"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quinta-feira, 8 de novembro de 2012

IMAGEM DO DIA

Alunos participam de aula gratuita para crianças pobres, debaixo de um viaduto em Nova Déli, Índia. O projeto voltado para crianças pobres completa três anos com as aulas gratuitas ministradas nas ruas
Alunos participam de aula gratuita para crianças pobres, debaixo de um viaduto em Nova Déli, Índia. O projeto voltado para crianças pobres completa três anos com as aulas gratuitas ministradas nas ruas - Altaf Qadri/AP
 
08 de novembro de 2012 

CÂMARA APROVA CRIAÇÃO DO 39o. MINISTÉRIO. CUSTO: R$ 7,9 MILHÕES


Câmara aprova a criação do 39º ministério de Dilma. Pasta da Micro e Pequena Empresa deve ir para o PSD, que entrará para a base do governo; falta o Senado aprovar


Sob protestos da oposição, a Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira a criação da Secretaria da Micro e Pequena Empresa, com status de ministério e vinculada à Presidência da República. Enviado ao Congresso em 2011, o projeto prevê a criação de 66 cargos em comissão, a serem ocupados por servidores não concursados, e os cargos de ministro e de secretário-executivo.
 
O custo previsto na exposição de motivos é de R$ 7,9 milhões. O projeto precisa ser aprovado no Senado, antes de ir à sanção presidencial.

A oposição reclamou da criação de mais uma secretaria e do 39º ministro do governo Dilma. Afirmou que a intenção não é beneficiar o setor das pequenas e micro empresas, mas acomodar novos aliados do Planalto. Nos bastidores, especula-se que a nova secretaria poderá ser oferecida ao prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, presidente do PSD, partido que deverá integrar a base do governo Dilma Rousseff.

— É mais uma secretaria com status de ministério. O projeto nada mais é do que arrumar emprego para os indicados da base aliada. Enquanto isso, o custeio da máquina pública foi para as estrelas e o país fica sem investimentos — criticou o líder do PSDB na Câmara, Bruno Araújo (PE).

O projeto foi aprovado nesta quarta-feira à noite por 300 votos a 45.

Deputados da base aliada elogiaram a iniciativa, mas não esconderam que a nova pasta traz à tona disputas por espaços no governo.

— Estão dizendo que é para o Kassab? Não é não, é para o (Gabriel) Chalita (deputado do PMDB que disputou a prefeitura de São Paulo e apoiou o petista Fernando Haddad no segundo turno) — brincou o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA).

O líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), preferiu não brincar com o fato e procurou ressaltar a importância da nova pasta:

— É uma secretaria importante para um segmento crescente no Brasil.

O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), disse que o projeto que cria a secretaria tramitava há mais de um ano na Casa e que houve acordo com os líderes partidários, em reunião feita, na semana passada, para votá-lo.

— É uma matéria que dialoga com um setor importante da sociedade brasileira, o setor de micro e pequenas empresas. A criação da secretaria dá um tratamento especial para políticas nesse setor e garante o desenvolvimento da economia brasileira — disse Maia.

Em agosto de 2011, Dilma convidou a empresária Luiza Trajano, dona do Magazine Luiza, para comandar a pasta. Diante da necessidade de acomodação de aliados, não se sabe se o convite será mantido.

A criação da Secretaria da Micro e Pequena Empresa foi uma promessa de campanha da presidente Dilma Rousseff. Na transição de governo, a pasta foi oferecida ao PSB, que indicaria para o cargo o senador Antônio Carlos Valadares (SE), mas ele disse que não aceitaria um ministério criado só para acomodá-lo.

Deputados do PSD têm dito nos bastidores que só essa secretaria seria pouco, uma vez que o partido tem a terceira bancada na Câmara. Poderiam aceitá-la, desde que ainda fosse dada ao partido a Secretaria de Aviação Civil.

A nova secretaria teria como principal meta formular políticas e diretrizes de apoio à microempresa, à empresa de pequeno porte e ao segmento do artesanato. Para o Sebrae, a secretaria é um avanço porque o setor ganha um interlocutor no governo voltado apenas para essa atividade. Segundo o Sebrae, o segmento reúne sete milhões de empresas que faturam R$ 3,6 milhões ao ano e gera mais de 15 milhões de empregos formais.

08 de novembro de 2012
Isabel Braga - O Globo

A REALIDADE É APENAS UM DETALHE MENOR...

Belo e comovente, mas com falha de verossimilhança



A fila à porta do cinema em que é exibido o novo filme de Breno Silveira, Gonzaga, de Pai para Filho, é um excelente sinal. Ídolo da diáspora nordestina pelo Brasil e pelo mundo, o Rei do Baião, que conheceu a glória na carreira quando introduziu no mercado fonográfico e nos meios de difusão o cancioneiro do semiárido e inventou a música regional nordestina, mas caiu no ostracismo sob os reinados da bossa nova e do rock, volta no ano do centenário do nascimento a interessar e comover o grande público.

O aviso dado no começo da projeção – “baseado em fatos reais” – avisa honestamente ao espectador que aquele não é um documentário nem uma biografia, mas uma narrativa que tem como ponto de partida a vida de um astro – mais do que isso um dos pilares da Música Popular Brasileira. Trata-se da filmagem da história pungente de amor e rejeição entre pai e filho, este também um compositor e intérprete talentoso e popular.
O rei fundou uma estética de raízes fincadas no solo seco do sertão e com público nostálgico da cultura original. O príncipe não pode ser considerado herdeiro porque sua obra tem fontes urbanas e público cativo e apaixonado, criado em apartamentos de classe média na metrópole.

A fita mostra a difícil reconciliação do filho sempre relegado a segundo plano pelo pai pródigo em proteção material, mas avaro em afeto. Há insinuações de que nas veias do filho pode não correr o sangue do pai. Este constata a dúvida à própria mãe, que não a contesta. Depois Helena, mulher de Gonzaga, faz uma pergunta sem resposta: como ele não repete em seu ventre o milagre da concepção com o qual fora abençoado o da mãe de Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior, herdeiro até do nome do rei?

Aí se revela uma falha de verossimilhança: Gonzaguinha não podia ser filho biológico de Gonzaga, que era estéril. E sabia. A biografia factual é outra história: o sanfoneiro em começo de carreira se apaixonou pela dançarina das boates da Lapa carioca a ponto de perfilhar o rebento dela, dando-lhe o próprio nome, que se tornaria famoso.
A moça, Odaléa, morreu e obteve do artista o compromisso de cuidar da sobrevivência do filho em sua ausência. Mesmo sabendo que não era o pai, o sertanejo cumpriu à risca a promessa e financiou o “anel de doutor”: Gonzaguinha se formou em economia, mas nunca exerceu a profissão. Gonzaga deu o filho para a comadre Dina criar e tentou forçar o convívio dele com a madrasta, Helena, mas Gonzaguinha optou por ficar no morro de São Carlos no lar em que foi criado.

O filme é belo, pungente, chega a comover. Mas a verossimilhança falha cria problemas para o roteiro. O Rei do Baião não foi um pai ausente e insensível, mas um provedor atento, embora frio. Essa falha gera uma certa dificuldade para compreender a reconciliação.
A onda da bossa nova e a febre da Jovem Guarda tiraram Lua das paradas e o astro chegou a viver em dificuldade. Foi salvo pela amiga Tereza Souza, que fez dele protagonista de campanhas das sandálias Havaiana no Nordeste e pelas atenções que recebeu de Caetano Veloso e, principalmente, Gilberto Gil, negro e sertanejo como ele.

O talento de compositor e intérprete e o carisma popular de Gonzaguinha pegaram Gonzaga no contrapé. Ele não contava com isso: um herdeiro em cujas veias não corria seu sangue. Mas foi humilde para reconhecer o talento artístico do moço que ele tentou fazer doutor. Vida de viajante, o velho sucesso de Hervê Cordovil na voz do pai, tornou possível na voz dos dois a entrada do mais velho no palco do mais novo.

É bom que as plateias lotadas do Brasil se reencontrem com o autor de Asa Branca sob os holofotes do criador de Explode Coração. No escurinho de cinema os egressos do semiárido bebem a seiva de sua raiz e os cidadãos urbanos se deparam com a beleza rústica da cultura sertaneja. É importante que o Brasil das cidades se reconcilie com os grotões rurais de suas origens. Mas talvez seja conveniente lembrar que a obra, embora bela, nada tem de biográfica.

08 de novembro de 2012
José Nêumanne Pinto é jornalista e escritor.

MEXENDO OS CORDÕES DO MAMULENGO...

Agindo nos bastidores, Lula já indica nomes para a equipe de governo de Fernando Haddad

Ou eu troco a 'lâmpida", ou Sun Paulo vai ficá no escuro...
Operador de fato – Tão logo ganhou a eleição para a prefeitura de São Paulo, o petista Fernando Haddad disse que a escolha do seu secretariado seria uma função exclusiva sua. Sem conhecer a fundo o funcionamento do Partido dos Trabalhadores, Haddad está a um passo de ser atropelado por alguns petistas estrelados, a começar por seu padrinho político, o abusado e mitômano Luiz Inácio da Silva.
Há dias, no afã de conseguir prêmios de consolação para os companheiros derrotados que contaram com seu apoio no palanque, Lula já começou a lotear o governo do pupilo Fernando Haddad. O ex-metalúrgico quer acomodar na máquina paulistana o economista Mário Pochman, candidato derrotado em Campinas.
Esse movimento nos bastidores mostra que, depois de influenciar e dar ordens a Dilma Rousseff, o ex-presidente será o ventríloquo de Fernando Haddad. Algo que nove entre dez paulistanos já sabiam que aconteceria.

08 de novembro de 2012
ucho.info

NOTAS POLÍTICAS DO JORNALISTA JORGE SERRÃO

Lula briga com Bastos, desiste do Planalto em 2014 e se preocupa com saúde e processo por improbidade



Pode até ser candidato ao Senado por São Paulo, para ajudar o PT a conquistar o Palácio dos Bandeirantes, mas Luiz Inácio Lula da Silva decidiu que não vai se candidatar a Presidente da República em 2014. Pretende apoiar a reeleição de Dilma Rousseff ou apostar em um “poste novo” – se as condições políticas permitirem. Foi o que Lula confidenciou a amigos próximos – que não conseguem guardar a língua entre os dentes nos fofoqueiros bastidores do poder em Brasília.

Lula agora tem duas preocupações imediatas com o futuro: cuidar da saúde e usar seu prestígio pessoal para evitar que pipoquem ações judiciais contra ele no pós-mensalão. O medo maior é a Ação Civil Pública (processo 0007807-08.2011.4.01.3400) que corre na 13ª Vera Federal pela improbidade administrativa de fazer um esforço de propaganda para o banco BMG endividar aposentados e pensionistas do INSS. O humor de Lula anda péssimo e gerando atritos com amigos e aliados que entendem a delicada situação dele.

Recentemente, brigou com o criminalista Márcio Thomaz Bastos. O ex-Presidente resolveu condenar seu ex-ministro da Justiça pela atuação em defesa de réus da Ação Penal 470. Bastos teve de aturar Lula reclamar que o advogado não devia ter aceitado participar diretamente da causa. Motivo: a marca Lula ficou atrelada ao nome do defensor. A ríspida conversa abalou o cordial relacionamento entre os dois.

Lula somatiza o Mensalão. O problema mexe com seu ânimo e afeta sua resistência física. As derrotas no STF – principalmente com as condenações dos companheiros “Zés” (Dirceu e Genoíno) – o abalaram emocionalmente. A tensão permanente, que alternou raiva e depressão, prejudicou o tratamento de Lula contra os efeitos colaterais provocados pela pesada quimio e radioterapia que extirparam o tumor maligno em sua laringe.

O processo contra Lula é sério. O ex-presidente foi autuado no dia 31 de janeiro de 2011 pelo juiz Paulo Cesar Lopes, mas o caso ficou abafado até recentemente. Na ação civil pública por dano ao erário e improbidade administrativa, Lula e seu ex-ministro da Previdência. Amir Francisco Lando são processados a pedido do Ministério Público Federal, em Brasília. O curioso é que, na tela de acesso ao processo, o nome de Lula está escrito erradamente. Lá aparece Luis com “S” e não com “Z”...

Grafia equivocada à parte, a procuradora Luciana Loureiro de Oliveira pede que, condenados, os réus devolvam aos cofres públicos o montante de R$ 9.526.070,64 gastos com as cartinhas enviadas aos aposentados e pensionistas do INSS, convidando-os a fazer crédito consignado com o banco BMG – citado no processo do Mensalão. O andamento do processo pode ser acompanhado em
http://processual.trf1.jus.br/consultaProcessual/processo.php?secao=DF&proc=78070820114013400

Sem foro privilegiado para prolongar a costumeira impunidade, além deste processo, Lula corre risco de sofrer danos em outra ação parecida. Tudo vai depender da sede de Justiça do futuro presidente do Supremo Tribunal Federal. Joaquim Barbosa pode retirar o estranho segredo de Justiça sobre o Processo Investigatório 2.474. Os 77 volumes em sigilo apuram as supostas irregularidades no convênio entre o Banco BMG e o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), com a participação da Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência (Dataprev), para a “operacionalização de crédito consignado a beneficiários e pensionistas”. O caso dormita “blindado”, desde 2007, no Supremo.

Por isso, de pouco adianta manobras de ilusionismo como a feita na terça-feira, durante indigesto jantar da Presidenta Dilma Rousseff com ministros, senadores e deputados do PT e do PMDB, no Palácio da Alvorada. Alegar que “nunca esteve com esse cidadão (Marcos Valério)” é chover no molhado. Embora vá morrer dizendo o contrário, Lula tem medo de uma reviravolta conjuntural que o leve às barras dos tribunais. O risco é mais real que nunca, embora, no Brasil, a pizza sempre seja saboreada no final das contas...

A sorte de Lula é que a cúpula da oposição sempre insiste em poupá-lo. As presidências do PSDB e do DEM não aprovam o pedido de investigação contra Lula feito pelo presidente do PPS, Roberto Freire, e mais três senadores tucanos independentes. O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, tem o dever abrir inquérito para investigar se Lula participou do mensalão – conforme recentes insinuações do condenado operador publicitário do esquema, Marcos Valério Fernandes de Souza.

Lavagem em debate

A Superintendência da Receita Federal do Brasil em São Paulo realizou ontem o primeiro seminário sobre o combate aos crimes de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores.

Reunindo 300 agentes públicos, os painéis de expositores tiveram a presença do Ministério Público, Promotor de Justiça, Procurador da República, Desembargador do TRF, Diretor de Fiscalização e Análise do Coaf, do Coordenador de Pesquisa e Investigação da Receita Federal do Brasil e do Chefe da Delegacia de Crimes Financeiros da Polícia Federal de São Paulo.

Se por um lado as organizações criminosas contam com um conjunto de meios para encobrir suas ações, tais como: uso de laranjas, empresas de fachada, recursos lícitos misturados com recursos ilícitos, por outro lado, a administração pública tem acesso a um conjunto de recursos, tais como: sinais de alerta, monitoramento de ligações telefônicas e redes sociais e o acesso da movimentação financeira.

Lei 12.683

Também foram tratados aspectos da legislação e, em particular da Lei 12.683, de 9/7/2012.

Discutiu-se ainda a movimentação bancária e em espécie, transações internacionais ilícitas e interposição fraudulenta.

Eis o conjunto de desafios que os agentes públicos devem enfrentar na análise de informações, realização de controles, e articulação de ações para combater os crimes de lavagem de dinheiro.

Passaporte, já

O Supremo Tribunal Federal determinou ontem que os 25 condenados no julgamento do mensalão entreguem seus passaportes, inclusive os documentos estrangeiros, em um prazo de 24 horas, a partir da notificação.

Condenados no processo, Rogério Tolentino e o ex-deputado Pedro Henry (PP-PE) já se anteciparam e entregaram o passaporte ao Supremo.

Joaquim Barbosa, atendendo ao pedido do Ministério Público Federal, não quer mensaleiros viajando ou planejamdo fugas facilmente...

Candidatíssimo ao STF

Todo mundo anda assustado com a cenas de pugilato verbal entre os ministros do Supremo, no julgamento do Mensalão.

Por isso, em Brasília e adjacências já circula a piada de que a Presidenta Dilma já escolheu o nome ideal para ocupar a vaga de Ayres Britto, que se aposenta.

Já que o negócio é pancadaria, nome forte para o STF é o de Anderson Silva.

Já que é para bater Direito, o homem é um inquestionável especialista...
Ditadura da mídia

Em campanha pelo controle dos meios de comunicação no país, o ilustre blogueiro e consultor empresarial José Dirceu de Oliveira e Silva defendeu a exigência do diploma para jornalistas e a regulação da mídia.

Tudo porque o corporativismo sindical petista deixou Dirceu falar o que quisesse no 35º Congresso Nacional de Jornalistas, que acontece no Acre.

Se dependesse de Dirceu, o AI-5 petralha contra a liberdade de expressão já estaria promulgado há muito tempo...

Ação de marketing anti-enchente

A Coca-Cola vai montar 100 postos de coleta de garrafas pet pela cidade do Rio de Janeiro.

O material será reciclado para a produção do revestimento de 6.773 assentos premium que serão instalados no reformado Maracanã.

Como cada assento precisará de 100 garrafas para ser revestido, será necessário arrecadar mais de seis toneladas de garrafas recicláveis – as grandes vilãs causadoras de entupimento de córregos, rios e bocas de lobo quando desabam grandes temporais.

Almiranta, não...

Com grandes chances de ser promovida ao Almirantado, a capitão de mar e guerra Dalva Maria Carvalho Mendes reza para que a Marinha descumpra, discretamente, a Lei n° 12.605, de 3 de abril de 2012.

Como a regra assinada pela “comandante em chefe das Forças Armadas Dilma Rousseff “determina o emprego obrigatório da flexão de gênero para nomear profissão ou grau em diplomas, a atual diretora da Policlínica Naval Nossa Senhora da Glória fica numa saia justíssima.

Aos 56 anos de idade, a competende médica anestesista da Armada não merece ser tratada pelo colegas de farda com o neologismo “ALMIRANTA”...


Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus.

08 de novembro de 2012
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.

JUSTIÇA DETERMINA A APREENSÃO DE PASSAPORTES DOS QUADRILHEIROS DO MENSALÃO


O Ministro do STF Joaquinzão Barbosa, aceitou o pedido da PGR e emitiu uma ordem para que os condenados pelo crime do mensalão entreguem os seus passaportes em até 48 horas.

Bem, as 48 horas começam a contar a partir do momento em que o vagabundo seja notificado pela justiça que tem que entregar o passaporte.
Essa notificação poderá levar semanas até que seja efetivada.

Ou seja, o vagabundo fica dando "perdido" no oficial que vai notifica-lo e o tempo vai passando até sabe-se-la quando.

E essa medida deveria ser preventiva, quando alguém está sendo julgado por algum crime contra o país, deveria entregar o passaporte já na fase de inicial do processo. E não esperar a condenação para "impedir" que o vagabundo fuja do país.

No caso dos vermelhinhos já condenados, o passaporte se torna inócuo, uma vez que eles simplesmente atravessam a fronteira do Brasil para alguma dessas pocilgas esquerdiotas sulamerdicanas, pedem asilo nesses países e certamente os governos de lá arrumam rapidinho passaportes para que os meliantes circulem livremente pelo mundo como cidadãos das pocilgas.

E cá entre nós, lembram do caso dos passaportes diplomáticos da Família Buscapé da Silva? O MP pediu a devolução dos passaportes por ser cercado de IMORALIDADES a emissão dos mesmos, e a novela se arrastou por meses à fio até que alguns Buscapés devolveram seus "diplomáticos" por conta da pressão da opiniao pública, mas como o caso esfriou, nós não sabemos quantos Buscapés e agregados ainda estão de posse de seus diplomáticos.

E no caso dessa quadrilha de vagabundos vermelhos esperar que eles devolvam os passaportes só porque a justiça assim o determinou, é pura perda de tempo, tem que mandar a polícia com um mandado de apreensão na casa de cada um deles e recolher judicialmente os documentos. Senão...
 
08 de novembro de 2012
omascate

"MORTO NÃO FALA!"

 

Zé Dirceu continua blogueiro encarniçado contra o ministro Joaquim Barbosa. Está chamando de "populismo jurídico" a decisão do relator do Mensalão de mandar confiscar os passaportes dos 25 mensaleiros condenados pelo Supremo.

Dirceu é um fenômeno cada vez que abre a boca; não pelo que diz, mas pelo que causa de espanto entre os humanos, já que "morto não fala".

Joaquim Barbosa apenas deu provimento ao pedido do procurador-geral da República, Roberto Gurgel que está querendo até mais que isso: quer cadeia imediata para os mensaleiros assim que o julgamento chegue ao fim.

Dirceu, na melhor das hipóteses, vai pegar uma pena grande, mas pouco tempo de cadeia. O melhor de tudo é que sua carreira política foi pra tonga da mironga. Já não representa mais nenhuma ameaça à democracia que o está degredando da sociedade dos homens de bem.

Zé Dirceu, depois de muita gandaia, muita ostentação, muito poder desenfreado volta a sentir o cheiro das grades. E desta vez a ditadura não tem nada a ver com isso; quem o está confinando para o bem geral da nação é a democracia.

É esta mesma democracia que assombra as noites hoje mal dormidas de Luiz Erário da Silva. Ele tem tudo para chegar ao mesmo merecido destino do seu subalterno Zé Dirceu que foi condenado porque tinha o domínio do fato.

Dirceu nada fazia sem o conhecimento e sem a carta branca de Lula. De fato quem tinha o domínio do fato era Lula que, por ser então presidente e não o pateta que quer parecer agora, não sofreu impeachment em 2005, por causa da inépcia de FHC e seu staf diante de uma velada ideia de "desestabilização da República".

Hoje, Lula não passa de um presidente com o prazo de validade vencido que não larga o pé da primeira-presidenta Dilma. Lula é o Aquiles xereta do tendão de Dilma Vana. Gurgel, Freire e Barbosa querem falar com ele depois da prisão dos mensaleiros.

Quanto a Zé Dirceu - que já confessou sua "fidelidade canina" a Lula - pode continuar blogueiro. É o que lhe resta. Quer dizer, blogueiro rico, porque consultoria é um troço que dá dinheiro como água no cartel da República dos Calamares.

Pode continuar vociferando e proclamando inocência e perseguição, porque este é o linguajar de todos os seus similares que, por outros crimes além de corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, já estão no presídio há muito tempo. Não há malfeitor, na história das cadeias, que não alegue inocência.

Então, ele pode ladrar à vontade, pessoas de bem não lhe darão ouvidos; não sabem latrar. E, como são homens de boa vontade, nem pensam em chutar cachorro morto.
 
08 de novembro de 2012
sanatório da notícia

O ARMÁRIO DO PT TEM 9 ESQUELETOS (CONHECIDOS)

 

vezes três
A lista de mortos ligados ao caso impressiona. Além do próprio Celso, há mais oito (digo eu). Um é o garçom Antônio Palácio de Oliveira, que serviu o prefeito e Sérgio Sombra no restaurante Rubaiyat em 18 de janeiro de 2002, noite do sequestro. Foi assassinado em fevereiro de 2003. Trazia consigo documentos falsos, com um novo nome. Membros da família disseram que ele havia recebido R$ 60 mil, de fonte desconhecida, em sua conta bancária. O garçom ganhava R$ 400 por mês. De acordo com seus colegas de trabalho, na noite do sequestro do prefeito, ele teria ouvido uma conversa sobre qual teria sido orientado a silenciar.
Quando foi convocado a depor, disse à Polícia que tanto Celso quanto Sombra pareciam tranquilos e que não tinha ouvido nada de estranho. O garçom chegou a ser assunto de um telefonema gravado pela Polícia Federal entre Sombra e o então vereador de Santo André Klinger Luiz de Oliveira Souza (PT), oito dias depois de o corpo de Celso ter sido encontrado. “Você se lembra se o garçom que te serviu lá no dia do jantar é o que sempre te servia ou era um cara diferente?”, indagou Klinger. “Era o cara de costume”, respondeu Sombra.
 
Vinte dias depois da morte de Oliveira, Paulo Henrique Brito, a única testemunha desse assassinato, foi morto no mesmo lugar com um tiro nas costas. Em dezembro de 2003, o agente funerário Iran Moraes Rédua foi assassinado com dois tiros quando estava trabalhando. Rédua foi a primeira pessoa que reconheceu o corpo de Daniel na estrada e chamou a polícia.
 
Dionízio Severo, detento apontado pelo Ministério Público como o elo entre Sérgio Sombra, acusado de ser o mandante do crime, e a quadrilha que matou o prefeito, foi assassinado na cadeia, na frente de seu advogado. Abriu a fila. Sua morte se deu três meses depois da de Celso e dois dias depois de ter dito que teria informações sobre o episódio. Ele havia sido resgatado do presídio dois dias antes do sequestro. Foi recapturado. O homem que o abrigou no período em que a operação teria sido organizada, Sérgio Orelha, também foi assassinado. Outro preso, Airton Feitosa, disse que Severo lhe relatou ter conhecimento do esquema para matar Celso e que um “amigo” (de Celso) seria o responsável por atrair o prefeito para uma armadilha.
O investigador do Denarc Otávio Mercier, que ligou para Severo na véspera do seqüestro, morreu em troca de tiros com homens que tinham invadido seu apartamento. O último cadáver foi o do legista Carlos Delmonte Printes.
(site do jornalista Reinaldo Azevedo na Veja)
 
Relembrando:
1) Prefeito Toninho do PT, de Campinas, assassinado a tiros em 11 de setembro de 2001 por razões semelhantes às de Celso Daniel: desentendimento na divisão dos roubos. (eu acrescento)
 

Sua viúva até hoje espera uma explicação de Lula
2) Celso Daniel: Prefeito de Santo André, SP. Assassinado em janeiro de 2002. Era bissexual, causa de chantagem, além da suspeita de corrupção. Não se dava com seus irmãos, o João, médico, e Bruno, dentista. Este último vive na França para não morrer no Brasil. A mulher com quem estava casado à época do crime fingiu chorar em público e até no programa da Hebe Camargo. Sua primeira mulher é Miriam Belchior, atual ministra de Dilma.
                                                Celso Daniel, ex-prefeito de Santo André
     
3) Antonio Palacio de Oliveira: garçom do restaurante Rubayat. Assassinado em fevereiro de 2003. Um dos últimos a ver vivo Celso Daniel.

4) Paulo Henrique Brito: testemunha da morte do garçom. Assassinado em março de 2003

5) Iran Moraes Rédua: reconheceu o corpo de Daniel. Assassinado em dezembro de 2003

6) Dionizio Severo: suposto elo entre quadrilha e Sombra. Assassinado – abril de 2002

7) Sérgio Orelha: Amigo de Severo. Assassinado em 2002

8) Otávio Mercier: investigador que ligou para Severo. Morto em julho de 2003.

9) Carlos Delmonte Printes: legista encontrado morto em 12 de outubro de 2005. O legista no seu laudo atestou tortura no cadáver de Celso Daniel – o PT não gostou, isso estragava a versão de crime comum, seqüestro seguido de morte.

Os suspeitos de sempre, denunciados por Bruno Daniel na CPI:


Gilberto Carvalho. Braço direito de Celso Daniel em Santo André. Secretário Geral da Presidência da Repúbica de Lula por oito anos. Ainda é Secretário Geral no governo Dilma Roussef. Era o homem que, segundo João Daniel, médico, irmão do prefeito assassinado, levava dinheiro em mala para José Dirceu, então presidente nacional do PT.

 

José Dirceu. Corruptor ativo e sub-chefe de quadrilha condenado

Luiz Eduardo Greenhalgh. Ex-deputado federal do PT. O homem que criou a versão mentirosa de crime comum. Mentiu também ao afirmar contra o laudo do legista que Celso Daniel não foi torturado.
Milionário, é o advogado que ganha porcentagens na concessão de indenizações às "vítimas da tortura". São milhares essas ''vítimas". As "indenizações" já passam de 3 bilhões de reais!
 
O "Sombra". Se não fosse o Marcos Valério abrir o bico ele levaria toda a culpa.

                                  
                                          Todos petistas? Com quem casei minha filha!

08 de novembro de 2012
charles london

JABOR SE REVELA E SOLTA A SUA FRANGA ESQUERDOPÁTICA, BURRA E ANTIAMERICANA

 

Embora ele às vezes dê uma dentro, eu, de uma maneira geral, nunca fui com as fuças do Arnaldo Jabor. Endeusado por aquela parte da classe média que “não tem tempo” para se inteirar com política, mas tem para ler a revista Caras, Jabor virou uma espécie de arauto dessa gente para quem o capítulo final da novela Avenida Brasil foi muito mais importante que o julgamento final do mensalão. Gente que ouviu o galo cantar, mas não sabe aonde.
 
Exatamente por causa da “falta de tempo” dessa gente, Jabor, um “intelequituau” low profile, boa-pinta, da esquerda festiva inofensiva, caiu como uma luva como porta-voz dessa classe média preguiçosa, com a vantagem – para ele – de não ser cobrado nunca por causa do desconhecimento de causa dos seus seguidores.
 
Mas dessa vez ele exagerou nas tintas e nos preconceitos falando sobre os americanos no seu artigo das terças em O Globo. Leiam (os grifos são meus):
 
Hoje é dia de rock
 
Se o Obama ganhar, teremos a felicidade de ver a derrota das famílias gordinhas dos boçais da direita, seus churrascos nos jardins e nas cadeiras elétricas
 
Hoje nossa vida vai mudar. Para pior ou melhor? Hoje vamos saber. Quem dá mais? Obama ou Mitt? A inteligência que resiste à estupidez ou aqueles 59 milhões de idiotas que elegeram o Bush na fraude da Flórida? Será que vão repetir a roubalheira? Estranha herança da democracia dos founding fathers — furos propositais no sistema eleitoral, “zebras” programadas. Será que ganha o racismo oculto, recôndito, a KKK na alma de wasps? Bush foi o macaco na loja de louças do Ocidente. Mitt Romney finge ser uma evolução da espécie dos símios, mas é macaco também. E não me venham chamá-lo de “sensato conservador”.
 
Barack Obama passou por Malcolm X, por Luther King e atingiu uma espécie de síntese de virtudes políticas que almejamos: tolerância, a inteligência contra a mentira, pela superação da guerra partidária, contra os lobbies, contra a tirania do petróleo, contra o efeito estufa. E não me venham chamá-lo de “esquerdinha sem programa”...
 
E aumentou o perigo da eleição de Mitt, depois do péssimo desempenho de Obama no primeiro debate, em parte por narcisismo, pois estava “se achando” e, em parte, por ingenuidade, acreditando que ideias verdadeiras impressionam os eleitores americanos.
 
Mitt Romney, bem treinado por sua equipe, despejou um discurso de mentiras com altivez e articulação, com sua cara perfeita para presidente, seu rosto mix de Clinton com Kennedy, cabelo grisalhos, olhos úmidos e um sorriso irônico nos lábios, tudo estudado para arrasar Obama, que a seu lado parecia um vendedor de amendoim. Os democratas esqueceram que no discurso político importa muito mais o tom, o ritmo da frase, o sorriso na hora certa, a ênfase de falsas certezas, a beleza do rosto wasp. Mitt parecia um Lula ou um Maluf falando inglês: tudo para a mídia, todas as inverdades ditas com precisão e certeza.
 
Aliás, durante a convenção democrata, notei uma súbita sombra que passou no rosto de Michelle Obama enquanto Clinton fazia seu discurso histórico, arrasando os republicanos. Senti que Michelle, por um segundo, percebeu que o charme infinito, branco e wasp de Clinton poderia eclipsar o marido, sabia que a ajuda de Clinton era excelente e ao mesmo tempo perigosa — poderia relegar Obama para um papel de coadjuvante. Pode ter sido impressão minha, mas confirmou-se no primeiro debate. Diante dos dois wasps clássicos, Clinton e Mitt se digladiando por ele, baixou-lhe um tremor de presidente negro, diante do sutil racismo que existe na maioria dos americanos brancos. Depois disso, tudo ficou por um fio, empate técnico, subida da confiança do republicano que, aconselhado por seus orientadores como Karl Rove, resolveu voltar atrás e bancar o “moderado”, negando todas as barbaridades reacionárias que já proferiu. E com a propaganda reacionária, Obama ficou de “radical”, “comunista”, “muçulmano e filho bastardo de mãe adúltera”.
 
Mitt é o delfim da pior face da América: o mundo psíquico dos republicanos, filhos de um deus duro e implacável.
 
Suas caras, suas fuças parecem dizer: “Não tenho dúvidas, não quero ouvir, já sei tudo, Deus me disse...!!”
 
Eles encarnam o pensamento dos milhões de americanos que jazem entre o hambúrguer e o sofá, diante da TV, gente que acha que problemas se raspam, que dissidências se esmagam, que complexidades se achatam, que o múltiplo tem de virar “um”, que tudo tem princípio, meio e um fim e que o fim deve ser igual ao início.
 
Quando Mitt declarou: “Eu não sou o Bush!” — mentiu. Ele é o Bush, sim; eles são produzidos em série no útero puritano da América, forjados na velha religião do século XVII, falando nas “forças do mal”, que são eles mesmos. Há um racismo sutil além da cor da pele.
 
Se o Mitt for eleito, voltará a grande máquina careta onde todos se encaixam como parafusos obedientes, uma máquina que paralisa o presente num passado eterno, para impedir um futuro que lhes fuja do controle. Os republicanos não têm mais nada a aprender; moram na certeza, na eternidade, exatamente como os suicidas de Osama. Como os islamitas, o grande desejo letal, funéreo dos republicanos é a cultura da morte, a destruição de todas as conquistas progressistas dos anos 1960 e 70: liberdade, antirracismo, direitos civis. Querem limpar tudo com o detergente da estupidez.
 
O maior perigo é no plano internacional, com a vitória da ideia de que a América é um país excepcional e que deve reconquistar sua liderança no mundo todo, hostilizando a China, a Rússia, apoiando a extrema direita de Israel contra o Irã, sem cultura política e sem habilidade para um mundo em crise econômica (em parte devido a eles) e diante de conflitos crescentes no Oriente Médio. O perigo maior é o que eles pensam: “Chega de frescuras de democracia, multilateralidade, tolerância, bom senso! Vamos botar pra quebrar!”.
 
Imaginem uma guerra na Mesopotâmia, em cima do mar de petróleo. A zona geral do Oriente Médio atingiria o mundo todo, quebraria o comércio internacional e nossos sonhos de emergentes privilegiados. Sente-se no ar o desejo inconsciente por uma tragédia que pareça uma “revelação”. Sim. Diante de tantos fatos insolúveis, surge a fome por algo que ponha fim ao “incontrolável”, a coisa que americano mais odeia. Mesmo uma catástrofe atômica parecerá uma “verdade” nova.
 
Por outro lado, se o Obama ganhar, além de termos um homem sério e culto no poder, um líder capaz de se haver com a complexidade política da época atual, teremos a felicidade de ver a derrota das famílias gordinhas dos boçais da direita, os psicopatas sorridentes de dogmas, seus hambúrgueres malditos, seus churrascos nos jardins e nas cadeiras elétricas, não veremos mais os meninos mortos voltando do Iraque como sanduíches embrulhados para viagem, a crueldade em nome da bondade, a fé contra a razão, a santidade da burrice, tudo sob um inferno de cânticos evangélicos e música country.
 
Não percam: hoje, mais um passo para o nosso destino!
08 de novembro de 2012

COMO DIZEM AS MÁS LÍNGUAS, "DEUS É BRASILEIRO". OU ERA...

                                              Lembrando Millôr



 
08 de novembro de 2012
 

SOBRE MEU DESAPREÇO PELAS COISAS NOSSAS


Nunca tive grande apreço pelo Brasil, e disto nunca fiz segredo. Há quem julgue que uma pessoa tem a obrigação de orgulhar-se do país onde nasceu. Ok! Diga então isto a um negrinho que nasceu em Kinshasa ou Mogadíscio. Eu me orgulho no máximo de ser humano, e olhe lá! Quando observo certos espécimes de minha raça, preferiria ser macaco.

Nascido na fronteira, sou mais platino. Me sinto muito mais em casa em Montevidéu ou Buenos Aires, em Barcelona ou Madri, do que em Porto Alegre ou São Paulo. Ora, direis, por que então não vives lá? Na Espanha, até que já tentei. Quando tentei, não dispunha de dinheiro para tanto. Metro quadrado muito caro. Hoje até que poderia morar lá. Ocorre que meus amigos, meus afetos – e mesmo os desafetos -, estão todos aqui. Sem falar que as cidades que adoro estão sempre ao alcance de minha mão. Inclusive é bom que assim seja. Se vivesse lá, mais dia menos dia acabaria me aborrecendo com as coisas nacionais. Para o estrangeiro de passagem, tudo é festa.

Já contei, conto de novo. Em 71, estava abandonando o Brasil e não fazia parte de meus projetos voltar. No salão Opala do Eugênio C, transatlântico que já foi desarmado, encontrei uma francesa que voltava da Amazônia, fascinada. C'est magnifique, me repetia com olhar sonhador. Eu não conseguia entendê-la. Mas na Amazônia só há árvores, índios e bichos - objetei. C'est ça! - me respondeu. Ela, oriunda de um mundo milenar e cosmopolita, queria ver o que ficara à margem da civilização. Eu, que nascera naquelas margens, queria a civilização propriamente dita.

Brasileiro, de índios só quero distância. Com eles nada tenho a ganhar, culturalmente. Que antropólogos os adorem, entendo. Índio, hoje, é o ganha-pão da antropologia. A francesa, européia e cosmopolita, queria ver atraso e primitivismo. Eu, vizinho do atraso e primitivismo, queria ver o presente e o futuro.

Brasileiro, procuro evitar brasileiros no Exterior. São abomináveis quando em grupo. Quando jovem, escrevi artigo na Zero Hora onde defendia que todo ser humano tinha direito a Paris. Que este item deveria constar da Declaração Universal de Direitos Humanos. Jovem escreve inevitavelmente bobagens. Adulto, reconsiderei: nem todo mundo tem direito a Paris. Houve quem reclamasse. Que ninguém tem mais ou menos direitos a Paris. Não concordo. Você sabe o que é voar com uma chusma de colorados, com aquele uniforme do Banrisul, alguns enrolados na bandeira do Brasil? Sabe o que é entrar no Charles de Gaulle com aquela canalha gritando em unissono: "atirei um pau no Grêmio e mandei tomar no cu..."?

E por aí afora. Viajei com estes animais, em dezembro de 2010. Iam para Abu Dabi. Não é que devam ser proibidos de entrar na França. Deveriam ser proibidos de entrar na Europa. Que direito tem a Paris esta canalha? Interessante observar que constituem uma elite econômica, de alto poder aquisitivo. Nao é qualquer brasileiro que banca uma viagem a Abu Dabi só para assistir a um jogo. Se esta elite se comporta assim, que sobra para o povão?

É quando me dá nojo ser brasileiro. Vontade de declarar ao guardinha de fronteiras que sou paraguaio, haitiano, ugandense. Ou seja, não morro de amores por minha pátria, muito menos por meus compatriotas. Se estou viajando com alguma amiga ou minha filha, mal ouvimos alguém falando português, calamos a boca. Ou falamos outra língua. Para não sermos confundidos.

Por estas e outras razões, quase nada conheço do Brasil. Porto Alegre, Santa Maria e Dom Pedrito, onde vivi. Mais rápidas incursões a Bagé, Livramento, Caxias, Gramado, Passo Fundo. Conheço Florianópolis e Curitiba, onde vivi. E São Paulo, onde vivo. Já estive no Rio e Brasília. E só. Não tenho interesse algum pelas cidades brasileiras. Não me atraem. Hoje, se me desloco de São Paulo, não é para revisitar cidades e sim para rever amigos que deixei para trás em minhas vidas passadas.

Quanto à Europa, me faltam poucas capitais a conhecer. Das capitais da Europa de cá, diria que só me faltam Edinburgh, Reykjavík e La Valletta. Gosto de cidades milenares. E baixinhas. Cidades verticais não me atraem. Em debates com universitários americanos, recebi um desses insultos modernosos: eurocêntrico. Eurocêntrico, sim senhor! Por acaso é crime? Que culpa tenho eu de gostar do bem bom?

Assim sendo, toda vez que manifesto meu desinteresse por nossas cidades, acabo ferindo suscetibilidades. Falei recentemente de minha total inapetência pelas chamadas cidades históricas mineiras. Recebi uma chuvarada de mails e postagens manifestando a excelência daquelas cidades.

Pode ser. Mas cidades de trezentos anos não competem com cidades de mil ou mais anos. A gastronomia mineira jamais ombreará com os séculos de cozinha de Paris, Madri ou Roma. Nos últimos trinta anos, tenho viajado basicamente para visitar cafés e restaurantes na Europa. Mais ainda, revisito sempre os mesmos. Cafés, dizia Buñuel, são templos para o recolhimento. Como não vou encontrar tais templos aqui, viajar pelo Brasil não faz muito sentido.

Sobre as cidades históricas, me escreve um bom amigo de Internet, o Rafael Moreira Furtado:

- Para mim, que estudo Arquitetura e Urbanismo, foi uma ótima oportunidade, pois foram cidades-chave no processo de interiorização do Brasil. Não vejo apenas pela ótica das igrejas, mas uso de uma visão mais ampla, que busca o contexto histórico de formação, a tipologia arquitetônica utilizada, assim como as referências - nesse caso, as cidades de Portugal. Além, óbvio, dos belíssimos trabalhos de preservação/restauração que vêm sendo feitos pelo IPHAN desde 1938.

- As igrejas não são um primor da opulência externamente, embora internamente apresentem belíssimos trabalhos em madeira talhada e coberta com folhas de ouro, com esculturas feitas por artesãos em sua maioria autodidatas. Destaco a já mencionada Igreja de N. S. do Rosário dos Pretos, em Ouro Preto, e sua interessante planta em elipse, que a torna diferente de todas as outras, assim como seu interior.

Discordar faz parte da vida, Rafael. Sem falar que para ti, estudante de arquitetura e urbanismo, essas cidades terão muito a dizer. Mas, sem ser estudioso do assunto, vou discordar de ti. Nesses termos, Paris ou Barcelona, ou Toledo ou Veneza, me dizem mais. As cidades são obra do tempo. Nossa curta história não compete com os séculos e milênios das cidades européias. Há uma diferença substancial entre trezentos anos e dois mil anos de história. Roma tinha água encanada antes de Cristo. Aqui e hoje, não é em qualquer lugar que temos.

Rafael recomenda a mim – e a todos - o excelente Historia de la forma urbana, de A. E. J. Morris. “Ele descreve todo o processo de formação urbana desde Ur até New York, passando por Egito Antigo, Índia, Europa antiga, medieval, renascentista, industrial, Américas Espanhola e do Norte. Leitura excelente pela riqueza de detalhes e pelas bibliografias recomendadas”.

Desconheço o livro, vou procurá-lo. Deixo uma outra sugestão, o livro que tem sido minha bíblia na hora de conhecer cidades: A Cidade na História, de Lewis Mumford (2vs). Morris vê na conversação a grande função espiritual dos aglomerados humanos: “Talvez a melhor definição de cidade, em seus aspectos superiores, é a que diz ser ela o lugar destinado a oferecer as mais amplas facilidades de conversação significativa. O diálogo é uma das expressões mais importantes da vida na cidade, delicada flor de seu longo crescimento vegetativo.

“Pela mesma razão, o símbolo mais revelador do fracasso da cidade, da sua própria inexistência como personalidade social, é a ausência do diálogo – não necessariamente o silêncio, mas igualmente o som ruidoso de um côro que pronuncia as mesmas palavras, num conformismo acuado embora complacente. O silêncio de uma cidade morta tem mais dignidade que os vocalismos de uma comunidade que não conhece nem o retiro nem a oposição dialética, nem a observação irônica nem a disparidade estimulante, nem um conflito inteligente nem uma resolução moral ativa”.

Volto a Minas. Sem ter conhecido suas igrejas, estou certo de que prefiro visitar as catedrais de Notre Dame ou Toledo, a basílica de São Marcos ou a catedral de Sevilha – “Faremos um templo para que os pósteros nos chamem de loucos”, disseram seus construtores. Penso não estar proferindo nenhuma heresia. Da mesma forma, aos pequenos picos que o Brasil me oferece, prefiro os Andes ou os Alpes. E os fjordes da Noruega me parecem mais estimulantes que os lençóis maranhenses.

Por outro lado, enquanto ouço português à minha volta, não sinto que estou viajando. Parece que não saí de casa. Fosse eu europeu, acho que viajaria pelo Brasil com prazer. Ocorre que não sou europeu. Não estou afirmando que o Brasil não tenha seus atrativos. Mas não conseguem competir com os ápices de beleza que o planetinha oferece. Seja em geografia, urbanismo ou arquitetura. Além disso, vasto é o mundo e a vida é breve. No meu caso, cada vez mais breve. Urge acelerar o ritmo. Estou sem tempo para Minas e mesmo para o Brasil.

Mês que vem, vou revisitar os fjordes noruegueses. Desta vez, em vez de sol da meia-noite, terei uma noite profunda, de 24 horas. Vamos – eu, minha fotógrafa particular e sua mãe - à caça de uma aurora boreal.

Depois disso, acho que dá pra morrer. Mas antes, um pé em Madri. Para rever o Oriente, El Espejo, Gijón, Sobrino de Botín.


08 de novembro de 2012
janer cristaldo

AJUIZADO RECURSO PELA IMPUGNAÇÃO DA RE-RELEIÇÃO DE HUGO CHÁVEZ E REALIZAÇÃO DE NOVAS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS


 
O site Voto Limpio (Voto Limpo) da Venezuela, acaba de fazer a postagem na íntegra do Recurso Contencioso de Anulação Eleitoral, ajuizado por um grupo de advogados no Supremo Tribunal de Justiça (STJ) que postula a completa anulação do pleito de 7 de outubro passado, que re-relegeu o caudilho Hugo Chávez para um novo mandato presidencial de 2013 a 2019.

Em petição de 61 páginas, fartamente documentada e alegando diversas irregularidades graves que compromentem a lisura da eleição, pedem que o Supremo Tribunal ordene a realização de um novo pleito presidencial.

Transcrevo no original em espanhol a parte final da petição que resume o pedido de anulação do pleito e seja convocada eleição. Links ao final para leitura completa da petição:

EN ESPAÑOL - PETITORIO - Siendo como ha sido ampliamente expuesto en las secciones que anteceden, el proceso electoral celebrado el 7 de octubre de 2012 es nulo de toda nulidad. Por lo tanto, pedimos que sea declarada la NULIDAD ABSOLUTA de: (i) el acto de votación; (ii) el el acto final de escrutinio (iii) el acto de totalización y (iv) el acto de proclamación del ganador de la elecciones para el cargo de Presidente de la República Bolivariana de Venezuela.

RATIFICAMOS las peticiones efectuadas a lo largo del presente escrito y, asimismo:

Solicitamos que se ordene la conservación del material electoral correspondiente al proceso y actos impugnados y;

Se ordene una experticia del Registro Electoral, a objeto de que se contrasten los inscritos contra sus correspondientes partidas de nacimiento o, en el caso de extranjeros nacionalizados, Gacetas Oficiales donde consten los respectivos Decretos o actos de nacionalización respectivos, así como que se efectúe la depuración del mismo, y las direcciones del domicilio o residencia de la población votante, a objeto de determinar tanto la existencia como la condición de ciudadanos venezolanos de los votantes y el Padrón Electoral real que corresponde a la Nación venezolana.

Dadas las graves irregularidades ocurridas antes del proceso electoral impugnado, durante el acto de votación y después del acto electoral, solicitamos en consecuencia a esta Sala Electoral del Tribunal Supremo de Justicia, ORDENE de conformidad con la Constitución de la República Bolivariana de Venezuela y la ley electoral que rige los destinos electorales del país, UNA NUEVA ELECCIÓN PRESIDENCIAL como efecto depurador del sistema electoral venezolano, de modo de que los ciudadanos venezolanos, electores y electoras ejerciten de nuevo, su derecho constitucional en condiciones legales para lograr la elección de conformidad con la legitimidad y legalidad que implica en todo caso un sistema democrático y de justicia, tal como lo acuerda el artículo 2 de la Constitución venezolana.

En consideración a la naturaleza del presente recurso y de las infracciones denunciadas, atendiendo a que cualquier dilación de ese Tribunal puede resultar favorable a la consecución de los objetivos trazados y en perjuicio del Estado Democrático, pluralista y de Derecho y de Justicia que contempla la Constitución de 1999, solicitamos a ese Tribunal, declarar la urgencia de la presente causa y la naturaleza de mero derecho de las alegaciones aducidas que así lo ameritan.

Asimismo, solicitamos a esa Sala Electoral, establecer, en el presente caso, de conformidad con la vigente Constitución, las responsabilidades a que haya lugar y notificar al Consejo Nacional Electoral, la Defensora del Pueblo, la Fiscal General de la República y el Procurador General de la Nación de la interposición del presente recurso. Haga CLICK AQUI para leer completo
 
08 de novembro de 2012
in aluizio amorim

COMO DIZ O SAMBINHA...



08 de novembro de 2012

A HORA E A VEZ DA VERDADE...

Mensalão: Preocupado, Lula começa a desqualificar as recentes denúncias de Marcos Valério ao MP



Não bastasse o fato de alguns petistas terem sido escalados para desqualificar o recente depoimento de Marcos Valério Fernandes de Souza, condenado no processo do Mensalão do PT a mais de 40 anos de prisão, agora é a vez do ex-presidente Luiz Inácio da Silva entrar em cena para afirmar que o publicitário mineiro está “blefando”.

Dando continuidade ao discurso embusteiro de que jamais soube de qualquer escândalo no seu governo, Lula, durante encontro reservado com a presidente Dilma Rousseff de quase quatro horas, disse que não conhece Marcos Valério e que nunca o encontrou. “Eu nunca estive com esse cidadão”, disse Lula, o que é uma monumental inverdade.

Durante a conversa com a sucessora, na terça-feira em Brasília, Lula afirmou que o ministro Joaquim Barbosa, do STF, tem razão quando chama Marcos Valério de “jogador”. O ex-presidente sugeriu que Valério apresente provas das denúncias feitas à Procuradoria-Geral da República.

Investigadores que acompanharam o sigiloso depoimento ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, revelaram que Marcos Valério citou Lula, Gilberto Carvalho e Antonio Palocci Filho. De acordo com o Ministério Público, o empresário fez revelações sobre o assassinato do prefeito de Santo André Celso Daniel (PT), ocorrido em 2002.

Responsável pelas operações financeiras do Mensalão do PT, Valério mencionou outras remessas de dinheiro para o exterior a mando dos chefes do esquema criminoso e prometeu dar detalhes sobre a acusação, caso seja incluído no programa de proteção à testemunha.

Lula e seus assessores mais próximos sabem que Marcos Valério não está blefando. Tanto é assim que o próprio Valério teria pedido aos dirigentes do PT a quantia de R$ 200 milhões para manter-se em silêncio. O ex-publicitário não pediria uma quantia tão alta se desconhecesse os bastidores do Palácio do Planalto.
Como o valor era impossível de ser pago pelo PT, mesmo que oficiosamente, Lula tratou de tranquilizá-lo, garantindo que no STF o processo daria em nada.
O que não aconteceu.
Sem falar com a imprensa a respeito do caso, Lula deixou vazar parte da conversa com Dilma Rousseff. O ex-deputado petista e advogado Sigmaringa Seixas foi escalado para passar informações aos jornalistas. “Marcos Valério está fazendo chantagem. Se ele tem algo a exibir, que exiba. Se não mostrou nada, até agora, é porque não tem”, disse Sigmaringa.

O ex-metalúrgico está ciente de que de uma afinada investigação do Ministério Público Federal ele não escapa. Por conta disso, Lula ressuscitou a enfadonha tese de que nada sabe e que está sendo vítima de um golpe. O fato é que Lula está a um passo de ser desmascarado. Basta apenas a boa vontade do MP. Se isso não acontecer, será prevaricação.

08 de novembro de 2012
ucho.info
 

QUEM MANDA NO MUNDO?

    
          Artigos - Globalismo 
powerseliteNas minhas leituras de juventude, mais de quatro décadas atrás, poucas perguntas me impressionaram como aquela que dá título à segunda parte de La Rebelión de las Masas, de José Ortega y Gasset: “Quién manda en el mundo?

O filósofo não a formulava em sentido metafísico, onde poderia ser respondida por algo como “Deus”, “o acaso”, “a fatalidade”, mas em sentido geopolítico, e chegava à conclusão de que era uma lástima a Europa ter perdido seu posto de liderança, cedendo a vaga para a Rússia e os Estados Unidos.

A resposta parecia deslocada da pergunta. Estados, nações, governos e continentes não mandam. Quem manda são os indivíduos e grupos que os controlam. Antes da geo-política vem a política tout court. E aí tudo se complica formidavelmente. É fácil perceber quais Estados ou países predominam sobre os outros. Mas descobrir quem realmente manda num Estado ou país – e através dele manda nos outros -- é um desafio intelectual mais atemorizante do que o pode imaginar o analista político usual.

O verbo “mandar” vem do latim manus dare: quem manda empresta os seus meios de ação (sua “mão”) para que outros realizem algo que ele pensou. Um governante dá ordens a seus subordinados, mas, examinando bem, você verá que só raríssimos governantes, na História – um Napoleão, um Stálin, um Reagan –, foram eles próprios os criadores das idéias que realizaram. Os primeiros teóricos do Estado moderno acertaram na mosca quando inventaram a expressão “poder executivo”: em geral o homem de governo é o executor de idéias que ele não concebeu nem teria a capacidade – ou o tempo -- de conceber. E os que conceberam essas idéias foram os mesmos que deram a ele os meios de chegar ao governo para realizá-las. Quem são eles?

Aplicando a pergunta ao caso específico dos Estados Unidos, o sociólogo Charles Wright Mills, um dos mentores da New Left, publicou em 1956 o livro que viria a se tornar um clássico: The Power Elite, “A Elite do Poder”. A resposta que ele encontrou tomava a forma de uma trama complicadíssima de grupos, famílias, empresas, serviços secretos oficiais e extra-oficiais, seitas, clubes, igrejas e círculos de relacionamentos pessoais ostensivos e discretos, incluindo amantes e call girls. A classe política, que culminava na pessoa do governante nominal, aparecia aí como a espuma na superfície de águas obscuras. Mills estava, obviamente, na pista certa. Mas ele morreu em 1962 e não teve a ocasião de presenciar um fenômeno que ele mesmo ajudou a produzir: a New Left tornou-se ela própria a elite do poder e perdeu todo interesse em “transparência”. Ao contrário: esmerou-se na opacidade ao ponto de colocar um completo desconhecido na presidência do país mais poderoso do mundo e cercá-lo de um muro de proteção que bloqueia toda tentativa de descobrir quem ele é, o que fez, com quem anda e que interesses representa. Se você quer ter uma idéia do que anda fazendo a elite do poder nos EUA, tem de buscar informação na outra ponta do espectro ideológico: os conservadores são os atuais herdeiros da tradição de estudos inaugurada por Wright Mills.

Graças a eles é que hoje a elite globalista fabiana, núcleo vivo do poder por trás de praticamente todos os governos do Ocidente, se tornou visível na sua composição e em detalhes do seu modus operandi ao ponto da quase obscenidade, tornando involuntariamente cômica a insistência de alguns em chamá-la de “poder secreto”. Clique no Google as expressões “Council on Foreign Relations”, “Bilderberg”, “Trilateral” e similares, e obterá mais informações do que seus neurônios poderão processar pelos próximos dez anos -- informações cujo nível de credibilidade varia desde a prova científica até a rematada invencionice.

Em compensação, pouco ou quase nada se sabe das fontes profundas do poder na Rússia, na China e nos países islâmicos. Mesmo as descrições que temos da classe dirigente visível nessas regiões do globo são esquemáticas e superficiais, sem comparação possível com o meticuloso Who’s Who da elite ocidental. Isso explica-se facilmente pela diferença de acesso às fontes de informação. Uma coisa é pesquisar em arquivos e bibliotecas ocidentais, sob a proteção das leis e instituições democráticas, podendo até, nos EUA, furar a barreira da má-vontade oficial por meio do Freedom of Information Act. Coisa totalmente diversa é tentar adivinhar o que se passa por trás das muralhas impenetráveis do establishment russo-chinês.

Nem a KGB nem os serviços secretos da China jamais deram acesso a pesquisadores independentes. Mesmo os arquivos do Partido Comunista da URSS voltaram a fechar-se após um breve período de tolerância, motivado não por algum súbito amor à liberdade, mas pela convicção ilusória, logo desmentida, de que os pesquisadores ocidentais eram majoritariamente simpáticos ao regime soviético.

No mundo islâmico, por baixo da classe dirigente e da barafunda de grupos terroristas estende-se uma rede inabarcável de organizações esotéricas, algumas milenares, cujo poder de influência é enormemente variado de país para país e de época para época. Essas organizações, que constituem o núcleo espiritual do Islam, a garantia profunda da sua unidade civilizacional e, a longo prazo, a condição de possibilidade da expansão islâmica mundial, continuam perfeitamente desconhecidas pelos analistas políticos ocidentais, jornalísticos ou mesmo acadêmicos.

A diferença de visibilidade entre os grandes esquemas globalistas em disputa é fonte de erros catastróficos na descrição do conflito de poder no mundo. Em artigos vindouros explicarei alguns desses erros.


Escrito por Olavo de Carvalho
Publicado no Diário do Comércio.

COMISSÃO DA VERDADE VAI INVESTIGAR CATÓLICOS E EVANGÉLICOS ANTICOMUNISTAS

    
          Artigos - Governo do PT 
Se você é cristão, viveu na época do regime militar e apenas orou contra o comunismo, fique em silêncio. Se descobrirem que você fez tal oração, você corre o sério risco de ser colocado ao lado do Pr. Enéas na lista negra dos que cometeram “crimes”.

A Comissão Nacional da Verdade, criada pelo governo de Dilma Rousseff para investigar cidadãos brasileiros anticomunistas, agora vai incluir na sua lista negra padres e pastores, que serão investigados para se apurar seu grau de envolvimento na “perseguição” que militantes comunistas passaram durante o regime militar (1964-1985).
 
Pelo fato de que o clima atual do Brasil, tanto midiático quanto governamental, é francamente favorável ao marxismo, os que lutaram para implantar o comunismo no Brasil e sofreram resistência da população, das igrejas e das forças armadas são hoje rotulados de “heróis”. A própria Dilma Rousseff, que esteve envolvida em varias ações de violência armada e terrorismo, nunca sentiu necessidade de pedir perdão ao Brasil pelos brasileiros feridos e mortos por ações terroristas apoiadas por ela.
 
Contudo, de modo insano, Dilma juntamente com os católicos e evangélicos que queriam derrubar o governo do Brasil são classificados como uma espécie de “guerreiros democráticos”, vindo em socorro da população diante da “ameaça” dos militares, que desde a década de 1930 estavam impedindo os comunistas de implantar no Brasil a mesma “democracia” que existia na União Soviética.
 
A verdade, porém, é que diante da violência vermelha antes e depois do regime militar, líderes católicos e evangélicos se sentiram na obrigação de deter a ameaça vermelha, denunciando membros de igrejas envolvidos em militância comunista. Afinal, o que fazer?
 
O Rev. Alberto Thieme conta que, na sua juventude, ele testemunhou no centro de São Paulo pessoas sofrendo uma rajada de metralhadora. O resultado foi mortos e feridos. Os responsáveis eram os graciosos “guerreiros democráticos”. Seria errado um pastor denunciar às autoridades um membro envolvido em tal “guerra democrática”?
 
O Rev. Walter Altmann viajava para os países da Cortina de Ferro durante as décadas de 1960 e 1970, com as despesas custeadas pelos comunistas soviéticos. Anos atrás, ele foi presidente da Igreja Evangélica de Confissão Luterana (IECLB) no Brasil. Se algum pastor o tivesse denunciado, hoje estaria sob risco de entrar na lista negra da Comissão da Verdade Dilmônica. Mas os pastores luteranos não o “delataram”. Resultado? A IECLB está em avançado estado de putrefação debaixo da influência marxista.
 
E se o bando terrorista de Dilma, atuante e sanguinário mais de 40 anos atrás, tivesse um membro evangélico? A obrigação moral e cristã do pastor era denunciar o membro criminoso. Mas hoje, com os criminosos ocupando importantes postos do governo brasileiro, o pastor seria condenado pela boa ação.
Agora, o papel da comissão será levantar os nomes dos pastores que fizeram boa ação.
 
É evidente que a caça aos evangélicos contrários ao comunismo já começou. O blogueiro antievangélico Paulo Lopes, aproveitando as notícias sobre as investigações da Comissão da Verdade contra padres e pastores, mencionou o nome do pastor batista Enéas Tognini, que está hoje com 99 anos.
 
O Pr. Tognini foi apontado pelo blogueiro raivoso como “um religioso que ficou do lado da repressão militar”, numa óbvia e maliciosa insinuação de que o idoso e íntegro pastor é um “criminoso”.
 
O crime do pastor batista? Ele convocou os evangélicos de todo o Brasil para um dia jejum e oração para que o governo brasileiro fosse salvo da ameaça comunista. “Não me arrependo porque eles [os militares] fizeram um bom trabalho. Salvaram a pátria do comunismo”, disse Tognini, segundo “denúncia” de Lopes.
 
Prepare-se: se você é cristão, viveu na época do regime militar e apenas orou contra o comunismo, fique em silêncio. Se descobrirem que você fez tal oração, você corre o sério risco de ser colocado ao lado do Pr. Enéas na lista negra dos que cometeram “crimes”, ainda que em pensamento e em espírito, contra a imposição do comunismo no Brasil.
 
O blogueiro antievangélico deveria também incluir o nome do Rev. Richard Wurmbrand, que, mesmo depois de ser torturado durante anos por comunistas, não quis entregar sua alma ao generoso Estado totalitário comunista. Como prova do crime dele, a Comissão da Verdade deveria usar este vídeo:

Muitos dos pastores que militavam pelo comunismo — entre eles presbiterianos, batistas e metodistas —, acabaram se exilando debaixo das asas do Conselho Mundial de Igrejas na Europa ou nos Estados Unidos. Nenhum deles quis exílio na União Soviética ou Coreia do Norte. Agora, além das gordas indenizações, eles terão uma voz para condenar os que os condenaram. Eles poderão dar depoimentos e ajudar nas investigações contra as igrejas que, em vez de se alinharem com eles e sua militância, se colocaram contra o comunismo.
 
Mesmo antes de começar a mirar nos líderes cristãos, a Comissão da Verdade já estava recebendo apoio de evangélicos progressistas. (Não cito a CNBB aqui porque não sou católico. Cabe aos próprios católicos denunciar esse sindicato de bispos esquerdistas.)
 
Desde o ano passado, o tabloide sensacionalista Genizah vem ajudando a preparar o terreno para a investigação da Comissão da Verdade, canonizando evangélicos esquerdistas e denunciando o Pr. Enéas Tognini. A ação do Genizah foi denunciada por meu blog na mesma época no artigo “Sensacionalismo gospel vermelho”.
 
A Comissão da Verdade vai pesquisar documentos, depoimentos, teses e arquivos internacionais, especialmente do arquivo do Conselho Mundial de Igrejas, para chegar até os nomes dos pastores e padres “culpados”.
 
Esse é um quadro bastante invertido, onde os criminosos foram inocentados pelos companheiros e onde os inocentes não serão poupados pelos criminosos.
 
Eu gostaria que um novo Enéas Tognini se levantasse em nossos dias para convocar o povo de Deus à oração e ao jejum. A resposta dos céus inevitavelmente derrubaria a máscara da Comissão Nacional da Verdade, deixando-a nua e exposta pelo que de fato é: Comissão da Mentira.
 
Eu gostaria de uma Comissão da Verdade para investigar Dona Dilma e seus ministros, cujo histórico é criminoso. Se não for neste mundo, é certo que Dona Dilma, seus ministros e os pastores vermelhos gordamente indenizados com o dinheiro de nosso bolso se prostrarão diante dAquele que é a Verdade.
 
Ali, a justiça será justa, a condenação será certa e eterna e o terrorismo e a militância comunista em nome do Evangelho ou dos pobres não ficarão impunes.
 
No entanto, se o povo de Deus se unir em oração e jejum, a impunidade, a mentira e a sem-vergonhice cairão por terra antes mesmo da eternidade sobrevir sobre eles.
 
Escrito por Julio Severo