"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



segunda-feira, 23 de abril de 2012

SAUDADES DO JORNALISMO

Nas faculdades estuda-se, por incrível que pareça, a decadência do jornalismo brasileiro. Mas lança-se a culpa em tudo, menos nos jornalistas.


Quatro ou cinco décadas atrás, você abria os jornais e encontrava análises políticas substantivas. Fossem "de esquerda" ou "de direita", os articulistas ainda acreditavam numa coisa chamada "verdade" e faziam algum esforço para encontrá-la. Eram também homens de boa cultura literária, conheciam e respeitavam o idioma.
Tenho saudades dos longos artigos de Júlio de Mesquita Filho, Paulo Francis, Antônio Olinto, Paulo de Castro, José Lino Grünewald, Nicolas Boer, Gustavo Corção; do próprio Oliveiros da Silva Ferreira – que está vivo, mas longe da mídia diária. E de tantos e tantos outros.
Hoje em dia temos puros polemistas, que não investigam nada, não explicam nada, não fazem nenhum esforço intelectual, não tentam entender coisa nenhuma, só tomam posição, lavram sentenças como juízes e ditam regras.

Também os havia então, mas como escreviam bem! Carlos Lacerda, Nelson Rodrigues e Raquel de Queiroz eram provavelmente os melhores. O próprio Otto Maria Carpeaux era do time. Contrastando com a destreza dialética alucinante da sua crítica literária, os artigos de política que ele publicava no Correio da Manhã, produzidos em série e, como que por automatismo, eram traslados servis das palavras-de-ordem do Partidão, do qual em pleno declínio de suas faculdades intelectuais ele se fizera "companheiro de viagem", por puro medo da ditadura, talvez do desemprego. Estão repletos de erros pueris, desinformação comunista grossa, mas neles ainda se pode reconhecer o pulso firme do escritor.

Do outro lado, havia, por exemplo, David Nasser. Sempre se sabia de antemão o que ele ia defender ou atacar. Mas com que graça se repetia, variando as formas ao ponto de fazer as opiniões mais estereotipadas soarem como novidades!

Tudo isso está morto e enterrado. Em toda a grande mídia, só raros colunistas ainda honram o idioma e o melhor deles não é brasileiro, é português: João Pereira Coutinho. Leio com satisfação Reinaldo Azevedo (o mais informado) e Neil Ferreira (o mais engraçado). Os outros que dão gosto estão só na internet.
Em todos os grandes jornais ninguém escreve com a seriedade de Heitor de Paola, a elegância de Percival Puggina, a inventividade de Yuri Vieira, a precisão vernácula de José Carlos Zamboni, a erudição bem-humorada de J. O. de Meira Penna. Os outros que me perdoem: a lista dos melhores excluídos não tem fim.
Nas faculdades estuda-se, por incrível que pareça, a decadência do jornalismo brasileiro. Mas lança-se a culpa em tudo, menos nos jornalistas. Como se a má pintura não fosse nunca obra de maus pintores ou a comida fosse sempre ruim a despeito dos excelentes cozinheiros.

A classe tem um tremendo esprit de corps quando lhe interessa, mas nunca faz um julgamento sério de seus próprios atos, uma avaliação realista do seu impacto na sociedade. Narra sua história como se fosse autora de tudo o que é bom, vítima inerme de tudo o que é mau. Nada, absolutamente nada, lhe dói na consciência.
Não lhe ocorre nem mesmo a conveniência de um vago mea culpa por ter ocultado o Foro de São Paulo ao longo de dezesseis anos, praticando a censura com mais eficácia, amplitude e tenacidade do que a Polícia Federal do tempo dos militares. Sua falsa auto-imagem raia a sociopatia pura e simples. Ver 

http://www.olavodecarvalho.org/semana/111130dc.html
http://www.olavodecarvalho.org/semana/111124dc.html http://www.olavodecarvalho.org/semana/111125dc.html

Nos anos da ditadura, como a liberdade de imprensa e a liberdade de ação da esquerda sofressem juntas as mesmas restrições oficiais (amplamente inoperantes na prática), jornalismo e esquerdismo se deram as mãos na luta contra o inimigo comum. Foi justo e oportuno. Mas, decorridas três décadas do fim do regime, a aliança de ocasião não quer admitir que seu tempo passou, que não há mais inimigos armados contra os quais o fingimento é a única defesa da parte mais débil.

Na época, a esquerda já dominava a mídia, mas fazia-se de coitadinha, de nanica, de excluída. Oprimida nas ruas e nas praças, discriminava os direitistas nas redações (como a intelectualidade acadêmica fazia nas universidades), reproduzindo às avessas, no microcosmo da profissão, o controle repressivo que o governo exercia na escala maior em torno.

Hoje, ela domina o país inteiro, e o que era precaução tática compreensível se tornou instrumento de perpetuação de poderes e prestígios imerecidos. A arma dos fracos tornou-se uma gazua nas mãos dos fortes,
Nunca, ao longo de todo o período militar, a esquerda esteve tão amordaçada quanto a direita conservadora, especialmente religiosa, está hoje na grande mídia.

Para camuflar esse estado de coisas, é preciso eternizar o luto, alimentar e realimentar, com um jorro constante de lágrimas forçadas e caretas de pavor fingidas, padecimentos e temores velhos de mais de um quarto de século. Essa é a mentira estrutural que está na raiz de todas as degradações do jornalismo brasileiro. É a proibição total da sinceridade. A destruição da linguagem vem daí. Ninguém pode escrever direito quando vive de se esconder de si mesmo.

Escrito por Olavo de Carvalho

O MAIOR NAUFRÁGIO DO MUNDO


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Para alívio dos socialistas, o silêncio imposto por Hitler e a crença universal de que o Titanic foi o pior naufrágio do mundo mantêm o Wilhelm Gustloff e a covardia comunista nos porões do esquecimento da história mundial.

Mesmo com a sofisticada, rápida e elevada tecnologia de informação e notícias de hoje, o ser humano moderno tem dificuldade de enxergar ou reconhecer fatos comprovados.

Um desses fatos é que é impossível viver sem Deus e seus valores. Os nazistas tentaram, e colheram amargas e destrutivas conseqüências. Os comunistas tentaram, e fizeram e fazem a mesma colheita. Ambas as ideologias socialistas eram centralizadas no homem e baseadas na teoria da evolução, que destrona Deus e entroniza o homem, ou o macaco.

Sem Deus, a tragédia é certa. Na sua inauguração em 1912, o Titanic, que era o maior navio de sua época, foi saudado com as célebres palavras: “Nem Deus afunda este navio”.

O navio afundou, produzindo o que é hoje apregoado como o maior afundamento da história moderna.

No entanto, essa não é a verdade toda. Houve uma tragédia muito maior.

O maior naufrágio do mundo ocorreu no inverno de 1945, bem no fim da 2ª Guerra Mundial.

Com o avanço do exército comunista soviético na região leste da Alemanha, milhões de civis alemães procuravam fugir das furiosas tropas vermelhas, que destruíam tudo, matavam e torturam, e estupravam todas as mulheres e meninas no caminho.
Quem podia, escapava. Assim, centenas de milhares de mulheres, crianças e feridos alemães tentavam fugir o mais rápido possível para zonas da Alemanha fora da esfera soviética. Os civis alemães estavam conscientes de que era sua única esperança de escapar do destino certo de morte, escravidão e estupros em massa nas mãos dos comunistas soviéticos. Os que não conseguiam fugir se tornavam vítimas totais dos caprichos e crueldades soviéticas, e as mulheres e meninas eram condenadas a torturas sexuais que durariam anos.

É nesse contexto de aniquilação de populações civis que o navio hospital Wilhelm Gustloff escapava da implacável invasão soviética carregando mais de 9 mil pessoas, a maioria mulheres e crianças. Na metade do caminho, em sua viagem desesperadora para alcançar a região ocidental da Alemanha, o navio civil se tornará o principal personagem do maior naufrágio silencioso da história.

Na escura e gélida noite de 30 de janeiro de 1945, o navio hospital é avistado por um submarino soviético, que dispara três torpedos, condenando milhares de mulheres e crianças à morte em águas de 10 graus abaixo de zero.

No naufrágio do Titanic, morreram 1.517 pessoas — um número considerado elevadíssimo.

Contudo, no afundamento do navio hospital Wilhelm Gustloff, morreram 9.343 pessoas.
A ideologia comunista soviética — que não cria em Deus e cultuava a teoria da evolução — matou a sangue frio uma multidão enorme de mulheres e crianças indefesas. O fato de que os soviéticos estavam em guerra contra o nazismo — que igualmente desprezava a Bíblia e cultuava a teoria da evolução — lhes dava o direito de matar inocentes?
Mas como disse Dostoyevsky, escritor russo antes da era comunista: “Sem Deus, tudo é possível”.

O desprezo a Deus na cultura da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas tornou possível que seus soldados não tivessem compaixão alguma por civis indefesos. O afundamento do navio hospital Wilhelm Gustloff traz inevitavelmente à lembrança de maneira acentuada o desrespeito aos direitos humanos mais básicos. A lembrança do Titanic poupa os socialistas dessa verdade incômoda.

Por isso, a insistência de se manter o afundamento do Titanic como o maior naufrágio do mundo parece ter o propósito exclusivo de acobertar o fato de que o verdadeiro e único maior naufrágio da história foi provocado pela covardia de homens movidos por uma ideologia sem Deus. A imagem do esquerdismo, comunismo e socialismo é assim protegida da brutalidade de suas ações.


Nada aborrece tanto um esquerdista quanto a verdade.

A fim de suavizar a verdade terrível, historiadores esquerdistas costumam alegar que muitas das mulheres eram militares da SS — e possivelmente, as crianças eram militares SS mirins. (Possivelmente também, algum soviético pode ter testemunhado bebês armados de metralhadoras e granadas!) Outra desculpa era que o comandante do submarino soviético, com a escuridão da noite, não tinha como reconhecer que aquele enorme navio não tinha a aparência de navio de guerra. Supostamente, ele não tinha como saber que era um navio hospital carregando uma multidão de desesperados civis. Entretanto, sabe-se que em pleno dia os aviões soviéticos, ao avistarem multidões de civis alemães fugindo pelas estradas, as metralhavam como se tivessem competindo para ver quem derrubava o maior número de alvos. Aliás, até mesmo soldados ingleses e americanos, que eram prisioneiros de guerra dos nazistas no leste da Alemanha, não eram poupados de crueldades quando capturados pelo exército soviético.

A desumanidade comunista é muito bem conhecida. É por isso que durante o governo militar anticomunista no Brasil, os artistas e políticos que eram exilados não escolhiam viver em Cuba, União Soviética, Coréia do Norte ou outro paraíso socialista. Eles
optavam por países capitalistas! Por exemplo, Fernando Henrique Cardoso escolheu exílio na França. Gilberto Gil, na Inglaterra.
Para que se exilar numa favela socialista quando eles podiam optar pelo luxo capitalista?

Com a finalidade de não apavorar a população alemã com a divulgação de uma perda tão grande diante do avanço soviético, o próprio ditador nacional socialista Hitler ordenou que a imprensa alemã ficasse em silêncio sobre o afundamento do Wilhelm Gustloff. Os soviéticos nunca tentaram quebrar esse silêncio fazendo uma divulgação mundial em massa de seu grande feito de produzir um desastre pior do que o naufrágio do Titanic, pois as outras nações poderiam não ver como honra ou agradável o fato de que os soviéticos estavam alegres de afundar um navio que, além de não lhes representar perigo militar, estava resgatando refugiados civis desesperados.

Para alívio dos socialistas, o silêncio imposto por Hitler e a crença universal de que o Titanic foi o pior naufrágio do mundo mantêm o Wilhelm Gustloff e a covardia comunista nos porões do esquecimento da história mundial.

O navio hospital Wilhelm Gustloff, com seu carregamento enorme de mulheres e crianças, merecia ser propositadamente afundado? O que merecia esse afundamento era o nazismo e o comunismo. Embora o nazismo (que é a forma abreviada de nacional-socialismo) tenha sido derrotado, o comunismo continuou sua marcha de sangue e destruição, condenando à escravidão, trevas e morte milhões de seres humanos, e muitas mentiras ligadas ao socialismo ainda não afundaram. Pelo contrário, toda forma de desinformação é usada para encobrir as covardias da ideologia comunista.

No Brasil, temos razões para dar preferência ao nome Titanic. É mais fácil de lembrar do que o complicado nome alemão Wilhelm Gustloff. Mas as razões dos simpatizantes da religião de Karl Marx são outras.

Tudo o que foi necessário para o Titanic ir a pique, com seus 1.517 passageiros, foi um enorme bloco de gelo, autor do acidente fatal. Tudo o que foi necessário para que o Wilhelm Gustloff e seus 9.343 passageiros perecessem no mar foi um comandante soviético implacável de coração gélido, mulherengo, alcoólatra e que anos mais tarde acabaria indo para a prisão por roubo. Sendo educado em escolas ateístas do Estado laico soviético, ele é exemplo do que as idéias evolucionistas de Darwin e as idéias socialistas de Karl Marx fazem no coração, mente e alma de um homem. Sem Deus, todo tipo de mal se torna possível.

Pior do que o naufrágio do Titanic é o afundamento do Wilhelm Gustloff. E muito pior do que o afundamento do Wilhelm Gustloff é o naufrágio de sociedades inteiras nos abismos de destruição da camaleônica ideologia socialista.

Quer saber o resultado final de uma sociedade que é educada a desprezar a Bíblia e cultuar a teoria da evolução, destronando Deus e seus valores e entronizando Karl Marx, Hitler, Darwin ou outros homens e seus valores? Olhe para o que aconteceu com a Alemanha nazista e a extinta União Soviética: quando os seres humanos param de respeitar a Deus e passam a crer que vieram do macaco, eles se tornam piores do que os animais selvagens.

Escrito por Julio Severo

O CHEFE. CAPÍTULO 1

INICIAREI A PUBLICAÇÃO DO LIVRO DE IVO PATARRA, "O CHEFE". CAPÍTULO A CAPÍTULO, DIA APÓS DIA, ACOMPANHAREMOS A PAGINA MAIS NEGRA QUE ESSE PAÍS JÁ CONHECEU. A VERDADEIRA HISTÓRIA DO FARSANTE MAIS CORRUPTO QUE SE APROPRIOU DO PODER, VALENDO-SE DA RIGOROSA AUSÊNCIA DE POLÍTICOS SÉRIOS, APROVEITANDO-SE DO VÁCUO ÉTICO QUE SE FORMOU APÓS ANOS DE UMA DEMOCRACIA DE FAZ-DE-CONTA, E DA SUBVERSÃO DA CULTURA, APÓS A CONTRA-REVOLUÇÃO E A CONSTITUIÇÃO DE 88. IDENTIFICANDO NA MASSA AMORFA DE ELEITORES ABANDONADOS PELO PODER PÚBLICO, A VERDADEIRA PLATÉIA PARA AS SUAS ARENGAÇÕES PALANQUEIRAS E DEMAGÓGICAS. VENCEU PELA INÉPCIA DE UMA DIREITA ARROGANTE, DESIDENTIFICADA COM OS VERDADEIROS INTERESSES DA NAÇÃO, E UMA VEZ NO PODER, TRANSFORMOU ESSE PAÍS NO GRANDE ESGOTO DA CORRUPÇÃO JAMAIS VISTA EM TODA A SUA HISTÓRIA, QUE LAVRA E DESESTRUTURA CULTURA E TRADIÇÕES.  m.americo


Ochefe

Capítulo 1

'O governo Lula é o mais
corrupto de nossa história'




Qual a justificativa para o presidente da República nomear como ministro e integrante de seu primeiro escalão de auxiliares o homem que publicara, num dos jornais mais importantes do País, que ele, o presidente, era o chefe do governo "mais corrupto de nossa história"?

Pois Luiz Inácio Lula da Silva, o Lula, nomeou o filósofo Roberto Mangabeira Unger no primeiro semestre de seu segundo mandato, em 2007, ministro da Secretaria de Planejamento de Longo Prazo, especialmente constituída para abrigá-lo. E não adiantou nem o PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro) inviabilizá-la tempos depois, durante uma rebelião para obter mais cargos no governo e proteção para o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), o então presidente do Senado, acusado de corrupção.
Apesar de o PMDB derrotar a Medida Provisória que criara o posto para Roberto Mangabeira Unger, Lula deu um jeito na situação, nomeando-o novamente, desta vez como ministro extraordinário de Assuntos Estratégicos. A posição do detrator estava garantida.

"Pôr fim ao governo Lula" é o título do artigo de Roberto Mangabeira Unger publicado na Folha de S.Paulo em 15 de novembro de 2005, no sugestivo dia da Proclamação da República. O ano de 2005 havia sido marcado pela eclosão do escândalo do mensalão. Este é o parágrafo de abertura do artigo:
"Afirmo que o governo Lula é o mais corrupto de nossa história nacional. Corrupção tanto mais nefasta por servir à compra de congressistas, à politização da Polícia Federal e das agências reguladoras, ao achincalhamento dos partidos políticos e à tentativa de dobrar qualquer instituição do Estado capaz de se contrapor a seus desmandos."

O que poderia ter levado o presidente da República a nomear como ministro o autor dessas acusações? E Roberto Mangabeira Unger não estava brincado, a julgar pela defesa que fez do impeachment de Lula. Ao denunciar "a gravidade dos crimes de responsabilidade" supostamente cometidos pelo presidente, o então futuro ministro afirmou em seu artigo que Lula "comandou, com um olho fechado e outro aberto, um aparato político que trocou dinheiro por poder e poder por dinheiro e que depois tentou comprar, com a liberação de recursos orçamentários, apoio para interromper a investigação de seus abusos".

Alguém poderia argumentar que a nomeação de Roberto Mangabeira Unger seria um mal necessário. Coisa da política. E tentar explicá-la pela importância do filósofo, um professor da prestigiada Universidade de Harvard, das mais importantes dos Estados Unidos, por quase 40 anos. O Brasil, portanto, não poderia prescindir da experiência e do prestígio de Roberto Mangabeira Unger, que teria muito a contribuir com o País.

Será mesmo? A cerimônia de posse do filósofo não demonstrou isso. Poucos ministros, cadeiras vazias, menos de uma hora de solenidade. E mesmo antes da criticada viagem de Roberto Mangabeira Unger à Amazônia, em 2008, na qual defendeu o desvio de águas da região para abastecer o Nordeste, sem considerar que centenas de milhares de amazonenses ainda não dispunham de água encanada, o ministro já era considerado, em âmbito do governo, "café-com-leite". Ou seja, não lhe era atribuída importância, nem de seu trabalho haveria algo para se aproveitar.

Outro trecho do artigo de Roberto Mangabeira Unger: "Afirmo ser obrigação do Congresso Nacional declarar prontamente o impedimento do presidente. As provas acumuladas de seu envolvimento em crimes de responsabilidade podem ainda não bastar para assegurar sua condenação em juízo. Já são, porém, mais do que suficientes para atender ao critério constitucional do impedimento. Desde o primeiro dia de seu mandato o presidente desrespeitou as instituições republicanas. Imiscuiu-se e deixou que seus mais próximos se imiscuíssem, em disputas e negócios privados".

Talvez, então, a razão para a nomeação de Roberto Mangabeira Unger tenha sido de ordem político-partidária. Ou seja, o filósofo traria para o governo a base social representada por seu partido, ampliando o número de legendas que davam sustentação à administração Lula no Congresso. Como vimos, no entanto, Roberto Mangabeira Unger passou a maior parte da vida nos Estados Unidos, o que o forte sotaque não deixava desmentir. Não possuía qualquer base social, nem traria consigo qualquer força orgânica da sociedade.

Quanto a seu partido, o minúsculo PRB (Partido Republicano Brasileiro) tinha menos de 8 mil filiados quando Roberto Mangabeira Unger se tornou ministro e era um dos menores partidos políticos do País. Não agregava praticamente nada à base aliada de Lula. Por apoio político-partidário não faria sentido nomear Roberto Mangabeira Unger. Afinal, o PRB, ligado à Igreja Universal do Reino de Deus, possuía apenas três deputados federais, um senador e o vice-presidente da República, José Alencar (MG), que saíra do PL (Partido Liberal) em decorrência do escândalo do mensalão e foi o grande incentivador da nomeação do filósofo.

Em outro trecho do famoso artigo, Roberto Mangabeira Unger afirmou que "Lula fraudou a vontade dos brasileiros", ameaçava a democracia "com o veneno do cinismo" e tinha um projeto de governo que "impôs mediocridade". E mais: "Afirmo que o presidente, avesso ao trabalho e ao estudo, desatento aos negócios do Estado, fugidio de tudo o que lhe traga dificuldade ou dissabor e orgulhoso de sua própria ignorância, mostrou-se inapto para o cargo sagrado que o povo brasileiro lhe confiou".

Para fazer a vontade de seu vice José Alencar, um homem leal e doente, Lula só precisaria ter dito que gostaria muito de nomear alguém indicado por ele, mas não poderia ser o homem que o acusara de chefiar o governo mais corrupto da história. Poderia ser qualquer um, menos aquele que conclamara o Congresso a derrubá-lo da Presidência da República, por corrupção. Por que Lula nomeou Roberto Mangabeira Unger, autor de acusação tão séria? Nas páginas deste livro, o leitor será convidado a encontrar a resposta.

23 de abril de 2012

"O CHEFE"


OchefeA cada página de O chefe, de forma crescente, tudo ao redor de Lula se conspurca. Não sobra um fio de honestidade, um gesto de ética.


Uma das mais famosas árias para baixo é “Madamina, il catalogo è questo”, da ópera Don Giovanni, de Wolfgang Amadeus Mozart, com libreto do veneziano Lorenzo da Ponte.

Nela, o servo de Don Giovanni, Leporello, conforta Dona Elvira, abandonada por seu patrão, de maneira irônica:

“Console-se! / Você não é / nem será / a primeira / nem a última. / Veja: / este pequeno livro / está totalmente cheio / com os nomes de suas amantes”.

O lacaio, então, apresenta imensa lista, na maioria das encenações estende-a pelo palco, e, diante da pobre mulher, canta:

“Cada vila, cada aldeia, cada país / é testemunha de sua andanças donjuanescas. / Minha Senhora, este é o catálogo / das belas que meu senhor amou; / é um catálogo feito por mim. / Observe, leia comigo”.

E Leporello passa a enumerar as incríveis, sobre-humanas conquistas de Don Giovanni:

“Na Itália, seiscentas e quarenta, / na Alemanha, duzentas e trinta e uma, / cem na França, / na Turquia noventa e uma. / Mas na Espanha já vão mil e três!”.

E assim prossegue o fiel Leporello, fornecendo não só números, mas detalhes das preferências sexuais de seu patrão (1).

A cena é, em parte, pura bufonaria – mas ganha dimensão dramática frente à dor da mulher, Dona Elvira, que descobre a verdade, olhando, estupefata, para a lista fora do comum: ela nada representa para Don Giovanni, o cínico por excelência, cujo discurso sedutor esconde incontrolável egolatria.
No entanto, essa mulher traída, juntamente com outras vítimas de Don Giovanni, não se decepcionam apenas; movidas pela indignação, buscam a justiça que, no final da ópera, acaba por prevalecer.

A história brasileira contemporânea não se assemelha a uma ópera e o jornalista Ivo Patarra está longe de ser um Leporello, mas seu livro, O chefe, causa o mesmo impacto do extraordinário catálogo das conquistas amorosas de Don Giovanni – e transforma a maioria dos cidadãos brasileiros em vítima de um dos maiores engodos políticos que o país já conheceu.

As 457 páginas de O chefe reúnem, de maneira didática, os escândalos que pontuaram quase oito anos de governo Lula; e causam impacto assombroso: o que foi disseminado jornal a jornal, edição a edição, agora constitui dossiê impressionante, assustador.
E semelhantes à Dona Elvira, lemos cada nome, cada fato, cada uma das centenas de cifras para, ao final, constatar que somos personagens inócuos numa trama gigantesca, cujas imoralidade e perfídia encontram-se muito além do que a imaginação pode conceber ou a mídia noticiar.

Conhecidos nomes estão ali – Antônio Palocci, Delúbio Soares, José Dirceu, Devanir Ribeiro, Altivo Ovando Júnior, Valdemir Garreta, José Mentor, Gilberto Carvalho, Renan Calheiros, José Sarney, Romero Jucá, Rogério Buratti, Luiz Gushiken e tantos outros –, agora participando da narrativa que obedece a certa lógica nefasta: os fatos, quando veiculados por jornais, rádios, tevês e internet, tinham a aparência de casos estanques, mas reunidos em livro se transformam num continuum, numa estratégia criminosa de governo que tem começo, meio e, de acordo com o que presenciamos neste setembro de 2010, não terá fim.

Há tal número de crimes, repetem-se com obstinação tão desavergonhada, o descalabro alcança tamanho nível, que, diante dos fatos, só é possível levantarmos duas hipóteses, igualmente paroxísticas:

1ª) é tudo mentira, trata-se de um complô nacional contra o governo mais justo, igualitário e inocente que já existiu na história da humanidade e contra um presidente da República que, verdadeiro santo, está prestes a ganhar, em vida, a honra dos altares;

2ª) é tudo verdade, estamos diante não de um governo, mas de uma escola de cinismo, de um grupo que, ansioso por chegar ao poder, finalmente alcançou seu objetivo e, agora, não admite e não admitirá quaisquer obstáculos a sua fúria de enriquecimento e controle absoluto de todas as instâncias da República.

Tenhamos escolhido qualquer uma das hipóteses, os fatos vêm sempre acompanhados, como já tive a oportunidade de afirmar (2), do exacerbado personalismo político; do populismo marcado por discursos nos quais o deboche, o riso e o sarcasmo transformam-se em recursos demagógicos de largo uso; da logorreia coalhada de disfemismos que serve a um método ilusionista, cuja pretensão é camuflar a política que menospreza e ridiculariza o Poder Judiciário, apoia e faz alianças com regimes ambíguos ou abertamente ditatoriais, mantém a maioria do Congresso Nacional submissa e considera toda a realidade sob uma visão monista, segundo a qual o presidente da República não é apenas mais um governante, mas, sim, o redentor do país.

É curioso, no entanto, que a realidade não obedeça às artimanhas. A cada página de O chefe, de forma crescente, tudo ao redor de Lula se conspurca.
Não sobra um fio de honestidade, um gesto de ética. Mas exagero. Há uma segunda opção: as pessoas que rodeiam o presidente – alguns, seus amigos de longuíssimos anos – ou se conspurcam ou enriquecem, sempre de forma desonesta ou, no mínimo, duvidosa; e Lula nunca sabe de nada.

Escândalo após escândalo, suas falas seguem os mesmos chavões, com direito ao pobre temário coligido por Patarra:

a) refere-se ao amigo ou apoiador como um arrependido que peca, confessa, pede perdão e, pobre homem, reincide;

b) a imprensa é injusta, não admite um governo de esquerda e prejulga sem provas os bons samaritanos;

c) o Brasil precisa acordar para as coisas boas que estão acontecendo, pois nunca antes na história deste país...; e

d) sorriso maroto, braços abertos... e logo a seguir uma piadinha chula.
Personagem, convenhamos, que se adéqua perfeitamente à pior estética popularesca – e exatamente por essa razão agrada.

“República sindicalista”


Por muito menos, Pierre Bérégovoy, primeiro-ministro de François Mitterrand de 1992 a 1993, cometeu suicídio. Acontece que na velha França a corrupção também grassa, mas lá alguns ainda acreditam na importância de manter a própria honra.
Aqui, não. Entre nós, o que impera é o pensamento de Delúbio Soares, colhido por Ivo Patarra: “Quando você está no governo, você é o dono do mundo. Você não tem preocupação com nada”. Ou talvez prefira-se recordar a fala de Klinger Luiz de Oliveira – petista que, segundo Patarra, está sempre acompanhado de um revólver: “Com o poder não se brinca, o poder tudo pode”.
Uma pequena parcela de cidadãos, contudo, aprecia mais esta outra pérola gravada por Patarra, o veredicto de Hélio Bicudo sobre Lula: “Ele é mestre em esconder a sujeira debaixo do tapete. Sempre agiu dessa forma”.

Mas O chefe não é apenas uma coletânea de sordidezes. Não. Ivo Patarra investiga as possíveis causas dos sucessivos e ininterruptos casos de corrupção, chegando a se aproximar de algumas, como neste elucidativo trecho:

Em abril de 2008, o jornal O Globo, do Rio, ajudou a entender Lula um pouco melhor. Publicou o artigo “Lula, o pelego”, do professor Francisco Weffort, fundador do PT e secretário-geral do partido de 1984 a 1988.

Ele relatou uma viagem internacional na qual acompanhou Lula na década de 80. Um dirigente sindical metalúrgico foi agressivo com Lula na Alemanha. Estava furioso porque enviara dinheiro a São Bernardo do Campo (SP), mas não recebera qualquer prestação de contas do sindicato comandado por Lula.
Já naquela época, Lula se desvencilhou do problema. Não sabia de nada.

Na mesma viagem, o mesmo constrangimento voltaria se repetir nos Estados Unidos. Sindicalistas norte-americanos igualmente não teriam recebido a prestação de contas de um dinheiro encaminhado ao Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, berço político de Lula.
Novamente Lula desconversou e fez que não era com ele.

Francisco Weffort saiu da direção do PT em 1989, e desligou-se do partido em 1995. Trecho do artigo:

“Até então era difícil imaginar que um partido tão afinado com o discurso da moral e da ética pudesse aninhar o ovo da serpente. Minha dúvida atual é a seguinte: será que a leniência do governo Lula em face da corrupção não tem raízes anteriores ao próprio governo? A propensão para tais práticas não teria origem mais antiga, no meio sindical onde nasceu o PT e a atual ‘república sindicalista’?”.

É possível que jamais saibamos a resposta. Mas ao final da leitura uma possibilidade nos assalta: no espaço de uma ou duas décadas, quando o livro de Ivo Patarra for consultado, seus hipotéticos leitores talvez perguntem, qual Donas Elviras abobalhadas: como eles chegaram ao poder e lá permaneceram por tanto tempo? A resposta, hoje, inclui não somente o bom período econômico vivido pelo país, fruto principalmente do governo que antecedeu Lula, mas também a oposição inepta, o Judiciário moroso e senil, o Legislativo conivente – e o promíscuo imperativo da Lei de Gérson, único irresistível dever da maior parte dos nossos políticos.

Ouvindo mais uma vez a ária de Mozart, percebo que há algo de melancólico na cena, pois toda insaciabilidade é, no fundo, um caso patológico. A justiça dos mortos se encarregará, no final da ópera, de purgar a desolação de Dona Elvira, eliminando o deletério Don Giovanni.

Quanto ao catálogo de Ivo Patarra, este não nos permite nenhuma melancolia, pois a denúncia dos crimes de uma quadrilha que se enraíza cada dia mais nos escaninhos do governo – centenas de homens movidos pela cobiça – inocula em nós um único desejo: que Nêmesis não seja apenas um mito, e que ela ressurja para cumprir seu papel, vingar os crimes e punir a hybris humana, ou seja, o crime do excesso, da desmedida, o ultraje e a arrogância que se acreditam intocáveis, acima de todos os mortais.

Escrito por Rodrigo Gurgel
Notas:
1 - Aqui, a conhecida versão para o cinema, dirigida por Robert Losey: http://www.youtube.com/watch?v=LczenCYK8No

2 - Na resenha que escrevi sobre o livro La libertad a prueba, de Ralf Dahrendorf: http://www.imil.org.br/artigos/a-imprescindivel-sociedade-dos-erasmistas/


ABSURDO: A REGULAMENTAÇÃO DAS PROFISSÕES DE HISTÓRIADOR E FILÓSOFO

Dois projetos, um na Câmara dos Deputados e outro no Senado, pretendem regulamentar a profissão de filósofo e de historiador: é a imposição da censura à moda da regulamenteção da profissão de jornalista e da criação do Conselho Federal de Jornalismo.

Os leitores habituais já conhecem o meu antagonismo em relação à regulamentação das profissões.
Regulamentar uma profissão é burocratizá-la: é o primeiro passo para o sindicalismo oficialista, e dali para a criação de um corporativista e mafioso conselho de classe.
Regulamentar uma profissão é fazer com que o diploma valha mais do que o conhecimento que o merece... ou deveria merecê-lo.
Regulamentar uma profissão é estabelecer uma sociedade de trincheiras, composta por aglomerações de grupos de interesses que só argumentam ad auctoritatis e deslegitimam a priori qualquer pensamento divergente.
Regulamentar uma profissão é promover o monopólio estatal do conhecimento e a marginalização das atividades lícitas por pessoas autodidatas íntegras e de boa fé.
Regulamentar uma profissão é impor o controle, por meio de engenharia sociais, à sociedade, valendo-se da doutrinação ideológica em massa pelos canais oficiais ou legais; e dotar o estado de meios com que deslegitimar e perseguir os dissidentes.
Pois saibam que estão em fase de projeto de lei a regulamentação de duas atividades que são inerentes às próprias liberdades individuais fundamentais de pensamento e de expressão de todo e qualquer brasileiro: a de historiador e a de filósofo.
A regulamentação da profissão de historiador, proposta pelo senador Paulo Paim, do PT/RS, sob o nº 368/2009, já teve seu texto final aprovado pela Comissão de Assuntos Sociais do Senado e atualmente está sob a relatoria do senador Cristovam Buarque (PDT/DF).
Além de citar um esdrúxulo rol de atribuições privativas, estabelece que somente poderão ser historiadores aqueles aprovados em curso de nível superior de História em instituições regulares de ensino nacionais ou estrangeiras, após revalidação no Brasil, e registrados nas Superintendências do Ministério do Trabalho.
Por sua vez, a regulamentação da profissão de filósofo, de iniciativa do Deputado Federal Ciovanni Cherini (PDT/RS), atualmente tramita na Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público (CTASP), tendo esgotado o prazo para a apresentação de emendas, sendo que nenhuma o foi, o que resulta que o texto inicial deverá ser aprovado conforme proposto.
De teor semelhante ao de historiador, difere apenas no artigo que aceita os filósofos autoditadas que tenham desempenhado suas atividades há pelo menos cinco anos anteriores à data da publicação da lei (Art. 1º, “e”), bem como elege a Academia Brasileira de Filosofia como a representante da filosofia e língua filosófica nacionais (Art.7º).
Quando enfim estas duas propostas converterem-se em lei, virtualmente qualquer pessoa poderá ter o seu direito de liberdade de expressão cerceado por uma mera notificação dos respectivos órgãos de classe. Sem exageros ou metáforas, é a mais pura imposição da censura e do pensamento único, aliás, em perfeita sintonia com as metas de controle social da mídia almejadas pelo PT e pelas esquerdas, agora atacando por outros flancos, a exemplo da tentativa da regulamentação da profissão de jornalista e criação do orwelliano Conselho Federal de Jornalismo.
Duvidam? Pois leiam o Art. 5º da Proposta de Regulamentação da Profissão de Filósofo: “Art. 5º - Admitir-se-á, igualmente, a formação de empresas ou entidades de prestação de serviço previstos nesta Lei, desde que as mesmas mantenham Filósofo como responsável técnico e não cometam atividades privativas de Filósofo a pessoas não habilitadas.”
Filósofo como “responsável técnico”? Arre, égua! Mas, olhem aí: “...e não cometam atividades privativas de filósofo a pessoas não habilitadas”. Como diz o ditado popular... “para bom entendedor, meia palavra, besta!”;
É importante destacar que não somente os “leigos” ou “autoditadas” provarão do gosto da fita adesiva, mas também os próprios historiadores e filósofos que descumprirem com as futuras resoluções dos seus respectivos órgãos reguladores da profissão. Falo, claro, daqueles que conseguirem escapar à peneira das instituições de ensino, pois estas já têm sua grade curricular totalmente formatada para promover a mais descarada doutrinação ideológica
Se alguém possa duvidar de tamanha maquiavelice, basta tomarem conhecimento das perseguições promovidas contra as psicólogas cristãs Rosângela Justino e Marisa Lobo. Os distraídos e ainda mais os sonsos virão com aquele papo furado de “estado laico”, mas como já demonstramos de forma inegável, o Conselho Federal de Psicologia promove intenso e atenção, ilegal(!) protagonismo político-ideológico em favor da campanha gaysista e de controle social dos meios de comunicação, expressão que significa não outra coisa que a censura pelo estado e por sua militância.
Já disse e repito: o Conselho Federal de Psicologia comete o duplo crime de prevaricação e abuso de poder, coisa que os (seletivamente) zelosos Procuradores da República já deveriam ter tomado alguma atitude há muito tempo!
Qualquer pessoa pode ser um historiador – grandes historiadores do mundo não fizeram nenhum curso na área; porém, se alguém considerar útil frequentar uma faculdade de História, e se esta demonstrar por sua real competência que é capaz de forncer mais informações, então...tanto melhor!
Qualquer pessoa pode ser um filósofo – os maiores filósofos da história não fizeram nenhum curso na área; porém, se alguém considerar útil frequentar uma faculdade de Filosofia, e se esta demonstrar por sua real competência que é capaz de fornecer uma formação mais completa, então...tanto melhor!
Qualquer pessoa pode ser um jornalista – grandes, reconhecidamente competentes e famosos jornalistas jamais pisaram numa faculdade como alunos; porém, se alguém considerar útil frequentar uma faculdade de Jornalismo, e se esta demonstrar por sua real competência que é capaz de fornecer uma formação mais completa, então...tanto melhor!
Quando as faculdades cumprem o seu papel de oferecer conhecimento, nada há de mal que existam! Quando um determinado profissional decide livremente adquirir conhecimento em uma faculdade para com isto melhorar o desempenho de suas atividades, nada de mal há nisso! É da própria essência de uma sociedade livre!
Entretanto, o grande perigo é transformar as faculdades em filtros formais de seleção ideológica e criar obstáculos para que somente as pessoas que passem por tais seleções sejam habilitadas a exercer suas atividades. No caso das ciências sociais e humanas, trata-se do maior dos perigos.
Não tarda - não duvido - que os poetas, pintores, escultores e até os padres e pastores venham a ter em breve suas atividades reguladas pelo estado. Os músicos já o haviam sido, pela pena de Getúlio Vargas, até que tamanha estultice foi recentemente extinta pelo STF. Será que irá nos salvar da próxima vez?


P.S.: Quem quiser participar de uma petição em repúdio à proposta de regulamentação da profissão de filósofo, clique aqui. Agradeço quem souber onde haja ou quem criar uma equivalente para a de historiador.

Escrito por Klauber Cristofen Pires
23 de abril de 2012

PESQUISA APONTA O QUE O ELEITOR BRASILEIRO ACHA QUE PRECISA MUDAR

Uma recente pesquisa que avaliou o desempenho do governo da presidente Dilma Rousseff também apontou aqueles itens que a população acha que devem ser corrigidos, e é aí que Dilma deve concentrar seus esforços para conseguir a quase unanimidade dos eleitores.

A presidente deve prestar atenção nos dados abaixo transcritos e fazer os necessários acertos nesses itens:

A área com pior avaliação é a de impostos. A carga tributária brasileira foi desaprovada por 65% da população, seguida pelas áreas de saúde (63%) e segurança pública (61%).

As altas taxas de juros cobradas nos empréstimos também são motivo de profundo descontentamento para aqueles que têm de fazer empréstimos em estabelecimentos financeiros.

No Brasil, o spread bancário é altíssimo, o que inclusive desestimula a poupança e é sabido que nenhum país consegue ter uma economia auto- sustentável sem uma poupança interna robusta.

Os bancos brasileiros cobram dos tomadores de empréstimos juros de agiotas e remuneram os poupadores com taxas rídiculas.

Quanto aos juros praticados pelos bancos brasileiras,Dilma já deu a resposta quando determinou a redução das taxas por parte dos estabelecimentos governamentais, como a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil,medida que já foi posta em prática com total apoio da população.

A presidente já começa a tomar algumas medidas, embora ainda muito tímidas, no que diz respeito a nossa carga tributária, uma das mais altas do mundo, com o agravante e que a população tem um péssimo retorno daquilo que lhe é cobrado por parte do Governo.

Realmente nossos serviços públicos de Educação, Saúde e Segurança são de péssima ou nenhuma qualidade e representam uma verdadeira ofensa a todo o povo brasileiro
São esses os pontos que o eleitor brasileiro gostaria que o Governo fizesse com urgência a correção devida, e sinceramente acho que o povo está coberto de razão e não está pedindo muito.

José Carlos Werneck
23 de abril de 2012

NOTA AO PÉ DO TEXTO

A pesquisa parece-me duvidosa. Não pelo que ela indica como pontos que necessariamente devam mudar, mas possivelmente, usando algum critério de ordem apenas econômico, enumera um conjunto de medidas dessa ordem e passa levemente sobre o essencial, que seria o retorno da brutal carga tributária em serviços públicos de qualidade na educação, saúde, segurança, transportes etc. A dúvida fica por conta da 'população' consultada.

Não sei qual foi esse público, mas pelo grau de preocupação e pela relação dos pontos apresentados para mudança, acredito que sejam eleitores com excelente formação e nenhuma preocupação financeira, ou com os serviços públicos, já que desfrutam do privilégio dos serviços oferecidos pela iniciativa privada. Além, claro, de estarem situados nos melhores bairros das melhores Capitais, onde funcionam a segurança, o saneamento, os serviços etc.

Interessante também, essa história de procurar saber o que o 'eleitor brasileiro gostaria' que o Governo fizesse com urgência. A obrigação e a responsabilidade de responder pela qualidade dos serviços públicos fica no patamar dos 'favores'.
"Nós gostaríamos..." Não! Nós exigimos que o Governo cumpra a sua obrigação! Que faça as reformas necessárias: política, fiscal e tributária, previdenciária; que acabe com a impunidade; que feche o ralo da corrupção, por onde escorrem os recursos públicos; que moralize o Congresso, não negociando com o fisiologismo de uma coalização de araque... Que faça valer o princípio da autoridade e de uma verdadeira democracia.

Engraçado é falar em 'população'... Que população?! Pergunte a alguém do povo (população) se sabe o que é ' spread bancário'. ou qual a importância da redução dos juros da poupança, na sua 'vidinha' sem qualquer resquício de cidadania... Ou de poupança!
Essa população fictícia, que anda pelas estatísticas de uma certa elite econômica, existe somente lá e nos tratados de sociologia inócuos com o seu conceito de 'povo', uma mentira abstrata...

Realizem uma pesquisa, por exemplo, lá no Rio de Janeiro, nos terminais dos trens urbanos, e perguntem a 'população' o que deveria ser feito para melhorar as condições em que vive. E se alguma coisa já foi feita para alterar essas condições... Ou em qualquer terminal de transporte público... Nos estádios de futebol... Nas feiras... Nos lugares, enfim, onde podemos encontrar a 'população'...

Aí o bicho vai pegar e a pesquisa se torna impublicável.
m.americo

http://www.youtube.com/watch?v=GAqIuP9A-Zw&feature=player_detailpage


HÁ ANOS O GOVERNO JÁ SABIA COMO A EMPREITEIRA DELTA ATUAVA


O Estadão revela que há anos o governo federal já tinha informações de irregularidades cometidas pela Delta Construções. Desde 2007 a Controladoria Geral da União identificou problemas em pelo menos 60 obras tocadas pela Delta no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), seu principal cliente.
O valor dos contratos com falhas alcança R$ 632 milhões.
Agora, com anos de atraso, o governo estuda proibir a Delta Construções, principal empreiteira do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), de firmar contratos com a União. Os ministros da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e da Controladoria-Geral da União (CGU), Jorge Hage, determinaram a abertura de processo para declarar inidônea a construtora, que faturou, só no ano passado, mais de R$ 884,4 milhões com obras federais.

Como se sabe, a decisão do governo federal só veio depois do escândalo desencadeado pela Operação Monte Carlo, que revelou indícios de envolvimento da empreiteira com a organização do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e escancarou suas relações com políticos.

A decisão se baseia nas numerosas denúncias veiculadas recentemente no âmbito da Operação Monte Carlo da Polícia Federal, “com indícios veementes de tráfico de influência”, e em informações da Operação Mão Dupla, que apontam o pagamento de propina e outras vantagens pela Delta a servidores do Dnit no Ceará. A denúncia contra funcionários da autarquia e da empreiteira foi enviada na sexta-feira à Justiça pelo Ministério Público Federal no Estado.

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CASO A CASO

A CGU informa que a Delta terá direito a ampla defesa e ao contraditório no processo de inidoneidade. Caso receba a sanção, além de proibida de tocar novas obras para o governo, poderá perder contratos já em execução. A possibilidade de rescisão será, contudo, avaliada caso a caso, levando-se em conta estágio dos serviços e se a interrupção não prejudicaria o interesse público.
Nos últimos dias, vários Estados têm anunciado ações para investigar a Delta. Em Minas Gerais, por exemplo, o Ministério Público fará um “pente-fino” em todos os contratos públicos da construtora. Até o Estado do Rio de Janeiro (cujo governador Sergio Cabral é amigo e ex-concunhado de Fernando Cavendish, dono da Delta), também decidiu investigar a empresa, embora ninguém acredite nisso, é uma espécie de maior piada do ano.

SEDES DA DELTA EM BRASÍLIA E GOIÂNIA FUNCIONAVAM COMO 'ESCRITÓRIOS' DE CACHOEIRA


É inacreditável o que está acontecendo no caso do contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, antes mesmo de começar a funcionar a CPI Mista no Congresso. A cada dia aumentam as denúncias, que revelam fatos estarrecedores.


A análise de 4 mil páginas do inquérito da Polícia Federal, com a gravação de diálogos telefônicos autorizados pela Justiça sobre as atividades do empresário-bicheiro-atravessador, comprovam que ele transformou as sedes da empreiteira Delta Engenharia, em Goiânia e em Brasília, em um gabinete de despacho com os colaboradores da sua organização criminosa.


Além disso, alguns dos integrantes do grupo usaram para operacionalizar suas negociatas veículos arrendados em nome da Delta, conforme registros do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). E não fica só nisso: planilha de movimentação financeira elaborada pelo delegado federal Deuselino Valadares, sócio oculto da empresa Ideal Segurança com o contraventor, revela intensa movimentação de valores do grupo de Cachoeira para a Delta Engenharia.


Mais um pouco e se chegará à conclusão de que Cachoeira é o verdadeiro dono da Delta, e Fernando Cavendish (o amigo de fé, irmão camarada e ex-concunhado do governador Sergio Cabral) apenas um laranja, ou testa de ferro, como se dizia antigamente.

O SONHO ACABOU: O GOVERNO VAI BAIXAR O RENDIMENTO DA POUPANÇA

Reportagem de Victor Martins, no Correio Braziliense, mostra que duas minutas de Medida Provisória estão sobre a mesa do ministro da Fazenda, Guido Mantega, propondo mudança nas regras da caderneta de poupança.


A poupança tem rendimento fixado em lei de 6,17% ao ano mais a variação da taxa referencial (TR), incompatível com uma Selic de 8%, que serve de parâmetro para os ganhos nos fundos de renda fixa e DI, principais financiadores da dívida pública.


Na avaliação do governo, mexer na mais tradicional modalidade de investimentos do país tornou-se urgente para não comprometer a política de cortes da taxa básica de juros (Selic), que, desde agosto do ano passado, recuou 3,5 pontos percentuais, para 9% ao ano, devendo alcançar 8% até julho próximo.


Apesar do desconforto e do desgaste político que terá de enfrentar, sobretudo neste ano eleitoral, a presidente Dilma Rousseff está convencida de que chegou a hora de encarar as alterações na caderneta. Mudanças que evitarão um grande desarranjo no mercado financeiro e deixarão o Brasil mais parecido com o mundo civilizado.

23 de abril de 2012

A COPA DA FIFA

As perguntas que mais escuto são se o Brasil vai ganhar e se vai organizar uma ótima Copa do Mundo.

Imagino que os estádios estarão prontos, que serão confortáveis, bonitos, que os aeroportos e outros meios de transporte vão melhorar – piorar não tem jeito -, que os turistas serão bem-recebidos (o brasileiro é gentil), que não haverá nenhuma catástrofe, e que a violência será menor que a habitual, já que os baderneiros e os marginais, de rua e de colarinho branco, também gostam de futebol. E ainda se acham patriotas. Nada será excepcional nem tão ruim.

Na África do Sul, mesmo com credencial de jornalista e ingresso, ninguém conseguiu, em um jogo, achar seu lugar marcado. Mais de uma vez, ficamos mais de uma hora para estacionar em volta do estádio, no lugar marcado. Cada funcionário dizia uma coisa.

Na Alemanha, vi jornalistas sentados no chão, trabalhando com seus computadores, porque não havia cadeira e mesa para todos.

O Ministério do Esporte e os membros do comitê da Copa não precisam ser presunçosos e dizer que o Brasil fará a melhor Copa da história. Basta fazer uma boa Copa.

De fortes empresários a ambulantes, todos querem faturar com a Copa. Duvido que a Fifa, dona do Mundial, mesmo garantida pela Lei Geral da Copa, evite a pirataria e a venda de produtos não credenciados.
Melhorar os caóticos aeroportos e outros meios de transporte não será legado deixado para a população. São obrigações do governo, que já deveria ter feito há muito tempo.

Problemas sempre existem em todos os países. Grave é anunciar que não haveria dinheiro público, o que não é verdade. Grave é subsidiar estádios particulares. Grave são os elefantes brancos, como os de Manaus, Natal, Brasília e Mato Grosso do Sul, onde não há um time na Série A do Brasileiro. Grave são as desapropriações de casas humildes, em volta de estádios que serão, depois, pouco usados. Grave são os atrasos nas obras, o que aumentam os custos e facilitam as falcatruas.

E o Brasil vai ganhar a Copa? Em casa e se melhorar, terá boas chances. Absurda é a tabela. Se o Brasil não chegar à final, o que hoje seria o esperado, não haverá um único jogo da seleção no Maracanã.

Em casa, não basta ganhar. O torcedor vai exigir excelente futebol. Vencer do jeito do Chelsea não será suficiente. O Barcelona perdeu seis claríssimas chances de gol. Mesmo assim, os analistas de resultados disseram que a defesa do Chelsea anulou o Barcelona.

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CENTENÁRIO

O América, no dia 30, completa cem anos. Quando era menino, ia, com meu pai, assistir aos treinos e jogos do América. Conversava com os jogadores. Depois, íamos para o Café Pérola, ao lado da Praça Sete, lugar de encontro dos cornetas americanos. Enquanto tomavam café, criticavam e elogiavam técnicos, jogadores e árbitros.
Fui convidado para a festa do centenário, para ser homenageado, já que atuei nas categorias de base do clube. Era a melhor do futebol mineiro. Biju era o técnico. Infelizmente, não poderei comparecer. Viajo de férias, antes dessa data. Estou, há meses, com passagens e hotéis reservados e pagos. Não há como mudar. Fica aqui minha homenagem ao clube.

23 de abril de 2012
Tostão

CHARGE DO DUKE

23 de abril de 2012

CPI PODE INVESTIGAR REPASSES DE CACHOEIRA À CAMPANHA DE LULA



Incentivador da CPI do Cachoeira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode virar um dos focos da comissão de inquérito.

A oposição tirou da gaveta depoimento do advogado Rogério Buratti à CPI dos Bingos, em 2005, no qual ele diz que em parceria com “empresários dos jogos” do Rio de São Paulo, Carlinhos Cachoeira teria dado R$ 1 milhão de caixa dois para campanha de Lula em 2002.

Cachoeira foi preso pela Polícia Federal por envolvimento com o jogo ilegal e seus negócios serão investigados por uma CPI no Congresso.
A comissão deve ser criada hoje e terá maioria governista, com votos suficientes para barrar os planos da oposição.

Diz o texto da CPI dos Bingos: “Rogério Tadeu Buratti afirmou de maneira firme e clara que o senhor Waldomiro Diniz, representando José Dirceu, arrecadou dinheiro de ‘bingueiros’ no Estado do Rio de Janeiro, e ainda da Gtech e do empresário de jogos Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e que o valor arrecadado por Waldomiro seria algo em torno de R$ 1 milhão.”

No total, segundo o relatório, “empresas de jogos” irrigaram “a campanha do presidente Lula e o PT” com R$ 2 milhões de reais. “Os recursos transitaram pelo comitê financeiro da campanha.”

Buratti foi secretário do ex-ministro Antonio Palocci na prefeitura de Ribeirão Preto (SP). Waldomiro Diniz, citado por ele, era braço direito do então ministro José Dirceu, que coordenou a campanha de Lula em 2002.

O ex-senador Efraim Morais (DEM-PB), relator da CPI dos Bingos, disse que a investigação dessa denúncia não foi aprofundada na época porque houve uma manobra governista que impediu a quebra de sigilos bancários.

Assessor do ex-presidente Lula, Paulo Okamoto, disse à Folha que a oposição tem que convocar outro ex-ministro, José Dirceu, para explicar a declaração, e não o Lula. “Se o Buratti está dizendo que recebeu o dinheiro tem que chamar o Buratti, o Cachoeira, o Zé Dirceu.”

“O Lula queria tanto a CPI que pode até ser sorteado com um depoimento para explicar o dinheiro do Cachoeira na sua campanha”, afirmou o líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR).

“Teremos o vale a pena ver de novo. Se o propósito dessa CPI era atingir as oposições ou criar uma névoa sobre o julgamento do mensalão o tiro pode sair pela culatra”, complementou o líder do PSDB, deputado Bruno Araújo (PE).

Buratti, que mora hoje na Itália, não foi localizado pela Folha. Ele foi investigado pela CPI dos Bingos devido a sua ligação com a Gtech, empresa que a CEF (Caixa Econômica Federal) tinha contrato para operar as loterias.

23 de abril de 2012 

A INCOERÊNCIA DAS PESQUISAS

77% de popularidade de Dilma derrubados pelo desaforo de 57% para Lula


Nada é mais história, nem mais oficial que uma pesquisa de opinião eleitoral feita sob encomenda. Já que se admite qualquer história oficial no Brasil, não há do que reclamar se o instituto Datafolha colocou, no meio de uma simples e prematura avaliação de desempenho do governo Dilma, uma pergunta que, além de não ter nada a ver com as calças, ainda deixa tudo de fora:

- Quem deve ser o candidato do PT à presidência em 2014?

Isso nem é uma pergunta; é um desaforo, uma falta de respeito pela primeira-mulher-presidenta em exercício do cargo que, pelo visto, vem agradando de tal maneira à plebe ignara que desagrada as elites do seu próprio partido.
Daí para pular de um mero levantamento sobre a atuação da governanta neste primeiro ano e um trimestre de governo e cair nas graças de quem fica doente quando não está no poder, foi só uma questão de saltar em distância com a dignidade olímpica de uma Maurren Maggi que entra nesta versão como Poncio Pilatos entrou no Credo.

Pois a pesquisa do Datafolha que deu 77% de popularidade para Dilma, é a campeã nacional do pulo do gato. Conta a história oficial e diz:

Foram realizadas 2.588 entrevistas nesse país com mais de 195 milhões de habitantes. O levantamento revela que 57% dos entrevistados preferem Lula como candidato a presidente da República, em 2014; já 32% ficariam com Dilma; 6% não querem nada com a coisa; 5% não sabem nada da coisa e... 2% apenas têm uma boa ideia e não são petistas.

Claro que esses últimos não foram assim classificados pelos contadores da história oficial. São, apenas fruto da conclusão dos homens de má vontade contra o status quo que emplasta o Brasil da Silva. De qualquer maneira, deu para matar a pau e mostrar a cobra: do lado de cá da história conclui-se facilmente que dos 2.588 entrevistados, só 51 não eram petistas.

Recomenda-se que a próxima pesquisa seja feita com os militantes do Movimento Anticorrupção que estavam na Esplanada dos Ministérios nesse 21 de abril, data de aniversário de Brasília, Dia de Tiradentes e do anúncio da morte de Tancredo Neves, o melhor presidente que o Brasil nunca teve.
23 de abril de 2012