"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sexta-feira, 28 de setembro de 2012

O MEU QUEBRA-CABEÇA


Sou fascinada por jigsaw puzzles. Sempre fui. Só larguei os puzzles ao me apaixonar pelo Blog do Noblat. Viciada em leitura de jornais, foi fácil viciar no blog. Mas desconfio que vou começar a dividir meu tempo entre o blog e os puzzles...

A Alzheimer Society of Canada declarou que montar puzzles é uma das atividades que pode ajudar a manter o cérebro ativo e contribuir para a redução do risco do desenvolvimento dessa doença que tanto nos assombra.

Como fazer para atender às duas atividades das quais tanto gosto, ambas úteis?
Já sei. Onde é que eu vivo? No Brasil. Aqui, neste paraíso onde Deus pintou e bordou, o que não falta é assunto e peças a serem encaixadas.

As peças, virtuais, podem ser mais de 100 mil. Não ocuparão espaço em minha casa, só em minha cuca. Não tenho a imagem na tampa da caixa porque as peças não estão em uma caixa. Tenho a imagem que sonho, mas não a imagem que será formada.
Pego um monte de pecinhas e começo.

* Jovem petista, instruído e educado, disse numa rede social que Haddad foi o melhor Ministro da Educação do Brasil!

* Em encontro com estudantes, Haddad, Lula ao lado no palanque, sugeriu ao tucano Aécio Neves que vá estudar, caso queira concorrer à Presidência.

* Haddad saiu do ministério declarando que seu Programa Brasil Alfabetizado alfabetizara 13 milhões de brasileiros desde 2003.

* O censo do IBGE diz que ainda temos 13,9 milhões de analfabetos jovens, adultos e idosos.

Sem encaixe, troco as peças.

* Lula no Planalto dizia que um pai, no quarto, não é obrigado a saber o que o filho faz na sala.

* Lula na planície diz que “Na nossa casa, quando algum filho é suspeito de cometer algum erro, nós investigamos, não culpamos o vizinho, como eles costumam fazer".

* Lula não culpa os vizinhos; mas acha que os indeterminados “eles” culpam".

* Lula saiu do governo jurando que ia provar que essa história de mensalão é uma farsa.

* Lula, a respeito do mensalão, ontem disse que os petistas ‘Não têm que ficar com vergonha. No nosso governo, as pessoas são julgadas e apuradas. No deles, se escondiam".

Cadê a pecinha do “Lula e os indeterminados "eles”? Ah, aqui está. Essa já encaixa com outras duas do Lulão.

* O ministro Joaquim Barbosa anda nervoso. Por que será? Afinal, seu trabalho de cinco anos valeu a pena e suas dores excruciantes não são nada perto do reconhecimento do Brasil e de seus pares.

* Pelo regimento do STF, Barbosa é o próximo presidente do tribunal.

* Marco Aurélio Mello, para sempre primo do Collor, insinua que Barbosa não tem condições de ser o presidente porque é malcriado.

* Já Lewandowski, que tomou muito chá em criança, é polidíssimo. Fala baixinho e é sempre suave.

* Lewandowski revisou tanto o relato do colega que descobriu que o PTB usou parte da bolada que recebeu para comprar um apartamento para a namorada de um político, já falecido.

* Lewandowski é tão educado que fez questão de dar o nome completo da moça, de seu pai e de onde ela trabalha. Uma flor o Lewandíssimo.

Sensacional, seis peças encaixadas!

Sabe de uma coisa? Este tipo de puzzle é muito melhor que o tradicional. Muitas peças novas diariamente! É super divertido. Virei fã.
Sei que corro um grande risco: vir um audacioso mexer no tabuleiro...
Darei notícias na próxima sexta.

28 de setembro de 2012
Maria Helena RR de Sousa

VOTAR É UM PRAZER...

(HILARIANTE) FRASE DO DIA

"Se juntarem todos os presidentes da história do Brasil, vocês vão ver que eles não criaram instituições para combater a corrupção como nós criamos em oito anos. Sintam orgulho porque se tem uma coisa que fizemos, foi criar instrumentos para combater a corrupção."


Lula, ao dizer que o PT tem que se orgulhar por ter julgado e condenado pessoas envolvidas em escândalos de corrupção.

28 de setembro de 2012

AS ÚLTIMAS DO ANEDOTÁRIO "POLÍTICO" BRASILEIRO PESCADAS NO SANATÓRIO GERAL III

Ah, bom!

“Perguntem ao apóstolo Estevam Hernandes ou ao bispo Edir Macedo o preço que eles pagam”.

Marcelo Crivella, ministro da Pesca, ensinando que os chefes da Renascer e da Universal/Record estão na mira da Justiça do Brasil e de outros países porque chefiam igrejas evangélicas, não por atropelarem a lei, a moral e os bons costumes com frequência e ferocidade.

Besta quadrada (7)

“O partido foi vítima de uma ação orquestrada pela mídia”.

José Guimarães, deputado federal (PT-CE), padrinho do assessor que guardava dólares na cueca, sobre o escândalo do mensalão, uma tremenda roubalheira orquestrada pela quadrilha de que fez parte seu irmão José Genoíno.

Besta quadrada (6)

“Se trata mais uma vez se um ataque sistemático à democracia brasileira e, principalmente, à democracia social implantada pelo governo do PT”.

André Vargas, deputado federal (PT-PR) e secretário nacional de comunicação do partido, sobre a reportagem de VEJA que divulgou as mais recentes revelações de Marcos Valério, explicando que a democracia social à brasileira, implantada pela companheirada, é incompatível com a verdade.

28 de setembro de 2012
Augusto Nunes

IMAGEM DO DIA

Participante da oitava convenção de tatuagem de Londres, na Inglaterra
Participante da oitava convenção de tatuagem de Londres, na Inglaterra - Adrian Dennis/AFP
 
28 de setembro de 2012

DISSIDENTE CHINÊS PEDE ASILO EM MUNDO DE SÉRGIO CABRAL


Dissidente chinês pede asilo em mundo de Sérgio Cabral

Cego, Chen confundiu uma garrafa de Cheval Blanc com um pequeno hidrante. Sérgio Cabral não ligou e mandou superfaturar.

YOUTUBE – O dissidente cego chinês Chen Guangcheng deixou a embaixada americana por estar convencido de que os Estados Unidos não apresentam condições mínimas para um exílio libertino e picante. A informação foi transmitida às agências internacionais pela esposa de Chen, Yuan Weijing, que ao cabo da coletiva perguntou aos jornalistas se porventura algum deles teria o telefone de Fernando Cavendish. “Chen quer muito ir a festa no Ritz para por guardanapo na cabeça”, declarou Yuan, com a voz embargada.

A Secretária de Estado americana, Hillary Clinton, confirmou que, durante a breve estadia na embaixada americana de Beijing, o dissidente, meio entediado, ocupava-se em surfar a internet quando, meio ao acaso, deu com o clipe do jantar de Sérgio Cabral num hotel de luxo em Monte Carlo. “O senhor Chen ficou bastante impressionado com o clima titilante do evento, e de pronto concluiu que um país no qual governantes ordenam seus parceiros da iniciativa privada a se darem beijos de língua na boca é decerto o lugar ideal para passar os próximos dez anos”, disse Hillary, aduzindo que, caso Cabral tenha lugar para mais um, ela também gostaria de emigrar.

Chen Guangcheng pulou o muro da embaixada americana e saiu correndo pelas ruas de Beijing atrás da legação diplomática do Estado do Rio de Janeiro, onde pretendia pedir santuário e um beijo na boca. Perdido pela cidade, foi preso pelas autoridades chinesas com certa facilidade.

Só mais tarde lhe disseram que a embaixada fluminense está localizada na adega da representação francesa, onde, inclusive, à mesma hora, realizava-se uma saturnália promovida por Fernando Cavendish em comemoração à licitação vencida pela Delta para instalar caça níqueis dentro do Presidium do Partido Comunista Chinês.

O Premie Hu Jintao nega ter mantido conversas com o bicheiro Carlinhos Cachoeira. Causou estranheza, entretanto, sua foto ao lado da primeira-dama do Estado do Rio, Adriana Ancelmo, exibindo a sola vermelha de um salto agulha Christian Louboutin que acabara de comprar em Paris.


28 de setembro de 2012
The i-Piaui Herald

SÉRGIO CABRAL ANUNCIA BRT LIGANDO RIO A PARIS


Sérgio Cabral anuncia BRT ligando Rio a Paris

Em seu programa de TV, Eduardo Paes mostra novo visual despojado

LEBLON - Em parceria com Eduardo Paes, o governador Sérgio Cabral convocou uma coletiva de imprensa no restaurante Antiquarius para anunciar a construção do primeiro BRT internacional. "Em caráter experimental para a Copa do Mundo, vamos criar uma linha BRT exclusiva integrando, sem escalas, o Rio a Paris. Caso dê certo, novas linhas rápidas integrarão a cidade à Ilha de Capri, Mikonos, Dubai e Miami".

O jantar marcou o reencontro entre o prefeito e o governador, que não haviam sido visto juntos desde o início da campanha eleitoral.

Durante a cerimônia, por descuido, Paes derrubou uma taça de champagne em cima da mesa. Cabral tirou o gardanapo da cabeça e limpou prontamente a sujeira.

Em resposta, Marcelo Freixo prometeu lançar o "Trem das Cores", um sábio projeto integrando todos os artistas de MPB que moram na Zona Sul.

28 de setembro de 2012
The i-Piaui Herald

"O PT NA HORA DO LOBO"

 
A Hora do Lobo é um filme de Ingmar Bergman. Os antigos a chamavam assim porque é a hora em que a maioria das pessoas morre... e a maioria nasce. Nessa hora os pesadelos nos invadem, como o fizeram com o personagem Johan Borg, interpretado por Max von Sydow.


Como projeto destinado a mudar a cultura política do País, o PT fracassou no início de 2003. Para mim, que desejava uma trajetória renovadora, o PT sobrevive como um fósforo frio.
Entretanto, na realidade, é uma força indiscutível. Detém o poder central, ocupou a máquina do Estado, criou um razoável aparato de propaganda e parece que o dinheiro chove em sua horta com a regularidade das chuvas vespertinas na Floresta Amazônica.

Mas o PT está diante de um novo momento que poderia levá-lo a uma crise existencial, como o personagem de Bergman, atormentado pelos pesadelos. Pode também empurrá-lo mais ainda para o pragmatismo que cavou o abismo entre as propostas do passado e a realidade do presente.

O PT sempre usou duas táticas combinadas para enfrentar as denúncias de corrupção. A primeira é enfatizar seu objetivo: uma política social que distribui renda e reduz as grandes desigualdades nacionais. Diante dessa equação que enfatiza os fins e relativiza os meios, alguns quadros chegam a desprezar as críticas, atribuindo-as às obsessões da classe média, etiquetando-as como um comportamento da velha UDN, partido marcado pela oposição a Getúlio Vargas e pela proximidade com o golpe que derrubou João Goulart.

A segunda é criar uma versão corrigida para os fatos negativos, certo de que a opinião pública ficará perdida na guerra de versões. Esta tática é a que enfatiza o desprezo da política moderna pelas evidências, como se o confronto fosse uma guerra em que a verdade é vitimada por ambos os lados.

Acontece que essa fuga das evidências encontra seu teste máximo no julgamento do mensalão.
O ministro Joaquim Barbosa apresenta as acusações com grande riqueza de detalhes. As teses corrigidas foram sendo atropeladas pelos fatos. Não era dinheiro público? Ficou claro que sim, era dinheiro público circulando no mensalão. Ninguém comprou ninguém, eram apenas empréstimos entre aliados. Teses que se tornam risíveis diante da origem e do volume do dinheiro. O PT salvando o PP de José Janene, Pedro Correa e Pedro Henry da fúria dos credores?

O relatório de Joaquim Barbosa apresenta o mensalão como uma evidência reconhecida pela maioria do Supremo, dos órgãos de comunicação e dos brasileiros. Como ficará a tática do PT diante dessa realidade? Negar a evidência? É um tipo de reação que, mesmo em tempo de prosperidade econômica, não funciona quando os fatos são inequívocos.

Ao longo de minhas viagens observei que o mensalão não havia afetado as eleições municipais. Mas o processo está em curso. Algumas cidades já estão afetadas, como São Paulo e Curitiba. Nesta ocorre algo bastante irônico: o candidato Gustavo Fruet (PDT) é acusado de ter o apoio do PT e por isso perde votos. Fruet foi um dos deputados que investigaram o mensalão na CPI dos Correios.

A reação do PT diante da possível condenação de seus líderes vai ser decisiva. Encontrará forças para reconhecer seu erro, aceitar o julgamento do STF e iniciar um processo de autocrítica? Tudo indica que não. A teoria conspiratória domina suas declarações. O mensalão foi uma invenção da mídia golpista, dizem alguns.

Na nota dos partidos aliados, que deviam ser chamados de partidos submissos, acusa-se uma manobra da oposição, como se tudo isso tivesse sido construído por ela, que descansa em berço esplêndido.

Numa entrevista raivosa, um dos réus, Paulo Rocha (PT-PA), alega que as denúncias do mensalão ocorrem porque Lula abriu o mercado brasileiro aos países árabes. A tese conspiratória é tão clássica que os judeus não poderiam ser esquecidos.

O ex-presidente Lula parece viver realmente a hora do lobo. Percorre o Brasil atacando adversários e diz que, tal como venceu o câncer, vai derrotar os candidatos de oposição. Se o ressentimento e o rancor brotam com tanta facilidade dos lábios do líder máximo, o que esperar do exército virtual de combatentes pagos para atirar pedras?

Este é um momento crítico na história do PT. Deve contestar estas evidências com a mesma eloquência com que contestou outras. Mas as de agora são transmitidas ao vivo, foram submetidas ao exame de ministros do Supremo, estão coalhadas de fatos, depoimentos, provas.

Ao contestar as evidências o PT não inventa um caminho. Paulo Maluf foi acusado durante anos de desviar dinheiro para o exterior e sempre negou. A condenação e a eventual prisão de líderes não afastam o PT do poder, mas transformam o encontro nos jardins da casa de Maluf em algo mais que uma simples oportunidade fotográfica. O PT não só verteu milhões para os caixas do partido Maluf, como aceitará a tática malufista de negar as evidências, mesmo quando são esmagadoras.

Em defesa de Maluf pode-se dizer que ele nunca prometeu a renovação ética da política brasileira. Usa apenas um mesmo e fiel assessor de imprensa para rebater críticas nos espaços de cartas de leitores. Descendente de árabes, Maluf jamais, ao que me consta, culpou uma conspiração sionista por sua desgraça. Sempre foi o Maluf apenas, sem maiores mistificações.

Montado numa máquina publicitária, apoiado por uma miríade de intelectuais, orientado por competentes marqueteiros, o PT viverá em escala partidária a aventura individual de Maluf: negar as evidências.
Até o momento nada indica que assumirá a realidade. Seu caminho deve ser negar, negar, como o marido infiel nas peças de Nelson Rodrigues - por sinal, o inventor da expressão "óbvio ululante".

O mensalão não é um cadáver no armário, invenção de opositores ou da imprensa. Nasceu, cresceu e implodiu nas entranhas do governo. É difícil sentar-se em cima dos fatos. Ele são como uma baioneta: espetam.

17 de setembro de 2012
Fernando Gabeira, O Estado de São Paulo

"A HORA H"

 Semana que vem o julgamento do mensalão vai pegar fogo. Dentro e fora do Supremo Tribunal Federal, onde começará a ser examinada a parte da denúncia relativa aos personagens que põem o PT direta e nominalmente no banco dos réus: José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares.

Até agora só desfilaram coadjuvantes naquela passarela. Operadores financeiros, facilitadores de negócios, espertalhões, aprendizes e professores de feiticeiros.

Gente permanentemente conectada na oportunidade de levar alguma vantagem, para a qual importa pouco quem esteja no comando. Basta que os comandantes liberem a livre navegação pelas águas do poder.

Esse pessoal já está condenado, sem despertar grandes suscetibilidades. A reação às condenações diz respeito ao indicativo de que podem também alcançar os réus que de fato interessam - os representantes mais graduados, entre os citados na denúncia, do projeto beneficiário do esquema de financiamento.

Pois é a partir daí é que os ânimos realmente se acirram.

Quem se espanta com divergências entre ministros do Supremo ou se apavora com o tom mais incisivo de um ou de outro não leva em conta as implicações de uma decisão colegiada envolvendo legislação, doutrina, agilidade de raciocínio, capacidade de encadeamento lógico e muito conhecimento acumulado em trajetórias jurídicas distintas entre si.

De outra parte, quem vê despropósito na acusação de que o STF funciona como tribunal de exceção a serviço de uma urdidura conspiratória, não sabe o que é o furor de uma fera ferida.

Muito mais além do que já houve ainda está para acontecer.

Os ministros do Supremo vão discutir dura, detalhada e por vezes até asperamente todos os aspectos do processo, dos crimes imputados aos réus e das circunstâncias em que foram ou não cometidos, para mostrar as razões pelas quais condenam ou absolvem.

Nada há de estranho, inusitado ou inapropriado nisso. Não é nos autos que os juízes falam? Pois estão falando neles e deles. É o foro adequado para a discussão. Se a interpretação da lei não fosse inerente à função do magistrado, um bom programa de computador que cruzasse a legislação com as acusações daria conta do recado.

Descontados excessos de rispidez de um lado (do relator) e exageros na afetada afabilidade de outro (do revisor), os debates são apropriados e indispensáveis em caso de alta complexidade e grande repercussão como esse.

A peculiaridade aqui é o conflito de temperamentos e da interpretação dada pelo revisor ao seu papel. Ele deveria revisar o trabalho de Barbosa, mas na prática faz uma espécie de voto em separado. O relator que passou cinco anos examinando os autos, conduzindo interrogatórios e acompanhando todas as fases do processo, irrita-se.


Já do lado de fora há a reação, claro. E por parte dos que se veem desde já como perdedores se traduz de uma forma aflita, cuja tendência é ficar cada vez mais aflitiva. Mas, por mais desrespeitosa, ilógica e raivosa que se apresente, precisa também ser vista com uma boa dose de naturalidade. Até na crítica.

Simpatizantes da causa, petistas se sentem ameaçados, injustiçados e usam a dinâmica que conhecem para reagir: a desqualificação, os desaforos à deriva, a argumentação sem pé nem cabeça.

A questão central é: isso vai influir no resultado do julgamento? Evidentemente a resposta é não.

Por isso o melhor é enxergar o cenário pela ótica da ponderação e da normalidade sem procurar em qualquer turbulência motivos para crises que ponham em risco isso ou aquilo.

Se 20 anos atrás o Brasil interrompeu o mandato de um presidente logo na primeira eleição direta depois de duas décadas de ditadura e o mundo não se acabou, convenhamos, não é nessa altura da democracia que haverá de acabar.

Nem fazer do País uma piada de salão.

27 de setembro de 2012
Dora Kramer, O Estado de São Paulo
 

PARA "FINANCIAL TIMES" BRASIL PODE SE RECUPERAR SE GANGUE DE LULA FOR CONDENADA


Condenações do mensalão sinalizam melhor governança no Brasil, diz jornal


BBC
 
Uma reportagem do jornal britânico "Financial Times" nesta sexta-feira (28) afirma que as primeiras condenações do julgamento do mensalão podem indicar que o Brasil está no rumo de uma "governança melhor", com combate mais eficiente à impunidade.


"Quando o julgamento começou no mês passado, havia preocupações de que ele se tornaria apenas mais um exemplo de como a elite brasileira rotineiramente consegue escapar de punições sérias por seus crimes", afirma o texto assinado pelo correspondente do jornal em São Paulo, Joe Leahy.

O julgamento do mensalão no STF

 Ministro Joaquim Barbosa se acomoda em poltrona do STF. Como ele, o ministro Luiz Fux condenou doze réus no trecho do processo do mensalão referente à compra de apoio da base aliada.
 
"Mas um número crescente de condenações está transformando [o julgamento] em um potencial marco - ou, ao menos, em um sinal - sobre o caminho tortuoso do Brasil rumo a uma governança melhor, com implicações políticas para o partido governista PT."

A reportagem intitulada "Carnaval acrescenta dramaticidade à julgamento de corrupção no Brasil" fala da popularidade que o Judiciário está ganhando no país com o julgamento do mensalão, com máscaras do relator do caso no STF, Joaquim Barbosa, sendo produzidas para o carnaval carioca.

"Graças ao julgamento, o Brasil tem a chance de reconquistar um pouco da sua confiança perdida em termos de sua governança."

Lula

O jornal analisa o impacto que o julgamento terá nas eleições municipais, daqui a menos de duas semanas. Para o Financial Times, o PT - e em especial o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que é cabo eleitoral de diversos candidatos - poderá sofrer caso o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, seja condenado.

"O julgamento deve atingir seu clímax com o veredicto sobre Dirceu, que poderia sair pouco antes das eleições municipais em outubro. Se ele for condenado, Lula - que está voltando à política após um período em que combateu um câncer na garganta - poderia ser o principal perdedor."

O jornal afirma que, apesar do empenho de Lula nas candidaturas petistas em algumas cidades - como São Paulo e Recife -, alguns candidatos estão tendo dificuldades para lidar com o mensalão, quando o assunto é citado em debates. Isso seria um sinal de que Lula já não é tão influente entre os eleitores - um dos efeitos do julgamento do mensalão.

No entanto, o jornal ressalta que, para alguns analistas políticos, outros presidentes e ex-presidentes brasileiros - por mais populares que fossem - nunca conseguiam eleger os prefeitos de sua escolha.

27 de setembro de 2012

INSTITUTO DA REELEIÇÃO


Uma esbórnia para os políticos profissionais esbornearem com o dinheiro público.
Este o motivo da não instalação dos serviços de tratamento de esgotos, não fornecimento de água para mais de 50 % do povo; não sobram recursos para que o país possa contar com infra-estrutura adequada para reduzir o custo Brasil.

Com a eliminação do instituto da reeleição para todos os postos, inclusive Senadores, Deputados e Vereadores, o povo aprenderia que a cada quatro anos a cabeça teria que funcionar para eleger o melhor, teria sempre caras novas, nenhuma raposa com ficha suja ou lambuzada.

Até os partidos políticos mudariam o enfoque que impõem atualmente; no lugar de indicarem os mesmos de sempre, os coronéis da política implantaria também nos partidos, a salutar e democrática alternância no poder.

Nesta tarde, 26, fiquei atento para certificar-me se o Lewandowski mudaria a música; nada! Continua com uma nota só.
Não revisa nada, quer ler tantas páginas como o Ministro relator, permeando a cada frase lida, o comentário versando com as mesmas palavras o que acabara de ler. Uma chatice. Só pode ser “cobra mandada”.

Repete a cada 10 minutos que só valem os depoimentos dados perante juiz, que ao ler os autos, fica mais confuso. Está plantando alguma semente para produzir frutos podres.

O “cobra mandada” está preparando algum bote; esperamos que os outros 10 Ministros não pisem na casca de banana que o cobra está espalhando e nem venham morrer de envenenamento.

28 de setembro de 2012
Walter Marquart

CIVILIZAÇÃO


Aconteceu em Blumenau (SC). Um motorista decide esperar o sinal de trânsito abrir estrategicamente situado sobre meia faixa para pedestres. Assim poderá arrancar antes de qualquer um.
Um grupo de pessoas vestindo camisetas de alguma agremiação atravessa a rua correndo e dá uma lição salutar ao motorista e a quem mais estiver vendo o incidente.
Não precisa ser super-homem para fazer justiça. Um grupo de pessoas fortes é o suficiente.

AULA PRÁTICA DE CIVILIDADE
http://www.youtube.com/watch?feature=player_detailpage&v=UqhUeDTAyYs

28 de setembro de 2012
Ralph J. Hofmann

CEGOS GUIADOS PELOS LOUCOS

 



Atitude tão canalha quanto aquele que a tomou. Fosse este um país decente, seria processado criminalmente por incitar a turba ignara à perturbação da ordem pública.

Lembrei-me de um artigo do Jabor, uma obra-prima de desconstrução do ídolo de pés de lama, escrito enquanto ele era presidente da res púbica de Pindorama, pondo-o a nú, e aos jornalistas (?) chapa-brancas que o suportavam, loucos escrevendo na mídia para enganar os cegos.

“”O presidente de vocês – daqueles que o elegeram, daqueles que compartilham a sujeira com ele, daqueles que o acobertam na mídia, daqueles que batem palmas, que se ajoelham, que se vergam em busca de recursos e desinformação, daqueles que lhe dão 70% de aprovação, chegou ao seu nível moral mais baixo, abaixo até do ponto de ebulição do álcool!

Nada está abaixo do Lula. O Lula do “sifu”, do “porra”, do “cacete”, “sabe”, se colocou em uma posição inferior, não como presidente da República, mas como gente mesmo. Se o álcool não lhe trava a língua nem o faz escolher palavras do seu enorme minidicionário, o que sabemos que o álcool não faz com ninguém, ainda assim existem os assessores, “aspones”, e toda a sorte de lacaios pagos a peso de ouro para vigiar e reparar o rei nudista, descuidado, impregnado de falsa santidade, que se acha um profeta sábio a dar lições de moral aprendidas no PCC a presidentes eleitos, como Barack Obama. Lula tem carreira, tem trajetória, tem currículo e folha corrida de safadezas verbais e não-verbais. A linguagem chula é a sua primeira natureza. Lula, o pele vermelha e calórica, é isso há muitos anos.
(leiam a íntegra em O presidente de vocês ).

Não custa nada repetir o exórdio: Tristes tempos em que os cegos são guiados pelos loucos.
Pobre Brasil, sendo destruído por uma pá de terroristas não arrependidos. Se, por um acidente, não conseguirem implantar o regime que lhe interessa, e forem escorraçados, serão precisos mais de 50 anos para consertar as loucuras que fizeram. Nem meus netos, enquanto viverem, conseguirão ver um País, com letra capital.


28 de setembro de 2012
Ancião
(1) Água Forte: Lear pronunciando a frase título.

ONDE TEM PT, TEM LADRÃO...


Daí passou a deputado estadual (SP) de 1990 a 1988, dedicando-se especialmente ao combate do crime organizado. Chegou à prefeitura de Guaraulhos em 2000 reeleito exerceu esse cargo até 2008.


Pietá hoje é Secretário Geral Nacional do PT- Partido dos Trabalhadores, vice-presidente da Fundação Perseu Abramo, instituída pelo PT para reflexões e formação política.

Com se pode ver, tem o perfil comum aos petistas históricos e nesse dia 26 caracterizou-se mais ainda, pois passou a fazer parte dos inúmeros bandalhos do partido, que usam indevidamente o dinheiro público.
Elói teve seus bens bloqueados pela juíza Louise Vilela Leite Filgueiras Borer, acusado de provocar um prejuízo criminoso de R$ 47 milhões a Guarulhos durante sua gestão como prefeito.

De acordo com a Procuradoria, ele autorizou pagamentos por serviços não previstos no contrato de construção de um complexo viário em Guarulhos. No dizer da juíza Louise, Elói e seu aliado antecessor “assumiram o risco de propiciar o locupletamento ilícito de particulares em detrimento da administração.”
Os bens bloqueados montam em R$ 1,4 milhões.

28 de setembro de 2012
Giulio Sanmartini

(1) Foto: Elói Pietá, junto ao chefão do peculato Luiz Inácio Lula da Silva, provando a máxima de que “um burro coça outro burro” (asinus, asinum fricat).

RECEITA DO VOVÔ PARA VIVER MAIS 20 ANOS

HOMENS CASTRADOS VIVEM MAIS

Há um gráfico (não achei) que mostra a expectiva de vida dos eunucos e a dos restantes dos homens. Os hormônios sexuais masculinos podem justificar o fato dos homens viverem menos do que as mulheres, aponta um estudo publicado nesta segunda-feira (24) no periódico Current Biology.

A pesquisa, realizada pela Universidade Inha, na Coréia do Sul, mostra que os eunucos – homens cujos testículos foram removidos – da corte imperial coreana, viviam muito mais que os outros indivíduos de sua época.

Os cientistas coreanos Kyung-Jin Min e Cheol-Koo Lee chegaram a esta conclusão após analisarem os arquivos genealógicos da corte imperial da dinastia Chosun (1392-1910) e comprovar que os eunucos viviam entre 14 e 19 anos a mais do que os homens que não haviam sido castrados.
“O descobrimento apresenta uma importante pista para entendermos essa diferença na expectativa de vida de uma mulher e de um homem”, afirmou Kyung-Jin.

Os 81 eunucos estudados foram submetidos voluntariamente à castração, para terem acesso ao palácio, onde eles possuíam permissão para formar uma família com meninos castrados e meninas. Além de os eunucos viverem mais, três entre os estudados chegaram a superar os 100 anos.
Ou seja, segundo Cheol-Koo, a incidência de centenários entre os eunucos coreanos era 130 vezes maior do que a média atual nos países desenvolvidos.

E este fato não pode ser justificado simplesmente pela qualidade de vida que os mesmos levavam no palácio, já que a maioria dos eunucos passava tanto tempo fora como dentro do recinto. Os reis e rapazes da família real, por exemplo, tinham vidas mais curtas e normalmente não passavam dos quarenta anos.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), as mulheres atualmente vivem de seis a oito anos a mais que os homens nos países industrializados.

O assunto é tão interessante que não pude deixar de unir o que vem abaixo, que concilia com a ilustração.
Manoel chega em casa cabisbundo e meditabaixo e a Maria vai logo perguntando:


— Ó, Manoel, por que estás tão triste? O que foi que te aconteceu?

— Ora pois, Maria! Isto está a pareceire aquela música de carnaval da jardineira!

— É mesmo, Manoel… Mas me conte! O que está se passando, meu gajo?

— Ah, Maria… Uma tragédia… Estive no médico hoje à tarde e ele disse que eu vou ter que ser castrado!

— Castrado? Minha Santa periquita! Mas, ora pois, o que é que você tem, homem de Deus?

— Peguei um tal de Colesterol… E ele me disse com todas as letras que a única solução para mim é cortar os ovos!


28 de setembro de 2012
Hélio Garcia

"A DITADURA DOS OFENDIDOS"



28 de setembro de 2012
 

DESAVERGONHADO, LULA ABUSA DA BAZÓFIA E AFIRMA QUE SE ORGULHA DO JULGAMENTO DO MENSALÃO DO PT

 

(Foto: Ricardo Stuckert - Instituto Lula

Desespero total – Oportunista conhecido, Luiz Inácio da Silva colocou em ação a bipolaridade da sua verborragia, como se o povo desconhecesse o que pensa e como age o responsável pelo período mais corrupto da história nacional.
Durante ato da campanha de seu pupilo Fernando Haddad, na noite de quinta-feira (27), Lula disse que ninguém deve ter vergonha do julgamento do Mensalão do PT. Em claro ataque aos tucanos, o ex-metalúrgico disse que é preciso ter “orgulho” das medidas adotadas para o combate à corrupção nos seus dois mandatos como presidente.

Lula é galhofeiro conhecido, não sem antes ser um “animal político”, mas tal afirmação é a maior falácia dos últimos tempos. A afirmação de que a corrupção foi combatida durante os oito anos em Lula esteve presidente é pura leviandade, pois sabe-se que o petista fechou os olhos a inúmeros escândalos.
A prova maior da mentira balbuciada por Lula é o próprio mensalão, cujo julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) selou um futuro nada sombrio para muitos dos acusados.

A tese de que é preciso estar orgulhoso é mentirosa, pois o próprio Lula, em fracassada chantagem contra o ministro Gilmar Mendes, tentou adiar o julgamento da Ação Penal 470, com o objetivo de evitar reflexos nas campanhas dos candidatos do PT às eleições municipais que se avizinham.

Trata-se de mais uma das estratégias boquirrotas de Lula, que tenta se livrar da grave acusação feita por Marcos Valério Fernandes de Souza, que afirmou ter sido o petista o chefe maior do escândalo do Mensalão do PT.

Em um país minimamente sério e responsável, Lula já estaria limitado preso, acusado de pelo menos de conivência com inúmeros casos de corrupção, até hoje sem qualquer tipo de solução.

28 de setembro de 2012
ucho.info

LULA DEVERIA PEDIR PARA SER INVESTIGADO E ASSIM PROVAR QUE NÃO FOI O CHEFE DO MENSALÃO DO PT

 



Medo evidente – Desde que a revista Veja trouxe as acusações de Marcos Valério Fernandes de Souza, que garantiu à publicação ter sido Lula o chefe do Mensalão do PT, esquema criminoso de compra de parlamentares e desvio de dinheiro público, o ex-presidente se dedicou a obsequioso silêncio, contrariando o seu conhecido comportamento parlapatão.

Lula, que fugiu da imprensa como o diabo foge da cruz, escalou alguns companheiros para disseminar entre os jornalistas algumas desculpas esfarrapadas.

Considerando a hipótese – remota, é verdade – de que as acusações de Marcos Valério não lhe cabem, Lula deveria se colocar à disposição do Ministério Público Federal.
É o que destaca o líder do PPS na Câmara dos Deputados, Rubens Bueno, para quem o ex-metalúrgico não deveria “atacar a oposição, intimidar a imprensa e constranger os ministros do Supremo Tribunal Federal”.

A apuração da denúncia é, na avaliação de Rubens Bueno, o caminho mais correto. “Se é inocente, Lula deveria, por iniciativa própria, pedir que o Ministério Público Federal o investigue. Não há motivo para que deixe essa dúvida, de ter chefiado o mensalão, pairar sobre sua biografia”, sugeriu o parlamentar paranaense, lembrando que vários políticos que foram alvo de denúncias, inclusive do PT, abriram mão de seus sigilos e se colocaram à disposição da Justiça.
O próprio governador do Distrito Federal, o petista Agnelo Queiroz, fez isso após ser acusado de envolvimento no esquema do contraventor goiano Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

Para o líder do PPS, as reações de Lula diante das revelações do publicitário Marcos Valério, operado financeiro do Mensalão do PT, o fragilizam perante a opinião pública. “Para usar um bordão dele mesmo, quero dizer que o fato concreto é que membros da então cúpula PT estão sendo julgados e condenados pelo Supremo Tribunal Federal por comandarem um esquema de desvio de dinheiro público para compra do apoio de partidos e parlamentares. E isso aconteceu no governo de Lula. Portanto, ele foi o principal beneficiário. Se fizeram isso à sua revelia, nada melhor do que uma investigação aprofundada para lhe inocentar. Forçar presidentes de partidos aliados a assinar notas de ataque à oposição não irá afastar a suspeita”, analisou Bueno.

Segundo o deputado, adjetivos de palanque, desacompanhados de atitudes concretas, também não surtem efeito. “O que o PT fez diante do julgamento? Aceitou Delúbio Soares de volta e o chamou de ‘herói do povo brasileiro’, fez festa para José Dirceu e se põe agora contra a exibição ao vivo do julgamento do mensalão. De quebra, ainda ameaça retomar a discussão do controle da mídia. Até o momento, a defesa de Lula e do PT não corresponde aos fatos”, destacou o líder do PPS, citando ainda que o próprio procurador-geral da República, Roberto Gurgel, adiantou que outras investigações sobre o mensalão já estão em andamento.

Na noite de quinta-feira (27), duas semanas após a divulgação da matéria da revista Veja, Lula resolveu tocar no assunto. Ele acusou a oposição de fazer “jogo rasteiro” ao levar o tema de Mensalão do PT para a campanha. “Ele queria o quê? Que a oposição passasse a mão na cabeça dos mensaleiros, como ele fez num primeiro momento. No meio de um debate eleitoral, a sociedade tem o direito de saber o que está acontecendo no país. Campanha eleitoral não é para contar piada de salão”, finalizou Rubens Bueno.

28 de setembro de 2012
ucho.info

PARA FUX, DELAÇÃO DE JEFFERSON DEVE SER LEVADA EM CONTA COMO ATENUANTE NA DOSAGEM DA PENA



Ao proferir o seu voto na sessão desta quinta-feira do STF, o ministro Luiz Fux sinalizou a intenção de conceder benefícios a Roberto Jefferson no momento em que forem fixadas as penas dos condenados. Para Fux, o presidente do PTB distingue-se dos outros réus por ter denunciado o mensalão.
 
Sem o depoimento de Jefferson, disse o ministro, não se teria obtido as provas que recheiam a ação penal 470. Fux chegou mesmo a citar dois artigos da Lei de Proteção de Testemunhas (9.807/99). Leu em plenário os artigos 13o e 14o.

Diz o artigo 13o: “Poderá o juiz, de ofício ou a requerimento das partes, conceder o perdão judicial e a conseqüente extinção da punibilidade ao acusado que, sendo primário, tenha colaborado efetiva e voluntariamente com a investigação e o processo criminal, desde que dessa colaboração tenha resultado: a identificação dos demais co-autores ou partícipes da ação criminosa; a localização da vítima com a sua integridade física preservada; a recuperação total ou parcial do produto do crime.”

Anota o artigo 14o: “O indiciado ou acusado que colaborar voluntariamente com a investigação policial e o processo criminal na identificação dos demais co-autores ou partícipes do crime, na localização da vítima com vida e na recuperação total ou parcial do produto do crime, no caso de condenação, terá pena reduzida de um a dois terços.”

Segundo Fux, “em vez de cortar a ponta do iceberg, a lei prefere quebrar o iceberg.” Para chegar a esse objetivo, serve-se de pessoas que, tendo participado dos delitos, ajuda a retirá-los da atmosfera de sombra, “mesmo que em estado de inconsciência”.

Fux citou também uma decisão tomada pelo presidente do STF, Ayres Britto, ao julgar um habeas corpus em 27 de abril de 2010. Nesse despacho, Britto anotou que, no momento em que o Direito admite a figura da delação premiada, reconhece que “o delator assume postura sobremodo incomum” ao afastar-se do “instinto de preservação”, sujeitando-se a “retaliações de toda ordem”.

Em consequência, concluiu Britto na decisão, “o Estado-juiz assume diante do delator conduta desleal” se não levar em conta o “grau de relevância da colaboração.”

Fux fez suas ponderações sobre Jefferson a pretexto de chamar a atenção dos colegas para um aspecto que terá de ser debatido no final do julgamento, quando serão calibrados os castigos dos acusados.

A despeito de sinalizar a intenção de conceder algum tipo de recompensa penal a Jefferson, o ministro condenou todos os réus sob julgamento nesse capítulo que envolve os políticos.
Acompanhou integralmente o relator Joaquim Barbosa. No caso de Jefferson, as condenações foram por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Cármen Lúcia votou depois de Fux. Também ela condenou Jefferson e todos os outros acusados. Mas ecoou o colega ao afirmar que o ex-deputado protagonizou uma “auto-imolação”.

28 de setembro de 2012
in josias de souza - Notícias UOL

LÁ DAS BANDAS DO SANATÓRIO...

CHEFE DE QUÊ?

Pouco a pouco, à esta altura do julgamento do mensalão, os ministros vão condenando uns que outros - quase todos os mensaleiros - por corrupção ativa, passiva, hetero e até por lavagem de dinheiro, mas dando-lhes a esperança do sol da liberdade para o crime de quadrilha.

Zé Dirceu, mal contém as lágrimas de felicidade quando sabe de um voto assim. Ele é tido e havido no bojo do processo como o "chefe de quadrilha".


BOBO DA CORTE?

O prolixo Marco Aurélio Mello quer saber de alguém, ou até dele mesmo: "Como ele vai se relacionar com outros poderes?".

É um cutucão no colega de STF, Joaquim Barbosa, questionando sua capacidade de presidir o tribunal.

É que o relator do Mensalão assume o posto máximo da corte em novembro, com a aposentadoria de Carlos Ayres Britto. A aparente curiosidade é manifestada por Mello depois que Barbosa entrou em mais um bate-boca com o revisor do processo, Ricardo Lewandowski.

O estranho é que Marco Aurélio Mello se sente incomodado com a capacidade de indignação de Barbosa e não se importa nem um pouquinho que Lewandowaski, O Protelador, o faça de bobo.



A CORRETORA

Ferreira Gullar diz que Dilma é "prisioneira" de Lula. Mais que isso, ó caro poeta maranhense. Mais, bem mais. Quem paga com o Ministério da Cultura a sola de sapato que Marta Suplicy vai gastar na campanha de HaHahaddad, é menos que "prisioneira"; é só mais uma corretora de alianças que trabalha para Lula.

CADÊ O DULCCI, CADÊ?!?


Guido Mantega, estufa o peito e reage a ataque dos EUA dizendo de nariz empinado que "crítica a protecionismo é absurda e agiremos sempre". O único ministro da Fazenda que Dilma Vana tem, afirma que não permitirá queda de competitividade da indústria.
Tá bom, mas a gente queria a mesma energia de Guido Mantega explicando como é que aquele seu afilhado, Luiz Felipe Dulcci saltou com US$ 25 milhões da Casa da Moeda e foi cair lá nas Ilhas Britânicas...
Ou você, ele e Dilma Vana já se esqueceram dessa bandalheira?!?

SIMPLES ASSIM

Depois de voltar a usar a voz rouca das ruas em comícios por várias cidades do País, Lula fará sua primeira palestra desde a descoberta do câncer na laringe. Será na cidade do México e quem diz que paga a conta é o bilionário mexicano Carlos Slim, dono da Claro e da Embratel - duas empresas que não tiveram nenhuma vantagem por aqui no tempos luláticos.

O Instituto Lula afinal mostra a que veio: não revela o valor do cachê, mas todo mundo está careca de saber que Lula não fala por menos de US$ 100 mil em eventos empresariais.

Então é assim: alguém precisa descarregar um pouco de sua fortuna, então arranja quem lhe passe um bom recibo; outro alguém precisa justificar o dinheiro que tem embaixo do colchão, aí diz que recebeu duzentuba em dinheiro brasileiro, conforme nota fiscal pra lá de quentuba...

Digam, lá o que quiserem, até que duzentuba não é nada para o mais rico mexicano da face da Terra. Não é em moeda sonante, mas dívida de gratidão se paga com uma mão lavando a outra.

E assim é que ao fim e ao cabo, ambos têm comprovantes hábeis para mostrar aos leões que os cercam. Simples assim.


27 de setembro de 2012
sanatório da notícia

 

O VALOR DA MEMÓRIA. RECORDANDO A HISTÓRIA...

O governo e o Congresso tentam constranger o STF com a absolvição simbólica dos mensaleiros


PUBLICADO EM 18 DE FEVEREIRO DE 2011

Vista de longe, a ascensão do deputado João Paulo Cunha à presidência da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara parece uma patifaria a mais na rotina de obscenidades que transformou o Congresso numa Casa do Espanto. Se um José Sarney preside o Senado, se reuniões de líderes frequentemente lembram rodas de conversa em pátio do presídio, se o corregedor da Câmara chegou ao posto por ter sido o melhor aluno do professor de bandalheiras Severino Cavalcanti, não há nada de espantoso na entrega do comando da mais importante comissão a um parlamentar acusado de corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro no processo do mensalão.

Sim a escolha feita pela bancada do PT não surpreendeu ninguém: essa gente jamais desperdiça uma chance de debochar dos brasileiros honestos. Mas a exumação festiva do presidente da Câmara do Mensalão não foi um ultraje qualquer, alerta a contemplação menos ligeira do episódio.

Associada a meia dúzia de infâmias recentes, a afronta atesta que está na fase dos arremates a ofensiva, concebida em parceria pelo governo e pelo Congresso, destinada a constranger o STF e livrar do merecidíssimo castigo a quadrilha que protagonizou o maior escândalo da história da República.

Em 17 de julho de 2005, depois de 40 dias de sumiço e mudez impostos pelo dilúvio de revelações desencadeado pelo deputado Roberto Jefferson, Lula recuperou a voz em Paris para explicar que onde todos viam uma roubalheira de dimensões amazônicas ele só conseguia enxergar um caso de caixa 2.
Em agosto, num pronunciamento transmitido pela TV, o presidente ainda na defensiva declarou-se “traído” sabe-se lá por quem, reconheceu que o PT cometera “erros” e recomendou ao partido que pedisse desculpas ao país.

Mudou abruptamente de rumo em janeiro de 2010. “O mensalão não existiu”, decidiu a metamorfose ambulante.
Como é que é?, deveriam ter berrado em coro milhões de brasileiros estarrecidos com o colosso de provas e evidências expostas nas conclusões da CPI dos Correios, na denúncia encaminhada ao STF pelo procurador-geral da República Antonio Fernando Souza e no processo conduzido pelo ministro Joaquim Barbosa.

Num país menos surreal, o assassino da verdade seria alvejado por pilhas de depoimentos e malas abarrotadas de dinheiro. Aqui, a frase virou manchete.

(O azar de Al Capone foi ter nascido um século mais cedo e no lugar errado. Caso agisse no Brasil deste começo de milênio, poderia afirmar sem medo de réplicas que a máfia só existiu na cabeça de um bandido chamado Elliot Ness, e garantir que trata o Fisco com tamanho respeito que acabou de ser convidado para cuidar das declarações de renda das carmelitas descalças.
Terminaria a entrevista como forte candidato a acumular a superintendência da Receita Federal com a chefia da Casa Civil.)

A frase de Lula, sabe-se agora, foi a senha para o início da operação destinada a premiar os pecadores com absolvições simbólicas antes que o bando dos 40 fosse julgado pela última instância do Judiciário.
No banco dos réus, estariam bons companheiros inocentados pelo Executivo e pelo Legislativo. “O mensalão não existiu”, repetiram Dilma Rousseff, José Sarney e Marco Maia até que o mantra se transformasse em síntese da versão partilhada pelos dois Poderes. Se o mensalão não existiu, não houve crimes. Se não houve crimes, não há criminosos a punir. Há injustiças a reparar e injustiçados a redimir. Como João Paulo Cunha.

ESPERTEZA PERIGOSA

É ele o terceiro da lista que começou com José Dirceu, prosseguiu com José Genoíno e será completada por Delúbio Soares e Sílvio Pereira.
Dirceu recuperou o direito de entrar no Planalto pela porta da frente e foi incorporado à coordenação da campanha de Dilma Rousseff. Rebaixado pelas urnas a suplente de deputado federal, Genoíno foi convidado pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, para servir ao país como assessor especial. No processo em curso no STF, Dirceu se destaca como “chefe da organização criminosa sofisticada” e Genoíno, então presidente do PT, capricha no papel de gerente da fábrica de dinheiro sujo.

Ambos acusados de formação de quadrilha e corrupção ativa, um já virou conselheiro da presidente e outro logo estará aconselhando o ministro que, envergando uma toga, presidiu o Supremo nos piores momentos do escândalo. Falta agora reconduzir Delúbio e Silvinho à direção do PT. Consumada a reabilitação da dupla, os cinco oficiais graduados do bando dos 40 poderão sentar-se no banco dos réus exibindo na lapela o crachá com a inscrição “inocente”.

“Não há pena definitiva ou perpétua”, declamou nesta semana o deputado Marco Maia. “O Delúbio, como outros dirigentes do partido, já pagaram uma pena altíssima pelas atitudes que tiveram”, prosseguiu o assassino da verdade e da gramática. “Precisamos dar oportunidade ao Delúbio ou a qualquer outro que tenha passado por essa situação a reconstruir sua vida política”.
Pausa ligeira. Entra o mantra: ” Tenho dito em todos os momentos que essa questão de mensalão não existiu”.

Se tudo não passou de miragem, Delúbio nem precisa ser julgado por formação de quadrilha e corrupção ativa. E Sílvio Pereira merece reaparecer nas seções de polícia dos jornais como vítima de um grave erro judicial. Também enquadrado por formação de quadrilha, resolveu admitir a bandidagem em troca de uma pena mais branda: 750 horas de trabalho comunitário na subprefeitura do Butantã.

Se o mensalão foi inventado pela imprensa, pela oposição ou pela elite golpista, Silvinho deve ter confessado sob tortura. Recolocá-lo na secretaria-geral do PT é pouco. A vítima da violência deve exigir do governo uma indenização maior que as boladas das malas pretas de Marcos Valério.

Confiantes na lentidão da Justiça e na amnésia nacional, os comandantes da ofensiva contra o Estado Democrático de Direito apostam na prescrição dos prazos e na discurseira sobre “falta de provas”. Acham que o processo dará em nada. Acham que, na pior das hipóteses, sobrará para os alevinos: como sempre, os peixes grandes escaparão. Acham, em resumo, que já não há juízes no Brasil.

Lula e seus generais podem aprender tarde demais que a esperteza, quando é muita, fica grande e come o dono.

A maioria dos ministros deve saber que, se os chefões da quadrilha forem absolvidos, o STF terá optado pela rota do suicídio. Os partidários da capitulação precisam ouvir a voz do país que presta: se for avalizada a falácia segundo a qual o mensalão não existiu, o Judiciário deixará de existir como poder independente.

27 de setembro de 2012
Augusto Nunes


 

"O SILÊNCIO É DE OURO"


O deputado federal Romário de Souza Faria, do Rio de Janeiro, destacou-se nos seus tempos de jogador profissional de futebol por ser um craque e por duas características pessoais.
A primeira é que tinha o hábito de pensar. A segunda é que costumava dizer exatamente o que pensava.

Entre o muito que disse, uma de suas melhores frases ficou gravada até hoje:
“O Pelé calado é um poeta”. Foi a sua maneira de recordar um velho e sábio ditado: ” O silêncio é de ouro”.
As palavras do deputado poderiam ser perfeitamente aplicadas, hoje, à presidente Dilma Rousseff. Em diversas ocasiões, ela achou melhor não falar nada em relação a assuntos delicados ─ não chegou a ser, nesses casos, uma poeta, mas mostrou-se certamente uma boa chefe de Estado.

Nunca disse uma palavra, por exemplo, sobre a hostilidade contra a imprensa livre que o PT, guiado pelo ex-presidente Lula, faz questão de ficar exibindo em público o tempo todo.
Seu silêncio, aí, tem o peso de 1 tonelada ─ informa ao comitê central do partido, ao manter a boca fechada, que ela está fora dessa e que é melhor não contarem com seu apoio na cruzada pelo “controle social” da mídia.
Tem guardado, também, um silêncio de carmelita sobre o julgamento do mensalão.
O recado, no fundo, é o mesmo: não esperem que eu convoque as “forças populares” para pressionar o STF nem queiram que eu tente salvar o couro de ninguém.

Quando a presidente resolve falar, porém, muita gente logo lembra a frase de Romário em relação a Pelé. Dilma, em muitos desses momentos, continua não sendo uma poeta ─ e deixa de ser uma boa chefe de Estado.
Ainda recentemente, por exemplo, teve a ideia de vir com um documento oficial ─ uma nota da Presidência da República ─ para repreender um artigo do ex-presidente Fernando Henrique em O Estado de S. Paulo no qual ele refletia sobre a herança horrorosa que Lula deixou para o atual governo.

Para que isso? A nota até foi educada, mas Dilma perdeu, aí, uma bela oportunidade de acrescentar uma terceira medalha de ouro à sua coleção.

Sua função é presidir o Brasil, e não ficar respondendo a artigos de jornal ─ afinal de contas, Fernando Henrique pode ser um ex-presidente muito benquisto, mas, tecnicamente, é hoje um mero cidadão comum.
Além disso, não escreveu nada de mais; deu apenas algumas opiniões, sem ofender ninguém. Se Dilma ficar aborrecida com esse tipo de coisa, vai passar o resto de seu governo escrevendo notas de protesto.

A maior chance recente que perdeu de ficar calada, porém, apareceu na presente campanha eleitoral. Dilma, no programa obrigatório de propaganda na televisão, e investida de toda a majestade de seu cargo, disse que há nos cofres do governo federal muita verba destinada a São Paulo ─ e que, se o candidato do PT à prefeitura ganhar, tais recursos serão entregues ao município.
Como assim? De duas, uma: ou esse dinheiro não existe, e aí a presidente mentiu; ou existe, e aí ela tem a obrigação de entregá-lo já, pois pertence à população de São Paulo, e não a seu patrimônio pessoal.

Segurar recursos públicos devidos a um município, sobretudo à sua população mais pobre, e ameaçar os eleitores de só soltar a verba se votarem em quem ela quer, é provavelmente contra a lei e certamente contra a decência comum.

Estaria a presidente dizendo que há dois tipos de pessoa no Brasil ─ as que votam no PT e são bem tratadas por seu governo e as que votam contra e tornam-se cidadãos de segunda classe?

Dilma nunca se lembra de que quase 44 milhões de brasileiros não votaram nela na eleição presidencial, a única em que foi candidata.

Seria bom que lembrasse de vez em quando, pois essas pessoas não podem ser desintegradas e sumir no espaço; continuam sendo cidadãos do Brasil, pagam impostos e têm exatamente os mesmos direitos dos outros 56 milhões que lhe deram seus votos.
A presidente pode não gostar disso, mas tem pouco a ganhar deixando tão claro que não gosta. É só recordar as virtudes do silêncio.

28 de setembro de 2012
J. R. Guzzo
PUBLICADO NA EDIÇÃO DA REVISTA EXAME DESTA QUINZENA

O POLÊMICO ARTIGO DO ESCRITOR JANER CRISTALDO, "A MORTE DA EUROPA QUE AMO"

COMENTÁRIOS DIVERSOS AO TEXTO "A MORTE DA EUROPA QUE AMO"


OUTRAS REAÇÕES

Imad Nasser escreve:

Senhor Janer:

Devo dizer que esperava mais qualidade argumentativa de um jornalista doutor pela Sorbonne.

E o que se lê no artigo publicado hoje na Folha é um discurso raivoso e obtuso. Qualquer leitor percebe que o senhor se refere indistintamente aos muçulmanos de maneira negativa. É estranho que alguém com sua experiência e formação julgue mais de 1 bilhão de pessoas espalhadas pelo mundo de modo tão ofensivo.

Eu não lhe escreveria se seu artigo não saísse no jornal mais lido do país. O texto, afinal, constitui subliteratura. Mas exerce, lamentavelmente, má influência e informa mal, porque informa com raiva e preconceito.

Atenciosamente,

Imad


Mensagem de Peter Renyi:

Prezado Janer,

Com grande surpresa e prazer li seu artigo na Folha, "A morte da Europa que amo". A primeira manifestação e aviso sobre o perigo que os muçulmanos fanáticos significam para o mundo. É lamentável que os últimos governos nossos (Lula e Dilma) não conseguiram ainda enxergar de que se trata.

Tenho mais experiência com regimes ditatoriais fanáticos, passei a segunda guerra mundial na Europa. Nasci na Hungria, sou judeu, perdi muitos parentes e amigos na mão dos nazistas alemães e húngaros. Eu mesmo escapei por pouco. Como você sabe, também a Hungria era aliada fiel da Alemanha nazista, formando o chamado "eixo" (Alemanha, Itália e Hungria). Conforme notícias recebidas da Hungria, o país continua fortemente racista. Nos últimos meses em cinco cemitérios judaicos os túmulos foram quebrados. Apareceram nas ruas de Budapest cartazes anti-semitas, um rabino e respeitado cientista foi hostilizado na rua.

Cheguei ao Brasil em setembro de 1946 e logo percebi que cheguei no paraíso, fui morar no Nordeste entre brasileiros, fiz muitas amizades, as quais cultivo até hoje. Não obstante o Brasil tenha lutado contra o nazismo, o governo Dutra parece que era leniente com imigrantes vindo da Europa, tendo entrado aqui boa quantidade de nazistas alemães, húngaros e de outras nacionalidades. Da Hungria, por exemplo, chegaram membros da "gendarmeria" húngara. Eles eram incumbidos junto com Eichmann e o Gestapo da deportação dos judeus.

A única diferença entre os nazistas e os muçulmanos é que os últimos não dispõem, ainda, de armas tão letais como os primeiros. Agradeço sua atenção e mando forte abraço

Peter Renyi


Mail de Gilvan:


Caro Janer,

Primeiro: espero que estejas bem, de saúde e tudo o mais, abraços!

Segundo: minhas congratulações pela coragem e pela coluna bem escrita, "A morte da Europa que amo".

Falaste pouco e disseste tudo.

Não sei onde esse pessoal encontra tolerância para um bando de malucos fanáticos, ainda mais em um ocidente que não é muçulmano (graças a allah, talvez?). Eu ainda diria que todo mundo tinha bastante tolerância com o nazismo também, se bem que penso que o nazismo era bem menos perigoso.

Abraços!
Gilvan


Mensagem do Flávio

Parabéns pelo lúcido e corajoso texto publicado em "Tendências e Debates" da Folha de São Paulo nesta quarta-feira.

Distribuí para inúmeros amigos que também o elogiaram especialmente pela importância implícita( ou explícita) de valorização do respeito às leis e ao "Estado de Direito". Não se pode permitir pequenas concessões que mais tarde vão transformar-se em grandes transgressões.

Ainda há dias assisti bestificado que em Foz do Iguaçu, alguns vereadores pressionados por líderes da expressiva comunidade iIslâmica local, desejam obter das autoridades estaduais e federais autorização para que as mulheres desta comunidade tirem fotos para documentos oficiais, com véus e com a cabeça coberta, como preceitua a sua religião, contrariando princípio básico de identificação sem adornos, aliás objetivo único de uma foto em um documento, de conseguir identificar o portador.

Por mais que pareça pouco relevante, são concessões desta natureza que estimulam essa gente a não adaptar-se a autoriddade de país nenhum para aonde emigram e onde são recebidos com cordialidade.

Parabéns mais uma vez, vou passar a acompanhar seus textos com atenção.

Flávio
São Paulo




quinta-feira, setembro 27, 2012


 
AOS ADGHIRNI

De Samy Adghirni, correspondente da Folha de São Paulo no Irã, recebo via Facebook este lapidar comentário sobre meu artigo “A morte da Europa que amo”, publicado ontem no mesmo jornal:

“Islamofobia, ou o racismo moderno socialmente aceito”

Meu caro Samy:

Entendo as dificuldades de um correspondente internacional, sediado em um país cuja língua desconhece, com dificuldades de acesso à Internet e escrevendo sob a censura de uma ditadura.
É inclusive o caso de se perguntar: se desconhece a língua do país que cobre e se não tem liberdade de escrever o que bem entende, que está fazendo o correspondente lá?
Enfim, as ditaduras são pródigas em press releases, e algo sempre se pode escrever.

Islamofobia, como você sabe, é o mais recente insulto criado pelas esquerdas, para substituir os antigos palavrões ideológicos, hoje um tanto fora de época. Depois da queda do Muro, soa um tanto “demodé” chamar alguém de imperialista ou reacionário. Você deve ter idade suficiente – e se não tiver, pode fazer uma pesquisa – para ter percebido que após os anos 80 aumentaram as ocorrências da palavra racismo nos jornais. Luta de classses morta, luta racial posta. A dialética precisa continuar em pé.

Só não entendo que tem a ver islamofobia com racismo. Para começar, o neologismo, bolado pelo jeito pelos aiatolás, é mal construído. Fobia quer dizer medo. Não há propriamente medo do Islã no Ocidente. Mas nojo. Nojo de uma cultura que mutila sexualmente mulheres, que as destitui dos direitos mais básicos, como escolher marido, exercer a profissão que bem entende, viajar sem a permissão de macho algum. O que está em jogo não é o fator racial, mas a opressão religiosa, tanto que há muçulmanos de todas as raças, brancos, negros e amarelos.

Mas tudo bem. Nos anos 70, fui tachado de reacionário, direitista, imperialista. Mudam os tempos, mudam os termos. Hoje sou racista e islamófobo. Jornalista, tenho a pele dura. Receber insultos para mim é rotina. Devo confessar inclusive que gosto de recebê-los. Quando alguém apela ao insulto, é porque não tem mais argumentos.

Você não contesta nenhum dos fatos que relacionei no artigo. Nem pode contestá-los. Não pode negar que um padreco persa condenou à morte um escritor de nacionalidade européia, que vive na Europa e publicou um livro na Europa. Tampouco pode negar que, em nome do aiatolá Khomeini, foram assassinados um cineasta na Holanda, o tradutor ao japonês do livro de Rushdie, foi esfaqueado o tradutor ao italiano e o editor turco da obra foi baleado. Tampouco pode negar a recente recompensa de cem mil dólares, oferecida pelo ministro de Ferrovias do Paquistão, pela cabeça do autor do vídeo que hora assusta os meigos e sensíveis muçulmanos. Com a nonchalance de um deus, Ghulam Ahmed Bilour disse que pagará a recompensa de seu próprio bolso.

"Eu vou pagar US$ 100 mil a quem matar o realizador desse vídeo", disse o ministro. "Se alguém fizer outro material blasfemo parecido no futuro, eu também vou pagar US$ 100 mil para seus assassinos."

Certo, Paquistão não é sua área. Mas a primeira condenação à morte de um ocidental surgiu no Irã. Como pessoa interessada em questões islâmicas, sou seu assíduo leitor, e jamais o vi condenar essa arrogância muçulmana.

Seus leitores esperam mais que a reprodução de press releases, Samy. Há instituições interessantes na cultura do país onde você vive, praticamente desconhecidas entre nós. Poucos sabem, cá no Brasil, que uma mulher não pode andar na rua acompanhada de um homem que não seja seu parente. Se anda com um namorado, não faltará policial para pedir documentos aos dois. Poucos sabem que no Irã uma mulher não pode olhar um homem nos olhos. Você, jornalista que se criou em sociedade onde qualquer um anda com quem bem entende e olha nos olhos de quem quiser, você não nos contou nada disso, Samy.

Nem todos os leitores sabem que, no Irã, os homossexuais são condenados à morte. Jamais o vi condenar esse atentado ao direito de cada um exercer a sexualidade que bem entender. Em nosso atrasado continente, salvo alguma ilhota da América Central, homossexualismo há muito deixou de ser crime. Neste ano da graça, a punição com morte só ocorre no Irã e quatro países árabes. No país dos aiatolás, com uma curiosa peculiaridade. Se homossexualismo é proibido e punido com morte, trocar de sexo é inclusive incentivado pelo Estado. A medida foi avalizada pelo revolucionário aiatolá Khomeini.

Não ouse, no Irã contemporâneo, travestir-se. Macho é macho e fêmea é fêmea. Homem não pode usar chador, nem mulher pode usar vestes masculinas. Mas os sábios aiatolás lhes permitem trocar de sexo. Feita a cirurgia, o homem passa a usar chador. (Nada de vestir-se despudoradamente à ocidental, é claro). Mas atenção: não volte a usar vestes masculinas. Trate de renovar o guarda-roupa. Usar suas antigas roupas agora é crime. Em verdade, a mudança de sexo não é exatamente uma permissão. E sim uma imposição. Se você, homem, gosta de homem, trate logo de cortar o que o identifica como homem e transforme-se em mulher. Só então poderá ter relações com homens.

Ou vice-versa. Se você é mulher e gosta de mulher, trate de fechar essa fenda obscena e construa um pênis, ainda que discreto. Antes da cirurgia, não ouse desfilar pelas ruas sua futura condição. A menos que porte consigo um documento provando que a cirurgia foi permitida. No entanto, você, como correspondente, nos subtraiu esta curiosa característica da atual cultura persa.


Você nunca nos falou da fórmula genial que os aiatolás encontraram para resolver esse problema jamais resolvido pelo Ocidente. Por definição, não há prostituição no Irã. Se o Ocidente ainda debate a questão do sexo pago, coube ao islâmico Irã desatar o nó, apelando também à castidade. Há mais de dez anos, o jornal conservador Afarinesh noticiava que duas agências do governo haviam encontrado a fórmula para resolver o problema. Seriam criadas as chamadas "casas de castidade", onde o cidadão poderia exercitar sua luxúria em ambiente seguro e saudável. De acordo com o artigo, o plano envolvia o uso de forças de segurança, líderes religiosos e do judiciário para administrar as casas.

De acordo com os números oficiais da época, cerca de 300 mil profissionais trabalhavam nas ruas da capital, que tinha então 12 milhões de habitantes. Para o aiatolá Muhammad Moussavi Bojnourdi, as casas de castidade se justificam "pela urgência da situação em nossa sociedade. Se quisermos ser realistas e limparmos a cidade dessas mulheres, precisamos usar o caminho que o Islã nos oferece".

Este caminho é o sigheh, o matrimônio temporário permitido pelo ramo xiita do Islã, que pode durar alguns minutos ou 99 anos, especialmente recomendado para viúvas que precisam de suporte financeiro. Reza a tradição que o próprio Maomé o teria aconselhado para seus companheiros e soldados. O casamento é feito mediante a recitação de um versículo do Alcorão. O contrato oral não precisa ser registrado, e o versículo pode ser lido por qualquer um. As mulheres são pagas pelo contrato.

Esta prática foi aprovada após a "revolução" liderada pelo aiatolá Khomeiny, que derrubou o regime ocidentalizante do xá Reza Palhevi, como forma de canalizar o desejo dos jovens sob a segregação sexual estrita da república islâmica. Num passe de mágica, a prostituição deixa de existir. O que há são relações normais entre duas pessoas casadas. Não há mais bordéis. Mas casas de castidade. A cidade está limpa. Você, Samy, como correspondente em Teerã, subtraiu este importante dado a seus leitores.

Daqui de São Paulo, consigo melhor do que você a teocracia islâmica. Me corrijo: certamente você a vê melhor, já que está mergulhado nela. Ocorre que você é muçulmano e não consegue libertar-se de sua crença. Suponho que você aprecie um bom vinho, afinal crente nenhum é perfeito. Sem falar que você nasceu entre infiéis, em um país que corrompe seus cidadãos desde o berço. Nascido em sociedade livre, você adotou como pátria intelectual uma sociedade tirânica.

Não que eu queira pautá-lo, Samy. Mas tenho certeza de que seus leitores gostariam de ouvir estas informações. Você porta uma máscara de jornalista imbuído dos ideais do Ocidente. A máscara colou à pele e ninguém veria em você, à primeira vista, um defensor da barbárie. Confrontado com seus dogmas, você deixa cair a máscara. E passa a acusar de islamófobo e racista quem defende a tradição libertária do Ocidente.

Sinta-se à vontade para responder-me neste blog. Ofereço-lhe o mesmo espaço deste artigo. Não precisa fazer postagens curtinhas em páginas alheias do Facebook.

Allah u Akbar! Mas não muito.

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Zélia Adghirny, professora de jornalismo da Universidade de Brasília, escreve:>

“Artigo ignóbil, incitação ao ódio e ao racismo”.

Salve, Zélia! Há quanto tempo! Pelo jeito, legaste ao Samy teu espírito de síntese. Como boa stalinista, só podias tomar a defesa dos cabeças-de-toalha.
Depois da queda do Muro, o marxismo reduziu-se a um anti-americanismo infantil. O inimigo de meu inimigo é meu amigo, não é isso? Mas tens colegas ilustres nessa tua defesa do Islã. Entre eles, por exemplo, o libertário – e muito querido nas universidades – Michel Foucault. Que não hesitou em fazer a defesa da “revolução” dos aiatolás.

Ou, mais perto no tempo, o ilustre prêmio Nobel Günther Grass. Ex-membro da Waffen-SS é verdade, mas ninguém é perfeito. Ainda há pouco, Grass se solidarizava com Ahmadnejad, em suas pretensões de varrer Israel do mapa.

Vocês, comunistas, não conseguiram conquistar a Europa com o marxismo e querem destruí-la agora com o islamismo. Suponho que votas no PT, não? Petistas é que gostam - na falta de argumentos - de atribuir ódio e racismo aos que atacam suas bandeiras.

És jornalista e acadêmica, tiveste educação na França e viveste em um país árabe. Bem que poderias nos noticiar sobre a condição feminina no Islã, sobre a ablação do clitóris e infibulação da vagina, sobre o sigheh e a condenação à morte dos homossexuais no Irã. Teu depoimento, como mulher independente, seria uma bela contribuição ao debate.

Somos todos ouvidos, Zélia, eu e meus leitores. Também podes publicar neste blog, em espaço confortável, em vez de postar mensagens telegráficas em páginas alheias.
 
28 de setembro de 2012