"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



terça-feira, 16 de abril de 2013

JAPONESES TRANSFORMAM PAPEL EM TELA TOUCHSCREEN

 

Professor Pardal – Pesquisadores da empresa japonesa Fujitsu estão desenvolvendo uma técnica para transformar folhas de papel em telas touchscreen. Além de atuar contra o grave desperdício de papel ao redor do mundo, a tecnologia também é capaz de criar uma tela sensível ao toque em qualquer superfície.

O objetivo dos pesquisadores japoneses é agregar ao papel uma interface parecida com a dos tablets, permitindo que o usuário interaja com a página impressa em si e com seu conteúdo (como textos e imagens), através de elementos de edição, como caixas de seleção e ferramentas de formatação. A mesma técnica pode ser aplicada em qualquer superfície reta, como mesas, paredes etc.

Para funcionar, o papel inteligente sensível ao toque não depende de um sistema muito complexo. O mecanismo utiliza sensores, um projetor, uma webcam e outras ferramentas, que fazem com que os documentos impressos detectem os movimentos dos dedos em 3D, permitindo a interação dos usuários com a folha.

Ainda não há data prevista para que o papel tecnológico comece a ser vendido, mas é certo que a alternativa poderá reduzir de vez o ciclo predatório do papel, que registra muitas perdas ambientais ao redor do mundo. Produzidas a partir de árvores, as folhas de papel são responsáveis por boa parte das derrubadas nas florestas. Sua fabricação gera resíduos despejados na natureza, e, depois de utilizado, muitas vezes o papel é desperdiçado e acaba no lixo, sem ser reciclado.

(Do CicloVivo)

16 de abril de 2013
in ucho.info

E-MAIL BOMBÁSTICO DEVASSA OS BASTIDORES DO VÔLEI BRASILEIRO E O FAVORECIMENTO À REDE CBV

 


O blog teve acesso a um email enviado, no domingo, por Vittorio Medioli, e empresário dono do Grupo Sada, que patrocina o Cruzeiro, aos dirigentes da Confederação Brasileira de Vôlei.
Ele critica abertamente a entidade e a forma com que a Superliga é conduzida. Medioli ainda reclama do poderio econômico de RJX e Sesi, que , segundo ele, monopolizam a base da Seleção e são privilegiados.
Em um texto repleto de ironias, diretas e indiretas (publica
do na íntegra e sem correções gramaticais), o mandatário do Sada/Cruzeiro demonstra toda sua insatisfação.
Procurada, a CBV disse que sabia do teor do documento, mas não iria se pronunciar.

(texto enviado por Mário Assis)



PARABÉNS A VOCÊS DA CBV

“Prezados Ary, Renato, Fabio e demais dirigentes do vôlei nacional,
Parabéns a vocês da CBV. Atingiram todos os objetivos fixados para esta Superliga. Venceram, mesmo entre vitimas que terão, agora, que enterrar.

Deixo-lhes algumas ponderações tardias que deveria ter tido a coragem de fazer no ano passado, mas que a vitória e minha saúde me dissuadiram em fazer:

- 6 atletas de seleção num time com orçamento de R$ 17 mi

- 5 atletas de seleção num time com orçamento acima de R$ 12 mi que é mantido por contribuição sindical compulsória, por força de lei, inclusive da minhas empresas. Recursos destinados legalmente e estatutariamente ao amparo social e educacional dos trabalhadores e de seus filhos.

- o trabalhador da minha empresa não torce pelo Sesi, torce pelo Sada; não é amparado pelo Sesi, e se vê a disputar contra o SESI. Minhas empresas contribuem ao SESI por força de lei, nossos fundos são doações expontaneas e comerciais. Um patrocinador privado investe no que é sustentável, não numa loucura sem parâmetro econômico e responsabilidade social, certamente não para enfrentar que tem recursos sem limites, desviados das finalidades constitucionais.

- CBV, com seus equívocos, conseguiu realizar uma divisão nítida no vôlei brasileiro. Um vôlei bilionário, estratosférico, sem compromissos com gastos, que pode pagar mais que times russos, poloneses, italianos e arrematar toda a seleção; outro vôlei barnabé cujos patrocinadores, intimidados, fogem espantados por tanta irracionalidade.

- Os times por imposição de CBV/Globo não possuem nome, quem decide o nome ridiculo do time é a rede que levou os direitos televisivos, sem pagá-los aos clubes. Pelo menos, pagasse para fazer o que quer!, mas é de graça.

- Não existe premiação de entrada e de resultado, nem direitos de televisionar. Se Não tem espaço na grade de programação, também não existe vontade de CBV se acordar com mais canais de tevê (mesmo de graça como é com a rede Globo (?), unica titular. Globo cobra para ceder a transmissão para outros canais?

- Nem meu time, dispondo do atrativo de títulos nacionais e internacionais conseguiu algum patrocinador. Perdeu ou BMG que pagava suadamente R$ 600 mil por uma temporada inteira. Não se sentiu retribuido pelo titulo mineiro, nacional, Sul Americano! Imagine os demais times o que podem esperar nessa situação.

- a final da Superliga se disputa numa manha de domingo. A grade não permite outra solução. A rede de tevê determinou, ponto final. No exterior é a melhor de 3 ou de 5 jogos, aproveitando a importância da decisão para dar retorno aos patrocinadores e satisfação aos torcedores, vender camisas, dar visibilidade a quem investe.

- CBV distribui ajudas ao clube que quiser, sem transparência, impessoalidade e proporcionalidade, deveres de uma entidade que recebe recursos públicos?

- Bancos patrocinadores que investiam no vôlei, não investem mais em atletas e quadras, forrados de BB. BB não dá nada aos clubes.

- Os patrocinadores da Superliga e da Seleção são os mesmos. Pagam para patrocinar a Seleção e levam a Superliga de troco. Nisso os times nada recebem.

- Hoje no final do jogo, na tevê, os comentaristas comemoravam que agora começa o circuito mundial . “ACABOU” Superliga, até com regozijo. Rio se consagrou o templo do vôlei do dinheiro. Unilever+Sky e EBX.

- Ficarão em quadra durante os próximos 5 meses, apenas 12 atletas milionários de 2 clubes apenas, enquanto 300 atletas e centenas de técnicos estarão sem remuneração, perdendo apartamentos, e vivendo uma agonia cíclica de 6 meses de inatividade absoluta e constrangedora.

- Ao escutar esse triunfalismo me deu vontade de chorar, sabendo o que isso significa para o mundo do vôlei, centenas de famílias na inseguranças e de jovens na desorientação.

- o próximo jogo do Sada será em final de setembro ou outubro, depois de 6 meses de inatividade. Pagaremos salários e despesas de 20 atletas e técnicos profissionais, aguardando que CBV reinvente a cada ano uma nova ilusão de Superliga, rejuntando os cacos dos cacos da anterior.

- os clubes são culpados. Acreditam em papai Noel.

- Os patrocinadores não atenderão ao telefone dos clubes até outubro. O clube se desintegra por inercia, por “não existir” durante 7/8 meses, por não ter o que fazer.

- Insisto na tese de alguns analistas desse mundo do vôlei que culpam o equivocado projeto do Sesi/SP – que deveria investir suas verbas de forma impessoal e proporcional para filhos de trabalhadores e seu lazer. Gerou-se com a invasão um vôlei milionário, disparatado, no meio do vôlei tupiniquim no qual Cimed fazia sucesso e formava atletas.

- Havia um campeonato “Paulista” tão importante e disputado quanto Superliga. Entrou Sesi e em São Paulo o vôlei enfrentou uma rápida decadência, os times foram desmantelados: SBC, Pinheiros, Volei Futuro, São Caetano, Santo André, Medley e, fora de SP, o glorioso Cimed mais meia duzia desistiram de sobreviver.

- Quem faz as contas antes de entrar em disputa e considera a existência do Sesi e de seu orçamento galático desiste de competir, só tem direito em sonhar num bronze. SESI pode pagar 2 vezes mais de quanto um time russo oferece e 3 vezes mais de quanto um primeira linha do Brasil consegue. O RJX, nem se fala, será campeão pelo resto da decada, pois Sesi usa mal seu dinheiro..

- a falta de competitividade assola a Superliga, nunca será um torneio de grande importância que possa beneficiar um numero maior de pessoas e levar grande alegria aos jovens e torcedores. É um modelo sem sustentabilidade, eivado de absurdos.

- Depois de 4 temporadas de Sesi, o que sobrou? O RJX, com 50% mais de orçamento (!) do que o próprio SESI. Os atletas da seleção se dividem entre eles. A próxima Superliga já tem finalistas decididos e campeão garantido.

- Mais logico a CBV pedir ao Senat, Senai, Sesc, Senar, Sest, Sebrae, Sescoop, IEL, Abdi, Apex,etc disputar entre si uma Superliga Sindical milionária com 100% de atletas da seleção. O jogo vai ficar mais parelho, mais justo, mais competitivo entre iguais que pode usar dinheiro de contribuições sindicail compulsória como metralhadora.

- como amante do vôlei segurei minhas lagrimas várias vezes, frente a tantas incongruências, achando que Deus premiaria sempre quem disputa com o coração e com esportividade, mas o vôlei do dinheiro sem limite chega a ser imbatível.

- Os clubes são frágeis e, mais devastados ficam, ao fim de uma Superliga como essa que sagrou a “seleção brasileira” campeão do torneio do tostão contra o bilhão. Absurdo e irreal.

16 de abril de 2013
Vittorio Medioli (sem revisão)
Daniel Bortoletto

A SÍRIA NÃO PODE SER UMA NOVA LÍBIA OU UM NOVO IRAQUE

 

Antes de sua viagem à Alemanha, realizada no fim de semana, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, concedeu entrevista à maior rede de televisão alemã, a ARD, na qual falou dos temas foram tratados durante a visita, tanto os relacionados à cooperação bilateral Rússia-Alemanha quanto os que dizem respeito à política internacional. Leia abaixo trechos da entrevista, reproduzidos pelo site Diário da Rússia.


“Não aceitamos invasão da Siria”

ARD: Presidente Vladimir Putin, como o senhor avalia o estágio atual das relações entre Rússia e Alemanha?

Vladímir Putin: Vamos ampliar o alcance da sua pergunta e dizer que a União Europeia responde por 50% da movimentação comercial da Rússia. Pois bem: entre os países membros da União Europeia, a Alemanha é a nossa principal parceira. A balança comercial Rússia-Alemanha registra US$ 74 bilhões. Portanto, entre os países da União Europeia, a Alemanha mantém a liderança nas relações econômicas com a Rússia, além de ser o nosso maior investidor externo.

Quais as perspectivas de esta cooperação bilateral aumentar?

Como disse, o intercâmbio comercial hoje entre Rússia e Alemanha é de 74 bilhões de dólares, e tende, de fato, a aumentar, apesar de alguns problemas pendentes. Por trás destes números estão os postos de trabalho e a troca de modernas tecnologias. A República Federal da Alemanha continua sendo um dos principais investidores da Federação Russa, com um montante de 25 bilhões de dólares em investimentos acumulados. Somente em 2012, os investimentos da Alemanha na Rússia aumentaram US$ 2,2 bilhões.

Desde a eclosão da crise econômica em Chipre, esta será a primeira vez em que os governantes da Rússia e da Alemanha se encontrarão pessoalmente. O que o senhor pretende conversar com a chanceler Angela Merkel?

A Rússia entende que não há necessidade de impor confiscos de ativos aos depositantes dos bancos cipriotas e que as condições de empréstimo de capitais podem perfeitamente ser bem discutidas entre todas as partes. A Rússia já prestou socorro financeiro a Chipre e não impôs exigências draconianas.

Como o senhor vê as informações veiculadas pela mídia internacional de que Chipre foi transformado numa grande lavanderia financeira?

As acusações de que Chipre se presta a lavar ou a clarear dinheiro precisam ser provadas. Será que os autores de tais acusações desconhecem as regras elementares da responsabilidade jurídica? Uma destas regras é a da presunção de inocência que deve ser atribuída a quem se vê alvo de acusações de atos ilícitos. Então, partindo-se deste princípio, como se pode dizer que todos os depositantes dos bancos cipriotas agem ilegalmente? É preciso ter provas para dizer isso. Provas bem consistentes, por sinal.

Vamos falar da Síria, país para o qual a Rússia exige soluções diplomáticas e veta qualquer possibilidade de intervenção externa. A seu ver, quais são as perspectivas para que a crise e a guerra civil na Síria cheguem ao fim?

A Rússia não admite intervenção externa na Síria, nem que este país sofra interferências em seus assuntos soberanos. Nós não queremos que se repitam na Síria os fatos ocorridos na Líbia, no Iraque e no Iêmen. Estes países sofreram uma verdadeira desintegração após as mudanças de poder. A Rússia sustenta que a sociedade síria é a única parte legítima para obter a solução dos seus conflitos. Não há razões para quaisquer interferências externas no país.

Presidente Putin, vamos falar agora de uma situação interna do seu país que provocou e continua provocando intensa repercussão no exterior – o controle das ONGs, organizações não governamentais. No caso específico, o fato de as 654 ONGs financiadas por outros países merecerem atenções especiais do governo russo. O que o senhor nos diz a respeito?
 
Não inventamos nada de novo a este respeito ao exigir que organizações não governamentais financiadas com recursos do exterior façam os seus registros, junto aos órgãos competentes russos, de acordo com o que realmente são: pessoas jurídicas de capital externo. Qual é a novidade que nós introduzimos? Diversos países agem assim, inclusive os Estados Unidos. O Kremlin não inventou nada. Para ter uma ideia do que se passa na Rússia com estas ONGs de capital externo, quatro meses após a entrada em vigor da lei que regula a atividade das ONGs de capital externo, foram transferidos para as suas contas bancárias 28,3 bilhões de rublos, o que equivale a quase um bilhão de dólares. Será que a sociedade russa não tem o direito de saber quem recebe este dinheiro e qual é a destinação do seu uso?
 
Para encerrar, Presidente Putin: quais são os seus planos pessoais para o futuro? Por futuro, entenda-se 2018, o ano em que terminará o seu mandato presidencial.
 
Adoro Direito e Literatura, e espero poder me ocupar destas áreas sem manter ligações com quaisquer estruturas públicas. Admito, porém, manter ligações em outras áreas como as relacionadas à sociedade russa e ao mundo dos esportes na Rússia.

(artigo publicado em www.marchaverde.com.br, enviado por Sergio Caldieri)

16 de abril de 2013
(Diário da Rússia)

QUANDO O HUMOR DESENHA A REALIDADE


16 de abril de 2013

BAILES NOS PALÁCIOS DE BRASÍLIA

 



Os brasileiros devem se orgulhar da serenidade democrática em que hoje se encontram as instituições da República. As inúmeras manifestações da sociedade contrárias a presidentes do Parlamento e de suas comissões demonstram iniludível reverência a esse Poder.

Se há indignação, é por que existe reconhecimento da legitimidade da Casa do Povo. Na verdade, quanto pior forem os representantes políticos e, ainda assim, houver sujeição ao Congresso, mais se vê este fortalecido.

Se os palácios onde estão ilhados os poderes constituídos estão ocos de inteligência, sabedoria e honestidade, e, apesar disso, insurreições recorrentes num passado não tão distante permanecem adormecidas, eis aí a essência do regime constitucional; os fuzis em silêncio, as baionetas abandonadas nos almoxarifados, mas não os alaridos de protestos em números alarmantes, as passeatas pacíficas, a publicação de extensas matérias na mídia e os artigos ferozes.

A extraordinária multiplicidade de partidos políticos e a surpreendente cooptação de muitos deles pelo Governo mediante a distribuição de cargos a seus correligionários, como também a criação de cargos quando os atuais são insuficientes para atender à voracidade dos aliados, convalidam os sólidos e firmes alicerces de sustentação do poder constituído.
O estabanado atropelo de princípios da moralidade é irrelevante em confronto com a majestade do cetro republicano.

A Justiça, talvez menos cega do que seria desejável, habita prédios que fazem inveja aos palácios de reis e sultões. As togas negras e solenes foram preservadas e também a lerdeza dos processos.

Os que militam na área já se conformaram e trafegam pelos corredores dos Tribunais ciscando migalhas de atenção dos eminentes juízes. Não desejam mais sentenças favoráveis, basta-lhes assistir o andamento dos autos.

Para aonde? Para qualquer lugar. As associações dos procuradores lutam pelas prerrogativas dos seus filiados, mas não jogam pedras nas portas, nas janelas e nas escrivaninhas preguiçosas dos magistrados, desembargadores e ministros.

A esperança da população reside no fato de que os palácios serão, um dia, dignamente ocupados.
Eles lá estão aguardando novas gerações. Se for possível suportar tantos desatinos, é sinal de que nada mais poderá abalar as estruturas da democracia no Brasil. Os militares e os aproveitadores civis só olharão para as fronteiras do país e nunca mais para dentro do território nacional. Graças a Deus.

Aliás, nem tudo é desastroso; os presidentes dos Poderes Executivo e Judiciário são festejados em todo o Brasil, posto que turrões e intempestivos. Bem, não se rabisca aqui um rascunho muito cauteloso para que as palavras usem vestimentas de seda em vez da nudez que, realmente, revela o indivíduo.
Em suma, ambos são arrogantes e insolentes. É pena. A insegurança provoca enorme estrago ao comportamento e empobrece a alma. Não importa, a sociedade os prefere aos dirigentes do Parlamento, apesar da sua elegância e urbanidade.

Haverá um dia em que os carros do Rio de Janeiro e os políticos de Brasília deixarão de usar insulfilm, para proteção contra ação e para ação contra proteção.

Até esse dia, as Ministras Cármem Lucia Antunes Rocha, Rosa Maria Weber e o Brasil esperam, pacientemente, os seus pares, neste caso trajando idoneidade e competência, para, enfim, bailarem nos salões dos Palácios a valsa de Strauss e a marcha nupcial de Mendelssohn na festa, aí, sim, apoteótica da democracia.

(artigo enviado por Mário Assis)

16 de abril de 2013
Francisco de Assis Chagas de Mello e Silva

O IMPORTANTE NÃO É A PRODUÇÃO EM SI. É COMO SE PRODUZ, QUEM PRODUZ E QUEM FICA COM O RESULTADO DA PRODUÇÃO.

 

Todas as ditaduras são criminosas e hediondas, sem exceção. Mas o regime que mais mata, e da forma mais cruel, é a ditadura da imposição da utilização do capital sem regras, que despreza e humilha o suor do produtor, que é o povo contribuinte, explorado pelos grandes conglomerados e bancos oficiais e particulares.

O que é liberdade? O que é “mercado aberto ou mercado fechado”?
E… afinal, o que vem a ser “democracia”? Se existe, em qual país está sendo praticada a sério, como o regime do povo, pelo povo e para o povo? Salvo algumas exceções, estamos assistindo uma carnificina internacional no âmbito social, trabalhista e familiar na Europa, nos Estados Unidos, na Ásia, em todos os lugares não há, definitivamente não há, respeito pelas pessoas, pelos indivíduos.

As leis… são definidas nos porões mais sórdidos, por bandidos. Os legisladores são quase todos escroques (no mundo todo), “legislam” sempre em causa própria, formando suas bancadas de empreiteiras, de bancos, de negócios tenebrosos. E… onde fica a tal democracia?

Um dia escreverei como nasceu a democracia, sonhada por Solon, desenvolvida e praticada por Clístenes e aperfeiçoada por Péricles. Mas… aquela democracia nada tem a ver com o que vemos e temos neste mundão! Usam a palavra para dar a sensação de que existe liberdade de expressão, direito de ir e vir (jamais saberei o que é isto, nem para que serve).

PAÍSES NÓRDICOS

Por que não copiar os países nórdicos? Lá só existem as leis de alcance social. Alguém conhece um “líder de massas” de lá? O Estado arrecada e distribui. Toma conta de tudo. E os maiores índices de felicidade e desenvolvimento humano estão lá.

Na Suécia, um deputado mora num apartamento de 45 metros quadrados. A máquina de lavar é coletiva, cada um cuida (lava e passa) da sua roupa, pessoalmente. Anda de ônibus, sem problemas. Num vídeo que tenho, um cidadão sueco, perguntado sobre isto, respondeu: ” Ora, se eu pago as minhas contas, porque seria diferente com um deputado?”

Legislativo e Judiciário não desfrutam de qualquer privilégio. Aqui … no escritório de um grande criminalista, meu amigo, assisti um desembargador pedir 200 mil reais para resolver uma questão. Meu amigo mandou-o para a puta que o pariu na hora. E isso é apenas um café pequeno, diante do que acontece no Judiciário.

EXEMPLO DO VIETNÃ

E o Vietnã? No “Globo Repórter” pudemos ver um país em franco desenvolvimento, com seu povo feliz! Uma mulher que ganha cinco dólares/dia, passa o dia pescando, vendendo seus peixes, sorrindo, trabalhando numa boa! Os dois brasileiros entrevistados disseram que nem polícia eles têm, todos andam pelas ruas sem temer qualquer problema.

O Estado empresta em condições extraordinárias para os plantadores de arroz, feijão, café, mandioca e abacaxi! Todos pagam em dia e o Estado empresta mais! Hoje o Vietnã é o segundo maior produtor de café em todo o mundo! E este país foi brutalmente invadido e bombardeado pelos Estados Unidos, que mataram até mesmo com armas químicas mais de dois milhões de vietnamitas.

Quando estive em Washington, visitando o túmulo dos norte-americanos (55 mil) que lá deixaram suas vidas, Bob, meu anfitrião, disse: “Almério, por que morremos lá? E para quê? Nosso país é governado por loucos”.

Quem assistiu o filme/documentário “Corações e Mentes” (de Peter Davis) fica traumatizado. Caixões e caixões de crianças mortas por comer arroz envenenado pela fumaça dos aviões norte-americanos.

O Tenente McCallen foi a Corte Marcial, por ter assassinado mais de 300 camponeses (mulheres, idosos, crianças), Enterrou-os vivos. Foi preso, condenado a prisão perpétua. Dois anos depois, num indulto natalino … o presidente Richard Nixon libertou-o.
Hoje, este monstro – atualmente com 69 anos – circula por aí livremente, numa boa. Faz sentido.

16 de abril de 2013
Almério Nunes

A RESSURREIÇÃO






16 de abril de 2013

OHHHHHH SAUDADE...


 
E eu lembro dessa frase...

Assim como lembro aquela do General Figueiredo que dizia que os Brasileiros iriam sentir saudades dos militares...
E não é que é?
 
E quem é contra...
 
16 de abril de 2013
omascate

A FRAUDE FOI A GRANDE VENCEDORA DAS ELEIÇÕES NA VENEZUELA


          Notícias Faltantes - Foro de São Paulo 
       
A Venezuela celebrou anteontem eleições presidenciais, fraudulentas deste a data, uma vez que o pleito deveria ter sido convocado pelo menos desde janeiro deste ano, quando se anunciou a impossibilidade de Chávez voltar a governar, e em vez de Nicolás Maduro deveria estar governando até novas eleições o presidente da Assembléia, Diosdado Cabello. O CNE, órgão eminentemente chavista, fez vista grossa a essas irregularidades e ainda deu posse oficialmente a Nicolás Maduro no dia 8 de março.
Na edição do dia 4 de abril o Notalatina havia anunciado que a vitória seria de Maduro, não sem fraude, pois esta foi uma das deliberações do Foro de São Paulo (FSP) que realizou um encontro em Caracas, em edição extraordinária, no dia 1º de abril.
Embora toda a imprensa brasileira tenha anunciado que as eleições ocorreram em um clima de “paz e tranqüilidade”, não foi isto que vi e que era denunciado freneticamente por venezuelanos via Twitter e FaceBook durante todo o dia.
Denunciavam que Maduro mandou fechar as fronteiras do país para dificultar o acesso de possíveis opositores e destaco o que assisti pelo canal Globovisión: no Liceu de Montalban, onde ocorreu mais fraudes em número e em diversificação, umas senhoras denunciavam haver chegado ao local às 5 h. da manhã e já passadas as 4 da tarde ainda não haviam votado.
 
Denunciavam que chegou um ônibus com 100 (CEM) cubanos, com cédulas novas, para votar naquela unidade mas que não pertenciam à comunidade.
Nesta mesma localidade, o site La Patilla denuncia (com fotos e um vídeo que recomendo) que motorizados armados ameaçavam as pessoas; que um cidadão que chegou com o deputado Carlos Sierra, do PSUV, foi detido pela Polícia, pois trazia consigo 40 cédulas de identidade.
 
Que os militantes chavistas continuavam fazendo campanha abertamente - quando era expressamente proibido pelo CNE a partir do dia 10 -, e o próprio Maduro não cessou de utilizar todos os canais de rádio e televisão em seu favor. Através do Twitter, um eleitor publica foto de urnas sendo levadas pela Guarda Nacional sem ser auditadas. Também através do Twitter Henrique Capriles denunciava:
 
“Exigimos à reitora Tibisay Lucena o encerramento total das mesas de votação, estão tratando de votar com mesas encerradas. Fazer RT!”.
E como se fraudou, finalmente, as eleições? No dia 10 de abril, a ex-juíza eleitoral Ana Mercedes Díaz, que trabalhou no CNE por 25 anos, denunciou no programa de Jaime Bayly que as fraudes vêm ocorrendo desde o ano de 2004 e nunca mais pararam.
 
Dentre uma das maneiras de se fraudar está na tinta utilizada para captar a impressão digital, que deveria ser indelével mas não é, onde pode-se apagar a digital impressa no papelete quantas vezes se deseje e no lugar ir colocando outras.
Esta falha na qualidade da tinta foi também uma das incontáveis denúncias feitas pelos eleitores no Twitter ontem à tarde e parte da noite.
A entrevista da Drª Ana Mercedes foi publicada em dois vídeos que podem ser vistos aqui e aqui, mas não deixem de ver, se quiserem compreender porquê há anos se denuncia o cometimento de fraude eleitoral na Venezuela.
O CNE tardou demais em apresentar os resultados e as expectativas eram imensas.
O comando de Capriles estava seguro, pois tinha cópia das atas, que a vitória era do seu candidato.
Em anos anteriores parece que a MUD (Mesa de Unidade Nacional) não teve fiscais em todas as mesas do país mas este ano sim, daí que puderam ter cópia de todas as atas.
E o resultado dava Henrique Capriles com um vitória colossal, conforme pode-se ver no gráfico e na relação por estados abaixo.
E enquanto aguardávamos, recebi essa informação que foi divulgada pelo Twitter, de alguém que trabalha no CNE:
“Com 95% de atas escrutinadas: Capriles 7.800M, Maduro 6.400M. Sou membro do CNE
Passa urgente para que se vejam de mãos atadas”.


E já passava da meia-noite quando finalmente os reitores do CNE resolveram apresentar os resultados, quando, segundo informação desse órgão, já se havia apurado 99,12% dos votos e àquela altura se poderia afirmar que o resultado era irreversível. Segundo Tibisay Lucena, com 78% de participação, Maduro alcançou 7.505.403 votos, com 50,66%, e Capriles 7.270.403 votos e 49,07%.
Hoje pela manhã recebi outra informação grave que traduzo literalmente, de pessoa que trabalha no CNE e por motivos óbvios não pode se identificar:
“Amiga, tremendo porre por aqui. Só Vicente (o único dos cinco reitores não-chavista G.S.) dá a cara. Já baixaram a diferença para 100 mil votos e ainda faltam os do exterior, esses não chegaram. Era mentira o que disseram. Difunde por favor para que as pessoas saibam da verdade e possamos mover as massas.
Querem proclamar Nicolás hoje mesmo à tarde.
No fiquemos calados! AGORA OU NUNCA!”.
Quer dizer, demoraram a anunciar os resultados porque estavam vendo de que maneira poderiam arranjar as coisas e anunciar o resultado determinado pelo Foro de São Paulo e pela ditadura cubana, mesmo sabendo que, além de mentir nos números que tinham em mãos, ainda faltavam os votos do exterior e que me foi informado que nos Estados Unidos, onde vivem mais de 9 mil famílias exiladas, a vitória foi de Capriles.
Tão logo Tibisay anunciou a farsa, Maduro fez um discurso histérico e desconexo desde o Palácio de Miraflores. Dalí ele gritava cheio de ódio contra a oposição, colocando no final de seus grunhidos o Hino Nacional cantado por Chávez. Capriles demorou a se pronunciar mas quando o fez, foi corajoso e preciso.
 
Se em outubro de 2012 ele tivesse tomado a atitude de ontem, a Venezuela hoje não estaria passando por tudo isto de novo e talvez, a esta altura, Chávez e seu legado, sobretudo os agentes cubanos, fossem apenas partes de uma história nefasta, de um pesadelo maligno que durou 14 anos e foi parar no rol do esquecimento.
Em seu discurso calmo e comedido Capriles dirigiu um alerta a Maduro que resume tudo: “Se você antes era ilegítimo, agora está mais carregado de ilegitimidade”. No vídeo que apresento abaixo, de parte do seu discurso, Capriles disse que não vai aceitar os resultados apresentados pelo CNE e que exige uma auditoria com cada uma das urnas, 100% dos votos.
 
Denunciou ainda que o resultado apresentado pelo CNE está baseado em 3.200 “incidências” e que quer que se conte voto por voto. Sobre o pedido de auditoria, José Miguel Insulza, Secretário Geral da OEA, afirmou que “respaldava” a iniciativa e que colocaria à disposição da Venezuela uma equipe de experts da OEA, “de reconhecido prestígio e longa experiência nesta matéria”. Apesar desse apoio, temo pelo que vão fazer tais “experts”, pois eles sempre avalizaram as fraudes cometidas por Chávez ao longo de mais de 10 anos, uma vez que a única eleição que lhe deu uma vitória “limpa”, foi a primeira, em 1998.
E hoje Capriles voltou a se pronunciar diante de seus leitores e pediu às autoridades eleitorais que suspendam a proclamação de Maduro até que se faça a re-contagem dos votos. A Maduro ele disse através de uma conferência de imprensa: “Se você vai e corre hoje covardemente a se proclamar, você é um presidente ‘ilegítimo e espúrio’”.
 
Em seguida, dirigindo-se a seus eleitores, conclamou a um panelaço, caso o CNE desrespeite a solicitação de auditoria e dê posse a Maduro antes de se concluir a re-contagem. E concluiu dizendo: “Queremos um panelaço que se ouça no mundo inteiro para fazer sentir nossa indignação porque não se quer dar a conhecer a verdade expressada nas urnas no dia de ontem”. Vejam no vídeo abaixo.
Tenho fé que desta vez os venezuelanos, vendo a coragem e a força moral apresentada por Capriles agora, não deixem que a ditadura cubana e o FSP decidam seus destinos. Que vão às ruas fazer o panelaço, que façam muito barulho para que o mundo inteira conheça que Chávez implantou uma ditadura violenta na Venezuela e que o povo não agüenta nem aceita mais.
Que Deus abençoe a Venezuela e seu “bravo povo”, que a paz, a democracia, a liberdade e a prosperidade possam voltar àquela terra de gente tão querida. Fiquem com Deus e até a próxima!

16 de abril de 2013
Graça Salgueiro

ESBOÇO DE NOVO RELATÓRIO DO IPCC DESTRÓI MITOS AQUECIMENTISTAS

    
          Artigos - Ambientalismo 
Não são apenas os cidadãos que estão achando que o clima não está mais quente, mas também os próprios cientistas que há pouco pregavam o aquecimento global – escreveu o jornal britânico “The Daily Mail”.

O jornal apresentou dados, a seu ver irrefutáveis, segundo os quais as predições oficiais sobre o aquecimento global foram “distorcidas catastroficamente” com um custo impressionante para os contribuintes.

Os britânicos teriam gastado inutilmente bilhões de libras esterlinas em impostos e subsídios para cortar emissões de gases estufa sem nenhuma razão séria.

O gráfico publicado pelo jornal foi elaborado pelo Dr. Ed Hawkins, pesquisador do National Centre for Atmospheric Science (NCAS) do Reino Unido e inclui as predições computacionais da temperatura mundial brandidas pelo famigerado IPCC, o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas – da ONU.
Gráfico publicado pelo "The Daily Mail" de Londres
Gráfico publicado pelo "The Daily Mail" de Londres






















O gráfico aponta com incontrovertíveis pormenores que a velocidade do aquecimento global foi “maciçamente superestimada”. Ele mostra que não houve aumento estatisticamente significativo na temperatura média mundial desde janeiro de 1997, diz o jornal.

Por sua vez, o IPCC pretende publicar um novo relatório no transcurso do presente ano. E deu a conhecer o primeiro rascunho desse relatório a climatologistas eminentes.

À vista dele, esses cientistas passaram a admitir que não se verificarão os temores suscitados pela peregrina teoria do “aquecimento global”.

Entre as autoridades acadêmicas que reformaram seus pontos de vista figura Myles Allen, professor de Ciência de Geossistemas da Universidade de Oxford.

Ele até recentemente acreditava que o mundo ia para um catastrófico aumento da temperatura de mais de cinco graus Celsius num século.

Mas agora reconhece que “os temores vieram abaixo”, acrescentando que o aquecimento será significativamente inferior.

No fim do ano passado, o conceituado serviço de meteorologia inglês Met Office revisou suas predições aquecimentistas e anunciou que não aguarda mudanças até pelo menos 2017.

A perspectiva é que os próximos anos sejam mais frios do que o mais gélido cenário já imaginado, como se pode ler no artigo “Aquecimento global” parou há 16 anos, confessa ilustre órgão aquecimentista.

O gráfico do Met Office ‘HadCRUT4’ foi feito com dados extraídos de mais de 30 mil postos de medição.

À vista dessa mudança do Met Office, Piers Forster, professor de Mudança Climática na Universidade de Leeds, declarou: “o fato de as temperaturas globais na superfície da Terra não terem aumentado nos últimos 15 anos, combinado com o bom conhecimento das mudanças climáticas, tornam inverossímeis as estimativas exageradas”.

A professora Judith Curry, chefe do Departamento de Ciência Climática do prestigioso Georgia Institute of Technology, disse: “os modelos estão aquecidos demais. A tendência para a estabilidade das temperaturas globais na superfície do planeta será dominante por mais uma ou duas décadas”.

O proeminente ‘aquecimentista’ James Annan, do Frontier Research For Global Change, declarou também que as estimativas carregadas estão ficando “cada vez mais indefensáveis”.

Entre os chamados “céticos” a tendência obviamente é mais forte e tem um sabor de vitória.
O Dr. David Whitehouse, autor de um relatório publicado pela Global Warming Policy Foundation de Lord Lawson, declarou: “Estes dados mudam tudo. O aquecimento global não será mais um fator determinante em qualquer política energética”.

Para que absurdos dirigistas o extremismo ambientalista ter-nos-ia empurrado se a enganosa teoria do “aquecimento global antropogênico” tivesse sido imposta nos convênios internacionais concebidos para isso?

16 de abril de 2013
Luis Dufaur

AFINAL, UMA PERGUNTA CAPITAL: QUEM MATOU?

Os guris do crime
A seguir cenas do próximo Enem:

— Quem matou o paulista Victor Hugo Deppman, de 19 anos?

a) A arma.
b) A pobreza.
c) A falta de escola.
d) A falta de um parquinho com escorrega na periferia.
e) A falta de verbas para o cinema nacional.
f) O capitalismo.
g) Os católicos e evangélicos.
h) A sociedade burguesa.
i) O sistema.
j) O celular de Victor Hugo Deppman.
k) Todas as respostas anteriores.

Ué, pergunta-se o vestibulando, mas e o assassino? Não foi ele?

Pergunta típica de estudante reacionário, que merece nota zero no Enem. Não entendeu ainda que, no Brasil de hoje, tudo mata, menos o assassino?

É simples:

Quando o desnutrido rouba a maçã da feira, ou o pai falido, um remédio para dar ao filho doente, temos os chamados “crimes famélicos”, que em países civilizados nem chegam a ser considerados crimes.

No Brasil de hoje, graças aos cientistas sociais, todos os crimes se passam por “crimes famélicos”: se o sujeito rouba um celular, é porque ele estava com muita fome de celular e não podia ficar sem internet.

Se ele mata alguém enquanto rouba um celular, a fome era muito grande — ou muito antiga, já que uma fomezinha na infância basta para autorizar uma vida inteira de crimes.
E, se a fome era muito grande ou muito antiga, a culpa é dos ricos que, segundo esses mesmos cientistas sociais, criaram a pobreza.
Mesmo que muitas vezes seja uma pobreza apenas aparente, daquelas com piscina e parabólica, de causar inveja aos pobres da Índia.

O estupro, por exemplo, é um caso óbvio de crime famélico: o sujeito não consegue comer mulher, não consegue nem sair com uma mulher, então precisa forçar a barra para dar umazinha. Que mal há nisso?

O mal está, obviamente, naqueles malditos pastores evangélicos que insistem em dizer aos pobres brasileiros que, mesmo para eles, o crime é pecado. Como eles ousam tornar os pobres tão apáticos? Não leram Marcuse? Não leram Hobsbawn?

A taxa irrisória de delinquência entre os pobres evangélicos é mesmo um crime: um crime indesculpável contra a tese da correlação causal entre pobreza e criminalidade.

Veja só como a fé é alienante: o sujeito, em vez de aproveitar que é pobre para roubar, estuprar e matar os ricos sem peso de consciência, fica lá rezando pai-nosso, ave-maria, e não furta nem uma hóstia!

Entre o apelo ao crime e o apelo à fé; entre a palavra dos cientistas sociais e a dos bispos, que há décadas disputam a alma dos pobres brasileiros, ele repete a dos bispos.

Fica parecendo até que a ação humana não depende diretamente da situação econômica, mas da interpretação que se faz dela, de acordo com crenças e valores disseminados pela classe letrada, da qual participam os cientistas sociais e os bispos.
 Mais um pouco e até os psicopatas acreditam que têm escolha!

Não é porque a maioria dos pobres nas favelas e periferias não delinque nem mata que o Estado vai culpar os que delinquem e matam, sobretudo se menores de idade.

Livros, teses, jornais e ONGs progressistas fizeram chegar até estes a ideia de que o crime é não apenas justificável nessas circunstâncias, como é sem dúvida o melhor a fazer; de modo que a culpa não é deles se ainda há quem prefira Jesus Cristo.

Se as noivas celebram despedida de solteira com vários go-go-boys, por que os pobres de 17 anos não podem celebrar despedida de menoridade com um cadáver? Isto sim é um direito humano. Gilberto Carvalho e Michel Temer são muito coerentes em defender os jovens assassinos contra essa meia dúzia de reacionários que critica o limite de 3 anos de recolhimento, previsto pelo artigo 121 do Estatuto da Criança e do Adolescente.

Eles querem o quê, afinal? Que os menores passem muitos anos na cadeia?

Só falta dizer que a precariedade do sistema carcerário não é motivo para deixar os assassinos nas ruas, matando a população.

Só falta acusar o governo de descuidar das prisões para ter uma desculpa a mais para liberá-los.
Só falta explicar o índice de 70% de reincidência criminal em função justamente da suavidade das penas, da sensação de impunidade e do descuido prisional.
Só falta propor a reeducação do imaginário dos presos pela leitura de Dostoiévski.
Só falta alegar que Deppman estaria vivo se o assassino tivesse ficado preso nas duas vezes em que fora detido por roubo.
Só falta espalhar que em um monte de países civilizados a maioridade penal se dá antes dos 18 anos.
Só falta declarar que os bandidos adultos usam os adolescentes intocáveis como mão de obra do crime.
Só falta lembrar que os próprios pobres são suas principais vítimas, inclusive dos 50 mil homicídios por ano no país.
Só falta afirmar que o Brasil só será mais seguro quando os bandidos tiverem tanto medo das consequências de seus crimes quanto os humoristas têm das de fazer piada com Alá e Maomé.

É muito reacionarismo para uma guerra civil só! O Estado brasileiro não está aqui para aterrorizar bandidos. O Estado brasileiro está aqui para ser uma mãe para eles, como aquela da música “Meu guri”, do companheiro petista Chico Buarque.

Que mal há no caso paulista se o assassino “dimenor” — com sua fome de matar temporariamente saciada — já foi recolhido, sem legenda, nem iniciais? "Eu não entendo essa gente, seu moço/ fazendo alvoroço demais”... Só porque daqui a três anos ele estará nas ruas, de ficha limpa, como um exemplo de que o crime compensa? Dependendo do ódio pela vítima no caso de homicídio ou do tesão, no de estupro, talvez valha mesmo a pena arriscar um período de recolhimento, e daí?

Todo mundo sabe de quem é a culpa. Todo mundo sabe que a resposta oficial de políticos, juristas, jornalistas, cientistas sociais e demais membros das classes falantes brasileiras para a família de Victor Hugo Deppman e para toda essa gente reacionária com fome de justiça é a reposta “k”:

Kkkkkkkkkk!

 
16 de abril de 2013
Felipe Moura Brasil

A ERRADICAÇÃO DO ESTIGMA SOCIAL E A ATOMIZAÇÃO DA SOCIEDADE


          Artigos - Movimento Revolucionário
A última fase da construção deste novo tipo totalitarismo é o da destruição da instituição que se interpõe entre o indivíduo e o Estado. Essa instituição é a família natural.

Ainda há pouco tempo havia o estigma social que unia e consolidava a comunidade. O estigma social não era necessariamente fundado na lei, mas sobretudo na cultura antropológica, no senso comum, na lei natural ou lei racional, e na tradição com mais ou menos defeitos. O estigma social colocava os comportamentos-padrão de uma esmagadora maioria da sociedade em oposição aos de minúsculas minorias culturais.


Hoje, o poder do estigma social já não pertence à cultura antropológica, mas antes foi transferido para o Direito Positivo, o que traduz uma real perda da liberdade da sociedade em geral. A lei é produto da “vontade geral” controlada pelas elites, o que significa que a tendência da política é a de uma progressiva restrição das liberdades, e a ponto de os cidadãos virem a ter tendencialmente menos liberdade, real e efetiva.

A ilusão política, com que as elites atuais enganam os povos, consiste em convencer os cidadãos que cada vez mais “direitos” individuais se traduzem em mais liberdade individual. De fato, cada vez mais “direitos” conduzem a uma liberdade da indiferença, e à anomia, e por isso, à atomização da sociedade.

A transferência da capacidade de estigmatização social para o Direito Positivo formal e processual, retirando-a da cultura antropológica e da tradição, transforma cada e todo o cidadão em um prevaricador em potência face ao Estado. E é nisto que consiste o totalitarismo “suave” construído pelas elites atuais.
Se todos são, perante o Estado e perante as elites que definem as leis, prevaricadores em potência, todos os cidadãos são passíveis de uma estigmatização onipresente através da lei — porque à partida ninguém é inocente; o ônus da prova é invertido pela própria lei.

A sensação de culpa, própria dos estigmatizados sociais, está agora distribuída pela sociedade em geral, de forma quase indiscriminada e segundo critérios tendencialmente nepotistas e arbitrários; já não cabe à esmagadora maioria — à cultura antropológica — definir os tipos de estigmas sociais: em vez disso, é a lei, produzida pelas elites, que derrama o estigma social por todos os cidadãos, tratando-os como bandidos em potência.

A última fase da construção deste novo tipo totalitarismo é o da destruição da instituição que se interpõe entre o indivíduo e o Estado. Essa instituição é a família natural. E essa destruição está em curso.

Com a destruição da família natural ou nuclear, o cidadão fica definitivamente isolado face ao Estado, e é neste contexto que se institui, por exemplo, o “casamento” gay como um direito negativo — quando até há pouco tempo o casamento era, na cultura antropológica e na tradição, um direito positivo (e sendo um direito positivo, implicava a existência de deveres e de obrigações, por um lado, e por outro lado implicava a estigmatização de quem não respeitasse esse direito positivo).

Transformar o casamento em direito negativo é um passo importante para a atomização da sociedade que, por sua vez, é uma peça fundamental da consolidação do novo totalitarismo.

16 de abril de 2013
Orlando Braga