"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 18 de julho de 2012

LULA PRESSIONA BLATTER PARA ATRASAR COPA PARA 2015


Lula pressiona Blatter para atrasar Copa para 2015
Lula se encontrou com José Maria Marín, presidente da CBF, para negociar uma vaga no meio de campo da

ITAQUERÃO - Animado com a repercussão de suas habilidades políticas, o ex-presidente Lula se reuniu com Joseph Blatter, presidente da FIFA, no escritório do cartola Andrés Sánchez. "Pelo ritmo das obras da Dilma parece uma temeridade insistir em realizar a Copa em 2014", argumentou Lula. "Melhor deixar para 2015, depois das eleições", disse. E a seguir completou: "O Mano Menezes está despreparado".

Perplexo com as insinuações, Blatter fez beicinho e ameaçou tirar dois títulos mundiais da seleção brasileira. Sem se intimidar, Lula garantiu ter controle político da FIFA, do COI, da NBA e do IV Torneio de Sinuca de São Bernardo. "Você, companheiro Blatter, precisava ir bater uma sinuquinha com nós lá no boteco do Renan", disse o presidente.
A seguir perguntou, pegando o interlocutor de surpresa: "Que time é teu?". Blatter não entendeu a pergunta. Mostrou-se indignado e caprichou no português: "Bateu na trave e entrou no seu".
Andrés Sánchez confirmou o encontro de Lula e Blatter, mas disse que só entendeu a última parte da conversa. Depois negou que o papo tenha descambado para a Copa do Mundo. "Não deu tempo, ficamos falando sobre as Libertadores conquistadas pelo Corinthians", argumentou o cartola.

18 de julho de 2012
The i-Piaui Herald

POPULAÇÃO REZA PARA QUE GALVÃO BUENO ENTRE EM GREVE


População reza para que Galvão Bueno entre em greve
Ex-BBBs, ex-dançarinas do Faustão e ex-Panicats também aderiram à greve e permanecerão vestidos até o final do ano

APARECIDA DO NORTE – Moradores desta cidade foram surpreendidos hoje com a quantidade de romeiros que se dirigiam à catedral com o propósito de pedir a Nossa Senhora que intercedesse junto ao Misericordioso para evitar que Galvão Bueno fosse às Olimpíadas. “Nem quando o Santo Papa nos visitou as artérias da cidade ficaram tão entupidas de peregrinos”, disse Moisés Jandelli, vendedor de suvenires, logo antes de ser informado do propósito dos peregrinos e se juntar à multidão aos gritos de “Santo Pai, intercedei por nós”.

A multidão pedirá ao Senhor que instile em Galvão Bueno o espírito grevista que hoje anima professores universitários, funcionários do IBGE e funcionários da Eletrobras. “Se eles podem parar, por que Galvão também não pode?”, perguntou um esperançoso fiel.

O movimento causou espécie pelo fato de reunir uma multidão sincrética de católicos, luteranos, calvinistas, evangélicos, amish, budistas, hare krishnas, umbandistas, bispos da TV Record e ateus. O zoólogo e evolucionista britânico Richard Dawkins, conhecido por seu combate implacável à religião, foi um dos que se ajoelhou diante da Virgem para pedir a graça de uma Olimpíada, segundo ele, “Galvãoless”. “Estamos diante de um caso extremo. Às favas minhas convicções”, declarou, persignando-se com água benta.

No Rio de Janeiro, romeiros caminharam de joelhos pela pista de atletismo do Engenhão em mortificação do corpo para libertar o esporte do ufanismo histérico. Em São Paulo, vigílias estão sendo realizadas em frente ao Pacaembu. "Conhecimento, paciência e autocontrole têm limite!", desabafou Dalai Lama.

Dilma, Aécio Neves, Demóstenes, Sarney, Carminha, Nina, Paulo Henrique Amorim e Reinaldo Azevedo se congraçaram em torno do objetivo comum da greve ampla, geral, irrestrita e imediata de Galvão. José Serra se colocou à disposição para assinar um manifesto contra Luciano do Valle. Ao ser informado que o narrador não trabalhava mais na Globo, demonstrou surpresa: "Ué, mudou?".

Procurado pela reportagem, Galvão disse que está passando por "mais um teste para cardíaco, amigo". Em seguida, virou para o lado e perguntou: "Pode isso, Arnaldo?"


18 de julho de 2012
The i-Piaui Herald

RITOS & RITUAIS

Perece demais para uma única segunda-feira.
Primeiro de manhã cedo leio que o pseudo-morubixaba Evo Morales celebrará um ritual dedicado ao fim do fim do capitalismo e da Coca-Cola, e o início de uma nova era.
No dia 21 de dezembro na Ilha do Sol, localizada no lago Titicaca, entre a Bolívia e o Peru.
O ministro das Relações Exteriores da Bolívia, David Choquehuanca, alega que a data marca o fim do calendário maia, mas não o fim do mundo. Para ele, a data simboliza o fim do egoísmo e da divisão. O governo boliviano anunciou a celebração uma semana depois de o índio cocaleiro Evo Morales ter sido criticado por indígenas da Amazônia.


Pela hora do almoço leio uma entrevista de Dona Rosane Collor ao Fantástico, em que esta confirma as missas negras (satânicas) praticadas pelo se ex-marido, Fernando Collor, nos porões da Casa da Dinda, já citadas pelo finado Pedro Collor no livro que desencadeou o impeachment. (Veja o vídeo e a íntegra da entrevista – Rosane Collor revela que ex-presidente)

Só posso imaginar Gabriel Garcia Marques dando gargalhadas e o fantasma de Jorge Amado também. Talvez Obama esteja neste momento cogitando um contrato de prestação de serviços com algum sacerdote de Santeria ou Monsieur Samedi (*)em Nova Orleans.
Pelo sim pelo não estou preparando um ritual para neutralizar as ações de Evo Morales.
Vamos construir um altar sob um par de arcos dourados da MacDonald queimaremos dois MacCheddar como sacrifício de sangue e Proteina Texturizada Vegetal e depois massacraremos um boneco representando Evo Morales com porretes de garrafas de Coca-Cola dois litros congeladas.

Ao mesmo tempo invocaremos o Curupira e o Saci Pererê para vingarem o ataque aos cacauais brasileiros com a sabotagem por vassoura de bruxa, jogando dioxido de ferro (ferrugem) sobre papelotes de cocaína.

Posso assegurar que em uma semana um avião da Força Aérea Boliviana cairá sobre Evo Morales matando-o e as plantações de coca da Bolívia serão dizimadas por um misterioso fungo cor de ferrugem.

Não só isto, mas adicionando fios de barba de bode no sacrifício de MacCheddars, todos os políticos barbudos do Brasil tentarão invadir a Florida nos Estados Unidos partindo a nado de Cuba. Os tubarões se encarregarão deles.

Nunca se deve menosprezar o perigo que representa uma agressão à Coca-Cola e ao MacDonald.

(*) Fotomontagem: Vestido para o rito do fim do capitalismo e Collor que lhe manda a maldição Vodu

Ralph J. Hofmann
18 de julho de 2012

(*) Santeria – Vodu cubano / Monsieur Samnedi – Vodu da Luisiana

A FALÊNCIA DOS IDEAIS

A primeira colônia de idealistas estabelecida nas Américas que efetivamente prosperou foi baseada nos “Pilgrims”(peregrinos) do barco Mayflower e das sucessivas levas que vieram ter à região de Plymouth em Massachussetts.



Entenda-se houve outras colônias anteriores inclusive uma colônia onde hoje é Jamestown chamada de “colônia perdida”, pois praticamente desapareceu entre uma visita de navios de abastecimento e outra.

Eram colônias de aventureiros, muito no estilo das capitanias. Uma companhia obtinha uma escritura da coroa e criava uma feitoria em que essencialmente os colonos eram ou aventureiros que compravam quotas ou eram empregados da companhia que após certo número de anos recebiam alguma propriedade.

Mas os colonos do Mayflower eram dissidentes religiosos procurando um lugar onde pudessem se expressar. Eram os primeiros europeus na América do Norte que vinham para construir uma sociedade baseada em ideais.
Para tanto estabeleceram que todo os bens e haveres eram propriedade comum. O resultado do trabalho entraria no patrimônio comum da comunidade e cada qual receberia o mesmo quinhão.
Isto até funcionou no primeiro e segundo anos em que havia uma necessidade de defesa mútua um esforço conjunto contra intempéries contra a fome e aprender a produzir na nova terra, e até mesmo para juntar pagamentos de empréstimos que haviam sido feitos para financiar a vinda da Europa para a América.

Contudo à medida que se criava ma rotina de procedimentos e providências que precisavam ser tomadas regularmente surgiu a consciência de que alguns trabalhavam mais ou com melhores resultados que outros. Os mais ativos acabavam sendo os mantenedores dos preguiçosos e dos incompetentes.

Pouco a pouco a comissão que dirigia a comunidade começou a perceber que as colheitas diminuíam, que o rebanho de animais domésticos estabilizava e reduzia. Ao procurarem o motivo desse fenômeno constataram que os mais ativos membros da colônia já não colocavam seu esforço extra e criatividade a serviço da comunidade.

Com isto chegava a haver risco de desabastecimento nos invernos rigorosos pois os paióis não tinham mais suficientes suprimentos para agüentar o ano inteiro.

Felizmente era ainda uma comunidade de poucas centenas de pessoas. Foi relativamente fácil mudar as regras do jogo. De um momento para outro convencionou-se que cada um teria a posse da terra em que estava trabalhando e teria para negociar aquilo que colhesse, caçasse, criasse, tecesse ou elaborasse de alguma forma. Com isto a produção voltou a crescer e agora vertiginosamente.

Foi o fim de uma experiência coletivista, que durou aproximadamente de 1620 a 1628. Também foi a fundação da famosa ética de trabalho da população dos estados conhecidos como a Nova Inglaterra.
Todos nós sabemos o que aconteceu com experiências coletivistas nos 390 anos que se seguiram com ressalvas para o sistema dos kibutz em Israel mesmo que os jovens tendam a sair das comunidades sem que isto represente uma vergonha ou motivo de crítica pois o sistema é totalmente voluntário.

E aí está a chave da questão. Vida comunista não é coisa que possa ser imposta nem é para qualquer um. Deveria ser uma opção individual, para pessoas que preferem viver numa sociedade dirigida. Não para um país ou povo inteiro.

Ralph J. Hofmann
18 de julho de 2012

(*) Ilustração: O desembarque em Plymuth, dos Peregrinos chegados no Mayflower.

AGRAVAMENTO DA SITUAÇÃO NA SÍRIA FAZ OBAMA E PUTIN COMEÇAREM A SE ENTENDER

As agências internacionais informam que os Estados Unidos e a Rússia começam a se entender sobre a questão da Síria. Mas há rumores de que ainda há divergências sobre os meios para pôr fim ao conflito na Síria.

O presidente russo, Vladimir Putin, e seu colega americano, Barack Obama, nesta quarta-feira conversaram por telefone, informou o Kremlin, citado pela agência Ria Novosti.

“Na conversa, houve concordâncias sobre a análise da situação na Síria e a necessidade de uma solução. Mas, ao mesmo tempo, persistem as divergências sobre a maneira concreta de conseguir uma solução”, afirmou o porta-voz de Putin, Dmitri Peskov, citado pela agência.

A informação é positiva, porque o simples fato de Putin e Obama estarem discutindo a questão pessoalmente já demonstra que está havendo avanços nas negociações.

Carlos Newton

GOVERNO NUNCA TEVE UM PLANO "B" PARA A JUSTIÇA DO TRABALHO

O governo federal não possui um plano “B” para socorrer a Justiça do Trabalho no caso de um trauma administrativo e jurídico, caso ocorra uma avalanche de ações trabalhistas num período mesmo a curto-prazo, e até mesmo para solucionar o atual entrave de milhões de ações.

Uma das soluções (plano “B”) seria a convocação extraordinária de advogados com formação, postura jurídica e ilibada reputação, para compor os tribunais no auxílio às Turmas, e até mesmo a montagem de Varas Provisórias para solucionar processos de pouca complexidade, acordos, conciliação, mediação e arbitragem. O modelo já tem o precedente dos tribunais de arbitragem esportiva e na própria justiça estatal eleitoral.

Setores que pesquisam a desenvoltura da Justiça Trabalhista estão repetidamente alertando sobre o risco da ausência de um planejamento a altura das reais necessidades. Quando falamos das terceirizações, por exemplo, convém lembrar que a responsabilidade subsidiária da Administração Pública por encargos trabalhistas não pagos por prestadoras de serviços, segundo a Coordenadoria de Recursos do Tribunal Superior do Trabalho, é o tema com maior número de processos sobrestados na vice-presidência do TST, que encerrou o primeiro semestre com 13.059 recursos extraordinários paralisados à espera de que o Supremo Tribunal Federal decida um caso-paradigma que, por ter repercussão geral reconhecida, que servirá de fundamento para as demais decisões sobre a matéria.

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PROCESSOS PARADOS

Estão sobrestados no TST 36.166 recursos extraordinários – nos quais uma das partes pretende que o caso seja examinado pelo Supremo por considerar que se trata de matéria constitucional.
Comparando-se à atualização monetária do valor da sentença em primeira instância com o valor da atualização de uma cesta de produtos e serviços, comprova-se que uma ação sem solução definitiva (liquidada) logo no inicio do processo, traz prejuízo ao trabalhador.

Eu não tenho a menor dúvida que este modelo de judiciário laboral é uma dádiva para seus integrantes, não apenas pelos altos salários, mas também pelo status de juiz federal concebido a toga laboral, quando deveriam operar tão somente como auditores, a exemplo do que ocorre na fiscalização pública.

LULA NÃO ENGANOU GOLBERY. MUITO PELO CONTRÁRIO

Não sei aonde querem chegar com essa história de Golbery ter se deixado enganar por Lula. Se Lula em 1968 estudou na IDESIL (no Estado do Illinois) e em 1972/73 fez Curso de Sindicalismo na Johns Hopkins University (no Estado de Maryland, nos EUA), quando para estudar fora do Brasil só com ordem tácita ou oficial dos militares, quem pode achar que Lula nada sabia?

Será que, conhecendo profissionalmente bem os militares, alguém acha que eles eram burros? Podiam matar, torturar, prender, asilar, mas burros eles não eram. A prova foi infiltrarem agentes em todos os movimentos contrários. Agentes (muitas vezes, cooptados) foram despachados para o Chile, Argélia, França, Portugal, Argentina, Uruguai, Paraguai e mais e mais. Todos os movimentos tinham um traidor.

No PDT foi infiltrada muita gente por Golbery para desestabilizar Brizola, isso é sabido por todos no partido. Vocês acham que a abertura Lenta, Gradual e Segura, engendrada por Golbery e Geisel, foi uma brincadeirinha? Na verdade, estamos em sua última fase: primeiro foi a Lenta, depois a Gradual, e agora veio a Segura. É a que estamos vivendo.

A Comissão da Verdade é o final desse drama que infelicitou por 21 anos o povo brasileiro. E é um FINAL SEGURO para os que mataram, torturaram, prenderam e BARBARIZARAM. Será que não se consegue entender isso?

Os militares e Lula enganaram muita gente: Só não enganaram Brizola, que identificou no PT o DNA udenista e disse: “O PT é a UDN de macacão e tamancos” (sem o brilho que devemos reconhecer). Brizola não estigmatizou o PT, apenas alertou a militância trabalhista do PDT, dizendo quem eram nossos verdadeiros inimigos.

A verdade está aí na cara de todos. O PT está engolindo os pequenos partidos como uma sucuri engole uma capivara. Seu prato predileto é o PDT, que está sendo engolido e não se apercebeu. Lula não é essa criança inocente que muitos imaginam. Se Lula cruzar com uma surucucu, quem sai envenenado é a surucucu. Com Lula nada acontece, suas costas ainda são larguíssimas.

QUANDO A VIDA DRIBLA A MORTE

“Vós, brasileiros, a quem eu considero os vencedores do Campeonato Mundial. Vós, jogadores, que a menos de poucas horas sereis aclamados campeões por milhões de compatriotas. Vós, que não possuís rivais em todo o hemisfério. Vós, que superais qualquer outro competidor. Vós, que eu já saúdo como vencedores ! Cumpri minha promessa construindo esse estádio. Agora, façam o seu dever, ganhando a Copa do Mundo !” Maracanã, 16 de julho de 1950. Os 254 alto-falantes ecoaram as palavras ufanistas e desrespeitosas aos uruguaios do prefeito do então Distrito Federal, Mendes de Moraes. Deu no Maracanazo.

A empáfia dos políticos, que organizaram romarias à concentração da seleção brasileira, posando com os jogadores para ilustrar santinhos nas eleições que se aproximavam, tirando uma casquinha da glória antecipada que nunca se concretizou, ajudou a selar a sorte dos comandados de Flávio Costa. A Celeste, ora, a Celeste era apenas um detalhe menor …

Esporte e política sempre andaram juntos. Como acontece, aliás, com qualquer atividade humana. Durante a ditadura militar, a Arena, partido governista (o do “sim senhor”), tomou uma surra do MDB nas urnas, em 1974. Para recuperar alguma popularidade, o almirante Heleno Nunes, arenista e presidente da CBD, propôs a fórmula “onde a Arena vai mal, um clube no Nacional”. Futebol para as massas, anestésico providencial.

Fora do futebol, não faltam exemplos. As Olimpíadas sempre foram palco de propaganda. Em 1936, a ribalta foi em Berlim e os nazistas, precursores do moderno marketing político, organizaram uma gigantesca exaltação aos ideais nacional-socialistas, paralela a uma demonstração de superioridade racial ariana.
Os atletas germânicos desfilavam e cantavam o hino nacional fazendo a saudação nazista. Leni Riefenstahl registrava tudo com tons épicos. Todos esperavam uma grande apoteose. No entanto, havia Jesse Owens. Negro norte-americano, neto de escravos, ganhou quatro medalhas de ouro no atletismo.

Hitler recusou-se a cumprimentá-lo. Goebbels e Hitler tinham ficado constrangidos também na derrota da seleção alemã de futebol contra os noruegueses. Os dois gols da vitória foram assinalados por Isaaksen, um nome de origem possivelmente judaica. Em 1980, 69 países, liderados pelos Estados Unidos, boicotaram as Olimpíadas de Moscou, como suposto protesto contra a invasão soviética ao Afeganistão.

O óbvio cinismo desta “justificativa” não demorou a ser desmascarado: o mesmo Afeganistão está ocupado militarmente há quase 12 anos por uma coalizão liderada pelos EUA, com expressiva participação britânica. Nem por isso alguém cogitou boicotar os Jogos Olímpicos de Londres que se aproximam.

UMA HISTÓRIA FANTÁSTICA

Somos fascinados por datas redondas. Pois bem, há 70 anos a capital da Ucrânia, Kiev, foi cenário de uma formidável demonstração de resistência contra o nazismo, e a ferramenta foi o futebol. É uma história extraordinária, que merece ser conhecida.

Nos anos 30, o Dínamo de Kiev era considerado um dos melhores times europeus. Com jogadores carismáticos e de alta técnica, tinha uma torcida orgulhosa e fiel. Depois da invasão nazista na URSS, em 1941, o time se dispersou. Alguns morreram combatendo os invasores.

O dono de uma padaria kievana, Josef Kordik, fanático por futebol, cruzou acidentalmente com o goleiro do Dínamo, Trusevich, que perambulava, esfarrapado, pela cidade. Com a ajuda de Trusevich, localizou os remanescentes do time e alguns outros do Lokomotiv. Todos passaram a trabalhar na padaria, onde podiam ao menos se alimentar um pouco melhor.

Orgulhoso de ter aqueles craques à mão, Kordik sugeriu aos alemães que reabrissem os estádios e promovessem um torneio de futebol. Para manter uma aparência de normalidade, os nazistas aceitaram. Foi então que Kordik reuniu “seus” jogadores e criou o Start FC. Sem campo de treino, sem uniforme, sem chuteiras, mas com o espírito de equipe e a habilidade que nunca desapareceram.

No dia 7 de junho de 1942, o Start começava uma trajetória impressionante, goleando implacavelmente times formados por colaboracionistas ucranianos e guarnições militares romenas, húngaras e alemãs. A torcida, a princípio cética, começava a identificar-se cada vez mais com aqueles jogadores, que, em condições totalmente adversas, arrasavam os representantes do inimigo.
Os alemães começaram a ficar preocupados. Convocaram, então, um time da Luftwaffe, a elite militar. O Flakelf teve a tarefa de baixar a crista daqueles insolentes Untermenschen. Foi um passeio: 5 x 1 para o Start.

A coisa tinha saído de controle. Os ucranianos já não escondiam o entusiasmo por seus ídolos e, de quebra, deixaram de andar cabisbaixos. O futebol se transformara num foco simbólico de resistência. Os nazistas exigiram uma revanche, que aconteceu três dias depois. Agora, porém, tomariam certas precauções. Convocaram alguns jogadores estilo panzer para reforçar o Flakelf. Avisaram, nada sutilmente, aos adversários, que uma nova vitória traria duras consequências. O juiz, da SS, foi instruído a ignorar as faltas dos alemães, que seriam particularmente violentos naquele jogo. Planejaram não apenas uma vitória, mas uma humilhação.

CULTURA FÍSICA


No dia da revanche, o pequeno estádio estava lotado. Os torcedores ucranianos disputavam o privilégio de olhar seus heróis. O Flakelf fez a saudação nazista para os oficiais que estavam presentes. Os jogadores do Start, mesmo ameaçados, se recusaram a fazê-lo. Ao invés disso, cruzaram o braço direito sobre o peito e gritaram: “FizcultHura !” O termo significa “cultura física” e, conforme destacou o jornalista escocês Andy Dougan, tem o “sentido de aprimoramento físico e mental pelo próprio bem do físico e da mente, em contraposição ao esporte, que contém um elemento competitivo e triunfalista”.

Começado o jogo, a violência dos jogadores alemães e a cumplicidade do juiz não impediram que prevalecesse a melhor técnica dos ucranianos. Ao final, nova vitória do Start: 5 x 3, com direito a uma jogada antológica do jovem atacante Klimenko, que driblou meio time alemão, inclusive o goleiro, e deixou a bola na linha de gol. Uma bofetada elegante, que não ficaria impune.

Poucos dias após a partida, todo o time foi preso e levado para o quartel da Gestapo. Durante três semanas, foram barbaramente torturados. Os nazistas queriam que eles admitissem crimes que não cometeram, que “justificassem” uma execução pública. Ninguém cedeu. Korotkykh, comunista, morreu sob tortura. Os demais foram levados para o campo de extermínio de Siretz, perto de Babi Yar.

Babi Yar, uma ravina, tinha sido usada para enterrar os quase 34 mil judeus assassinados em dois dias, logo após a tomada de Kiev. O campo de Siretz era comandado por um oficial sádico, Paul Radomsky. Lá, foram assassinados três dos principais jogadores do Start: Trusevich (um sobrevivente relata que, antes de ser morto, Trusevich gritou: O esporte vermelho nunca morrerá !), Kuzmenko e Klimenko (o “Garrincha” da revanche).

ORDENS DE HITLER

Pouco antes de ordenar a invasão da União Soviética, Hitler emitiu uma ordem autorizando os soldados alemães a atirar livremente nos oficiais soviéticos que pertencessem a órgãos políticos, sem direito a defesa. Comissários soviéticos e/ou membros graduados do Partido Comunista seriam invariavelmente entregues à SS para “tratamento especial”.

Sobre a Ucrânia, Hitler não tinha meias palavras. Devia ser esmagada, as principais cidades arrasadas, os ucranianos reduzidos à escravidão. Erich Koch, comissário do Reich para a Ucrânia, defendia a limpeza étnica.
Os homens com mais de 15 anos deveriam ser mortos e substituídos por “reprodutores da SS”. Sob sua administração, eram comuns enforcamentos públicos. Camponeses que sabiam ler e escrever podiam ser executados como “intelectuais”. Ucranianas grávidas eram forçadas a abortar para não reproduzir a “raça”. Depois de 778 dias de ocupação, 80% da população de Kiev tinha sido varrida do mapa.

Foram essas forças macabras que o Start derrotou no campo de futebol, há 70 anos. Metade do time pagou a dignidade com a vida. O chamado Jogo da Morte, para os que se lembram dele, é um vigoroso exemplo da capacidade humana de não se calar frente à opressão. Glória eterna a Timofeyev, Trusevich, Kuzmenko, Komarov, Klimenko, Korotkykh, Sukharev, Tyutchev, Goncharenko, Putistin e Melnik.

PENSAMENTO DO DIA

Livre pensar é só pensar (Millôr Fernandes)

ACADEMIA: Organização fundada, dizem, por Platão e seus amiguinhos filósofos, quando encontraram um jardim (de Academus, claro) onde podiam ensinar, sobretudo à garotada, altas ideias, e gostosas marginalidades. (Vide Sócrates. Ou não vide.)

18 de julho de 2012

BANCOOP, CAIXA DOIS DOS ALOPRADOS, TEM ROMBO DE R$ 170 MILHÕES

A Justiça de São Paulo avaliou em até R$ 1,085 milhão o valor da sede da Bancoop (Cooperativa Habitacional dos Bancários), penhorada em um processo de execução de dívida com uma cooperada.No início do ano passado, o Tribunal de Justiça confirmou a decisão de primeira instância de penhorar o imóvel, que ocupa um andar de um prédio com 60 anos na rua Líbero Badaró, centro de São Paulo. Segundo o perito Gilberto Topal, o imóvel tem 380 metros quadrados e, conforme o laudo, o preço médio é de R$ 986 mil.
 
A dívida estimada da cooperativa é de cerca de R$ 170 milhões. A cooperada que entrou com o processo cobrava R$ 51 mil da Bancoop, que é acusada de desviar dinheiro de seus filiados. João Vaccari Neto, secretário nacional de finanças e planejamento do PT e que dirigiu a cooperativa, é investigado em razão das pendências deixadas pela cooperativa. A Bancoop tenta entrar em acordo com seus credores. A Folha tentou falar com Pedro Dallari, advogado da cooperativa, sem sucesso.(Folha Poder)
 
18 de julho de 2012
coroneLeaks

REINO PODRE

William Shakespeare integra a categoria dos gênios que a humanidade felizmente produz de vez em quando. As peças de teatro que criou, quatro séculos atrás, continuam atualíssimas, por tratarem de temas eternos e recorrentes.
O Bardo inglês era tão extraordinário que escreveria também sobre futebol, se seus conterrâneos já o tivessem inventado naquela época. Quem sabe Hamlet não diria a célebre "Ser ou não ser" a segurar uma bola e não uma caveira? Não duvido nada.

Pois pego carona na obra-prima do poeta para falar da Fifa e sua embromação. Na mesma Hamlet, no primeiro ato, um dos sentinelas do castelo real, um tal Marcellus, percebe que o clima por lá anda pesado, sente que tem coisa esquisita no ar, um cheiro de traição, falsetas e tramoias. Daí, num momento de inspiração, lasca a frase clássica - "Há algo de podre no reino da Dinamarca" -, que se usa ainda hoje, até em crônica esportiva, quando se pretende fazer referência a uma instituição deteriorada.

A Fifa pode comparar-se a um reino, principado, protetorado, califado, capitania hereditária. Enfim, a um desses lugares em que existe a figura de chefe supremo, que passa a vida toda, ou boa parte dela, a dar as cartas sem contestação. Jules Rimet ficou por lá 33 anos, Stanley Rous 13, João Havelange 24 e Joseph Blatter assumiu em 1998. E o poder só tem crescido, de um para outro.
Há muito ela deixou de ser uma entidade apenas esportiva, para transformar-se numa portentosa empresa, que movimenta bilhões de dólares por ano no mundo todo. O presidente é recebido como chefe de estado por onde passa.

Nunca a Fifa teve tanta influência e jamais viveu fase tão turbulenta quanto agora. Não do ponto de vista financeiro, que esse vai muito bem, obrigado.
O nó é moral, ético e atinge personagens importantes. Depois de muita fumaça e seguidos desmentidos, se comprovou o que o jornalista escocês Andrews Jennings alardeava numa campanha messiânica havia vários carnavais: figurões receberam propina, caíram nas garras da justiça e foram condenados. E o destemido repórter citava João Havelange e o ex-genro dele como dois dos envolvidos.

A Fifa driblou a história o quanto pôde, até que decidiu abrir o jogo, por conveniência. Ok, disse herr Blatter, vocês venceram, os nomes são esses mesmos, a sentença está à disposição de todos, não há o que esconder.
Transparência conveniente, porque assim se jogou pá de cal em dois ex-parceiros e agora desafetos. E necessária também, porque cresce o clamor internacional por mais esclarecimentos. Afinal, que história é essa de que Havelange e o ex-todo-poderoso da CBF ganharam dinheiro por baixo do pano sem que a Fifa soubesse? E com Blatter como braço direito de Havelange, sua cria e sucessor?!

O cartolão é habilidoso, tem jogo de cintura, mas dá pisadas de bola. Na tentativa de ressaltar os bons propósitos da Fifa, chegou a insinuar que a Alemanha comprou votos para ser sede do Mundial em 2006; voltou atrás, após levar uma prensa de Franz Beckenbauer. Sugeriu que vai investigar eventuais irregularidades na escolha de Rússia e Catar para organizar as Copas de 2018 e 2022, porém garante que, sem provas concretas, não se pode acusar ninguém. Morde e assopra.

Para prevenir-se do cerco que a justiça suíça ensaia sobre seu feudo, Blatter anunciou a criação de comitês para fazer devassa interna e punir dirigentes venais, não importa se aliados ou não. Hora do salve-se quem puder.
Fala a verdade, meu amigo: o velho Shakespeare continua moderno, não?

Antero Greco - O Estado de S.Paulo
18 de julho de 2012

O PRESIDENTE FRANCÊS, FRANÇOIS HOLLANDE DURANTE VISITA À INGLATERRA - REUTERS

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  • O presidente francês, François Hollande durante visita à Inglaterra

    18 de julho de 2012

    FOTOGRAFIA DO DIA

    Garoto observa de dentro de ônibus a chuva que cai nesta quarta-feira em Mumbai, na Índia

    18 de julho de 2012

    MELHOR DE TRÊS

     
    São Paulo não reinará como protagonista absoluta das eleições nas grandes capitais, conforme inicialmente indicava o desenho das disputas municipais. Dividirá as atenções com Belo Horizonte e Recife, onde as movimentações têm fortes conexões nacionais.

    Não significa que o resultado em qualquer uma delas condicione diretamente as posições de partidos e personagens envolvidos nas presidenciais de 2014. Em dois anos, os rios correm em diferentes direções e tanto podem desaguar em oceanos conhecidos quanto em mares nunca dantes navegados.

    O que se observa em cada uma das três cidades são as apostas no mercado futuro. A mais conhecida, do PT paulista, tenta "quebrar" o PSDB em sua mais importante trincheira, a fim de consolidar a hegemonia nacional do partido há dez anos na presidência da República.

    Plano que acaba de encontrar obstáculos nos gestos de autonomia do senador Aécio Neves em Belo Horizonte e do governador Eduardo Campos em Recife.

    A fim de se posicionar a distância adequada do adversário que pode vir a tentar tirar da presidência em 2014, o senador Aécio pôs fim a uma aliança tão inusitada quanto desconfortável para o PT mineiro e o PSDB nacional.

    Com isso, Aécio também enterra a tese antes defendida por ele de que Minas seria um laboratório para a aproximação entre os dois partidos. A experiência obviamente esbarrou na realidade do antagonismo entre duas forças que almejam a ocupação de um espaço no Planalto central onde só há espaço para uma delas.

    Os interesses são excludentes e a ruptura na eleição municipal de certa forma restabelece a "normalidade" da relação. O PT tentará desalojar e Aécio preservar o lugar do rei de Minas, o segundo colégio eleitoral do País.

    Na capital pernambucana, Eduardo Campos lançou candidato do PSB para não ficar a reboque das confusões internas do PT, provocando no aliado a suspeita de que assim apresentava credenciais para 2014.

    Chamado por Dilma Rousseff, Campos assegurou que em Recife a eleição municipal limita-se às circunstâncias locais. Só que as críticas feitas por ele ao PT não se circunscrevem a Pernambuco nem implicam promessa de recuo, mesmo depois da conversa com a presidente.

    Mantém o tom e afirma que "em princípio" não é candidato porque disputaria espaço já ocupado por Dilma, mas avisa que neto criado na referência de Miguel Arraes não se intimida com "cara feia" de José Dirceu.

    Vara de marmelo. As explicações do governador Marconi Perillo explicam cada vez menos o que Carlos Augusto Ramos estava fazendo no dia em que foi preso na casa pela qual o tucano recebeu três cheques de empresa controlada pelo sobrinho do bicheiro, sem se dar ao trabalho de verificar que o dinheiro passara antes por duas contas fantasmas usadas pelas organizações Cachoeira e abastecidas com recursos da construtora Delta.

    Ao mesmo tempo, vai ficando cada vez mais difícil acreditar que uma empreiteira daquele porte, com sede no Rio de Janeiro, negócios com a maioria dos governos estaduais, contratada pelo governo federal para executar boa parte das obras do PAC, tenha crescido como cresceu em dez anos aplicando seus métodos exclusivamente em Goiás.

    Se não aprofundar e ampliar as investigações e acabar, como já dá mostras o PT, fazendo de Perillo o Judas de plantão, a CPI terá sido uma grande marmelada.

    Toalha. Nas internas do PMDB o candidato do partido à Prefeitura de São Paulo, Gabriel Chalita, é dado como fora do jogo. A fatura é espetada na conta do perfil dele: ameno demais para a brutalidade do embate entre petistas e tucanos.

    Mas o que os pemedebistas não dizem é que Fernando Haddad tampouco faz o gênero brigador, mas tem o PT e Lula para fazer o serviço por ele, enquanto o PMDB fica na encolha a fim de não se indispor com o Planalto.

    Dora Kramer
    O Estado de S.Paulo
    18 de julho de 2012

    A EDUCAÇÃO E O PIB

    Em todo caso, e como dado comparativo, é bom saber que a nossa primeira biblioteca, no Brasil, só “chegou” por aqui em 1808 com a vinda da familia real portuguesa quando da invasão em Portugal das tropas francesas napoleônicas.

    Ou seja, devemos a nossa primeira biblioteca a Napoleão Bonaparte. Por mais de 300 anos ficamos sem conhecer biblioteca, mesmo sendo Portugal um país europeu, já tendo havido o renascimento na Europa, as primeiras grandes descobertas cientificas incluindo a prensa móvel de Gutemberg (na Biblioteca do Congresso americano se encontra uma das raras Bíblias impressa por Gutemberg), a revolução francesa, o iluminismo etc.

    Esses dados mostram com uma lupa considerável, o tamanho do nosso atraso e o descaso com que o conhecimento e a educação sempre tiveram em nosso “mundo” coletivo e individual. Somos filhos da Contra-Reforma, o período mais negro da igreja católica apostólica e romana, com sua ideia contraria a tudo que cheirasse a reforma, democracia, progresso e educação laica. Um desastre.
    Herdamos dos portugueses a noção de burocracia (lembram-se de Hélio Beltrão, o ministro da desburocratização? Só no Brasil para se criar um Ministério para desburocratizar os outros. Pode isso?), um Estado invasor e controlador da vida privada e outras sangrias. Mas parece que adoramos isso.

    Nunca o slogan “o passado nos condena” se mostrou tão verdadeiro e real em nossa carga genética e cultural. Romper com esse passado é que é o difícil. É incrível. Bom, mas fiquei pensando nessas questões todas depois de me deparar com a frase da nossa presidente Dilma na Conferencia Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, quando disse:

    “Uma grande nação deve ser medida por aquilo que faz para as suas crianças e para seus adolescentes. Não é o Produto Interno Bruto, é a capacidade do país, do governo e da sociedade de proteger o que é o seu presente e o seu futuro, que são suas crianças e adolescentes”.

    Uma bela frase sem dúvida e quem pode desmenti-la? Mas o que o seu governo está fazendo de concreto para diminuir esse estado de coisas que ela me sma aponta? Será que a presidenta não saiu do palanque?

    A questão não é o que o que se diz e sim o que se faz. E o que estamos vendo por todos esses séculos de descobrimento não passa de desrespeito e descaso permanente ao conhecimento e a educação, portanto, ao nosso futuro.
    Incrível que tenha sido um judeu filho de um industrial, Stefan Zweig, quem escreveu o livro que quase consagra o país: “Brasil, o país do futuro” em 1941. Jesus. O interessante é que Zweig se suicidou exatamente no Brasil merecendo uma biografia de outro judeu, esse carioca Alberto Dines, intitulada “Morte no paraíso, a tragédia de Stefan Zweig.

    Somos um país aprisionado por um passado, sem entendê-lo e como consequência condenado a um sem futuro. Mas se quiseres uma fotografia três por quatro do nosso “futuro” basta entrar em qualquer biblioteca pública espelhada por esse país e verás o descaso. Teremos eleições para prefeito agora este ano, qual deles está preocupado com o nosso futuro? Será que teremos apenas promessas de campanha?

    Laurence Bittencourt
    18 de julho de 2012

    (*) Fotomontagem: A capa e uma página, da raríssima Bíblia da Moguncia, impressa em 1462 por Johannem Fust e Petrum Schöffer, sócios de Gutenberg. Foi o primeiro livro impresso onde era citada a data, o local e nome dos impressores.

    LULA, A FARSA AMBULANTE

    Lula destacou a importância dada por seu governo ao setor educacional, lembrando que mesmo sem diploma de curso superior, foi o presidente que mais criou universidades no País. E também escolas técnicas: “Fizemos em oito anos uma vez e meia aquilo que a elite brasileira construiu em um século.”

    Durante cerimônia de inauguração do campus avançado da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, em Teófilo Otoni (MG), o presidente Lula destacou a importância de se oferecer ensino público “em igualdade de oportunidade a todos os jovens do País”.

    Segundo Lula, o Brasil somente será uma grande potência mundial se permitir que um jovem de família carente tenha a mesma oportunidade de estudo na comparação com um jovem de classe alta.( veja o vídeo de 9/2/2010 Elite se contentou em ver pobre apenas como pedreiro).

    Ainda sobre o assunto universidades, Lula, falando a uma platéia de quase dois mil estudantes, afirmou que, no dia 31 de dezembro, último dia de seu mandato, será o homem “mais feliz do mundo”.

    E emendou, naquele seu doce e habitual obscurantismo: “Eu vou olhar para mim e dizer que não tenho curso superior, mas fui o presidente que mais abriu universidade no Brasil.” Lula estava na cidade para inaugurar quatro prédios da Universidade Federal de Dourados.
    Lula sempre disse por aí ter criado 13 universidades federais. Não é verdade. Com boa vontade, pode-se afirmar que criou apenas seis; com rigor, quatro, haja vista que a maioria das instituições que ele chama “novas universidades” nasceu de meros rearranjos de instituições, marcados por desmembramentos e fusões. Algumas universidades “criadas” ainda estão no papel. Esses dados são do ministério da Educação.

    Existe um comparativo que sempre ficou escondido, especialmente pela imprensa chapa branca, mas o fato é que a taxa média de crescimento de matrículas nas universidades federais entre 1995 e 2002 (governo FHC) foi de 6% ao ano, contra 3,2% entre 2003 e 2008 – seis anos de mandato de Lula.
    Só no segundo mandato de FHC, entre 1998 e 2003, houve 158.461 novas matrículas nas universidades federais, contra 76.000 em seis anos de governo Lula (2003 a 2008).

    No ensino está ocorrendo algo alarmante, pois o governo de Lula tentou construir, mas descurou na qualidade de ensino.

    Entre os estudantes do ensino superior, 38% não dominam habilidades básicas de leitura e escrita, segundo o Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf), divulgado pelo Instituto Paulo Montenegro (IPM). O indicador reflete o expressivo crescimento de universidades de baixa qualidade.

    O indicador classifica os avaliados em quatro níveis diferentes de alfabetização: plena, básica, rudimentar e analfabetismo. Aqueles que não atingem o nível pleno são considerados analfabetos funcionais, ou seja, são capazes de ler e escrever, mas não conseguem interpretar e associar informações.

    Para a coordenadora-geral da Ação Educativa, Vera Masagão, o indicativo reflete a “popularização” do ensino superior sem qualidade. “No mundo ideal, qualquer pessoa com uma boa 8.ª série deveria ser capaz de ler e entender um texto ou fazer problemas com porcentagem, mas no Brasil ainda estamos longe disso”.

    A história mostrará, que o pior período da República aconteceu durante o domínio petista, que além da corrupção, institucionalizou a farsa.

    giulio sanmartini
    18 de julho de 2012

    (*) Foto: Lula em Dourados, a expressão do obscurantismo.
    (*) Texto de apoio: Reinaldo Azevedo

    NOSTRADAMUS TERIA INVEJA...

     

    ESPERANDO O FIASCO DA CHINA...

     

    Com as notícias de desaceleração da economia da China, inúmeros analistas começam a duvidar do vigor daquele país. Uma reportagem especial da Revista The Economist (26/05/2012) destacou vários fatores perversos ao crescimento chinês: o desequilíbrio entre investimento e consumo; a exagerada dependência de petróleo importado; (3) a poluição excessiva; a falta de água; a escassez de mão de obra devido à regra de um filho por família. Vários autores especulam que o aumento acelerado dos salários retardará o ritmo do crescimento da China (Shaum Rein, The end of cheap China, New Jersey: John Wiley & Sons, 2012).

    Em contraste com esse cenário, o Brasil teria claras vantagens comparativas em relação à China: água em abundancia, matriz energética limpa, petróleo para dar e vender, etc. Os salários estão abaixo do que se paga no mundo desenvolvido. Ou seja, teríamos aí uma boa chance para entrar no vácuo decorrente de uma eventual retração do crescimento chinês.

    É verdade que o crescimento da China desacelerou. Será menos de 8% neste ano. Mas o país não está parado. Para resolver a escassez de recursos naturais, a China vem investindo pesadamente na África e na América Latina.
    A escassez de mão de obra nas cidades vem sendo enfrentada com a facilitação da migração rural-urbana. A explosão dos salários é contrabalançada por um forte aumento da produtividade decorrente da modernização tecnológica e, sobretudo, da crescente qualificação dos trabalhadores.

    No caso do Brasil, o custo do trabalho vem disparando, sem contrapartida de um aumento de produtividade. Os gargalos de infraestrutura não se resolvem em tempo hábil. As reformas tributária, trabalhista e previdenciária estão engavetadas. As medidas pontuais são insuficientes para reaquecer o mercado.

    Para complicar o problema da baixa produtividade do trabalho, o país decidiu desestimular os investimentos em capital humano que vinham sendo feitos pelas empresas. Refiro-me à Lei 12.513/2011 que passou a tributar aqueles investimentos — até então isentos. Um verdadeiro absurdo no momento em que o Brasil precisa melhorar a educação e alavancar a produtividade.

    A China, ao contrário, continua fazendo investimentos maciços nesse campo. Em recente publicação, fiquei sabendo que as matriculas no ensino superior foram multiplicadas por seis nos últimos dez anos tendo chegado a quase 20% dos jovens na idade respectiva (no Brasil é de 10%).

    O Programa Ciência sem Fronteiras é louvável, sem dúvida. O Brasil pretende enviar 110 mil estudantes para o exterior ao longo dos próximos anos. Mas, para mostrar que a corrida é em relação a um ponto móvel, basta lembrar que só em 2008, a China enviou 180 mil estudantes às melhores universidades do mundo e vem fazendo isso todos os anos (James J. Heckman e Junjian Yi, Human Capital, Economic Growth, and Inequality in China, Bonn: Institute for the Study of Labor, maio de 2012).

    O resultado é conhecido: 45% do crescimento chinês é atribuído aos ganhos de produtividade decorrentes de melhorias do capital humano. Enquanto isso, a produtividade do trabalho no Brasil cai a cada ano ao mesmo tempo em que salários e benefícios sobem acima da inflação.
    O descasamento entre custo do trabalho e produtividade está afetando em cheio a competitividade das indústrias brasileiras.

    Para os que acreditam no crescimento brasileiro à custa de um fiasco chinês terão de aguardar muito tempo. A busca de maior eficiência é a mais prioritária medida a ser implementada se queremos ganhar a corrida com a China de quem tanto dependemos. Dentre as várias providencias a serem operadas tem destaque a melhoria da qualidade da educação — a começar pela revogação da referida lei que desestimula as iniciativas privadas nesse campo.
     
    (*) José Pastore é professor da FEA-USP, membro da Academia Paulista de Letras e Presidente do Conselho de Emprego e Relações do Trabalho da Fecomércio de São Paulo.

    18 de julho de 2012

    É VERGONHOSO!!!

    Com menos de 30% dos brasileiros plenamente alfabetizados, Fernando Haddad está na berlinda

    Fim do caminho – Apenas 35% das pessoas com ensino médio completo podem ser consideradas plenamente alfabetizadas e 38% dos brasileiros com formação superior têm nível insuficiente em leitura e escrita. Eis os resultados do Indicador do Alfabetismo Funcional (Inaf) 2011-2012, pesquisa produzida pelo Instituto Paulo Montenegro e a organização não governamental Ação Educativa.

    O levantamento avalia, de forma amostral, por meio de entrevistas e um teste cognitivo, a capacidade de leitura e compreensão de textos e outras tarefas básicas que dependem do domínio da leitura e escrita.
    A partir dos resultados, a população é dividida em quatro grupos: analfabetos, alfabetizados em nível rudimentar, alfabetizados em nível básico e plenamente alfabetizados.

    Os resultados da última edição do Inaf mostram que apenas 26% da população podem ser consideradas plenamente alfabetizadas – mesmo patamar verificado em 2001, quando o indicador foi calculado pela primeira vez. Os chamados analfabetos funcionais representam 27% e a maior parte (47%) da população apresenta um nível de alfabetização básico.

    “Os resultados evidenciam que o Brasil já avançou, principalmente nos níveis iniciais do alfabetismo, mas não conseguiu progressos visíveis no alcance do pleno domínio de habilidades que são hoje condição imprescindível para a inserção plena na sociedade letrada”, aponta o relatório do Inaf 2011-2012.

    O estudo também indica que há uma relação entre o nível de alfabetização e a renda das famílias: à medida que a renda cresce, a proporção de alfabetizados em nível rudimentar diminui. Na população com renda familiar superior a cinco salários mínimos, 52% são considerados plenamente alfabetizados. Na outra ponta, entre as famílias que recebem até um salário por mês, apenas 8% atingem o nível pleno de alfabetização.

    De acordo com o estudo, a chegada dos mais pobres ao sistema de ensino não foi acompanhada dos devidos investimentos para garantir as condições adequadas de aprendizagem. Com isso, apesar da escolaridade média do brasileiro ter melhorado nos últimos anos, a inclusão no sistema de ensino não representou melhora significativa nos níveis gerais de alfabetização da população.

    “O esforço despendido pelos governos e também pela população de se manter por mais tempo na escola básica e buscar o ensino superior não resulta nos ganhos de aprendizagem esperados.
    Novos estratos sociais chegam às etapas educacionais mais elevadas, mas provavelmente não gozam de condições adequadas para alcançarem os níveis mais altos de alfabetismo, que eram garantidos quando esse nível de ensino era mais elitizado.
    A busca de uma nova qualidade para a educação escolar em especial nos sistemas públicos de ensino deve ser concomitante ao esforço de ampliação de escala no atendimento para que a escola garanta efetivamente o direito à aprendizagem”, resume o relatório.

    Na contramão

    Reforçando o que o ucho.info vem noticiando com insistência, a qualidade do ensino vem caindo na mesma proporção e velocidade que cresce a falta de conhecimento dos estudantes. Exemplo maior é a enxurrada de absurdos que podem ser encontrados nas provas escolares e dos vestibulares.

    Não é de hoje que o Estado investe erradamente o dinheiro público em projetos pirotécnicos para a educação, mas nada disso adianta se a base do aprendizado não for sólida.
    Instruir uma sociedade é a única forma de alcançar o desenvolvimento, promover a cidadania em sua plenitude e garantir a democracia, mas esse trinômio é exorcizado por governantes adeptos de modelos totalitaristas, para não dizer ditadores.

    A liberdade de opinião é uma garantia constitucional expressa com destaque na Carta Magna de 1988, mas pouco resolve quando o cidadão desconhece os fatos com profundidade mínima e não tem opinião formada.
    Quando insistíamos na tese de que o programa Bolsa Família não passava de ferramenta de criação de um curral eleitoral financiado com o dinheiro público e exclusivo da esquerda, muitas foram as críticas que nos dedicaram, mas a realidade não pode ser alterada, nem mesmo por decreto.
    O programa garante o pagamento de um benefício desde que a família mantenha os filhos na escola, mas essa contrapartida há muito deixou de ser cobrada da maneira certa. E não há caminho mais curto para a ditadura do que um povo alimentado e ignorante.

    Conteúdo didático

    Outro tema que nos valeu a pecha de loucos foi o que tratou do conteúdo dos livros didáticos. Há anos, o editor do ucho.info se dedicou a pesquisar livros utilizados nas escolas do ensino médio ao longo dos anos. Se comparado com os livros utilizados nas escolas na década de 70, os atuais abordam os assuntos com uma superficialidade preocupante.

    Há nesse movimento duas vertentes que se completam. A primeira delas é que com o advento da rede mundial de computadores, a proliferação da informação, em velocidade assustadora, impediu que nações dominantes mantivessem em prática o imperialismo de sempre. A saída, então, foi controlar o planeta por meio da formação. E reduzir gradativamente o conhecimento do ser humano foi a estratégia escolhida.
    Vale lembrar que no Brasil a maioria das editoras didáticas são controladas por empresas estrangeiras, assim como acontece com muitas das principais universidades do País.

    A outra vertente tem a Educação como negócio. No século passado, o aluno do ensino médio que tivesse cursado uma escola estava pronto para a vida após três últimos anos de estudo, caso decidisse não buscar um diploma universitário.

    A necessidade de manter a educação como negócio e torná-la cada vez mais rentável obrigou o partilhamento do conteúdo. Foi quando surgiu com mais ênfase, depois da universidade, os cursos de pós-graduação, doutorado, lato senso, MBA e outras mais. Não que esses cursos acessórios e complementares deixem de agregar valor ao estudante, mas o mercado foi previamente amestrado para contratar profissionais que ostentam diplomas como se fossem bijuterias baratas.

    Voltando à pesquisa realizada pelo editor, em tempos passados essa estratégia de dominação a partir do conteúdo foi encontrada nas revistas de histórias em quadrinho, os saudosos gibis. Dependendo do interesse do país de origem da publicação, a história recebia um conteúdo adequado. Isso foi usado como ferramenta de alienação de massas, o que ocorreu sem que a extensa maioria da população mundial percebesse. Em cada lugar do planeta havia uma história com viés político dominador, o que fazia com que as pessoas fossem abduzidas por ideias imperialistas.

    Fulanização do fracasso

    Quando decidiu, de forma nada democrática, que Fernando Haddad seria o candidato do PT à prefeitura de São Paulo, o ex-presidente Luiz Inácio da Silva apresentou seu pupilo ao eleitorado paulistano como o melhor ministro da Educação que o Brasil já teve. Os dados sobre o índice de alfabetização dos brasileiros e o atual quadro da Educação mostram que Lula é devoto confesso da mitomania e Fernando Haddad uma ode ao fracasso.

    18 de julho de 2012
    ucho.info

    MAIS UM CAPÍTULO ESTRANHO...

    Assassinato de policial que trabalhou na Monte Carlo relembra a morte do legista do caso Celso Daniel



    (Foto: Antônio Cruz - ABr)

    Mal contado – A morte do agente da Polícia Federal Wilton Tapajós Macedo, na terça-feira (17), em Brasília, é mais um capítulo estranho para conturbar o escândalo Cachoeira. Morto quando visitava o túmulo dos pais em um cemitério do Distrito Federal, Macedo participou das investigações da Operação Monte Carlo, que culminaram com a prisão do contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, em 29 de fevereiro passado.

    Ministro da Justiça, o petista José Eduardo Martins Cardozo disse que pediu à PF rigor na investigação para apurar o assassinato, ao mesmo tempo em que afirmou ser prematuro fazer qualquer relação do episódio com o caso de Carlinhos Cachoeira. “É muito cedo para fazer qualquer afirmação diante desse caso.
    A Polícia Federal está investigando esse caso, apurando as causas, as circunstâncias em que se deu a morte. Toda a equipe de peritos necessária está fazendo as investigações, portanto nesse momento é precipitado tirar qualquer conclusão em relação a esses fatos”, declarou o ministro.

    Considerando que a CPI do Cachoeira tem como foco único complicar a vida política do governador Marconi Perillo (PSDB), de Goiás, pois essa foi a determinação do ex-presidente Luiz Inácio da Silva, toda hipótese deve ser considerada para desvendar o crime.

    O primeiro fato importante é que Wilton Tapajós Macedo sabia além do que muitos ocupantes do poder gostariam que soubesse. Dados das investigações, ainda não revelados, apontam o envolvimento de importantes figuras da República com o contraventor, começando por assessores que trabalharam na campanha presidencial de 2010.
    É nesse exato ponto que deve estar camuflada a razão para o assassinato de Macedo, que também atuou em operações contra tráfico de entorpecentes e pedofilia.

    Voltando no tempo

    Quando uma pessoa sabe demais, os regimes totalitaristas normalmente tratam de eliminá-la, quase sempre sem deixar rastros. Assim foi no caso da morte de Carlos Delmonte Printes, médico-legista do caso Celso Daniel. Sem explicações convincentes para o crime, Delmonte foi encontrado morto em seu escritório, na Zona Sul da capital paulista, na tarde de 12 de outubro de 2005. Carlos Delmonte Printes foi a sétima pessoa, com algum envolvimento com o caso do ex-prefeito de Santo André, que morreu.

    A obsessão dos envolvidos no caso em relação à eliminação de provas e testemunhas era tamanha, que um emissário de destacado integrante do governo federal, à época, cometeu a ousadia de anunciar a morte de outra testemunha, o editor do ucho.info, a um membro do Judiciário, que acabou acionando a polícia. A decisão de investigar a ameaça e seus tentáculos custou ao magistrado seu afastamento do cargo, na esteira de uma armação sem precedentes.

    18 de julho de 201
    ucho.info

    PORTA-RETRATO

    jose_sarney_105-antonio-cruz-abr

                      BRASIL, MOSTRA A TUA CARA
    Presidente do Senado e caudilho maranhense há mais de cinco décadas, José Sarney participa da última sessão do Senado antes do recesso e faz balanço dos trabalhos legislativos
    (Antônio Cruz – ABr)
    18 de julho de 2012
    ucho.info

    MENSALÃO DE AGOSTO PARA SEU DESGOSTO

     

    Há uma corte de justiça no Brasil que atende pelo nome de Supremo Tribunal Federal que exerce o poder de julgar tudo que lhe cai nas mãos em última instância. Decidiu, acabou. Cumpra-se!

    Essa corte vai julgar o caso de Ali Babá, Dirceu e os 40 mensaleiros a partir do dia 2 de agosto, mês do desgosto.

    Se você espera alguma novidade, tire o cavalinho da chuva. Dos 11 craques da toga, um foi indicado por FHC; um pelo ínclito Zé Sarney; outro pelo probo Fernandinhao Beira-Collor, dois por Dilma Vana e meia dúzia por ninguém mais nem menos do que ele, Luiz Erário Lula da Silva.

    Então, você pode providenciar desde já o fardo de feno para seu animal de carga. Ele vai precisar.


    Os mensaleiros sairão dessa estalagem de luxo a pé, livres, leves, soltos. Precisarão de condução. Seu cavalo é pouco.

     
    18 de julho de 2012
    sanatório da notícia

    APOSENTADOS FICARÃO NA MERDA DE NOVO EM 2013


    Você é aposentado?
     
    Recebe mais que um mínimo por mês?
     
    Seu dinheiro nem dá para comprar medicamentos e comida?
     
    Quando fica doente tem que cair no SUSto, já que a merreca que recebe não paga um plano de saúde?
     
    Vais receber 4,5% de reajuste de aposentadoria sem ganho real, já que o DESgoverno cortou seu "aumento" em 2013?
     
    Acha que é sacanagem ter trabalhado a vida inteirinha e agora estar nessa situação?
     
    Os preços dos remédios e o custo de vida não param de subir?
     
    Votou no Sebento duas vezes?
     
    Votou na Dentuça?
     
    Acredita no PT?
     
    Ahhhh, meu caro, você tem mais é que se phoder e achar legal.
    E o pior é, que aposentado nem pode fazer greve....
     
    Mas pode votar contra nas próximas eleições.
    E no mais...
     
    18 de julho de 2012
    omascate

    A ENTREVISTA DE ERUNDINA NA REVISTA BRASILEIROS



    Luiza Erundina está na capa da desastrada revista Brasileiros deste mês.
    Essa revista é uma daquelas que falam de “tendências” e “personagens” (com o perdão do faux pas), acreditando que isso tem algo a ver com “cultura, política e economia”. É uma espécie de Bravo! para esquerdista da Vila Madalena. Uma dessas revistas que fazem reportagem com Caetano Veloso em 80% de suas edições.

    Sob o título “Luiza, a coerente” (assim, em vermelho-Cortina de Ferro), Erundina desfila sua facúndia para explicar por que picou a mula do lugar de vice na chapa encabeçada pelo não menos desastrado Fernando Haddad à prefeitura de São Paulo (como se ninguém soubesse o porquê).
    Na capa, em letras garrafais, já há uma fala da deputada tentando justificar o injustificável: “E o Maluf não ficou no colo do Serra”. Pior desculpa de todos os tempos? Seria então melhor fazer aliança com Fernando Collor, José Sarney e seguir pari passu até o modelo econômico do ditador Geisel para que tais forças das trevas “não caiam no colo de Serra”? A propósito, tudo isso tem sido mesmo feito pelo PT. É coerente chamar Erundina de “coerente” depois dessa?

    Segundo a revista, o anúncio de Erundina queimando o chão fez seu nome ser associado ao tema “ética na política” nas redes sociais. Ora, “ética na política” (assim, entre aspas) é um bordão. Tal como um cartaz numa marcha (aquela coisa antiquada, que já deveria ter morrido nos anos 80 junto ao Muro de Berlim), é um pedido, um reclame do plim-plim, não um elogio (como aquelas faixas falsas, do tipo “A população de Três Coquinhos da Serra agradece ao governo por desentupir um bueiro”). E quem acessou qualquer rede social entre o dia do seu anúncio e hoje vê que, longe de um elogio, o nome de Erundina serviu foi para ridicularizar até a alma o PT.

    Erundina era da linha dura trotskysta do PT (hoje, no PSB). Dessas que não negociam: batem com o pau na mesa. Basta ver um elogio que recebeu do não menos comunista Antônio Cândido: “Aceite os meus cumprimentos pela coragem cívica e a coerência socialista com que agiu, de maneira a confirmar o seu passado exemplar”. Talvez o grande crítico literário explique mais do que pretende: não é coerência, assim, em si. Não é qualquer coerência identificável a olhos vistos. É uma coerência socialista, como demonstra a delimitação do adjetivo. Assim, sim.

    A entrevista

    Erundina fala dos seus sentimentos – a única coisa que vale a entrevista, já que o ridículo da aliança lulo-malufista fez até a Carta Capital colocar Maluf na capa. Diz a deputada: “Faço política acreditando que é possível mudar”. Para um totalitarismo socialista, aquele modelo genocida brega? “Quando saí [do PT], não mudei para o centro nem para a direita. Mudei para uma casa no campo popular democrático de esquerda, socialista. Eu não sou daqueles que acha que o socialismo morreu”. Mais uma vez: ou se é democrático, ou se é socialista. É como tentar criar o fascismo democrático. O feudalismo burguês. O liberalismo estatal. É um oximoro, uma contradicto in adjecto. Ademais, é claro que o socialismo não morreu: tá vivão, alive and kicking, basta olhar para Cuba, onde os salários mais altos são o equivalente a US$30/mês, mais ou menos o salário mínimo recebível por duas horas de trabalho na Califórnia. Outros, da maioria da população, na típica desigualdade social socialista, são metade disso. Isso para não falar da Coréia do Norte, entre outros exemplos que vão do bolivarianismo chavista ao Irã.

    Sobre a sua “coerência” (a socialista, não aquela conhecida da galera), Erundina afirma cada vez algo diferente nas respostas. Primeiro, afirma que sua preocupação “era com a direção nacional do PSB, que fez a aliança com o PT. O projeto da direção estadual era apoiar o Serra. O presidente do diretório estadual, Márcio França, já tinha até ido para o governo Geraldo Alckmin”. Entendendo a coerência: Erundina prefere Maluf aos tucanos, já que isso a preocupava tanto.

    “Claro”, diz a deputada, que seria melhor “deixar Maluf no colo do Serra”, como pergunta a entrevistadora Luiza Villaméa: “O Maluf só não ficou no colo do Serra porque o Alckmin negou um elemento de barganha política, que era uma Secretaria de Habitação”.

    Estranho. O nome de Maluf, apesar de todos os pesares (que não cabem em um livro), é um nome eleitoralmente forte em São Paulo. Ninguém, nem mesmo os políticos mais jeca, costumam se associar a Maluf, todavia, sem um sorriso amarelo e um desconforto pior que o de uma diarreia.
    O tucanato paulista não aceitou dar algo a Maluf em troca do seu apoio (não é a primeira vez que isso acontece, já que Maluf vai de mal a pior, sendo cada vez mais um queima-filme do que um bom nome a ter como apoiador). Quem viu alguma reportagem dizendo: “Serra, o coerente”, ou “Alckmin, o coerente”? Não que fosse grande coisa: negar Maluf três vezes, ou três milhões de vezes, garante um bom lugar no Éden. Entretanto, como pode a deputada Erundina agora tentar transformar água em vinho para inverter a ordem dos fatores e ainda tal frase aparecer na capa da revista?
    Afinal, Alckmin negou a barganha – no máximo, Maluf apoiaria os tucanos por saber que nunca mais conseguirá ser prefeito em São Paulo (como Erundina nunca será, ou Marta nunca será, por isso a escolha de Haddad como candidato-tampão do PT; a própria Erundina lembra: “[Maluf] estava resgatando um espaço que havia perdido”). Já o PT atende ao desenho barganhador do mesmo Maluf.

    Isso é uma mostra de “coerência” e “ética na política”? Ademais, a deputada acaso acredita mesmo que ter Maluf defendendo seu candidato é algo melhor para seu candidato? Quem negou o “fisiologismo” e “não fez concessões” (como a própria deputada afirma serem seus valores): o PT ou o PSDB?

    Na dança das cadeiras das alianças, é a própria Erundina que dá mostras de pouca coerência nos estreitamentos com o PP malufista: “o governo federal concedeu a ele [Maluf] a Secretaria Nacional de saneamento, em um ministério que, na verdade, é do PP.
    Aliás, um dos ministérios com um dos maiores recursos orçamentários e financeiros”. Que bonitinho dar uma coisinha dessas ao Maluf! Ainda mais bonitinho lembrar o que misteriosamente ninguém lembra desde 2002: que o PP é tão aliado do lulismo que até seu vice era do partido do Maluf (ou alguém lembra do PP por outro motivo?). a raposa cuidando do galinheiro. Mais: não foi dado ao Maluf propriamente, mas a um mancomunado seu. Mas todo sabe que, na prática, é o próprio Maluf (tanto é que a foto que correu a internet é com o Maluf). Por que a choradeira dos petistas estarem aliados ao PP só veio a público uma década depois? Só valem as aparências na democracia petista.

    Erundina afirma que não sabia sobre as negociações com o PP pelos petistas: “Eu estava acompanhando o noticiário, foi on line, digamos assim”. Dona Erunda, uma dica: pare de acompanhar política pelo Brasil de Fato e leia mais o Implicante™. Da próxima vez, saberá em primeira mão algo sobre sua chapa que o Brasil inteiro já sabia, menos a senhora.
    Segundo ela, a notícia foi dada por um “companheiro”. Quando Haddad foi indagado, “ele disse que isso seria algo sem importância”. Deu pra ver.

    Mas Erundina limpa a barra do seu “companheiro”: “Acredito que ele não estava seguro sobre como as coisas iriam se dar. Acredito que ele não sabia mesmo”. Poxa! Bom saber o quanto Haddad anda atencioso à sua própria campanha, ainda mais quando toda a imprensa séria (não a “imprensa livre” financiada pelo próprio partido do governo) já martelava essa tecla há mais de duas semanas. Imagino Haddad no governo. “Eu não sabia de nada” versão 2.

    Erundina também abre concessões para alguns delírios: “A personalização política em São Paulo tem em um polo a minha pessoa, em outro o Maluf”. Erundina disputou duas eleições – contra Maluf, em que ganhou, e contra Pitta, em que perdeu. Acredite Erundina ou não, São Paulo está quase caminhando para completar duas décadas de governo tucano – se livrando dos dois. Talvez ela e Maluf sejam mesmo “polos” (talvez Marta Suplicy fosse o verdadeiro polo da esquerda). Aqueles extremos radicais com os quais ninguém quer se envolver.

    Seu vocabulário, além do “companheiro”, também mostra que seu atraso, tão “progressista” quanto Maluf. Fala que fez “contato com os movimentos” (?), que São Paulo precisa de uma “gestão democrática, participativa e transparente” (glasnost não é algo assim meio direitista?). Quando fala do afago de Maluf em Haddad, este último imediatamente deixa de ser um indivíduo de nome Fernando Haddad: Erundina fala sobre “aquele afago ao candidato. Ele passa a mão na cabeça do candidato”. A democracia participativa transparente erundiniana faz até o candidato deixar seu lado mamífero para se tornar um número.

    Também sobra espaço para aqueles bordões bem ao gosto dos bolcheviques da Vila Madalena, mas que na prática não fazem um pingo de sentido: “Nordestina, de esquerda, de origem humilde. Só faltava ser negra para completar. (…) Se eu fosse negra, teria mais um motivo para fazer luta ideológica. A luta contra o preconceito é uma luta ideológica”. Bonita intenção, mas então, só é possível lutar contra o preconceito racial sendo negro? Isso talvez explique por que todo esquerdista adora comparar seus inimigos aos nazistas, embora costumem odiar ainda mais os judeus do que muito oficial da Waffen SS.
    Já que o único assunto possível seria a coerência (a socialista, não a lógica e universal), Erundina dá uma espezinhada em Marta Suplicy: “a Marta teve o apoio do Maluf em 2004, no segundo turno. Maluf saiu com Kombi, com outdoor, Marta e Maluf. Percebe? Por que em 2004 Maluf poderia aparecer na campanha e apoiá-la publicamente?”. Aproveitamos o ensejo para espezinhar a revista Brasileiros: por que colocar itálico em “outdoor” e não em “on line” (assim, separado) ali em cima? A primeira palavra já deve estar no léxico médio brasileiro desde que Erundina ainda estava no primário.
    Claro que Erundina retira a patada a seguir: “Eu tenho amizade pela marta, tenho muito respeito por ela. É uma pessoa muito autêntica, fala aquilo que sente”. Nós sabemos, Erundina:

    Flavio Morgenstern é redator e tradutor. Acha curioso que o Haddad não possa usar o slogan “Pior que tá não fica”.
    18 de julho de 2012