"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quinta-feira, 27 de junho de 2013

"PARTIDO DEIXOU DE SER INSTRUMENTO DE MOBILIZAÇÃO" - DIZ LINDBERGH FARIAS


 
Partido político “virou coisa de eleição” e “deixou de ser instrumento de mobilização das ruas”, constata Lindbergh Farias, ex-líder dos caras-pintadas que em 1992 ajudou a pressionar pelo impeachment do então presidente Fernando Collor.

Há dez anos no poder, o PT e outras siglas de esquerda experimentam “um afastamento” das demandas da sociedade, “principalmente desse contato com a juventude”, afirma Farias em entrevista ao “Poder e Política”, programa da Folha e do UOL. “Acho que houve um descolamento da vida das pessoas”.

Aos 43 anos, hoje senador da República pelo PT do Rio de Janeiro, Lindbergh acumula vasta experiência no currículo sobre protestos de rua. Foi do PC do B, do trotskista PSTU e virou petista em 2001.

Para ele, o PT ficou ao largo dos atuais protestos. “A lógica de estar nos governos acaba distanciando de uma pauta mais real”. E falar de conquistas passadas “não basta mais”, diz ele. “Se nós do PT ficarmos na agenda antiga dos [últimos] dez anos, nós vamos ser superados”.

O petista compara as manifestações de hoje com as de duas décadas atrás e lembra que, no impeachment, demorava até 15 dias para marcar uma passeata. Hoje o movimento é instantâneo por meio das redes sociais.

A composição demográfica também se alterou. “Na minha época era mais juventude de classe média. Agora tem classe média e periferia, que é essa nova classe média.”

27 de junho de 2013
Fernando Rodrigues (Folha)

DILEMAS DO ASFALTO


Naquela sexta-feira, Mohammed Bouazizi fez tudo igual. Saiu pela manhã com seu carrinho de frutas e legumes, sonhando com o dia em que poderia comprar uma caminhonete.

Mesmo uma usada serviria. Sobrava muito pouco no fim do mês, a família precisava daquele sustento precário. Fiscais da prefeitura da pequena Sid Bouzid se aproximaram de Bouazizi e tentaram, mais uma vez, extorquir uns cobres.
Rechaçados, humilharam o vendedor e confiscaram o carrinho. Desesperado, Mohammed foi até a porta da prefeitura e tentou, em vão, falar com qualquer autoridade. A vida parece escoar pelo bueiro, não dá para aguentar mais. Ateia fogo ao próprio corpo e morre menos de um mês depois.
 
Seu gesto extremo foi a fagulha que incendiou o rio subterrâneo de combustível que percorria a Tunísia. Era o dia 17 de dezembro de 2010 e os tunisinos inauguraram a chamada Primavera Árabe.
A imolação de um pobre catalisou a erupção de demandas reprimidas por uma ditadura que já durava mais de duas décadas. Não demorou e o ditador fugiu do país, varrido por um impetuoso movimento de massas. Nenhum manual podia explicar aqueles acontecimentos.
 
Temos uma tendência natural ao controle. Ninguém gosta de viver inseguro, ignorante de arredores misteriosos. Daí um desejo irresistível de rotular, classificar, engessar. É o preâmbulo de qualquer conservadorismo. Por essa ótica, é compreensível o atordoamento geral com as manifestações de rua que se espalharam rapidamente pelo Brasil.
 
Tal como na Tunísia, começaram com um acontecimento aparentemente trivial: o protesto contra o aumento das tarifas do transporte público. Afinal de contas, todos os anos, sem qualquer melhoria aparente na qualidade do serviço prestado à população, os empresários ganham de bandeja reajustes nas tarifas.
Com a chancela dos governos municipais, não raro beneficiados por generosas doações em época eleitoral, os empresários dos transportes nunca deram a mínima para os anseios do povo.
Por que foi diferente agora ? Acho insuficiente atribuir à violenta repressão policial em São Paulo a enorme reação em cadeia que veio em seguida. Mais uma vez: truculência policial é feijão com arroz no cotidiano das comunidades pobres e nem por isso resultou em insurreição. É preciso conviver com a dúvida, é saudável. Por enquanto, e acredito que por um bom tempo, the answer is blowing in the wind.
 
REDES SOCIAIS
 
A mobilização espontânea, puxada por redes sociais, tem um componente catártico. Por difusas razões, multidões resolveramespernear, e no cesto cabe, literalmente, de tudo.
O alívio de soltar o grito, no entanto, é apenas um estágio primitivo da política. Sem organizar uma estratégia, sem escolher prioridades, sem compreender além da superfície visível o que produz desigualdade e insatisfação, sem, sobretudo, construir/fortalecer ferramentas políticas de luta, cai-se, dobrando a esquina, no vazio.
Compreendo e apoio o berro, mas, sozinho, ele tem fôlego curto. Na Argentina, no auge da crise do início deste século, manifestantes gritavam Que se vayan todos, que no quede un solo !  Lá como cá, o povo percebia a política como atividade criminosa, coisa de bandidos. Entro neste vespeiro um pouco adiante.
 
Antes de prosseguir, registro uma dessas impiedosas ironias da História. No final de 2012, com o final da primeira fase do julgamento do Mensalão, líderes do PT, totalmente (tolamente ?) desligados da realidade, falaram num “retorno do partido às ruas”.
Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência da República, convocou a militância para defender Lula e o PT.
Estava convencido de que “o povo vai se mobilizar em defesa do nosso Lula, do nosso projeto”. José Dirceu, condenado por formação de quadrilha e corrupção ativa, disse ter sugerido ao partido que “fizéssemos uma manifestação em fevereiro, colocando 200 mil pessoas na rua”.
O resultado está aí. Não sou da área psi, mas deve existir alguma patologia caracterizada pelo total desligamento da realidade. Esses companheiros deviam procurar ajuda especializada.
 
Se o retorno às ruas significar a revalorização da política, os atuais acontecimentos serão tremendamente positivos. Que não se esperem, porém, milagres. A massa está profundamente desapontada com o jogo político-partidário.
 
A sensação de desamparo e frustração foi reforçada nos últimos anos, quando um partido que chegou ao poder prometendo ser diferente rejuvenesceu o que há de pior e mais reacionário na República
 
A “flexibilidade tática”, senha para “governabilidade” a qualquer custo, lustrou alianças vergonhosas com Paulo Maluf, Renan Calheiros, José e Roseana Sarney, Guilherme Afif Domingos, Marcelo Crivella e outros menos votados.
Relações incestuosas, que alimentam no imaginário popular a ideia de que todos são protagonistas de um filme B, estrelado por corruptos, cínicos e cafajestes.
 
Alguma surpresa, então, com a hostilidade contra militantes da esquerda que aderem às manifestações ? Com a despolitização do espaço público, alegremente estimulado pelo PT e seus aliados, como pretender que o povo saiba separar o joio do trigo ? Queimar bandeiras e agredir militantes não tem outro nome: fascismo. Há, no entanto, que compreender, com restrições, o estado de ânimo de muitos que perderam a esperança no arremedo de sistema partidário pós-ditadura.
 
COOPTAÇÃO
 
A cooptação de organizações populares pelo governo federal é uma tragédia que mostra agora, com todas as tonalidades, enormes prejuízos para o processo político. Onde estão os sindicatos dos médicos, professores, rodoviários, metroviários e ferroviários, cujas categorias profissionais estão sendo defendidas nas ruas ? Onde está a CUT, que poderia articular uma aproximação com a massa revoltada ? Onde está a UNE, de gloriosa trajetória no passado e hoje instrumentalizada pelo PCdoB ? Essa seria a hora de dar musculatura às mobilizações que varrem o país, unindo reivindicações e potencializando capacidade organizativa.
 
A postura do PT e do governo federal está muito bem exposta numa frase de José Eduardo Dutra, ex-presidente do partido: “Vamos combinar o seguinte: a oposição pode ficar com a manifestação dos estádios de futebol e o PT fica com a das urnas em 2014”.
Mais claro, impossível. O líder petista ironiza a insatisfação popular, certo de que a televisão e o “projeto” do partido garantem a reeleição de Dilma. Nisso se transformou um partido que teve origem em setores progressistas. Junta-se a Gilberto Carvalho e José Dirceu no surto de triunfalismo canhestro que está sendo desconstruído pelas ruas.
O núcleo duro do PT apostou, claramente, num esvaziamento natural da revolta. Quando os 200 mil delirados pelo José Dirceu se transformaram em mais de 1 milhão de incontrolados, acendeu-se a luz amarela no Planalto. E veio, com péssimo timing e pior conteúdo, o discurso da presidente em cadeia nacional. 
 
DILMA NA TV
 
Ouvimos uma burocrata enfezada, que não tolera o contraditório. Falou de “muita coisa que o Brasil ainda não conseguiu realizar por causa de limitações políticas e econômicas”.
Que limitações seriam essas ? Por que não abre o jogo e esclarece a população, politizando o que é técnico só na aparência, construindo uma ponte pedagógica que vá além do horizonte miúdo das disputas eleitorais ? Por que não denuncia as verdadeiras causas que tornam os sistemas educacional e de saúde no Brasil calamidades crônicas ? Que concubinato político garante a continuidade das agressões diárias ao povo brasileiro ?
 
Em outro momento, tergiversou sobre a origem dos recursos para a construção de estádios para a Copa do Mundo. Disse que os recursos públicos são financiamentos que terão que ser devolvidos aos cofres públicos.
 
Esqueceu de dizer que os financiamentos do BNDES são subsidiados, com juros camaradas, e os contratos de privatização dos estádios garantem lucros leoninos. No fundo, assistimos a mais um processo de concentração de riqueza. Fechando o caixão, digo, o discurso, a senhora presidente lembrou que “minha geração lutou muito para que a voz das ruas fosse ouvida”.
Amnésia conveniente. A geração a que se refere Dilma é a que lutou contra a ditadura. Seu projeto era construir o socialismo, palavra banida faz tempo do léxico petista.
Espremendo a fruta, sobra apenas uma declaração de boas intenções. Formar grupos de trabalho, dizia Getúlio, é uma forma de não resolver problemas. O prédio está pegando fogo e os bombeiros convocam para uma aula sobre a estrutura molecular da água.
 
O que virá ? Do governo federal, há poucas dúvidas. Nenhum dos problemas apontados pelos manifestantes é novidade. Abrir-se-á o cofre, especialmente no ano que vem, e dele sairão bondades paliativas para tentar garantir a reeleição de Dilma. Já das ruas … Sem lideranças ou alianças com setores organizados, é possível imaginar um refluxo por esgotamento.
A frustração voltaria a acumular-se e poderia ser descarregada, por exemplo, em Tiriricas, Bebetos e Popós. Não é impossível que demandas não atendidas sejam capitalizadas por grupos de direita.
 
A chegada de movimentos sociais e populares organizados poderia dar um salto de qualidade às revoltas, ao mesmo tempo em que ajudaria a conter avanços da direita. À esquerda, e aí incluo os partidos, cabe decifrar o enigma que os novos acontecimentos propõem. Sem cair na tentação de procurar respostas prontas em velhos manuais.
 
27 de junho de 2013
Jacques Gruman

QUANDO O HUMOR DESENHA A REALIDADE

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27 de junho de 2013

NOTAS POLÍTICAS DO JORNALISTA CARLOS BRICKMANN

Pão com pão 

Dilma Rousseff poderia ter iniciado o controle de gastos públicos pelo corte da reunião com governadores e prefeitos: eles foram a Brasília só para ouvir.

Poderiam ter recebido um vídeo por e-mail, seria a mesma coisa. Ou apenas o texto daquilo a que Dilma chamou de “pacto”. Que pacto, se ninguém pactuou nada? Pacto é acordo. Não é um novo tipo de PAC, embora também não funcione.

Diria um cínico que há propostas boas e novas, sendo que as boas não são novas e as novas não são boas. Mas estaria errado: as propostas não são nem novas nem boas. A começar pela Constituinte exclusiva para a reforma política.

O vice Michel Temer, jurista consagrado, professor de Direito Constitucional, já a considerou inconstitucional (http://www.brickmann.com.br/artigos.php).

As demais:

1 – controle de gastos públicos. Seriam reduzidos o número de ministérios, de funcionários contratados sem concurso? Seria abolido o segredo do custo dos cartões corporativos, a redução de comitivas? Dilma não anunciou nada disso.

2 – royalties do petróleo para a Educação. Já combinou com os governadores? Como se gastaria esse dinheiro? Qual o projeto nacional de avanço da Educação?

3 – tipificar a corrupção como crime hediondo. Quem porá o guiso nos mensaleiros? Quem apoia a presença de condenados no Congresso irá prendê-los?

Anunciar bons propósitos é pouco; e fica ainda pior sem combinar primeiro com governadores e prefeitos que pagarão a conta. O pacto é apenas a opinião de Dilma.
É como um sanduíche de pão com pão, sem recheio. Não dá liga.

Os médicos e o PT

Dilma prometeu contratar médicos estrangeiros (já é um avanço: ao menos publicamente, ela considera que cubanos também são estrangeiros) para suprir a falta de profissionais brasileiros. Pois é: o líder do Governo na Câmara, Arlindo Chinaglia, do PT paulista, em 2003 apresentou projeto de lei que proíbe o aumento do número de vagas nas faculdades de Medicina e a criação de novos cursos, sob a justificativa de que a quantidade de médicos no Brasil é superior à recomendada por entidades internacionais.
Que é que Chinaglia vai dizer a Dilma?

Questão de articulação

O pacto de Dilma com Dilma, que governadores e prefeitos tiveram de ouvir, tem chance de ser aprovado? Talvez – mas os líderes de seu Governo no Congresso, que precisarão coordenar as bancadas dilmistas nos debates e votações, não foram informados de nada, nem consultados antes da reunião.

Frase de Eduardo Braga:
“No Congresso, acho que ninguém foi avisado. Eu não sabia”. Frase de Arlindo Chinaglia: “Acabei de chegar, estou tomando pé da situação agora”.

Anda, transporte!

A última ordem da presidente a governadores e prefeitos se refere a investimentos em transporte- segundo Dilma, R$ 50 bilhões. Ótimo. Mas em 2012, só 33% da verba anunciada pelo Governo Federal para Transportes foram liberados.

Tá faltando um

Na preleção a governadores e prefeitos, Dilma tinha a seu lado a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e o vice-presidente Michel Temer. Mas quem atraiu mesmo as atenções, pela vistosa ausência, foi o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. É como se, no Domingão do Faustão, o Faustão não aparecesse. A presidente anuncia ousadas medidas jurídicas e onde estava seu jurista?
No dia seguinte ele começaria a falar, mas dentro de sua especialidade: sem se expor.

Quem sabe mais?

Uma declaração de Mayara Vivien, 23 anos, estudante, foi o grande destaque do encontro da presidente Dilma com os líderes do Movimento Passe Livre, no Palácio do Planalto, em Brasília: ela disse que Dilma está despreparada para entender de transporte público. A frase é notável por dois motivos: primeiro, porque Mayara acha que ela e seus colegas estudantes entendem de Transportes; segundo, porque Dilma Rousseff, além de ter mestrado, de ter longos anos de experiência em administração pública, está convencida de que é especialista não apenas em Transporte Público, mas em todas as demais áreas de conhecimento humano. Deve estar furiosa. Mayara criou um fosso entre ela e a presidente.

Igreja alerta

Fala-se em Copa do Mundo, Copa das Confederações, mas não se pode esquecer algo muito próximo: a Jornada Mundial da Juventude católica, no Rio, com a presença do papa Francisco. Falta um mês – e o Rio é exatamente a cidade em que a casa do governador ficou dias cercada por manifestantes, onde acaba de haver um combate entre Polícia e traficantes com nove mortos, onde o tráfico ainda comanda amplas áreas. O cardeal Stanislaw Rylko, presidente do Pontifício Conselho para os Leigos, organizador da Jornada Mundial da Juventude, já encaminhou à Embaixada brasileira no Vaticano sua preocupação com a visita. O cardeal não está apenas preocupado com o papa: teme também a repercussão do noticiário entre os peregrinos que planejam participar do evento.
 
Definitivo

Do sempre articulado Hélio Schwartsman, na Folha, sobre o plebiscito: “Se democracia direta fosse bom, assembleias de condomínio seriam um sucesso”.
27 de junho de 2013
Carlos Brickmann é jornalista e consultor de comunicação.

BASE ALIADA DECIDE APOIAR TESE DO PLEBISCITO E GOLPE PETISTA AVANÇA NA DIREÇÃO DO TOTALITARISMO

 

Golpe em marcha – Os eleitores brasileiros precisam estar atentos, pois deputados e senadores da chamada base aliada decidiram apoiar o projeto golpista de Dilma Rousseff que prevê a realização de um plebiscito para a reforma política.

A decisão do bloco político que no Congresso Nacional se rende vergonhosamente às ordens do governo do PT foi anunciada após reunião dos presidentes dos partidos com Dilma, no Palácio do Planalto, na tarde desta quinta-feira (27).

Durante o encontro não foram definidas as questões que serão apresentadas aos eleitores, mas sabe-se que o governo trabalha para que apenas temas fundamentais sejam submetidos à aprovação da população. Trata-se de uma armação costurada ardilosamente pelo PT, que não desiste de emplacar seu projeto totalitarista de poder, que, se consumado, transformará o Brasil em uma ditadura socialista.

Escalado pela presidente Dilma para tratar do assunto com a imprensa, o ministro Aloizio Mercadante (Educação) destacou dois temas para justificar a realização do plebiscito: financiamento de campanha e sistema de votação. Questões que uma consulta popular não conseguirá apontar a solução.

“A interpretação amplamente majoritária na reunião é que o plebiscito é um instrumento muito importante de participação popular na reforma política. Permitirá não discutir todas as questões, porque é uma matéria complexa, mas debater e o povo decidir os pilares da reforma, os aspectos fundamentais”, declarou Mercadante.

“Um plebiscito numa sociedade que tem potencialmente milhões de participantes, num tema complexo como esse tem que ir no cerne do problema, onde está a raiz das diferenças que têm emperrado há 20 anos uma reforma política no país. Então, nós vamos tratar daquilo que é essencial, das balizas. É isso que se espera do plebiscito”, completou o petista.

Como destacamos em matéria anterior, o mais adequado em relação à reforma política é a realização de um referendo, pelo qual a sociedade poderia concordar ou não com as mudanças discutidas e aprovadas no Congresso. A prevalecer a tese do plebiscito, a democracia brasileira correrá o risco de ser atropelada por um plano obtuso de um partido político que protagonizou os maiores escândalos de corrupção da história do País.

Considerando que por meros R$ 0,20 a população iniciou uma onda de protestos em todo o País, diante da ameaça que se faz à democracia toda a população deve sair às ruas e exigir a imediata suspensão da proposta de Dilma Rousseff, que não tem condições de desafiar a opinião pública.

A outra saída seria promover um enorme boicote ao plebiscito, invalidando a consulta popular.
Cruzar os braços no momento será dar um cheque em branco a um governo incompetente e irresponsável, que ao longo de uma década nada fez em prol do Brasil e dos brasileiros.

27 de junho de 2013
ucho.info

A DEMAGOGIA PETISTA CONTINUA...

PT é duramente criticado por causa do projeto populista e oportunista de taxar grandes fortunas

Tiro ao alvo – Encurralado pelas reticências das manifestações que continuam marcando o calendário do cotidiano, o Partido dos Trabalhadores atua forte e descaradamente para sufocar uma crise política que pode levar a legenda a uma derrocada histórica.

Após escalar alguns parlamentares para declarações ufanistas e sem propósito, o PT volta a se agarrar ao populismo barato que levou o lobista-fugitivo Lula ao Palácio do Planalto, que serviu de covil para os operadores do período mais corrupto da histórica nacional.

No afã de dar responder à parcela da sociedade que foi às ruas para protestar contra a degradação do Estado, como um todo, o PT abraçou a proposta que cria impostos específicos para grandes fortunas. O jornal Financial Times, que há dias criticou duramente o pacto anunciado por Dilma Rousseff, não poupou palavras e classificou o adesismo ao projeto que tramita no Congresso Nacional como “aparente reversão ao populismo”.

Incoerentes como sempre, até porque a incompetência exige que se fuja da realidade, petistas defendem a proposta sob a alegação de que o regime tributário nacional seria mais justo. Uma sandice discursiva inaceitável, especialmente em um país onde a volúpia arrecadatória do Estado garante 35% do PIB.

Essa cortina de fumaça que carrega a estrela petista é um acinte ao bom senso, pois o partido defende impostos mais elevados sobre fortunas acima de R$ 13 milhões, sendo que o valor arrecadado financiaria o transporte público. Além de ousados, os petistas mostram a incapacidade para as contas, pois não será com a taxação das grandes fortunas que a mobilidade urbana encontrará a luz no final do túnel.

As mazelas do transporte público decorrem da falta de planejamento do governo do PT, que desde a era Lula tem se dedicado à pirotecnia oficial para manter elevados índices de aprovação popular, algo parecido com que acontece na bolivariana Venezuela, um país que consegue ser decadente em termos econômicos apesar das grandes reservas petrolíferas.

No momento em que os petistas palacianos deixarem de cumprir as ordens obtusas de Lula e seus sequazes, impedindo que o BNDES conceda empréstimos bilionários a um grupo de empresários que em qualquer parte do planeta seriam considerados à beira da bancarrota, possivelmente o Brasil retomará o caminho do desenvolvimento lógico. Até lá, os brasileiros terá de se acostumar com os devaneios de um partido político que tem inconteste vocação para quadrilha.

27 de junho de 2013
ucho.info

FACEBOOK NEGA BLOQUEIO DE PÁGINAS SOBRE MANIFESTAÇÕES NO BRASIL

Outro lado – Nos últimos dias, diversas páginas relacionadas aos protestos que ocorrem Brasil afora reclamaram que foram censuradas na maior rede social do mundo.

Outros usuários alegaram que se abrir o chat do perfil e escrever a frase “meu amigo general, disse que a Força Nacional esta mega bem equipada para qualquer emergência” (sem aspas), entretanto, segundo o Facebook, quando um conteúdo é denunciado, ele só é removido se violar os “Termos de Uso”.

A rede social utilizou sua página oficial no Brasil para esclarecer “algumas informações equivocadas”. De acordo com a equipe de Mark Zuckerberg, em “quase” todos os casos é feita uma revisão manual das denúncias e não há sistemas automatizados que removam discursos políticos.

“Utilizamos sistemas automatizados apenas para um número muito limitado de casos, como, por exemplo, spam”, alega a rede.

Se for levado em conta o que está nos termos de uso do Facebook, apenas “discurso de ódio”, “nudez e pornografia”, “violência e ameaças”, entre outros (veja aqui) podem ser removidos pela rede sem prévio aviso.

Vale lembrar que o Facebook possui 73 milhões de usuários no Brasil. Num caso hipotético, se um milhão destes fizesse 5 denúncias por dia, por exemplo, o Facebook precisaria analisar 5 milhões de reclamações. Tudo de maneira manual, conforme diz a própria empresa.

27 de junho de 2013
ucho.info

QUANDO O HUMOR DESENHA A REALIDADE




27 de junho de 2013

E POBRE SABE LÁ O QUE É "CRISTAL RACHADO", FHC? SAI DESSE PEDESTAL E DIZ QUE "A VACA FOI PRO BREJO", PORRA!!!


Não adianta. Por mais que as evidências mostrem que o PSDB não fala a língua do povo, nenhum tucano é capaz de se dignar a falar com ele.
Fernando Henrique hoje me veio com essa metáfora do cristal rachado, dizendo que “existe um mal-estar que ninguém percebia, mostrando que a vida do povo não é cor-de-rosa como parecia”, que não sei se é um artigo ou um pronunciamento, porque simplesmente ando me recusando a prestar atenção - ler ou ouvir - no sujeito que já foi meu ídolo, mas que hoje não passa de uma empáfia ambulante.
Quanto a se comunicar com a plebe ignara, os punhos rendados não permitem, eu entendo...
 
27 de junho de 2013
Ricardo Froes

CONVITE A DILMA E LULA


Dilma, aquela que prefere pipoca a caviar, e Lula, aquele que agora resolveu virar líder de militontos, estão convidados para comparecer ao Maracanã no Domingo, mais precisamente às 19 horas, para assistirem o jogo da seleção brasileira contra os espanhois na final da Copa das Confederações.
Será um prazer para a torcida recebê-los...
 
27 de junho de 2013
Ricardo Froes

UMA BOA PARA OS MANIFESTANTES: COBREM A REDUÇÃO DO NÚMERO DE DEPUTADOS FEDERAIS. O PROJETO FOI ENGAVETADO!


A Câmara dos Deputados faz prosperar propostas de emenda constitucional com rapidez estonteante, como a PEC 37, mas mantém na gaveta outras cuja aprovação não interessa aos parlamentares. É o caso da PEC 170, que tramita desde 1999, reduzindo de 513 para 380 o número de deputados. O projeto só ganhou parecer da Comissão de Constituição e Justiça – contra, claro – esta semana, 14 anos depois.

O corte de 133 deputados federais, além de agradar a opinião pública, proporcionaria uma economia de R$ 250 milhões por ano. No mínimo.

Uma corja legislando em causa própria dá nisso. Ninguém quer dar mole pra Kojak.
 
27 de junho de 2013
in Claudio Humberto:

QUANDO O HUMOR DESENHA A REALIDADE




27 de junho de 2013

OPOSIÇÃO LEVARÁ AGENDA PRÓPRIA AO PLANALTO

    "O plebiscito é apenas um discurso para desviar a atenção dos graves problemas do país"

     

     
    Em provável encontro com a presidente Dilma, ainda não confirmado, partidos de oposição não querem falar apenas sobre reforma política, tema que para eles não é prioridade; "A nossa proposta é diferente da dela", disse o líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio; para o líder do PPS, deputado Rubens Bueno, "o plebiscito é apenas um discurso para desviar a atenção dos graves problemas do país"; na opinião do deputado Ronaldo Caiado, líder do DEM, haverá uma pauta conjunta, "uma pauta que o governo não quer assumir"
     
    Ivan Richard
    Repórter da Agência Brasil
    Brasília - Os partidos de oposição definiram nesta quinta-feira (27) que em um provável encontro com a presidenta Dilma Rousseff não vão limitar o debate à reforma política. Até o momento, porém, os líderes oposicionistas não receberam convite formal da presidenta.
    Hoje, a presidenta Dilma Rousseff se reúne com presidente e líderes de partidos da base aliada para tratar das manifestações que ocorrem em todo o país.
    Para os líderes dos partidos oposicionistas, o tema da reforma política não é a prioridades dos movimentos populares. Segundo eles, a ideia de realização um plebiscito está sendo usado como "cortina de fumaça" para desviar o foco do que precisa ser mudado.
    "Havendo o convite, ele será aceito, evidentemente, mas vamos discutir com nossos partidos qual é a mensagem que vamos levar porque a nossa proposta é diferente da dela [Dilma Rousseff]", disse o líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP). "Não está na pauta, efetivamente, como tópico, a reforma política. Temos outros assuntos para tratar como a melhoria da saúde, da educação, do transporte e o combate à corrupção", acrescentou o tucano.
    Para o líder do PPS, deputado Rubens Bueno (PR), se o governo realmente tivesse como prioridade a reforma política, ele poderia reunir a sua base no Congresso para aprovar mudanças.
    "O Congresso está funcionando, temos uma normalidade democrática e, dentro dela, o Senado e a Câmara podem decidir [sobre a reforma política] a qualquer momento. O plebiscito é apenas um discurso para desviar a atenção para os graves problemas do país: questões econômicas, como inflação, desemprego subindo e a corrupção que o governo não toca em nenhum momento", disse Bueno.
    De acordo com o líder do DEM, deputado Ronaldo Caiado (GO), se realmente houver o convite da presidenta para o diálogo com as oposições, os partidos definirão uma pauta conjunta para, em seguida, propor uma data para o encontro.
    "Vamos elaborar a nossa pauta e iremos ao encontro da presidente na data que for definida pelos nossos presidentes dos partidos. Teremos uma pauta conjunta das oposições articuladas, uma pauta que o governo não quer assumir", pontuou Caiado.
     
    Edição: José Romildo
    27 de junho de 2013
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    MARINA SILVA E O "REDE SUSTENTABILIDADE" - UM PROJETO SUPRANACIONAL

               
              Artigos - Globalismo 
    marinaEla foi cabocla no seringal do estado do Acre e hoje é a queridinha dos globalistas (aqueles cuja crença é de que a Velha Ordem que preza pela soberania das nações é um modelo ultrapassado que deve ser substituído por um governo global supranacional).
    Ela é membro do Inter-american Dialogue, think-thank que conta com um grupo de ex-presidentes das três Américas, além de banqueiros, empresários e outros integrantes da nata social e financeira deste continente.
     
    Também faz parte da lista dos Defensores das Metas do Milênio da ONU (Organização das Nações Unidas) – lista essa que também inclui o bilionário empresário Ted Turner, o famoso fundador da CNN. Recebeu também o prêmio “Champions of the Earth” da ONU – um dos maiores prêmios da área. É chamada de “lendária ativista ambiental” pelos ativistas da iniciativa Carta da Terra (1) e por aí vai…
     
    A apresentação de uma fração do currículo internacional de Maria Osmarina Marina Silva Vaz de Lima é para que não nos enganemos.
    Embora tenha a saúde frágil por conta de uma contaminação por mercúrio na juventude, essa senhora evangélica de 55 anos e aparência frágil possui uma vasta influência entre bilionários e ecologistas mundo afora. Em 2010 emplacou uma candidatura à Presidência da República concorrendo pelo Partido Verde com seu vice sendo o empresário bilionário Guilherme Leal. Obteve quase 20 milhões de votos.
     
    Marina é sem dúvida benquista por vários grupos ambientalistas e globalistas. Para Luis Dufaur, autor de publicações no exterior e do blog “Verde: a cor nova do comunismo” – que denuncia os estratagemas dos movimentos ambientalistas e globalistas -, as origens amazônicas de Marina, sua militância no Partido Revolucionário Comunista (PRC – ala radical que estava sob a égide petista no Acre) e sua luta junto de Chico Mendes e das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) são “atributos” que fazem dela o perfil ideal para ser a imagem “popular” que os ambientalistas e globalistas pretendem projetar.
     
    “Ela encarna bem o figurino imaginado pela Teologia da Libertação que segue a linha de Frei Beto e Dom Casaldáliga, portanto comuno-tribalista e ambientalista. Quer dizer, uma mulher do povo que sofreu pobreza e doenças tropicais, e sai da floresta para contestar a ordem social brasileira acusada de ‘capitalista’ e ‘exploradora’. Esta imagem a meu ver inclui muitos exageros propagandísticos imaginados por marqueteiros”, diz Dufaur.
     
    Aproveitando-se dessa grande influência e poder que lhe foi concedido, Marina Silva já aplaina o terreno para a candidatura em 2014. Com seu novo partido, o “REDE Sustentabilidade”, ela quer, segundo palavras próprias, nada menos que “mudar a cultura política do país”. Marina diz que seu partido não é de esquerda e nem de direita, mas é “à frente”. Além do apoio de Leal, Marina também conta com Maria Alice Setúbal, uma das herdeiras do Itaú.
     
    Mas será que Marina realmente vem com uma proposta diferente? Segundo o economista e mestre em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV/SP), Nivaldo Cordeiro, “Estamos diante de uma ação típica das esquerdas recomendadas por Lênin. [...] a famosa estratégia das tesouras”.
     
    Essa estratégia das tesouras é uma forma de se referir à metodologia dialética marxista-leninista, cuja metáfora da tesoura fala das duas lâminas que são opostas (como neste caso, a aparente oposição de Marina Silva ao atual establishment político), mas que no final das contas fazem parte do mesmo corpo; e sendo do mesmo corpo, quando essas duas lâminas convergirem — isso acontece fatalmente na política —, deceparão aqueles que estiverem no caminho delas. O termo foi muito usado para se referir à aparente oposição que existe há muito entre os governos russo e chinês (desde os tempos comunistas até hoje).
     
    O filósofo Olavo de Carvalho no artigo “A mão de Stálin está sobre nós” diz que, através da estratégia das tesouras, “a oposição tradicional de direita e esquerda é então substituída pela divisão interna da esquerda, de modo que a completa homogeneização socialista da opinião pública é obtida sem nenhuma ruptura aparente da normalidade. A discussão da esquerda com a própria esquerda, sendo a única que resta, torna-se um simulacro verossímil da competição democrática e é exibida como prova de que tudo está na mais perfeita ordem.” (isso já acontece no Brasil, onde partidos como PT, PSDB, PSB e o futuro partido da Marina dominam completamente as ações políticas, deixando espaço apenas para divergências dentro da própria esquerda ou para partidos governistas como o PMDB).
     
    Outro bom exemplo dessa estratégia das tesouras leninista são as denúncias feitas pelos partidos de extrema esquerda, como se pode ver no site do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificados (PSTU), que por meio de uma extensa matéria mostra alguns dos “esqueletos” que Marina tem no armário (ver matéria no link: pstu.org.br/conteudo/rede-de-marina-silva). O site do Partido Comunista do Brasil (PC do B) também não se esquiva de reproduzir ou redigir textos com fortes críticas ao projeto de Marina Silva, como se pode ver nos links: vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=206125&id_secao=1 e vermelho.org.br/editorial.php?id_editorial=1170&id_secao=16.
     
    Apesar das ferrenhas críticas recebidas pela “esquerda da esquerda”, sempre quando indagada sobre os presidentes Lula ou Dilma, aliados do mesmo PC do B, Marina prefere adotar um tom amistoso, demonstrando discordâncias apenas em pontos específicos, como é o caso da política ambiental. Segundo Nivaldo Cordeiro, “a turma da Marina Silva sempre foi PT de coração”. A longa lista de serviços que Marina prestou ao PT desde quando era uma jovem militante no PRC até chegar ao Ministério do Meio Ambiente – cargo que ocupou desde a posse de Lula, em 2003, até 2008 – é algo que ela faz questão de lembrar sempre em suas entrevistas.
     
    Desenvolvimento sustentável e religião
     
    O termo “desenvolvimento sustentável” surgiu pela primeira vez nas discussões da ONU na década de 1980. Ele foi cunhado para condensar um ideal que já havia sido exposto desde a Conferência de Estocolmo em 1972. Junta – a seu modo – as idéias de desenvolvimento econômico e político com a preservação da natureza, com a justificativa de que devemos deixar um “mundo melhor” para as gerações futuras.
    Deste modo, esse ideal acaba por atuar nas frentes econômica, política, ecológica e cultural. As partes ética e religiosa restantes são cobertas pela anteriormente citada Carta da Terra, que segundo um de seus maiores promotores, Mikhail Gorbachev, aspira a ser nada menos que uma nova versão dos Dez Mandamentos (2).
    A culminação do que entendemos por “desenvolvimento sustentável” foi o documento “Agenda 21”, apresentado na Conferência Eco-92, no Rio de Janeiro. Esse documento contém 21 diretrizes elaboradas pela ONU para servirem de “instrumento de planejamento para a construção de sociedades sustentáveis” (ver neste link: http://sustainabledevelopment.un.org/).
     
    A idéia de desenvolvimento sustentável é, basicamente, aplicar leis supranacionais cujo conteúdo é aquilo que a ONU acha que é melhor para o mundo, independentemente do que as populações locais venham a achar. Aqui no Brasil, muito desses ideais supranacionais da “Agenda 21” (que, por conseguinte, são óbvias afrontas à soberania de um país) foram bem encaminhados na gestão de Marina Silva no Ministério do Meio Ambiente.
     
    Mesmo quando não são diretamente aplicadas, essas medidas supranacionais acabam por ter grande influência na legislação, como foi o caso do Código Florestal aprovado em 2012, que levou em conta várias “propostas utópicas e quiméricas da ONU”, nas palavras de Luis Dufaur. Segundo Dufaur, esses documentos “sinalizam os rumos das transformações legais presentes e futuras que o PT e seus amigos ambientalistas promovem no país”.

    Notas:
     
    (1) A
     Carta da Terra
     é uma declaração de princípios éticos fundamentais cujo intuito é “construir uma sociedade global justa e sustentável para o século XXI”; para isso basta que se dê poder ilimitado a eles.  Tem o endosso de gente do quilate do ex-presidente soviético Mikhail Gorbachev e da ex-Rainha e atual Princesa Beatrix da Holanda.
    (2) v. Lee Penn.
     False Dawn: The United Religions Initiative, globalism, and the quest for a one-world religion. p.16

    Publicado no site da revista Vila Nova.
    27 de junho de 2013
    Leonildo Trombela Júnior é jornalista e tradutor.

    QUEM PAGA?

               
              Artigos - Movimento Revolucionário 
    Que uma política inspirada na religião cristã possa ter algum parentesco mesmo longínquo com o nazismo ou com o fascismo é uma crença indefensável sob todos os aspectos.
     
    De uns tempos para cá, as expressões “extrema direita” e “ultradireita” passaram a ser usadas para carimbar com o estigma do nazifascismo qualquer cidadão ou grupo que se oponha ao abortismo, ao casamento gay ou à proibição de opiniões religiosas na vida pública.

    Opiniões majoritárias, consagradas pelo uso universal e incorporadas de há muito na prática democrática das nações civilizadas, são assim, repentinamente, movidas para as trevas exteriores, para zona do anormal, do inaceitável e do proibido. A elite iluminada se autoconstitui em medida-padrão do normal e do certo, e, como o dr. Simão Bacamarte no “Alienista” de Machado de Assis, condena o povo inteiro como louco, fanático e extremista.
     
    Essa deformação semântica monstruosa, violência simbólica em estado puro, aparece com notável uniformidade tanto no discurso da esquerda em geral quanto na “grande mídia” da qual essa mesma esquerda, com a hipocrisia de quem sabe que domina os cargos de chefia em quase todas as redações do país, se finge de inimiga e vítima indefesa.
     
    O objetivo da operação é, de imediato, mergulhar a população cristã na “espiral do silêncio”, destituí-la dos meios verbais de autodefesa e, portanto, debilitar sua identidade ao ponto de dissolvê-la por completo. Já é, portanto, um genocídio cultural indisfarçado, cínico, criminoso no mais alto grau, que prepara a oficialização do anticristianismo militante como prática nacional obrigatória e a realização do sonho de Lênin: “Varrer o cristianismo da face da Terra”.
     
    Que uma política inspirada na religião cristã possa ter algum parentesco mesmo longínquo com o nazismo ou com o fascismo é uma crença indefensável sob todos os aspectos, quando mais não fosse pela obviedade de que foi precisamente a derrota do nazifascismo que trouxe ao poder, pela primeira vez na história européia, partidos declaradamente cristãos, a Democracia Cristã na Alemanha e na Itália. Mutatis mutandis, foram os conservadores católicos e protestantes que, em toda a Europa, pregaram a resistência a Hitler quando os comunistas e esquerdistas em geral preferiam a acomodação, então favorável aos interesses de Moscou, que partilhava com os nazistas o cadáver da Polônia.
     
    A liderança comunista explora despudoradamente a ignorância histórica de seus militantes quando os induz a crer que são “de extrema direita” precisamente aquelas opiniões majoritárias que trouxeram a paz, o equilíbrio e a normalidade democrática ao mundo após o pesadelo da II Guerra Mundial, enquanto, nas zonas ocupadas pelo comunismo, as instituições repressivas criadas pelo nazismo eram simplesmente modernizadas e adaptadas às necessidades de uma ditadura mais astuta e mais eficiente.
     
    Hoje sabe-se, para além de qualquer dúvida razoável, que o nazismo jamais teria crescido às proporções de uma ameaça mundial se não fosse pela ajuda soviética, passada por baixo do pano por anos a fio e camuflada sob um antinazismo de fachada.
     
    Quando os comunistas tentam associar a imagem de seus inimigos conservadores à lembrança do nazifascismo, não fazem senão repetir o procedimento-padrão, estabelecido desde os tempos de Lênin, que consiste em cometer o crime e apagar as pistas rapidamente, lançando as culpas sobre o primeiro bode expiatório disponível antes que alguém sequer suspeite da verdadeira autoria.
     
    Nunca houve nem nunca haverá um comunista bem intencionado, pela simples razão de que o comunismo nega, na base, todo princípio moral e o substitui por uma nova “ética” em que não há outro Bem Supremo acima dos interesses da Revolução, nem outra obrigação moral superior à de fazer crescer, por todos os meios, o poder do Partido.
     
    Todo comunista, sem exceção, é um canalha e um manipulador, pronto a elevar-se ao estatuto de assassino e genocida tão logo, inchado de orgulho, seja convocado a isso pelo clero revolucionário. Ninguém jamais se tornou comunista por amor aos pobres, por idealismo humanitário ou por qualquer outro motivo elevado. Todos entraram nisso movidos pelo desejo de enobrecer-se e beatificar-se pela prática do mal transfigurada em virtude partidária.
     
    O comunismo não explora os sentimentos mais altos, e sim o mais baixo de todos, que é o desejo de inverter o senso moral para que cada um se sinta tanto mais santo quanto mais se emporcalhe na mendacidade e no crime.
     
    Novo e oportuno exemplo dessa inversão vem agora do sr. Tarso Genro, que atribui a “grupos pagos de extrema direita” as depredações ocorridas em várias cidades do Brasil. Esse grotesco arremedo de intelectual e escritor sabe perfeitamente bem que os atos de violência ocorreram sobretudo nos primeiros dias, quando havia praticamente só radicais de esquerda nas ruas – estes sim, pagos pelo sr. George Soros e pelo Foro de São Paulo --, muito antes de que qualquer cristão, conservador ou patriota fosse “melar”, como disseram os esquerdistas, o tão bem planejadinho tumulto destinado a forçar um “upgrade” do processo revolucionário comunista.
     
    É o bom e velho “acuse-os do que você faz, xingue-os do que você é”, que os comunistas seguem à risca desde há um século. Como sempre, essa inversão prepara aquilo que eles mais gostam de fazer: perseguir os inocentes, enviá-los à cadeia, matá-los e depois ainda culpá-los.
     
    Homens que se entregam a esse exercício não merecem que nenhum cidadão honesto lhes dirija a palavra, e por isso não é com eles que estou falando. Estou falando ao que ainda resta de consciência moral entre empresários, juízes, promotores de Justiça, advogados, políticos e militares. E o que tenho a lhes dizer é simples e direto: Auditoria no Foro de São Paulo já! Veremos quem são os arruaceiros pagos.

    Publicado no Diário do Comércio

    27 de junho de 2013
    Olavo de Carvalho

    QUANDO SER NAZISTA É SER DE ESQUERDA


     Triste sina a da direita no Brasil – escrevia eu há oito anos. Em países mais civilizados, ser de direita é apenas não concordar com as propostas da esquerda, direito legítimo de todo cidadão. No Brasil, direita significa portar toda a infâmia do mundo. Que o diga Clóvis Rossi. Em crônica de 2005, afirmou: “É um caso de estudo para a ciência política universal. Já escrevi neste espaço uma e outra vez que o PT fez a mais radical e rápida guinada para a direita de que se tem notícia na história partidária do planeta”.

    Isto é: se o PT se revela corrupto, ele não é mais esquerda. É direita, porque só a direita é corrupta. Mesmo que o PT seja hoje o mesmo desde que nasceu, mesmo que os grandes implicados na corrupção – Genoíno, Mercadante, Zé Dirceu, Lula – sejam seus pais fundadores.

    Segundo Rossi, o PT guinou para a direita. E por que guinou para a direita? Porque suas falcatruas foram trazidas à tona. Permanecessem submersas, o partido continuaria sendo de esquerda.

    Há uma boa década venho falando naquilo que os franceses chamam de glissement idéologique. O conceito de esquerda sempre muda, à medida em que se corrompe. A direita é o repositório de todos os males do mundo, inclusive os das esquerdas.

    Pois quando as esquerdas cometem crimes – ou “erros”, como preferem seus líderes – é que não eram de esquerda, mas de direita.

    Jornalista pode ser corrupto, canalha e até mesmo medíocre. Mas sempre tem espírito de síntese, ou não é jornalista. Tomei conhecimento há pouco de um vídeo antigo, de 2008, onde Mino Carta, este impoluto porta-voz oficioso do PT, revela notável espírito de síntese. Ser de esquerda, para Mino, é defender a liberdade e igualdade. Mas se o regime vira ditatura, mesmo tendo partido das melhores intenções, o regime é de extrema-direita.

    Trocando em miúdos: ditadura de esquerda não existe. É o que o jornalista quis dizer mas não ousou dizer. Talvez porque tal afirmação soe um tanto pornográfica nos dias que passam. Temos então que tanto Stalin como Fidel Castro eram de direita. Segundo Clóvis Rossi, o PT também. E as esquerdas permanecem intactas no sétimo céu das intenções sublimes.

    Já o inverso é permissível. Você pode ter sido de direita a vida toda. Mas se se converte ao socialismo, vira esquerda desde criancinha. Que o diga Luís Fernando Verissimo. Em sua crônica no Estadão de hoje, comenta uma entrevista de Daniel Cohn-Bendit para o último Journal du Dimanche, sobre o que acontece no Brasil, na Turquia e o que aconteceu nas recentes "primaveras" árabes e em 68 em Paris: “Forçando um pouco a cronologia, Cohn-Bendit diz que 68 foi o preâmbulo de 81, quando a esquerda chegou ao poder na França”. E bota forçar a cronologia nisso, pois o presidente logo após 68 foi Georges Pompidou.

    Refere-se a François Mitterrand, político arrivista condecorado pelo nazismo que, após ter optado pelo socialismo, virou esquerdista desde criancinha. Hoje, o episódio é pouco conhecido até mesmo pelos franceses, e já perdi alguns amigos por tê-lo relembrado. Relembro então de novo.

    Retornemos 33 anos atrás. Eu voltava da Inglaterra com uma amiga. Seriam seis da tarde. Em Paris, mal cheguei em casa, liguei a televisão. Na tela, aos poucos foi surgindo uma imagem. Começou pela testa e foi descendo, em fatias. Antes que tivesse chegado aos cílios, percebi que não era a careca de Giscard d’Estaing. O vencedor das eleições na França, naquele 10 de maio, era Mitterrand. Mesmo a imprensa internacional foi surpreendida. Havia apostado na vitória de Giscard. Só quando caminhões de champanhe começaram a abandonar o QG de Giscard, os jornalistas perceberam que a notícia estava ailleurs.

    Minha amiga, gaúcha em trânsito pela Europa, apavorou-se. Confundida pela associação que a imprensa brasileira fazia entre o socialismo francês e o socialismo soviético, queria pegar passaporte e voltar ao Brasil antes que o novo governo fechasse as fronteiras. Verdade que nem só ela se confundiu. Empresários franceses empacotaram seus dinheiros e tentaram sair do país através de discretas fronteiras suíças. Medo bobo. Como bom francês, Mitterrand não iria sacrificar o bem-estar de seus conterrâneos em nome de um ideal besta. Socialismo mesmo - le vrai - a França só recomenda para o Terceiro Mundo.

    A eleição de Mitterrand é um desses mistérios que confunde qualquer analista político. Ninguém desconhecia sua participação no governo pró-nazista de Vichy, do qual recebeu, na primavera de 43, a Francisque, a mais alta condecoração conferida pelo marechal Pétain. Tampouco era desconhecida sua participação decisiva, como ministro do Interior, na guerra da Argélia e nas torturas praticadas pelo Exército francês. Defensor de uma Argélia francesa, Miterrand reprimiu com ferocidade os movimentos insurrecionais. Em setembro de 53, declarou: "Para mim, a manutenção da presença francesa na África do Norte, de Bizerte a Casablanca, é o primeiro imperativo de toda política". Em 54, afirmou na tribuna da Assembléia Nacional: "A rebelião argelina não pode encontrar senão uma forma terminal: a guerra".

    Um golpe de imprensa empanava sua trajetória, o falso atentado nas cercanias do Luxembourg. Na noite de 15 de outubro de 59, ao sair da brasserie Lipp, Mitterrand, então senador pela Nièvre, sentiu-se perseguido por um carro. Ele faz um desvio pela avenue de l’Observatoire, pára sua 403, pula uma cerca viva e se joga de bruços na grama. Uma rajada de metralhadora é disparada sobre seu carro. No dia seguinte, o fato está na primeira página de todos os jornais, do Le Monde ao Humanité, o jornal oficial do PC francês.

    Aos 43 anos, o político ambicioso vira herói. A glória é efêmera. Três dias depois, o jornal Rivarol, entrevista um dos agressores de Mitterrand, que afirma ter sido o próprio Mitterrand que encomendara o atentado, para fazer subir sua cota de popularidade. O desmonte da farsa caiu no vazio. Processado por ultraje à magistratura, após a cassação de sua imunidade parlamentar, Mitterrand será beneficiado por um non-lieu, como também seus "agressores".

    Ex-colaborador de um governo pró-nazista, condecorado por este mesmo governo, mentor da guerra na Argélia e responsável pela tortura de milhares de argelinos, anticomunista ferrenho numa França que sempre nutriu simpatias pelo regime soviético, farsante vulgar capaz de forjar um atentado para ganhar votos, nada disto impediu Mitterrand de derrotar Giscard em 81, com 52,22% dos votos expressos, e de eleger-se por mais um setenato em 88.

    Empunhando a bandeira do socialismo, Mitterrand, político de extração nazista e queridinho de Pétain, enganou não só os franceses como o mundo todo. Na época, também se falou em mudanças. Mudou algo na França de 1981 para cá? Estruturalmente, nada. Mudaram apenas fatores que nada têm a ver com orientação política, mas dependem da economia e imigração, como maior desemprego e avanço do islamismo. Se algo novo ocorreu na França de lá para cá foi sua adesão ao euro, mas isso nada tem a ver com socialismo ou Mitterrand.

    Para Verissimo, quando opta pelo socialismo, até nazista é de esquerda.


    27 de junho de 2013
    janer cristaldo