"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sexta-feira, 19 de abril de 2013

VEREADORES DO RIO FAZEM DA CÂMARA SEUS ALTARES. TRABALHAR PARA O POVO QUE É BOM, NADA!!!

Deu no Globo
Vereadores empregam membros de igrejas e aprovam projetos em benefício de credos
No ‘Almoço com Deus’, realizado todas as quartas-feiras no auditório da Câmara, o vereador João Mendes de Jesus ora com um grupo de fiéis Ruben Berta / Agência O Globo
RIO - Todas as quartas-feiras, quando o relógio se aproxima do meio-dia, é hora de alimentação espiritual no auditório da Câmara do Rio. Por 30 minutos, o vereador e bispo da Igreja Universal João Mendes de Jesus (PRB) faz o seu “Almoço com Deus”, um pequeno culto em que dá conselhos, ora e lê trechos da bíblia. Anteontem, também foi a vez de, à noite, a vereadora de origem judaica Teresa Bergher (PSDB) ocupar o plenário para comemorar os 65 anos do Estado de Israel, com direito a participação do Coral Israelita Brasileiro e entrega de uma medalha à diretora do Colégio TTH Bar-Ilan, Regina Fuks. Os dois eventos representam o lado visível de uma relação que parece cada vez mais próxima na Casa: a de política com religião. Dentro dos gabinetes, há outra face menos conhecida: uma legião de funcionários, que também atuam como representantes de seus credos, além da concepção de projetos voltados para benefícios de determinadas religiões.
 
Um levantamento feito pelo GLOBO na lista dos servidores mostra que um novato na Câmara já desponta entre os que mais empregam membros de sua igreja: é Alexandre Isquierdo (PMDB), eleito para seu primeiro mandato graças ao apoio da Assembleia de Deus Vitória em Cristo (Advec). No seu gabinete, há sete pessoas inscritas no ano passado com o próprio Isquierdo num evento conhecido como Escola de Líderes da Advec. Completam o time outros dois membros da igreja, além da cunhada do presidente, Silas Malafaia.
 
- Minha prioridade é o quadro técnico. Ao todo, são 27 servidores - argumenta Isquierdo.
Malafaia complementa:
 
- Quem elegeu o Isquierdo fui eu, isso é claro. Mas não interferi nas nomeações do gabinete. Só o aconselhei: ponha as pessoas que trabalharam com você e por você. Se eu tivesse indicado, poderia ter enchido de“Malafaias”, mas só tem um, a minha cunhada.
Outro marinheiro de primeira viagem que já está empregando os membros da sua igreja é Eliseu Kessler (PSD), da Assembleia de Deus de Campo Grande. Ele admite ter oito funcionários que “professam a mesma fé”, mas garante que seis têm nível superior e que o principal objetivo de seu mandato é“servir à população do Rio com profissionalismo e seriedade”. Pelo menos cinco servidores também seriam pastores.
 
Ainda nos gabinetes, outros casos que chamam a atenção são os de Jorge Braz (PMDB) e Tânia Bastos (PRB), ambos da Universal. O primeiro emprega Enir de Castro Pinto, que seria mulher do ex-deputado Bispo Rodrigues, envolvido no escândalo do mensalão. Já o assessor-chefe do gabinete de Tânia, Claudemir Mendonça de Andrade, teria sido citado em investigações da Polícia Federal como suposto “laranja” no processo de compra da Rede Record. As assessorias dos dois vereadores disseram se pautar por escolhas profissionais e não quiseram confirmar as relações dos dois funcionários, ou se tratam-se de homônimos.
 
A produção legislativa também reflete a influência da religião. Um caso emblemático recente foi a aprovação da isenção de ISS para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que aliás tem até uma comissão na Casa, liderada pelo católico Carlo Caiado (DEM). Apenas o ateu Renato Cinco (PSOL) votou contra o incentivo fiscal. Jorge Braz, da Universal, chegou a dizer que estava votando a favor pensando que poderia haver benefícios futuros a outros credos.
 
Este mês, a Casa ainda aprovou um projeto de um ex-vereador, dr. João Ricardo, que prevê a construção de um Monumento à Bíblia, na Zona Oeste. Por sua vez, a judia Teresa Bergher -que já conseguiu, por exemplo, aprovar uma lei que inclui o ano novo judaico no calendário oficial da cidade -se diz decepcionada por até hoje não ter transformado em realidade o projeto que aprovou, de construção de um memorial às vítimas do holocausto, no Aterro.
 
- Logo depois da eleição, em 2009, o prefeito foi a uma sinagoga e prometeu para 500 pessoas a construção, que seria transferida para a Barra, mas isso nunca aconteceu. Por sua vez, a prefeitura tem investido milhares de reais em eventos católicos e evangélicos - critica Teresa.
 
Idealizador do “Almoço com Deus” - onde na quarta retrasada aconselhou fiéis a orar como primeira atitude para a cura, ao falar de uma dor no joelho que sentia - João Mendes de Jesus já aprovou pelo menos duas leis que beneficiaram diretamente a sua igreja. Em 2009, incluiu no roteiro turístico do município o Centro Cultural Jerusalém, localizado na Catedral Mundial da Fé, da Universal, em Del Castilho. No ano passado, emplacou 9 de julho como a data oficial em homenagem à sua igreja. Através de sua assessoria, João Mendes defendeu o culto que realiza na Casa: “Reúne quem quiser orar a Deus. É realizado de forma discreta e não interfere nos trabalhos da Câmara”.
 
19 de abril de 2013

ELES SABEM O QUE VEM VINDO POR AÍ

 

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Reforma eleitoral exatamente agora?
Que súbito amor pelo aperfeiçoamento das instituições e, em especial, pela fidelidade partidária é este que acomete os nossos “esquerdistas” abraçadores de josés sarneys, de valdemares da costa netos, de fernandos collors, de paulos malufs e de gilbertos kassabs de dez minutos atrás?

A “zebra” venezuelana parece ter causado funda impressão nos arraiais petistas.

La também “o jogo estava ganho”. Lá também os institutos de pesquisa apontavam uma “lavada” chavista. Lá também só eles tinham uma militância que se manifestava com estridência.

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Mas mesmo com todo o aparato institucional completamente dominado, processo que aqui ainda é incipiente para desespero da parcela do PT com cargos só dentro do partido e livre para dizer o que ele realmente pensa da “democracia burguesa”, o chavismo perdeu, ganhou raspando ou ganhou “no tapetão”, nunca se saberá ao certo.

O que foi que aconteceu?

Calada finalmente a incessante torrente verbal do onipresente líder bolivariano que não dava a seus súditos tempo para respirar, tornou-se mais visível a Venezuela real acuada pelo crime, com sua economia destruída, a inflação galopante e a miséria crescente que dona Dilma foi, hoje mesmo, negar de pés juntos que existe para os próprios venezuelanos que a estão vivendo na pele e exorcizando nas urnas. Assim como nega o que todo mundo que tem nariz já sente por aqui também.

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Política é como nuvem”, dizem os mineiros. “A gente olha, ela está de um jeito; a gente olha de novo e tudo mudou”…

Don Lula I, que é um consagrado especialista em antecipar os movimentos das nuvens, olhou para o céu que a dupla Dilma/Mantega vem obrigando o Banco Central a tapar com uma peneira e viu nele os motivos que o Ibope ainda não detectou para antecipar em mais de um ano a campanha eleitoral.

Não foi o bastante. Sua majestade pelo jeito se deu conta de que o costumeiro jogo de joão-sem-braço de fazer campanha na hora errada, com as pessoas erradas e com o dinheiro errado, confiando na máxima de que em Presidente da Republica o Judiciário não toca nem que ele agarre a bola com as duas mãos dentro da pequena área, não vai ser suficiente.

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Partiu, então, para a botinada ordenando à sua tropa de choque na Câmara e no Senado que trate de negar à Rede Sustentabilidade de Marina Silva o tempo de TV e o dinheiro do Fundo Partidário que deram a Gilberto Kassab quando este se comprometeu a vender-lhes o rebanho que conseguisse amealhar roubando reses dos vizinhos para o seu Partido Sem Definição (PSD), até então imaculadamente virgem de urnas.

Marina Silva rouba eleitores de todo mundo. É, no mínimo, uma perigosa parteira de segundos turnos. Com Eduardo Campos à solta, além de Aécio, ensaia-se um perigoso foco de atração para a esquerda honesta.
E, de quebra, a manobra mata também a articulação do “Solidariedade”, de Paulinho da Força, que vinha para fazer marolas nas águas plácidas da represa hoje exclusivamente petista do sindicalismo pelego.

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Como o mesmo STF que garantiu a teta a Kassab vai ser acionado para garantir isonomia a Marina, lá vai o Brasil perder mais uma oportunidade de tornar ilegal o lenocínio partidário, tão imoral e contaminante que os novos partidos já nem se querem chamar “partido“, ainda que aproveitando oportunidade mais imoral ainda para consegui-lo.

E mesmo que assim não seja, quem disse que amanhã o PT (ou quem mais interessar possa) não reverte a manobra com a mesma cara-de-pau com que a está forçando agora?

Enfim, a confirmação da legalização ou da criminalização por encomenda da prostituição partidária não representará garantia nenhuma de saneamento do nosso insalubre ambiente político. Este só começará a se dar de fato quando formos à raiz do problema e tornarmos ultra instável o emprego do político profissional dando um único voto a cada eleitor, referindo cada candidato a representante a um grupo específico de representados e dando a esses eleitores condições de cassar a representação concedida muito rápida e descomplicadamente em caso de necessidade.
Só então eles começarão a jogar a nosso favor.

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19 de abril de 2013
vespeiro

PRÉVIA DA INFLAÇÃO REGISTRA ALTA E MOSTRA QUE DILMA ROUSSEFF FALSEIA QUANDO FALA SOBRE A ECONOMIA

 

Estragando a festa – Preocupada com o seu projeto de reeleição, Dilma Rousseff continua vociferando inverdades pelo Brasil afora.
Quando trata da crise econômica, a presidente não demora a afirmar que o cenário nacional é positivo e a inflação está sob controle.

Para contrariar essas falsas profecias de Dilma, a prévia da inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), ficou em 0,51% em abril.
O índice é superior à prévia de março, que chegou a 0,49%, e à prévia de abril de 2012, de 0,43%. O dado foi divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (19).

Entre os grupos de despesas que mais pressionaram a alta da prévia da inflação em abril está a habitação, que passou de deflação de 0,7% na prévia de março para inflação de 0,68% neste mês.
O aluguel residencial, cuja taxa passou de 0,34% na prévia de março para 0,83% em abril, foi um dos itens que contribuíram para essa alta. O que mostra que o programa “Minha Casa, Minha Vida” e os incentivos à indústria da construção civil não funcionam a contento.

O setor de alimentos apresentou inflação na prévia de abril (1%), mas em ritmo menor do que em março (1,4%). Alguns itens apresentaram queda de preços no período: óleo de soja (-3,39%), carnes (-2,58%) e frango (-2,04%).

O tomate, que tem sido apontado como vilão da inflação no País, voltou a apresentar alta de preços na prévia de abril (16,62%), taxa superior à registrada no mês anterior (9,99%).

A inflação acumulada no ano chega a 2,58%. Nos últimos doze meses, a inflação oficial acumula alta de 6,51%, acima do teto da meta de inflação do governo, que é 6,5%. O IPCA-15 foi calculado com base em preços coletados entre 15 de março e 12 de abril.

19 de abril de 2013
ucho.info

COM APOIO INCONDICIONAL A MADURO, PRESIDENTE DILMA ROUSSEFF ANTECIPA O QUE OS BRASILEIROS DEVEM ESPERAR

 

Dita branda – Respeito à democracia só existe na esquerda quando a própria é a única beneficiada.
É assim que pensa e age a presidente Dilma Vana Rousseff, que ao chegar a Caracas declarou apoio ao pleito ocorrido no último domingo (14) e elegeu sob o manto da suspeição o bolivariano Nicolás Maduro.

“É uma nota [divulgada pelo bloco] que reitera o compromisso da Unasul com os processos democráticos, ao mesmo tempo que determina um posicionamento da Unasul como sendo de apoio à estabilidade, à paz e aos processos que constituem legalmente a sustentação democrática”, disse Dilma aos jornalistas que a aguardavam à porta do hotel na capital venezuelana, onde participa da cerimônia de posse de Maduro.

Na quinta-feira (18), uma reunião extraordinária da Unasul discutiu a situação na Venezuela e pediu o respeito ao resultado da eleição. Durante o encontro, convocado com urgência e que terminou na madrugada desta sexta-feira (19), o bloco também reconheceu a importância de o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) ter decidido verificar 100% das urnas eletrônicas, atendendo a um pedido da oposição venezuelana.

Dilma destacou ainda que a nota “define uma tomada positiva em relação ao Conselho Nacional Eleitoral e repudia as violências, as mortes, os feridos e também acrescenta no final um posicionamento no sentido de que haverá uma comissão da Unasul para acompanhar as investigações sobre direitos humanos”.

Encerrada a reunião, os governantes dos países que integram a Unasul apresentaram uma ata com cinco pontos de consenso. Além de reconhecer o CNE como órgão soberano para receber reclamações, o bloco parabenizou o presidente eleito e disse que pretende cooperar para a solução dos problemas que possam afetar a democracia na região.

Os membros da Unasul decidiram também que uma missão observadora acompanhará a investigação dos atos violentos ocorridos nesta semana durante as manifestações que pediam a recontagem dos votos. O governo bolivariano acusa a oposição de ser responsável pela morte de oito pessoas em decorrência dos protestos.

Dilma, assim como os outros chefes de Estado que estiveram reunidos, tem um conceito deturpado de democracia. Isso ficou claro por ocasião do impeachment de Fernando Lugo, então presidente do Paraguai. Lugo foi ejetado do cargo à luz da Constituição do país, mas a Dilma não se conformou e liderou um movimento que culminou com a suspensão temporária do Paraguai no Mercosul. Foi na esteira dessa vacância da cadeira paraguaia que a Venezuela conseguiu ingressar no bloco sul-americano.

O apoio obtuso e parcial de Dilma Rousseff ao suspeito processo eleitoral venezuelano mostra de forma clara e inconteste o que espera os brasileiros mais adiante. O projeto totalitarista de poder do Partido dos Trabalhadores está em marcha avançada e é semelhante ao que manteve Hugo Chávez no Palácio de Miraflores durante doze anos e garantiu a eleição do seu sucessor.

Os brasileiros de bem e que compreendem o estrito significado de democracia ainda têm uma nesga de tempo para lutar pela liberdade no País, o que não acontecerá à sombra do conhecido e teimoso comodismo da sociedade.

19 de abril de 2013
ucho.info

QUANDO O HUMOR DESENHA A REALIDADE




19 de abril de 2013

SANATÓRIO DA "POLÍTICA" BRASILEIRA

Gente que mente (58)

“Sou a favor do concurso público, porque Brasília ganha muito com isso”.

Gim Argello, senador da base alugada, setor PTB, guichê do Distrito Federal, relator do projeto aprovado nesta quinta-feira pela Comissão de Constituição e Justiça que prevê a criação de 6.818 cargos públicos federais ao custo de R$ 484 milhões anuais aos cofres públicos, esquecendo-se de dizer que, se o bando que usa o codinome “Brasília” vai ganhar mais algum, os brasileiros que pagam a conta serão tungados de novo.

Neurônio no sertão

“Eu acho que no Nordeste nós temos duas políticas para o Nordeste, e elas são … porque enquanto uma não fica pronta, a outra tem de entrar, junto. Quais são elas? Primeiro, é o tratamento de algo que nós sabemos que é a maior seca dos últimos 50 anos. E eu não soube hoje não. Nós temos um sistema chamado Cemaden. O Cemaden monitora desastres naturais no Brasil, de enchentes – nós criamos, é novo – de enchentes a secas”.

Dilma Rousseff, num pronunciamento transcrito sem retoques do Portal do Planalto, explicando em dilmês arcaico que o governo tem duas políticas para o Nordeste: a seca e uma coisa que o neurônio solitário chama de Cemaden.

Neurônio na escuridão

“Eu queria dizer para vocês, vocês sabem, antes tinha um tema que eu falava toda reunião. Era o Luz para Todos, quando a gente começou a fazer o Luz para Todos. Porque o Luz para Todos era essencial, era levar o serviço público até a zona rural. Agora, além do Luz para Todos, eu tenho, porque muito lugares ainda não acabou o Luz para Todos. E é outro motivo para o cadastro, porque agora a gente pega os nomes… A ministra Tereza Campello faz assim, ela pega os cadastrados do Bolsa Família que não têm luz elétrica, aí vai na distribuidora e fala: está aqui, nós queremos saber quando é que vão fazer a ligação”.

Dilma Rousseff, diretamente do Portal do Planalto, sem correções nem retoques, mostrando o que acontece quando um apagão atinge o neurônio solitário no meio de uma discurseira sobre luz elétrica.

Neurônio esquecido

“Boa tarde, boa tarde para todos. Boa tarde para o pessoal aí do fundo. E boa tarde para o povo daqui da frente, e para os prefeitos também, e para as prefeitas”.

Dilma Rousseff, durante cerimônia de entrega de unidades do Minha Casa, Minha Vida em Ribeirão das Neves (MG), esquecendo-se de “comprimentá” também o pessoal do meio.



19 de abril de 2013
augusto nunes

A PRESIDENTE DIZ EM DILMÊS O QUE ACHA DA RECONTAGEM DE VOTOS NA VENEZUELA

‘Esta questão de tomar nota positiva sobre a decisão do Conselho Nacional Eleitoral’





Ao desembarcar em Caracas para a festa de posse do companheiro Nicolás Maduro, Dilma Rousseff concedeu agora à tarde o que o Portal do Planalto jura ter sido uma “entrevista coletiva”. Segue-se a transcrição do texto divulgado pela Presidência da República com todas as perguntas e respostas. (AN)

Jornalista: Como foi a reunião da Unasul, presidenta?

Presidenta: Todos os presidentes compareceram, com exceção do presidente do Equador que estava em visita à Europa e enviou o seu vice-presidente, e o do Suriname. Nessa reunião foi tirada uma nota conjunta de todos os países da Unasul e é melhor que a nota, vocês reproduzam tal como ela é. E é uma nota que reitera o compromisso da Unasul com os processos democráticos ao mesmo tempo que determina um posicionamento da Unasul como sendo de apoio para a estabilidade, apoio à paz e apoio a todos os processos que constituam legalmente os processos de sustentação democrática. Define uma tomada de nota positiva em relação às decisões do Conselho Nacional Eleitoral e repudia as violências, as mortes, os feridos, e também acrescenta no final um posicionamento no sentido de que haverá uma comissão para acompanhar… da Unasul para acompanhar as investigações sobre direitos humanos.

Jornalista: E em relação à recontagem que foi aprovada, presidente, o que a senhora acha?

Presidenta: Esta questão de tomar nota positiva sobre a decisão do Conselho Nacional Eleitoral.
Comentário do nosso Celso Arnaldo Araújo: “O Portal do Planalto anuncia uma “entrevista coletiva” da Dilma na Venezuela. Tecnicamente, como sabemos, uma “coletiva” não apenas pressupõe a presença de uma massa crítica de repórteres inquiridores como múltiplas perguntas e respostas, ou seja, também um coletivo de questões. Dilma, porém, subverte a praxe. Só duas perguntas – e uma resposta e meia. Esta, uma obra-prima do dilmês sorumbático. Aquela, o habitual amontoado de impropriedades de raciocínio. Falando muito, falando pouco, ela é um desastre nacional e internacional”.

19 de abril de 2013
Augusto Nunes, Veja

14 E 15 ANOS. MATARAM UMA IDOSA A PAULADAS E FERIRAM GRAVEMENTE SEU MARIDO. MANDEM OS DOIS "MENINOS" PARA A CASA DOS DESLUMBRADOS DO ECA!

 

Maioridade penal aos 16 anos? Não! Não é isso o que eu defendo, não! Posso condescender com ela porque é melhor isso do que o absurdo legal que temos, mas é claro que não é a melhor resposta. Não tem de haver idade nenhuma especificada em lei.
O juiz decide, segundo as circunstâncias de cada réu e de cada crime.
 
É o sensato. Mas é preciso decidir a partir de um determinado patamar de pena.
As penas sempre têm um caráter arbitrário. Não caem do céu. É uma decisão da sociedade, por intermédio de seus meios de representação.
Essa sociedade está contente com uma pena de três anos de reclusão para crimes hediondos? Ora… Vejam este pequeno texto publicado na Folha. Volto em seguida.
 
*
Dois adolescentes, de 14 e 15 anos, foram detidos na tarde de quinta-feira (18) após matar uma idosa de 70 anos durante um assalto. O crime aconteceu na última segunda-feira (15) na cidade de Cunha (231 km de SP).

De acordo com a polícia, os menores confessaram que mataram a idosa pois ela estava ao telefone quando a dupla invadiu o comércio da vítima. O marido dela, de 75 anos, foi agredido a pauladas pelos assaltantes.

Ainda segundo a polícia, o idoso foi abordado pela dupla quando fechava o estabelecimento, localizado na zona rural da cidade. A idosa foi ferida e morreu dentro do comércio.

Os dois adolescentes foram detidos em suas casas, nos bairros Estrada Velha e Várzea do Gouveia. Eles serão encaminhados para a Fundação Casa (antiga Febem).

Segundo os menores, a intenção deles era roubar o estabelecimento, mas a situação “fugiu do controle”. A polícia não divulgou se os adolescentes chegaram a roubar algo das vítimas.
 
Voltei

Então… Segundo o ECA, aquele texto legal que dá aos adolescentes o direito a um cadáver ao menos, essas duas flores ficarão “internadas” por três anos. Segundo entendi, mataram a mulher a pauladas e feriram gravemente seu marido.
 
Caso se estabeleça a maioridade penal aos 16 anos, esses dois estarão na rua daqui a pouco, com 17 e 18 anos respectivamente. “Ah, eles mataram porque o seu córtex pré-frontal ainda estava em formação…,” Sei. E isso os impede de saber a diferença entre a vida e a morte? Ora…
 
Pode-se considerar, claro!, que a culpa é do capitalismo. Fernando Haddad, “a nível de pensador coxinha do socialismo”, poderia dizer que as mortes só aconteceram porque, como escreveu num livro em defesa dos socialismo, “sob o capital, os vermes do passado, por vezes prenhes de falsas promessas, e os germes de um futuro que não vinga concorrem para convalidar o presente, enredado numa eterna reprodução ampliada de si mesmo, e que, ao se tornar finalmente onipresente, pretende arrogantemente anular a própria história.”
 
Assim, a idosa morta e o idoso espancado são apenas frutos desse impasse, entendem, provocado pelos “vermes do passado, prenhes de falsas promessas”. Nota à margem: qualquer um que recorra à expressão “vermes prenhes” é mesmo um rematado idiota intelectual. Fico imaginando como seria um nematódeo grávido… Há vigarices intelectuais que só prosperam no Brasil. Adiante.
 
Os deslumbrados que querem “proteger” essas pobres “crianças”, garantindo-lhes a impunidade, deveriam se oferecer para, ao cabo de três anos, ser seus orientadores morais, espirituais, pais adotivos mesmo. Já que querem impedir a sociedade de ser mais dura com eles porque, diz Marcelo Coelho, isso é só metáfora de fuzilamento, deveriam dar um exemplo pessoal e se oferecer para a tarefa de indicar a esses futuros anjos o caminho da luz.
 
Com que idade já é possível saber algumas diferenças básicas entre a vida e a morte? No próximo post.
 
19 de abril de 2013
Por Reinaldo Azevedo

SIGILO NO STJ PROTEGE JUÍZES E POLÍTICOS INVESTIGADOS PELA PRÁTICA DE CRIMES

Tribunal identifica processos somente com as iniciais; STF acabou com sigilos na semana passada


BRASÍLIA - Governadores, integrantes de tribunais de Justiça e de tribunais federais investigados pela prática de crimes têm os nomes protegidos pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Uma pesquisa feita nos últimos 200 inquéritos que chegaram à Corte desde 2011 revela que nenhum traz expresso o nome de quem está sob investigação.

Veja também:
Em alguns, somente as iniciais dos nomes são publicadas. Mas a maioria traz apenas a sigla E.A., que significa “em apuração”. A prática de blindar os investigados foi extinta no Supremo Tribunal Federal (STF).

A partir desta sexta, o Supremo passa a substituir as siglas que constam dos inquéritos pelos nomes dos investigados.

A ocultação dos nomes, protegidos por uma informação genérica, e o uso das iniciais tornam praticamente impossível saber quem está sob investigação no STJ. Por consequência, é igualmente impossível acompanhar a tramitação do inquérito.

Em alguns desses casos, conforme admitem reservadamente integrantes da Corte, até o estado de origem do processo é trocado pelo relator como forma de despiste. Em outros, os números dos processos que originaram os inquéritos são cortados para impedir o rastreio das informações.
Assessor de um dos ministros da Corte explica que a prática é estabelecida pelo próprio Superior Tribunal de Justiça. O relator não teria discricionariedade para tirar as siglas e colocar o nome por extenso do investigado.

O processo já é distribuído para os gabinetes dos ministros apenas com as iniciais do nome ou com a sigla E.A. A regra é aplicada mesmo para os processos que não tramitam em segredo de Justiça.

Código.

De acordo com a assessoria de imprensa do STJ, a prática estaria embasada no Código de Processo Penal (CPP). O artigo 20 do código estabelece que “a autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade”.
Os nomes dos investigados só são expressos no andamento dos casos se a denúncia oferecida pelo Ministério Público for aceita pelo tribunal e uma ação penal for aberta. Também de acordo com a assessoria do tribunal, não haveria nenhuma proposta para alterar esse procedimento.

Em 2010, o Estado revelou que o STF passara a colocar apenas as iniciais dos nomes dos investigados. A decisão partiu do então presidente do tribunal, Cezar Peluso. O processo chegava ao gabinete do ministro relator e este decidiria se tirava ou não essa blindagem. A maior parte dos ministros mantinha apenas as iniciais. Os ministros Celso de Mello e Marco Aurélio Mello eram exceções.

Na semana passada, em sessão administrativa, os ministros do STF decidiram voltar atrás e tirar a blindagem às autoridades investigadas. A partir de hoje, todos os inquéritos que tramitarem na Corte trarão por completo o nome do deputado, senador ou ministro de Estado investigado. Somente quando o caso estiver em segredo de Justiça o nome poderá ser omitido.

Os ministros Luiz Fux, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes foram contrários à publicação como regra do nome dos investigados. Eles argumentaram que o inquérito deveria ser distribuído apenas com as iniciais. Caberia ao relator analisar se a identidade do investigado deveria ser preservada ou se o nome poderia ser expresso no andamento do processo.

19 de abril de 2013
Felipe Recondo, de O Estado de S. Paulo

DIRCEU DIZ QUE RECORRERÁ AO TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL

Petista esteve no Piauí, onde conversará com partidários sobre a conjuntura política atual

 
TERESINA (PI) - Condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por corrupção ativa e formação de quadrilha no julgamento do mensalão, o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, afirmou nesta quinta-feira, ao desembarcar em Teresina, onde irá conversar com petistas sobre a conjuntura nacional, que vai recorrer da decisão do STF no Tribunal Internacional Penal, em San José da Costa Rica, e na Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA.

Em outra frente, Dirceu disse que seu advogado irá apresentar embargos ao Supremo dentro do prazo estipulado inicialmente pela Corte. Anteriormente o prazo era de cinco dias após a publicação do acórdão, mas o STF aumentou para 10 dias o prazo para a apresentação de recursos dos réus.

- O Supremo tomou uma decisão e nos dá cinco dias. A maioria dos ministros entendeu que os pleitos dos réus estava dentro da lei e era cabível. Vou para as cortes internacionais após os julgamentos e do transitado em julgado. Nós temos esse direito, o Brasil assinou a convenção que nós dá o direito da dupla jurisdição. Ninguém no Brasil pode ser condenado em uma instância só. Está na Constituição.

- O próprio tribunal, para me condenar, não levou em conta que a legislação exige um ato de ofício e invocou uma teoria, a teoria de domínio do fato, mas a teoria diz que é preciso prova, é preciso um fato e não há contra mim.
Eu vou recorrer porque há embargos declaratórios infringentes, porque tivemos quatro votos na condenação de formação de quadrilha, e também vou recorrer, depois do trânsito em julgado, na revisão criminal. E nós vamos bater às portas da Comissão (Corte) Internacional de Direitos Humanos e do Tribunal Internacional Penal de San José da Costa Rica - completou.

Segundo ele, o julgamento ainda não terminou:

- A história desse julgamento ainda não terminou. Ela tem que ser recontada, porque a tese principal foi a de que houve compra de votos dos parlamentares, mas não há provas. Não houve compra de votos dos parlamentares. Os recursos eram para a campanha eleitoral. A outra tese era de que houve crime de peculato e que foi desviado dinheiro de recursos públicos para a compra de votos. Nem foi desviado dinheiro público.

Ele contestou o entendimento da Corte sobre os desvios de recursos da Visanet:

- O dinheiro da Visanet não foi desviado. Existe comprovação de que esse não era dinheiro público. Se por acaso você deve à Visanet, sua dívida não vai para a dívida ativa da União.
Os recursos da Visanet são constituídos com os descontos do percentual de cada operação e do cartão de crédito.
O dinheiro foi depositado no Banco do Brasil para o pagamento da publicidade do Ourocard. O que houve foi o contrário, é o Banco do Brasil que entrega dinheiro para à Visanet. Esse é um erro grave e por isso tem que ser feito uma revisão criminal - sustentou.

José Dirceu afirmou que irá falar com os petista do Piauí sobre os 33 anos do PT, sobre o governo da presidente Dilma Rousseff e ainda analisar a conjuntura política atual. Como tem dito desde que o STF anunciou as condenações, Dirceu afirma que o julgamento foi político.

- O julgamento foi precedido de uma forte pressão da imprensa, que nos linchou não levando em consideração sequer a presunção de inocência. Portanto, foi um julgamento político de exceção - declarou José Dirceu.

José Dirceu disse que o julgamento foi um desdobramento do que foi chamado de mensalão. Em sua opinião, o mensalão foi uma tentativa de aprovação de impeachment do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

- Eles diziam que iriam sangrá-lo e derrotá-lo nas urnas em 2006. Não só não derrotaram como ele foi reeleito e a presidente foi eleita em 2010. Toda essa construção do que foi chamado de mensalão tinha como objetivo político inviabilizar o governo do presidente Lula, isso é evidente.

José Dirceu disse que, nos últimos meses, foram registradas três tentativas de ataque: a primeira teria sido a discussão sobre o apagão; as dificuldades financeiras da Petrobras; e, agora, a questão da inflação, do tomate.

- Era uma campanha, quase uma sabotagem econômica. Evidentemente não tinha base nenhuma na realidade que o país ia viver um apagão; depois veio o caso das dificuldades financeiras da Petrobras, diziam que a Petrobras foi destruída, que a Petrobras foi desmontada.
A campanha chega a ser ridícula porque a Petrobras está fazendo investimentos de R$ 97 bilhões este ano.

O ex-ministro disse que a presidente Dilma está sofrendo uma campanha de ataques da oposição. Ele diz que os preços dos alimentos caíram no atacado em janeiro, fevereiro e março.

- Os preços estão caindo, tanto que o Banco Central aumentou os juros em 0,25% mais por causa das expectativas que foram criadas e por causa de inflação inercial que nós temos.
A nossa economia está anexada e muitos setores, que são cartéis e monopólios, têm abusado dos preços, é preciso mais fiscalização, o governo tem que ter mais estoques reguladores, é preciso ter algum instrumento para equilibrar os preços dos alimentos porque nós tivemos uma seca nos Estados Unidos e no Brasil no ano passado.
Há uma pressão dos serviços porque a população aumentou sua renda e tem empregos. Mesmo nesses dois anos que crescemos pouco, nós criamos 3 milhões de empregos.

19 de abril de 2013
Efrém Ribeiro, Especial para O Globo

VERGONHA FEDERAL

Na capital do estado de Goiás, que nunca é demais esquecer é o estado onde está encravada a capital do Brasil, 29 moradores de rua foram assassinados nos últimos oito meses e dezenas desapareceram.


As mortes foram com muita violência: a tiros, a facadas, espancados até morrer. Durante oito meses. 240 dias. Num silêncio total sobre o assunto. Ninguém preso, nenhuma passeata, nem um deputado ocupando o plenário da Câmara para pedir socorro para aquela cidade dominada pela maldade.

E as autoridades constituídas deste país? Manifestaram-se?

Talvez porque a Comissão dos Direitos Humanos estivesse muito preocupada com os direitos de seu estrambótico presidente, não tivesse tempo para ver a agressão aos direitos à vida daqueles miseráveis ali perto, a 205 km da civilizadíssima Brasília.

Pelo menos até ontem quando a ministra dos Direitos Humanos, é de justiça que se diga, pediu à Procuradoria-Geral da República que a Polícia Federal assumisse a investigação desses crimes covardes.

“Diante da gravidade do quadro apresentado, comuniquei a decisão de que serão ajuizados os incidentes de deslocamento de competência como única maneira de que o estado, como um todo, não fique inerte diante de uma situação de imensa gravidade”, disse o procurador.

Mas o dr. Rangel explicou que para “deslocar a competência”, leva algum tempo. Os trâmites são demorados, ele precisa escrever os pedidos. Foram muitos crimes. Serão muitos pedidos.

“Não sei quanto tempo, mas é um assunto muito urgente e que demandará atuação urgente de todos os órgãos envolvidos”, completou o Procurador-Geral.




Uma pergunta: por que tantos moradores de rua na capital do estado de Goiás? O governador é tucano, o prefeito da cidade é petista. Não creio que interesse descobrir quem é o maior culpado. Em minha opinião, o que interessa mesmo é saber o seguinte: quais as providências que serão tomadas para que não haja mais moradores de rua em nossas cidades?

A presidente da República repete a ladainha do Lula: não há mais miseráveis no Brasil. Está tudo muito bem no quartel de Abrantes. Nada mais está como dantes...

E a Imprensa? A minha querida imprensa? Fez logo uma grita sobre o crime hediondo em Boston, reagiu contra a brutalidade em Caracas, mas sobre esses desgraçados em Goiânia, nada.

Será que o brasileiro não notou o que está acontecendo em sua terra? A crueldade entrou por todas as frestas que encontrou e quase que diariamente ouvimos falar de crimes bestiais.

Jovens morrendo, jovens matando. Homens e mulheres agindo como bestas-feras. Alunos socando professores. Colegas se espancando em sala de aula. A droga substituindo a família.

Não me cabe fazer análises dos motivos, do que levou a isso, só o que me ocorre dizer é que precisamos dar um basta nessa situação.

Chega de pensar em arrumar a casa para as visitas: precisamos arrumar a casa para nossos filhos e netos. Para nós.

19 de abril de 2013
Maria Helena RR de Sousa

A TURMA DO PUXADINHO


Em bases diárias, o governo anuncia um puxadinho, uma gambiarra, um jeitinho para arrumar alguma distorção criada por ele mesmo. A novidade agora é que todas as geradoras, mesmo as mais limpas, como solar e eólica, ou pequenas, como as PCHs, vão ter que pagar o custo do uso das térmicas, que usam energia fóssil. E essas térmicas ficarão ligadas durante todo o ano.

O governo baixou o preço da energia num evento político-eleitoreiro com direito a declaração em cadeia nacional de TV dirigida pelo marqueteiro de campanha. A presidente, na ocasião, acusou os que mostravam a contradição da medida como sendo “a turma do contra”. E reduziu o preço justamente quando o produto estava em falta, numa tentativa de revogação da lei da oferta e da procura.

Mas a redução do preço da energia começou a correr risco de ser anulada exatamente pelo uso das termelétricas a óleo diesel, óleo combustível, carvão e gás, para complementar a de fonte hídrica. Elas são mais caras e elevariam o preço da energia, que acabara de ser reduzida.

O Conselho Nacional de Política Energética (CNPL) baixou uma resolução determinando que o custo dessa energia mais cara seja rateada entre todos os agentes do mercado, via Encargo de Serviço do Sistema (ESS). Isso inclui os geradores, sejam de que fonte forem, que pagarão, pelo cálculo das empresas, metade do custo da geração termelétrica de origem fóssil. É uma contradição econômica e ambiental.

O uso das térmicas impediu que houvesse apagão porque o país entrou no período das chuvas com água abaixo do nível de segurança nos reservatórios. Mesmo tendo sido um verão chuvoso — e inclusive no final de março e começo de abril choveu acima da média — os reservatórios permanecem com um nível bem abaixo do que nos últimos dez anos. Os do Sudeste estavam, ontem, 60% cheios, mesmo com o uso das térmicas. Em março do ano passado, estavam 78% cheios.

Para enfrentar isso é preciso aumentar o investimento em geração, mas esse novo item de custo faz com que as empresas tenham mais uma fonte de incerteza quando forem calcular o preço da energia. Sempre que forem despachadas as térmicas, o custo extra terá que ser pago por todas as geradoras. A ideia de proteger o consumidor do aumento do preço terá vida curta. No longo prazo, as empresas vão repassar isso na conta de luz.

A queda do preço da energia foi anunciada com dois objetivos. O mais óbvio: eleitoral. O segundo, uma forma de reduzir a inflação. Os dois objetivos poderiam não ser atingidos se o custo real de produzir a energia térmica durante todo o ano de 2013 — que é a previsão, pelo baixo nível dos reservatórios — fosse transferido para o consumidor.

A questão é quanto custa o artificialismo econômico? O Brasil fez um enorme trabalho em reduzir subsídios cruzados exatamente para tornar mais transparente os custos e os preços. Agora, faz o oposto. E pior: energia limpa terá que sustentar energia suja.

O relatório anual da Abeeólica sobre 2012 diz que a geração eólica economizou R$ 1,6 bilhão em Encargos por Razão de Segurança Energética. Só em dezembro, foram R$ 500 milhões. Com os parques eólicos em funcionamento, foi possível usar menos as usinas térmicas. Ainda assim, agora eles pagarão parte da conta.

As associações de empresas do setor já contrataram advogado para entrar na Justiça contra essa resolução que cria um custo não contabilizado para as empresas. Inclusive as empresas geradoras que não estavam com seus contratos vencendo e não entraram em conflito com o governo na última alteração de regras, pela MP 579, estão hoje decididas a lutar contra a resolução nº 3 do Conselho Nacional de Política Energética.

Um empresário do setor disse que ele considera que isso é um “confisco de receita” e não entende como pode acontecer através de uma portaria de um órgão cujo nome é “conselho”. Tudo isso, claro, aumenta o risco regulatório.

Diariamente, o governo cria uma regra aqui para consertar uma coisa que ele mesmo desalinhou. Foi assim com o preço da energia.

19 de abril de 2013
Miriam Leitão, O Globo

OS CAMINHOS INCERTOS DE TECNOLOGIAS SEM LIMITES

Que será do mundo com o avanço exponencial da informática e da robótica tomando de assalto todas as áreas, da comunicação à política, em todos os países, da economia e das finanças à guerra entre nações?
Como será esse mundo em que a imensa maioria das pessoas estará conectada, por computadores ou telefones, às redes de comunicação, com notícias em tempo real, possibilidade de interferir na política de seu país?
Que mundo será esse amanhã, quando hoje, segundo o secretário-geral adjunto da ONU, Jan Eliasson, já existem 6 bilhões de telefones celulares, enquanto apenas 4,5 bilhões dos 7 bilhões de habitantes do planeta dispõem de instalações sanitárias em suas casas?

Há poucos dias, entraram em vigor no Brasil as primeiras leis que tratam de “crimes cibernéticos”, contra condutas ilícitas mediante uso de sistemas eletrônicos, digitalizados ou similares, assim como invasão de computadores, roubo de senhas e/ou arquivos conectados ou não a redes de computadores.

As penas são até brandas – vão de seis meses a dois anos –, quando se lê todos os dias que essas condutas ilícitas já estão até no campo da guerra. A robótica militar, como é chamada, já tem sob controle milhares de aviões não tripulados de dezenas de países (Estado de S.Paulo, 15/3) – os chamados drones, capazes, em futuro próximo, até de decidir com autonomia onde e como atacar (21/3). Funcionários da inteligência do governo norte-americano admitem mesmo que o país “está se preparando para uma contraofensiva cibernética”.

O chamado cibercomando das Forças Armadas dos EUA tem 13 equipes de programadores e especialistas em computação – por entenderem que está nesse campo a “maior ameaça imediata aos EUA” (14/3), pois seus serviços de espionagem já detectaram invasões da rede de computadores do governo. O presidente Barack Obama chegou a acusar a China de patrocinar recentes ciberataques a empresas e bancos dos EUA. E a Coreia do Norte acusou os EUA de “sabotar” seus serviços de internet (Reuters, 18/3).

Revolução em processo

Fora do campo político-militar, as questões não são menos graves ou complexas. No Brasil, por exemplo, 28 milhões de pessoas foram vítimas no ano passado de algum tipo de crime pela internet (revista Problemas Brasileiros, março/abril). A cada segundo, 18 pessoas são vítimas no mundo, 1,5 milhão a cada dia – e isso inclui estelionatos, fraudes financeiras, difamações, calúnias, apropriação de dados pessoais, etc. Segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), só no ano passado as perdas bancárias no País atingiram R$ 1,4 bilhão.

O volume de informações que circula na internet é brutal, estimado pela IBM em 2,5 quintilhões de bytes de dados por dia, o equivalente a 450 bibliotecas do Congresso norte-americano a cada 24 horas, segundo Hélio Schwartsman (Folha de S.Paulo, 10/3). No Brasil já são 53,5 milhões de usuários da internet. Em cada um dos pontos, a média diária de uso é de quase dez horas e meia. Em cinco favelas do Rio de Janeiro, outro levantamento indicou que mais de 80% dos habitantes têm acesso a esse meio de informação.

Tudo isso quererá dizer que há mais possibilidade de participação na vida política e nas decisões? Não necessariamente. Pode depender da qualidade da informação e até da repressão. “Não estamos vivendo o mundo de 1984 de Orwell, mas também não estamos vivendo no mundo de harmonia e consenso cientificamente sancionado”, diz James Rule em The New York Times, citado no Estado de S.Paulo (24/3). Significará mais segurança? Pouco provável, pois até as gigantes do setor já recorrem a “arquivos nas nuvens”, desligados dos computadores físicos, para se livrarem de ataques.

Há pequenos avanços, até por aqui: 2 milhões de eleitores assinaram a petição que deu origem à Lei da Ficha Limpa; 1,6 milhão assinaram documento contra a ascensão de Renan Calheiros à presidência do Senado; algumas centenas de milhares apuseram sua assinatura contra a escolha do deputado Marco Feliciano (11/3) para presidir Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara.

Mesmo quando adesões são maciças, entretanto, os resultados são incertos: basta ver que várias das revoluções no mundo árabe que levaram à deposição de antigas ditaduras – como no Egito ou na Líbia – passado algum tempo se mostram quase inócuas, com os mesmos problemas presentes nas administrações a que sucederam. E assim pode ser também em outras nações, onde os movimentos políticos são incipientes ou desorganizados, apesar da forte participação na internet.

Alguns governos, porém, como o da Arábia Saudita, estão contratando organizações para controlar serviços como o Skype e mensagens escritas na internet. Parece claro, entretanto, que há uma revolução em processo na informação e que os “Estados coexistem em um mundo onde autoridades não têm mais o mesmo poder de controle que tinham no passado”, como diz Joseph Nye, do Project Syndicate (15/2).

Informação controlada

Quando há guerras iminentes ou possíveis os problemas se agravam. A Coreia do Sul, por exemplo, está acusando sua vizinha do Norte de haver paralisado seus sistemas de informática, emissoras de TV e dois dos maiores bancos de dados (12/3). E com guerra ou sem guerra, as empresas transnacionais da comunicação vivem “profunda crise”, como observou há poucas semanas Ignacio Ramonet, ex-comandante da redação de Le Monde.

São rumos incertos, preocupantes – até mesmo porque ninguém consegue prognosticar os próximos estágios.
Porém pode ser complicada a trajetória que não avaliamos no todo quando optamos por um mundo de tecnologias sem fronteiras e sem limites. Não se trata de ser “contra o progresso”. Nem de manter a informação controlada apenas por uma “elite”.

Mas vem a tentação de citar o pensamento do filósofo, físico e matemático René Descartes, citado por Jorge Luis Borges (O Livro dos Seres Imaginários, 2007):

“Os macacos poderiam falar, se quisessem; mas resolveram guardar silêncio para não serem obrigados a trabalhar”.

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19 de abril de 2013
Washington Novaes é jornalista
Reproduzido do Estado de S.Paulo

A TECNOLOGIA É CÓSMICA

ENTREVISTA / KEVIN KELLY 


Há 20 anos, Kevin Kelly fundou uma publicação que traduziu como poucas o espírito de seu tempo: a Wired, cultuada revista que desde então mostra como a inovação e o desenvolvimento tecnológico afetam – ou afetarão – a cultura, a economia e a política.
Duas décadas depois, Kelly não é mais o editor-chefe da revista que ajudou a criar, mas ainda busca compreender as transformações na sociedade como poucos.

“Para Onde Nos Leva a Tecnologia?” (editora Bookman), livro que acaba de ser lançado no Brasil, sintetiza o que apreendeu nesse percurso. Ao responder ao título do livro, o autor associa a história da tecnologia à evolução biológica, como se ela fosse um organismo vivo.

Na entrevista a seguir, concedida por telefone de sua casa na cidade Pacífica, na costa da Califórnia, Kelly diz que assim como não conseguimos controlar a natureza, o mesmo ocorre com a tecnologia “porque em suas entranhas ela é um animal selvagem”.

Um dos mais respeitados especialistas do Vale do Silício e autor do best-seller “Novas Regras para uma Nova Economia” (1999) argumenta a favor da expansão tecnológica, mesmo com seus efeitos colaterais, como o aquecimento global. Para o cristão e confesso admirador de Jesus Cristo e Mahatma Gandhi, a tecnologia é uma testemunha da divindade.

Por que resolveu comparar a tecnologia à evolução da biologia?

Kevin Kelly – O grau de complexidade da vida se assemelha em muito com o da tecnologia. A internet – uma tecnologia bastante avançada-se comporta como um sistema imunológico, ao filtrar e descartar vírus como se fossem células doentes. Nós usamos a evolução artificial para criar novos medicamentos, gerando mutações aleatórias e permitindo que haja réplicas e melhorias. Os cérebros artificiais inteligentes dos robôs usam os mesmos princípios das redes neurais dos cérebros de seres humanos. A tecnologia se torna cada vez mais complexa, quase tão complexa como a natureza biológica e assim devemos usar essa mesma lógica para entendê-la e gerenciá-la.

O senhor afirma que a tecnologia nos torna mais humanos. Como isso ocorre?

K.K. – De fato, a tecnologia faz isso. Com ela, nossos cérebros foram capazes de criar as leis, a ética, marcas importantes da humanidade. Acredito que de muitas maneiras a tecnologia nos tornou seres mais sociáveis ao longo dos anos. Ela nos tornou humanos melhores, porque expandiu a nossa empatia para além dos círculos familiares, das tribos, das cercanias de um Estado, uma nação. Ela também fez extrapolar os conceitos de raça e espécie porque nos interconectou.

“A tecnologia expandiu a empatia do homem para além dos círculos familiares, das tribos, das cercanias de um Estado, uma nação”

O senhor criou o termo “técnio” para explicar uma nova noção de tecnologia que remonta à origem da vida. O que exatamente é “técnio”?

K.K. – Estamos todos cercados por tecnologia. “Técnio” é um sistema que reúne todas as coisas, de uma colher, a uma lâmpada a um sistema elétrico de um carro. Hoje ninguém consegue construir sozinho uma lâmpada, porque isso requer várias tecnologias e cada uma dessas subtecnologias está submetida a outras tantas. É necessário um serrote para fazer um martelo e um martelo para fazer um serrote. Esses sistemas coexistentes e dependentes entre si é o que chamo de “técnio”. É uma rede de escala interplanetária em que todas as tecnologias trabalham juntas. Sabemos que uma lâmpada isolada não tem vida, mas o “técnio” como um sistema exibe um comportamento de um ser vivo.

O senhor diz que a tecnologia é uma extensão da mente humana e a compara à rede do cérebro humano. Isso significa que quanto maior conhecimento sobre a capacidade de nosso cérebro, então maior a amplitude dos instrumentos tecnológicos?

K.K. – De muitas maneiras a tecnologia se assemelha ao cérebro humano, e nesse sentido, assim como nosso cérebro pode ter uma capacidade infinita em ser desvendado o mesmo ocorre com a tecnologia. E a expansão da inteligência artificial pode nos ajudar a expandir ainda mais nossas mentes.

A natureza é algo que não controlamos. Com a tecnologia se passa o mesmo?

K.K. – Não podemos controlar completamente a natureza. Os vírus e as bactérias podem nos matar e não conseguimos evitar as pestes em nossas plantações. Porém, tentamos estancar esses fenômenos. Podemos chegar a um ponto de um controle suficiente para alcançarmos nossas realizações. Ou seja, nos utilizamos das vacinas, dos pesticidas, da esterilização para continuarmos a viver. É um semicontrole e o mesmo ocorre com a tecnologia. Não podemos controlá-la completamente, mas o suficiente para fazermos bom uso dela. Nós domesticamos a tecnologia, mesmo que em suas entranhas ela permaneça um animal selvagem.

E isso não parece assustador ao senhor?

K.K. – Se não tememos a natureza, porque deveríamos ter medo da tecnologia? Em algumas situações, não teremos mesmo o controle dela, e isso talvez faça com que a possamos ver como algo desafiador. O que precisamos entender é que assim como a natureza tem a capacidade de nos restaurar, a tecnologia pode fazer o mesmo por nós.

Na China, os governantes controlam os canais de comunicação e seus aparatos tecnológicos, como a internet. Até quando isso irá durar?

K.K. – Não deve durar muito tempo. Ao menos, se a China quiser crescer economicamente e se tornar uma nação rica. Quanto maior a abertura do país, maior a liberdade de expressão e maiores as escolhas e possibilidades e chances de progressão. Os chineses hoje pressionam seus governantes e eles deverão suspender a censura por razões econômicas.
 
O senhor aponta apenas as benfeitorias da tecnologia. Mas o que dizer de seus efeitos colaterais como o aquecimento global?
 
K.K. – A cada surgimento de inovação aparecem problemas, como poluição, altas temperaturas, engarrafamentos, falta de estacionamentos nas cidades. A tecnologia deve ser usada para solucionar essas questões. Ou seja, se o problema é causado pela gasolina, que se invente outro combustível, outra fonte de energia.
 
Ao longo da história da humanidade, alguns grandes inventores acreditavam que suas criações seriam benéficas à paz, como Alfred Nobel, que inventou o dinamite, e Orville Wright, com a criação do aeroplano. Como o senhor vê o avanço de algumas tecnologias polêmicas, como os clones humanos ou o avião não tripulado drone usado nas guerras?
 
K.K. – A questão é como se preparar para as coisas inevitáveis. Não devemos proibi-las, mas ajustar nossas instituições a elas. Sempre teremos problemas e precisamos identificá-los, mas não podemos parar a tecnologia. Hoje existe um debate em torno do uso do drone. As pessoas precisarão aceitá-lo. Quanto à clonagem humana, ela já existe de uma forma natural, porque temos os nascimentos de irmãos gêmeos. Talvez ela venha como uma oportunidade, inclusive para aqueles que perdem filhos. Em todo caso, acredito que as réplicas dos humanos serão robôs e não clones que irão nos auxiliar na vida cotidiana.
 
“O que vivemos é um processo diferente da revolução industrial, portanto a maior parte das modificações não será física”
 
Como podemos “ouvir” a tecnologia, como o senhor costuma dizer, e entender o caminho que ela seguirá?
 
K.K. – É preciso fazer previsões. E isso se faz da seguinte forma: precisamos observar como as pessoas fazem uso dos produtos e não o contrário, dizendo a elas como deveriam usá-los. Imagine também que não haja regulamentos: para onde então a tecnologia seguiria? E qual a lógica que existe por trás do crescimento tecnológico atual? Ao respondermos estas questões conseguiremos prever o futuro da tecnologia.
 
Então, para a onde a tecnologia nos levará nos próximos cem anos?
 
K.K. – O que vivemos é um processo diferente da revolução industrial, portanto a maior parte das modificações não será física. Cidades no Brasil e em outras partes do mundo permanecerão de forma parecida ao que são hoje, com talvez alguns prédios a mais, mas perfeitamente reconhecíveis. A maioria das mudanças será intangível, na maneira como nos vemos, como trabalhamos, como gastamos nosso tempo, como nos relacionamos. Continuarão haver avanços na medicina e na psicologia, mas sempre tudo relacionado a coisas não materiais.
 
Como podermos estar todos conectados, como propõe, se a tecnologia não é acessível a todas as populações?
 
K.K. – A tecnologia está em todos os lugares. A maior parte é antiga, e não nova, como concreto, canos, estradas. E para aqueles que não têm computador ainda, vale lembrar que um celular deverá em breve custar cerca de US$ 5,00. Portanto se uma pessoa pode pagar por um par de chinelos, certamente poderá comprar um celular. Na verdade, o que espero é que os governos finalmente entendam que o acesso às conexões da internet seja tão essencial na vida de um cidadão, quanto o acesso à educação, à água, à saúde e, portanto, deveriam até subsidiar um mínimo de US$ 5,00 para todos usarem a rede.
 
Parece que nunca estamos satisfeitos com os objetos tecnológicos, porque quanto mais temos, mais queremos. Como foi sua experiência ao se afastar da tecnologia em comunidades amish e asiáticas?
 
K.K. – Admito que a tecnologia esteja sempre ligada ao supérfluo, aos objetos de luxo, como aparelhos de ar-condicionado. Há alguns anos, poucos podiam comprar esse tipo de aparelho. Hoje, ele se tornou essencial em muitas edificações. O mesmo ocorreu com o e-mail. Alguém hoje consegue ficar sem ele? Conheci algumas comunidades na Ásia que vivem com pouquíssimos objetos tecnológicos e são felizes. Porém, eles estão perdendo oportunidades e possibilidades de crescer em suas vidas.
 
Em que medida a maneira como o senhor descreve a tecnologia, falando até em Deus em seus escritos, está relacionada às suas vivências como cristão?
 
K.K. – Tecnologia não é algo místico, mas cósmico. Ela está no centro das coisas e não pode ser separada do universo. Nós precisamos identificar nossas origens e a tecnologia não é uma invenção humana. Tivemos a Grande Explosão e estamos cercados por bilhões, milhões, zilhões de galáxias e planetas em outras dimensões, onde provavelmente deve haver vida.

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19 de abril de 2013
Kátia Mello, para o Valor Econômico  (em 16/04/2013)