No fim de semana passado, a secretária francesa da Saúde, Nora Berra, pediu que pessoas mais vulneráveis, como bebês, idosos, doentes e moradores de rua “evitem sair de casa” e “usem roupas apropriadas”. Pouco depois de divulgar o post em seu Twitter, Nora recebeu uma enxurrada de mensagens de internautas que perguntavam como um morador de rua poderia evitar sair de casa.
Bem, a rigor a secretária pode até ter alguma razão. Digamos que o morador de rua tenha como teto uma ponte. Claro que a ministra podia ser mais precisa: que moradores de rua não saíam de suas pontes. Mas um secretário de Estado não pode pensar em tudo, oras.
A ministra, então, deletou o tweet e retirou a referência aos sem-teto no texto publicado no blog. Em outro post na rede social, disse que a questão tinha sido um mal entendido e reclamou: “Certos assuntos não devem ser tratados com ironia.” Isto me lembra um pouco a “Modesta proposta”, de Swift, para resolver o problema dos pobres na Irlanda:
“Um jovem americano muito entendido, que conheço em Londres, me assegurou que uma criancinha saudável e bem criada constitui, com um ano de idade, o alimento mais delicioso, nutritivo e completo, seja cozida, grelhada, assada ou fervida; e não duvido que possa ser igualmente servida para um guisado ou um ensopado.
“Portanto, proponho humildemente à consideração do público que, das 120 mil crianças já relacionadas no Reino, 20 mil sejam reservadas para a reprodução; destas, somente 1/4 será de machos, o que já é mais do que permitimos às ovelhas, aos bois e aos porcos; e minha razão é que raramente estas crianças são frutos do matrimônio, coisas não muito apreciada pelos nossos camponeses; em conseqüência, um macho será o suficiente para servir até 4 fêmeas. De maneira que as 100 mil restantes podem, com um ano de idade, ser oferecidas às pessoas nobres e de fortuna do Reino, aconselhando sempre às mães que as amamentem abundantemente durante o último mês, a fim de que fiquem bem gordinhas e rechonchudas para uma boa mesa. Uma criança dará 2 pratos em um jantar com os amigos e, quando a família cear sozinha, o quarto traseiro ou dianteiro será um prato razoável que, temperado com um pouco de pimenta e sal, será excelente refeição até o quarto dia, especialmente no inverno”.
Com a diferença de que Swift fazia ironia. Não foi o caso da ministra francesa. Como a estupidez é contagiante e se espalha com a velocidade de moeda ruim, nestes mesmos dias, o Tribunal de Justiça de São Paulo determinou prisão domiciliar a um morador de rua preso em flagrante acusado de furto. É o que leio nos jornais.
Nelson Renato da Luz foi preso em flagrante em outubro do ano passado quando tentava furtar placas de zinco da estação República do metrô. Dois dias depois, a juíza da 14ª Vara Criminal da Capital converteu o flagrante em prisão preventiva. No entanto, laudo pericial comprovou que o suspeito é inimputável (sofre de doença mental e é pessoa comprovadamente incapaz de responder por seus atos) e, portanto, não poderia ser preso.
O relator cogitou da internação provisória de Luz em um hospital de custódia e tratamento, mas concluiu que a medida só se aplica nos casos de crimes violentos ou praticados com grave ameaça.
Luz não se enquadra em nenhum dos casos. A solução encontrada pela 1ª Câmara de Direito Criminal, a partir do voto do relator, Figueiredo Gonçalves, de mandar o acusado responder ao processo em prisão domiciliar - quando ele não tem residência fixa - criou outro problema para o suspeito. Apesar de estar solto, poderá ser detido novamente. Pelo simples fato de existir, está cometendo um crime.
E nisto estamos. Quem quiser entender melhor o caso, leia O Processo, de Kafka. O romance do escritor checo conta a história de Josef K., personagem que acorda certa manhã, e, sem motivos conhecidos, é preso e sujeito a longo e incompreensível processo por um crime não revelado.
Mas o melhor vem agora. Um juiz da Flórida, nos Estados Unidos, condenou um marido a agradar sua mulher após ter sido acusado de agressão doméstica. Com a sentença, o americano Joseph Bray terá que jantar em um restaurante de frutos do mar, comprar flores, ir ao boliche e freqüentar cursos de aconselhamento matrimonial com a mulher.
Bray agrediu a mulher por ela ter reclamado que ele não havia lhe dado os parabéns no dia de seu aniversário. Segundo o juiz, cumprindo todas essas ordens, Bray evitaria passar um considerável tempo na prisão por uma atitude que, segundo a corte, não foi tão grave. Bray não tinha antecedentes criminais.
"Ele vai comprar um cartão, flores e depois vai para casa, pegar sua mulher, se vestir e levá-la ao Red Lobster e depois os dois vão jogar boliche", declarou Hurley.
Imagine que, por motivos que não vêm ao caso, você passe a abominar sua mulher. Chega então a Justiça e diz: “Ah! Então você não gosta mais dela? Pois agora vai levá-la a bons restaurantes, comprar-lhe flores e levá-la ao boliche”. A meu ver, não há melhor fórmula para transformar o não-gostar em ódio.
Mutatis muitandis, esta fórmula de querer obrigar alguém a amar – ou pelo menos a fingir que ama – não é exclusivamente ianque. Pululam no Brasil ações em que o juiz obriga um pai separado a visitar o filho. A primeira ação neste sentido no Brasil ocorreu em 2003, quando o juiz Mario Romano Maggioni, da comarca de Capão da Canoa, Rio Grande do Sul, obrigou Daniel Viritato Afonso – que já pagava pensão alimentícia de quase R$ 1 mil, a “passar a visitar a filha, no mínimo a cada 15 dias, levando-a a passear consigo, comprometendo-se, também, em acompanhar seu desenvolvimento infanto-juvenil, prestando assistência, apresentando a criança aos parentes pelo lado paterno”.
Ora, há pais que adoram seus filhos e outros não. As razões porque não os adoram não interessam. O problema é que nada no mundo – muito menos uma sentença judicial – pode obrigar alguém a gostar de alguém. Isto deve ser resquício do preceito cristão de amar todo mundo, como se todo mundo fosse amável.
Me obrigasse um juiz a visitar um filho que não quero visitar, já a partir da primeira visita eu o estaria odiando. Tanto no caso da sentença do juiz americano como na do brasileiro, pune-se tanto a vítima como o pai ou marido inadimplente. O marido, que certamente detesta sua mulher, tem de levá-la a bons restaurantes e oferecer-lhe flores. A mulher também é humilhada, pois sabe que aquelas gentilezas são decorrência não de afeto, mas de uma sentença judicial. O mesmo diga-se do pai obrigado a visitar o filho.
Ah! esses juízes fantásticos e suas sentenças maravilhosas... Me lembram o caso do alfaiate que, no afã de encontrar o terno ideal que sirva a todos, acaba confeccionando um que não serve a ninguém.
Mas, por obrigação legal, tem de ser usado.
12 de fevereiro de 2012
janer cristaldo
Um painel político do momento histórico em que vivem o país e o mundo. Pretende ser um observatório dos principais acontecimentos que dominam o cenário político nacional e internacional, e um canal de denúncias da corrupção e da violência, que afrontam a cidadania. Este não é um blog partidário, visto que partidos não representam idéias, mas interesses de grupos, e servem apenas para encobrir o oportunismo político de bandidos. Não obstante, seguimos o caminho da direita. Semitam rectam.
"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)
"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
domingo, 12 de fevereiro de 2012
COLAPSO MORAL DE UMA SOCIEDADE
“A Polícia Militar pode fazer greve. Minha tese é de que todas as categorias de trabalhadores quem são consideradas essenciais só podem ser proibidas de fazer greve se tiverem também salário essencial. Se considero a atividade essencial, mas pago salario mixo, esse cidadão tem direito a fazer greve.” (Ex-presidente Lula em 2001 – Fonte: coluna Merval Pereira).
A intencional criminalização de qualquer movimento grevista pelo poder público demonstra que a relativização da Justiça sob o comando disfarçado do poder Executivo está chegando ao seu “estado da arte” no Regime Fascista que já domina o país.
Na prática já existe uma proibição “disfarçada” de greves como forma de reivindicação salarial ou outros direitos, e quando as mesmas acontecem começam a entrar em cena as forças cúmplices e opressoras do Estado Fascista para aniquilar com seus líderes.
As ordens são para humilhar e prender, se for necessário, todos os que recorrerem a greves para lutar por seus legítimos direitos, especialmente os líderes dos movimentos que serão tratados como bandidos.
Quem não se lembra da invasão de uma das dependências do Congresso com sua quase total destruição, entre centenas de exemplos que podem ser dados, especialmente, durante os desgovernos petistas, do reinado da impunidade para os cúmplices do petismo?
Ninguém foi punido e o líder da invasão, amigo do ex-presidente Lula se encontra ileso de qualquer tipo de enquadramento legal pelos atos de vandalismo do grupo que liderava na época. Seu processo deve se encontrar no fundo de uma gaveta de algum togado vestido de bandido ou de um bandido vestido de togado.
O caso do mensalão ficará na história do país de como uma gang conseguiu corromper todas as bases do poder público para se livrar da prisão.
As disparidades salariais no nosso país, se considerando apenas a remuneração do trabalho, são criminosas, com diversas classes de servidores públicos ganhando remunerações diretas e indiretas proibitivas, sem as necessárias contrapartidas de serviços públicos minimamente decentes para os que sustentam um poder público assemelhado, de forma quase sistemática, a um verdadeiro covil de bandidos, tendo em vista a quantidade de escândalos de corrupção que têm sido denunciados nos últimos anos e, com raríssimas exceções, com alguém sendo punido por uma justiça que não merece esse nome.
Há de se ressaltar que entre as classes privilegiadas certamente não estão as dos bombeiros, policiais civis e militares e, especialmente a dos professores públicos, que historicamente já aceitaram a humilhação salarial como normas de suas vidas graças ao sórdido corporativismo com o setor público que é praticado pelas suas associações de classes.
Enquanto líderes grevistas são presos tendo recusados seus pedidos de habeas corpus, milionários ladrões do dinheiro público tem tido o tratamento legal inverso e vivem com plena liberdade para atuar no submundo dos corredores dos podres poderes da República, para que seus processos sejam prescritos, as evidências e acusações sejam manipuladas, e seus crimes esquecidos pela sociedade, para que eles e seus cúmplices continuem roubando os contribuintes.
Mas o ponto mais importante a ressaltar é que são as Forças Armadas, humilhadas – qualificadas nos corredores petistas de “milicos de merda” – e depauperadas pelos desgovernos civis é que são agora chamadas para garantir a governabilidade de um país tomado pela degeneração moral nas relações públicas e privadas.
Por uma questão de disciplina militar que, incompreensivelmente, coloca em segundo plano o fato do ordenamento jurídico do país estar virando coisa de bandido, e sendo consumada a entrega do país a um regime socialista absolutamente corrupto disfarçado de neocapitalismo de Estado, as Forças Armadas estão demonstrando que estarão sempre a postos para coagir, reprimir, agredir, entre tantas outras possibilidades, até a de matar, se assim forem ordenadas, os que desafiarem de forma relevante o “status quo” de poder do Covil de Bandidos.
Queiram ou não, o comportamento médio da sociedade reflete a qualidade moral do seu poder público, pois é de lá que saem os exemplos dos desvios de conduta e da impunidade que são os maiores responsáveis pela contaminação das relações sociais no caminho da degeneração moral totalitária.
No momento em que o poder público se apresenta como um Covil de Bandidos, o resto da sociedade tende a imitá-lo, o que provoca a relativização do cumprimento dos códigos legais conforme os interesses mais sórdidos dos donos do poder.
Os mais fracos e com menos representatividade geralmente têm seus “desvios de conduta”, ou até de estrita obediência aos códigos legais, criminalizados por princípio, e os mais fortes – comunidades de esclarecidos canalhas que formam as burguesias e as oligarquias que dominam as relações públicas e privadas – devidamente protegidos pela associação espúria do poder Judiciário com a prostituição da política - fazem o que bem entendem, usufruindo, de forma vergonhosa, do império da impunidade, afiançada por um descarado fascismo que tem no poder Executivo seu ponto de referência para o projeto petista de domínio da sociedade.
No cenário em que estamos vivendo qualquer cidadão já tem o iminente risco de sofrer coações, ameaças e violências de constrangimentos dos seus atos de protesto, assim como de agressões físicas por nada menos do que “forças especiais” a serviço do Covil de Bandidos.
Ainda tem gente que acredita que vivemos em uma democracia sem se aperceber que, na realidade, estamos vivendo em uma corruptocracia comandada por um Regime Fascista.
Geraldo Almendra
11/02/2012
A intencional criminalização de qualquer movimento grevista pelo poder público demonstra que a relativização da Justiça sob o comando disfarçado do poder Executivo está chegando ao seu “estado da arte” no Regime Fascista que já domina o país.
Na prática já existe uma proibição “disfarçada” de greves como forma de reivindicação salarial ou outros direitos, e quando as mesmas acontecem começam a entrar em cena as forças cúmplices e opressoras do Estado Fascista para aniquilar com seus líderes.
As ordens são para humilhar e prender, se for necessário, todos os que recorrerem a greves para lutar por seus legítimos direitos, especialmente os líderes dos movimentos que serão tratados como bandidos.
Quem não se lembra da invasão de uma das dependências do Congresso com sua quase total destruição, entre centenas de exemplos que podem ser dados, especialmente, durante os desgovernos petistas, do reinado da impunidade para os cúmplices do petismo?
Ninguém foi punido e o líder da invasão, amigo do ex-presidente Lula se encontra ileso de qualquer tipo de enquadramento legal pelos atos de vandalismo do grupo que liderava na época. Seu processo deve se encontrar no fundo de uma gaveta de algum togado vestido de bandido ou de um bandido vestido de togado.
O caso do mensalão ficará na história do país de como uma gang conseguiu corromper todas as bases do poder público para se livrar da prisão.
As disparidades salariais no nosso país, se considerando apenas a remuneração do trabalho, são criminosas, com diversas classes de servidores públicos ganhando remunerações diretas e indiretas proibitivas, sem as necessárias contrapartidas de serviços públicos minimamente decentes para os que sustentam um poder público assemelhado, de forma quase sistemática, a um verdadeiro covil de bandidos, tendo em vista a quantidade de escândalos de corrupção que têm sido denunciados nos últimos anos e, com raríssimas exceções, com alguém sendo punido por uma justiça que não merece esse nome.
Há de se ressaltar que entre as classes privilegiadas certamente não estão as dos bombeiros, policiais civis e militares e, especialmente a dos professores públicos, que historicamente já aceitaram a humilhação salarial como normas de suas vidas graças ao sórdido corporativismo com o setor público que é praticado pelas suas associações de classes.
Enquanto líderes grevistas são presos tendo recusados seus pedidos de habeas corpus, milionários ladrões do dinheiro público tem tido o tratamento legal inverso e vivem com plena liberdade para atuar no submundo dos corredores dos podres poderes da República, para que seus processos sejam prescritos, as evidências e acusações sejam manipuladas, e seus crimes esquecidos pela sociedade, para que eles e seus cúmplices continuem roubando os contribuintes.
Mas o ponto mais importante a ressaltar é que são as Forças Armadas, humilhadas – qualificadas nos corredores petistas de “milicos de merda” – e depauperadas pelos desgovernos civis é que são agora chamadas para garantir a governabilidade de um país tomado pela degeneração moral nas relações públicas e privadas.
Por uma questão de disciplina militar que, incompreensivelmente, coloca em segundo plano o fato do ordenamento jurídico do país estar virando coisa de bandido, e sendo consumada a entrega do país a um regime socialista absolutamente corrupto disfarçado de neocapitalismo de Estado, as Forças Armadas estão demonstrando que estarão sempre a postos para coagir, reprimir, agredir, entre tantas outras possibilidades, até a de matar, se assim forem ordenadas, os que desafiarem de forma relevante o “status quo” de poder do Covil de Bandidos.
Queiram ou não, o comportamento médio da sociedade reflete a qualidade moral do seu poder público, pois é de lá que saem os exemplos dos desvios de conduta e da impunidade que são os maiores responsáveis pela contaminação das relações sociais no caminho da degeneração moral totalitária.
No momento em que o poder público se apresenta como um Covil de Bandidos, o resto da sociedade tende a imitá-lo, o que provoca a relativização do cumprimento dos códigos legais conforme os interesses mais sórdidos dos donos do poder.
Os mais fracos e com menos representatividade geralmente têm seus “desvios de conduta”, ou até de estrita obediência aos códigos legais, criminalizados por princípio, e os mais fortes – comunidades de esclarecidos canalhas que formam as burguesias e as oligarquias que dominam as relações públicas e privadas – devidamente protegidos pela associação espúria do poder Judiciário com a prostituição da política - fazem o que bem entendem, usufruindo, de forma vergonhosa, do império da impunidade, afiançada por um descarado fascismo que tem no poder Executivo seu ponto de referência para o projeto petista de domínio da sociedade.
No cenário em que estamos vivendo qualquer cidadão já tem o iminente risco de sofrer coações, ameaças e violências de constrangimentos dos seus atos de protesto, assim como de agressões físicas por nada menos do que “forças especiais” a serviço do Covil de Bandidos.
Ainda tem gente que acredita que vivemos em uma democracia sem se aperceber que, na realidade, estamos vivendo em uma corruptocracia comandada por um Regime Fascista.
Geraldo Almendra
11/02/2012
COMO COMETER UM CRIME PERFEITO
Este é o sonho de muitas das pessoas.
Todo mundo já sonhou dar um golpe na vida, um golpe tão perfeito cujo autor nunca será pego ou detectado.
Hollywood está cheio de filmes neste sentido e as dicas para cometer um crime perfeito, segundo Hollywood, normalmente são estas:
1. Se disfarçar de outro, que pela lógica, será o preso.
2. Matar todos os seus companheiros, para não correr o risco de delação.
3. Fugir para o Brasil, que não tem tratado de extradição, como fez o italiano Cesare Battisti.
Mas o melhor filme e a melhor dica foi "Golpe de Mestre", com Robert Redford.
O segredo é roubar dinheiro de forma que a vítima não saiba que foi roubada.
Aí, ninguém vai investigar o crime, nenhum policial vai correr atrás.
No filme, um grande apostador de cavalos acha que perdeu uma aposta, não que tenha sido roubado.
No Brasil, temos muitas formas deste tipo de golpe.
O maior deles, e que já chega a uns 5 trilhões, chama-se INSS.
Todo mês você "contribui" para a sua aposentadoria com mais ou menos 30% do seu salário, você e seu empregador.
O dinheiro é descontado em folha e do bolso dos empregadores, e é depositado no INSS.
Lá você imagina que o dinheiro é guardado, investido, reinvestido por 30 anos, para que o INSS tenha de fato o dinheiro necessário para pagar a aposentadoria prometida.
Só que não é isto que acontece. Os cinco trilhões que foram "contribuídos" nos últimos 29 anos, não estão lá.
Mas isto é mantido em segredo e se tornou um Golpe de Mestre.
Aí vem a pergunta. Então como os aposentados de hoje estão recebendo suas aposentadorias, se o dinheiro que eles contribuíram sumiu?
Caro leitor, isto vou deixar você descobrir por si, mas basta pensar um pouco.
Os dados necessários eu já coloquei acima. (Dica: 30%)
A venda de Títulos do Governo Brasileiro (e da Grécia, por sinal), é um outro Golpe de Mestre.
Você aplica R$ 100.000,00 em um Título Público.
Provavelmente você acha que seus R$ 100.000,00 serão investidos em algum projeto público rentável que garanta o pagamento dos 10% ao ano que lhe pagam.
Senão, vão te pagar como?
Inclusive o investimento que o governo fez com seu dinheiro, deverá render muito mais do que 10%, para poder lhe devolver todos os R$ 1.000.000.000.000,00 que tomaram emprestado.
Acontece que este é outro Golpe de Mestre, porque o Governo não tem estes R$ 1 trilhão de investimentos feitos.
Senão não faltaria aeroporto, estradas, energia elétrica e portos para escoar a nossa produção.
Só que este fato é mantido em segredo.
Enquanto que no Capitalismo Democrático, todo mundo cuida bem do seu dinheiro. No Capitalismo de Estado quem cuida do seu dinheiro são "os outros"
Agora vem a horrível pergunta.
Se estes investimentos não foram feitos e portanto não geram renda para o Estado, como Tesouro e o Banco Central pagam todo ano 10% de juros?
Isto vou deixar você caro leitor descobrir por si, e basta pensar um pouco.
Os dados necessários eu já coloquei acima. (Dica: R$ 100.000,00)
Até aqui já somamos um Golpe no total de R$ 6 trilhões, e eu poderia continuar com FGTS, PIS, COFINS etc, mas vou parar por aqui.
Robert Redford roubou US$ 54.000 e nunca foi pego, o crime do filme nunca foi noticiado.
Mas, ensinou para muita gente o segredo do crime: Montar um esquema onde a vítima nem sabe que o dinheiro sumiu.
12 de fevereiro
por Stephen Kanitz
Todo mundo já sonhou dar um golpe na vida, um golpe tão perfeito cujo autor nunca será pego ou detectado.
Hollywood está cheio de filmes neste sentido e as dicas para cometer um crime perfeito, segundo Hollywood, normalmente são estas:
1. Se disfarçar de outro, que pela lógica, será o preso.
2. Matar todos os seus companheiros, para não correr o risco de delação.
3. Fugir para o Brasil, que não tem tratado de extradição, como fez o italiano Cesare Battisti.
Mas o melhor filme e a melhor dica foi "Golpe de Mestre", com Robert Redford.
O segredo é roubar dinheiro de forma que a vítima não saiba que foi roubada.
Aí, ninguém vai investigar o crime, nenhum policial vai correr atrás.
No filme, um grande apostador de cavalos acha que perdeu uma aposta, não que tenha sido roubado.
No Brasil, temos muitas formas deste tipo de golpe.
O maior deles, e que já chega a uns 5 trilhões, chama-se INSS.
Todo mês você "contribui" para a sua aposentadoria com mais ou menos 30% do seu salário, você e seu empregador.
O dinheiro é descontado em folha e do bolso dos empregadores, e é depositado no INSS.
Lá você imagina que o dinheiro é guardado, investido, reinvestido por 30 anos, para que o INSS tenha de fato o dinheiro necessário para pagar a aposentadoria prometida.
Só que não é isto que acontece. Os cinco trilhões que foram "contribuídos" nos últimos 29 anos, não estão lá.
Mas isto é mantido em segredo e se tornou um Golpe de Mestre.
Aí vem a pergunta. Então como os aposentados de hoje estão recebendo suas aposentadorias, se o dinheiro que eles contribuíram sumiu?
Caro leitor, isto vou deixar você descobrir por si, mas basta pensar um pouco.
Os dados necessários eu já coloquei acima. (Dica: 30%)
A venda de Títulos do Governo Brasileiro (e da Grécia, por sinal), é um outro Golpe de Mestre.
Você aplica R$ 100.000,00 em um Título Público.
Provavelmente você acha que seus R$ 100.000,00 serão investidos em algum projeto público rentável que garanta o pagamento dos 10% ao ano que lhe pagam.
Senão, vão te pagar como?
Inclusive o investimento que o governo fez com seu dinheiro, deverá render muito mais do que 10%, para poder lhe devolver todos os R$ 1.000.000.000.000,00 que tomaram emprestado.
Acontece que este é outro Golpe de Mestre, porque o Governo não tem estes R$ 1 trilhão de investimentos feitos.
Senão não faltaria aeroporto, estradas, energia elétrica e portos para escoar a nossa produção.
Só que este fato é mantido em segredo.
Enquanto que no Capitalismo Democrático, todo mundo cuida bem do seu dinheiro. No Capitalismo de Estado quem cuida do seu dinheiro são "os outros"
Agora vem a horrível pergunta.
Se estes investimentos não foram feitos e portanto não geram renda para o Estado, como Tesouro e o Banco Central pagam todo ano 10% de juros?
Isto vou deixar você caro leitor descobrir por si, e basta pensar um pouco.
Os dados necessários eu já coloquei acima. (Dica: R$ 100.000,00)
Até aqui já somamos um Golpe no total de R$ 6 trilhões, e eu poderia continuar com FGTS, PIS, COFINS etc, mas vou parar por aqui.
Robert Redford roubou US$ 54.000 e nunca foi pego, o crime do filme nunca foi noticiado.
Mas, ensinou para muita gente o segredo do crime: Montar um esquema onde a vítima nem sabe que o dinheiro sumiu.
12 de fevereiro
por Stephen Kanitz
REFLEXÕES PESSIMISTAS SOBRE A DECADÊNCIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA
Como diria Boris Casoy, “Isto é uma vergonha!” A educação pública no Brasil só é boa (será?) para quem é rico. O rico estuda na escola privada (as melhores), depois vai para a universidade pública, que geralmente são as melhores.
O pobre estuda na escola pública e, se conseguir terminar o segundo grau e quiser fazer alguma universidade, se vira na universidade particular ou, melhor dizendo, faculdade particular(caça-níqueis), se for capaz e conseguir pagar.
O resultado é que a maioria nem tenta fazer uma faculdade. Razão tinha o então ministro da Educação Cristovam Buarque, quando defendia a federalização da Educação básica do Brasil para tentar corrigir os desníveis do ensino no País e, ainda mais, remunerar com mais dignidade os que trabalham na educação no Brasil.
Nada disso aconteceu. Buarque foi demitido (por telefone), botaram lá um garotão que o Brasil nem sabia quem era, e o governo optou por “programas” que lhe deem respostas imediatas para fins eleitoreiros, mas o País continua com uma educação precária.
Quando será que teremos um estadista à testa dos destinos do Brasil? A julgar pelo nível de consciência política que nosso povo tem, nunca chegaremos lá. Afinal cada um que chega ao poder, vem financiado pelos mesmos grupos de interesses pessoas ou empresariais. Assim, não vamos a lugar nenhum.
12 de fevereiro de 2012
Paulino F. Campos
O pobre estuda na escola pública e, se conseguir terminar o segundo grau e quiser fazer alguma universidade, se vira na universidade particular ou, melhor dizendo, faculdade particular(caça-níqueis), se for capaz e conseguir pagar.
O resultado é que a maioria nem tenta fazer uma faculdade. Razão tinha o então ministro da Educação Cristovam Buarque, quando defendia a federalização da Educação básica do Brasil para tentar corrigir os desníveis do ensino no País e, ainda mais, remunerar com mais dignidade os que trabalham na educação no Brasil.
Nada disso aconteceu. Buarque foi demitido (por telefone), botaram lá um garotão que o Brasil nem sabia quem era, e o governo optou por “programas” que lhe deem respostas imediatas para fins eleitoreiros, mas o País continua com uma educação precária.
Quando será que teremos um estadista à testa dos destinos do Brasil? A julgar pelo nível de consciência política que nosso povo tem, nunca chegaremos lá. Afinal cada um que chega ao poder, vem financiado pelos mesmos grupos de interesses pessoas ou empresariais. Assim, não vamos a lugar nenhum.
12 de fevereiro de 2012
Paulino F. Campos
O AFILHADO DO DINDO LULA E DA DINDA DILMA
O ex-presidente da Casa da Moeda Luiz Felipe Denucci, demitido mês passado sob suspeita de irregularidades, se manteve no cargo mesmo depois do alerta da Polícia Federal por contar com uma rede influente de padrinhos, que começa no ex-presidente Lula, chega ao ex-ministro Delfim Netto e, por razões afetivas indiretas, encontra respaldo na presidente Dilma Rousseff.
A teia formada desde a nomeação de Denucci fez o governo pisar em ovos ao demiti-lo e expôs o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ao seu maior constrangimento no cargo (leia texto nesta página). No governo, a presidente Dilma Rousseff manteve o apoio dado a Denucci pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2008, quando ele assumiu o cargo. Fora do Executivo, o nome do economista foi patrocinado, além de Delfim Neto, pelo senador Francisco Dornelles e pelo ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), ex-deputado e ex-ministro da Articulação Política da fase Lula, José Múcio.
A combinação de fatores explica a saia justa em que se meteu o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ao tentar explicar porque só demitiu o presidente da Casa da Moeda dia 29, mesmo sabendo da investigação policial que o apontou como beneficiário de uma milionária e suspeita movimentação financeira. A presidente Dilma Rousseff era amiga da irmã de Denucci, Tereza Cristina Denucci Martins, falecida ano passado de câncer. Ambas são contemporâneas. Pessoas próximas das duas, informam que Dilma não quis contrariar uma amizade da época da ditadura que se estendeu até os dias em que era filiada ao PDT. Tereza foi casada com o mineiro Paulo Costa Ribeiro, do MR-8, desaparecido depois de preso por agentes da ditadura, em 1972. Exilada no Chile, Tereza passou a viver com José Ibrahim, ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco que liderou a primeira grande greve após o golpe de 64, com quem teve um filho. Ela presidiu o Instituto Brasileiro do Empreendedor que, em 2004, assinou convênio com o Ministério da Saúde "para dar apoio financeiro e custear ações para reduzir o impacto traumático e os danos do suicídio causados a pessoas próximas". Consultada, a assessoria da Presidência da República não quis se manifestar sobre a relação de Dilma com a irmã de Denucci.
Padrinhos. O presidente do PTB, Roberto Jefferson, garante que quem "brigou" pela nomeação de Denucci foi o presidente Lula e não o seu partido, como Mantega insiste em afirmar. Pessoas próximas ao ex-presidente acrescentam que ele agiu para atender a seu conselheiro econômico, Delfim Netto, que gostava do trabalho de Denucci. O senador Francisco Dornelles (PP-RJ), por sua vez, apoiou o nome porque gostou de seu currículo, com passagem na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e na Superintendência de Seguros Privados (Susep). Ambos e o ministro José Múcio não querem falar no assunto.]
O deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP) afirma que só mesmo um apadrinhamento de peso explica a posição da ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, e do ministro Mantega em não atender ao pedido do partido para exonerar Denucci. "O Jovair ( deputado Jovair Arantes, líder do PTB) pediu mais de 10 vezes para Ideli substituir o presidente da Casa da Moeda e ela não substituía",disse. "Isso só se justifica pelos padrinhos que ele tinha", complementou. A assessoria da ministra confirmou o pedido, mas disse que Ideli não foi atendida no pleito ao partido para formalizar o pedido por escrito. O líder Jovair mostra a carta que entregou ao ministro da Fazenda dia 30 de fevereiro de 2010, pedindo que "afaste" Denucci "da mesma forma que o governo agiu em situações similares, afastando agentes públicos atingidos por investigações criminais".
Na carta ele se diz motivado pela denúncia de suspeita de corrupção publicada pela imprensa dias antes. Parlamentares do partido têm outra versão, a de que o ex-presidente da Casa da Moeda teria cobrado propina de fornecedores sob pretexto de abastecer o PTB, mas que o dinheiro era entregue a offshores com sede nas Ilhas Virgens, contratadas por ele. Daniel Barroso, advogado de Luiz Felipe Denucci, afirma que o dinheiro movimentado por seu cliente veio da venda de uma casa em Miami, pertencente à sua mãe. Ele diz que os valores foram declarados à Receita e que "tudo se esclarecerá". No PTB circula a versão de que Denucci tem problemas com a Receita por conta da operação financeira no exterior, o que aumenta o constrangimento do ministro Mantega, a cuja pasta a autarquia está subordinada.(Do Estadão)
12 de fevereiro de 2012
A teia formada desde a nomeação de Denucci fez o governo pisar em ovos ao demiti-lo e expôs o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ao seu maior constrangimento no cargo (leia texto nesta página). No governo, a presidente Dilma Rousseff manteve o apoio dado a Denucci pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2008, quando ele assumiu o cargo. Fora do Executivo, o nome do economista foi patrocinado, além de Delfim Neto, pelo senador Francisco Dornelles e pelo ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), ex-deputado e ex-ministro da Articulação Política da fase Lula, José Múcio.
A combinação de fatores explica a saia justa em que se meteu o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ao tentar explicar porque só demitiu o presidente da Casa da Moeda dia 29, mesmo sabendo da investigação policial que o apontou como beneficiário de uma milionária e suspeita movimentação financeira. A presidente Dilma Rousseff era amiga da irmã de Denucci, Tereza Cristina Denucci Martins, falecida ano passado de câncer. Ambas são contemporâneas. Pessoas próximas das duas, informam que Dilma não quis contrariar uma amizade da época da ditadura que se estendeu até os dias em que era filiada ao PDT. Tereza foi casada com o mineiro Paulo Costa Ribeiro, do MR-8, desaparecido depois de preso por agentes da ditadura, em 1972. Exilada no Chile, Tereza passou a viver com José Ibrahim, ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco que liderou a primeira grande greve após o golpe de 64, com quem teve um filho. Ela presidiu o Instituto Brasileiro do Empreendedor que, em 2004, assinou convênio com o Ministério da Saúde "para dar apoio financeiro e custear ações para reduzir o impacto traumático e os danos do suicídio causados a pessoas próximas". Consultada, a assessoria da Presidência da República não quis se manifestar sobre a relação de Dilma com a irmã de Denucci.
Padrinhos. O presidente do PTB, Roberto Jefferson, garante que quem "brigou" pela nomeação de Denucci foi o presidente Lula e não o seu partido, como Mantega insiste em afirmar. Pessoas próximas ao ex-presidente acrescentam que ele agiu para atender a seu conselheiro econômico, Delfim Netto, que gostava do trabalho de Denucci. O senador Francisco Dornelles (PP-RJ), por sua vez, apoiou o nome porque gostou de seu currículo, com passagem na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e na Superintendência de Seguros Privados (Susep). Ambos e o ministro José Múcio não querem falar no assunto.]
O deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP) afirma que só mesmo um apadrinhamento de peso explica a posição da ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, e do ministro Mantega em não atender ao pedido do partido para exonerar Denucci. "O Jovair ( deputado Jovair Arantes, líder do PTB) pediu mais de 10 vezes para Ideli substituir o presidente da Casa da Moeda e ela não substituía",disse. "Isso só se justifica pelos padrinhos que ele tinha", complementou. A assessoria da ministra confirmou o pedido, mas disse que Ideli não foi atendida no pleito ao partido para formalizar o pedido por escrito. O líder Jovair mostra a carta que entregou ao ministro da Fazenda dia 30 de fevereiro de 2010, pedindo que "afaste" Denucci "da mesma forma que o governo agiu em situações similares, afastando agentes públicos atingidos por investigações criminais".
Na carta ele se diz motivado pela denúncia de suspeita de corrupção publicada pela imprensa dias antes. Parlamentares do partido têm outra versão, a de que o ex-presidente da Casa da Moeda teria cobrado propina de fornecedores sob pretexto de abastecer o PTB, mas que o dinheiro era entregue a offshores com sede nas Ilhas Virgens, contratadas por ele. Daniel Barroso, advogado de Luiz Felipe Denucci, afirma que o dinheiro movimentado por seu cliente veio da venda de uma casa em Miami, pertencente à sua mãe. Ele diz que os valores foram declarados à Receita e que "tudo se esclarecerá". No PTB circula a versão de que Denucci tem problemas com a Receita por conta da operação financeira no exterior, o que aumenta o constrangimento do ministro Mantega, a cuja pasta a autarquia está subordinada.(Do Estadão)
12 de fevereiro de 2012
DIFERENÇAS
Na briga midiática entre as privatizações tucanas e as "concessões" petistas, a vitória já pende favoravelmente para os segundos. Breve, muito em breve, os tucanos serão carimbados definitivamente como os ladrões que venderam a Vale do Rio Doce por R$ 3,3 bilhões e os petistas como os que "concederam" três aeroportinhos por R$ 24,5 bilhões. Agora eles tem o que funciona em campanha eleitoral: o número, o valor, o resultado. O resto é bullshit.
Enquanto o PT faz cartilha para a militância para marcar as diferenças que não existem entre os dois modelos de privatização, o PSDB tuíta, sem ter organizado uma só ação para aproveitar este que é o maior escorregão petista depois que ascenderam ao poder. Nenhum evento. Nenhum seminário. Nenhuma publicação. Apenas farpinhas elegantes e irônicas de FHC, suspiros de alívio de Elena Landau e meia dúzia de pronunciamentos nas tribunas parlamentares. É pouco. É nada.
Os editais da privatização dos aeroportos estavam abertos há meses, mas os liderados por Severino Sérgio Estelita Guerra não foram capazes de montar uma estratégia de aproveitamento desta oportunidade de ouro. Preferiram o alivio pessoal ao embate eleitoral. É aquela coisa de sempre. Aceitaram que sujassem as suas reputações e agora imploram para que as suas honras sejam lavadas pelos erros dos adversários. Enquanto isso, o livro Privataria Tucana, que será a grande peça promocional das eleições de 2014, continua nas vitrinas e nas bancas, sem que os covardes do PSDB tenham entrado com os prometidos processos contra o autor. Claro, assim como os petistas, os aecistas também querem destruir José Serra.
Na semana que passou, um coroado tucano veio ao twitter sugerir que eu estaria com saudades de um general ou de um capo di tutti capo. De uma só tacada, um dos blogueiros mais combativos à causa tucana, foi carimbado como um soldadinho raso e mafioso. Tudo porque defendo abertamente que o PSDB mantenha a sua aliança vitoriosa em São Paulo, custe o que custar, em nome da sobrevivência do maior partido de oposição do Brasil. E porque critico duramente a lenta agonia tucana, com dados e fatos.
Enquanto isso, na blogosfera, o PT age de forma organizada, respeitando os seus "soldados virtuais", unificando o discurso, usando bem as redes sociais. Do nosso lado, já não existe mais lado. Aos poucos, a meia dúzia de blogueiros de oposição, atacados, ofendidos, ameaçados diariamente, também são escorraçados pelos próprios aliados. Eu com saudade de general ou sentindo falta de um poderoso chefão? Não, senhores e senhoras, tenho saudade é da oposição e sinto falta é de valentes dentro dela.
12 de fevereiro de 2012
coroneLeaks
Enquanto o PT faz cartilha para a militância para marcar as diferenças que não existem entre os dois modelos de privatização, o PSDB tuíta, sem ter organizado uma só ação para aproveitar este que é o maior escorregão petista depois que ascenderam ao poder. Nenhum evento. Nenhum seminário. Nenhuma publicação. Apenas farpinhas elegantes e irônicas de FHC, suspiros de alívio de Elena Landau e meia dúzia de pronunciamentos nas tribunas parlamentares. É pouco. É nada.
Os editais da privatização dos aeroportos estavam abertos há meses, mas os liderados por Severino Sérgio Estelita Guerra não foram capazes de montar uma estratégia de aproveitamento desta oportunidade de ouro. Preferiram o alivio pessoal ao embate eleitoral. É aquela coisa de sempre. Aceitaram que sujassem as suas reputações e agora imploram para que as suas honras sejam lavadas pelos erros dos adversários. Enquanto isso, o livro Privataria Tucana, que será a grande peça promocional das eleições de 2014, continua nas vitrinas e nas bancas, sem que os covardes do PSDB tenham entrado com os prometidos processos contra o autor. Claro, assim como os petistas, os aecistas também querem destruir José Serra.
Na semana que passou, um coroado tucano veio ao twitter sugerir que eu estaria com saudades de um general ou de um capo di tutti capo. De uma só tacada, um dos blogueiros mais combativos à causa tucana, foi carimbado como um soldadinho raso e mafioso. Tudo porque defendo abertamente que o PSDB mantenha a sua aliança vitoriosa em São Paulo, custe o que custar, em nome da sobrevivência do maior partido de oposição do Brasil. E porque critico duramente a lenta agonia tucana, com dados e fatos.
Enquanto isso, na blogosfera, o PT age de forma organizada, respeitando os seus "soldados virtuais", unificando o discurso, usando bem as redes sociais. Do nosso lado, já não existe mais lado. Aos poucos, a meia dúzia de blogueiros de oposição, atacados, ofendidos, ameaçados diariamente, também são escorraçados pelos próprios aliados. Eu com saudade de general ou sentindo falta de um poderoso chefão? Não, senhores e senhoras, tenho saudade é da oposição e sinto falta é de valentes dentro dela.
12 de fevereiro de 2012
coroneLeaks
A INTERPRETAÇÃO ERRÔNEA SOBRE GONÇALVES DIAS
Descontada a má comparação entre o Patrono do Exército, Luiz Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias, e o General Gonçalves Dias, vê-se nas palavras do Juiz Federal e Professor de Direito na Universidade Federal da Bahia (UFBA), Durval Carneiro Neto, uma visão distorcida dos fatos e acontecimentos históricos.
O professor Durval Carneiro Neto, comunga muito bem o pensamento dessa esquerda retrógada que enaltece qualquer cidadão que destoa dos princípios morais das Forças Armadas. Seria a mesma coisa que atribuir o mesmo paladar a um pão aquecido na manteiga e um suculento acarajé baiano, aquele feito e vendido num tabuleiro de uma esquina da Bahia de Todos os Santos. O pão alivia a fome, mas o acarajé é muito mais especial.
A UFBA fez história quando saiu na frente outorgando o título de doutor honoris causa ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Seria o caso de também agraciar o seu ex ajudante de ordem, a final o cidadão foi mantido na cola do ex presidente por longos e dourados oitos anos.
O General Gonçalves Dias é um militar conceituado e querido por grande parte de colegas de farda, embora essa empatia não chegue a ser uma unanimidade na Força.
Eu não tenho nada contra o general, só acho que extrapolou no seu modo de agradecimento dado em retribuição ao presente de aniversário. Um pouco mais de recato caberia melhor na postura de um comandante militar que chefiava as forças de segurança que protegia uma população dos distúrbios e violências praticados por policiais militares amotinados e em greve. Pleitear melhoria de condições de vida é mais do que natural e humano; mas contribuir para a intranqüilidade de milhões de seres humanos, é cruel e reprovável.
Daí porque não vi sentido naquele tipo de confraternização. Qual moral este militar teria se houvesse a necessidade de tomar-se uma atitude rígida para coibir os grevistas? Levantaria a bandeira banca e se debandaria para o lado dos insurretos? “Renda-se general” e o ‘disciplinado’ se renderia. Este comportamento jamais passaria pela cabeça de um Luiz Alves de Lima e Silva. O duque de Caxias respeitou os derrotados e os tratou com urbanidade! Diferente na forma e no estilo!
O professor Durval Carneiro Neto comete outro erro ao insinuar comparação entre ‘militares de hoje e a brutalidade dos militares do passado’. Nos anos conflituosos de 64 / 85 o grosso da tropa esteve de prontidão. Uma parcela mínima recebeu a incumbência de combater os terroristas e guerrilheiros que infernizavam a nação, querendo à todo o custo implantar uma nova forma de governo no país, à semelhança do regime vigente na ex URSS. Na Colômbia o quadro não era diferente.
Só que fomos mais competentes e abortamos os planos dos comunistas, muitos infiltrados nas FFAA, como hoje está acontecendo escancaradamente. Se não tivesse sido assim, estaríamos vivendo uma Farc à moda brasileira. Houve excesso, verdade, mas os criminosos deixaram um rastro de violências e 120 mortes, muitas praticadas com atrocidades. Esses criminosos, os sobreviventes que se refugiaram no exterior, reescrevem a história à sua maneira, e até confundem general baderneiro com o i nsigne Marechal-de-campo Luiz Alves de Lima e Silva.
2 de fevereiro de 2012
José Geraldo Pimentel é Capitão Reformado do EB.
O professor Durval Carneiro Neto, comunga muito bem o pensamento dessa esquerda retrógada que enaltece qualquer cidadão que destoa dos princípios morais das Forças Armadas. Seria a mesma coisa que atribuir o mesmo paladar a um pão aquecido na manteiga e um suculento acarajé baiano, aquele feito e vendido num tabuleiro de uma esquina da Bahia de Todos os Santos. O pão alivia a fome, mas o acarajé é muito mais especial.
A UFBA fez história quando saiu na frente outorgando o título de doutor honoris causa ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Seria o caso de também agraciar o seu ex ajudante de ordem, a final o cidadão foi mantido na cola do ex presidente por longos e dourados oitos anos.
O General Gonçalves Dias é um militar conceituado e querido por grande parte de colegas de farda, embora essa empatia não chegue a ser uma unanimidade na Força.
Eu não tenho nada contra o general, só acho que extrapolou no seu modo de agradecimento dado em retribuição ao presente de aniversário. Um pouco mais de recato caberia melhor na postura de um comandante militar que chefiava as forças de segurança que protegia uma população dos distúrbios e violências praticados por policiais militares amotinados e em greve. Pleitear melhoria de condições de vida é mais do que natural e humano; mas contribuir para a intranqüilidade de milhões de seres humanos, é cruel e reprovável.
Daí porque não vi sentido naquele tipo de confraternização. Qual moral este militar teria se houvesse a necessidade de tomar-se uma atitude rígida para coibir os grevistas? Levantaria a bandeira banca e se debandaria para o lado dos insurretos? “Renda-se general” e o ‘disciplinado’ se renderia. Este comportamento jamais passaria pela cabeça de um Luiz Alves de Lima e Silva. O duque de Caxias respeitou os derrotados e os tratou com urbanidade! Diferente na forma e no estilo!
O professor Durval Carneiro Neto comete outro erro ao insinuar comparação entre ‘militares de hoje e a brutalidade dos militares do passado’. Nos anos conflituosos de 64 / 85 o grosso da tropa esteve de prontidão. Uma parcela mínima recebeu a incumbência de combater os terroristas e guerrilheiros que infernizavam a nação, querendo à todo o custo implantar uma nova forma de governo no país, à semelhança do regime vigente na ex URSS. Na Colômbia o quadro não era diferente.
Só que fomos mais competentes e abortamos os planos dos comunistas, muitos infiltrados nas FFAA, como hoje está acontecendo escancaradamente. Se não tivesse sido assim, estaríamos vivendo uma Farc à moda brasileira. Houve excesso, verdade, mas os criminosos deixaram um rastro de violências e 120 mortes, muitas praticadas com atrocidades. Esses criminosos, os sobreviventes que se refugiaram no exterior, reescrevem a história à sua maneira, e até confundem general baderneiro com o i nsigne Marechal-de-campo Luiz Alves de Lima e Silva.
2 de fevereiro de 2012
José Geraldo Pimentel é Capitão Reformado do EB.
DO JEITO QUE AS COISAS ESTÃO INDO, MAGNO MALTA ACABA LÍDER DA OPOSIÇÃO, UMA FUNÇÃO QUE HOJE INEXISTE
A política brasileira é tão confusa que hoje o maior oposicionista é integrante da própria base parlamentar do governo. Trata-se do senador capixaba Magno Malta, que é líder do PR e não tem poupado os petistas.
Depois de subir à tribuna do Senado na última quarta-feira e esculhambar o ministro Gilberto Carvalho, chamando-o de mentiroso, cara-de-pau, safado e camaleão, agora Malta dirige sua metralhadora giratória conta o ex-ministro Fernando Haddad, ex-ministro da Educação e pré-candidato do PT à Prefeitura de São Paulo,
O primeiro ataque foi motivado por sua insatisfação com uma declaração do ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) no Fórum Social Temático, no último dia 27. Malta o acusou de pregar uma batalha ideológica contra os evangélicos, por ter afirmado, entre outras coisas, que eles têm a “visão do mundo controlada por pastores de televisão”. Malta recomendou que o ministro lavasse a boca com álcool antes de falar dos evangélicos.
O Planalto imediatamente pediu desculpas aos evangélicos, mas Magno Malta não sossegou e agora investe contra o ex-ministro da Educação. “Nós [religiosos] vamos derrotar o Haddad e qualquer um que acredite em ‘kit gay’ e aborto”, disse Malta, que integra a bancada evangélica e ameaça mobilizar os evangélicos para desestabilizar o petista Fernando Haddad na eleição municipal de São Paulo.
Malta voltou a ligar o ex-ministro da Educação ao chamado “kit gay” – material que seria distribuído em escolas para combater preconceito contra homossexuais. E avisou que não dar sossego a Fernando Haddad.
A constatação que fica é de que Magno Malta é mais oposicionista dos que os líderes do PSDB, DEM, PPS e PSOL, os únicos partidos que se mantêm contra o governo.
12 de fevereiro de 2012
Carlos Newton
Depois de subir à tribuna do Senado na última quarta-feira e esculhambar o ministro Gilberto Carvalho, chamando-o de mentiroso, cara-de-pau, safado e camaleão, agora Malta dirige sua metralhadora giratória conta o ex-ministro Fernando Haddad, ex-ministro da Educação e pré-candidato do PT à Prefeitura de São Paulo,
O primeiro ataque foi motivado por sua insatisfação com uma declaração do ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) no Fórum Social Temático, no último dia 27. Malta o acusou de pregar uma batalha ideológica contra os evangélicos, por ter afirmado, entre outras coisas, que eles têm a “visão do mundo controlada por pastores de televisão”. Malta recomendou que o ministro lavasse a boca com álcool antes de falar dos evangélicos.
O Planalto imediatamente pediu desculpas aos evangélicos, mas Magno Malta não sossegou e agora investe contra o ex-ministro da Educação. “Nós [religiosos] vamos derrotar o Haddad e qualquer um que acredite em ‘kit gay’ e aborto”, disse Malta, que integra a bancada evangélica e ameaça mobilizar os evangélicos para desestabilizar o petista Fernando Haddad na eleição municipal de São Paulo.
Malta voltou a ligar o ex-ministro da Educação ao chamado “kit gay” – material que seria distribuído em escolas para combater preconceito contra homossexuais. E avisou que não dar sossego a Fernando Haddad.
A constatação que fica é de que Magno Malta é mais oposicionista dos que os líderes do PSDB, DEM, PPS e PSOL, os únicos partidos que se mantêm contra o governo.
12 de fevereiro de 2012
Carlos Newton
A INTERFERÊNCIA ESTRANGEIRA NO CONFLITO INTERNO DA SÍRIA
O regime sírio afirma que em sua ofensiva contra os “grupos terroristas” na cidade de Homs encontrou fuzis e mísseis procedentes de Israel e Estados Unidos, segundo a agência oficial de notícias síria Sana. A agência indicou que os citados fuzis são “de boa qualidade”, sem oferecer detalhes da operação das forças de segurança no bairro de Baba Amro, onde o arsenal teria sido encontrado.
Além disso, as autoridades encontraram granadas, artefatos explosivos, bombas e mísseis Hawk. Desde o início da revolta contra o presidente sírio, Bashar al Assad, em março do ano passado, o regime acusa uma “conspiração estrangeira” de estar por trás dos protestos.
Em Homs, os meios de comunicação do regime detalharam uma série de atentados cometidos por estes grupos, que causaram um número indeterminado de mortos e feridos, tanto civis como soldados. Entre estes ataques, estaria a explosão de artefatos em Baba Amro, a explosão de um carro-bomba no bairro de Al Bayada e o lançamento de mísseis contra a refinaria de Masfa, o que provocou o incêndio dos armazéns.
###
POR OUTRO LADO…
Por outro lado, os Estados Unidos estudam intervir na Síria como fizeram no Iraque. Sem o apoio da ONU. A Casa Branca determinou ao Pentágono e ao Comando Central dos Estados Unidos que façam uma “revisão preliminar interna das capacidades militares norte-americanas” para o caso de um ataque à Síria.
Segundo a rede de tevê CNN, o presidente Barack Obama ainda estaria disposto a esgotar todas as vias diplomáticas para solucionar a crise, ante a inação da Organização das Nações Unidas (ONU). Uma declaração da secretária de Estado, Hillary Clinton, levantou suspeitas de que os EUA cogitam armar o Exército Livre Sírio, uma facção formada por desertores das foras de segurança do ditador Bashar Al-Assad.
“Muitos sírios que estão sendo atacados por seu próprio governo começam a se defender, e é de se esperar que seja assim”, afirmou a chefe da diplomacia de Washington.
Oficialmente, o governo norte-americano nega a possibilidade e admite que estuda ampliar a assistência humanitária à população civil. A situação na Síria ruma para a guerra civil. A tevê estatal de Damasco acusou um “grupo terrorista” de ter detonado um carro-bomba em Homs (centro), matando e ferindo várias pessoas no bairro de Baba Amr. Ainda segundo a emissora do governo, em Idlib (noroeste), “um grupo armado atacou um prédio de recrutas militares”.
Um dia após se reunir com Al-Assad, o chanceler russo, Serguei Lavrov, defendeu que os sírios devem decidir eles mesmos o futuro de seu governo. “Qualquer conclusão do diálogo nacional deve ser o resultado de um acordo entre os próprios sírios, aceitável para todos os sírios”, explicou. De acordo com ele, “tentar determinar o resultado do diálogo nacional não corresponde à comunidade internacional”.
Rússia e China bloquearam uma resolução da ONU que condenava a repressão na Síria.
Fico pensando como agirá o próximo presidente dos EUA diante dos países desalinhados com os seus interesses e sem forças armadas!
12 de fevereiro de 2012
Francisco Vieira
Além disso, as autoridades encontraram granadas, artefatos explosivos, bombas e mísseis Hawk. Desde o início da revolta contra o presidente sírio, Bashar al Assad, em março do ano passado, o regime acusa uma “conspiração estrangeira” de estar por trás dos protestos.
Em Homs, os meios de comunicação do regime detalharam uma série de atentados cometidos por estes grupos, que causaram um número indeterminado de mortos e feridos, tanto civis como soldados. Entre estes ataques, estaria a explosão de artefatos em Baba Amro, a explosão de um carro-bomba no bairro de Al Bayada e o lançamento de mísseis contra a refinaria de Masfa, o que provocou o incêndio dos armazéns.
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POR OUTRO LADO…
Por outro lado, os Estados Unidos estudam intervir na Síria como fizeram no Iraque. Sem o apoio da ONU. A Casa Branca determinou ao Pentágono e ao Comando Central dos Estados Unidos que façam uma “revisão preliminar interna das capacidades militares norte-americanas” para o caso de um ataque à Síria.
Segundo a rede de tevê CNN, o presidente Barack Obama ainda estaria disposto a esgotar todas as vias diplomáticas para solucionar a crise, ante a inação da Organização das Nações Unidas (ONU). Uma declaração da secretária de Estado, Hillary Clinton, levantou suspeitas de que os EUA cogitam armar o Exército Livre Sírio, uma facção formada por desertores das foras de segurança do ditador Bashar Al-Assad.
“Muitos sírios que estão sendo atacados por seu próprio governo começam a se defender, e é de se esperar que seja assim”, afirmou a chefe da diplomacia de Washington.
Oficialmente, o governo norte-americano nega a possibilidade e admite que estuda ampliar a assistência humanitária à população civil. A situação na Síria ruma para a guerra civil. A tevê estatal de Damasco acusou um “grupo terrorista” de ter detonado um carro-bomba em Homs (centro), matando e ferindo várias pessoas no bairro de Baba Amr. Ainda segundo a emissora do governo, em Idlib (noroeste), “um grupo armado atacou um prédio de recrutas militares”.
Um dia após se reunir com Al-Assad, o chanceler russo, Serguei Lavrov, defendeu que os sírios devem decidir eles mesmos o futuro de seu governo. “Qualquer conclusão do diálogo nacional deve ser o resultado de um acordo entre os próprios sírios, aceitável para todos os sírios”, explicou. De acordo com ele, “tentar determinar o resultado do diálogo nacional não corresponde à comunidade internacional”.
Rússia e China bloquearam uma resolução da ONU que condenava a repressão na Síria.
Fico pensando como agirá o próximo presidente dos EUA diante dos países desalinhados com os seus interesses e sem forças armadas!
12 de fevereiro de 2012
Francisco Vieira
NO IBIRAPUERA, MENINOS SE TORNAM MICHÊS PARA CONSEGUIR DROGAS
Corpos franzinos se misturam aos ‘profissionais’ nos pontos de prostituição
SÃO PAULO - J. tomava cerveja enquanto ensaiava passos de dança com alguns colegas no chamado Autorama, estacionamento do Parque Ibirapuera, em São Paulo, onde gays e lésbicas se divertem ao mesmo tempo em que garotos — muitos menores de idade — se prostituem nas barbas da polícia. Corpo franzino, camiseta jogada no ombro, sorriso malicioso e um rosto marcado pelas espinhas denunciam que o menino começou precocemente, “só por diversão”, a ganhar uns trocados fazendo programa sexual.
J. tem só 15 anos, assim como outros dois colegas que, na madrugada da última sexta-feira, o acompanhavam na balada. Era ao som de Rihana e Beyoncé, disparado das caixas de som do porta-malas de um Fiat Uno caindo aos pedaços, que o garoto se colocava à disposição de homens em busca de sexo pago.
De família evangélica, morador da Vila Industrial, a 40 quilômetros dali, aluno do ensino médio, J. não se vê como os garotos de programa “profissionais” do Autorama. Acredita que tem “outra postura em relação à vida”.
— Eu venho aqui para me divertir, dançar e ver “as colegas”. Agora, se alguém quiser dar uma graninha para o bebê aqui, por que eu não vou aceitar? — indaga.
Filho único de pai motorista de ônibus e mãe dona de casa, J. diz que nunca pensou em ganhar a vida como os garotos que dizem faturar até R$ 150 pelo programa. Mas, sem perceber, a oportunidade tem feito dele um michê como os outros.
Madrugada adentro, a circulação de carros pelas ruas demarcadas dentro do estacionamento (o vaivém de veículos em zigue-zague deu o apelido ao local) começa a crescer. A exposição de corpos mais franzinos do que sarados ganha evidência. Também por ali, C. já deixou a adolescência há tempos. Aos 29 anos, conta que a presença de menores naquela área é mais comum do que se imagina.
— São meninos que parecem ter saído de casa escondidos dos pais. Eles querem um dinheirinho para comprar droga. Assim que conseguem, vão embora. Mas sempre voltam — diz C. Ao GLOBO, os guardas municipais admitem dificuldade para afastar os menores do local.
— Muitos desses meninos têm 14, 15, 16 anos, só que são sarados, grandes, nem parecem menores de idade. E quando a gente aborda, eles dizem que estão sem documento ou que está na bolsa de uma amiga, enfim... — disse um dos policiais que na sexta-feira fazia par com um colega na vigilância do Autorama.
Mais uma hora no Autorama e um Land Rover se aproxima de J. Com quase meio corpo para dentro do carro, o garoto parece negociar o programa tranquilamente, entre gargalhadas. Ele entra no carro, e logo o veículo atravessa a guarita (sem guarda) na saída do estacionamento.
fonte: O Globo
Flávio Freire, 11/02/12
SÃO PAULO - J. tomava cerveja enquanto ensaiava passos de dança com alguns colegas no chamado Autorama, estacionamento do Parque Ibirapuera, em São Paulo, onde gays e lésbicas se divertem ao mesmo tempo em que garotos — muitos menores de idade — se prostituem nas barbas da polícia. Corpo franzino, camiseta jogada no ombro, sorriso malicioso e um rosto marcado pelas espinhas denunciam que o menino começou precocemente, “só por diversão”, a ganhar uns trocados fazendo programa sexual.
J. tem só 15 anos, assim como outros dois colegas que, na madrugada da última sexta-feira, o acompanhavam na balada. Era ao som de Rihana e Beyoncé, disparado das caixas de som do porta-malas de um Fiat Uno caindo aos pedaços, que o garoto se colocava à disposição de homens em busca de sexo pago.
De família evangélica, morador da Vila Industrial, a 40 quilômetros dali, aluno do ensino médio, J. não se vê como os garotos de programa “profissionais” do Autorama. Acredita que tem “outra postura em relação à vida”.
— Eu venho aqui para me divertir, dançar e ver “as colegas”. Agora, se alguém quiser dar uma graninha para o bebê aqui, por que eu não vou aceitar? — indaga.
Filho único de pai motorista de ônibus e mãe dona de casa, J. diz que nunca pensou em ganhar a vida como os garotos que dizem faturar até R$ 150 pelo programa. Mas, sem perceber, a oportunidade tem feito dele um michê como os outros.
Madrugada adentro, a circulação de carros pelas ruas demarcadas dentro do estacionamento (o vaivém de veículos em zigue-zague deu o apelido ao local) começa a crescer. A exposição de corpos mais franzinos do que sarados ganha evidência. Também por ali, C. já deixou a adolescência há tempos. Aos 29 anos, conta que a presença de menores naquela área é mais comum do que se imagina.
— São meninos que parecem ter saído de casa escondidos dos pais. Eles querem um dinheirinho para comprar droga. Assim que conseguem, vão embora. Mas sempre voltam — diz C. Ao GLOBO, os guardas municipais admitem dificuldade para afastar os menores do local.
— Muitos desses meninos têm 14, 15, 16 anos, só que são sarados, grandes, nem parecem menores de idade. E quando a gente aborda, eles dizem que estão sem documento ou que está na bolsa de uma amiga, enfim... — disse um dos policiais que na sexta-feira fazia par com um colega na vigilância do Autorama.
Mais uma hora no Autorama e um Land Rover se aproxima de J. Com quase meio corpo para dentro do carro, o garoto parece negociar o programa tranquilamente, entre gargalhadas. Ele entra no carro, e logo o veículo atravessa a guarita (sem guarda) na saída do estacionamento.
fonte: O Globo
Flávio Freire, 11/02/12
ALICIADOS PARA VIRAR TRANSEXUAIS ACABAM EM ENDEREÇOS PERIGOSOS
Ministério Público de São Paulo sabe da existência de uma rede de pedofilia e há frentes de investigação
SÃO PAULO - Pobres em seus estados de origem — alguns admitem que faziam pequenos furtos para ganhar a vida no Nordeste —, os garotos atraídos a São Paulo pela rede de pedofilia sonham com a Avenida Indianópolis, mas a maioria vai parar mesmo em endereços menos nobres e mais perigosos. Neles, não precisa ser frequentador habitual para perceber a presença da mão pesada do tráfico de drogas. Nas travessas da Avenida Cruzeiro do Sul, na vizinhança da Rodoviária do Tietê, vários dos jovens transexuais se oferecem drogados.
B. veio de Sobral, no Ceará. Está há seis anos em São Paulo e diz que completou 18 anos em outubro passado. Não recebeu próteses de silicone, apenas injeções em algumas partes do corpo. Olho embaçado, sonha em colocar a prótese de silicone nos seios até julho. Posicionado a um quarteirão da avenida, diz que o valor mais alto que consegue por programa é R$ 50, ajeitando um vestido cor de rosa bem curto.
— As que têm mais peito cobram mais — conforma-se.
Thales César de Oliveira, promotor de Infância e Juventude, diz que os adolescentes são atraídos pelo ganho e não têm ideia de que terão de alterar completamente o corpo:
— Muitos não têm noção de que é uma mudança sem volta.
Oliveira afirma que o Ministério Público de São Paulo sabe da existência de uma rede de pedofilia e há frentes de investigação. No ano passado, um homem acusado de comandar a parte da rede que trazia adolescentes de Belém foi morto em confronto com a polícia paulista ao resistir a uma ordem de prisão. Na ocasião, 70 travestis, entre eles menores de idade, foram encontrados vivendo precariamente em duas pensões no Centro de São Paulo. Os adolescentes foram devolvidos às famílias.
— Não sabemos se é a mesma rede que se rearticulou ou se é outra — afirma.
Segundo ele, a polícia de São Paulo recebeu informações de que o comando da rede estaria no Nordeste, mas não há um grupo conjunto de investigação interestadual para troca de informações entre as polícias e os Ministérios Públicos.
De vestidinho vermelho e nariz arrebitado, R. conta que chegou há um ano e três meses de São Luiz e acredita não ter outra saída a não ser modificar o corpo:
— A gente nasce mulher.
A mais velha do grupo tem 30 anos e cabelos compridos e encaracolados. Veio de Manaus.
— Elas (as cafetinas) incentivam a transformação. E cobram mais em cima disso —explica.
Num bar nas imediações da Avenida Industrial, repleto de homens de comportamento intimidador, Luciane, 22 anos, conta que chegou há menos de um ano do Piauí e só quer colocar prótese no seio, sem injetar silicone, porque tem receio.
Uma transexual mais velha, de enormes seios caídos, interrompe:
— Rejeição depende do corpo de cada um. E de quanto de dinheiro você tem para pagar.
De cabelos ainda curtos e brincos baratos, Luciane é chamada por um dos homens e some de cena. O bom senso diz que é melhor não ficar muito tempo ali.
fonte: O Glob
Cleide Carvalho, 11/02/12
SÃO PAULO - Pobres em seus estados de origem — alguns admitem que faziam pequenos furtos para ganhar a vida no Nordeste —, os garotos atraídos a São Paulo pela rede de pedofilia sonham com a Avenida Indianópolis, mas a maioria vai parar mesmo em endereços menos nobres e mais perigosos. Neles, não precisa ser frequentador habitual para perceber a presença da mão pesada do tráfico de drogas. Nas travessas da Avenida Cruzeiro do Sul, na vizinhança da Rodoviária do Tietê, vários dos jovens transexuais se oferecem drogados.
B. veio de Sobral, no Ceará. Está há seis anos em São Paulo e diz que completou 18 anos em outubro passado. Não recebeu próteses de silicone, apenas injeções em algumas partes do corpo. Olho embaçado, sonha em colocar a prótese de silicone nos seios até julho. Posicionado a um quarteirão da avenida, diz que o valor mais alto que consegue por programa é R$ 50, ajeitando um vestido cor de rosa bem curto.
— As que têm mais peito cobram mais — conforma-se.
Thales César de Oliveira, promotor de Infância e Juventude, diz que os adolescentes são atraídos pelo ganho e não têm ideia de que terão de alterar completamente o corpo:
— Muitos não têm noção de que é uma mudança sem volta.
Oliveira afirma que o Ministério Público de São Paulo sabe da existência de uma rede de pedofilia e há frentes de investigação. No ano passado, um homem acusado de comandar a parte da rede que trazia adolescentes de Belém foi morto em confronto com a polícia paulista ao resistir a uma ordem de prisão. Na ocasião, 70 travestis, entre eles menores de idade, foram encontrados vivendo precariamente em duas pensões no Centro de São Paulo. Os adolescentes foram devolvidos às famílias.
— Não sabemos se é a mesma rede que se rearticulou ou se é outra — afirma.
Segundo ele, a polícia de São Paulo recebeu informações de que o comando da rede estaria no Nordeste, mas não há um grupo conjunto de investigação interestadual para troca de informações entre as polícias e os Ministérios Públicos.
De vestidinho vermelho e nariz arrebitado, R. conta que chegou há um ano e três meses de São Luiz e acredita não ter outra saída a não ser modificar o corpo:
— A gente nasce mulher.
A mais velha do grupo tem 30 anos e cabelos compridos e encaracolados. Veio de Manaus.
— Elas (as cafetinas) incentivam a transformação. E cobram mais em cima disso —explica.
Num bar nas imediações da Avenida Industrial, repleto de homens de comportamento intimidador, Luciane, 22 anos, conta que chegou há menos de um ano do Piauí e só quer colocar prótese no seio, sem injetar silicone, porque tem receio.
Uma transexual mais velha, de enormes seios caídos, interrompe:
— Rejeição depende do corpo de cada um. E de quanto de dinheiro você tem para pagar.
De cabelos ainda curtos e brincos baratos, Luciane é chamada por um dos homens e some de cena. O bom senso diz que é melhor não ficar muito tempo ali.
fonte: O Glob
Cleide Carvalho, 11/02/12
PRESIDENTE DA CASA DA MOEDA TERIA RECEBIDO U$ 6,15 MILHÕES, EM DINHEIRO VIVO
Relatório de uma operadora financeira de Londres diz que o ex-presidente da Casa da Moeda Luiz Felipe Denucci recebeu, em dinheiro vivo, US$ 6,15 milhões de “comissão” de fornecedoras da estatal, informa reportagem de José Ernerto Credencio e Andreza Matais, publicada na Folha, que vem fazendo a melhor cobertura do assunto.
Conforme revelou a Folha, a demissão de Denucci aconteceu após o governo descobrir que o jornal preparava reportagem sobre “offshores” que Denucci e integrantes de sua família mantinham no exterior.
A entrega, segundo relato da corretora, seria feita num apartamento de Denucci no Rio de Janeiro.
O ex-presidente da Casa da Moeda, afirma não ter “consistência” a informação de que recebeu dinheiro de comissão de fornecedoras da estatal.
Outra reportagem mostrou que o ministro da Guido Mantega (Fazenda) foi informado sobre as suspeitas de irregularidades há alguns meses.
A indicação de Denucci para o cargo também é controversa. Mantega diz que os padrinhos do ex-titular da Casa da Moeda são deputados do PTB. Já o presidente nacional da legenda, Roberto Jefferson, diz que o partido apenas chancelou a indicação feita pelo ministro.
E assim la nave va, fellinianamente, com a corrupção á deriva e impune.
12 de fevereiro de 2012
Conforme revelou a Folha, a demissão de Denucci aconteceu após o governo descobrir que o jornal preparava reportagem sobre “offshores” que Denucci e integrantes de sua família mantinham no exterior.
A entrega, segundo relato da corretora, seria feita num apartamento de Denucci no Rio de Janeiro.
O ex-presidente da Casa da Moeda, afirma não ter “consistência” a informação de que recebeu dinheiro de comissão de fornecedoras da estatal.
Outra reportagem mostrou que o ministro da Guido Mantega (Fazenda) foi informado sobre as suspeitas de irregularidades há alguns meses.
A indicação de Denucci para o cargo também é controversa. Mantega diz que os padrinhos do ex-titular da Casa da Moeda são deputados do PTB. Já o presidente nacional da legenda, Roberto Jefferson, diz que o partido apenas chancelou a indicação feita pelo ministro.
E assim la nave va, fellinianamente, com a corrupção á deriva e impune.
12 de fevereiro de 2012
MENINOS SÃO ALICIADOS PARA VIRAR TRANSEXUAIS EM SÃO PAULO
Tráfico de adolescentes para prostituição começa nas redes da internet
SÃO PAULO - Magra, cabelos compridos, short curto. M., 16 anos, abre o sorriso leve e ingênuo dos adolescentes quando perguntada se pode dar entrevista. Poderia ser uma das milhares de meninas que sonham com as passarelas. Mas não é. O relógio marca 1h de sexta-feira. M. é um garoto e está na calçada, numa das travessas da Avenida Indianópolis, conhecido ponto de prostituição de travestis e transexuais, escancarado em meio a casas de alto padrão do Planalto Paulista, na Zona Sul de São Paulo. A poucos passos, mais perto da esquina, está K., também de 16 anos.
— Sou muito feminina. Não tem como não ser mulher 24 horas por dia — diz K.
M. e K. são a ponta do novelo que transformou São Paulo num centro de tráfico de adolescentes nos últimos cinco anos. Meninos a partir de 14 anos são aliciados no Ceará, no Rio Grande do Norte e no Piauí e, aos poucos, são transformados em mulheres para se prostituírem nas ruas de São Paulo e em países da Europa. Misturados a travestis maiores de idade, eles são distribuídos em três pontos tradicionais de prostituição transexual em São Paulo: além da Indianópolis, são encaminhados para a região da Avenida Cruzeiro do Sul, na Zona Norte, e Avenida Industrial, em Santo André, no ABC paulista.
O primeiro contato é feito por meio de redes de relacionamento na internet. Uma simples busca por “casas de cafetina” leva os garotos a perfis de aliciadores, que são homens, mulheres e travestis. Após o primeiro contato, pedem que o adolescente encaminhe uma foto por e-mail, para que seja avaliado. Se for considerado interessante e “feminino”, eles têm a passagem paga pelos aliciadores. Ao chegar a São Paulo, passam a morar em repúblicas de transexuais e a serem transformados. Recebem inicialmente megahair e hormônios femininos. Quando começam a faturar mais com os programas nas ruas, vem a oferta de prótese de silicone nos seios. Os escolhidos para ir à Europa chegam a ser “transformados” em tempo recorde, apenas cinco meses, para não perder a temporada na zona do euro.
É fácil identificar os adolescentes recém-chegados. Além do corpo típico da idade, eles têm seios pequenos, produzidos por injeção de hormônios, e megahair. Testados inicialmente na periferia, os meninos são distribuídos nos pontos de prostituição de acordo com a aparência. Os considerados mais bonitos recebem investimento mais alto e vão trabalhar na área nobre da cidade. Na Avenida Indianópolis, recebem R$ 70 por um programa no drive in e R$ 100 se o programa for em motel. Nos outros dois endereços, o valor é bem mais baixo: entre R$ 30 e R$ 50 no drive in e R$ 70 a R$ 80 em motel.
Menores evitam ruas principais
Não faltam interessados. A partir de 17h, homens na faixa de 30 a 50 anos aproveitam o fim do expediente para, antes de seguir para casa, fazer programas rápidos com os transexuais na Indianópolis. Um furgão preto, com insulfilme, faz o transporte de vários transexuais. Mas, nesse horário de maior movimento, dificilmente os menores ficam à vista nas calçadas.
Por existirem há décadas, os pontos de prostituição de travestis são vistos com naturalidade pelos moradores de São Paulo. Afinal, se prostituir não é crime. Por isso, a rede criminosa se mistura aos transexuais mais antigos. Assim como eles recebem a proteção da Polícia Militar para não serem agredidos por grupos homofóbicos, os novos fios do novelo se entrelaçam, dando à rede de tráfico internacional de adolescentes o mesmo aparato de segurança e legalidade que é dado aos transexuais ditos “independentes”.
Em geral, os transexuais adolescentes ficam nas travessas, atrás dos grupos de maiores de idade, que ficam quase nus e são extremamente expansivos. Pacíficos, os dois grupos convivem bem com a vizinhança, exceto pelo constrangimento proporcionado pelos mais velhos (acima de 25 anos) sem roupa ou exibindo partes íntimas ou siliconadas.
Os adolescentes são mais discretos, menos siliconados e “montados”. A aparência de menina é mais natural. Os implantes de silicone nos seios são menores, num apelo direcionado aos pedófilos. Eles usam saias e shorts curtinhos, como M. e K., e podem ser facilmente confundidos com meninas.
Como na Indianópolis prostitutas e travestis dividem espaço, clientes são surpreendidos pela nova leva de jovens vindos de outros estados, de aparência cada vez menos óbvia.
Y., 19 anos, é um dos transexuais que fazem aumentar a confusão. Aos 15, foi levado a São Paulo pela rede de prostituição e pedofilia.
— A cafetina viu que eu era feminina e que ganharia muito dinheiro. Minha mãe assinou autorização para eu viajar, e vim de avião. Ficou preocupada, como toda mãe, mas deixou — conta.
Inicialmente, foi levado a trabalhar na Avenida Industrial, em Santo André, no ABC paulista. Pagava R$ 20 pela diária na república, sem almoço.
— Quem não tivesse os R$ 20 tinha de voltar para a rua, não entrava enquanto não conseguisse — diz ele.
Mesmo sem ter sido transformada, já chamava atenção. Logo começou a faturar R$ 250 por dia. Aos 16 anos, recebeu “financiamento” para colocar prótese de silicone no seio. O implante foi feito por cirurgião plástico. Custou R$ 4 mil, mas Y. teve de pagar R$ 8 mil à cafetina, pois não tinha dinheiro para quitar à vista.
Y. diz que aceitou porque queria ficar feminina logo. Neste mercado, os seios são vistos como principal atributo. Quanto mais aparência de mulher, mais os clientes pagam. Agora, a jovem mora sozinha num flat e paga seu aluguel. Diz que divide o espaço da avenida tranquilamente e já não deve nada a ninguém. Faz entre seis e 10 programas por noite, afirma, enquanto lança olhares às dezenas de carros que passam rente à calçada, não se sabe se por curiosidade ou atração fatal.
Cleide Carvalho, 11/02/12
FONTE: O GLOBO
SÃO PAULO - Magra, cabelos compridos, short curto. M., 16 anos, abre o sorriso leve e ingênuo dos adolescentes quando perguntada se pode dar entrevista. Poderia ser uma das milhares de meninas que sonham com as passarelas. Mas não é. O relógio marca 1h de sexta-feira. M. é um garoto e está na calçada, numa das travessas da Avenida Indianópolis, conhecido ponto de prostituição de travestis e transexuais, escancarado em meio a casas de alto padrão do Planalto Paulista, na Zona Sul de São Paulo. A poucos passos, mais perto da esquina, está K., também de 16 anos.
— Sou muito feminina. Não tem como não ser mulher 24 horas por dia — diz K.
M. e K. são a ponta do novelo que transformou São Paulo num centro de tráfico de adolescentes nos últimos cinco anos. Meninos a partir de 14 anos são aliciados no Ceará, no Rio Grande do Norte e no Piauí e, aos poucos, são transformados em mulheres para se prostituírem nas ruas de São Paulo e em países da Europa. Misturados a travestis maiores de idade, eles são distribuídos em três pontos tradicionais de prostituição transexual em São Paulo: além da Indianópolis, são encaminhados para a região da Avenida Cruzeiro do Sul, na Zona Norte, e Avenida Industrial, em Santo André, no ABC paulista.
O primeiro contato é feito por meio de redes de relacionamento na internet. Uma simples busca por “casas de cafetina” leva os garotos a perfis de aliciadores, que são homens, mulheres e travestis. Após o primeiro contato, pedem que o adolescente encaminhe uma foto por e-mail, para que seja avaliado. Se for considerado interessante e “feminino”, eles têm a passagem paga pelos aliciadores. Ao chegar a São Paulo, passam a morar em repúblicas de transexuais e a serem transformados. Recebem inicialmente megahair e hormônios femininos. Quando começam a faturar mais com os programas nas ruas, vem a oferta de prótese de silicone nos seios. Os escolhidos para ir à Europa chegam a ser “transformados” em tempo recorde, apenas cinco meses, para não perder a temporada na zona do euro.
É fácil identificar os adolescentes recém-chegados. Além do corpo típico da idade, eles têm seios pequenos, produzidos por injeção de hormônios, e megahair. Testados inicialmente na periferia, os meninos são distribuídos nos pontos de prostituição de acordo com a aparência. Os considerados mais bonitos recebem investimento mais alto e vão trabalhar na área nobre da cidade. Na Avenida Indianópolis, recebem R$ 70 por um programa no drive in e R$ 100 se o programa for em motel. Nos outros dois endereços, o valor é bem mais baixo: entre R$ 30 e R$ 50 no drive in e R$ 70 a R$ 80 em motel.
Menores evitam ruas principais
Não faltam interessados. A partir de 17h, homens na faixa de 30 a 50 anos aproveitam o fim do expediente para, antes de seguir para casa, fazer programas rápidos com os transexuais na Indianópolis. Um furgão preto, com insulfilme, faz o transporte de vários transexuais. Mas, nesse horário de maior movimento, dificilmente os menores ficam à vista nas calçadas.
Por existirem há décadas, os pontos de prostituição de travestis são vistos com naturalidade pelos moradores de São Paulo. Afinal, se prostituir não é crime. Por isso, a rede criminosa se mistura aos transexuais mais antigos. Assim como eles recebem a proteção da Polícia Militar para não serem agredidos por grupos homofóbicos, os novos fios do novelo se entrelaçam, dando à rede de tráfico internacional de adolescentes o mesmo aparato de segurança e legalidade que é dado aos transexuais ditos “independentes”.
Em geral, os transexuais adolescentes ficam nas travessas, atrás dos grupos de maiores de idade, que ficam quase nus e são extremamente expansivos. Pacíficos, os dois grupos convivem bem com a vizinhança, exceto pelo constrangimento proporcionado pelos mais velhos (acima de 25 anos) sem roupa ou exibindo partes íntimas ou siliconadas.
Os adolescentes são mais discretos, menos siliconados e “montados”. A aparência de menina é mais natural. Os implantes de silicone nos seios são menores, num apelo direcionado aos pedófilos. Eles usam saias e shorts curtinhos, como M. e K., e podem ser facilmente confundidos com meninas.
Como na Indianópolis prostitutas e travestis dividem espaço, clientes são surpreendidos pela nova leva de jovens vindos de outros estados, de aparência cada vez menos óbvia.
Y., 19 anos, é um dos transexuais que fazem aumentar a confusão. Aos 15, foi levado a São Paulo pela rede de prostituição e pedofilia.
— A cafetina viu que eu era feminina e que ganharia muito dinheiro. Minha mãe assinou autorização para eu viajar, e vim de avião. Ficou preocupada, como toda mãe, mas deixou — conta.
Inicialmente, foi levado a trabalhar na Avenida Industrial, em Santo André, no ABC paulista. Pagava R$ 20 pela diária na república, sem almoço.
— Quem não tivesse os R$ 20 tinha de voltar para a rua, não entrava enquanto não conseguisse — diz ele.
Mesmo sem ter sido transformada, já chamava atenção. Logo começou a faturar R$ 250 por dia. Aos 16 anos, recebeu “financiamento” para colocar prótese de silicone no seio. O implante foi feito por cirurgião plástico. Custou R$ 4 mil, mas Y. teve de pagar R$ 8 mil à cafetina, pois não tinha dinheiro para quitar à vista.
Y. diz que aceitou porque queria ficar feminina logo. Neste mercado, os seios são vistos como principal atributo. Quanto mais aparência de mulher, mais os clientes pagam. Agora, a jovem mora sozinha num flat e paga seu aluguel. Diz que divide o espaço da avenida tranquilamente e já não deve nada a ninguém. Faz entre seis e 10 programas por noite, afirma, enquanto lança olhares às dezenas de carros que passam rente à calçada, não se sabe se por curiosidade ou atração fatal.
Cleide Carvalho, 11/02/12
FONTE: O GLOBO
NA PRIVATARIA TUCANA, FICOU FALTANDO TAMBÉM A CPI DO BANESPA
Sou aposentado do Banespa e o caso da privatização do banco paulista se arrasta desde 2000, sem que nenhum político tenha a coragem de investigá-la. A Privatização Tucana, patrocinada na época por FHC, Serra, Covas & Cia., nos causou irreparáveis danos, visto que os títulos públicos que garantiriam nossa aposentadoria foram entregues de bandeja ao Santander pelo governo FHC.
Acalentamos um sonho de vermos uma investigação séria sobre as falcatruas de que fomos vítimas quando surgiu o governo do PT. Infelizmente tivemos enorme decepção, pois o lobby do banco continuou atuando, firme e forte, ditando normas para acordos sindicais enfiados goela abaixo pelos banqueiros.
Ao mesmo tempo passaram a oferecer um tratamento vip aos neocolonizadores espanhóis, recebidos em palácio, os quais conseguiram até emplacar um ministro no governo petista.
Recentemente uma proposta de CPI do Santander, de iniciativa do deputado Nelson Marquezelli, foi engavetada pelo presidente da Câmara dos Deputados. A dedução lógica é de que os políticos, tanto da situação como de oposição, bebem da mesma fonte e não abrem mão de terem suas campanhas eleitorais patrocinadas pelo banco que tanto mal causou aos idosos(as) do antigo Banespa.
Se por acaso houver a instalação da CPI, as forças políticas de um lado e de outro estarão unidas em prol do dono da “chave do cofre” e em detrimento aos antigos banespianos, que amargam uma velhice sofrida, fruto da parceria entre financiadores e financiados de campanhas políticas.
12 de fevereiro de 2012
João Bosco Galvão de Castro
Acalentamos um sonho de vermos uma investigação séria sobre as falcatruas de que fomos vítimas quando surgiu o governo do PT. Infelizmente tivemos enorme decepção, pois o lobby do banco continuou atuando, firme e forte, ditando normas para acordos sindicais enfiados goela abaixo pelos banqueiros.
Ao mesmo tempo passaram a oferecer um tratamento vip aos neocolonizadores espanhóis, recebidos em palácio, os quais conseguiram até emplacar um ministro no governo petista.
Recentemente uma proposta de CPI do Santander, de iniciativa do deputado Nelson Marquezelli, foi engavetada pelo presidente da Câmara dos Deputados. A dedução lógica é de que os políticos, tanto da situação como de oposição, bebem da mesma fonte e não abrem mão de terem suas campanhas eleitorais patrocinadas pelo banco que tanto mal causou aos idosos(as) do antigo Banespa.
Se por acaso houver a instalação da CPI, as forças políticas de um lado e de outro estarão unidas em prol do dono da “chave do cofre” e em detrimento aos antigos banespianos, que amargam uma velhice sofrida, fruto da parceria entre financiadores e financiados de campanhas políticas.
12 de fevereiro de 2012
João Bosco Galvão de Castro
AS DORES DO PARTO OU DA MENTIRA
PT DISCUTE RELAÇÃO E ATROPELA DOGMAS.
BRASÍLIA - Ferido na alma com a doença que tirou seu principal líder do palco, o PT comemorou seus 32 anos de fundação sem a figura do ex-presidente Lula. Tem ainda que administrar ironias e questionamentos sobre três temas caros aos petistas em sua origem e que sofreram fortes guinadas desde que o partido chegou ao poder central, há nove anos: privatizações, movimentos grevistas e alianças com partidos da chamada centro-direita.
A queda de alguns dogmas que marcaram o PT como partido de massas, dos trabalhadores organizados e dos movimentos populares, dizem hoje líderes petistas, faz parte das “dores do crescimento e do amadurecimento no governo”. Para a oposição, os petistas só agora admitem que mentiram por muito tempo.
12/02/2012
O Globo
BRASÍLIA - Ferido na alma com a doença que tirou seu principal líder do palco, o PT comemorou seus 32 anos de fundação sem a figura do ex-presidente Lula. Tem ainda que administrar ironias e questionamentos sobre três temas caros aos petistas em sua origem e que sofreram fortes guinadas desde que o partido chegou ao poder central, há nove anos: privatizações, movimentos grevistas e alianças com partidos da chamada centro-direita.
A queda de alguns dogmas que marcaram o PT como partido de massas, dos trabalhadores organizados e dos movimentos populares, dizem hoje líderes petistas, faz parte das “dores do crescimento e do amadurecimento no governo”. Para a oposição, os petistas só agora admitem que mentiram por muito tempo.
12/02/2012
O Globo
O IRÃ JÁ É, AGORA, UMA CRISE DE GRANDES PROPORÇÕES
O palco está armado para elevar o petróleo a 200 dólares o barril.
Justo quando parecia que a situação no Golfo Pérsico, mais particularmente no Estreito de Ormuz, ia dar uma trégua, toda a atenção se volta de novo para o Irã. Os motivos são três e tudo aconteceu na semana passada:
Primeiro, foi o lançamento bem sucedido de um satélite considerado, na região, como de inteligência militar, por Teerã.
Segundo, o líder supremo do islamofascismo persa, o aiatolá Ali Khamenei, no seu discurso mais duro até hoje, desafiou as sanções a serem impostas pela ONU e prometeu retaliação aberta, caso elas entrem em vigor, o que, na prática, corresponde a uma declaração de guerra contra o Ocidente.
E, terceiro, na quinta-feira da semana passada, o Secretário de Defesa dos EUA, Leon Panetta, expressou a preocupação de que, caso a situação perdure, Israel poderá desfechar um ataque aéreo contra as instalações nucleares iranianas dentro de um mês, no máximo. O Irã vem mobilizando freneticamente componentes essenciais de seu programa nuclear para instalações subterrâneas para resistir e suportar tal ataque.
Se tudo isso seguir o pior curso, que é o da guerra, um aumento do custo do petróleo será inevitável, mesmo com o ocidente – principalmente os EUA – tendo já reduzido drasticamente suas compras no Golfo.
Além do mais, agora, a União Européia, decidiu também parar de importar petróleo iraniano a partir de 01 de julho o que inviabilizará qualquer possibilidade por parte de Teerã de combater a crise econômica doméstica que se avoluma.
No entanto, o tom desafiador do discurso de Khamenei, numa reunião de ‘oração’ numa mesquita persa, faz pensar que a teocracia iraniana não vai esperar que tais coisas aconteçam e é, justamente, tal suspeita que torna o país já uma crise de grandes proporções.
A IMINÊNCIA DE FECHAMENTO DO ESTREITO DE ORMUZ
Em função dessas perspectivas, o que está sendo feito?
Washington, no momento, tem pouca capacidade de alavancar sua capacidade de moderar uma escalada imediata na capacidade bélica israelense (a única coisa que pode ser feita, por enquanto, são esforços diplomáticos) e pouca influência, mesmo assim indireta, sobre possíveis decisões militares da União Européia e dos membros da OTAN. Obama diz que não deseja o conflito, mas que não poderá fazer nada para impedi-lo caso Teerã opte pelo confronto militar fechando o Estreito de Ormuz.
Atenta e, acima de tudo preocupada, a Arábia Saudita é um coringa na manga do Ocidente, pois o país árabe não vai tolerar um Irã nuclear.
Para agravar o quadro, há amplas indicações de que as inteligências, americana e israelense, já concluíram que o Irã será capaz de desenvolver ogivas nucleares nos próximos 18 a 24 meses. Alguns componentes desse processo poderão estar disponíveis antes disso, mas é preciso considerar que a arma nuclear, para ser efetiva, tem que ser montada num foguete e viajar até o alvo escolhido e, para isso, o Irã não dispõe ainda de domínio tecnológico, logística, e infraestrutura para realizar sua possível intenção de ataque.
Israelenses e sauditas não parecem dispostos a esperar e pagar para ver. Mas o Ocidente, mesmo em face te tais evidências, parece ter enveredado por um caminho arriscado... O objetivo ocidental não é de jeito nenhum o programa nuclear iraniano (sobre o qual existe cada vez menos controle externo), mas a aposta na criação de uma instabilidade doméstica de tal ordem que promova a derrubada do regime.
Não se trata, também, do fim da teocracia. Afinal, com ou sem Mahmoud Ahmadinejad como presidente ou Khamenei como líder religioso supremo, o Irã continuará a ser um país dominado pelos xiitas e a religião no país ainda deverá controlar a política e o clero a sociedade por muito tempo. O que o Ocidente está buscando é nada mais que uma aproximação com facções xiitas mais moderadas para distender a realidade cultural iraniana e restringir o fundamentalismo islâmico radical. Se isso não for possível, tudo indica que somente uma guerra muito devastadora poderá começar a por as coisas nos seus devidos lugares.
Assim, na medida em que a iminência do conflito aumenta, também aumentam os preços do petróleo bruto. E para Teerã, no futuro próximo, só existe uma possibilidade de aventura militar: o fechamento do Estreito de Ormuz.
Quanto a isso tem havido muita desinformação e, por isso, aqui vão os fatos. Num dia normal, entre 18 a 29% de todo o petróleo bruto que vai para o Ocidente do mundo passa por Ormuz. Conforme informes da OPEP, o ponto mais estreito de Ormuz é de 21 km de largura, mas a largura útil de navegação não passa de 2 km, amortecidos por uma zona de 3 km de cada lado.
De grande importância, no entanto, é o fato de que a maior parte da capacidade de exportação de óleo cru da Arábia Saudita também e exportado pela costa ocidental da península arábica, obrigatoriamente passando pelo estreito de Ormuz, principalmente os eventuais excessos obtidos pelo aumento de extração saudita para compensar a falta do óleo persa (é o óleo que, levado ao mercado, pode compensar os picos de demanda incomuns ou de eventuais cortes de oferta em outros locais).
Se a Arábia Saudita, de repente, se ver impedida de exportar o seu óleo pelo estreito, isso irá criar sem dúvida um desequilíbrio no mercado global que fará com que os preços da mercadoria subam – o que já está lentamente acontecendo mesmo antes da existência de qualquer conflito aberto e declarado.
A pergunta que não quer calar é: o quanto ruim a situação poderá ficar? Com o petróleo a 200 dólares o barril, o americano deverá pagar em torno de 6 dólares pelo galão (3,6 litros) na bomba, ou seja, praticamente o que o palhaço brasileiro já paga hoje, graças ao famigerado monopólio estatal que transformou a PTROBRAS na maior cornucópia do governo.
Com o fechamento do Estreito de Ormuz, é de se esperar uma subida no valor do barril de 30 a 40 dólares em questão de horas... Apesar dos estoques extraordinários tanto nos EUA como na União Européia, a OPEP deverá introduzir aumentos progressivos nas bolsas de mercadorias e futuros. Tais valores variam conforme a disponibilidade do petróleo a ser vendido e comprado e com base nos estoques existentes nas principais nações compradoras (EUA, EU, e CHINA).
A perspectiva é de que, para cada dólar de aumento no custo do barril de petróleo, o preço da gasolina aumente 3,6 centavos de dólar na bomba e, na medida em que o preço do barril se aproxime de 200 dólares, o galão da gasolina, nos EUA, se aproximara dos 6 dólares. Na UE o aumento será ainda maior. Não há dúvida de que tal situação vai travar a recuperação econômica nos dois lados do Atlântico e essa é na essência a ameaça que fez o aiatolá Khamenei. Só não disse que, ao fazer isso, o Irã dará ao Ocidente motivos mais do que suficientes para a guerra em grande escala contra o país persa.
Para o Ocidente, a incerteza é pior do que a ameaça verbal do islamofascismo persa e ela vai aumentar até pelo menos a chegada de julho próximo, pois os mercados não deverão esperar tanto.
Sábado, 12 de janeiro de 2012
francisco vianna (da mídia internacional)
Justo quando parecia que a situação no Golfo Pérsico, mais particularmente no Estreito de Ormuz, ia dar uma trégua, toda a atenção se volta de novo para o Irã. Os motivos são três e tudo aconteceu na semana passada:
Primeiro, foi o lançamento bem sucedido de um satélite considerado, na região, como de inteligência militar, por Teerã.
Segundo, o líder supremo do islamofascismo persa, o aiatolá Ali Khamenei, no seu discurso mais duro até hoje, desafiou as sanções a serem impostas pela ONU e prometeu retaliação aberta, caso elas entrem em vigor, o que, na prática, corresponde a uma declaração de guerra contra o Ocidente.
E, terceiro, na quinta-feira da semana passada, o Secretário de Defesa dos EUA, Leon Panetta, expressou a preocupação de que, caso a situação perdure, Israel poderá desfechar um ataque aéreo contra as instalações nucleares iranianas dentro de um mês, no máximo. O Irã vem mobilizando freneticamente componentes essenciais de seu programa nuclear para instalações subterrâneas para resistir e suportar tal ataque.
Se tudo isso seguir o pior curso, que é o da guerra, um aumento do custo do petróleo será inevitável, mesmo com o ocidente – principalmente os EUA – tendo já reduzido drasticamente suas compras no Golfo.
Além do mais, agora, a União Européia, decidiu também parar de importar petróleo iraniano a partir de 01 de julho o que inviabilizará qualquer possibilidade por parte de Teerã de combater a crise econômica doméstica que se avoluma.
No entanto, o tom desafiador do discurso de Khamenei, numa reunião de ‘oração’ numa mesquita persa, faz pensar que a teocracia iraniana não vai esperar que tais coisas aconteçam e é, justamente, tal suspeita que torna o país já uma crise de grandes proporções.
A IMINÊNCIA DE FECHAMENTO DO ESTREITO DE ORMUZ
Em função dessas perspectivas, o que está sendo feito?
Washington, no momento, tem pouca capacidade de alavancar sua capacidade de moderar uma escalada imediata na capacidade bélica israelense (a única coisa que pode ser feita, por enquanto, são esforços diplomáticos) e pouca influência, mesmo assim indireta, sobre possíveis decisões militares da União Européia e dos membros da OTAN. Obama diz que não deseja o conflito, mas que não poderá fazer nada para impedi-lo caso Teerã opte pelo confronto militar fechando o Estreito de Ormuz.
Atenta e, acima de tudo preocupada, a Arábia Saudita é um coringa na manga do Ocidente, pois o país árabe não vai tolerar um Irã nuclear.
Para agravar o quadro, há amplas indicações de que as inteligências, americana e israelense, já concluíram que o Irã será capaz de desenvolver ogivas nucleares nos próximos 18 a 24 meses. Alguns componentes desse processo poderão estar disponíveis antes disso, mas é preciso considerar que a arma nuclear, para ser efetiva, tem que ser montada num foguete e viajar até o alvo escolhido e, para isso, o Irã não dispõe ainda de domínio tecnológico, logística, e infraestrutura para realizar sua possível intenção de ataque.
Israelenses e sauditas não parecem dispostos a esperar e pagar para ver. Mas o Ocidente, mesmo em face te tais evidências, parece ter enveredado por um caminho arriscado... O objetivo ocidental não é de jeito nenhum o programa nuclear iraniano (sobre o qual existe cada vez menos controle externo), mas a aposta na criação de uma instabilidade doméstica de tal ordem que promova a derrubada do regime.
Não se trata, também, do fim da teocracia. Afinal, com ou sem Mahmoud Ahmadinejad como presidente ou Khamenei como líder religioso supremo, o Irã continuará a ser um país dominado pelos xiitas e a religião no país ainda deverá controlar a política e o clero a sociedade por muito tempo. O que o Ocidente está buscando é nada mais que uma aproximação com facções xiitas mais moderadas para distender a realidade cultural iraniana e restringir o fundamentalismo islâmico radical. Se isso não for possível, tudo indica que somente uma guerra muito devastadora poderá começar a por as coisas nos seus devidos lugares.
Assim, na medida em que a iminência do conflito aumenta, também aumentam os preços do petróleo bruto. E para Teerã, no futuro próximo, só existe uma possibilidade de aventura militar: o fechamento do Estreito de Ormuz.
Quanto a isso tem havido muita desinformação e, por isso, aqui vão os fatos. Num dia normal, entre 18 a 29% de todo o petróleo bruto que vai para o Ocidente do mundo passa por Ormuz. Conforme informes da OPEP, o ponto mais estreito de Ormuz é de 21 km de largura, mas a largura útil de navegação não passa de 2 km, amortecidos por uma zona de 3 km de cada lado.
De grande importância, no entanto, é o fato de que a maior parte da capacidade de exportação de óleo cru da Arábia Saudita também e exportado pela costa ocidental da península arábica, obrigatoriamente passando pelo estreito de Ormuz, principalmente os eventuais excessos obtidos pelo aumento de extração saudita para compensar a falta do óleo persa (é o óleo que, levado ao mercado, pode compensar os picos de demanda incomuns ou de eventuais cortes de oferta em outros locais).
Se a Arábia Saudita, de repente, se ver impedida de exportar o seu óleo pelo estreito, isso irá criar sem dúvida um desequilíbrio no mercado global que fará com que os preços da mercadoria subam – o que já está lentamente acontecendo mesmo antes da existência de qualquer conflito aberto e declarado.
A pergunta que não quer calar é: o quanto ruim a situação poderá ficar? Com o petróleo a 200 dólares o barril, o americano deverá pagar em torno de 6 dólares pelo galão (3,6 litros) na bomba, ou seja, praticamente o que o palhaço brasileiro já paga hoje, graças ao famigerado monopólio estatal que transformou a PTROBRAS na maior cornucópia do governo.
Com o fechamento do Estreito de Ormuz, é de se esperar uma subida no valor do barril de 30 a 40 dólares em questão de horas... Apesar dos estoques extraordinários tanto nos EUA como na União Européia, a OPEP deverá introduzir aumentos progressivos nas bolsas de mercadorias e futuros. Tais valores variam conforme a disponibilidade do petróleo a ser vendido e comprado e com base nos estoques existentes nas principais nações compradoras (EUA, EU, e CHINA).
A perspectiva é de que, para cada dólar de aumento no custo do barril de petróleo, o preço da gasolina aumente 3,6 centavos de dólar na bomba e, na medida em que o preço do barril se aproxime de 200 dólares, o galão da gasolina, nos EUA, se aproximara dos 6 dólares. Na UE o aumento será ainda maior. Não há dúvida de que tal situação vai travar a recuperação econômica nos dois lados do Atlântico e essa é na essência a ameaça que fez o aiatolá Khamenei. Só não disse que, ao fazer isso, o Irã dará ao Ocidente motivos mais do que suficientes para a guerra em grande escala contra o país persa.
Para o Ocidente, a incerteza é pior do que a ameaça verbal do islamofascismo persa e ela vai aumentar até pelo menos a chegada de julho próximo, pois os mercados não deverão esperar tanto.
Sábado, 12 de janeiro de 2012
francisco vianna (da mídia internacional)
REFLEXÕES SOBRE A LIGAÇÃO ENTRE POLÍTICA E RELIGIÃO, NUM PAÍS COMO O BRASIL, E AS CRÍTICAS DO SENADOR MAGNO MALTA AO GOVERNO
Um dos maiores e legítimos líderes que já se viu, Gandhi, dizia sobre religião e política, dentre tantas frases, o seguinte: “Minha devoção à verdade empurrou-me para a política; e posso dizer, sem a mínima hesitação e também com toda a humildade, que não entendem nada de religião aqueles que afirmam que ela nada tem a ver com a política.”
Não querendo discordar do senhor Carlos Carwab, porque o estado é laico, indiscutivelmente, esses assuntos não podem ser separados haja vista que religião faz política e, a política, em certos momentos, substitui a religião.
A democracia, igualmente, enseja ao debate sobre esta questão, mas se tornam inócuos, infrutíferos, pois os representantes de cada segmento da sociedade vão defender suas opiniões, o que pensam seus eleitores, aqueles que lhes concedem votos necessários para impedir ou permitir mudanças na forma de se governar o país.
Acrescentemos a falta de cultura do brasileiro, a inexistência de leitura, os poucos que lêem jornais, que rejeitam qualquer questão relativa à fé, ao que lhes dizem os padres, pastores, rabinos, emires, pais de santo, espiritualistas, enfim, o poder que a crença ainda tem junto à maioria da população.
Eu acredito que religião e política estão umbilicalmente ligadas, como irmãos siameses e um cérebro apenas, portanto, inseparáveis. No entanto, a bancada evangélica e os que não são seguidores dessa corrente religiosa, certamente concordariam em ser implantado no Brasil um planejamento familiar sério, adequado às populações de cada Estado da Federação, um controle de natalidade com base em anticoncepcionais e fiscalização permanente de nossas autoridades sanitárias, independente do pensamento a respeito do que pode ou não ser feito sobre nascimentos indesejáveis, aborto, homossexualismo, cotas raciais e assim por diante.
Mas os políticos não abordam esses assuntos com a coragem devida, com honestidade de propósito, com isenção e preocupação com o povo, mas cuidados apenas com votos que poderão se perder ou obter.
O senador Magno Malta pelo menos é autêntico nas suas convicções, mesmo que tenha de ir de encontro ao pensamento da maioria e o torna uma espécie de voz oposicionista para esses assuntos, mas somente com este tema, a religião.
Não vejo a sua voz se erguer contra os desmandos, a corrupção, os desvios de verbas, superfaturamentos, licitações com cartas marcadas, loteamento de secretarias, distribuição de ministérios, diretores que são nomeados para cada sala e corredor do Congresso, os altos impostos e taxas que pagamos, que nos colocam como a população que tem a maior carga tributária do planeta, enfim, um festival de irregularidades e desonestidades jamais vistas na História Republicana Brasileira.
Se, o senador se torna um tipo de líder da oposição, vamos e venhamos, ele não só e fraco para esta função, como deixa a desejar no que diz respeito aos outros filhos de Deus, que não são evangélicos, mas, como o seu povo, também sofrem as consequências quanto às deficiências, ineficiências e incapacidades governamentais em todos os âmbitos do poder público.
Mas ele cumpre o seu papel, pelo menos. E os outros, que não representam corrente religiosa alguma e também não se preocupam com seus eleitores, a não ser consigo mesmos?!
12 de fevereiro de 2012
Francisco Bendl
Não querendo discordar do senhor Carlos Carwab, porque o estado é laico, indiscutivelmente, esses assuntos não podem ser separados haja vista que religião faz política e, a política, em certos momentos, substitui a religião.
A democracia, igualmente, enseja ao debate sobre esta questão, mas se tornam inócuos, infrutíferos, pois os representantes de cada segmento da sociedade vão defender suas opiniões, o que pensam seus eleitores, aqueles que lhes concedem votos necessários para impedir ou permitir mudanças na forma de se governar o país.
Acrescentemos a falta de cultura do brasileiro, a inexistência de leitura, os poucos que lêem jornais, que rejeitam qualquer questão relativa à fé, ao que lhes dizem os padres, pastores, rabinos, emires, pais de santo, espiritualistas, enfim, o poder que a crença ainda tem junto à maioria da população.
Eu acredito que religião e política estão umbilicalmente ligadas, como irmãos siameses e um cérebro apenas, portanto, inseparáveis. No entanto, a bancada evangélica e os que não são seguidores dessa corrente religiosa, certamente concordariam em ser implantado no Brasil um planejamento familiar sério, adequado às populações de cada Estado da Federação, um controle de natalidade com base em anticoncepcionais e fiscalização permanente de nossas autoridades sanitárias, independente do pensamento a respeito do que pode ou não ser feito sobre nascimentos indesejáveis, aborto, homossexualismo, cotas raciais e assim por diante.
Mas os políticos não abordam esses assuntos com a coragem devida, com honestidade de propósito, com isenção e preocupação com o povo, mas cuidados apenas com votos que poderão se perder ou obter.
O senador Magno Malta pelo menos é autêntico nas suas convicções, mesmo que tenha de ir de encontro ao pensamento da maioria e o torna uma espécie de voz oposicionista para esses assuntos, mas somente com este tema, a religião.
Não vejo a sua voz se erguer contra os desmandos, a corrupção, os desvios de verbas, superfaturamentos, licitações com cartas marcadas, loteamento de secretarias, distribuição de ministérios, diretores que são nomeados para cada sala e corredor do Congresso, os altos impostos e taxas que pagamos, que nos colocam como a população que tem a maior carga tributária do planeta, enfim, um festival de irregularidades e desonestidades jamais vistas na História Republicana Brasileira.
Se, o senador se torna um tipo de líder da oposição, vamos e venhamos, ele não só e fraco para esta função, como deixa a desejar no que diz respeito aos outros filhos de Deus, que não são evangélicos, mas, como o seu povo, também sofrem as consequências quanto às deficiências, ineficiências e incapacidades governamentais em todos os âmbitos do poder público.
Mas ele cumpre o seu papel, pelo menos. E os outros, que não representam corrente religiosa alguma e também não se preocupam com seus eleitores, a não ser consigo mesmos?!
12 de fevereiro de 2012
Francisco Bendl
DISPARATES...
Pois,
Vamos falar de disparates.
Falando deles, ninguém, ou melhor nenhum político de cidades com mais de 100.000 habitantes, capitais, estados e obviamente em Brasília ganha menos de 25000 reais por mês.
Se número absurdo de vereadores, assessores, cargos de confiança resolvessem os problemas de cidades, estados e do próprio país, teríamos pelo metade deles na cadeia.
Falam as boas fadas que no senado para 81 senadores trabalham mais de 3000 agregados, imaginem nas câmaras e no judiciário.
Os aspones, gepones, prepones em geral ganham para não fazer nada.
Imaginemos aquele soldado da polícia militar, aquele bombeiro, aquele policial civil, ou aqueles praças, que vão para a linha de frente das batalhas, enquanto os bundas-moles escondem-se nos bunkers.
Alguns deles ganham 1500 reais para levar tiros de traficantes, por vezes com mais de 8 horas de trabalho, e se faltarem o serviço sem justificativa, vão presos.
Trabalham 48 semanas por ano, tiram 48 folgas anuais, isso quando não vendem suas férias para pagarem dívidas.
Imaginemos que há corrupção entre esses políticos de altos ganhos e fazem querelas sobre policiais corruptos, sem as mínimas condições de vida.
Nosso país é o país dos porcos, aos trabalhadores lavagem, sobras ou migalhas, somos pássaros engaiolados no sistema perverso.
Aqueles senadores, deputados e juízes que trabalham 3 dias por semana durante 9 meses, pouco fazem ou nada fazem pelo povo, gado marcado para a morte lenta nas filas dos postos de saúde e parcos hospitais.
Anistiamos bandidos, estupradores, assaltantes, torturadores, sequestradores, sindicalistas , grevistas, lhes pagamos polpudas aposentadorias, sem imposto de renda, e condenamos sem anistia homens valentes que desafiam o sistema.
A presidente anistiada falou que não se pode anistiar o motim, mas se pode anistiar o crime.
Esse é um imenso disparate no mar de lama moral e ético que vivemos.
bom dia.
12 de fevereiro de 2012
Postado por VSROCCHA
Vamos falar de disparates.
Falando deles, ninguém, ou melhor nenhum político de cidades com mais de 100.000 habitantes, capitais, estados e obviamente em Brasília ganha menos de 25000 reais por mês.
Se número absurdo de vereadores, assessores, cargos de confiança resolvessem os problemas de cidades, estados e do próprio país, teríamos pelo metade deles na cadeia.
Falam as boas fadas que no senado para 81 senadores trabalham mais de 3000 agregados, imaginem nas câmaras e no judiciário.
Os aspones, gepones, prepones em geral ganham para não fazer nada.
Imaginemos aquele soldado da polícia militar, aquele bombeiro, aquele policial civil, ou aqueles praças, que vão para a linha de frente das batalhas, enquanto os bundas-moles escondem-se nos bunkers.
Alguns deles ganham 1500 reais para levar tiros de traficantes, por vezes com mais de 8 horas de trabalho, e se faltarem o serviço sem justificativa, vão presos.
Trabalham 48 semanas por ano, tiram 48 folgas anuais, isso quando não vendem suas férias para pagarem dívidas.
Imaginemos que há corrupção entre esses políticos de altos ganhos e fazem querelas sobre policiais corruptos, sem as mínimas condições de vida.
Nosso país é o país dos porcos, aos trabalhadores lavagem, sobras ou migalhas, somos pássaros engaiolados no sistema perverso.
Aqueles senadores, deputados e juízes que trabalham 3 dias por semana durante 9 meses, pouco fazem ou nada fazem pelo povo, gado marcado para a morte lenta nas filas dos postos de saúde e parcos hospitais.
Anistiamos bandidos, estupradores, assaltantes, torturadores, sequestradores, sindicalistas , grevistas, lhes pagamos polpudas aposentadorias, sem imposto de renda, e condenamos sem anistia homens valentes que desafiam o sistema.
A presidente anistiada falou que não se pode anistiar o motim, mas se pode anistiar o crime.
Esse é um imenso disparate no mar de lama moral e ético que vivemos.
bom dia.
12 de fevereiro de 2012
Postado por VSROCCHA
PT NÃO ESTÁ INTERESSADO EM ABRIR A CPI DA PRIVATARIA TUCANA
Quando o livro de Amaury Ribeiro Jr. foi lançado, houve uma verdadeira febre de fervor patriótico entre os petistas e alguns dos partidos aliados, que passaram a exigir a convocação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar a chamada Privataria Tucana (royalties para o jornalista Elio Gaspari, que criou a expressão).
O deputado Protógenes Queiroz (PCdoB-SP) prontamente começou a colher as assinaturas e facilmente conseguiu atingir o quorum mínimo. A opinião pública então passou a aguardar a convocação dessa CPI, que realmente interessa a toda a sociedade brasileira e deveria ter sido formada logo no início do primeiro governo Lula. Mas nada aconteceu.
Ou melhor, aconteceu o contrátio. O presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), desde então já assinou requerimentos para a criação de três CPIs, que irão investigar assuntos correlatos: tráfico de pessoas, exploração sexual de menores e trabalho escravo. Mas esqueceu completamente de convocar a CPI da Privataria Tucana.
Ao comentar os trabalhos de investigação, Maia disse que as comissões não podem ser apenas um “instrumento de disputa entre situação e oposição”.
“Nós queremos resgatar o papel das CPIs e que elas se transformem em instrumento concreto de melhoria da qualidade de vida do nosso povo”, assinalou.
É justamente isso que se quer. As pessoas do bem estão interessadas em passar esse país a limpo, mas não conseguem. A sujeira é tamanha que está saindo pelo ladrão, digamos assim. E a CPI da Privataria Tucana seria um grande marco nesse sentido moralizador.
Mas cadê a CPI? Parece que falta vontade política para realmente convocá-la.
12 de fevereiro de 2012
Carlos Newton
O deputado Protógenes Queiroz (PCdoB-SP) prontamente começou a colher as assinaturas e facilmente conseguiu atingir o quorum mínimo. A opinião pública então passou a aguardar a convocação dessa CPI, que realmente interessa a toda a sociedade brasileira e deveria ter sido formada logo no início do primeiro governo Lula. Mas nada aconteceu.
Ou melhor, aconteceu o contrátio. O presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), desde então já assinou requerimentos para a criação de três CPIs, que irão investigar assuntos correlatos: tráfico de pessoas, exploração sexual de menores e trabalho escravo. Mas esqueceu completamente de convocar a CPI da Privataria Tucana.
Ao comentar os trabalhos de investigação, Maia disse que as comissões não podem ser apenas um “instrumento de disputa entre situação e oposição”.
“Nós queremos resgatar o papel das CPIs e que elas se transformem em instrumento concreto de melhoria da qualidade de vida do nosso povo”, assinalou.
É justamente isso que se quer. As pessoas do bem estão interessadas em passar esse país a limpo, mas não conseguem. A sujeira é tamanha que está saindo pelo ladrão, digamos assim. E a CPI da Privataria Tucana seria um grande marco nesse sentido moralizador.
Mas cadê a CPI? Parece que falta vontade política para realmente convocá-la.
12 de fevereiro de 2012
Carlos Newton
O JEITO PT
Impressiona a organizada articulação do PT. Logo da desocupação da Cracolândia, sob aplausos dos paulistanos quase que integralmente, e da reintegração de posse do Pinheirinho,veio a turma dos direitos humanos, os “freis” e os servis militantes falar de violações, de maus tratos, até de estupro por parte da polícia militar de São Paulo. Na verdade, não se tratou de uma “barbárie”, até a Agência Brasil reconhece erro, afirmando que não houve nada disso.
Agora, quanto à desocupação de uma fazenda no Distrito Federal e uma área invadida no Acre, e, no momento, por ato de greve de policiais baianos, cadê essa turma? Alô, turma dos direitos humanos, alô, freis e militância petista, estamos aqui falando de centenas de mortes em apenas uma semana e de policiais pais de família que, acuados feito bichos, ficaram sem água, luz e sem comida por dias.
Ainda para espanto geral, vem o governador da Bahia, o sr. Jaques Wagner, e diz que foi pego de surpresa pela greve dos policiais ( que homem puro! ) quando desde o dia 24 de janeiro havia pela cidade cartazes avisando sobre a Assembléia de policiais e bombeiros. Mas é que tinha que ir a Cuba apertar a mão de um grande ídolo e se desconcentrou. Afinal, ninguém é de ferro: primeiro a ideologia, e, por último, se der e se convier, os deveres.
Não se escuta um pio em defesa dos policiais ou em defesa das famílias das centenas de mortos, estão abandonados a sua própria sorte. Por fim, os petistas devem estar se perguntando: que é isso, esse tal de direitos humanos? É o PT cumprindo a sua incompetência, desfaçatez e delírios. Se falassem menos e fizessem mais...
12 de fevereiro de 2012
Myrian Macedo - São Paulo
Agora, quanto à desocupação de uma fazenda no Distrito Federal e uma área invadida no Acre, e, no momento, por ato de greve de policiais baianos, cadê essa turma? Alô, turma dos direitos humanos, alô, freis e militância petista, estamos aqui falando de centenas de mortes em apenas uma semana e de policiais pais de família que, acuados feito bichos, ficaram sem água, luz e sem comida por dias.
Ainda para espanto geral, vem o governador da Bahia, o sr. Jaques Wagner, e diz que foi pego de surpresa pela greve dos policiais ( que homem puro! ) quando desde o dia 24 de janeiro havia pela cidade cartazes avisando sobre a Assembléia de policiais e bombeiros. Mas é que tinha que ir a Cuba apertar a mão de um grande ídolo e se desconcentrou. Afinal, ninguém é de ferro: primeiro a ideologia, e, por último, se der e se convier, os deveres.
Não se escuta um pio em defesa dos policiais ou em defesa das famílias das centenas de mortos, estão abandonados a sua própria sorte. Por fim, os petistas devem estar se perguntando: que é isso, esse tal de direitos humanos? É o PT cumprindo a sua incompetência, desfaçatez e delírios. Se falassem menos e fizessem mais...
12 de fevereiro de 2012
Myrian Macedo - São Paulo
SÍRIA: SOMBRAS POR TRÁS DO ESPELHO
O drama sírio em andamento nada tem do enredo usual de “mocinhos versus bandidos” à moda de Hollywood. A suspensão da missão dos observadores da Liga Árabe; o duplo veto de Rússia e China no Conselho de Segurança da ONU; a violência crescente, sobretudo em Homs e em alguns subúrbios de Damasco – tudo isso está fazendo aumentar os temores, no mundo em desenvolvimento, de uma insurreição armada apoiada pelo ocidente, para tentar recriar, na Síria, o caos criado na Líbia – país que foi “libertado” e que é hoje governado por milícias pesadamente armadas.
Se a Síria mergulhar numa guerra civil, estará aberta a porta para conflagração regional ainda mais terrível. Aqui, um primeiro esforço para tentar ver através do denso nevoeiro.
O governo de Bashar al-Assad não caiu porque a maioria da população síria ainda o apoia (55%, segundo pesquisa de meados de dezembro).
Assad pode contar com o exército (nenhuma deserção no alto escalão); com a elite dos negócios e a classe média das principais cidades, Damasco e Aleppo; com os sunitas seculares, de mais alto grau de instrução; e com todas as minorias – dos cristãos aos curdos e druzos. Até os sírios favoráveis à mudança de regime – mas não os islamistas linha-dura – rejeitam as sanções ocidentais e o bombardeio humanitário ao estilo da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
Por mais que a secretária de Estado dos EUA Hillary Clinton deseje que Assad estivesse “isolado”, e por mais que a Casa Branca repita que “Assad tem de parar de matar o próprio povo” e “Assad deve sair”, Assad não está isolado. A “comunidade internacional” que propõe a mudança de regime na Síria é só o CCGOTAN (Conselho de Cooperação do Golfo + OTAN) – ou, para ser completamente claro: Washington, Londres e Paris e os xeiques-fantoches afogados em petróleo do Golfo Persa, com destaque para a Casa de Saud e o Qatar.
A Turquia está jogando jogo muito ambíguo; por um lado, hospeda um centro da OTAN de comando e controle na província de Hatay, próxima da fronteira síria; por outro lado, oferece asilo a Assad. E até Israel está sem saber o que fazer: Israel prefere o demônio que conhece bem, a um governo pós-Assad chefiado pela Fraternidade Muçulmana.
Assad é apoiado pelo Irã; pelo Iraque (o governo de Bagdá recusou-se a impor sanções à Síria); pelo Líbano (idem); e, sobretudo, pela Rússia (que não quer perder sua base naval em Tartus) e pela China, parceira comercial. Isso significa que a economia síria não será estrangulada (o país está habituado a viver sob sanções e não tem déficit nacional com o qual se preocupar). E o grupo dos BRICS não arreda pé de sua posição: só os sírios podem resolver a crise síria.
O Conselho Nacional Sírio (CNS), grupo guarda-chuva comandado pelo exilado Barhoun Galyan, diz representar todas as forças da oposição. Mas dentro da Síria, a credibilidade do CNS é zero. O CNS é ligado ao Exército Sírio Livre (ESL) – constituído de desertores sunitas e fragmentado em muitas gangues armadas, algumas das quais infiltradas por mercenários do Golfo. Até o relatório da Liga Árabe reconheceu que o Exército Sírio Livre está assassinando civis, soldados e agentes de segurança, bombardeando prédios, trens e oleodutos.
A oposição armada não tem comando central; é essencialmente local; e não tem acesso a armamento pesado. A oposição civil está dividida – e não tem qualquer tipo de plataforma política, além de “o povo quer o fim do regime”, copiada da Praça Tahrir.
Os que apoiam o governo Assad veem uma conspiração EUA-sionista (com a Turquia e partes da Europa como coadjuvantes) empenhada em dividir a Síria. E veem as gangues “terroristas” armadas – já infiltradas por estrangeiros – como únicas responsáveis pelas ações mais violentas.
Os dissidentes e a oposição civil fragmentada sempre fizeram oposição pacífica e não armada. Até que começaram a receber proteção de desertores do exército – que traziam com eles suas armas leves. Para esses, tudo que o governo diz é pura propaganda; e os verdadeiros “terroristas” armados são os sabbiha – das gangues paramilitares assassinas pagas pelo governo. Os sabbiha (palavra que significa “fantasmas”) são descritos como alawitas, cristãos e druzos; adultos, mas também muitos adolescentes; sempre de óculos escuros, tênis brancos, braçadeiras coloridas e armados com punhais e porretes, que se chamam entre si por codinomes; os líderes são tipos musculosos, adeptos do fisioculturismo, que se movimentam pela cidade em carros Mercedes escuros.
Há conflito até sobre as manifestações de protesto (muzaharat ) e manifestações de apoio ao regime (masirat). Não se sabe se os manifestantes agem porque querem, ou se são obrigados a se manifestar. A mídia estatal síria apresenta os manifestantes como agentes provocadores ou mercenários e nega qualquer manifestação dos muitos que vivem há muito tempo em estado policial, sem liberdade política.
Fator extra de divisão é que o número de mortos divulgado pela ONU, de mais de 5 mil (até agora) não discrimina as vítimas favoráveis ao governo e da oposição; e a ONU simplesmente ignorou a morte de mais de 2 mil soldados do exército sírio (a televisão estatal mostra todos os dias os funerais dos soldados mortos).
O ocidente cristão – que adorava o turismo de compras em Damasco – deve prestar mais atenção ao modo como muitos cristãos sírios veem os protestos. Os cristãos sírios temem que, no poder, os sunitas passem a atacar as minorias (não só os próprios cristãos, mas também os druzos e os alawitas). Para os cristãos sírios, os sunitas são, na maioria, islamistas fanáticos “ignorantes” e “atrasados”, sem qualquer ideia sobre o que sejam democracia, direitos humanos ou via negociada, pacífica, que faça da Síria uma democracia.
Aquela horda de analfabetos, segundo os cristãos sírios, vive na periferia; nem conhece nem entende nem respeita as práticas urbanas da vida nas grandes cidades; apoiam as gangues armadas que espalham a violência; e desejam fazer da Síria estado islâmico (o que, aliás, a Casa de Saud também deseja para a Síria).
Os sunitas seculares, por sua vez, criticam os cristãos; lembram que muitos sunitas são empresários e grandes comerciantes, que têm ideias liberais – e que não, de modo algum, não desejam estado islâmico na Síria.
Detalhe importante, é que a oposição é transconfessional – inclui cristãos e até alawitas.
Borzou Daragahi, do Financial Times, acaba de confirmar que milícias, em Misrata, na Líbia, anunciaram a morte de três mercenários líbios, na Síria. São homens do Conselho Nacional de Transição Líbio, entregues na Síria – com um carregamento de armas roubadas dos arsenais de Gaddafi –, voo de cortesia, em aviões cargueiros da OTAN.
Já há meses, como Asia Times Online tem noticiado, forças especiais francesas e britânicas estão treinando milicianos em Iskenderun, no sul da Turquia. E a CIA lá está, fornecendo serviços de inteligência e comunicações.
O Exército Sírio Livre (ESL) circula à vontade através da ultraporosa fronteira sírio-turca. A Turquia construiu vários campos de refugiados; e Ankara hospeda os líderes do Conselho Nacional Sírio e do Exército Sírio Livre. Há também o front da Jordânia – a conexão com Daraa – de islamistas linha dura (e atrasados). Mas a fronteira entre Síria e Jordânia é atapetada de minas e muito pesadamente vigiada; o que implica uma volta de 200 km, pelo meio do deserto.
A maioria dos milicianos do Exército Sírio Livre entra e sai à vontade, do/para o Líbano. A principal rota de contrabando liga o norte do vale Bekaa no Líbano às cidades de Homs e Hama, ambas de maioria sunita e bases da oposição. Há outra rota, que liga o centro do vale Bekaa aos subúrbios de Damasco (o que explica que os quartéis-generais dos dois lados estejam sendo abastecidos regularmente). Mas é tudo muitíssimo perigoso, porque o Hezbollah, aliado da Síria, está muito profundamente enraizado no vale Bekaa.
Assad prometeu ao ministro das Relações Exteriores da Rússia Sergei Lavrov que, até o verão, a Síria terá nova constituição e haverá eleições. Seja de coração, ou não, há aí disposição para fazer as reformas.
Mas os “altos funcionários não identificados” de sempre, dos EUA, já vazaram para a rede CNN que a Casa Branca ordenou que o Pentágono examine cenários simulados possíveis para uma intervenção direta dos EUA na Síria, a favor dos rebeldes. Significa que intervenção militar direta por soldados e agentes do CCGOTAN, ignorando a ONU, permanece como possibilidade real; uma operação clandestina, cuja responsabilidade seja atribuída ao governo de Assad, serviria perfeitamente como casus belli.
A Síria é crucialmente importante para definir a esfera de influência do Irã no Sudoeste da Ásia/flanco oriental da nação árabe. Rússia e China, países BRICSs, querem preservar o atual status quo – porque implica um equilíbrio regional do poder que confronta a hegemonia dos EUA. Do ponto de vista da China, manter ininterrupto o suprimento de petróleo e gás vindos do Irã é questão de alta segurança nacional. Além disso, se os EUA não tiverem um pé já firmado no Oriente Médio, a tão falada “deriva” rumo à Ásia, do governo Obama/Pentágono, e, principalmente, a “deriva” rumo ao Mar do Sul da China, serão “derivas” muito mais lentas.
O núcleo das elites de Washington vê a mudança de regime na Síria como etapa crucial para debilitar o Irã. O que significa que a coisa vai muito além da Síria. Trata-se de destruir o governo iraniano, que não é satrapia ocidental; de manter fluindo a energia, do Oriente Médio para o ocidente; de manter o controle do ocidente sobre o Conselho de Cooperação do Golfo; da interseção entre os mundos árabe e persa; e de preservar o papel do petrodólar.
Síria-Irã é cenário hoje de luta de titãs entre o CCGOTAN e Rússia/China, com Rússia/China interessadas em expulsar o CCGOTAN do Oriente Médio. Quando as hienas da guerra põem-se a latir e uivar, ouve-se, mais viva do que nunca, a doutrina do Pentágono, para Dominação de Pleno Espectro.
12 de fevereiro de 2012
Pepe Escobar (Asia Times Online)
Se a Síria mergulhar numa guerra civil, estará aberta a porta para conflagração regional ainda mais terrível. Aqui, um primeiro esforço para tentar ver através do denso nevoeiro.
O governo de Bashar al-Assad não caiu porque a maioria da população síria ainda o apoia (55%, segundo pesquisa de meados de dezembro).
Assad pode contar com o exército (nenhuma deserção no alto escalão); com a elite dos negócios e a classe média das principais cidades, Damasco e Aleppo; com os sunitas seculares, de mais alto grau de instrução; e com todas as minorias – dos cristãos aos curdos e druzos. Até os sírios favoráveis à mudança de regime – mas não os islamistas linha-dura – rejeitam as sanções ocidentais e o bombardeio humanitário ao estilo da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
Por mais que a secretária de Estado dos EUA Hillary Clinton deseje que Assad estivesse “isolado”, e por mais que a Casa Branca repita que “Assad tem de parar de matar o próprio povo” e “Assad deve sair”, Assad não está isolado. A “comunidade internacional” que propõe a mudança de regime na Síria é só o CCGOTAN (Conselho de Cooperação do Golfo + OTAN) – ou, para ser completamente claro: Washington, Londres e Paris e os xeiques-fantoches afogados em petróleo do Golfo Persa, com destaque para a Casa de Saud e o Qatar.
A Turquia está jogando jogo muito ambíguo; por um lado, hospeda um centro da OTAN de comando e controle na província de Hatay, próxima da fronteira síria; por outro lado, oferece asilo a Assad. E até Israel está sem saber o que fazer: Israel prefere o demônio que conhece bem, a um governo pós-Assad chefiado pela Fraternidade Muçulmana.
Assad é apoiado pelo Irã; pelo Iraque (o governo de Bagdá recusou-se a impor sanções à Síria); pelo Líbano (idem); e, sobretudo, pela Rússia (que não quer perder sua base naval em Tartus) e pela China, parceira comercial. Isso significa que a economia síria não será estrangulada (o país está habituado a viver sob sanções e não tem déficit nacional com o qual se preocupar). E o grupo dos BRICS não arreda pé de sua posição: só os sírios podem resolver a crise síria.
O Conselho Nacional Sírio (CNS), grupo guarda-chuva comandado pelo exilado Barhoun Galyan, diz representar todas as forças da oposição. Mas dentro da Síria, a credibilidade do CNS é zero. O CNS é ligado ao Exército Sírio Livre (ESL) – constituído de desertores sunitas e fragmentado em muitas gangues armadas, algumas das quais infiltradas por mercenários do Golfo. Até o relatório da Liga Árabe reconheceu que o Exército Sírio Livre está assassinando civis, soldados e agentes de segurança, bombardeando prédios, trens e oleodutos.
A oposição armada não tem comando central; é essencialmente local; e não tem acesso a armamento pesado. A oposição civil está dividida – e não tem qualquer tipo de plataforma política, além de “o povo quer o fim do regime”, copiada da Praça Tahrir.
Os que apoiam o governo Assad veem uma conspiração EUA-sionista (com a Turquia e partes da Europa como coadjuvantes) empenhada em dividir a Síria. E veem as gangues “terroristas” armadas – já infiltradas por estrangeiros – como únicas responsáveis pelas ações mais violentas.
Os dissidentes e a oposição civil fragmentada sempre fizeram oposição pacífica e não armada. Até que começaram a receber proteção de desertores do exército – que traziam com eles suas armas leves. Para esses, tudo que o governo diz é pura propaganda; e os verdadeiros “terroristas” armados são os sabbiha – das gangues paramilitares assassinas pagas pelo governo. Os sabbiha (palavra que significa “fantasmas”) são descritos como alawitas, cristãos e druzos; adultos, mas também muitos adolescentes; sempre de óculos escuros, tênis brancos, braçadeiras coloridas e armados com punhais e porretes, que se chamam entre si por codinomes; os líderes são tipos musculosos, adeptos do fisioculturismo, que se movimentam pela cidade em carros Mercedes escuros.
Há conflito até sobre as manifestações de protesto (muzaharat ) e manifestações de apoio ao regime (masirat). Não se sabe se os manifestantes agem porque querem, ou se são obrigados a se manifestar. A mídia estatal síria apresenta os manifestantes como agentes provocadores ou mercenários e nega qualquer manifestação dos muitos que vivem há muito tempo em estado policial, sem liberdade política.
Fator extra de divisão é que o número de mortos divulgado pela ONU, de mais de 5 mil (até agora) não discrimina as vítimas favoráveis ao governo e da oposição; e a ONU simplesmente ignorou a morte de mais de 2 mil soldados do exército sírio (a televisão estatal mostra todos os dias os funerais dos soldados mortos).
O ocidente cristão – que adorava o turismo de compras em Damasco – deve prestar mais atenção ao modo como muitos cristãos sírios veem os protestos. Os cristãos sírios temem que, no poder, os sunitas passem a atacar as minorias (não só os próprios cristãos, mas também os druzos e os alawitas). Para os cristãos sírios, os sunitas são, na maioria, islamistas fanáticos “ignorantes” e “atrasados”, sem qualquer ideia sobre o que sejam democracia, direitos humanos ou via negociada, pacífica, que faça da Síria uma democracia.
Aquela horda de analfabetos, segundo os cristãos sírios, vive na periferia; nem conhece nem entende nem respeita as práticas urbanas da vida nas grandes cidades; apoiam as gangues armadas que espalham a violência; e desejam fazer da Síria estado islâmico (o que, aliás, a Casa de Saud também deseja para a Síria).
Os sunitas seculares, por sua vez, criticam os cristãos; lembram que muitos sunitas são empresários e grandes comerciantes, que têm ideias liberais – e que não, de modo algum, não desejam estado islâmico na Síria.
Detalhe importante, é que a oposição é transconfessional – inclui cristãos e até alawitas.
Borzou Daragahi, do Financial Times, acaba de confirmar que milícias, em Misrata, na Líbia, anunciaram a morte de três mercenários líbios, na Síria. São homens do Conselho Nacional de Transição Líbio, entregues na Síria – com um carregamento de armas roubadas dos arsenais de Gaddafi –, voo de cortesia, em aviões cargueiros da OTAN.
Já há meses, como Asia Times Online tem noticiado, forças especiais francesas e britânicas estão treinando milicianos em Iskenderun, no sul da Turquia. E a CIA lá está, fornecendo serviços de inteligência e comunicações.
O Exército Sírio Livre (ESL) circula à vontade através da ultraporosa fronteira sírio-turca. A Turquia construiu vários campos de refugiados; e Ankara hospeda os líderes do Conselho Nacional Sírio e do Exército Sírio Livre. Há também o front da Jordânia – a conexão com Daraa – de islamistas linha dura (e atrasados). Mas a fronteira entre Síria e Jordânia é atapetada de minas e muito pesadamente vigiada; o que implica uma volta de 200 km, pelo meio do deserto.
A maioria dos milicianos do Exército Sírio Livre entra e sai à vontade, do/para o Líbano. A principal rota de contrabando liga o norte do vale Bekaa no Líbano às cidades de Homs e Hama, ambas de maioria sunita e bases da oposição. Há outra rota, que liga o centro do vale Bekaa aos subúrbios de Damasco (o que explica que os quartéis-generais dos dois lados estejam sendo abastecidos regularmente). Mas é tudo muitíssimo perigoso, porque o Hezbollah, aliado da Síria, está muito profundamente enraizado no vale Bekaa.
Assad prometeu ao ministro das Relações Exteriores da Rússia Sergei Lavrov que, até o verão, a Síria terá nova constituição e haverá eleições. Seja de coração, ou não, há aí disposição para fazer as reformas.
Mas os “altos funcionários não identificados” de sempre, dos EUA, já vazaram para a rede CNN que a Casa Branca ordenou que o Pentágono examine cenários simulados possíveis para uma intervenção direta dos EUA na Síria, a favor dos rebeldes. Significa que intervenção militar direta por soldados e agentes do CCGOTAN, ignorando a ONU, permanece como possibilidade real; uma operação clandestina, cuja responsabilidade seja atribuída ao governo de Assad, serviria perfeitamente como casus belli.
A Síria é crucialmente importante para definir a esfera de influência do Irã no Sudoeste da Ásia/flanco oriental da nação árabe. Rússia e China, países BRICSs, querem preservar o atual status quo – porque implica um equilíbrio regional do poder que confronta a hegemonia dos EUA. Do ponto de vista da China, manter ininterrupto o suprimento de petróleo e gás vindos do Irã é questão de alta segurança nacional. Além disso, se os EUA não tiverem um pé já firmado no Oriente Médio, a tão falada “deriva” rumo à Ásia, do governo Obama/Pentágono, e, principalmente, a “deriva” rumo ao Mar do Sul da China, serão “derivas” muito mais lentas.
O núcleo das elites de Washington vê a mudança de regime na Síria como etapa crucial para debilitar o Irã. O que significa que a coisa vai muito além da Síria. Trata-se de destruir o governo iraniano, que não é satrapia ocidental; de manter fluindo a energia, do Oriente Médio para o ocidente; de manter o controle do ocidente sobre o Conselho de Cooperação do Golfo; da interseção entre os mundos árabe e persa; e de preservar o papel do petrodólar.
Síria-Irã é cenário hoje de luta de titãs entre o CCGOTAN e Rússia/China, com Rússia/China interessadas em expulsar o CCGOTAN do Oriente Médio. Quando as hienas da guerra põem-se a latir e uivar, ouve-se, mais viva do que nunca, a doutrina do Pentágono, para Dominação de Pleno Espectro.
12 de fevereiro de 2012
Pepe Escobar (Asia Times Online)
DILMA, A RÃ E O ESCORPIÃO
Artigos - Governo do PT
Os petistas se comportam como se fossem conseguir enganar a todos o tempo inteiro.
Toda gente sabe das nefastas conseqüências políticas e eleitorais da greve das Polícias Militares, que parece agora se transformar em um levante nacional contra a ordem e a Constituição. A quem aproveita? Quem formula e quem manda nessa ação maligna? Penso que o primeiro perdedor é o Partido dos Trabalhadores, que vê assim ameaçada sua marcha no rumo da hegemonia eleitoral total. Se são petistas os puxadores da greve, por que o fazem?
Responder a esse enigma é compreender os subterrâneos do processo político nacional. O diagnóstico se completa olhando a foto de Gilberto Kassab na festa de aniversário do PT, publicada nos jornais de hoje, e também com a ilógica nomeação de Eleonora Menicucci como titular da Secretaria para as Mulheres. O que têm esses três fatos em comum?
Em primeiro lugar, a história da ação política do PT tem sido apostar no grevismo e no confronto, contando com a benevolência do poder constituído. Desde que o regime militar foi condescendente com Lula a coisa virou benchmark para a ação sindical. Os sindicalistas radicalizam contando que, ao final, serão perdoados e tratados como heróis. Ocorre que greve de policiais é motim e, armados, podem gerar fatos espetaculares contra a hierarquia e a ordem estabelecida. Um disparo acidental será capaz de liberar energias repressivas e destrutivas que se encontram represadas. É evidente que não há recursos orçamentários para dar mais aumentos à soldadesca e o governo federal não tem como subsidiar o pagamento adicional de salários dos Estados quebrados. Fora de questão dar aumentos, portanto.
Por que insistem, ainda assim? Pela lógica do escorpião da fábula tantas vezes contada. E pela crença de que não é real a escassez de recursos, bastando a vontade política para que eles apareçam. O escorpião da fábula é aquele que quer atravessar a água e pede à rã uma carona e a mata a meio do caminho (A rã aqui é a Dilma Rousseff), suicidando-se. Puro instinto assassino. O fato é que esse movimento é explosivo e de alto impacto nas eleições do segundo semestre, mormente pela proximidade. O PT nada tem a ganhar, a menos que acreditemos que o partido queira fechar o regime e governar de maneira autoritária e cesarista. Até onde se sabe não teria forças para isso.
Em segundo, o gesto do prefeito Gilberto Kassab é o coroamento da completa adesão das elites tradicionais ao petismo. Ele é o emblema do desaparecimento das oposições. O gesto aumenta o poder do PT e isso reforça a ousadia da base política, que tende a fazer greve pela greve, ignorando os cálculos político-eleitorais.
Em terceiro, o sestro petista de dizer uma coisa e fazer outra agora encontrou o seu limite. A meta estratégica do PT em 2012 é eleger Fernando Haddad prefeito de São Paulo, fato que não ocorrerá contra o sentimento conservador da população. Ele que, quando ministro, patrocinou o rejeitado "kit gay", que provocou repúdio nacional. Dilma Rousseff se elegeu tranqüilizando conservadores crédulos, que acreditaram ser ela contra o "kit gay" e contra o aborto. A ministra Menicucci é defensora do abortismo mais horripilante e desenfreado. A combinação do "kit gay" com o abortismo sem peias será devastadora nas eleições paulistanas, contra o PT. Mas o instinto de escorpião parece que prevaleceu. Os petistas se comportam como se fossem conseguir enganar a todos o tempo inteiro.
Será difícil agora convencer o eleitorado que o PT não tem como ponto programático principal essas bandeiras nefandas do marxismo cultural. Talvez contem que a greve dos policiais militares esteja engendrando o próximo presidente da República. Quem sabe um heróico praça baiano venha a ser o sucessor de Dilma Rousseff, pois não?
Nivaldo Cordeiro, 11 Fevereiro 2012
Os petistas se comportam como se fossem conseguir enganar a todos o tempo inteiro.
Toda gente sabe das nefastas conseqüências políticas e eleitorais da greve das Polícias Militares, que parece agora se transformar em um levante nacional contra a ordem e a Constituição. A quem aproveita? Quem formula e quem manda nessa ação maligna? Penso que o primeiro perdedor é o Partido dos Trabalhadores, que vê assim ameaçada sua marcha no rumo da hegemonia eleitoral total. Se são petistas os puxadores da greve, por que o fazem?
Responder a esse enigma é compreender os subterrâneos do processo político nacional. O diagnóstico se completa olhando a foto de Gilberto Kassab na festa de aniversário do PT, publicada nos jornais de hoje, e também com a ilógica nomeação de Eleonora Menicucci como titular da Secretaria para as Mulheres. O que têm esses três fatos em comum?
Em primeiro lugar, a história da ação política do PT tem sido apostar no grevismo e no confronto, contando com a benevolência do poder constituído. Desde que o regime militar foi condescendente com Lula a coisa virou benchmark para a ação sindical. Os sindicalistas radicalizam contando que, ao final, serão perdoados e tratados como heróis. Ocorre que greve de policiais é motim e, armados, podem gerar fatos espetaculares contra a hierarquia e a ordem estabelecida. Um disparo acidental será capaz de liberar energias repressivas e destrutivas que se encontram represadas. É evidente que não há recursos orçamentários para dar mais aumentos à soldadesca e o governo federal não tem como subsidiar o pagamento adicional de salários dos Estados quebrados. Fora de questão dar aumentos, portanto.
Por que insistem, ainda assim? Pela lógica do escorpião da fábula tantas vezes contada. E pela crença de que não é real a escassez de recursos, bastando a vontade política para que eles apareçam. O escorpião da fábula é aquele que quer atravessar a água e pede à rã uma carona e a mata a meio do caminho (A rã aqui é a Dilma Rousseff), suicidando-se. Puro instinto assassino. O fato é que esse movimento é explosivo e de alto impacto nas eleições do segundo semestre, mormente pela proximidade. O PT nada tem a ganhar, a menos que acreditemos que o partido queira fechar o regime e governar de maneira autoritária e cesarista. Até onde se sabe não teria forças para isso.
Em segundo, o gesto do prefeito Gilberto Kassab é o coroamento da completa adesão das elites tradicionais ao petismo. Ele é o emblema do desaparecimento das oposições. O gesto aumenta o poder do PT e isso reforça a ousadia da base política, que tende a fazer greve pela greve, ignorando os cálculos político-eleitorais.
Em terceiro, o sestro petista de dizer uma coisa e fazer outra agora encontrou o seu limite. A meta estratégica do PT em 2012 é eleger Fernando Haddad prefeito de São Paulo, fato que não ocorrerá contra o sentimento conservador da população. Ele que, quando ministro, patrocinou o rejeitado "kit gay", que provocou repúdio nacional. Dilma Rousseff se elegeu tranqüilizando conservadores crédulos, que acreditaram ser ela contra o "kit gay" e contra o aborto. A ministra Menicucci é defensora do abortismo mais horripilante e desenfreado. A combinação do "kit gay" com o abortismo sem peias será devastadora nas eleições paulistanas, contra o PT. Mas o instinto de escorpião parece que prevaleceu. Os petistas se comportam como se fossem conseguir enganar a todos o tempo inteiro.
Será difícil agora convencer o eleitorado que o PT não tem como ponto programático principal essas bandeiras nefandas do marxismo cultural. Talvez contem que a greve dos policiais militares esteja engendrando o próximo presidente da República. Quem sabe um heróico praça baiano venha a ser o sucessor de Dilma Rousseff, pois não?
Nivaldo Cordeiro, 11 Fevereiro 2012
MPF VAI INVESTIGAR ENVOLVIMENTO DO DEPUTADO GAROTINHO NA GREVE DA POLÍCIA
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, vai analisar as gravações nas quais políticos conversam com militares grevistas da Bahia e do Rio. Gurgel requisitou as fitas ontem.
O procurador quer saber se há indícios de crimes cometidos pelos deputados flagrados nas conversas os deputados federais Anthony Garotinho (PR-RJ) e Arnaldo Faria De Sá (PTB- SP) e a deputada estadual Janira Rocha (PSOL-RJ). Só então o Ministério Público Federal decidirá se pedirá abertura de um inquérito criminal, que seria feito pela Polícia Federal.
12/02/2012
COMENTO: POR QUE O DEPUTADO GAROTINHO E ESPOSA QUE FORAM GOVERNADORES DO ESTADO DO RIO NADA FIZERAM PELOS POLÍCIAIS?
blog do beto
O procurador quer saber se há indícios de crimes cometidos pelos deputados flagrados nas conversas os deputados federais Anthony Garotinho (PR-RJ) e Arnaldo Faria De Sá (PTB- SP) e a deputada estadual Janira Rocha (PSOL-RJ). Só então o Ministério Público Federal decidirá se pedirá abertura de um inquérito criminal, que seria feito pela Polícia Federal.
12/02/2012
COMENTO: POR QUE O DEPUTADO GAROTINHO E ESPOSA QUE FORAM GOVERNADORES DO ESTADO DO RIO NADA FIZERAM PELOS POLÍCIAIS?
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