"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quinta-feira, 6 de setembro de 2012

ASCENSÃO E QUEDA DE UMA NOBRE JUSTIÇA

 

Os estudiosos da performance do Judiciário vaticinam que o atual modelo de justiça é um aglomerado de leis, a maioria aplicada de forma errada pelos seus operadores estatais e outras debilitadas e fadadas a cada dia mais mergulhar no caos inaceitável, diria eu de que neste momento já estamos convivendo com um aberratio juris.


 Em 2008 o Judiciário brasileiro gastou R$ 177,04 por brasileiro. No ano anterior, foi registrado o custo de R$ 158,87 por habitante. Hoje se fala extraoficialmente em R$$ 294,00. Embora os gastos e a demanda tenham aumentado, em 2007, havia 15.623 juízes, hoje são 18 mil e a demanda de ações cresceu em torno de 20%, com o Judiciário mergulhado em 88 milhões de ações (dados do Conselho Nacional de Justiça).

Em 2008 os tribunais e varas de todo país gastaram (números do CNJ) R$ 33,5 bilhões para funcionar, em 2007 o gasto foi de R$ 29,2 bilhões, e na medida em que chegam mais processos no judiciário, a despesa aumenta, segundo as estimativas para 2012, é de que este ano serão gastos R$ 97 bilhões com o judiciário.

Existe um anacronismo quanto aos serviços/custo beneficio dos serviços da máquina administrativa dos tribunais, começando com o gasto com servidores e magistrados, hoje em torno de 93% do total do orçamento. Não é preciso dizer mais nada.
06 de setembro de 2012
Roberto Monteiro Pinho

SAIBA POR QUE O DIEESE ERRA REPETIDAMENTE QUANDO CALCULA O PREÇO DA CESTA BÁSICA

 

Há muitos anos a Agas, que representa os supermercados do RS (o Estado tem o maior número de habitantes/supermercados do País) opõe restrições aos resultados anunciados pelo Dieese para os preços da cesta básica.

Na quarta-feira, o Dieese revelou que Porto Alegre foi a campeã do País. Acontece que os economistas da Agas debruçaram-se sobre os preços dos 13 itens que compõem a cesta básica e constataram que Porto Alegre não é a campeã, mas ocupa a sétima posição.

É uma denúncia muito séria. O que há ? É que o Dieese compara o mesmo produto com quantidades e tipos diferentes. É como comparar banana com laranja.

O editor conversou com Antonio Longo, presidente da Agas, que fez questão de ressaltar a importância do serviço do Dieese, mas reclamou mais uma vez da falta de atenção em relação às colocações que faz há muitos e muitos meses.

As razões do desconforto da entidade também dizem respeito à própria composição da cesta básica, montada há 60 anos:

- Artigos de higiene, como papel higiênico, sabonete e pasta de dentes, não podem continuar de fora da cesta básica, assim como manteiga não pode continuar dentro.

Traduzindo: o primeiro passo é repensar o que realmente compõe o que poder-se-ia chamar de cesta básica. Simples assim. Depois, então, é que vamos calcular a evolução.
(Do Blog do Polibio)

NOVO CORREGEDOR É IGUAL À ELIANA CALMON E QUER DERRUBAR SIGILO FISCAL E BANCÁRIO DAS AUTORIDADES

 


As sementes plantadas pela ministra Eliana Calmon no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) já estão dando frutos. Seu substituto na Corregedoria, ministro Francisco Falcão, tomou posse hoje dizendo que “temos ainda meia dúzia de vagabundos que precisamos tirar”, garantindo que manterá o rigor de sua antecessora no cargo.


Falcão mostra a que veio…

“Quem estiver pensando que com a saída de Eliana, vai modificar (o rigor do CNJ), está completamente enganado. Continua do mesmo jeito. Eu sou mais mediador. Nós temos estilos diferentes. Nós somos muito amigos, mas cada um tem o seu estilo. Mas no fundo o rigor será o mesmo” – destacou Falcão, acrescentando ser inaceitável o sigilo bancário e fiscal a que as autoridades brasileiras têm direito.

“”Nos Estados Unidos, como todos sabem, nenhuma autoridade tem sigilo. E eu defendo essa tese. Lamentavelmente, no Brasil, nós temos aí nossa Constituição que garante o sigilo. E nós temos que ser obedientes à Constituição. Temos que trabalhar para mudar essa mentalidade. O Brasil esta mudando e acredito que em pouco tempo nós alcançaremos essa coisa do primeiro mundo” – disse Falcão.

Sonhar não é proibido. Mas é claro que os parlamentares federais não têm a menor intenção de mudar a Constituição para derrubar o sigilo fiscal e bancário das autoridades, entre as quais deputados e senadores se incluem, é claro. Mas não há dúvida de que o ministro Francisco Falcão agiu muito acertadamente ao trazer o tema a debate. Como diz o velho ditado popular francês, de tanto martelar, o ferreiro acaba desentortando a barra de aço…

06 de setembro de 2012
Carlos Newton

SAI CAIXA 2 E ENTRA O GOLPE CONTRA O PT

PERGUNTA INDISCRETA...

FECHA-SE O CERCO

 

No que interessa realmente à elucidação do esquema criminoso em julgamento pelo Supremo Tribunal Federal, começou a ser formado entendimento majoritário de que os empréstimos do Banco Rural às agências de publicidade de Marcos Valério e ao PT foram fictícios, usados para encobrir desvio de dinheiro público distribuído a políticos petistas e aliados do primeiro governo Lula, no que ficou conhecido como escândalo do mensalão.

Os únicos que discordaram dessa tese até o momento foram o revisor, ministro Ricardo Lewandowski, e o ministro Dias Toffoli, que, até quando condenaram acusados de algum crime, o fizeram separando deliberadamente causa e efeito — tenho a impressão de que para, ao final, concluírem que houve mesmo apenas caixa dois eleitoral.

O ministro Dias Toffoli disse ontem, por exemplo, que a fraude do Rural aconteceu com o intuito de dar a impressão ao Banco Central de que o banco estava mais saudável do que na realidade, enquanto Lewandowski disse que o banco queria agradar a Marcos Valério, porque o considerava canal para bons negócios com o novo governo petista.

O ministro Toffoli se baseou num laudo do Instituto de Criminalística da Polícia Federal para dizer que os empréstimos existiram. O relator Joaquim Barbosa esclareceu que esse laudo “foi já elaborado sobre a contabilidade fraudada”.

E por isso os peritos fazem a ressalva de que não se manifestavam sobre a veracidade dos empréstimos, mas apenas sobre a formalidade.

A teoria do controle final ou funcional do fato, referida pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, quando fez a acusação ao ex-ministro José Dirceu de ser o “chefe da quadrilha” do mensalão, voltou a ser citada ontem por vários ministros.

Rosa Weber, por exemplo, disse que nos crimes desse tipo “é necessário verificar quem detinha o poder de mando. Mal comparando, nos crimes de guerra, punem-se os generais, os estrategistas; não os soldados”.

Ela ressaltou que “o autor é o dirigente ou dirigentes que podem evitar que o fato ocorra”. Diante de “empréstimos jamais cobrados, ou empréstimos concedidos ou renovados sem qualquer preocupação de garantia da liquidez”, a ministra concluiu que eles eram fraudulentos.

A ministra Rosa Weber citou o fato de Marcos Valério ter sido o responsável pelo agendamento, “por pelo menos três vezes”, de reuniões entre o Banco Rural e o então ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, das quais Kátia Rabello participou duas vezes.

Além disso, ela lembrou que Marcos Valério foi utilizado na promoção da instituição financeira junto ao Banco Central, comentando que o banco utilizava “as boas relações de Marcos Valério com o PT”.
Para a ministra, “esses crimes não poderiam ser fruto do acaso, de falhas operacionais. Não se trata de pura e simples presunção, mas de compreender os fatos consoante a realidade das coisas”.

O ministro Luiz Fux foi o que mais explicitou o cerne da questão, ao explicar que não estavam os ministros a discutir apenas a concessão de empréstimos: “Não, a gestão fraudulenta tem um mosaico de infrações, temos uma demonstração de que o núcleo financeiro deu apoio através de um núcleo publicitário para uma agremiação partidária.”

Para ele, a entidade bancária “serviu de uma verdadeira lavanderia de dinheiro para se cometer um crime que não está nem previsto na lei: deveria ser gestão tenebrosa, pelos riscos que acarreta à economia popular”.

Na mesma linha, a ministra Cármen Lúcia, aceitando a tese de que os empréstimos “não seriam verdadeiros”, falou sobre a importância de se definir a verdadeira razão dos empréstimos às agências SMP&B e à Graffiti e também ao Partido dos Trabalhadores, para os quais o banco desrespeitou todas as normas:

“Como as instituições financeiras atuam num sistema, tudo o que é do povo não pode ser gerido de acordo com (a decisão) de qualquer um”, mas deve obedecer a normas ditadas pelo Estado para que o povo tenha confiança de deixar seu dinheiro ser gerido por uma instituição financeira.

06 de setembro de 2012
Merval Pereira, O Globo

JUSTIÇA MANDA PRENDER NEWTON CARDOSO, EX-GOVERNADOR DE MG

 

Justiça decreta prisão do deputado federal Newton Cardoso Político é acusado pela ex-mulher, Maria Lúcia Cardoso, de dever R$ 1,5 milhão em pensões

Foi decretada pela segunda vara de família do Tribunal de Justiça de Brasília a prisão do deputado federal Newton Cardoso (PMDB). O motivo é o atraso no pagamento das pensões alimentícias à sua ex-mulher, Maria Lúcia Cardoso (PMDB). Segundo a ex-parlamentar, que teve quatro filhos com o deputado, o valor mensal do benefício é de R$ 150 mil e a dívida já ultrapassou a casa do R$ 1,5 milhão.

A decisão é do dia 27 de agosto, mas só agora os advogados foram comunicados. Em entrevista ao Estado de Minas, Maria Lúcia comemorou a decisão. "Isso só veio mostrar que eu estava certa", disse.

Na última semana, Maria Lúcia Cardoso desistiu da candidatura à Prefeitura de Pitangui, no Centro-Oeste de Minas. No cartório, ela alegou "motivos pessoais" para justificar a desistência, mas disse à reportagem que motivo real foram problemas "emocionais e financeiros". "Estou desde fevereiro sem receber a pensão alimentícia e não tenho como custear os gastos de campanha e o sustento dos meus filhos", contou na época.

Nessa quarta-feira, Newton Cardoso se defendeu e creditou a um "estado avançado de distúrbio mental" a decisão de sua ex-mulher. O parlamentar garantiu que tem pago a pensão em dia e mostrou à reportagem cópia dos contracheques recebidos da Câmara de maio, junho e julho, em que consta um desconto de pensão de R$ 15.996,96 mensais - 60% do salário de R$ 26.723,13 recebido por ele. O restante do benefício pago à ex-mulher, segundo ele, sai dos dividendos de suas empresas.

A reportagem entrou em contato com a defesa do parlamentar, que ainda não se manifestou sobre a decisão.

06 de setembro de 2012
Maria Clara Prates e Emerson Campos, Estado de Minas

PREJUÍZO REALIZADO

 


Das 26 capitais onde há eleição municipal as pesquisas mostram o PT na dianteira folgada apenas em Goiânia e com chance maior ou menor de ir ao segundo turno em outras seis.

Apesar de todos os reclamos sobre a coincidência entre o julgamento e o período eleitoral, tal placar não pode ser atribuído a prejuízos decorrentes do exame do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal.
Primeiro porque o partido do poder já entrou mal na disputa, antes do início das audiências. Em segundo lugar, porque as mexidas mais importantes nos últimos números não autorizam qualquer conexão entre uma coisa e outra.

Em São Paulo, o petista Fernando Haddad subiu significativamente ao ponto de se tornar competitivo a uma vaga no segundo turno e ainda aparecer como vencedor na simulação de uma disputa com o tucano José Serra.

Movimento registrado ainda sob o calor da condenação de João Paulo Cunha e da veemente recusa da tese do caixa 2 como argumento de defesa.

A outra alteração importante apontada nas pesquisas foi a deslanchada do candidato do PSB à prefeitura do Recife, que tirou da liderança o petista Humberto Costa. Deve-se exclusivamente ao empenho pessoal do governador Eduardo Campos.

Causa mais plausível do desempenho aquém do razoável para o PT nas capitais parece ser a perda gradativa do eleitorado urbano, instruído e politizado, hoje acentuadamente substituído pela clientela dos programas sociais.

Nessa mudança de perfil haveria, sim, uma conexão com o mensalão. Não por causa do julgamento, mas pelo fato de ser o registro mais visível do conjunto da obra desde que o PT decidiu trocar a defesa da ética na política pela bandeira da permissividade no trato do aparelho estatal.

Para 2013. Se a presidente Dilma Rousseff levou seis meses para indicar Rosa Weber ao Supremo em condições, digamos, normais de temperatura, não seria lógico pensar que indique substituto para a vaga do ministro Cezar Peluso no meio da confusão.

Ainda que o fizesse, o nome teria de passar pelo crivo do Senado em "recesso" eleitoral até meados de outubro quando o julgamento, se não tiver acabado, terá ido longe demais para aceitar o embarque de novatos.

Vencidos. A decisão sobre a metodologia da imputação de penas evidentemente será do colegiado, mas o presidente do STF, Ayres Britto, antes do início do julgamento manifestava o seguinte entendimento a respeito: quem acompanha o relator pela condenação tende a acompanhá-lo também na chamada "dosimetria".

Na visão dele, quem opta pela absolvição ficando vencido ainda assim precisaria escolher uma punição. Pela lógica escolheria a pena mínima.

Exéquias. Na falta de empenho para dar às investigações o rumo que naturalmente deveriam tomar diante das evidências de que a construtora Delta funcionava como uma espécie de "valerioduto" para os negócios do bicheiro Carlos Cachoeira, a CPI preferiu suspender os trabalhos até outubro.

A justificativa não poderia ser mais capenga: evitar a influência dos "humores eleitorais" nos trabalhos da comissão.

Quais humores mesmo andam a influir no silêncio exagerada e placidamente consentido aos depoentes e na ausência de produtividade no exame de documentos que já mostram a existência de um grande esquema de transferência de recursos decorrentes de contratos governamentais a empresas fantasmas de Cachoeira?

As eleições transcorrem numa dimensão e a CPI em outra completamente diferente. A suspensão dos trabalhos nada mais é que a assinatura do recibo de pagamento da (conveniente) cerimônia do adeus à chance de o Legislativo seguir o Judiciário na trilha da intolerância à corrupção.

06 de setembro de 2012
Dora Kramer - O Estado de S.Paulo

FRASE DO DIA


A presidência da República não muda quem você é. Revela quem você é.


Michelle Obama, a primeira-dama dos Estados Unidos

06 de setembro de 2012

O DESTACAMENTO COMANDADO PELO GENERAL RUI FALCÃO É TÃO APAVORANTE QUANTO BANDIDO DE CHANCHADA



Sempre orientados pelo Chefe Supremo, o comandante José Dirceu e o general Rui Falcão, inquietos com a perda do tenente João Paulo Cunha, reiteraram a ameaça: se a população carcerária continuar incorporando bandidos de estimação, os dois oficiais de Lula mobilizarão o exército companheiro para afastá-los da rota da cadeia.
Pode ser o prelúdio da ofensiva final contra a elite reacionária e a mídia golpista, agora acusadas de induzir o Supremo Tribunal Federal a aplicar a lei no julgamento dos mensaleiros.

Nesta segunda-feira, o presidente do PT aproveitou o velório político de João Paulo Cunha, disfarçado de festa de lançamento do novo candidato a prefeito de Osasco, para retomar a discurseira beligerante. Primeiro, qualificou os ministros do Supremo de “instrumentos de poder” a serviço de uma oposição “conservadora, suja e reacionária”. Em seguida, avisou que está em curso outra tentativa de golpe, urdida pela elite e pela mídia, contra Lula e Dilma Rousseff.

Como impedir a consumação da trama costurada pelas mesmas figuras que arquiteram a farsa do mensalão”? Convocando para a guerra “a sociedade organizada, as centrais sindicais, os movimentos populares, os movimentos populares, os partidos políticos do campo progressista”, repetiu. Se o novo presidente da CUT não mentiu, a sigla começou a recrutar combatentes no começo de julho. Entrariam em ação caso o STF optasse por um “julgamento político”.

Fardado com o inevitável paletó escuro, cujas medidas informam que o dono se acha maior e mais alto do que é, Rui Falcão caprichou no ultimato endereçado aos alvos da Insurreição dos Mensaleiros: “Não mexam com o PT. Porque quando o PT é provocado ele cresce”. Cresce nada. As pesquisas eleitorais informam que, entre as 26 capitais, o partido só vai bem em Goiânia.

O jeitão de agente funerário reforça a suspeita de que Rui Falcão vai presidir um formidável fiasco eleitoral. Em vez de mobilizar os militantes que restam para reduzir a conta dos estragos nas urnas de outubro, prefere colecionar bravatas brancaleônicas em parceria com José Dirceu. Tropas lideradas pelo guerrilheiro de festim, não custa insistir, só conseguiriam matar de rir os inimigos.

Um destacamento sob a chefia do general Rui Falcão seria tão amedrontador quanto bandido de chanchada. Para barrar o avanço dos soldados do Movimento Pró-Corrupção, bastaria colocar no meio do caminho a foto em tamanho natural de um fuzileiro naval. Duas fotos fariam os guerreiros de araque recuar em desabalada carreira.

06 de setembro de 2012
Augusto Nunes

IMAGEM DO DIA

Abelha coleta o pólen de um girassol em Neufeld, Alemanha
Abelha coleta o pólen de um girassol em Neufeld, Alemanha - Roland Weihrauch/AFP
 
06 de setembro de 2012

DECISÃO DO TSE DEIXA CLARA A INELEGIBILIDADE DE RONALDO LESSA EM MACEIÓ

 


Ministra Nanci Andrighi, tese vencedora que se respaldou na Jurisprudência do TSE
 
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por maioria, manteve decisão do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) que indeferiu o registro de candidatura de Jair da Silva ao cargo de vereador no município de Dois Rios por ausência de quitação de multa eleitoral por não ter votado na última eleição.
 
O Ministro indicado por Collor e relator do recurso, ministro Marco Aurélio, votou pelo afastamento da inelegibilidade, sustentando que o recorrente deixou de comparecer a uma eleição, mas anexou em seu recurso o comprovante de pagamento da multa, mesmo que tenha feito o pagamento após sua candidatura ter sido negada pelo TRE-PR. Seu entendimento foi acompanhado pelo ministro Dias Toffoli, este último indicado por Lula.
 
 
A ministra Nanci Andrighi (foto) abriu a divergência ressaltando que a jurisprudência da Corte exige prévia quitação eleitoral para efeito de registro de candidatura. Acompanhando o voto divergente, o ministro Arnaldo Versiani ressaltou que se mantém fiel à jurisprudência não só pela multa, que tem valor ínfimo, mas pela importância do simbolismo que trata do ato de comparecimento do eleitor à urna.
 
“A multa, neste caso, não é cobrada do eleitor apenas pelo seu valor. A União não tem nenhum interesse na arrecadação de valor de três reais. O simbolismo está no fato do voto não ser apenas um direito, mas também um dever do eleitor. Ou seja, se ele não comparece à urna, está sujeito a essa imposição.”
 
Segundo Versiani, no caso especifico da multa eleitoral, o parágrafo 8º do artigo 11 da Lei 9504/97 é taxativo no sentido de que as condenações a multa tenham que estar pagas até a data da formalização do pedido de candidatura. As ministras Cármen Lúcia, Laurita Vaz e Luciana Lóssio acompanharam a divergência.
 
Com esta decisão, apesar do voto de Marco Aurélio e Tofolli, põe-se uma par de cal na sepultura candidadura de Ronaldo Lessa, à Prefeitura de Maceió, apoiado por Collor e Lula.
 
Só esperamos que o candidato não permaneça, numa postura de falsa candidatura, a pedir votos e enganar o eleitor de Maceió.
 
06 de setembro de 2012
*Fonte: TSE

CADÊ VOCÊ?

 

Procura – se, desesperadamente, o cidadão de respeito.

Cadê você que tem vergonha na cara, que fica indignado com a injustiça, que deplora o mau caráter, que clama por honestidade e por dignidade?

Cadê você que ama a Pátria, que abre o peito para entoar o Hino Nacional, que se ufana ao ver a Bandeira ser hasteada e tremular no seu mastro?

Cadê você que julga que o mérito é o diferencial das pessoas, e que os mais capazes e dedicados deveriam subir com dignidade nas escalas do sucesso humano?

Cadê você que tem um mínimo de capacidade de julgamento, e que ao constatar que foi enganado não tem ânimo, nem coragem, nem hombridade ou se mulher, a fibra feminina de dar um basta na hipocrisia e na mentira?

Cadê você, rico ou pobre, mal ou bem nascido, que durante a sua vida pautou sua conduta na correção, respeitou a quem merecia, e acreditou que seguindo o bem e afastando o mal poderia ter uma vida justa?

Cadê você, pai que busca preservar e ensinar aos seus filhos a conduta exemplar, os bons costumes, e que os valores e atitudes dignas ainda não foram expurgados?

Cadê você?

Cadê você que está tão sorumbático, que assiste a tantas patifarias e que calado dá a impressão de que aplaude aos cretinos e suas cretinices?

Cadê você que parece aceitar o lixo humano como o seu mestre?

Cadê você que no seu silêncio tornou - se conivente por sua inexplicável ausência de reação?

Cadê você que se tornou amorfo e semimorto moralmente, e que beneficiado por isenções periódicas de IPI, paga as duras prestações, eletrodomésticos, carrinhos de parcos recursos tecnológicos, mas de altíssimos preços, e que maravilhado com as esmolas, é capaz de calar – se diante de qualquer vilania.

Cadê você que não ficou inebriado com a desculpa de que eles são infames, mas que concedem a você bolsas, benesses, e, portanto estão acima do seu reles julgamento moral?

Cadê você? Cidadão de boa conduta, pai exemplar e dedicado, trabalhador honesto, que assiste a um festival de embromação na televisão, que vivencia impassível à promessa de que no futuro seremos autônomos em petróleo, em etanol, etc?

Cadê você que não acredita que a nossa inflação mensal persiste no 0, 0000 e qualquer coisa?

Cadê você, branco, amarelo, mestiço, azul ou vermelho, que será atropelado pelas cotas raciais no ingresso nas universidades?

Cadê você, que gosta de futebol, mas que nitidamente já concluiu que o esporte bretão é o circo que alegra os sem destino e pobres de espírito?

Cadê você que vive nas sombras, que tem receio de aparecer, que está sendo esmagado pelo “politicamente correto”, desvãos morais incutidos na sociedade, paulatinamente, e que consagraram a família gay como um dos segmentos nobres da nossa sociedade.

Cadê você, incógnito na multidão da estrumeira colossal que conspurca o imenso Brasil?

Cadê você, verdadeiro zero à esquerda, escondido na sua calada insatisfação, que sabe que no julgamento do Mensalão existe um sujeito não tão oculto que não foi arrolado entre os acusados?

Cadê você? Você não está sozinho, milhares de brasileiros deploram a impunidade, acreditam nos direitos e cumprem os seus deveres.

Cadê você?

Junte – se a nós, nas praças, nas ruas e em alto e bom som brade o seu repúdio, denuncie o quanto você deplora os rumos caóticos, não apenas econômicos, mas da falta de princípios que assolam esta Nação.

Cadê você que estava em greve de silêncio, que calado seguia fielmente a cartilha da omissão e da conivência?

Rompa com os grevistas e mãos a obra.

Na Semana da Pátria, você será muito bem vindo irmão brasileiro.

06 de setembro de 2012
Valmir Fonseca Azevedo Pereira, Presidente do Ternuma, é General de Brigada Reformado.

FUNDOS DE PENSÃO DE ESTATAIS PODEM SER CONSIDERADOS MINORITÁRIOS DE EMPRESAS LIGADAS AO GOVERNO? NÃO!!!

 

O Óbvio Ululante (personagem evocado pelo centenário imortal Nelson Rodrigues) nem sempre é ouvido e praticado corretamente no mercado. Certas coisas que deveriam ser óbvias acabam dando margem a discussões e interpretações absolutamente sem sentido, sempre de acordo com agendas (mal) escondidas. É o caso da discussão sobre a atuação do BNDES e dos fundos de pensão de empresas estatais na assembleia de empresas controladas pelo governo.

Fundos de pensão de estatais podem ser considerados minoritários de empresas ligadas ao governo? Primeiramente, a resposta já foi dada pelo regulador, e é NÃO. A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) se manifestou nos casos Mendesprev e Sergus, no sentido de que uma entidade fechada de previdência privada não pode ser considerada minoritária na assembleia de sua patrocinadora, se restar comprovado que a governança daquela tem influência desta. O primeiro caso, inclusive, foi plenamente ratificado pelo “Conselhinho”, encerrando assim a discussão na esfera administrativa.

Os maiores fundos de pensão de estatais têm virtualmente a mesma estrutura de governança: um conselho deliberativo de 6 membros, com representação paritária entre participantes e patrocinadora, mas com a presidência cabendo a esta última. Com a presidência vai o voto de minerva, que garante à patrocinadora a prevalência nas decisões. Ou seja, no final das contas, quem manda é o governo.

Mas essa discussão formal, embora cristalina, deveria ser irrelevante frente a um argumento ainda mais forte. Como dizia Doutor Ulysses Guimarães - “Sua Excelência, o Fato”.

E o fato é que até mesmo as areias do Mourisco, as pedras da Rua do Ouvidor e as janelas espelhadas de Brasilia sabem exatamente quem dá as cartas nos fundos de pensão de estatais: é o Governo Federal ! Alegar o contrário é insultar a inteligência da contraparte – e não precisamos ir além da última sucessão na Previ para termos prova disso. Isto é o que alguns redatores neste site Alerta Total chamam de “Capimunismo”: o Estado e seu governo interferindo sempre e diretamente nas decisões econômicas, principalmente das grandes empresas privadas ou de economia mista.

No caso da Petrobrás, é sabido que os conselheiros eleitos pelos fundos estatais foram convidados para esta função diretamente pelo governo. E embora sejam brasileiros de ilibada reputação, não podem ser considerados independentes na função de conselheiros da Petrobrás. Antes terem deveres fiduciários em relação a esta, devem fidelidade às suas respectivas organizações – que também são empresas abertas com acionistas minoritários. Não é por outra razão que os conselheiros ditos independentes aprovaram a capitalização da Petrobrás, que tantos prejuízos gerou a seus acionistas.

No mais, alegam-se factoides para sugerir que os fundos poderiam votar como minoritários – subtraindo assim dos minoritários legítimos – inclusive eu e você – a prerrogativa de eleger administradores verdadeiramente independentes.

Factoide 1: a natureza de direito privado dos fundos de pensão – fato pacificado, que provavelmente é alegado na página aí ao lado. Trata-se de discussão absolutamente irrelevante para a determinação da natureza dos fundos de pensão como minoritários. São entidades de direito privado sim, mas têm seus desígnios determinados nos gabinetes de Brasilia.

Factoide 2: a abstenção, mandatória ou voluntária, de conselheiros eleitos pela patrocinadora. A abstenção dos administradores não afasta a ligação estrutural entre os fundos de pensão, estatais e, consequentemente, governo. Ilustrando: uma abstenção da Sra. Maria das Graças Foster de deliberação do conselho da BR Distribuidora não muda o fato de que esta é uma subsidiária da Petrobrás. Da mesma forma, a abstenção de um diretor da Petros nomeado pela Petrobrás não elimina sua condição de parte relacionada – o que aliás é reconhecido até mesmo no balanço da Petrobrás.

É triste que o óbvio precise ser dolorosamente defendido para finalmente se impor. A inação da CVM em casos como a assembleia da Petrobrás, e a incapacidade de investidores institucionais em acionar a Justiça para fazer prevalecer a verdade colocam em xeque a essência dos freios e contrapesos que deveriam ser a base de nosso mercado de capitais.

Enquanto prevalecer o modelo capimunista, os grandes lesados são os investidores minoritários que ainda apostam em ganhos com atividades empreendedoras – cada vez mais inviabilizadas no Brasil em que o governo em tudo se mete, abusa de corrupção e pratica o confisco direto da renda da sociedade com os impostos extorsivos.

A Especulação, a Politicagem e a Roubalheira não podem vencer aqueles que são honestos e acreditam em investimentos produtivos.
06 de setembro de 2012
Romano Guido Nello Gaúcho Allegro, Presidente do Instituto Brasileiro de Ativismo Societário e Governança, é Administrador especializado em mercado de capitais.

RAIVA DE LULA E PRESSÃO DE INVESTIDORES ESTRANGEIROS DA PETROBRAS PODEM DERRUBAR MANTEGA DA FAZENDA

 

Como presidente do Conselho de Administração da Petrobrás, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, tem um problema muito maior que a vontade de Lula da Silva tirá-lo do cargo. Os acionistas minoritários da estatal de economia mista, no Brasil e no exterior, resolveram se unir para neutralizar a hegemonia que o governo tem sobre os fundos de pensão na hora de decidir assuntos estratégicos da petrolífera.

Fundos com o peso do BlackRock (EUA), F&C (Londres), Aberdeen (Escócia) e FSBA (Flórida) – junto com investidores reunidos na brasileira Associação de Investidores no Mercado de Capitais (Amec) enviaram a Mantega e à presidenta da Petrobrás, Maria das Graças Foster, um documento de duas páginas, escrito em inglês e datado de 29 de agosto, exigindo que os fundos de pensão se isentem de votar como acionistas minoritários (que na prática não são) na próxima eleição anual dos membros do Conselho de Administração da companhia – agendada para março de 2013.

Sofrendo uma pressão de tamanho peso – já que os investidores estrangeiros são gestores de US$ 2,15 trilhões pelo mundo afora -, a cabeça de Guido Mantega fica realmente a prêmio – independentemente da vontade do ex-aliado Lula em tirá-lo do ministério da Fazenda, conforme “pedido-ordem” feito semana passada em reunião com a presidenta Dilma. Ontem, Lula e Dilma voltaram a almoçar e os “pepinos” Mantega e guerra interna na Petrobrás (ataques de Graça Foster ao ex-presidente José Sérgio Gabrielli) devem ter feito parte do indigesto cardápio.

Os investidores nacionais e estrangeiros estão descontentes com a omissão do ministro Mantega que sequer lhes envia uma resposta formal às reclamações formalmente protocoladas. Por isso, os acionistas minoritários declararam guerra ao BNDES, sua holding BNDESpar e aos fundos de pensão patrocinados pelo governo: Petros, Previ e Funcef. Nas Assembléias Gerais da Petrobrás, os fundo usam a falsa prerrogativa de “acionistas minoritários” para sempre votar de acordo com os interesses do governo federal (o acionista majoritário da empresa).

Além de reclamarem da perda de US$ 208 bilhões em valor de mercado da Petrobrás, desde a megacapitaização de 2009 até agora, os investidores minoritários não aceitam ser representados pelos empresários Jorge Gerdau e Josué Gomes da Silva. O caso já é alvo de 20 reclamações na Comissão de Valores Mobiliários (autarquia do ministério da Fazenda que não toma decisões contra o ministro Mantega e o governo).


Mas o que pode dar resultado são três ações na Justiça questionando a manipulação do governo sobre os fundos de pensão que patrocina nas decisões da Petrobrás.
Qualquer bebê de colo sabe que os fundos são entidades de direito privado, mas seus desígnios são determinados nos gabinetes de Brasilia.

A briga entre os poderosos fundos estrangeiros e os fundos de pensão do Brasil Capimunista pode ter um desdobramento apocaliptico. A caixa-preta dos fundos pode ser escancarada por investigações judiciais que facilmente mostrarão como o governo manipula a indicação dos gestores dos fundos das estatais de economia mista. Se o caso for levado a fundo, o mensalão agora julgado pelo STF se transforma em roubo de galinha.

Inclusive porque o mercado sabe e tem provas de que alguns dos notórios réus do mensalão são responsáveis diretos pelo apadrinhamento no estratégico cargo de diretor-financeiro dos principais fundos de pensão.


Ou seja, quem manipula bilhões tem o poder de pagar quantos “mensalões” forem precisos, nas operações de compra e venda de ações de grandes empresas privadas no Brasil.

Além de Mantega (com a cabeça a prêmio), ninguém se surpreenda se os desdobramentos dessa guerra entre investidores estrangeiros e a Petrobrás sobrarem para os ex-ministros da Casa Civil: José Dirceu (morrendo de medo de ser condenado no julgamento do mensalão), Antônio Palocci (hoje em discreto silêncio obsequioso para cuidar dos grandes negócios) e Dilma Rousseff (que hoje é Presidenta da República, mas que no governo Lula também presidiu o Conselho de Administração da Petrobrás, sendo responsável direta pelos problemas hoje vindo à tona).

Dossiês com os mais variados escândalo costumam "brotar" nessa conjuntura "bélica". Como são sempre as pressões de fora que derrubam governos corruptos e ineficientes – levantando e usando a mídia para divulgar escândalos aqui dentro –, a petralhada tem tudo para ficar em estado de “medinho máximo”. O tal “golpe” denunciado por dirigentes petralhas vai acontecer. Não por pura virtude das forças conspiratórias, mas pelos verdadeiros atos criminisos praticados por golpistas que aparelharam o Estado Capimunista brasileiro com o intuito nada ideológico de apenas “roubar muito”.


Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus.
06 de setembro de 2012Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.

"BARBAS DE MOLHO"

 
Os réus do mensalão sumiram, mas os advogados parecem em polvorosa -e com bons motivos.

Considerados os capítulos da Câmara/BB e do núcleo financeiro, o viés do Supremo é claramente pela condenação e a ex-diretora do Banco Rural, Ayanna Tenório, é a exceção a confirmar a regra. Sua absolvição já era prevista, e ela está sendo, até aqui, a única a salvar o pescoço entre os 36 enviados para a guilhotina pela Procuradoria-Geral da República.

Quanto mais o julgamento ganha corpo, mais o enredo faz sentido: os personagens, as instituições e os crimes vão se entrelaçando e formando uma história com princípio, meio e fim, em que o Banco Rural teve um papel-chave. Tanto que os demais diretores estão sendo condenados.

Confirmado que os tais "empréstimos" ao PT e às empresas de Marcos Valério eram fictícios, comprova-se automaticamente também a existência de um esquema e leva-se à dedução seguinte: à formação de "quadrilha", como repete insistentemente o relator Joaquim Barbosa.

Esse enredo, em que uma coisa vai levando a outra, pode ser fatal para os réus do último e mais polêmico capítulo a ser julgado -o do núcleo político. Se havia uma fonte de recursos, operadores e beneficiários, fica caracterizada uma quadrilha. Alguém mandava nisso tudo.

Os ministros já deixaram evidente que a veracidade, as evidências, os testemunhos e o próprio enredo se sobrepõem à eventual falta de provas factuais, como "atos de ofício".

Nesse cenário, cai como uma luva a repatriação de US$ 6,8 milhões (R$ 14 milhões) do ex-juiz Lalau, da Suíça para o Tesouro Nacional, e o anúncio de que o ex-senador Luiz Estevão está devolvendo R$ 468 milhões aos cofres públicos, para desbloquear seus bens. É muito? Pois não faz nem cosquinha na fortuna dele.

O rigor no julgamento de poderosos e a recuperação de dinheiro desviado são novidades no Brasil. A turma deve botar as barbas de molho.

06 de setembro de 2012
Eliane Cantanhêde
Folha de São Paulo

"TEMOS AINDA MEIA DÚZIA DE VAGABUNDOS QUE PRECISAMOS TIRAR"

 
‘Temos ainda meia dúzia de vagabundos que precisamos tirar’, diz novo corregedor do CNJ. Francisco Falcão criticou ainda o sigilo de autoridades e garante que manterá o rigor de sua antecessora
 

Novo corregedor, o ministro do STJ Francisco Falcão, toma posse no CNJ
Foto: O Globo / Gustavo Miranda
Novo corregedor, o ministro do STJ Francisco Falcão, toma posse no CNJ O Globo / Gustavo Miranda

O novo corregedor do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Francisco Falcão, afirmou nesta quinta-feira que ele continuará com o mesmo rigor de sua antecessora, a também ministra do STJ Eliana Calmon, embora com estilo diferente. Estilos à parte, ele, no entanto, não poupou o uso de adjetivos ao ressaltar a necessidade de se recuperar a boa imagem do poder Judiciário, que ainda conta com ‘meia dúzia de vagabundos’ e algumas ‘maças podres, se referindo a maus juízes que não trabalham e precisam ser retirados.
- A maioria dos juízes é de pessoas boas, mas temos uma meia dúzia de vagabundos que precisamos tirar do Judiciário. As maças podres é que precisamos retirar - disse.

Calmon, que foi corregedora do CNJ nos últimos dois anos, se envolveu em vários conflitos por defender um amplo poder de investigação para o órgão.

- Eu vou procurar trabalhar em harmonia com as instituições, com o Supremo, evidentemente que essa harmonia e esse trabalho de parceira não tirará a independência do corregedor. Eu não temo a nada. Meu trabalho será de resgatar a boa imagem do poder Judiciário e triar as maças podres que existem no Judiciário, As maças podres são maus juízes que não trabalham e juízes que se desviam do comportamento ético e moral - ressaltou Falcão.

Ele criticou ainda o sigilo bancário e fiscal a que as autoridades brasileiras têm direito.

- Nos Estados Unidos, como todos sabem, nenhuma autoridade tem sigilo. E eu defendo essa tese. Lamentavelmente, no Brasil, nós temos aí nossa Constituição que garante o sigilo. E nós temos que ser obedientes à Constituição. Temos que trabalhar para mudar essa mentalidade. O Brasil esta mudando e acredito que em pouco tempo nós alcançaremos essa coisa do primeiro mundo - disse Falcão.

- Quem estiver pensando que com a saída de Eliana, vai modificar (o rigor do CNJ), está completamente enganado. Continua do mesmo jeito. Eu sou mais mediador. Nós temos estilos diferentes. Nós somos muito amigos, mas cada um tem o seu estilo. Mas no fundo o rigor será o mesmo - acrescentou, afirmando ainda que o estilo de Eliana Calmon deu certo.

‘Eliana é a grande vitoriosa’

Questionado diretamente se poderia haver pressão para limitar o trabalho do CNJ, ele respondeu:

- Não. Essa batalha está ganha. A ministra Eliana, eu disse a ela, ela é a grande vitoriosa. Esse papel do CNJ é irreversível.

Ele informou que ainda vai receber relatório encaminhado pela ministra Eliana Calmon, que se despede do cargo. Falcão disse que vai se reunir na próxima semana com sua equipe para analisá-lo e que a primeira correição será feita no Tribunal de Justiça de Goiás.

Falcão também informou que sua equipe contará com um policial federal. Segundo ele, a parceria com a Polícia Federal será constante.

- O trabalho é este: a Polícia Federal passar informações para a corregedoria para quando formos fazer as inspeções sabermos onde vamos atuar diretamente - explicou.

Questionado sobre o que fazer a respeito da falta de cooperação dos tribunais para investigar o desvio de seus magistrados, ele respondeu:

- Fazendo como eu fiz como corregedor da Justiça Federal, no caso de São Paulo, em que haviam pedidos no TRF (Tribunal Regional Federal) da 3ª Região. Teve um caso gritante de um desembargador que pediu vista, deu liminar e estava há oito anos segurando a liminar e eu obriguei a colocar em pauta e ele colocou em 15 dias e julgou o processo.

Indagado sobre o direito de greve e o reajuste para os servidores do Judiciário, ele disse:

- O funcionário tem direito de fazer greve desde que essa greve não prejudique a sociedade. Quanto ao aumento salarial, existe defasagem dos últimos seis, sete anos, mas parece que há negociações entre o presidente do Supremo Tribunal Federal (ministro Ayres Britto) e a presidente da República. E acho que nos próximos dias possivelmente será anunciada uma reparação nos vencimentos, uma reposição salarial para magistratura - finalizou.

06 de setembro de 2012
André de Souza- O Globo
 

PT ABANDONA OTIMISMO E JÁ PREVÊ QUE SUPREMO DEVE CONDENAR ATÉ NÚCLEO POLÍTICO DO MENSALÃO


 
Decorridos 36 dias do início do julgamento do mensalão, o otimismo sumiu das avaliações internas do PT. O partido foi de um extremo ao outro. Evoluiu da tese de que a acusação era uma “farsa” para a teoria da hecatombe.
Nessa nova apreciação, a legenda enxerga um STF rendido à “pressão da mídia” e antevê que as condenações devem alcançar os réus do ‘núcleo político’ da denúncia da Procuradoria. Entre os que ruminam o vaticínio estão Lula e Rui Falcão.
Presidente do PT federal, Falcão diz em seus diálogos privados que, tomado pelo rumo que imprime ao julgamento, o Supremo revela uma pré-disposição de condenar. Receia que nenhum dos réus petistas seja inocentado além de Luiz Gushiken.
No caso de Lula, o pessimismo é guiado sobretudo pelas observações que ouve de Márcio Thomaz Bastos. Advogado de um dos réus do Banco Rural, o ex-ministro da Justiça revela-se impressionado com o teor dos votos dos julgadores.
Entre os réus que o petismo já dá por condenados estão José Genoino e Delúbio Soares, presidente e tesoureiro do PT na época do escândalo. Quanto a José Dirceu, um pedaço da legenda ainda cultiva a dúvida. Mas essa ala é minoritária.
Genoino e Delúbio assinaram como avalistas o pseudo-empréstimo de R$ 3 milhões que o PT contraiu no Banco Rural. Para fundamentar a “certeza” de condenação da dupla um dirigente petista ouvido pelo repórter evocou o caso de João Paulo Cunha, já condenado por lavagem de dinheiro, corrupção passiva e peculato.
Disse que o deputado João Paulo foi lançado no rol dos culpados mesmo sem ter acomodado a assinatura em nenhum dos documentos que formalizaram a contratação pela Câmara da SMP&B, agência de Marcos Valério.
Comparou: “Ora, se o Supremo aboliu até a premissa de que seria necessário um ‘ato de ofício’ para tachar o João Paulo de corrupto, é de supor que vá tratar as assinaturas do Genoino e do Delúbio como provas cabais de ilícito.”
Evaporaram, de resto, os dois argumentos que o partido esgrimia em defesa dos seus réus. Alegava-se que o empréstimo do PT, por “legítimo”, foi pago ao Rural. E dizia-se que as verbas não escrituradas que a tesouraria a legenda manejou não passaram de caixa dois.
A tese do caixa dois ruiu já no alvorecer do julgamento. Por maioria de votos –9 a 2 — o STF considerou que os R$ 50 mil que João Paulo alegara ter recebido do PT para pagar pesquisa em Osasco fora, em verdade, propina.
A alegação de legitimidade dos supostos empréstimos do Rural ao PT e às agências de Valério (R$ 29 milhões) sucumbiu no julgamento do segundo capítulo, a ser concluído nesta quinta-feira (6).
Dos quatro réus do Banco Rural, dois já estão matematicamente condenados por seis dos atuais dez ministros do STF. Um terceiro encontra-se separado da condenação por um voto.
Ao referendar a acusação da Procuradoria de que os ex-gestores do Rural incorreram no crime de gestão fraudulenta de instituição financeira, os julgadores deixaram claro que os empréstimos foram“simulados”.
Para desassossego do PT, os réus já condenados no capítulo do Rural são justamente aqueles que dispunham dos advogados de grife mais vistosa. José Roberto Salgado, ex-vice-presidente do banco, é defendido por Thomaz Bastos. Kátia Rabelo, ex-presidente da instituição, é socorrida por José Carlos Dias.
Os ministros deram de ombros para os memoriais da dupla. A maioria absorveu em relação aos dois réus as acusações contidas na denúncia da Procuradoria. O PT esperava que o voto do relator Joaquim Barbosa encontrasse maiores resistências.
Na visão da direção do PT, a eventual inclusão de José Dirceu na lista de condenados representará, por assim dizer, a condenação política da própria legenda –com uma consequência historiográfica: nessa hipótese, a nódoa do mensalão será definitivamente impressa no verbete da enciclopédia que trata da primeira gestão de Lula.
Em essência, os receios do PT coincidem com os temores da banca de advogados do mensalão. Um deles disse ao repórter estar “estarrecido” com o fato de o Supremo ter “rasgado” no julgamento “algumas garantias constitucionais solidamente consolidadas ao longo de décadas.”
Impressionou-se, por exemplo, com uma metáfora utilizada por Luiz Fux no julgamento de João Paulo Cunha. O ministro declarou que, se um filho diz que não cometeu determinado malfeito, merece crédito. Se afirma que não há provas, precisa demonstrar que diz a verdade.“Inverteu-se o ônus da prova”, queixa-se o advogado. “Extinguiu-se o princípio da presunção da inocência”.
O doutor reconhece: “Há no Supremo uma evidente tendência à condenação”. Afirma, porém, que “o tribunal terá de ser muito corajoso” para condenar José Dirceu. “Se isso acontecer, será rasgado o próprio processo”, afirma. “Se no caso do João Paulo não havia o ato de ofício, existia um contrato com a SMP&B. Contra o Dirceu não há coisa nenhuma.”
Por ora, a despeito do pessimismo que se espraia pelos seus quadros, o PT não prevê que o julgamento trará prejuízos eleitorais à legenda além da renúncia de João Paulo à candidatura de prefeito em Osasco.
Em São Paulo, prioridade zero do PT nas eleições municipais de 2012, as pesquisas internas do partido não identificaram prejuízos à campanha de Fernando Haddad. Ao contrário, enxerga-se na curva ascendente do candidato nas pesquisas evidência de que sua passagem ao segundo turno está como que garantida.
Realça-se, de resto, um argumento que Haddad roçou no debate promovido pela Folha e pela Rede TV!: o rival tucano José Serra carrega em sua coligação o PR de Valdemar Costa Neto, outro réu do mensalão cuja condenação é vista como favas contadas. E Celso Russomanno, no topo das pesquisas, está aliado ao PTB de Roberto Jefferson, que tampouco deve sair ileso do Supremo.
Em relação à sucessão presidencial de 2014, afora o fato de Dilma Rousseff não ter contas a ajustar com o STF, o PT torce que o calendário se encarregue de esfriar o impacto de uma eventual condenação em massa.
Aposta-se no poder do esquecimento.
06 de setembro de 2012
Por Josias de Souza - Uol Notícias
 

"A VISÃO DO UMBIGO"


 
 
O Partido dos Trabalhadores que, antes da condenação de João Paulo Cunha por corrupção passiva e peculato, dizia confiar na Justiça brasileira- agora acusa ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) de participar de um "golpe" em parceria com "a mídia conservadora".
 
O discurso, verbalizado pelo eminente presidente do PT, Rui Falcão, além de demonstrar bem o pânico do partido com o que pode ocorrer com José Dirceu, José Genoino e companhia, é uma boa medida da decepção de Lula com ministros escolhidos por ele para o STF. O ex-presidente considera-se traído.
 
Embora seja difícil imaginar -após todos esses anos de lulismo- que alguém ainda se surpreenda com as suas concepções sobre a política e os deveres republicanos, vale a pena discorrer um pouco sobre o assunto.
 
Para o ex-presidente, valores como companheirismo e gratidão são muito mais importantes do que os princípios da independência entre os Poderes e da imparcialidade, e o espírito público. Como alguém pode julgar em desacordo com os seus interesses após ter sido beneficiado pela sua generosidade?
 
Lula sempre enxergou o mundo a partir do seu próprio umbigo. Quem não está com o ex-presidente evidentemente só pode estar contra ele. Não existe meio-termo.
 
Isso vale para qualquer um. Correligionários que o desobedeceram foram expulsos do partido. Órgãos de imprensa e jornalistas que ousam criticá-lo são tratados como "corruptos" e "vagabundos" nos blogs e sites que estão a seu serviço. E magistrados agora são chamados de golpistas pelo PT.
 
Ao atacar ministros do Supremo, Rui Falcão fez um alerta em tom de ameaça: "Não mexam com o PT. Quando o PT é provocado, ele cresce, ele reage". É difícil entender o que o presidente do partido de Lula quer dizer exatamente com isso. Mas é bom ficar atento.
 
06 de setembro de 2012
Rogério Gentile
Folha de São Paulo

ALIADO DE LULA É JULGADO NO EGITO POR CORRUPÇÃO

 

Começou no Cairo o julgamento de Farouk Hosni, ex-ministro da Cultura do ex-ditador egípcio Hosni Moubarak, acusado de roubar 2,35 milhões de euros dos cofres públicos egípcios. Farouk recebeu apoio do então presidente Lula e do ex-chanceler Celso Amorim para derrotar o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), que ambos detestam, na disputa pela direção-geral da Unesco, órgão das Nações Unidas.
 
06 de setembro de 2012
in claudio humberto

ONDE ESTÁ A OPOSIÇÃO?

Eu sei onde ela está desde 2005. Portanto, esse discurso que aparece abaixo eu fiz há sete anos. Depois cansei da oposição. Leiam meu texto de 2005 depois de ver o video de 3/9/2012.



http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/

Que o presidente sabia sim da podridão do seu governo; que tentou dissimular; que nada fez; que nada disse contra; que tentou obstaculizar investigações criminais, políticas e judiciais; que tentou proteger culpados próximos demais de si para que possa dizer-se inocente.

 
Que ele sabia das vantagens auferidas com o mensalão; que sabia do enriquecimento ilícito do seu filho; que sabia dos sinais exteriores de riqueza de inúmeros companheiros; que sabia das manobras congressuais desonestas; que sabia que o MST por ele patrocinado é uma organização criminosa, maoísta-revolucionária; que sabia que um inepto como João Paulo Cunha somente chegou à presidência da Câmara graças a conluios fraudulentos com um vigarista confesso; que sabia do financiamento de campanhas petistas com dinheiro da cocaína, do seqüestro de pessoas, e do tráfico de armas na América Latina com fins políticos; que sabia perfeitamente com quem andava e se reunia em viagens internacionais na Líbia, na Síria, em Cuba, e na Venezuela; que sabia que as loterias estaduais sob a direção do seu partido eram operadoras de dinheiro sujo e se destinavam a lavá-lo para o narcotráfico.


Que ele soube dos contratos milionários de Marcos Valério; dos desmandos de subalternos; dos atos de gente de baixo nível moral e intelectual como Delúbio Soares, Silvio Pereira, Marcelo Sereno; que soube logo da incompetência e da desonestidade dos seus primeiros auxiliares ministros; que soube e permitiu que tivesse sido governado por José Dirceu e José Genoíno; que soube permanecer surdo aos que lhe avisaram dos perigos de serem descobertos mais cedo ou mais tarde.


Que ele sabe do passado guerrilheiro desabonador de muitos colaboradores; que sabe e talvez participe de remessas de dinheiro para o exterior; que viajou com elas, muito provavelmente; que sabe e reconhece no íntimo sua própria inaptidão, habilitação moral, técnica e intelectual para governar um país do tamanho do Brasil; que sabe que nivelando por baixo, provocando a própria pequenez do seu povo, amesquinhando-o e pervertendo-o, permaneceria mais tempo no poder; que sabe que pode contar com os intelectuais socialistas para isso; que sabe que não conseguiu desenvolver nenhum projeto de governo desde o fracasso rotundo do Fome Zero e do Primeiro Emprego; que sabe que a defecção de companheiros da primeira hora quis dizer exatamente isso; que sabe que viajava e viaja para o exterior protegido pela mídia e pela intelectualidade socialista internacional, e que somente elas o protegem da ridicularia certa; que sabe que obrou pela desmoralização das Forças Armadas e policiais; que destruiu a Educação, a Segurança Pública e negligenciou a Saúde; que seu ministro da Justiça usava e usa métodos fascistas com amplos recursos de uma tropa de choque político-policial, a Polícia Federal; que sabe do desmanche moral a que foi submetido o povo brasileiro sob seu governo; que sabe das ligações do seu partido com o narcotráfico através de contatos com as Farcs e o Foro de São Paulo; que sabe que o desarmamento é uma manobra sórdida urdida para aprisionar o povo brasileiro; que sabe das manobras criminosas de Hugo Chàvez patrocinando sua causa revolucionária comunista; que sabe do envolvimento e beneficiamento de deputados e líderes petistas com a corrupção em Santo André e Campinas.


Que ele sabe quem matou Celso Daniel e porque!

 
Que ele sabe muito mais; de coisas que ainda não sabemos.



Eu sei disso tudo. Mas o PSDB e o PFL (hoje DEM) não sabiam. Ou fingiam que não sabiam. E sabem por que? Porque são socialistas, têm os mesmos ideais dos petistas e admitem facilmente que o Estado é o ente final, absoluto, hegelliano, o supra-sumo do Espírito. E se acham que é pouco, ainda têm os banqueiros desse partidos que nunca estiveram, e até hoje não estão dispostos a arriscar suas fortunas denunciando o PT e mordendo a mão que lhes dá dinheiro.
 
E o povo? Ora o povo!
 
06 de setembro de 2012
charles london

JADER BARBALHO, AINDA SOLTO, GASTA 123.200 REAIS DA NOSSA GRANA COM DIVULGAÇÃO. DE QUÊ?

 

Entre janeiro e agosto, todo o trabalho parlamentar de Jader (ele sequer usou a tribuna do Senado para discursar) se resumiu a um requerimento no qual pediu informações a Miriam Belchior sobre o projeto da Aços Laminados do Pará (ALPA), lançado pela presidência da República.
 
Mesmo sem discursar e sem apresentar projetos, nesse período de oito meses Jader gastou 123.200 reais da verba do Senado com “divulgação da atividade parlamentar”.
 
Vejam só o prontuário do bandido:
 
Em 2010, foi barrado pela lei da Ficha Limpa por ter renunciado, em 2001, ao cargo de senador. (Folha de S. Paulo, 01.12.2010)
 
É acusado de desvio de verba da extinta Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia. (Valor Econômico, 16.out.2009)
 
É acusado de peculato por fraude no Banco do Estado do Pará. (O Globo, 02.dez.2004)
 
É alvo de ações penais movidas pelo Ministério Público Federal:
 
STF – Processo 398 (Acusado de peculato)
STF – Processo nº 339 (Acusado de crimes contra o sistema financeiro nacional)
STF – Processo 397 (Acusado de formação de quadrilha, falsidade ideológica, estelionato, lavagem de dinheiro e outras fraudes)
STF – Processo nº 498 (Acusado de peculato)
TRF-1 Seção Judiciária de Tocantins – Processo nº 0001781-10.2011.4.01.4300 (Acusado de crimes contra o patrimônio)
TRF-1 Seção Judiciária do Pará – Processo nº 0010333-97.2011.4.01.3900 - É alvo de representação criminal movida pelo MPF por crimes contra a ordem tributária.
 

É alvo de ações civis públicas movidas pelo MP:
 
TRF-1 Seção Judiciária do Distrito Federal – Processo nº 0031294-51.2004.4.01.3400
TRF-1 Seção Judiciária de Tocantins – Processo nº 0003001-82.2007.4.01.4300
TRF-1 Seção Judiciária de Tocantins – Processo nº 0007518-62.2009.4.01.4300
 
É alvo de ações de execução fiscal movidas pelo Instituto Nacional do Seguro Social:
 
TRF-1 Seção Judiciária do Pará – Processo nº 0007303-35.2003.4.01.3900
TRF-1 Seção Judiciária do Pará – Processo nº 10095-20.2007.4.01.3900
 
Agora eu pergunto: o que está fazendo um marginal desse quilate, ainda por cima senador, fora da cadeia?
06 de setembro de 2012

BIÓLOGO CURA RATOS ATEUS COM CÂNCER COM A IMPOSIÇÃO DAS MÃOS


Como sabe quem me acompanha, tenho meus vícios noturnos. Na madrugada, para entender a humana indigência, dou uma zapeada pelas redes evangélicas. Um de meus diletos é o Edir Macedo. Outro o R. R. Soares. Nos últimos anos, tenho curtido o Apóstolo. Por Apóstolo, entenda-se o pastor evangélico Valdemiro Santiago, líder e fundador da Igreja Mundial do Poder de Deus. Em 1996, quando estava a desenvolver trabalho missionário em Moçambique, foi salvo por dois anjos de um mar cheio de tubarões brancos famintos, depois que ele, náufrago e obeso de 153 quilos, nadou oito horas sob a orientação do Espírito Santo.

Mas não era disto que pretendia falar. Em suas pregações às multidões, o Apóstolo costuma curar, desde Aids a câncer, com a técnica milenar da imposição de mãos. Leio na rede:

“Antes da imposição de mãos, fiéis louvam ao Senhor Jesus. O Apóstolo Valdemiro Santiago e a Bispa Franciléia, na Terça-feira do Milagre Urgente impuseram as mãos naquelas pessoas que vieram à espera de um milagre. Era visível a fila, e o milagre acontecia na hora. Dezenas de pessoas subiram ao altar da igreja mundial do poder de Deus e contaram o testemunho.

“O sorriso no rosto, onde havia lágrimas, a cura no lugar da dor, era fato, o milagre aconteceu na vida de muitas pessoas. O poder de Deus está aqui, ressalta o Apóstolo Valdemiro Santiago. Ele fala com alegria após horas impondo as mãos sobre os enfermos, não se cansa e realiza a segunda imposição do dia. A imposição de mãos é sinal visível de uma ação que tem lugar no mundo espiritual. Foi grandemente utilizada por Jesus Cristo em seu ministério e no ministério da Igreja em seu princípio”.

Vigarice para comprar fazendas no Mato Grosso, pensou o incréu que vos escreve. Ledo engano. A cura pela imposição de mãos é científica e foi comprovada, em 2003, pelo pesquisador Ricardo Monezi, da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). Leio também na rede:

“Um estudo desenvolvido recentemente pela USP (Universidade de São Paulo), em conjunto com a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), comprova que a energia liberada pelas mãos tem o poder de curar qualquer tipo de mal estar. O trabalho foi elaborado devido às técnicas manuais já conhecidas na sociedade, caso do Johrei, utilizada pela igreja Messiânica do Brasil e ao mesmo tempo semelhante à de religiões como o espiritismo, que pratica o chamado “passe”.

Segundo o cientista, durante seu mestrado foi investigado os efeitos da imposição em camundongos machos, nos quais foi possível observar um notável ganho de potencial das células de defesa contra células que ficam os tumores. “Agora, no meu doutorado que está sendo finalizado na Unifesp, estudamos não apenas os efeitos fisiológicos, mas também os psicológicos”, completou.

Sua tese de mestrado é dedicada ao Supremo Criador de todas as coisas: “À Deus, que durante todo esse trabalho e por toda a minha vida tem me acompanhado e iluminado, sendo o maior dos amigos e o melhor dos terapeutas... obrigado por ter me dado a chance de viver e aprender, obrigado pelo alívio nos momentos difíceis (que não foram poucos) e principalmente, e por diversas vezes, por ter me carregado em seus braços... eu sempre tive a certeza de que as pegadas que eu via na areia eram as suas!”

Para que não fiquem dúvidas a respeito de sua fé, antes do final das dedicatórias, dedica a tese “mais uma vez (e sempre !), a Deus, por ter me dado a possibilidade de encontrar pessoas tão especiais!!!”

A Deus ou a ratos tão especiais? Por que ratos? Porque o animal não cria vínculos com o terapeuta imaginando que será curado nem tampouco alimenta qualquer tipo de fé.

A imposição de mãos, já utilizada no antigo Egito, está fartamente documentada na Bíblia. Segundo alguns, sua primeira manifestação está no Levítico, quando Arão, pondo as mãos sobre a cabeça do bode vivo, confessa sobre ele todas as iniqüidades dos filhos de Israel, todas as suas transgressões e todos os seus pecados. E manda o coitado do bode para o deserto. Jeová mudará mais tarde as regras do jogo. Em vez de um bode para o deserto, mandará o Filho para a cruz. Mas isto já é outro assunto.

Em Marcos, estando nos confins da Judéia, Cristo impõe as mãos sobre algumas crianças que foram trazidas a sua presença. Para quê, Marcos não explica. As crianças não estavam doentes. Mais adiante, na terra dos gerasenos, Jairo, um dos chefes da sinagoga, pede a Jesus que imponha as mãos sobre sua filha: “Minha filhinha está nas últimas; rogo-te que venhas e lhe imponhas as mãos para que sare e viva”.

Nem foi preciso. À mulher, que sofria de hemorragia, bastou tocar as vestes de Jesus e ficou curada. Isso que o Cristo nem viu quem o havia tocado. Mais adiante, ainda segundo Marcos, Jesus cura um cego impondo-lhe as divinas mãos:

“Jesus, pois, tomou o cego pela mão, e o levou para fora da aldeia; e cuspindo-lhe nos olhos, e impondo-lhe as mãos, perguntou-lhe: Vês alguma coisa? E, levantando ele os olhos, disse: Estou vendo os homens; porque como árvores os vejo andando. Então tornou a pôr-lhe as mãos sobre os olhos; e ele, olhando atentamente, ficou restabelecido, pois já via nitidamente todas as coisas”.

O dom da imposição das mãos não é exclusivo do homem-deus. Em Atos, quando Paulo está ainda cego após a visão do Cristo na estrada de Damasco, o Senhor ordena a Ananias: “Levanta-te, vai à rua chamada Direita e procura em casa de Judas um homem de Tarso chamado Saulo; pois eis que ele está orando; e viu um homem chamado Ananias entrar e impor-lhe as mãos, para que recuperasse a vista”.

Ananias entrou na casa e impôs suas mãos a Saulo. Logo lhe caíram dos olhos como que umas escamas, e recuperou a vista: então, levantando-se, foi batizado. Ainda em Atos, ao chegar a Éfeso, o evangelistao impõe as mãos a um grupo de discípulos. “Havendo-lhes Paulo imposto as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo, e falavam em línguas e profetizavam”. Ou seja, a imposição de mãos não apenas cura, mas também transmite sabedoria.

Para eliminar qualquer relação com religião, assim como escolheu ratos machos ateus para suas pesquisas, o professor da Unifesp elegeu a técnica reikiana de imposição de mãos, que dispensaria a fé em qualquer deus. Reiki, para quem não sabe, é uma prática espiritual esotérica desenvolvida em 1922 pelo japonês Mikao Usui, é baseada na canalização da energia universal (rei) através da imposição de mãos com o objetivo de restabelecer o equilíbrio energético vital de quem a recebe e, assim, restaurar o estado de equilíbrio natural, seja ele emocional, físico ou espiritual; podendo eliminar doenças e promover saúde.

Mas se o reiki dispensa fé, não dispensa o monopólio das curas. Sem monopólio da profissão, não há terapia que sobreviva. Terapeuta Reiki ou reikiano, é aquele que recebeu iniciação de um mestre habilitado para tal, apto e capaz de iniciar e ensinar uma pessoa a utilizar a energia vital como método de cura, para si e para os outros, através do sistema alternativo conhecido por reiki. Uma vez realizada a sintonização, esse canal de energia estará aberto para toda a vida. Com a sintonização, as mãos irradiam vibrações que fluem a partir da cabeça, quando estão em contato com áreas em desarmonia.

O estudo de Ricardo Monezi está sendo desenvolvido agora com gente. Se dá certo com ratos, por que não daria certo com homens? Para a atual pesquisa, Monezi selecionou idosos de ambos os sexos, com idades entre 70 e 80 anos. A avaliação envolve aspectos físicos, espirituais, psicológicos, como ansiedade, depressão, e qualidade de vida.

Durante oito semanas, os pacientes passam por controle de pressão arterial, nível de tensão muscular, temperatura e eletricidade conduzida pelo corpo pois, quanto mais tensa, mais eletricidade a pessoa tem no corpo. A técnica de imposição das mãos é testada na primeira, na quarta e na oitava semanas.

Porém, desta vez, as mãos chegam a encostar levemente nos pacientes. ''É um toque sutil'', explica o pesquisador, acrescentando que o toque produz sensação de bem-estar e o idoso gosta.

Longe de mim querer contestar a douta pesquisa do professor. Mas vejo que, tendo optado pela técnica reiki de imposição de mãos, não utilizou nenhum terapeuta reiki em suas pesquisas. De onde concluímos que basta impor as mãos, seja de quem forem.

Para os espíritas, não existindo pessoa especializada para esta terapia, a imposição de mãos poderá ser feita por pessoa muito próxima, com a qual tenha vínculo afetivo (pai, mãe, marido, esposa, filho, filha). Desde que a pessoa não tenha ingerido carne vermelha no dia da imposição.

É neste momento que se revela a profunda ignorância deste ateu empedernido. Gastei uma fortuna em radioterapia e braquiterapia para curar meus cânceres. Quando bastariam duas mãos para curar-me, como prova a ciência patrocinada pela USP e Unifesp. E mãos amigas é o que não me falta. Quem sabe as minhas, por que não?

Bestas, mil vezes bestas, somos nós, os ateus. Como nós, esses milhares, senão milhões, de cancerosos incrédulos, que apelam a uma ciência cara e obsoleta para a cura de seus males.

Louvado seja o apóstolo Valdemiro Santiago!


06 de setembro de 2012
janer cristaldo