"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



terça-feira, 27 de novembro de 2012

SANATÓRIO GERAL DA "POLÍTICA"

Memória curta

“Propor convocar o Lula é uma aberração. É desespero da oposição que não tem projeto de país e fica pescando em águas turvas”.

Jilmar Tatto, líder do PT na Câmara, sobre a tentativa da oposição de convocar o ex-presidente, explicando que Lula não sabe quem é Rosemary Noronha, nem lembra onde fica o escritório da Presidência da República em São Paulo.

Pureza é isso

“Se Genoino cair no Rio Pinheiros, é capaz de purificá-lo em dez minutos, dada sua pureza que é agora achincalhada”.

Vicente Cândido, deputado federal do PT paulista, em outro ato do Movimento pela Impunidade dos Bandidos Companheiros, sobre a condenação de José Genoíno, revelando que gente que vai para a cadeia por corrupção ativa e formação de quadrilha é o que há de mais puro no partido das vestais de araque que caíram na vida e gostaram do bordel.

Esse odeia São Paulo

“Lula é o melhor nome para o governo paulista em 2014. É uma pena o nosso candidato imbatível não aceitar nem pensar nesta ideia de concorrer a governador de São Paulo. Você já imaginou uma chapa com Lula para governador tendo Gabriel Chalita, do PMDB, como vice?”

João Santana, marqueteiro oficial do PT, em entrevista à Folha desta segunda-feira, revelando que seu maior sonho é ganhar muito dinheiro com o plano de destruir São Paulo para viver com muito conforto em Salvador e comprar mais terras na Bahia.

De pé na cela

“Eu estava marcado para morrer. Só não fui fuzilado porque no Brasil não existe pena de morte. E o problema é que eu não tenho vocação para a morte. Vou ficar de pé”.

José Dirceu, em mais um ato do Movimento pela Impunidade dos Bandidos Companheiros, informando que, para vingar-se dos que o marcaram para morrer, vai dispensar o catre e dormir em pé nos quase dois anos de cadeia.

Ah, bom!

“Minha inocência está registrada para a história nos autos do próprio STF”.

José Genoino, em mais um ato do Movimento pela Impunidade dos Companheiros Bandidos, explicando que foi condenado por corrupção ativa e formação de quadrilha porque os ministros do Supremo Tribunal Federal não leram o processo do mensalão.

A volta da lengalenga

“Eu me senti apunhalado pelas costas”.

Lula, sobre Rosemary Noronha, instalada por ele na chefia de gabinete do escritório da Presidência da República em São Paulo e indiciada pela Polícia Federal por corrupção e formação de quadrilha, recitando a lengalenga que repete desde 2003 sempre que aparece mais um andor da maior procissão de escândalos da história do Brasil.
 
27 de novembro de 2012
Augusto Nunes

IMAGEM DO DIA

Banhista próximo à área do mar que ficou vermelha devido a uma alta proliferação de algas na praia de Clovelly, em Sydney, na Austrália, nesta terça-feira (27)
Banhista próximo à área do mar que ficou vermelha devido a uma alta proliferação de algas na praia de Clovelly, em Sydney, na Austrália, nesta terça-feira (27) - William West/AFP
 
27 de novembro de 2012

MUITA AÇÃO, POUCAS IDÉIAS

 




Repórter obstinado, pesquisador competente e escritor talentoso, o jornalista Mário Magalhães dedicou-se nos últimos nove anos ao resgate da história de Carlos Marighella (1911-69), militante comunista na juventude, deputado constituinte com menos de 40 anos e fundador, já cinquentão, da Ação Libertadora Nacional (ALN), a mais conhecida das siglas que afundaram na opção pela luta armada contra a ditadura militar. Magalhães desmontou versões fantasiosas, corrigiu equívocos, resgatou documentos dados por perdidos, escavou episódios desconhecidos ─ e reconstituiu detalhadamente a trajetória do inspirador de Marighella – O guerrilheiro que incendiou o mundo (Companhia das Letras; 732 páginas; 45 reais). Ao imprimir um ritmo de thriller à narrativa, o autor tornou possível completar, sem tantas pausas ofegantes, a extensa travessia do que prefere qualificar de reportagem.

Seria uma biografia exemplar se o biógrafo tivesse resistido à tentação de tratar Marighella com brandura. O baiano jovial que fazia versos e gracejava com parceiros de aventuras poderia ter cedidoo alguns dos numerosos parágrafos que ocupa ao devoto de Stalin que celebrava “a beleza que há em matar com naturalidade”. E a presença do guerrilheiro urbano é tão opressiva que não sobra espaço para a contemplação do terrorista confesso. No Manual do Guerrilheiro Urbano, publicado em 1969, o biografado reserva um capítulo inteiro ao terrorismo, “uma arma que o revolucionário não pode abandonar”. Se essa face escura merecesse a atenção devida, a figura desenhada não pareceria frequentemente inverossímil.

Ainda assim, seguiria sem resposta a única interrogação de bom tamanho que o autor não conseguiu remover: com tantos protagonistas da História do Brasil à espera de um bom biógrafo, por que consumir tantos anos de investigação e tantas centenas de páginas na exumação de um coadjuvante vocacional? O guerrilheiro que incendiou o mundo ─ proeza que nem os admiradores de Che Guevara ousaram reivindicar ─ existiu apenas no título do livro. O que emerge da leitura é um homem de ação com coragem de sobra e juízo de menos, e que só desempenhou o papel de n° 1 na organização clandestina que, de 1067 a 1969, comandou com uma arma na mão e nenhuma ideia sensata na cabeça.

O Marighella militante e depois dirigente do Partido Comunista Brasileiro foi mais um entre tantos cumpridores das ordens do onipresente Luiz Carlos Prestes, todos convencidos de que vale tudo para a implantação da ditadura do proletariado. O Marighella deputado constituinte foi o mais aplicado companheiro de bancada de um Jorge Amado já na antessala da consagração como romancista. O Marighella surpreendido pelo golpe militar de 31 de março de 1964 só virou notícia por ter enfrentado a socos e pontapés os policiais que o prenderam, dois meses depois do mergulho na clandestinidade, no interior de um cinema no Rio. Como não havia testemunhas da luta corporal, a própria notícia foi às redações dos jornais assim saiu da cadeia. Provou o que dizia com a exibição das marcas da pancadaria.

Mesmo o comandante supremo da ALN teve seus poderes frequentemente confiscados por subordinados hierárquicos. Mário Magalhães descobriu, por exemplo, que Marighella só soube do sequestro do embaixador americano Charles Burke Elbrick depois de consumada, em parceria com o Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8), a mais espetacular operação promovida por partidários da luta armada. O n° 2 da ALN, Joaquim Câmara Ferreira, endossou e ajudou a executar o plano por estar convencido de que o chefe gostaria da ideia. Errou, revela o livro. Num raro surto de lucidez, Marighella compreendeu que o sequestro de um embaixador dos EUA provocaria retaliações extraordinariamente superiores, em intensidade e violência, ao poder de fogo da minúscula tropa empenhada na perseguição do paraíso socialista.

Capturado em 4 de setembro de 1969, Elbrick foi solto três dias mais tarde em troca da libertação de 15 presos políticos. Em 4 de novembro, Marighella foi fuzilado numa rua de São Paulo por um grupo de policiais chefiado pelo delegado Sérgio Fleury. Até sucumbir à emboscada, ele passara dois anos sonhando na cidade com a guerrilha rural sempre adiada por um assalto a banco, um atentado a bomba ou a execução de um empresário. O guerrilheiro urbano que se imaginava incendiando os campos do Brasil jamais entrou em combate contra tropas regulares do Exército. Só enfrentou a polícia política. Como em todas as batalhas anteriores, perdeu.

27 de novembro de 2012
Augusto Nunes

A ORDEM VEIO DE CIMA

 



É flagrante a incapacidade de setores do PT de conviver com algumas das mais vitais conquistas das sociedades civilizadas, especialmente a oposição, a justiça e a liberdade de expressão.
Os petistas radicais até toleram a existência de oposicionistas, tribunais, juízes, revistas e jornais, mas desde que não interfiram nos seus planos de perpetuação no poder.
Para esse pessoal, oposição no Parlamento, tribunais e órgãos de imprensa devem existir apenas para dar um ar de normalidade ao Brasil ─ e ai deles se extrapolarem esse papel subserviente aos interesses do partido. Essa visão caolha da democracia leva os radicais a extremos.
Quando contrariados, eles acusam a oposição de fazer oposição, os juízes de fazer justiça e a imprensa livre de apurar e revelar fatos. Esses militantes têm também uma visão bem particular do papel de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). Para eles, as CPIs, como qualquer outra instituição do estado, devem servir aos interesses do partido, e não ao povo brasileiro. CPI boa para eles é aquela que eles podem manipular.

No início do ano, o ex-presidente Lula mandou o PT criar uma CPI com o pretexto de investigar as relações do contraventor Carlinhos Cachoeira com autoridades e empreiteiras remuneradas com recursos públicos. A ordem era claríssima: em vez de esquadrinharem os tentáculos da organização criminosa desbaratada pela Polícia Federal, os petistas deveriam usar a comissão para atacar desafetos na oposição e desqualificar o trabalho do Ministério Público e da imprensa, responsáveis pela descoberta e pela denúncia do esquema do mensalão.
Lula via na CPI uma oportunidade de ouro para tumultuar o julgamento e facilitar a absolvição dos mensaleiros pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Durante seis meses, os petistas tentaram cumprir o roteiro traçado pelo chefe, mas fracassaram e ─ pior ─ deram um tiro no próprio pé.
O STF percebeu a manobra, rechaçou a cortina de fumaça e condenou à prisão a antiga cúpula do partido. O maior escândalo de corrupção política da história do país estava, enfim, punido pelo Judiciário ─ e a biografia de Lula e do PT manchada pelo carimbo da corrupção. Nada que fizesse o partido desistir da desforra pretendida, desde sempre, contra os “adversários” de seu projeto de poder.

A nova tentativa de vingança começou a ser desenhada na última terça-feira, quando a direção do PT convocou o deputado Odair Cunha, relator da CPI do Cachoeira, para uma série de reuniões em Brasília. Comandados pelo presidente do partido, Rui Falcão, que participava das conversas por telefone, os deputados Paulo Teixeira e Jilmar Tatto, além dos senadores Walter Pinheiro e José Pimentel, exigiram que Odair Cunha incluísse no relatório final da comissão ataques infundados e sanções ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, e a Policarpo Junior, diretor da sucursal de Brasília e um dos redatores-chefes de VEJA.
Odair Cunha foi confrontado com ameaças feitas de maneira chula, como é da natureza dos envolvidos. A tropa petista dizia que, se não cumprisse o determinado, Odair Cunha se tomaria um pária dentro do PT, não teria mais espaço para nada, “estaria f…”.
De que lado você está? Do nosso lado ou do lado deles?”, perguntavam os falcões petistas, que tinham em Jilmar Tatto, líder da legenda na Câmara, seu agente mais exaltado. Odair Cunha resistiu até o fim da tarde, quando pediu à sua equipe que obedecesse à direção do PT.

Seguindo ordens de Lula e Falcão, durante os seis meses a assessoria do relator se dedicou a levantar provas incriminatórias da atuação de Policarpo Junior. A meta era desqualificar o jornalista e a revista VEJA, cujas reportagens ajudaram a revelar irregularidades nas gestões petistas, como o próprio mensalão.
Obviamente nada foi encontrado, pois nada de errado havia sido feito. Odair Cunha se resignou aos fatos, e lembrava a seus interlocutores que, em depoimentos à comissão, os delegados e procuradores responsáveis por investigar Carlinhos Cachoeira reafirmaram o que as gravações legais mostravam: Policarpo Junior procurava o contraventor em busca de informações de interesse público, sem prometer ou dar contrapartidas. Os fatos são esses.
Mas, no afã de se vingar, os petistas mandaram Odair Cunha esquecer os fatos. Por isso sumiram do relatório os depoimentos dos delegados e procuradores isentando o jornalista de VEJA de qualquer desvio de conduta.

Na última terça-feira, Odair Cunha voltou a lembrar aos petistas que não havia elementos para indiciar Policarpo Junior, a fim de demovê-los do revide. Ouviu como resposta que virara “advogado do Policarpo”. Rui Falcão e os outros falcões de Lula obrigaram Odair Cunha a trair suas convicções e pedir, contra todas as provas, o indiciamento do jornalista de VEJA. Prevaleceu o desejo de vingança. Os mais importantes órgãos de imprensa do país ─ Folha de S.Paulo, O Estado de S. Paulo e O Globo ─ criticaram com contundência o relatório final de Odair Cunha. Integrantes da CPI engrossaram o coro. “Não investigamos o que deveríamos. A CPI virou um instrumento de perseguição político-partidária”, reagiu o senador Pedro Taques (PDT-MT).

A retaliação da cúpula petista contra Roberto Gurgel, procurador-geral da República, também foi empurrada goela abaixo de Odair Cunha. Seu relatório pede que o Conselho Nacional do Ministério Público investigue Gurgel. Por que mesmo? Porque Gurgel referendou as conclusões de seu antecessor no cargo pedindo a condenação dos mensaleiros pelo STF. Gurgel reagiu à ousadia dos radicais petistas:
“Quando o Ministério Publico atua, quando exerce a sua missão constitucional, com muita frequência aqueles inconformados com essa atuação promovem retaliações”. Odair Cunha pediu o indiciamento de 46 pessoas ─ entre elas o governador de Goiás, Marconi Perillo, tucano que virou desafeto de Lula depois de ter alertado o ex-presidente da existência do mensalão.
O texto tem 5 000 páginas. Mesmo assim, faltou espaço para detalhar o milionário propinoduto operado pela Delta, empreiteira da qual o mensaleiro petista José Dirceu era consultor. Mais uma evidência de que o PT transformou de vez as CPIs, outrora vitais instrumentos de combate à corrupção, em arma de disputa política, perseguição e vingança.

O revanchismo de Lula e seus falcões terá vida curta. É nula a possibilidade de o plenário da CPI aprovar um relatório que serve aos interesses do partido e não ao país. Na quinta-feira passada, Odair Cunha recebeu um telefonema de uma alta autoridade do Judiciário. Ele conversava com o deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) quando o telefone tocou.

Do outro lado da linha, a autoridade recomendou a ele prudência ao analisar o caso do procurador-geral. A ligação contribuiu para a decisão do relator de adiar a leitura do texto. “Meu maior erro foi ceder à pressão. Eu não deveria ter apresentado aquele relatório”, confidenciou Odair Cunha a pessoas próximas, acrescentando se sentir “tratorado” pela direção do PT.

Mas o relator tem ainda meios de escapar da extorsão que sofreu dos radicais. A sociedade brasileira está em lua de mel com ministros do STF nomeados por presidentes petistas, Lula e Dilma, justamente por eles terem sido fiéis à doutrina jurídica e à sua consciência, resistindo às chantagens dos mensaleiros e seus sequazes.

Odair Cunha pode sair engrandecido do episódio perante a nação. Para isso, basta que denuncie oficialmente a coerção que sofreu. No coração e mente dos brasileiros de bem sempre cabe mais um Joaquim Barbosa.
DE OLHOS BEM FECHADOS

Três histórias nada edificantes que a CPI preferiu empurrar para debaixo do tapete
Dinheiro de campanha

Em depoimento à CPI, Luiz Antonio Pagot, ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), contou que, em 2010, quando ainda estava à frente do órgão, procurou empreiteiros prestadores de serviço ao governo para pedir ajuda financeira à campanha presidencial do PT ─ um evidente caso de, no mínimo, brutal conflito de interesses. O responsável por contratar, pagar e fiscalizar o trabalho das empresas pede a elas doações dentro de um gabinete público. Quem negaria? Pagot contou que recebeu pessoalmente os boletos bancários, confirmando os depósitos por parte dos doadores. Além de o caso não ter sido investigado, o relatório omitiu essa informação.
 
Tráfico de influência

Os engenheiros Romênio Machado e José Augusto Quintella chegaram a ser convocados, mas nunca foram ouvidos pela CPI. E o que os dois tinham a contar? Ex-sócios da construtora Delta, Machado e Quintella conhecem alguns dos caminhos percorridos pela empreiteira até chegar à posição de maior parceira do governo federal. Um deles contratou os serviços do ex-ministro José Dirceu para ter acesso a pessoas influentes do governo. Outro pagou propina. Foi assim que a empresa conseguiu, por exemplo, contratos bilionários com a Petrobras. Os engenheiros também ouviram do presidente da Delta que, com 6 milhões de reais, ele conseguiria comprar um senador.

Caixa clandestino

A CPI deixou de seguir o que parecia ser a mais promissora das pistas. A partir das movimentações bancárias da construtora Delta, descobriu-se que o empresário Adir Assad, dono de um pool de empresas-fantasma, recebera mais de 250 milhões de reais da empreiteira sem ter prestado serviço algum que justificasse os pagamentos. O dinheiro teria sido carreado clandestinamente para campanhas políticas e pagamento de propinas, conforme o próprio dono da Delta, Fernando Cavendish, chegou a admitir em conversas reservadas. Há um impressionante aumento de repasses nos anos eleitorais. Assad foi convocado pela CPI, mas permaneceu calado. Ele também não foi indiciado no relatório elaborado pelo petista Odair Cunha.

27 de novembro de 2012
DANIEL PEREIRA E ROBSON BONIN, Veja impressa
 

CARDOZO NA BLINDAGEM

José Eduardo Cardozo
 
Rosemary Noronha já tem muito a agradecer a José Eduardo Cardozo. Embora não tenha atendido o seu telefonema na manhã do dia da operação Porto Seguro, é ele quem está cuidando da blindagem dela no Senado. Cardozo passou o dia em contato com parlamentares da base aliada.

A ordem é: não admitir a convocação de Rose e, se possível, dos irmãos Rubens e Paulo Vieira . Como se sabe, a primeira batalha foi ganha.

O segundo capítulo da guerra será amanhã, na sessão da CCJ. E Cardozo continua na luta. Por isso, está conversando com seus pares e lembrando que o potencial ofensivo de um eventual depoimento de Rose no Congresso é incalculável.

A avaliação é que Rosemary não tem nenhum preparo para suportar a pressão dos opositores ao governo. Além disso, após a operação da Polícia Federal, Rose perdeu o pouco que tinha, menos a solidariedade dos petistas, claro.

A base aliada já entendeu. Obviamente, o ideal é blindar todo e qualquer membro do governo, mas, se não der para vencer todas, que o Congresso ouça apenas os caciques de AGU, ANA, Anac e até o próprio Cardozo.

No caso dos comandantes das agências reguladoras e da AGU, a questão crucial são os pareceres emitidos. E acredita-se que Luís Inácio Adams, Marcelo Guaranys e Vicente Andreu Guillo darão conta de atenuar os danos do bombardeio a que eles seriam submetidos, seja na Câmara ou no Senado.

Já no tópico Rosemary, o risco não está na caneta, mas na língua. Se ela resolver abrir a boca, sai de baixo.

27 de novembro de 2012
Por Lauro Jardim

POLÍCIA FEDERAL INVESTIGA VICE-PRESIDENTE DOS CORREIOS

PF diz que Vieira teria oferecido suborno a ele; estatal vai abrir sindicância

 - O vice-presidente jurídico dos Correios, Jefferson Carlos Carús Guedes, foi investigado pela Polícia Federal (PF) na operação Porto Seguro. Segundo o relatório da PF, o então diretor da Agência Nacional de Águas (ANA) Paulo Rodrigues Vieira teria tentado subornar Guedes para beneficiar em licitações a empresa LM Negócios Inteligentes. Ainda de acordo com o relatório, Guedes chegou a receber o dono da empresa, Lucas Henrique Batista.
 
Guedes chegou a ser, em 2008, procurador-geral da União, na gestão do hoje ministro do Supremo Tribunal Federal José Antonio Dias Tofolli. Depois de dez meses no cargo, pediu demissão ao ser acusado de formação de quadrilha pela PF e pelo Ministério Público Federal em outra operação, a Perseu, que desbaratou uma rede de corrupção e fraudes ligando funcionários do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). Guedes se desligou da Advocacia Geral da União (AGU) para, segundo ele, evitar danos à imagem da instituição. Em 2011, ingressou no comando dos Correios.

Em ofício à Justiça Federal, a PF pede a “condução coercitiva” de Guedes para prestar depoimento. No documento, ele é listado como “investigado”. A PF fez busca e apreensão na sala do vice-presidente para levar documentos e computador.

Segundo o relatório policial, “há indicativos de que Paulo Vieira, juntamente com Lucas Henrique Batista, participou de licitações de agências de correio em São Paulo por meio da empresa LM Negócios Inteligentes. Há indicativos de que, para favorecer a empresa, ofereceu 'livros' ao vice-presidente Jefferson Carlos Carús Guedes.” “Livros” é o código usado pelo esquema de Vieira para identificar propina.

Em outro trecho, a PF afirma ainda que “há indicativos de que Jefferson recebeu Lucas Henrique em Brasília por conta de um recurso relacionado à empresa LM”. Segundo o Diário Oficial da União, em 28 de maio deste ano, a LM foi inabilitada na concorrência 4056/2011, cujo objeto era a “contratação da instalação e operação de agências de correios”.

A Polícia Federal não esclarece se o pagamento de propina foi aceito por Guedes. Por meio da assessoria dos Correios, Guedes negou que tenha sido oferecida propina. Ele disse ainda não ter prestado depoimento, mas se colocado à disposição da PF. Os Correios informaram que não têm contratos com a LM e que abrirão uma sindicância para apurar o caso.

27 de novembro de 2012
Tatiana Farah - O Globo
 

DELATOR DE FRAUDES LULISTAS EM ÓRGÃOS PÚBLICOS CITA DIRCEU

Delator de fraudes em órgãos públicos cita José Dirceu
Segundo ex-auditor, diretor afastado de agência mencionou ex-ministro; petista nega
 
Delator. Antes da denúncia, Cyonil Borges perguntou por publicação (propina) para dar entrada em um “apertamento” Foto: Reprodução
Delator. Antes da denúncia, Cyonil Borges perguntou por publicação (propina) para dar entrada em um “apertamento”Reprodução

Delator do esquema de venda de pareceres descoberto na Operação Porto Seguro, da Polícia Federal (PF), o ex-auditor de Controle Externo do Tribunal de Contas da União (TCU) em São Paulo Cyonil da Cunha de Borges de Faria Júnior citou em depoimento à polícia que o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu tinha interesse no processo do TCU que investigava a conduta da empresa Tecondi.

A firma usava instalações portuárias que não estavam previstas na concorrência inicial feita em 1998 pela Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), e, por isso, era alvo da ação do TCU. Cyonil disse ter recebido oferta de R$ 300 mil para emitir um parecer favorável à empresa, dos quais R$ 100 mil chegaram a ser pagos.
 
Em depoimento prestado na Superintendência Regional da Polícia Federal em São Paulo, em julho do ano passado, o servidor foi perguntado pelo delegado responsável pelo inquérito, Ricardo Hiroshi Ishida, se teria algum outro nome envolvido nos fatos investigados além dos irmãos Paulo e Rubens Vieira, e do dono da Tecondi, Carlos Cesar Floriano. Nessa hora, Cyonil deu mais detalhes sobre os encontros que teve com os citados e disse que Paulo Rodrigues Vieira chegou a mencionar “que José Dirceu tinha interesse no andamento do processo”, segundo o depoimento obtido por O GLOBO.

O ex-ministro nega envolvimento com o caso.

Condenado a 10 anos e 10 meses de prisão por corrupção ativa e formação de quadrilha no julgamento do mensalão, Dirceu não chegou a ser citado no relatório final da PF que motivou os seis pedidos de prisão e cumprimento de 43 mandados de busca e apreensão em endereços do Distrito Federal e do estado de São Paulo, na última sexta-feira. No entanto, segundo o superintendente da PF em São Paulo, Roberto Troncon Filho, as investigações prosseguirão a partir da análise do material apreendido em endereços frequentados pelos envolvidos.

Nesta segunda-feira, por meio de sua assessoria, o ex-ministro informou que não tem interesse na Tecondi, empresa citada na investigação da Operação Porto Seguro, e que “jamais prestou qualquer espécie de serviço” para ela. Desde que deixou o governo, em 2005, José Dirceu presta serviços de consultoria a empresas.

Ainda por meio da assessoria, o ex-ministro negou conhecer Paulo Vieira e também manter relacionamento pessoal ou profissional com o irmão dele, Rubens, ou com Carlos Cesar Floriano, dono da Tecondi. “Dirceu não conhece o mencionado Paulo Rodrigues Vieira — que, se usou o nome do ex-ministro, o fez de forma indevida”, afirmou a assessoria em nota.

Segundo a PF, Cyonil se arrependeu de escrever parecer favorável à empresa que atuava no porto de Santos, devolveu a primeira parcela da propina que teria sido paga por Paulo Vieira, de R$ 100 mil, e denunciou o esquema. A partir daí, começaram as investigações que já resultaram no indiciamento de 19 pessoas, entre elas a ex-chefe de gabinete do escritório da Presidência da República em São Paulo Rosemary Nóvoa Noronha.

Atualmente, Cyonil é fiscal de tributos no Rio de Janeiro. Em conversas com colegas na internet dois dias depois que a operação da PF foi deflagrada, o ex-auditor disse ter se sentido pressionado a colaborar com a quadrilha.

“O sujeito, depois de milhões de e-mails (praticamente me caçando na cidade de SP), foi até a portaria do meu prédio. Adivinha pra quê? Pra entregar R$...PQP! Bati pino, não achava que ele fosse capaz de uma porra desta. Na ocasião, não desci pra receber nada dele. Fiquei puto... Mudei de endereço... Tive paralisia facial”, disse o ex-auditor do TCU em conversas com amigos na internet no domingo, obtidas pelo GLOBO.

Cyonil disse também que tem “gravações” das conversas com o corruptor. “Fiz reunir toda a documentação, para depois disso, denunciá-lo e os outros empresários. Juntei tudo, até meus extratos bancários, algumas GRAVAÇÕES QUE FIZ... A porra toda... Todos os processos em que atuei. Minha postura sempre séria e técnica”.

No entanto, e-mails trocados pelo ex-auditor com Paulo Vieira, que constam do inquérito, demonstram uma relação de amizade e bastante intimidade entre os dois. Nos e-mails, o servidor se referia constantemente a Vieira como “brother” e, quando falava da propina prometida, se referia à entrega de “livros”. “Brother, tem como você reservar com o Marcelo, para o dia 11 de janeiro, os livros? É uma emergência, espero que entenda a minha pressa”, escreveu em e-mail de 30 de dezembro de 2010.

Em 11 de fevereiro de 2011, o então auditor voltou a cobrar os valores e revelou o motivo da urgência: queria dar entrada na compra de um imóvel. “Brother, não quero ser chato. Já vencemos o dia 11, 21 de janeiro. Será que nesse mês de fevereiro teremos alguma publicação? Como te disse, preciso para dar entrada em um apERTAmento, rsrsrrs... coisa pequena”, escreveu.

Vieira respondeu ironizando a postura do rapaz: “Não posso confiar essas coisas (livros) a qualquer pessoa e o meu irmão tá com um puta problema pessoal. Não te entendo. 1º diz que não tá nem aí, agora vem com uma pressa dessas, tem paciência meu amigo! RSS!.. vou ver como posso fazer”.

Meses antes de cobrar agilidade no pagamento, em 2 de novembro de 2010, Cyonil chegou a dizer a Paulo Vieira que estava tendo dificuldades para dormir e se sentindo mal devido ao processo. Em mensagem falou até que estava consultando o Código Penal Brasileiro para saber “quanto tempo ficaria de molho”.

“Tenho muito medo de estragar minha carreira. Não sei o que o amigo está pensando em fazer. Mas se algo de ruim, por favor, desista! Sério, não sou uma pessoa ruim!”, escreveu.

Quando procurou a PF pela primeira vez, o auditor informou o número de uma conta onde estariam os R$ 100 mil recebidos de propina. No entanto, a PF constatou que o dinheiro depositado era parte de um empréstimo consignado obtido pelo servidor. Cyonil admitiu, então, ter usado parte do dinheiro. Ainda assim, não foi denunciado e consta no processo como denunciante.

O processo sobre supostas irregularidades nos negócios entre a Tecondi e a Codesp vinha se arrastando desde o início da década passada. A empresa ganhou o direito de explorar uma área de 170 mil metros quadrados no Porto de Santos. Só as obras de infraestrutura no local ficariam em torno de R$ 139 milhões.

Mas o negócio emperrou por falta de licença ambiental e outros problemas. A Companhia Docas decidiu, então, ceder um outro terreno mais valioso para a Tecondi.

O parecer de Cyonil poderia validar a transação. Mas, em 2010, o tribunal apontou irregularidades na transação e determinou a suspensão de novas concessões à Tecondi. Em 1º de agosto deste ano, o plenário do TCU confirmou a existência de irregularidades e determinou a não renovação do contrato entre a Tecondi e a Companhia Docas.

O tribunal mandou as informações para o Ministério Público Federal e para a Presidência da República, entre outras instituições.

27 de novembro de 2012
Thiago Herdy, Marcelle Ribeiro e Jailton de Carvalho - O Globo

"SITUAÇÃO DELICADA"

A presidente Dilma fica em situação muito delicada toda vez que acontece um caso de corrupção no seu governo. Toma a decisão de demitir os envolvidos, passa a ideia ao grande público, por informações de anônimos assessores, de que não tem nada a ver com aquilo, que as pessoas foram nomeadas a pedido de Lula, a quem não poderia deixar de atender, mas que não tolera corrupção e, quando descobre, coloca fora do governo o acusado.

Isso dá a ela uma boa margem de manobra, especialmente diante da classe média que está conquistando com decisões aparentemente independentes. E creio mesmo que o próprio ex-presidente Lula aceita essa situação avaliando os ganhos políticos que ela traz para a presidente.

A questão é até quando ela conseguirá permanecer nessa posição, tirando todo o proveito da proximidade de Lula e, ao mesmo tempo, vendendo imagem de autonomia em relação a ele.

Já não está sendo possível aceitar que tudo de ruim que acontece seja culpa do antecessor, mesmo que ela não explicite essa acusação, apenas a insinue.

E negue oficialmente quando, a exemplo do ex-presidente Fernando Henrique, tentam explicar os fracassos de seu governo com suposta “herança maldita”.

Afinal, Dilma já está na segunda metade de seu governo, foi a responsável pela nomeação de todos os ministros que já demitiu por suspeita de corrupção — e, por sinal, nada aconteceu a nenhum deles em termos concretos — e até mesmo essa chefe do gabinete da Presidência em SP, Rosemary Noronha, foi nomeada por Dilma quando era chefe da Casa Civil, e mantida no cargo a pedido de Lula.

Sabe-se agora que o gabinete da Presidência em SP era um segundo escritório de Lula, fora do Instituto Cidadania, e por isso mesmo ele teve inusitada agitação este ano, com inúmeras reuniões de Dilma e Lula.

Até que ponto a presidente tem condições de autonomia em relação a um pedido de Lula? Até que ponto seu governo tem mecanismos para detectar desvios como os que dominaram vários ministérios no início de seu governo e agora dominam o gabinete presidencial e o segundo nome da Advocacia Geral da União?

Está ficando cada vez mais próximo o momento em que não será mais possível isentar Dilma de erros que sucessivamente acontecem. Fica a cada dia mais difícil para ela se isentar de “malfeitos” após estar no governo mais de dois anos.

As andanças da ex-ministra Erenice Guerra em órgãos oficiais e a proteção ao ministro Fernando Pimentel, a ponto de alterar o Conselho de Ética da Presidência, apontam para leniência com amigos.

Sempre que precisa, ou é exigido dela, dar demonstração de lealdade, ela dá, até entrar de corpo e alma na campanha municipal, que afirmara que não faria. Foi a todos os palanques que Lula via como estratégicos, articulou a candidatura de Patrus Ananias em BH e foi às raias da grosseria quando achou que precisava marcar posição, caso da disputa em Salvador, quando acabou ajudando ACM Neto ao fazer insinuações sobre sua estatura no palanque de Nelson Pellegrino.

Não creio que dê para ela ficar em cima do muro muito tempo mais; é difícil se desvincular, como é difícil Lula se desvincular do mensalão, ou do escândalo mais recente com pessoa muito ligada a ele envolvida. Dizer pela enésima vez que foi “esfaqueado pelas costas”, então, se torna patético.

Nenhum dos escândalos que estouraram foi detectado pelos órgãos de investigação, todos foram decorrência de denúncias da grande imprensa ou delação premiada. Mais uma vez a Presidência como instituição se vê envolvida em escândalos, gerados a partir de funcionários de confiança, nesse caso escolhidos com requintes que mostram intenção de nomear determinadas pessoas para os cargos determinados.

O diretor da Agência Nacional de Águas, Paulo Vieira, teve padrinhos poderosos: Rosemary convenceu Lula e o ex-ministro José Dirceu, com quem trabalhara por 12 anos, a bancá-lo. Foi rejeitado duas vezes pelo Senado, mas o Planalto insistiu e uma manobra o aprovou.

O então ministro Carlos Minc (PT) disse que sabia-se que o indicado “navegava em águas turvas”.

Também o segundo homem da AGU só foi nomeado por insistência de Luis Inácio Adams, candidato de Lula ao STF. São coincidências demais. Uma maneira de demonstrar real disposição de combater a corrupção seria passar um pente-fino nas nomeações para cargos estratégicos.

27 de novembro de 2012
Merval Pereira
O Globo
 

"TOLERÂNCIA CONTINUADA"

A quantidade de “braços direitos” envolvidos em escândalos nos últimos anos não é exatamente um dado que conspire a favor do governo, do PT, do ex-presidente Lula nem da imagem de austeridade da presidente Dilma Rousseff, bordada com canutilho pelo departamento de propaganda do Planalto.
Para citar os casos mais famosos ocorridos em ambiente de Palácio: Valdomiro Diniz era braço direito de José Dirceu, que era braço direito de Lula, que o substituiu por Dilma, que pôs no lugar Erenice Guerra, que caiu na rede da suspeita por tráfico de influência, mesma acusação que fez do braço direito do advogado-geral da União e de pessoa da confiança do ex-presidente alvos de investigação da Polícia Federal.

Convenhamos, não é algo trivial. Tampouco a ser desconsiderado no cômputo geral de "malfeitorias" cometidas na antessala do Poder central.

Na melhor hipótese demonstra o modo displicente do governo na nomeação de auxiliares, ainda mais quando ocupantes de postos-chave, e a total liberdade com que conseguem atuar longe de qualquer fiscalização ou controle interno. Nunca são sequer importunados. Invariavelmente são descobertos por denúncias publicadas na imprensa ou por operações de iniciativa da PF.

Essa última, a Porto Seguro, durante longo tempo investigou entre outros o advogado-geral da União adjunto e a chefe do escritório da Presidência da República em São Paulo sem que os superiores deles se dessem conta de suas atividades paralelas.

A polícia levou tempo para recolher provas que pudessem sustentar as prisões e indiciamentos. Mas quem convivia com eles não precisaria de mais que indícios de conduta reprovável para afastá-los das respectivas funções.

E se atuavam livremente é porque ou tinham autorização ou no mínimo se sentiam protegidos pela indulgência dos chefes em alguns casos e, em outros, por temor da retaliação vinda do altar onde se instalavam seus padrinhos.

Não é pequeno nem desprovido de razão o constrangimento do governo petista com o indiciamento de Rosemary Noronha por corrupção e tráfico de influência. A moça é poderosa, arrogante e abusa do direito de demonstrar que tem as costas quentes. Características sobejamente conhecidas nas cercanias do poder, aí incluído o Senado, "forçado" a aprovar a nomeação de Paulo Vieira, um dos presos, para a agência de Nacional de Águas em votação viciada, depois de duas rejeições.

As atividades ilícitas de "Rose" poderiam até ser desconhecidas, mas as relações das quais emanavam sua força eram assunto corrente. Ela foi secretária de José Dirceu que, no entanto, nesse caso entra apenas como intermediário de uma indicação lavrada em cartório do "céu" e assinada embaixo: Lula.

O trabalho de bastidor agora é de contenção de danos para evitar novos desdobramentos.

Por ora, o episódio ressalta a existência no governo de um ambiente de tolerância, terreno fértil à impunidade que dá margem à reincidência continuada. E não ajuda o PT a convencer a sociedade de que o Supremo comete uma grande injustiça ao julgar com rigor ímpar o processo do mensalão.

De origem

Fala-se que Dilma Rousseff quer aproveitar o ensejo para acabar com as indicações políticas nas agências regu­­ladoras. Antes tarde. Mas po­­deria ter sido bem mais cedo. Aliás, poderia nem ter sido necessário mudar o rumo. Quando o PT chegou à Presidência a crítica central às agências era seu excessivo caráter de independência em relação ao poder político, exatamente por terem sido concebidas como instrumentos de controle. Originalmente elas seriam uma espécie de ministério público da prestação de serviços públicos praticados pela iniciativa privada.

27 de novembro de 2012
Dora Kramer, O Estado de São Paulo

"RESULTADO DO APARELHAMENTO DAS AGÊNCIAS POR LULA E DILMA"

 
Logo ao assumir no primeiro mandato, em 2003, o presidente escolheu as agências reguladoras como alvo. Talvez pelo fato de elas terem relação direta com o programa tucano de privatização — tema explorado pelo PT —, não importou que fossem um instrumento inspirado nas boas práticas internacionais de modernização da administração pública.

Nada mais equivocado do que considerar que as agências “terceirizavam” o poder do Executivo. Ora, elas foram criadas como organismos independentes aos governos para, sem qualquer tipo de interferência, fiscalizar a prestação de serviços de concessionários de áreas em muitas das quais houve transferência de empresas públicas para o setor privado e concessão de exploração de serviços a empresas particulares.

Mas o governo Lula acabou, na prática, com a independência das agências, tratando-as como autarquias menores de ministérios, à disposição do jogo político fisiológico de troca de cargos e verbas por apoio no Congresso e em eleições.

O mais novo escândalo patrocinado pelo grupo hegemônico no PT, deflagrado em torno da chefe de gabinete do escritório da Presidência em São Paulo, Rosemary Nóvoa de Noronha, é um caso de corrupção decorrente, entre outras causas, da degradação das agências reguladoras.

Se elas não houvessem sido atraídas para a órbita do Palácio, continuassem a ser de fato independentes, dirigidas de forma profissional, Rosemary, ou Rose, desembarcada em Brasília na comitiva do primeiro governo Lula, de quem foi secretária pessoal, não teria montado um esquema de tráfico remunerado de influência a partir de agências reguladoras (ANA, de águas, e Anac, agência de aviação civil).

Um dos sinais do poder do esquema foi a pressão para a aprovação pelo Senado da indicação de Paulo Rodrigues Vieira, apadrinhado de Rosemary, para a ANA. Rejeitado uma vez, o Planalto reapresentou o nome e conseguiu aprová-lo.

Na sexta-feira, a Operação Porto Seguro, da Polícia Federal, prendeu Paulo e o irmão, Rubens Carlos Vieira, encaixado na diretoria de infraestrutura aeroportuária da Anac — uma das mais aparelhadas das agências reguladoras.

A demonstração do alcance do esquema é o envolvimento do segundo no organograma da Advocacia-Geral da União (AGU), José Weber Holanda.

Dilma agiu com rapidez e demitiu todos, ainda no sábado, como necessário. Mas é preciso se conhecer o mapeamento desta teia de negociação de pareceres e outros “negócios”.

Por ironia, no mensalão, ainda em julgamento, e neste novo escândalo repetem-se dois personagens: José Dirceu, “chefe da quadrilha” do mensalão e de quem Rosemary foi secretária no PT antes de ir trabalhar ao lado de Lula; e o indefectível mensaleiro Waldemar Costa Neto (PR-SP), pilhado em negociações com o esquema.

E mais uma vez surge um descuidado Lula, “traído” no mensalão e agora “apunhalado pelas costas” por Rose e protegidos.

27 de novembro de 2012
Editorial de O Globo

TCU VAI APURAR ENVOLVIMENTO DE SERVIDORES EM ESQUEMA

 
Ex-auditor do tribunal entregou esquema para a Polícia Federal

José Múcio, ministro do Tribunal de Contas da União (TCU)
José Múcio, ministro do TCU, afirmou que vai abrir sindicância para apurar denúncias (ED Ferreira/AE)

O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), José Múcio, pediu nesta terça-feira a abertura de sindicância para apurar suposto envolvimento de servidores no esquema de venda de pareceres técnicos em favor de empresas.

O ex-auditor da Corte Cyonil da Cunha Borges de Faria Júnior, delator da máfia dos pareceres, citou em depoimento à Polícia Federal a existência de um possível "esquema de fraudes a licitações e contratos no órgão", com participação de funcionários da Secretaria Técnica e dos gabinetes de Múcio e do ex-ministro Marcos Vinícius Villaça, que se aposentou.

As investigações do TCU vão ficar a cargo da corregedoria. Nesta terça, o tribunal explicou ter solicitado cópia do inquérito à Polícia Federal para subsidiar os trabalhos.
Em nota, adiantou que a conduta de Cyonil e seus respectivos desdobramentos serão objeto de apuração. Na véspera, o tribunal informava que aguardaria "o desenrolar dos fatos" para adotar medidas.

O TCU ponderou que, em encontro com jornalistas na semana passada, policiais da Superintendência da Polícia Federal em São Paulo disseram não haver servidores ou autoridades de seus quadros sob investigação no âmbito da Operação Porto Seguro.

Cyonil contou à PF ter recebido do ex-diretor da Agência Nacional de Águas (ANA) Paulo Rodrigues Vieira, apontado como chefe da quadrilha investigada, oferta de 300 000 reais para beneficiar a empresa Tecondi em processo do TCU. Ele chegou a receber 100 000 mil por parecer sugerindo a liberação de áreas do Porto de Santos. No entanto, o TCU deu decisões contrárias à empresa.

Veja Online
27 de novembro de 2012

(Com Estadão Conteúdo)

OKAMOTO, QUE PAGA CONTAS DE LULA, ENTRA EM CENA PARA CALAR ROSEMARY

A ENTRADA EM CAMPO DE OKAMOTO AVISA QUE O CASO ROSE É DE ALTÍSSIMA PERICULOSIDADE
No cartão de visitas, Paulo Okamoto é apenas presidente do Instituto Lula. As anotações no prontuário informam que é muito mais que isso. É o mais íntimo parceiro e o tesoureiro particular do chefe supremo da seita, o pagador de contas da família Lula e, fora o resto, o embaixador plenipotenciário incumbido de blindar o amigo „Ÿ a qualquer preço „Ÿ quando as coisas se tornam especialmente perturbadoras.

Foi Okamoto, por exemplo, quem colocou (ou tentou colocar) um ponto final na história muito mal contada do dinheiro que o PT emprestou a Lula (veja o post no Vale Reprise). Foi ele quem garantiu (ou tentou garantir) o silêncio de Marcos Valério. Foi ele quem entrou em campo quando a mulher do operador do mensalão ameaçou revelar alguns dos segredos sobre o mensalão que o marido continua guardando.

Foi Okamoto o escalado para negociar a mudez de Rosemary Noronha. Se faltava a prova definitiva de que o caso é de altíssima periculosidade, agora não falta mais.

27 de novembro de 2012
Por Augusto Nunes - Veja Online

GANGUE DE LULA INVESTIGADA USOU SENHA DO MEC PARA ALTERAR DADOS

Grupo investigado usou senha do MEC para alterar dados. Gravação mostra Paulo Vieira, ex-diretor de agência, recebendo dados privativos de um servidor do ministério. Família do indiciado comanda faculdade em SP; manipulação de dados pode, em tese, ter favorecido instituição

Paulo Rodrigues Vieira, o diretor da ANA (Agência Nacional de Águas) preso desde a última sexta sob acusação de tráfico de influência em órgãos do governo federal, obteve uma senha privativa de um funcionário do Ministério da Educação para alterar dados financeiros de uma faculdade de sua família.

A manipulação de parâmetros financeiros pode servir, em tese, para a faculdade conseguir mais recursos do governo em programas como o Prouni, de bolsas para estudantes pobres, e o Fies, de financiamento.

A conversa foi gravada pela Polícia Federal em 24 de março deste ano, quando Aloizio Mercadante já assumira o ministério -Fernando Haddad saiu em janeiro.

O interlocutor de Vieira no MEC é Márcio Alexandre Barbosa Lima, da Secretaria Especial de Regulação do Ensino Superior. É a ele que Vieira pede: "Eu tô querendo entrar aqui no MEC (...) com sua senha. Me fala seu CPF". Lima entrega todos os dados.

A família de Vieira é dona da Faculdade de Ciências Humanas de Cruzeiro, cidade de 77 mil habitantes no Vale do Paraíba, interior paulista.

Numa conversa entre Vieira e uma funcionária da faculdade chamada Patrícia, ela conta que já alterara os dados de 2009 para 2010. "Você pediu para eu alterar em 15% todos os números que aparecessem", diz ela, sobre o passado. "Aumenta agora 20%", ordena Vieira.

Um outro funcionário do MEC foi apanhando pela Operação Porto Seguro da PF. Trata-se de Esmeraldo Malheiros dos Santos, que era consultor jurídico, um cargo de confiança do ministro.

Ambos foram afastados ontem.

Santos, que trabalha no ministério de 1983, ajudava o grupo de Vieira a obter pareceres internos da pasta que seriam usados por faculdades que corriam o risco de ter cursos descredenciados.

O MEC descredencia cursos quando a faculdade é reprovada em avaliações.

No caso de Santos, a PF interceptou um e-mail de dezembro de 2010 no qual Paulo Vieira escreve: "Peça para a sua amiga fazer um bom relatório e logo (...)", referindo-se a um parecer do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), órgão que coordena a avaliação de instituições de ensino.

Ele conclui o e-mail de maneira enigmática: "Há 20 exemplares da obra à sua disposição na minha casa na próxima semana. É para a suas leituras de férias".

"Exemplares da obra", segundo a PF, era a maneira cifrada de o grupo falar de dinheiro. Vinte exemplares seriam R$ 20 mil.

O próprio Vieira foi funcionário do MEC. Antes de sua atuação na ANA, onde entrou em 2010 por indicação do ex-presidente Lula, ele foi gestor de controle interno na gestão de Tarso Genro (2004-2005) no Ministério.

Em conversa em 4 de maio deste ano, ele gaba-se: "Tinha acesso direto ao gabinete [do ministro]. Dava parecer sobre tudo porque estava dentro do gabinete", diz.

Esmeraldo Santos teve também conversas com Rubens Vieira, irmão de Paulo que era da Anac (Agência Nacioanal de Aviação Civil) e está preso em Brasília. Num dos diálogos, ele cobra R$ 1.250.

27 de novembro de 2012
MARIO CESAR CARVALHO JOSÉ ERNESTO CREDENDIO e PAULO GAMA - FOLHA DE SÃO PAULO

PT DE LULA E DIRCEU SOFRE NOVO REVÉS

Porto inseguro
PT de Lula e Dirceu sofre novo revés com operação da Polícia Federal; Dilma busca ganhar pontos com a exoneração rápida de vários envolvidos

O pior da tormenta parecia superado pelo PT. O julgamento do mensalão se encaminhava para um anticlímax, após as pesadas penas de prisão para alguns líderes seus já em marcha para o ostracismo.

Mesmo no auge, o processo no Supremo Tribunal Federal sobre desvio de dinheiro público para insuflar a base parlamentar do primeiro governo Lula afetou pouco o desempenho eleitoral do partido.

O PT colheu bom resultado nos pleitos municipais, dadas as circunstâncias, com a vitória em São Paulo. A popularidade da presidente Dilma Rousseff não se abalou.

A Operação Porto Seguro, da Polícia Federal, no entanto, veio varrer as expectativas de calmaria. Revelou uma rede de venda de pareceres sob encomenda que operava a partir do escritório da Presidência da República em São Paulo.

Mais que o surgimento na investigação de assíduos frequentadores desse gênero de noticiário, como o deputado Valdemar Costa Neto (PR-SP), ontem condenado pelo STF a mais de sete anos de prisão) e o ex-senador Gilberto Miranda (PMDB-AM), a operação pôs na berlinda dois nomes bem menos conhecidos -e bem mais prejudiciais para a bonança petista: Rosemary Novoa de Noronha e José Weber Holanda Alves.

A primeira tem estreita ligação com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que a instalou na representação paulistana da Presidência, e com o protagonista do mensalão, José Dirceu, para o qual trabalhou por vários anos.

Dos serviços de secretaria ela saltou para a condição de czarina do escritório, de onde articulou até a nomeação de diretores de agências reguladoras como a ANA (águas) e a Anac (aviação civil).

Tal proximidade não contribui para tornar aceitável a versão fantasiosa de que o condenado Dirceu foi vítima de perseguição política e de que o mensalão foi uma farsa, os motes da delirante proposta de levar as massas às ruas contra a decisão do STF.

Tampouco ajuda Lula. O ex-presidente nunca aposentou o apetite pelo poder nem a disposição de candidato (se depender do marqueteiro João Santana, a governador de São Paulo em 2014).

Dilma Rousseff mais uma vez se livrou sem hesitação de companheiros locupletados, ainda que no terceiro escalão. A nova espadana derrubou José Weber Holanda Alves, braço direito do advogado-geral da União herdado de Lula, Luís Inácio Adams, o qual vê fazerem água suas chances de chegar à Casa Civil ou ao STF.

O mensalão e mais este escândalo emborrascam o velho PT de Lula e Dirceu, mas para Dilma podem trazer mais vento na popa. Basta-lhe exibir firmeza no timão.

27 de novembro de 2012
Editorial da Folha de S. Paulo

UM CONTO DE F?DAS - REPROCLAMAÇÃO DA RES PÚBICA

 



Mal tinham o que vestir, quase sempre “roupitchas” falsificadas “made in Paraguay”, que entravam no país via contrabando, sem pagar tributos e, mesmo assim, em troca de uns trocados mensais, mantinham, através do voto (?) obrigatório, um enorme grupo de marginais dirigindo (?) a nação, perdão, país, porque nação envolve um sentimento de pátria onde o indivíduo põe seu coração para realizar o bem de todos os habitantes.
Não era o caso desse país de faz de conta, onde o din din no bolso, da bolsa, era mais importante que o bem estar do vizinho. Como o vizinho pensava da mesma forma, as coisas não andavam.

Os meliantes formaram uma nomenklatura para se dar bem. E por onze anos conseguiram se refestelar no poder, criando “n” fórmulas (incluindo mais ministérios, para acomodar companheiros que não tinham conseguido ser eleitos).

Chegaram até a imaginar uma forma de financiamento governamental de campanhas eleitorais para lavar o dinheiro subrepticiamente sonegado do Tesouro, porque a fórmula anterior de empresários picaretas fornecer, via caixa dois, o din din para isso, estava se esgotando.

A história andou bem até certo ponto. Como marginais estão sempre inventando formas de subtrair as partes uns dos outros companheiros, um dia, abençoado, um deles, que atendia pelo cognome de Bob, rebelou-se, montou um conjunto musical e botou a boca no trombone.

O “chepão”, assustado, manifestou-se imediatamente, primeiro dizendo que tinha sido “traído”.
Depois, num de seus passeios em Paris (afinal, ninguém é de ferro) disse, em rede mundial, que isso não era nada, pois todos faziam igual. Um pouco mais tarde, para consumo interno, como o povo era tolo, mudou a versão para “não sabia de nada”, continuando como um herói de fancaria.

Após marchas e contramarchas, os papéizinhos oficiais de investigação acabaram chegando a um lugar que era chamado de supremo, indo para as mãos de um senhor que resolveu, em boa hora, reproclamar a res púbica, vide ilustração, condenando uma pá deles, após atrozes litigâncias que quase chegaram às vias de fato, a cumprir penas de cadeia. Menos para o “chepão”, que ficou momentaneamente de fora.

Mas, ora, sempre tem um mas, então, porém, contudo, todavia, o ministro da “juspiça” desse país vem a público dizer que não há lugar na cadeia para os companheiros condenados, porque o sistema está falido, adredemente preparado.
Sendo assim, a senhora dona “presidenta” deve assinar um indulto de Natal e tudo volta a ficar como era antes no quartel de Abrantes. E todos viveram felizes para sempre…

27 de novembro de 2012
Magu

RES PÚBICA

O AMOR É LINDO

Por esses motivos, não causou grande surpresa, quando esses dias, a Polícia Federal, durante a operação Porto Seguro tenha constatado que a chefe de gabinete do escritório da presidência da República, Rosemary Nóvoa de Noronha, tenha sido surpreendida exercendo criminosamente a venda de influência, mais precisamente, negociando suborno ou troca favores, como um luxuoso cruzeiro marítimo, uma operação plástica e ainda, numa gravação, pediu R$ 650 mil por serviços prestados.



A coisa é tão séria, que a presidenta viu-se obrigada a tomar providências imediatas, anunciando neste sábado (24) que decidiu exonerar ou afastar todos os servidores indiciados na operação Porto Seguro. Ao todo, são dezoito pessoas suspeitas de participar de uma quadrilha que se infiltrava em órgãos públicos para fraudar pareceres técnicos. Rose, como é tratada, foi indiciada por corrupção ativa.

Ela tinha por hábito, usar o nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para fazer tráfico de influência. O papel dela era fazer a ponte entre empresas que queriam comprar pareceres fraudulentos de órgãos do governo e as pessoas do governo que poderiam viabilizar a emissão dos documentos. Rosemary foi nomeada por Lula para esse cargo em 2005 e, desde então, esteve muito próxima ao petista.
O fato de assessorar o ex-presidente fez com que ela própria se tornasse uma pessoa politicamente articulada. Assim, foi capaz de influir na nomeação de homens do alto escalão de agências do governo, como os irmãos Paulo Rodrigues Vieira, diretor da Agência Nacional de Águas (ANA), e Rubens Carlos Vieira, diretor de Infra-estrutura Aeroportuária da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), ambos presos hoje pela PF.

Tudo fica mais explicado quando se sabe que antes de trabalhar com Lula, tinha exercido por 12 anos o cargo de assessora de José Dirceu. Sempre ele
A novidade nesse escândalo é que, com a mudança da presidência, ela tenha sido mantido no cargo, por pedido específico de Lula, fato que trouxe grande contrariedade à primeira patroa Marisa Letícia. Por que esse desagrado?

O colunista Cláudio Humberto não me é simpático, mas reconheço que é um dos jornalistas melhor informado sobre os bastidores da República e suas informações são fidedignas, portanto acredito no que ele afirmou sem meias palavras:
“Rose é amiga íntima de Lula”, Apesar dele não explicar o que quis dizer com “íntima”, hoje em nota na sua coluna, põe mais lenha nessa porca fogueira:
“O ex-presidente Lula falou 122 vezes ao telefone, nos últimos dezenove meses, com sua amiga e chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Nóvoa de Noronha, segundo revela reportagem de Marcelo Freitas e Raphael Veleda para a edição brasiliense do do Metro, jornal do Grupo Bandeirantes de Comunicação.
Em média, uma ligação a cada cinco dias, entre março de 2011 e outubro de 2012, quando Lula já não era presidente da República. Os telefonemas foram monitorados pela Polícia Federal, com autorização judicial”.

Isso faz entender que o casal era bem íntimo mesmo, e o porque da bronca de dona Marisa Letícia. Quanto a Lula, acrescenta em seu currículo mais uma cafajestagem.
(1) Fotomontagem: Rose e Lula, que recebeu o título de “O amor é lindo”.

27 de novembro de 2012
Giulio Sanmartini

CLASSE MÉDIA?

 


Na área da infraestrutura, prometeu no passado que nunca mais haveria apagões e que projetos de desenvolvimento, especialmente no âmbito do PAC, seriam feitos com rapidez e eficiência.

Hoje, o país enfrenta cada vez mais problemas com uma regulação canhestra do setor de energia, a Petrobras parece não dar conta das próprias ambições no setor da exploração e distribuição de petróleo… …Na política… …em torno do pré-sal, nada avançou num conflito que já paralisara o governo anterior. …ela mostrou-se uma eficiente administradora da esperança de que, a partir de 2012, o país pudesse crescer em torno de 4% e não 2%, como acontece desde 2011.
Agora, acendeu a luz amarela. A esperança precisa se tornar realidade.

Pois é! Como a língua é mole, promessas são fáceis de fazer. Administrar esperança também é fácil. Cumprí-las já são outros bilhões de reais. Um trabalho de Hércules, onde um partido composto por anões não tem capacidade de fazê-lo.
Num grande esforço de reportagem, nosso editor conseguiu a foto abaixo que demonstra claramente o
que é a "nova classe média".

 
27 de novembro de 2012
magu
 

ABUSANDO DO DIREITO DE ENCHER O SACO

 


Certamente trata-se de um caso de caquexia, pois usou a mesma frase no início do “mensalão”, talvez essa seja a senha, para que daqui a algum tempo ele venha de público dizer que o afair Rose não existiu.

Na Ação Penal 470 (?) logo depois da punhalada, Lula foi manipulando os fatos, até chegar à ousadia de afirmar que “Esse negócio de mensalão me cheira a um pouco de folclore dentro do Congresso Nacional”.

O ex-presidente, para mostrar que não perdeu a sua majestade de rei Gesta (1), e numa tentativa de diminuir os ministros do Supremo Tribunal Federal – STF, afirmou:
“Não serão juízes que escreverão o último capítulo da minha biografia, mas o povo”.

Esquece Lula, que seu tempo de ser o queridinho do povão, depois de tantas merdas imperdoáveis, ficou com a data de validade irremediavelmente vencida.

Valendo-me de analogia futebolística, tão a seu gosto, vou lembrar dois fatos. O primeiro aconteceu com Diego Maradona, jogador de inegável talento, que fez gols maravilhosos, mas não será por estes que passará à história. Ele será sempre o jogador do ilegal gol de mão.
O jogo, foi a 22 de junho, na Copa do Mundo de 1986 (México), contra a Inglaterra e a Argentina venceu por 2×1. A desculpa de Maradona é de fazer Lula morrer de inveja: “…se houve mão na bola, foi a mão de Deus”.

O outro fato também aconteceu numa Copa do Mundo, a de 2006 (Alemanha). No dia 9 de julho, realizava-se a partida final no Estádio Olímpico de Berlim. Jogavam Itália e França, esta lutava pelo bi-campeonato.
O jogo estava empatado de 1×1, quando já na prorrogação, o francês Zinédine Zidane, um dos maiores jogadores na história do futebol em seu país, perdeu o controle emocional e agrediu seu adversário Marco Materazzi, com uma escandalosa cabeçada no peito.
O fato abalou todo o time que acabou perdendo o jogo (nos pênaltis) e a Copa. E Zizou (como é chamado pela torcida) será somente lembrado como o jogador da cabeçada (segundo os italianos, da chifrada).

Mesma sina aguarda Lula, não interessa o que tenha feito durante sua longa carreira política, passará à história como o “Presidente do Mensalão” Ele merece.

27 de novembro de 2012
Giulio Sanmartini

(1) Fotomontagem: Reação de dona Dilma, ao ouvir Lula contar as intimidades com a amiga Rose

AUTORITÁRIA E MAL EDUCADA, ROSEMARY NORONHA TRATAVA AOS BERROS E OFENDIA OS FUNCIONÁRIOS DA REDETV

 

Manda quem pode – A cada novo dia surge um capítulo novo envolvendo a ousada Rosemary Nóvoa de Noronha, que foi demitida do cargo de chefe de gabinete do escritório da Presidência em São Paulo, após a deflagração da Operação Porto Seguro, da Polícia Federal.

Sempre autoritária e áspera ao falar com determinadas pessoas, Rosemary chegou a exigir duas passagens de primeira classe em voo para Paris, para ela e o marido, por ocasião da inauguração da RedeTV Internacional. Era Rosemary que negociava a ida de autoridades à emissora de Amilcare Dalevo e Marcelo Carvalho, em Barueri, na Grande São Paulo.

Se a Polícia Federal quiser estender as investigações, basta colocar na pauta de trabalho um levantamento na exclusiva Praia de São Pedro, no Guarujá, concorrida cidade do litoral paulista.
Desse escândalo ainda surgirão capítulos explosivos, que podem mandar muitas autoridades pelos ares, a começar pelo nada santo Luiz Inácio da Silva.

27 de novembro de 2012
ucho.info

PESQUISA INTERNACIONAL SOBRE EDUCAÇÃO MOSTRA QUE LULA MENTIU SOBRE FERNANDO HADDAD

 

AGORA, É SÓ COLOCAR ALGUMA COISA AQUI DENTRO, E PRONTO!
Perna curta – Sumido da cena política por causa do “Escândalo de Rosemary”, o ex-presidente Luiz Inácio da Silva, não faz muito tempo, disse em São Paulo que Fernando Haddad fora o melhor ministro da Educação da história brasileira.
Nove entre dez paulistanos sabiam que se tratava de mais uma mentira de Lula para enganar o eleitorado e fazer do seu pupilo o prefeito da maior cidade brasileira.
 
Que Lula mente de forma contumaz e não se avexa todos sabem, mas algumas das mentiras da nossa reencarnação de Messias têm perna curtíssima. E nem por isso Lula deixa de mentir, pois trata-se de doença incurável.
 
Uma pesquisa encomendada à consultoria britânica EIU (Economist Intelligence Unit), pela Pearson, fabricante sistemas de aprendizado e que vende seus produtos a vários países, apontou que o Brasil ficou em penúltimo lugar em um ranking global de educação que comparou 40 países, levando em conta notas de testes e qualidade de professores, entre outros quesitos.
Em primeiro lugar ficou a Finlândia, seguida pela Coreia do Sul e Hong Kong.
 
De acordo com os resultados, os 40 países pesquisados foram divididos em cinco grandes grupos.
Ao lado do Brasil, nos últimos seis anos teve o melhor ministro da Educação, outras seis nações foram incluídas na lista dos piores sistemas de educação do planeta: Turquia, Argentina, Colômbia, Tailândia, México e Indonésia, país do sudeste asiático que figura na última posição. Em outras palavras, atrás do Brasil do messiânico Lula somente a Indonésia.
 
Os resultados foram compilados a partir de notas de testes efetuados por estudantes desses países entre 2006 e 2010. Ou seja, no período em que Lula era presidente da República e Fernando Haddad responsável pela pasta da Educação.
Um dos critérios que também foram empregados na pesquisa é a quantidade de alunos que ingressam na universidade.
 
Na opinião de Michael Barber, consultor-chefe da Pearson, as nações que figuram no topo da lista valorizam seus professores e colocam em prática uma cultura de boa educação.
 
Barber esclareceu que no passado muitos países temiam os rankings internacionais de comparação e que alguns líderes se preocupavam mais com o impacto negativo dos resultados das pesquisas na imprensa, deixando de lado a oportunidade de introduzir novas políticas educacionais a partir dos resultados.
 
“A Alemanha, por exemplo, se viu muito mais abaixo nos primeiros rankings Pisa [sistema de avaliação europeu] do que esperava.
 
O resultado foi um profundo debate nacional sobre o sistema educacional, sérias análises das falhas e aí políticas novas em resposta aos desafios que foram identificados. Uma década depois, o progresso da Alemanha rumo ao topo dos rankings é visível para todos”, afirmou Michael Barber.
 
No ranking da EIU-Person, por exemplo, os alemães figuram em 15º lugar. Em comparação, a Grã-Bretanha fica em 6º, seguida da Holanda, Nova Zelândia, Suíça, Canadá, Irlanda, Dinamarca, Austrália e Polônia.
 
Mesmo assim, os paulistanos terão de aturar, nos próximos quatro anos, o melhor ministro da Educação no comando da quarta maior cidade do planeta.

27 de novembro de 2012
ucho.info