"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sábado, 3 de novembro de 2012

A ORIGEM DO @


Durante a Idade Média os livros eram escritos pelos copistas, à mão.
Precursores dos taquígrafos, os copistas simplificavam seu trabalho substituindo letras, palavras e nomes próprios por símbolos, sinais e abreviaturas. Não era por economia de esforço nem para o trabalho ser mais rápido (tempo era o que não faltava, naquela época!). O motivo era de ordem econômica: tinta e papel eram valiosíssimos.

Assim, surgiu o til (~), para substituir o m ou n que nasalizava a vogal anterior. Se reparar bem, você verá que o til é um enezinho sobre a letra.

O nome espanhol Francisco, também grafado Phrancisco, foi abreviado para Phco e Pco ! o que explica, em espanhol, o apelido Paco.


Ao citarem os santos, os copistas os identificavam por algum detalhe significativo de suas vidas. O nome de São José, por exemplo, aparecia seguido de Jesus Christi Pater Putativus, ou seja, o pai putativo (suposto) de Jesus Cristo. Mais tarde, os copistas passaram a adotar a abreviatura JHS PP, e depois simplesmente PP. A pronúncia dessas letras em sequência explica por que José, em Espanhol, tem o apelido de Pepe.

Já para substituir a palavra latina et (e), eles criaram um símbolo que resulta do entrelaçamento dessas duas letras: o &, popularmente conhecido como e comercial, em Português, e, ampersand, em Inglês, junção de and (e, em Inglês), per se (por si, em Latim) e and.

E foi com esse mesmo recurso de entrelaçamento de letras que os copistas criaram o símbolo @, para substituir a preposição latina ad, que tinha, entre outros, o sentido de casa de.

Foram-se os copistas, veio à imprensa - mas os símbolos @ e & continuaram firmes nos livros de contabilidade. O @ aparecia entre o número de unidades da mercadoria e o preço. Por exemplo: o registro contábil
10@£3
significava 10 unidades ao preço de 3 libras cada uma. Nessa época, o símbolo @ significava, em Inglês, at (a ou em).


No século XIX, na Catalunha (nordeste da Espanha), o comércio e a indústria procuravam imitar as práticas comerciais e contábeis dos ingleses. E, como os espanhóis desconheciam o sentido que os ingleses davam ao símbolo @ (a ou em), acharam que o símbolo devia ser uma unidade de peso. Para isso contribuíram duas coincidências:


1 - a unidade de peso comum para os espanhóis na época era a arroba, cujo inicial lembra a forma do símbolo;


2 - os carregamentos desembarcados vinham frequentemente em fardos de uma arroba. Por isso, os espanhóis interpretavam aquele mesmo registro de
10@£3 assim: dez arrobas custando 3 libras cada uma. Então, o símbolo @ passou a ser usado por eles para designar a arroba.


O termo arroba vem da palavra árabe ar-ruba, que significa a quarta parte: uma arroba ( 15 kg , em números redondos) correspondia a 1/4 de outra medida de origem árabe, o quintar, que originou o vocábulo português quintal, medida de peso que equivale a 58,75 kg .
As máquinas de escrever, que começaram a ser comercializadas na sua forma definitiva há dois séculos, mais precisamente em 1874, nos Estados Unidos (Mark Twain foi o primeiro autor a apresentar seus originais datilografados) trouxeram em seu teclado o símbolo @, mantido no de seu sucessor - o computador.

Então, em 1972, ao criar o programa de correio eletrônico (o e-mail) o americano RoyTomlinson usou o símbolo @ (at) disponível no teclado dessa máquina, entre o nome do usuário e o nome do provedor. E foi assim que
Fulano@Provedor X ficou significando Fulano no provedor X.
Na maioria dos idiomas, o símbolo @ recebeu o nome de alguma coisa parecida com sua forma: em Italiano, chiocciola (caracol); em Sueco, snabel (tromba de elefante); em Holandês, apestaart (rabo de macaco). Em alguns, tem o nome de certo doce de forma circular: shtrudel, em iídisch; strudel, em alemão; pretzel, em vários outros idiomas europeus. No nosso, manteve sua denominação original: arroba.
 
03 de novembro de 2012
(AUTORIA DESCONHECIDA)

A TRANSFORMAÇÃO DO MUNDO PELA INTERNET


A ideia do livro nasceu das observações do autor sobre os efeitos causados à mídia tradicional – jornais, revistas, rádios e TVs – por conta da arrasadora investida da Internet.
Na mídia impressa, pelo mundo a fora, e aqui entre nós, a internet já destruiu muitos veículos de comunicação, além de abalar as estruturas de alguns dos mais prestigiados jornais do mundo, como o New York Times, por exemplo.

Nocauteado, este gigante da mídia impressa agoniza sem descobrir o rumo do futuro. Sua cúpula está a cada dia mais convencida do problema e busca um caminho para a sobrevivência sem o papel.
Outros gigantes da área impressa, como o Wall Street Journal, dos EUA, e o Time, na Inglaterra, vivem o mesmo dilema. Enquanto isso, em várias partes do mundo, milhares de jornais e inúmeras revistas agonizam, muitos outros já morreram, e um sem-número migrou totalmente para a internet.
 
Revistas de prestígio internacional deixaram de circular de repente e uma delas foi vendida por apenas um dólar, nos Estados Unidos, e chegou a ter mais de dois milhões de assinaturas. Muitas fecharam, simplesmente, e diversas outras estão na UTI com seus números de tiragens cada vez menores. No setor de rádio, o estrago também foi grande. Ele modernizou-se e atualizou-se para sobreviver atuando numa esfera segmentada de ouvintes. Mas não vive sem a internet.

E, por último, a televisão - rainha da mídia, absoluta em audiência por quase um século - está no canto do ringue, perdida e sangrando com índices cada vez menores. A TV tenta se reinventar de todas as formas.
Por enquanto, sobrevive; aqui entre os latino-americanos está muito bem em termos de faturamento. Sua lucratividade permanece inalterada e seu faturamento ainda é extremamente compensador, isso graças ao modelo do negócio, principalmente no Brasil, onde seu escopo de sobrevivência está emoldurado na corrente de cumplicidade entre o veículo e o modo de distribuição da propaganda: leiam-se agências de publicidade.
 
O cliente, o contratante, aquele que paga pelos anúncios, também está perdido diante da diversidade de opções midiáticas para chegar à clientela. Mas o faturamento da TV segue incólume, embora já tenha sido bem maior, proporcionalmente.
A TV ainda sobrevive bem entre nós por causa do modelo de negócio e das deficiências da banda larga.
A nossa banda larga é uma das mais caras e piores do mundo, de acordo com o ranking de uma entidade internacional de telecomunicações. Isso sem contar com o baixo poder aquisitivo da população para comprar equipamentos cada vez mais modernos de computação e navegação.
Este tema é cuidadosamente analisado em vários capítulos do livro.

Nos Estados Unidos, país onde nasceu a Internet e onde estes sintomas afloraram primeiro, a TV já está sendo reinventada.
Dois milhões e meio de assinantes de um determinado canal por cabo nos estados de Nova York e de New Jersey, já assistem, em suas casas, na TVs por assinatura, a comerciais produzidos única e exclusivamente para eles, individualmente. É apenas o começo de um novo mundo.
 
Tudo que o setor de mídia levou trezentos anos para fazer, a indústria de internet destruiu em apenas uma década. Sem falar na indústria do livro, a mais antiga delas.
 
O livro eletrônico vem matando, devagar, a tradicional indústria editorial com falências, concordatas e fechamento de editoras gigantescas nos Estados Unidos.
Ao mesmo tempo em que barateia o exemplar, as editoras eletrônicas simplificam a vida daqueles que gostam de leitura e proporcionam a um número cada vez maior de leitores a oportunidade e a facilidade de acesso a todo o tipo de leitura sem a necessidade de sair de casa. Todas as bibliotecas importantes do mundo estão na rede e de graça.


Deixando a área da mídia de lado, não existe nenhum setor da vida humana que a revolução da TI, como é chamada a Tecnologia da Informação, não tenha sido afetada, ou se transformado ou que não esteja em transformação.
Este avanço é exponencial, a cada dois anos e cada vez mais rápido, graças a duas áreas do conhecimento humano que muito pouca gente conhece: o algoritmo e a singularidade.
 
O primeiro é o nome que se dá a uma infinita combinação de números que possibilita a linguagem eletrônica dos computadores. A segunda, é a ciência que estuda o algoritmo. Juntos formam a linguagem do computador permitindo seu uso, através de softwares, os mais diversos, em todas as áreas do conhecimento humano através da IA, a Inteligência Artificial.
 
Desde o robô que trabalha na fábrica até aquele que opera nas salas de cirurgias dos hospitais; do avião que voa sozinho ao carro que anda sem motorista; do celular que traduz sua fala para qualquer língua e até a geladeira que fala para você, no trabalho ou no supermercado, via celular, os produtos que nela estão faltando. É a maior revolução que o homem já viu em toda a sua história. E estamos apenas no começo. Os pioneiros dessa indústria formam uma elite empresarial, tais como Bill Gates, Larry Page, Ray Kurzweil e muitos outros que com seu farto dinheiro acabam de criar no Vale do Silício, na Califórnia, Estados Unidos, a Universidade da Singularidade. Não há cursos reconhecidos oficialmente, nem estudantes tradicionais.
 
A formação padrão desta universidade é um curso de dez semanas que custa 25 mil dólares, quase 50 mil reais e que é a versão do Vale do Silício para o MBA.
No ano passado, em 2011, houve 2.400 candidatos disputando as 80 vagas do curso.
Além desse, existem minicursos executivos cujos custos podem variar entre cinco a dez mil dólares.
 
Nestes, o aluno encontrará na sala de aula desde Craig Venter, o pioneiro do sequenciamento do genoma humano e criador da primeira forma de vida sintética, até Edward Buzz Aldrin, o segundo homem a pisar na lua.
Já Peter Diamandis, em declaração ao jornal britânico, The Observer, lembrou que a tarefa da Universidade da Singularidade é “escolher os grandes desafios da humanidade, como a escassez de água potável, por exemplo, e encontrar soluções baratas e exequíveis”.

Como nenhum setor da vida humana pode progredir hoje sem prescindir da área de TI, o futuro da humanidade é gestado naquela universidade sob as mais diferentes formas. Ray Kurzweil, parceiro maior do Bill Gates, sonha com a rede mundial de mentes, quando todas as cabeças estarão plugadas ao computador e num simples click você se tornará especialista em qualquer assunto.
 
Ele espera que nos próximos anos, nada menos que três bilhões de mentes estarão online, plugadas no computador. Outro gênio trabalha por lá num avião não tripulado, que mais parece um beija-flor, para operações de guerra das forças armadas americanas; outro já desenvolveu e colocou em operação óculos especiais, para que nenhum trabalhador necessite consultar computadores dentro de um armazém para localizar um determinado produto.
 
A informação aparece na lente, à frente dos olhos dele. Por uma conexão Wi-Fi, a lente mostra ao usuário como chegar a cada um dos itens armazenados numa determinada área. E a Google Incorporation já apresentou um protótipo futurista de óculos que transformam a lente numa tela de computador.
Segundo o Wall Street Journal, cientistas da computação imaginam cada vez mais um mundo no qual o indivíduo vai usar uma espécie de óculos com câmera embutida e aplicativos capazes de reconhecer objetos e fisionomias - com uma tecnologia chamada Computer vision - e obter informações sobre esses objetos na internet e em outras fontes. A todo esse processo se dá o nome de Inteligência Artificial - IA, e que tornou-se possível através da Singularidade.

Todos estes temas serâo esmiuçados numa linguagem simples em forma de artigos. O autor começou a escrever sobre estes assuntos no ano de 2009 quando criou um blog ( www.aleluiaecia.blogspot.com ) e passou a estudá-los para ensinar este novo mundo para os iniciados.
Os acessos a seu blog vêm do mundo todo. O próprio autor era um desconhecedor desse novo mundo. Em suas pesquisas, percebeu que poderia contribuir, numa linguagem acessível, para que muitos interessados pudessem se aproximar desta epopeia e entender esta revolução moderna e permanente.
 
Alguns assuntos aqui abordados já foram superados. Outros estão em plena transformação, mas o roteiro dessa aventura humana não mudou, portanto, a leitura é válida sob este olhar, principalmente.
E continuará válida como uma forma fácil e inteligível para qualquer leitor que deseje conhecer como se processa a maior transformação da sociedade humana.
 
03 de novembro de 2012
Aleluia Hildeberto
(estou reunindo em livro impresso os artigos aqui publicados.
acima o texto de abertura do livro)

TRANSFORMANDO GRITOS EM SUSSURROS



 No país onde os “mais de 40 anos de prisão” anunciados pela Suprema Corte como o início do fim da impunidade no nosso faroeste institucional viram pouco mais de 6 anos realmente cumpridos na prisão, uma norma baixada pela Anatel “exigindo” que as telefonicas entreguem “ao menos 20%” da velocidade que vendem e cobram dos consumidores de banda larga é saudada pela imprensa como uma grande vitória do consumidor.
Tudo a ver!

Está no Globo. Pode conferir.


 Hoje eles não entregam nem 10% do que nos vendem (e metade disso é imposto) e nada acontece. Possivelmente porque o Estado é sócio dessa roubalheira, ficando com metade ou mais desses 90% que as teles nos tungam.
A tal “dosimetria” que tanto reacendeu as esperanças da Nação, portanto, nada mais é que um dado de uma complicadíssima equação feita para enganar os que têm sede de justiça e transformar os urros dos tribunais em sussurros de execução penal e converter cada “decibel” baixado nessa trajetória numa fortuna para os tomas bastos da vida.
Taí um subtema que, sozinho, podia ganhar uma eleição para uma oposição realmente interessada em mudanças…



03 de novembro de 2012
vespeiro

MANDA QUEM PODE, OBEDECE QUEM TEM JUÍZO


 
A segunda notícia mais importante para o Brasil dos últimos 512 anos, depois do anuncio pelo Supremo Tribunal Federal de que, daqui por diante, bandido com mandato também vai em cana, é a que a Folha de São Paulo avaliou mal mas deu hoje sozinha: “Dividido, PT adia manifesto contra punições do mensalão”.

Seguem alguns trechos dela:

Dividido, o PT desistiu de divulgar hoje um manifesto contra a atuação do STF no julgamento do mensalão. (…) o mais recente cálculo, já discutido com Lula e a presidente Dilma Rousseff, é que não se pode transformar 2013 numa batalha campal contra o Supremo nem trazer para o colo do partido o ônus dessa mobilização. (…) Nas últimas semanas o PT já conteve ataques ao STF para não prejudicar seus candidatos nas eleições. (…) O partido deve se solidarizar com os condenados atacando a ‘politização’ do julgamento mas não fará campanha permanente por eles”.

Eventuais iniciativas contra a decisão do STF, como campanhas por anistia ou recursos a cortes internacionais não deverão ser lideradas pelo PT e sim pelos réus. (…) a ordem é agir com mais ‘cérebro’ e menos ‘fígado’. O único elemento capaz de reverter essa disposição seria a hipótese de o ex-presidente Lula virar alvo. O PT não está em julgamento. Quem foi julgado foram alguns militantes do PT”.


 O “dividido” do título vai por conta de Rui Falcão, presidente do PT e um de seus mais exacerbados “falcões”, esperneando aqui e ali, para insistir que depois da sentença a reação da militância vem, e coisa e tal…
Bobagem.
O Lula, que de tonto não tem nada, falou, tá falado.
A menos que a Folha esteja mentindo, aí está a prova de que a democracia funciona também ao Sul do equador. A lei passa a ser respeitada assim que começa a ser imposta e será respeitada por todos (até pelos juízes) se for imposta a todos.
De modo que a bola volta pros pés do STF.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso deu entrevista hoje ao Estado, dizendo que o que falta à oposição é “um discurso convincente, afim com os problemas atuais do país e do povo e transmitido com linguagem simples e moderna”.
O STF roubou este primeiro tema a ela e, ao fim de 512 longos anos de espera, plantou com duas penadas a pedra fundamental da democracia em solo brasileiro.
Agora faltam todas as outras.


 Isso que temos por aqui tem vagas semelhanças com uma democracia mas está longe de sê-lo. Para que passe a ser, falta afirmar princípios tão fundamentais e universais quanto esse da igualdade perante a lei e sugerir os caminhos para dar-lhes consequência prática tão claros quanto os que o STF deu.

São coisas que qualquer analfabeto entende, mesmo porque a democracia foi inventada justamente para dar aos fracos e aos oprimidos as maneiras de se defender contra os grandes predadores do ecossistema humano.

Quando foi implantada pela primeira vez, nos Estados Unidos da América, os fernando henriques deles explicaram esses pontos fundamentais ao povo com uma linguagem simples e para sempre moderna e foram inteiramente compreendidos até por aquelas figuras toscas que a gente vê nos filmes de cowboy.

Nós não precisamos mais que aquilo para começar.

Essa argumentação toda foi feita através de jornais, e está reunida na coletânea de 51 artigos que se tornou universalmente conhecida como os Federalist Papers, que tem boa tradução em português (aqui).

A própria fórmula para dar independência a um tribunal como o STF de modo a deixa-lo apto a fazer o que acaba de fazer o nosso sem que ninguém tenha força para contesta-lo saiu de lá.

Transformando cada um daqueles pontos numa campanha dá pra ganhar pelo menos 51 eleições.



03 de novembro de 2012
vespeiro

CADÊ A CICATRIZ? CADÊ?!

 

Essa representação que está para ser apresentada no início da semana à Procuradoria Geral da República pelo PPS de Roberto Freyre, pedindo investigação sobre a participação de Lula na morte do prefeito petista Celso Daniel - que descobrira o desvio das verbas de campanha assacadas do transporte urbano de Santo André para o bolso do cartel do Calamar - pode ser um precipitado e doloroso tiro no pé.
Foto/Uol.com/Reprodução
O DEM e o PSDB estão na retranca, porque receiam que a ação acabe dando em nada, ou até bem pior que isso, resulte numa espécie de absolvição precoce do então presidente que, uma vez mais e como sempre, não sabia de nada. É que, no imbroglio de Santo André, a teoria do "domínio do fato" pode estar bem mais escondida e acobertada do que no cartel dos mensaleiros.

Então, para que não fique pedra sobre pedra e se dê um final feliz a essa interminável série de delitos, de malfeitos, de assaltos à coisa pública, mister é que se detenha o Capeta de i tutti capi dessa máfia cheia de malfeitores e de cartéis encravados na máquina pública.

A ação que está caindo de madura procede do quintal da Casa Civil, desde os idos de 2005, quando Lula era presidente da República e Zé Dirceu o seu subalterno imediato que, apesar de seu poder de decisão e sua confessada "fidelidade canina" nada fazia sem que o seu amestrador tivesse pleno conhecimento e completo domínio dos fatos.

Não há quem acredite hoje na alegada patetice de Lula, um animal político safo e pra lá de esperto que sempre meteu o nariz onde era e onde não era chamado; ninguém que não seja PT ou aliado terceirizado do Partido dos Trabalhadores, pode sequer imaginar que um talento enorme, desses de dar nó em pingo d'água, fosse um babaca tapadão, enrolado por uma súcia de calhordas tão descuidada e tão aconchegada aos sofás do seu governo.

Não há um só brasileiro de coluna vertebral saudável que se preste ao papel de imbecil a ponto de acreditar que o Filho do Brasil, o Pai dos Pobres, o Mestre dos Mestres não via, não sabia, não fazia nada com relação aos malfeitos que os malfeitores do cartel dos mensaleiros cometiam com tamanha e tão debochada desenvoltura.

Entrando na Procuradoria Geral da República a ação para investigar o seu envolvimento no esquema do Mensalão, Lula vai ter que provar que, como disse sob os holofotes da mídia no auge do escândalo, ele foi mesmo "apunhalado pelas costas". Basta mostrar a cicatriz.
 
03 de novembro de 2012
sanatório geral

DEBATES ELEITORAIS NOS EUA: A AGENDA DOS JORNALISTAS 'MODERADORES'

Os jornalistas do establishment das empresas-imprensa que moderaram os debates eleitorais dos candidatos dos dois principais partidos às eleições presidenciais de 2012 nos EUA mantiveram a discussão contida numa pauta absurdamente estreita.



Os analistas de FAIR comentam que importante temas não foram trazidos à discussão pública coordenada por jornalistas, nas seis horas totais de debates televisionados. Dentre temas econômicos, ninguém perguntou a ninguém sobre miséria, desigualdade de renda, crise de moradia, sindicatos, agricultura ou sobre a ação do Federal Reserve.

As questões sociais também foram truncadas: nenhuma pergunta sobre raça, racismo, direitos dos gays (inclusive o direito ao casamento, para pessoas do mesmo sexo), liberdades civis, justiça criminal ou legalização de drogas.
Apesar de haver quatro juízes na Suprema Corte já com idade superior a 70 anos, nenhum jornalista perguntou aos candidatos sobre que nomes têm em mente para futuras indicações à Suprema Corte ou a outros postos do Judiciário cuja indicação é prerrogativa do presidente.

Nem uma única referência à mudança climática, que, para muitos eleitores é a principal ameaça que pesa hoje não só sobre os EUA, mas sobre a humanidade – e foi a primeira vez que essa questão não veio à tona em ciclo de debates presidenciais desde 1984.

Nenhum tópico da pauta dos ambientalistas foi discutido – a menos que se inclua como tal a pergunta sobre preços da gasolina, proposta por um dos eleitores no debate em que havia eleitores presentes.

Temas internacionais, só sobre fatia estreitíssima do mundo; nenhuma pergunta sobre América Latina, África Subsaariana ou Europa, Rússia incluída.

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O QUE PERGUNTARAM?

Embora a questão n.1 entre os eleitores seja, com larga diferença à frente das demais, “empregos”, e tenha sido tópico citado com frequência nas perguntas, os jornalistas perguntaram duas vezes mais sobre “empregos” no quadro amplo da economia e em relação ao orçamento federal, que tratado como tema autônomo: 11 vezes na modalidade ‘diluída’, versus 5 vezes em pergunta direta.

A questão do déficit apareceu três vezes; impostos, quatro vezes; Seguridade Social e Medicare apareceram duas vezes cada tema, sempre no contexto dos gastos federais. O tema “comércio” só foi mencionado uma vez.

As perguntas de política internacional concentraram-se pesadamente no Oriente Médio e nos conflitos nos países de maioria muçulmana. Líbia e Afeganistão foram citados três vezes nos debates; Irã e Síria, três vezes cada; e Israel, Paquistão e Egito, só foram referidos num único segmento.
À parte um momento, em que falaram da China, nenhum jornalista perguntou a nenhum candidato sobre qualquer outra região do planeta.

Nem todas as questões de política internacional, consideraram só uma parte do mundo; em seis outros segmentos dos debates houve questões sobre os militares, política de segurança ou política internacional em geral.

Uma dessas foi sobre a guerra de drones; mas o jornalista moderador Bob Schieffer assumidamente nada perguntou ao presidente responsável pela guerra dos drones: “Pergunto ao senhor, governador, porque já conhecemos a posição do presidente Obama sobre isso: qual sua posição sobre o emprego dos drones?”

Nas relativamente poucas perguntas sobre políticas sociais, atenção à saúde apareceu três vezes – incluídos dois segmentos em que a pergunta foi sobre a contribuição do Medicare para o aumento do déficit. Por duas vezes levantaram-se questões de gênero; controle de armas, só uma vez.

As influências partidárias e do próprio establishment da imprensa-empresa não devem surpreender ninguém, dado que a Comissão para os Debates Presidenciais é absolutamente controlada pelos dois principais partidos, e as campanhas podem vetar nomes de jornalistas para operarem como moderadores – modelo de debate que jamais permitirá que se façam perguntas realmente relevantes, sobre temas realmente importantes e diversificados.

03 de novembro de 2012
Editorial do FAIR (Fairness and Accuracy in Midia Reporting)

JOGO BRUTUS

 

Ao Carlos Heitor Cony, por uma inspiração involuntária

Somos um país de torcedores. Como em folhetins de todas as épocas, existe uma tendência nacional de reduzir tudo a heróis e vilões. Para a turma da minha geração, a mamadeira já vinha acompanhada de boas doses de Ted Boy Marino contra Verdugo (no inesquecível Telecatch Montilla), de Mickey contra João Bafo de Onça, de Popeye contra Brutus, de Super Homem contra Lex Luthor. Esses polos deixam de ser inocentes manifestações de paixão quando se transportam para o mundo puro e duro.

Utilizar a linguagem dos quadrinhos para se entender a sociedade leva a aberrações como, por exemplo, chamar o ministro do STF, Ricardo Lewandowski, de “vendido” e “traidor”, e o também ministro Joaquim Barbosa, de “herói nacional”. Ou vice-versa, dependendo do gosto do freguês. A simplificação do Fla-Flu nunca foi boa conselheira.
O julgamento do mensalão segue, em grandes linhas, o padrão das torcidas.
Há um clima de quase histeria em certos momentos. O que me inquieta é a base movediça que informa os torcedores. Quantos deles têm acesso aos autos dos processos ? Quantos, entre eles, têm competência jurídica para avaliar pareceres e sentenças ? Quantos entendem o idioma dos Meritíssimos ? Isso vale, claro, para todos os “times” envolvidos e nos remete a uma questão essencial: uma vez que depende de interpretações, não há neutralidade na Justiça. Aliás, não há neutralidade na vida.

Não acredito na ingenuidade e “espírito público” dos ilustres petistas que indicaram oito dos onze ministros do STF (e também os dois procuradores do mensalão, o que fez a denúncia inicial e o atual). Desconfio seriamente que imaginavam criar uma boa blindagem no Judiciário, uma sublegenda legal de confiança.
Não à toa, antes do julgamento, Jilmar Tatto, líder do PT na Câmara dos Deputados, declarou, com toda a arrogância a que tinha direito: “Os réus petistas vão ser todos absolvidos. Vocês vão ver. Os ministros do STF são corajosos”. Corajosos ? Hoje, são rotulados de “farsantes” por esses torcedores. O time deles, afinal, está perdendo.

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IMPUNIDADE

Parte do sentimento popular com relação à malha de corrupção que está sendo julgada vem da história de impunidade para os criminosos de colarinho branco. Como dizem os juristas, neste país só são condenados os três Ps: pobres, pretos e putas.
Com bons advogados e legislação leniente, é praticamente impossível que os abastados paguem por seus crimes. No Brasil, existe uma aristocracia que se comporta com a absoluta certeza de que está acima da lei.

Além disso, há uma lamentável, mas compreensível, péssima avaliação dos políticos em geral, não raro comparados a bandidos. Na sua época, digamos, veemente, Lula chegou a dizer que havia 300 picaretas no Congresso. Hoje, seu partido dissolveu todas as fronteiras éticas e se alia com o que há de pior, em todos os sentidos, da política brasileira. Como explicar isso ao cidadão comum ? Como defender a atividade política, quando lideranças importantes prostituem suas biografias e aderem ao vale-tudo ?

Não vou cair na armadilha da arquibancada. Estou acompanhando com seriedade as sessões do STF, estranhando “dosimetrias” e outros jargões, mas me considero incapaz de avaliar o trabalho dos juízes. Minhas conclusões são, portanto, políticas, desenhadas a partir dos dados de conhecimento público.
Há indícios muito fortes de que se montou uma operação financeira, alimentada em parte por recursos públicos, com o objetivo de corromper políticos da base aliada do primeiro governo Lula, garantindo, dessa forma, a “governabilidade” e o continuísmo.

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AMANCEBANDO-SE

O jurista Fábio Konder Comparato, um intelectual de esquerda, escreveu:
“Esse partido (o PT) surgiu, e permaneceu durante alguns poucos anos, como uma agremiação política de defesa dos trabalhadores contra o empresariado.
Depois, em grande parte por iniciativa e sob a direção de José Dirceu, foi aos poucos procurando amancebar-se com os homens de negócio”.
Tarso Genro, quadro petista histórico, disse, em entrevista ao Estadão:
“Que tem pessoas que cometeram ilegalidades, não tenho dúvida. Seria debochar da Justiça do país e do processo dos inquéritos achar que todo mundo é inocente”.

Lula teve, desde o início, um comportamento de biruta de aeroporto. Atordoado pelas denúncias iniciais, fez dois comentários sintomáticos … e conflitantes. Em entrevista dada em Paris, sem qualquer base factual, afirmou que tudo não passava de rearranjo de caixa dois de campanha, coisa que, no Brasil, “todo mundo faz”. Caixa dois que o então ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, dizia ser “coisa de bandido”. Em seguida, numa reunião ministerial, desabafou:

“Eu me sinto traído por práticas inaceitáveis sobre as quais eu não tinha qualquer conhecimento. Não tenho nenhuma vergonha de dizer que nós temos de pedir desculpas. O governo, onde errou, precisa pedir desculpas”.
Jamais revelou quem traiu.
Hoje, há uma blitzkrieg governista, recusando todas as denúncias e colocando-se como vítima de uma “farsa”, montada por “golpistas” e “conspiradores”. Da confirmação à negação total: uma ponte esquizofrênica.

Os estilhaços não param de se espalhar. Os que pretendem ser “prisioneiros políticos” se forem para a cadeia por corrupção ativa e formação de quadrilha são, não apenas um refluxo patético de seu passado militante, mas uma ofensa grave aos verdadeiros presos políticos de todos os quadrantes e épocas. Uma comparação inaceitável e demagógica.

Na entrevista ao jornal argentino La Nación, Lula não conteve a soberba: “Já fui julgado pelas urnas. A eleição de Dilma foi um julgamento extraordinário”. Ato falho ? Ao que se saiba, o companheiro ex-metalúrgico não está no banco dos réus. Ao menos por enquanto. É melancólico.

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NA DIREITA
Um esclarecimento indispensável. O PT não é uma associação criminosa, como verbera a mídia de direita. Não é, claro, o inimigo principal na luta por um Brasil socialista. Tem quadros e militantes dedicados, honestos e sinceramente empenhados em lutas progressistas.
Ocorre que renunciou, faz tempo, à esquerda. O projeto do partido no poder tem sido administrar os interesses do capital, conciliar com as forças conservadoras e amortecer os conflitos sociais, cooptando organizações populares.
Desde a Carta aos Brasileiros, de 2002, o PT adernou para o centro e, em muitas situações, à direita. Nas campanhas eleitorais, que praticamente não se diferenciam dos demais partidos, trata de não fazer marola e retira a política da agenda.

Hoje, é legítimo perguntar: qual é o projeto político do PT ?
Não levo a sério essa história de “conspiração” e ameaça às elites. Luta de classes é um conceito manipulado pelo PT ao sabor das conveniências.
Quando se trata do mensalão, são a “mídia golpista” e as “elites” que querem destruir um partido de origem popular.
Quando se trata de atender às demandas da burguesia, estende-se o tapete vermelho e toma de isenção fiscal, aumento de crédito e outros mimos.
Replica o modelo consumista dos países capitalistas centrais, sem uma crítica consistente às limitações desse modelo.

Como nas novelas policiais, fica a pergunta: alguém irá preso ?
No Brasil, não há a mínima condição de se responder. Tudo tem um bouquet meio shakespeareano. No magnífico Julio César, há o discurso de Marco Antônio, amigo do candidato a ditador que é assassinado.
Os conspiradores convencem o povo, num primeiro momento, de que o crime tinha sido necessário para abortar a ameaça de um regime tirânico. Chega Marco Antônio e, com extrema habilidade, muda o estado de espírito da massa.
Ficou célebre sua ironia sobre Brutus, um dos assassinos:
“Venho aqui no funeral de César. Ele era meu amigo, fiel e justo comigo. Mas Brutus disse que ele era ambicioso, e Brutus é um homem honrado”.
Todos os delinquentes se acham homens honrados. Há outra passagem no texto, menos citada. César tinha medo da inteligência. Referindo-se a um senador, diz:
“Ele pensa demais. Homens assim são perigosos”.
Profetas e Padins Ciços concordariam com César. E eles abundam no Brasil.

PS: A cara feia do fascismo: Dois graves incidentes marcaram a eleição de ontem em São Paulo.
No primeiro, o ministro do STF Ricardo Lewandowski foi ofendido enquanto aguardava para votar.
“Bandido, corrupto, ladrão, traidor”, gritaram-lhe alguns eleitores.
No segundo, o coordenador da Comissão de Ética do PT paulista, Danilo Camargo, que é advogado (!), agrediu a socos o humorista Oscar Filho, do programa “CQC”, da TV Bandeirantes. Alegou ter sido “provocado”.
Expando aos dois casos a nota do presidente da OAB-RJ, Wadih Damous, que se referiu apenas ao ministro Lewandowski: “Trata-se da conduta de vândalos, com conotações fascistas”. Caso de gente que só sabe conviver com o sim, senhor.

TODOS OS PERSONAGENS DE SANTO ANDRÉ FORAM PARA A CASA CIVIL. FOI COINCIDÊNCIA?

 

Chama atenção o fato de o então presidente Lula ter levado para a Casa Civil todos os personagens de Santo André, suspeitos ou próximos do “affaire” que resultou no assassinato do prefeito Celso Daniel.



Vejamos: Antonio Palocci ficou no lugar de Celso Daniel, que seria o coordenador da campanha de Lula; Miriam Belchior, que trocou o marido Celso pelo PT; Gilberto Carvalho, secretário de Governo de Santo André, que recolhia as propinas e (segundo Bruno Daniel, irmão de Celso) entregava a Dirceu para a campanha do PT; José Dirceu, que foi retirado do processo por Nelson Jobim, no Supremo Tribunal Federal.
É tudo coincidência?

03 de novembro de 2012
Antonio Santos Aquino

CURIOSIDADES LITERÁRIAS

Drummond foi expulso do colégio, por se desentender com o professor de Português


Aos dezessete anos, Carlos Drummond de Andrade foi expulso do Colégio Anchieta, em Nova Friburgo (RJ), depois de um desentendimento com o professor de português. Imitava com perfeição a assinatura dos outros. Falsificou a do chefe durante anos para lhe poupar trabalho. Ninguém notou. Tinha a mania de picotar papel e tecidos. “Se não fizer isso, saio matando gente pela rua”.

Estraçalhou uma camisa nova em folha do neto. “Experimentei, ficou apertada, achei que tinha comprado o número errado. Mas não se impressione, amanhã lhe dou outra igualzinha.”

 
Drummond jovem, retratado por Portinari

Numa das viagens a Portugal, Cecília Meireles marcou um encontro com o poeta Fernando Pessoa no café A Brasileira, em Lisboa.
Sentou-se ao meio-dia e esperou em vão até as duas horas da tarde. 
Decepcionada, voltou para o hotel, onde recebeu um livro autografado pelo autor lusitano. Junto com o exemplar, a explicação para o “furo”: Fernando Pessoa tinha lido seu horóscopo pela manhã e concluído que não era um bom dia para o encontro.

Érico Veríssimo era quase tão taciturno quanto o filho Luís Fernando, também escritor. Numa viagem de trem a Cruz Alta, Érico fez uma pergunta que o filho respondeu quatro horas depois, quando chegavam à estação final.

Clarice Lispector era solitária e tinha crises de insônia. Ligava para os amigos e dizia coisas perturbadoras. Imprevisível, era comum ser convidada para jantar e ir embora antes de a comida ser servida.

Monteiro Lobato adorava café com farinha de milho, rapadura e içá torrado (a bolinha traseira da formiga tanajura), além de Biotônico . “Para ele, era licor”, diverte-se Joyce, a neta do escritor. Também tinha mania de consertar tudo. “Mas para arrumar uma coisa, sempre quebrava outra.”

Manuel Bandeira sempre se gabou de um encontro com Machado de Assis, aos dez anos, numa viagem de trem. Puxou conversa: “O senhor gosta de Camões?” Bandeira recitou uma oitava de Os Lusíadas que o mestre não lembrava. Na velhice, confessou: era mentira. Tinha inventado a história para impressionar os amigos. Foi escoteiro dos nove aos treze anos. Nadador do Minas Tênis Clube, ganhou o título de campeão mineiro em 1939, no estilo costas.

Guimarães Rosa, médico recém-formado, trabalhou em lugarejos que não constavam no mapa. Cavalgava a noite inteira para atender a pacientes que viviam em longínquas fazendas. As consultas eram pagas com bolo, pudim, galinha e ovos. Sentia-se culpado quando os pacientes morriam.

Acabou abandonando a profissão. “Não tinha vocação. Quase desmaiava ao ver sangue”, conta Agnes, a filha mais nova.

(Texto enviado por Mário Assis)

TEMOS QUE APRENDER COM OS AMERICANOS COMO SE FAZ

 

Estava eu domingo assistindo futebol americano com o meu filho que entende as regras e ia me ensinando. Não vou lembrar o nome das equipes, mas a visitante estava ganhando de 26 a 23, era o último ataque da equipe local para fazer um “touchdown”, que é o gol deles, faltavam “7 segundos” para o término do jogo quando o lançador encontra o atacante livre na linha final, ele salta encaixa a bola e cai….ihihihih… Touchdown!



O estádio lotado foi ao delírio, 72 mil pagantes para um jogo no meio da temporada é de causar inveja por aqui no país do futebol. Mas eis que, pára tudo! Os juízes se reúnem, analisam o vídeo tape e percebem que o atacante ao cair toca os dedos fora do campo e o gol (touchdown) é anulado.

O juiz principal se encaminha ao centro do gramado e anuncia para todo o estádio a decisão de anulação do touchdown, tempo em que as imagens eram transmitidas pelo telão. Um detalhe, todo o estádio ouve o que o juiz diz. Nenhuma confusão acontece. Todos respeitam a decisão dos juizes. Tudo isso não levou 1 minuto e a regra foi cumprida.

Voltando a nossa realidade : Internacional x Palmeiras. O jogo fica parado “7 minutos” para o juiz decidir o que todo mundo viu, gol ilegal do Palmeiras. Confusão geral e ainda querem anular o jogo!

Quem foi que disse que o nosso esporte é mais dinâmico que o dos americanos, por isso não pode parar tanto? Lá os estádios estão lotados, não há brigas, a segurança é total, os juízes não erram porque têm o recurso tecnológico e todos bebem cerveja.

LIVRE PENSAR É SÓ PENSAR (MILLÔR FERNANDES)

 



03 de novembro de 2012

AIR ADVERTE GOVERNO ARGENTINO POR PERSEGUIÇÃO À IMPRENSA

 



Dita branda – A Associação Internacional de Radiodifusão (AIR) advertiu na quarta-feira (31) o governo da Argentina para que cesse a perseguição a jornalistas e grupos de comunicação, e denunciou “o grave prejuízo para a liberdade de expressão e demais garantias constitucionais” causado pela pressão exercida por autoridades do Poder Executivo sobre a Justiça daquele país.

A resolução foi aprovada ao final da 42ª Assembleia Geral, em Montevidéu, que no dia anterior anunciou o envio de missão especial da entidade a Buenos Aires no dia 7 de dezembro. Nesta data, termina o prazo definido pelo governo da presidente Cristina de Kirchner para que empresas de comunicação cumpram a Lei de Mídia, sua mais dura ofensiva contra o Grupo Clarín.

A medida forçará o grupo empresarial a se desfazer da maior parte das 240 licenças de TV a cabo, dos quatro canais abertos e das 10 emissoras de rádio de sua rede.

A AIR também denunciou a imposição de restrições à publicidade em diversos países, afetando “direitos fundamentais do público a informar-se e escolher”, e condenou os governos do Equador e da Venezuela por atentarem contra a liberdade de imprensa.
No caso equatoriano, a resolução cita a “contínua hostilidade aos meios de comunicação privados, seus diretores e jornalistas”, no caso venezuelano, o fechamento, há cinco anos, do canal aberto da Radio Caracas Televisión (RCTV), crítica ao presidente Hugo Chávez.

Os participantes da Assembleia ainda declararam seu apoio ao trabalho da Comissão Interamericana de Direitos Humanos e da Relatoria Especial para a Liberdade de Expressão, da Organização dos Estados Americanos (OEA). A AIR solicita ao governo venezuelano que reconsidere sua decisão de se retirar da CIDH.

03 de novembro de 2012
ucho.info

IMAGEM DO DIA

 
Ensaio para a Parada Militar que acontecerá em 7 de novembro, na Praça Vermelha, em Moscou
Ensaio para a Parada Militar que acontecerá em 7 de novembro, na Praça Vermelha, em Moscou - Maxim Shemetov/Reuters
 
03 de novembro de 2012

FRASE DO DIA



"Eles achavam que [o pagamento para o empresário Ronan Maria Pinto, que teria ameaçado Lula] ia ser através de mim, e eu falei assim: 'Nisso aí eu não me meto, não' "


Marcos Valério, segundo revista Veja, sobre chantagem que Lula teria sofrido no caso Celso Daniel

03 de novembro de 2012

"MENSALÃO E REPÚBLICA"

 
Tive uma grata surpresa com o julgamento da Ação Penal 470 pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A nossa democracia parece ter reencontrado a vitalidade, que parecia fenecida por causa da crise em que o Poder Executivo, sobranceiro à lei, tentou comprar definitivamente o apoio do Poder Legislativo mediante a prática de corrupção sistemática, ao ensejo do episódio que o denunciante do esquema, o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), denominou como "mensalão".


O nome pegou, para desespero do ex-presidente Lula da Silva, do ex-ministro José Dirceu et caterva. Foram julgados e condenados, se não todos, pelo menos alguns dos responsáveis mais representativos do sinistro esquema. A História encarregar-se-á de julgar os que escaparam, a começar pelo chefe, que, pelo teor das investigações e dos depoimentos, "sabia de tudo".

É de Oliveira Vianna a previsão de que a redenção das instituições republicanas, no Brasil, viria pela mão do Poder Judiciário. Vítima da "política alimentar" - nome dado pelo sociólogo fluminense ao esquema de clientelismo e corrupção que se apossou da vida pública desde tempos que remontam à derrubada do Império -, a República acordaria da catalepsia em que a privatização patrimonialista do poder pelas oligarquias a fez mergulhar. A independência do Poder Judiciário, segundo Oliveira Vianna, no livro Instituições Políticas Brasileiras (1949), garantiria as liberdades civis; asseguradas estas, o País poderia pensar na conquista das liberdades políticas.

Ora, os pareceres dos juízes do Supremo Tribunal puseram na pauta da política dois princípios fundamentais. Em primeiro lugar, todos devem respeitar, sem exceções, a lei e seu marco arquetípico, a Constituição. Em segundo lugar, os que governam não podem agir utilizando a máquina do Estado em benefício próprio. Dois princípios de ética pública que, meridianos, voltaram a presidir o espaço republicano, a partir dos pareceres dos magistrados da nossa Suprema Corte.

Que a sociedade respirou aliviada com a ação patriótica do STF o deixam claro as opiniões dos leitores na mídia eletrônica e impressa, bem como as espontâneas manifestações de aplauso dos cidadãos quando encontram um dos nossos magistrados, em que pese a cerrada política armada pela petralhada, de denuncismo de "golpe da magistratura e da imprensa".

No esquema do mensalão marcaram encontro dois vícios da política: o tradicional "complexo de clã" e a ausência de espírito público, bases do patrimonialismo. Esses dois vícios, entrelaçados como as caras da mesma moeda, fazem com que os atores políticos ajam única e exclusivamente em benefício próprio e das suas clientelas, privatizando as instituições. Nisso o Partido dos Trabalhadores (PT) e coligados se mostraram eficientes "como nunca antes na História deste país".

A esses dois vícios vieram juntar-se duas tendências da cultura política moderna. A primeira, o jacobinismo (inspirado na filosofia de Rousseau, no século 18), segundo o qual a organização da política, nos Estados, deve pautar-se pelo princípio da unanimidade ao redor da "vontade geral" (identificada com o legislador e imposta por seus seguidores, os "puros"), sendo excluída qualquer oposição. O segundo princípio negativo diz respeito ao "messianismo político" - pensado no início do século 19 por Henri-Claude de Saint-Simon e continuado por seu discípulo Augusto Comte.

Ora, na nossa organização republicana se juntaram, com o correr dos séculos, numa síntese perversa, esses dois princípios, bem como os vícios balizadores do patrimonialismo. O jacobinismo e o messianismo político reforçaram-se, dramaticamente, na contemporaneidade, com a tendência cientificista do marxismo (inspiradora dos ideólogos petistas), que passou a pensar a política em termos de hegemonia partidária, à maneira gramsciana.

Na História republicana terminou se consolidando, à sombra das variáveis mencionadas, um modelo identificado com a prática do despotismo. Castilhismo, getulismo, tecnocratismo autoritário, lulopetismo, eis os resultados desse amálgama nada republicano.

Como dizia Alexis de Tocqueville referindo-se à França de 1850, a face da República viu-se desfigurada pelas práticas despóticas. No Brasil, a res publica virou "coisa nossa", num esquema mafioso de minorias encarapitadas no poder, que fazem o que bem entendem, de costas para a Nação, mal representada num Poder Legislativo que se contempla a si próprio e zela quase que exclusivamente pela manutenção de seus próprios privilégios.

Com uma agravante, atualmente: se nos momentos anteriores havia autoritarismo, este se equilibrava com uma proposta tecnocrática bem-sucedida (como nos momentos getuliano e do ciclo militar) ou com um respeito quase sagrado pelo Tesouro público (como no castilhismo). Restou-nos o assalto desavergonhado aos cofres da Nação, em meio ao mais descarado compadrio sindical.

Ecoam ainda as graves palavras com que um dos ministros do Supremo Tribunal Federal caracterizou, dias atrás, o mal que tomou conta do Brasil. "Formou-se na cúpula do poder, à margem da lei e ao arrepio do Direito, um estranho e pernicioso sodalício, constituído por dirigentes unidos por um comum desígnio, um vínculo associativo estável que buscava eficácia ao objetivo espúrio por eles estabelecido: cometer crimes, qualquer tipo de crime, agindo nos subterrâneos do poder como conspiradores, para, assim, vulnerar, transgredir e lesionar a paz pública".

Gravíssima situação que a nossa Suprema Corte encarou com patriotismo e coragem. Esperamos que essa benfazeja reação seja o início de um saneamento completo das instituições republicanas.

03 de novembro de 2012
Ricardo Vélez Rodríguez, O Estado de São Paulo

"SEM MEDO DE MISTIFICAR"

 
É inacreditável a capacidade que o PT tem de mistificar quando a situação lhe é adversa, e de jogar abertamente com dois pesos e duas medidas quando se trata de defender seus próprios interesses. Nos últimos dias, os companheiros de Lula deram pelo menos dois magníficos exemplos de como não se encabulam de subestimar a inteligência do distinto público e fazer pouco do senso comum.

O primeiro, ao avaliar o resultado das eleições municipais paulistanas. O segundo, ao afrontar mais uma vez a Suprema Corte a propósito do mensalão.


A executiva estadual do PT, reunida para fazer uma avaliação do pleito, emitiu nota oficial em que afirma: "A sociedade falou em alto e bom tom que o PT não está e nunca esteve no banco dos réus", porque o resultado das urnas "abafou as vozes daqueles que tentaram fazer do julgamento do Supremo Tribunal Federal - STF - (mensalão) um instrumento de desgaste e de destruição da sigla".

De fato, a Ação Penal 470 jamais colocou no banco dos réus o PT, mas apenas seus dirigentes máximos, pelo menos do número dois para baixo, durante o primeiro mandato presidencial de Lula.

E condenou-os um colegiado constituído, na maior parte, de ministros nomeados por dois presidentes da República petistas. Esses juízes consideraram procedente a peça acusatória apresentada por dois chefes do Ministério Público Federal colocados no cargo por Lula: Antonio Fernando de Souza, que iniciou as investigações, e Roberto Gurgel, que formalizou a denúncia.

Se, como quer o PT, sua vitória em São Paulo significa uma clara manifestação de desaprovação dos paulistanos às condenações do STF e um atestado de inocência conferido aos acusados petistas, isso quer dizer também, contrario sensu, que as derrotas do PT em Belo Horizonte, Recife, Porto Alegre, Salvador, Fortaleza, Manaus, Belém, Campinas e outras centenas de municípios significam apoio às decisões da Suprema Corte.

Por esse critério, as coisas vão muito mal para o PT, que afinal venceu as eleições com candidato próprio em apenas 635 cidades, que equivalem a uma população de 58 milhões dos 190 milhões de brasileiros. Fica combinado, então, que mais de 130 milhões de brasileiros condenam José Dirceu & Cia.

Por outro lado, o presidente nacional do PT, o iracundo Rui Falcão, anunciou que o partido divulgaria um manifesto contendo críticas ao que classifica de "politização" do julgamento do mensalão pelo Supremo, que, pressionado pela mídia "de direita", estaria ameaçando as liberdades individuais consagradas pela lei penal e pela Constituição.

Os petistas estavam esperando apenas a realização do segundo turno do pleito municipal para saírem em defesa de seus dirigentes condenados por corrupção, peculato, lavagem de dinheiro e outros delitos. E Falcão deixou claro, ao arrepio do Estatuto do PT, que os apenados não serão expulsos.

Afinal, os petistas consideram Dirceu, Genoino, Delúbio e João Paulo Cunha "prisioneiros políticos" julgados por um "tribunal de exceção" - todos eles cidadãos que têm "serviços prestados ao País".

Na verdade, é o PT quem está politizando o debate sobre o mensalão. Insistem os seguidores de Lula que os ministros da Suprema Corte estão julgando sob pressão da mídia e de uma opinião pública por ela manipulada.

É quase um insulto à biografia dos ministros, a maioria dos quais passou pelo crivo do comando petista no processo de escolha para compor o STF. Além disso, o argumento tropeça em outra incongruência. Se a opinião pública está pressionando a favor da condenação do mensalão, por que teria colocado nas urnas, "em alto e bom tom", um voto de absolvição dos mensaleiros?

Persistindo nas incongruências, afirmam os petistas que o mensalão é "uma farsa", ou seja, nunca existiu, mas asseguram que foi inventado, em Minas Gerais, em 1998, pelo mesmíssimo Marcos Valério, a serviço da campanha de reeleição do tucano Eduardo Azeredo.

Esse escândalo já foi denunciado ao STF pelo Ministério Público e está entregue à relatoria do ministro Joaquim Barbosa. Só falta o PT - para manter-se coerente com sua incoerência - sair também em defesa dos mensaleiros tucanos, acusados das mesmas práticas criminosas que estão levando a cúpula petista à cadeia.

03 de novembro de 2012
Editorial do Estadão

"AS AMEAÇAS DE VALÉRIO"


MENSALÃO 1

Em setembro, a revista "Veja" publicou declarações de Marcos Valério em que ele acusa o ex-presidente Lula de ser o chefe do mensalão: "Só não sobrou para o Lula porque eu, o Delúbio e o Zé [Dirceu] não falamos. Lula era o chefe". O advogado de Valério negou que ele tenha dado entrevista, mas a revista diz que as declarações foram gravadas


MENSALÃO 2

O presidente do STF, ministro Ayres Britto, diz ter recebido em 22 de setembro um fax em nome de Marcos Valério que dizia que ele tinha novas declarações a fazer. No final de setembro, segundo "O Estado de S. Paulo", Valério prestou depoimento ao procurador-geral, Roberto Gurgel, e pediu sua inclusão no programa de proteção a testemunhas


CELSO DANIEL

Segundo a revista "Veja", Valério disse que teria sido procurado pelo PT para arranjar dinheiro para o empresário Ronan Maria Pinto, que ameaçava envolver Lula no assassinato de Celso Daniel, prefeito petista de Santo André morto em 2002. Valério diz ter se negado a colaborar e afirma que o pagamento teria sido feito por um amigo de Lula


ALOPRADOS

Ainda segundo a revista, Valério disse que tinha detalhes comprometedores sobre a participação do ex-ministro Antonio Palocci na arrecadação de recursos para o caixa do PT e informações sobre a origem do R$ 1,7 milhão apreendido pela Polícia Federal no escândalo do dossiê dos aloprados, durante a campanha eleitoral de 2006


03 de novembro de 2012
Folha de São Paulo

O QUE FAZER?

 

“Os boatos nascem de uma constatação: o que mais o governo pode fazer para dar um piparote maior na economia, uma vez que medidas como mais incentivo ao consumo, queda substancial dos juros básicos e as desonerações fiscais, mesmo considerando-se o tempo necessário à produção de resultados, não está sendo o bastante.

Um novo ataque na base de bondades fiscais começa a esbarrar nas dificuldades orçamentárias. A arrecadação não se recupera ao nível imaginado. E ela vai enfrentar uma safra de prefeitos com os cofres arrombados e ávidos e recursos.” Extraído de Migalhas Políticas.

Terminada a jornada das eleições municipais no estado de São Paulo, possuímos mais santos: São Geraldo e Santa Dilma.

A maioria dos prefeitos eleitos fazem parte da base de colisão, perdão, coalizão, sustentação de Santa Dilma, bem como de São Geraldo, ali de Pindamonhangaba, perto muito perto de Aparecida.

O que fazer? Todos cansaram de dizer que receberão apoio dos santos elencados acima, deixemos os pruridos, chavequices de lado e vamos assumir Santo Agostinho:” crer para entender, entender para crer.”

Além da santidade nossos santos elencados deverão ser dados à arte da magia, por favor, não é a negra, aonde poderão conseguir recursos para fazer tudo o que foi pedido?

A grande mídia costeia o alambrado no tocante a uma análise criteriosa sobre nossa atualidade econômica e o que poderá vir por aí.
A Velha Senhora, situação difícil para ela é elogio, a barriga é o instrumento de uso múltiplo por lá, ninguém está imune as crise mundiais, podem enfiar a cara na areia, a situação é difícil e não está para brincadeiras, quanto a nós basta verificar que nuestros Hermanos de Chile, Colômbia e Peru em matéria de economia estão bem melhores do que nós.

Que se acautelem os novos prefeitos principalmente de pequenas comunidades, sem força política, os repasses devem diminuir e, portanto os orçamentos terão que ser contingenciados, nunca deixem de lembrar que administrar é saber definir prioridades.
Saibam do pouco fazer muito e que todos tomem conhecimento da realidade econômica e financeira do município.
“A verdade é geralmente a melhor vingança contra a calúnia.”

(1) Cientista Político
(2) Foto: A presidente não sabe o que fazer.

03 de novembro de 2012
Francisco Marcos (1).

ONDE A SERIEDADE PERMANECE ÍNTEGRA

 

A presidente da República não aceitou o pedido de demissão do cargo que o condenado José Genoino ocupa a ministério da Defesa. Ao próprio, uma boa parte dos deputados apóia a idéia imoral, que lhe seja dado o cargo de deputado que ele faria jus por ser o primeiro suplente.



Além disso os deputados João Paulo Cunha (PT-SP) e Valdemar da Costa Neto (PR-SP), mesmo tendo sido condenados pelo STF, continuam recebendo seus nababescos salários da Câmara dos Deputados.

Desse mar de lama, salva-se com brio e patriotismo o Exército Brasileiro, que reitrará as condecorações recebidas pelos marginais citados acima.

Eles vão perder a medalha do Pacificador. Trata-se de uma condecoração militar brasileira que pode ser dada a civis. Foi instituída em 1953, como celebração dos 150 anos de nascimento do marechal Luiz Alves de Lima e Silva (o Duque de Caxias), patrono do Exército brasileiro.

De acordo com o decreto que regulamenta a concessão da Medalha, a cassação da comenda é automática se o condecorado for condenado pela Justiça brasileira, por sentença transitada em julgado, por crime “contra a integridade e a soberania nacional ou atentado contra o erário, as instituições e a sociedade brasileira”.

Ainda segundo o decreto, a cassação da Medalha será realizada de ofício pelo comandante do Exército, ou seja, por dever do cargo e da lei e sem a necessidade de solicitação externa. Dessa forma, o ato da cassação não é arbitrário – basta que se realizem as condições previstas no decreto.
Ao que tudo indica a iniciativa partiu de militares da reserva, que enviaram ofício ao comandante do Exército, General Enzo Peri, pedindo a cassação imediata da medalha.

O comando, questionado sobre a possibilidade de a cassação das Medalhas de Cunha e Genoíno criar atrito com a presidente Dilma Rousseff e a cúpula do PT, resolveu não responder, pois a decisão já esta tomada.

(1) Foto: Nelson Jobim e José Genoino. Um safado condecora outro safado.
(2) Texto de apoio: Guilherme Oliveira

03 de novembro de 2012
Giulio Sanmartini