"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quinta-feira, 29 de novembro de 2012

SERVIDOR PÚBLICO, OU SERVIDOR DO PÚBLICO?


A mais recente dentre as espetaculares operações da Polícia Federal, apelidada de Porto Seguro, indiciou gente graúda na república brasileira. Foi de roldão o adjunto do advogado geral da União (AGU), cuja história merece ser lembrada.

Ele fora preterido, em 2003, em competente ação de alto funcionário da Casa Civil, que descobriu inidoneidades por ele praticadas; em 2009, foi novamente vetado para alto cargo na AGU pela mesma Casa Civil, então comandada por Dilma Rousseff; e, finalmente, por obra e graça da sucessora dessa, Erenice Guerra (por onde anda?), foi emplacado como imediato de Adams, hoje, queridinho da presidente da República.

No mais, foi tragada a secretária do ex-presidente Lula no escritório de São Paulo, e sua acompanhante costumeira em viagens internacionais, mantida no cargo por Dilma. E muita gente mais, inclusive um ex-senador da República (citado em antiga matéria da revista "Veja" como beneficiário de um enorme escândalo envolvendo transações com o governo francês, no governo FHC), o consultor jurídico do MEC, a superintendente da Secretaria de Patrimônio da União e integrantes de várias agências reguladoras.

Dilma já exonerou todos de seus cargos de confiança, e, evidentemente, os que forem funcionários de carreira ainda terão de passar por processo administrativo para ser, se for o caso, demitidos do serviço público.

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NÃO DÃO EM NADA…


A mim me dá certo cansaço ler sobre esses assuntos, já que a maioria dessas bombásticas operações não dá em nada, salvo, talvez, a notoriedade de algum delegado, que logo se habilita à candidatura de um cargo eletivo. Onde estão os efeitos dos rompantes da então candidata Dilma, para quem os malfeitos não ficariam impunes e todos responderiam por suas culpas?…

Assim, de caso em caso, por enquanto, o único que deu em alguma coisa foi o mensalão do PT, que, dizem, será finalmente seguido pelos mensalões dos demais partidos que todos conhecemos de cor e salteado. Faço votos e creio mesmo que, como na campanha de um uísque, o gigante da Justiça finalmente se levantou no país do berço esplêndido, onde o via encolhidinho em toda vez que, diante dele, surgia gente dita importante.

Vamos vigiar as consequências dessas ações da Polícia Federal e dos demais órgãos competentes. E, para começar, refleti detidamente sobre o título que encima este artigo.

Professora da UFMG durante anos, fui, portanto, servidora pública. Mas nunca havia me ocorrido que a língua portuguesa deveria cunhar outra expressão para significar os milhares que trabalham nos municípios, nos Estados e na União, realizando os mais diferentes, humildes ou pomposos ofícios. Ou seja, em lugar de "servidor público", quem sabe se, denominando-os "servidores do público", começaríamos (timidamente, talvez, mas de maneira culturalmente significativa) a pôr na cabeça de quantos ocupem as máquinas estatais que se está ali para servir ao povo e à coisa pública, tornando esta Pindorama, de uma vez por todas, uma República? – como há mais de século já mereceríamos ser.

29 de novembro de 2012
Sandra Starling
 

OPERAÇÃO CHUMBO IMPUNE NA FAIXA DE GAZA


(Este artigo é dedicado a meus amigos judeus assassinados pelas ditaduras latino-americanas que Israel assessorou).

Desde 1948, os palestinos vivem condenados à humilhação perpétua. Não podem nem respirar sem permissão. Perderam sua pátria, suas terras, sua água, sua liberdade, seu tudo. Nem sequer têm direito a eleger seus governantes. Quando votam em quem não devem votar são castigados. Gaza está sendo castigada. Converteu-se em uma ratoeira sem saída desde que o Hamas ganhou limpamente das eleições, em 2006. Algo parecido havia acontecido em 1932, quando o Partido Comunista triunfou nas eleições de El Salvador. Banhados em sangue, os salvadorenhos expiaram sua má conduta e desde então viveram submissos a ditaduras militares. A democracia é um luxo que nem todos merecem.

São filhos da impotência os foguetes caseiros que os militantes do Hamas, encurralados em Gaza, disparam com desajeitada pontaria sobre as terras que haviam sido palestinas e que a ocupação israelita usurpou. E o desespero, à beira da loucura suicida, é a mãe das bravatas que negam o direito à existência de Israel; gritos sem nenhuma eficácia, enquanto a muito eficaz guerra de extermínio está negando, há anos, o direito à existência da Palestina.

Já resta pouca Palestina. Passo a passo, Israel vai apagando-a do mapa. Os colonos invadem, e atrás deles os soldados vão corrigindo a fronteira. As balas sacralizam o despojo, em legítima defesa.

Não há guerra agressiva que não diga ser guerra defensiva. Hitler invadiu a Polônia para evitar que a Polônia invadisse a Alemanha. Bush invadiu o Iraque para evitar que o Iraque invadisse o mundo. Em cada uma de suas guerras defensivas, Israel engoliu outro pedaço da Palestina, e os almoços continuam. A devoração se justifica pelos títulos de propriedade que a Bíblia outorgou, pelos dois mil anos de perseguição que o povo judeu sofreu, e pelo pânico que geram os palestinos à espreita.

Israel é o país que jamais cumpre as recomendações nem as resoluções das Nações Unidas, que nunca acata as decisões dos tribunais internacionais, oque burla as leis internacionais, e é também o único país que legalizou a tortura de prisioneiros .

Quem lhe deu o direito de negar todos os direitos? De onde vem a impunidade com que Israel está executando a matança de Gaza? O governo espanhol não conseguiu bombardear impunemente o país basco para acabar com o ETA, nem o governo britânico pôde devastar a Irlanda para liquidar o IRA. Será que a tragédia do Holocausto implica uma política de impunidade eterna? Ou essa luz verde provém da potência mais poderosa, que tem em Israel o mais incondicional de seus súditos?

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SEM ENGANO


O exército israelense, o mais moderno e sofisticado do mundo, sabe quem mata. Não mata por engano. Mata por horror. As vítimas civis são chamadas de danos colaterais, segundo o dicionário de outras guerras imperiais. Em Gaza, a cada dez danos colaterais, três são crianças. E somam-se milhares de mutilados, vítimas da tecnologia desmembramento humano, que a indústria militar está testando com sucesso nesta operação de limpeza étnica. E, como sempre, sempre o mesmo: em Gaza, cem a um. Para cada cem palestinos mortos, um israelense.

Gente perigosa, adverte outro bombardeio, a cargo dos meios massivos de manipulação, que nos convidam a crer que uma vida israelense vale tanto quanto cem vidas palestinas. E esses meios também nos convidam a acreditar que são humanitárias as 200 bombas atômicas de Israel, e que uma potência nuclear chamada Irã foi a que aniquilou Hiroshima e Nagasaki.

A chamada comunidade internacional, existe? É algo mais do que um clube de mercadores, banqueiros e guerreiros? É algo mais que o nome artístico que os Estados Unidos se colovam quando fazem teatro?

Diante da tragédia de Gaza, a hipocrisia mundial brilha novamente. Como sempre, a indiferença, os discursos vazios, as declarações ocas, as declamações em volume altissonantes, as posições ambíguas, prestam homenagem à impunidade sagrada.

Diante da tragédia de Gaza, os países árabes lavam as mãos. Como sempre. E, como sempre, os países europeus estão esfregando as mãos. A velha Europa, tão capaz de beleza e de perversidade, derrama uma e outra lágrima, enquanto secretamente celebra esta jogada de mestre. Porque a caça aos judeus foi sempre um costume europeu, mas há meio século essa dívida histórica está sendo cobrada dos palestinos, que também são semitas e que nunca foram, nem são, antissemitas. Eles estão pagando, com sangue, uma conta alheia.

(Artigo publicado no jornal Pagina 12, enviado por Valter Xéu, do site Pátria Latina)

29 de novembro de 2012
Eduardo Galeano

EM MATÉRIA DE COTAS RACIAIS, O BRASIL ESTÁ EM MUITO BOA COMPANHIA...

 

Hoje, no século XXI, a esquerda transforma em realidade seu sonho do século XIX: Brasil sob leis racistas. A repeito das cotas em universidades, por exemplo, não estamos sozinhos nisso, não.



O Irã proíbe que tanto judeus quanto adeptos da fé Bahai frequentem suas universidades. A Síria tinha cota de mais de 95% para o grupo religioso alawita, em uma de suas entidades de ensino superior.

O Zimbabwe adota a proibição total de matrícula de brancos ou negros de certas tribos, impedindo-os de entrarem em qualquer entidade de ensino superior.

Existem cotas em universidades em locais tão cheios de brilho intelectual como Coreia do Norte, Egito, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita etc.

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ESTADOS UNIDOS

Sim, até o início dos anos 1960, existia proibição de matrícula de negros em certas universidades americanas, assim como proibição da matrícula de brancos em outras universidades americanas. Era assim apenas na parte sudeste dos Estados Unidos e só se referia a universidades americanas de segunda linha ou as piores do tipo pagou-passou.

Os Estados Unidos tem algumas das melhores universidades do mundo (tipo MIT, CIT, Harvard), mas tem também porcarias do tipo pagou-passou. Inclusive há centenas de universidades americanas que só existem na internet, e nem precisa frequentar aula alguma.

Por aqui, o governo Lula permitiu que fundassem mais de mil universidades que também só existem na internet. O Lula pode arrumar milhares de diplomas, nestas universidades, se quiser. Nem precisa saber ler, para se graduar nelas.

29 de novembro de 2012
Dalton C. Rocha
 

QUANDO O HUMOR DESENHA A REALIDADE




29 de novembro de 2012

LIVRE PENSAR É SÓ PENSAR (MILLÔR FERNANDES)

 

O verdadeiro milagre brasileiro:
uma democracia completamente isenta de democratas



29 de novembro de 2012

COMPRARAM O PASSE DA ROSE


Nota à Imprensa
 
"A respeito das denúncias publicadas a partir da operação Porto Seguro, da Polícia Federal, minha cliente Rosemary Noronha repudia todas as acusações que têm sido divulgadas pela imprensa e tem certeza que sua inocência será provada em juízo. Desde a última sexta-feira, Rose se colocou à disposição do delegado Ricardo Hiroshi Ishida, responsável pelo caso, para prestar todos os esclarecimentos necessários fornecendo os contatos e endereços seus e de seus advogados.
 
Sobre a operação da Polícia Federal, Rosemary Noronha tem a declarar: Do dia para a noite, tive minha vida devassada e apontada como pivô de um esquema criminoso que atrai a atenção de toda a mídia. Sou, portanto, a pessoa mais interessada em provar que não tive qualquer participação em supostas fraudes em pareces técnicos ou corrupção de servidores públicos para favorecimento a empresas privadas.
 
Enquanto trabalhei para o PT ou para a Presidência da República, nunca fiz nada ilegal, imoral ou irregular que tenha favorecido o ex-ministro José Dirceu ou o ex-presidente Lula em função do cargo que desempenhavam. Nunca soube também de qualquer relação pessoal ou profissional deles com os irmãos Paulo e Rubens Vieira.
 
Quero dizer que todas as viagens que fiz ao exterior foram por solicitação do cerimonial da PR, em decorrência de meu cargo e função e, para isso, fiz curso no Itamaraty, não havendo, portanto, nada de irregular ou estranho neste fato. Há mais de 10 anos, tenho com o senhor Paulo Vieira uma forte relação de amizade, hoje abalada por detalhes da operação da Polícia Federal.
 
Mesmo perplexa com o caso, tenho absoluta certeza de minha inocência. Não cometi tráfico de influência nem qualquer ato de corrupção, como em breve ficará provado.
 
São Paulo, 29 de novembro de 2012
Luiz José Bueno de Aguiar e Rosemary Novoa de Noronha"

QUANDO O HUMOR DESENHA A REALIDADE



29 de novembro de 2012

ROSEMARY NORONHA LEILOA HONESTIDADE NA INTERNET

 

Acusada de cobrar royalties de empresas que faziam negócios com o governo federal, Rosemary Noronha resolveu leiloar sua honestidade na internet. "Aos desconfiados, tenho exames que comprovam que minha honestidade está intacta. Nunca foi usada", explicou a ex-secretária do escritório da Presidência em São Paulo.

O gesto ganhou adesão de membros do PT. José Dirceu anunciou que leiloará sua maldade e Marta Suplicy iniciou um pregão online de sua soberba. Antonio Palocci convocou empresários para comunicar que abrirá uma empresa de consultoria em leilões eletrônicos. Eduardo Suplicy reuniu populares para explicar seu projeto do Lance Mínimo.

No final da tarde, Rosemary havia recebido 666 propostas. A Polícia Federal iniciou a operação "Quem dá mais" para apurar denúncias de desvio de lances.


Até o fim deste fechamento, o leilão era liderado por um publicitário de Minas Gerais que não quis ser identificado

Animada com a mobilização do partido, a presidenta Dilma Rousseff convocou a imprensa para anunciar que leiloará o Ministério da Pesca. Minutos depois, a Bolsa caiu.

“É a pá de cal no processo de privatizações”, lamentou Fernando Henrique Cardoso, que decidiu adiar o IPO de sua vaidade.

29 de novembro de 2012
The i-Piaui Herald

JOAQUIM BARBOSA QUER AUMENTAR PENAS DE CONDENADOS DO MENSALÃO

Tese do relator sobre texto da lei da corrupção passiva pode elevar pena de 8 réus


Joaquim Barbosa aconselhou o plenário a adotar penas mais altas para os condenados por corrupção passiva
Foto: André Coelho / O Globo
Joaquim Barbosa aconselhou o plenário a adotar penas mais altas para os condenados por corrupção passivaAndré Coelho / O Globo
 
BRASÍLIA - Após terem finalizado o cálculo das penas dos 25 condenados no processo do mensalão, um trabalho que consumiu dez sessões, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) podem agora refazer as contas.
Na sessão de quarta-feira, o relator do caso e presidente da Corte, Joaquim Barbosa, aconselhou o plenário a adotar penas mais altas para os condenados por corrupção passiva. Lei de novembro de 2003 alterou a punição de um a oito anos de reclusão para dois a 12 anos.
 
A maioria dos ministros tem considerado a lei mais branda, contra a vontade de Joaquim. Se a tese do relator vingar, o deputado Valdemar Costa Neto (PR-PR), condenado a uma pena que o levaria ao regime semiaberto, passaria ao regime fechado.


A proposta do relator tem o poder de aumentar a pena de oito dos 12 condenados por corrupção passiva. Desses oito, três passariam do regime semiaberto para o fechado. Além de Valdemar, estão nesta situação o deputado Pedro Henry (PP-MT) e o ex-assessor do PP João Cláudio Genu. Os outros cinco são: os ex-deputados Pedro Corrêa (PP-PE), José Borba (PMDB-PR), Bispo Rodrigues (PL-RJ) e Romeu Queiroz (PTB-MG), além do ex-tesoureiro do PL (atual PR) Jacinto Lamas.
 
O relator propôs a revisão durante o exame da situação do presidente do PTB, Roberto Jefferson, condenado a corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Joaquim considerou a atenuante de réu colaborador ao fixar a punição, mas defendeu a aplicação da lei mais severa no caso dele e de outros condenados por corrupção passiva. Isso porque, embora os réus tenham acertado o recebimento de propina enquanto a lei antiga estava em vigor, o pagamento foi efetivado depois de editada a nova norma.
 
- A prática da ação de solicitar vantagem indevida e da ação de receber não configura mais de um crime de corrupção passiva. Mas, quando há também o recebimento, o momento a ser considerado é este, e não o da solicitação da vantagem - explicou Joaquim, completando: - O réu Valdemar Costa Neto recebeu mais de R$ 10 milhões. Pelos critérios do plenário, que considero equivocados, foi aplicada pena de dois anos e seis meses de reclusão (por corrupção passiva), que, ao meu sentir, é o absurdo dos absurdos. Entra em contradição com tudo o que o STF vem decidindo nesse plenário e nas turmas.
 
Ministros resolveram deixar polêmica para depois
 
O revisor, ministro Ricardo Lewandowski, ponderou que, se for reaberta a dosimetria, seria necessário dar prazo à defesa e ao Ministério Público para se manifestarem. O relator protestou:
- Está evidente que o tribunal tomou um rumo sem examinar os casos multifacetados desse crime. Temos que reexaminar isso, é evidente.
 
Diante da polêmica, os ministros decidiram adiar a discussão para quando a dosimetria das penas de todos os réus tiver terminado. A ministra Rosa Weber, que estava adotando a lei mais antiga para calcular as penas, admitiu a possibilidade de mudar de posição diante dos argumentos de Joaquim.
 
Atualmente, a pena total imposta a Valdemar soma sete anos e dez meses de reclusão pelos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva. No plenário, saiu vencedora a sugestão de Lewandowski para a punição por corrupção passiva. Ele usou a lei mais leve para calcular a punição. Se a tese de Joaquim tivesse sido aceita, a pena total seria um ano e sete meses maior, somando oito anos e cinco meses de reclusão. Segundo a legislação, uma pena superior a oito anos deve ser cumprida em regime fechado – ou seja, sem o direito de sair durante o dia, como no semiaberto.
 
Pedro Henry foi condenado a sete anos e dois meses de reclusão pelos mesmos crimes de Valdemar. No cálculo da corrupção passiva, saiu vencedora a tese da ministra Rosa Weber, que também considerou a lei mais branda. Caso a sugestão de Joaquim seja aceita, a pena aumentará em um ano, levando o total a oito anos e dois meses de reclusão.
 
João Cláudio Genu está em situação semelhante. Ele foi condenado a sete anos e três meses de reclusão pelos mesmos crimes. A maioria dos ministros sugeriu uma pena inferior a dois anos para corrupção passiva, o que tornou a punição prescrita – ou seja, na prática, Genu não vai ser punido pelo crime. Se o plenário tivesse concordado com a pena sugerida por Joaquim, de dois anos e seis meses, a punição total iria para nove anos e nove meses.
 
Outros cinco réus terão suas penas totais agravadas se o plenário se render à ideia de Joaquim. No entanto, o regime de cumprimento seria mantido. Pedro Corrêa, condenado a nove anos e cinco meses por formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e corrupção passiva, teria pena total de 11 anos. Bispo Rodrigues, condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, levou seis anos e três meses de prisão. O número saltaria para seis anos e nove meses, considerando a proposta de Joaquim.
 
Romeu Queiroz, condenado pelos mesmos dois crimes por seis anos e seis meses, teria pela elevada para sete anos e seis meses. Borba, enquadrado nos mesmos crimes, tem nas costas dois anos e seis meses.
A pena saltaria para três anos e seis meses. No caso de Jacinto Lamas, a pena para corrupção passiva que a maioria dos ministros escolheu também foi inferior a dois anos e, portanto, estaria prescrita. Com o voto do relator, a pena total de cinco anos por lavagem de dinheiro, corrupção passiva e formação de quadrilha seria elevada para sete anos e seis meses.
 
Outros quatro réus condenados por corrupção passiva não devem ter suas penas alteradas se a proposta de Joaquim for vencedora, porque os ministros não divergiram sobre qual lei aplicar. São eles: o deputado João Paulo Cunha (PT-SP), apenado com nove anos e quatro meses de reclusão; o ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, com 12 anos e sete meses de reclusão; o presidente do PTB e delator do esquema, Roberto Jefferson, com sete anos e 14 dias; e ex-tesoureiro informal do PTB Emerson Palmieri, com quatro anos, que foram substituídos por pena alternativa e multa.

29 de novembro de 2012
Carolina Brígido
André de Souza

FRASE DO DIA


"A operação-abafa de Cardozo [José Eduardo Cardoso, ministro da Justiça] retrata o pânico do PT com as revelações derivadas intimidade de Rosemary com Lula e Dirceu."


Mendes Thame (PSDB-SP), sobre a ação do ministro para evitar convocações de envolvidos na Operação Porto Seguro

29 de novembro de 2012

IMAGEM DO DIA

 
Homem lê próximo ao seu carrinho de pequenos reparos à margem de estrada no distrito empresarial de Pequim, na China
Homem lê próximo ao seu carrinho de pequenos reparos à margem de estrada no distrito empresarial de Pequim, na China - Jason Lee/Reuters
 
29 de novembro de 2012

"É HORA DE NOVOS JEFFERSON"

Fim da dosimetria do mensalão, enredo de gato e rato no Senado e surgimento de novos personagens do escândalo Rose a cada dia. Uma fartura de temas.

No derradeiro dia da dosimetria, inverteram-se as posições, com o duro presidente/relator Joaquim Barbosa amenizando a pena do delator Roberto Jefferson em um terço e o flexível revisor Ricardo Lewandowski acusando o réu de "colaboração zero". Venceu Joaquim mais uma vez.

No Senado, o relator da CPI do Cachoeira, Odair Cunha (PT), recua para retirar o procurador-geral Roberto Gurgel e o jornalista da revista "Veja" de um alvo onde não deveriam estar. Não satisfeitos, o PSDB pressiona para aliviar a barra do governador Marconi Perillo, e o PMDB, a do dono da Delta. Quanto antes esse espetáculo tétrico terminar, melhor.

E a turma da Rose, ou Rosemary Noronha, a poderosa ex-chefe de gabinete do escritório da Presidência em São Paulo, tem ramificações na Anac (aviação civil), na ANA (águas), na Antaq (transportes aquaviários), na Secretaria de Portos e na Advocacia-Geral da União. Por enquanto...

Se as lideranças governistas no Senado deram um jeitinho de aprovar o duplamente reprovado Paulo Vieira para a ANA, agora move montanhas para evitar convocar Paulo, o irmão dele da Anac, Rubens Vieira, o segundo da AGU, José Weber Holanda, e a própria pivô Rose.

Ué?! Por quê? Se Dilma afastou todo mundo e preza a transparência, que deixe que eles falem. Quem sabe um deles não venha a ter redução de um terço da pena, como Roberto Jefferson? Isso, sim, é uma faxina, passando tudo a limpo e garantindo que não continue nem se repita.

É interessante, aliás, como a história de Rose entrelaça novos personagens e outros de velhos carnavais, como o ex-senador Gilberto Miranda e o eterno presidente do PL/PR, Valdemar Costa Neto, réu do mensalão.

Isso só comprova: se é para moralizar, não basta demitir pessoas, é preciso explodir os esquemas.

29 de novembro de 2012
Eliane Catanhêde, Folha de São Paulo

"PROJETO-PILOTO"

Para todos os efeitos, o governador Eduardo Campos não tem nada com isso: a decisão de entrar da disputa pela presidência da Câmara, atrapalhando o rodízio acertado entre PT e PMDB, é da bancada do PSB.

Mas ele não só não fará nada para demover os 32 deputados do seu partido de lançar a candidatura de Julio Delgado, como ficou de consultar Gilberto Kassab sobre a possibilidade de o prefeito de São Paulo liberar os 50 deputados do PSD para também decidirem como melhor lhes convier, deixando de lado o compromisso.

Se Kassab aceitar, começa a fazer água o acordo que até então garantia o líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves, como candidato "natural" e haverá emoções fortes pela frente.

Caso o projeto prospere, o Palácio do Planalto caminhará sobre ovos. Em tese está comprometido com o pacto pelo qual o PMDB sucede o PT no comando da Câmara para o período 2013/2014.

Mas se o PSB - vale dizer, Eduardo Campos - entra no jogo, a coisa complica e põe o governo diante do seguinte dilema: ajudar a eleger o pemedebista e com isso contrariar o PSB ou manter distância provocando desagrado no PMDB.

Sem passar recibo, o governador de Pernambuco estaria na prática fazendo um movimento para testar suas relações com o Planalto. Se houver empenho da Presidência da República no cumprimento do acordo ele interpretará como um sinal de descaso.

Algo assim como se Dilma estivesse pagando o táxi de Eduardo Campos para fora da área de influência governista.

Por ora, o PSB faz o discurso da preservação da lealdade, mas marcando posição de autonomia político-eleitoral. Soa um tanto ambíguo, mas foi o que aconteceu na eleição para a prefeitura do Recife, entre outras cidades nas quais o partido se confrontou com o PT.

Já conversam abertamente com Julio Delgado as bancadas do PV, PTB, PRB, PSC e parte do PDT, o equivalente a cerca de 100 parlamentares. Mais que isso, 174 deputados se reuniram com ele nesta quarta-feira em Brasília, a pretexto da comemoração do aniversário ocorrido há dez dias.

Discretamente, o PSDB estimula a candidatura por intermédio do senador Aécio Neves. Mineiro como Delgado, aliado regional do PSB do prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda, e interessadíssimo em qualquer movimento que possa produzir cizânia na base governista.

Base esta já devidamente dividida quanto a esse assunto, a começar por um dos signatários o acordo, o PT. Também aqui como em tudo nessa disputa, as coisas se passam em duas dimensões: uma no palco, outra no bastidor.

Oficialmente os petistas estão firmes com o acordo, há candidatos na bancada a vice-presidente da Câmara e as declarações públicas são todas de apoio e entusiasmo.

Longe dos microfones, no entanto, não são poucos os deputados petistas que olham com agrado para a possibilidade de o próximo presidente da Casa ser de outro partido.

Ocorre que, pelo critério da maior bancada, o PMDB deve ficar com a presidência do Senado, onde não se fez acordo algum. Se presidir também a Câmara, o partido vai concentrar todo o poder no Congresso. Isso sem contar a vice-presidência da República e os ministérios.

Essa concentração tem servido de argumento ao PSB para fazer ver ao governo que não seria mau negócio deixar que o Parlamento cuide de esvaziar a candidatura de Henrique Alves.

Além de cortar parte das asas do PMDB, daria a Campos um recado de que a aliança para 2014 não está fechada desde já. Claro que não seria uma garantia de nada, embora desse ao governo um ganho de tempo.

A eleição da presidência da Câmara não é fator determinante para a decisão do governador sobre seu rumo, mas se não fosse uma variável importante no processo não haveria necessidade de o PSB dar tal demonstração de autonomia.

29 de novembro de 2012
Dora Kramer, O Estado de São Paulo

MENSALÃO MOTIVA PEDIDO AO SUPREMO PARA ANULAR REFORMA DA PREVIDÊNCIA

Associações usam decisão para pedir ao STF anulação de reforma da Previdência

Entidades alegam que houve 'vício de inconstitucionalidade formal' na aprovação da propost

As associações dos magistrados Brasileiros (AMB) e da Justiça do Trabalho (Anamatra) pediram na última quarta-feira, 28, ao Supremo Tribunal Federal (STF) que anule a Emenda Constitucional que instituiu a segunda etapa da Reforma da Previdência no governo Lula em 2003. As entidades alegam que houve "vício de inconstitucionalidade formal" na aprovação da proposta porque, conforme mostrou o julgamento do mensalão pelo próprio tribunal, houve a compra de apoio político "perpetrado por integrantes do Poder Executivo em face de membros do Poder Legislativo".
A ação foi distribuída por prevenção para o ministro Marco Aurélio Mello relatar, uma vez que ele já cuida desde outubro de outro processo que contesta a lei que criou o Fundo de Previdência Complementar dos Servidores Públicos Federais, o Funpresp. O novo regime de previdência para o funcionalismo público dos Três Poderes, que deve entrar em vigor em 2013, só foi possível ser aprovado graças à emenda constitucional aprovada no primeiro ano do governo Lula e agora contestada pelas duas associações.
"Tornou-se público e notório, a partir do julgamento da ação penal 470, realizado por esse egrégio Supremo Tribunal Federal, que o processo legislativo da PEC 40/2003 que resultou na promulgação da EC n. 41/2003, decorreu de ato criminoso (corrupção) perpetrado por integrantes do Poder Executivo em face de membros do Poder Legislativo, sem o qual não teria sido possível aprovar a Reforma da Previdência número 2", afirmou o advogado Alberto Pavie Ribeiro, na ação.
Na petição inicial, a defesa das entidades cita reportagem de O Estado de S. Paulo de outubro na qual, após os ministros do Supremo terem decidido que deputados venderam seus votos para aprovar projetos de interesse do governo Lula, as propostas - como as reformas tributária e previdenciária - tornaram-se passíveis de contestação no tribunal. Na ocasião, o senador Randolfe Rodrigues (Psol-AP) disse que havia acionado a assessoria jurídica do partido para buscar brechas para contestar as matérias aprovadas.
"Mostra-se necessário, assim, o pronunciamento desse egrégio STF sobre tal matéria, seja para acolher a alegação de nulidade, seja para rejeitá-la, porque o que não pode subsistir é a dúvida sobre a validade dessas normas, após o julgamento da AP 470, pelo menos quanto a Reforma da Previdência", afirmou o advogado, no pedido.
As entidades pedem a concessão de liminar do STF para suspender os efeitos da emenda constitucional e, no mérito, a anulação da reforma da previdência. A medida, por tabela, barraria a entrada em vigor do Funpresp.
29 de novembro de 2012
Ricardo Brito - Agência Estado
 

"MANOBRA ABORTADA"

Atuando como relator e presidente do STF, o ministro Joaquim Barbosa teve que se desdobrar na última sessão do julgamento do mensalão para não deixar que todo o esforço despendido tivesse um anticlímax com a redução da pena do ex-presidente da Câmara, João Paulo Cunha, por uma manobra regimental comandada pelos ministros Ricardo Lewandowski e Marco Aurélio Mello, que tentaram impedir que os cinco ministros que condenaram João Paulo Cunha pudessem fazer a dosimetria da sua pena com relação à lavagem de dinheiro, sob a alegação de que o número mínimo para deliberação é de seis ministros.

A questão de ordem, colocada inicialmente pelo advogado de Cunha, já havia sido rejeitada pelo plenário do STF no início do julgamento, e o presidente Joaquim Barbosa decidiu não aceitá-la monocraticamente, como lhe permite o regimento. Mas o revisor Lewandowski protestou, alegando que a tradição da Corte era deixar que o plenário decidisse.

Criado o impasse, Lewandowski e Marco Aurélio Mello assumiram a paternidade da questão de ordem, o que, pelo regimento, obriga o presidente a transferir ao plenário a decisão.

A situação ficou mais delicada quando o ministro Marco Aurélio explicitou qual era seu entendimento da questão.

Ele simplesmente considerava que havia um empate na questão da lavagem do dinheiro, pois o sexto ministro que condenara João Paulo Cunha era o ex-presidente Ayres Britto, que não deixara registrada a sua dosimetria.

No entender de Marco Aurélio, o voto de Ayres Britto era nulo, pois não fora completado, “uma condenação sem pena”.

Com isso, ele considerava que apenas cinco ministros condenaram Cunha naquele quesito, enquanto outros cinco o absolveram. Com esse empate imaginado por ele, o réu seria beneficiado com a absolvição.

Se vingasse esse malabarismo jurídico, João Paulo Cunha se livraria da cadeia, ficando condenado a regime semiaberto.

Mesmo os que insistiram para que o plenário fosse ouvido, como o ministro Celso de Mello, tinham um entendimento diverso, no sentido de que o juízo condenatório já fora proferido por seis ministros e, portanto, não havia prejuízo possível ao réu, pois o relator determinara pena de três anos.

O impasse imaginado por Marco Aurélio e Lewandowski não se concretizou, pois até ministros que haviam absolvido Cunha, como Rosa Weber e Dias Toffoli, votaram a favor de que os cinco que o condenaram tinham o direito de definir a dosimetria da pena para lavagem de dinheiro, pois o juízo de condenação já fora firmado com o sexto voto do ministro Ayres Britto.

Toffoli foi muito feliz ao lembrar que, se um ministro tivesse morrido depois de condenar um réu e antes de fixar a pena, seu voto não poderia ser anulado como se nunca houvesse sido proferido.

Para surpresa geral, o ministro Marco Aurélio ficou sozinho em sua posição, pois até mesmo Lewandowski, o primeiro a defender que a questão de ordem fosse discutida no plenário, votou a favor da legitimidade da fixação da pena pelos ministros que haviam condenado Cunha, o que dá a entender que mais uma vez ele queria ganhar tempo, impedindo que o Supremo terminasse ontem a definição das penas de todos os réus.

Superadas as manobras protelatórias, o STF tem pendências delicadas para a próxima semana, talvez a última do julgamento.

Joaquim Barbosa propôs a revisão da pena do deputado federal Valdemar da Costa Neto, que, beneficiado por um empate, escapou da prisão em regime fechado no mesmo dia em que aparecia envolvido em outro caso de corrupção.

Joaquim considera que houve erro na análise do caso de Costa Neto, que deveria ter sido condenado pela legislação mais pesada de corrupção passiva, pois seus atos foram consumados até depois da sua promulgação.

Há tendência no STF de fazer essa revisão, para que Valdemar da Costa Neto tenha uma pena equivalente à liderança que teve no mensalão.

Outro caso delicado é o da perda de mandato dos deputados condenados. Para tanto, o Supremo deve cassar os direitos políticos dos deputados, o que levará à cassação automática, bastando apenas que a Mesa da Câmara comunique a decisão do Supremo.

29 de novembro de 2012
Merval Pereira, O Globo

PARA ARMÍNIO, GOVERNO DILMA ESCAMOTEIA REALIDADE DA INFLAÇÃO

Ex-presidente do BC diz adota medidas pontuais para ‘trabalhar’ inflação


Armínio Fraga: inflação está ‘há bastante tempo’ acima do cento da meta
Foto: Fábio Rossi / Agência O Globo
Armínio Fraga: inflação está ‘há bastante tempo’ acima do cento da meta Fábio Rossi / Agência O Globo

O ex-presidente do Banco Central e fundador da Gávea Investimentos, Arminio Fraga, se disse ontem preocupado com os riscos de o governo brasileiro acabar “escamoteando a realidade” da economia brasileira, no longo prazo, com medidas pontuais de controle de inflação. Ele citou subsídios aos combustíveis vendidos pela Petrobras e “possivelmente” as mudanças regulatórias no setor elétrico do país.

— Temos visto o governo adotar medidas pontuais que têm claramente como objetivo trabalhar o índice de inflação. Isso tipicamente provoca problemas macroeconômicos lá na frente, escamoteando a realidade — disse Arminio, para quem “há bastante tempo” a inflação está acima do centro da meta, de 4,5% ao ano.

Em discurso a empresários, após receber um prêmio do Ibef, Arminio disse que houve claras mudanças na condução da política econômica, que seria agora de “micromecanismos de administração e incentivo à demanda, especialmente ao consumo e ao emprego”.

Câmbio semifixo é prejudicial

Ele alertou para o risco de o governo não “entregar o desenvolvimento” que o Brasil precisa a longo prazo.

— Esse é o modelo que não tem conseguido viabilizar os investimentos que precisamos, principalmente na infraestrutura, que é uma emergência nacional. Mas estou falando que é um risco, não estou tirando uma conclusão. Estou torcendo para que dê certo.

Arminio listou uma série de intervenções que o governo realizou em setores da economia — como no bancário e no portfólio de investidores estrangeiros — para exemplificar a mudança da política do governo. E criticou incentivos fiscais.

— É um modelo que, usando incentivos descriminatórios, cria talvez mais distorções do que soluções — avaliou.

Para ele, existe menos comprometimento com o tripé econômico — equilíbrio fiscal, metas de inflação e câmbio flutuante. No câmbio, área em que houve recentes intervenções, Arminio disse que regimes “semifixos” de taxa são prejudiciais para o setor privado, que fica sem saber “muito bem do que tem ele que se proteger”.

— Espero não estarmos indo nessa direção. Mas é prematura qualquer conclusão sobre o abandono do tripé. Qualquer governo que não consiga controlar a inflação vai pagar um preço político enorme.

Procurados, o Ministério da Fazenda e o BC não comentaram as declarações.

29 de novembro de 2012
Bruno Villas Bôas - O Globo

UM POUCO DO JORNALISTA JOELMIR BETING

                      
                          Morre o jornalista Joelmir Beting

Morreu à 1h desta quinta-feira, em São Paulo, aos 75 anos, o jornalista paulista Joelmir Beting.
Internado há mais de um mês no Hospital Albert Einstein, Beting estava em estado de coma, decorrente de um acidente vascular encefálico hemorrágico, ocorrido no último domingo (25) e respirava com auxílio de aparelhos.
Beting passava por um tratamento para combater uma doença autoimune desde 22 de outubro.
O velório do jornalista irá ocorrer a partir das 8h no cemitério do Morumbi, na zona oeste de São Paulo. O enterro será no mesmo local, às 14h.
Nascido em Tambaú (SP), a 255 quilômetros da capital paulista, Beting foi um dos pioneiros da imprensa econômica brasileira.
Sua coluna diária, lançada em 1970 na Folha, foi publicada durante 34 anos em mais de 50 jornais de todo o país.
Beting também inaugurou o comentário econômico para a rádio e a televisão, com colaborações nas emissoras Record, Bandeirantes, Globo, TV Gazeta e Globonews.
Desde 2004, o jornalista participava do "Jornal da Band", na TV Bandeirantes.
Ao usar linguagem simples e clara para tratar de temas áridos de economia e finanças, Beting ficou conhecido pela capacidade de "traduzir" o jargão econômico para o público em geral.
Ao fugir do economês, foi chamado por alguns críticos, principalmente do meio acadêmico, de "Chacrinha da economia".
A alcunha não o incomodava. "Não falo para a dona de casa, mas para a empregada dela", costumava afirmar o jornalista, formado em sociologia pela USP (Universidade de São Paulo).
 
29 de novembro de 2012
Folha de São Paulo
 

"BRASILEIRO É PRECONCEITUOSO, O ESPELHO INCOMODA."

ENTREVISTA: GLÓRIA PEREZ
Marlene Bergamo/Folhapress
A autora em sua casa, no Rio
A autora em sua casa, no Rio
Para Gloria Perez, autora de "Salve Jorge", as críticas à novela revelam preconceito. Em entrevista à coluna, ela diz que não dá para comparar o Complexo do Alemão com o Divino, de "Avenida Brasil". A seguir os principais trechos da conversa.
Folha - O que você acha das comparação de "Salve Jorge" e "Avenida Brasil?

Gloria Perez - Uma bobagem. Comparar o Complexo do Alemão com o Divino é uma insanidade. Não se compara subúrbio com favela. Vida de subúrbio é cadeira na calçada, venda do vizinho. A carta chega à sua casa. Na favela, carteiro não sobe. É isso que retrato.
"Avenida Brasil" também retratou a classe C?
Lá era um subúrbio idealizado. É uma ficção. "Salve Jorge" é a favela real. Por isso, menos palatável. São enfoques e propostas completamente diferentes.
E as críticas à protagonista?
É preconceito con­tra as meninas dessa origem. Elas vivem isso no cotidiano. Não são periguetes. Na favela, essa maneira de vestir não está atrelada a um comportamento como no asfalto. Elas tiveram acesso ao mercado, ao crédito. Agora, estão podendo comprar e construir seu próprio estilo.
O que acha de Nanda Costa?
Nanda é uma atriz intensa, cheia de nuances. É a Morena que imaginei. A garota do subúrbio é palatável, está sempre nas novelas. A da favela, não. Morena é exata­mente uma menina do Alemão. Isso assusta. Quem representa esse estranhamento é dona Áurea [Suzana Faini], a mãe do Théo [Rodrigo Lombardi]. Brasileiro é pre­conceituoso. Dona Áurea expressa algo bem característico nosso: "Com meu filho, não". Compreendo as reações. O espelho in­comoda.
Ela estaria um tom acima?
Morena não tem que baixar o tom. Ela se criou no meio de tiro­teio. Na favela tudo é luta. Ela está sempre alerta para se defender. Quando sai de casa pode vir uma bala de cada lado, da polícia ou do traficante. Quando vai para o asfalto é sempre olhada com desconfiança, como se fizesse parte da bandidagem. Ela precisa ter marra para sobreviver.
O que mais Morena espelha?
Ela não abaixa a cabeça. O preconceito não a faz se sentir menor. Ela não tem culpa de ter crescido num espaço que o Estado não ocupou e deixou entregue ao comando do crime. Ela diz: "Não importa de onde a pessoa venha, importa aonde ela chega". Acho bonito esse orgulho de ser o que é.
Mostra também a vaidade?
No começo, eu li que a Morena estava arrumada demais para uma garota do morro. Mas lá é assim. Vi no Twitter de uma moradora da favela um comentário rebatendo as críticas: "A gente já não tem nada, querem também que não tenha unha nem cabelo?". São centenas de cabeleireiros no Alemão. A vaidade é uma forma de sair daquele mundo. A aparência é o passaporte para um emprego melhor, uma aceitação maior para além dos limites da favela. Então, Elas investem nisso.
Não é só sofrimento?
O cinema brasileiro sempre explorou o mundo da favela como algo triste. Só era ale­gre no Carnaval. Depois é "lata d'água na cabeça". Mas as mulheres da favela não são assim. Nem gostam de ser vistas assim.
 
29 de novembro de 2012
Mônica Bergamo - Folha de São Paulo

PORTO SEGURO: SITE DA BRASILPREV FAZ "MÁGICA" PARA DESCOLAR MARIDO DE ROSEMARY DE LUIS ADAMS

 


Manobra radical – O potencial explosivo da Operação Porto Seguro no interior da Presidência da República é tão grande e devastador, que na quarta-feira (28) até o Banco do Brasil foi acionado para mudar seu site e demitir um conselheiro da Brasilprev que não é citado na investigação da Polícia Federal.

Tudo porque José Cláudio de Noronha, ex-marido de Rosemary Nóvoa de Noronha – a chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo demitida após ser acusada de integrar a quadrilha criminosa – constava no site da Brasilprev como suplente do Advogado Geral da União, Luis Inácio Adams, no conselho de administração do órgão.

No meio da tarde, Noronha figurava na página da Brasilprev como suplente de Adams. No início da noite, o marido de Rosemary passou a ser suplente de Alexandre Côrrea Abreu.
Por outro lado, Paulo Roberto Lopes Ricci foi deslocado para suplente do Advogado-Geral da União. Pouco depois, o Banco do Brasil anunciou o desligamento de Noronha do conselho, mas até o fechamento desta matéria seu nome ainda constava do conselho da Brasilprev.

“Essa operação de guerra para proteger o Advogado Geral da União é no mínimo suspeita. Se o ex-marido de Rosemary não é citado pelo esquema, por que afasta-lo? A mudança urgente no site da Brasilprev também gera desconfiança.
Adams realmente terá muito o que explicar quando comparecer ao Congresso na próxima semana.

Não bastasse a ligação com seu ex-adjunto José Weber Holanda, indiciado pela Polícia Federal na Operação Porto Seguro, agora vem esse caso nebuloso que precisa ser esclarecido”, cobrou o líder do PPS, deputado federal Rubens Bueno.

Antes de ser afastado, Noronha recebia salário de R$ 3.300,00. Os titulares, caso de Adams, recebem R$ 6.600,00 para participar das reuniões, que não passam de uma por mês.
O ex-marido de Rosemary também ocupa cargo de assessor especial da Infraero desde 2005.
A Brasilprev é presidida por Ricardo Flores, ex-presidente da Previ, amigo de Rose.

29 de novembro de 2012
ucho.info

 

... E A CORRUPÇÃO NÃO PARA

 


Depois de anos de espera e denúncias comprovadas e, ainda com o bom desempenho (até agora) do STF em julgar e condenar os réus do mais famoso e triste caso da corrupção no governo Lula, tudo parecia ter sido mudado de alguma maneira.

Mas não é o que está acontecendo. Novo escândalo divulgado. Ações realizadas pela Policia Federal descobriram atuações ilegais de gente importante que sempre fez parte do governo do presidente. Aquele que tanto havia prometido ao povo no sentido de erradicar a corrupção e levar o país a novos rumos.

Mas o então presidente cometeu um erro imperdoável. Simplesmente dizendo que de nada sabia, foi acobertando os amigos e aliados e deixando para esquecimento os mal feitos deles. Pena que, a par de progressos conseguidos em várias atividades no país, o fator corrupção prosseguiu sempre e parece cada vez mais forte.

Desde o primeiro episódio, o do Waldomiro Diniz – amigo do Dirceu – faltaram providências imediatas e corretas para corrigir o desastre. Logo depois, o escândalo com filme mostrando funcionário embolsando milhares de reais em dinheiro. Quiseram culpar o chefe do partido que dirigia os correios, mas ele resolveu contar o que sabia.

De novo Lula repetia a frase: “Eu não sabia”. Os deputados Dirceu e Jefferson foram cassados por determinação de Lula achando que com isso o assunto se encerraria. O tempo foi passando, provas mostradas, CPI instalada etc..
Conclusão do presidente: “Sinto-me traído”. Um importante político – hoje governador de Goiás – procurou pessoalmente o presidente para denunciar as falcatruas.
De novo ele se calou. Apenas guardou na memória o ódio do denunciante a ponto de agora determinar uma CPI – a do Cachoeira – para tentar se vingar dele.

Falando nisso, a conclusão da tal CPI vai virar um tipo de “saco sem fundo” com nova exigência dos partidários do governo para denegrir imagem de jornalistas decentes e do procurador geral. Quase conseguiram não fosse a ação governamental e da parte ainda com alguma consciência da oposição. O relator foi obrigado a voltar atrás. Tudo parece indicar um final em pizza.

Mas voltemos ao assunto atual. Novo escândalo. Desta vez na representação do governo federal em São Paulo.
 O relatório da operação Porto Seguro da Policia Federal é impressionante. Pelo jeito até pior que o mensalão. Tudo foi exposto graças a um dos funcionários se arrependeu da participação no esquema (de ontem recebeu 100 mil reais e logo receberia mais 200) e entregou todos à polícia.

Diferentemente de Lula, a presidente Dilma se chocou. De imediato retomou a faxina que havia feito no início do seu mandato. Demitiu os envolvidos e decidiu por uma investigação rigorosa.

Até encerrou as atividades da representação paulistana. Dificilmente vai conseguir resolver isso tudo, pois gente do governo – aparentemente aliados e subalternos a ela – de algum modo vai blindar os elementos para que tudo seja escondido sob o tapete. Para isso terão que impedir que uma das principais figuras do escândalo, a Rosemary, resolva contar o que sabe. Ela já disse a frase “não vou cair sozinha”. Tudo indica, a levar em conta o tamanho da fortuna envolvida no caso que futuramente – dentro de uns 6 ou 7 anos, como no caso do mensalão – o STF terá novo desafio com novo trabalho para julgamento e condenações.

Falando em condenações e cumprimento de penas, o ministro revisor (Lewandowski) já fala em recursos e não acredita em prisões. Isso realmente preocupa muito a parte esclarecida da nação. Pior ainda e, se realmente acontecer tudo estará perdido, será a manutenção dos mandatos dos dois deputados condenados nesta semana.
O João Paulo Cunha e o Waldemar. Como poderão continuar deputados com as fichas sujas? Será que também o STF vai amolecer com essa gente? Esperamos que não…

29 de novembro de 2012
Plínio Zabeu

LULA APUNHALA NORDESTINO PELAS COSTAS

 

Em abril de 2010, o ainda presidente Luiz Inácio Lula da Silva, num de seus inúmeros arroubos de megalomania, respondeu a um leitor, do Blog do Planalto, que cobrava informações sobre a


transposição: “Para falar apenas da transposição, que você citou, sabe quando surgiu a proposta? Em 1847, época do Império. De lá para cá, vários governos elaboraram estudos, projetos, mas nada saiu do papel. As obras só tiveram início em nosso governo. São dois canais: o Eixo Norte e o Eixo Leste.
 
O primeiro levará água por 400 km aos sertões de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte e tem 24% das obras já realizadas. O Eixo Leste, com 220 km, vai levar água às regiões agrestes de Pernambuco e Paraíba.

Obras realizadas: 41%; conclusão: 2010. Como diz um provérbio chinês, “uma caminhada de mil léguas começa com o primeiro passo”. E nós temos o orgulho de, após mais de um século e meio de protelações, ter dado o primeiro passo e muitos outros no rumo da concretização deste sonho”.

O sonho prometido pelo inconseqüente Lula, transformou-se em terrível pesadelo. A transposição livraria dos efeitos da seca cerca de 12 milhões de sertanejos, levando água do Rio São Francisco a quase 400 municípios de quatro estados.

Pela previsão inicial, a obra já deveria estar pronta, mas avançou apenas 43%, de acordo com o Ministério da Integração Nacional.
Menos de um mês antes de deixar o cargo, Lula falou sobre o prazo de conclusão da obra.
“Está previsto a gente inaugurar definitivamente a obra até 2012, o que será a redenção da região mais sofrida do nordeste brasileiro. E o povo do Nordeste vai poder decidir a utilização dessa água”.

Mas um papo furado presidencial. A obra parou e parte do serviço já realizado (retirada da mata e a escavação do canal) vai precisar ser novamente executada. Atualmente, as obras de construção civil estão paradas em seis dos 14 lotes da transposição. Em quatro deles, os contratos com o governo foram rompidos. Os consórcios alegam que o valor da licitação é menor do que o custo real.

Na realidade ninguém sabe quando, e se vai ficar pronta essa obra, que só teve pressa para começar, pois visava as eleições em que Dilma saiu vencedora com 68% dos votos válidos na região.

A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, deu um novo prazo para a conclusão da obra, pedindo que as pessoas não percam a confiança. “Aquele pessoal tem fé. A água vai chegar, sim, em 2015”.
O PT que era o dono da honestidade e da ética, hoje se transformou no principal distribuidor de maldades contra o povo brasileiro.

29 de novembro de 2012
Giulio Sanmartini

(1) Fotomontagem: Lula num dos canais da transposição e uma das pessoas apunhaladas por ele.
(2) Texto de apoio: Dyelle Menezes.


 

PORTO SEGURO: EX-MARIDO DE ROSEMARY E REPRESENTANTE DO MEC TERÃO DE EXPLICAR DIPLOMA FALSO

 

Confusão sem fim – O líder do PPS na Câmara, deputado federal Rubens Bueno (PR), apresenta nesta quinta-feira (29), na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle, requerimentos para ouvir José Claudio Noronha, ex-marido de Rosemary Nóvoa de Noronha, e um representante do Ministério da Educação (MEC).

O partido quer esclarecer o esquema montado no MEC para validar um diploma falso do companheiro da ex-chefe de gabinete da Presidência da República.

A falcatrua permitiu que José Cláudio fosse nomeado para o conselho de administração de duas empresas do Banco do Brasil: a BB Seguros e a Brasilprev.

Toda a operação foi intermediada pelo ex-diretor da Agência Nacional de Águas (ANA), Paulo Vieira, que assim como Rosemary é apontado pela Polícia Federal como chefe da quadrilha que pagava propinas para fraudar pareceres em diversos órgãos do governo federal, visando beneficiar empresas privadas e políticos.

O caso foi revelado nesta quinta-feira pelo site da revista Veja.
José Claudio Noronha é mais um elo do esquema criminoso que atingiu a Presidência da República.
Por meio de tráfico de influência da quadrilha, ele conseguiu uma vaga de suplente do Advogado Geral da União, Luís Adams, no Conselho da Brasilprev.

Após a imprensa procurar o Banco do Brasil para esclarecer o caso, o ex-marido de Rosemary foi afastado. Além da vaga nos dois conselhos, ele também é secretário especial da Infraero em São Paulo.

“Nós já pedimos a convocação de Rosemary e agora queremos ouvir seu ex-marido, que foi claramente beneficiado pelo esquema criminoso. Essa quadrilha não tinha limites. Para conseguir boquinhas no governo valia até falsificar diploma de ensino superior e usar a estrutura do MEC. Esperamos que nossos pedidos sejam aprovados na próxima semana pela comissão”, afirmou o líder do PPS.

Rubens Bueno lembrou também que todo o esquema envolve pessoas intimamente ligadas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Rosemary é íntima de Lula, com quem trabalhou desde 2003. Agora sabemos que ela conseguiu apoio do MEC, na época comandado pelo prefeito eleito de São Paulo, Fernando Haddad, para chancelar um diploma falso de seu ex-marido.

Com isso, arrumou vagas para ele em conselhos do Banco do Brasil controlados pelo PT. Isso mostra que para os petistas não existem escrúpulos quando o objetivo é aparelhar o estado”, finalizou o deputado.

29 de novembro de 2012
ucho.info
 

ESCORREGADA DE LUIZ FELIPE SCOLARI CONSTRANGE O BANCO DO BRASIL



Bola fora – Qualquer declaração polêmica de uma figura pública se propaga com enorme facilidade por praticamente todos os veículos. Imagine, então, quando essa notícia é dada pelo técnico da seleção brasileira de futebol em sua primeira coletiva de imprensa.

Ao comentar a pressão que é exercida em sua profissão, Luis Felipe Scolari gerou uma saia justa muito grande com o Banco do Brasil, o maior anunciante de setor bancário brasileiro. “Se não quiser pressão, vai trabalhar no Banco do Brasil, senta no escritório e não faz nada”, afirmou o técnico.

A empresa se posicionou em relação à declaração, disse lamentar a nota e que espera que Felipe se inspire nas conquistas da seleção brasileira de vôlei, que é patrocinada pelo Banco do Brasil.

“O Banco do Brasil lamenta o comentário infeliz do técnico Luis Felipe Scolari e afirma que se orgulha por contar com 116 mil funcionários que todos os dias vestem a camisa do Banco, com as cores do Brasil, e trabalham com dedicação e compromisso para atender com excelência às necessidades de nossos clientes e do nosso país”, afirmou o BB, em comunicado. (Do AdNews)

Confira abaixo a íntegra da nota do Banco do Brasil

“O Banco do Brasil, junto com todo o povo brasileiro, deseja boa sorte ao técnico Luís Felipe Scolari em seu novo desafio à frente da Seleção, e torce para que as grandes conquistas do vôlei brasileiro, patrocinado pelo BB há mais de 20 anos, inspirem o trabalho da Seleção.

Entrentanto, o Banco do Brasil lamenta o comentário infeliz do técnico Luis Felipe Scolari e afirma que se orgulha por contar com 116 mil funcionários que todos os dias vestem a camisa do Banco, com as cores do Brasil, e trabalham com dedicação e compromisso para atender com excelência às necessidades de nossosclientes e do nosso País.

Para a família BB, planejamento, respeito e organização são os segredos para uma estratégia de sucesso que transforma a pressão do dia-a-dia em motivação para as conquistas e para o apoio ao desenvolvimento do Brasil.”

29 de novembro de 2012