Internado desde ontem, sábado (11) no Hospital Sírio-Libanês, Luiz Erário Lula da Silva foi atendido com queixa de perda de apetite e fadiga. Os médicos constataram uma inflamação de mucosa da laringe e esôfago, decorrentes da radioterapia.
O boletim médico assinado por Antonio Carlos Onofre de Lira e Paulo Cesar Ayroza Galvão, médicos de elite, diz que o "estado de saúde do ex-presidente é bom e não há alteração no plano de tratamento radioterápico".
Lula está internado para "observação e intensificação das medidas de suporte nutricional, fisioterápicas e fonoaudiológicas". Poderia até mesmo ter alta nesta segunda-feira (13).
Faz coisa de dez dias já, que Lula fvem sendo obrigado a cancelar compromissos e até deixou de ir ao Instituto Lula. Por recomendação médica, cancelou a participação no desfile da Gaviões da Fiel, cujo enredo é em sua homenagem. Isso quer dizer que, em matéria de Corinthias, futebol e samba, ele continua com o pé frio. Mas os médicos não dão bola pra isso.
Além de impedir Lula de participar do carnaval, o tratamento também fez o paciente ícone cancelar um encontro reservado com Hugo Chávez, neste sábado, na embaixada venezuelana em Brasília. A reunião contaria com as participações da diligenta presidenta Dilma, Zé Dirceu e Franklin Martins.
Bolas, então, o tal encontro não seria "reservado"; seria secreto! Restou no ar um leve cheiro de que a liberdade de expressão escapou pela tangente, mais uma vez. Os médicos nem precisaram recomendar a esterilização do ambiente.
TEORIA DA CONSPIRAÇÃO
Lula já saberia que seu tumor já passou pela garganta. Diante das recentes pesquisas encomendadas que deram a Dilma índices mais altos de popularidade do que aqueles alcançados por ele no seu primeiro ando de mandato, Lula estaria só fazendo render a história do Hospital Sírio-Libanês, o SUS das elites.
Condoídos, os caciques e majoritários do PT convenceriam Dilma de que Luiz Erário da Silva mereceria tomar o seu lugar em 2014. Seria só por rápidos quatro anos. Depois, ela voltaria. Nos meios da Inteligência Nacional, ainda há controvérsias.
13 de fevereiro de 2012
sanatório da notícia
Um painel político do momento histórico em que vivem o país e o mundo. Pretende ser um observatório dos principais acontecimentos que dominam o cenário político nacional e internacional, e um canal de denúncias da corrupção e da violência, que afrontam a cidadania. Este não é um blog partidário, visto que partidos não representam idéias, mas interesses de grupos, e servem apenas para encobrir o oportunismo político de bandidos. Não obstante, seguimos o caminho da direita. Semitam rectam.
"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)
"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012
DEFENDEM-SE DROGADO, BANDIDO, CRIMINOSO. É HORA DE CUIDARMOS DA NOSSA POLÍCIA!
Os melhores textos que aparecem na maioria dos jornais da grande imprensa brasileira normalmente não são escritos por jornalistas, mas por alguns colaboradores não-jornalistas. Na edição desta segunda-feira a Folha de S. Paulo traz um ótimo artigo do filsófo Luiz Felipe Pondé que faz oportuna reflexão sobre a polícia e a forma como ela é tratada pela maioria dos brasileiros. O título é sugestivo: "A polícia indefesa" e o conteúdo do artigo assino embaixo, porque em inúmeras oportunidades aqui neste blog tenho abordado a questão que tão bem Pondé o faz neste seu escrito.
Por esta razão faço a transcrição completa e recomendo a leitura. Se puderem compartilhar nas redes sociais seria muito bom. Afinal, a nossa liberdade depende da segurança que só uma polícia bem treinada, remunerada de forma adequada pode nos dar. Leiam:
A POLÍCIA é uma das classes que sofrem maior injustiça por parte da sociedade. Lançamos sobre ela a suspeita de ser um parente próximo dos bandidos. Isso é tão errado quanto julgar negros inferiores pela cor ou gays doentes pela sua orientação sexual.
Não, não estou negando todo tipo de mazela que afeta a polícia nem fazendo apologia da repressão como pensará o caro inteligentinho de plantão. Aliás, proponho que hoje ele vá brincar no parque, leve preferivelmente um livro do fanático Foucault para a caixa de areia.
Partilho do mal-estar típico quando na presença de policiais devido ao monopólio legítimo da violência que eles possuem. Um sentimento de opressão marca nossa relação com a polícia. Mas aqui devemos ir além do senso comum.
Acompanhamos a agonia da Bahia e sua greve da Polícia Militar, que corre o risco de se alastrar por outros Estados. Sem dúvida, o governador da Bahia tem razão ao dizer que a liderança do movimento se excedeu. A polícia não pode agir dessa forma (fazer reféns, fechar o centro administrativo).
A lei diz que a PM é serviço público militar e, por isso, não pode fazer greve. O que está corretíssimo. Mas não vejo ninguém da "inteligência" ou dos setores organizados da sociedade civil se perguntar por que se reclama tanto dos maus salários dos professores (o que também é verdade) e não se reclama da mesma forma veemente dos maus salários da polícia. É como se tacitamente considerássemos a polícia menos "cidadã" do que nós outros.
Quando tem algum problema como esse da greve na Bahia, fala-se "mas o problema é que a polícia ganha mal", mas não vejo nenhum movimento de "repúdio" ao descaso com o qual se trata a classe policial entre nós. Sempre tem alguém para defender drogados, bandidos e invasores da terra alheia, mas não aparece ninguém (nem os artistas da Bahia tampouco) para defender a polícia dos maus-tratos que recebe da sociedade.
A polícia é uma função tão nobre quanto médico e professor. Policial tem mulher, marido, filho, adoece como você e eu.
Não há sociedade civilizada sem a polícia. Ela guarda o sono, mantém a liberdade, assegura a Justiça dentro da lei, sustenta a democracia. Ignorante é todo aquele que pensa que a polícia seja inimiga da democracia.
Na realidade, ela pode ser mais amiga da democracia do que muita gente que diz amar a democracia, mas adora uma quebradeira e uma violência demagógica.
Sei bem que os inteligentinhos que não foram brincar no parque (são uns desobedientes) vão dizer que estou fazendo uma imagem idealizada da polícia.
Não estou. Estou apenas dando uma explicação da função social da polícia na manutenção da democracia e da civilização.
Pena que as ciências humanas não se ocupem da polícia como objeto do "bem". Pelo contrário, reafirmam a ignorância e o preconceito que temos contra os policiais relacionando-a apenas com "aparelhos repressivos" e não com "aparelhos constitutivos" do convívio civilizado socialmente sustentável.
Há sim corrupção, mas a corrupção, além de ser um dado da natureza humana, é também fruto dos maus salários e do descaso social com relação à polícia, além da proximidade física e psicológica com o crime.
Se a polícia se corrompe (privatiza sua função de manutenção da ordem via "caixinhas") e professores, não, não é porque professores são incorruptíveis, mas simplesmente porque o "produto" que a polícia entrega para a sociedade é mais concretamente e imediatamente urgente do que a educação.
Com isso não estou dizendo que a educação, minha área primeira de atuação, não seja urgente, mas a falta dela demora mais a ser sentida do que a da polícia, daí "paga-se caixinha para o policial", do contrário roubam sua padaria, sua loja, sua casa, sua escola, seu filho, sua mulher, sua vida.
Qual o "produto" da polícia? De novo: liberdade dentro da lei, segurança, a possibilidade de você andar na rua, trabalhar, ir ao cinema, jantar fora, dormir, não ser morto, viver em democracia, enfim, a civilização.
Defendem-se drogado, bandido, criminoso. É hora de cuidarmos da nossa polícia.
Fevereiro 13, 2012
aluizio amorim
Por esta razão faço a transcrição completa e recomendo a leitura. Se puderem compartilhar nas redes sociais seria muito bom. Afinal, a nossa liberdade depende da segurança que só uma polícia bem treinada, remunerada de forma adequada pode nos dar. Leiam:
A POLÍCIA é uma das classes que sofrem maior injustiça por parte da sociedade. Lançamos sobre ela a suspeita de ser um parente próximo dos bandidos. Isso é tão errado quanto julgar negros inferiores pela cor ou gays doentes pela sua orientação sexual.
Não, não estou negando todo tipo de mazela que afeta a polícia nem fazendo apologia da repressão como pensará o caro inteligentinho de plantão. Aliás, proponho que hoje ele vá brincar no parque, leve preferivelmente um livro do fanático Foucault para a caixa de areia.
Partilho do mal-estar típico quando na presença de policiais devido ao monopólio legítimo da violência que eles possuem. Um sentimento de opressão marca nossa relação com a polícia. Mas aqui devemos ir além do senso comum.
Acompanhamos a agonia da Bahia e sua greve da Polícia Militar, que corre o risco de se alastrar por outros Estados. Sem dúvida, o governador da Bahia tem razão ao dizer que a liderança do movimento se excedeu. A polícia não pode agir dessa forma (fazer reféns, fechar o centro administrativo).
A lei diz que a PM é serviço público militar e, por isso, não pode fazer greve. O que está corretíssimo. Mas não vejo ninguém da "inteligência" ou dos setores organizados da sociedade civil se perguntar por que se reclama tanto dos maus salários dos professores (o que também é verdade) e não se reclama da mesma forma veemente dos maus salários da polícia. É como se tacitamente considerássemos a polícia menos "cidadã" do que nós outros.
Quando tem algum problema como esse da greve na Bahia, fala-se "mas o problema é que a polícia ganha mal", mas não vejo nenhum movimento de "repúdio" ao descaso com o qual se trata a classe policial entre nós. Sempre tem alguém para defender drogados, bandidos e invasores da terra alheia, mas não aparece ninguém (nem os artistas da Bahia tampouco) para defender a polícia dos maus-tratos que recebe da sociedade.
A polícia é uma função tão nobre quanto médico e professor. Policial tem mulher, marido, filho, adoece como você e eu.
Não há sociedade civilizada sem a polícia. Ela guarda o sono, mantém a liberdade, assegura a Justiça dentro da lei, sustenta a democracia. Ignorante é todo aquele que pensa que a polícia seja inimiga da democracia.
Na realidade, ela pode ser mais amiga da democracia do que muita gente que diz amar a democracia, mas adora uma quebradeira e uma violência demagógica.
Sei bem que os inteligentinhos que não foram brincar no parque (são uns desobedientes) vão dizer que estou fazendo uma imagem idealizada da polícia.
Não estou. Estou apenas dando uma explicação da função social da polícia na manutenção da democracia e da civilização.
Pena que as ciências humanas não se ocupem da polícia como objeto do "bem". Pelo contrário, reafirmam a ignorância e o preconceito que temos contra os policiais relacionando-a apenas com "aparelhos repressivos" e não com "aparelhos constitutivos" do convívio civilizado socialmente sustentável.
Há sim corrupção, mas a corrupção, além de ser um dado da natureza humana, é também fruto dos maus salários e do descaso social com relação à polícia, além da proximidade física e psicológica com o crime.
Se a polícia se corrompe (privatiza sua função de manutenção da ordem via "caixinhas") e professores, não, não é porque professores são incorruptíveis, mas simplesmente porque o "produto" que a polícia entrega para a sociedade é mais concretamente e imediatamente urgente do que a educação.
Com isso não estou dizendo que a educação, minha área primeira de atuação, não seja urgente, mas a falta dela demora mais a ser sentida do que a da polícia, daí "paga-se caixinha para o policial", do contrário roubam sua padaria, sua loja, sua casa, sua escola, seu filho, sua mulher, sua vida.
Qual o "produto" da polícia? De novo: liberdade dentro da lei, segurança, a possibilidade de você andar na rua, trabalhar, ir ao cinema, jantar fora, dormir, não ser morto, viver em democracia, enfim, a civilização.
Defendem-se drogado, bandido, criminoso. É hora de cuidarmos da nossa polícia.
Fevereiro 13, 2012
aluizio amorim
NOTÍCIAS DO SANATÓRIO
O PT É IMPAGÁVEL
Não se sabe bem por quê, mas aqui no Sanatório da Notícia todas as alas acham o PT impagável. Agora mesmo o governo do PT de Dilma privatizou só os aeroportos que davam lucro. Coisa de louco, não?!?
MEIO A MEIO
O PMDB está que é uma revolta só. Já pensa em devolver os cargos que recebeu do governo dentro daquilo que acha "quota miserável" de ocupação estatal. O rebotalho do partido de Michel Temer que até vice-presidente da República é, acha que só três mandarins peemedebistas levam de Dilma o que pedem e gostam: Sarney, Renan e Jucá. Claro que a devolução é só jogo de cena, a fisiologia do PMDB é "pega tudo e não larga nada". Vale como aviso para Michel Temer deixar de ser melífluo, meio-Palácio, meio-partido.
TRISTE FIM DE POLICARPO MAIA
Petistas morrem de rir de Marco Maia, metalúrgico de segunda, posto que gaúcho e nada tem a ver com o ABC paulista. Nunca antes na história desse país, um presidente da Câmara apitou sua fábrica de pedidos de cargos e salários tão pouco quanto Maia pede e apita no gabinete da Presidência da República. O operário que virou burguês quer ter cargos e prestígio, mas não tem nem um, nem outro. Não tem nenhuma. Continua sendo um reles pregador do baixo clero. Seu mandato chega ao fim. E sua carreira política também.
13 de fevereiro de 2012
sanatório de notícias
Não se sabe bem por quê, mas aqui no Sanatório da Notícia todas as alas acham o PT impagável. Agora mesmo o governo do PT de Dilma privatizou só os aeroportos que davam lucro. Coisa de louco, não?!?
MEIO A MEIO
O PMDB está que é uma revolta só. Já pensa em devolver os cargos que recebeu do governo dentro daquilo que acha "quota miserável" de ocupação estatal. O rebotalho do partido de Michel Temer que até vice-presidente da República é, acha que só três mandarins peemedebistas levam de Dilma o que pedem e gostam: Sarney, Renan e Jucá. Claro que a devolução é só jogo de cena, a fisiologia do PMDB é "pega tudo e não larga nada". Vale como aviso para Michel Temer deixar de ser melífluo, meio-Palácio, meio-partido.
TRISTE FIM DE POLICARPO MAIA
Petistas morrem de rir de Marco Maia, metalúrgico de segunda, posto que gaúcho e nada tem a ver com o ABC paulista. Nunca antes na história desse país, um presidente da Câmara apitou sua fábrica de pedidos de cargos e salários tão pouco quanto Maia pede e apita no gabinete da Presidência da República. O operário que virou burguês quer ter cargos e prestígio, mas não tem nem um, nem outro. Não tem nenhuma. Continua sendo um reles pregador do baixo clero. Seu mandato chega ao fim. E sua carreira política também.
13 de fevereiro de 2012
sanatório de notícias
A PRESENÇA DE ELEONORA MENECUCCI NO MINISTÉRIO OFENDE A DIGNIDADE HUMANA
O governo petista já teve ministros favoráveis ao aborto. Um deles era José Gomes Temporão, da Saúde, que teve a delicadeza de fazer proselitismo em favor da prática quando o papa estava no Brasil. Também já teve Nilcéia Freire, na própria pasta das Mulheres. Ambos são médicos. Já entrevistei os dois e fiz a pergunta óbvia: como profissionais da saúde praticaram ou praticariam aborto? A resposta “não” e “não”. A Temporão, no programa Roda Viva, propus o paradoxo moral dos filhotes de tartaruga, devidamente protegidos por leis severíssimas. Ele não tinha resposta porque ninguém tem.
Não é só isso, não! Em 2010, uma página da Secretaria das Mulheres, ainda sob o comando de Nilcéia Freire, exaltava os deputados da bancada petista que mantiveram firme a sua posição em favor da descriminação do aborto. Reproduzo trecho:
“Reunido ontem (10/7), em Brasília, o Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM) deliberou, na segunda reunião ordinária do novo pleno, sobre moção de aplauso e reconhecimento à posição favorável dos deputados federais José Genoíno (PT/SP), José Eduardo Cardoso (PT/SP), Eduardo Valverde (PT/RO), Regis de Oliveira (PSC-SP) e Paulo Rubens (PDT/PE) à retirada do Artigo 124 do Código Penal que criminaliza o aborto, durante a sessão da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados ocorrida na quarta-feira (9/7). Aqui”
Viram ali o nome que vai em destaque? É o atual ministro da Justiça. Muito bem! Haver ministros no governo favoráveis à descriminação do aborto é uma coisa — já detestável, segundo os meus valores. Haver, no entanto, uma senhora que se deslocou até a Colômbia para, SEM SER NEM MESMO MÉDICA, aprender a fazer aborto “por aspiração”, aí já estamos no terreno da abjeção. Mais: Eleonora Menicucci pertencia a uma ONG que defende o “faça você mesmo” nessa matéria. Sua entidade quer transformar o aborto numa prática quase doméstica, feita por não-médicos.
O post que publiquei nesta madrugada evidencia que o seu proselitismo agressivo em favor da causa não é recente. Dilma Rousseff não nomeou apenas uma abortista; nomeou também uma aborteira confessa, que se orgulha, como diz, de ser “avó do aborto”. Essas suas palavras asquerosas mereciam ser confrontadas com o produto de seus atos, para que a sua carniçaria moral pudesse ser devidamente retratada por sua carniçaria de fato.
A imprensa “progressista” há de ignorar os aspectos escabrosos da biografia desta mártir. E não faltará ainda quem a considere uma mulher muito corajosa. Eu considero que sua presença no ministério ofende a dignidade humana.
E só para encerrar: não me surpreende que uma de suas referências intelectuais, morais e existenciais seja Frei Betto, que teve o desplante, no passado, de lhe arrumar uma vaguinha justamente na Comissão de Direitos Humanos da Arquidiocese de João Pessoa. Anos depois ela saiu vá para empunhar uma seringa e se especializar na aspiração de fetos.
13 de fevereiro de 2012
Por Reinaldo Azevedo
Não é só isso, não! Em 2010, uma página da Secretaria das Mulheres, ainda sob o comando de Nilcéia Freire, exaltava os deputados da bancada petista que mantiveram firme a sua posição em favor da descriminação do aborto. Reproduzo trecho:
“Reunido ontem (10/7), em Brasília, o Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM) deliberou, na segunda reunião ordinária do novo pleno, sobre moção de aplauso e reconhecimento à posição favorável dos deputados federais José Genoíno (PT/SP), José Eduardo Cardoso (PT/SP), Eduardo Valverde (PT/RO), Regis de Oliveira (PSC-SP) e Paulo Rubens (PDT/PE) à retirada do Artigo 124 do Código Penal que criminaliza o aborto, durante a sessão da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados ocorrida na quarta-feira (9/7). Aqui”
Viram ali o nome que vai em destaque? É o atual ministro da Justiça. Muito bem! Haver ministros no governo favoráveis à descriminação do aborto é uma coisa — já detestável, segundo os meus valores. Haver, no entanto, uma senhora que se deslocou até a Colômbia para, SEM SER NEM MESMO MÉDICA, aprender a fazer aborto “por aspiração”, aí já estamos no terreno da abjeção. Mais: Eleonora Menicucci pertencia a uma ONG que defende o “faça você mesmo” nessa matéria. Sua entidade quer transformar o aborto numa prática quase doméstica, feita por não-médicos.
O post que publiquei nesta madrugada evidencia que o seu proselitismo agressivo em favor da causa não é recente. Dilma Rousseff não nomeou apenas uma abortista; nomeou também uma aborteira confessa, que se orgulha, como diz, de ser “avó do aborto”. Essas suas palavras asquerosas mereciam ser confrontadas com o produto de seus atos, para que a sua carniçaria moral pudesse ser devidamente retratada por sua carniçaria de fato.
A imprensa “progressista” há de ignorar os aspectos escabrosos da biografia desta mártir. E não faltará ainda quem a considere uma mulher muito corajosa. Eu considero que sua presença no ministério ofende a dignidade humana.
E só para encerrar: não me surpreende que uma de suas referências intelectuais, morais e existenciais seja Frei Betto, que teve o desplante, no passado, de lhe arrumar uma vaguinha justamente na Comissão de Direitos Humanos da Arquidiocese de João Pessoa. Anos depois ela saiu vá para empunhar uma seringa e se especializar na aspiração de fetos.
13 de fevereiro de 2012
Por Reinaldo Azevedo
COM O (P) ARTIDO (T) ORPE NÃO É PRIVATIZAÇÃO OU "CONCESSÃO" E SIM, UM ANGU DE CAROÇO
Mantega questiona fundos sobre leilão dos aeroportos
Ministro quer saber dos dirigentes da Previ e da Funcef se operação vai dar lucro
Surpreso com o apetite com que os fundos de pensão estatais participaram do leilão dos aeroportos de Guarulhos, Viracopos e Brasília, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, chamou os dirigentes da Previ (fundo dos funcionários do Banco do Brasil) e da Funcef (fundo dos funcionários da Caixa) para ouvir explicações mais detalhadas sobre a decisão.
Depois da conversa, ele passou um relato à presidente Dilma Rousseff.
Assim como boa parte do mercado, que considerou os ágios pagos pelos aeroportos muito elevados e por isso tem dúvidas sobre a sustentabilidade do negócio, setores do governo também viram a operação com alguma reserva.
Se por um lado o valor polpudo arrecadado com a operação, R$ 24,5 bilhões, foi visto como um sucesso, por outro surgiram preocupações quanto à lucratividade do negócio e seus reflexos sobre a saúde dos fundos de pensão.
Mantega fez uma espécie de sabatina com os dirigentes dos fundos. Ouviu que as ofertas foram precedidas de estudos e cálculos e que se trata de um bom negócio. Os fundos contam principalmente com receitas hoje não exploradas, com a concessão de novas lojas e a construção de hotéis.
"Há uma imensa demanda reprimida", frisou um auxiliar da presidente Dilma Rousseff.
Uma fonte ligada aos fundos explicou que os investimentos em ampliação e melhoria na gestão deverão alavancar as receitas dos aeroportos e, num período de três ou quatro anos, deverão gerar o montante necessário ao pagamento da outorga.
Modernas. Por outro lado, há no Executivo quem lamente que os leilões de Guarulhos e Brasília tenham sido vencidos por operadores de médio porte de aeroportos internacionais, como a sul-africana Airport Companies South Africa (Acsa)e a argentina Corporación América.
A exigência da participação de operadores internacionais tinha como meta trazer para o País tecnologias mais modernas de gestão de aeroportos.
Previ e Funcef, além do Petros, fundo de pensão dos funcionários da Petrobrás, fazem parte do consórcio Invepar, que aceitou pagar R$ 16,2 bilhões, um ágio de 373,5%, para explorar Guarulhos por 20 anos.
A versão que corre no governo é que os fundos não foram orientados a entrar pesadamente no leilão. Tanto é que Mantega estranhou o volume envolvido e a agressividade com que participaram do leilão.
"Se tivéssemos sido pautados pelo governo não haveria tanta surpresa", afirmou uma fonte ligada aos fundos de pensão. Segundo a fonte, o elevado ágio pago não vai atrapalhar a realização dos investimentos previstos no edital, que serão financiados.
Também será preservado o cumprimento das metas atuariais dos fundos no longo prazo (INPC mais 6% ao ano), mesmo que a taxa de retorno fique pouco abaixo do estimado nos estudos de viabilidade econômica.
"Teremos a rentabilidade adequada", destacou a fonte. Oficialmente, Funcef, Previ e Petros não falam sobre o assunto, que é de responsabilidade da Invepar.
A suspeita de que a atuação pudesse ter sido orquestrada foi baseada no ocorrido no setor elétrico. Em 2010, o governo recorreu aos fundos de pensão para salvar o leilão da hidrelétrica de Belo Monte.
Naquela ocasião, Odebrecht e Camargo Corrêa se retiraram da disputa, gerando a desconfiança no Executivo de que a manobra teria sido combinada para favorecer um único participante, que depois recompensaria os demais.
Diante desse quadro, os fundos foram chamados para entrar na disputa.
Por outro lado, os investimentos em infraestrutura são típicas aplicações dos fundos de pensão, que precisam de investimentos de longo prazo. Analistas dizem que não dá para apostar apenas em aumento das taxas de juros e em investimentos em ações para cumprir as metas de rentabilidade.
Dados preliminares dos fundos já mostravam que dificilmente eles conseguiriam atingir metas em 2011. Nesse cenário, investimentos em infraestrutura ganham atratividade.
Para o economista Mansueto Almeida, a participação dos fundos de pensão, por si só, é normal. "Eles também participaram das privatizações dos anos 1990", lembrou.
A diferença com relação à situação atual, observou, é que nos anos 1990 os sindicalistas que faziam parte dos conselhos de administração dos fundos eram de oposição. Hoje, eles apoiam o governo.
"O sistema de freios e balanços era melhor no passado", comentou o economista.
Lu Aiko Otta, de O Estado de S. Paulo
O CRAMULHÃO É PETRALHA?
Se Deus é brasileiro, o Diabo só pode ser petralha! Só isto explica por que Brasilha da Fantasia, sede do reino capimunista do Cone Sul, parece um lugar mais infernal que o purgatório original – que existe na ficção religiosa-científica.
O ministério da Rainha Dilma Rousseff - que parece ter pacto com o capeta – é atingido pelas chamas da purificação em seu núcleo mais central.
O Diabo resolveu tirar satisfação com o cardeal petralha que se apresenta midiaticamente como fervoroso católico e camarada familiar. O Demônio decidiu acertar as contas com o cabra que faz o meio-campo do governo atual e anterior. Coitado de Gilberto Carvalho – envolvido emocionalmente desde o brutal assassinato com tortura e sevícia do amigo Celso Daniel até todas as coisas que aconteceram e acontecem desde que Extalinácio chegou e ainda não saiu do poder.
O cardeal Carvalho agora é alvo de uma trama pra lá de diabólica. A revista Veja desencavou uma morena, sensual advogada alagoana, que se aliou ao Durval Barbosa, andou de caso com os poderosos da República Sindicalista, e acabou apanhada pelo rigor seletivo do Ministério Público Federal. A moça teria seduzido o beato bem casado Gilberto Carvalho e outros diabinhos do ministério de Lula-Dilma, envolvendo-os em tráfico de influência.
O caso (perdão pela redundância) tem tudo para dar em nada. Caso (perdão, de novo) envolvesse apenas o cardeal Carvalho, o coração-vivo do governo, já seria complicado. O problema é que o caso infernal chegou ao nível quase divino. Mexe com um dos deuses olimpianos do Supremo Tribunal Federal. A Veja revela que a morena que teria abduzido o Carvalho também revelou ao MP que se envolveu seriamente com Antonio Dias Toffoli (atual ministro do STF) desde quando ele era Advogado Geral da União (de Lula com a Oligarquia Financeira Transnacional). Como Toffoli nega, tudo deve ficar como dantes no supremo octógono do Abrantes.
Deixa o caso pra lá e falemos de grandes negócios. Os petralhas são mesmo uns diabinhos. Não é que o consultor Antônio Palocci conseguiu a façanha de capimunizar uma privataria? O governo entregou para a tal da iniciativa privada metade mais um (51%) do Aeroporto Internacional de Guarulhos – lugar que mais parece uma rodoviária do inferno. Com um subsídio de uns 80% do BNDES, a faxineira Dilma entregou o controle de uma empresa estatal para um consórcio dominado por outras três estatais. Isto é o mais puro capimunismo.
Leandro Roque, do Instituto Ludwig Von Mises Brasil, explica a brilhante jogada capitalista de Estado. O consórcio que arrematou o aeroporto Franco Montoro é formado pela brasileira Invepar (90%) com outros 10% da ACSA — Airports Company South África – uma estatal sul-africana, criada em 1993 e controlada diretamente pelo Ministério dos Transportes da África do Sul. Os vencedores ficaram com 51% da batata, enquanto a velha estatal Infraero terá outros 49%.
O curioso é que a Invepar é uma das nossas Inve(nções) capimunistas. Seus donos são a Construtora OAS Ltda junto com os fundos de pensão - Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (PREVI através do BB Carteira Livre I Fundo de Investimentos em Ações), Fundação Petrobras de Seguridade Social (PETROS) e Fundação dos Economiários Federais (FUNCEF). Apenas por mera e demoníaca coincidência, os fundos são controlados, pessoalmente, por sindicalistas filiados ao PT. Capimunismo é isto aí.
Nesta segunda, nossa maior empresa capimunista muda comando. Maria das Graças Foster toma posse na presidência da Petrobrás. Graça é funcionária de carreira e tem fama de gestora séria, dedicada e competente. Mas ela chega ao cargo máximo da estatal de economia mista não apenas por suas qualidades ou por ser amigona pessoal da presidenta Dilma Rousseff. Ela é esposa de uma figura ligadíssima à Coroa Britânica – que comanda os negócios de petróleo no mundo.
O marido da Graça é o Grande Irmão Colin Vaughan Foster. Ocupa ele o poderoso cargo de Grão-Mestre Distrital da Divisão Norte da Grande Loja Unida da Inglaterra. O “Grand Master” desta Potência Maçônica é o Príncipe Edward George Nicholas Paul Patrick – primo da Rainha Elisabeth. Quem comanda a Grande Loja Unida da Inglaterra, junto com o príncipe, é Peter Lowndes membro do Royal Institution of Chartered Surveyors (RICS). Ou seja, como já explicamos aqui, a Maçonaria Britânica é um dos braços de comando da Oligarquia Financeira Transnacional que controla os principais negócios do mundo globalitário.
Para quem curte uma realeza, um prato cheio. Em nome de Sua Majestade a Rainha Elizabeth II, para a celebração do Jubileu de Diamante, o Príncipe Harry visitará o Brazil de 9 a 11 de março. Oficialmente, o neto da Rainha vem aqui para apoiar os interesses do Reino Unido na região e suas instituições de caridade. No Rio, Sua Alteza Real participará do lançamento da campanha GREAT no Pão de Açúcar, de um evento de esportes em uma praia do Rio, e de atividades em uma comunidade carioca. Em São Paulo, ele participará de uma partida de polo para arrecadar fundos para sua instituição de caridade, Sentebale.
Voltando do mundo das rainhas e príncipes para o nosso ambiente infernal. O chefão Extalinácio voltou a baixar hospital. Oficialmente, ele teve um mal estar e contraiu uma inflamação de mucosa da laringe e esôfago. Tudo gerado pela maldita radioterapia no complicado tratamento de câncer. Lula já perdeu cerca de 9 quilos desde o início do tratamento. Nem pode ir à festa de 32 anos do PT, onde a petralhada radical demonizou a presença do aliado Gilberto Kassab. Mas os médicos do Hospital Sírio-Libanês juram que Lula está praticamente curado.
Ainda bem que milagres acontecem no Brasil. Por aqui, as coisas só mudariam de verdade se Josef Dirceu saísse candidato a Papa. Quem sabe o Supremo não o canoniza? Mas como Celso Daniel não deve ressuscitar para contar quem mandou torturá-lo e assassiná-lo, a temperatura do inferno petralha tende a se manter constante, apenas com pequenos sustos, mas nada que comprometa a infernal obra capimunista dos cramulhões.
13 de fevereiro de 2012
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.
Fonte: Alerta Total
O ministério da Rainha Dilma Rousseff - que parece ter pacto com o capeta – é atingido pelas chamas da purificação em seu núcleo mais central.
O Diabo resolveu tirar satisfação com o cardeal petralha que se apresenta midiaticamente como fervoroso católico e camarada familiar. O Demônio decidiu acertar as contas com o cabra que faz o meio-campo do governo atual e anterior. Coitado de Gilberto Carvalho – envolvido emocionalmente desde o brutal assassinato com tortura e sevícia do amigo Celso Daniel até todas as coisas que aconteceram e acontecem desde que Extalinácio chegou e ainda não saiu do poder.
O cardeal Carvalho agora é alvo de uma trama pra lá de diabólica. A revista Veja desencavou uma morena, sensual advogada alagoana, que se aliou ao Durval Barbosa, andou de caso com os poderosos da República Sindicalista, e acabou apanhada pelo rigor seletivo do Ministério Público Federal. A moça teria seduzido o beato bem casado Gilberto Carvalho e outros diabinhos do ministério de Lula-Dilma, envolvendo-os em tráfico de influência.
O caso (perdão pela redundância) tem tudo para dar em nada. Caso (perdão, de novo) envolvesse apenas o cardeal Carvalho, o coração-vivo do governo, já seria complicado. O problema é que o caso infernal chegou ao nível quase divino. Mexe com um dos deuses olimpianos do Supremo Tribunal Federal. A Veja revela que a morena que teria abduzido o Carvalho também revelou ao MP que se envolveu seriamente com Antonio Dias Toffoli (atual ministro do STF) desde quando ele era Advogado Geral da União (de Lula com a Oligarquia Financeira Transnacional). Como Toffoli nega, tudo deve ficar como dantes no supremo octógono do Abrantes.
Deixa o caso pra lá e falemos de grandes negócios. Os petralhas são mesmo uns diabinhos. Não é que o consultor Antônio Palocci conseguiu a façanha de capimunizar uma privataria? O governo entregou para a tal da iniciativa privada metade mais um (51%) do Aeroporto Internacional de Guarulhos – lugar que mais parece uma rodoviária do inferno. Com um subsídio de uns 80% do BNDES, a faxineira Dilma entregou o controle de uma empresa estatal para um consórcio dominado por outras três estatais. Isto é o mais puro capimunismo.
Leandro Roque, do Instituto Ludwig Von Mises Brasil, explica a brilhante jogada capitalista de Estado. O consórcio que arrematou o aeroporto Franco Montoro é formado pela brasileira Invepar (90%) com outros 10% da ACSA — Airports Company South África – uma estatal sul-africana, criada em 1993 e controlada diretamente pelo Ministério dos Transportes da África do Sul. Os vencedores ficaram com 51% da batata, enquanto a velha estatal Infraero terá outros 49%.
O curioso é que a Invepar é uma das nossas Inve(nções) capimunistas. Seus donos são a Construtora OAS Ltda junto com os fundos de pensão - Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (PREVI através do BB Carteira Livre I Fundo de Investimentos em Ações), Fundação Petrobras de Seguridade Social (PETROS) e Fundação dos Economiários Federais (FUNCEF). Apenas por mera e demoníaca coincidência, os fundos são controlados, pessoalmente, por sindicalistas filiados ao PT. Capimunismo é isto aí.
Nesta segunda, nossa maior empresa capimunista muda comando. Maria das Graças Foster toma posse na presidência da Petrobrás. Graça é funcionária de carreira e tem fama de gestora séria, dedicada e competente. Mas ela chega ao cargo máximo da estatal de economia mista não apenas por suas qualidades ou por ser amigona pessoal da presidenta Dilma Rousseff. Ela é esposa de uma figura ligadíssima à Coroa Britânica – que comanda os negócios de petróleo no mundo.
O marido da Graça é o Grande Irmão Colin Vaughan Foster. Ocupa ele o poderoso cargo de Grão-Mestre Distrital da Divisão Norte da Grande Loja Unida da Inglaterra. O “Grand Master” desta Potência Maçônica é o Príncipe Edward George Nicholas Paul Patrick – primo da Rainha Elisabeth. Quem comanda a Grande Loja Unida da Inglaterra, junto com o príncipe, é Peter Lowndes membro do Royal Institution of Chartered Surveyors (RICS). Ou seja, como já explicamos aqui, a Maçonaria Britânica é um dos braços de comando da Oligarquia Financeira Transnacional que controla os principais negócios do mundo globalitário.
Para quem curte uma realeza, um prato cheio. Em nome de Sua Majestade a Rainha Elizabeth II, para a celebração do Jubileu de Diamante, o Príncipe Harry visitará o Brazil de 9 a 11 de março. Oficialmente, o neto da Rainha vem aqui para apoiar os interesses do Reino Unido na região e suas instituições de caridade. No Rio, Sua Alteza Real participará do lançamento da campanha GREAT no Pão de Açúcar, de um evento de esportes em uma praia do Rio, e de atividades em uma comunidade carioca. Em São Paulo, ele participará de uma partida de polo para arrecadar fundos para sua instituição de caridade, Sentebale.
Voltando do mundo das rainhas e príncipes para o nosso ambiente infernal. O chefão Extalinácio voltou a baixar hospital. Oficialmente, ele teve um mal estar e contraiu uma inflamação de mucosa da laringe e esôfago. Tudo gerado pela maldita radioterapia no complicado tratamento de câncer. Lula já perdeu cerca de 9 quilos desde o início do tratamento. Nem pode ir à festa de 32 anos do PT, onde a petralhada radical demonizou a presença do aliado Gilberto Kassab. Mas os médicos do Hospital Sírio-Libanês juram que Lula está praticamente curado.
Ainda bem que milagres acontecem no Brasil. Por aqui, as coisas só mudariam de verdade se Josef Dirceu saísse candidato a Papa. Quem sabe o Supremo não o canoniza? Mas como Celso Daniel não deve ressuscitar para contar quem mandou torturá-lo e assassiná-lo, a temperatura do inferno petralha tende a se manter constante, apenas com pequenos sustos, mas nada que comprometa a infernal obra capimunista dos cramulhões.
13 de fevereiro de 2012
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.
Fonte: Alerta Total
MÁQUINA VICIADA. CONVÊNIOS PARA ACELERAR O PAC SERVEM PARA CONTRATAR SECRETÁRIA E RECEPCIONISTA
Em vez de se dedicar exclusivamente a fornecer técnicos para acompanhamento de obras, contratos da Fundação Ricardo Franco com Secretaria de Portos e Dnit são usados para empregar mão de obra terceirizada para serviços administrativos
Convênios contratados para melhorar a gestão e dar ritmo às obras de infraestrutura do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) estão servindo de guarda-chuva para contratar funcionários administrativos terceirizados, como secretárias e recepcionistas, além de assessores para cuidar de pleitos de deputados e senadores em órgãos como a Secretaria de Portos da Presidência (SEP) e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).
Pasta com 131 servidores públicos - a maioria comissionada -, a SEP mantém em Brasília uma lista de funcionários da Fundação Ricardo Franco (FRF), entidade sem fins lucrativos ligada ao Instituto Militar do Exército (IME), graças a um convênio de R$ 20 milhões, assinado em outubro.
O objetivo é monitorar ações do PAC e apoiar, na área de engenharia, a execução de programas.
Mas, além do pessoal técnico, funcionários trabalham no apoio administrativo em quase todos os setores do órgão, como a coordenação-geral, o protocolo e até o gabinete do secretário executivo, Mário Lima Júnior, signatário da parceria.
Embora se trate de um pacote de serviços técnicos a cargo da fundação, a entidade admite pessoal mediante indicação da Secretaria de Portos para cargos que pouco podem contribuir para a aceleração do PAC.
Entre eles, constam parentes de servidores da pasta.
O decreto 7.203/2010, da Presidência, proíbe a contratação, para um mesmo órgão, de familiares de funcionários públicos, mesmo quando terceirizados.
Na quarta-feira, o Estado telefonou para o escritório da fundação em Brasília como se fosse alguém procurando emprego e perguntou sobre a possibilidade de uma vaga de recepcionista, secretário ou auxiliar administrativo na SEP.
"Na verdade, é a própria secretaria que encaminha, direciona os funcionários. Não é a gente que contrata", disse o funcionário da fundação.
Na área responsável pelas contratações da SEP, é uma empregada da fundação, com função de secretária, quem avisa que fica mais fácil conseguir uma vaga se tiver algum conhecido já empregado.
"Traz o seu currículo.
Você é amigo de alguém aqui?"
No gabinete do secretário executivo, vários funcionários administrativos têm vínculo com a fundação.
Nos Recursos Humanos, Patrícia Ribeiro de Sousa - com cargo comissionado de assessora, segundo o Portal da Transparência - é irmã da secretária Alzenira Ribeiro de Sousa, que está na folha salarial da entidade.
As duas estão na lista telefônica da pasta.
Auditoria.
A Ricardo Franco também cedeu 77 funcionários ao Dnit, a título de lidar com projetos básicos e executivos de engenharia.
Uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU), concluída em janeiro, constatou que havia pessoal espalhado por inúmeros setores, como a Comissão de Licitação, a Auditoria Interna e até a Corregedoria.
"Os alocados na DG (Diretoria-Geral) realizam trabalhos de assessoria, respondendo aos órgãos de controle e filtrando pleitos parlamentares."
"É uma espécie de barriga de aluguel. Você usa para colocar quem quiser dentro", comparou o ministro José Jorge, do TCU, ao avaliar o caso da SEP. Segundo ele, parcerias como essa, de cooperação técnico-científica, devem ser voltadas para seus objetivos específicos.
Os auditores chamam os funcionários de "quarteirizados", por causa do atípico processo de contratação. Para a execução do projeto, o Dnit repassa recursos ao Departamento de Engenharia e Construção do Exército (DEC), que o transfere à fundação, a quem cabe fornecer o pessoal. Essa operação é que é chamada de quarteirização.
O procurador do Ministério Público no TCU, Marinus Marsico, diz que vai solicitar os documentos do convênio da SEP para eventual investigação. Ele explica que, para atividades típicas de Estado, o governo é obrigado a abrir concurso.
Para funções que não têm a ver com a finalidade do órgão público, como limpeza, segurança e algumas tarefas administrativas simples, admite-se a terceirização, mediante concorrência para contratação da empresa fornecedora dos serviços.
"O uso generalizado das fundações tem por objetivo contornar as imposições da Lei de Licitações", observa.
Fevereiro 13, 2012
FÁBIO FABRINI O Estado de S. Paulo
PTrobras - CHEIA DE GRAÇA
Graça, a Maria das Graças Foster assumiu hoje, com toda a pompa e circunstância o que já era dela e de seu marido Colin Vaughan Foster há muito tempo: a presidência da Petrobras.
Ela tomou o lugar de Zé Sergio Gabrielli que, como desculpa para o chute nos fundilhos, jura que vai seguir carreira política na Bahia. E que, como se denota aí na foto do clã Stuckert, da Presidência da República, prudentemente não estava na festa.
Participaram da cerimônia de posse da Graça Foster a primeira-amiga-presidenta Dilma; o presidente da Câmara dos Deputados (PT), Marco Maia; o ministro da Fazenda, Guido Mantega e aquele que pensa que é ministro de Minas e Energia, Edison Lobão.
Também estiveram no evento empresários e políticos, entre eles o presidente da Vale, Murillo Ferreira; o diretor da Coppe e ex-presidente da Eletrobras, Luiz Pinguelli Rosa; e a senadora Marta Suplicy. Como se vê, muitos políticos e pouquíssimas pessoas. Nota-se também que ninguém falou no marido da empossada.
No ato de sua posse explícita, Graça rezou que possui "gratidão e fidelidade incondicional" à presidenta Dilma Rousseff. Não chegou aos exageros de um Zé Dirceu que se acachorrou um dia para dizer de boca cheia que tinha por Lula uma "fidelidade canina".
Mas, cheia de emoção, a presibrás não esqueceu o nome de Luiz Erário Lula da Silva que foi usado para o grand finale do seu primeiro discurso oficial como, por enquanto, apenas feitora dos feitos da estatal petrolífera. Quando aparecerem os malfeitos, será natural e merecidamente promovida de feitora a malfeitora.
Seu discurso foi breve. Ela fez questão de agradecer a todos aqueles que estiveram ao lado dela em 30 anos de companhia, além de lembrar de Gabrielli no cargo. Por um lapso, ou absoluta conveniência, não agradeceu a convivência e parceria com o marido Colin Vaughn Foster.
Se você não sabe, Colin Vaughan Foster, marido de Graça também Foster, leva a vida que pediu a Deus e por Ele foi atendido dentro da Petrobras.
Nos últimos anos, a C. Foster, empresa por acaso de propriedade de Colin Vaughan Foster, assinou 42 contratos, dos quais 20 deles sem licitação, para fornecer componentes eletrônicos às áreas de tecnologia, exploração e produção a diferentes unidades da mais cobiçada e rica casa do ramo governamental.
Graça, a Maria das Graças Foster, está no lugar que merece. Tem o perfil ideal para participar dessa governança Dilma do terceiro mandato lulático. É a modelo ideal para a pintura do quadro das madonas que a primeira-mulher-presidenta montou com o que Marta Suplicy candidamente chama de "o jeito PT de governar".
13 de fevereiro de 2012
sanatório da notícia
Ela tomou o lugar de Zé Sergio Gabrielli que, como desculpa para o chute nos fundilhos, jura que vai seguir carreira política na Bahia. E que, como se denota aí na foto do clã Stuckert, da Presidência da República, prudentemente não estava na festa.
Participaram da cerimônia de posse da Graça Foster a primeira-amiga-presidenta Dilma; o presidente da Câmara dos Deputados (PT), Marco Maia; o ministro da Fazenda, Guido Mantega e aquele que pensa que é ministro de Minas e Energia, Edison Lobão.
Também estiveram no evento empresários e políticos, entre eles o presidente da Vale, Murillo Ferreira; o diretor da Coppe e ex-presidente da Eletrobras, Luiz Pinguelli Rosa; e a senadora Marta Suplicy. Como se vê, muitos políticos e pouquíssimas pessoas. Nota-se também que ninguém falou no marido da empossada.
No ato de sua posse explícita, Graça rezou que possui "gratidão e fidelidade incondicional" à presidenta Dilma Rousseff. Não chegou aos exageros de um Zé Dirceu que se acachorrou um dia para dizer de boca cheia que tinha por Lula uma "fidelidade canina".
Mas, cheia de emoção, a presibrás não esqueceu o nome de Luiz Erário Lula da Silva que foi usado para o grand finale do seu primeiro discurso oficial como, por enquanto, apenas feitora dos feitos da estatal petrolífera. Quando aparecerem os malfeitos, será natural e merecidamente promovida de feitora a malfeitora.
Seu discurso foi breve. Ela fez questão de agradecer a todos aqueles que estiveram ao lado dela em 30 anos de companhia, além de lembrar de Gabrielli no cargo. Por um lapso, ou absoluta conveniência, não agradeceu a convivência e parceria com o marido Colin Vaughn Foster.
Se você não sabe, Colin Vaughan Foster, marido de Graça também Foster, leva a vida que pediu a Deus e por Ele foi atendido dentro da Petrobras.
Nos últimos anos, a C. Foster, empresa por acaso de propriedade de Colin Vaughan Foster, assinou 42 contratos, dos quais 20 deles sem licitação, para fornecer componentes eletrônicos às áreas de tecnologia, exploração e produção a diferentes unidades da mais cobiçada e rica casa do ramo governamental.
Graça, a Maria das Graças Foster, está no lugar que merece. Tem o perfil ideal para participar dessa governança Dilma do terceiro mandato lulático. É a modelo ideal para a pintura do quadro das madonas que a primeira-mulher-presidenta montou com o que Marta Suplicy candidamente chama de "o jeito PT de governar".
13 de fevereiro de 2012
sanatório da notícia
IGUAIZINHOS CARDOSO DA SILVA
Marta Suplicy estrilou na semana passada, inconformada com o avançado namoro de seus companheiros petistas com Gilberto Kassab. Ela se disse assustada com a possibilidade de "acordar de mãos dadas" com o antigo adversário e ameaça ficar fora do palanque de Fernando Haddad se ele preferir dar o braço ao prefeito. Um dia depois, Kassab foi à festa de aniversário do PT e roubou a cena: ganhou lugar de honra no palco, mandou beijinho e piscou o olho para a presidente Dilma Rousseff. Quando a plateia começou a vaiar e a cúpula do partido tentou conter o protesto, Dilma ajudou a puxar os aplausos para o novo companheiro.
Faz tempo que os petistas abandonaram o pudor na escolha dos aliados. Basta ver com quem Marta anda para lembrar disso. Seu suplente no Senado é o vereador Antônio Carlos Rodrigues, do PR, chefe do bloco conservador que passou a dar as cartas na Câmara Municipal depois que Marta e o PT saíram da prefeitura.Na mesma semana em que Dilma celebrou em público sua amizade com Kassab, o governo entregou ao setor privado a administração de três dos maiores aeroportos do país, levando petistas e tucanos a se engalfinhar num debate infantil sobre os modelos de privatização que adotaram nos últimos anos.
Assim como na negociação das alianças do PT, a briga tem pouco a ver com ideologia. Os dois lados desperdiçam energia com questões semânticas, como a diferença entre concessões e privatizações, e evitam reconhecer o óbvio. Nenhum deles é contra nada. Trata-se só de decidir quem privatiza com mais gosto.As diferenças que separam petistas e tucanos são cada vez menores e isso empobrece o debate político. Todo mundo pensa parecido, e estão todos sempre dispostos a abandonar suas convicções se for necessário para vencer a próxima eleição. A campanha eleitoral deste ano oferecerá mais uma oportunidade para observar esse fenômeno.
(Artigo de Ricardo Balthazar, intitulado "De mãos dadas", publicado hoje na Folha de São Paulo)
Faz tempo que os petistas abandonaram o pudor na escolha dos aliados. Basta ver com quem Marta anda para lembrar disso. Seu suplente no Senado é o vereador Antônio Carlos Rodrigues, do PR, chefe do bloco conservador que passou a dar as cartas na Câmara Municipal depois que Marta e o PT saíram da prefeitura.Na mesma semana em que Dilma celebrou em público sua amizade com Kassab, o governo entregou ao setor privado a administração de três dos maiores aeroportos do país, levando petistas e tucanos a se engalfinhar num debate infantil sobre os modelos de privatização que adotaram nos últimos anos.
Assim como na negociação das alianças do PT, a briga tem pouco a ver com ideologia. Os dois lados desperdiçam energia com questões semânticas, como a diferença entre concessões e privatizações, e evitam reconhecer o óbvio. Nenhum deles é contra nada. Trata-se só de decidir quem privatiza com mais gosto.As diferenças que separam petistas e tucanos são cada vez menores e isso empobrece o debate político. Todo mundo pensa parecido, e estão todos sempre dispostos a abandonar suas convicções se for necessário para vencer a próxima eleição. A campanha eleitoral deste ano oferecerá mais uma oportunidade para observar esse fenômeno.
(Artigo de Ricardo Balthazar, intitulado "De mãos dadas", publicado hoje na Folha de São Paulo)
CHAMA A POLÍCIA...
13/02/2012
No cafezinho do Congresso todo mundo sabe quem tá roubando, diz Ciro Gomes
13/02/2012
DE SÃO PAULO
O ex-ministro Ciro Gomes (PSB) afirmou em entrevista ao jornalista Kennedy Alencar que "no cafezinho do Congresso Nacional, todo mundo sabe quem tá roubando aonde e em favor de quem", ao responder uma pergunta que abordava se a suposta faxina nos ministérios feita por Dilma não seria uma farsa e que na verdade é a imprensa que tem derrubado seus ministros.
No programa "É Notícia" (Rede TV), exibida na madrugada desta segunda-feira, Ciro também falou sobre sua intenção de ser candidato à Presidência da República e comentou sobre o cenário para as eleições municipais em São Paulo.
**** **** ****
Sobre o comentário feito no vídeo o coroneLeaks comentou:
Se sabe, por que não denuncia?
Que mania cafajeste esta de chamar todo mundo de ladrão? O sujeito aí do vídeo tem um irmão que usa jatinho de empresário, que leva a sogra pra passear na Europa, que discute compensações com empresários do ramo imobiliário em desapropriações e vem posar de dono da moralidade?
Ele mesmo curtiu muito tempo o cafezinho do Congresso. O seu discurso é o mesmo de vinte anos atrás, de ataque a desafetos, sempre desprovidos de qualquer prova. Ora, todo mundo sabe... Se ele sabe, porque não denuncia? Tem medo do quê? Tem o rabo preso com quem? Sai pra lá, totó do Lula.
No cafezinho do Congresso todo mundo sabe quem tá roubando, diz Ciro Gomes
13/02/2012
DE SÃO PAULO
O ex-ministro Ciro Gomes (PSB) afirmou em entrevista ao jornalista Kennedy Alencar que "no cafezinho do Congresso Nacional, todo mundo sabe quem tá roubando aonde e em favor de quem", ao responder uma pergunta que abordava se a suposta faxina nos ministérios feita por Dilma não seria uma farsa e que na verdade é a imprensa que tem derrubado seus ministros.
No programa "É Notícia" (Rede TV), exibida na madrugada desta segunda-feira, Ciro também falou sobre sua intenção de ser candidato à Presidência da República e comentou sobre o cenário para as eleições municipais em São Paulo.
**** **** ****
Sobre o comentário feito no vídeo o coroneLeaks comentou:
Se sabe, por que não denuncia?
Que mania cafajeste esta de chamar todo mundo de ladrão? O sujeito aí do vídeo tem um irmão que usa jatinho de empresário, que leva a sogra pra passear na Europa, que discute compensações com empresários do ramo imobiliário em desapropriações e vem posar de dono da moralidade?
Ele mesmo curtiu muito tempo o cafezinho do Congresso. O seu discurso é o mesmo de vinte anos atrás, de ataque a desafetos, sempre desprovidos de qualquer prova. Ora, todo mundo sabe... Se ele sabe, porque não denuncia? Tem medo do quê? Tem o rabo preso com quem? Sai pra lá, totó do Lula.
O PT NÃO ESQUECE O ABORTO
Artigos - Aborto
No mês de outubro de 2010, na reta final da campanha eleitoral, a então candidata Dilma Rousseff (PT), que naquele momento corria o sério risco de perder a eleição, enviou uma Carta Aberta às igrejas. Nesse documento Dilma se apresenta como cristã e faz duas declarações sobre o aborto. Vejamos:
“N. 2. Sou pessoalmente contra o aborto e defendo a manutenção da legislação atual sobre o assunto”.
“N. 3. Eleita presidente da República, não tomarei a iniciativa de propor alterações de pontos que tratem da legislação do aborto e de outros temas concernentes à família e à livre expressão de qualquer religião no País”.
Em 2010, para se eleger presidente da república, Dilma Rousseff teve que dizer que é contrária ao aborto, negando declarações públicas nas quais defendia essa prática, e prometeu que não mudaria a legislação em vigor.
Além disso, é preciso salientar que, no Brasil, o movimento pró-aborto está quase morto. Apesar do amplo apoio da grande mídia, que pensa que abortar é ser moderno e libertário, e de setores do Estado, esse movimento está diminuindo a cada dia. A população brasileira é contra o aborto, sem contar que o movimento pró-aborto tem, sistematicamente, perdido militantes, dinheiro e representantes no Congresso Nacional.
Na contramarcha da vontade popular a presidente Dilma Rousseff nomeou e deu posse, no dia 10 deste mês, na Secretaria de Políticas para as Mulheres, a militante radical do movimento pró-aborto Eleonora Menicucci. Que não perdeu tempo. Em entrevista concedida no dia 8, amplamente divulgada pela grande mídia, Eleonora Menicucci defendeu a legalização do aborto. Para tanto alegou que se trata de uma questão de saúde pública. Ela chegou a afirmar, entre outras coisas, que o “aborto, como sanitarista, tenho que dizer, é uma questão de saúde pública, não é uma questão ideológica. Como o crack, as drogas, a dengue, o HIV, todas as doenças infectocontagiosas”.
Sobre o PT e as declarações da nova ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres é possível se realizar cinco reflexões.
Primeiro: em 2010, para se eleger, Dilma Rousseff e o PT fizeram um pacto com a sociedade para não legalizarem o aborto. O problema é que o PT nunca esqueceu o aborto. Essa prática é uma espécie de obsessão para o PT. O PT quer legalizar o aborto a qualquer custo, de qualquer forma e utilizando qualquer pretexto. Uma prova disso é que militantes, líderes, ministros, etc., do governo do PT vivem falando da necessidade de se legalizar o aborto no Brasil.
Segundo: a nomeação de Eleonora Menicucci para a Secretaria de Políticas para as Mulheres tem dois significados simbólicos. 1) O PT rompeu com o pacto social feito em 2010, o qual impedia a legalização do aborto. Agora que chegou ao poder, o PT, que sempre falou em democracia, está jogando a democracia no lixo e governando para si mesmo. O PT voltou a fazer manobras para legalizar o aborto e, com isso, cumprir com o que determinam os seus estatutos. 2) O PT está tentando, por meio da Secretaria de Políticas para as Mulheres e, por conseguinte, do dinheiro do contribuinte, reorganizar e revitalizar o moribundo movimento pró-aborto.
Terceiro: a declaração na nova secretária é extremamente grave. Se a secretária realmente estiver correta, então a gravidez é uma doença infectocontagiosa. Esse tipo de declaração só demonstra como o movimento pró-aborto é preconceituoso e antiético. Como um partido, como o PT, que se diz tão ético, pode dar apoio a um movimento tão antiético?
Quarto: diante do argumento que o aborto é uma questão de saúde pública, é preciso fazer dois sérios esclarecimentos. (1) Como o movimento pró-aborto, Eleonora Menicucci, o PT e outros defensores do aborto chegaram a essa conclusão? O problema é que o Brasil não possui um sistema para monitorar os casos de aborto. Sem contar que as pesquisas que o governo realiza são mantidas em sigilo de Estado. Há muito tempo o movimento pró-vida tem solicitado que o Estado disponibilize os resultados das pesquisas realizadas sobre o aborto. Enfim, que o Estado abra a “caixa preta” do aborto. Mas há graves problemas nessas pesquisas.
Há pesquisa que aponta que o Brasil tem um milhão de mulheres mortas por causa do aborto, outra que são 100 mil, outra que é 60 mil. Qual está correta? É por causa dessa falta de coerência nas pesquisas que o governo e o PT apresentam que muita gente pensa que tudo não passa de números inventados, irreais, para tentar enganar a opinião pública e, com isso, legalizar o aborto de forma fraudulenta. (2) Se realmente, no Brasil, o aborto é um “caso de saúde pública”, então porque o movimento pró-aborto e o PT não aceitam a criação da CPI do aborto? Já que estão morrendo um milhão de mulheres por ano por causa do aborto ilegal, nada melhor do que criar uma CPI, como quer o movimento pró-vida, para investigar tudo o que existe por trás dessa prática. O problema é que o PT e seus aliados fazem de tudo para impedir a criação da CPI. Pela forma que o PT trata a possibilidade de se criar uma CPI para investigar o aborto, parece que essa prática não é um problema de saúde pública.
Quinto: mais uma vez o PT esqueceu os graves problemas do sistema de saúde brasileiro. Ele quer legalizar o aborto por puro capricho ideológico. É algo mais ou menos da seguinte forma: “o manual do partido manda legalizar o aborto, então temos que legalizá-lo de qualquer forma”. O PT, que governa o país, faria algo mais sério se cuidasse dos graves problemas do sistema de saúde brasileiro. Isso sim é um problema de saúde pública.
Por fim, é preciso questionar: diante das graves declarações de Eleonora Menicucci, que, entre outras coisas, chegou a comparar a gravidez com uma doença infectocontagiosa, onde está a Secretária de Direitos Humanos? Onde estão, que nada dizem e nada fazem, as milhares e milhares de ONGs que recebem verbas públicas para defender os direitos humanos? Afinal o feto e a gravidez também merecem atenção dos direitos humanos. Onde está o PSDB, partido que teoricamente é o líder da oposição, que não fez qualquer crítica as declarações da Sra. Eleonora Menicucci? Onde está Aécio Neves, possível candidato a presidência pelo PSDB, que não se pronunciou sobre um tema tão grave? Onde está a oposição (PSDB, DEM, etc.) ao PT, que não se pronunciou sobre as polêmicas afirmações de Eleonora Menicucci? Onde estão os políticos populistas, que se dizem cristãos, como é o caso do deputado Gabriel Chalita (PMDB) que levou Dilma Rousseff para o Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida para ela se declarar contrária ao aborto, mas que não fazem uma única crítica às declarações de Eleonora Menicucci?
É preciso refletir sobre tudo isso.
Comentário de Heitor de Paola
Esta é mais uma excelente contribuição do professor Ivanaldo Santos. Já que ele faz várias perguntas, certamente espera respostas. Pois lá vão as minhas:
(1) Como médico e não religioso afirmo que o aborto não é um problema de saúde pública nem privada e não são apenas religiosos que são contra: o aborto é puro assassinato de um ser humano completo (para sua idade evolutiva).
(2) Qualificá-lo como “problema de saúde pública” e conseguir aprovar sua prática, significa apenas dar um passo a mais, um “avanço”, rumo ao estabelecimento de um governo totalitário comuno-fascista em que até os seres humanos já nascidos poderão, a qualquer momento, ser considerados “problemas de saúde pública” e eliminados. Os idosos e “doentes” mentais ou com doenças infecto-contagiosas serão os próximos.
(3) Não houve manifestação da “oposição” porque ela não existe: o PSDB faz parte do mesmo programa de transformação comuno-fascista e é plenamente favorável aos planos do PT com pequenas divergências pontuais, e os demais partidos não existem a não ser para conseguir emprego para apaniguados.
13 de fevereiro de 2012
Ivanaldo Santos é escritor, filósofo e professor na Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
No mês de outubro de 2010, na reta final da campanha eleitoral, a então candidata Dilma Rousseff (PT), que naquele momento corria o sério risco de perder a eleição, enviou uma Carta Aberta às igrejas. Nesse documento Dilma se apresenta como cristã e faz duas declarações sobre o aborto. Vejamos:
“N. 2. Sou pessoalmente contra o aborto e defendo a manutenção da legislação atual sobre o assunto”.
“N. 3. Eleita presidente da República, não tomarei a iniciativa de propor alterações de pontos que tratem da legislação do aborto e de outros temas concernentes à família e à livre expressão de qualquer religião no País”.
Em 2010, para se eleger presidente da república, Dilma Rousseff teve que dizer que é contrária ao aborto, negando declarações públicas nas quais defendia essa prática, e prometeu que não mudaria a legislação em vigor.
Além disso, é preciso salientar que, no Brasil, o movimento pró-aborto está quase morto. Apesar do amplo apoio da grande mídia, que pensa que abortar é ser moderno e libertário, e de setores do Estado, esse movimento está diminuindo a cada dia. A população brasileira é contra o aborto, sem contar que o movimento pró-aborto tem, sistematicamente, perdido militantes, dinheiro e representantes no Congresso Nacional.
Na contramarcha da vontade popular a presidente Dilma Rousseff nomeou e deu posse, no dia 10 deste mês, na Secretaria de Políticas para as Mulheres, a militante radical do movimento pró-aborto Eleonora Menicucci. Que não perdeu tempo. Em entrevista concedida no dia 8, amplamente divulgada pela grande mídia, Eleonora Menicucci defendeu a legalização do aborto. Para tanto alegou que se trata de uma questão de saúde pública. Ela chegou a afirmar, entre outras coisas, que o “aborto, como sanitarista, tenho que dizer, é uma questão de saúde pública, não é uma questão ideológica. Como o crack, as drogas, a dengue, o HIV, todas as doenças infectocontagiosas”.
Sobre o PT e as declarações da nova ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres é possível se realizar cinco reflexões.
Primeiro: em 2010, para se eleger, Dilma Rousseff e o PT fizeram um pacto com a sociedade para não legalizarem o aborto. O problema é que o PT nunca esqueceu o aborto. Essa prática é uma espécie de obsessão para o PT. O PT quer legalizar o aborto a qualquer custo, de qualquer forma e utilizando qualquer pretexto. Uma prova disso é que militantes, líderes, ministros, etc., do governo do PT vivem falando da necessidade de se legalizar o aborto no Brasil.
Segundo: a nomeação de Eleonora Menicucci para a Secretaria de Políticas para as Mulheres tem dois significados simbólicos. 1) O PT rompeu com o pacto social feito em 2010, o qual impedia a legalização do aborto. Agora que chegou ao poder, o PT, que sempre falou em democracia, está jogando a democracia no lixo e governando para si mesmo. O PT voltou a fazer manobras para legalizar o aborto e, com isso, cumprir com o que determinam os seus estatutos. 2) O PT está tentando, por meio da Secretaria de Políticas para as Mulheres e, por conseguinte, do dinheiro do contribuinte, reorganizar e revitalizar o moribundo movimento pró-aborto.
Terceiro: a declaração na nova secretária é extremamente grave. Se a secretária realmente estiver correta, então a gravidez é uma doença infectocontagiosa. Esse tipo de declaração só demonstra como o movimento pró-aborto é preconceituoso e antiético. Como um partido, como o PT, que se diz tão ético, pode dar apoio a um movimento tão antiético?
Quarto: diante do argumento que o aborto é uma questão de saúde pública, é preciso fazer dois sérios esclarecimentos. (1) Como o movimento pró-aborto, Eleonora Menicucci, o PT e outros defensores do aborto chegaram a essa conclusão? O problema é que o Brasil não possui um sistema para monitorar os casos de aborto. Sem contar que as pesquisas que o governo realiza são mantidas em sigilo de Estado. Há muito tempo o movimento pró-vida tem solicitado que o Estado disponibilize os resultados das pesquisas realizadas sobre o aborto. Enfim, que o Estado abra a “caixa preta” do aborto. Mas há graves problemas nessas pesquisas.
Há pesquisa que aponta que o Brasil tem um milhão de mulheres mortas por causa do aborto, outra que são 100 mil, outra que é 60 mil. Qual está correta? É por causa dessa falta de coerência nas pesquisas que o governo e o PT apresentam que muita gente pensa que tudo não passa de números inventados, irreais, para tentar enganar a opinião pública e, com isso, legalizar o aborto de forma fraudulenta. (2) Se realmente, no Brasil, o aborto é um “caso de saúde pública”, então porque o movimento pró-aborto e o PT não aceitam a criação da CPI do aborto? Já que estão morrendo um milhão de mulheres por ano por causa do aborto ilegal, nada melhor do que criar uma CPI, como quer o movimento pró-vida, para investigar tudo o que existe por trás dessa prática. O problema é que o PT e seus aliados fazem de tudo para impedir a criação da CPI. Pela forma que o PT trata a possibilidade de se criar uma CPI para investigar o aborto, parece que essa prática não é um problema de saúde pública.
Quinto: mais uma vez o PT esqueceu os graves problemas do sistema de saúde brasileiro. Ele quer legalizar o aborto por puro capricho ideológico. É algo mais ou menos da seguinte forma: “o manual do partido manda legalizar o aborto, então temos que legalizá-lo de qualquer forma”. O PT, que governa o país, faria algo mais sério se cuidasse dos graves problemas do sistema de saúde brasileiro. Isso sim é um problema de saúde pública.
Por fim, é preciso questionar: diante das graves declarações de Eleonora Menicucci, que, entre outras coisas, chegou a comparar a gravidez com uma doença infectocontagiosa, onde está a Secretária de Direitos Humanos? Onde estão, que nada dizem e nada fazem, as milhares e milhares de ONGs que recebem verbas públicas para defender os direitos humanos? Afinal o feto e a gravidez também merecem atenção dos direitos humanos. Onde está o PSDB, partido que teoricamente é o líder da oposição, que não fez qualquer crítica as declarações da Sra. Eleonora Menicucci? Onde está Aécio Neves, possível candidato a presidência pelo PSDB, que não se pronunciou sobre um tema tão grave? Onde está a oposição (PSDB, DEM, etc.) ao PT, que não se pronunciou sobre as polêmicas afirmações de Eleonora Menicucci? Onde estão os políticos populistas, que se dizem cristãos, como é o caso do deputado Gabriel Chalita (PMDB) que levou Dilma Rousseff para o Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida para ela se declarar contrária ao aborto, mas que não fazem uma única crítica às declarações de Eleonora Menicucci?
É preciso refletir sobre tudo isso.
Comentário de Heitor de Paola
Esta é mais uma excelente contribuição do professor Ivanaldo Santos. Já que ele faz várias perguntas, certamente espera respostas. Pois lá vão as minhas:
(1) Como médico e não religioso afirmo que o aborto não é um problema de saúde pública nem privada e não são apenas religiosos que são contra: o aborto é puro assassinato de um ser humano completo (para sua idade evolutiva).
(2) Qualificá-lo como “problema de saúde pública” e conseguir aprovar sua prática, significa apenas dar um passo a mais, um “avanço”, rumo ao estabelecimento de um governo totalitário comuno-fascista em que até os seres humanos já nascidos poderão, a qualquer momento, ser considerados “problemas de saúde pública” e eliminados. Os idosos e “doentes” mentais ou com doenças infecto-contagiosas serão os próximos.
(3) Não houve manifestação da “oposição” porque ela não existe: o PSDB faz parte do mesmo programa de transformação comuno-fascista e é plenamente favorável aos planos do PT com pequenas divergências pontuais, e os demais partidos não existem a não ser para conseguir emprego para apaniguados.
13 de fevereiro de 2012
Ivanaldo Santos é escritor, filósofo e professor na Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
ANÁLISE: SEJA COMO FOR, É RELATÓRIO DA OMS, NÃO?
Artigos - Aborto
Em semanas recentes um novo documento afirmando que todas as nações têm de liberalizar as leis de aborto tem sido caracterizado pela imprensa como um estudo competente feito pela Organização Mundial de Saúde (OMS), mas as letras miúdas do documento dizem que não é um relatório da OMS. Por que o descompasso?
O relatório revelou que o aborto “inseguro” aumentou em anos recentes apesar do fato de que os abortos em geral estão diminuindo. O documento concluiu que a fim de tornar o aborto “seguro” e reduzir mortes maternas no mundo inteiro, as leis que restringem o aborto têm de ser revogadas.
A cobertura dos meios de comunicação serve principalmente para disseminar em vez de criticar o relatório, que foi publicado na revista médica britânica The Lancet. The Lancet também o caracterizou como um estudo da OMS, um projeto conjunto com o Instituto Guttmacher, que é a ala de pesquisa da Planned Parenthood (Federação de Planejamento Familiar), uma organização que faz defesa do aborto.
O que ficou evidente na cobertura da imprensa foi a ausência, na notícia, do fato de que a OMS mesma se distanciou das opiniões contidas no estudo e das opiniões de estudos anteriores feitos pelos mesmos autores. Dois dos autores, inclusive um funcionário da OMS, colaboraram anteriormente num documento que afirmava que o aborto é um direito humano.
Apenas um mês atrás, um alto funcionário da OMS pediu que os assinantes dos Artigos de San José removessem uma nota de pé de página nos Artigos que declarava que a OMS havia dito: “acesso ao aborto seguro e legal é um direito fundamental das mulheres, independente de onde vivam”. (Os Artigos de San José é uma declaração de especialistas sobre a condição da criança em gestação no direito internacional.) A citação apareceu num documento da OMS, publicado no site da OMS, e direcionando todas as indagações sobre suas descobertas à OMS. Contudo, o funcionário assegurou que devido a uma ressalva nas letras miúdas do documento, os Artigos não poderiam fielmente dizer que a OMS adotou essa opinião. Os organizadores dos Artigos de San José removeram a nota.
O novo estudo traz a mesma ressalva, que declara: “Os autores, e somente eles, são responsáveis pelas opiniões expressas neste documento e não necessariamente representam as decisões, políticas ou opiniões de suas instituições ou dos órgãos financiadores”.
Especialistas estão criticando fortemente a metodologia do relatório mais recente, inclusive a falta de dados com relação ao aborto, uma dependência de estatísticas de abortos arbitrariamente infladas, a combinação de abortos espontâneos com abortos planejados ou induzidos, e o uso de termos quase legais para redefinir sua variável dependente, o aborto “seguro”.
Tais falhas fundamentais teriam feito a garantia do documento bem menos credível do que recebeu. Comprovadamente, foi a aprovação da OMS que fez com que muitos ignorassem os erros na pressa de fazer publicidade dele.
Isso traz a pergunta: qual é a posição da OMS se não apoia a declaração de que o aborto é um direito humano? E qual é a posição da OMS com relação à postura de que todas as nações devem liberalizar as leis de aborto, que é a conclusão deste documento mais recente?
Se a posição da OMS é neutra, por que esse documento diz isso? A ausência de tal declaração deixa os leitores e jornalistas com a impressão de que a declaração ambígua sobre o aborto é a posição da organização que está disseminando o estudo.
O C-Fam Friday Fax pediu que a OMS respondesse a essas perguntas, mas a organização não comentou.
É justo concluir que os funcionários da OMS estão tentando jogar dos dois lados: apoiar a pesquisa polêmica, mas permitir que a organização desminta as opiniões quando estiver sob pressão.
Cientistas comentaram que o papel da OMS de elaboração de políticas está em conflito com seu papel de pesquisa na área de saúde reprodutiva. Eles exortaram os colegas da OMS a abandonar o lado político de seu trabalho. A existência de uma ressalva nesse mais recente e muito polêmico documento com grandes falhas torna essa recomendação ainda mais convincente — e urgente.
Susan Yoshihara, 12 Fevereiro 2012
Do C-FAM.
Tradução: Julio Severo
Em semanas recentes um novo documento afirmando que todas as nações têm de liberalizar as leis de aborto tem sido caracterizado pela imprensa como um estudo competente feito pela Organização Mundial de Saúde (OMS), mas as letras miúdas do documento dizem que não é um relatório da OMS. Por que o descompasso?
O relatório revelou que o aborto “inseguro” aumentou em anos recentes apesar do fato de que os abortos em geral estão diminuindo. O documento concluiu que a fim de tornar o aborto “seguro” e reduzir mortes maternas no mundo inteiro, as leis que restringem o aborto têm de ser revogadas.
A cobertura dos meios de comunicação serve principalmente para disseminar em vez de criticar o relatório, que foi publicado na revista médica britânica The Lancet. The Lancet também o caracterizou como um estudo da OMS, um projeto conjunto com o Instituto Guttmacher, que é a ala de pesquisa da Planned Parenthood (Federação de Planejamento Familiar), uma organização que faz defesa do aborto.
O que ficou evidente na cobertura da imprensa foi a ausência, na notícia, do fato de que a OMS mesma se distanciou das opiniões contidas no estudo e das opiniões de estudos anteriores feitos pelos mesmos autores. Dois dos autores, inclusive um funcionário da OMS, colaboraram anteriormente num documento que afirmava que o aborto é um direito humano.
Apenas um mês atrás, um alto funcionário da OMS pediu que os assinantes dos Artigos de San José removessem uma nota de pé de página nos Artigos que declarava que a OMS havia dito: “acesso ao aborto seguro e legal é um direito fundamental das mulheres, independente de onde vivam”. (Os Artigos de San José é uma declaração de especialistas sobre a condição da criança em gestação no direito internacional.) A citação apareceu num documento da OMS, publicado no site da OMS, e direcionando todas as indagações sobre suas descobertas à OMS. Contudo, o funcionário assegurou que devido a uma ressalva nas letras miúdas do documento, os Artigos não poderiam fielmente dizer que a OMS adotou essa opinião. Os organizadores dos Artigos de San José removeram a nota.
O novo estudo traz a mesma ressalva, que declara: “Os autores, e somente eles, são responsáveis pelas opiniões expressas neste documento e não necessariamente representam as decisões, políticas ou opiniões de suas instituições ou dos órgãos financiadores”.
Especialistas estão criticando fortemente a metodologia do relatório mais recente, inclusive a falta de dados com relação ao aborto, uma dependência de estatísticas de abortos arbitrariamente infladas, a combinação de abortos espontâneos com abortos planejados ou induzidos, e o uso de termos quase legais para redefinir sua variável dependente, o aborto “seguro”.
Tais falhas fundamentais teriam feito a garantia do documento bem menos credível do que recebeu. Comprovadamente, foi a aprovação da OMS que fez com que muitos ignorassem os erros na pressa de fazer publicidade dele.
Isso traz a pergunta: qual é a posição da OMS se não apoia a declaração de que o aborto é um direito humano? E qual é a posição da OMS com relação à postura de que todas as nações devem liberalizar as leis de aborto, que é a conclusão deste documento mais recente?
Se a posição da OMS é neutra, por que esse documento diz isso? A ausência de tal declaração deixa os leitores e jornalistas com a impressão de que a declaração ambígua sobre o aborto é a posição da organização que está disseminando o estudo.
O C-Fam Friday Fax pediu que a OMS respondesse a essas perguntas, mas a organização não comentou.
É justo concluir que os funcionários da OMS estão tentando jogar dos dois lados: apoiar a pesquisa polêmica, mas permitir que a organização desminta as opiniões quando estiver sob pressão.
Cientistas comentaram que o papel da OMS de elaboração de políticas está em conflito com seu papel de pesquisa na área de saúde reprodutiva. Eles exortaram os colegas da OMS a abandonar o lado político de seu trabalho. A existência de uma ressalva nesse mais recente e muito polêmico documento com grandes falhas torna essa recomendação ainda mais convincente — e urgente.
Susan Yoshihara, 12 Fevereiro 2012
Do C-FAM.
Tradução: Julio Severo
QUESTÃO SÍRIA É HISTERISMO OBSCENO
Ministro russo diz que reação do Ocidente à questão da Síria é quase histérica e obscena.
A reação do ocidente ao veto de Moscou e Pequim a um projeto de resolução sobre a Síria, em exame no Conselho de Segurança da ONU, é “quase histérica”, “obscena” – disse o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, acrescentando: “Os excessivamente furiosos raramente têm razão”.
Segundo o diplomata, aquelas “declarações histéricas” visam exclusivamente a ocultar o que realmente se passa na Síria. Para Lavrov, há mais de uma fonte de violência na República Árabe. Por isso, Moscou apoiou a iniciativa de acordo negociado, que a Liga Árabe apresentou em novembro passado. Naquela ocasião, a proposta da Liga Árabe falava em pôr fim a violência “venha de onde vier”.
O ministro observou que essa demanda aparecia refletida na resolução do Conselho de Segurança. Mas o documento teria de oferecer mais do que só slogans e propor passos precisos pelos quais atender efetivamente às demandas.
“O que se viu foi que, na versão analisada agora, havia muitos detalhes exigidos de um só lado e só do lado do governo sírio” – disse Lavrov. “Apresentamos várias emendas a serem feitas no projeto, para corrigir esse desequilíbrio e indicar passos concretos a serem dados, pela oposição e pela comunidade internacional, para pôr fim à violência dos grupos extremistas armados em ação na Síria.”
Dentre as emendas sugeridas pelos diplomatas russos havia a exigência de que o governo sírio retirasse soldados e agentes de segurança das cidades; e, simultaneamente, os grupos extremistas armados desocupariam as áreas onde estão e entregariam as armas. Além disso, a Rússia sugeriu que a comunidade internacional se organizasse para negociar com a oposição política e obter dela que se separasse dos extremistas armados, como primeiro passo para pôr fim à violência na Síria.
O ministro russo disse que Moscou foi surpreendida pela decisão do Conselho de Segurança de ignorar completamente aquele conjunto de emendas “absolutamente lógicas” que os russos ofereceram como sugestão. Para Lavrov é “muito lamentável” que os autores do projeto inicial tenham desconsiderado as sugestões dos russos e tenham optado por votar “precipitadamente” o projeto de resolução.
A Rússia pediu aos membros do Conselho de Segurança que a votação fosse adiada por alguns dias, até que o próprio Lavrov e o chefe da Inteligência russa, Mikhail Fradkov, pudessem ir a Damasco, onde já tinham reunião agendada com o presidente Al-Asaad, para o dia 7/2. Para Lavrov, a votação precipitada, que desconsiderou o trabalho diplomático dos russos, foi “flagrante desrespeito”.
Falando em Moscou, o ministro russo denunciou que agentes externos tentam hoje derrubar o governo sírio. Por isso, sobretudo, o número de mortos continua a aumentar.
“Várias vezes conclamamos Damasco a promover e apressar várias reformas indispensáveis, e continuamos a trabalhar nessa linha. Mas vemos bem claramente também que há outros atores, com outros objetivos específicos. Esses outros atores estão tentando instrumentalizar o movimento de oposição na Síria para conseguir derrubar o governo.”
Segundo o ministro Lavrov, a oposição síria está sendo “insistentemente manipulada do exterior, com instruções para não aceitar qualquer acordo negociado com o governo”. Mais que isso, os mesmos atores externos estimulam as milícias armadas – inclusive os grupos extremistas – e lhes fornecem armas e todos os tipos de suprimentos e apoios.
13 de fevereiro de 2012
(Transcrito do Rússia Today)
A reação do ocidente ao veto de Moscou e Pequim a um projeto de resolução sobre a Síria, em exame no Conselho de Segurança da ONU, é “quase histérica”, “obscena” – disse o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, acrescentando: “Os excessivamente furiosos raramente têm razão”.
Segundo o diplomata, aquelas “declarações histéricas” visam exclusivamente a ocultar o que realmente se passa na Síria. Para Lavrov, há mais de uma fonte de violência na República Árabe. Por isso, Moscou apoiou a iniciativa de acordo negociado, que a Liga Árabe apresentou em novembro passado. Naquela ocasião, a proposta da Liga Árabe falava em pôr fim a violência “venha de onde vier”.
O ministro observou que essa demanda aparecia refletida na resolução do Conselho de Segurança. Mas o documento teria de oferecer mais do que só slogans e propor passos precisos pelos quais atender efetivamente às demandas.
“O que se viu foi que, na versão analisada agora, havia muitos detalhes exigidos de um só lado e só do lado do governo sírio” – disse Lavrov. “Apresentamos várias emendas a serem feitas no projeto, para corrigir esse desequilíbrio e indicar passos concretos a serem dados, pela oposição e pela comunidade internacional, para pôr fim à violência dos grupos extremistas armados em ação na Síria.”
Dentre as emendas sugeridas pelos diplomatas russos havia a exigência de que o governo sírio retirasse soldados e agentes de segurança das cidades; e, simultaneamente, os grupos extremistas armados desocupariam as áreas onde estão e entregariam as armas. Além disso, a Rússia sugeriu que a comunidade internacional se organizasse para negociar com a oposição política e obter dela que se separasse dos extremistas armados, como primeiro passo para pôr fim à violência na Síria.
O ministro russo disse que Moscou foi surpreendida pela decisão do Conselho de Segurança de ignorar completamente aquele conjunto de emendas “absolutamente lógicas” que os russos ofereceram como sugestão. Para Lavrov é “muito lamentável” que os autores do projeto inicial tenham desconsiderado as sugestões dos russos e tenham optado por votar “precipitadamente” o projeto de resolução.
A Rússia pediu aos membros do Conselho de Segurança que a votação fosse adiada por alguns dias, até que o próprio Lavrov e o chefe da Inteligência russa, Mikhail Fradkov, pudessem ir a Damasco, onde já tinham reunião agendada com o presidente Al-Asaad, para o dia 7/2. Para Lavrov, a votação precipitada, que desconsiderou o trabalho diplomático dos russos, foi “flagrante desrespeito”.
Falando em Moscou, o ministro russo denunciou que agentes externos tentam hoje derrubar o governo sírio. Por isso, sobretudo, o número de mortos continua a aumentar.
“Várias vezes conclamamos Damasco a promover e apressar várias reformas indispensáveis, e continuamos a trabalhar nessa linha. Mas vemos bem claramente também que há outros atores, com outros objetivos específicos. Esses outros atores estão tentando instrumentalizar o movimento de oposição na Síria para conseguir derrubar o governo.”
Segundo o ministro Lavrov, a oposição síria está sendo “insistentemente manipulada do exterior, com instruções para não aceitar qualquer acordo negociado com o governo”. Mais que isso, os mesmos atores externos estimulam as milícias armadas – inclusive os grupos extremistas – e lhes fornecem armas e todos os tipos de suprimentos e apoios.
13 de fevereiro de 2012
(Transcrito do Rússia Today)
ONGs: APARELHOS DO ESTADO PARALELO
Artigos - Movimento Revolucionário
As ONGs se tornaram aparelhos ideológicos da esquerda — mas sem abrir mão de serem financiadas pelo Estado capitalista que tanto combatem.
A corrupção tem sido uma constante na história do Brasil. Desde as capitanias hereditárias que a promiscuidade entre público e privado vem marcando a vida nacional. Entretanto, como não poderia deixar de ser, as formas da corrupção se transformam com o tempo, acompanhando as mudanças dos costumes e a evolução tecnológica. E uma das novas formas de desvio de dinheiro público já não se dá nas frinchas e, sim, nas franjas da máquina estatal. Ou seja, naquela nebulosa social a que se dá o nome de “organizações não governamentais”.
Prova disso é o verdadeiro caso de polícia em que se tornou o Ministério do Esporte. Cerca de três anos antes das denúncias da Veja (que devem custar o cargo do ministro Orlando Silva), a própria revista já havia levantado suspeitas de desvio de recursos no Ministério dos Esportes. E, há onze meses, o jornal O Estado de S. Paulo fez uma reportagem investigativa sobre irregularidades na pasta de Orlando Silva, apresentando fortes indícios de corrupção que já deveriam ter custado a cabeça do ex-dirigente da UNE, caso a faxina da presidente Dilma Rousseff fosse mesmo para valer.
Publicada em 19 de fevereiro de 2011, a reportagem, assinada pelo jornalista Leandro Colon, mostrou que o Programa Segundo Tempo, menina dos olhos do Ministério do Esporte, estava marcado por entidades de fachada e núcleos esportivos fantasmas. As entidades encarregadas de desenvolver o programa, em sua maioria, eram organizações não governamentais ligadas ao PC do B. E, somente no ano de 2010, elas foram beneficiadas com cerca de R$ 30 milhões.
A reportagem do “Estadão” percorreu os Estados de Goiás, Piauí, São Paulo e Santa Catarina, além do Distrito Federal, e desmontou os pilares do Programa Segundo Tempo, que era apresentado pelo Ministério do Esporte como um programa de “inclusão social” — como se esporte para pobre não fosse quase sempre uma imersão na vadiagem. Mas isso é assunto para outro artigo. Agora, quero apenas chamar a atenção para a matéria-prima da corrupção no Ministério do Esporte — as organizações não governamentais.
Fantasma goiana
O Programa Segundo Tempo era basicamente desenvolvido por essas entidades difíceis de classificar. E uma das organizações não governamentais mencionadas na reportagem é da cidade goiana de Novo Gama, no Entorno do Distrito Federal. Segundo a reportagem, um dos núcleos do programa cadastrado na cidade era fantasma. No lugar onde deveria funcionar um campo de futebol, havia um terreno baldio. Mesmo assim o programa foi usado como palanque eleitoral pelo PC do B na última eleição, segundo o jornal.
Em Teresina (PI), a situação era ainda pior. No lugar onde estava prevista a construção de uma sala poliesportiva, jovens usavam um matagal improvisado como campo de futebol e vôlei, por meio de bambus e alguns tijolos. E a entidade responsável pelo projeto inexistente já tinha recebido R$ 4,2 milhões. Mais grave ainda foi o desvio na cidade de Jaguariúna, no interior de São Paulo, onde uma ONG sozinha já tinha recebido R$ 28 milhões do programa desde 2004.
Apesar de todas essas denúncias, o Programa Segundo Tempo continuou distribuindo dinheiro para essas e outras ONGs denunciadas pela reportagem de oito meses atrás. Agora, depois que o escândalo do Ministério do Esporte ganhou as páginas da revista Veja, outros veículos entraram no caso e o Estadão deu continuidade à sua investigação pioneira, mostrando que nem mesmo a ONG de Novo Gama, suspeita de fraude, foi cortada do projeto. No final de agosto seu convênio com o ministério, no valor de R$ 911 mil, foi renovado, segundo denunciou o jornal na quinta-feira, 20.
Filhas bastardas do Estado
Que paradoxo é esse: uma entidade dita não governamental seviciar-se em dinheiro do governo? Eis aí um problema que se tornou parte da essência das ONGs e dificulta sua definição. A origem do termo ONG remonta à Resolução 288 da ONU, de 1950, que definiu as organizações não governamentais como sendo aquelas que não tinham sido instituídas mediante acordos governamentais. Tratava-se, portanto, de uma definição restrita às relações internacionais, mas, com o tempo, a expressão passou a ser usada para definir também as organizações nacionais sem fins lucrativos.
No Brasil, as ONGs floresceram a partir da redemocratização do país e se fortaleceram com a Constituição de 88, que estimula a participação direta da população nas questões de Estado. É o que se vê em seu artigo 204, que trata das ações governamentais na área da assistência social. Em seu inciso I, o artigo determina a “descentralização político-administrativa” dessas ações, estabelecendo que a coordenação e execução dos programas sociais devem ser compartilhadas com “entidades beneficentes e de assistência social”. No inciso II, enfatiza a “participação da população, por meio de organizações representativas, na formulação das políticas e no controle das ações em todos os níveis”.
Vários outros dispositivos constitucionais que tratam da participação popular estimulam a formação de organizações não governamentais. E esses comandos constitucionais começaram a ser postos em prática pelo Estado brasileiro sobretudo a partir do governo Fernando Henrique Cardoso, quando ocorreu o processo de privatização. Como a Nação brasileira é umbilicalmente ligada à concepção de Estado forte (por isso, talvez, o Brasil devesse ter continuado monárquico), na medida em que o Estado foi saindo da sociedade, a sociedade órfã foi-se agarrando a ele. No fundo as ONGs são filhas bastardas do Estado, cujo DNA ele não reconhece, mas não se furta de lhes pagar pensão.
Terceiro setor nos EUA
Não se trata de um fenômeno brsileiro. Nos Estados Unidos, as ONGS — lá chamadas de terceiro setor – também apresentaram um crescimento exponencial nos últimos anos. Lester Salamon, diretor do Centro de Estudos da Sociedade Civil da Universidade John Hopkins, nos Estados Unidos, afirma que o setor sem fins lucrativos é o “subcontinente invisível” sob a paisagem econômica dos Estados Unidos. O pesquisador acaba de publicar um estudo sobre o emprego no terceiro setor no Estado norte-americano de Michigan.
Graduado em economia em Princeton, em 1964, e Ph.D. pela Universidade de Harvard, em 1991, Lester Salamon vem realizando vários estudos sobre o terceiro setor e calcula que ele já movimenta US$ 1,9 trilhão por ano, ou R$ 3,1 trilhões. De acordo com seus estudos, se o terceiro setor fosse um país independente, ele já seria a quarta economia do mundo. O que também significa geração de empregos. Em Michigan, o emprego no terceiro setor cresceu 17,4% entre 2001 e 2007, compensando, segundo Salamon, a perda de emprego em massa nas empresas privadas norte-americanas. Os 374 mil trabalhadores do terceiro setor de Michigan ganharam cerca de US$ 14,5 bilhões em salários em 2009 e pagaram US$ 90 milhões em impostos.
No Brasil, o estudo mais aprofundado sobre o papel das organizações não governamentais na economia foi feito pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e publicado em 2005. Naquele ano, o IBGE constatou que “estavam registradas 338 mil fundações privadas e associações sem fins lucrativos, que empregavam 1,7 milhão de pessoas em todo o País, com salários médios mensais de R$ 1.094,44”. Ainda de acordo com o estudo, “o tempo médio de existência dessas instituições era de 12,3 anos e o Sudeste abrigava 42,4% delas” — confirmando o perfil marcadamente urbano das entidades privadas sem fins lucrativos.
Dependente da verba estatal
Mas um dado chama a atenção no levantamento do IBGE: o fato de 79,5% das organizações não governamentais — ou 268,9 mil ONGs — não possuírem sequer um empregado formalizado. É um número muito expressivo que aponta para um fenômeno típico das organizações não governamentais brasileiras — seu caráter parasitário, de sanguessuga do Estado, funcionando mais como pensão de seus dirigentes do que como fonte de prestação de serviços à sociedade. Muitas ONGs são entidades de fachadas, criadas especialmente para arrancar dinheiro dos cofres públicos sem oferecer nada em troca.
Nos Estados Unidos, o espírito de livre iniciativa é um pilar da própria nação e não se limita ao setor privado, estendendo-se também às atividades sem fins lucrativos. Desde seus primórdios como país independente, os Estados Unidos se caracterizam por uma forte filantropia, fundadora de grandes hospitais e universidades de ponta. Não são raros os milionários que doam parte de sua fortuna ou toda ela para instituições sem fins lucrativos, alicerçando definitivamente essas instituições. Até institutos científicos, como a National Geographic Society, nasceram desse caráter empreendedor.
No Brasil é praticamente o contrário. A tendência da sociedade é esperar que o Estado resolva tudo. Por isso, as entidades filantrópicas, mesmo aquelas que prestam relevantes serviços à sociedade, em áreas como saúde e educação, não sobrevivem sem a ajuda do poder público, em sua maioria. Geralmente são subvencionadas pelas prefeituras, que pagam ao menos sua manutenção básica, como custos de aluguel e salários. Com isso, a ajuda sazonal proveniente da iniciativa privada passa a ser lucro. O problema é que isso tende a acomodar a entidade, que se torna dependente da verba estatal, mesmo em situações em que poderia aumentar a ajuda privada.
A “ONG” de Paulo Freire
Todavia, o mais pernicioso viés das organizações não governamentais é sua transformação em instrumento ideológico — um fenômeno especialmente forte nos países de Terceiro Mundo, especialmente latinos, sem tradição de voluntariado autêntico. Hoje, as organizações não governamentais que atuam na área social são praticamente partidos políticos disfarçados, buscando aplicar em áreas como educação, saúde e segurança um ideário utópico esquerdizante. E as ONGs ideológicas, é bom lembrar, contam com o apoio de grandes fundações internacionais, como a Fundação Ford, que é pródiga em liberar recursos para dezenas de ONGs brasileiras. O movimento negro, o movimento gay e o feminismo são exemplos disso, pois esses movimentos se alimentam com recursos do governo e também das fundações internacionais.
Com um patrimônio de US$ 13,7 bilhões, a Fundação Ford destinou US$ 280 milhões, em 2001, para criar programas de pós-graduação voltados para a formação de lideranças emergentes de comunidades marginalizadas fora dos Estados Unidos. E, antes mesmo dessa moderna infiltração das fundações estrangeiras nas próprias raízes do movimento social, já havia precedentes de relevo na história recente do País. Talvez a mais expressiva delas seja o movimento de alfabetização promovido pelo pedagogo Paulo Freire (1921-1997).
Em 1963, no município de Angicos, no interior do Rio Grande do Norte, Paulo Freire realizou sua experiência de alfabetização de adultos, que se tornaria mítica, alicerçando a futura fama do pedagogo brasileiro no mundo. Hoje, Paulo Freire é citado de forma recorrente na literatura pedagógica internacional, graças àquela experiência de resultados duvidosos. Irônico é que ele a desenvolveu já nos moldes do esquerdismo pós-moderno dos ongueiros atuais: com as fartas verbas do capitalismo. Além do apoio do então governador do Rio Grande do Norte, Aluízio Alves, Paulo Freire realizou a campanha de alfabetização — base de sua “Pedagogia do Oprimido” — com recursos da Usaid, a agência de assistência externa norte-americana criada em 1961.
Racialismo pago em dólar
Como se vê, Paulo Freire fez escola. E não apenas dentro das salas de aula, mas também no movimento social. Hoje, muitas reivindicações gritadas nas ruas — aparentemente de modo espontâneo — são forjadas nos gabinetes de ongueiros profissionais, pagos em dólares. É o caso do movimento negro. No livro Uma Gota de Sangue, Demétrio Magnoli afirma que “as subvenções da Fundação Ford replicaram nas universidades brasileiras os modelos de estudos étnicos e de ‘relações raciais’ aplicados nos EUA e consolidaram uma rede de organizações racialistas que começaram a produzir os discursos e demandas dos similares norte-americanos”.
E aí entram as universidades que, cada vez mais, estão se tornando elas próprias verdadeiras ONGs, no sentido pejorativo do termo, ou seja, em seu viés político. Na década de 70, as universidades recebiam apenas 4% das verbas destinadas ao Brasil pela Fundação Ford; hoje, ficam com 54%, graças ao seu ativismo social, geralmente à esquerda. É ainda Demétrio Magnoli quem afirma que muitas universidades brasileiras começaram a receber verbas da referida fundação justamente quando aderiram ao proselitismo racialista importado dos Estados Unidos. Foi o caso, segundo ele, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, que recebeu uma doação de US$ 1,3 milhão; da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, que resistiu até 2007, quando recebeu US$ 130 mil ao instituir cotas raciais; e da Universidade de São Carlos, contemplada com US$ 1,5 milhão, em 2007, ano em que aderiu ao sistema de cotas.
De 1962 até 2001, só a Fundação Ford investiu US$ 347 milhões no Brasil, em valores corrigidos pela inflação. Os grupos mais beneficiados foram as minorias reais ou imaginárias, reconhecidas ou forjadas pelas universidades. É o caso dos indígenas, negros, mulheres e gays, que se tornaram um lobby altamente expressivo no Congresso Nacional, maculando as leis com seus casuísmos, justamente devido a esse financiamento de que desfrutam. As passeatas dessa gente tem um alto custo de organização, facilitado justamente por conta desses recursos.
Estatização ideológica
O movimento gay, por exemplo, que se vende como uma conquista espontânea de seus militantes, não passa, na verdade, de uma criação estatal. As paradas gays foram criadas e mantidas com verbas do Ministério da Saúde, a pretexto de fazer a prevenção da Aids — mesmo o ministério mentindo criminosamente sobre os dados estatísticos e afirmando que os casos da doença não tinham tendência a ser em maior número entre os gays. Depois, na medida em que o movimento gay foi ganhando força, ele começou a mostrar as mangas de fora e intensificou sua estratégia de ataque à sociedade, calcada no falso conceito de homofobia.
E a tendência das ONGs que vivem por conta do Estado é só aumentar. Sobretudo agora que a Constituição passou a tratar marmanjos de 29 anos como menores de idade, o que vai demandar a criação de novas organizações não governamentais para atender essa clientela. Hoje, problemas como uso de drogas, violência doméstica, menores de rua, preservação ambiental são todos tratados ideologicamente por ONGs financiadas pelo Estado capitalista que elas próprias combatem. O governo Lula, continuado por Dilma Rousseff, aprofundou essa tendência que já vinha do governo Fernando Henrique. É uma espécie de estatização ideológica, em que a ONG privatiza os lucros de seus sonhos futuros e socializa os prejuízos de suas loucuras de sempre.
Publicado no Jornal Opção.
13 de fevereiro de 2012
José Maria e Silva é sociólogo e jornalista.
As ONGs se tornaram aparelhos ideológicos da esquerda — mas sem abrir mão de serem financiadas pelo Estado capitalista que tanto combatem.
A corrupção tem sido uma constante na história do Brasil. Desde as capitanias hereditárias que a promiscuidade entre público e privado vem marcando a vida nacional. Entretanto, como não poderia deixar de ser, as formas da corrupção se transformam com o tempo, acompanhando as mudanças dos costumes e a evolução tecnológica. E uma das novas formas de desvio de dinheiro público já não se dá nas frinchas e, sim, nas franjas da máquina estatal. Ou seja, naquela nebulosa social a que se dá o nome de “organizações não governamentais”.
Prova disso é o verdadeiro caso de polícia em que se tornou o Ministério do Esporte. Cerca de três anos antes das denúncias da Veja (que devem custar o cargo do ministro Orlando Silva), a própria revista já havia levantado suspeitas de desvio de recursos no Ministério dos Esportes. E, há onze meses, o jornal O Estado de S. Paulo fez uma reportagem investigativa sobre irregularidades na pasta de Orlando Silva, apresentando fortes indícios de corrupção que já deveriam ter custado a cabeça do ex-dirigente da UNE, caso a faxina da presidente Dilma Rousseff fosse mesmo para valer.
Publicada em 19 de fevereiro de 2011, a reportagem, assinada pelo jornalista Leandro Colon, mostrou que o Programa Segundo Tempo, menina dos olhos do Ministério do Esporte, estava marcado por entidades de fachada e núcleos esportivos fantasmas. As entidades encarregadas de desenvolver o programa, em sua maioria, eram organizações não governamentais ligadas ao PC do B. E, somente no ano de 2010, elas foram beneficiadas com cerca de R$ 30 milhões.
A reportagem do “Estadão” percorreu os Estados de Goiás, Piauí, São Paulo e Santa Catarina, além do Distrito Federal, e desmontou os pilares do Programa Segundo Tempo, que era apresentado pelo Ministério do Esporte como um programa de “inclusão social” — como se esporte para pobre não fosse quase sempre uma imersão na vadiagem. Mas isso é assunto para outro artigo. Agora, quero apenas chamar a atenção para a matéria-prima da corrupção no Ministério do Esporte — as organizações não governamentais.
Fantasma goiana
O Programa Segundo Tempo era basicamente desenvolvido por essas entidades difíceis de classificar. E uma das organizações não governamentais mencionadas na reportagem é da cidade goiana de Novo Gama, no Entorno do Distrito Federal. Segundo a reportagem, um dos núcleos do programa cadastrado na cidade era fantasma. No lugar onde deveria funcionar um campo de futebol, havia um terreno baldio. Mesmo assim o programa foi usado como palanque eleitoral pelo PC do B na última eleição, segundo o jornal.
Em Teresina (PI), a situação era ainda pior. No lugar onde estava prevista a construção de uma sala poliesportiva, jovens usavam um matagal improvisado como campo de futebol e vôlei, por meio de bambus e alguns tijolos. E a entidade responsável pelo projeto inexistente já tinha recebido R$ 4,2 milhões. Mais grave ainda foi o desvio na cidade de Jaguariúna, no interior de São Paulo, onde uma ONG sozinha já tinha recebido R$ 28 milhões do programa desde 2004.
Apesar de todas essas denúncias, o Programa Segundo Tempo continuou distribuindo dinheiro para essas e outras ONGs denunciadas pela reportagem de oito meses atrás. Agora, depois que o escândalo do Ministério do Esporte ganhou as páginas da revista Veja, outros veículos entraram no caso e o Estadão deu continuidade à sua investigação pioneira, mostrando que nem mesmo a ONG de Novo Gama, suspeita de fraude, foi cortada do projeto. No final de agosto seu convênio com o ministério, no valor de R$ 911 mil, foi renovado, segundo denunciou o jornal na quinta-feira, 20.
Filhas bastardas do Estado
Que paradoxo é esse: uma entidade dita não governamental seviciar-se em dinheiro do governo? Eis aí um problema que se tornou parte da essência das ONGs e dificulta sua definição. A origem do termo ONG remonta à Resolução 288 da ONU, de 1950, que definiu as organizações não governamentais como sendo aquelas que não tinham sido instituídas mediante acordos governamentais. Tratava-se, portanto, de uma definição restrita às relações internacionais, mas, com o tempo, a expressão passou a ser usada para definir também as organizações nacionais sem fins lucrativos.
No Brasil, as ONGs floresceram a partir da redemocratização do país e se fortaleceram com a Constituição de 88, que estimula a participação direta da população nas questões de Estado. É o que se vê em seu artigo 204, que trata das ações governamentais na área da assistência social. Em seu inciso I, o artigo determina a “descentralização político-administrativa” dessas ações, estabelecendo que a coordenação e execução dos programas sociais devem ser compartilhadas com “entidades beneficentes e de assistência social”. No inciso II, enfatiza a “participação da população, por meio de organizações representativas, na formulação das políticas e no controle das ações em todos os níveis”.
Vários outros dispositivos constitucionais que tratam da participação popular estimulam a formação de organizações não governamentais. E esses comandos constitucionais começaram a ser postos em prática pelo Estado brasileiro sobretudo a partir do governo Fernando Henrique Cardoso, quando ocorreu o processo de privatização. Como a Nação brasileira é umbilicalmente ligada à concepção de Estado forte (por isso, talvez, o Brasil devesse ter continuado monárquico), na medida em que o Estado foi saindo da sociedade, a sociedade órfã foi-se agarrando a ele. No fundo as ONGs são filhas bastardas do Estado, cujo DNA ele não reconhece, mas não se furta de lhes pagar pensão.
Terceiro setor nos EUA
Não se trata de um fenômeno brsileiro. Nos Estados Unidos, as ONGS — lá chamadas de terceiro setor – também apresentaram um crescimento exponencial nos últimos anos. Lester Salamon, diretor do Centro de Estudos da Sociedade Civil da Universidade John Hopkins, nos Estados Unidos, afirma que o setor sem fins lucrativos é o “subcontinente invisível” sob a paisagem econômica dos Estados Unidos. O pesquisador acaba de publicar um estudo sobre o emprego no terceiro setor no Estado norte-americano de Michigan.
Graduado em economia em Princeton, em 1964, e Ph.D. pela Universidade de Harvard, em 1991, Lester Salamon vem realizando vários estudos sobre o terceiro setor e calcula que ele já movimenta US$ 1,9 trilhão por ano, ou R$ 3,1 trilhões. De acordo com seus estudos, se o terceiro setor fosse um país independente, ele já seria a quarta economia do mundo. O que também significa geração de empregos. Em Michigan, o emprego no terceiro setor cresceu 17,4% entre 2001 e 2007, compensando, segundo Salamon, a perda de emprego em massa nas empresas privadas norte-americanas. Os 374 mil trabalhadores do terceiro setor de Michigan ganharam cerca de US$ 14,5 bilhões em salários em 2009 e pagaram US$ 90 milhões em impostos.
No Brasil, o estudo mais aprofundado sobre o papel das organizações não governamentais na economia foi feito pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e publicado em 2005. Naquele ano, o IBGE constatou que “estavam registradas 338 mil fundações privadas e associações sem fins lucrativos, que empregavam 1,7 milhão de pessoas em todo o País, com salários médios mensais de R$ 1.094,44”. Ainda de acordo com o estudo, “o tempo médio de existência dessas instituições era de 12,3 anos e o Sudeste abrigava 42,4% delas” — confirmando o perfil marcadamente urbano das entidades privadas sem fins lucrativos.
Dependente da verba estatal
Mas um dado chama a atenção no levantamento do IBGE: o fato de 79,5% das organizações não governamentais — ou 268,9 mil ONGs — não possuírem sequer um empregado formalizado. É um número muito expressivo que aponta para um fenômeno típico das organizações não governamentais brasileiras — seu caráter parasitário, de sanguessuga do Estado, funcionando mais como pensão de seus dirigentes do que como fonte de prestação de serviços à sociedade. Muitas ONGs são entidades de fachadas, criadas especialmente para arrancar dinheiro dos cofres públicos sem oferecer nada em troca.
Nos Estados Unidos, o espírito de livre iniciativa é um pilar da própria nação e não se limita ao setor privado, estendendo-se também às atividades sem fins lucrativos. Desde seus primórdios como país independente, os Estados Unidos se caracterizam por uma forte filantropia, fundadora de grandes hospitais e universidades de ponta. Não são raros os milionários que doam parte de sua fortuna ou toda ela para instituições sem fins lucrativos, alicerçando definitivamente essas instituições. Até institutos científicos, como a National Geographic Society, nasceram desse caráter empreendedor.
No Brasil é praticamente o contrário. A tendência da sociedade é esperar que o Estado resolva tudo. Por isso, as entidades filantrópicas, mesmo aquelas que prestam relevantes serviços à sociedade, em áreas como saúde e educação, não sobrevivem sem a ajuda do poder público, em sua maioria. Geralmente são subvencionadas pelas prefeituras, que pagam ao menos sua manutenção básica, como custos de aluguel e salários. Com isso, a ajuda sazonal proveniente da iniciativa privada passa a ser lucro. O problema é que isso tende a acomodar a entidade, que se torna dependente da verba estatal, mesmo em situações em que poderia aumentar a ajuda privada.
A “ONG” de Paulo Freire
Todavia, o mais pernicioso viés das organizações não governamentais é sua transformação em instrumento ideológico — um fenômeno especialmente forte nos países de Terceiro Mundo, especialmente latinos, sem tradição de voluntariado autêntico. Hoje, as organizações não governamentais que atuam na área social são praticamente partidos políticos disfarçados, buscando aplicar em áreas como educação, saúde e segurança um ideário utópico esquerdizante. E as ONGs ideológicas, é bom lembrar, contam com o apoio de grandes fundações internacionais, como a Fundação Ford, que é pródiga em liberar recursos para dezenas de ONGs brasileiras. O movimento negro, o movimento gay e o feminismo são exemplos disso, pois esses movimentos se alimentam com recursos do governo e também das fundações internacionais.
Com um patrimônio de US$ 13,7 bilhões, a Fundação Ford destinou US$ 280 milhões, em 2001, para criar programas de pós-graduação voltados para a formação de lideranças emergentes de comunidades marginalizadas fora dos Estados Unidos. E, antes mesmo dessa moderna infiltração das fundações estrangeiras nas próprias raízes do movimento social, já havia precedentes de relevo na história recente do País. Talvez a mais expressiva delas seja o movimento de alfabetização promovido pelo pedagogo Paulo Freire (1921-1997).
Em 1963, no município de Angicos, no interior do Rio Grande do Norte, Paulo Freire realizou sua experiência de alfabetização de adultos, que se tornaria mítica, alicerçando a futura fama do pedagogo brasileiro no mundo. Hoje, Paulo Freire é citado de forma recorrente na literatura pedagógica internacional, graças àquela experiência de resultados duvidosos. Irônico é que ele a desenvolveu já nos moldes do esquerdismo pós-moderno dos ongueiros atuais: com as fartas verbas do capitalismo. Além do apoio do então governador do Rio Grande do Norte, Aluízio Alves, Paulo Freire realizou a campanha de alfabetização — base de sua “Pedagogia do Oprimido” — com recursos da Usaid, a agência de assistência externa norte-americana criada em 1961.
Racialismo pago em dólar
Como se vê, Paulo Freire fez escola. E não apenas dentro das salas de aula, mas também no movimento social. Hoje, muitas reivindicações gritadas nas ruas — aparentemente de modo espontâneo — são forjadas nos gabinetes de ongueiros profissionais, pagos em dólares. É o caso do movimento negro. No livro Uma Gota de Sangue, Demétrio Magnoli afirma que “as subvenções da Fundação Ford replicaram nas universidades brasileiras os modelos de estudos étnicos e de ‘relações raciais’ aplicados nos EUA e consolidaram uma rede de organizações racialistas que começaram a produzir os discursos e demandas dos similares norte-americanos”.
E aí entram as universidades que, cada vez mais, estão se tornando elas próprias verdadeiras ONGs, no sentido pejorativo do termo, ou seja, em seu viés político. Na década de 70, as universidades recebiam apenas 4% das verbas destinadas ao Brasil pela Fundação Ford; hoje, ficam com 54%, graças ao seu ativismo social, geralmente à esquerda. É ainda Demétrio Magnoli quem afirma que muitas universidades brasileiras começaram a receber verbas da referida fundação justamente quando aderiram ao proselitismo racialista importado dos Estados Unidos. Foi o caso, segundo ele, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, que recebeu uma doação de US$ 1,3 milhão; da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, que resistiu até 2007, quando recebeu US$ 130 mil ao instituir cotas raciais; e da Universidade de São Carlos, contemplada com US$ 1,5 milhão, em 2007, ano em que aderiu ao sistema de cotas.
De 1962 até 2001, só a Fundação Ford investiu US$ 347 milhões no Brasil, em valores corrigidos pela inflação. Os grupos mais beneficiados foram as minorias reais ou imaginárias, reconhecidas ou forjadas pelas universidades. É o caso dos indígenas, negros, mulheres e gays, que se tornaram um lobby altamente expressivo no Congresso Nacional, maculando as leis com seus casuísmos, justamente devido a esse financiamento de que desfrutam. As passeatas dessa gente tem um alto custo de organização, facilitado justamente por conta desses recursos.
Estatização ideológica
O movimento gay, por exemplo, que se vende como uma conquista espontânea de seus militantes, não passa, na verdade, de uma criação estatal. As paradas gays foram criadas e mantidas com verbas do Ministério da Saúde, a pretexto de fazer a prevenção da Aids — mesmo o ministério mentindo criminosamente sobre os dados estatísticos e afirmando que os casos da doença não tinham tendência a ser em maior número entre os gays. Depois, na medida em que o movimento gay foi ganhando força, ele começou a mostrar as mangas de fora e intensificou sua estratégia de ataque à sociedade, calcada no falso conceito de homofobia.
E a tendência das ONGs que vivem por conta do Estado é só aumentar. Sobretudo agora que a Constituição passou a tratar marmanjos de 29 anos como menores de idade, o que vai demandar a criação de novas organizações não governamentais para atender essa clientela. Hoje, problemas como uso de drogas, violência doméstica, menores de rua, preservação ambiental são todos tratados ideologicamente por ONGs financiadas pelo Estado capitalista que elas próprias combatem. O governo Lula, continuado por Dilma Rousseff, aprofundou essa tendência que já vinha do governo Fernando Henrique. É uma espécie de estatização ideológica, em que a ONG privatiza os lucros de seus sonhos futuros e socializa os prejuízos de suas loucuras de sempre.
Publicado no Jornal Opção.
13 de fevereiro de 2012
José Maria e Silva é sociólogo e jornalista.
GAROTA DE PROGRAMA EU JÁ CONHECIA...
Agora...
Advogada de programa é novidade para mim.
Segundo a revista Veja:
Christiane Araújo de Oliveira revela que ela mantinha relações íntimas com políticos e figuras-chave da República.
Mais: que o governo federal usou de sua proximidade com a quadrilha de Durval Barbosa para conseguir material contra adversários políticos, principalmente José Arruda.
Entre as camas que a bela advogada frequentou, estão as dos ministro Dias Toffoli (STF) e Gilberto Carvalho, este uma das eminências pardas dos governos de Lula e Dilma Rousseff, além de profundamente implicado no crime da morte de Celso Daniel, então prefeito de Santo André.
13 de fevereiro de 2012
omascate
NOTA AO PÉ DO TEXTO
Não leio o mascate, sem conter o riso, que quase sempre explode em gargalhada. O homem escarafuncha tanto o absurdo, que acaba dando de cara com o cômico. Fica nesse post apenas o título e sua cômica associação...
Pode ser triste uma república como a nossa, mas que é divertida, lá isso é.
Só na comicidade é possível que coisas assim aconteçam... Aquela frase que falsamente atribuíram ao De Gaulle - "Le Brèsil n'est pas un pays serieux" -define, infelizmente, esse nosso rincão.
O que há de absurdo nesse 'escândalo' - para não falar dos demais absurdos -
fica muito próximo daquelas comédias em que o impossível acontece, do tipo pastelão. Quando leio notícias como essa, fico pensando sobre os misteriosos acontecimentos que em tão curto intervalo, apenas dez anos, desarranjaram a 'res publica'. O desastre político que o PT ocasionou ao país, fica na esfera desses produtos que poluem o ambiente e têm uma sobrevida espantosa, cujos danos demoram anos para terem seus efeitos reduzidos. Plásticos, pneus, petismos...
O que entristece, apesar do cômico - embora choremos de tanto rir - é que o horizonte me parece sombrio, sem grandes expectativas de uma bela aurora. Resta aguardar sem perder a esperança jamais...
m.americo
Advogada de programa é novidade para mim.
Segundo a revista Veja:
Christiane Araújo de Oliveira revela que ela mantinha relações íntimas com políticos e figuras-chave da República.
Mais: que o governo federal usou de sua proximidade com a quadrilha de Durval Barbosa para conseguir material contra adversários políticos, principalmente José Arruda.
Entre as camas que a bela advogada frequentou, estão as dos ministro Dias Toffoli (STF) e Gilberto Carvalho, este uma das eminências pardas dos governos de Lula e Dilma Rousseff, além de profundamente implicado no crime da morte de Celso Daniel, então prefeito de Santo André.
13 de fevereiro de 2012
omascate
NOTA AO PÉ DO TEXTO
Não leio o mascate, sem conter o riso, que quase sempre explode em gargalhada. O homem escarafuncha tanto o absurdo, que acaba dando de cara com o cômico. Fica nesse post apenas o título e sua cômica associação...
Pode ser triste uma república como a nossa, mas que é divertida, lá isso é.
Só na comicidade é possível que coisas assim aconteçam... Aquela frase que falsamente atribuíram ao De Gaulle - "Le Brèsil n'est pas un pays serieux" -define, infelizmente, esse nosso rincão.
O que há de absurdo nesse 'escândalo' - para não falar dos demais absurdos -
fica muito próximo daquelas comédias em que o impossível acontece, do tipo pastelão. Quando leio notícias como essa, fico pensando sobre os misteriosos acontecimentos que em tão curto intervalo, apenas dez anos, desarranjaram a 'res publica'. O desastre político que o PT ocasionou ao país, fica na esfera desses produtos que poluem o ambiente e têm uma sobrevida espantosa, cujos danos demoram anos para terem seus efeitos reduzidos. Plásticos, pneus, petismos...
O que entristece, apesar do cômico - embora choremos de tanto rir - é que o horizonte me parece sombrio, sem grandes expectativas de uma bela aurora. Resta aguardar sem perder a esperança jamais...
m.americo
MILAGRE: O CÂNCER DE LULA SUMIU. O DO PT AVANÇA!
Se Deus é brasileiro, o Diabo só pode ser petralha! Mas parece que, para eles, os milagres acontecem aqui na terra, como no céu ou até no inferno.
O imenso tumor na laringe de Lula “foi eliminado”, sem precisar operar, como é regra médica em tais casos graves.
Se for realmente verdadeira a versão de cura vazada pelos marketeiros petralhas para mídia amestrada, parabéns! Então, metaforicamente, que se interne toda a cúpula petralha e seus aliados no Hospital Sírio-Libanês para que a política brasileira tenha menos tumores malignos.
Analistas de inteligência desconfiam de uma cura tão rapidamente milagrosa. Eles observam que Lula tem se vestido muito de preto – cor que ajuda a ocultar o real volume do corpo. Seria muito interessante saber o quanto Lula ganhou de peso com o tratamento, para constatar se os 9 quilos de perda têm fundamento contábil, com diferença de perfil físico.
Por enquanto, o certo é que Lula deverá ficar internado até sexta-feira. Segundo boletim médico, Lula está “clinicamente bem e realizando tratamento fonoaudiológico, fisioterápico, hidratação endovenosa e assistência nutricional, alimentando-se por via oral”.
Oficialmente, só mesmo o exame de endoscopia, a ser realizado em até seis semanas, é que vai confirmar definitivamente que não existem outros tumores.
Os médicos apenas irão se manifestar sobre a eliminação do tumor depois do novo procedimento.
Uma tomografia realizada anteontem teria revelado a eliminação do tumor. Lula faz hoje nova sessão de radioterapia. Antes de ser internado, sentiu dores, fadiga e tosse. Ele recebeu soro na veia para hidratação e nutrição.
O oncologista Artur Katz, um dos que tratam o ex-presidente, garantiu que a inflamação na garganta é efeito da radioterapia. Segundo o médico, Lula melhorou do mal-estar, mas a inflamação (da mucosa da garganta) persiste. É possível que, com as próximas sessões, fique ainda um pouco mais inflamada.
Oficialmente, ninguém falou que o mal estar de Lula pode ter sido causado pelo violento ataque da revista Veja a seu mais fiel escudeiro, o sacristão-informal do Palácio do Planalto, o cardeal Gilberto Carvalho. Bater nele significa acertar diretamente em Lula. Carvalho é o articulador e fiel guardião de todos os segredos do chefão Extalinácio. Como a petralhada fabrica milagres, pelo menos político-midiáticos, é bem capaz que encontrem um remedinho para os mais recentes problemas.
Enquanto o pau come, o projeto de poder deles segue em frente. Ninguém se surpreenda se, após as eleições municipais, a presidenta Dilma Rousseff lance um movimento em favor de uma assembléia nacional constituinte, para reformar pontos da atual Carta de 1988 que atrapalham o avanço petralha. O golpe está manjado. É só esperar por ele.
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.
O imenso tumor na laringe de Lula “foi eliminado”, sem precisar operar, como é regra médica em tais casos graves.
Se for realmente verdadeira a versão de cura vazada pelos marketeiros petralhas para mídia amestrada, parabéns! Então, metaforicamente, que se interne toda a cúpula petralha e seus aliados no Hospital Sírio-Libanês para que a política brasileira tenha menos tumores malignos.
Analistas de inteligência desconfiam de uma cura tão rapidamente milagrosa. Eles observam que Lula tem se vestido muito de preto – cor que ajuda a ocultar o real volume do corpo. Seria muito interessante saber o quanto Lula ganhou de peso com o tratamento, para constatar se os 9 quilos de perda têm fundamento contábil, com diferença de perfil físico.
Por enquanto, o certo é que Lula deverá ficar internado até sexta-feira. Segundo boletim médico, Lula está “clinicamente bem e realizando tratamento fonoaudiológico, fisioterápico, hidratação endovenosa e assistência nutricional, alimentando-se por via oral”.
Oficialmente, só mesmo o exame de endoscopia, a ser realizado em até seis semanas, é que vai confirmar definitivamente que não existem outros tumores.
Os médicos apenas irão se manifestar sobre a eliminação do tumor depois do novo procedimento.
Uma tomografia realizada anteontem teria revelado a eliminação do tumor. Lula faz hoje nova sessão de radioterapia. Antes de ser internado, sentiu dores, fadiga e tosse. Ele recebeu soro na veia para hidratação e nutrição.
O oncologista Artur Katz, um dos que tratam o ex-presidente, garantiu que a inflamação na garganta é efeito da radioterapia. Segundo o médico, Lula melhorou do mal-estar, mas a inflamação (da mucosa da garganta) persiste. É possível que, com as próximas sessões, fique ainda um pouco mais inflamada.
Oficialmente, ninguém falou que o mal estar de Lula pode ter sido causado pelo violento ataque da revista Veja a seu mais fiel escudeiro, o sacristão-informal do Palácio do Planalto, o cardeal Gilberto Carvalho. Bater nele significa acertar diretamente em Lula. Carvalho é o articulador e fiel guardião de todos os segredos do chefão Extalinácio. Como a petralhada fabrica milagres, pelo menos político-midiáticos, é bem capaz que encontrem um remedinho para os mais recentes problemas.
Enquanto o pau come, o projeto de poder deles segue em frente. Ninguém se surpreenda se, após as eleições municipais, a presidenta Dilma Rousseff lance um movimento em favor de uma assembléia nacional constituinte, para reformar pontos da atual Carta de 1988 que atrapalham o avanço petralha. O golpe está manjado. É só esperar por ele.
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.
HISTÓRIAS DO SEBASTIÃO NERY
O bom samaritano
Era um domingo de junho de 1978. Pânico na Assembléia Legislativa de São Paulo. A fumaça invadiu o salão nobre, quando começavam a ser contados os votos das dramática convenção da Arena, que ia decidir entre Paulo Maluf e Laudo Natel para governador de São Paulo.
Cláudio Lembo (que depois foi governador) presidente do partido, o deputado Cunha Bueno (fiscal de Maluf), o deputado Nabi Chedid (fiscal de Laudo Natel) e o delegado Riberti da Polícia Civil pegaram as duas urnas e saíram tossindo e apressados para a sede do Tribunal Regional Eleitoral, no Parque Anhembi.
Ninguém confiava em ninguém. Todos queriam ir em um carro só, para vigiar as urnas e os votos. Não havia carro que levasse todos juntos. Entraram numa radiopatrulha parada em frente à Assembléia, um grande camburão e tocaram para a rua Francisca Miquelina.
###
MALUF
No viaduto Maria Paula, fechou o sinal, a radio-patrulha parou com aqueles homens todos ali dentro, amontoados em torno das urnas. Um crioulão passava, viu aquilo, abriu os dentes numa risada surpresa e feliz:
- Aí, seus brancões, chegou o dia de vocês”!
A patrulha arrancou levando os brancões e o sonho desfeito de Laudo Natel. Paulo Maluf ganhou e foi o governador. Podia não ter sido se, sentado em cima das urnas, vigiando o tempo todo, não estivesse o procurador do Tribunal Regional Eleitoral, o jornalista e poeta de Araxá, Olavo Drummond.
###
BENEDITO
Eleito Juscelino Presidente em 1955, a UDN tentou, de todo jeito, impedir a posse. E começou a crise militar, que ia desaguar em 11 de novembro. Benedito Valadares, senador e chefe do PSD de Minas, chamou a seu apartamento, na Raul Pompéia, no Rio, o jovem jornalista do Estado de Minas, amigo e assessor de JK, deputado estadual eleito em 1954:
- Olavo, você precisa falar com o Juscelino para ele desistir.
- Desistir como, senador? O povo elegeu, vai ser presidente.
- Se os militares deixarem, Olavo. Já não aguento mais tanto boato. Cada um que telefona conta coisas piores. Vai acabar acontecendo um golpe e é mais razoável desistir logo. Tem alguém que toca corneta lá embaixo toda hora. Vivo tomando susto.
- Eu vi na entrada, senador. É um menino aprendendo a tocar corneta.
- Ah, que bom. Ainda bem. Mas diga ao Juscelino que ele está querendo ser Tiradentes com o pescoço da gente.
###
JUSCELINO
Olavo nunca mais saiu de perto das urnas. Mas dos outros. Fundada Brasília, foi para lá, depois São Paulo. E a vida toda amigo fiel, fraterno, inarredável, de Juscelino. Até velhos políticos mineiros, tão mais velhos do que ele, quando tinham um assunto com JK, procuravam o caminho de Olavo.
Quem ia ver Juscelino no exílio, depois do golpe de 1964, em Paris, Lisboa ou Nova York, sempre encontrava Olavo por lá, ombro amigo, discreto, JK dirigindo seu velho Citroën pelas ruas de Paris e com ele Olavo.
Na Place Vendome, estacionaram em um lugar proibido. O guarda, com seu bonezinho à de Gaulle, chegou, pediu os documentos, conferiu:
- O senhor é parente do grande presidente Kubitschek, do Brasil?
- Sou eu.
- O senhor é o próprio presidente? Por favor, dê-me a chave do carro. Eu mesmo vou estacionar. É uma honra para a França hospedar o senhor. Aqui o senhor não é um exilado. Continua presidente como era lá. Juscelino entregou a chave, pôs a mão no ombro de Olavo e chorou.
###
ANDREAZZA
No dia 22 de agosto de 1976, quando saiu da sede da “Manchete”, em São Paulo, para a Via Dutra e a morte, o último abraço para JK foi de Olavo. E não era assim, generoso, apenas com JK. Era com qualquer amigo que precisasse.
Em 1988, fria manhã de chuva em São Paulo, encontrei na porta do hotel, sozinho, pálido, puxando de uma perna, o antes dinâmico, incansável e poderoso bandeirante de obras públicas, ex-ministro Mario Andreazza. Imediatamente chegou Olavo dirigindo seu carro, para levar Andreazza ao hospital, onde fazia penoso tratamento, que durava o dia inteiro. E não era um dia só. Todos os dias da semana, lá estava o bom samaritano de Araxá.
###
OLAVO DRUMMOND
Paschoal Carlos Magno dizia que, a partir de certa idade, a vida é uma alameda de amigos mortos. Sempre há mais um. Em maio de 2005, lá se foi Olavo Drummond, querido amigo que conheci jornalista em Belo Horizonte em 1952, deputado em 1954, procurador da República, conselheiro do Tribunal de Contas de São Paulo, ministro do Tribunal de Contas da União e, depois dos 70 anos, já aposentado, eleito prefeito de sua Araxá, para onde voltou apenas para servir. Um bom samaritano.
Sebastião Nery
13 de fevereiro de 2012
Era um domingo de junho de 1978. Pânico na Assembléia Legislativa de São Paulo. A fumaça invadiu o salão nobre, quando começavam a ser contados os votos das dramática convenção da Arena, que ia decidir entre Paulo Maluf e Laudo Natel para governador de São Paulo.
Cláudio Lembo (que depois foi governador) presidente do partido, o deputado Cunha Bueno (fiscal de Maluf), o deputado Nabi Chedid (fiscal de Laudo Natel) e o delegado Riberti da Polícia Civil pegaram as duas urnas e saíram tossindo e apressados para a sede do Tribunal Regional Eleitoral, no Parque Anhembi.
Ninguém confiava em ninguém. Todos queriam ir em um carro só, para vigiar as urnas e os votos. Não havia carro que levasse todos juntos. Entraram numa radiopatrulha parada em frente à Assembléia, um grande camburão e tocaram para a rua Francisca Miquelina.
###
MALUF
No viaduto Maria Paula, fechou o sinal, a radio-patrulha parou com aqueles homens todos ali dentro, amontoados em torno das urnas. Um crioulão passava, viu aquilo, abriu os dentes numa risada surpresa e feliz:
- Aí, seus brancões, chegou o dia de vocês”!
A patrulha arrancou levando os brancões e o sonho desfeito de Laudo Natel. Paulo Maluf ganhou e foi o governador. Podia não ter sido se, sentado em cima das urnas, vigiando o tempo todo, não estivesse o procurador do Tribunal Regional Eleitoral, o jornalista e poeta de Araxá, Olavo Drummond.
###
BENEDITO
Eleito Juscelino Presidente em 1955, a UDN tentou, de todo jeito, impedir a posse. E começou a crise militar, que ia desaguar em 11 de novembro. Benedito Valadares, senador e chefe do PSD de Minas, chamou a seu apartamento, na Raul Pompéia, no Rio, o jovem jornalista do Estado de Minas, amigo e assessor de JK, deputado estadual eleito em 1954:
- Olavo, você precisa falar com o Juscelino para ele desistir.
- Desistir como, senador? O povo elegeu, vai ser presidente.
- Se os militares deixarem, Olavo. Já não aguento mais tanto boato. Cada um que telefona conta coisas piores. Vai acabar acontecendo um golpe e é mais razoável desistir logo. Tem alguém que toca corneta lá embaixo toda hora. Vivo tomando susto.
- Eu vi na entrada, senador. É um menino aprendendo a tocar corneta.
- Ah, que bom. Ainda bem. Mas diga ao Juscelino que ele está querendo ser Tiradentes com o pescoço da gente.
###
JUSCELINO
Olavo nunca mais saiu de perto das urnas. Mas dos outros. Fundada Brasília, foi para lá, depois São Paulo. E a vida toda amigo fiel, fraterno, inarredável, de Juscelino. Até velhos políticos mineiros, tão mais velhos do que ele, quando tinham um assunto com JK, procuravam o caminho de Olavo.
Quem ia ver Juscelino no exílio, depois do golpe de 1964, em Paris, Lisboa ou Nova York, sempre encontrava Olavo por lá, ombro amigo, discreto, JK dirigindo seu velho Citroën pelas ruas de Paris e com ele Olavo.
Na Place Vendome, estacionaram em um lugar proibido. O guarda, com seu bonezinho à de Gaulle, chegou, pediu os documentos, conferiu:
- O senhor é parente do grande presidente Kubitschek, do Brasil?
- Sou eu.
- O senhor é o próprio presidente? Por favor, dê-me a chave do carro. Eu mesmo vou estacionar. É uma honra para a França hospedar o senhor. Aqui o senhor não é um exilado. Continua presidente como era lá. Juscelino entregou a chave, pôs a mão no ombro de Olavo e chorou.
###
ANDREAZZA
No dia 22 de agosto de 1976, quando saiu da sede da “Manchete”, em São Paulo, para a Via Dutra e a morte, o último abraço para JK foi de Olavo. E não era assim, generoso, apenas com JK. Era com qualquer amigo que precisasse.
Em 1988, fria manhã de chuva em São Paulo, encontrei na porta do hotel, sozinho, pálido, puxando de uma perna, o antes dinâmico, incansável e poderoso bandeirante de obras públicas, ex-ministro Mario Andreazza. Imediatamente chegou Olavo dirigindo seu carro, para levar Andreazza ao hospital, onde fazia penoso tratamento, que durava o dia inteiro. E não era um dia só. Todos os dias da semana, lá estava o bom samaritano de Araxá.
###
OLAVO DRUMMOND
Paschoal Carlos Magno dizia que, a partir de certa idade, a vida é uma alameda de amigos mortos. Sempre há mais um. Em maio de 2005, lá se foi Olavo Drummond, querido amigo que conheci jornalista em Belo Horizonte em 1952, deputado em 1954, procurador da República, conselheiro do Tribunal de Contas de São Paulo, ministro do Tribunal de Contas da União e, depois dos 70 anos, já aposentado, eleito prefeito de sua Araxá, para onde voltou apenas para servir. Um bom samaritano.
Sebastião Nery
13 de fevereiro de 2012
O MINISTÉRIO DILMA
Orgulho de não ser mãe e de não ser mulher.
Este post de Reinaldo Azevedo é impressionante. É uma entrevista, um depoimento ou a confissão de diversos crimes, se vocês peferirem. Concedida pela nova ministra de Políticas para Mulheres do governo Dilma Rousseff. Pegue um copo de água, sente calmamente, tire os menores da sala, prepare-se porque o texto possui "cenas" de violência explícita.
Nova ministra da Mulher confessa que já treinou abortos por sucção mesmo não sendo médica. Mais: ela se considera avó de um neto, mas também do aborto
No dia 14 de outubro de 2004, a então apenas professora Eleonora Menicucci, que tomou posse como ministra das Mulheres na semana passada, concedeu uma entrevista a uma interlocutora chamada Joana Maria.
O texto está nos arquivos da Universidade Federal de Santa Catarina (a íntegra está aqui).
Já fiz uma cópia de segurança, porque essas coisas costumam desaparecer, quando ganham publicidade. Está certamente entre as coisas mais estarrecedoras que já li. De sorte que encerro assim este primeiro parágrafo: se um torturador vier me dar a mão, eu a recuso, cheio de asco. Se a ministra Eleonora vier me dar a mão, eu me comportarei da mesma maneira, com o estômago igualmente convulso.
Antes que entre propriamente no mérito, algumas considerações. Aqui e ali, tenta-se caracterizar a ministra como uma espécie de defensora apenas intelectual do aborto, apegada à causa no universo conceitual, retórico, de sorte que a sua nomeação não representaria um engajamento da presidente Dilma Rousseff e de governo na causa do aborto.
Falso! Falso e na contramão dos fatos. Alguns parlamentares, notadamente da bancada evangélica, fizeram duros discursos contra a ministra e foram caracterizados pela imprensa como uns primitivos ideológicos. Então vamos ver se a ministra está com a civilização…
Abaixo, transcrevo alguns trechos daquela sua entrevista, concedida quando ela já estava com 60 anos. Não se pode dizer que o diabo da imaturidade andava soprando em seus ouvidos. Não! Eleonora confessa na entrevista que não é apenas “abortista” — termo a que os ditos progressistas reagem porque o consideram uma pecha, uma mácula. Ela também é aborteira.
Viajou pela sua ONG à Colômbia para aprender a fazer aborto por sucção, o método conhecido como AMIU (Aspiração Manual Intra-Uterina). Deixa claro que o objetivo de seu trabalho é fazer com que as pessoas se “autocapacitem” para o aborto, de sorte que ele possa ser feito por não-médicos.
É o caso dela! Atenção! DILMA ROUSSEFF NOMEOU PARA O MINISTÉRIO DAS MULHERES uma senhora que defende que o aborto seja uma prática quase doméstica, sem o concurso dos médicos. Por isso ela própria, uma leiga, foi fazer um “treinamento”. Não! Jamais apertaria a mão de torturadores. E jamais apertaria a mão de dona Eleonora por isto aqui (volto depois)
“ESTIVE TAMBÉM FAZENDO UM TREINAMENTO DE ABORTO NA COLÔMBIA, POR ASPIRAÇÃO”
Eleonora - Dois anos Aí, em São Paulo, eu integrei um grupo do Coletivo Feminista Sexualidade e Saúde. ( ). E, nesse período, estive também pelo Coletivo fazendo um treinamento de aborto na Colômbia.
Joana - Certo.
Eleonora - O Coletivo nós críamos em 95.
Joana - Como é que era esse curso de aborto?
Eleonora - Era nas Clínicas de Aborto. A gente aprendia a fazer aborto.
Joana - Aprendia a fazer aborto?
Eleonora - Com aspiração AMIU.
Joana - Com aquele…
Eleonora - Com a sucção.
Joana - Com a sucção. Imagino.
Eleonora - Que eu chamo de AMIU. Porque a nossa perspectiva no Coletivo, a nossa base…
Joana - é que as pessoas se auto auto-fizessem!
Eleonora - Autocapacitassem! E que pessoas não médicas podiam…
Joana - Claro!
Eleonora - Lidar com o aborto.
Joana - Claro!.
Eleonora - Então vieram duas feministas que eram clientes, usuárias do Coletivo, as quais fizeram o primeiro auto-exame comigo. Então é uma coisa muito linda.
Joana - Hum.
Eleonora - Muito bonita! Descobrirem o colo do útero e…
Joana - Hum.
Eleonora - Ter uma pessoa que segura na mão.
Joana - Certo.
“NÓS DECIDIMOS, EU E O PARTIDO, QUE EU DEVERIA FAZER UM ABORTO”
Num outro trecho, Eleonora conta como ela e o seu partido, o POC (Partido Operário Comunista), tomaram uma decisão: ela deveria fazer um aborto. Tratava-se apenas de uma questão… política!
Eleonora - Porque a minha avaliação era que eu tinha que fazer
Joana - a luta armada aqui.
Eleonora - a luta armada aqui. E um detalhe importante nessa trajetória é que, seis meses depois de essa minha filha ter nascido, eu fiquei grávida outra vez. Ai junto com a organização nós decidimos, a organização, nós, que eu deveria fazer aborto porque não era possível
Joana - Certo.
Eleonora - Na situação ter mais de uma criança, né? E eu não segurava também. Aí foi o segundo aborto que eu fiz.
“EU TIVE MINHA PRIMEIRA RELAÇÃO COM MULHER. E TRANSAVA COM HOMEM; ESTAVA COM MEU MARIDO”
Falastrona e ególatra, como já apontei aqui, ela faz questão de contar na entrevista que teve a sua primeira relação homossexual quando ainda estava casada. Era o seu mergulho no que ela entende por feminismo.
Eleonora - Aí já nessa época eu radicalizei meu feminismo. Eu comecei a militar.
Joana - Onde?
Eleonora - Em Belo Horizonte, eu comecei a militar neste grupo.
Joana - Neste mesmo grupo?
Eleonora - É
Joana - O que se fazia além de discutir?
Eleonora - Nós discutíamos o corpo.
Joana - Certo.
Eleonora - Discutíamos a sexualidade. Eu tive a minha primeira relação com mulher também.
Joana - Hum.
Eleonora - Quer dizer que foi bastante precoce pra essa E transava com homem.
Joana - Certo.
Eleonora - Pra minha trajetória
Joana - Mesmo porque tu também estavas com o teu marido eu acho, não estavas?
Eleonora - Sim, sim.
Joana - Estavas. Ah
Eleonora - Mas nós nunca tivemos esse E ele era um cara muito libertário. Nós nunca tivemos essa questão de relação
Joana - Certo.
“SOU MUITO AMIGA DO FREI BETTO. ELE ME PÔS NO CENTRO DE DIREITOS HUMANOS DA DIOCESE DE JOÃO PESSOA”
Ora, qual é o lugar ideal para uma humanista desse quilate trabalhar? Frei Betto — sim, aquele… — deu um jeito de arrumar para ela um emprego na Arquidiocese de João Pessoa:
Eleonora - E aí, no início de 78, eu já tinha me separado do meu ex-marido e resolvo sair de Belo Horizonte. Aí quando eu saio de Belo Horizonte eu busco um lugar bem longe porque eu não queria mais ser referência para a esquerda.
( )
Eleonora - E eu não podia. Então eu procurei isso. Sou muito amiga, por incrível que pareça, a vida inteira, do Frei Betto e pedi a ele pra me encontrar um lugar o mais longe possível de Belo Horizonte. Aí ele falou “Eu tenho dois lugares onde a Diocese é muito aberta: em Vitória, com Dom Luís, ou em João Pessoa, com Dom José Maria Pires. Eu falei: “Eu quero João Pessoa”, quanto mais longe melhor.
( )
Eleonora - É Mas, assim, eu cheguei, eu. Eu tive que construir minha vida.
Joana - Hum. Foste trabalhar?
Eleonora - No Centro de Direitos Humanos da Arquidiocese da Paraíba.
Joana - Tá legal.
Eleonora - E aí eu comecei a trabalhar com as mulheres rurais de Alagamar, que era o que eu queria ( ) Logo depois, retomei um grupo, a minha atividade de grupo de reflexão feminista com algumas mulheres em João Pessoa. A maioria de fora de João Pessoa e duas de dentro Então nós criamos o primeiro grupo feminista lá em João Pessoa. Chamado Maria Mulher.
( )
Eleonora - É. “Quem ama não mata” e “O silêncio é cúmplice da violência”, e aí começamos a nos articular dentro do Nordeste.
Joana - Tá.
Eleonora - Era o SOS Mulher. O SOS Corpo e um grupo de reflexão que tinha em Natal
Joana - Hum.
Eleonora - De auto-reflexão. E no Maria Mulher, o que é que nós fazíamos? Nós fazíamos auto-exame de colo de útero, auto-exame de mama.
( )
Eleonora - Depois, em 84, eu venho pra São Paulo fazer doutorado em Ciência Política, já articuladíssima…
Joana - Imagino…
Eleonora - com o feminismo e com linhas de pesquisa bem definidas do ponto de vista feminista.
Joana - Quem é que te orientou em São Paulo?
Eleonora - Em São Paulo, foi a Maria Lúcia Montes, uma antropóloga. Embora, na época, ela fosse da Ciência Política. E, em 84, eu entro para o doutorado com uma tese que era sobre Direitos Reprodutivos e Direitos Sexuais a partir É a construção da cidadania a partir do conhecimento sobre o próprio corpo.
Joana - Isso por conta do teu trabalho com as mulheres?
Eleonora - Por conta do meu trabalho com as mulheres em uma favela chamada Favela Beira-Rio.
Joana - Certo.
Eleonora - Lá em João Pessoa.
Joana - Hum.
Eleonora - Que hoje é um bairro. Então nesta época eu fiquei quatro anos em São Paulo fazendo a tese e voltando a João Pessoa. ( ) E aí fui coordenadora do grupo de Mulher e Política da ANPOCS, do GT.
Joana - Hum.
“EU TINHA ATITUDES MASCULINAS ( ) ERA DECIDIDA, DETERMINADA, FORTE, SABIA ATIRAR”
Neste trecho, ela revela como enxergava — enxergará ainda? — os papéis masculino e feminino. Ah, sim: ela sabia “atirar”. Afinal, não se tenta impor uma ditadura comunista no país só com bons sentimentos, não é?
Joana - Já. E com relação às organizações das quais tu participavas?
Eleonora - Ah, primeiro que as mulheres dificilmente chegavam a um cargo de poder
Joana - Mas tu eras a chefe?
Eleonora - Eu era. Fui uma das poucas. Por quê? Eu me travesti de masculino
Joana - É? Como era?
Eleonora - Eu tinha atitudes masculinas ( ) Era decidida, determinada, forte, sabia atirar
Joana - Huuunnnn.
Eleonora - Entendeu?
Joana - Entendi.
Eleonora - Sendo que muitas mulheres sabiam isso tudo.
Joana - Certo.
Eleonora - Transava com vários homens.
Joana - Certo.
Eleonora - Essa questão do desejo e do prazer sempre foi uma coisa muito libertária pra mim, e por isso eu fui muito questionada dentro da esquerda.
Joana - É?
Eleonora - É.
Joana - Dentro do mesmo grupo do qual tu eras a líder?
Eleonora - Sim. Porque o próprio. Por questões de segurança, eu só poderia ter relação sexual com os companheiros da minha organização.
Joana - Certo.
Eleonora - Num determinado momento, sim, mas na história do movimento estudantil, também já existia isso.
“EU TIVE MUITAS REFLEXÕES COM MINHAS AMIGAS NA CADEIA; UMA DELAS, A DILMA”
Neste outro trecho, a gente fica sabendo que Dilma Rousseff foi sua companheira também nas reflexões sobre o feminismo.
Eleonora - E, depois, imediatamente eu quis ter outro filho
Joana - Hum.
Eleonora - E muito no sentido de pra provar para os torturadores, mesmo que fosse simbolicamente, que o que eles tinham feito comigo não tinha me tirado a possibilidade de reproduzir e de ter uma escolha sobre meu próprio corpo
Joana - Hum.
Eleonora - Então eu tive mais um filho e logo que ele nasceu também de cesária eu me laqueei.
Joana - Certo.
Eleonora - Então Eu tinha , Eu fui presa com 24 para 25 mais ou menos.
Joana - Nossa Senhora!.
Eleonora -.E sai com 30.
Joana - Certo.
Eleonora - Assim, da história toda e com 30 para 31, tive o meu segundo filho e fiz a laqueadura de trompas
( )
Joana - E então, tu saíste da cadeia em 74.
Eleonora - Certo.
Joana - Tu tiveste algum contato com o feminismo dentro da cadeia, com leituras feministas.
Eleonora - Não.
Joana - Ou depois?
Eleonora - Não, não. Ao longo da cadeia eu tive Durante a cadeia? Eu tive muitas reflexões com as minhas companheiras de cadeia
Joana - Tá.
Eleonora - Uma delas é a Dilma Roussef.
( )
Joana - Fizeram uma espécie de grupo de consciência?
Eleonora - Grupo de reflexão lá dentro.
Joana - Grupo de reflexão.
( )
Eleonora - Porque eu já saí É.. Eu já saí em 74, eu saí em outubro.
Joana - Certo.
Eleonora - No dia 12, Dia da Criança, eu saí já bem claro que eu era feminista.
Joana - Certo.
Eleonora - E, logo que eu saí da cadeia, eu em Belo Horizonte, fui procurar um grupo de mulheres.
Joana - Esses grupos de consciência?
Eleonora - É, só que era um grupo de lésbicas.
Joana - Certo.
Eleonora - E eu não sabia. Era um grupo de pessoas amigas minhas.
( )
Eleonora - Porque eu voltei a estudar!
Joana - Ah, legal!
Eleonora - Eu parei de estudar em 68.
Joana - Huuummm.
Eleonora - Eu parei no quarto ano de Medicina e no quarto de Ciências Sociais.
Joana - Foste concluir?
Eleonora - Fui, aí eu voltei pra concluir.
Joana - Certo.
Eleonora - Na UFMG, e optei por acabar Sociologia.
“SOU AVÓ DE UMA CRIANÇA NASCIDA POR INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL NA MÃE LÉSBICA; E TAMBÉM SOU AVÓ DO ABORTO”
Finalmente, destaco outro momento de grande indignidade na fala desta senhora. Ao se dizer avó de um neto gerado por inseminação numa filha lésbica e também “avó do aborto”, não só expõe a sua vida privada e a de seus familiares como, é inescapável constatar, demonstra não saber a exata diferença entre a vida e a morte. Leiam. Volto para encerrar.
Eleonora - E eu digo que a questão feminista é tão dentro de mim, e a questão dos Direitos Reprodutivos também, que eu sou avó de uma criança que foi gerada por inseminação artificial na mãe lésbica.
Joana - Hum, hum.
Eleonora - Então eu digo que sou avó da inseminação artificial.
Joana - (risos)
Eleonora - Alta tecnologia reprodutiva. E aí eu queria colocar a importância dessa discussão que o feminismo coloca no sentido do acesso às tecnologias reprodutivas.
Joana - Certo.
Eleonora - Entendeu? E eu diria: “Eu fiz dois abortos e também digo que sou avó do aborto também porque por mim já passou.
Joana - Sim.
Eleonora - Também já passou nesse sentido. E diria que eu sou uma mulher muito feliz e muito realizada. E eu pauto em duas questões: na minha militância política e no feminismo.
Encerro
É isso aí. Ao nomeá-la ministra, Dilma escolheu sua trajetória, suas idéias, suas práticas. Peço a vocês que comentem com a fleuma necessária. É preciso que se evidencie, com a devida serenidade, que uma aborteira informal e confessa não pode ter lugar na Esplanada dos Ministérios. A sua entrevista como um todo evidencia um pensamento torto. É inconcebível que esta senhora seja considerada uma articuladora de políticas públicas depois da confissão que fez. Até porque, se estivesse no Brasil, não na Colômbia, seu lugar seria a cadeia — em pleno regime democrático, sim, senhores!
É o fundo do poço.
Reinaldo Azevedo, 3/02/2012
Este post de Reinaldo Azevedo é impressionante. É uma entrevista, um depoimento ou a confissão de diversos crimes, se vocês peferirem. Concedida pela nova ministra de Políticas para Mulheres do governo Dilma Rousseff. Pegue um copo de água, sente calmamente, tire os menores da sala, prepare-se porque o texto possui "cenas" de violência explícita.
Nova ministra da Mulher confessa que já treinou abortos por sucção mesmo não sendo médica. Mais: ela se considera avó de um neto, mas também do aborto
No dia 14 de outubro de 2004, a então apenas professora Eleonora Menicucci, que tomou posse como ministra das Mulheres na semana passada, concedeu uma entrevista a uma interlocutora chamada Joana Maria.
O texto está nos arquivos da Universidade Federal de Santa Catarina (a íntegra está aqui).
Já fiz uma cópia de segurança, porque essas coisas costumam desaparecer, quando ganham publicidade. Está certamente entre as coisas mais estarrecedoras que já li. De sorte que encerro assim este primeiro parágrafo: se um torturador vier me dar a mão, eu a recuso, cheio de asco. Se a ministra Eleonora vier me dar a mão, eu me comportarei da mesma maneira, com o estômago igualmente convulso.
Antes que entre propriamente no mérito, algumas considerações. Aqui e ali, tenta-se caracterizar a ministra como uma espécie de defensora apenas intelectual do aborto, apegada à causa no universo conceitual, retórico, de sorte que a sua nomeação não representaria um engajamento da presidente Dilma Rousseff e de governo na causa do aborto.
Falso! Falso e na contramão dos fatos. Alguns parlamentares, notadamente da bancada evangélica, fizeram duros discursos contra a ministra e foram caracterizados pela imprensa como uns primitivos ideológicos. Então vamos ver se a ministra está com a civilização…
Abaixo, transcrevo alguns trechos daquela sua entrevista, concedida quando ela já estava com 60 anos. Não se pode dizer que o diabo da imaturidade andava soprando em seus ouvidos. Não! Eleonora confessa na entrevista que não é apenas “abortista” — termo a que os ditos progressistas reagem porque o consideram uma pecha, uma mácula. Ela também é aborteira.
Viajou pela sua ONG à Colômbia para aprender a fazer aborto por sucção, o método conhecido como AMIU (Aspiração Manual Intra-Uterina). Deixa claro que o objetivo de seu trabalho é fazer com que as pessoas se “autocapacitem” para o aborto, de sorte que ele possa ser feito por não-médicos.
É o caso dela! Atenção! DILMA ROUSSEFF NOMEOU PARA O MINISTÉRIO DAS MULHERES uma senhora que defende que o aborto seja uma prática quase doméstica, sem o concurso dos médicos. Por isso ela própria, uma leiga, foi fazer um “treinamento”. Não! Jamais apertaria a mão de torturadores. E jamais apertaria a mão de dona Eleonora por isto aqui (volto depois)
“ESTIVE TAMBÉM FAZENDO UM TREINAMENTO DE ABORTO NA COLÔMBIA, POR ASPIRAÇÃO”
Eleonora - Dois anos Aí, em São Paulo, eu integrei um grupo do Coletivo Feminista Sexualidade e Saúde. ( ). E, nesse período, estive também pelo Coletivo fazendo um treinamento de aborto na Colômbia.
Joana - Certo.
Eleonora - O Coletivo nós críamos em 95.
Joana - Como é que era esse curso de aborto?
Eleonora - Era nas Clínicas de Aborto. A gente aprendia a fazer aborto.
Joana - Aprendia a fazer aborto?
Eleonora - Com aspiração AMIU.
Joana - Com aquele…
Eleonora - Com a sucção.
Joana - Com a sucção. Imagino.
Eleonora - Que eu chamo de AMIU. Porque a nossa perspectiva no Coletivo, a nossa base…
Joana - é que as pessoas se auto auto-fizessem!
Eleonora - Autocapacitassem! E que pessoas não médicas podiam…
Joana - Claro!
Eleonora - Lidar com o aborto.
Joana - Claro!.
Eleonora - Então vieram duas feministas que eram clientes, usuárias do Coletivo, as quais fizeram o primeiro auto-exame comigo. Então é uma coisa muito linda.
Joana - Hum.
Eleonora - Muito bonita! Descobrirem o colo do útero e…
Joana - Hum.
Eleonora - Ter uma pessoa que segura na mão.
Joana - Certo.
“NÓS DECIDIMOS, EU E O PARTIDO, QUE EU DEVERIA FAZER UM ABORTO”
Num outro trecho, Eleonora conta como ela e o seu partido, o POC (Partido Operário Comunista), tomaram uma decisão: ela deveria fazer um aborto. Tratava-se apenas de uma questão… política!
Eleonora - Porque a minha avaliação era que eu tinha que fazer
Joana - a luta armada aqui.
Eleonora - a luta armada aqui. E um detalhe importante nessa trajetória é que, seis meses depois de essa minha filha ter nascido, eu fiquei grávida outra vez. Ai junto com a organização nós decidimos, a organização, nós, que eu deveria fazer aborto porque não era possível
Joana - Certo.
Eleonora - Na situação ter mais de uma criança, né? E eu não segurava também. Aí foi o segundo aborto que eu fiz.
“EU TIVE MINHA PRIMEIRA RELAÇÃO COM MULHER. E TRANSAVA COM HOMEM; ESTAVA COM MEU MARIDO”
Falastrona e ególatra, como já apontei aqui, ela faz questão de contar na entrevista que teve a sua primeira relação homossexual quando ainda estava casada. Era o seu mergulho no que ela entende por feminismo.
Eleonora - Aí já nessa época eu radicalizei meu feminismo. Eu comecei a militar.
Joana - Onde?
Eleonora - Em Belo Horizonte, eu comecei a militar neste grupo.
Joana - Neste mesmo grupo?
Eleonora - É
Joana - O que se fazia além de discutir?
Eleonora - Nós discutíamos o corpo.
Joana - Certo.
Eleonora - Discutíamos a sexualidade. Eu tive a minha primeira relação com mulher também.
Joana - Hum.
Eleonora - Quer dizer que foi bastante precoce pra essa E transava com homem.
Joana - Certo.
Eleonora - Pra minha trajetória
Joana - Mesmo porque tu também estavas com o teu marido eu acho, não estavas?
Eleonora - Sim, sim.
Joana - Estavas. Ah
Eleonora - Mas nós nunca tivemos esse E ele era um cara muito libertário. Nós nunca tivemos essa questão de relação
Joana - Certo.
“SOU MUITO AMIGA DO FREI BETTO. ELE ME PÔS NO CENTRO DE DIREITOS HUMANOS DA DIOCESE DE JOÃO PESSOA”
Ora, qual é o lugar ideal para uma humanista desse quilate trabalhar? Frei Betto — sim, aquele… — deu um jeito de arrumar para ela um emprego na Arquidiocese de João Pessoa:
Eleonora - E aí, no início de 78, eu já tinha me separado do meu ex-marido e resolvo sair de Belo Horizonte. Aí quando eu saio de Belo Horizonte eu busco um lugar bem longe porque eu não queria mais ser referência para a esquerda.
( )
Eleonora - E eu não podia. Então eu procurei isso. Sou muito amiga, por incrível que pareça, a vida inteira, do Frei Betto e pedi a ele pra me encontrar um lugar o mais longe possível de Belo Horizonte. Aí ele falou “Eu tenho dois lugares onde a Diocese é muito aberta: em Vitória, com Dom Luís, ou em João Pessoa, com Dom José Maria Pires. Eu falei: “Eu quero João Pessoa”, quanto mais longe melhor.
( )
Eleonora - É Mas, assim, eu cheguei, eu. Eu tive que construir minha vida.
Joana - Hum. Foste trabalhar?
Eleonora - No Centro de Direitos Humanos da Arquidiocese da Paraíba.
Joana - Tá legal.
Eleonora - E aí eu comecei a trabalhar com as mulheres rurais de Alagamar, que era o que eu queria ( ) Logo depois, retomei um grupo, a minha atividade de grupo de reflexão feminista com algumas mulheres em João Pessoa. A maioria de fora de João Pessoa e duas de dentro Então nós criamos o primeiro grupo feminista lá em João Pessoa. Chamado Maria Mulher.
( )
Eleonora - É. “Quem ama não mata” e “O silêncio é cúmplice da violência”, e aí começamos a nos articular dentro do Nordeste.
Joana - Tá.
Eleonora - Era o SOS Mulher. O SOS Corpo e um grupo de reflexão que tinha em Natal
Joana - Hum.
Eleonora - De auto-reflexão. E no Maria Mulher, o que é que nós fazíamos? Nós fazíamos auto-exame de colo de útero, auto-exame de mama.
( )
Eleonora - Depois, em 84, eu venho pra São Paulo fazer doutorado em Ciência Política, já articuladíssima…
Joana - Imagino…
Eleonora - com o feminismo e com linhas de pesquisa bem definidas do ponto de vista feminista.
Joana - Quem é que te orientou em São Paulo?
Eleonora - Em São Paulo, foi a Maria Lúcia Montes, uma antropóloga. Embora, na época, ela fosse da Ciência Política. E, em 84, eu entro para o doutorado com uma tese que era sobre Direitos Reprodutivos e Direitos Sexuais a partir É a construção da cidadania a partir do conhecimento sobre o próprio corpo.
Joana - Isso por conta do teu trabalho com as mulheres?
Eleonora - Por conta do meu trabalho com as mulheres em uma favela chamada Favela Beira-Rio.
Joana - Certo.
Eleonora - Lá em João Pessoa.
Joana - Hum.
Eleonora - Que hoje é um bairro. Então nesta época eu fiquei quatro anos em São Paulo fazendo a tese e voltando a João Pessoa. ( ) E aí fui coordenadora do grupo de Mulher e Política da ANPOCS, do GT.
Joana - Hum.
“EU TINHA ATITUDES MASCULINAS ( ) ERA DECIDIDA, DETERMINADA, FORTE, SABIA ATIRAR”
Neste trecho, ela revela como enxergava — enxergará ainda? — os papéis masculino e feminino. Ah, sim: ela sabia “atirar”. Afinal, não se tenta impor uma ditadura comunista no país só com bons sentimentos, não é?
Joana - Já. E com relação às organizações das quais tu participavas?
Eleonora - Ah, primeiro que as mulheres dificilmente chegavam a um cargo de poder
Joana - Mas tu eras a chefe?
Eleonora - Eu era. Fui uma das poucas. Por quê? Eu me travesti de masculino
Joana - É? Como era?
Eleonora - Eu tinha atitudes masculinas ( ) Era decidida, determinada, forte, sabia atirar
Joana - Huuunnnn.
Eleonora - Entendeu?
Joana - Entendi.
Eleonora - Sendo que muitas mulheres sabiam isso tudo.
Joana - Certo.
Eleonora - Transava com vários homens.
Joana - Certo.
Eleonora - Essa questão do desejo e do prazer sempre foi uma coisa muito libertária pra mim, e por isso eu fui muito questionada dentro da esquerda.
Joana - É?
Eleonora - É.
Joana - Dentro do mesmo grupo do qual tu eras a líder?
Eleonora - Sim. Porque o próprio. Por questões de segurança, eu só poderia ter relação sexual com os companheiros da minha organização.
Joana - Certo.
Eleonora - Num determinado momento, sim, mas na história do movimento estudantil, também já existia isso.
“EU TIVE MUITAS REFLEXÕES COM MINHAS AMIGAS NA CADEIA; UMA DELAS, A DILMA”
Neste outro trecho, a gente fica sabendo que Dilma Rousseff foi sua companheira também nas reflexões sobre o feminismo.
Eleonora - E, depois, imediatamente eu quis ter outro filho
Joana - Hum.
Eleonora - E muito no sentido de pra provar para os torturadores, mesmo que fosse simbolicamente, que o que eles tinham feito comigo não tinha me tirado a possibilidade de reproduzir e de ter uma escolha sobre meu próprio corpo
Joana - Hum.
Eleonora - Então eu tive mais um filho e logo que ele nasceu também de cesária eu me laqueei.
Joana - Certo.
Eleonora - Então Eu tinha , Eu fui presa com 24 para 25 mais ou menos.
Joana - Nossa Senhora!.
Eleonora -.E sai com 30.
Joana - Certo.
Eleonora - Assim, da história toda e com 30 para 31, tive o meu segundo filho e fiz a laqueadura de trompas
( )
Joana - E então, tu saíste da cadeia em 74.
Eleonora - Certo.
Joana - Tu tiveste algum contato com o feminismo dentro da cadeia, com leituras feministas.
Eleonora - Não.
Joana - Ou depois?
Eleonora - Não, não. Ao longo da cadeia eu tive Durante a cadeia? Eu tive muitas reflexões com as minhas companheiras de cadeia
Joana - Tá.
Eleonora - Uma delas é a Dilma Roussef.
( )
Joana - Fizeram uma espécie de grupo de consciência?
Eleonora - Grupo de reflexão lá dentro.
Joana - Grupo de reflexão.
( )
Eleonora - Porque eu já saí É.. Eu já saí em 74, eu saí em outubro.
Joana - Certo.
Eleonora - No dia 12, Dia da Criança, eu saí já bem claro que eu era feminista.
Joana - Certo.
Eleonora - E, logo que eu saí da cadeia, eu em Belo Horizonte, fui procurar um grupo de mulheres.
Joana - Esses grupos de consciência?
Eleonora - É, só que era um grupo de lésbicas.
Joana - Certo.
Eleonora - E eu não sabia. Era um grupo de pessoas amigas minhas.
( )
Eleonora - Porque eu voltei a estudar!
Joana - Ah, legal!
Eleonora - Eu parei de estudar em 68.
Joana - Huuummm.
Eleonora - Eu parei no quarto ano de Medicina e no quarto de Ciências Sociais.
Joana - Foste concluir?
Eleonora - Fui, aí eu voltei pra concluir.
Joana - Certo.
Eleonora - Na UFMG, e optei por acabar Sociologia.
“SOU AVÓ DE UMA CRIANÇA NASCIDA POR INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL NA MÃE LÉSBICA; E TAMBÉM SOU AVÓ DO ABORTO”
Finalmente, destaco outro momento de grande indignidade na fala desta senhora. Ao se dizer avó de um neto gerado por inseminação numa filha lésbica e também “avó do aborto”, não só expõe a sua vida privada e a de seus familiares como, é inescapável constatar, demonstra não saber a exata diferença entre a vida e a morte. Leiam. Volto para encerrar.
Eleonora - E eu digo que a questão feminista é tão dentro de mim, e a questão dos Direitos Reprodutivos também, que eu sou avó de uma criança que foi gerada por inseminação artificial na mãe lésbica.
Joana - Hum, hum.
Eleonora - Então eu digo que sou avó da inseminação artificial.
Joana - (risos)
Eleonora - Alta tecnologia reprodutiva. E aí eu queria colocar a importância dessa discussão que o feminismo coloca no sentido do acesso às tecnologias reprodutivas.
Joana - Certo.
Eleonora - Entendeu? E eu diria: “Eu fiz dois abortos e também digo que sou avó do aborto também porque por mim já passou.
Joana - Sim.
Eleonora - Também já passou nesse sentido. E diria que eu sou uma mulher muito feliz e muito realizada. E eu pauto em duas questões: na minha militância política e no feminismo.
Encerro
É isso aí. Ao nomeá-la ministra, Dilma escolheu sua trajetória, suas idéias, suas práticas. Peço a vocês que comentem com a fleuma necessária. É preciso que se evidencie, com a devida serenidade, que uma aborteira informal e confessa não pode ter lugar na Esplanada dos Ministérios. A sua entrevista como um todo evidencia um pensamento torto. É inconcebível que esta senhora seja considerada uma articuladora de políticas públicas depois da confissão que fez. Até porque, se estivesse no Brasil, não na Colômbia, seu lugar seria a cadeia — em pleno regime democrático, sim, senhores!
É o fundo do poço.
Reinaldo Azevedo, 3/02/2012
O CASO DA PSICÓLOGA CRISTÃ MARISA LOBO: DE UM LADO, SOCIOPATIA, DO OUTRO, INGENUIDADE, BURRICE E COVARDIA
Segundo o blog Resistência Cristã, a psicóloga cristã Marisa Lobo está sendo ameaçada pelo Conselho Federal de Psicologia a renunciar ao cristianismo e à sua opinião de achar o comportamento gay algo errado. (Ela recebeu um prazo de 15 dias para retirar das redes sociais toda mídia que a vinculasse ao cristianismo)
A solicitação foi feita no dia 09 de fevereiro, às 11 horas da manhã.
Marisa Lobo afirma o seguinte, sobre sua visita ao conselho:
“Sobre a mesa colocaram Xerox de recados de twitter, o que me deixou indignada, como poderia estar sendo chamada para discutir ética, por denúncias de ateus, militantes gays, canabistas sem base legal alguma e que claramente me perseguem pelas minhas posições de direito de professar minha fé. Me senti perseguida, ouvi coisas absurdas, uma pressão psicológica que se eu não tivesse sanidade mental, teria me acovardado e desistido de minha fé.”
“Tentaram o tempo todo me vincular a homofobia, deixei claro que processaria todos eles, pois não sou homofóbica, nunca agredi ninguém apenas tenho minhas opiniões, que foram claramente negadas a mim pelas fiscais, me senti tolhida em meu direito de liberdade de expressão.”
Segundo Marisa, as seguintes frases ditas pelas fiscais a indignaram:
“Você não tem o direito, não pode se dizer Cristã e psicóloga ao mesmo tempo; é ferir o código de ética.”
“Você não pode dizer que Jesus cura, sendo psicóloga,”
“Você não pode se dizer psicóloga e cristã; guarde sua fé pra você, não tem direito de externar para mídia.”
“Você não pode dar declarações que induzam pessoas a acreditar que seu Deus cura, como faz em seus sites e blogs.”
“Você não tem direito de dizer em público que ama gay, mas quer ter um filho hetero.”
Ela ainda afirma:
“Quando questionei que estavam me pedindo para negar Deus se quiser continuar exercendo minha profissão, elas se olhavam, e diziam: Não é isso, você pode ter sua fé, mas não pode externar, guarde pra você, pois está induzindo pessoas a acreditarem em você pela sua influência.”
“Deixei claro que não uso a religião para tratar meus pacientes, não tenho nenhuma reclamação em 15 anos no conselho, eles sabem disso. Então não estava entendendo, porque tanto código de ética. Se com meus pacientes nunca cometi um erro.”
“Sou uma cidadã livre, a constituição me dá esse direito de professar minha fé, fora do meu consultório, elas sempre debatiam dizendo” “como psicóloga não.”
“Quando disse que então seria cassada, pois não negaria minha Fé, uma delas que disse:”
“Você não precisa ser cassada pode abandonar a psicologia”
Na foto que ilustra essa matéria, Marisa segurou uma Bíblia na frente do CFP, deixando os militantes de esquerda da Internet ainda mais incomodados. Segundo, eles isso é uma “provocação”.
Marisa afirma que não abandonará sua profissão. Segundo ela: “[...] não estou sozinha, que paguei caro pela minha formação, gastei anos da minha vida, e que não vou abandonar minha profissão, e que pago caro o conselho.” As fiscais lhe responderam: “Então deixe de falar de seu Deus, de sua fé.”
Para finalizar, nas palavras dela: “Eu enfrentei e disse vamos para o enfrentamento e cassação.”
Meus comentários
Ao que parece a Marisa Lobo é evangélica. Não sou religioso, e, quando eu era, também não seria evangélico. Nunca concordei com a abordagem deles.
Mas uma coisa é o fato de eu não ser religioso, outra coisa é proibi-los de expressar suas crenças.
Do lado dos anti-religiosos, todos eles estão desejando ardentemente que Marisa Lobo tenha a sua licença cassada. Como se vê, em militantes de esquerda, não há traços de caridade. Para eles, quanto pior o destino do adversário, melhor.
Essa incapacidade de ter empatia pelos outros é o que nos permite, sem sombra de dúvidas, qualificá-los como sociopatas.
Duvidam? Então vejam no blog Paulopes como eles já definiram a condenação de Marisa Lobo. O critério deles é: “É religiosa? Então façam tudo que for possível contra ela, encontrando brechas na lei para isso!”.
Por sorte, hoje o máximo que conseguem é, através da militância, tentar burlar lei e regulamentos para tirar os conservadores e religiosos do páreo.
Por outro lado, a própria Marisa Lobo está sendo ingênua, pois ela poderia usar o mínimo de estratégia nesse caso.
Ela poderia retirar as declarações de que é cristã nas redes sociais, fazer um backup, buscar por exemplos de psicólogos que se declararam ateus em público, e daí meter um PROCESSO por discriminação contra o Conselho Federal de Psicologia, e ao mesmo tempo processar todos os que estão apoiando o CFP.
Quer dizer, ao mesmo tempo em que não dá pretexto ao inimigo, ela investigaria para identificar se está sendo vítima de discriminação. Se o pedido para esconder opção religiosa for somente contra ela, por ser cristã, ela tem direito moral a um processo por discriminação religiosa. Simples assim.
O próprio fato dela aparecer com uma Bíblia na frente do Conselho Federal de Psicologia e isso ser chamado de “ofensivo”, já dá o direito dela processar TODOS OS COMENTARISTAS neo-ateus do blog Paulopes e qualquer um que tenha chamado isso de “ofensivo”.
Mais uma vez, o processo poderia ser por causa de discriminação. Fato inegável: se alguém apenas está lendo uma Bíblia em público e isso é chamado de “ofensivo”, já é uma discriminação. A lei está aí. Basta recorrer a ela.
Se ela for chamada de homofóbica, pode imediatamente lançar processos por conta de denunciação caluniosa, como Olavo de Carvalho já explicou.
Isso seria uma ação mostrando O MÍNIMO de estratégia. Qualquer coisa diferentemente disso, neste momento, é burrice.
Do jeito que está, ela vai perder sua licença, os anti-religiosos vão rir à beça e ela terá que se contentar com lamúrias. Agir assim é uma ingenuidade intolerável. Não há como dourar a pílula.
Por fim, quanto aos líderes cristãos que estão assistindo a isso sem fazer nada, só posso chamá-los de covardes.
Sei que meros cidadãos comuns não tem como ficar lançando processos em série, mas os LÍDERES deveriam no mínimo honrar as calças que vestem e ajudar Marisa.
Infelizmente, ela está sozinha. Com isso, os sociopatas vencerão, diante de uma adversária ingênua até o limite, e nem um pouco protegida por uma legião de líderes cristãos covardes, omissos e coniventes.
LUCIANO AYAN
13 de fevereiro de 2012
A solicitação foi feita no dia 09 de fevereiro, às 11 horas da manhã.
Marisa Lobo afirma o seguinte, sobre sua visita ao conselho:
“Sobre a mesa colocaram Xerox de recados de twitter, o que me deixou indignada, como poderia estar sendo chamada para discutir ética, por denúncias de ateus, militantes gays, canabistas sem base legal alguma e que claramente me perseguem pelas minhas posições de direito de professar minha fé. Me senti perseguida, ouvi coisas absurdas, uma pressão psicológica que se eu não tivesse sanidade mental, teria me acovardado e desistido de minha fé.”
“Tentaram o tempo todo me vincular a homofobia, deixei claro que processaria todos eles, pois não sou homofóbica, nunca agredi ninguém apenas tenho minhas opiniões, que foram claramente negadas a mim pelas fiscais, me senti tolhida em meu direito de liberdade de expressão.”
Segundo Marisa, as seguintes frases ditas pelas fiscais a indignaram:
“Você não tem o direito, não pode se dizer Cristã e psicóloga ao mesmo tempo; é ferir o código de ética.”
“Você não pode dizer que Jesus cura, sendo psicóloga,”
“Você não pode se dizer psicóloga e cristã; guarde sua fé pra você, não tem direito de externar para mídia.”
“Você não pode dar declarações que induzam pessoas a acreditar que seu Deus cura, como faz em seus sites e blogs.”
“Você não tem direito de dizer em público que ama gay, mas quer ter um filho hetero.”
Ela ainda afirma:
“Quando questionei que estavam me pedindo para negar Deus se quiser continuar exercendo minha profissão, elas se olhavam, e diziam: Não é isso, você pode ter sua fé, mas não pode externar, guarde pra você, pois está induzindo pessoas a acreditarem em você pela sua influência.”
“Deixei claro que não uso a religião para tratar meus pacientes, não tenho nenhuma reclamação em 15 anos no conselho, eles sabem disso. Então não estava entendendo, porque tanto código de ética. Se com meus pacientes nunca cometi um erro.”
“Sou uma cidadã livre, a constituição me dá esse direito de professar minha fé, fora do meu consultório, elas sempre debatiam dizendo” “como psicóloga não.”
“Quando disse que então seria cassada, pois não negaria minha Fé, uma delas que disse:”
“Você não precisa ser cassada pode abandonar a psicologia”
Na foto que ilustra essa matéria, Marisa segurou uma Bíblia na frente do CFP, deixando os militantes de esquerda da Internet ainda mais incomodados. Segundo, eles isso é uma “provocação”.
Marisa afirma que não abandonará sua profissão. Segundo ela: “[...] não estou sozinha, que paguei caro pela minha formação, gastei anos da minha vida, e que não vou abandonar minha profissão, e que pago caro o conselho.” As fiscais lhe responderam: “Então deixe de falar de seu Deus, de sua fé.”
Para finalizar, nas palavras dela: “Eu enfrentei e disse vamos para o enfrentamento e cassação.”
Meus comentários
Ao que parece a Marisa Lobo é evangélica. Não sou religioso, e, quando eu era, também não seria evangélico. Nunca concordei com a abordagem deles.
Mas uma coisa é o fato de eu não ser religioso, outra coisa é proibi-los de expressar suas crenças.
Do lado dos anti-religiosos, todos eles estão desejando ardentemente que Marisa Lobo tenha a sua licença cassada. Como se vê, em militantes de esquerda, não há traços de caridade. Para eles, quanto pior o destino do adversário, melhor.
Essa incapacidade de ter empatia pelos outros é o que nos permite, sem sombra de dúvidas, qualificá-los como sociopatas.
Duvidam? Então vejam no blog Paulopes como eles já definiram a condenação de Marisa Lobo. O critério deles é: “É religiosa? Então façam tudo que for possível contra ela, encontrando brechas na lei para isso!”.
Por sorte, hoje o máximo que conseguem é, através da militância, tentar burlar lei e regulamentos para tirar os conservadores e religiosos do páreo.
Por outro lado, a própria Marisa Lobo está sendo ingênua, pois ela poderia usar o mínimo de estratégia nesse caso.
Ela poderia retirar as declarações de que é cristã nas redes sociais, fazer um backup, buscar por exemplos de psicólogos que se declararam ateus em público, e daí meter um PROCESSO por discriminação contra o Conselho Federal de Psicologia, e ao mesmo tempo processar todos os que estão apoiando o CFP.
Quer dizer, ao mesmo tempo em que não dá pretexto ao inimigo, ela investigaria para identificar se está sendo vítima de discriminação. Se o pedido para esconder opção religiosa for somente contra ela, por ser cristã, ela tem direito moral a um processo por discriminação religiosa. Simples assim.
O próprio fato dela aparecer com uma Bíblia na frente do Conselho Federal de Psicologia e isso ser chamado de “ofensivo”, já dá o direito dela processar TODOS OS COMENTARISTAS neo-ateus do blog Paulopes e qualquer um que tenha chamado isso de “ofensivo”.
Mais uma vez, o processo poderia ser por causa de discriminação. Fato inegável: se alguém apenas está lendo uma Bíblia em público e isso é chamado de “ofensivo”, já é uma discriminação. A lei está aí. Basta recorrer a ela.
Se ela for chamada de homofóbica, pode imediatamente lançar processos por conta de denunciação caluniosa, como Olavo de Carvalho já explicou.
Isso seria uma ação mostrando O MÍNIMO de estratégia. Qualquer coisa diferentemente disso, neste momento, é burrice.
Do jeito que está, ela vai perder sua licença, os anti-religiosos vão rir à beça e ela terá que se contentar com lamúrias. Agir assim é uma ingenuidade intolerável. Não há como dourar a pílula.
Por fim, quanto aos líderes cristãos que estão assistindo a isso sem fazer nada, só posso chamá-los de covardes.
Sei que meros cidadãos comuns não tem como ficar lançando processos em série, mas os LÍDERES deveriam no mínimo honrar as calças que vestem e ajudar Marisa.
Infelizmente, ela está sozinha. Com isso, os sociopatas vencerão, diante de uma adversária ingênua até o limite, e nem um pouco protegida por uma legião de líderes cristãos covardes, omissos e coniventes.
LUCIANO AYAN
13 de fevereiro de 2012
Assinar:
Postagens (Atom)