"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sábado, 10 de março de 2012

EL CONDOR PASA - PERU

REVOLUÇÃO DOS BICHOS

CAPÍTULO V

Com o passar do inverno, Mimosa tornava-se mais e mais importuna. Todas as manhãs atrasava-se para o trabalho e desculpava-se dizendo que dormira demais. Queixava-se de dores - misteriosas, embora gozasse de excelente apetite. A qualquer pretexto largava o trabalho e ia para o açude, à beira do qual permanecia admirando sua própria imagem refletida nas águas.

Corriam também boatos de maior seriedade. Um dia, quando Mimosa entrou no pátio, toda contente, sacudindo a cauda e mascando um talo de feno, Quitéria abordou-a.

- Mimosa - disse ela -, tenho um assunto muito sério para falar-lhe. Hoje de manhã eu a vi olhando por cima da sebe que separa a Granja de Foxwood. Do outro lado estava um dos empregados do Sr. Pilkington. Ele - embora eu estivesse longe, tenho quase certeza de que vi isso - falava com você e fazia
festas em seu focinho. Que significa isso. Mimosa? - - . .
- Ele não fez! Eu não estava! Não é verdade! - gritou Mimosa, agitando-se e escarvando a terra. -
- Mimosa! - Olhe-me nos olhos. Você me dá sua palavra de honra de que o homem não lhe tocou no focinho?
- Não é verdade! - repetiu Mimosa, sem olhar Quitéria de frente; depois, virou-se e galopou para o campo.

Quitéria teve uma idéia. Sem dizer nada a ninguém, foi à baia de Mimosa e virou a palha com o casco. Ali estavam escondidos um montinho de torrões de açúcar e vários novelos de fitas de diversas cores.

Três dias mais tarde, Mimosa desapareceu. Durante algumas semanas ninguém teve notícias de seu paradeiro, até que os pombos trouxeram o informe de que a haviam visto na parte mais afastada de Willingdon, atrelada a uma bonita carroça vermelha e preta, em frente a uma estalagem. Um homem gordo, de rosto vermelho, calças xadrez e polaina, com todo o tipo de estalajadeiro, dava-lhe pancadinhas no focinho e oferecia-lhe torrões de açúcar. Seu pêlo fora recentemente rasqueteado e ela usava uma fita escarlate no topete. Parecia muito satisfeita, segundo disseram os pombos. Os bichos nunca mais falaram em Mimosa.

Em janeiro, o tempo piorou terrivelmente. A terra dura como ferro, não permitia o trabalho no campo. Houve muitas reuniões no celeiro grande, e os porcos passaram ao planejamento dos trabalhos a serem realizados na estação seguinte. Fora acertado que os porcos, sendo manifestamente mais inteligentes do que os outros animais, decidiriam todas as questões referentes à política agrícola da granja, embora suas decisões devessem ser ratificadas pelo voto da maioria. Essa combinação teria funcionado muito bem, não fossem as disputas entre Bola-de-Neve e Napoleão. Esses dois discordavam sobre todos os pontos em que a discordância era possível. Se um deles propunha o aumento da área de plantio de cevada, podia-se ter certeza de que o outro proporia uma área maior para o cultivo da aveia, e se um dissesse que tais e tais terrenos eram ótimos para plantar repolhos, o outro diria que não prestavam senão para mandioca. Cada um tinha seus seguidores e havia debates violentos. Nas reuniões, Bola-de-Neve freqüentemente obtinha a maioria, por seus discursos brilhantes, porém Napoleão era o melhor na cabala de apoio durante os intervalos. Obtinha êxito especial com as ovelhas. Ultimamente estas haviam criado o hábito de balir "Quatro pernas bom, duas pernas ruim" em ocasiões próprias ou impróprias, e muitas vezes interrompiam a reunião dessa maneira. Notou-se que mostravam especial disposição de atacar o "Quatro pernas bom, duas pernas ruim", justamente quando Bola-de-Neve chegava a um momento crucial em seus discursos.

Bola-de-Neve estudara atentamente alguns números atrasados da revista O Agricultor e o Criador de Gado, encontrados na casa-grande, e andava com a cabeça cheia de planos sobre invenções e melhoramentos. Falava com grande conhecimento de causa sabre drenagens, ensilagem, escórias básicas, e havia elaborado um complexo esquema segundo o qual os bichos evacuariam diretamente no campo, em lugares diferentes cada dia, para economizar o trabalho do transporte de esterco. Napoleão não criava projetos próprios, mas dizia com toda calma que os de Bola-de-Neve dariam em nada e parecia aguardar sua oportunidade.

De todas as divergências, porém, nenhuma foi tão séria como a do moinho de vento. Não muito longe das casas havia uma colina que era o ponto mais alto da granja. Depois de realizar uma pesquisa no solo, Bola-de-Neve declarou ser o local ideal para a construção de um moinho de vento, que poderia acionar um dínamo e suprir de energia elétrica toda a granja. As baias teriam luz elétrica e aquecimento no inverno, haveria força para uma serra circular, para moagem de cereais, para o corte da beterraba e para um sistema de ordenha elétrica. Os animais nunca tinham sequer ouvido falar nessas coisas (pois a granja era antiquada e sua aparelhagem das mais primitivas) e escutaram boquiabertos Bola-de-Neve fazer desfilar como por encanto, ante sua imaginação, as figuras dos aparelhos mais espetaculares, máquinas que fariam todo serviço em seu lugar, enquanto eles iriam aproveitar a folga pastando ou cultivando a mente, por meio da leitura e da conversação.

Em poucas semanas os planos de Bola-de-Neve para o moinho de vento estavam prontos. Os detalhes mecânicos foram retirados principalmente de três livros que haviam pertencido ao Sr. Jones - Mil Coisas Úteis para Sua Casa, Seja o Seu Próprio Pedreiro e Eletricidade para Principiantes.

Bola-de-Neve utilizou como estúdio um galpão que antes abrigara incubadoras e cujo piso era de madeira lisa, própria para desenhar. Lá permanecia horas a fio. Com os livros abertos sob o peso de uma pedra, e uma barra de giz entre as duas pontas do casco, andava rapidamente para lá e para cá, traçando linhas e mais linhas e soltando guinchos de excitação.

Gradualmente, os planos se transformaram numa complicada massa de manivelas e engrenagens que cobria quase metade do assoalho e que os outros animais achavam completamente ininteligível, mas impressionante. Pelo menos uma vez por dia, cada um vinha olhar os desenhos de Bola-de-Neve. Até as galinhas e os patos apareciam, pisando com grande dificuldade para não estragar os riscos de giz. Apenas Napoleão permaneceu desinteressado. Havia-se declarado contra o moinho de vento desde o início.

Um dia, entretanto, chegou inesperadamente para examinar os planos. Caminhou pesadamente em volta do galpão, olhou detidamente cada detalhe do projeto, farejou-o uma ou duas vezes, depois deteve-se a contemplá-lo por alguns instantes pelo canto dos olhos; então, inesperadamente, levantou a pata, urinou sobre os planos e caminhou para fora sem proferir palavra. A granja estava profundamente dividida com respeito ao moinho de vento. Bola-de-Neve não negava que sua construção resultaria em uma empresa difícil. Seria necessário quebrar pedras e transformá-las em paredes; depois, construir as pás; haveria necessidade de dínamos e fios (onde seriam encontrados, Bola-de-Neve não dizia). Mas afirmava que tudo poderia ser feito dentro de um ano. Depois disso - dizia -, os bichos economizariam tanta energia, que seriam necessários apenas. três dias de trabalho por semana.

Napoleão, por outro lado, argumentava que a grande necessidade do momento era aumentar a produção de alimentos e que morreriam de fome se perdessem tempo com o moinho de vento.

Os animais dividiram-se em duas facções que se alinhavam sob os slogans: "Vote em Bola-de-Neve e na semana de três dias" e "Vote em Napoleão e na manjedoura cheia".

Benjamim foi o único animal que não aderiu a lado nenhum. Recusava-se a crer, tanto em que haveria fartura de alimento, como em que o moinho de vento economizaria trabalho. Moinho ou não moinho, dizia ele, a vida prosseguiria como sempre fora - ou seja, mal.

Além da disputa sobre o moinho de vento, havia o problema da defesa da granja. Eles bem sabiam que, embora os humanos tivessem sido derrotados na Batalha do Estábulo, poderiam fazer outra tentativa, mais reforçada, para retomar a granja e restaurar Jones.

Tinham as melhores razões para tentar, pois a notícia, da derrota, se espalhara pela região e tornara os animais das granjas vizinhas mais rebeldes do que nunca. Como sempre, Bola-de-Neve e Napoleão não estavam de acordo. Segundo Napoleão o que os animais deveriam fazer era conseguir armas de fogo e instruir-se no seu emprego. Bola-de-Neve achava que deveriam enviar mais e mais pombos e provocar a rebelião entre os bichos das outras granjas.

O primeiro argumentava que, se não fossem capazes de defender-se, estavam destinados à submissão; o outro alegava que, fomentando revoluções em toda parte, não teriam necessidade de defender-se. Os animais ouviam Napoleão, depois Bola-de-Neve e não chegavam à conclusão sobre quem tinha razão; á verdade é que estavam sempre de acordo com, aquele que falava no momento.

Por fim, chegou o dia em que os planos de Bola-de-Neve ficaram prontos. Na Reunião do domingo seguinte deveria ser posta em votação a questão de começar ou não o trabalho no moinho de vento.

Quando os animais se reuniram no grande celeiro, Bola-de-Neve levantou-se e, embora fosse interrompido de vez em quando pelo balido das ovelhas, expôs suas razões em favor da construção do moinho de vento.

Depois levantou-se Napoleão para rebater. Disse calmamente que o moinho de vento era uma tolice, que não aconselhava ninguém a votar a favor daquilo. Sentou-se de novo; falara durante trinta segundos, se tanto, e parecia indiferente ao resultado.

Ante isso, Bola-de-Neve pôs-se de pé outra vez, calou a gritos as ovelhas que começavam a balir de novo e irrompeu num candente apelo em favor do moinho de vento. Até então, os bichos estavam quase igualmente divididos em suas simpatias, mas num instante de eloqüência Bola-de-Neve arrastou a todos.

Com sentenças ardentes, pintou um quadro de como poderia ser a Granja dos Bichos quando o trabalho sórdido fosse sacudido de sobre os ombros de todos. Sua imaginação ia agora além de moinhos de cereais e cortadores de nabos. A eletricidade - disse ele - poderia movimentar debulhadoras, arados, grades, rolos compressores, ceifeiras e atadeiras, além de fornecer a cada baia sua própria luz, água quente e fria, e um aquecedor elétrico. Quando parou de falar, não havia dúvidas quanto ao resultado da votação. Porém, exatamente nesse momento Napoleão levantou-se e, dando uma estranha olhadela de viés para Bola-de-Neve, soltou um guincho estridente que ninguém ouvira antes.

Ouviu-se um terrível ladrido lá fora e nove cães enormes, usando coleiras tachonadas com bronze, entraram latindo no celeiro. Jogaram-se sobre Bola-de-Neve, que saltou do lugar onde estava, mal a tempo de escapar àquelas presas. Num instante, saiu porta fora com os cães em seu encalço. Espantados e aterrorizados demais para falar, os bichos amontoaram-se na porta para observar a caçada. Bola-de-Neve corria pelo campo em direção à estrada, como só um porco sabe correr, mas os cachorros se aproximavam.

De repente ele caiu e pareceu que o apanhariam. Mas levantou-se outra vez e correu como um desesperado. Já os cães o alcançavam de novo. Um deles quase fechou as mandíbulas no rabicho de Bola-de-Neve, que o sacudiu bem na hora. Aí fez um esforço extremo e, ganhando algumas polegadas, enfiou-se por um buraco da sebe e sumiu.

Calados e aterrados, os animais voltaram furtivamente para dentro do celeiro. Logo chegaram os cachorros, latindo. A princípio ninguém pôde imaginar de onde tinham vindo - aquelas criaturas, mas o mistério logo se aclarou: eram os cachorrinhos que Napoleão havia tomado às mães e criado secretamente. Embora ainda não tivessem completado o crescimento, já eram uns cães enormes e mal-encarados como lobos. Permaneceram junto a Napoleão e notou-se que sacudiam a cauda para ele da mesma maneira como os outros cachorros costumavam fazer para Jones.

Napoleão, com os cachorros a segui-lo, subiu para o estrado, de onde o Major fizera seu discurso. Anunciou que daquele momento em diante terminariam as Reuniões dos domingos de manhã. Eram desnecessárias perdas de tempo. Para o futuro, todos os problemas relacionados com o funcionamento da granja seriam resolvidos por uma comissão de porcos, presidida por ele, que se reuniria em particular e depois comunicaria suas decisões aos demais. Os animais continuariam a reunir-se aos domingos para saudar a bandeira, cantar Bichos da Inglaterra e receber as ordens da semana; não haveria debates.

A despeito do estado de choque em que a expulsão de Bola-de-Neve os deixara, os bichos ficaram desalentados com aquela notícia. Vários teriam protestado, se conseguissem achar os argumentos. Até Sansão ficou um tanto perturbado. Murchou as orelhas, sacudiu o topete várias vezes e fez um esforço tremendo para pôr em ordem as idéias; mas afinal não conseguiu pensar nada para dizer. Alguns porcos, porém, tinham maior flexibilidade de raciocínio. Quatro jovens porcos castrados, colocados na primeira fila, soltaram altos guinchos de protesto e levantaram-se falando a um só tempo. Mas os cachorros, junto de Napoleão, soltaram um rosnado fundo e ameaçador, e os porcos calaram-se, sentando-se de novo. Aí estrondaram as ovelhas um formidável balido de "Quatro pernas bom, duas pernas ruim" (caso Serra – energúmenos) que durou cerca de um quarto de hora, acabando com qualquer hipótese de discussão. Mais tarde, Garganta foi mandado percorrer a granja para explicar a nova situação aos demais.

- Camaradas - disse -, tenho certeza de que cada animal compreende o sacrifício que o Camarada Napoleão faz ao tomar sobre seus ombros mais esse trabalho. Não penseis, camaradas, que a liderança seja um prazer. Pelo contrário, é uma enorme e pesada responsabilidade. Ninguém mais que o Camarada Napoleão crê firmemente que todos os bichos são iguais. Feliz seria ele se pudesse deixar-vos tomar decisões por vossa própria vontade; mas, às vezes, poderíeis tomar decisões erradas, camaradas; então, onde iríamos parar? Suponhamos que tivésseis decidido seguir Bola-de-Neve com suas miragens de moinho de vento - logo Bola-de-Neve ~ que, como sabemos, não passava de um criminoso?

- Ele lutou bravamente na Batalha do Estábulo - disse alguém.
- Bravura não basta - respondeu Garganta.
- A lealdade e a obediência são mais importantes. E quanto à Batalha do Estábulo, acredito, tempo virá em que verificaremos que o papel de Bola-de-Neve foi um tanto exagerado. Disciplina, camaradas, disciplina férrea! Este é o lema para os dias que correm. Um passo em falso e o inimigo estará sobre nós. Por certo, camaradas, não quereis Jones de volta, hem?

Uma vez mais esse argumento era irrespondível. Sem dúvida alguma, os bichos não desejavam Jones de volta; e se a realização dos debates do domingo podia ter essa conseqüência, que cessassem os debates.

Sansão, que já tivera tempo de pensar, expressou o sentimento geral: "Se é o que diz o Camarada Napoleão, deve estar certo." E daí por diante adotou a máxima "Napoleão tem sempre razão" acrescentando-a ao seu lema particular "Trabalharei mais ainda".

Já com o tempo melhor, iniciou-se a arada da primavera. O galpão em que Bola-de-Neve desenhara seus planos para o moinho de vento foi trancado e os desenhos provavelmente apagados. Todos os domingos, às dez horas, os animais reuniam-se no grande celeiro para receber as ordens da semana. A caveira do velho Major, já sem carnes, fora desenterrada e colocada sobre um toco ao pé do mastro, junto à espingarda. Após o hasteamento da bandeira, os animais deviam desfilar reverentemente perante a caveira, antes de entrar no celeiro. Já não sentavam todos juntos, como antes. Napoleão, Garganta e outro porco chamado Mínimo, dono de notável talento para compor canções e poemas, aboletavam-se sobre a parte fronteira da plataforma, os nove cachorros em semicírculo ao redor deles e os outros porcos atrás.

O restante dos animais ficava de frente para eles, no chão do celeiro. Napoleão lia as ordens da semana num áspero estilo militar e, após cantarem uma única vez Bichos da Inglaterra, os animais se dispersavam.

No terceiro domingo após a expulsão de Bola-de-Neve, os bichos ficaram um tanto surpresos ao ouvirem Napoleão anunciar que o moinho de vento seria, afinal de contas, construído ( Lula – FHC - bolsa família). Não deu qualquer explicação sobre o motivo que o fizera mudar de idéia, apenas alertando os animais de que essa tarefa extraordinária significaria trabalho muito duro, podendo até ser necessário reduzir as rações.

Os planos, entretanto, haviam, sido elaborados até o último detalhe. Uma comissão especial de porcos trabalhara neles durante as três últimas semanas. A construção do moinho de vento, com vários outros melhoramentos, deveria levar dois anos.

Naquela tarde, Garganta explicou aos outros bichos, em particular, que Napoleão nunca foi a contra a construção do moinho de vento. Pelo contrário, ele é que advogara a idéia desde o início, e o plano que Bola-de-Neve havia desenhado no assoalho do galpão das incubadoras fora, na realidade, roubado dentre os papéis de Napoleão. O moinho de vento, era, em verdade, criação do próprio Napoleão.

- Por que, então - perguntou alguém -, ele tanto falou contra o moinho?
Garganta olhou, manhoso.

- Aí é que estava a esperteza do Camarada Napoleão - disse. - Ele fingira ser contra o moinho de vento, apenas como manobra para livrar-se de Bola-de-Neve, que era um péssimo caráter e uma influência perniciosa. Agora que Bola-de-Neve saíra do caminho, o plano podia prosseguir sem sua interferência. Isso era uma coisa chamada tática.

Repetiu inúmeras vezes "Tática, camaradas, tática!", saltando à roda e sacudindo o rabicho com um riso jovial. Os bichos não estavam muito certos do significado da palavra, mas Garganta falava tão persuasivamente e os três cachorros - que por coincidência estavam com ele - rosnavam tão ameaçadoramente, que aceitaram a explicação sem mais perguntas.

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CAPÍTULOS ANTERIORES
CAP. 4 (arquivo de 24 fev 2012)

O AUTO-ELOGIO DE DILMA NA ECONOMIST

Dilma Rousseff assina um artigo na edição especial O mundo em 2012 da revista The Economist, licenciada no Brasil para a Carta Capital. É assaz curioso ventilar hipóteses para uma revista séria como a Economist ser traduzida e licenciada pela Carta Capital no Brasil. A resposta aparece como óbvio ululante com poucas sinapses: os leitores da Carta Capital raramente lêem ou entendem os ensaios da Economist, e quando o lêem, pensam-nos como “idéias exploratórias que estão me mostrando para que eu discorde”.

Dilma Rousseff se rasga rendendo loas a si própria em seu artigo. Intitulado O modelo brasileiro, a presidente começa com o chavão “O mundo está mudando rapidamente.” É a última frase no artigo com a qual conseguimos concordar.

De acordo com a presidente, o mundo vive uma mudança nos centros econômicos mundiais, e o Brasil é um dos novos centros. É uma análise comumente feita, mas perspicaz em sua simploriedade. De todos os fatores que tornam o Brasil um importante pólo econômico hoje, o principal é sua enorme população, além de vastas áreas rurais que garantem um alto número de consumidores para quem quer investir, criar empresas, fazer negócios e ter alguma certeza de lucro, porque fatalmente alguém vai acabar entrando no seu mercado. Mesmo com carros populares custando o mesmo que sedans de luxo nos EUA ou outros países liberais, as cidades têm um trânsito impossível e estão entupidas: o Brasil, país riquíssimo, dá mais de um terço do que ganha para burocratas no governo em troca de muito pouco em serviços e muito em corrupção. Ainda assim, o mercado é fervilhante: 190 milhões de pessoas num país em ascensão não se despreza assim.

Compare-se o caso com outros países cuja ascensão nos últimos anos foi meteórica (ao contrário do Brasil, que se assemelha ao Pequeno Príncipe segurando um foguete com uma peneira, balangando as pernas tentando se acostumar com o vôo): Coréia do Sul, Singapura, Chile, Malásia, Dubai, Irlanda, Hong Kong. À exceção de Hong Kong e Malásia, são todos países de população diminuta, em que não se pensaria repentinamente como hipotéticos nomes de importância mundial para o comércio, pautando mercados de países de proporções continentais. Em compensação, é tirar a população do Brasil e… será que mesmo aproveitando só a área mais rica das cidades mais ricas, teríamos algo comparável a uma Coréia do Sul fazendo peso de “centro de desenvolvimento econômico”?

Dilma prossegue afirmando:

Mais importante, nos últimos oito anos, nós levamos mais de 40 milhões de brasileiros – quase o tamnho da população da Espanha – da pobreza para as classes médias, com acesso à saúde, educação, crédito e emprego formal.

Descontando os dados duvidosos após a palavra “pobreza”, Dilma deveria disfarçar mais ao manipular dados para favorecer a gestão petista: muito antes de Lula ter alguma chance de subir à Alvorada a pobreza já vinha diminuindo. Vide este estudo de Ricardo Paes de Barros, Ricardo Henriques e Rosane Mendonça para o Ipea:

(CLIQUE SOBRE A IMAGEM)

Como se vê, a pobreza vem diminuindo, com seus percalços, desde antes da democratização, e é um tabu nacional lembrar qual foi o governo que começou a fincar uma estaca em seu tamanho. É difícil imaginar como seria diminuir a pobreza sem conquistas anteriores ao governo petista: sem o Plano Real, que provocou um boom, com um dos maiores saltos na diminuição da pobreza em dois anos (4,9% na redução de indigentes e nada menos que 7,8% da diminuição do número de pobres entre 1994 e 1996, um número inconfundivelmente maior do que qualquer período anterior analisado desde 77, descontando um discutível número do período militar).

Fora as turbulências nas crises (Tigres Asiáticos, México e Rússia), um detalhe curioso é que o número esconde o número total de pobres do Brasil: 1% em 1980 significa bem menos do que 1% hoje. Significa que muitos pobres saíram da pobreza: mas, ainda assim, não há uma diminuição tão grande do número de pobres conforme se pensa. Na verdade, muitas vezes o número total aumenta. No mais, a pobreza extrema simplesmente caiu no mundo inteiro com a abertura dos mercados – onde não caiu foi em países que não aderiram à liberdade econômica do capitalismo como a África subsaariana e ditaduras socialistas. Estas até hoje justificam sua miséria com “embargos econômicos” – esperam por um disk 1-800-AMERICA para se livrarem da miséria.

Há uma continuidade clara com o modelo anterior. É ótimo que ela exista – mas não dá grandes méritos a quem a continua, se seu discurso é e foi de rompimento. Há de discutir então a gestão de cada modelo. Tanto o PSDB quanto o PT privatizaram e criaram programas sociais. Por que um só é lembrado por uma coisa, e outro só pela outra?

Basicamente, o programa social do PT era a unificação de diversos programas da gestão tucana. Foi chamado de Fome Zero e quase rendeu um Nobel da Paz a Lula, após arrancar muitas lágrimas na Suíça em sua apresentação. O fiasco é conhecido: sua gestão baseava-se em taxas sobre gorjetas de restaurantes e outras idéias doidivanas. Mas até hoje você consegue fazer doações ao programa em agências do Banco do Brasil. É um grande ato de fé. O Bolsa Família causou o rompimento definitivo de Lula e Frei Betto – há explicação: unificava diversos programas geridos por Ruth Cardoso, os quais foram alvo de feroz crítica no período de oposição.

O custo de tais manobras foi elevado: a carga tributária média ficou em 33,47% na gestão Lula, contra já elevadíssimos 30,07% de FHC. Com maior carga tributária sobre mais pessoas que enriqueceram mais, faz muito sentido alardear que só durante os oito anos de gestão petista é que se fez tanto pelo país? Melhor nem comparar com outros dados, como, quem sabe, aumento do número de telefones por habitante em cada período (alguém tem coragem de averiguar este ótimo indicador de crescimento de renda?), queda da inflação, queda da evasão escolar, crescimento das matrículas nas universidades, crescimento do PIB em relação ao governo anterior (e o mais importante: quanto o PIB cresceu em relação ao mundo) e, sobretudo, aumento da dívida pública para se fazer tudo isso? Há uma tabelinha bem interessante aqui.

A presidente também espezinha as “economias avançadas”, afirmando que aumento de salários não substitui aumento de dívidas. Bastante curioso para quem se gaba de facilitar crédito, e para quem elogia um governo que deixou uma dívida de R$98,580 bilhões, comparada a R$56,082 de seu antecessor (quase duplicou). Que tal comparar o aumento do poder de consumo de sua gestão com a gestão passada, se é essa a lição que Dilma quer ensinar aos ensinadores? Basta lembrar do aumento da dívida interna, usado de maneira que deveria ser criminosa para vender a idéia falsa de que “quitamos a dívida externa”. Mas Dilma afirma que nosso modelo é “autoalimentável” e “focado no mercado interno”. Vamos perguntar pros chineses que compram nossa soja se a informação procede.

Há também o clichê de que mercados desregulamentados produzem instabilidade e desigualdade. O mercado financeiro é o mais regulamentado e estatizado de todos, estamos patinando nas últimas posições em liberdade econômica como todas as economias que estão precisando pedir dinheiro justamente para as mais liberais e, afinal, é preciso desconhecer bastante o sistema econômico para acreditar que a crise é culpa do capitalismo sem interferência do Estado – uma crise acontece quando gastamos mais do que arrecadamos, e qualquer empresa simplesmente vai à falência se assim atua – a não ser quando tem conchavo com o governo. Aí a conta é de todo mundo. Não parece ser o que está ocorrendo? E os próprios dados que comemora vieram atrelados à abertura do mercado. É difícil pescar uma contraditório?

O cuidado com as palavras é esmerado. Dilma comenta sobre “transferência governamental”. É um velho mito que precisa ruir: o governo não tem um centavo. O governo não transferiu nada do próprio bolso. Tudo o que o governo dá ele tira de alguém. Esse discurso costuma enganar muitos adolescentes que pensam em desigualdade e empresários que “visam o lucro”, e acreditam que monopólios do Estado na economia fazem com que políticos dêem dinheiro ao povo. É difícil imaginar o que são milhares de empregos públicos perto do que um simples banco ou empresa de telefonia consegue empregar – do zelador do prédio até o presidente, estariam todos desempregados, sem poder desfrutar da riqueza que só surge com a administração competente de todos organizados em uma empresa. É a sinergia do mercado. E só o maior banco da América Latina já tem como clientes exatamente o mesmo equivalente à população da Espanha que Dilma diz que seu governo tirou da pobreza. Será que são pessoas ainda abaixo da faixa da pobreza que fazem a máquina funcionar? E como ficam os primeiros empregos (não era nome de um falido programa estatal petista, aliás?) com telemarketing e derivados?

Não é senão a própria Dilma quem confirma:

Hoje o mercado do Brasil, em crescimento rápido, suporta o desenvolvimento autossustentável não só no Brasil, como em toda a nossa região.

O mercado, afinal, são as pessoas, não só as empresas. Não faz muito sentido trocá-lo por burocratas e acreditar que se conseguirá produzir riqueza que atingirá os pobres. Há conquistas sociais importantes a serem comemoradas, mas o auto-elogio de Dilma são apenas platitudes que não unem causa á conseqüência (pelo contrário, apenas joga ao ar premissas aleatórias sem algo que as una) bem afeito ao bom mocismo que domina o debate. Mas nada se sustenta a uma breve lufada de verdade.

Resta apelar para a evasão escolar (mais atenuada no governo tucano), igualdade sexual (como se Lady Gaga e a ondinha lésbica fosse obra do governo), o papel da mulher… mas quem disse que é a mulher que está galgando novos degraus? Basta observar os nomes das mulheres em sua gestão, a começar por ela própria: Dilma Rousseff, Gleisi Hoffmann, Ideli Salvatti… são sobrenomes facilmente encontráveis por aí? Também há uma grande predominância de sulistas. Será que há mais diferença entre uma mulher e um homem qualquer, ou entre um gaúcho cercado de colonização alemã e italiana e um paraense, sejam ambos homens ou mulheres? (vide o artigo Dilma e sua equipe ítalo-alemã, no Valor Econômico)

Dilma se aproveita de coincidências. Infelizmente, o que pode ser elogiado na gestão petista é derivado mesmo disso: ou alguém esquece do papel da internet nos últimos 10 anos, e atribui o quanto mudou nossas vidas ao PT? Por ora, prosseguimos com o mesmo: o PT fez coisas boas e novas – o problema é que as boas não foram novas, e as novas não foram boas.

10 de março de 2012
Flavio Morgenstern é redator, tradutor e analista de mídia.

CENAS OBSCENAS

No seu clássico “Vale Tudo” Tim Maia dizia que só não vale dançar homem com homem nem mulher com mulher, mas o verso valia como ritmo e sonoridade, não como discriminação, e ele logo completava, às gargalhadas: “Mas é só até as 21 horas, porque depois tá liberado geral!”.

É o tema musical das próximas campanhas municipais. O PT paulista quase “amanheceu de mão dada” com Kassab, numa ousada metáfora sexo-política de Marta Suplicy, que talvez prefira dar a mão a Netinho de Paula. O PR de Valdemar Costa Neto ameaça lançar Tiririca candidato para alguma coisa entre achaque, venda de tempo de TV e chantagem eleitoral. Mas quanto vale, e quanto pesa, um apoio desses? Que fins justificam esses meios? Nos jornais, Edinho Silva, presidente do PT paulista, exalta “a arte da política”. Mas se isso é arte, o que seria entretenimento? E pornografia?

No Rio, os jornais publicaram a cena obscena dos arqui-inimigos Cesar Maia e Garotinho abraçados, com seus sorrisos de jacaré, fingindo que esqueceram tudo que um já disse do outro nos últimos 20 anos, com acusadores e acusados chafurdando na mesma lama. Agora eles estão unidos por um nobre objetivo: ganhar a Prefeitura do Rio. Pela renovação dos quadros, injetam sangue novo na política, com a chapa Rodrigo Maia, filho de Cesar, para prefeito, e para vice, Clarissa, filha de Garotinho.

Realiza-se a nefasta profecia do humor carioca, feita no casamento do filho de Cesar Maia com a enteada de Moreira Franco, quando um grupo protestou na porta da igreja exibindo faixas de “Por favor, não procriem!” Agora são os frutos políticos da união dos Maias e Garotinhos que ameaçam o Rio de Janeiro, já tão infelicitado pela dupla de patriarcas.

Ainda bem que, salvo desastre catastrófico, o prefeito Eduardo Paes vai ser reeleito com uma maioria esmagadora. Porque a população do Rio de Janeiro está testemunhando a recuperação e o desenvolvimento da cidade, que vive um de seus melhores momentos, numa conjuntura econômica favorável, com apoio estadual e federal. E, apesar dos velhos e novos problemas, tem o seu melhor prefeito das últimas décadas.

10 de março de 2012
Nelson Motta
Fonte: O Estado de S. Paulo

LULA E O PT QUE O PARIU

Marta ainda poderá disputar a prefeitura de São Paulo, no lugar de Haddad.

(NÃO! NÃO É EM BENEFÍCIO DA PRETEITURA PAULISTA, MAS AO PARTIDO, O FAMIGERADO PT.)

Citando pesquisas mostrando que a senadora Marta Suplicy (SP) tem condições objetivas de superar o tucano José Serra, na disputa pela prefeitura paulistana, dirigentes petistas voltam a cogitar a substituição do pré-candidato Fernando Haddad.
Na primeira quinzena de janeiro, o PT discutia essa hipótese, mas Lula sufocou o movimento pedindo a Dilma para antecipar a demissão do então ministro da Educação.


Dirigentes do PT aguardam que Lula melhore de saúde para ponderar sobre o fiasco de Haddad e o risco de derrota anunciada para Serra.
Quando tentaram a substituição antes, petistas ligados a Marta Suplicy foram rechaçados por Lula, que prometeu apoiar Haddad “até o fim”.

O fraco desempenho de Haddad nas pesquisas não estimula a militância a pedir votos para um candidato em quem não acredita. Pesquisas encomendadas pelo PT confirmam que o amplo favoritismo de José Serra desaparece quando Marta Suplicy entra na disputa. A informação é de Cláudio Humberto.


SE LULA DESISTE DE HADDAD ESTÁ DESMORALIZADO. PROMETEU APOIO AO AMIGO E VOLTA ATRÁS. ALÉM DISSO FICA PROVADO QUE ELE NÃO AGREGA VOTOS. NÃO BASTA APENAS A INDICAÇÃO DELE PARA ALGUÉM GANHAR UMA DISPUTA.

(Desmoralizado já estaria pela quantidade de mentiras, contradições e trapalhadas antigas.)

SE ELE NÃO DESISTE SERÁ DERROTADO POR SERRA. É O COMEÇO DA DECADÊNCIA DO LULISMO. O REI ESTA NÚ E MUDO.

(Lula continua dando 'ordens', mas já foi derrotado por tantas frustrações seguidas (falta de interesse pelo filme com sua vida, seus fiéis eleitores não se desesperaram com sua saída da Presidência, demonstraram preferência por sua pupila nos 'ibopi', não saíram às ruas para orar por sua saúde, ele não pode sair na escola de samba que o apresentou como tema e, pior ainda, a escola ficou em quarto lugar dentre as outras escolas. Pelo jeito, ainda não se tornou decadente para o PT. Talvez porque o partido dependa de sua figura para se manter.)

10 de março de 2012
Artigo de Jorge Roriz
Comentários EM NEGRITO E ENTRE PARENTESIS

BREVE HISTÓRIA DO COMUNISMO - PARTE 2

BREVE HISTÓRIA DO COMUNISMO - PARTE 1

TIRIRICA CANDIDATO. ESPECIALISTAS DIZEM QUE PODE CHEGAR A 20% DOS VOTOS


Certamente que o lançamento da candidatura do Deturpado Tiririca à prefeitura de São paulo foi um balão de ensaio que o PR soltou para sentir a repercussão que essa insanidade daria na opinião pública.

E pelo que parece a situação é mesmo preocupante. Tiririca pode chegar a 20% dos eleitores, e isso tira certamente votos principalmente do PT, onde tem a maior parcela de eleitores analfabetos de São Paulo.

É certo que o cacique do PR o abjeto Valdemar da Costa Neto, largou a candidatura do palhação para se vingar pela perda que o partido teve no bolo ministerial quando sentaram o pé no rabo do Alfredo Nascimento, para quem lembra, o segundo sinistro do DESgoverno das Ratazanas Vermelhas a perder a boquinha por denuncias de maracutaias. E com o Nascimento caiu uma corriola inteira de bandoleiros do PR que estavam empilhados no DNIT apenas para ...roubar.

E com essas mudanças certamente que o PR perdeu seu fluxo de caixa dois, e como o PT é um ajuntamento de bandidos, quando um da quadrilha cai os outros se afastam, e o ministério dos transportes perdeu prestígio e rentabilidade, além é claro do apoio dos PTralhas.

A cúpula do PR lança Tiririca com a intenção de chantagear o PT de SP. A invenção do Sebento, o tal ENEMHADDAD, não consegue subir nas pesquisas, o Sebento na base do vai não vai para a casa do caraleo, não pode subir em palanques para fazer comícios movidos a muitas cusparadas na cara do povão que vai prestigiar em troca de tubaína e sandubas de mortadela.

E com a entrada do Serra na disputa, e já com quase 40% das intenções de votos, é chegada a hora do nanico locador PR colocar o todo poderoso PT na parede, e as Ratazanas Vermelhas terão que arriar as calças e mostrar a bunda para Costa Neto. Que certamente e raposamente como é, vai enfiar até as bolas no rabicó dos PTralhas em busca de cargos, ou alguns beneficio$ pe$$oai$ em nome do partido.

E analisando pelo lado de eleitor, vemos que em toda essa movimentação em busca da prefeitura de SP, o que MENOS importa são os programas políticos, a ideologia e acima de tudo, a população.
Estão lá brigando feito hienas na carniça em busca de DINHEIRO, apenas isso, não é o cargo de prefeito que interessa, o que vale é todo benefício que o PR poderá tirar do PT ao aliar a ele e retirar a candidatura do Tiririca. E o PT por sua vez ajoelhado diante do anão de pires nas mãos pensando no seu projeto de poder, onde SP, tanto o estado, quanto a cidade, são os últimos bastiões a cairem para a avacalhação definitiva social, institucional, e moral do Brasil.


E a candidatura do palhaço deturpado virou moeda de chantagem entre o PR e o PT e no meio dessa barafunda...o eleitor burro de Banânia.

O mais patético é ver que o palhação que teve mais de 1.3 milhões de votos em SP está acreditando na possibilidade de sua eleição. Esquecem que os 1.3 milhões de idiotas que votaram no Tiririca o fizeram por serem absolutamente analfabetos políticos, só que SP é um dos estados mais politizados do país e o Tiririca pode ter um milhão de votos para a prefeitura, mas, para se eleger precisa de muito mais. E é justamente nesse muito mais que a porca torce o rabo.

A bomba PTralha de destruir candidaturas com coligações bizarras parece que vai explodir na cara do Sebentão e da sua invenção. O PCdoB vai de Netinho, o PR de Tiririca, e ainda tem o Russomano que até outro dia estava no PP que é do Maluf, e o Maluf virou amigo de infância do Sebento, lembram?

O Serra vai de Serra com apoio do Kassab e do DEM. E todos sabemos que em SP esse pessoal tem em média 40/50% dos votos, e os outros todos candidatos levarão o que poderia ser para o EnemHaddad.
O PT vai ter que ter muita estratégia e muita bondade financeira com essa camarilha de bandoleiros para conseguir apoio e a retirada das candidaturas que racham seus votos. E a campanha ainda nem bem começou e veremos o PT tendo que abaixar, e muito, para esses partidos de aluguel que resolveram aumentar o preço da "locação". Sem o Sebento, que parece estar com as patas na cova, e com essa estratégia de alianças até com o capeta, o PT vai ser engolido pelo próprio monstrengo que criou para chegar ao poder.

Mas não se surpreendam se até Junho ou Julho todos esses candidatinhos de ocasião não retirarem suas candidaturas em favor do ENEMHADDAD.

Esse é o jeito brasileiro de fazer política, onde o que menos importa são as idéias e os programas, o que vale é quanto que cada um pode lucrar em cada movimentação no sujo e bandido xadrez político que existe nesta pocilga.

E no mais...

10 de março de 2012
omascate

CHUTANDO O TRASEIRO DO PLANETA

O grande capital externo, sempre em conluio e parcerias com nossas elites, não começou a chutar o nosso traseiro justo agora no momento de preparação para esses dois gigantes eventos, Copa do Mundo e Olimpíada, envolvendo poderosos recursos públicos, interesses políticos e privados, internos e externos. Salvo as exceções, em todas as oportunidades os nossos grandes empresários sempre estiveram à frente de seus próprios interesses, pouco a ver com as prioridades e necessidades estratégicas e econômicas do Brasil, e de nosso povo.

No sistema democrático capitalista, as elites se beneficiam de todas as maneiras possíveis, seja nas crises ou nos bons momentos, sobrando muito pouco para o povo, além de ter que pagar todas as contas.
No auge da atual grande crise mundial do capitalismo, as grandes empresas, montadoras e bancos, teriam se beneficiado de um total mundial de cerca de US$ 17 trilhões, provenientes diretamente dos cofres públicos. E ainda ousam dizer que a iniciativa privada que é competente.


Sabe-se que a riqueza nasce do trabalho, e apesar disso, o trabalhador acaba ficando com muito pouco do que produziu. Por isso mesmo, continua pobre e morando mal. Sempre relegado e pagando a conta, de forma continuada, silenciosa e sistêmica, pelas mil manobras, leis e recursos criados pelas próprias elites, em nome do povo.

Derivam daí as escandalosas isenções e sonegações de impostos, incontáveis privilégios para os poderosos, gigantescas remessas de lucros para o estrangeiro, superfaturamentos e desnecessárias obras públicas, fantásticos incentivos financeiros e fiscais etc. Tudo, possibilitando gigantescas acumulações de riquezas em mãos de poucos.

Não bastassem essas gigantescas transferências de riquezas públicas para os poderosos, em determinadas situações de fragilidades políticas, as elites criam mecanismos de siderais transferências de riquezas públicas para seus cofres, num curtíssimo espaço de tempo, sem trabalho algum, como as ocorridas nas privatizações FHC/PSDB, com a entrega de riquíssimas empresas estatais a preços de bananas, que se, atualizados a valores de hoje, contabilizando todos os prejuízos diretos e indiretos, acreditem, folgadamente passaria dos R$ 10 trilhões.

Trocando em miúdos, a democracia capitalista é um sistema insano e sem maiores planejamentos, por isso mesmo, o Planeta possui 4 bilhões de pobres e de excluídos, conflitos e violências de todos os tipos e dimensões. Provavelmente, uma guerra nuclear, a qualquer hora dessas.

10 de março de 2012
Welinton Naveira e Silva

A JUSTIÇA, A NOVA CRUZ DA SOCIEDADE CRISTÃ GAÚCHA


A decisão do Conselho da Magistratura do Tribunal de Justiça (TJ) é consequência de um pedido da Liga Brasileira de Lésbicas (LBL) e outras entidades, como os grupos de defesa dos direitos dos homossexuais Somos e Nuances e a entidade feminista Themis. (Zero Hora ,7/3/2012)

A infeliz decisão do Conselho da Magistratura do TJ do RS DE RETIRAR OS CRUCIFIXOS, INCÔMODAS REFERÊNCIAS A JESUS CRISTO, de seus nobres postos de trabalho em todas as dependências jurisdicionais do Estado gaúcho, alimentou a sanha anti-homofóbica, cujo principal e verdadeiro objetivo é chegar ao poder discricionário máximo através de golpes mentirosos e ameaças processuais que rendem milhões às partes interessadas e seus procuradores.i>

ONGS pífias, que representam somente 2,3% da população brasileira, assustam a sociedade brasileira. A Justiça brasileira, seja aquela representada por juízes, sejam aquelas outras mascaradas sob nomes alternativos coletivos − verdadeiras ONGS governamentais que se imiscuem e ocupam postos na administração federal em nível de Ministérios, todas suspeitíssimas −, agora se transfigura e toma as medidas jurídicas típicas dos fascistas em movimento revolucionário. Não de repente, pois que batalha desde os tempos da tomada do poder da esquerda, governo FHC, mas inesperadamente, regredindo a um laicismo delirante.
Um grande passo foi dado na laicização compulsória da sociedade brasileira. Uma verdadeira castração religiosa está em curso.

A novel e ousada encomenda de um grupo alimentado pelo Tesouro Nacional, entretanto, já conhecia a decisão atual. Isso mostra bem o grau de lassidão moral e de abulia da extraordinária maioria de brasileiros, 90% de cristãos que se omitem assustados por não saberem a força que têm.
Mostra também o grau de concatenação das ações revolucionárias da Justiça tupiniquim (ou bolcheviquim) com setores minoritários que se tornam inimputáveis pela parceria e pela promíscua aliança com os três poderes, tudo muito acima da própria Constituição Federal.

Esta decisão, entretanto, prova qual o objetivo desses grupelhos minoritários: a destruição da religiosidade cristã e sua moral duas vezes milenar, e o próprio Estado de Direito, ora refém da truculência. A anti- homofobia e sua vontade legiferante sobre o país nada tem a ver com sexualidade ou direitos de homossexuais, como já se sabia. Tudo é uma questão de poder; um poder total, de um Estado Policial laico e lacaio da elite globalista mundial, que manda, não pede, o fim das religiões no mundo.

O fenômeno, portanto, é global; a vergonha, entretanto, é brasileira, tupiniquim e charrua, de juízes em tangas, pré-anchietanos selvagens ou pombalistas inflexíveis. Esse Conselho derruba por terra uma tradição de 500 anos para atender um pedido de uma minoria poderosa, barulhenta e chantageadora sustentada pelo governo federal, notório patrocinador de causas anti-tradicionais, anti-religiosas e anti-familiais. Amanhã Zero Hora, orgulhosíssima, estará propagandeando o aborto.

By the way, o sociólogo entrevistado por Zero Hora está redondamente enganado, ou finge estar enganado: o Estado brasileiro atual não é laico nem neutro, como ele diz. Pelo contrário, ele é parcial, anti-religioso, e se coloca contra a vontade do próprio povo que começa a ter a sua fé religiosa e suas crenças subtraídas.

Alguém pode argumentar que não existe o Estado “atual”, que o Estado é eterno, anterior e posterior a qualquer governo. É verdade, mas no Brasil o Estado, o Governo, e a Administração Pública se fundiram em um só ente nem tão abstrato assim como fantasia o “jesuíta” e o “católico” entrevistado. Desde que o país se tornou socialista é assim. A perseguição a símbolos religiosos estava anunciada por essa gente que adora a abstração do Estado, mas odeia a abstração da Fé de milhões de pessoas.

Até agora, 9/3/2012, nenhuma voz se articulou em defesa da permanência dos crucifixos. Apenas um padre se manifestou, contorcendo-se em escusas ao afirmar falsamente que a Igreja Católica acolhe os homossexuais.

O padre está enganado, ou a Igreja a que ele se refere não é mais a católica; certamente é a Igreja criada pelo Concílio Vaticano II, um simulacro socialista e ateu do catolicismo.
A Igreja Católica brasileira está paralisada, exangue, inerme, parasitada internamente. A Evangélica procura acentos no Congresso, logicamente atrelados ao governo socialista, ateu, e militante.
As raras exceções de bravos lutadores evangélicos e alguns padres católicos contra o aborto, a perseguição religiosa, e o poder discricionário de um braço do governo, ainda nos dão esperanças.

Repito novamente, a questão em jogo não apreciada pelo Conselho, é a descarada acometida contra a tradição judaico-cristã do mundo ocidental, e do Brasil em particular.
A própria Justiça está envenenada pelo Direito Alternativo ateu, socialista, e revolucionário. Uma nova geração de juízes e advogados trabalha pela Revolução anti-religiosa.

A propósito, hoje as mulheres, que ontem tiveram o seu Dia Mundial (dia criado pelas elites anti-religiosas globais, maçônicas e sionistas) são maioria nas universidades e faculdades de Direito.
Muitas delas são mulheres enganadas pelo discurso socialista dos direitos humanos, da cidadania, e da democracia. Foram molestadas intelectualmente nas Instituições do Direito Alternativo, e torturadas com o cheiro do rim podre do Che Guevara. Acabaram amando o Big Brother. O sentimento nobre e terno que tinham pela humanidade, logo foi invadido pela sedução ideológica, o descaminho socialista. Outras, entretanto, são militantes raivosas, verdadeiras amazonas de um matriarcado psicótico e totalitário. Tradição e costumes religiosos são heresias para essa gente.

Curioso: a imagem da reunião é contraditória; o Conselho se reúne e vota a expulsão dos crucifixos sob a égide de um crucifixo na parede.

A reunião deveria ser anulada por isso, ou a imagem é falsa, isto é, jamais sensibilizou a Magistratura gaúcha. Estarrece pensar que tudo pôde mudar tão rapidamente e insensivelmente com uma penada, uma decisão comprometida pela visão socialista da vida e dos costumes, inclusive religiosos do povo. Para isso teve que ser unânime e irrecorrível, para a alegria da mídia corporativa. A imagem é forte: seria esta uma decisão sob a égide de Cristo? Acho que nasceu um Anti-Cristo jurídico nesta sala neste dia.

O pior, porém, ainda está por vir. Essa decisão infantil, cruel, e insensível para com o povo cristão gaúcho, deitará raízes malignas por todas as áreas e instituições públicas do país. O método fascista não é novo: primeiro expulsam cruzes; depois os crentes na Cruz. Na Alemanha Nazista foi assim: primeiro queimaram símbolos e livros; depois queimaram as pessoas. Ter religião, especialmente cristã, será em breve proibido ou só será possível com a licença de grupos gays já transformados em agentes do Estado Laico, soldados de uma outra religião, uma verdadeira e maligna Anti-religião.

10 de março de 2012
Postado por charles london

AS DUAS INTELIGÊNCIAS

Para efeitos meus, costumo distinguir duas espécies de inteligência, a inteligência burra e a inteligência inteligente.
Por inteligência burra, entendo a de um engenheiro que domina o cálculo infinitesimal e não consegue gerir sua vida. Ou a de um cirurgião, que é um virtuose do bisturi mas nada entende do mundo que o
cerca.


Já a inteligência inteligente seria aquela de um homem que, além de ser competente em seu ofício, conhece o mundo e a história do mundo em que vive, a meu ver a maneira mais eficaz de conhecer a si mesmo e aos que nos rodeiam. A esta inteligência não se chega lendo livros técnicos. É preciso ler história, filosofia, literatura. Este homem não precisa ser um erudito nestas três áreas: ninguém o é. Mas deverá possuir um conhecimento mínimo dos grandes momentos da aventura humana.

Coloco aqui, ao azar: instituições e filosofia da Grécia antiga, história de Roma, um pouco de judaísmo e muito de cristianismo. Estas são as bases de nossa cultura. Quanto à história pátria, que me desculpem os afonsos celsos da vida, mas ela em pouco ou nada contribui à formação de alguém. É um apêndice da cultura européia. Quem provocou a independência do Brasil não foi Dom Pedro I, como ensinam os livros escolares. Foi Napoleão Bonaparte. Quem norteia o bestunto tupiniquim, não são os pensadores de Pindorama, mas os d’além-mar. O PT, por exemplo, é um subproduto do pensamento de um alemão que vivia em Londres, no século XIX. A Igreja Católica e os neopentescostais que inundam a televisão são decorrências de fatos mais antigos, ocorridos em Jerusalém e Roma há mais de vinte séculos. Originalidade brasileira até que existe. Por exemplo, a regulamentação da profissão de jornalismo.

Estudei História da Filosofia por quatro anos. Nestes estudos, considerei que filosofia é isto: alguém diz que o homem e o universo são assim e vão para lá. Surge outro e diz que o homem e o universo são assado e vêm para cá. A filosofia busca abstrações. Quer definir o que seja o Homem, assim com H maiúsculo, como dizia Sábato. Ora, esse homem não existe. É como buscar o terno ideal que sirva a todos os homens e acaba por não servir a nenhum. O que existe é este homenzinho de todos os dias – com h minúsculo mesmo – que vamos encontrar... na literatura.

O saber racional acaba por negar-se a si mesmo. As filosofias se chocam e se destroem umas às outras. Os filósofos acabam se dando cotoveladas nas enciclopédias, em busca de espaço. Seja como for, filosofia foi a primeira tentativa feita pelo homem de entender seu lugar no mundo. Embora tenha me afastado da filosofia, sempre recomendo ler Platão. Lá estão as eternas perguntas humanas. Mas desista de ler os filósofos contemporâneos. Perderam o rumo. Hoje, a questão principal da filosofia é descobrir quais são os rumos da filosofia.

Só a literatura permanece. Platão, por fascinante que seja, envelheceu. Já a Ars Amatoria, de Ovídio, permanece eternamente jovem. A vida é mais simples do que imaginam os filósofos. O homem nasce e morre e neste interlúdio esperneia. Fim de papo. A filosofia até pode ter pretendido ensinar o homem a viver. Mas a história está repleta de homens que bem conduziram suas vidas, sem nada entender de filosofia.

Comecei minha vida lendo ficções. Foram importantes para minha formação. Ficções, hoje, só releio o que já li. A última ficção que li foi a última que traduzi, em 1993, A Família de Pascual Duarte, de Camilo José Cela. Ficção soberba, aliás. Ou seja, ano que vem completo vinte anos sem ler ficção. Mas os clássicos sempre nos ajudam a melhor entender o mundo e a nós mesmos.

Cheguei àquela idade em que é mais prazeroso reler do que ler. Literatura contemporânea me soa como estar ouvindo todo o dia os mesmos papos de um mesmo boteco. Já autores antigos me fazem viajar ao passado e a geografias distantes.

Em meio a isto, continua provocando indignação a crônica que escrevi sobre os best-sellers recomendados por Veja. Escreve um leitor:

Li o artigo, li novamente e, para emitir minha opinião, efetuei pela terceira vez a leitura de seu artigo.
Sou gaúcho, moro em SP e, em minhas prateleiras, já encontram-se quase que 700 títulos de livros. Todos, sem exceção, pesquiso um mínimo de informações antes de comprá-lo. Claro que compro muita besteira (afinal são 700 livros). Em todos os livros percebo que o autor expressa o que tem. Nada mais, nada menos.
Você espera que o Marcelo Rossi escreva um poema lirico ou então uma sátira atual sobre a economia?! Não. Óbvio que não. Vamos criar juízo pelo fato do autor expressar o que tem internamente? Não. Óbvio que não.
Não gosto também de bests sellers classificados como "povão", mas respeito e não classifico como "lixo". Por fim, para eu entender, porque você acha que todos devem chegar a um Dostoievski, Cervantes ou Nietzsche? Você acha que estas pessoas são melhores?
Lembre-se: quando menos esperar poderás ver sua esposa/filho/ente querido com um Ágape nas mãos!
Abraços
Jonatas

Não, meu caro Jonatas, não espero que o Marcelo Rossi escreva um poema lírico ou uma sátira atual sobre a economia. Nada disso. O que me espanta é ver aquelas bobagens vendendo 7,5 milhões de exemplares. Um país precisa ser muito inculto para tornar um livro desses best-seller. Se bem que, neste sentido, os países em pouco ou nada diferem. Cada um tem o Marcelo Rossi que merece.

Não, não acho que todos devam chegar a um Dostoievski, Cervantes ou Nietzsche. São leituras difíceis, não recomendo a qualquer adolescente. Cá entre nós, nem mesmo acho que as pessoas tenham obrigação de ler. Lê quem busca algo mais que novelas de TV. E há quem se satisfaça plenamente com isto. O penúltimo presidente do país é homem que se gaba de não ler.

Mas estes três autores que você cita são obrigatórios para qualquer pessoa que se pretenda minimamente culta. Em outras palavras: que busque a inteligência inteligente. E não só estes. Quem não tiver idéia de quem foi Ovídio, Homero, Platão, Sócrates, Dante, Swift, Voltaire, Gide, Wilde, Huxley, Orwell, Herman Hesse, Papini, Moravia, Camus, Eça, Pessoa, Hernández, Borges, Sábato, Arlt – falo apenas de mortos – não pode se pretender culto. Não digo que leiam todas suas obras. Mas que pelo menos saibam o lugar que ocupam na cultura ocidental. Você tem uma biblioteca de 700 volumes, não é verdade? Ora, só citei uns vinte autores.

E olhe que estou falando de quem pretenda se considerar minimamente culto. De pessoa culta se exige um pouco mais. É simples: ou você conhece pelo menos o esqueleto da cultura que herdou e que o circunda, ou não conhece. Poderia estender a lista por mais uns cinqüenta nomes, mas fico por aqui.

Mulher ou filho meu jamais teriam Ágape nas mãos. Mulher, porque não me aproximaria de uma leitora do padre Marcelo. Não dá. Não há o que conversar. Talvez haja outras coisas a fazer. Mas conviver, jamais. É o que Goethe chama de afinidades eletivas. Ao procurar um parceiro, queremos alguém que nos acompanhe em nossas predileções. Da mesma forma, eu jamais me aproximaria de uma maconheira ou militante do PSOL. Quanto a filho, convivesse comigo, certamente teria melhores opções de leitura.

Dito isto, as pessoas leiam o que quiserem. Que cada um escolha a inteligência que melhor lhe convier. Para ser bem sucedido neste país nosso, não se exige nenhuma leitura. Reservo-me apenas o direito de manifestar meu pasmo ao ver tanta gente lendo tanto besteirol.

Pior ainda, ver uma revista como a Veja vendo virtudes na leitura de lixo.

10 de março de 2012
janer cristaldo

O MINISTRO E OS MILITARES

Lula passou 8 anos no poder e teve poucos atritos com militares. Passaram pelo ministério da Defesa José Viegas Filho, o falecido vice José Alencar, Waldir Pires e Nelson Jobim, que foi o que ficou mais tempo – 4 anos – na pasta.

O mais notável esboço de crise aconteceu quando o general Augusto Heleno Ribeiro Pereira, então comandante militar da Amazônia, fez críticas à política indigenista do governo.

A crise foi resolvida rapidamente com a exoneração do general e a consequente reafirmação constitucional da autoridade do presidente como comandante supremo das Forças Armadas.

A habilidade que sobrou aos antecessores, principalmente a Nelson Jobim, faltou a Celso Amorim, que conseguiu, em muito menos tempo, arrumar mais encrenca com os militares do que o governo anterior em 8 anos de mandato.

Tudo começou com manifestações de desagrado de membros do Clube Militar a respeito da instituição da Comissão da Verdade e de manifestações públicas de duas ministras favoráveis à revisão da Lei da Anistia, cuja legalidade, aliás, foi reafirmada em decisão do Supremo Tribunal Federal.

Os militares de pijama fizeram manifestos, que é o que costumam fazer os militares de pijama. Os militares da ativa ficaram quietos, que é o que a lei determina que eles façam.

Eis que alguma fada maligna inspirou o ministro Celso Amorim a repreender os militares de pijama e mandar que retirassem do ar seus manifestos, além de ameaçar puni-los.

Provavelmente, se o ministro tivesse respeitado a lei 7.524, os manifestos lá jazeriam, sepultados sob a indiferença da maior parte da opinião pública, como jazem tantos outros.

A lei 7.524 diz:


Respeitados os limites estabelecidos na lei civil, é facultado ao militar inativo, independentemente das disposições constantes dos Regulamentos Disciplinares das Forças Armadas, opinar livremente sobre assunto político, e externar pensamento e conceito ideológico, filosófico ou relativo à matéria pertinente ao interesse publico.

A ânsia de demonstrar autoridade, porém, às vezes é mais forte, principalmente para quem acredita que a autoridade nasce da extrapolação do exercício do poder e não da clareza da legitimação moral.

O fato é que a crispação inicial , artificialmente alimentada, transformou-se em crise e as 98 assinaturas iniciais de adesão foram crescendo como uma bola de neve e em poucos dias as assinaturas de adesão já passam de mil, entre militares da reserva e da ativa.

Criou-se um impasse político e semântico: um manifesto de militares critica o ministro Celso Amorim e diz que eles não reconhecem a sua autoridade.

Mas não reconhecem a sua autoridade como ministro, pura e simplesmente, ou não reconhecem a sua autoridade para proibir e mandar tirar do ar o manifesto dos clubes militares?

As palavras têm significados precisos: se for o primeiro caso, os militares estão errados e devem ser punidos.

Se for o segundo caso, os militares estão certos e o ministro realmente não pode sobrepor-se à lei 7.524. Aliás, a nenhuma lei.

Talvez, com essa crise, Celso Amorim aprenda que sempre é melhor governar pelo exemplo do que pela força.

*Sandro Vaia é jornalista. Foi repórter, redator e editor do Jornal da Tarde, diretor de Redação da revista Afinal, diretor de Informação da Agência Estado e diretor de Redação de “O Estado de S.Paulo”
10 de março de 2012

SÃO PAULO, A ÚLTIMA FRONTEIRA

As eleições na capital paulista não serão municipais. A política nacional está se mudando de malas e bagagens para a cidade de São Paulo. O debate dos problemas locais será o pretexto para o próximo capítulo da disputa pelo poder no Brasil – se é que ainda se pode chamá-la de disputa, com o arrastão dos oprimidos profissionais aproximando-se da hegemonia.

São Paulo é o último reduto a ser conquistado pelos companheiros. Minas Gerais ainda está sob governo inimigo, mas não chega a ser um problema tático: Belo Horizonte já é dos amigos do consultor Fernando Pimentel, que mata o tempo no ministério de sua comadre enquanto não vira governador. O Rio de Janeiro já estava anexado, o Rio Grande do Sul com Tarso Genro é praticamente a nossa Cuba e o Nordeste é todo do filho do Brasil. Falta São Paulo.

E, desta vez, Lula resolveu não brincar. Pediu licença a Martas e Mercadantes, consultou o oráculo (Dirceu) e preparou a bomba: Dilma. Não aquela que está no Palácio do Planalto, claro. O ex-presidente arranjou outra Dilma. Esta se chama Fernando Haddad, mas o nome não importa. Ou melhor, importa: tem de ser inexpressivo. Assim, o padrinho poderá dar vida a seu Pinóquio, embalá-lo para presente, e os súditos acreditarão no que vier escrito na caixa.

Se a alquimia funcionou com Dilma, não pode ter erro. Na semana passada mesmo o país assistiu a mais um showroom do produto. Após o incêndio na base brasileira da Antártica, a presidente saiu de trás dos discursos escritos e dos teleprompters e alçou voo com suas próprias palavras. Foi comovente. Dilma tentava completar cada frase com bravura, fazia pausas olhando para o nada, persistia em sua obsessão de fazer sentido e, mesmo não tendo completado um raciocínio, embaralhada em sua própria mensagem sobre prejuízos materiais e humanos, mostrou que é brasileira e não desiste nunca.

As pesquisas não mentem (ou não mentem muito): essa brasileira tenaz, que ainda há de brindar o país com uma ideia própria, tem índice recorde de aprovação como estadista. E quem tira uma presidente da cartola haverá de tirar um prefeito.

Na largada de sua campanha, Fernando Haddad já mostrou que também é bom de improviso. Com a debandada do prefeito Gilberto Kassab – o curinga de aluguel da política brasileira – para a candidatura recém-anunciada de José Serra, o ex-ministro da Educação disse o seguinte: "Fico mais tranquilo, porque vou representar melhor as ideias em que acredito. Está mais adequado o candidato ao discurso". Tradução: eu ia fazer um discurso favorável à situação, mas, como o atual prefeito deixou de ser meu aliado eleitoral, vou poder fazer um discurso de mudança.

Depois dessa declaração, podem acusar Haddad de qualquer coisa, menos de inibição. Nunca se viu um político assumir com tanta franqueza: eu quero o poder, o discurso eu vejo na hora.

Desinibido e coerente. Da mesma maneira que é secundário o que Haddad pretende fazer em São Paulo, também era secundário o que ele fazia no MEC. Todos viram o Enem infernizando os estudantes brasileiros com vazamentos e erros primários de impressão, enquanto o ministro Haddad pulava de palanque em palanque para eleger Dilma Rousseff. Um missionário.

Depois sobreveio o tricampeonato do caos no Enem, refletindo a profunda dedicação do ministro Haddad a seu trabalho: montar a candidatura a prefeito de São Paulo. Cuidar direito do Enem não dá notoriedade a ninguém. Haddad foi à luta do eleitorado gay, lançando uma cartilha escolar sobre homossexualismo. Infelizmente, essa revolução pedagógica não resistiu à patrulha evangélica, que também é filha de Deus (e como adversária eleitoral é o diabo).

Se educar não dá ibope, Haddad teve uma sacada genial no MEC: deseducar. Foi a público defender livros didáticos com erros de português, dizendo ao povo que não aceitasse a discriminação linguística. Viva a revolução.

Mas tudo isso é detalhe diante de um momento verdadeiramente histórico. Na despedida de Haddad do ministério, Lula aparece de chapéu, para tirá-lo em seguida, exibindo o visual transformado pela quimioterapia. Abraça seu candidato, enquanto Dilma chora. É a perfeição.

Que outro candidato terá uma plataforma dessas para administrar São Paulo?

*GUILHERME FIUZA é jornalista. Publicou os livros Meu nome não é Johnny, que deu origem ao filme, 3.000 dias no bunker e Amazônia, 20º andar. Escreve quinzenalmente em ÉPOCA

VOCAÇÃO PERDIDA...

TODO O CUIDADO É POUCO...

DEMOROU! DESINDUSTRIALIZAÇÃO JÁ É DRAMÁTICA!

Indústria brasileira vira sucata sob o governo do PT

Matéria que é manchete na Folha de S. Paulo desta sexta-feira é emblemática. Trata-se do "espetáculo do crescimento" do Brasil apregoado pelo PT. Eis um resultado dramático da incompetência do governo petista que terá efeitos nefastos para a economia brasileira no médio prazo. Ajudam o PT a desindustrializar o Brasil os próprios empresários contumazes patrimonialistas e sabujos do PT.
Esses empresários sempre acham que é mais vantajoso mamar nas tetas do Estado do que empreender e inovar. Continuam a fabricar máquinas de moer cana e demais produtos obsoletos. O avanço tecnológico é zero. A inovação é zero!

Uma Nação que tem como presidente uma comunista e seu companheiro na luta armada contra a democracia e a economia de mercado como Ministro da Indústria só poderia mesmo ver o seu parque industrial virar uma grande sucata. Ah!, gostaria de saber porque o neo-socialista Paulo Skaf e a FIESP estão reclamando? Leiam:




A participação da indústria no PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro recuou aos níveis de 1956, ano em que o presidente Juscelino Kubitschek (1902-1976) deu impulso à industrialização do país ao lançar seu Plano de Metas, que prometia fazer o Brasil avançar "50 anos em 5".

Desde então, jamais a fatia da indústria manufatureira do país na formação do PIB havia alcançado nível tão baixo quanto o apurado em 2011.

No ano passado, a indústria de transformação -que compreende a longa cadeia industrial que transforma matéria-prima em bens de consumo ou em itens usados por outras indústrias- representou apenas 14,6% do PIB.

Patamar menor só em 1956, quando a indústria respondeu por 13,8% do PIB. De lá para cá, a indústria se diversificou, mas seu peso relativo diminuiu. O auge da contribuição da indústria para a geração de riquezas no país ocorreu em 1985: 27,2% do PIB. Desde então, tem caído.

"Temos energia cara, spreads bancários dos maiores do mundo, câmbio valorizado, custo tributário enorme e uma importação maciça. A queda da indústria no PIB é a prova do processo de desindustrialização", afirmou Paulo Skaf, presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).

André Macedo, gerente da Pesquisa Industrial Mensal do IBGE, aponta dois fatores que explicam o declínio da indústria na formação do PIB: o avanço dos serviços e da agricultura; e o crescimento das importações.
"A importação pode modernizar o país, mas dependendo do que se importa prejudica a indústria. E esse setor é importante por ofertar boa parte dos empregos mais qualificados", disse.

Da Folha de S Paulo
10 de março de 2012

APOIO AOS CICLISTAS PELADOS...

Dimenstein dá apoio a ciclistas pelados e diz que isso, sim, é tirar a roupa por bons motivos… Pois é… Sempre pensei numa causa melhor…

Pois é. Eu sei que há quem deteste essa minha mania de chamar as pessoas pelo nome. Questão de honestidade. Vamos lá.
Eu espero que Gilberto Dimenstein, que se considera o síndico de São Paulo, jamais adira ao texto de humor. Quero que ele continue a escrever coisas com toda aquela seriedade característica. Porque assim se pode rir a valer.

O homem escreve um texto intitulado “Pelados por São Paulo”, em que empenha todo seu apoio a uma passeata de ciclistas nus. Reproduzo seu texto em vermelho e comento em azul.
Num momento espantosamente inteligente, Dimenstein chama o carro de “praga urbana”, o que deve levar os talibikers e os fascisbikers ao delírio — menos quando eles têm de pegar o carrão e se mandar para o Litoral Norte, é claro. Vamos rir um pouco.
*
É um inteligente jeito de tirar a roupa para ajudar a cidade de São Paulo. Neste final de semana, um grupo de ciclistas desfila pelas ruas de São Paulo no protesto batizado de Pedalada Pelada. É uma manifestação que já vem ocorrendo faz algum tempo, mas, neste ano, tem um significado mais forte.

Atenção para a seguinte frase, senhores: “É um inteligente jeito de tirar a roupa para ajudar a cidade de São Paulo.” Isso nos leva, por império da lógica, a supor que:

a) há um jeito não inteligente de tirar a roupa por São Paulo. Qual?

b) tirar a roupa ajuda, de fato, a consertar São Paulo;

c) outros modos de tirar a roupa — inclusive para o nheco-nheco — são menos nobres do que… por São Paulo.

O evento ocorre num momento especial. A morte da bióloga Juliana Dias, na avenida Paulista, deu origem a uma manifestação nacional. A cidade viveu o pânico da falta de combustível nos postos, revelando a dependência doentia do carro. A chantagem dos caminhoneiros mostrou nossa fragilidade. Os congestionamentos cada vez maiores, apesar de todas as obras, fazem com que ideias difíceis de engolir como o pedágio urbano sejam mais ventiladas. Vemos como o rodízio está perdendo o efeito.
É inacreditável. É esse tipo de raciocínio que alimenta os talibikers e os fascisbikers. Ainda que São Paulo tivesse um décimo dos carros que tem, a chantagem dos caminhoneiros seria igualmente inadmissível.
Este senhor posa pra cá e pra cá de “especialista”, converte seus achismos em solução técnica e alimenta a militância de outros mais ignorantes do que ele próprio em questões urbanas e de economia.

Crescem as campanhas contra a violência contra o pedestre. Começamos a memorizar quantas pessoas são mortas ou acidentadas por dia.
É preciso uma, inclusive, contra a violência dos ciclistas.

Cada vez mais pessoas vão percebendo que o carro é uma praga urbana e deve ser combatido, limitado, em nome de um mínimo de civilidade.
E, assim, todos devem ser treinados a andar mais a pé, metrô, ônibus, bicicleta. Ou compartilhar o táxi ou veículo particular.

Sua fala é uma estultice. POR QUE GILBERTO DIMENSTEIN, ESTE SÁBIO, NÃO ESCREVEU UM TEXTO CONTRA O GOVERNO LULA QUANDO ESTE DECIDIU BAIXAR OS IMPOSTOS DOS CARROS E AMPLIAR O CRÉDITO? Onde estava Dimenstein? Por que não usou o tempo que tem na CBN e suas colunas na Internet para dizer algo assim:

“Pô, eu compreendo que o país precisa proteger empregos na crise e que isso beneficia os mais pobres; eu entendo que temos de manter aquecido o consumo nesse momento, mas o carro é uma praga urbana. Presidente Lula, presidente Dilma, zerem o imposto das bicicletas. Lancem o programa ‘Minha Bicicleta Minha Vida’. Sei que haverá desemprego, mas é tudo pelo bem do planeta”.

O poder público é demandado a tomar mais medidas para um trânsito menos violento. Daí que, neste ano, a Pedalada Pelada tem um significado ao mostrar que, na violência cotidiana do trânsito, estamos todos nus.
Nooosssaaaa! Não é que eu arrepiei com esse fecho, gente?! Eu jamais recomendaria a alguém com tanto entusiasmo uma passeata a que eu não fosse… Gilberto Dimenstein ameaça pedalar pelado?
*
É a segunda vez que São Paulo mostra, neste ano, como tirar a roupa com inteligência por uma causa. Um grupo de amigos deixou-se fotografar sem roupa em solidariedade a uma amiga que teve a privacidade invadida e as fotos divulgadas na internet.
Só se falou em outra coisa! Exibicionistas sempre buscam um pretexto para ficar pelados. Nem que seja salvar vidas…

Evidentemente, há leis que podem impedir o desfile dos pelados. Ruas são espaços públicos onde crianças transitam, por exemplo. Dá pra enquadrar esses Manés de várias formas, a começar pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, que Dimenstein deve apoiar.
Mas eu defendo que deixem os pelados à vontade, curtindo o seu selim em público (imagino o desconforto tanto de homens como de mulheres, por razões distintas, mas combinadas). Cada um com o seu prazer. Não julgo! É mais uma chance que a sociedade brasileira tem de conhecer estes valentes, que querem mudar o mundo. Num dia, eles paralisam São Paulo. No outro, transformam seus pingolins e pererequinhas em categoria de pensamento.

A única coisa chata disso tudo — no Brasil e no mundo (e uma turma que costumava tirar a roupa da UnB foi a prova dos noves) — é a seguinte: as pessoas que realmente valem a pena não ficam peladas, e as que ficam não valem a pena…

10 de março de 2012
Reinaldo Azevedo

NOTA AO PÉ DO TEXTO

Minha grande alegria é que Reinaldo Azevedo é um homem sério, e repudia essa bandalha que invadiu o Brasil. Quando digo sério, quero dizer perfilado ao lado da razão e do bom senso de uma direita sensata.
Aliás, o que seria da direita, se a sua inteligência, dele, estive servindo a esquerda...
Com textos primorosos e melhor coerência, além da competência para transformar coisas sérias em coisas mais sérias ainda, sem perder o magnífico senso de humor, capaz de desmontar qualquer arrazoado, estúpido ou não, como se pode depreender desse texto, acredito que consegue transformar o 'lado de lá' num grande e silencioso vazio, ou quando muito numa multidão de tartamudos.
Ainda bem que ele se senta na arquibancada da direita...
m.americo

ENFIM, LÁ SÓ TEM FILHO DISSO E DAQUILO; FILHA DESSA E DAQUELA.

Sabe o que é que está acontecendo com o PMDB? Sabe essa rebeldia, quase rebordosa toda que está pondo as manguinhas de fora? Não é nada, não. É só o baixo clero do partido, louco de inveja reclamando contra as regalias da alta corte da mais famosa facção partidária desde que a Redentora de 64 passou a ser a democracia de hoje.

Os coroínhas - tamb´me bastardos - já não aguentam mais ver o padre tomar sozinho o vinho da consagração. Eles também querem dar uma bicadinha. Também são, porra! filhos dos deuses - de Cristo a Lula e vice-versa e, embora redundante, de vice-versa ao contrário.

Como a coisa já tá virando um porre, a turma da sacristia já se insurge de puríbulos em punho para a mais sacrossanta lavagem na bancada do Senado e mira na alma impura de Renan, filho ingrato que deixa - ó Calueiros! - as vicissitudes da vida tomar conta da liturgia pseudopolítica que rege, guarda, governa e ilumina, as melhores bocas-ricas dessa República, amém.

Eia pois que surge como um anjo impuro e canalha o tal manifesto do PMDB da Câmara que tem mesmo tudo a ver com insatisfação da bancada em relação ao PT e ao governo puro e imaculado da... Virgem santa!

O pecado capital é que tem tudo a ver também e inclusive e o que mais lhes der na telha com a revolta contra a cúpula nacional do partido.

Essa coisa comum e corriqueira de cupular constantemente e sem parar também pode ser mortal; aquela gota que transborda, sabe?!? Cupula, bicho. Cupula! E que pule o mundo que eu não me chamo Raimundo!

O enrosco é o seguinte: o vice-mais presidente da história dessa República, Michel Temer; o imortal presidente do Senado, o imortal Zé Sarney (surpreendentemente do PMDB do Amapá e não do Maranhão), os líderes na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN) e no Senado, Renan Calheiros (das Alagoas que nem o Collor), o presidente em exercício da legenda, senador Valdir Raupp (RO), e o líder do governo no Senado, Romero Jucá (RO) só negociam com o lulático governo Dilma em favor de seus próprios interesses. Porrra, não sobra nada para o aprendizes de espertalhões!

Comove, emociona e até constrange como esses caras são quase espertos! Mas nem tanto em níveis que atinjam os supra acima citados membros duros e erectos da pandilha de sevandijas do parágrafo anterior.

O que sucede é que o movimento da Câmara nessa deputantada toda acaba de se refletir no Senado, grande espelho de narcisos da mesma espécie e temível bando.

O senador Vital do Rego (rego dele e do PMDB-RN) anuncia que não seguirá mais as determinações da cúpula peemedebista. Quer dizer, no Rego não vai nada. Não vai se for no rego dele. Começa, como de praxe, a ir no nosso.

Pois Vital comunicou sua decisão a Jucá - o que não tá nem cá nem lá - e disse que fará o mesmo para Renan e Sarney.

Com a defecção de Vital do Rego de um lado, a porção do Grupo dos Oito rebeldes do PMDB no Senado passa a ser composta de nove senadores. Nada mais, nem menos do que a metade da bancada de 18 peemedebistas na grande Casa de tolerância nacional.

Isso quer dizer apenas que agora o partido está rachado ao meio no Senado. E que está - graças aos deuses e pragas aos diabos que os carregam - ameaçada a eleição de Renan Calheiros para presidente da Casa.

Quiuspariu! Enfim, o PMDB não é o MDB companheiro da Arena e nem tampouco o PMDB é o PT disfarçado de PDT da Dilma! Osana! Aleluia! Salve, salve! O Renan pode não ser o Sarney amanhã!

E sabe onde, no fim de tudo isso, você está sendo levado em consideranção? Isso aí, gentem! Na casa da mãe Joana. Lá só tem filho disso e daquilo; filha dessa e daquela!

Por causa dessa Joana filha disso e daquilo, dessa e daquela, nuca jamais o Brasil vai ter odem e progresso!

10 de março de 2012
sanatório da notícia

EFEITO CASCATA?

"ELES TANTO APRONTAM" QUE ESTÃO CONSEGUINDO. DEPOIS DA ITALIA, AGORA É O EUA : Dilma será recebida por Obama sem honras de visita de ESTADO

A visita da presidente Dilma Rousseff à Casa Branca, no dia 9 de abril, vai estampar a dificuldade de os Estados Unidos qualificarem o Brasil como um parceiro, como China e Índia, e aprofundarem as relações bilaterais.

À líder brasileira não será dispensado o grau de atenção e de honra de uma visitante de Estado.

Por falta de outros tópicos mais encorpados, sua agenda positiva com o presidente americano, Barack Obama, terá como ponto principal o envio de estudantes brasileiros aos EUA.

A negativa estará marcada pelas divergência sobre Síria e Irã e por imbróglios comerciais.

A visita de Estado pode ser realizada apenas uma vez a cada país durante o mandato presidencial e prevê encontros do líder nas sedes do Executivo, do Legislativo e do Judiciário.

Assim foi recebido em Brasília o presidente americano, Barack Obama, em março de 2011.

Ao declinar essa atenção especial a Dilma Rousseff, a Casa Branca argumentou não conceder esse tratamento a nenhum visitante neste ano eleitoral no país.

No próximo dia 13, entretanto, Obama receberá o primeiro-ministro britânico, David Cameron, em visita de Estado e com direito a banquete de gala.

A comparação entre Brasil e Reino Unido, um aliado americano na coalizão em guerra no Afeganistão e na Otan (Organizacão do Tratado do Atlântico Norte), pode ser exagerada.

Mas a Casa Branca recebeu o presidente da China, Hu Jintao, em janeiro de 2011, e o primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, em novembro de 2009, em visitas de Estado.

Segundo Mike Hammer, secretário assistente de Estado para Relações Públicas, "não há resistência por parte dos EUA em aprofundar e ampliar as relações com o Brasil".
Questionado se a resistência estaria no lado brasileiro, ele se esquivou.

"Isso você tem de perguntar para os brasileiros", afirmou na última quinta-feira, 8, durante entrevista coletiva em espanhol.

Segundo Hammer, Síria e Irã serão temas abordados durante a visita. Há duas semanas, ele afirmara ser de interesse do governo americano ouvir o Brasil sobre a questão nuclear do Irã.

Anteontem, indicou ser importante para Washington agregar o País a seu movimento internacional para forçar a renúncia do presidente sírio, Bashar al-Assad, apoiar a oposição e dar assistência humanitária.

"Queríamos ver o Brasil trabalhando conosco e com outros países para nos ajudar a pressionar al-Assad", afirmou.

No âmbito bilateral, o recente cancelamento da compra de 20 SuperTucanos pelas Forças Armadas americanas, dois meses depois do anúncio da vitória da Embraer, trouxe um elemento de desconforto para as iniciativas de ambos os governos de estimular o comércio e os investimentos de lado a lado.

A demora dos EUA em autorizar a importação de carne maturada do Brasil cria outra zona de atrito. Esse compromisso tinha sido uma das contrapartidas americanas para evitar a adoção de retaliações do Brasil, com base na controvérsia sobre os subsídios ao algodão.

Sem temas de impacto a serem fechados durante a visita, ambos os lados estão se esquivando de termos como o "relançamento das relações bilaterais" ou a "parceria Brasil-EUA".

Mesmo a ambição americana de ver no Brasil um futuro fornecedor seguro de petróleo esbarra na resistência brasileira em exportar combustível bruto de suas reservas do pré-sal.

O etanol, nos EUA, perdeu relevância com o impulso do governo Obama à fabricação de carros elétricos - em vez de veículos movidos a álcool, mesmo o de milho.

Nesse contexto, a educação tornou-se única área de possível estreitamento das relações bilaterais.

O governo americano vê no Ciência sem Fronteira, programa do Ministério da Educacão que permitirá o envio de 12 mil estudantes brasileiros às melhores universidades do exterior, como uma iniciativa tão impactante na sociedade e na economia brasileira, no futuro, quanto a criação da Petrobras, da Embrapa e do BNDES, no passado.
Os EUA querem receber boa parte desse universo.


10 de mar de 2012
Estadão

PROCURADOR DEVE PROCURAR SUA TURMA

O procurador José Paulo Rocha que investiga Palocci pode ser processado. Ele teria vazado informações sigilosas do processo.

Pronto, ele é o culpado por Palocci ter aumentado em 20 vezes o seu patrimônio, no pequeno tempo em que esteve ancorado nas ondas do governo brasileiro.

O melhor mesmo para o Brasil é que talentos como o de Palocci fiquem soltos e os procuradores entrem em cana, para aprender a não procurar bosta nenhuma.
Nós aqui do Sanatório estamos loucos para comprar ambulâncias usadas para a nossa frota de descontentes. Desde que os motoristas não sejam jardineiros, é claro. Se não é isso, então que o procurador vá procurar sua turma.

10 de março de 2012
sanatório da notícia

COMO SE DIZ NO BOXE: "ALGUÉM ACUSOU O GOLPE".

Acredito que alguns setores das esquerdas brasileiras subestimaram a capacidade dos militares da Reserva de reagirem contra o estado de coisas por que passa o País.

Era de se esperar que parte da Intelligentsia nacional fosse, no mínimo, mais inteligente, ou menos parcial.
O jornal O Estado de São Paulo, de 6 de março de 2012, faz referência a um manifesto de cineastas brasileiros no qual, entre outras coisas, repudiam as recentes declarações de militares, com destaque para a inquietação de oficiais da reserva, com relação à Comissão da Verdade.

Em meio àqueles surrados chavões esquerdistas, o manifesto diz que os diretores de cinema repudiam os ataques “desses setores minoritários das Forças Armadas” que, de forma alguma, poderão obstruir as investigações que deverão ser iniciadas o quanto antes (destaco: o quanto antes...). Diz, ainda: “estaremos atentos para que tal comissão seja composta por pessoas comprometidas com a democracia e com a verdade.”

Gostaria inicialmente, com a devida vênia, de levar ao conhecimento dos senhores diretores de cinema que nas Forças Armadas não existem “setores minoritários”, embora seja isso o que muita gente queira fazer parecer.

O “setor minoritário” a que os senhores fazem referência, nada mais é do que a Reserva militar mobilizável do Brasil. Um dia, os integrantes dessa Reserva estiveram no serviço ativo. E foi nessa época que viveram, presenciaram ou construíram outra parte da verdade que agora, por ser extremamente oportuno, eles querem que seja esclarecida também.

Os militares que combateram a subversão, a guerrilha e o terrorismo não formavam uma milícia de loucos desgovernados que combatiam de forma acéfala. Eles formavam organizações militares, normalmente de pequeno efetivo, mas legalmente constituídas por leis, atos e diretrizes específicas.

Esses militares, hoje na Reserva, não eram um grupo de facínoras. Eles compunham uma força lutando por ordem do Estado contra uma força, completamente irregular, cujas principais armas eram a surpresa e a traição. O que cabia a esses militares era, de uma forma ou de outra, vencer a parte que lhes opunha resistência de armas na mão. O que foi feito. E bem.

Guerrilha? Subversão? Terrorismo? Muito mais do que temas para filmes, foram coisas que existiram no “mundo real”. E causaram muitos danos à população brasileira, essa mesma que no seu manifesto os diretores de cinema querem jogar contra os militares da Reserva.
Mas isso já é assunto por demais sabido e comentado.
Talvez seja o caso de lembrar aos senhores diretores de cinema que muitos de seus filmes não teriam enredo se não fosse o papel, ainda que estereotipado, que sempre reservaram para os militares.


Iniciamos com um “campeão de bilheteria”: O que é isso companheiro? Há como dizer, de sã consciência, que esse filme não retrata as articulações de associações criminosas para o cometimento de um crime? Ou planejar e executar um sequestro, mantendo a vítima em cárcere privado por dias, e, assim, submeter sua família à tortura, não pode ser considerado como um crime?

Tomemos “Lamarca. O Capitão da Guerrilha”. Não obstante todo o engajamento ideológico de seu diretor e do ator principal, é possível, à luz da lógica, negar o fato de Lamarca ter sido um traidor, um desertor e um ladrão, e, por isso, ter sido buscado pelos militares Brasil afora?

Vejamos “Hércules 56”. Por acaso não trata o filme de uma reunião, na vida real, de pessoas que cometeram todos os tipos de crimes como assaltos, mortes e sequestros de pessoas? E que no filme revelam suas verdadeiras ações e intenções da época? O filme não retrata verdadeira reunião festiva para relembrar uma pretérita associação para o crime?

Quem sabe... “Batismo de Sangue”? Por mais que se torne os padres adeptos da luta armada em “anjos” e “mártires”, não há como negar que seu “guia espiritual” era Marighella, líder de organização criminosa e autor de um opúsculo denominado “Mini manual do Guerrilheiro Urbano”.

Se observarmos “Araguaia. Conspiração do Silêncio”, o subversivo “Oswaldo” que ali é retratado não parece um semideus descido do Olimpo diretamente para a selva amazônica?
Só que o diretor esqueceu-se de mostrar os crimes que ele cometeu e levou seu grupo a cometer.
Esse senhor chegou a negar aos militares uma trégua para que retirassem do campo de batalha o corpo de um soldado morto por ele. Quando se conseguiu recolher o corpo, pouco restava, senão a parte protegida pelo calçado.

Então senhores diretores de cinema do Brasil, não seria a Comissão da Verdade uma excelente oportunidade para, como num filme, estabelecer-se quem deu o primeiro tiro? Quem detonou a primeira bomba? Quem fez as primeiras vítimas? Quem assaltou bancos, carros-fortes e trens? Quem matou e aleijou pessoas inocentes, algumas delas mortas com extrema violência, tomando-as como simples efeitos colaterais? O que foi feito dos milhões roubados? Como se negociaram as armas que Lamarca roubou? Por que treinar em Cuba, Coreia do Norte e noutros países que se destacam por suas “democracias”?
Tudo isso daria bons filmes.

Caso os diretores de cinema, como dizem no seu manifesto, estivessem cuidando da memória nacional, como poderiam não ser a favor de uma comissão da verdade que ouvisse ambos os lados?
Para o bem da cinematografia nacional, seria bom, e a sociedade agradeceria, se os senhores ajudassem a mostrar o outro lado. Seriam mais filmes...embora, devo admitir, o patrocínio viria a ser mais difícil.

É bem como disse no manifesto a Sra. Lúcia Murat: "Se a gente, a sociedade civil, que é maioria, não defender nosso direito de conhecer a história do Brasil, quem vai?"
Caso a senhora me permita, posso indicar-lhe uma resposta: por incrível que pareça, serão os militares da Reserva e um significativo número de civis, que concordam com aqueles, que lhes ajudarão.
Pois, ao que parece, são os únicos a quererem ver a História do Brasil completamente contada.

10 de março de 2012
Jorge Alberto Forrer Garcia é Coronel Reformado.

JUSTÍSSIMO: CONSELHEIRO PROPÕE ESTENDER FICHA LIMPA PARA OS TRIBUNAIS

O conselheiro Bruno Dantas apresentou ao Plenário do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) proposta de resolução que estende a todos os tribunais do país a proibição de contratação para função de confiança ou cargo em comissão de pessoas que tenham condenações. A sugestão foi apresentada ao presidente do CNJ, ministro Cezar Peluso, e está sendo analisada pela Comissão de Eficiência Operacional do Conselho.

Bruno Dantas explica que existe uma demanda “ética” da sociedade que foi evidenciada pelo movimento popular que conseguiu aprovar a Lei da Ficha Limpa no Congresso Nacional. “A população vive num momento cívico extraordinário que culminou com a validação da Lei da Ficha Limpa pelo STF. Esse é o ponto de partida para uma transformação social, não apenas na política”, explica.

Ele defende que no cenário atual “nada justifica que pessoas condenadas por irregularidades graves, improbidade administrativa, corrupção, lavagem de dinheiro ou crimes contra a economia popular continuem a se apresentar como agentes do Estado. Não se trata de negar a presunção de inocência, até porque poderão trabalhar livremente na iniciativa privada”.

Pela proposta, não poderiam ocupar funções de confiança ou cargos em comissão pessoas condenadas por crimes listados na Lei da Ficha Limpa, em segunda instância por decisão colegiada.

Se aprovada, a resolução determinará, ainda, que os tribunais de Justiça, Federais, Eleitorais e Militares deverão exonerar em 90 dias os funcionários em comissão e/ou cargo de confiança que foram condenados por crimes como corrupção e improbidade.

Projeto de Lei – Para servir de barreira para seleção de servidores e magistrados condenados, a proposta de resolução também exige que os tribunais estaduais encaminhem projeto de lei, no prazo de 60 dias, a fim de estender as exigências da Lei da Ficha Limpa para estes integrantes do Judiciário.

A mudança legislativa é necessária porque servidores e juízes são selecionados via concurso público e submetidos a legislação específica, assim a posse não pode ser impedida por resolução do CNJ.

“Espero que esta iniciativa contribua para manter o Judiciário liderando ações de depuração ética nos espaços públicos, reforçando sua tradição de estar atento às demandas republicanas apresentadas pela sociedade. E o CNJ tem um papel propulsor relevantíssimo nisso”, avaliou.

A Lei 8.112 já exige para os funcionários públicos federais a inexistência de condenações em segunda instância como condição para posse em cargos públicos.

10 de março de 2012
Postado por Pedro Bougleux