Mesmo condenado por corrupção ativa e formação de quadrilha no julgamento do processo do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente do PT José Genoino (SP) deverá ser chamado pela Câmara para ocupar uma vaga de deputado a partir de janeiro. Genoino é um dos suplentes a ser beneficiado com a dança das cadeiras conduzida pelas urnas.
No primeiro e segundo turnos, 25 deputados foram eleitos prefeitos e deixarão a Câmara para assumir seus mandatos, abrindo vagas nas bancadas. Cem deputados, considerando suplentes e titulares, se candidataram nestas eleições.
“
Vão ter de me engolir…”
No PT, além de Genoino, o ex-deputado e ex-ministro Nilmário Miranda (MG) e outros três suplentes poderão assumir os mandatos. No saldo geral, o PT elegeu dois deputados: Gilmar Machado, prefeito de Uberlândia; e Carlinhos Almeida, prefeito de São José dos Campos. Mas a bancada será beneficiada com cinco suplentes, que ocuparão vagas deixadas por deputados de outros partidos.
O preenchimento de vagas na Câmara segue a ordem da lista dos deputados eleitos e suplentes da coligação e não de um único partido. O PT assumirá mandatos que eram exercidos por deputados do PMDB e do PSB. O quadro geral ainda não é considerado oficial pela Câmara, porque está sujeito à movimentação dos parlamentares. Deputados que exercem cargos de ministros ou de secretários estaduais ou municipais, por exemplo, podem reassumir os mandatos e alterar o cenário.
Segundo suplente da coligação do PT em São Paulo, Genoino só perderá a chance de assumir, por exemplo, na eventualidade de o ministro do Esporte, Aldo Rebelo (PCdoB), deixar a pasta e reassumir seu mandato de titular na Câmara. Atualmente, o PT tem 86 deputados, mas a bancada poderá somar 89 deputados, o saldo mais positivo desta mudança.
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG - Genoíno vai mesmo assumir como deputado. O Supremo vai demorar seis meses só para publicar o acórdão (texto da sentença) do mensalão, vejam só como a Justiça brasileirá é célere. Depois, os advogados dos réus apresentam os embargos de declaração etc. e tal.
Traduzindo: Genoíno pode ficar um ano e meio tranquilamente na Câmara, tirando uma onda de deputado federal, antes de ser conduzido à penitenciária da Papuda, em Brasília.
O ex-governador Francelino Pereira insistiria: “Que país é esse?”. E o cantor Renato Russo, que imortalizou a pergunta dele, responderia: “É um país que não pode ser levado a sério…” (C. N.)
Vão ter de me engolir…”
No PT, além de Genoino, o ex-deputado e ex-ministro Nilmário Miranda (MG) e outros três suplentes poderão assumir os mandatos. No saldo geral, o PT elegeu dois deputados: Gilmar Machado, prefeito de Uberlândia; e Carlinhos Almeida, prefeito de São José dos Campos. Mas a bancada será beneficiada com cinco suplentes, que ocuparão vagas deixadas por deputados de outros partidos.
O preenchimento de vagas na Câmara segue a ordem da lista dos deputados eleitos e suplentes da coligação e não de um único partido. O PT assumirá mandatos que eram exercidos por deputados do PMDB e do PSB. O quadro geral ainda não é considerado oficial pela Câmara, porque está sujeito à movimentação dos parlamentares. Deputados que exercem cargos de ministros ou de secretários estaduais ou municipais, por exemplo, podem reassumir os mandatos e alterar o cenário.
Segundo suplente da coligação do PT em São Paulo, Genoino só perderá a chance de assumir, por exemplo, na eventualidade de o ministro do Esporte, Aldo Rebelo (PCdoB), deixar a pasta e reassumir seu mandato de titular na Câmara. Atualmente, o PT tem 86 deputados, mas a bancada poderá somar 89 deputados, o saldo mais positivo desta mudança.
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG - Genoíno vai mesmo assumir como deputado. O Supremo vai demorar seis meses só para publicar o acórdão (texto da sentença) do mensalão, vejam só como a Justiça brasileirá é célere. Depois, os advogados dos réus apresentam os embargos de declaração etc. e tal.
Traduzindo: Genoíno pode ficar um ano e meio tranquilamente na Câmara, tirando uma onda de deputado federal, antes de ser conduzido à penitenciária da Papuda, em Brasília.
O ex-governador Francelino Pereira insistiria: “Que país é esse?”. E o cantor Renato Russo, que imortalizou a pergunta dele, responderia: “É um país que não pode ser levado a sério…” (C. N.)




burla das classes dominantes
brasileiras às normas seria atávica? Meu horror à burguesia (esse sim quase
totalmente atávico) – cujo retrato acabado foi a açucarocracia pernambucana,
perdulária e arrogante – tenderia a confirmar que o jeitinho é um caso de
mau-caratismo, um dado subjetivo. Mas prefiro a trilha aberta por Norbert Elias:
a burla é uma forma de adotar o capitalismo como solução incompleta na periferia
do sistema. Incompleta porque o capitalismo trouxe para cá a revolução das
forças produtivas, mas não as soluções formais da civilidade. As classes
dominantes então “se viram”, dão um jeitinho para garantir a coesão de um
sistematroncho e, comme il faut, a exploração.
oltemos ao caso do Rio, lembrado a
propósito da malandragem e da bossa nova. Foi Juscelino Kubitschek, outro
exemplar do homem cordial, quem jogou a pá de cal nas pretensões modernas do
Rio: retirou-lhe a centralidade de capital e não botou nada no lugar. Incapaz de
resolver os problemas cariocas, que já se apresentavam em grau superlativo, deu
um jeitinho e transferiu a capital para Brasília, nos ermos do Planalto
Central.
a segunda metade do século XIX, o café
liderava a expansão econômica. Não só no Vale do Paraíba, em São Paulo ou mesmo
no Brasil: o café era a mercadoria mais importante do comércio mundial. Só foi
desbancado dessa posição, pelo petróleo, nos anos 40 do século XX. Mas o início
da expansão do café se deu sobre o lombo dos escravos.
etúlio Vargas, o estancieiro gaúcho
que liderou a Revolução de 1930, tentou formalizar o jeitinho para acabar com o
jeitão. Vale dizer: buscou civilizar a classe dominante para que o proletariado
existisse. Criou uma legislação trabalhista avançada, mas a expansão capitalista
seguiu desobedecendo as regras e, junto com os empregos formalizados pela nova
legislação, a avalanche do trabalho informal engolfava todas as relações
sociais.
ecordo um caso pessoal, passado há
muito tempo. Eu trabalhava com Celso Furtado (rigorosamente antijeitinho), que
recebia um diretor do Banco Interamericano de Desenvolvimento, por sinal
conterrâneo seu. Este, vendo-mepor perto, e julgando que eu não era parte da
conversa, pediu-me água. Pediu a primeira, a segunda e a terceira vez. Fui
obrigado a dizer-lhe que não confundisse gentileza com servilismo, e que da
próxima vez ele mesmo se servisse. Não ocorria àquele senhor que alguém que não
fosse da sua grei pudesse tomar parte de uma conversa com altos representantes
da banca interamericana.
ssim, o chamado trabalho informal
tornou-se estrutural no capitalismo brasileiro. É ele que regula a taxa de
salários, e não as normas trabalhistas fundadas por Vargas. A partir daí todas
as burlas são permitidas e estimuladas. A pergunta que um candidato a emprego
mais ouve é: com carteira ou sem carteira? O funcionário com carteira resulta em
descontos para a Previdência. Ou, se o salário for um pouquinho melhor, até para
o Imposto de Renda. A resposta do candidato ao emprego é óbvia: sem
carteira.



