"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sábado, 30 de junho de 2012

DITADURA FORNECEU ARMAS PARA REPRESSÃO NO CHILE

Acordo ordenou que emblemas oficiais fossem raspados para ocultar origem

O presidente Geisel (de terno) recebe os cumprimentos do general Augusto Pinochet ao tomar posse, em 1974. No ano seguinte, equipou o exército chileno para a repressão interna
Foto: O Globo / Arquivo
O presidente Geisel (de terno) recebe os cumprimentos do general Augusto Pinochet ao tomar posse, em 1974. No ano seguinte, equipou o exército chileno para a repressão internaO Globo / Arquivo

BRASÍLIA - Documentos secretos produzidos pelo extinto Estado-Maior das Forças Armadas (Emfa) durante a ditadura militar revelam que o governo brasileiro forneceu armamentos militares ao Chile para a repressão interna no regime do general Augusto Pinochet (1973-1990).
Um acordo articulado no governo do general Emílio Garrastazu Médici (1969-1974) e executado durante os primeiros anos do governo de Ernesto Geisel (1974-1979) repassou à ditadura chilena milhares de fuzis, espingardas, cartuchos de munição, carregadores e outros equipamentos bélicos, como “material destinado à manutenção da ordem interna”.

O GLOBO teve acesso com exclusividade a documentos que mostram que o EMFA determinou, em 17 de janeiro de 1975, que o armamento a ser cedido ao Chile tivesse as Armas da República apagadas para que não fosse identificada a origem brasileira e oficial.
Nessa data, o então vice-chefe do Estado-Maior, general Carlos de Meira Mattos, solicita ao chefe de gabinete do Ministério do Exército “providências no sentido de que a fábrica de Itajubá proceda ao esmerilhamento nas estampagens dos emblemas com as Armas da República dos fuzis tipo FAL e FAP que serão cedidos”, diz ofício secreto assinado por Meira Mattos.

O general pede que o mesmo procedimento seja feito no armamento a ser fornecido pela Marinha: “Conforme relação constante do Aviso da referência, o Ministério da Marinha também cederá idêntico armamento ao governo Chileno. Assim sendo, consultamos aquele órgão da possibilidade de efetuar idêntica operação pela Marinha, ou em caso negativo, se deseja que o trabalho seja feito em Itajubá”.

Os documentos integram uma série de 37 volumes de caráter sigiloso e 52 volumes de boletins reservados expedidos pelo extinto Estado-Maior da Forças Armadas, sucedido pelo ministério da Defesa em 1999.
O ministro da pasta, Celso Amorim, informou à Comissão da Verdade a existência dos documentos e solicitou ao Ministério da Justiça a criação de um grupo de trabalho para análise e tratamento das informações. Amorim determinou que os volumes sejam transferidos para o Arquivo Nacional.

Crédito para o governo chileno

O então presidente Geisel, que encarregou o Estado-Maior da coordenação das medidas para equipar o Exército do Chile para a repressão interna, também autorizou abertura de crédito ao governo chileno para a compra de material bélico e equipamento militar de produção nacional.

“O senhor presidente da República autorizou a abertura de um crédito, no prazo de quinze anos, de US$ 40.000.000 (quarenta milhões de dólares), para a aquisição de material bélico e equipamentos militares de produção nacional ou em disponibilidade no país”, afirma o ministro-chefe do EMFA, Humberto de Souza Mello, ao ministro da Defesa do Chile, Patrício Carvajal Prado, em 16 de maio de 1974.
Em seguida, Souza Mello pede que sejam tomadas as providências junto ao governo do Chile para que o embaixador chileno em Brasília seja “autorizado a realizar os necessários entendimentos com o ministro da Fazenda do Brasil”, Mario Henrique Simonsen.

Os documentos mostram ainda que o governo brasileiro mobilizou o primeiro escalão do corpo diplomático nas gestões para o fornecimento de armas. É o que revela comunicação feita em 7 de maio de 1974, em que Souza Mello encaminha ao então ministro das Relações Exteriores brasileiro, Antônio Francisco Azeredo da Silveira, ofício do ministro da Defesa do Chile. O ofício “versa sobre um empréstimo a ser concedido pelo Brasil e que seria empregado na aquisição de material bélico e equipamentos militares para as Forças Armadas daquele país”.

Na mesma data, Souza Mello destaca o “interesse” do governo brasileiro em atender à demanda de Pinochet e informa ao ministro da Marinha, Geraldo Azevedo Henning, que as Forças Armadas irão ceder ao governo chileno equipamentos de uso próprio, já que parte do material solicitado não estava disponível para venda. “Dado o interesse de nosso governo em atender ao solicitado e considerando-se que do material bélico solicitado uma parte não se encontra disponível no país, enquanto que a outra parte, de produção nacional, não poderá ser entregue a curto prazo (…).
Tal análise indicou a possibilidade de serem cedidos armamentos e munições já entregues, pelos fabricantes ou fornecedores, às Forças Armadas”, diz.

Além do armamento fornecido pelas Forças Armadas, a ditadura militar no Brasil intermediou para o governo Pinochet a aquisição de equipamentos bélicos de empresas brasileiras. Ao menos duas empresas brasileiras serviram para enviar armamentos a Pinochet, a Engesa S.A e Mayrink Veiga S.A.

É o que mostra o mesmo documento, de 7 de maio de 1974, em que o ministro-chefe do EMFA encaminha uma “Lista Geral das necessidade das Forças Armadas do Chile”, além da cópia de uma “carta-proposta de Mayrink Veiga S.A. que versa sobre o fornecimento de armamento e munições importados”. “O assunto tratado no documento do Ministério da Defesa do Chile e em seus anexos foi objeto de contatos anteriores, de comissões das Forças Armadas daquele país com os Ministérios Militares, com os fabricantes e fornecedores de material bélico e equipamentos militares e, finalmente, com este Estado-Maior”, esclarece o general.

Em outro despacho, de 25 de novembro de 1974, Meira Mattos informa ao vice-chefe do Estado-Maior do Exército que o “Exército do Chile encaminhou à Engesa S.A.” ofício em que “solicita informações sobre preços, prazos de entrega e demais características técnicas para munições a serem utilizadas nos veículos Cascavel, recentemente adquiridos por aquele exército”. Segundo o general, a Engesa consulta o Estado-Maior sobre como proceder. O general, então, solicita informações sobre “armamentos e respectivas munições que irão equipar os veículos Cascavel e Urutu, vendidos ao Chile”.

Uma lista enumerando milhares de armas a serem fornecidas ao governo chileno está entre os documentos a que O GLOBO teve acesso. Em 9 de outubro de 1974, o então ministro-chefe do Emfa, Antônio Jorge Corrêa, emite comunicado secreto ao presidente da República, general Ernesto Geisel, com documento anexo “referente à exportação e cessão de material bélico para o Chile”. “As providências foram tomadas em obediência à determinação de Vossa Excelência em despacho de 25 de março de 1974 e somente foi considerado o material destinado à manutenção da ordem interna”, pontua Corrêa.

Preocupações com articulação de guerrilhas

Além de negociações para cessão de armamentos ao governo chileno, documentos produzidos pelo Estado-Maior das Forças Armadas mostram a preocupação da ditadura brasileira com ligações entre grupos de guerrilha locais com os vizinhos latino-americanos. Em documento reservado de novembro de 1974, o ministro-chefe do Emfa, Antônio Jorge Corrêa, discorre sobre a “suspeita de entendimentos entre organizações terroristas argentinas e brasileiras”.

Ofício endereçado ao comandante da Escola Superior de Guerra, Walter de Menezes Paes, dá instruções sobre “providências de segurança” a serem tomadas. “Esta chefia teve conhecimento através de órgãos de informação que há suspeitas de entendimento entre organizações terroristas argentinas e brasileiras, visando a atentados contra elementos indicados pelas ditas organizações”, diz o ofício.

O ministro refere-se então a uma viagem de intercâmbio entre os dois governos militares e pede precauções devido às suspeitas de cooperação entre guerrilhas dos dois países: “Devendo a ESG coordenar a visita da Escola de Defesa Nacional da República da Argentina, na segunda quinzena de novembro próximo, alerto V.Exa, para as providências de segurança que se tornam necessárias. Em face do acima exposto, recomendo V.Exa. que realize as necessárias ligações com o Exmo. Sr. Comandante do I Exército”, aponta Corrêa.

Em outro despacho, de 31 de outubro de 1974, Antônio Jorge Corrêa se dirige ao presidente da República, Ernesto Geisel, para manifestar a “preocupação” da Junta Interamericana de Defesa (JID) sobre a “possibilidade de reingresso de Cuba na Organização dos Estados Americanos (OEA)”, diante da discussão da revogação das sanções impostas em 1962 e 1964 ao governo cubano, como a exclusão da JID.

“O atual governo de Cuba, no momento em que passou à situação de integrante do Bloco Comunista, tornou-se incompatível junto à JID, devido ao fato de que os planejamentos militares desta já consideravam como principal ameaça ao continente americano a atuação do movimento Comunista Internacional, materializada, naquela época, por uma agressão militar de origem externa”, afirma Corrêa.
Corrêa sugere, então, duas “diretrizes” para a representação brasileira na JID. A primeira, de que não participasse das discussões e se abstivesse de votações relativas a Cuba. A segunda, de que, caso fossem suspensas as sanções, o Brasil permanecesse na posição de observador e o Estado-Maior fosse “constantemente informado”.

Júnia Gama, O Globo
30 de junho de 2012

QUEM SAIU GANHANDO?

Em Bruxelas, a cúpula "de último recurso" para o euro encerrou-se ao amanhecer de ontem. Terá conseguido salvar a moeda comum europeia? Tudo gira em torno de US$ 2 trilhões. Vale lembrar que, nos dois últimos anos, houve outras 18 cúpulas, todas elas de último recurso. Mas vamos com calma.

A outra pergunta é: a alemã, a poderosa Angela Merkel, conseguiu que todas as cabeças se curvassem diante dela, e particularmente a do socialista François Hollande, que, contrariamente ao seu predecessor, Nicolas Sarkozy, não se inclina automaticamente diante dos desejos da chanceler?

Então, quem ganhou? Como desconfio da minha subjetividade, vou responder a esta pergunta reproduzindo a resposta dada por dois grandes jornais franceses, ambos extremamente sérios, Le Monde e L'Express. A manchete do Monde diz: "A Europa do Sul dobra Merkel", e a do L'Express: "Cúpula europeia: por que Angela Merkel venceu". Portanto, juntando as duas manchetes, obtemos a fórmula totalmente esclarecedora: Merkel venceu, perdeu.

É preciso explicar: houve de fato uma grande mudança. Até agora, a zona do euro (17 membros) era encarnada por duas pessoa, a alemã Merkel e o francês Sarkozy. Como se entendiam perfeitamente, reuniam-se, conversavam e depois comunicavam suas decisões aos outros países. E os outros países diziam: "Sim, senhores!" Inverossímil. O contrário de uma União.

Esse esquema desmoronou. Um pouco por causa do francês Hollande, que não renovou o entendimento sobre o "motor franco-alemão" do euro. Mas também graças à ruidosa entrada em cena de dois países considerados como "quantidades negligenciáveis" por Merkel e Sarkozy: a Espanha e a Itália.

Na noite de quinta-feira, foram eles que deram as cartas. O italiano Monti e o espanhol Rajoy deram prova, sob o olhar de aprovação de Hollande, de um domínio, de uma energia, de um talento formidáveis.

Merkel recuou. Ela tinha um ar um pouco atordoado com a resolução destes dois países que considera preguiçosos e despreocupados.

De fato, Madri e Roma obtiveram ganho de causa. Os dois países são obrigados a pagar juros insuportáveis: 6%, 7% ou mesmo mais, para o financiamento de suas enormes dívidas. Conseguiram que o Mecanismo de Estabilização Financeira possa emprestar diretamente aos bancos nacionais e que os fundos de ajuda possam comprar dívida soberana. O resultado foi fulgurante: pela manhã, os juros nos dois países baixaram maravilhosamente (mas isso durará?).

E Hollande? Ele batalhava numa outra frente. Sua tese é a seguinte: para sair do buraco, é preciso manobrar com duas alavancas, não apenas com uma: por um lado, é preciso fazer economia, impor o rigor, mas procurando não matar os doentes com purgantes exagerados.
Portanto, paralelamente ao rigor é preciso empreender uma ação em favor do crescimento. Merkel só queria saber de austeridade. De sua parte, os países em dificuldades, Espanha, Itália, etc. formaram um bloco com Hollande exigindo uma ação em favor do crescimento. Essa tese ganhou.
Foi decidido um Pacto para o Crescimento, de 120 bilhões.

Merkel foi obrigada a ceder. Mas ela não cedeu no essencial. Se fez concessões, foi para salvar o que considera essencial: a União Orçamentária (chamada na Alemanha de União da Estabilidade), que prevê que Bruxelas tenha direito de supervisionar e mesmo de controlar os orçamentos de cada país.

Em outras palavras, dentro de alguns meses, a França, como os outros membros da zona do euro, deverá submeter seu projeto de orçamento ao olhar glacial dos Comissários Europeus de Bruxelas.

Na verdade, Merkel, diante da revolta da tropa, cedeu em relação aos projetos a curto prazo: a salvação de um ou outro país, mas ela mantém o controle dos movimentos de grande amplitude, os movimentos lentos que poderíamos comparar às derivas inexoráveis das placas tectônicas sob a superfície dos oceanos. Esse movimento lento, aos olhos de Merkel, é a redução das soberanias nacionais. No horizonte distante, vislumbra-se uma perspectiva, sem que a palavra seja pronunciada, o "federalismo", ou pelo menos uma dose de federalismo.

É em torno deste encontro que as verdadeiras nuances ou contradições entre uns e outros se manifestarão em toda a sua aspereza. A França, assim como outros países, não parece disposta, por enquanto, a embarcar nesta grande viagem.

30 de junho de 2012
GILLES LAPOUGE - O Estado de S.Paulo
TRADUÇÃO ANNA CAPOVILLA

O TRIBUNAL BRASILEIRO DA KGB

 
 
Numa guerra inocentes morrem ou são feridos. De ambos os lados há atrocidades que não se justificam.
 
Na Comissão da "Verdade" instituída pela esquerda do Congresso (imensa maioria), há material farto dos crimes cometidos por um só lado...a dos militares.
... Na verdade, para cada crime de tortura praticado por um grupo de militares, centenas de crimes hediondos eram praticados pelos pretensos golpistas comunistas. Mas isto é irrelevante, não pode ser matéria de investigação.
 
Esta "Comissão" convidaria a Presidente Dilma Rousseff para dar esclarecimentos sobre as centenas de assaltos a bancos, sequestros, assassinatos covardes, somente pelo seu grupo terrorista VAR PALMARES? Claro que não.
 
Esta "Comissão" é parcial e ideológica, cuja única intenção é punir seus antigos inimigos.
Sabe o que essa "Comissão" lembra?
OS TRIBUNAIS DA ANTIGA KGB.
 
30 de junho de 2012
*Paulo Peixoto, por e-mail, via Grupo Resistência Democrática

"QUEM USA O TERMO PIG MORRE DE SAUDADE DE ALGUM VEÍCULO DO PIG"

Na edição deste mês de junho, IMPRENSA discutiu o papel da imprensa na cobertura do mensalão, cujo julgamento – o maior da história do STF – deve acontecer a partir de agosto. Se, tradicionalmente, a mídia tem sido a grande “vitrine” dos escândalos políticos do país, o episódio vem transformando-a em “vidraça”, alvo de ataques tanto de seus pares, quanto do antigos acusados: os políticos.

Na entrevista abaixo, o jornalista Augusto Nunes, colunista da revista Veja, faz um balanço sobre a atuação da imprensa no caso, defende que se tratou do “maior escândalo político da história do país” e dispara contra jornalistas que rotulam a revista e outros veículos da grande mídia pela nada elogiosa sigla PIG – Partido da Imprensa Golpista. “Todo mundo que usa a expressão PIG morre de saudade de algum veículo que dizem fazer parte do PIG. Todos são viúvas de empresas do PIG”.

Crédito:Divulgação
Augusto Nunes

IMPRENSA - Como você tem visto a cobertura jornalística do mensalão pela imprensa?
AUGUSTO NUNES - De modo geral, ela cumpriu seu papel. Mas, também caiu em uma armadilha, a de usar o termo “mensalão”, porque a linha de defesa diz que eles não recebiam mesada. É claro que não era mesada, o que houve foram pagamentos regulares a deputados do PT e da base aliada para que apoiassem o governo no Congresso e fora dele.

Existe uma ala – inclusive parte da imprensa – que alega que não há provas sobre a origem do dinheiro desviado e que isso mostraria a prévia condenação feita por alguns veículos. O que acha disso?

Quem martelou essa frase e, com isso, foi premiado com um belíssimo emprego, foi o “repórter”, eu digo entre aspas, Franklin Martins 'Mas, não se sabe a origem do dinheiro...'. O primeiro e o segundo relatórios do procurador geral mostraram à exaustão que o dinheiro veio do Banco do Brasil e das estatais. É claro que faziam contratos publicitários de araque. [O mensalão] nasceu em Minas? É claro, lá foi o ensaio geral. Inclusive, defendi a expulsão do Eduardo Azeredo desde o primeiro momento... Eu sempre achei que a corrupção é velha como o Brasil, o que é novo é a institucionalização da impunidade, é um presidente da República dizer que não existiu.

É o maior escândalo político da história do país?

Acredito até que alguns acusados não pegaram nada, e outros pegaram pouco. Mas, é o maior escândalo político da história do país. O mensalão nasceu da impossibilidade de se fazer uma aliança entre PT e PSDB, como o PSDB toparia. [Se a aliança fosse feita], você não ficaria refém dos pequenos partidos, que são a causa do mensalão. Por quê? Porque o Lula não só não quis o PSDB, como recusou a proposta do Zé Dirceu, que tinha feito um acordo com o PMDB. Você só pode fazer maioria recorrendo a práticas fisiológicas.

O que pensa da expressão PIG usada também por alguns jornalistas para desqualificar veículos da chamada grande imprensa, como a própria Veja?

Olha, experimenta acompanhar o Brasil por uma semana pelo Estado do Maranhão. Lá, o Sarney é ótimo, a Dilma é ótima, o Maranhão vai bem e o mensalão não existe. Então, o PIG que para quem usa a expressão fazem parte a Veja, a Folha, o Estadão, o Zero Hora, a Época, O Globo etc. é uma parte minúscula da imprensa, localizada no sudeste do país, com poucos leitores. Não é isso? Golpista por quê? Apesar de não ter votado no Lula, eu celebrei a eleição dele porque acreditei que o PT mudaria as coisas no plano ético. E a mais desastrosa contribuição do PT à política brasileira foi ter ficado igual aos outros. Trabalhei com todos os que conhecidos que se acham fora do PIG, e conheço muito bem. Todo mundo que usa a expressão PIG morre de saudade de algum veículo que diz fazer parte do PIG. Todos são viúvas de empresas do PIG.

30 de junho de 2012
Guilherme Sardas

DINHEIRO DOS ALOPRADOS DE LULA E MERCADANTE VAI FICAR PARA A UNIÃO

Dinheiro dos 'aloprados' vai ficar para a União
Seis anos depois, Justiça de MT repassa ao Tesouro R$ 1,2 milhão e US$ 249 mil apreendidos pela PF em suposta compra de dossiê
 
Sem dono, nem quem a reclame, a fortuna dos aloprados do PT vai para a União. A ordem é da Justiça Federal. Vão ingressar nos cofres do Tesouro US$ 248,8 mil e R$ 1,168 milhão. Em decisão de duas páginas, o juiz Paulo Cézar Alves Sodré, da 7.ª Vara Criminal Federal em Cuiabá (MT), assinalou: "Até a presente data não houve qualquer pedido de restituição de tais valores, ressaltando-se que durante a tramitação do inquérito policial ninguém assumiu a responsabilidade do bem em questão".


Faz quase seis anos o capítulo dos aloprados. A montanha de dinheiro em espécie foi apreendida pela Polícia Federal na madrugada de 15 de setembro de 2006 de posse de homens do núcleo de inteligência do PT. Planejavam comprar o dossiê Vedoin - família de Mato Grosso que teria reunido denúncias falsas contra José Serra, então candidato do PSDB ao governo de São Paulo.

Uma parte da bolada - R$ 758 mil e US$ 109,8 mil - foi encontrada com o engenheiro Valdebran Carlos Padilha da Silva, ligado ao PT de Cuiabá. Outra parte - R$410 mil e US$ 139 mil - estava em poder de Gedimar Passos, agente aposentado da PF.

"Não há óbice em dar-se a perda de tal quantia, já que decorrido quase seis anos da apreensão, sem que qualquer pessoa reclamasse a devolução ou comprovasse cabalmente sua propriedade e origem lícita", sentenciou o juiz, que acolheu requerimento da Procuradoria da República.

Sodré ressalta que "tendo em vista que dinheiro é bem fungível, caso futuramente alguém comprove sua propriedade, a decisão de seu perdimento não impedirá que a quantia seja reclamada da União nas vias adequadas para tanto".

"Caso não haja qualquer manifestação em 90 dias convertam-se tais valores em renda em favor da União", decretou. Após o decurso desse prazo o Banco Central vai fazer a conversão da moeda americana e a Caixa Econômica Federal informar o valor atualizado em reais depositados na instituição. Ele mandou publicar sua decisão para conhecimento de eventuais terceiros interessados e dar ciência à Advocacia-Geral da União.

Origem. A PF rastreou a origem de apenas parcela da bolada misteriosa. A Divisão de Combate ao Crime Organizado pediu ao governo dos EUA informações acerca da instituição bancária no Brasil que havia recebido aquele lote específico de dólares. O Departamento de Justiça americano apurou que o dinheiro teve origem na Flórida, enviado ao Commerzbank da Alemanha em 14 de agosto de 2006 e, dois dias depois, remetido ao Banco Sofisa S/A, em São Paulo.

Em cooperação internacional, o Federal Bureau of Investigation dos EUA (FBI) e a PF constataram que a parte seriada de US$ 248,8 mil integrava lote de US$ 15 milhões. A PF chegou aos sacadores finais. A análise financeira, efetuada por peritos criminais federais, revelou que pelo menos os dólares recolhidos com Gedimar e Valdebran haviam sido adquiridos em operação de compra na Vicatur Câmbio e Turismo Ltda, de Nova Iguaçu (RJ), em várias operações com utilização de laranjas.

30 de junho de 2012
FAUSTO MACEDO - O Estado de S.Paulo

SOBRE A BÍBLIA

O texto abaixo já foi e enviado mais de uma vez, em inglês, pela Internet. Tem a ver com o fanatismo e com sujeitar seu bom senso às ortodoxias de fundamentalistas sejam eles cristãos, budistas, islâmicos ou judeus.
É divertido mais sério.

Sobre obter um escravo canadense

No seu programa de rádio certa Dra. Laura Schlesinger falou que para um judeu ortodoxo a homosexualidade é uma abominação segundo Levítico 18:22, e não pode ser ignorada em  nenhuma circunstância.



 
Foi respondida em carta aberta na Internet.

“Cara Dra. Laura:


Agradeço seu trabalho de educar tantas pessoas quanto à Lei de Deus. Aprendi muito em seu programa e tento compartilhar esses conhecimentos com tantas pessoas quanto possa.

Quando alguém tenta defender o estilo de vida homossexual eu lhes lembro de que segundo Levítico 18:22 não resta dúvida de que é uma abominação …
Pronto, fim de discussão.
Contudo peço seu esclarecimento quanto a outros elementos da Lei de Deus e como cumprir essas leis.

1. Levítico 25:44 diz que posso ter escravos tanto masculinos quanto femininos desde que sejam oriundos de nações vizinhas. Um de meus amigos diz que isto se aplica para mexicanos mas não para canadenses. Pode explicar? Por que não posso ter canadenses?

2. Gostaria de vender minha filha como escrava conforme sancionado em Exodus 21:7. Hoje qual seria um preço justo por ela?

3. Sei que não posso ter contato com uma mulher durante seu período impuro menstrual – Lev.15: 19-24.
O problema é como saber? Tentei perguntar mas a maioria das mulheres fica ofendida. .

4. Quando queimo um touro no altar como sacrifício sei que o cheiro é agradável às narinas do Senhor – Lev.1:9. O problema está com os vizinhos. Dizem que o cheiro lhes desagrada. Devo golpeá-los?

5. Tenho um vizinho que insiste em trabalhar no Sabá. Segundo claramente exposto em Exodus 35:2 ele deve ser executado. Tenho obrigação moral de eu mesmo matá-lo ou posso solicitar à polícia que o faça?

6. Um amigo diz que apesar de ser uma abominação comer crustáceos, Lev. 11:10, é uma abominação menor do que a homossexualidade. Não concordo. Pode esclarecer? Há graus de abominação?

7. Lev. 21:20 alega que não posso me aproximar do altar do Senhor se tiver um defeito na minha vista. Admito que uso óculos para ler. Minha visão deve ser perfeita ou pode haver alguma folga para negociação?

8. A maior parte de meus amigos vai ao barbeiro cortar os cabelos inclusive o cabelo nas têmporas apesar de isto ser expressamente proibido segundo Lev. 19:27. De que maneira devem ser mortos?

9. Sei, conforme Lev. 11:6-8 que tocar a pele de um porco morto me deixa impuro, mas posso jogar futebol americano se usar luvas?

10. Meu tio tem uma fazenda e viola Lev.19:19 plantando dois produtos diferentes no mesmo campo. A mulher dele também viola isto ao usar roupas de dois fios diferentes (mescla de algodão e poliéster). Também costuma usar palavrões e blasfemar. Temos realmente de chamar toda a cidade para apedrejá-los? Lev.24:10-16.

Não poderíamos simplesmente matá-los numa fogueira num evento restrito aos familiares como fazemos com pessoas que dormem com seus parentes por casamento (cunhados, noras, genros, cunhadas) ? (Lev. 20:14)

Sei que a senhora tem extensos estudos sobre estes assuntos e portanto entende bastante donde tenho certeza que pode nos ajudar. Obrigado novamente por lembrar-nos que a palavra de Deus é eterna e imutável.
Seu grande admirador ,
James M. Kauffman, Ed.D. Professor Emeritus,
Depto. de Curriculum, Instrução e Educação Especial
University of Virginia


P.S. Seria uma grande pena não poder ser proprietário de um canadense”.

(*) Fotomontagem: Laura Schlesinger e James Kauffman

Ralph J. Hofmann
30 de junho de 2012

CRUELDADE CONTRA O POVÃO

No dia 17 de maio entrou em vigor a Lei de Acesso a Informação, que obriga órgãos públicos a prestarem informações sobre suas atividades a qualquer cidadão interessado.
Com isso ficou-se sabendo os enormes salário pagos a alguns ministro (11) ganhando mais que a Presidente da República, que mensalmente recebe líquidos R$ 19.818,49.


Todavia, o de dois ministros extrapolam de forma obscena, pois no mês de maio, receberam, já feitos os devidos descontos R$ 36.297,94.
Por ironia ambos são filiados ao Partido dos Trabalhadores PT, são os dos ministros do Planejamento, Miriam Belchior, e da Fazenda, Guido Mantega, que receberam R$ 43.202,58 brutos, graças a jetons pagos pela participação em conselhos da Petrobras (R$ 8.232,74) e da Petrobras Distribuidora (R$ 8.246,71).
Outros 9 ministros ganharam mais que a presidente a exemplo de Tereza Campello (Desenvolvimento Social), que auferiu R$ 24.571,39 líquidos, graças a jetom da Petrobras Biocombustível de R$ 4.752,90; e Wagner Bittencourt (Aviação Civil), que ganhou R$ 24.054,49 com os R$ 4.145,49 referentes à participação em reuniões de conselho da Eletrobras. Os jetons têm sido usados com freqüência como instrumentos para turbinar os salários do primeiro escalão do governo.

No resto País, onde vivem os simples mortais, esse valores são inimagináveis. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, o salário médio mensal no Brasil é de R$ 1.500,00, portanto, quem está nessa faixa, leva pouco mais de 2 anos para perceber, o que Miriam Belchior recebe por mês.

Mas existe algo bem pior, 12 milhões de famílias (48 milhões de pessoas), recebem do Bolsa Família, para viver R$ 70,00, ou seja levaria 44 anos para ter o que a Miriam tem em 30 dias.
Dona Presidenta, “País rico é um País sem pobreza”, é o “cazzo”. Esse slogan tem ser mudado, pois encerra uma grande crueldade contra as massas desfavorecidas pela sorte.

30 de junho de 2012
giulio sanmartini

NOTA AO PÉ DO TEXTO

Sem comentários, somente aquele do Boris Casoy: ISSO É UMA VERGONHA!

RENOVAÇÃO


O Senado vai gastar R$ 558 mil com fornos de micro-ondas e elétricos, cafeteiras, frigobares, fogões e freezers, além de cabeceiras de camas king-size para os ilustres garantirem noites tranquilas de sono.

http://www.youtube.com/watch?v=_gRbwnllEeo&feature=player_detailpage

30 de junho de 2012

MUÇÃO FOI VÍTIMA DE ENGANO. SEU IRMÃO É QUEM DEVERIA TER SIDO PRESO PELA PF

FotoHUMORISTA AMADO PELO NORDESTINOS, MUÇÃO (CENTRO) FOI PRESO EM FORTALEZA E LEVADO AO RECIFE, ONDE O ENGANO FOI CONSTATADO
O humorista e radialista Rodrigo Vieira Emereciano, o Mução, foi preso por engano pela Polícia Federal, na Operação Dirty Net, que desmantelou uma quadrilha que divulgava imagens pornográficas infantis pela internet. Mução já foi libertado. O engano foi explicado pela PF, em coletiva, na noite desta sexta-feira. "Ele [Mução] se mostrou surpreso com a investigação e levantou a hipótese de que poderia ser uma pessoa muito próxima, que tem acesso à casa e às senhas. Intimamos o irmão, que se apresentou com o advogado. Ele é engenheiro da computação e tem conhecimento aprofundado de informática. Era responsável pelo parque tecnológico da empresa, instalava softwares, tinha pleno acesso aos computadores do irmão e de outras pessoas da empresa", disse o delegado Nilson Antunes. De acordo com a PF, comprovaram-se acessos feitos de várias residências e do escritório de Mução. "Se ele tivesse uma sombra que trabalhasse com ele, morasse com ele e usasse os dados cadastrais dele, poderia ser inocentado. Infelizmente, parece ser o caso. É uma verdadeira tragédia familiar", conta a delegada Kilma Caminha. "O rapaz não sabe por que costuma fazer isso com o irmão, não soube explicar o motivo", completa.

30 de junho de 2012

OS ESQUEMAS DE CORRUPÇÃO DO BANCO DO NORDESTE PODEM TER DESVIADO R$ 2 BILHÕES

Autor de denúncias que derrubaram a cúpula do Banco do Nordeste procura novamente o Ministério Público e afirma que o estrago aos cofres públicos foi bem maior do que o que denunciara antes

NOVAS ACUSAÇÕES O funcionário do Banco do Nordeste Fred de Souza. Suas denúncias levaram à renúncia de dirigentes do Banco do Nordeste  (Foto: Jarbas Oliveira/Ed. Globo)
 
 
As revelações trazidas por ÉPOCA no início de junho sobre desvios de mais R$ 100 milhões no Banco do Nordeste provocaram uma limpeza em sua cúpula.

No primeiro dia útil, o então chefe de gabinete da presidência do banco, Robério do Vale, foi exonerado.
A reportagem revelara que três das empresas que lesaram o banco, com notas ficais falsas, segundo dados de auditoria interna, eram de seus cunhados. Oito dias depois, o banco confirmou um esquema na cidade de Limoeiro do Norte, envolvendo recursos do Pronaf, exposto no mesmo texto de ÉPOCA.

No dia seguinte, deixaram seus postos o diretor de Gestão do Desenvolvimento, Alencar Sydrião Junior, responsável pelos recursos do programa, e Isidro de Siqueira, diretor de Controle e Risco. No mesmo dia, com sua saída dada como certa no Ministério da Fazenda, o presidente do BNB, Jurandir Santiago, entregou o cargo.

O autor das denúncias que levaram o Ministério Público, a Polícia Federal, a Controladoria-Geral da União (CGU) e o próprio banco a investigar os desvios diz que ainda não havia revelado tudo o que sabe.
O ex-gerente de negócios Fred Elias de Souza, transferido para o Serviço de Atendimento ao Consumidor do banco, decidiu procurar novamente o promotor Ricardo Rocha, na última terça-feira. Fez novas denúncias. No depoimento, Souza diz que, ao final das investigações, os órgãos de fiscalização chegarão a um total de R$ 2 bilhões em operações fraudulentas.

Apenas no Maranhão, Souza “acredita que o rombo passe de R$ 1bilhão”. Na Superintendência da Bahia, segundo Souza, existe um esquema de desvios envolvendo a família Meira.
Ele afirmou ao promotor que o escritório Meira Projetos e Consultoria, de José Nilo Meira, irmão do superintendente Nilo Meira, fez projetos com indícios de fraudes, para empresas que buscavam financiamentos no banco, aprovados “com conhecimento do diretor de Negócios do BNB, que é da Bahia, o diretor (Paulo) Ferraro”.

Paulo Ferraro, que desde a semana passada ocupa ao mesmo tempo os cargos de diretor de Negócios e presidente do banco, também é acusado em outro trecho do depoimento. “Uma empresa foi mencionada no relatório da CGU de 2010, que revelou indícios de fraude nas garantias ofertadas numa operação de quase R$ 500 milhões, cujos imóveis dados como garantia só cobriam R$ 300 milhões. Tudo foi feito com a conivência do diretor Ferraro”, afirma Fred de Souza.

O dono da empresa Meira Projetos, José Nilo Meira, rebate as acusações. Diz ter sido funcionário do banco por 21 anos. Afirma que faz projetos desde 2001, quando seu irmão ainda não era superintendente. “O senhor Fred Elias está agindo com leviandade ao mencionar o meu nome e da minha empresa. Vou mover uma ação de danos morais contra esse cidadão”, afirma.


O presidente Paulo Ferraro e o superintendente da Bahia, Nilo Meira, preferiram não se manifestar. Em nota, a direção do Banco do Nordeste disse que todas as denúncias que chegam são apuradas e que tomará providências, caso alguma suspeita seja confirmada.

O promotor Rocha afirma que as novas acusações merecem ser investigadas. “As denúncias do Fred, muitas já comprovadas, estão desmontando um esquema criminoso que feria de morte o BNB.” Se há mais fumaça, pode haver mais fogo.

30 de junho de 2012
LEOPOLDO MATEUS, Revista Época

CATÓLICOS SEQUER SABEM O QUE SEJA CATOLICISMO

Segundo o Censo de 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado hoje,
a Igreja Católica teve uma redução da ordem de 1,7 milhão de fiéis, um encolhimento de 12,2%. Se em 1970 havia 91,8% de brasileiros católicos, em 2010 essa fatia passou para 64,6%. Quem mais cresce são os evangélicos, que, nesses quarenta anos saltaram de 5,2% da população para 22,2%. O aumento desse segmento foi puxado pelos pentecostais, que se disseminaram pelo país na esteira das migrações internas. A população que se deslocou era, sobretudo, de pobres que se instalaram nas periferias das regiões metropolitanas. Nesses locais, os evangélicos construíram igrejas no vácuo da estrutura católica.

Nada de espantar. O que é um católico? Nem os católicos sabem o que é ser católico. Em 2007, comentei pesquisa publicada pelo do Le Monde des Religions, suplemento do jornal francês Le Monde, segundo a qual só católico entre dois – na França, bem entendido - cria em Deus. Que significa ser católico? Ir à missa? Ser batizado? Levar os filhos ao catecismo? A estas definições institucionais, os pesquisadores preferiram uma definição sociológica: é católico todo aquele que se declara como tal.

Se na culta França nem os católicos crêem mais em Deus, que pode sobrar para este inculto Brasil, onde as crenças cristãs se misturam ao espiritismo, umbanda e até mesmo Santo Daime? Como esperar uma fé sólida de quem desconhece a própria doutrina que professa? Não espanta pois que os evangélicos, oferecendo uma fé mais à la carte, estejam sequestrando o rebanho da Santa Madre. Quem desconhece o que crê, crê em qualquer coisa.

Ateu, ao longo destas crônicas, tenho lembrado aos católicos algumas verdades que eles desconhecem. Por exemplo, há quem creia que Cristo nasceu em Belém. Ainda hoje, o El País noticiava que a Unesco declarou a igreja da Natividade patrimônio da Humanidade. Até aí nada demais. O problema é o que vem adiante: “A basílica da Natividade, construída no século IV, marca o lugar no qual nasceu Jesus, segundo a tradição cristã”. A basílica fica em Belém.

Permito-me repetir o que venho afirmando há décadas. Cristo nasceu em Nazaré. Não por acaso era chamado de Nazareno. A Igreja pretendeu situar seu nascimento em Belém por ser cidade mais prestigiosa.

Escreve Renan, em A Vida de Jesus: "Cristo nasceu em Nazaré, pequena cidade da Galiléia, desconhecida até então. Toda sua vida foi designado pelo nome de Nazareno e só por um esforço que não se compreende é que se poderia, segundo a lenda, dá-lo como nascido em Belém. Veremos adiante o motivo dessa suposição, e como ela era conseqüência necessária do papel messiânico que se deu a Jesus".

Segundo Renan, Nazaré não é citada nem no Antigo Testamento, nem por Josefo, nem no Talmude. Enquanto Nazaré da Galiléia era um vilarejo anônimo, Belém da Judéia portava o prestígio de antigas profecias. Nazaré era aldeia era desprovida de qualquer prestígio. Tanto que, em João 1:46, Natanael pergunta: "Pode haver coisa bem vinda de Nazaré?" Que nascesse em Belém, portanto.

Lucas também adere à lenda do nascimento em Belém:

Naqueles dias saiu um decreto da parte de César Augusto, para que todo o mundo fosse recenseado. Este primeiro recenseamento foi feito quando Cirino era governador da Síria. E todos iam alistar-se, cada um à sua própria cidade. Subiu também José, da Galiléia, da cidade de Nazaré, à cidade de Davi, chamada Belém, porque era da casa e família de Davi, a fim de alistar-se com Maria, sua esposa, que estava grávida. Enquanto estavam ali, chegou o tempo em que ela havia de dar à luz, e teve a seu filho primogênito; envolveu-o em faixas e o deitou em uma manjedoura, porque não havia lugar para eles na estalagem.

Os evangelistas, ao situarem o nascimento de Cristo no reinado de Herodes e evocarem o recenseamento de Cirino, desmontam a própria tese. Diz Renan:

"O recenseamento feito por Cirino, do qual se fez depender a lenda que ajunta a jornada a Belém, é posterior, pelo menos dez anos, ao ano em que, segundo Lucas e Mateus, nascera Jesus. Com efeito, os dois Evangelhos põem o nascimento de Jesus no reinado de Herodes (Mateus,II, 1,19,22; Lucas, I, 5). Ora, o recenseamento de Cirino foi feito só depois da deposição de Arquelau, isto é, dez anos depois da morte de Herodes, no ano 37 da era de Ácio. A inscrição pela qual se pretendia outrora estabelecer que Cirino fizera dois recenseamentos é reconhecida como falsa. O recenseamento em todo caso não teria sido aplicado senão às partes reduzidas à província romana, e não às tetrarquias. Os textos pelos quais se pretende provar que algumas das operações de estatística e registro público, ordenadas por Augusto, chegaram até o reinado de Herodes, ou não têm o alcance que se lhes quer dar, ou são de autores cristãos que colheram esse dado no Evangelho de Lucas".

Ou seja, quando a própria igreja nega o texto bíblico, que se pode esperar dos católicos? Ainda hoje há cristãos desavisados que julgam que Cristo era cristão. (Sem falar nos que têm certeza de que Cristo era católico). Ora, Cristo nunca foi cristão. Era judeu. Em sua época, não existia nada que se pudesse chamar cristianismo. A palavra cristianismo nem existe na Bíblia. Encontramos, isto sim, a palavra "cristãos". Mas apenas nos Atos, II, 25, bem depois da morte de Cristo:

Partiu, pois, Barnabé para Tarso, em busca de Saulo; e tendo-o achado, o levou para Antioquia. E durante um ano inteiro reuniram-se naquela igreja e instruíram muita gente; e em Antioquia os discípulos pela primeira vez foram chamados cristãos.

Há quem julgue existir um só deus na Bíblia. Nada disso, o Antigo Testamento é politeísta. Os deuses eram muitos na época do Pentateuco. Jeová é apenas um entre eles, o deus de uma tribo, a de Israel. Em La Loi de Moïse, escreve Soler: “Ora, nem Moisés nem seu povo durante cerca de um milênio depois dele – os autores da Torá incluídos – não acreditavam em Deus, o Único. Nem no Diabo”.

A idéia de um deus único só vai surgir mais adiante, no dito Segundo Isaías. Reiteradas vezes escreve o profeta:

44:6 Assim diz o Senhor, Rei de Israel, seu Redentor, o Senhor dos exércitos: Eu sou o primeiro, e eu sou o último, e fora de mim não há Deus.

Num acesso de egocentrismo, Jeová se proclama o único:

7 Quem há como eu? Que o proclame e o exponha perante mim! Quem tem anunciado desde os tempos antigos as coisas vindouras? Que nos anuncie as que ainda hão de vir. 8 Não vos assombreis, nem temais; porventura não vo-lo declarei há muito tempo, e não vo-lo anunciei? Vós sois as minhas testemunhas! Acaso há outro Deus além de mim? Ou ainda:

45:5 Eu sou o Senhor, e não há outro; fora de mim não há Deus; eu te cinjo, ainda que tu não me conheças. (...) 21 Porventura não sou eu, o Senhor? Pois não há outro Deus senão eu; Deus justo e Salvador não há além de mim.

Só aí, e tardiamente, surge na Bíblia a idéia de um só Deus. Jean Soler nota uma safadeza nas traduções contemporâneas da Bíblia: Jeová está sumindo. Fala-se em Deus ou Senhor, em Eterno ou Altíssimo. Como Jeová é apenas o deus de Israel, melhor esquecer o deus tribal. Ao que tudo indica, alguns tradutores fazem um esforço para transformar um livro politeísta em monoteísta. Substituiu-se a monolatria - culto de um só deus nacional - pelo monoteísmo, culto de um deus único.

Só um testezinho final para meus eventuais leitores católicos. Quatrocentos anos depois da morte do Cristo, Paulo se jacta: “Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?”. O fanático judeu sabe que sua pregação tem suas bases no absurdo: “Mas se não há ressurreição de mortos, também Cristo não foi ressuscitado. E, se Cristo não foi ressuscitado, é vã a vossa fé”.

Acontece que não foi um só o ressuscitado naquela sexta-feira no monte Calvário. Leiamos Mateus, 27:50 e seguintes:

De novo bradou Jesus com grande voz, e entregou o espírito. E eis que o véu do santuário se rasgou em dois, de alto a baixo; a terra tremeu, as pedras se fenderam, os sepulcros se abriram, e muitos corpos de santos que tinham dormido foram ressuscitados; e, saindo dos sepulcros, depois da ressurreição dele, entraram na cidade santa, e apareceram a muitos.

Perguntinha aos católicos que julgam conhecer sua própria doutrina: quem eram estes santos homens e a que título foram ressuscitados? Por que os evangelhos posteriores não os citam e a Igreja sequer fala deles? Terão os demais evangelistas achado o puchero por demais gordo?

Sou todo ouvidos.


30 de junho de 2012
janer cristaldo

TRÊS PATETAS E O PLUTO

Os três patetas do Mercosul usaram o golpe que não houve no Paraguai como pretexto para a execução de um golpe de


O golpe que não houve no Paraguai foi o pretexto invocado pelos parceiros vigaristas para a consumação de um golpe real. Sem a presença do único integrante do Mercosul contrário ao ingresso da Venezuela bolivariana, os governos do Brasil, da Argentina e do Uruguai concederam ao companheiro Hugo Chávez a carteirinha de sócio do clube que nunca funcionou.

Durante oito anos, o Congresso paraguaio amparou-se na cláusula que exige respeito às regras democráticas para barrar a entrada do bolívar-de-hospício. Sete dias bastaram para que a trinca de cínicos removesse a pedra no caminho de Chávez e instalasse no Cone Sul a república de araque localizada no extremo norte do subcontinente.

O impeachment de Fernando Lugo foi decretado sem que qualquer norma constitucional fosse violada. “Tenho a impressão de que foi um golpe”, hesitou Dilma Rousseff no dia do despejo do reprodutor de batina.

Se também não souber direito que palavra deve usar para definir o que acaba de fazer em companhia da Argentina e do Uruguai, o neurônio solitário pode dispensar-se de dúvidas: golpe é o nome da coisa.

Formado por parceiros que vivem tentando enganar uns aos outros, o Mercosul era, até esta sexta-feira, uma inutilidade controlada por três patetas. Agora são quatro.

30 de junho de 2012
Augusto Nunes

O GOLPE DO MERCOSUL E DO FORO DE SÃO PAULO

            Internacional - América Latina        

Articulistas de opinião brasileiros que só reconheciam o Paraguai como o país da muamba e da falsificação, hoje falam como grandes conhecedores do que se passa no país vizinho com uma intimidade e um respeito hipócrita que só merecem desprezo.

Como era previsível, o ex-bispo Fernando Lugo, conhecido como “pai da pátria” por seus incontáveis filhos ilegítimos ainda quando era bispo, foi defenestrado do cargo de presidente da República do Paraguai, após um legítimo e constitucional julgamento político.

Fernando Lugo foi o candidato do Foro de São Paulo (FSP) e, como tal, tinha uma plataforma política estabelecida pelos ditames dos encontros anuais.
Em seu mandato, a primeira providência foi romper o acordo sobre Itaipú obrigando o Brasil a pagar pela energia consumida, ferindo de morte o contrato feito na época de sua criação.
Como todo comunista apátrida, o então presidente Lula advogou pelo seu camarada do FSP em detrimento dos direitos legais e prejuízos brasileiros.

Lugo-destitudo

Após conhecer o resultado do julgamento, Lugo faz uma declaração pública aceitando sua destituição. Dias depois, insuflado pelos camaradas do FSP, alega não ter tido direito à defesa, afirma ter sido "vítima de um golpe de Estado" e cria um ministério paralelo.

Adepto da malfadada “teologia da libertação”, Lugo levou esses quatro anos de mandato governando apenas para seus camaradas de ideologia, os “Carperos” (Acampados - similares ao MST brasileiro) e os terroristas do Exército do Povo Paraguaio (EPP).

O EPP surgiu na década dos 70-80 e se havia extinguido, porém não totalmente. Seus cabeças vivem hoje como anistiados políticos no Brasil, e daqui do território nacional brasileiro coordenaram, junto com as FARC, o seqüestro e assassinato de Cecilia Cubas, filha do ex-presidente Raúl Cubas.

Com Lugo na presidência esses bandos terroristas se fortaleceram pois, em vez de combatê-los, oferecia-lhes total apoio, impunidade e apadrinhamento, levando a população ao caos e à insegurança com seus novos atos de terrorismo e bandidagem.

No último dia 15 de junho, as Forças de Segurança foram vítimas de uma emboscada, quando Lugo as enviou para resolver um conflito com ditos “carperos” totalmente desarmadas. Ao tentar uma negociação, os policiais foram atacados com tiros deixando de imediato 6 deles mortos.

O restante pediu reforço e no confronto 11 agressores foram mortos, deixando ao final mais 30 feridos. Lugo não foi ao velório de nenhum deles mas imediatamente determinou que se desse assistência às famílias dos que assassinaram os policiais. O encarregado de cumprir fielmente a traiçoeira operação, determinada por Lugo, ascendeu ao posto de Comandante da Polícia Nacional.

E isto foi a gota d’água para causar revolta na população paraguaia que, respeitando o que reza a Carta Magna, o Congresso realizou uma sessão ordinária, garantindo-lhe o devido processo (Leiam aqui o “Libelo Acusatório” na íntegra), onde por maioria absoluta Lugo foi destituído do cargo por “mal desempenho de suas funções”, sentença que ele aceitou de imediato mas, insuflado pelos camaradas do Foro de São Paulo da Venezuela, Argentina, Bolívia, Equador, Uruguai e Brasil, passou a chamar de “golpe de Estado”.

Os países-membros do Mercosul reuniram-se na Argentina entre os dias 25 e 29 de junho e, ferindo os procedimentos legais e o devido processo (sem dar direito de ampla defesa), decidiram não permitir a participação do Paraguai no encontro, uma vez que não reconhecem o novo governo.
 Entretanto, esta decisão foi tomada em conjunto com países “convidados” que não têm direito a voz nem voto, como Chile e Venezuela. E qual era o objetivo que jazia por trás desta decisão?

Como se sabe, o Paraguai era, até o momento, o único país a se opor ao ingresso da Venezuela no bloco pois, com sobradas razões, alegava que lá não existe democracia. Pois bem, sem o Paraguai nesse encontro a Venezuela foi admitida oficialmente e passou a fazer parte do Mercosul! Era isso o que desejava esta organização desde sempre e eles sim, acabam de dar um golpe na democracia!

Sinto em relação a este caso a mesma repugnância que senti no caso de Honduras, pois articulistas de opinião brasileiros que só reconheciam o Paraguai como o país da muamba e da falsificação, hoje falam como grandes conhecedores do que se passa no país vizinho com uma intimidade e um respeito hipócrita que só merecem desprezo.

O Paraguai é um país pequeno e pobre mas sua gente é patriota e majoritariamente católica, como o novo presidente Federico Franco. Seus parlamentares sabem o que é honra, dignidade e respeito às leis, daí terem tomado esta atitude absolutamente constitucional.

Ademais, os que hoje clamam para que se faça o mesmo no Brasil esquecem - ou desconhecem - que em nossa Carta Magna não existe um artigo dizendo que se poderá destituir o presidente por “mal desempenho de suas funções”. Reforme-se a Constituição, aprenda-se a votar em gente decente antes de ficar invejando aqueles que antes eram vistos como escória da região.

30 de junho de 2012
Graça Salgueiro
Escrito originalmente para o Jornal Inconfidência de Minas Gerais

TRAMÓIAS PETISTAS ORIENTAM O ITAMARATI

          Artigos - Governo do PT        

O Itamarati vem sendo dirigido como braço da Secretaria de Relações Internacionais do PT.
É nisso que dá confiar coisas sérias ao comando de moleques. O que aconteceu nessa vergonhosa reunião de Mendoza vai entrar para a história da diplomacia brasileira como coroamento de um período em que o Itamarati esteve a serviço das idiossincrasias ideológicas de um partido.
Quanto descaramento! Numa mesma conferência do Mercosul, suspendeu-se o país-membro Paraguai (cujo senado vetava o ingresso da Venezuela no bloco) e admitiu-se como país-membro a Venezuela.
Sai aquele como punição por haver afastado o camarada Lugo e acolhe-se este baluarte da democracia continental que é o camarada Chávez. Doravante, teremos o Mercosul acaudilhado, patrulhado por um Simón Bolívar de ópera bufa, inimigo figadal do livre comércio. Todos sabemos: não é a Venezuela nem são os venezuelanos que entram. Quem entra é Hugo Chávez.
Se existe área de ação do governo onde o PT faz o que bem entende é nas nossas relações internacionais. Não há gesto, declaração, evento, pacto que não reflita a nostalgia dos tempos de política estudantil daqueles que hoje comandam o país. Quando as coisas não vão tão mal, as estratégias parecem secundaristas; quando é para nos rachar a cara de vergonha, o estilo piora e lembra conchavos e bastidores de congresso da UNE.
O Itamarati vem sendo dirigido como braço da Secretaria de Relações Internacionais do PT, a serviço de seus alinhamentos automáticos. Colocamo-nos - é a nação que vai junto - ao lado de qualquer Estado ou organização política que puxe para a canhota e chute o balde de tudo que esteja do outro lado.
Quando essas coisas começaram, já vai para dez anos, pareciam arroubos de aprendizes entusiasmados. Hoje, tais comportamentos institucionalizaram-se.
Nossas relações internacionais deixaram de ser questões de Estado para se tornarem assuntos do governo (o que já seria grave) conduzidas pelos gostos e desgostos da sigla dirigente. Política internacional não é assunto para partido.
O que afirmo nada tem a ver com meus sentimentos em relação ao petismo. Não se trata, aqui, de simpatia ou antipatia. É a política externa brasileira que não pode ficar sujeita às antipatias e simpatias da legenda governante, ora essa! Mesmo no contexto da maçaroca institucional que fazemos ao fundir Estado e governo, entregando-os a uma mesma pessoa, o aparelhamento partidário e a instrumentalização ideológica do Itamarati nunca fizeram parte da nossa tradição.
Agora, constrangidos, vemos nosso país prestar-se para a patacoada de Mendoza, onde voltamos a intervir em questão interna de uma nação do bloco; onde proclamamos que a camaradagem com Lugo é mais sólida do que nossa amizade e parceria com o povo paraguaio; e onde evidenciamos que a suspensão do Paraguai foi uma tramoia a serviço não do Mercosul, mas do PT, da Unasul, do Foro de São Paulo e dos delírios chavistas.
Percival Puggina
30 Junho 2012

GOVERNO DO PT CRIA COMITÊS PARA ENFRENTAR "HOMOFOBIA" DA POPULAÇÃO

          Artigos - Governo do PT        

A partir do momento em que uma pessoa for acusada de “homofobia”, os comitês moverão toda a máquina governamental contra ela.

A não ser que a maioria da população se acovarde e mude de posição da noite para o dia, o governo terá um trabalho imenso.

A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR) iniciou parceria com o Conselho Federal de Psicologia (CFP) para , conforme anunciado ontem (29) em Brasília, criar Comitês Estaduais de Enfrentamento à Homofobia. Essa iniciativa é em comemoração da data de hoje, que é o Dia Mundial do Orgulho LGBT “Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais”.

Ontem, o CFP obedientemente se ausentou de uma audiência no Congresso Nacional para discutir sua medida autoritária de proibir profissionais de psicologia de atender pessoas que querem deixar o vício homossexual. A ausência do CFP ocorreu por “sugestão” de Toni Reis, presidente da ABGLT, que enviou um ofício ao presidente do CFP.

Com a parceria entre governo petista e CFP, o quadro se inverteria. Qualquer pessoa, seja psicólogo ou não, que tentar ajudar um adulto a sair do homossexualismo receberá automaticamente o rótulo de “homofóbico”, incorrendo em ameaças e ações do governo.

Governo e CFP também estarão livres para dizer que determinada criança é “homossexual”, criando impedimentos imediatos para os pais que, se tentarem buscar ajuda, serão tratados como “homofóbicos”, merecedores da mira negativa da mídia e das punições do CFP e governo.

De acordo com a ministra Maria do Rosário, os comitês terão como principal missão monitorar e fortalecer a implementação das políticas governamentais a favor do supremacismo gay. Os comitês acompanharão denúncias de “homofobia” e intervirão para que não haja impunidade no caso de pessoas acusadas desse rótulo. A partir do momento em que uma pessoa for acusada de “homofobia”, os comitês moverão toda a máquina governamental contra ela.

A não ser que a maioria da população se acovarde e mude de posição da noite para o dia, o governo terá um trabalho imenso.

A meta dos comitês será reverter esse quadro, que o governo julga deplorável.

Os comitês serão criados em parcerias com os governos estaduais, conselhos regionais de psicologia, comissões de direitos humanos da Ordem dos Advogados do Brasil, Ministério Público estadual, poder judiciário, Defensorias Públicas, comissões de direitos humanos das Assembleias Legislativas, e os movimentos sociais.
Além dos comitês estaduais, também será criado um comitê nacional, que coordenará em todo o Brasil ações governamentais para enfrentar e erradicar a “homofobia”, ou oposição ao homossexualismo, de 99 por cento dos brasileiros.

Escrito por Julio Severo
Com informações do jornal O Globo.

AS BORDAS DA TEOLOGIA


          Artigos - Religião        
A teologia brasileira está polarizada. Sim, vos enfrentais como adversários mortais, encarando-vos e anatematizando-vos mutuamente. Vedes o outro como a personalização do mal, como a encarnação do diabo, como o promotor da morte. Enxergais aqueles que do lado oposto estão como os defensores do desvirtuamento do verdadeiro Evangelho, crendo, sinceramente, que lá se apresentam os lobos vestidos em peles de cordeiro.

Do lado esquerdo te encontro como humanista social, proclamador da justiça humana e divulgador de beneficências. Quando leio o que escreves, enxergo-te como filantropo, homem de coração de carne, que sofre e sinceramente se preocupa com os destinos dos aflitos.

Quando ouço o que dizes, imagino que és realmente pacificador, sincero preocupado com os rumos deste mundo. Tua fala é suave, tua voz é doce e por pouco, muito pouco, não me deixo seduzir por esse teu canto de sereia.

Não cedo porque me lembro que aqueles que defenderam o que defendes foram os grandes assassinos deste século. Como tu, eles pareciam estar ao lado dos oprimidos, as minorias, os indefesos. No entanto, ficou claro que eles apenas usaram os fracos para tornarem-se fortes. Mataram, não apenas os inimigos, mas, até mais, os do próprio povo. Sim, eles que se diziam os amantes da igualdade, difusores da fraternidade e defensores da liberdade foram os que feriram esses três ideais com suas próprias adagas.

Como podes, então, acreditar que, herdando o legado das ideias de teus mestres, não herdarias também seus débitos? Finges que os abusos antigos foram deslizes isolados, mas como, se ocorreram em todos os lugares nos quais tuas ideias foram implantadas com vigor? Repetes os mesmos chavões, os mesmos lugares-comuns, os mesmos termos e acreditas que não há vínculo entre tu e teus pais? Tens os mesmos sonhos de teus antepassados, levantas as mesmas bandeiras, divulgas as mesmas ideologias e não percebes que o que tu és não passa de um eterno retorno àquilo que tanto mal já fez aos teus próprios irmãos?

Te apresentas como cristão, mas repetes o mesmo discurso daqueles que, ainda hoje, estão entre os maiores perseguidores da Igreja que dizes a qual pertences. Aliás, por que, em teus escritos, quase nunca vejo qualquer referência àquela que é chamada de Igreja Perseguida? Será que é pelo fato de que entre os maiores perseguidores de teus irmãos estão aqueles que possuem a retórica idêntica à tua?

Aqueles que te criticam, por estarem do outro lado desse mundo teológico, vêem tuas novidades como se interpretasses a Bíblia erroneamente, não compreendendo bem as palavras que se apresentam a ti. Cândido engano. Tua teologia é absolutamente coerente com tua ideologia. Se inovas, não é porque interpretas errado, mas porque teus sonhos mundanos precisam ser satisfeitos, mesmo às custas do que chamas de dogmatismo.

É por isso que preferes a fluidez, a heterodoxia. Elas te libertam dos grilhões da verdade, da imutabilidade, da perenidade. Então, torna-te livre para voar em direção de tuas utopias, ultrapassando as montanhas da lógica, a fim de chegar no mundo inalcançável de tuas quimeras. E se não podes alcançar, ao menos podes dirigir-te para lá e, na verdade, apenas isso te importa. A perpétua dialética é, de fato, o teu Éden.

Toma consciência disso: tu és cúmplice do morticínio, parceiro do engano, sócio na cultura da morte que teus pares nas ideias infligiram e ainda infligem ao mundo. Não penses que porque teu jeito é meigo, tua face serena e tua conversa agradável que não é perceptível o timbre de Lúcifer que, por trás de ti, vocifera as blasfêmias que exalam o odor do inferno.

Quanto a tu, depositário da ortodoxia, guardião das chaves da hermenêutica e dos segredos da exegese, se conheces a verdade e sabes as profundezas das Escrituras, por que não atentas para os perigos de teu próprio entendimento? Te ufanas de tua fidelidade à doutrina, de teu zelo religioso e de seres amante da sã teologia e não percebes que teu conhecimento te enreda como a prostituta proverbial?

Amas a letra como um serviçal, te submetes a ela como um escravo e, por isso, não vês que há verdades mais profundas que se escondem além das primeiras aparências. Negas os símbolos, rechaças as alegorias e acaba por ser enganado por tuas rasas interpretações, que são nada mais do que ciência material.

Criticas a elasticidade de teus adversários, a ampliação de suas interpretações, mas tu mesmo reténs o espírito, sufocando-o na empáfia do querer tudo compreender, do acreditar que a existência está resolvida.

Não enxergas as complexidades da realidade, pois a tens toda nas tintas. Ignoras a experiência, repeles o miraculoso e achas que podes explicar cada manifestação segundo os modelos de teu imaginário peculiar.
És apologeta? Causídico da verdade? Então entendas que a verdade não é um prato pronto a ser devorado por ti, mas assemelha-se mais a uma bela donzela, que se esconde atrás de muitos arbustos e apenas se entregará em teus braços se fores insistente e devotado.

Tua justiça é severa, mas teu amor não é justo. Sabes bem condenar os que se atrevem a experimentar o elixir da heterodoxia, mas cala-te quando teus pares, sim, teus irmãos ortodoxos, vacilam ante as dificuldades. Ages assim como matilha, à caça da nova presa, mas jamais distingues os pecados dos teus.

Não percebes que a vida não está pronta, que há questões existenciais mal resolvidas, que o mundo não é cartesiano e que muitas respostas apenas podem ser encontradas, quando são, no interior do ser, onde o espírito humano se relaciona com o Espírito de Deus? Em tua sabedoria cansada, insistes em negar que, ainda hoje, Aquele que está acima de tudo pode agir de maneira que tua compreensão não alcança?

Lembra que Jesus não apenas repreendeu aqueles homens pelo desconhecimento das Escrituras, mas também por ignorarem o poder de Deus. E como conhecer esse poder se insistes em cercar a divindade em sebes minúsculas, nas quais cabem apenas tua fé anã e teu mesquinho conhecimento?

Além disso, não adianta saberes bem apontar o erro alheio, se em tua casa teus filhos caem porque não conseguem mais ver em ti a autoridade de quem não apenas sabe o escrito, mas conhece Deus na experiência.
Não sejas demasiadamente justo, nem demasiadamente sábio. Por que te destruirias a ti mesmo?


Escrito por Fábio Blanco