"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



segunda-feira, 18 de março de 2013

PT E OUTROS PARTIDOS DE ESQUERDA SENTEM-SE AMEAÇADOS COM FRENTE PARLAMENTAR EVANGÉLICA

Comissões controladas por esquerdistas têm poder de avançar agenda de aborto e homossexualismo, mas atuação de parlamentares evangélicos tem sido empecilho
 
A presença do Pr. Marco Feliciano (PSC-SP) na presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara destacou que a esquerda brasileira, que já domina praticamente tudo na esfera política do Brasil, não ficará satisfeita enquanto não controlar todos os espaços do Congresso Nacional que podem avançar a legalização do aborto e do homossexualismo.
 
As estratégias deles sempre acabam se esbarrando na Frente Parlamentar Evangélica (FPE), que tem apenas 68 deputados, um número pequeno se comparado ao total de mais de 500 parlamentares no Congresso.
 
 
Ainda que muito menos poderosa do que as esquerdas radicais presentes no Congresso, a FPE tem feito presença nas comissões que são usadas por grupos esquerdistas para aprovar super-direitos para indivíduos que praticam atos homossexuais.
A FPE tem também sobressaído em embates contra grupos que lutam por leis mais liberais sobre aborto e drogas.
 
Os atritos estão se intensificando, pois os grupos pró-aborto e pró-homossexualismo não aceitam a presença da FPE nas comissões que tratam desses temas. Desde o início do ano, de acordo com o jornalEstado de S. Paulo, a FPE “ocupa 18 das 72 cadeiras da Comissão de Seguridade Social e Família, cuja atribuição é analisar projetos ligados à saúde pública, como consumo de drogas e bebida alcoólica por jovens, e à família, como aborto e proteção à criança. Do grupo evangélico, seis são titulares na comissão e os outros 12, suplentes”.
 
 
Na Comissão de Direitos Humanos e Minorias, a FPE conquistou 14 dos 36 postos e a presidência. Isso significa quase 40% das vagas. Embora a tarefa dessa comissão tenha sido, até agora, avaliar denúncias e projetos ligados à pretensa violação dos direitos humanos, o fato é que o termo direitos humanos foi usado para tudo ali, até mesmo aprovar o infame kit gay.
Com essa mesma desculpa, petistas e outros esquerdistas que controlavam essa comissão pretendiam classificar como crime a crítica às práticas homossexuais.

Meios de comunicação

Outra preocupação para as esquerdas é a presença da FPE na Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática. Embora os esquerdistas controlem a maioria das 42 cadeiras, a FPE conseguiu 14, com sete titulares e sete suplentes. Entre as atribuições dessa comissão está a análise de pedidos de concessão para rádios.
A presença da FPE nessa comissão impede que parlamentares totalitários avancem seus projetos que visam proibir o aluguel de horários para programas cristãos em canais de TV aberta — projetos que destruirão a pregação do Evangelho nos espaços de TV e rádio.
 
A Comissão de Constituição e Justiça, a mais importante da Câmara dos Deputados, é um espaço do qual o PT e outros partidos de esquerda não abrem mão. João Paulo Cunha e José Genoíno, petistas que recentemente foram condenados pelo Supremo Tribunal Federal como criminosos, foram assim mesmo empossados nessa comissão, que tem a tarefa de analisar aspectos constitucionais e legais dos projetos.
Do total de 132 cadeiras nas mãos principalmente de corruptos e militantes, apenas 18 (sete titulares e nove suplentes) estão com a FPE, que muito pouco pode fazer com um número tão pequeno.
 
 
Por não ter maioria nas comissões, a Frente Parlamentar Evangélica, formada em grande parte por pentecostais e neopentecostais, se articula com outros grupos religiosos em torno das questões morais.
De acordo com a pesquisadora Maria das Dores Campos Machado, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), evangélicos e católicos carismáticos vêm atuando em conjunto para impedir o avanço da legalização do aborto.
 
Com informações do jornal Estado de S. Paulo.
18 de março de 2013
juliosevero
 
Leitura recomendada:
 

BRASIL SEM MISÉRIA E SEM TRAGÉDIAS...

 
Defesa Civil confirma 10 mortes causadas pela chuva em Petrópolis
Defesa Civil confirma 10 mortes causadas pela chuva em Petrópolis - Alexandre Vieira/Agência O Dia
 
18 de março de 2013

DESTACANDO E REPETINDO. VALE A PENA RELER

João Ubaldo Ribeiro: ‘Zelar por valores éticos e morais é de direita?’



Trecho:

O que é que o governo fez que caracterize uma posição de esquerda? Apoiar Chávez com beijos e abraços, ao tempo em que respalda os bilhões de dólares de negócios brasileiros na Venezuela? Manter boas relações com Cuba, o que não quer dizer nada em matéria de objetivo político? Ser da antiga turma que combatia o governo, no regime militar? E já perguntei aqui, mas pergunto de novo: o PMDB é de esquerda? Quem é esquerda, nesse balaio todo? Furtar, desviar, subornar, corromper são de esquerda? Zelar por valores éticos e morais é de direita?
É gritaria da direita reclamar (e pouca gente reclama) do descalabro inacreditável em que se tornaram as trombeteadas obras do rio São Francisco, hoje uma vasta extensão de ruínas e destroços, tudo abandonado ao deus-dará, em pior estado do que cidades bombardeadas na Segunda Guerra? Ou o que está acontecendo com a Petrobras, que, da segunda posição entre as petrolíferas, despencou para a oitava e pode despencar mais, acrescida a circunstância de que ninguém explica direito qual é mesmo a situação do hoje já não tão radioso pré-sal?

(DO ARTIGO "QUE ELITES, QUE ESQUERDA?")

18 de março de 2013

O DEPARTAMENTO DE NECROFILIA ELEITOREIRA DO PT DESCOBRIU TARDE DEMAIS QUE UM DOS CONSPIRADORES DE 1975 É AMIGO DO CHEFE

 



O PT deveria ter ordenado ao departamento de necrofilia eleitoreira que, antes de transformar o assassinato de Vladimir Herzog em instrumento político, confrontasse a lista de envolvidos no episódio com a relação dos bandidos de estimação do chefe.
Essa medida preventiva conduziria, já na escavação inaugural, à localização de José Maria Marin na catacumba reservada às assombrações que Lula abençoou.

Hoje presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Marin era deputado estadual da Arena de São Paulo quando se envolveu na conspiração que resultou na prisão, tortura e morte de Herzog, então diretor de jornalismo da TV Cultura.

Ele entrou em cena na tarde de 9 de outubro de 1975, durante a sessão da Assembleia Legislativa, com o aparte ao discurso do colega Wadih Helu que o incorporou oficialmente à ofensiva forjada para “impedir que uma emissora sustentada pelo governo continuasse sob o controle de comunistas”.

Depois de reiterar que a Cultura só divulgava notícias desfavoráveis ao regime militar e prejudiciais à imagem do país, Marin cobrou do governador Paulo Egydio Martins o imediato desencadeamento do expurgo.
“É preciso mais do que nunca uma providência, a fim de que a tranquilidade volte a reinar não nesta casa, mas principalmente nos lares paulistanos”, concluiu.

O apelo foi atendido em 25 de outubro por agentes da linha dura liderada em São Paulo pelo general Ednardo D’Ávila Mello, comandante do II Exército.

Resgatada pelo jornalista Juca Kfouri, a participação de Marin no episódio acrescentou um item especialmente repulsivo à folha corrida que vinha registrando delitos pouco impressionantes para os padrões do Brasil Maravilha ─ furtos de medalhas, por exemplo, ou pagamentos mensais suspeitíssimos ao comparsa Ricardo Teixeira.
É constrangedor imaginar que, aos olhos do mundo, o país que organiza a Copa de 2014 tem cara de José Maria Marin.

“É como se a Alemanha tivesse convidado um membro do antigo partido nazista para organizar a Copa de 2006″, compara o jornalista Ivo Herzog, filho de Vlado.
“Sou vítima de uma torpe campanha, baseada em mentiras e deturpação de fatos do passado”, repetiu Marin nesta segunda-feira.

A foto que registra a harmoniosa tabelinha, aprovada pelo retrato de Dilma, avisa que pode contar com a ajuda do ex-presidente.

“Lula é 10″, diz Marin na camiseta da Seleção. O sorriso amarelo do parceiro informa que, para Lula, Marin é 10 também. Mas não convém que todo mundo saiba disso.

18 de março de 2013
Augusto Nunes

CIRO GOMES: APOIO A CAMPOS DEPOIS DA GARANTIA DE QUE SERÁ MINISTRO DA FAZENDA


Além do post abaixo, o que circula em Brasília é que Ciro Gomes arrancou o ministério da Fazenda de um eventual governo socialista para si, em troca do apoio a Eduardo Campos. Salve-se quem puder!
Dilma Rousseff deve abrir o olho e reavaliar se Cid Gomes merece tanto carinho, como tem ganhado nos últimos tempos (Leia mais em: Questão de QI).
 
Bem ao seu estilo de fazer política – sem nenhuma sutileza – Ciro Gomes mudou o discurso e, num entrevista a uma rádio cearense, defendeu que o PSB lance candidato próprio em 2014.
Se fosse só isso, estaria bom. Mas o chefe do clã Gomes pegou pesado, ao dizer que “não é razoável que o PSB fique catando migalhas do banquete onde estão PT e PMDB”.
Ciro defende e justifica:
- Se deixarmos para largar esse osso só na véspera da eleição, teremos cometido um grave erro. Se queremos apresentar candidatura própria, e eu gostaria que apresentássemos, temos que sair do governo, dizer por que saímos e apresentar um embrião de projeto para o país.
 
Para quem conhece Ciro, a mudança de discurso não chega a surpreender.
 
18 de março de 2013
 coroneLeaks

BERGOGLIO E MOROZOV


“Caríssimo Janer,
Confesso que não o entendo às vezes. Quando o cardeal carioca Dom Eugenio Sales morreu vc o criticou (justamente) por ter escondido subversivos comunistas na época do regime militar.Agora vc critica o novo papa por ter feito exatamente o contrário, ou seja, ter delatado religiosos comunistas na época do regime militar de lá. Qual o sinal de x na equação ? Abraços e mais melhoras a vc,
Nagib”

Longe de mim, meu caro Nagib, defender comunistas. Quem abriga guerrilheiros e comunistas é cúmplice de assassinos, e este foi o caso de Dom Eugenio Salles. Daí a delatar vai uma distância muito grande. Pior ainda, delatar colegas de batina. Desde jovem, tenho me manifestado contra o comunismo. Estudei Filosofia cercado de comunistas. Nunca me ocorreu delatar nenhum. Um deles, guerrilheiro urbano, que pegou quatro anos de prisão militar, foi um de meus melhores amigos.

Mais ainda: ser marxista, na época, era até confortável. Em um debate, ninguém poderia contestar alguém afirmando: “discordo de tua concepção marxista de mundo”. Dizer isso seria denunciá-lo, e ninguém denunciaria um colega.

Delação é legado do comunismo. Alguém ainda lembra de José Anselmo dos Santos, personagem dos anos 70, mais conhecido como cabo Anselmo? Marinheiro de primeira classe, proferiu violento discurso em 1964, no dia 25 de março, data do aniversário da Associação dos Marinheiros, que superou de longe em radicalismo o famoso discurso de João Goulart, doze dias antes, na Central do Brasil. Com a tomada do poder pelos militares, foi preso, fugiu da prisão, viveu em Cuba, esteve no Chile e neste percurso manteve estreito contato com a guerrilha brasileira no exílio. De 1971 a 73 atuou como agente duplo, infiltrado na guerrilha rural e urbana e passou a delatar os guerrilheiros. Suas informações, vitais para o desmantelamento da luta armada no Brasil, teriam tido como conseqüência a morte de oito deles no Recife. Há quem fale em cem mortes.

Cabo Anselmo entrou para a história com a pecha de traidor. Executada a missão a que se propôs, trocou de rosto e identidade e desapareceu do mundo dos vivos, para reaparecer recentemente, pedindo inclusive bolsa-ditadura. No prefácio ao livro Eu, cabo Anselmo, fruto de uma longa entrevista com os repórteres Octávio Ribeiro e Percival de Souza, é definido como assassino de sonhos. Isso porque delatou a guerrilha de esquerda. Delatasse os opositores a ditaduras de esquerda, seria herói.

Foi o que aconteceu com Néstor Baguer Sánchez Galarraga, jornalista cubano de 82 anos, conforme nos conta o jornal italiano Corriere della Sera. Amigo de praticamente todos os opositores internos ao governo cubano - diz o jornal - ao longo das quatro décadas em que atuou como agente infiltrado, escreveu ácidos artigos contra Fidel. Suas denúncias levaram 75 de seus colegas a sentenças de até 30 anos de prisão. Interrogado sobre como se sentia ao ver os amigos, com quem convivera por décadas, condenados a tais penas por obra sua, Baguer disse "estar convicto" de que a segurança de Cuba é mais importante.

O poeta e jornalista Raúl Rivero, sentenciado a 20 anos de prisão, era um de seus amigos mais próximos. "Não posso dizer que me senti feliz. Era muito amigo de Raúl e é claro que fiquei particularmente triste em me converter no seu principal acusador. É uma pessoa simples, que perdeu a cabeça por causa de todos os dólares que deram a ele. Isso me deixou muito triste", disse, acrescentando que telefonou para a mulher de Rivero depois do julgamento. Generosidade é a marca de Baguer. Manda um amigo para os porões da ditadura e telefona para reconfortar a mulher.

Tratado como herói pelo governo cubano, em entrevista ao Granma orgulha-se de sua delação: "Entre as coisas de que me sinto orgulhoso é de ter aportado algo à preservação da cultura de minha Pátria, porque o que se tratou com estas ações subversivas foi suplantar nossa cultura, culminar o velho projeto anexionista de absorção de Cuba por parte dos Estados Unidos".

A tradição é antiga e data das primeiras décadas da finada União Soviética. Nos passados anos 30, Pavel Trofimovich Morozov, apelidado de Pavlik pela propaganda soviética, foi cultuado como herói, com direito a estátuas e nome de escolas, em todo o mundo comunista. Qual foi o grande feito de Pavlik? Nada menos que delatar como kulak o próprio pai, aos serviços secretos de Stalin. Kulaks, para quem não lembra, eram os pequenos e médios proprietários de terra, dos quais dependia a agricultura russa. Ser acusado de kulak, na época, significava morte ou deportação.

Com o Exército mobilizado para cumprir o processo de coletivização, milhões de kulaks foram deportados para a Sibéria e condenados a trabalhos forçados. O que resultou em total desorganização da agricultura e oito milhões de mortos pela fome. O destino de Trofim, o pai de Pavlik, nunca foi esclarecido, mas parece ter sido fuzilado pela GPU, polícia secreta stalinista, sucessora da Cheka. Tatiana, a mãe, recebeu de Stalin,mandante último da morte do marido, uma pensão e uma casa na Criméia.

Pavlik foi em prosa e verso cantado e serviu como exemplo para milhares de delatores mirins. "Numa montanha há um kolkoz" - diz a Canção de um Herói Pioneiro - "Nosso camarada nasceu lá. Chama-se Pavel Morozov, nosso camarada é um herói. Ele não permitiu que seu pai roubasse a propriedade do povo". O cineasta stalinista Sergei Eisenstein chegou a esboçar um filme sobre sua vida. Centenas de estátuas foram erigidas em sua homenagem em toda União Soviética. Pavlik constou do Livro do Heroísmo e o Palácio da Cultura dos Jovens Pioneiros, em Moscou, levou seu nome.

"Pioneiro mártir - dizia a propaganda soviética - sua história foi contada a milhares de crianças e jovens soviéticos. Pavlik foi um bom garoto comunista, um pioneiro que seguia sempre o que era dito pelo Partido, destacado por sua firme convicção nos ideais comunistas e querido dos guardas, colegas, professores e autoridades locais". Com o que não pareciam concordar seus contemporâneos. Se o Paulinho conquistou a glória na hagiografia comunista - e até teve uma estátua no parque Morozov, que foi derrubada em 1991- a mesma sorte não teve em sua vida. Foi morto a pauladas aos 14 anos, pelo próprio avô Sergei, mais um primo seu e um irmão, como vingança à delação do pai. Sergei foi torturado, condenado e fuzilado, com mais outros quatro réus.

O gesto de Pavlik parece ter chocado o próprio Stalin, que teria dito: "Que pequeno suíno, denunciando seu próprio pai". O que não o impediu de promovê-lo como o "Herói, que amava o seu Estado acima de tudo até do próprio pai".

Em meio a isso, outro leitor me envia as declarações de Adolfo Pérez Esquivel em defesa do novo papa. Em entrevista a BBC Mundo, disse o ativista argentino e prêmio Nobel:

"Hubo obispos que fueron cómplices de la dictadura, pero Bergoglio no. A Bergoglio se le cuestiona porque se dice que no hizo lo necesario para sacar de la prisión a dos sacerdotes, siendo él el superior de la congregación de los Jesuitas. Pero yo sé personalmente que muchos obispos pedían a la junta militar la liberación de prisioneros y sacerdotes y no se les concedía. No hay ningún vínculo que lo relacione con la dictadura".

Ora, as acusações de Verbitsky não surgiram ontem, quando Bergoglio foi eleito papa. Datam de 2005, quando o novo papa era arcebispo em Buenos Aires. Saíram em livro, o que é grave. Mais ainda: atacavam uma alta autoridade da Igreja, que tinha - mais que interesse - o dever de zelar por sua reputação. Por que Esquivel não o defendeu na ocasião? Tivesse defendido, se reportaría a essa defesa na entrevista. Por que Bergoglio não processou Verbitsky por calúnia? Poderia ter impedido a divulgação do livro, exigido uma retratação do autor e ainda poderia ganhar alguma grana para suas obras pias. Não o fez. Agora é tarde.

Não li o livro de Bervitsky. Mas a inércia do arcebispo ante a denúncia é significativa.


18 de março de 2013
janer cristaldo

CÓMO NACIÓ EL PACTO DE CARDENALES PARA ESCOGER AL PAPA FRANCISCO


 
El periodista Giacomo Galeazzi, experto en temas vaticanos del diario italiano La Stampa, narra en un artículo fechado el 15MAR13, los hechos que llevaron a que el cónclave iniciado el martes 12MAR13 optara por escoger al argentino Jorge Mario Cardenal Bergoglio como nuevo papa.
Un pacto entre los influyentes cardenales italianos Angelo Sodano (actual decano del Colegio Cardenalicio) y Tarsicio Bertone (actual Camarlengo) y los cardenales de EEUU, dieron fuerza a las aspiraciones de los cardenales latinoamericanos.
El propósito, además, era impedir la llegada del italiano Angelo Cardenal Scola al papado.


Durante su primer día de pontificado, el papa Francisco visitó la Basílica papal de Santa María la Mayor (fotos), lugar donde se habrían producido el pacto para su elección. En la gráfica abajo, del servicio de noticias Zénit, se observa al papa Francisco conversando con los frailes franciscanos en la Basílica Santa María la Mayor, el jueves 14MAR13.


Operación Santa María Mayor

En este lugar, la Nochebuena de 1538, San Ignacio de Loyola celebró su primera misa. Santa María Mayor siempre ha sido una etapa obligada en los viajes a la Ciudad Eterna del jesuita Bergoglio. Devotísimo a la protectora de Roma (la "Salus Populi Romani"), inició su pontificado por la basílica que custodia la reliquia del pesebre de Belén y la tumba de Bernini. "Está muy unido a esta iglesia, venía siempre cuando era cardenal", explica el padre Elio Monteleone, uno de los confesores del más antiguo de los santuarios marianos de Occidente.

A los penitenciarios ayer por la mañana, el recién elegido Papa les recomendó: "Las almas necesitan que vosotros seáis misericordiosos, rezad por mí". Un pontífice mariano como Wojtyla que consagró a la Virgen su pontificado ("Totus tuus"), Francisco, apenas apareció en San Pedro vestido de blanco, anunció la primera cita de su agenda: la oración a María. La tradición dice que fue la Virgen la que indicó e inspiró la construcción de su basílica en el Esquilino.

Llegado poco después de las 8, el Papa fue acompañado por el arcipreste y exnuncio en América Latina, Santos Abril y Castelló y por el cardenal vicario Agostino Vallini. Fue recibido por el capítulo de la basílica, los sacerdotes y los empleados laicos, el arcipreste emérito Bernard Law y el prefecto de la Casa Pontificia Georg Gaenswein. Es una de las cuatro basílicas patriarcales de Roma y la única que ha conservado la estructura paleocristiana, pero en los últimos días precónclave además de los turistas en el templo se habían acumulado una pluralidad de "expectativas" para el futuro papado.

Con respecto al 2005, Santa María Mayor ha visto cambiar radicalmente su incidencia en la elección pontificia. Hace ocho años estaba caliente el escándalo Law, el arzobispo acusado de haber enterrado los abusos de los sacerdotes pederastas cuando estaba a la guía del arzobispado de Boston. Esta vez, en cambio, el "dueño de la casa" era el fino diplomático capaz de jugar in extremis la carta del entendimiento entre Roma y Sudamérica. La que más tarde resultó ganadora.
De este modo, el bertoniano Santos Abril y Castelló hizo tesoro de los largos años transcurridos en contacto con esos obispados "latinos" en los que crecía el deseo de contar con un Pontífice por primera vez en la historia. A pesar (por el número de fieles) de que están en posesión de la "mayoría de las acciones" de la Iglesia universal, también esta vez los sudamericanos parecían estar destinados a sucumbir ante la candidatura del italiano extracurial Scola.

A este punto, sin embargo, entró en acción una convergencia de motivaciones, planes estratégicos y escenarios geopolíticos. El arcipreste de Santa María Mayor vio la posibilidad de un pacto de última hora entre extraeuropeos y curiales contrarios al purpurado cercano a Comunión y Liberación.

Estadounidenses, sodanianos, bertonianos, la mayoría que ha coronado a Bergoglio, se fue componiendo poco a poco. "Como las piezas de un mosaico", explica un jefe de dicasterio vaticano. Un entramado de consensos que al final resultó incluso más amplio que las expectativas.
La fuerza expansiva del catolicismo sudamericano aglutinó los votos diseminados de las primeras fumatas negras. Bien lo saben tanto los conclavistas "a rayas y estrellas" como los ministros de la Santa Sede que reciben los dossieres de las nunciaturas y de las conferencias episcopales.

La contradicción del cristianismo europeo y en general occidental queda compensada por el nuevo cristianismo latinoamericano, que ya no es solo pentecostal o "evangélico", sino también católico. Fuera de América Latina, la nación que recibe una ventaja mayor de la vitalidad "latina" es precisamente Estados Unidos. Un sondeo realizado por Pew Forum Religion desvela que desde ahora hasta el 2030 los latinoamericanos católicos en Estados Unidos aumentarán del 33 al 41%.

Entre los católicos estadounidenses "over 60" una amplia mayoría son blancos, pero entre los que tienen una edad comprendida entre 18 y 40 años, casi la mitad provienen de México y de otros países del continente. Estas nuevas generaciones son las únicas que podrán compensar el abandono de la Iglesia católica por parte de los jóvenes blancos por debajo de 30 años, el tramo de edad más erosionado por la secularización.

18 de março de 2013
Giacomo Galeazzi
Versión en español: La Stampa.

ROMANCE VIRTUAL



O namoro pela internet destruiu minha noção de mim mesma como alguém que eu conheço e compreendo, e que consigo expressar em palavras
por EMILY WITT
 

Normalmente não me sinto à vontade sozinha num bar, mas eu já estava morando em San Francisco havia uma semana e o apartamento que subloquei de outra pessoa não tinha nenhuma cadeira, só uma cama e um sofá. Meus amigos na cidade eram casados ​​ou trabalhavam de noite.
Na terça-feira, meu jantar foi uma sopa de lentilhas que comi em pé no balcão da cozinha. Quando terminei, passei para o sofá na sala de estar quase vazia, e sentei debaixo da lâmpada incandescente do teto buscando alguma novidade no meu laptop. Isso não era jeito de viver. Um homem nessa situação iria sozinho a um bar, pensei comigo. E assim, fui sozinha a um bar.

Sentei em um banquinho no balcão, pedi uma cerveja e comecei a ler as notícias no meu celular. Fiquei esperando que alguma coisa acontecesse. Um jogo de basquete passava em várias tevês ao mesmo tempo. O bar tinha assentos forrados com uma imitação de couro vermelho, luzinhas de Natal, e a bartender era mulher. Em uma ponta do balcão, um casal de lésbicas estava aos beijos.
Na outra extremidade, depois da curva onde eu estava sentada, um homem de óculos, mais ou menos da minha idade, assistia ao jogo. Como nós dois éramos as únicas pessoas que estavam sozinhas no bar, olhamos um para o outro. Daí fingi que estava assistindo ao jogo em uma tevê que me permitia olhar para o outro lado. Com isso, ele virou as costas para mim para olhar a tevê acima das mesas de bilhar, onde alguns rapazes aplaudiam alguma boa jogada.

Esperei que alguém se aproximasse. Alguns banquinhos adiante, dois homens caíram na risada. Um deles veio me mostrar por que estavam rindo. Apontou no seu celular uma mensagem no Facebook. Li a mensagem e dei um sorriso discreto. O homem voltou para o lugar dele. Recomecei a tomar minha cerveja.

Por um momento, me permiti sentir saudades da minha sala de estar e do meu sofá. Ele tinha um cobertor de lã com desenhos de inspiração Navajo – exemplo de uma tendência em San Francisco que um amigo meu chama de “Gente Branca Selvagem”.

Quando me mudei para lá, o recibo do cobertor estava no console sobre a lareira. Tinha custado 228 dólares. Na lareira havia um fogão a gás, de ferro fundido. Eu já havia tentado mexer nos botões e no gás, mas não conseguia descobrir como acendê-lo. À noite a sala tinha a temperatura e a palidez de um cadáver. Não havia televisão.

Voltei para o meu celular e abri o OkCupid, um serviço grátis de namoro online. Atualizei o serviço OkCupid Locals, que informa se há outras pes-soas nas proximidades que também estão sentadas sozinhas em bares. Um convite para alguém no OkCupid Locals tem que começar com a palavra “Vamos”:

Vamos fumar um baseado e bater papo j.
Vamos fazer um brunch, almoçar ou tomar uma cerveja e curtir o sábado.
Vamos beber um drinque depois de assistir Koyaanisqatsi.
Vamos nos encontrar e fazer cócegas.
Vamos tomar um chá com biscoitinhos.
Vamos ficar amigos e explorar algum lugar.

“Vamos agora, eu e você” – é algo que sempre me vem à mente, mas eu nunca mandei nenhum convite no bate-papo do OkCupid, apenas respondo.
Naquela noite fiquei percorrendo as mensagens na tela até que encontrei um cara bonitão com um convite do bem: “Vamos tomar um drinque.” Li seu perfil. Era brasileiro. Eu falo português. Ele toca bateria. “As tatuagens são uma parte importante da vida dos meus amigos e da minha família”, escreveu ele. Cada época tem seus ideais utópicos: o nosso é a possibilidade de tornar nossas vidas mais suportáveis por meio da tecnologia.

homem que geralmente é considerado o criador dos sites de relacionamento, tais como os conhecemos hoje, é um nativo do estado americano de Illinois chamado Gary Kremen; mas Kremen já tinha saído completamente do negócio da paquera online em 1997, justamente quando as pessoas estavam entrando em massa na internet.
Hoje ele dirige uma empresa de financiamento de energia solar, tem um cargo público em Los Altos Hills, na Califórnia, e é mais conhecido por sua longa batalha judicial pela propriedade do site de pornografia Sex.com do que por ter inventado o namoro pela internet. Tal como muitos empreendedores visionários, Kremen não é muito bom administrador.

Eu o conheci, em janeiro passado, em um congresso da indústria do namoro online, em Miami. Em uma sala repleta de casamenteiros profissionais, Kremen contou como surgiu a ideia de armar encontros pela internet. Em 1992, com 29 anos, ele trabalhava na área de computação e era um dos muitos formandos da Escola de Administração de Stanford que tinha uma empresa de software na área da baía de San Francisco.
Certo dia, recebeu um e-mail de rotina com um pedido de compra. Mas não era rotina: o e-mail vinha de uma mulher. Era raríssimo na época receber e-mails de mulheres nesse ramo de trabalho. Kremen olhou bem para o texto e mostrou para os colegas.

Começou a imaginar a mulher por trás do e-mail. “Será que ela gostaria de namorar comigo?” Então teve outra ideia: e se ele tivesse um banco de dados de todas as mulheres solteiras do mundo? Se conseguisse criar esse banco de dados, e cobrar uma taxa para acessá-lo, certamente seria um negócio lucrativo.

Isso ainda não era viável em 1992, pois os modems transmitiam as informações muito lentamente. Além disso, havia muito poucas mulheres conectadas. Como de início a internet predominava nos setores que historicamente excluíam as mulheres – Forças Armadas, finanças, matemática, engenharia –, não havia muitas delas online. Em 1996, a provedora America Online estimou que 79% dos seus 5 milhões de usuários eram homens. No entanto, nas áreas ligadas à administração das empresas um número crescente de mulheres tinha e-mail.

Kremen começou pelo e-mail. Abandonou o emprego, contratou alguns programadores, pagos com seu cartão de crédito, e criou um serviço de namoro baseado no e-mail. O assinante recebia um endereço de e-mail anônimo, a partir do qual podia enviar seu perfil e uma fotografia. As fotos chegavam impressas, e Kremen e seus funcionários as escaneavam manualmente.
As ​​pessoas solteiras interessadas que ainda não tinham e-mail também podiam participar, por fax. Em 1994 os modems já estavam mais rápidos, e Kremen decidiu criar uma empresa online. Ele e quatro sócios fundaram a Electric Classifieds, cuja ideia básica era recriar na internet os classificados dos jornais, começando pelos anúncios pessoais. Os cinco alugaram um escritório em um subsolo em San Francisco e registraram o domínio Match.com.

"ROMANCE – AMOR – SEXO – CASAMENTO E NAMORO”, dizia o título do primeiro plano de negócios que a Electric Classifieds apresentou a possíveis investidores. “As empresas americanas já compreenderam, há muito tempo, que as pessoas procuram ansiosamente serviços dignos e eficazes que atendam a essas necessidades vitais do ser humano.” Kremen acabou eliminando “sexo” da lista de necessidades.
Os assinantes preenchiam um questionário indicando que tipo de relação desejavam – “Casamento, namoro, alguém para jogar golfe ou um companheiro de viagem”. Também postavam fotos: “O cliente pode aparecer em várias atividades e com diversos tipos de roupas, para dar uma ideia mais concreta de sua aparência e de sua personalidade.”

O plano de negócios citava uma previsão de que, em 2000, 50% da população adulta do país estaria solteira (uma pesquisa de 2008 revelou que 48% dos adultos americanos estavam solteiros, em comparação com 28% em 1960). Na época as pessoas solteiras, em especial as de mais de 30 anos, ainda eram vistas como um grupo estigmatizado, ao qual pouca gente queria se associar. Mas a idade em que os americanos se casam estava aumentando, e a taxa de divórcio era alta.
Uma força de trabalho mais flexível levava as pessoas solteiras a viver em cidades que não conheciam, e a camaradagem de outrora, quando um pai podia apresentar um jovem colega de escritório para sua filha, tinha ficado para trás. Desde que Kremen fundou sua empresa, pouca coisa mudou no setor.

Os sites de namoro proliferaram, inclusive atendendo a públicos específicos; as novas tecnologias abriram caminho para novas maneiras de conhecer pessoas; e novos recursos, com novas gracinhas, chegam ao mercado todos os dias. Mas, como eu já sabia por experiên-cia própria, as características básicas da paquera online continuam iguais.

Ao mesmo tempo, parece que as grandes cidades estão encolhendo. Em seu ensaio sobre a decisão de não morar mais em Nova York, a escritora Joan Didion diz a um amigo que vai levá-lo a uma festa em que ele poderá conhecer algumas “caras novas” e ele zomba dela. Didion comenta: “Parece que a última vez que ele foi a uma festa em que lhe prometeram ‘caras novas’ havia quinze pessoas na sala. Já tinha dormido com cinco das mulheres e devia dinheiro para todos os homens, exceto dois.” Ela não conta o fim da história, mas sempre assumi que o amigo acabou aceitando o convite mesmo assim.

Entrei no OkCupid aos 30 anos, no final de novembro de 2011, com o pseudônimo de viewfromspace (“vistadoespaço”). Quando chegou a hora de escrever “quem sou” no meu perfil, contei o caso de Joan Didion e acrescentei: “Mas agora podemos conhecer gente pela internet: caras novas!”
Depois achei que a história da Didion dava uma impressão desagradável, e a substituí por uma afirmação mais otimista: disse que os encontros pela internet recuperavam as possibilidades da vida urbana, que havia se confinado entre o trabalho, o metrô e o apartamento. Mas achei que isso parecia deprimente. Finalmente, escrevi: “Gosto de assistir a documentários sobre a natureza e de comer doces.” Daí em diante passei a receber uma enxurrada de sugestões de vídeos do YouTube sobre espécies ameaçadas e dicas para fazer panetone de chocolate.

OkCupid foi fundado em 2004 por quatro alunos de matemática de Harvard, todos especialistas em dar de graça coisas que as pessoas estavam acostumadas a pagar para obter (músicas, apostilas). Em 2011, eles venderam o site por 50 milhões de dólares para a IAC, companhia que agora é dona da Match. Tal como a Match, o OkCupid pede ao usuário que preencha um questionário.
O serviço então calcula a porcentagem de afinidade [match] da pessoa em relação a outros usuários, computando três indicadores: a resposta da pessoa a uma pergunta, como ela gostaria que a outra pessoa respondesse à mesma pergunta, e a importância que ela atribui à pergunta.

Essas perguntas variam desde “Você acha que fumar é repugnante?” até “Com que frequência você se masturba?”. Muitas perguntas são destinadas especificamente a medir o interesse da pessoa pelo sexo casual: “Deixando de lado quaisquer planos para o futuro, o que é mais interessante para você neste momento: o sexo ou o verdadeiro amor?” “Você dormiria com alguém no primeiro encontro?” “Digamos que você começou a sair com alguém de quem está realmente gostando. No que depender de você, quanto tempo vai demorar até dormir com essa pessoa?”
Concluí que esses algoritmos me colocavam na mesma área – ou seja, classe social e nível educacional – das pessoas com quem eu saía; fora isso, ajudavam muito pouco a prever de quem eu poderia gostar. Um fato interessante, tanto na paquera online quanto na vida real, é que descobri um talento inexplicável da minha parte para atrair vegetarianos – e olha que eu não sou vegetariana.

Devo notar que respondi negativamente a todas as perguntas sobre meu interesse pelo sexo casual, o que é bem comum nas mulheres. Quanto mais um site de encontros apresenta os símbolos tradicionais do desejo masculino – fotos de mulheres de calcinhas, sugestões claras sobre sexo –, menor é a quantidade de mulheres inscritas.
Com uma relação de 51 homens para 49 mulheres, o OkCupid apresenta um certo equilíbrio, algo que muitos sites invejariam.
Não que as mulheres sejam avessas à possibilidade de um encontro casual (eu ficaria muito feliz se a pessoa certa aparecesse), mas elas precisam de algum álibi antes de sair à procura de um parceiro. Kremen também tinha observado isso, e deu ao Match uma aparência neutra e até meio insossa, com um logotipo em forma de coração.

Eu queria um namorado. Também estava obcecada por um certo cara e queria parar de pensar nele. Nesses sites as pessoas fazem listas dos seus filmes favoritos, e ficam torcendo para que algo de bom aconteça; mas debaixo dessa animação algo borbulha em fogo brando – a escuridão.
Há uma enorme quantidade de arrependimentos e remorsos espreitando por trás de todos os perfis, até os mais bem ajustados. Eu lia romances do século XIX para lembrar que manter um estado de espírito equilibrado e solar logo após um desgosto amoroso nem sempre é possível. Por outro lado, os sites de relacionamento são os únicos lugares em que já estive onde não há ambiguidade nas intenções.
Há, isso sim, uma gradação na sutileza: desde o básico “Você é bonitinha” até coisas que te fazem sair correndo, como “Oi, você gostaria de vir aqui em casa, fumar um baseado e me deixar tirar umas fotos de você nua na minha sala?”.

maior site gratuito de namoro nos Estados Unidos é outro serviço baseado em algoritmos, o Plenty of Fish, nome que brinca com o ditado “o mar está para peixe”. Mas, em Nova York, todo mundo que eu conheço usa o OkCupid, então foi lá que me inscrevi.
Também me inscrevi no Match, mas o OkCupid acabou sendo meu favorito, sobretudo porque lá eu recebia uma atenção ostensiva dos homens. Já no Match, aqueles banqueiros de queixo quadrado, com fotos fazendo mergulho submarino em Bali e esquiando em Aspen, me davam tão pouca atenção que eu acabava com pena de mim mesma. Meu ponto mais baixo no Match foi quando mandei um recadinho digital (com uma carinha dando uma piscadela) a um homem cujo perfil dizia “tenho covinha no queixo” e incluía fotos dele jogando rúgbi sem camisa em um navio em alto-mar, segurando um peixeenorme. Ele nem me respondeu.

Fui a uma palestra do escritor Ned Beauman, que comparou a experiência no OkCupid com as ideias do astrônomo Carl Sagan, quando falava dos limites da nossa capacidade de até mesmo imaginar um tipo de vida extraterrestre não baseada em carbono. Isso sem falar que nem iríamos perceber se esse tipo de vida estivesse nos enviando sinais. Você sai jogando a rede no OkCupid para tentar pegar aquilo que você acha que quer – mas e se não formos capazes nem sequer de enxergar os sinais que estão nos enviando, e muito menos de interpretá-los?

O OkCupid dava uma impressão muito forte de ser aquele banco de dados com que Kremen havia sonhado: escolha ilimitada. Mas isso tem suas desvantagens. Como escreve a socióloga Eva Illouz em O Amor nos Tempos do Capitalismo, “a experiência do amor romântico se relaciona a uma economia da escassez, o que por sua vez permite a novidade e a emoção”. Em contraste, “o espírito que preside a internet é a economia da abundância, na qual a pessoa precisa escolher e maximizar suas opções, e é obrigada a usar técnicas de eficiência e custo-benefício”.
No começo foi até divertido, mas, depois de alguns meses, os problemas começaram a aparecer. Acabei achando bem verdadeiro o que Beauman diz sobre a nossa incapacidade de avaliar o que poderia ser atraente. Considere o seguinte.

Fui a um encontro com um compositor clássico que me convidou para um concerto de John Cage. Depois do concerto, fomos ver o busto de Béla Bartók na rua 57. Não conseguimos encontrá-lo, mas ele me contou que Bartók morreu ali, de leucemia. Eu queria gostar desse homem, que era excelente por escrito; só que não gostei. Em todo caso, dei-lhe outra chance. Saímos uma segunda vez, para comer macarrão chinês no East Village. Eu encerrei a noite cedo. Depois disso, ele me convidou para um concerto na Universidade Columbia seguido de um jantar na casa dele.

 Eu disse que sim, mas cancelei no último minuto alegando algum problema de saúde, acrescentando que achava que nosso namoro já tinha se esgotado. Eu de fato estava adoentada, mas ele ficou com raiva de mim.
Meu cancelamento, escreveu, tinha lhe custado “uma tonelada de tempo fazendo compras, limpando, cozinhando – tempo de que eu realmente não dispunha, já para começar, tão poucos dias antes do prazo para a entrega de um trabalho etc...”, com um texto cheio de elipses, à la Thomas Pynchon.
Pedi desculpas, e parei de responder. Nos meses seguintes ele continuou a escrever longos e-mails com as novidades da vida dele, e eu continuei não respondendo, até que tive a sensação de que ele estava atirando toda a sua tristeza num buraco negro, e ali eu a absorvia na minha própria tristeza.

Em outra ocasião, saí com um cara que fazia móveis artesanais. Marcamos encontro num café.
Era uma tarde ensolarada de final de fevereiro, mas uma estranha nevasca começou a cair logo que chegamos, com os flocos brilhando ao sol. O café era no subsolo, sentamos numa mesa ao lado da janela, bem embaixo de dois chihuahuas, amarrados a um banco na calçada. Eles tremiam incontrolavelmente, apesar dos casaquinhos justos. Olhavam para nós pela janela, roendo a guia da coleira. O marceneiro pediu um café para mim e tomou chá numa caneca de cerveja.

Nossa conversa foi tensa. Ele parecia entediado. Usava bigode, e seus olhos azuis olhavam aqui e ali, sem sossego. Estudara em uma escola de design gráfico no Arizona. Mostrou fotos de vários móveis que havia feito. Tinha as mãos calejadas e era alto. Atraente, apresentava um ar meio soturno, e eu me perguntava por quê: seria por minha causa ou era a atitude geral dele contra o mundo?

Descobrimos que nós dois nascemos no Allentown Hospital, em Allentown, na Pensilvânia, só que sou sete meses mais velha. Se vivêssemos em outra época, quando o casamento era ditado pela família, pela religião e pela comunidade, nós dois já poderíamos ter vários filhos nesta altura. Em vez disso, meus pais se mudaram para outra parte do país quando eu tinha 3 anos, e ele ficou em Allentown até ficar adulto. Agora nós dois morávamos no triste bairro de Bedford-Stuyvesant, no Brooklyn, e tínhamos 30 anos.

Ele se julgava um cara fora do padrão, e gostava muito de ser artesão, só para não ter que trabalhar num escritório. Depois de tomar seu chá, ele foi ao banheiro, voltou, e sem dizer palavra vestiu o casaco. Levantei e fiz o mesmo. Subimos a escada e saímos na calçada, no vento frio de fevereiro. Tchau, tchau.

Também tive um encontro com um sujeito que era cabeleireiro e que me atraiu pelo seu charme de cavalheiro do Texas: “Srta. Vista do Espaço, aqui vão meus cumprimentos e meu respeito”, escreveu ele. Chegou atrasado ao nosso encontro em Alphabet City, em Manhattan, depois de atender a algumas clientes de última hora que queriam fazer o cabelo para ir aos seus próprios encontros.
Nos dois lados do pescoço tinha tatuagens de duas cimitarras cruzadas. Perguntei o que elas significavam. Ele disse que não significavam nada. Eram erros. Arregaçou as mangas e revelou mais erros. Quando adolescente, em Dallas, ele deixava seus amigos usá-lo como tela para treinamento. Chamar as tatuagens de erros parecia ser diferente de lamentá-las. Ele não se arrependia. Disse que era apenas a sua pessoa de 16 anos lhe mostrando a língua e o dedo médio. “Você acha que você mudou?” era o que a sua versão de 16 anos lhe dizia com as tatuagens. “Pois foda-se, eu continuo aqui!”

O OkCupid teve outro efeito indesejado: ao publicar meu perfil, embora com pseudônimo, eu tinha pregado em mim algo equivalente a uma placa de “à venda”. Os que me conheciam na vida real e viam minha foto no site muitas vezes entravam em contato comigo: “Vi você no OkCupid e pensei em te escrever.” Fui a um restaurante colombiano em Greenpoint, no Brooklyn, com um desses conhecidos. Quando cheguei, ele estava lendo documentos que a Agência de Segurança Nacional havia liberado recentemente, relativos a John Nash, o gênio esquizofrênico retratado em Uma Mente Brilhante. Pedimos tortilhas e cervejas.

Gostei desse homem. Ele amava seu emprego, em uma galeria de arte de elite, e morava em um apartamento espaçoso, de pé-direito alto, com vista para um parque cheio de árvores e bancos serpenteantes. Conversamos sobre bandas de black metal de Seattle e sobre a ideia de resistir ao capitalismo recorrendo a uma música medonha e comida orgânica.
Depois do jantar fomos caminhando do Cafecito Bogotá até seu apartamento, impecável, onde ele colocou música ambiente e eu fiz carinho nos seus dois gatos. Decidimos fazer uma experiência com o OkCupid Locals. Ele postou uma mensagem: “Vamos lkjdlfjlsjdfijsflsjlj.” Sentei ao seu lado no sofá. Chequei no meu celular para ver se a mensagem aparecia – e apareceu. Olhamos um para o outro. Ele me acompanhou até o metrô.

ais ou menos nessa época conheci alguém no mundo real. Não deu certo, mas me fez lembrar, de modo muito claro, qual é a sensação de querer dormir com alguém sem nem sequer saber quais são seus livros favoritos. O tédio voltou, e meu ex-namorado retomou seu lugar nos corredores da memória. Mudei para a Costa Oeste e as paredes do apartamento de San Francisco, quase vazio, pairavam, ameaçadoras, sobre mim.

Como a maioria das pessoas, entrei nos sites de relacionamento devido à solidão. E logo descobri, como a maioria descobre, que a única coisa que isso traz é acelerar o ritmo e aumentar o número de encontros com outras pessoas solteiras, mas que cada encontro continua sendo um encontro casual.
O namoro pela internet destruiu minha noção de mim mesma como alguém que eu conheço e compreendo, e que consigo definir em palavras. Teve um efeito igualmente nocivo sobre a minha ideia de que as outras pessoas conseguem conhecer a si mesmas e se descrever com exatidão.
Isso me deixou irritada com tudo que me lembrasse psicologia. Comecei a responder apenas a pessoas com um perfil muito curto, e depois passei a renunciar por completo aos perfis no OkCupid Locals, usando-os apenas para checar se a pessoa tinha um domínio razoável do idioma inglês e não espumava pela boca professando opiniões políticas de direita.

O namoro pela internet me alertou para o fato de que as nossas ideias sobre o comportamento humano e as realizações humanas, expressas nessas centenas de perfis online, são todas mais ou menos iguais, e portanto são chatas e não são uma boa maneira de atrair outras pessoas. Outra coisa que aprendi: o corpo não é uma entidade secundária.
A mente contém muito poucas verdades que o corpo é capaz de esconder. Quando dois corpos se encontram, quase tudo que é importante se revela rapidamente. E até que os corpos sejam apresentados um ao outro, a sedução é apenas provisória.
Nas profundezas da solidão, porém, os encontros pela internet me proporcionaram uma série de oportunidades de ir a um bar e tomar um drinque com algum homem desconhecido, noites que de outra forma eu passaria infeliz e sozinha.

Conheci todo tipo de gente: um técnico em raio X, um empresário de tecnologia verde, um programador de computador – este um polonês com quem curti uma espécie de afeto casto durante várias semanas. Nós dois éramos tímidos, e meus sentimentos só mornos (como também os dele, pelo que percebi); mas fomos à praia, ele me contou tudo sobre a colheita de cogumelos na Polônia, pediu seus burritos vegetarianos em espanhol, e descobrimos que tínhamos muita coisa em comum em termos de coisas de que não gostávamos.

Quanto àquela noite em San Francisco, respondi a um bilhetinho online e fui tomar um drinque com o rapaz desconhecido. Demos uns beijos, ele me mostrou sua coleção de pés de maconha especialíssimos, e conversamos sobre o Brasil. Depois fui para casa e nunca mais o vi.

18 de março de 2013
Revista Piaui, 77. Fev 2013

CHÁVEZ PERDURARÁ APENAS COMO UM CULTO LOCAL



No hay nada cierto en cuestión de cultos y algunos que se forjaron con la intención de que se extendieran por siglos, y hasta milenios, no traspasaron el duelo de sus seguidores y colaboradores más cercanos.

Las referencias históricas serían larguísimas, y por eso nos limitaremos a citar dos que impactaron el siglo XX, como fueron el de Stalin en la Rusia Soviética, y el de Mao en la China comunista, modelados para perdurar por los siglos de los siglos y apenas hoy un recuerdo incómodo en las mentes de historiadores y curiosos que se atreven a visitarlos.

Perennidad que me parece se esfuma porque el culto, que es génesis del mito, no puede destrabarse de los hitos que marcaron a sus gestores con hazañas que, siempre tienden a examinarse a la luz de su contribución a que la humanidad se eleve a más y más libertad, equidad, democracia, igualdad y justicia, concebidas como fuerzas contrarias al poder personal absoluto y abusivo, y no como palancas que lo avalen y consoliden.

Estoy convencido que esta conexión entre Chávez y sus precursores totalitarios, será el final del culto chavista, ya que, su adscripción a la fórmula marxista de "intercambiar libertad por igualdad" como anzuelo para establecer una poderosa plataforma de poder que al final se engulle a la libertad y a la igualdad, nos lo revela como un epígono menor de Josep Stalin, Mao Tse Tung y Fidel Castro, buenos para continuar provocando terrores entre los millones de seres humanos que quedaron transidos por la desilusión y el dolor, y malos para ser evocados con sonrisas para agradecerles algún bien regado a su paso por la política y la historia.

A este respecto, no hay dudas de que viene un tiempo para evaluar con objetividad e imparcialidad en cuando bienestar real se tradujeron las llamadas políticas sociales chavistas, y si no fueron un recurso más para encontrar apoyos que le permitieran establecer un gobierno fuerte, de dictadura vitalicia, que Chávez no dudó en conferirle una durabilidad de cerca de 50 años.

Logros, que de ser engañosos, no se excusarían, porque tiempo tuvo, petrodólares le sobraron y recursos y equipos humanos pudo encontrarlos dentro o fuera del continente que no se hubieran negado a darle una mano al comandante-presidente.

Y que no podrían sino llevarnos a la conclusión de que, en el caso de Chávez, nos encontraríamos ante un hábil demagogo, un incomparable histrión que hizo un uso sin medida ni límites de los medios audiovisuales electrónicos y convencionales para lograr por medio de gestos y palabras lo que por la vía de la heroicidad y la épica le estuvo vedado.

En este orden, no sería exagerado afirmar que Chávez fue el primer caudillo de los tiempos de las altas tecnologías aplicadas a la comunicación (TIC), de la era digital y las redes sociales que le permitieron un acceso a públicos e interlocutores que jamás soñaron Stalin, Hitler, Mao, Mussolini, el Ché y Fidel.

Conocido, alabado, detestado, mencionado, odiado, o recordado en todos los rincones del mundo donde se ofrecieran los servicios de televisión por cable, celulares, face-book, tuiter, o WhatsApp.
O donde todavía quedaran salas de cine, o librerías, o tertulias, o cafés con tiempo y condumio para hablar o discutir de política con savoir o fair play.


Un personaje universal, en fin, pero no de una manera distinta a como lo eran las grandes estrellas del rock, la salsa, el cine, el béisbol, el fútbol, el tenis, la Fórmula 1, la fashion, la haute cuisine, o cualquier otra onda del entretenimiento.

Un rico y famoso -¡imagínense!- pero que, además, era revolucionario, redentor de los pobres y aun de la humanidad.

De ahí que, a diferencia de algunos analistas (Naím, Sanares, Petkoff, Peregil, Castañeda) que salieron en los últimos días a justificar el paso de Chávez por la política diciendo que "había empoderado a los pobres de Venezuela y América Latina", yo creo que fueron "los pobres quienes lo empoderaron a él", pero en la medida que las altas tecnologías le permitieron convencerlos de algo que nunca se propuso: sacarlos realmente de la miseria, la desigualdad, y las injusticias sociales.

Las tecnologías de la comunicación como herramientas para embaucar a los pobres y utilizarlos y convertirlos en aliados de los dictadores, ya era un artificio que habían aprovechado Hitler, Mussolini, y Fidel Castro, pero digamos que es Chávez quien las tropieza con unas capacidades que las llevaron a extremos inimaginables que en segundos transfiguran a los charlatanes en profetas, y a los demonios en santos.

Audacia que no le quita el mérito de emerger como un "Obi-Wan-Kenobi" de los pobres y descamisados, pero que se hace agua cuando se procura invocarlo para la fabricación de un mito que no puede permanecer por que no dejó nada, algo físico que no sea otra cosa que el artificio y la utilería.

Lo veremos en los próximos meses, o quizá semanas, cuando su nombre resaltará más por la carencias en que continuarán los pobres de Venezuela después de ver el ingreso al país del BILLÓN Y MEDIO DE DÓLARES del último ciclo alcista de los precios de crudo (2004-2009), mientras Chávez, que estaba más preocupado de exportar una revolución donde él sustituyera a Fidel Castro, los dilapidó financiando las postrimerías del totalitarismo cubano y de cuanto seudo líder de izquierda latinoamericano quisiera acceder al poder sin disparar un tiro, sino cientos de millones de dólares a los electores de la D y E.

"Don Regalón" se autocalificó a sí mismo alguna vez y los 125 mil barriles de petróleo diarios que donaba sin ninguna contraprestación que pudiera tomarse como pago a Cuba (aparte de refinerías, suministro de medicinas y alimentos, urbanizaciones de cientos de casas, mejoras en el sistema eléctrico y dinero líquido), la compra de café y carne subsidiados, y donación de termoeléctricas a Nicaragua, la asistencia en equipos, refinación y suministro de gasolina y otros derivados de crudo a Ecuador, así como prácticamente todo lo que necesitaba a Bolivia, nos hablan de un redentor que estuvo más preocupado de comprarse un liderazgo continental a punta de petrodólares, que de aliviar la suerte de los millones de pobres de Venezuela que, eran, a fin de cuentas, los dueños de toda esta riqueza.

Pero hubo también malos y pésimos negocios con Brasil, Argentina, Bielorrusia, Rusia, Irán y China y todo para dar cumplimiento a otra dogma que no deja de cumplir todo marxista que se precie de tal: su furiosa y arrebata estatura antinorteamericana.

En ese contexto, puede sostenerse que Chávez ensayó a resucitar una suerte de miniguerra fría, pasando él, Chávez, a replicar el papel de Stalin, Mao y Fidel (una suerte de "tres en uno") y la Venezuela petrolera, socialista y saudita a sustituir a la Unión Soviética.

Nombres de personajes y países que no pueden dejar de resonar estos días por los ojos y la mente de los venezolanos, cuando observan con asombro que sus herederos quieren despedirlo de este mundo con los ritos y ceremonias que rodean y rodearán los entierros de otros revolucionarios y caudillos, pero sin haber cumplido sus hazañas.

Fastos anacrónicos, medioevales, primitivos, rupestres y postmodernistas que colocan por fortuna a Venezuela, no ante su futuro, sino ante su pasado reciente.

18 de março de 2013
Manuel Malaver
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VENENO EM EL ALMA



Deseo sugerir a los lectores, quizás impresionados por el dolor colectivo escenificado estos días en Venezuela, que lean --si aun no lo han hecho-- el ensayo de Sigmund Freud titulado "Psicología de las masas y análisis del yo".
Del mismo reproduzco estas frases:
 "Las multitudes no han conocido jamás la sed de verdad. Piden ilusiones, a las cuales no pueden renunciar. Dan siempre la preferencia a lo irreal sobre lo real, y lo irreal actúa sobre ellas con la misma fuerza que lo real".

El gran mercader de ilusiones que fue Hugo Chávez acabó con la esencial diferencia entre verdad y popularidad, y no pocos han caído en la trampa. Pero el orden de la verdad no es el plano de la popularidad.
No importa que millones se vuelquen a las calles, que decenas de Jefes de Estado hayan asistido al sepelio, que se publiquen en los periódicos centenares de avisos hipócritas y que buena parte de la prensa internacional exalte su figura como una especie de héroe romántico, campeón de los pobres y paladín de la utopía.

Todo eso pertenece al plano de la popularidad, que no es el orden de la verdad. Y la verdad, creo, es ésta: Hugo Chávez, su mensaje y su revolución han sido una terrible calamidad para Venezuela, y las secuelas de estos años de destrucción, humillación y pesadilla perdurarán mucho tiempo.

La razón de ello, que pertenece al orden de la verdad, es que Hugo Chávez inoculó un veneno en el alma colectiva de los venezolanos, para el cual posiblemente no existe antídoto o en todo caso es de efectos a largo plazo. Ese veneno se llama odio, resentimiento y división.

No era necesario meter ese veneno en el alma de la gente para hacer cambios en Venezuela. Cuando Chávez triunfó en la elección de 1998 sumó el respaldo de muchos que hasta entonces le habían adversado.
El terreno estaba abonado para realizar una obra positiva, sin los inmensos costos de otras partes y momentos históricos.
Pero Chávez escogió el camino del rencor, cuyos resultados hoy contemplamos; el camino de la confrontación y la fractura a toda costa entre venezolanos, a la manera de otros episodios de nuestra historia regados de pesar, exilio, muerte y desencanto.

En medio de este torbellino de nada, de este huracán de vacío, de este maremoto de delirios, la oposición democrática, lamentablemente, se dejó chantajear por el eficaz mercader de ilusiones y confundió el orden de la verdad con el plano de la popularidad. La oposición empezó por atemorizarse y acomplejarse ante el pasado, admitiendo y potenciando las infamias de Chávez acerca del significado de la República Civil y sus logros.
En lugar de asumir en primer término el orden de la verdad, para andar desde allí a la conquista de la popularidad, la oposición lo ha hecho al revés, procurando ganar apoyos mediante la imitación del fatídico ilusionismo "bolivariano".
Chantajeada, acomplejada e intimidada por la violencia verbal e institucional de este régimen funesto, la oposición no se ha enfrentado con el mal de manera radical, denunciándolo sin miedo y sin pausa, negándose a hacer comparsa a las permanentes violaciones de la Constitución.

El deber de la oposición no es vender ilusiones sino combatir por la verdad, pues el veneno inoculado por Chávez en el alma colectiva de la nación, y el mal instalado en el seno de esta sociedad con la excusa de la lucha contra la pobreza, no son susceptibles a las recetas puramente pragmáticas de encuestadores y asesores electorales. Aquí no ha habido modelo de inclusión sino de exclusión, no ha habido verdad sino mentira. La degradación es profunda.

18 de março de 2103
Aníbal Romero
Artículo publicado por el diario "El Nacional" de Caracas, el 13MAR13.
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A HERANÇA DEIXADA PELO MICO MANDANTE


En Venezuela fue detenida una tuitera de 53 años que criticó el cadáver de Chávez
 
Lourdes Alicia Ortega Pérez (@Ulilou) tem 53 anos e foi detida pelo governo venezuelano em 14 de março de 2013. ¿A razão? Haver tuitado que Chávez estava convertido em um boneco de cera”.
 
O Ministério de Relações Interiores e Justiça, a acusa de desestabilizar o seu país. No momento da captura, @Ulilou, tinha 12 seguidores, seguía a 39 pessoas e havia postado 251 tuits.
 
A detenção foi realizada por funcionários do Corpo de Investigações Científicas Penais e Criminalísticas de Venezuela para logo ser ratificada pela Radio Nacional de Venezuela. O lugar da captura foi Barquisimeto, no estado de Lara.
 
O comunicado que foi expedido pelas autoridades estatais, afirma que foi apreendido um computador pessoal da detida, no qual “mediante uma conta na rede social Twitter, enviava rumores para influenciar a colectividade”.
 
Textualmente, o trino que custou a liberdade de Ortega Pérez, dizía: “Não sei, mas está convertido em um boneco de cera”. Os 140 caracteres que foram publicados em 8 de março de 2013, às 8:20 da noite, faziam parte de uma resposta da usuária ao também tuitero @Douglirodil que lhe perguntou pelas causas da morte do falecido presidente Hugo Chávez Frías. O trino foi replicado 42 vezes e foi o favorito de 20 pessoas.
 
Fontes consultadas por NR Noticias, um dos primeiros meios a denunciar a captura, afirmam que a mensagem enviado por Ortega não tem nada de desestabilizador. Não obstante, sustentam que o governo da Venezuela tem estado muito sensível frente à morte de Hugo Chávez.
 
Um dia e uma hora depois de sua detenção, Lourdes Alicia foi posta em liberdade sob Medida Cautelar Substitutiva. Não obstante, desde 12 de março, não se expressa na rede social.
 
As reações no Twitter
 
A detenção de Ortega foi noticia em diferentes meios de comunicação do mundo. Desde o momento em que se conheceu a noticia, em 15 de março de 2013, a conta de @Ulilou aumentou em 1.199 seguidores. Passou de 12 a 1.211 seguidores, já às 11:00 da manhã do sábado 16 de março.
 
O caso também despertou a solidariedade da comunidade tuiteira, que centra sua atenção em dois pontos: a preocupação pela liberdade de expressão na Venezuela e os pedidos para que Lourdes Alicia Ortega Pérez se pronuncie e diga se está bem.
Lourdes Alicia abriu sua conta no Twitter em 9 de junho de 2009.
 
Fonte: tradução livre El Colombiano
 
COMENTO: fiz uma pequena busca no Google e, surpresa, nenhum dos grandes meios de comunicação brasileiros publicou alguma coisa sobre o fato.
É claro, não podem desgostar a quadrilha empoleirada no "pudê", que engorda com verbas públicas as empresas que deveriam informar mas que se limitam a fazer novela a respeito de julgamentos de assassinos mequetrefes de namoradas e a levantar besteiras a respeito do novo Papa.
 
Tais empresas esquecem que futuramente serão também vítimas desse tipo de repressão. Enquanto isso, "manifestantes pelos direitos humanos" se movimentam contra um deputado boçal nomeado para um cargo qualquer no parlamento, onde não irá influenciar em nada de benéfico para a sociedade, mas só se locupletar com diárias e outras sinecuras.
 
Ninguém fará manifestação em frente à embaixada venezuelana por Lourdes Alícia, nem pelo próprio Twitter. Fosse nos EUA e uma grande onda de indignação varreria o país! Bando de FDP!
 
por Perla Toro Castaño
publicado el 16 de marzo de 2013
18 de março de 2013
in mujahdin cucaracha