em casa antes das 20 horas. Foi liberado do equipamento em setembro, por ordem do Tribunal de Justiça de Alagoas.

Abordado pelo Estado na saída da solenidade dessa quinta, Tenório estava rodeado por dez pessoas, entre apoiadores e familiares. Ele conduziu a reportagem para um lugar vazio ao lado do plenário e, sozinho, se disse inocente.

"Tenho certeza de que vamos chegar ao final (dos processos) mostrando a realidade dos fatos e reconhecendo a vítima que tenho sido nessas acusações.
"Falando na terceira pessoa, o parlamentar afirmou que "a gente se sente na obrigação de cumprir o dever para o qual fomos eleitos, pelo voto popular".

Tenório recebeu 51.864 votos.Com a posse, as ações contra Tenório serão remetidas para o Supremo, Corte por onde os casos já haviam tramitado, na legislatura passada.
A defesa espera um "julgamento isento" no STF.

"A expectativa é positiva", disse o advogado Flávio Gomes.Voucher. Também tomou posse ontem Colbert Martins (PMDB-BA), ex-deputado que ficou três dias preso em agosto de 2011.
Ele foi detido pela Polícia Federal na Operação Voucher, que investigou desvios no Ministério do Turismo.
"Eu quero que esse julgamento aconteça logo", disse. "Eu acredito muito na minha inocência e quero que seja resolvido."

04 de janeiro de 2013
Fonte: http://estadao.br.msn.com/ultimas-noticias/acusado-de-assassinatos-toma-posse-na-c%C3%A2mara-e-ningu%C3%A9m-d%C3%A1-bola
in lilicarabina

HONRA

 

Spike Lee, cineasta negro, declarou o seguinte: “Meus ancestrais são escravos roubados da África. Eu os honrarei”. Beleza, ‘seu’ Spike.

Spike LeeSpike Lee

Honrar ancestrais é coisa que todo mundo deveria fazer, como fazem os japoneses, que levam comida para os ancestrais. Há até estudos que mostram que nós somos, nada mais, nada menos, que espelhos de nossos ancestrais.
 
Mas a declaração foi feita num festival de cinema, e ele se referia ao novo filme de Quentin Tarantino, cujo tema é a escravidão. Penso eu que a escravidão deveria ser um tema muito mais explorado, não varrido para baixo do tapete. A frase me pegou no contrapé, e peço licença aos leitores para responder, de público: VTNC, ‘seu’ Spike.
 
O senhor esqueceu-se de dizer, na sua declaração racista, que seus ancestrais foram capturados por outras tribos negras, que os venderam a traficantes de escravos.
Os brancos azedos não invadiram a África com exércitos para capturar escravos.
 
Eles estavam disponíveis, por causa dos hábitos milenares das outras tribos, como os muçulmanos, que tem o mesmo hábito. Quando invadiam países europeus, capturavam milhares de escravos. Então, não me venha de borzeguins ao leito, que o senhor perdeu uma oportunidade de ouro em ficar calado.

04 de janeiro de 2013
Magu

"GENTE BANDIDA..."

QUANDO O HUMOR DESENHA A REALIDADE




04 de janeiro de 2013

(A PROPÓSITO DA ENTREVISTA DE DIRCEUÀ FOLHA) À ESPERA DA POLÍCIA, OS QUE VIVERAM A ILUSÃO DO PODER


Tomo emprestado à "Folha de S.Paulo" o título da entrevista feita, recentemente, com o ex-ministro José Dirceu.
Quanta ironia! No dia em que ele pedira exoneração da Casa Civil, enviei-lhe e-mail, lembrando-lhe o sentido original da palavra grega, "ostracismo", utilizada para designar os que se destacavam (geralmente por suas qualidades): eram colocados à margem das decisões públicas para evitar que se tornassem tiranos.
Eu me encontrava ainda atordoada pelas declarações do deputado Roberto Jefferson sobre o que vinha acontecendo no governo Lula. Não podia acreditar fossem verdadeiras aquelas acusações.

Quando Zé Dirceu chegou à Câmara dos Deputados, no mesmo ano que eu, transformou-se rapidamente em uma espécie de xerife. Fazia a três por dois representações ao Ministério Público pedindo investigações. Desconfiava de tudo e todos e teve papel proeminente no "impeachment" de Collor.

Não era esse o meu estilo de ser representante popular. Não achava que transformar o Congresso Nacional em delegacia de polícia fazia parte de nosso papel. Fiscais, sim, mas não acusadores e perseguidores de quem quer que fosse.
E no interior do PT, por ação dele, ia minguando a democracia interna, substituída pela "luta política".

À época do e-mail, eu já fora defenestrada do Ministério do Trabalho e Emprego. Não conseguia entender a maioria das iniciativas do governo de que eu tanto esperara.

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ARREPENDIMENTO


Zé Dirceu agora se arrepende de não ter ajudado a criar uma sólida cultura de esquerda no país e vê que a cantada e decantada nova "classe média", criada a partir de medidas tomadas por Lula/Dilma, está "vivendo num paraíso", mas também vem sendo "cooptada" por valores conservadores… "É preciso trabalhar. A esquerda nunca teve uma vida tranquila no mundo. Nunca usufruiu das benesses do poder".

E prossegue: "O Ministério Público e a polícia com esse poder, esses grampos… isso está virando uma Gestapo. Quando as pessoas acordarem, pode ser tarde demais".

Zé Dirceu só se esqueceu de que, enquanto presidente do PT e depois virtual "primeiro-ministro", poderia ter posto um paradeiro na doce ilusão que eles compartilharam ao confundir estar no governo com ter o poder. Todos e, principalmente, o chefe estavam maravilhados por serem paparicados pelos poderosos: haviam trocado a aguardente pelas boas safras de Romanée Conti; pelos presentes como Rolex e Land Rover; vestiam ternos finamente cortados pelos melhores alfaiates do Brasil e deixavam que suas mulheres se transformassem em dondocas de cabeleireiros famosos, cheias de botoques deformadores.

Viveram a ilusão do poder. Só que os que têm poder só o têm porque podem explorar, excluir, subornar e corromper.
Agora, muitos vão ter de se arrepender na cadeia. Onde espero, de coração, possam se transformar em sábios, reconhecendo seus erros e o engano a que levaram os pobres do Brasil.
Se ainda houver tempo para que isto aqui não se transforme num imenso meio-oeste americano, cheio de fanáticos reacionários…

04 de janeiro de 2013
Sandra Starling

IMAGEM DO DIA

Crianças brincam durante celebração do Dia da Independência, na Birmânia
Crianças brincam durante celebração do Dia da Independência, na Birmânia - Soe Than Win/AFP
 
04 de janeiro de 2013

A INCONGRUÊNCIA TOMA CONTA DO GOVERNANTE QUANDO O ESTADO SE TRANSFORMA EM LUPANAR DA IDEOLOGIA

 


A seriedade de uma nação, seus cidadãos gostando ou não, está nas atitudes dos governantes, na forma como esses conduzem o Estado e decifram os entraves do cotidiano. Somente quem não conhece a realidade que por aqui se faz presente a cada instante acredita que o Brasil é uma nação séria.
 
Quando o poder central engana diuturnamente a sociedade, sem que essa se incomode ou reaja, a seriedade institucional está longe de ser uma das virtudes do país. O populismo covarde e rasteiro que domina o Palácio do Planalto faz do Brasil uma espécie de paraíso da incoerência, da transgressão, da permissividade.

Firme no propósito de instalar no País uma ditadura civil, o que alguns ousam chamar de ditadura ideal, a presidente Dilma Rousseff não mede as consequência dos seus atos, não avalia a essência de seus propósitos descabidos, não leva a sério a crise que assusta e corrói a extensa maioria do povo.

Não se pode falar em democracia quando governantes se preocupam com prioridades partidárias e doutrinas ideológicas. Democracia não é apenas e tão somente o direito de ir e vir, de poder votar, de manifestar de forma livre o pensamento. É muito mais, vai além das fronteiras da Carta Magna.

A democracia existe de fato e de direito quando o Estado age sem promiscuidade com o cidadão, quando o poder não se vale da cafetinagem institucionalizada e devolve em benefícios aquilo que recebe dos contribuintes. A democracia existe quando o Estado não é transformado em lupanar privado de uma minoria que enfurna a vadiagem debaixo dos resultados de uma eleição.

A democracia existe quando o suado dinheiro do trabalhador não é utilizado para privilegiar feudos absolutistas, para adular facínoras ao redor do planeta.
A democracia existe quando a vontade popular é um dos sustentáculos do Estado, quando o contraditório serve de plataforma para acertos futuros, não de alvo para a ira dos obtusos.
A democracia existe quando prevalece o seu mais estrito e profundo significado – o poder emana do povo – e cada cidadão é respeitado como parte integrante e primordial de um todo.

Helen Leite, uma jovem brasileira que saiu do interior de São Paulo para trabalhar honesta e legalmente no exterior, morreu no avião enquanto viajava para os Estados Unidos. Humildes e assustados com o fato, os pais da jovem não sabem o que ocorreu e muito menos o que fazer.

Pediram ajuda ao governo brasileiro para trazer ao País o corpo da filha, mas o Itamaraty alega que a legislação não prevê esse tipo de auxílio. Algum tipo de imposto essa família pagou ao menos uma vez na vida, mas isso nada representa para um governo que explora o cidadão à semelhança de um gigolô que vasculha o embornal de suas comandadas.

Enquanto a família de Helen Leite está mergulhada em um oceano de incertezas, tristeza e desespero, a presidente Dilma Rousseff, que financiada pelo erário descansa no litoral da Bahia junto com a família, ordenou que seu chanceler genérico, o ignaro Marco Aurélio Garcia, viajasse urgentemente a Cuba para acompanhar o real estado de saúde do ditador Hugo Chávez, que se não estiver morto de fato, como apontam as informações recebidas, pouco falta para que isso se consume.

Aos atuais donos do poder, que alcançaram o Planalto Central por meio do voto popular, mas não deixam de ser uma horda de detratores da dignidade nacional, importante é ter informações precisas sobre a saúde de um totalitarista adepto do jogo político sujo e que sacrifica financeiramente seu povo para custear a sanguinária ditadura dos irmãos Raúl e Fidel Castro.

A esses falsos moralistas dessa republiqueta de bananas em que se transformou o Brasil, especialistas maiores em corrupção, o corpo de Helen Leite nada representa, assim como pouco importa a dor de seus pais.
Prioridade é saber o que se passa com Hugo Chávez, um comunista festivo que incentivou o índio-cocalero Evo Morales a se apoderar, como faz um punguista profissional, de uma unidade da Petrobras na Bolívia, provocando à estatal petrolífera brasileira um prejuízo de US$ 1,6 bilhão.

O corpo da jovem Helen Leite, que por certo pagou impostos ao comprar sua passagem para os Estados Unidos, pouco pode proporcionar aos ilusionistas palacianos que abduzem a consciência popular e ignoram a opinião da parcela pensante da sociedade. Importante é, sim, ter notícias de um caudilho fanfarrão que tornou-se sócio do governo brasileiro em uma refinaria superfaturada, sem jamais ter tirado do bolso um só níquel.

Marco Aurélio Garcia, o estafeta internacional do governo, que entremeia palavras absurdas do esquerdismo com um mau hálito que já é folclórico nas entranhas do poder, não viajará à Havana em avião de carreira, até porque o direitismo que marca a esquerda tupiniquim não permite essas economias rasas e pobretonas. Cruzará os céus do Caribe confortavelmente em algum dos muitos aviões oficiais brasileiros, para destilar sua essência trotskista diante de um enfermo desqualificado que perdeu a guerra para o mais devastador e imperioso dos males: o câncer.

Há quem diga que céu, inferno e paraíso são ingredientes do marketing religioso, mas os que contribuíram para urdir o desespero da família da jovem brasileira terão suas almas arremessadas nas profundezas do báratro, onde só ultrapassa a alcatifa luciferiana aquele que fez do poder um afiado sabre contra o cidadão.

04 de janeiro de 2013
ucho haddad