"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

NA HORA QUE LULA VOLTA À CENA, DILMA ANTECIPA DESCONTO DA LU EM CADEIA NACIONAL. UM "AVISO" QUE 2014 É DELA


Abaixo, uma avaliação de um colunista do Valor que tem a concordância deste blog. Bastou Lula reunir ministros e assumir a prefeitura de São Paulo, bem como arvorar-se a articulador com partidos, para Dilma antecipar o desconto da conta de luz, chamar uma cadeia nacional e fazer um programa eleitoral descarado. Dilma está peitando Lula. Dilma não vai abrir mão de 2014.
 
Leiam abaixo:

A presidente Dilma Rousseff reagiu com firmeza às dúvidas de um visitante que recebeu recentemente no Palácio do Planalto sobre sua intenção de concorrer à reeleição: "Meu mandato é de oito anos", afirmou. Nas últimas semanas, ganhou força no mundo político a ideia de que o ex-presidente Lula estaria pronto para tentar um retorno em 2014. Com Lula no páreo, é certo que Dilma não seria tão firme na disposição de continuar à frente do governo. Acontece que as notícias sobre atritos entre ela e seu antecessor são verdadeiras.
 
A uma visita recente que recebeu no Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff reagiu com firmeza às dúvidas sobre sua intenção de concorrer a um segundo período de governo: "Meu mandato é de oito anos", disse Dilma a um interlocutor perplexo com a determinação da presidente da República.
 
Espanto não de todo sem razão. Nas últimas semanas ganhou corpo entre os políticos, sindicalistas e a classe empresarial a ideia de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva estaria de malas prontas para voltar em 2014. Com Lula no páreo, é certo que Dilma não seria tão firme ao afirmar que seu mandato é de oito anos.
 
Acontece que o noticiário sobre a ocorrência de atritos na relação entre a presidente e seu ex é rigorosamente verdadeiro. A única diferença entre as versões é sobre a extensão das divergências. Alguns palacianos e petistas situam-nas apenas no campo técnico, sem consequências indesejáveis para o projeto.
 
Lula, por exemplo, não teria gostado nada das medidas que Dilma tomou na renovação das concessões do setor elétrico. Ela, por seu turno, que não é afeita a críticas, reagiu mal ao julgamento do antecessor. Ocorre que as críticas de Lula, de acordo com seus interlocutores, vão muito além daquelas feitas ao novo modelo do setor elétrico. O ex-presidente, por exemplo, entre outros reparos costuma dizer que ela se relaciona mal com o Congresso, com empresários e com os trabalhadores.
 
Dilma, por sua vez, segundo auxiliares diretos que pediram para não ser identificados, também entre outras coisas acha que sobrou para ela a fatura da perda daquilo que era o maior patrimônio do PT: o discurso ético. A maior prova disso é a condenação dos integrantes do esquema do mensalão, cujo chefe da "quadrilha", segundo o Supremo Tribunal Federal (STF), era nada mais, nada menos, do que o ex-todo-poderoso do governo Lula, no primeiro mandato, José Dirceu de Oliveira, ex-ministro chefe da Casa Civil.
 
Mas ninguém na Presidência da República ou no PT é capaz de assegurar que Dilma não disputará a reeleição, em 2014, se Lula pedir para ser novamente candidato. Em geral, ministros e assessores dizem que a presidente é "muito leal" a Lula e compreende muito bem que somente foi eleita por causa da popularidade do ex-presidente e a seu apoio.
 
Por tudo isso, a frase dita pela presidente ao visitante que recebeu no Palácio do Planalto surpreendeu os poucos políticos que tomaram conhecimento da conversa, pois soa diferente de tudo o que se disse até agora.
 
Na realidade, Dilma não só disse "o meu mandato é de oito anos" - sem esquecer, talvez, de que antes disso precisará enfrenta eleição - como entrou em 2013 em uma atividade governamental intensa típica de quem já está em campanha eleitoral. Não só publicamente, como fez no "comício" de Teresina (PI), como em ações de bastidores para construir uma bancada partidária própria.
 
Nas eleições para a Câmara e o Senado, ela bem que procurou um caminho novo que fizesse reluzir, novamente, a estrela ética do PT. Não deu certo. Ela então foi então pragmática. Para chegar forte partidariamente em 2014, Dilma precisa de quem é forte no Congresso, e no momento esses parlamentares são mesmo José Sarney, Renan Calheiros e Henrique Eduardo Alves, todos do PMDB, sendo os dois últimos os mais prováveis presidentes do Senado e da Câmara, na legislatura que começa dia 1º de fevereiro.
 
Dilma é uma presidente que se elegeu sem fazer compromissos. Lula cuidou de tudo o que foi necessário: da escolha da candidata à arrecadação de recursos para a campanha, passando pela escolha do jornalista João Santana para o marketing da campanha, o único débito da presidente é com Lula da Silva.
 
Mas para se livrar de cabrestos políticos em junho de 2014 - mês da oficialização dos candidatos - seja do PT, PMDB ou PSB o que Dilma mesmo é que a inflação esteja baixa e sob controle e o emprego em pelo menos seus atuais níveis. Aí então tudo o que hoje é dito não terá passado de uma flor do recesso.
 
( De Raymundo Costa, no Valor Econômico)
 
24 de janeiro de 2013
in coroneLeaks

IDIOTA COM ISO 9000 - PARTE II


Tem direito sim.

Tem o direito de pagar de rebeldinho sem causa que foi criado na base de Toddynho que os idiotas dos seus pais te fizeram acreditar que voce pode tudo, até pagar de malandro esperto achando que usar drogas é o máximo da inteligência e da malandragem.
O máximo de emoção que voce consegue nessa sua vidinha patética é enrolar um pacau, ou esticar uma carreira?
Otário!!!

E para falar a verdade, eu quero mais é que você, os seus direitos, e suas drogas se phod@m!!!
 
24 de janeirol de 2013
omascate

AINDA AS CRIANÇAS E OS ANÚNCIOS NA TELEVISÃO... MEUS LEITORES CONTINUAM PESQUISANDO

 
Esses meus leitores… Sempre atentos. Quando tratei do Instituto Alana, que quer proibir a propaganda de refrigerante, listei os nomes dos comandantes da entidade: Ana Lucia de Mattos Barretto Villela e Alfredo Egydio Arruda Villela Filho.
Como sou ignorante nesse mundo, pensei: “Seriam casados?”. Não, não! Mais ignorante ainda, imaginei a Alana a proibir as criancinhas de participar de propaganda de bancos, por exemplo, porque, afinal, pertencem a um setor que explora a usura, né?
Eu tenho cada uma…
 
Os dois são irmãos. A família é a maior acionista individual do grupo Itaú, o segundo maior do país entre os bancos privados. Assim, só acertei mesmo nos “mordomos invisíveis que administram a casa”. O Brasil também será único no mundo na produção de bilionários que têm horror ao capitalismo.
 
Agora entendo por que o Itaú usa tanto as crianças em seus comerciais. É para mostrar ao mundo como se faz. Certamente passa antes pelo controle de qualidade da Alana.
Quem não achou isso engraçadinho e não se encantou?
 

 
E isto? É para edificar a infância? Que sorte que banco vende dinheiro, não biscoito.
 

 
Também há esta:
 

 
Se os irmãos conseguirem emplacar as suas teses, as crianças, devidamente estatizadas, poderão depois ser privatizadas pelo Itaú. Fico mais tranquilo ao saber que a Alana quer proibir a associação de crianças a produtos não saudáveis, mas que considera muito sensato que sejam associadas a bancos. Ah, sim: isso é uma ironia.
 
Um dos maiores aliados da Alana na Internet é um troço chamado Infância Livre do Consumismo. Eles usam esta imagem em sua propaganda.

 
Essa turma divulga ainda uma tradução porca de uma lista das 10 estratégias da “mídia” para enganar os trouxas, segundo uma compilação de algumas, digamos, sacadas de Noam Chomsky, o socialista socialite do MIT. O texto em inglês está aqui. Numa língua que lembra o português, os valentes mandam brasa:
 
“Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um curto circuito na análise racional, e por fim ao sentido critico dos indivíduos. Além do mais, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar ou enxertar ideias, desejos, medos e temores, compulsões, ou induzir comportamentos…”
 
Ui!!! Que medo dessa mídia manipuladora!!!
 
Quando vi aquele bebezinho rindo com o papel rasgado, fiquei feliz de escolher o meu banco pautado por critérios puramente racionais: se um bebê ri quando ouve o som de um papel rasgado, é evidente que estamos diante da melhor opção! É o triunfo da razão pura!
 
24 de janeiro de 2013
Por Reinaldo Azevedo

OS 178 "CAMISAS VERDES" DA MARINA SILVA DECIDEM NOME DO PARTIDO.

A "rede" não foi convidada. Partido lembra o PRN do Collor.

A "nova política" de Marina Silva concedeu aos 178 iluminados que compõem o politburo verdulengo do novo partido.
 
Eles decidiram dar um nome bem colegial à legenda que Dona Sonhática está criando para chamar de seu, depois de tentar, sem sucesso, "grilar" o PV.
 
O nome será SEMEAR, um acróstico para Sustentabilidade, Educação, Meio Ambiente, Ética e Renovação. Vejam que o correto seria SEMAER, mas tudo bem.
 
O que chama atenção é a facada nas costas da "democracia em rede", prometida pela candidata. Só os apaniguados tiveram direito a voto, mostrando a cara fundamentalista e ditatorial do novo partido.
Outro fato é o discuso collorido de Marina Silva. Renovação! Isso cheira a Collor II, ao velho PRN.
Aliás, até mesmo Heloísa Helena está vindo das Alagoas para o novo partido. Cuidado com o novo Partido da Renovação Nacional. Abaixo, notícia de O Globo.

A votação para escolha do nome do novo partido que permitirá a ex-senadora Marina Silva concorrer à Presidência em 2014 terminou com o nome“Semear” (Sustentabilidade, Educação, Meio Ambiente, Ética e Renovação) como o mais votado pelos integrantes do movimento Nova Política.
 
O nome Semear foi escolhido por 57 dos 178 integrantes do grupo que votaram. Em seguida, ficaram Partido da Nova Política (PNP), com 42 votos, Movimento da Nova Política, com 29 votos, e Movimento Sustentabilidade e Cidadania (MSC), com 27. A votação foi feita pela página do grupo na internet durante quatro dias.
 
Apesar da votação, o nome ainda não está definido. A lista foi entregue para Marina Silva na noite de terça-feira, em São Paulo, e ainda será debatida pelo movimento antes da escolha, que deve caber à própria ex-senadora. O anúncio oficial é esperado para o dia 16 de fevereiro, data da próxima reunião do grupo em Brasília.
 
Marina está sem partido desde 2011, quando rompeu com o PV por divergências com o presidente da legenda, o deputado federal José Luiz Penna (SP). Foi pelo PV que concorreu à Presidência da República em 2010, terminando a eleição com quase 20 milhões de votos. Antes, Marina foi do PT, partido que ajudou a fundar e pelo qual foi ministra do Meio Ambiente no governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
 
24 de janeiro de 2013
in coroneLeaks

GOVERNO DO PT ALCANÇA A MARCA HISTÓRICA: R$ 1 TRILHÃO EM IMPOSTOS EM 2012. SEM CRESCIMENTO, SEM INVESTIMENTO

A sociedade brasileira nunca pagou tanto imposto quanto em 2012. A arrecadação de tributos federais somou nada menos que R$ 1,029 trilhão, puxada pelo mercado de trabalho aquecido e o aumento da renda. Isso significa que, a cada dia, foram recolhidos aos cofres públicos R$ 2,8 milhões e, a cada hora, R$ 117.495. Essa foi a primeira vez que a arrecadação atingiu a casa do trilhão. O resultado recorde representou um crescimento real de 0,7% em relação a 2011 e só não foi maior porque a economia desacelerou fortemente e o governo fez desonerações de R$ 46,4 bilhões.
 
Embora a arrecadação federal tenha atingido novo recorde, a carga tributária brasileira deve cair em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) em 2012. Projeção do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), feito a pedido do GLOBO, indica que o peso dos impostos e contribuições das três esferas de governo (federal, estadual e municipal) deve recuar de 35,31%, em 2011, para 35,11% no ano passado.
A maior participação na arrecadação federal veio dos trabalhadores mediante a contribuição previdenciária sobre os salários. O valor recolhido com o tributo atingiu R$ 310,7 bilhões, uma alta de 5,63% sobre 2011. Além disso, os trabalhadores continuaram recolhendo Imposto de Renda por uma tabela que ficou mais defasada devido à alta da inflação.
 
- O governo bateu a carteira do contribuinte. Ele avançou em cima de R$ 1 trilhão dos brasileiros para sustentar a máquina pública e mesmo fazendo desonerações não conseguiu animar o setor industrial - disse Luiz Gustavo Bichara, sócio do escritório Bichara, Barata & Costa Associados.
 
Segundo a Receita Federal, o comportamento da arrecadação refletiu os indicadores da economia. A produção industrial foi um deles. Ela tem reflexos sobre o recolhimento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e registrou queda de 2,53% no acumulado do ano. Assim, a arrecadação do IPI - um dos principais tributos usados nas desonerações - somou R$ 47,3 bilhões: 7,04% a menos que em 2011.
 
Por outro lado, o aumento da massa salarial e das vendas ao longo de 2012 ajudaram a arrecadação a crescer. As vendas de bens e serviços, que aparecem no recolhimento do PIS/Cofins, subiram 8%. Com isso, as duas contribuições tiveram uma arrecadação de R$ 226,9 bilhões, com aumento de 4,68%. Já a alta das importações e da taxa de câmbio ajudaram no pagamento do Imposto de Importação e no IPI vinculado às importações. A arrecadação desses dois tributos ficou em R$ 48,4 bilhões, um avanço de 10,5%.
 
A secretária-adjunta da Receita, Zayda Bastos Manatta, classificou o resultado como satisfatório. Ela lembrou que ele foi melhor que o de 2009, quando a economia também desacelerou e acabou fazendo a arrecadação cair 2,74%. Mas, os números ficaram bem abaixo do que a equipe econômica esperava para 2012. A taxa de crescimento estava estimada em 4% no início do ano e caiu para 1% no último trimestre:
- Foi um comportamento ancorado na expansão do PIB.
 
Ao ser indagada sobre o fato de a população ter pago mais impostos do que nunca, a secretária disse que é cedo para falar sobre o comportamento da carga tributária. Ela acrescentou que a Receita não está avaliando o impacto da alta da inflação na tabela do Imposto de Renda das pessoas físicas.
 
Para o tributarista Ives Gandra, o governo acabará pagando uma conta salgada pela forma como optou por estimular a economia. Segundo ele, as desonerações adotadas tiveram foco no consumo, o que acabou pressionando a inflação sem gerar crescimento. Para ele, a estratégia mostrou que as receitas do país estão sendo usadas para sustentar o Estado sem retorno para o setor produtivo ou a população. Gandra lembrou que o Bolsa Família custa R$ 17,5 bilhões por ano: - É um gasto social importante que não representa nada no universo de R$ 1 trilhão.
 
( Matéria de O Globo)
24 de janeiro de 2013
in coroneLeaks

ESTADISTA É ISSO...

 

“O Brasil está cada vez maior e imune a ser atingido por previsões alarmistas; nos últimos anos o time vencedor tem sido dos que têm fé e apostam no Brasil”.



Dilma Rousseff, no pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão, explicando que um governo não precisa de planos, projetos ou programas, mas de torcida a favor, otimismo e muita reza.

24 de janeiro de 2013

"QUEIXAS DUM PRISIDENTE" - DO TROVADOR GAÚCHO ALAMIR LONGO

I
Pôs oje eu tô p da vida,
munto brabo, sim sinhô!
coaqueles cara da Veja
que são munto faladô
que diz que não desencarno
do Planalto, não sinhô!
II
Gosto munto do pudê,
não vô negá, não sinhô!
pois vô sempre nas runião
só pra ajudá, sinsinhô!
vô lá levá minhas idéia
que eu sô munto pensadô.
III
e vô dizê mais pá eles
que anda mi esculachando,
falando que o putugueiz
eu ando inté estuprando,
que isso tudo é mentira
que esse cabra tá falando!
IV
Não gosto do putugueiz,
não vô negá, não sinhô…
tem letas munto espaiada
e ôtas que munto ajuntô,
mas vô fazê língua nova
Pá esse povo sofredô.
V
E pá esses cara, eu digo,
que sô macho, sinsinhô!
pôs eu vim de pau de arara
do sertão que me gerô
pá ficá rico em Sum Paulo
e munto safo, sinsinhô!
VI
Tumbém sei que tão falando
quinté anarfabeto sô,
e que na minha prisidença
teve cabra que robô,
mas nunca sube de nada
e não vi nada, não sinhô!
pôs eu só tava viajando
de avião novo, sinsinhô!
VII
quero dizê pá esses cara
que são munto faladô,
e que só vive falando
dessas coisa que não sô,
que só tenho medo dum ómi:
É do Valério, sinsinhô!


24 de janeiro de 2013
Alamir Longo

IMAGENS DO DIA

Manifestantes egípcios tentam derrubar um muro construído para impedi-los de chegar ao Parlamento e ao prédio do Gabinete perto da Praça Tahrir no Cairo, Egito
Manifestantes egípcios tentam derrubar um muro construído para impedi-los de chegar ao Parlamento e ao prédio do Gabinete perto da Praça Tahrir no Cairo, Egito - Hussein Tallal/AP


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  • Manifestantes após derrubarem muro que os impediam de chegar ao Parlamento e ao prédio do Gabinete perto da Praça Tahrir no Cairo, Egito
    Manifestantes após derrubarem muro que os impediam de chegar ao Parlamento e ao prédio do Gabinete perto da Praça Tahrir no Cairo, Egito - Mohamed Abd El Ghany/Reuters
     
    24 de janeiro de 2013

    ELEIÇÕES NO CONGRESSO AZARÕES NA DISPUTA CRITICAM ACORDOS E LOTEAMENTOS

    Júlio Delgado e Pedro Taques temem desgaste do Congresso

    Na reta final da disputa pela presidência da Câmara e do Senado, dois parlamentares tentam até o último instante se firmar como alternativa às candidaturas previamente acertadas dos peemedebistas Renan Calheiros (AL) e Henrique Alves (RN). Em comum, o senador Pedro Taques (PDT-MT) e o deputado Júlio Delgado (PSB-MG) criticam os “acordões” e loteamento de cargos na Mesa e em comissões que seus adversários fazem desde o ano passado com partidos para garantir a eleição. Também condenam o fato de seus adversários precisarem se defender de denúncias.
     
    Na Câmara, Júlio Delgado (PSB-MG) bombardeia:
    — Ele (Henrique Alves) ofereceu a mesma coisa para dois partidos. Como vai fazer para cumprir, não sei. Acabou fazendo muita promessa para muita gente. Esse tipo de acordo é no mínimo desrespeitoso com a representatividade dos partidos — afirma o socialista.
    Delgado frisa que, se eleito, Alves precisará dar explicações sobre as denúncias de que tem sido alvo, inviabilizando a discussão de uma agenda positiva, de votação de matérias importantes para destravar o crescimento econômico.
     
    — Uma pessoa que vai entrar questionada, ao invés de defender a instituição, e que vai ter que se defender na questão ética e moral, não vai poder estabelecer uma pauta positiva. A Câmara vai continuar de cócoras.
     
    Delgado também ataca o vice-presidente Michel Temer, que está em campanha aberta pelo correligionário:
     
    — Diferentemente do Eduardo Campos, que me ajuda mantendo equidistância, acho estranho que um vice-presidente da República, de forma ostensiva, interfira num processo interno do Legislativo.
     
    No Senado, Taques opta por um discurso mais contido. No entanto, cobra mais debate sobre as candidaturas e critica os acordos feitos pelo adversário e o fato de Renan enfrentar denúncias:
     
    — O que me causa espécie é não estarmos debatendo propostas. Temos o eleitor de cabresto e agora também o senador de cabresto. É impressionante no Brasil como as coisas não caminham. Desse tipo de acordo, eu não faço parte, considero condenável do ponto de vista político. Conversa política deve existir, mas barganha ultrapassa a política republicana que todos devemos fazer. É isso que vai acontecer se ele for eleito. E é muito ruim já chegar prestando esclarecimentos. Não podemos ter um Legislativo em função de denúncias. Isso enfraquece muito a Casa.
     
    24 de janeiro de 2013
    JUNIA GAMA - O Globo

    MUDOU, SIM. E NÃO FUNCIONA.

    É a maldição: em política econômica, toda gambiarra gera uma contra-gambiarra
     
    Trata-se de uma quase unanimidade. Tirante os economistas do Banco Central, praticamente todos os demais acham que a inflação brasileira não alcança a meta oficial (4,5%, pelo IPCA, índice do IBGE) nem neste ano, nem no próximo, nem sabe-se lá quando.

    Mas depois desse consenso, as opiniões começam a se dividir. Uma turma acha que isso é grave, que não se pode brincar com a inflação no Brasil e que a alta de preços é um imposto contra os mais pobres. Aliás, a inflação das famílias mais pobres está mais elevada do que a dos ricos.

    Outra turma, dos economistas do governo ou aliados, acha que não tem nada demais numa inflação de 6,5% ao ano, número que estaria dentro da meta. Não é bem assim. Convém explicar: a meta, fixada pelo Conselho Monetário Nacional, é de 4,5% ao ano. Admite uma margem de tolerância (ou de erro, se quiserem) de dois pontos abaixo ou acima, isso para situações excepcionais, fora do controle do Banco Central.

    Mas três anos seguidos com inflação na média de 6% ao ano não podem ser chamados de excepcionais. Pelos dados divulgados ontem pelo IBGE, a inflação corrente subiu de novo para os 6%. Ou seja, este é o ritmo de alta de preços no Brasil, acima da meta, abusando da margem de tolerância.

    E isso apesar dos truques, como aquele, quase permanente, de segurar o preço da gasolina e outro, mais recente, de acertar com os prefeitos do Rio e São Paulo o adiamento do reajuste das tarifas de ônibus, previsto para este mês. No primeiro caso, estraga as contas da Petrobrás. No segundo, das prefeituras. É a maldição: em política econômica, toda gambiarra gera uma contra-gambiarra.

    Mas todo esse debate poderia ser resolvido de modo muito fácil, dizem aliados do governo. Basta dizer que a meta de inflação agora é de até 6,5%. Mesma coisa que esses mesmos economistas estão propondo para o superávit primário. Em vez de o governo roubar nas contas para atingi-lo, basta reduzir o alvo.

    Por que o governo não fez isso?

    Reparem que é o mesmo padrão no caso do dólar, tratado aqui na semana passada. Todo mundo sabe que o real foi deliberadamente desvalorizado pelo governo e que a cotação agora varia numa banda de R$ 2,00 a 2,10 por dólar. De novo, críticos e aliados da presidente Dilma concordam nessa constatação, os primeiros, claro, achando errado, os segundos, certo. Mas o governo jura que não tem banda e sim uma clássica de taxa de câmbio flutuante.

    Economistas ligados à linha desenvolvimentista (alguns preferem neo-desenvolvimentismo, sabe-se lá por que) sempre sustentaram que um país emergente terá inflação mais alta que os desenvolvidos e estáveis. Não haveria problema com alta de preços de 10% ou até 15% ao ano, se esse fosse o custo para uma expansão acelerada. Mais inflação em troca de mais crescimento, tal é o mote.

    Acrescentam-se a essa receita a moeda desvalorizada e gastos públicos elevados.

    Se o governo Dilma não está fazendo isso, então faz algo muito parecido. Mais ainda: havia mesmo a expectativa de que a presidente fosse pouco a pouco alterando os parâmetros da política econômica herdados da era FHC e que haviam sido mantidos por Lula por necessidade e não por convicção.

    Assim, resultam duas possibilidades. Ou a política não mudou, apenas estaria sendo, digamos, mal executada. Ou mudou e o governo não quer admitir isso para não criar expectativas negativas, sobretudo lá fora, ou porque a mudança não está funcionando.

    Afinal, temos inflação elevada e baixíssimo crescimento. O governo aumenta seus gastos e as obras não aparecem. O real foi desvalorizado, mas as importações crescem e os brasileiros continuam torrando dólares lá fora (US$ 22 bilhões no ano passado!).

    Até aqui pelo menos, os fatos dizem o seguinte: a política mudou e não deu certo. Que fazer? Voltar ao padrão clássico ou aumentar a aposta neodesenvolvimentista?

    Pode ser também que o governo não tenha uma política, mas apenas alvos. E cada vez que atira em um, acerta no que não devia. Um exemplo da hora: a redução das tarifas de energia vai estimular famílias e empresas a consumir mais, lógico. Isso em um momento em que os reservatórios das hidrelétricas, a energia mais barata, estão em ponto crítico, exigindo o auxílio das usinas termoelétricas, mais caras. O processo ainda retira recursos das companhias hidrelétricas, diminuindo sua capacidade de investir em novas fontes.

    O pior de tudo é que o Brasil já viu isso nos anos 70 e 80.

    24 de janeiro de 2013
    Carlos Alberto Sardenberg, O Globo

    LULA AVISA: NÃO TRABALHA MAIS PELO BRASIL


    Lula emitiu nota oficial sobre a invasão do seu "instituto", onde diz:

    O Instituto foi constituído para preservar o legado dos governos do presidente Lula e para trabalhar em projetos de desenvolvimento social na África e pela integração da América Latina. A questão agrária não está entre os seus objetivos institucionais.
     
    Como vocês podem ver, Lula pega dinheiro aqui dentro para cuidar da sua imagem lá fora, sonhando com um Nobel cada vez mais distante, haja vista que o Ministério Público está fechando o cerco. 
    O Brasil está pagando a conta para que Lula cuide dos problemas de outros países. Isto é oficial. É o Brasil financiando a globalização do Lula.
     


    E o Lula era tão companheiro do MST quando precisava, não é Stedile?
     
    24 de janeiro de 2013
    in coroneLeaks

    BRINCADEIRINHA...

    Dilma por certo estava brincando quando disse que a “pior parte” da crise “ficou para trás”

    (Foto: Roberto Stuckert - PR)

    Descompasso total – Iniciamos esta matéria pedindo licença aos nossos milhares de leitores diários para fazer referência a Carlos A. Sylvynho Lima, leitor do Rio de Janeiro e seguidor da nossa página no Facebook, o que muito nos honra, assim como todos os outros que diariamente estão conosco.

    Lima quer saber por que o ucho.info concentra suas críticas no PT, “quando todos têm o rabo preso”. Aqui no ucho.info, como sabem os leitores, não se faz jornalismo de encomenda e muito menos se tergiversa. E quem erra mais recebe críticas na mesma proporção.

    Passemos aos fatos para mostrar como o PT erra, principalmente por não combinar o discurso “interna corporis”. Quando a crise internacional de 2008, oriunda do solavanco gerado pelo subprime norte-americano, singrou os mares na direção do Brasil, Lula, então presidente, garantiu que o movimento por aqui chegaria como reles “marolinha”. Como o palavrório de Lula não merece qualquer crédito, já era sabido que a crise provocaria estragos em terras brasileiras, assim como fez em outras nações.

    A crise ianque perdeu forças e foi imediatamente pela que até agora chacoalha a União Europeia e continua reverberando em todos os cantos do planeta. Dilma Rousseff, a presidente que quando candidata foi apresentada como garantia da continuidade, disse, meses atrás, que o Brasil estava blindado contra a crise. O que Dilma fez foi repetir a fala do ainda ministro da Fazenda, Guido Mantega, que tem perdido a guerra contra a inflação e já não tem nas mãos a rédea da economia nacional. E não se trata de crítica do ucho.info, mas da realidade constatada por números oficiais.

    Nesta quinta-feira (24), Dilma Rousseff parece ter esquecido a tal da marolinha e a própria fala e afirmou, durante declaração à imprensa no Palácio do Planalto, que há uma “generalizada percepção” de que a “pior parte” da crise financeira que atingiu diversas economias do mundo “ficou para trás”.

    Tal declaração foi feita após reunião da Cúpula Brasil-União Europeia, encontro que contou com a participação de José Manuel Durão Barroso (à esquerda na foto), presidente da Comissão Europeia, e Herman Van Rompuy, presidente do Conselho Europeu.

    “Tanto nesta cúpula quanto na edição anterior, em Bruxelas, as perspectivas da economia internacional ocuparam uma parte da nossa agenda. O fato é que nós pudemos ouvir hoje entre nós uma avaliação melhor do que naquele momento, tanto do ponto de vista das perspectivas das economias americana, chinesa, e também a própria evolução da situação econômica da União Europeia, onde há uma generalizada percepção que a pior parte ficou para trás”, afirmou Dilma.

    Diferentemente do que pensam Dilma, Durão Barroso e Rompuy, o mercado financeiro faz uma leitura oposta do cenário econômico atual. Entendem os especialistas que, no Brasil, 2013 será o pior ano da crise econômica, aquela que era uma marolinha de contra qual o País estava blindado.

    Como vivemos em uma democracia, mesmo que de fachada, Dilma tem assegurado o direito de dizer o que pensa, assim como nós do ucho.info também o temos. Português, Durão Barroso sabe que o seu país está à beira do precipício econômico, mas atravessa o Atlântico para endossar o ufanismo de Dilma. A crise da União Europeia está longe de acabar e os economistas sabem disso.

    É no mínimo irresponsabilidade afirmar que a crise dá sinais de ter ficado para trás, quando a economia brasileira promete patinar mais uma vez em 2013. Dilma, embalada pelas soluções utópicas de seus assessores, continua acreditando que a redução da tarifa de energia é o “pulo do gato”, ao mesmo tempo em que não desiste de apostar no consumo interno como tábua de salvação.

    Administrar um país com as dimensões continentais do Brasil, cujos problemas existem na mesma proporção, não é tarefa para amadores e nem para gazeteiros que tentam implantar nessa tresloucada Terra de Macunaíma uma ditadura socialista, a exemplo da que levou a Venezuela a um atraso ainda maior.

    Não se pode afirmar que a crise está ficando para trás quando a inflação está fora de controle, os preços sobem muito acima do previsto, a inadimplência cresce, o endividamento das famílias é recorde, as taxas de juro são reduzidas, o setor de exportação está sem competitividade internacional, o governo não investe onde e como deveria e a indústria sofre com a concorrência desleal dos produtos importados.

    Ao contrário do que disse Dilma no Palácio do Planalto, a crise no Brasil não é financeira, mas econômica, o que é muito pior. Fosse financeira, o Brasil repetiria o próprio hino e dormiria em berço esplêndido.

    É sabido que qualquer governante em apuro é mestre em dourar a pílula, para não dizer que traveste a mentira. Mas se Dilma não estiver brincando, certamente é caso de internação, pois nove em cada dez brasileiros estão preocupados com o futuro da economia. No contraponto, mais da metade da população sonha em viver nesse país maravilhoso e sem problemas que Dilma governa.

    24 de janeiro de 2013
    ucho.info

    DE: UCHO HADDAD, PARA: DILMA ROUSSEFF. ASSUNTO: O BRASIL ESTÁ CANSADO DE MENTIRAS

     

    Ucho Haddad

    Presidente, desde já peço a devida licença para dispensar a formalidade do tratamento que o cargo que ocupa exige, mas tratá-la-ei excepcionalmente por “você”, pois do contrário o texto não flui.
    Não usarei o termo “querida” porque não lhe conheço pessoalmente, não tenho intimidade para tanto e nem é esse o sentimento que nutro. O que não significa que lhe odeie ou lhe queira mal. Saiba que desejo o bem até mesmo aos inimigos, aos que me traíram, aos que me deram as costas. Enfim, à turma do lado de lá. Apenas temos posições contrárias. Sem contar que você manda e eu não obedeço.

    Dilma, quando você foi pega de surpresa por um câncer linfático, torci por sua recuperação. Creio que fui o único jornalista do “Partido da Imprensa Golpista” (o termo é invenção dos jornalistas chapa-branca) que lhe defendeu de ataques sórdidos de alguns setores da mídia. Uma coisa é a figura política, a candidata, outra é o ser humano. Sei exatamente o que passou, como também sei que não é fácil. Afinal, vivi situação semelhante. Confesso que fiquei feliz por sua recuperação. Como escreveu certa vez o genial João Guimarães Rosa, “o querer-bem não tem beiradas”.

    Dilma, você por certo deve pensar que o meu maior desejo é acordar, sentar-me diante do computador e escrever contra o seu governo e o seu partido. Enganou-se, porque não é esse o meu sonho de consumo. Sonho em acordar todos os dias e ser obrigado a procurar algum assunto que sirva de base para as minhas escritas, mas nem isso o PT me deixa fazer. Acordo e encontro um amontoado de besteiras, muitas das quais têm levado o Brasil ao atraso, ao descompasso, ao ridículo.

    Como sofro de uma doença chamada coerência, que por sorte não tem cura, sou obrigado a escrever aquilo que seus assessores não gostam e possivelmente você também não. Paciência, ainda vivemos em uma democracia, mesmo que de mentirinha, e enquanto o totalitarismo não voltar a soprar por aqui exercerei o meu direito constitucional da livre manifestação do pensamento. Sem ofensas ou rapapés, como fazem alguns integrantes da tropa de choque do PT, que me atacam quando discordam das minhas ácidas e contundentes críticas. Mas reconheça, Dilma, mesmo não gostando do que escrevo, que de incoerência não sofro. Também não sou esquizofrênico a ponto de ter escolhido você como inimiga para ter com quem digladiar diariamente. Ainda estou são e com as faculdades mentais sob controle.

    Não ficaria contrariado se o dia rompesse e nada tivesse para escrever sobre política, o meu tema predileto, o meu “ópio” redacional. Isso significaria que o Brasil encontrou o rumo para ser o país do futuro, cantilena que ouço há pelo menos cinco décadas. Ficaria tranquilo pelos meus filhos, pelos meus futuros netos, pelo seu neto, por todos os brasileiros de bem.

    Com certeza temos ideologias antagônicas, mas saiba que não sou injusto. Erro às vezes, afinal sou humano, diferentemente do seu “companheiro” Lula, o semideus que jamais erra. Mas não tenho qualquer dificuldade para reconhecer meus próprios erros. Sabe, Dilma, a vida me ensinou que errar faz parte da receita do acerto, é o ponto de partida para o ser humano evoluir, crescer, melhorar…

    Na verdade, Dilma, sou o melhor produto dos meus próprios erros. Por isso vivo com a alma em paz. Quem já enfrentou a mais temida das doenças, como nós, não pode ter a alma e o coração em contínua ebulição. É preciso tranquilidade para deixar a vida seguir. Pense nisso, pois ainda há tempo de mudar de ideia e fazer algo por você e pelo Brasil, fugindo do script chicaneiro deixado por Lula.

    Dilma, qualquer um, em suas conquistas, quer acertar. Você, assim como eu, também pensa assim. O problema é que você chegou ao principal gabinete do Palácio do Planalto e encontrou sobre a escrivaninha um roteiro de como deveria acertar. E seguir essa cartilha foi um erro irreparável.

    Diferentemente daquele que lhe inventou eleitoralmente, você não é uma pessoa de conhecimento obtuso, avessa à leitura e outros quetais ligados à falta de intelectualidade. E por causa disso sabe avaliar o estrago que o seu antecessor patrocinou ao País. Você já provou da peçonha da herança maldita deixada por Lula.

    Dilma, você teve nas mãos a chance que mais da metade da nação gostaria de ter. A de colocar Lula e seus aloprados na cadeia, terminando com o período mais corrupto da história nacional. Mas não, você, emoldurada pela miopia ideológica, deixou-o solto e dando ordens, o que é pior. Abusado e embriagado também pelas benesses que o poder proporciona oficial e oficiosamente, Lula jamais se desvencilhou do cargo. Levou o que quis do Palácio do Planalto, mas lá, no gabinete que hoje você ocupa, deixou o desejo egoísta e tacanho de quem não quer largar a mamata. Até o mais ortodoxo dos comunistas faria o mesmo. Hoje Lula manda na prefeitura da mais importante cidade brasileira e quarta maior do planeta: São Paulo. Algo que os paulistanos já esperavam. Você pode até fingir desconhecimento, mas Lula é o co-presidente, como bem lembrou o jornalista Augusto Nunes em recente artigo.

    Lula é lobo em pele de cordeiro, Dilma. Chamou para si a articulação política do seu governo, mesmo que não oficialmente, porque você é a sua próxima vítima. Oferecerá ajuda, no melhor estilo salvador da pátria, mas seu objetivo é derrubá-la. Mas vocês são vermelhos e por isso devem se entender.

    O que não pode, Dilma, é mentir ao povo brasileiro, como Lula fez durante oito anos e você deu continuidade a essa utópica onda de mitomania. Dilma, um dia alguém, sabe-se lá por qual motivo, inventou a palavra planejamento, vernáculo que sua equipe insiste em ignorar. Não foi preciso qualquer dose de genialidade para perceber que a aposta de Lula no consumo interno, a partir de 2009, que teve o seu endosso, não acabaria bem. Você, como ministra da Casa Civil, sabia disso, mas silenciou diante do óbvio. Não bastasse, repetiu a receita, como se fosse a solução mágica para uma economia que patina de forma vergonhosa.

    Dilma, reserve alguns segundos antes de dormir e pense. Lula administrou o Brasil como um dos botecos mequetrefes de porta de fábrica que ele frequentou nos tempos de sindicalismo. Fez das esmolas sociais a cachaça que levava a sua claque à inconsciência e o aplaudia como se ele fosse uma reencarnação de Messias. Lula é um histriônico com pinceladas de histeria que precisa estar em evidência o tempo todo. Para isso é capaz de tudo e mais um pouco. E esse “mais um pouco” você deve ver todos os dias sobre a sua escrivaninha. Uma vasta coleção de problemas, escândalos, desmandos, imbróglios, etc.

    Muito bem, Dilma, o Lula e você reduziram o IPI dos automóveis e o Brasil se motorizou aos bolhões. As cidades foram invadidas por enxurradas de carros novos, que passaram a disputar espaço com os já existentes. Será que não deu tempo para pensar que essa nova frota precisaria de combustível para se movimentar?
    Parece que não! E a Petrobras, que vocês petistas disseram que seria privatizada pelos tucanos, teve de importar gasolina e vendê-la no mercado interno a preço subsidiado, acumulando prejuízos bilionários. Mas esse é um detalhe, não é mesmo Dilma, porque a inflação que Lula deixou como herança não poderia sair do controle. Se isso acontecesse, uma obra de ficção que foi vendida como a verdade derradeira iria pelo ralo.

    Você também sabia que a inadimplência cresceria e que o endividamento das famílias atingiria níveis preocupantes. Mesmo assim, deixou a canoa furada seguir viagem, pois o mais importante era incensar Lula e garantir a sua eleição.
    Acreditando no messianismo de Lula, o povo saiu tresloucadamente às compras e deu vazão ao reprimido desejo de consumo. Pois bem, a reboque vieram os carnês e financiamentos e, em seguida, a inadimplência.
    Para camuflar a verdade, você ajudou a criar a nova classe média, com 40 milhões de incautos que não tiveram qualquer progresso na vida, mas hoje pelejam com os que cobram as prestações atrasadas. Eis a receita milagrosa que você e os companheiros inventaram e que deu a Lula inúmeros títulos de doutor honoris causa ao redor do mundo. Fosse eu o reitor de uma dessas universidades, já teria ido a São Bernardo do Campo para tomar-lhe a honraria.

    Dilma, mesmo sabendo qual seria o conteúdo do seu discurso levado ao ar na noite de quarta-feira (23), parei para ouvi-la. Até porque sabia que você mais uma vez seria a minha fonte de inspiração. Você começou falando “queridas brasileiras e queridos brasileiros”. Por razões óbvias não me senti incluído nesse rol, pois não sou seu querido, como você não é a minha. Romântico incorrigível que sou, guardo na alma, no coração e no pensamento uma pessoa pra lá de queridíssima. Mas deixemos os amores de lado e passemos ao que interessa.

    Você convoca a rede nacional de rádio e televisão e, como se dissesse a verdade máxima, afirma que a redução da tarifa de energia elétrica, em vigor a partir desta quinta-feira, é um fato inédito na história verde-loura. Vá lá, concordo com esse falso ineditismo, mas você bem sabe que esse anúncio é um embuste desmedido. A redução da tarifa de energia é resultado de uma compensação financeira que será paga às geradoras, que em seus cofres colocarão dinheiro do contribuinte.
    Tudo bem, a conta de luz do próximo mês virá com um valor mais baixo, mas o nosso dinheiro, que deveria ser investido em outras áreas, será usado para uma armadilha que você inventou e o PT exigiu. Não, Dilma, isso não é justo. E mentir é pecado! Até travestir a verdade ou omiti-la é aceitável, mas mentir…

    Não contente, você disse “estamos ampliando o investimento na infraestrutura, na educação e na saúde e nos aproximando do dia em que a miséria estará superada no nosso Brasil”. Dilma, a infraestrutura do País é conhecidamente caótica e os investimentos no setor acontecem na velocidade de um jabuti. Falar em investimento na educação e na saúde é abusar da galhofa.
    E imagino que, pelo seu semblante sempre carrancudo, você não seja uma boa contadora de piadas e chistes. O pior ficou com o trecho em que você abordou a erradicação da miséria. Dilma, não se pode abordar esse assunto quando dois terços da população recebem menos de dois salários mínimos por mês. E o salário mínimo, prezada Dilma, com a sua preciosa ajuda vale hoje incríveis R$ 678. Não se preocupe, Dilma, o aluguel de um barraco na favela custa R$ 400.

    Toda prosa, lendo o que aparecia à sua frente, você falou que em questões de energia elétrica “as perspectivas são as melhores possíveis”.
    Quem acreditou nas suas palavras foi o dono do mercadinho ao lado de casa, que reforçou o estoque de pilhas, lanternas, vela e lampiões. Quem diz que a situação energética brasileira é preocupante são seus assessores, não eu. Por isso considerei como abuso da sua parte, para não falar em mentira, a afirmação de que não há “risco de racionamento ou de qualquer tipo de estrangulamento no curto, no médio ou no longo prazo”. No apagão de novembro de 2009 você, destilando raiva de forma desmedida, disse a mesma coisa. E a profecia não vingou. Lembra-se disso, Dilma?

    Dilma, de forma transversa você cometeu o mesmo erro de Lula e tentou empurrar o problema da energia elétrica que vivemos para os tucanos. Você sabe que a culpa não é do FHC, como também sabe que o seu partido não é uma reunião de herdeiros de Aladim. A história recente já mostrou, e a Justiça comprovou, que a “companheirada” tem ideias luminosas quando o assunto é corrupção.

    Veja o resultado do Mensalão do PT, o pilar criminoso que sustentou a aprovação de Lula nas alturas.
    Você, prezada Dilma, errou ao condenar os que fizeram previsões realistas sobre a geração de energia no País no atual momento. “Surpreende que, desde o mês passado, algumas pessoas, por precipitação, desinformação ou algum outro motivo, tenham feito previsões sem fundamento, quando os níveis dos reservatórios baixaram e as térmicas foram normalmente acionadas”, disse você. Dilma, em sua fala você encontrou espaço para afirmar que as previsões fracassaram. Não estou convencido disso.

    A diferença entre eu, reles mortal que usa a lógica e decifra os fatos do cotidiano como eles se apresentam, e você está em um pequeno e enfadonho detalhe. Você tem à disposição um semideus pernicioso chamado Lula, que consegue conversar com São Pedro e descobrir na agenda celestial os dias que ocorrerão precipitações pluviométricas, as tais das chuvas, aqui nessa república de bananas em que se transformou o Brasil na última década. Dilma, adivinhar o que acontecerá na natureza é excesso de soberba. Tome cuidado, pois o salto alto costuma quebrar e Deus castiga, mesmo você não tendo qualquer simpatia por Ele.

    Para quase finalizar, Dilma, e aproveitando para encurtar esse colóquio intimista, você abusa da mentira ao dizer que “o Brasil está cada vez maior e imune a ser atingido por previsões alarmistas”. Dilma, um país cuja economia cresce de maneira pífia nos últimos dois anos não dá direito a quem quer que seja de falar em alarmismo. Deixe o oportunismo rasteiro de lado.
    E você ainda emenda dizendo que “nos últimos anos, o time vencedor tem sido o dos que têm fé e apostam no Brasil. Por termos vencido o pessimismo e os pessimistas, estamos vivendo um dos melhores momentos da nossa história”. Dilma, o seu governo só não ruiu e o PT não desapareceu porque a massa pensante da população tem fé, muita fé, algo que não faz parte do seu cotidiano, sempre recheado de inverdades, pirotecnias e silêncios obsequiosos.

    Dilma, ponha a mão na consciência por um instante apenas. Será mesmo que o Brasil vive um dos melhores momentos da sua história? A inflação está fora de controle, os preços subiram muito além do que o governo anuncia, as taxas de juro caíram a marteladas, o consumo está aquecido, a inadimplência continua alta, o endividamento é preocupante, os investimentos oficiais são pífios e a economia não decola. Essa é a sua receita de melhor momento, Dilma? Se for, pare o Brasil agora que eu quero descer, pular, me jogar, fazer qualquer coisa que me livre desse enredo macabro que Lula e você insistem em escrever. O meu raciocínio é deveras pequeno para alcançar a genialidade que une você a Lula.

    Dilma, dificuldades todos passam. Pessoas, famílias, empresas, nações, governantes, e por aí vai. Quando estou com pouco dinheiro – e isso acontece com certa frequência porque integro o “Partido da Imprensa Golpista” e não recebo milionárias verbas oficiais para mentir ao povo -, conto a verdade aos meus filhos diante de eventual pedido que naquele momento não cabe na minha carteira. Não me envergonho disso e sei que eles se orgulham do pai que têm, não por causa do meu esforço contínuo e das quireras que carrego no bolso, mas porque sou coerente e digo a verdade. É por isso que consigo olhar nos olhos dos meus filhos, sem qualquer constrangimento ou peso na consciência, pois sei que luto diuturnamente por um Brasil melhor. E eles, os meus filhos, sabem disso.

    Dilma, o seu neto, Gabriel, ainda é uma criança inocente, sequer alcança o que acontece atualmente no Brasil. Quando acaba a luz em Porto Alegre, o Gabriel nem imagina que a avó foi secretária estadual de Minas e Energia. Ele há de crescer, tornar-se um homem inteligente, informado e saberá da verdade. Os meus filhos – ainda não estou na fase dos netos como você, mas espero chegar lá – terão o que contar no futuro, depois do meu último suspiro (tem gente no PT que torce para que isso aconteça logo). Por sorte não cheguei ao poder, pois seria um vilipêndio à alma, à minha essência, aos meus valores e às minhas crenças. Lá adiante, o Gabriel, seu neto, também terá o que contar. A minha avó Dilma foi presidente da República. Na outra linha travessão.

    Dilma, não queira entrar para a história pela porta do fundo, mas busque estar em paz com sua consciência e deixar um punhado de razões para o seu neto ter orgulho de você no futuro. Você já perdeu muito tempo, mas ainda assim é possível recuperar.

    Aqui me despeço, Dilma, sem mais delongas, mas se você continuar insistindo no erro, até a próxima. E mesmo Nele você não crendo, peço a Deus que a ilumine, pois apagões de fé, assim como os elétricos, são normais.

    24 de janeiro de 2013
    ucho haddad

    ÍNDIO 'QUÉ' APITO NÃO... ÍNDIO 'QUÉ' PEDÁGIO.

    Coisas do Brasil: antes os índios queriam apitos, hoje cobram pedágio no Rio Grande do Sul

     

    Sem acordo – Toda vez que surge uma novidade em nossa querida e amada Terra de Vera Cruz, não há como deixar de citar Octávio Mangabeira, ex-governador da Bahia, que certa vez, com doses de humor disparou: “Pense num absurdo, na Bahia há precedente”. Estivesse vivo, Mangabeira certamente concordaria em estender sua notável frase a todo o País.

    Há dias, uma disputa contrapôs o governo do Rio de Janeiro e um grupo de índios, que há anos estão instalados no abandonado Museu do Índio. O governo fluminense ingressou na Justiça para ter o direito de demolir o imóvel, como parte do projeto do novo Estádio Mário Filho, o Maracanã, que sediará jogos da Copa do Mundo de 2014.

    O imbróglio continua na Justiça, com direito a abaixo-assinado de milhares de brasileiros em favor dos índios, mas o governo do Rio tem chances de vencer a queda de braços.

    No contraponto, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) passa a adquirir a partir de sexta-feira (25) peças do artesanato indígena. O acordo faz parte do projeto de duplicação da BR-116 no trecho entre as cidades de Guaíba e Pelotas, no Rio Grande do Sul. A exigência é da Fundação Nacional do Índio (Funai) e custará ao Dnit R$ 400 mil, que comprará peças artesanais que os índios vendem à beira da estrada.

    O não cumprimento do acordo por parte do Dnit inviabilizará a liberação de 25 quilômetros de estrada. Além de atender à exigência, o órgão terá de construir dez casas para os índios e comprar 700 hectares de terra para uso das tribos.

    Negar que os índios chegaram primeiro no território nacional é repudiar a história, mas todos os cidadãos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza. É o que reza a nossa Constituição federal em relação ao tratamento isonômico que deve ser dispensado aos cidadãos.
    Acontece que esses índios, que agora pegam carona na obra do Dnit, vivem em malocas à margem da rodovia e sem qualquer condição de higiene. Na verdade, as terras por eles ocupadas são furto de invasão de área pública.
    Qualquer empresário, que paga regularmente seus impostos, não é indenizado à altura quando corre uma obra semelhante à da duplicação da BR-116 no trecho mencionado. Ele que arque com os prejuízos, pois ao Estado não importa o que acontece com o contribuinte.

    O ucho.info deixa claro que não é contra os indígenas e a sua proteção, mas não se pode confundir oportunistas com os primeiros habitantes do País. A causa indígena em relação à construção da Usina de Belo Monte é absolutamente justa e sempre teve espaço neste site. No caso da reserva Raposa-Serra do Sol, os plantadores de arroz que lá estavam há décadas foram expulsos do local e tiveram de arcar com o prejuízo, apesar das promessas de recompensa feitas pelo governo.

    Mas se a Funai foi célere para defender os índios que vivem embriagados à beira da estrada gaúcha, por que não agiu com a mesma rapidez e eficiência no caso dos indígenas que estão a um passo do despejo no Rio de Janeiro? Esse acordo com o Dnit é estranho, mas não podemos esquecer que isso é Brasil.

    O governo deve adotar norma única para tratar todos os brasileiros, indígenas ou não, sem pender para qualquer dos lados.

    Pois então, caro leitor, a célebre frase de Octávio Mangabeira não cai como luva nessa barafunda chamada Brasil?

    24 de janeiro de 2013
    ucho.info

    BRASIL TEM UM DOS PROJETOS DE DESENVOLVIMENTO MAIS POLUENTES DO MUNDO

     


    Sinal vermelho – A extração de petróleo no pré-sal é o 9º projeto de desenvolvimento mais poluente do mundo.
    O ranking foi elaborado pelo Greenpeace, para indicar as 15 atividades econômicas que estão na contramão da sustentabilidade e que podem prejudicar o meio ambiente nos próximos anos.

    O documento, chamado de “Point of no Return”, afirma que, a cada ano, a exploração do pré-sal pode emitir cerca de 330 milhões de toneladas de CO2, a mesma quantia produzida anualmente na África do Sul.

    Enquanto o Canadá procura obter o petróleo nas areias betuminosas, o Brasil viabiliza explorar seus recursos nas águas profundas. No entanto, o Greenpeace alerta para os perigos desta atividade econômica: de acordo com os ativistas, o projeto de desenvolvimento brasileiro pode não só aumentar o número de vazamentos de petróleo no mar, mas também ameaçar toda a vida marinha na costa.

    O documento aponta a exploração de carvão e de petróleo como principais atividades que oferecem riscos à natureza. A extração dos dois recursos lidera o ranking elaborado pela ONG, o qual estima que estes projetos possam aumentar as emissões de gases efeito estufa em 20% até 2020.

    De acordo com o relatório do Greenpeace, os projetos para obtenção do mineral na China são os mais perigosos. A atividade também é realizada na Indonésia, mas ocupa o quarto lugar do ranking, ficando atrás apenas da exportação do carvão australiano e da exploração de gás e óleo no Ártico. (Do CicloVivo)

    Veja o ranking dos dez projetos de desenvolvimento mais poluentes do mundo:

    1º – China – Mineração de carvão

    2º – Austrália – Exportação de carvão

    3º – Países do Ártico – Exploração de óleo e gás

    4º – Indonésia – Exportação de carvão

    5º – Canadá – Exploração de petróleo em areias betuminosas

    6º – EUA – Exportação de carvão

    7º – Iraque – Exploração de petróleo

    8º – México – Exploração em águas profundas

    9º – Brasil – Exploração em águas profundas

    10º – Cazaquistão – Exploração de petróleo

    24 de janeiro de 2013
     

    DÍVIDA DOS EUA: CUPONS DE OBRIGAÇÃO MORAL


    Não gostou da moeda de platina como opção para pagar a dívida dos EUA? Então aqui está uma alternativa que pode funcionar também: o Tesouro norte-americano vender de pedaços de papel rotulados como "cupons de obrigação moral", onde fica declarada a intenção do governo de resgatar esses cupons pelo valor de face no prazo de um ano.

    Deve ficar claramente expresso nos cupons que o governo não tem nenhuma, repito, nenhuma, obrigação legal de pagar qualquer coisa; veja, são se trata de títulos de dívida e portanto não se incluem no limite da dívida. Mas é preciso evitar que tenham um valor de mercado substancial. Considere, por exemplo, o fato de que o governo não tem nenhuma responsabilidade legal de garantir a dívida das instituições Fannie Mae e Freddie Mac; contudo, a crença geral é de que há uma garantia implícita (porque há!) e isso se reflete muito no preço dessa dívida.

    De modo que o governo não deve ter nenhum problema para levantar uma grande soma de dinheiro vendendo esses cupons (MOCs na sigla em inglês). É verdade que se forem vendidos no mercado aberto provavelmente haverá um desconto substancial em relação ao valor de face, de maneira que isso na verdade equivaleria a financiamento com juros altos. Mas é melhor do que decretar moratória ou ceder à chantagem.

    FEDERAL RESERVE
    E talvez nem será necessário que os cupons sejam vendidos no mercado aberto; por que o Fed (Federal Reserve, o banco central americano) não os compraria? Tenha em mente que nem sempre o Fed adquire ativos seguros; ele adquiriu um lote de títulos lastreados em hipotecas (de Fannie Mae e Freddie Mac) e durante a pior fase da crise financeira comprou muitos commercial papers. Então por que não pedaços de papel um pouco especulativos vendidos pelo Tesouro?

    E novamente, embora possa parecer um pouco suspeito, é importante compreender que se o presidente não fizer alguma coisa do tipo ele será forçado a fazer alguma coisa ilegal: ou seja, deixar de realizar gastos que, por decisão do Congresso, é legalmente obrigado a fazer. Uma estratégia inteligente é de longe a melhor alternativa: e se isso enfurecer Mitch McConnell, bem é apenas um bônus extra.

    Atualização: se houver um problema legal com a venda desses cupons, ainda existem alternativas como pagar os fornecedores com esses cupons que depois seriam comprados pelo Fed. O mecanismo realmente não tem importância; enquanto estivermos na armadilha da liquidez, a impressão de dinheiro, ou de títulos da dívida convencionais, ou a impressão de dinheiro, sem um estatuto legal para isso, mas que permitirá ao governo pagar suas contas, são todas alternativas equivalentes.

    24 de janeiro de 2013
    Paul Krugman
    (Estadão)