"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 12 de junho de 2013

QUANDO O HUMOR DESENHA A REALIDADE



 
 
 

 
12 de junho de 2013

CURIOSIDADE PARA QUEM GOSTA

VÍDEO E FOTOS: o inacreditável motorhome de Will Smith, do tamanho de um apartamento grande, em que uma torneira especial custou 100 mil dólares

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Interior do motorhome de Will Smith: mansão ambulante (Fotos: Pinay Traveller)

Do ex-presidente Bill Clinton a Brad Pitt, passando por Sharon Stone, Jennifer Lopez e Sylvester Stallone, um sem-fim de celebridades norte-americanas já tiveram motorhomes feitos sob medida por Ron Anderson, um especialista com 35 anos de experiência nesse setor e na adaptação de ônibus, titular da empresa familiar Anderson Mobile Estates, de Santa Clarita, Califórnia.

Ainda assim, sua filha MacKenzie Anderson, responsável pelo marketing da firma, parece particularmente entusiasmada ao falar, em edição do programa de TV Celebrities Motorhomes, de uma das últimas encomendas criadas por seu pai para uma estrela da Hollywood – o campeoníssimo de bilheteteria Will Smith.
A dica veio do leitor José Carlos Bolognese.

Dois andares e 365 metros quadrados
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O motorhome estacionado: 365 metros quadrados em 2 andares

Trata-se do motorhome que o ator vem utilizando para viver temporariamente durante as filmagens de algumas de suas recentes superproduções, como Homens de Preto III (2012).

Will Smith, e seu pequeno trailer de 2,5 milhões de dólares, no SoHo, em Nova Iorque (Foto: J. B. Nicholas)
Will Smith (esq.) perto de seu trailer de 2,5 milhões de dólares, no SoHo, em Nova York (Foto: J. B. Nicholas)
 
O colossal veículo de 365 metros quadrados — a área de um grande apartamento, de quatro a cinco dormitórios –, distribuídos em dois andares tem todos os atributos imagináveis para que Smith e seus agregados possam se sentir cômodos em “sua casa longe de casa”, como define Anderson no mesmo vídeo

Sempre presente no top 10 de atores mais bem pagos do mundo, Smith não parece ter enfrentado grandes problemas para desembolsar os 2,5 milhões de dólares (cerca de R$ 5,32 milhões) pela impressionante máquina.

Torneira de 100 mil dólares

Pudera. O motorhome só não faz chover. Com apenas um toque de controle remoto, uma série de componentes se move para cima e para os lados, formando uma espécie de casa portátil. A cozinha é moderníssima, e os ambientes são separados por portas automáticas espelhadas, como as dos antigos filmes de ficção científica.

Segundo Mackenzie Anderson, apenas a torneira do banheiro usado por Smith custou mais de 100 mil dólares. O box do banheiro contém um dispositivo que torna suas paredes opacas. Para revestir todos os móveis com couro de excelente qualidade foram gastos 30 mil.

Will-Smith-motorhome

A "casa longe de casa" custou US$ 2,5 milhões
Workaholic, o astro utiliza a grande sala do andar de cima, que ganha seu formato graças a um dispositivo de pressão de 900 quilos, para reuniões de negócios e assistir material filmado antes da edição.
Os 14 televisores que existem no motorhome consumiram quantia estimada entre 100 e 125 mil dólares.
“Juntamos cinco trailers em um”, resume Anderson. Os detalhes vocês conferem abaixo:


OS EFEITOS DEVASTADORES DAS DROGAS

Da droga para a lama: imagens chocantes mostram a destruição física de viciados




Depois de algum tempo, os cabelos já não são os mesmos. O rosto perde a cor. As bochechas somem. Os dentes caem.  A pele ganha manchas, olheiras, rugas, machucados. Os olhos perdem completamente o brilho.

Esses são os efeitos físicos mais visíveis causados pela uso de drogas pesadas, incluindo cocaína, heroína e metanfetamina – como você pode ver nas chocantes imagens abaixo.

As fotos à esquerda mostram viciados em drogas ao serem presos pela primeira vez. As da direita revelam as mesmas pessoas algum tempo depois, durante a segunda, terceira ou quarta passagem pela cadeia.
As imagens foram organizadas pelo gabinete do xerife do Condado de Multnomah, no Estado de Oregon, nos Estados Unidos, com o objetivo de alertar a população para os efeitos reais das drogas.

E são apenas os efeitos físicos. Imaginem os efeitos psicológicos. Assustador, não?!

LEIA TAMBÉM:

Reportagem imperdível: como é e o que mostra o documentário sobre drogas que teve FHC como fio condutor.

Drogas: entenda a real posição de FHC sobre o assunto. Não é nada de “liberou geral”.

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Fotos com diferença de 7 anos
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Diferença de 3 anos
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Diferença de 3 anos
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Diferença de 4 anos
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Diferença de 2 anos
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Diferença de 4 anos

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Diferença de 7 anos
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Diferença de 6 meses
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Diferença de 4 anos
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Diferença de 11 anos
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Diferença de 8 meses
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Diferença de 1,5 anos
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Diferença de 2,5 anos
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Diferença de 1 ano
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Diferença de 3 meses

UM CAMAROTE NA AVENIDA PAULISTA PARA APLAUDIR OS NOVOS DONOS DA CIDADE...

Ou o governador e o prefeito garantem a ordem pública ou instalam um camarote na Avenida Paulista para aplaudir de pé o desfile dos novos donos da cidade

Na primeira manifestação convocada pelo Movimento Passe Livre, um ajuntamento de exotismos da fauna brasileira cujos pajés não aceitam menos que viajar de graça em todos os meios de transporte público da capital paulista, o prefeito Fernando Haddad e o governador Geraldo Alckmin fizeram de conta que foram surpreendidos pela audácia dos baderneiros.

Na segunda, os encarregados de garantir a ordem pública na maior metrópole da América Latina fizeram de conta que nem desconfiaram que os manifestantes reprisariam o espetáculo da selvageria.

Nesta terça-feira, quando o centro de São Paulo foi engolfado por outro aluvião de violências absurdas, Alckmin e Haddad estavam a mais de 9 mil quilômetros de distância da zona conflagrada.

Entrincheirada no Hotel Matignon, em Paris, a dupla lutava pela vitória de São Paulo na eleição da sede da Expo 2020. Escolhas do gênero, como sabem até os bebês de colo, não são decididas na véspera, nem são influenciadas por conversas de última hora num quarto de hotel.
 Nada mudaria se lá estivesse só o prefeito, só o governador ou nenhum dos dois. Mas político brasileiro jamais perde a chance de passear na capital da França e espetar a conta no bolso de quem paga imposto.
Menos experiente que o companheiro de viagem, Haddad resolveu explicar o inexplicável. O palavrório só serviu para confirmar que São Paulo é administrada por um poste que fala.

“Se eu não viesse, a candidatura seria prejudicada”, recitou o prefeito enquanto representantes de cidades concorrentes  transformavam em material de campanha fotos e textos que descreviam a metrópole subjugada por rebeldes que reivindicam o impossível para eternizar o impasse.

Congestionamentos de dimensões amazônicas, ônibus em chamas, estações de metrô incendiadas por coqueteis molotov, postos policiais em em frangalhos, relíquias arquitetônicas pichadas, batalhas de rua entre PMs que rechaçavam com gás lacrimogêneo e balas de borracha a multidão armada de paus e pedras, estabelecimentos comerciais fechados às pressas e a generalizada sensação de insegurança desenharam uma paisagem da terra sem lei.

E sem governantes, confirmou Haddad na continuação do palavrório. Para que a prefeitura não ficasse acéfala, ele deixara em seu lugar a vice Nádia Campeão. Antes que alguém lembrasse que a interina é militante do PCdoB, uma das seitas envolvidas nas manifestações, Haddad avisou que continuaria a cuidar de São Paulo sem sair do hotel. Para tanto, encomendara a montagem de uma “sala de situação”.
A foto abaixo mostra a situation room em que o presidente Barack Obama e os principais integrantes do governo americano acompanharam a operação militar que resultou na captura e morte do terrorista Osama Bin Laden.
Haddad não revelou em qual suíte iria brincar de Obama. Foi o único indício de que ainda não perdeu o juízo de vez.



Os viajantes prometeram voltar a São Paulo nesta quinta-feira. Os baderneiros prometeram voltar às ruas no mesmo dia. Só não cumprirão a promessa se o governador e o prefeito descobrirem a tempo que a opção pela covardia acabará por reduzi-los a cúmplices das tropas fora-da-lei.

Segundo o artigo 144 da Constituição, “a segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio”.
O parágrafo V determina que a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública são atribuições da Polícia Militar, que é subordinada ao governador.

Já passou da hora de mostrar aos baderneiros que a polícia é um instrumento a serviço do Estado Democrático de Direito. Pacificamente, todo cidadão pode reivindicar o que quiser ─ da permissão para casar-se num cartório com a própria mão ao direito de tornar-se inimputável como Lula.

Manifestações violentar têm de ser sufocadas antes do parto. Milhões de paulistanos exigem que Alckmin e Haddad desencadeiem imediatamente a confra-ofensiva destinada a mostrar quem manda.

Ou fazem isso ou instalam um camarote na Avenida Paulista para aplaudir de pé a passagem dos novos donos de São Paulo.

12 de junho de 2013
 

MUITO ATIVO ÀS VESPERAS DO 82o. SEGUNDO ANIVERSÁRIO, FHC REÚNE PREFEITOS PARA CONHECER E CONVERSAR COM AÉCIO NEVES


Fernando Henrique Cardoso e Aécio Neves (Foto: Conteúdo Estadão)
Para FHC e Aécio Neves, mobilizar prefeitos é fundamental para a campanha eleitoral de 2014 (Foto: Conteúdo Estadão)

Em grande forma às vésperas de completar 82 anos, na próxima terça-feira, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso não apenas mantém uma movimentada agenda de viagens, palestras, artigos e eventos no Instituto que leva seu nome, além de incessantes contatos políticos dentro e fora do partido de que é presidente de honra, o PSDB.

Ele tem participado ativamente dos movimentos do senador Aécio Neves (MG), pré-candidato à Presidência da República pelo partido. Foi ele quem, dias atrás, na surdina, promoveu um encontro de Aécio com um nutrido grupo de prefeitos paulistas.

Tanto o mineiro Aécio como FHC acham que a campanha presidencial tucana de 2014 precisa fazer o maior esforço possível em São Paulo, onde se concentram mais de um quinto — 22% — dos eleitores do país.

Ambos também acreditam muito na eficiência da capilaridade política e eleitoral que representam os prefeitos. Sem fazer alarde, Aécio vem mantendo encontros com prefeitos do interior de diversos Estados — e de diferentes partidos — desde o final de 2012, antes mesmo de tomar posse como senador da República, em fevereiro, de assumir a presidência do PSDB (o que ocorreu em maio) e de tornar-se pré-candidato à Presidência.

12 de junho de 2013
Veja

PRESIDENTE DILMA - FORA DA ZONA DE CONFORTO PARA A REELEIÇÃO


Presidente Dilma e Ministro Mantega -- zona do desconforto (Foto: Roberto Stuckert Filho / PR)
Presidente Dilma e Ministro Mantega -- zona do desconforto (Foto: Roberto Stuckert Filho / PR)


PRESIDENTE DILMA — FORA DA ZONA DE CONFORTO PARA A REELEIÇÃO
Se as pesquisas mostrando um viés de baixa na popularidade da presidente Dilma causaram alguma mudança no ânimo de muitos dos políticos aliados, foi provocá-los a sair da zona de (des)conforto em que estavam, como se o resultado da eleição de 2014 estivesse já decidido, e procurar alternativas.

Para os assessores do Planalto, o viés de baixa trouxe novas dores de cabeça, como o “encarecimento” do apoio no Congresso, a mostrar que nada está decidido e que se quiserem se manter no poder terão que suar a camisa.

O Datafolha bateu muito pesado dentro do governo, e o efeito mais visível é muita gente voltando a falar na saída do ministro da Fazenda, Guido Mantega. Haveria a necessidade de sinalizar uma mudança para o mercado e, sobretudo, para a sociedade. Não é um movimento da presidente Dilma, nem mesmo de assessores diretos do Palácio do Planalto, mas cresce na periferia do governo, mais especificamente nos políticos da base aliada.

Essa pesquisa mostra dois problemas gravíssimos para a presidente Dilma, de acordo com análises do próprio governo. A queda de popularidade é resultado do aumento do pessimismo, não é tanto o sentimento do momento, mas a percepção do futuro, o que é mais sério.

O sentimento generalizado na opinião pública seria de crença no aumento da inflação no ano eleitoral (e estão certos pela dificuldade de cortar os gastos públicos), e de que o salário não vai subir e o desemprego corre o risco de aumentar. Como a eleição é influenciada, mais do que pela sensação de momento, pela perspectiva de futuro, o aumento do pessimismo seria um sentimento que precisaria ser combatido.

Por isso, a primeira reação de alguns é sugerir uma guinada na condução da política econômica sinalizando a demissão de Mantega. Mas aí entra uma dificuldade específica da maneira de comandar da presidente Dilma: quem seria o substituto sem luz própria para aceitar suas interferências e, ao mesmo tempo, convencer o mercado e o eleitorado de que tudo mudará?

A especulação sobre o deslocamento do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, para a Fazenda, como indicação de ortodoxia, seria trocar seis por meia dúzia, com a dificuldade adicional de que o Banco Central precisaria ser preenchido por alguém que gerasse confiança no mercado.

O secretário do Tesouro, Arno Augustin, atualmente homem de confiança da presidente, seria uma indicação que mais preocuparia do que acalmaria o mercado. Da mesma maneira, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, poderia sinalizar um retrocesso na condução da economia.

Como esse não é o discurso da presidente, mas um discurso para a presidente, se a mensagem chegará a ela é difícil prever. Quem está pensando assim está querendo usar a pesquisa do Datafolha para justificar uma mudança de rumo da economia, mesmo sabendo que o rumo ditado até o momento é da própria presidente Dilma, e não de Mantega.

A única cola que une os diversos partidos aliados da base governista, devido à sua heterogeneidade, é a sensação de inevitabilidade da reeleição de Dilma. Embora os números de popularidade ainda sejam muito bons, quando alguém perde oito pontos em uma pesquisa, essa sensação passa a ser de insegurança, e mesmo de alívio para boa parte dos políticos que, não gostando nem do PT nem da maneira rude de tratar de Dilma, sentiam-se amarrados ao projeto supostamente vencedor.

Agora, já podem olhar para o lado em busca de alternativas, com a sensação de que uma nova situação é possível. Tanto Aécio Neves, do PSDB, quanto Eduardo Campos, do PSB, são políticos que já demonstraram na prática entenderem melhor do que Dilma de que maneira se lida com os seus colegas, mesmo que não necessitem usar métodos escrachados de negociação.

Como decorrência da antecipação da campanha eleitoral, o PSDB ganhou mais tempo para unir suas correntes regionais, e o convite do governador Geraldo Alckmin para que o senador Aécio Neves participe do programa do partido em São Paulo é um sinal inédito de unidade, ainda mais importante depois que a pesquisa Datafolha mostrou a força do governador paulista para a reeleição.

12 de junho de 2013
Merval Pereira, O Globo

DILMA QUER CUIDAR DA EUROPA

 


Em Lisboa, a presidente Dilma Rousseff se declarou preocupada com os problemas econômicos que afligem os países europeus. Para solucioná-los, que tal exportar os ministros Guido Mantega e Aloizio Mercadante?
 
12 de junho de 2013

IMAGEM DO DIA

Novo protesto contra o aumento das tarifas do transporte público na capital paulista toma as ruas do centro de São Paulo
Novo protesto contra o aumento das tarifas do transporte público na capital paulista toma as ruas do centro de São Paulo - Eduardo Biermann
 
12 de junho de 2013

AS IMAGENS OCULTAS DO LADO CINZA DO BRASIL




 
12 de junho de 2013
 

A CONTA CHEGOU...




O nervosismo do mercado nos últimos dias, com reflexos nos segmentos de juros, câmbio e ações, mostra que chegou ao fim, pelo menos para os países emergentes, a era de experimentalismos em matéria de política econômica. 
 
Começa a se fechar a janela de oportunidade, propiciada pelo excesso de liquidez no mundo, para realização de reformas estruturais. O Brasil está saindo do ciclo internacional de liquidez com inflação mais alta, crescimento menor, baixa taxa de investimento, déficit externo crescente, deterioração das contas públicas e credibilidade abalada.

Nos últimos dois anos, o governo Dilma Rousseff abandonou o tripé de política econômica que regia o país havia 12 anos, sob a justificativa de que a crise nas economias avançadas teria efeito desinflacionário no restante do planeta e abriria, assim, uma oportunidade para o Brasil mudar seu equilíbrio macroeconômico.  
O país substituiria o binômio juro alto-câmbio apreciado por um bem mais vantajoso: 
juro baixo-câmbio competitivo.

Numa apresentação feita em novembro de 2011 e intitulada "Além do Consenso de Washington", o então secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, deu a senha das mudanças. Segundo ele, "uma política pró-crescimento é consistente com a estabilidade macro, desde que se evitem escolhas extremas". 
 
Por escolhas extremas, ele denominava aquelas que prevaleceram durante a maior parte do governo Lula, a quem também serviu - em livro publicado pela Fundação Perseu Abramo em 2010, Barbosa tachara a gestão Antonio Palocci na Fazenda (2003-2006) de "neoliberal".

Sem reforço fiscal, ajuste recairá sobre consumo das famílias

O fato é que o secretário, gozando então de grande prestígio junto à presidente Dilma, disse que, dali em diante, o tripé funcionaria da seguinte maneira: 
"Metas de inflação com redução na taxa real de juro e aceleração do crescimento; câmbio flutuante com acumulação de reservas internacionais e regulação dos fluxos de capital; metas fiscais com aumento nas transferências de renda e no investimento público".

A rigor, a taxa de câmbio passou a ser administrada, a conta de capitais foi parcialmente fechada, o superávit primário foi reduzido drasticamente e o Copom perdeu autonomia para fixar a taxa de juro, passando a viver sob forte cerco da Fazenda e do Palácio do Planalto.

A primeira perna do tripé flexibilizado já mostrava que se tratava de um manifesto político, mais do que de uma decisão econômica, afinal, quem não quer reduzir juros e acelerar o PIB?

À medida que o "novo" equilíbrio macroeconômico foi resultando inútil do ponto de vista do crescimento econômico - o PIB médio anual do período Dilma é o menor desde a gestão Collor (1990-1992) -, o governo passou a adotar uma série de medidas pontuais para estimular o consumo. Mais uma vez, os estímulos não funcionaram. 
 
Diante da alta da inflação e da perda de credibilidade e previsibilidade da política, sem dúvida um desincentivo ao investimento privado, a Fazenda lançou mão de um sem-número de medidas fiscais para segurar os preços - o objetivo era impedir que o BC elevasse os juros.
Essa gestão macro contaminou o que o governo Dilma tem de melhor: uma agenda para estimular o setor privado a liderar os investimentos em rodovias, ferrovias, portos e aeroportos.

Em que pese uma clara má vontade dos mercados em relação aos propósitos da presidente nessas áreas, além das idas e vindas do governo na definição das regras do jogo, trata-se de algo inédito
- Dilma reconheceu, contra a vontade de seu partido, a incapacidade do Estado de tocar investimentos em infraestrutura e anunciou que o país não será socialmente justo se não tiver uma economia competitiva.

É impressionante como esse ímpeto liberalizante não combina com a gestão macroeconômica. Esta tem sido marcada por improvisos, pacotes a toda hora, 
malabarismos contábeis, 
desorganização do que estava organizado 
(o controle do endividamento dos entes federativos, por exemplo). 
 
Claramente, a presidente não teve sangue-frio para implantar sua agenda micro, cujos efeitos vão se dar no médio e longo prazo, enquanto assistia a um período, provavelmente temporário, de crescimento mais baixo da economia.

A conta chegou e veio puxada pela expectativa de investidores nacionais e estrangeiros de que o banco central americano acabará, antes do esperado, com a política de afrouxamento monetário iniciada em 2008.

Ao respaldar o início de um novo ciclo de alta dos juros e a decisão do BC de deixar o câmbio flutuar, o governo Dilma reconheceu que o momento é difícil e que suas políticas precisavam de correção de rumo. É o que está ocorrendo.

Falta, agora, colocar de pé uma política fiscal que dê respaldo às políticas cambial e monetária. Não faz sentido o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentar a taxa básica de juros (Selic), enquanto o governo segue expandindo os gastos públicos.

A dúvida está posta:
o Comitê está subindo os juros para frear a demanda agregada ou apenas o consumo das famílias?

Em entrevista ao Valor, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o governo não aumentará os juros dos empréstimos com fundos públicos. Isto significa que o BC terá que aplicar uma dose mais forte de juros para conter o consumo das famílias e das pequenas e médias empresas, que têm acesso reduzido ao dinheiro subsidiado do BNDES.

Para realizar a tarefa, portanto, o Copom terá que gerar mais desemprego para que as famílias consumam menos.
É isso o que a presidente quer?

As últimas pesquisas de opinião mostram que Dilma já está começando a pagar, com perda de popularidade, a conta dos equívocos da política econômica. Com mais de 50% de aprovação, ela ainda é favorita à reeleição em 2014. Mas seu eleitorado está começando a encolher.

Cristiano Romero Valor Econômico Cristiano Romero é editor-executivo e escreve às quartas-feiras
12 de junho de 2013

ENQUANTO ISSO... BRASIL MARAVILHA SEM O "MARQUETINGUE" DOS CANALHAS E FARSANTES


 
A saída de investidores estrangeiros do Brasil, que apenas em junho tiraram do país US$ 4 bilhões, deixa um rastro de destruição, sobretudo para os pequenos poupadores e para as aposentadorias.
 
A Bolsa de Valores de São Paulo (BMF&Bovespa) levou ontem um tombo de 3,01% e fechou aos 49.769 pontos — foi a primeira vez que o indicador ficou abaixo dos 50 mil pontos desde agosto de 2011.
 
Com o resultado, o primeiro semestre caminha para ser o pior desde o auge da crise de 2008, quando o Ibovespa, índice que reúne as principais ações brasileiras, afundou 42,25%.
 
Esse derretimento pode atrapalhar ainda a aposentadoria de brasileiros que aplicaram seus recursos em fundos de previdência ancorados em ações — no ano, a perda dessa modalidade de investimento chega a 10,17%. Para quem apostou nos fundos que compram títulos do governo, o prejuízo também foi grande.
 
Os Fundos de Renda Fixa Índices, que são formados por papéis emitidos pelo Tesouro Nacional chamados de NTN-B, encolheram 2,30% em 2013.

Até mesmo a tradicional poupança não tem se apresentado como opção por não conseguir bater a inflação. Os brasileiros que colocaram o dinheiro do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) em ações da Vale e da Petrobras também registraram perdas — até o momento, elas chegam a 16,17%.
 
"A situação da BM&FBovespa está um pouco crítica", disse Pablo Spyer, diretor da Mirae Asset Securities, citando preocupações, no cenário interno, com o crescimento da economia abaixo do previsto, inflação e juros em alta, além da recente desvalorização do real. "Acho que a situação tende a piorar antes de melhorar", avaliou.
 
Fator externo
 
Para analistas, o Ibovespa pode cair ainda mais nas próximas semanas e chegar a 45 mil pontos. Além de receios em relação ao Brasil, a recuperação dos Estados Unidos tem provocado mudança nos fluxos de capitais no mundo. Quanto mais a economia norte-americana se recupera, mais investidores tiram recursos de países emergentes para colocar em títulos públicos dos EUA, considerados os mais seguros.
 
Essa migração de recursos para fora do país pode se intensificar ainda mais diante da possibilidade de que os principais bancos centrais do mundo comecem a retirar estímulos.
 
Todo esse movimento tornou a bolsa brasileira a de pior desempenho. 
No ano, a BM&FBovespa derreteu 18,35%, um contraponto ao resultado de Tóquio, que apresentou valorização de 28,11% impulsionado pelos programas de incentivo do governo japonês, que promete desaguar US$ 605 bilhões ao ano no mercado.
 
"No Brasil, a intensidade de queda da bolsa aumentou pela recente perspectiva negativa para o rating soberano, o que evidencia a falta de segurança do investidor com nossos formadores de políticas públicas", ponderou Marcelo Torto, analista da Ativa Corretora.
 
Dia turbulento
As ações nos Estados Unidos fecharam ontem em queda num pregão volátil após o banco central do Japão decepcionar os mercados ao anunciar que não irá alterar o ritmo de seu programa de estímulo. A decisão da autoridade monetária japonesa gerou turbulência em diversos mercados. Nova Iorque fechou em baixa de 0,77%, Frankfurt, por sua vez, recuou 1,03%
 
Rastro de prejuízos (Em % ao ano)
 
Investidores estão vendo o patrimônio minguar, diante da falta de credibilidade do governo

A Bovespa está na lanterna
Mercado acionário brasileiros foi o que mais perdeu em 2013
 
Tóquio 28,11
Buenos Aires 17,33
Nova Iorque 15,40
Zurique 12,47
Frankfurt 8,01
Paris 4,66
Milão 0,08
Madrid -0,96
Shangai -2,57
México -8,67

São Paulo - 18,35
 
Aposentadoria ameaçada
Várias das principais aplicações da classe média estão no vermelho 
 
FGTS com ações da Vale e da Petrobras -16,17

Fundo de ações Ibovespa -12,95

Fundos de previdência com ações -10,17

Fundos multimercados -7,18%

Fundo de renda fixa índices -2,30

Fonte: Mercado
12 de junho de 2013

POIS É! O TEMPO É O SENHOR DA RAZÃO: `GUVERNU` PERDIDO...


 
A melhor imagem de um governo perdido é a fotografia da presidente Dilma Rousseff publicada nesse domingo no caderno de Economia e Negócios do Estado.
Cabisbaixa, com a face apoiada na mão direita, olhar vago e expressão de desalento, sua figura é a ilustração perfeita para a principal cobertura econômica - uma entrevista com um ministro da Fazenda acuado pelos fiascos e uma coleção de notícias e comentários sobre os tropeços federais.
"O governo perdeu o rumo", sintetiza o título de um artigo do economista José Roberto Mendonça de Barros. A equipe econômica, informa outro texto, desistiu de anunciar metas ou previsões de crescimento, exportação, arrecadação, inflação e até de prazos para concessões de serviços de infraestrutura.
Apesar dos fracassos, tudo vai bem, recitam os funcionários mais importantes, mas o ministro Guido Mantega, entrevistado, recusou-se a formular uma nova previsão para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, alegando o temor de ser "linchado em praça pública", se o número final apurado for diferente do projetado.
Com um pouco mais de ousadia, a secretária de Comércio Exterior, Tatiana Prazeres, havia reiterado no começo do mês a expectativa de exportações em "patamar elevado, semelhante aos de 2011 e 2012".
Mas o valor exportado em 2012 foi inferior ao de 2011 e o deste ano, até maio, ficou, abaixo do de um ano antes. Na melhor hipótese, portanto, repete-se o número de dois anos atrás?
Também no domingo, o Globo destacou a herança fiscal prevista para o próximo governo subsídios ao BNDES e incentivos, fiscais devem retirar R$ 50 bilhões do próximo governo em. seu primeiro ano.
A desordem nas contas públicas, lembra a reportagem, foi uma das razões alegadas pela agência Standard & Poofs para impor um viés de baixa à perspectiva econômica do Brasil - tema inicial: da entrevista do ministro Mantega ao Estado.
No mesmo dia, reportagem da Folha de S.Paulo vinculou à perda de popularidade e aos riscos eleitorais a mudança de política ensaiada pelo governo coma elevação dos juros básicos e a decisão de retorno- ao câmbio flutuante.
A coincidência dos temas está longe de ser uma casualidade e tampouco resulta de urna conspiração da imprensa burguesa contra a reeleição da presidente. A cúpula do governo, segundo informaram fontes federais há mais de uma semana, percebeu o custo político da inflação elevada e resistente e decidiu aceitar o aperto mais forte da política monetária.
Essa mesma cúpula notou, com certeza, os sinais de mudança no mercado financeiro internacional e decidiu facilitar o ingresso de capital - um ato preventivo, em face do risco de um déficit crescente
nas transações do Brasil com o exterior.
O governo, portanto, tem noção dos fracassos, fareja perigos e até encontra justificativas para ensaiar mudanças políticas sem admitir os erros, mas, apesar disso, continua incapaz de encontrar um novo rumo.
Sua política fiscal permanece desastrosa.
A gastança prejudica a eficácia da política monetária e dificulta o combate à inflação. A alta de preços, na versão oficial perde impulso e em breve o problema terminará, Mas os fatos contrariam essa versão, porque desajuste real e muito mais grave que um choque de preços de efeito passageiro.
Incapaz de trocar o populismo, o fisiologismo e o voluntarismo por uma política econômica digna desse nome, o governo insiste na improvisação já denunciada até por alguns de seus técnicos.
As desonerações devem chegar a R$ 72,1 bilhões neste ano e a R$ 91,5 bilhões em 2014, disse ontem o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland. Na semana passada, medida provisória sobre transferências ao BNDES já havia prenunciado mais buracos no Tesouro.
De improvisação em improvisação, o governo continua desmontando os fundamentos da economia e compondo uma herança maldita para o próximo governo. Chega a parecer estranho a presidente insistir nessa política e ainda pretender a reeleição.
Ou será apenas mais um desatino?
 
O Estado de S. Paulo
12 de junho de 2013

PT CRIA TREM DA ALEGRIA PARA FUNCIONÁRIOS SEM CONCURSO

Seleção dá bônus para quem exerceu ‘cargo de gerência’ nos últimos 10 anos 
 
O governo federal abriu na 6ª feira (7.jun.2013) seleção para preencher 150 vagas de gestor público com regras que beneficiam servidores não concursados do alto escalão da burocracia. O salário inicial é de R$ 13 mil.
 
O Ministério do Planejamento, responsável pela prova, dará um bônus de até 150 pontos, de um total de 660, para candidatos que exerceram “cargo de gerência” nos últimos 10 anos – o período de governo do PT.
 
1.436 funcionários de confiança estariam em vantagem. Esse é o número de servidores não concursados que ocupam hoje os melhores postos da burocracia – os chamados cargos DAS nível 4 a 6, com salário entre R$ 7 e R$ 11 mil.
 
O governo afirma que dará o mesmo bônus para funcionários do setor privado, mas o edital não traz uma definição clara sobre o que seria cargo de gerência em empresas. A interpretação ficará a cargo do próprio governo.
 
O bônus terá grande impacto na classificação final do concurso. Um candidato que acerte o mínimo necessário, ou seja, pífios 30% da prova objetiva e 60% da discursiva, mas tenha 10 anos de experiência e um curso de especialização, somará 396 pontos. Ele ficaria na frente de um candidato recém-formado, sem experiência, que acertasse 90% do teste objetivo e 80% do discursivo – resultado que poderia colocá-lo em primeiro lugar na prova –, com soma de 388 pontos.
 
Segundo a assessoria do Ministério do Planejamento, o objetivo é recrutar profissionais com habilidade comprovada para liderar equipes e coordenar projetos. No último concurso para o cargo de gestor público, em 2009, 41% dos aprovados nunca havia trabalhado antes, o que prejudica o exercício da função, diz o governo.
 
A associação dos gestores públicos (Anesp) estuda propor medidas judiciais contra o concurso. Trajano Quinhões, presidente da entidade, afirma que o bônus é “excessivo” e fere a igualdade de oportunidades entre todos os concorrentes: “Do jeito que está, corre o risco de entrarem pessoas só com experiência profissional, mas não necessariamente com boa experiência acadêmica.”

12 de junho de 2013
Fernando Rodrigues - UOL
(Bruno Lupion)

LÁ VEM O VELHO SERRA DE NOVO...


As últimas pesquisas deram ânimo aos tucanos e, em especial, sinalizam que 2014 terá segundo turno. Os levantamentos são tradicionais, feitos pela Confederação Nacional dos Transportes e pela Confederação Nacional da Indústria. Aécio Neves já aparece em segundo lugar e Dilma Rousseff está mais perto de 40% do que de 50% quando as respostas são de eleitores que conhecem todos os candidatos. Outro dado é que mais de 70% não decidiu em quem votar, o que deixa a eleição completamente aberta. A popularidade de Dilma vem caindo de forma vertiginosa e a tendência segue forte, tendo em vista que a população começa a sentir os efeitos da inflação que o PT trouxe de volta. 
 
Um dia depois destes excelentes resultados, José Serra pega o telefone e liga para Dora Kramer para jogar contra o patrimônio da oposição. Para desdizer o que disse na convenção tucana e para informar que não está fora do jogo, mesmo que isso dê munição para o inimigo. Volta a ameaçar, nas entrelinhas, sair do PSDB e ir para o Partidão do Coronel Roberto Freire para concorrer à presidência. Cita pesquisas informais que, segundo ele, mostram que tem excelentes chances em 2014. Ora, José Serra bateu no teto faz muito tempo. Suas intenções de voto são as mesmas do começo ao fim de uma campanha, basta olhar os números de 2010 na presidencial e a de 2012 em São Paulo. Não tem a mínima chance de vencer o PT, pelo seu desgaste e derrotas recentes. Leiam abaixo a coluna de Dora Kramer.
 
Candidato à Presidência derrotado por Lula em 2002 e por Dilma em 2010, o (ainda) tucano José Serra tem seu destino político como uma questão em aberto: tanto pode ser candidato outra vez como pode se posicionar em 2014 como cabo eleitoral qualificado do campo oposicionista.
 
Na primeira hipótese teria de sair do PSDB, inteiramente fechado com a candidatura do senador Aécio Neves. Na segunda, pode ficar se tiver espaço para atuar ou optar por outro partido (provavelmente o MD de Roberto Freire) que lhe dê melhores condições de usar seu capital político para ajudar na tentativa de tirar o PT do poder. 
 
Serra escolherá o papel mais eficaz ao combate do adversário principal. No discurso que fez na convenção que elegeu Aécio presidente do PSDB, em maio, ele havia dado esse recado de maneira implícita. Avisou que em suas decisões sempre põe a razão à frente da paixão. Anunciou também que em 2014 continuaria a atuar "em favor da unidade das oposições e de quantos entendam que é chegada a hora de dar um basta à incompetência orgulhosa" dos petistas. 
 
Na ocasião a referência à racionalidade foi vista como uma sinalização de que não se deixaria levar pelo passivo de mágoas internas herdadas de campanhas anteriores em que não contou com lealdade do partido de modo absoluto.A afirmação sobre a disposição de atuar "em favor da unidade das oposições" equivaleria, segundo vários autores, a dizer que estaria ao lado de Aécio.
 
Como naquele mesmo discurso José Serra disse que não tem porta-vozes nem intérpretes e sobre seus pensamentos só há uma fonte confiável, "eu mesmo", vamos a ele. A respeito da razão sobreposta à paixão, diz que a decisão mais racional pode ser ficar no PSDB ou decidir sair para postular a Presidência no intuito de "diversificar candidaturas" e levar a eleição para um segundo turno. 
 
No tocante ao trecho em que se dispõe a lutar "em favor da unidade das oposições", pondera: "Estar do mesmo lado não significa ficar no mesmo lugar". Ambíguo, pois não? Pois é. Assim José Serra ficará até o fim de setembro, quando se esgota o prazo de filiação partidária aos candidatos no próximo ano. Isso se decidir mudar de partido. Se não for o caso, estenderá por mais algum tempo sua tomada de posição.  Dela depende o rumo da candidatura Eduardo Campos, o desempenho de Marina Silva, o desenrolar do governo e, por que não dizer, a convivência dentro do PSDB. 
 
Enquanto isso, examina atentamente as pesquisas. Oficiais e não oficiais. Em uma dessas não registradas e feitas por telefone foi incluído seu nome em várias situações. Dois tipos de resposta o agradaram em especial. Uma aponta que 55% dos entrevistados consideram que seria um bom presidente. Outra informa que 58% discordam parcial ou completamente da seguinte afirmação: "Candidato a presidente derrotado duas vezes, o tempo de José Serra já passou".
 
12 de junho de 2013
in coroneLeaks

A NOVELA PRISMA


 
A Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos e o FBI têm acesso directo aos servidores centrais de nove das maiores empresas de internet americanas.
A inteligência americana pode consultar áudios, vídeos, fotografias, conteúdos de e-mails, arquivos transferidos e conexões dos utilizadores.
O programa altamente secreto é chamado de Prisma e está em andamento desde 2007, informou o jornal The Washington Post. Ao longo desse período, nove companhias passaram a fazer parte da operação. A Microsoft foi a primeira a entrar, em Novembro de 2007.
 
O Yahoo passou a fazer parte em 2008. Google, Facebook e PalTalk, em 2009, YouTube em 2010, Skype e AOL, em 2011, e a última, a Apple, em Outubro de 2012. A PalTalk, mesmo bem menor do que as demais, registrou tráfego significativo durante as revoltas nos países árabes e também na guerra civil da Síria. O Dropbox, serviço de armazenamento de dados em nuvem, é descrito como “em breve”.
 
O esquema reforça as provas de que o governo Barack Obama tem ignorado os direitos civis dos cidadãos americanos de forma indiscriminada. Além de espiar jornalistas, como ficou provado nos casos da apropriação de registros telefónicos da agência Associated Press, e da investigação contra um repórter da Fox News, que teve seus e-mails devassados, a administração democrata também direccionou suas garras a um número infinitamente maior de cidadãos, que não eram suspeitos.
 
O programa Prisma é actualmente a principal fonte de informação da Agência Nacional de Segurança, serviço secreto de inteligência que monitora comunicações electrónicas. A informação vem à tona um dia depois que o jornal inglês The Guardian revelou que o governo tem acesso a dados de telefonemas de milhões de utilizadores da Verizon, uma das maiores companhias telefónicas dos Estados Unidos.
A ordem era conseguir os números de origem e destino das ligações, locação, horário e duração das chamadas, no período entre 25 de Abril e 19 de Julho deste ano. No caso do acesso às informações dos servidores de internet, o Washington Post afirma que “a experiência directa com esses programas e o espanto diante de sua capacidade levou um funcionário de inteligência a fornecer as informações”.
O objectivo, ressalta a publicação, é expor “uma invasão de privacidade grosseira”. “Eles podem literalmente ver suas ideias se formando no momento em que você as digita”, disse o funcionário ao jornal.
 
"Ninguém está a ouvir as vossas chamadas", garante Obama
Referindo-se pela primeira vez à polémica sobre a alegada espionagem de cidadãos norte-americanos, o Presidente dos EUA defendeu a necessidade do programa, mas assegurou que privacidade não está posta em causa.
 
O Presidente dos Estados Unidos desvalorizou no passado dia 7 de Junho de 2013, uma série de escândalos envolvendo a Agência de Segurança Nacional (ASN) e a alegada espionagem de cidadãos norte-americanos. Barack Obama garantiu que os parlamentares americanos estavam informados sobre as actividades no centro da polémica e foi peremptório: "Ninguém está a ouvir as vossas ligações telefónicas. O programa não é isso".
 
"Acho que é importante reconhecer que não se pode ter 100% de segurança por um lado e, por outro, também 100% de privacidade e zero de inconveniência", considerou ainda o Presidente Obama, em San José, Califórnia, citado pela agência norte-americana RT (Russia Today).
 
Ao comentar pela primeira vez o tema, Obama reconheceu que, inicialmente, ficou céptico em relação à utilidade do monitoramento das comunicações, mas depois terá concordado com a sua necessidade, em nome do combate ao terrorismo, mas assegurando a privacidade dos cidadãos.
 
Apressaram-se a desmentir...

 
 
O director dos serviços secretos dos Estados Unidos criticou no passado dia 9 de Junho de 2013, os meios de comunicação social por "revelações irresponsáveis" sobre os vastos programas escuta de comunicações privadas ordenados pelo governo.
 
Durante a semana passada, assistimos à revelação irresponsável de medidas tomadas pelos serviços secretos para assegurar a segurança dos americanos", afirma James Clapper num comunicado, o segundo publicado esta semana e o mais completo sobre esta matéria, noticia a AFP.
 
As revelações nos meios de comunicação social trouxeram ao conhecimento do público dois programas secretos da Agência Nacional de Segurança (NSA), um relativo à recolha, desde 2006, de dados das chamadas telefónicas nos Estados Unidos pelo operador Verizon, e provavelmente de outros operadores, e outro denominado PRISM que visava interceptar as comunicações de internautas estrangeiros fora dos Estados Unidos em nove grandes redes sociais como o Facebook.
 
"Na fúria de publicar, os órgãos de informação não deram o contexto inteiro, no qual estes programas eram postos em acção, nomeadamente o grau de controlo exercido pelos três ramos do Governo", escreve Clapper, evocando o carácter "vital" para garantir a segurança dos Estados Unidos e dos seus aliados.
 
O programa PRISM é "legal", assegurou o responsável sublinhando que tinha sido debatido no Congresso e recentemente novamente autorizado.
 
James Clapper disse também que o PRISM não era um programa secreto, mas antes "um sistema informático interno do Governo utilizado para facilitar a recolha autorizada de informação no estrangeiro, junto dos fornecedores de serviços de comunicações electrónicas, supervisionado pela Justiça".
 
Este programa, autorizado no quadro do 'Foreign Intelligence Surveillance Act' (lei sobre vigilância e informação no estrangeiro), "era largamente conhecido e tinha sido referido publicamente desde que foi posto em acção em 2008".
 
"Os fornecedores de serviços prestavam informações ao Governo quando confrontados com uma decisão judicial", afirmou.

Edward Snowden, o operacional que denunciou o “Big Brother”
 
Poucos conhecem as operações de espionagem que são desenvolvidas nos edifícios de vidros negros da Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos, em Washington, mas as últimas revelações podem ser apenas a "ponta do 'iceberg".
 
"Aqui é onde se conhecem os verdadeiros segredos" comentava em 2012 uma diplomata à agência EFE quando olhava para o edifício da Agência Nacional de Segurança (NSA, na sigla em inglês), antes de se dirigir para o tribunal militar onde estava a ser ouvido Bradley Manning, militar norte-americano, no caso WikiLeaks.
 
O soldado que é acusado de ter revelado o maior número de informações classificadas da História, está a ser julgado numa base militar no coração das instalações da ciber-espionagem dos Estados Unidos.
 
Após os atentados de 11 de Setembro de 2011, a NSA, que depende do Pentágono, e que conta com mais de 37 mil empregados entre civis e militares, conseguiu mais poderes para controlar as comunicações dentro e fora dos Estados Unidos e consegue aceder a "montanhas" de dados que permitem desmontar atentados terroristas.
 
A maioria das regras pelas quais se rege a mais opaca das agências federais dos Estados Unidos é secreta e são apenas conhecidas por um punhado de assessores do presidente Barack Obama, legisladores (muitos dos quais a quem foi negada informação sobre o próprio serviço) e juízes em Washington.
 
A própria existência da NSA, criada em 1952 pelo então presidente Harry Truman, esteve oculta durante mais de 20 anos e apesar da chegada de Obama ao poder e das chamadas de atenção que faz a favor da transparência do organismo, os poderes da NSA continuam a ser tão vastos actualmente como nos tempos da presidência de George W. Bush.
 
Desde 2008, quando com amplo consenso entre republicanos e democratas, a lei de vigilância de comunicações estrangeiras (FISA na sigla em inglês) foi reformada para baixar o grande número de casos sob controlo judicial, a NSA criou o maior sistema de análise de dados digitais alguma vez conhecido.
 
A complexidade do sistema é tal que no próximo outono a NSA espera conseguir novas instalações que vão ficar situadas no deserto de Utah, que custaram milhões de dólares, e que vão permitir o processamento e arquivo de uma quantidade de dados cinco vezes superior a todo o tráfico de internet a nível mundial, de acordo com uma investigação da Fox News.
 
No verão de 2012, o general Keith Alexander, diretor da NSA desde 2005, visitou pela primeira vez a Defcon, a reunião de 'hackers' (piratas informáticos) mais importante dos Estados Unidos.
 
Na ocasião, considerou "absurdos" os rumores de que a agência tenha arquivos de 260 milhões de cidadãos norte-americanos e recordou que as tarefas da NSA estão limitadas a "informações no exterior" do país.
 
William Binney, ex-director técnico da NSA criticou duramente as declarações do general e adiantou que a agência tem capacidade técnica para recolher sem controlo judicial dados das redes sociais, correio electrónico e registos de chamadas telefónicas nos Estados Unidos e no estrangeiro.
 
"Deixei a NSA porque começaram a espiar toda a gente dentro do país", disse Binney numa entrevista publicada na revista Wired publicada em 2012.
 
De acordo com as recentes revelações publicadas no Guardian e no Washington Post, a NSA recolhe diariamente metadados de chamadas telefónicas nos Estados Unidos que incluem números, duração ou localização das chamadas, através de uma autorização de um grupo de juízes conhecidos como Tribunal FISA, por períodos de 90 dias.
 
Além do mais, o programa secreto PRISM permite aceder directamente aos servidores de nove das maiores empresas de internet, entre elas a Microsoft, Google ou Apple, para a vigilância de mensagens, vídeos ou fotografias no estrangeiro com o intuito de encontrar padrões relacionados com actividades terroristas.
 
Binney, disse sábado ao Washington Times que esta recolha de informações "é apenas a ponta do 'iceberg'" e que a NSA dispõe de 20 mil milhões de registos telefónicos e mensagens de correio electrónico de cidadãos norte-americanos.
 
Apesar do secretismo, para Obama e para os congressistas democratas e republicanos os amplos poderes concedidos à NSA são essenciais para evitar novos ataques terroristas.
 
Carrie Cordero, uma ex-funcionária do Departamento de Justiça e especialista nos assuntos relacionados com informações, indicou na sexta-feira num artigo de opinião que as notícias que foram agora publicadas e que estão a provocar polémica nos Estados Unidos e no Reino Unido, devido ao alegado envolvimento dos serviços secretos britânicos, só estão a dar "informação aos adversários" para que tenham dados que lhes vão permitir adaptar-se tecnicamente para atingir os norte-americanos.
 
12 de junho de 2013
in kafe kultura