"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sexta-feira, 14 de setembro de 2012

DESCOBERTA A IDENTIDADE SECRETA DO DIRETOR DO FILME QUE REVOLTOU OS ISLAMITAS

 

“Nós entramos nessa sabendo que isso provavelmente ia acontecer”, diz Steve Klein, o ativista cristão que produziu “Innocence of Muslims”, o filme que está levando o caos ao mundo árabe por mostrar um retrato ofensivo de Maomé.

“E avisei Sam que ele seria o novo Theo Van Gogh”. Theo é o cineasta dinamarquês assassinado por extremistas muçulmanos e Sam é Sam Bacile – na verdade, Nakoula Basseley Nakoula, 55 anos, o cristão copta que adotou o pseudônimo para dirigir a fita.

Nakoula negou ser o diretor, mas foi desmascarado pela Associated Press e pela CNN, que verificaram que seu telefone era o mesmo de Bacile. Segundo a justiça americana, ele já se identificou como Nicola Bacily, Tobacco, Erwin Salameh, entre outros.

As suspeitas ficaram mais intensas quando, ao falar sobre o filme na soleira de sua casa, em Cerritos, California, ele manteve o dedão em cima do nome do meio, Basseley.
Verificaram-se, depois, várias conexões entre ele e seu alter ego. Está respondendo por fraudes bancárias e tem uma dívida de mais de 790 mil dólares com o Fisco. Também tem uma sentença de 21 meses de prisão e não pode usar computadores ou internet pelos próximos cinco anos.

Numa entrevista breve antes dos tumultos se alastrarem, Bacile/Nakoula disse que o Islã era um “câncer” e que sua intenção era fazer um manifesto condenando a religião. Nakoula está, agora, em sua casa, sob a proteção da polícia, cercado por jornalistas, esperando que decidam o que fazer com ele.

Descoberta a identidade verdadeira de Sam Bacile: o pilantra Nakoula Basseley Nakoula
A casa do “cineasta” cercada pela imprensa

14 de setembro de 2012
Kiko Nogueira (Diário do Centro do Mundo)

O HORROR DA GUERRA NA LÍBIA, SEGUNDO O ÚNICO FOTÓGRAFO BRASILEIRO A GANHAR O PRÊMIO ROBERT CAPA

 

O paulista de Botucatu André Liohn é um homem corajoso. Aos 39 anos, ele ganhou o prêmio Robert Capa de 2011 por sua cobertura da guerra civil na Líbia, onde o embaixador americano Christopher Stevens e mais três diplomatas foram mortos esta semana por extremistas muçulmanos.
Foi o primeiro sul-americano a obter a honraria em 57 anos. O prêmio é dado para fotos de conflitos.



André é correspondente de guerra há mais de dez anos e já esteve na Somália e na Síria. Faz free lances para redes como CNN, a revista Newsweek e a ONG Human Rights Watch. Doze de suas imagens foram premiadas, todas elas em Misrata, a cidade mais devastada pela guerra, que ficou dois meses sitiada pelas tropas do ditador Muamar Khadafi.

Trabalha sem colete porque, em sua opinião, ele atrapalha seus movimentos. Viu a morte de dois colegas em Misrata: o inglês Tim Hetherington e o americano Chris Hondros, atingidos por um morteiro. Liohn ajudou a trasladar os corpos. Fundou, com mais dez fotógrafos, a ADIL (Almost Dawn in Lybia), para coletar doações ao líbios com os direitos autorais de seu trabalho. Pretende fazer algo parecido no Brasil sobre “o momento em que o trauma se realiza na vida de uma pessoa.
É um país muito injusto”.

Ele prefere captar a ação sem se vincular a nenhum exército – ou seja, não fica “embedado”, como define o jargão dos profissionais que têm proteção dos soldados e tanques. Esteve perto da morte algumas vezes. Numa delas, estilhaços de uma bala se alojaram em seu pescoço.

Noutra, ficou refém na Turquia. Liohn é pai de um casal de crianças, Lyah, de 5 anos, e Anton, de 2, que vivem com a mãe na Itália. O que o motiva é aquele velho chamado que mobiliza os jornalistas antes de entrarmos na selva das corporações: “Quero deixar um mundo melhor para meus filhos”, diz.

Talvez seja ingenuidade. Mas o que importa é tentar — e André continuará tentando. Abaixo, mais uma de suas imagens que lhe renderam a medalha de ouro Robert Capa. São registros eloqüentes e chocantes, que levam o espectador ao coração da batalha e daquilo que Joseph Conrad definiu com perfeição como o horror, o horror.



14 de setembro de 2012
Kiko Nogueira (Diário do Centro do Mundo)
 

ELEIÇÕES, TOALHAS E A MANADA

 

Celso Russomano será o novo prefeito de São Paulo. Não, não estou em campanha. Aliás, nem tenho filiação político-partidária. Adentro hoje no escorregadio território das previsões políticas. Ocorre que você é um tremendo maria-vai-com-as-outras. Eu também. Todos nós somos, mesmo sem admitir. Isso já foi mais do que comprovado, mas um dos estudos que eu mais gosto tem a ver com toalhas em hotéis.

Os pesquisadores passaram algums meses pendurando nos banheiros de uma rede de hotéis uma placa sugerindo que os hóspedes reutilizassem as toalhas, evitando trocas diárias. Partes das placas trazia um apelo ambiental, mostrando que isso era ecologicamente correto. Outra parte ia além, e dizia que quase 75% dos hóspedes vinha aderindo à iniciativa.

Adivinhe. Nos quartos com a mensagem ecológica a taxa de reutilização foi de 35,1%, mas naqueles com a estratégia maria-vai-com-as-outras foi de 44,1%, um aumento de quase 10%. E o mais engraçado foi quando os pesquisadores mudaram um pouco a placa, dizendo que 75% dos hóspedes que tinham ficado naquele mesmo quarto reutilizara as toalhas.

Com isso, a adesão subiu para praticamente 50%. Na ausência de parâmetros muito claros sobre como devemos nos comportar (o que ocorre na maioria das situações), tendemos a seguir a manada.
Esse movimento de manada já foi investigado várias vezes nas eleições. Alguns estudos mostram que os eleitores tendem a migrar para quem está ganhando, exatamente como no caso das toalhas.

Alternativamente, existe também a hipótese do azarão, segundo a qual parte do eleitorado vota em quem está perdendo, visto como fraco e merecedor de uma espécie de compensação misericordiosa.

Há muito debate e poucas evidências definitivas sobre qual dos dois efeitos é mais importante, mas acho que Russomano se beneficia de ambos: as pesquisas vêm consistentemente mostrando-o na dianteira, o que favorece o comportamento de manada.

Por outro lado, os dois candidatos que vêm a seguir não se beneficiam do efeito azarão, pois fazem parte do status quo: José Serra é político tarimbado e conhecidíssimo, e Fernando Haddad foi ministro e é apoiado por ninguém menos que Lula e a presidente Dilma. O azarão é o próprio Russomano.

O efeito de manada pode ser usado para outros fins. Está ganhando força no Brasil o movimento de crowdfunding, ou “financiamento da galera”, numa tradução livre.

Alguém tem um projeto que acredita ser interessante para uma galera e lança a ideia em sites criados especificamente para esse fim, onde as pessoas podem contribuir com recursos para que a iniciativa saia do papel.

Eu mesmo fui entrevistado para um projeto de debates chamado diaLOGOS, que agora busca se viabilizar via crowdfunding. Conforme as doações vão se avolumando os internautas vão se empolgando, e quanto mais gente doa, mais incentivo há para que outros doem. Afinal, ninguém quer ajudar quem não mereça, mas sem critérios objetivos para definir quem merece, a aprovação dos outros acaba pesando.

Por isso fica a dica: se quiser financiar seu projeto, empreste algum dinheiro para várias pessoas contribuírem com um pouco; depois disso, coloque o número explícito no site, junto com a mensagem: ” As X pessoas antenadas e generosas que visitaram esse projeto e são interessadas como você no desenvolvimento do seu país, já contribuíram. Junte-se a elas!”

É a estratégia dos candidatos que chegam na reta final liderando as pesquisas, quando divulgam nas campanhas frases como “A cidade já escolheu, está todo mundo votando no fulano!”

Eles sabem que existem diversos outros elementos que influenciam na eleição que não podem ser ignorados. Mas nessa hora jogam tudo no movimento de manada, pois quando a boiada estoura, muitos outros elementos acabam pisoteados.

14 de setembro de 2012
Daniel Martins de Barros, O Estado de S. Paulo

Daniel de Barros é psiquiatra do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas (IPq-HC), onde atua como coordenador médico do Núcleo de Psiquiatria Forense e Psicologia Jurídica (Nufor). Doutor em ciências e bacharel em filosofia, ambos pela USP.

QUANDO O HUMOR DESENHA A REALIDADE


A CHARGE DO AMARILDO


 

DE AULA EM AULA

O Blog do Noblat vem publicando, mal termina a sessão do julgamento do mensalão, uma nota intitulada 'O que foi mais importante no --- dia'. Assinada por um advogado, a de ontem era da autoria da dra. Marina Bertucci.

Valho-me das palavras com que ela encerrou sua análise para iniciar meu texto:

“(...) de aula em aula, o julgamento vem servindo para sedimentar muitos entendimentos importantes para a correta condução do Estado Brasileiro. Aprendemos nós, aprendem os juízes e, por que não, aprendem os ministros”.

Até os leigos, como eu, estão tendo a chance de aprender. E muito. Por exemplo: o que a mim impactou foi conhecer o STF, suas idiossincrasias, seus defeitos e suas formidáveis virtudes.

Deploro os limites de idade para nomeação e aposentadoria. Precisa de mudança constitucional? Precisa. Acabamos de ver, numa manobra ladina, uma Proposta de Mudança Constitucional para dar à Marta Suplicy o que nem por um segundo se cogitou dar à Ana de Hollanda – mais verba para o ministério da Cultura. Tudo numa única tarde de sinetas atentas.

Se os ministros quisessem, pois, teriam mexido nesses limites que chegam a ser patéticos: nomeação aos 35 anos – ainda cheirando a fraldas – e aposentadoria no dia que completam 70 anos. É um presente de aniversário cruel e troncho – quando o juiz está no ponto, quando aprendeu tudo que tinha para aprender e para ensinar, 'já pra casa!'

Para mim tem sido importante em vários outros sentidos. Respeito pela enormidade do trabalho que os ministros enfrentam. A sede de saber da maioria deles. Uns mais vedetes, outros mais discretos, as duas ministras um belíssimo exemplo de como se comportar; há os simpáticos, os chatos e os que não se furtam a mostrar serviço sei lá eu a quem...

Gostei de ver o apreço à Literatura. Já ouvimos nesses dias grandes autores. Ontem, o maior espanto: o ministro Lewandowski – sim, ele mesmo! – citou Ortega y Gasset, coitado desse magnífico pensador que nunca imaginou ter suas circunstâncias lembradas naquela circunstância!

Dizem que o ex-presidente Lula ameaça – taí, espero que não seja fato, mas foi o que li num desses blogs pouco recomendáveis – ir à OEA apresentar queixa contra o resultado do julgamento.

O que será que ele pensa que a OEA vai fazer? Invadir o STF? Resgatar os companheiros?

Será que não disseram a ele que o máximo que poderia acontecer – no caso improbabilíssimo da OEA concluir que houve erros crassos e só num caso assim, repito -, o máximo seria nosso Governo ser condenado a pagar uma indenização aos porventura injustiçados?

É isso mesmo: uma indenização em dinheiro. Nada além disso!

E será que lembraram que nós andamos meio brigados com a OEA? Pretendem trocar de bem?

14 de setembro de 2012
Maria Helena RR de Sousa
 

O QUE SE HÁ DE FAZER

 

Convenhamos, é duro um partido chegar ao auge de sua trajetória política, ocupar a Presidência da República em condições de popularidade nunca antes vistas neste País e, de repente, se deparar com a possibilidade de ver companheiros de jornada na cadeia.

Não como presos políticos, mas como prisioneiros comuns, condenados com base no Código Penal por Corte autônoma em vigência plena das regras democráticas e sistema de transparência total.
Reconheçamos, não é fácil para o PT ver a situação mudar tão radicalmente, indo de dono absoluto da situação, agente de mandos e desmandos, para o canto das cordas.

Fala-se que o ex-presidente Lula está inconformado. Relatam-se encontros para discutir uma forma de sair da enrascada que se desenha cada vez mais enroscada.

De um deles saiu Rui Falcão, presidente do PT, em sua notória falta de sutileza a denunciar o Supremo Tribunal como instrumento da "elite suja" e da "imprensa reacionária".

Resultado prático nenhum, fora a exposição da medida do pânico e da surpresa com o fato de o Judiciário se empenhar em fazer justiça. O PT, Lula e companhia estão atarantados, mas assim como aconteceu quando explodiu o escândalo do mensalão, vencido o momento da defensiva, haverá o tempo da ofensiva.

Na época, o talento de Lula aliado à carência de pudor em adotar a tese do caixa 2 propiciou uma volta por cima. No campo político deu certo.

Manipularam-se os fatos, gente com poder de influência na sociedade (não só na esfera da oposição partidária) silenciou e tudo parecia arranjado.

Agora, porém, é diferente. A bola está com os ministros do Supremo, que têm decidido por larga maioria e mediante acompanhamento do público nas sessões transmitidas pela televisão. Resultados, portanto, incontestáveis.

Como será, então, que o PT pensa reagir, se nada de eficaz há para fazer?
Denunciar o "golpe" a cortes internacionais? Sair pelo mundo acusando a Corte Suprema do Brasil de ter condenado corruptos? É de se ver quem estará disposto a aderir a tal combate.
Melhor assim.

Tal como há quem veja retrocesso judicial na condução que o Supremo dá ao julgamento do mensalão, houve quem visse riscos ao Estado de Direito na Lei da Ficha Limpa.

O raciocínio era o mesmo adotado agora por Márcio Thomaz Bastos: o perigo de se instalar uma anarquia institucional da qual amanhã ou depois poderia se servir o "guarda da esquina" para ferir direitos e garantias de qualquer cidadão.

Mas o que se vê nessa primeira eleição em que se aplica a exigência da ficha limpa é todo dia algum candidato renunciar ou ser impugnado pela Justiça Eleitoral.

Sem nenhum abuso e nos conformes da legalidade.

Vários são os casos e diferentes os partidos. João Paulo Cunha, do PT, renunciou à candidatura em Osasco porque mesmo se eleito não tomaria posse devido à condenação por peculato, lavagem de dinheiro e corrupção.

Severino Cavalcanti, do PP, está impedido de concorrer à reeleição em João Alfredo (PE) porque em 2005 renunciou à presidência da Câmara e ao mandato de deputado para não ser cassado por corrupção.

Celso Giglio, do PSDB, não poderá disputar em Osasco por ter tido suas contas rejeitadas pela Câmara Municipal quando prefeito (2001-2004).

Valdinei Medina e Rosemberg Alves, ambos do PSOL, saíram do páreo para vereador no Rio. O primeiro porque já foi condenado por roubo e o segundo por suspeita de ligação com milícias.

Sem o filtro da ficha limpa esse pessoal poderia tranquilamente concorrer. E pior: se eleger.

Coadjuvante. A ministra Marta Suplicy lista três razões pelas quais a candidatura de Fernando Haddad será vitoriosa: "Lula é Deus, Dilma é bem avaliada e eu tenho o apelo de quem faz".

Sobre as credenciais do pretendente a prefeito, nem remota menção.

14 de setembro de 2012
Dora Kramer - O Estado de S.Paulo

"NO PLENÁRIO O BICHO PEGA"

Memórias do Mensalão



(Nota postada aqui em 2.2.2006)

O Conselho de Ética da Câmara vai cumprindo seu papel. Processos contra deputados estão sendo concluídos, relatórios estão sendo votados. Semana passada, foi aprovado o pedido de cassação dos deputados Roberto Brant e Professor Luizinho.

Ontem, foi aprovada a cassação do mandato do presidente do PP, deputado Pedro Corrêa. Agora é com o plenário.

Aí é que o bicho pega. O voto é secreto, os deputados são amigos uns dos outros, todo mundo acha que o pior da crise já passou, o governo é muito poderoso. Enfim, umaa mão lava a outra.

No plenário, os deputados se dividem em três grupos. O primeiro grupo não cassa ninguém, por princípio. Os deputados consideram que o mandato de todo mundo é igual, pois foi conferido pelo povo, e só o povo pode cassar, em nova eleição.

O segundo grupo também não cassa ninguém, mas é por cálculo político. Como se dissessem: "Hoje é o mandato dele, amanhã pode ser o meu."

É no terceiro grupo que se passa a decisão do plenário. Estamos falando de uns 300 e poucos deputados. É aí que se dá o embate decisivo.

E neste grupo vale tudo. Amizade, pressão, conveniência, cálculo político, barganha, e venda pura e simples do voto.

Não é de hoje que muita gente reclama desse voto ser secreto. Aliás, é dos poucos casos de voto secreto na Câmara. Outros são a suspensão de imunidades parlamentares na vigência do estado de sítio e a eleição da Mesa. A Câmara, em sessão conjunta com o Senado, também utiliza o voto secreto para apreciar os vetos do Poder Executivo às leis votadas pelo Congresso Nacional.

Existem razões poderosas para defender o voto aberto. Afinal, a sociedade tem o direito de conhecer os atos de seus representantes. Todo eleitor quer saber como seu deputado votou. Nessa hora, o deputado funciona como um juiz, e as sentenças dos juízes são públicas.

Mas também existem razões poderosas para defender o voto secreto. Muita gente acha que nessa hora o deputado funciona como jurado. E é direito de um acusado ter garantias da independência de seus julgadores.

Isso não impede que qualquer parlamentar revele seu voto, a qualquer momento.

É raríssimo que uma decisão do Conselho de Ética seja derrotada no plenário da Câmara. Mas aconteceu recentemente, quando o deputado Romeu Queiroz, mensaleiro confesso, foi condenado no Conselho de Ética e absolvido pelo plenário, numa das sessões mais constrangedoras dos últimos tempos.

Não se sabe como o plenário da Câmara vai se comportar diante dos novos pedidos de cassação.

Por isso, olho vivo, porque toda hora tem uma proposta de acordão sendo costurada.

14 de setembro de 2012
Por Lucia Hippolito, CBN
in blog do noblat

FRASE DO DIA


"[A corrupção leva] à desnaturação do exercício da função pública, a um comércio ultrajante da função pública. A corrupção também leva a uma apatia cívica, a um ceticismo cívico, os cidadãos deixam de acreditar na seriedade do poder público."


Carlos Ayres Britto, presidente do Supremo Tribunal Federal

14 de setembro de 2012

IMAGEM DO DIA

  • Próxima Foto
  • Manifestantes atearam fogo em filial de lanchonete americana, em Trípoli. Eles protestavam contra filme considerado ofensivo ao Islã
    Manifestantes atearam fogo em filial de lanchonete americana, em Trípoli. Eles protestavam contra filme considerado ofensivo ao Islã - STR/AFP
     
    14 de setembro de 2012

    OS GERENTES DA CPI DO CACHOEIRA AINDA NÃO SABEM QUE A FESTA DOS CORRUPTOS IMPUNES JÁ FOI CONDENADA À MORTE PELO SUPREMO

     



    Como as atenções do Brasil decente se concentram no julgamento do mensalão, o bando de governistas que controla a CPI do Cachoeira resolveu sair de cena com as passadas furtivas do punguista que se afasta do local do crime.

    Depois de suspender os trabalhos para que seus integrantes se dedicassem à temporada de caça ao voto, a tropa a serviço do Planalto prepara-se para encerrá-los com a conclusão abjeta: só o governador Marconi Perillo, o ex-senador Demóstenes Torres e outros políticos vinculados a partidos de oposição se envolveram com a quadrilha de Carlinhos Cachoeira.

    Além de se achar muito esperto, o alto comando da CPI imagina que lida com uma nação composta exclusivamente por cretinos fundamentais, prontos para engolir qualquer embuste. Faz de conta que as negociatas entre Cachoeira e o governador Agnelo Queiroz não existiram.

    Faz de conta que nenhum companheiro do PT ou da base alugada ficou mais rico graças ao delinquente goiano. Faz de conta que o empresário Fernando Cavendish, melhor amigo de Sérgio Cabral e maior parceiro do PAC, não fez de Cachoeira o sócio oculto da usina de pilantragens Delta.

    Os malandros com imunidade parlamentar ainda não conseguem enxergar o que anda acontecendo a um passo do nariz. Não entenderam que o Brasil está vivendo, como registrou o comentário de 1 minuto para o site de VEJA, um histórico ponto de inflexão.

    Ao decidirem que João Paulo Cunha vai dormir na cadeia, por exemplo, os ministros do STF revogaram o artigo não escrito do Código Penal que garantia a perpétua impunidade da bandidagem da primeira classe. É só o começo.

    Os gerentes da CPI vão descobrir tarde demais que, embora não tenha chegado ao fim, a festa dos corruptos em liberdade já foi condenada à morte pelo Supremo Tribunal Federal.

    14 de setembro de 2012
     Augusto Nunes

    MENSALÃO: O OPERADOR DO ESQUEMA VAI PARA A CADEIA

    Somadas, as penas imputadas a Marcos Valério ultrapassam oito anos, impondo regime fechado; núcleo do Banco Rural também foi condenado

     
    O públicitário Marcos Valério
    Marcos Valério, o "carequinha": pena será em regime fechado (Celso Junior/AE)
    Após 23 sessões de julgamento do mensalão, o Supremo Tribunal Federal (STF) já condenou o publicitário Marcos Valério de Souza, operador e um dos símbolos do escândalo que assolou o governo Lula, a cumprir uma longa pena trancafiado numa cela.

    Valério, o “carequinha” que emergiu após o estouro do mensalão em 2005, cumprirá pena pelos crimes de lavagem de dinheiro, corrupção ativa e peculato. Até o final do julgamento, ainda responderá pelos crimes de formação de quadrilha e evasão de divisas em dezenas de operações fraudulentas.
    Somadas, as penas imputadas a ele ultrapassam oito anos de prisão, o que obriga o cumprimento em regime fechado. O tempo que ficará trancafiado será muito maior devido aos agravantes - chefiar um núcleo do esquema, por exemplo -, mas esse cálculo só será feito após o término do julgamento, na chamada fase da “dosimetria”.

    Infográficos:
    Entenda o escândalo do mensalão


    Acompanhe o placar da votação, réu a réu


    Além de Valério, classificado ainda na fase pré-julgamento pelo ministro Joaquim Barbosa como “expert em lavagem de dinheiro”, outros réus já julgados na ação penal do mensalão correm o risco de ter de preparar a mudança para um presídio federal. Os banqueiros Kátia Rabello, José Roberto Salgado e Vinícius Samarane, que colocaram o Banco Rural a serviço do esquema criminoso com empréstimos fraudulentos e administração bancária à margem da lei, já foram apenados por gestão fraudulenta e lavagem de dinheiro.
    As penas mínimas dos dois ilícitos, juntas, chegam a seis anos de reclusão. E eles também podem ser condenados por evasão de divisas e formação de quadrilha.

    Os réus João Paulo Cunha, deputado federal, o ex-diretor do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, e os sócios de Valério, Ramon Hollerbach e Cristiano Paz completam a lista dos já condenados por mais de um crime no julgamento do mensalão e também devem amargar o cumprimento de pena em reclusão.
    Elo direto com o núcleo político do escândalo, Marcos Valério deve ter suas atividades ilícitas utilizadas pelo ministro Joaquim Barbosa como argumento na próxima semana para pedir a condenação dos parlamentares que, corrompidos, venderam votos em benefício do governo Lula.

    O publicitário mineiro foi apresentado ao PT pelo ex-deputado Virgílio Guimarães, que levou o operador do esquema criminoso diretamente ao então tesoureiro petista, Delúbio Soares.

    Os tentáculos do publicitário nas repartições da República foram verificados ainda na intermediação dele para que a banqueira Kátia Rabello pudesse se reunir com o então todo-poderoso ministro da Casa Civil José Dirceu e negociar diretamente benefícios da liquidação do Banco Mercantil, de Pernambuco. Esses fatores serão cruciais para os ministros comprovarem a ligação entre o publicitário e parlamentares que, a partir de propinas, venderam seus votos no Congresso.

    14 de setembro de 2012
    Laryssa Borges e Gabriel Castro, Veja

    MINISTÉRIO DA SAÚDE QUEBRA PATENTE DE SEMANCOL


    Ministério da Saúde quebra patente de Semancol

    Jaqueline Roriz leu a bula do Semancol para um plenário lotado e estarrecido

    BRASÍLIA – O Ministro da Saúde Alexandre Padilha não resistiu à pressão popular e anunciou que o genérico do Semancol chegará às farmácias ainda em 2011.

    “Depois do DNIT, do Palocci, do Jobim, do Pedro Novais, da absolvição da Jaqueline Roriz e da última convocação do Mano Menezes, fiquei convencido de que devíamos quebrar a patente do Semancol para evitar uma epidemia.

    Costumava receber emails agressivos toda vez que o Maluf dizia não ter contas no exterior e ligações assustadoras sempre que um governador em desgraça se defendia afirmando que estava sendo vítima de adversários políticos, mas agora a pressão foi demais.
    A situação se tornou insustentável depois que o Galvão Bueno passou a comparar o sobrinho do Senna com o Ayrton.

    Se você somar com a brilhantina verá que é razão suficiente para intervenção. Se eu não agisse, em pouco tempo a população brasileira sairia por aí espalhando que José Sarney é o melhor poeta desde Dante”, esclareceu o Ministro.

    A partir de maio, haverá medição compulsória do nível sanguíneo de Semancol nas faixas de risco – políticos, socialaites, atrizes da Globo e atacantes do Flamengo.

    O remédio virá em três dosagens. Semancol Tamborindeguy poderá ser comprado sem receita médica; Semancol Suzana Viera exigirá receita médica e acompanhamento clínico; e Semancol Maluf, a ser administrado apenas para pacientes sob estrita supervisão médica.

    14 de setembro de 2012
    The i-Piaui Herald

    PROJETO DE NOVO IMPOSTO RECUPERA A CONFIANÇA DO BRASILEIRO...

    Dilma criará imposto para taxar corrupção


    Dilma criará imposto para taxar corrupção
    Recém demitido do Atlético Paranaense, Renato Gaúcho é cotado para assumir a articulação política

    SUCUPIRA - A presidenta Dilma Rousseff abandonou a ideia de ressuscitar a CPMF para financiar os gastos com a saúde. "Num ataque de bom senso bastante incomum, achei que não pegava bem exigir esse sacrifício da população em meio a tantas denúncias por aqui. Pedi para a Ideli fazer umas contas e achamos melhor taxar em 5% as verbas desviadas. Decidimos, portanto, criar o ICP: Imposto sobre Circulação de Propinas", tergiversou a presidenta.

    Uma estimativa feita pela ONG Sou Laranja estimou que os recursos oriundos do ICP serão capazes de financiar a construção de 127 hospitais, 9.343 postos de saúde, 343 creches. Com o que sobrar, ainda será possível lançar campanhas de vacinação tão amplas que incluem até mesmo a imunização de animais de estimação, plânctons e personagens de ficção.

    "Mesmo levando em conta orçamentos superfaturados e o descumprimento da maioria dos prazos, estimamos que o impulso dado ao PIB por este novo impostos é da ordem de pelo menos 15 pontos percentuais ", disse Eliézer Roriz, doutorando em Caixa 2.

    O novo imposto caiu como uma bomba no Congresso. Membros da base aliada organizaram uma áspera manifestação em frente ao Palácio do Jaburu. Um representante do PP chegou a fazer ameaças ao governo:
    "Se o Planalto insistir em manter esse imposto vil e pouco republicano, tomaremos medidas drásticas. Alguns deputados já falam até em trabalhar de segunda a sexta. Outros dizem que vão colocar o bem coletivo no lugar de seus interesses pessoais", esbravejou o Senador Alfredo Nascimento.

    A manifestação teve apoio enérgico do ex-Ministro do Turismo, Pedro Novais, cujo mítico vigor e empreendedorismo, segundo o próprio, será posto a serviço do combate “a mais esse desmando presidencial“.

    Aturdido, ACM Neto teve uma síncope e foi socorrido por uma junta de enfermeiros. Ao se levantar, pediu o impeachment da presidenta. Álvaro Dias contraiu os músculos da face e teve uma distensão de nível 2 no botox frontal. Para espanto dos coloristas de Brasília, o seu cabelo exemplarmente tingindo de negro ficou branco em menos de cinco minutos.

    14 de setembro de 2012
    The i-Piaui Herald

    A MODESTA MARTA SUPLICY

     

    Marta Suplicy ao assumir, no “dando é que se recebe”, o ministério da Cultura, colocou-se num ponto fundamental da tríade formada com a presidente Dilma Rousseff e com ex-presidente Lula:.
    “Lula é deus, eu sou a pessoa que faz e Dilma é bem avaliada”. Segundo ela, “com a entrada desse trio, vai dar certo”.

    Depois disso não causará suspeita se Marta um dia destes afirmar em público, que “entre as inúmeras excelsas qualidades, que ornam seu caráter de escol, brilhe como estrela radiosa modéstia”.

    A atuação de Marta seja como prefeita paulistana, seja como ministra do Turismo, lembra o jogador Maradona, que não interessa o que ele tenha feito de certo, passará para a história como o homem do gol ilegal de mão. Marta será lembrada como a prefeita Martaxa e como a ministra Relaxa e Goza.

    Todavia o mais negativo em sua passagem no serviço público, será o legado que deixará no senado através de seu suplente, vereador Antonio Carlos Rodrigues (PR-SP).

    Ele tem uma ficha de dar inveja a Carlinhos Cachoeira “et caterva”. É investigado pelo Ministério Público de São Paulo desde agosto pela suspeita de enriquecimento ilícito.
    O Ministério Público não informou a causa, mas o vereador disse que foi intimado a explicar o motivo de manter R$ 360 mil em casa, entre dólares e reais, conforme declarou à Justiça Eleitoral.

    O novo senador já teve outros problemas na Justiça. Em 2010, o Superior Tribunal de Justiça acatou recurso contra decisão de segunda instância que o condenou a devolver R$ 32,7 milhões aos cofres públicos em razão de um contrato firmado pela Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo (EMTU) quando ele presidia a companhia, em 1992.

    Carlinhos, como é conhecido, declarou neste ano patrimônio de R$ 974 mil - em 2008, o valor foi de R$ 1,5 milhão, sendo R$ 99,5 mil em moeda nacional.
    Diz que empobreceu por ter transferido parte dos bens para os filhos.
    Com isso o Partido dos Trabalhadores continua o seu sistema de trocar o ruim pelo péssimo.

    14 de setembro de 2012
    Giulio Sanmartini

    GOVERNO DO PT TENTA GOLPE CONTRA TRABALHADORES, QUE PODEM PERDER BENEFÍCIOS GARANTIDOS POR LEI

     


    Covardia explícita – Que o governo do PT transformou o Brasil em um país sem qualquer planejamento todos sabem, mas é difícil imaginar uma legenda que nasceu para defender os trabalhadores agir de forma sorrateira para prejudicar a massa laboral.

    Segundo informa o experiente jornalista Oscar Andrades, profundo conhecedor dos escaninhos da política nacional, a alta rotatividade no mercado de trabalho formal poderá “prejudicar ainda mais tanto o trabalhador desempregado quanto o que continua em atividade”. Em seu blog, Andrades explica que o governo da presidente Dilma Vana Rousseff estuda alternativas para reduzir o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), além de medidas para dificultar o saque do seguro-desemprego e o extinguir o pagamento do PIS.

    No tocante ao seguro-desemprego, uma das propostas é a de aumentar de seis para oito meses o prazo mínimo que o empregado demitido precisa ter trabalhado nos três anos anteriores à demissão para ter direito ao benefício. Na mesma toada o governo pretende dificultar a liberação do seguro-desemprego para quem solicitar o benefício pela segunda ou terceira vez. Não faz muito tempo, o Ministério do Trabalho determinou que todo trabalhador que solicita o seguro-desemprego pela terceira vez em um período de dez anos é obrigado a frequentar curso profissionalizante.

    Em relação à liberação do PIS, lembra Oscar Andrades, a proposta do governo é pagar o abono proporcionalmente ao período trabalhado no ano anterior. Só receberia o valor total quem estivesse empregado o ano inteiro.

    Secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Juruna afirmou que as centrais sindicais não aceitam em qualquer hipótese o corte dos benefícios dos trabalhadores, todos estabelecidos em lei.
    Segundo Juruna, trata-se de contrassenso do governo dificultar o acesso ao seguro-desemprego, “pois o benefício contribui para movimentar a economia”.
    Já Central Única dos Trabalhadores (CUT) informou que estuda medidas a serem apresentadas ao governo para impedir a rotatividade dos trabalhadores nas empresas.

    Reféns da própria incompetência, os atuais ocupantes do poder central buscam de forma incessante soluções pontuais para problemas crônicos da economia. E não será com o sacrifício da classe trabalhadora que o crescimento econômico do País será retomado.

    A irresponsabilidade que ocupa o Palácio do Planalto é tamanha, que recentemente o governo autorizou o uso de parte do dinheiro do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para financiar as arenas esportivas que servirão de palco para a Copa do Mundo de 2014. No contraponto, a remuneração desse dinheiro ultrpassa a fronteira do ridículo.

    Como já noticiado pelo ucho.info, pelo menos três dos doze estádios que estão em construção serão considerados elefantes brancos após o evento esportivo. Nesse rol de inviabilidade futura estão os estádios de Cuiabá, Manaus e Natal, capitais de estados onde o futebol não é a maior atração local.

    Lula, como é de conhecimento da extensa maioria, é um farsante profissional, que embalado pela criatividade dos marqueteiros conseguiu enganar milhões de brasileiros, sempre na esteira de discursos visguentos e ufanistas.
    Alguém há de afirmar que os planos acima citados estão sobre a escrivaninha de Dilma Rousseff, que foi apresentada ao eleitorado nacional como garantia de continuidade. Para encerrar a ópera bufa em que se transformou a passagem do PT pelo Planalto Central só faltava um golpe contra os trabalhadores. Enfim…

    14 de setembro de 2012
     

    SOFRENDO DE ALTERNÂNCIA DISCURSIVA, MANTEGA APOSTA NA ALIENAÇÃO DO POVO E FAZ AFIRMAÇÕES ABSURDAS

     


    (Foto: Marcelo Camargo - ABr)

    Maluco beleza – Não há no governo federal alguém com fala mais desconexa do que Guido Mantega, que ainda está ministro da Fazenda. Nesta sexta-feira (14), Mantega afirmou que, mesmo com a revisão da projeção do crescimento do PIB de 3% para 2%, neste ano, a economia do País está em pleno aquecimento no segundo semestre.

    “Temos que parar de olhar para trás. A taxa é uma média, que está sendo puxada para baixo por causa do primeiro semestre. Conhecemos os detalhes da economia, acompanhamos vários setores e temos indicadores que apontam para a retomada”, declarou o ministro ao participar de evento da revista Exame na cidade de São Paulo.

    Entre os indicadores elencados pelo ministro para explicar o ritmo mais acelerado da economia estão o aumento no volume de crédito e o crescimento da atividade industrial e do comércio varejista.
    A expectativa é que em 2013 o Brasil cresça a uma taxa de 4%. Para o ministro da Fazenda, o conjunto de medidas de estímulo vai permitir crescimento sustentado entre 4% e 5% por vários anos.

    Mantega avalia que as ações de estímulo adotadas pelo governo ainda não resultaram em impacto na economia. “Os efeitos vão se dando aos poucos. A redução da taxa de juros, por exemplo, demora de 8 a 10 meses, ainda mais em um cenário de crise”. Ele destacou, ainda, as medidas de desoneração da folha pagamento e redução das alíquotas de energia que devem surtir efeito no próximo ano.

    É bom lembrar

    A soberba que impera na Esplanada dos Ministérios é de tal envergadura, que muitas autoridades já se preocupam em consultar dados antes de balbuciar sandices. Mantega pode não saber, mas há dias a Fiesp anunciou que a indústria paulista fechará o ano com retração de 3%.

    Qualquer ação para recuperar a economia nacional passa obrigatoriamente por um conjunto de mudanças estruturais e definitivas, algo que o Palácio do Planalto tem substituído por remendos pontuais e muito atrasados.

    Outro ponto que reforça a incoerência dos atuais ocupantes do poder é a lufada de amnésia que sopra sobre os petistas de acordo coma conveniência. Tão logo chegou ao Palácio do Planalto, em 2003, Lula acionou a retórica populista para justificar sua conhecida incompetência e lançou a tese da herança maldita, transferido ao antecessor, Fernando Henrique Cardoso, a responsabilidade pelo fracasso do governo petista.

    Ora, se Lula se deu o direito de olhar para trás e culpar adversários por fatos ainda não acontecidos, não há razão para nos dias de hoje deixarmos de recorrer ao retrovisor. Até porque, o amaldiçoado e peçonhento espólio deixado pelo ex-metalúrgico continua provocando estragos no País, os quais exigirão dos brasileiros pelo menos cinco décadas de esforço contínuo para serem eliminados.

    14 de setembro de 2012
    in ucho.info
     

    MUÇULMANOS PROTESTAM CONTRA OS ESTADOS UNIDOS EM 20 PAÍSES

    BATMAN E ROBIN EM AÇÃO NO SUPREMO

     

    Guilherme Fiuza

    Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli são a prova viva de que a revolução companheira triunfará. Dois advogados medíocres, cultivados à sombra do poder petista para chegar aonde chegaram, eles ainda poderão render a Luiz Inácio Lula da Silva o Nobel de Química: possivelmente seja o primeiro caso comprovado de juízes de laboratório. No julgamento do mensalão, a atuação das duas criaturas do PT vem provar, ao vivo, que o Brasil não precisa ter a menor inveja do chavismo.

    Alguns inocentes chegaram a acreditar que Toffoli se declararia impedido de votar no processo do mensalão, por ter advogado para o PT durante anos a fio. Participar do julgamento seria muita cara de pau, dizia-se nos bastidores. Ora, essa é justamente a especialidade da casa. Como um sujeito que só chegou à corte suprema para obedecer a um partido iria, na hora H, abandonar sua missão fisiológica?

    A desinibição do companheiro não é pouca. Quando se deu o escândalo do mensalão, Toffoli era nada menos que subchefe da assessoria jurídica de José Dirceu na Casa Civil. Os empréstimos fictícios e contratos-fantasmas pilotados por Marcos Valério – que, segundo o processo, eram coordenados exatamente da Casa Civil – estavam, portanto, sob as barbas bolivarianas de Toffoli. Ele está julgando um processo em que poderia até ser réu.

    A desenvoltura da dupla Lewandowski-Toffoli, com seus cochichos em plenário e votos certeiros, como na absolvição ao companheiro condenado João Paulo Cunha, deixaria Hugo Chávez babando de inveja. O ditador democrata da Venezuela nem precisa disso, mas quem não gostaria de ter em casa juízes de estimação? A cena dos dois ministros teleguiados conchavando na corte pela causa petista, como super-heróis partidários debaixo de suas capas pretas, não deixa dúvidas: é a dupla Batman e Robin do fisiologismo. Santa desfaçatez!

    Já que o aparelhamento das instituições é inevitável, e que um dia seremos todos julgados por juízes de estrelinha na lapela, será que não dava para o estado-maior petista dar uma caprichada na escolha dos interventores? Seria coincidência, ou esses funcionários da revolução têm como pré-requisito a mediocridade?

    Um dia seremos todos julgados por juízes de estrelinha na lapela
    Como se sabe, antes da varinha de condão de Dirceu, Toffoli tentou ser juiz duas vezes em São Paulo. Foi reprovado em ambas. Aí sua veia revolucionária foi descoberta, e ele não precisou mais entrar em concursos – essa instituição pequeno-burguesa que só serve para atrasar os visionários. Graças ao petismo, Toffoli foi ser procurador no Amapá e, depois de advogar em campanhas eleitorais do partido, alçou voo à Advocacia-Geral da União – porque lealdade não tem preço, e o Estado são eles. Claro que uma carreira brilhante dessas tinha de acabar no Supremo Tribunal Federal.

    O advogado Lewandowski vivia de empregos na máquina municipal de São Bernardo do Campo, no ABC paulista. Aqui, um parêntese: está provado que as máquinas administrativas loteadas politicamente têm o poder de transformar militantes medíocres em grandes personalidades nacionais – como comprova a carreira igualmente impressionante de Dilma Rousseff. Lewandowski virou juiz com uma mãozinha do doutor Márcio Thomaz Bastos, ex-advogado de Carlinhos Cachoeira, que enxergou o potencial do amigo da família de Marisa Letícia, mulher do bacharel Luiz Inácio.

    Desembargador obscuro, sem nenhum acórdão digno de citação em processos relevantes, Lewandowski reuniu, portanto, as credenciais exatas para ocupar uma cadeira na mais alta esfera da Justiça brasileira.

    Suas diversas manobras para tumultuar o julgamento do mensalão enchem de orgulho seus padrinhos. A estratégia de fuzilar o cachorro morto Marcos Valério, para depois parecer independente ao inocentar o mensaleiro João Paulo, certamente passará à antologia do Supremo – como um marco da nova Justiça com prótese partidária.

    O julgamento prossegue, e os juízes do PT no STF sabem que está em jogo é a integridade (sic) do esquema de revezamento Lula-Dilma no Planalto. Dependendo da quantidade de cabeças cortadas, a plateia pode começar a sentir o cheiro dos subterrâneos da hegemonia petista. Batman e Robin darão o melhor de si. Olho neles.

    14 de setembro de 2012
    Guilherme Fiuza
    Fonte: revista “Época”

    QUANDO O HUMOR DESENHA A REALIDADE

     




    14 de setembro de 2012

    "LULA É UM DEUS"!!!

    Marta diz que ‘Lula é um deus’ e atrai a ira dos religiosos



    NOTAS POLÍTICAS DO JORNALISTA CARLOS CHAGAS

    Presunção ou sacrilégio?


    No dia de sua posse como ministra da Cultura, Marta Suplicy ficou entre a presunção e o sacrilégio. Comparou a cúpula do governo que agora integra com a Santíssima Trindade: “Lula é Deus; Dilma é bem avaliada e eu, Marta, tenho o apelo de quem fez”.
    Sem tirar nem pôr, Pai, Filho e Espírito Santo…



    Para a cristandade, trata-se de um mistério a existência de um Deus em três Pessoas, coisa que, com todo o respeito, para aceitar, só deixando a fé atropelar a razão.

    Dona Marta extrapolou menos ao comparar o Lula ao Padre Eterno e Dilma a Jesus. Exagerou mais ao apresentar-se como o Espírito Santo. Arrogância igual raras vezes se vê. Bem como desrespeito amplo, geral e irrestrito para com a religião.

    Resta aguardar a performance da nova ministra, que programa não apresentou ao ser investida na pasta da Cultura.
    Sem a menor dúvida, o setor clama por um Espírito Santo capaz de alçar nossa arte, música, pintura, poesia, literatura e história aos patamares a que tem direito, pois cultura o país possui, faltando apenas o governo atender suas necessidades.

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    ONDE FOI QUE ERRARAM?

    Agora que Fernando Haddad passou José Serra, a pergunta que os tucanos fazem é: onde foi que nós erramos? O ex-governador e ex-prefeito começou ocupando a pole-position, favorito disparado na conquista da prefeitura de São Paulo.
    Hesitou em aceitar candidatar-se por entender direito seu a candidatura à presidência da República, em 2014.
    Cedeu, numa espécie de concessão aos tucanos sem outro plano de vôo para a capital estadual. Mas sem abandonar a meta maior, de chegar ao palácio do Planalto. A prefeitura funcionaria como trampolim para a ascensão maior.

    Agora, diante da hipótese de não passar para o segundo turno, Serra amarga cruel presságio:
    derrotado em outubro, perderá as condições de disputar a chefia do Executivo Federal. Terá, senão encerrado sua vida pública, ao menos que recomeçar. Eleger-se deputado federal, já que a vaga solitária de senador pertence, até prova em contrário, a Eduardo Suplicy.

    Onde Serra e os tucanos erraram? Salvo engano, ao desconsiderarem o eleitorado paulistano. Ao não lembrarem que o cidadão exige novos postulados e novos programas, mesmo se apresentados por velhos personagens.
    Como a campanha do ex-ministro limitou-se e ainda se limita à enunciação de promessas desgastadas, sem maiores referências ao grande problema da segurança pública, aí está o resultado…

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    AO SABOR DAS ONDAS

    Naquela que terá sido a última sessão do Senado antes do longo recesso a encerrar-se apenas no fim de outubro, coube a Roberto Requião o melhor diagnóstico da situação nacional.

    Prenunciou o ex-governador do Paraná que as inegáveis conquistas dos governos Lula e Dilma se dissolverão com a rapidez com que o açúcar se dissolve na água caso não seja imediatamente elaborado um programa estratégico de desenvolvimento para o país.
    Porque, para ele, nos dois mandatos do governo tucano havia um plano nacional.
    Era pérfido, mas era um plano, envolvendo a doação de patrimônio público, a entrega de nossa economia ao capital estrangeiro, a exportação de matérias primas e a importação dos manufaturados que nossa indústria poderia produzir, a redução de benefícios fiscais e a renúncia do estado brasileiro às suas atribuições.

    Requião lembrou o que acontece na Grécia, onde o modelo imposto pela Europa rica só falta ressuscitar a escravidão. O governo Lula, para ele, realizou importantes metas, invejáveis avanços sociais, mas delas ficará pouca coisa caso o Brasil não mude a política econômica, criando um plano nacional de desenvolvimento. Passadas as eleições, seria hora de o Congresso tomar à frente essa tarefa.

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    SALVAR A HONRA DO CONGRESSO

    Outro orador ocupou a tribuna nessa mesma derradeira sessão do Senado, ontem, quando o tempo já se esgotava e os senadores tomavam o rumo do aeroporto para um amplo recesso remunerado.
    Foi Pedro Simon, para quem a honra do Congresso precisava ser salva.
    Referiu-se ao engavetamento dos trabalhos da CPI do Cachoeira, que por acordo entre as lideranças dos principais partidos, foi interrompida sem investigar um episódio a mais do que Polícia Federal já havia investigado.

    O senador gaúcho invocou o Código de Ética Parlamentar para criticar as mesas diretoras e as lideranças partidárias como envolvidas numa conspiração vergonhosa para evitar a elucidação de um dos maiores escândalos da vida nacional.

    HISTÓRIAS DO JORNALISTA SEBASTIÃO NERY

    O HOTEL DE JK


    Na fronteira de Goiás com Mato Grosso, entre o gordo rio Araguaia e o magrinho Javaé, há uma ilha muito comprida e toda verde, selvagem paraíso tropical de caça e pesca: Ilha do Bananal. Seu nome lembra outro que virou sinônimo da arrancada nacional para a integração dos infinitos planaltos além de Brasília: JK.



    Foi Juscelino quem fez da Ilha de Bananal um posto avançado da conquista do Oeste. Lá, na pequena vila de Santa Isabel do Morro, a FAB plantou um posto com aeroporto. E lá construiu um modesto hotel de dois pisos: Hotel Juscelino Kubitschek, Hotel JK.

    Até que um dia os homens que deram o golpe de 1964 e tomaram o poder em toda a Nação também tomaram o poder na meiga Santa Isabel do Morro e decidiram apagar da história nacional aquele nome que lhes comia os preconceitos e as cívicas frustrações. E determinaram que o branco hotelzinho da vila de Santa Isabel do Morro não mais se chamaria Hotel JK

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    SNI

    Mas e os pratos, as xícaras, os garfos, as facas, os copos, as toalhas, o que fazer deles, se todos estavam marcados pelas duas letras proibidas: JK? Quebrar tudo? Como justificar? E, pior, como substituir? O SNI decidiu:

    - Não é JK? Então o hotel chamar-se-á Hotel John Kennedy.

    E assim foi americanalhadamente feito. E na Ilha do Bananal, bem em frente à cidade de São Félix do Araguaia, onde o santo e sábio dom Pedro Casaldáliga, bispo e poeta, tanto cuidou das ovelhas de Deus e dos versos de seus poemas, o hotelzinho branco continuou com o nome de um presidente dos outros (e logo dos Estados Unidos) porque eles, os homens da ditadura, não consentiram que tivesse o do maior dos nossos.

    Na vila de Santa Isabel do Morro, da Ilha do Bananal, JK não é Juscelino Kubitschek. É John Kennedy. Cada poder tem o JK que merece.

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    CASTELO

    No fim de maio de 64, José Maria Alkmin, vice-presidente de Castelo Branco, telefonou de Brasília para o deputado Renato Archer, do PSD do Maranhão, que morava no Rio, coordenador da campanha“JK-65”:

    - Renato, estou indo hoje à noite para a Europa, levando um filho doente. Espere-me na base aérea do Galeão, para almoçarmos, porque vou para o Rio agora, na carona do Viscount do presidente Castelo Branco.

    Renato Archer chamou o deputado Joaquim Ramos, do PSD de Santa Catarina, e foram esperar Alkmin em um fusquinha azul. Castelo desceu, entrou no carro preto presidencial, com o chefe da Casa Militar, general Ernesto Geisel, e foi para o Palácio das Laranjeiras.

    Alkmin, Archer e Ramos foram almoçar no discreto e até hoje ótimo restaurante “Mosteiro”, no centro do Rio. Alkmin estava nervoso, transtornado. E contou que ia “acontecer uma desgraça”.
    Mal o avião decolara de Brasília, Castelo o tinha chamado:

    - Dr. Alkmin, em que pesem meus compromissos assumidos com o presidente Juscelino Kubitschek, e embora sabendo que vou arrostar o julgamento da história, decidi cassar Juscelino para impedir que o País caia nas mãos de quem não quero que caia.

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    LACERDA

    Alkmin ouviu calado, nada disse. O general Geisel aproximou-se:

    - Dr. Alkmin, o presidente está convencido de que, se não cassar o presidente Kubitschek, será derrubado pelo ministro Costa e Silva. E por isso vai cassar. Dou-lhe, porém, minha palavra de honra de que essa cassação em nada aproveitará ao governador Carlos Lacerda.

    Alkmin viajou naquela noite com o filho, para Estocolmo, onde, no dia 8 de junho de 64, recebeu a notícia da cassação de Juscelino. Na mesma noite da viagem de Alkmin, Renato Archer havia contado tudo a Juscelino.

    Três anos depois, em 15 de março de 67, após a múltipla traição de Castelo prorrogando seu mandato, o Brasil desabou nas mãos de Costa e Silva, com a faixa presidencial passada por Castelo.

    E Carlos Lacerda morreu dez anos depois, em 21 de maio de 1977, informado por Renato Archer de que, desde o fim de maio de 1964, Castelo e o grupo palaciano já haviam rifado seu sonho de chegar à Presidência da República.

    (Quarta-feira, Juscelino fez 110 anos. O JK que está em Brasília, de pé diante da Nação e da Historia, a mão estendida para o futuro e o infinito, não é John Kennedy, é ele, o maior de todos os presidentes.

    14 de setembro de 2012
    Sebastião Nery

    CONTA ABUSIVA DO TELEFONE NO BRASIL, NEM FREUD EXPLICA

     

    Em matéria de telefonia, quanto a números, tão caros a alguns, hoje, minha conta mensal em dólares, casa e empresa, dá uns US$ 500, em média. Números caros mesmo… e são mensais e em moeda forte.


    Equivalem, portanto, como quantificado acima, a meio “telefone antigo” inteiro ou, no valor maior citado aqui no Blog da Tribuna, a um décimo de “telefone antigo” ao mês. É este o “Custo Brasil telefônico privatizado” 2012. Só de tarifas.

    Na melhor situação numérica, então, hoje eu pago cerca de um “telefone antigo” por ano. Só em tarifas, repito. Que se vão para alguma off-shore como as palavras, soltas ao vento…
    Eu, que tenho que pagar tal conta, todavia, não acho graça alguma. Sei que estou sendo roubado com mãos de pelica.

    Fosse pela regra antiga, com a grana gasta, desde a privatização em 97 até hoje, eu já teria acumulado o valor de 15 aparelhos, declarados no meu IR, formando um patrimônio de $ 75 mil dólares.

    No real ? Seja no plano, seja na moeda, seja na situação de fato, contudo, hoje não tenho nada. Nada de nada. Simplesmente “falei” 15 telefones inteiros…

    Quanto ao números do rfepórter Ethevaldo Siqueira e ele sendo do Estadão… não valem nada. Só servem ao patrão do momento.

    Vejo a manipulação semântica dele no textículo, em três questões óbvias:

    1) Se o governo tinha só 19% da Telebrás, como afirma, é porque já tinha pulverizado boa parte da empresa, por baixo dos panos, sem falar nada a ninguém. O termo ‘pulverizado’ colocado no lugar de ‘privatizado’, ademais, antecipa cheiros não muito agradáveis… Mas só quando formos investigar a fundo a privataria.

    2) Se, como dono de 19% da empresa o governo gastou $ 21 bilhões antes da privatização total dos seus 19%, então…
    E os outros “proprietários”, entraram com outros $ 89,53 bilhões, também antes da privatização, correspondentes à parte deles, de 81% naquele latifúndio ?


    3) Quantos dos $ 190 bilhões investidos pós-privatização o foram com recursos do BNDES e qual sua implicação com os títulos emitidos para tanto e a Dívida Pública atual ?

    4) Porque adequado e pertinente, qual foi o faturamento do setor no período ?
    Será que o Ethevaldo Siqueira teria resposta outra que não esta:

    Sim, 1) o governo já havia “pulverizado” os 81% por baixo dos panos e 2) os demais “sócios” não aportaram os seus $ 89,53 bilhões. Quanto aos itens 3) e 4), os $ 190 bilhões investidos e o faturamento, ora, isto é sigilo bancário…

    Porque esta seria a única resposta verdadeira que mostra desde o cadáver resultante, até o crime, o criminoso, o veneno e a cobra e o pau que matou a cobra… [créditos ao Vanzolini]

    O número mais correto a ser analisado, portanto, é o que mostramos alguns aqui: quanto custavam antes, telefone e tarifas – contemporâneas -, e quanto custam agora. O resto é empulhação, lero-lero, me engana que eu gosto, ou outro nome que queiram dar.

    Bom seria um relato adicional do Marcio Silva, para que soubessemos um pouco mais do que ocorria “por dentro” e de como se brecava a Telebrás de outros jeitos.

    Sem falar que os “serviços” privatizados, hoje, estão uma droga de primeiríssima qualidade, como de resto o excelente esquema neoliberal!

    Prova disto é que o próprio governo, de tanto maus serviços prestados, bloqueou oficialmente as novas vendas de produtos das teles no mês passado. Nem precisava tanto, estavam autobloqueadas, tantos e tais são os seus problemas.
    Ou está tudo perfeito, como nas fábulas ?


    Interessante observar como, a despeito de tudo, alguns babam de alegria e satisfação porque as empresas privatizadas, agora, ganham esta fortuna imoral e indevida.

    Eles mesmos não ganham nada (creio), apenas vibram como simplórios torcedores de um “futebol telefônico”. Na sua lógica, entendem que estando alinhados sempre ao lado “vencedor”, e como as empresas sempre “ganham”, eles sempre “ganham”, também.

    Como qualquer ingênuo torcedor, ficam felizes com a vitória “do seu time”. A audível pseudo-euforia justifica sua alegria.

    “Ganhamos!”. Nada mais importa, pois.
    Diga-se, a final, que isto, nem Freud explica. Pois resta a pergunta: quem ganhou o quê, cara-pálida?

    BRASIL LIBERA R$ 333 MIL PARA COMBATE INTERNACIONAL À LAVAGEM DE DINHEIRO, MAS INTERNAMENTE NADA FAZ PARA PUNIR OS CRIMINOSOS

     

    É um eterno jogo de faz de conta. Os jornais alardeiam que o governo federal autorizou a liberação de mais de R$ 333,5 mil para programas internacionais de combate à lavagem de dinheiro e terrorismo, cujos valores serão convertidos em dólar norte-americano e canadense, além de euro.

    Mas é um posicionamento meramente teórico, porque na prática o que menos se combate em nosso país é justamente a lavagem de dinheiro e o consequente enriquecimento ilícito (no caso específico do Brasil, o terrorismo acaba entrando de contrabando nessa história toda, pois é um problema que praticamente inexiste por aqui).

    É desalentador constatar que, mais de 80 anos depois da prisão de Al Capone nos Estados Unidos, até hoje a lição não foi aprendida pelas autoridades brasileiras, que continuam fazendo vista grossa ao enriquecimento ilícito de criminosos de todo tipo, especialmente autoridades que desviam preciosos recursos púbicos.



    FALTA VONTADE POLÍTICA

    Se o Brasil realmente estivesse disposto a combater lavagem de dinheiro e enriquecimento ilícito, não lhe faltam instrumentos. Basta cruzar os dados existentes nos cartórios de imóveis dos bairros mais luxuosos com as informações dos registros de veículos, iates e aviões.
    Depois, conferir com a declaração de renda dos felizes proprietários e verificar se é possível justificar a acumulação dessas riquezas.

    Na era da computação, não há a menor dificuldade para identificar enriquecimento ilícito e lavagem de dinheiro. E nem adianta usar testas-de-ferro ou laranjas, porque também podem ser facilmente desmascarados e imediatamente conduziriam os policiais aos verdadeiros donos, pois não existe como ocultar esse tipo de ligação.

    Se houvesse o cruzamento desses dados, criminosos já claramente identificados como o governador Sergio Cabral, seu ex-concunhado Fernando Cavendish e seu secretário de Saúde Sergio Cortes já estariam atrás das grades há muito tempo. Suas fortunas são inexplicáveis, há abundância de provas.

    Mas o Ministério Público não se mexe, a Polícia nada vê e a Justiça é conivente. Resumindo: não há vontade política e as autoridades (principais beneficiárias da lavagem de dinheiro) continuam se comportando como se não houvesse pecado ao Sul do Equador, sacada genial de Chico Buarque e Ruy Guerra na peça “Calabar”.

    E la nave va, nesse país do faz de conta, onde reina a impunidade.

    14 de setembro de 2012
    Carlos Newton