"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quinta-feira, 28 de março de 2013

INTELECTUAIS E RAÇA - O ESTRAGO INCORRIGÍVEL

    
          Artigos - Movimento Revolucionário

George Orwell certa vez disse que algumas ideias são tão insensatas, que somente um intelectual poderia acreditar nelas. O multiculturalismo é uma dessas ideias.
Há tantas falácias ditas sobre raça, que é difícil escolher qual é a mais ridícula. No entanto, uma falácia que costuma se sobressair é aquela que afirma haver algo de errado com o fato de que as diferentes raças são representadas de forma numericamente desproporcional em várias instituições, carreiras ou em diferentes níveis de renda e de feitos empreendedoriais.
Cem anos atrás, o fato de pessoas de diferentes antecedentes raciais apresentarem taxas de sucesso extremamente discrepantes em termos de cultura, educação, realizações econômicas e empreendedoriais era visto como prova de que algumas raças eram geneticamente superiores a outras.

Algumas raças eram consideradas tão geneticamente inferiores, que a eugenia foi proposta como forma de reduzir sua reprodução. O antropólogo Francis Galton chegou a exortar "a gradual extinção de uma raça inferior".

E as pessoas que diziam essas coisas não eram meros lunáticos extremistas. Muitos deles eram Ph.D.s oriundos de várias universidades de ponta, lecionavam nas principais universidades do mundo e eram internacionalmente reputados.

Reitores da Universidade de Stanford e do MIT estavam entre os vários acadêmicos defensores de teorias sobre inferioridade racial — as quais eram aplicadas majoritariamente aos povos do Leste Europeu e do sul da Europa, uma vez que, à época, era dado como certo o fato de que os negros eram inferiores.

E este não era um assunto que dividia esquerda e direita. Os principais proponentes de teorias sobre superioridade e inferioridade genética eram figuras icônicas da esquerda, de ambos os lados do Atlântico.
John Maynard Keynes ajudou a criar a Sociedade Eugênica de Cambridge. Intelectuais adeptos do socialismo fabiano, como H.G. Wells e George Bernard Shaw, estavam entre os vários esquerdistas defensores da eugenia.

Foi praticamente a mesma história nos EUA. O presidente democrata Woodrow Wilson, como vários outros progressistas da época, eram sólidos defensores de noções de superioridade e inferioridade racial. Ele exibiu o filme O Nascimento de uma Nação, que glorificava a Ku Klux Klan, na Casa Branca, e convidou vários dignitários para a sessão.
Tais visões dominaram as primeiras duas décadas do século XX.

Agora, avancemos para as últimas décadas do século XX. A esquerda política desta era já havia se movido para o lado oposto do espectro das questões raciais. No entanto, ela também considerava que as diferenças de sucesso entre grupos étnicos e raciais era algo atípico, e clamava por uma explicação única, vasta e arrebatadora.

Desta feita, em vez de os genes serem a razão predominante para as diferenças nos êxitos pessoais, o racismo se tornou o motivo que explicava tudo. Mas o dogmatismo continuava o mesmo. Aqueles que ousassem discordar, ou até mesmo questionar o dogma predominante em ambas as eras, era tachado de "sentimentalista" no início do século XX e de "racista" na era multicultural.

Tanto os progressistas do início do século XX quanto os novos progressistas do final do século XX partiram da mesma falsa premissa — a saber, que há algo de estranho quando diferentes grupos raciais e étnicos alcançam diferentes níveis de realizações.

No entanto, o fato é que minorais raciais e étnicas sempre foram as proprietárias — ou gerentes — de mais da metade de todas as principais indústrias de vários países. Dentre estas minorias bem-sucedidas, temos os chineses na Malásia, os libaneses na África Ocidental, os gregos no Império Otomano, os bretões na Argentina, os indianos em Fiji, os judeus na Polônia, os espanhóis no Chile — entre vários outros.

Não apenas diferentes grupos raciais e étnicos, como também nações e civilizações inteiras apresentaram níveis de realizações extremamente distintos ao longo dos séculos. A China do século XV era muito mais avançada do que qualquer país europeu. Com o tempo, no entanto, os europeus ultrapassaram os chineses — e não há nenhuma evidência de ter havido alterações nos genes de nenhuma destas civilizações.

Dentre os vários motivos para estes diferentes níveis de realizações está algo tão simples quanto a idade. A média de idade na Alemanha e no Japão é de mais de 40 anos, ao passo que a média de idade no Afeganistão e no Iêmen é de menos de 20 anos. Mesmo que as pessoas destes quatro países tivessem absolutamente o mesmo potencial intelectual, o mesmo histórico, a mesma cultura — e os países apresentassem rigorosamente as mesmas características geográficas —, o fato de que as pessoas de determinados países possuem 20 anos a mais de experiência do que as pessoas de outros países ainda seria o suficiente para fazer com que resultados econômicos e pessoais idênticos sejam virtualmente impossíveis.
Acrescente o fato de que diferentes raças se desenvolveram em diferentes arranjos geográficos, os quais apresentaram oportunidades e restrições extremamente diferenciadas ao seu desenvolvimento, e as conclusões serão as mesmas.

No entanto, a ideia de que diferentes níveis de realização são coisas atípicas — se não sinistras — tem sido repetida ad nauseam pelos mais diferenciados tipos de pessoas, desde o demagogo de esquina até as mais altas eminências do Supremo Tribunal.

Quando finalmente reconhecermos que as grandes diferenças de realizações entre as raças, nações e civilizações têm sido a regra, e não a exceção, ao longo de toda a história escrita, restará ao menos a esperança de que haja pensamentos mais racionais — e talvez até mesmo alguns esforços construtivos para ajudar todas as pessoas a progredirem.

Até mesmo um patriota britânico como Winston Churchill certa vez disse que "Devemos Londres a Roma" — um reconhecimento de que foram os conquistadores romanos que criaram a mais famosa cidade britânica, em uma época em que os antigos bretões eram incapazes de realizar esta façanha por conta própria.
Ninguém que conhecesse os iletrados e atrasados bretões daquela era poderia imaginar que algum dia os britânicos criariam um império vastamente maior do que o Império Romano — um império que abrangeria um quarto de toda a área terrestre do globo e um quarto dos seres humanos do planeta.

A história apresenta vários exemplos dramáticos de ascensão e queda de povos e nações, por uma variada gama de motivos conhecidos e desconhecidos. Mas há um fenômeno que não possui confirmação histórica, um fenômeno que, não obstante esta ausência de exemplos práticos, é hoje presumido como sendo a norma: igualdade de realizações grupais em um dado período do tempo.

As conquistas romanas tiveram repercussões históricas por séculos após a queda do Império Romano. Um dos vários legados da civilização romana foi o alfabeto latino, o qual gerou versões escritas dos idiomas da Europa ocidental séculos antes de os idiomas do Leste Europeu serem transformados em letras. Esta foi uma das várias razões por que a Europa ocidental se tornou mais desenvolvida que a Europa Oriental em termos econômicos, educacionais e tecnológicos.

Enquanto isso, as façanhas de outras civilizações — tanto da China quanto do Oriente Médio — ocorreram muito antes das façanhas do Ocidente, embora a China e o Oriente Médio posteriormente viessem a perder suas vantagens.

Há tantas reviravoltas documentadas ao longo da história, que é impossível acreditar que um único fator sobrepujante seja capaz de explicar tudo, ou quase tudo, do que já aconteceu ou do que está acontecendo. O que realmente se sabe é que raramente, para não dizer nunca, ocorreram façanhas iguais alcançadas por diferentes pessoas ao mesmo tempo.

No entanto, o que mais temos hoje são grupos de interesse e movimentos sociais apresentando estatísticas — que são solenemente repercutidas pela mídia — alegando que, dado que os números não são aproximadamente iguais para todos, isso seria uma prova de que alguém foi discriminatório com outro alguém.

Se os negros apresentam diferentes padrões ocupacionais ou diferentes padrões gerais em relação aos brancos, isso já basta para despertar grandes suspeitas entre os sociólogos — ainda que diferentes grupos de brancos sempre tenham apresentado diferentes padrões de realizações entre si.

Quando os soldados americanos da Primeira Guerra Mundial foram submetidos a exames mentais durante a Primeira Guerra Mundial, aqueles homens de ascendência alemã pontuaram mais alto do que aqueles de ascendência irlandesa, sendo que estes pontuaram mais alto do que aqueles que eram judeus. Carl Brigham, o pioneiro do campo da psicometria, disse à época que os resultados dos exames mentais do exército tendiam a "desmentir a popular crença de que o judeu é altamente inteligente".

Uma explicação alternativa é que a maioria dos imigrantes alemães se mudou para os EUA décadas antes da maioria dos imigrantes irlandeses, os quais por sua vez se mudaram para os EUA décadas antes da maioria dos imigrantes judeus. Alguns anos depois, Brigham viria a admitir que a maioria dos mais recentes imigrantes havia sido criada em lares onde o inglês não era a língua falada, e que suas conclusões anteriores, em suas próprias palavras, "não possuíam fundamentos".

Nessa época, os judeus já estavam pontuando acima da média nacional dos exames mentais, e não abaixo.
Disparidades entre pessoas do mesmo grupo, em qualquer área que seja, não são obviamente uma realidade imutável. Mas uma igualdade geral de resultados raramente já foi testemunhada em qualquer período da história — seja em termos de habilidades laborais ou em termos de taxas de alcoolismo ou em termos de quaisquer outras diferenças — entre aqueles vários grupos que hoje são ajuntados e classificados como "brancos".

Sendo assim, por que então as diferenças estatísticas entre negros e brancos produzem afirmações tão dogmáticas — e geram tantas ações judiciais e trabalhistas por discriminação — sendo que a própria história mostra que sempre foi comum que diferentes grupos seguissem diferenciados padrões ocupacionais ou de comportamento?

Um dos motivos é que ações judiciais não necessitam de nada mais do que diferenças estatísticas para produzir vereditos, ou acordos fora de tribunais, no valor de vultosas somas monetárias. E o motivo de isso ocorrer é porque várias pessoas aceitam a infundada presunção de que há algo de estranho e sinistro quando diferentes pessoas apresentam diferentes graus de êxito pessoal.

O desejo de intelectuais de criar alguma grande teoria que seja capaz de explicar padrões complexos por meio de algum simples e solitário fator produziu várias ideias que não resistem a nenhum escrutínio, mas que não obstante têm aceitação generalizada — e, algumas vezes, consequências catastróficas — em vários países ao redor do mundo.

A teoria do determinismo genético, que predominou no início do século XX, levou a várias consequências desastrosas, desde a segregação racial até o Holocausto. A teoria atualmente predominante é a de que algum tipo de maldade explica as diferenças nos níveis de realizações entre os vários grupos étnicos e raciais. Se os resultados letais desta teoria hoje em voga gerariam tantas mortes quanto no Holocausto é uma pergunta cuja resposta requereria um detalhado estudo sobre a história de rompantes letais contra determinados grupos odiados por causa de seu sucesso.

Estes rompantes letais incluem a homicida violência em massa contra os judeus na Europa, os chineses no sudeste asiático, os armênios no Império Otomano, e os Ibos na Nigéria, entre outros. Exemplos de chacinas em massa baseadas em classes sociais e voltadas contra pessoas bem-sucedidas vão desde os extermínios stalisnistas do kulaks na União Soviética até a limpeza promovida por Pol Pot de pelo menos um quarto da população do Camboja pelo crime de serem pessoas cultas e de classe média, crime este que era evidenciado por sinais tão tênues quanto o uso de óculos.

Minorias que se sobressaíram e se tornaram mais bem-sucedidas do que a população geral são aquelas cujo progresso provavelmente em nada está ligado ao fato de terem ou não discriminado as maiorias politicamente dominantes. No entanto, foram exatamente estas minorias que atraíram as mais violentas perseguições ao longo dos séculos e dos países ao redor do mundo.

Todos os negros que foram linchados durante toda a história dos EUA não chegam ao mesmo número de homicídios cometidos em apenas um ano contra os judeus na Europa, contra os armênios no Império Otomano ou contra os chineses no sudeste asiático.

Há algo inerente aos sucessos de determinados grupos que inflama as massas em épocas e lugares tão distintos. O que seria? Esse fenômeno inflama não apenas as massas, como também leva a genocídios cometidos por governos, como os da Alemanha nazista ou o regime de Pol Pot no Camboja. Podemos apenas especular as razões, mas não há como fugir desta realidade.

Aqueles grupos que ficam para trás frequentemente culpam seu atraso nas malfeitorias cometidas por aqueles grupos mais bem-sucedidos. Dado que a santidade não é comum a nenhum ramo da raça humana, é óbvio que nunca haverá escassez de pecados a serem mencionados, inclusive a arrogância e a insolência daqueles que calham de estar no topo em um determinado momento. Mas a real pergunta a ser feita é se esses pecados — reais ou imaginários — são de fato o motivo destes diferentes níveis de êxitos pessoais.

O problema é que os intelectuais — pessoas de quem normalmente esperaríamos análises racionais que se contrapusessem à histeria das massas — frequentemente sempre estiveram na vanguarda daqueles movimentos que promovem a inveja e o ressentimento contra os bem-sucedidos. Tal comportamento é especialmente perceptível naquelas pessoas que possuem diplomas mas que não possuem nenhuma habilidade economicamente significativa que lhes permita obter aquele tipo de recompensa que elas esperavam ou julgavam ter o direito de auferir.

Tais pessoas sempre se destacaram como líderes e seguidoras de grupos que promoveram políticas anti-semitas na Europa entre as duas guerras mundiais, o tribalismo na África, e as mudanças sociais no Sri Lanka, um país que, outrora famoso por sua harmonia intergrupal, se rebaixou, por influência de intelectuais, à violência étnica e depois se degenerou em uma guerra civil que durou décadas e produziu indescritíveis atrocidades.

Intelectuais sempre estiveram por trás da inflamação de um grupo contra outros, promovendo a discriminação e a violência física em países tão díspares quanto Índia, Hungria, Nigéria, Tchecoslováquia e Canadá.
Tanto a teoria do determinismo genético como sendo a causa dos diferentes níveis de realizações pessoais quanto a teoria da discriminação como o motivo destas diferenças, ambas contraditórias e criadas por intelectuais, geraram apenas polarizações raciais e étnicas. O mesmo pode ser dito da ideia de que uma dessas teorias tem de ser a verdadeira.

Essa falsa dicotomia de que uma delas tem de ser a verdadeira deixa aos grupos mais bem-sucedidos duas opções: ou eles se assumem arrogantes ou se assumem culpados criminalmente. Da mesma forma, deixa aos grupos menos exitosos a opção entre acreditar que sempre foram inerentemente inferiores durante toda a história ou que são vítimas da inescrupulosa maldade de terceiros.

Quando inumeráveis fatores fazem com que a igualdade de resultados seja virtualmente impossível, reduzir estes fatores a uma questão de genes ou de maldade é a fórmula perfeita para se gerar uma desnecessária e perigosa polarização, cujas consequências frequentemente são escritas em sangue ao longo das páginas da história.

Dentre as várias e ignaras ideias a respeito de grupos raciais e étnicos que polarizaram as sociedades durante séculos e ao redor de todo o mundo, poucas foram mais irracionais e contraproducentes do que os atuais dogmas do multiculturalismo.

Aqueles intelectuais que imaginam que, ao utilizar uma retórica multicultural que redefine e até mesmo revoga o conceito de atraso, estarão ajudando grupos raciais e étnicos que ficaram para trás estão, na realidade, levando estas pessoas para um beco sem saída.

O multiculturalismo é um tentador paliativo aplicado àqueles grupos que ficaram para trás porque ele simplesmente afirma que todas as culturas são iguais, ou "igualmente válidas", em algum sentido vago e sublime. De acordo com este dogma, as características culturais de todas as etnias e raças seriam apenas diferentes — nem melhores nem piores.

No entanto, tomar emprestadas características particulares de outras culturas — como os algarismos arábicos que substituíram os algarismos romanos, mesmo nas culturas ocidentais oriundas de Roma — implica que algumas características não são simplesmente diferentes, mas sim melhores, inclusive os números utilizados. Algumas das mais avançadas culturas de toda a história pegaram emprestados comportamentos e características de outras culturas; e isso pelo simples fato de que até hoje nenhuma coleção única de seres humanos foi capaz de criar as melhores respostas para todas as questões da vida.

Todavia, dado que os multiculturalistas veem todas as culturas como sendo iguais ou "igualmente válidas", eles não veem nenhuma justificativa para as escolas insistirem, por exemplo, que as crianças negras aprendam seu idioma materno. Em vez disso, cada grupo é estimulado a se apegar ferreamente à sua própria cultura e a se orgulhar de suas próprias glórias passadas, reais ou imaginárias.

Em outras palavras, membros de grupos minoritários que são atrasados educacionalmente e economicamente devem continuar se comportando no futuro como sempre se comportaram no passado — e, se eles não conseguirem os mesmos resultados dos outros, então a culpa é da sociedade. Essa é a mensagem principal do multiculturalismo.

George Orwell certa vez disse que algumas ideias são tão insensatas, que somente um intelectual poderia acreditar nelas. O multiculturalismo é uma dessas ideias. A intelligentsia sempre irrompe em indignação e ultrajes a qualquer "diferença" ou "disparidade" de resultados educacionais, econômicos ou outros — e denuncia qualquer explicação cultural para esta diferença de resultados como sendo uma odiosa tentativa de "culpar a vítima".

Não há dúvidas de que algumas raças ou até mesmo nações inteiras foram vitimadas por terceiros, assim como não há dúvida de que câncer pode causar morte. Porém, isso é muito diferente de dizer que as mortes podem automaticamente ser imputadas ao câncer. Você pode pensar que intelectuais seriam capazes de fazer essa distinção. Mas muitos não são.

Ainda assim, intelectuais se veem a si próprios como amigos, aliados e defensores das minorias raciais, ao mesmo tempo em que empurram as minorias para a estagnação cultural. Isso permite à intelligentsia se congratular e se lisonjear de que estão ao lado dos anjos contra as forças do mal que estão conspirando para manter as minorias oprimidas.

Por que pessoas com altos níveis de capacidade mental e de talentos retóricos se entregam a este tipo de raciocínio deturpado é um mistério. Talvez seja porque elas não conseguem abrir mão de uma visão social que é extremamente lisonjeira para eles próprios, não obstante quão deletéria tal visão possa ser para as pessoas a quem elas alegam estar ajudando.

O multiculturalismo, assim como o sistema de castas, encurrala e amarra as pessoas naquele mesmo segmento cultural e social no qual elas nasceram. A diferença é que o sistema de castas ao menos não alega beneficiar aqueles que estão na extremidade inferior.

O multiculturalismo não serve apenas aos interesses ególatras dos intelectuais; ele serve também aos interesses de políticos que têm todos os incentivos para promover uma sensação de vitimização — e até mesmo de paranóia — entre grupos de cujos votos eles precisam em troca de apoio material e psicológico.

A visão multicultural do mundo também serve aos interesses daqueles que estão na mídia e que prosperam ao explorar os melodramas morais. O mesmo pode ser dito de todos os departamentos universitários voltados para estudos étnicos e sociais, bem como de toda a indústria de assistentes sociais, de especialistas em "diversidades" e da ampla gama de vigaristas que prosperam ao fazer proselitismo racial.

Os maiores perdedores de toda essa história são aqueles membros das minorias raciais que se permitem ser conduzidos para esse beco sem saída do ressentimento e da raiva, mesmo quando há várias outras avenidas de oportunidades disponíveis. E todos nós perdemos quando a sociedade fica polarizada.

ThomasSowell.jpg28 de março de 2013

Thomas Sowell, um dos mais influentes economistas americanos, é membro sênior da Hoover Institution da Universidade de Stanford. Seu website: www.tsowell.com.

Publicado no site do Instituto Ludwig von Mises Brasil.

WALTER SCHUMM: "REACIONÁRIO TROGLODITA, NAZI SANGUINÁRIO, PORCO "HOMOFÓBO" E ESTÚPIDO IGNORANTE"


cesarianaO estudo do professor Walter Schumm destruiu completamente o argumento da Gaystapo segundo o qual “os homossexuais já nasceram homossexuais”.

Antes de tudo, convém dizer que o professor Walter Schumm não era, até há pouco tempo, um "reacionário troglodita, um nazi sanguinário, um porco 'homófobo' e um estúpido ignorante".

Pelo contrário, Walter Schumm assumiu posições e postulados, num passado recente, que são hoje utilizados pelo lóbi político gay para defender a adoção de crianças por pares de homossexuais. Já agora: Walter Schumm é professor na universidade do Kansas, Estados Unidos.

Um recente estudo do professor Walter Schumm demonstrou que grande parte dos jovens na casa dos vinte anos, e que foram criados por pares de lésbicas ou gays, assumem a homossexualidade. Ou melhor dizendo: 58% dos jovens criados por pares de lésbicas, e 33% dos jovens criados pares de gays, descrevem-se a si mesmos como “homossexuais”.
 
Ou seja, e em cálculos muito rápidos: se, por hipótese acadêmica e numa primeira geração em consideração, 5% do total das crianças de uma sociedade fossem adotadas e criadas por pares de homossexuais, a segunda geração de pares homossexuais potencialmente adotantes de crianças seria da ordem dos 9,5% do total (de crianças) — o que corresponderia a um aumento geométrico da porcentagem de homossexuais em circulação na sociedade.
 
Percebem agora por que razão o lóbi político da Gaystapo pretende a adoção de crianças?

Por outro lado, o estudo do professor Walter Schumm destruiu completamente o argumento da Gaystapo segundo o qual “os homossexuais já nasceram homossexuais”. É óbvio que, salvo os casos de anomalia genética (ADN), ninguém “nasce homossexual” — assim como ninguém “nasce maçon” e apesar disso a maçonaria parece existir há milhares de anos.
 
A partir de agora fica claro que Walter Schumm vai passar a ser um "reacionário troglodita, um nazi sanguinário, um porco 'homófobo' e um estúpido ignorante".

28 de março de 2913
Orlando Braga

ARNALDO, O MASTURBADOR - UM CURIOSO CASO DE PEDOFILIA INTELECTUAL

    
          Media Watch - Outros 
       
arnaldobyalexCá na Terra, vale lembrar também aos recém-chegados, mais de 80% dos pedófilos e mais de 90% dos sacerdotes condenados por abuso sexual de menores e pedofilia são homossexuais (como talvez fosse aquele padre mágico que Jabor diz ter-lhe roubado um beijo na boca).

Trinta razões de Arnaldo Jabor para propor o fim do celibato na Igreja Católica:

(Mas se quiser pular logo para o meu artigo, pode; e se tiver paciência para ler o dele no original, também.)

1) Os padres de seu colégio sofriam o "desespero da castidade".

2) O "desespero da castidade" dos padres de seu colégio era evidente em seus "rostos angustiados" e "berros severos e excessivos".

3) Os padres de seu colégio ficavam “zonzos de desejo” diante das lindas mães dos alunos.

4) O reitor de seu colégio estendia a mão para os alunos beijarem em fila.

5) Os padres de seu colégio condenavam o “vício solitário”.

6) Os padres de seu colégio comparavam os alunos viciados a Hitler, porque matavam, nos banheiros, “milhões de pessoas que poderiam nascer”.

7) Arnaldinho Jabor não achava muito legal ser considerado um genocida “em holocaustos de banheiro”.

8) Arnaldinho Jabor “sofria” nos banheiros, acariciando o seu “passarinho” em “humilhante solidão”.

9) No colégio de Arnaldinho, “o prazer era um crime”.

10) No colégio de Arnaldinho, tudo ficava “manchado de culpa”.

11) No colégio de Arnaldinho, “a sexualidade esmagada virava uma máquina de perversões”.

12) Hoje, neste mundo tão pornográfico, “fica cada vez mais absurdo que padres leiam ‘Playboys’ no escuro dos conventos”.

13) No conclave que elegeu o Papa Francisco, todos os cardeais pareciam a mesma pessoa.

14) As “décadas de abstinência sexual” dos cardeais eram evidentes nos “sulcos de tristeza” de seus “rostos acabados”.

15) Os “sulcos de tristeza” representavam “um vazio de prazeres não vividos, um vazio de corpos não beijados”.

16) O óbvio, segundo Jabor, é que a pedofilia é fruto do celibato.

17) Se ele disser o óbvio, porém, “as respostas serão adversativas, evasivas, afirmando que os pedófilos já viriam ‘prontos’ antes da ordenação, que o fenômeno é complexo etc. e tal”.

18) No colégio de Arnaldinho, um padre que fazia mágicas o levou para conhecer seu teatro de marionetes, criticou e penteou seu cabelo, e deu-lhe um beijo na boca.

19) Os dois padres para os quais Arnaldinho confessou o episódio não lhe deram muita bola.

20) Conclusão 1 de Arnaldinho: a pedofilia era um mal inevitável para a manutenção do celibato.

21) Conclusão 2 de Arnaldinho: havia “um corporativismo espiritual a defender práticas escusas”.

22) “Todo mundo” sabia de casos semelhantes no colégio de Arnaldinho.

23) As inúmeras proibições e preconceitos ainda levaram “muitos colegas de classe” de Arnaldinho a “uma saída homossexual aflita, torturada”.

24) O celibato foi instituído não “porque os padres casados tendiam a se distrair das tarefas religiosas”, como dizia o Papa Gregório VII em 1073, mas para “impedir que viúvas e filhos herdassem bens dos sacerdotes, que deviam ser repassados à Igreja”.

25) O celibato é “uma das grandes desvantagens” da Igreja Católica perante outras religiões.

26) As vocações para seminaristas “estão diminuindo muito”, porque eles não podem “do it”.

27) Rabinos, pastores protestantes, budistas e muçulmanos — todos podem “do it”.

28) A religião está virando cabide de emprego para quem passa fome ou busca um lugar social.

29) Os pentecostais estão “botando pra quebrar em bailes gospel e shows de Jesus Funk”, e a Igreja Católica está mergulhando na Idade Média.

30) Chegou a hora de uma “teologia da libertação sexual”.

*****

Eis mais um rap autobiográfico de Arnaldo Jabor, onde qualquer coisa se mistura com qualquer coisa para justificar coisa nenhuma em nome de outra coisa. É o drama amplificado da experiência pessoal a serviço de uma causa política oculta.
Os padres supostamente sofrem, berram, condenam, pervertem-se e pervertem as crianças, beijam-nas e são beijados por elas por causa do celibato. Logo, a pedofilia é fruto do celibato. Uma coisa assim muito óbvia no universo de Jabor, onde prestar contas à realidade é uma burocracia intergaláctica a ser evitada.

Imagine o trabalho que daria pegar uma nave espacial para os Estados Unidos, por exemplo, onde a presença de pedófilos é de duas a dez vezes mais alta entre os pastores protestantes do que entre padres católicos, segundo os estudos de Philip Jenkins. Se a maioria dos pastores protestantes “do it” com suas esposas, como é que a pedofilia poderia ser fruto do celibato?

Eis um dos itens - tão aborrecido quanto tirar passaporte e visto — que Jabor teria de explicar, caso admitisse, é claro, que um dado da realidade não é uma das respostas “adversativas” ou “evasivas”, afirmando “que o fenômeno é complexo”, como ele induz os atuais e futuros habitantes de seu universo a pensar que são as únicas respostas disponíveis nas galáxias.

A diferença básica entre o universo de Jabor e a realidade é que, no primeiro, só os padres católicos são pedófilos, e na segunda a pedofilia é menos frequente entre os padres católicos do que entre os membros de qualquer outra comunidade humana, como, por exemplo, a dos professores de educação física (6 mil condenados nos EUA no mesmo período em que apenas cem sacerdotes o foram, segundo Jenkins) e a dos assistentes sociais da ONU (400 queixas de refugiados da África Ocidental só em 2001, segundo Judith Reisman; mais outras centenas, quiçá milhares a cada ano, segundo os relatórios recentes da entidade britânica Save The Children. Sim: há inúmeros casos de “sexo por comida”. Sim: aquela ONU que agora luta pelos “direitos sexuais” das crianças de 10 anos).

Cá na Terra, vale lembrar também aos recém-chegados, mais de 80% dos pedófilos e mais de 90% dos sacerdotes condenados por abuso sexual de menores e pedofilia são homossexuais (como talvez fosse aquele padre mágico que Jabor diz ter-lhe roubado um beijo na boca), o que nos leva então a mais uma diferença entre seu universo e a realidade: no primeiro, a pedofilia dos padres católicos é fruto do celibato; e, no segundo, sobretudo da infiltração de agentes das organizações gays nos departamentos de psicologia dos seminários, onde dificultam a entrada dos postulantes dotados de vocação para a coisa e forçam o ingresso em massa de homossexuais, como demonstrou o repórter americano Michael S. Rose no livro Goodbye, good men.
Se a leitura — pelo menos a dos artigos do filósofo Olavo de Carvalho e do sociólogo italiano Massimo Introvigne — fosse prática comum no universo de Jabor, ele nem precisaria vir à Terra para saber alguns dos motivos reais da diminuição das “vocações para seminaristas”.

Mas em Jaborlândia pega tão mal acusar gays de qualquer coisa ruim quanto pega bem apontar um interesse financeiro por trás daquilo que lhe desagrada, seja a guerra do Iraque para garantir o controle americano sobre as reservas de petróleo, seja a instituição do celibato para preservar o patrimônio da Igreja.
Quando ouço aqui os ecos desse tipo de acusação alienígena, fico imaginando mártires como Santo Inácio de Antioquia se deixando devorar pelos leões do Coliseu romano só para garantir uns trocados para sua paróquia. E penso: se Jabor acusa os EUA de entrar em guerra por petróleo, e depois, sem um pingo de vergonha, acusa Bush de destruir a economia dos EUA com a guerra; depois de acusar a Igreja de instituir o celibato para herdar os bens dos sacerdotes, quem será que ele condenaria se a Igreja tivesse falido? O Papa Gregório VII?

Ah sim, eu já ia me esquecendo: Jabor não acusa os gays, mas sugere que a homossexualidade foi uma saída “aflita, torturada” de seus colegas de classe para os preconceitos e proibições de seu colégio. Isso mesmo: viraram gays porque sofriam; e viraram gays sofridos (assim como Jabor sofria no banheiro).
Ou seja: não eram necessariamente gays de verdade, apenas buscavam uma saída, sabe? No fim das contas, Jabor está admitindo que certas pessoas podem ter relações homossexuais por pura neurose, o que o tornaria um reacionário defensor — em caso de coerência terráquea — do tratamento psicanalítico para pessoas que apenas “estão” gays. Mas cadê os petistas, gayzistas e feicebuquianos para chamar Jabor de “homofóbico”? O que diriam se Marco Feliciano, Silas Malafaia ou Jair Bolsonaro insinuassem tal coisa? No universo de Jabor, vale tudo para atacar a Igreja, até cometer alguns atos falhos de militante.

Tudo porque “o prazer era um crime”, é claro. Que religião é essa afinal que faz até os Arnaldinhos da vida se sentirem culpados por acariciar seus “passarinhos” em “humilhante solidão”? Ora, precisamos de uma “teologia da libertação sexual”, para que ninguém mais se sinta culpado de nada e, tal qual Verissimo contra as indecências do BBB, Jabor possa escrever uma centena de crônicas (ou raps) denunciando a pornografia e o sexo de consumo que ele ajuda a disseminar desde os anos 60, não sem admitir, lá no meio de uma delas, que “sem o pecado ficamos insuportavelmente livres” (embora “insuportavelmente delinquentes” fosse a expressão mais correta; mas seria demais esperá-la do autor.)

A base do ódio anticristão é a aversão à culpa, de modo que quem não a suporta — quem não se aceita como pecador em busca da perfeição de Cristo, com “as imperfeições dos que vão progredindo”, como dizia Santo Agostinho — precisa aderir ao coro que demoniza a Igreja opressora e seus padres pervertidos, como se não tivesse sido o cristianismo a influência fundamental para o recuo da pedofilia na Grécia, no Império Romano, na China, na Argélia, no mundo islâmico e onde mais ela era tolerada ou legítima até alguns séculos atrás; como se os escândalos atuais de pedofilia não fossem também efeito da atuação interna e externa de seus inimigos, e como se ela não estivesse hoje impregnada em todo este mundo pornográfico dos "zonzos de desejo" justamente graças a pedófilos intelectuais como Arnaldo, o Masturbador, cujos raps, veiculados em grandes jornais, rádios e TVs, têm o poder de abduzir milhões de menininhos desinformados para um universo mental à parte, onde eles podem “do it” à vontade com seus (deles) neurônios em nome do incrível “mundo melhor” da ONU, no qual os únicos culpados são os cristãos, conservadores, reacionários que insistem em defendê-los.

Não que os menininhos sejam as únicas vítimas, é claro. No Brasil revolucionário e feicebuquiano, ainda há milhões de adultos que entram em fila alegremente para reverenciar os Arnaldinhos e beijar-lhes a mão manchada de cuspe.

28 de março de 2013
Felipe Moura Brasil é o sofrido autor do Blog do Pim, onde analisa os raps de Arnaldinho Jabor em “humilhante solidão”.

EM APOIO AO PASTOR

Leio no Estadão de hoje que, na tentativa de retirar o deputado e pastor evangélico Marco Feliciano do comando da comissão de Direitos Humanos, uma vez que ele se recusa a renunciar, o PPS decidiu entrar na próxima terça-feira, 2, com processo por quebra de decoro parlamentar contra o pastor no Conselho de Ética do Congresso. O colegiado tem a possibilidade de decidir por um afastamento de Feliciano da função. "Precisamos acabar de vez com a situação vexatória vivida na a Câmara desde a eleição do pastor para presidir o colegiado", afirmou o deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA).

Para o PPS, além das acusações de racismo e homofobia, o pastor precisa explicar denúncias de uso irregular de verbas de sua cota na Câmara. Jordy alega que Feliciano paga com dinheiro público escritórios de advocacia que lhe defendem em processos de interesse pessoal. O pastor nega irregularidade. O deputado do PPS defendeu ainda como outra alternativa uma renúncia coletiva dos integrantes da comissão de Direitos Humanos, mas a idéia deve ser descartada pelos líderes porque a maioria do colegiado é composta por apoiadores do pastor.

Medíocres tempos estes nossos, em que me vejo obrigado a defender um pastor evangélico. Que o deputado seja afastado por uso irregular de verbas, é normal. Se bem que assim sendo, o Congresso ficaria reduzido à metade, ou muito menos. Que seja afastado por opinião, é voltar aos tempos da ditadura. É o que quer um punhado de gatos pingados, que constituem certamente a minoria mais barulhenta do país.

Quem me acompanha sabe que sou ateu e mantenho uma distância crítica de todas as religiões. Apesar de ser ateu, defendo a existência de todas elas. Se o ser humano gosta de ser enganado, amém! Mas os tais de pastores evangélicos há muito deviam estar na cadeia. Não administram religiões, mas caça-níqueis. Isso sem falar no exercício ilegal da medicina. Em cada emissão televisiva, os milagres superam de longe o número de milagres que Cristo realizou em toda sua vida. Ocorrem em cadeia industrial, ao ritmo de dois ou três por minuto. O pastor até parece entediar-se com a freqüência dos mesmos e descarta rapidamente o miraculado que tem nos braços para abraçar o seguinte.

Durante algum tempo, dediquei alguns minutos na madrugada para assistir às pregações dos pastores. (Ultimamente, cansei). Não que pretendesse ouvir suas baboseiras. O que me fascinava era ver aqueles templos imensos lotados, com quatro mil, cinco mil ou mais pessoas, sem que se veja uma só cadeira vazia, todos fanatizados por um discurso estúpido e obviamente desonesto. Gosto de ver quando a câmera foca rostos. Pessoas de boa aparência, com traços até mesmo inteligentes, hipnotizadas pela lábia precária do pastor.

É meu modo de entender melhor o mundo. Vivo em um pequeno universo rarefeito, de poucos amigos, todos cultos e inteligentes. Corro o risco de achar que o mundo é mais ou menos assim. A televisão então me mostra, sem que eu precise sair de casa, a verdadeira face dessa pobre humanidade. Os pastores, sem nenhum pudor, ensinam como preencher cheques e boletos bancários.

Ainda há pouco, o pastor Silas Malafaia – muito admirado pelo recórter tucanopapista hidrófobo da Veja, o Reinaldo Azevedo – pedia 1000 reais de cada crente, com a promessa de bênção financeira e salvação de almas. O objetivo era conseguir um milhão de ofertantes e garantir com isso a salvação de um milhão de almas.

Mais ainda: não contente de cobrar o dízimo, Silas Malafaia inventou o trízimo, que cobra até dos desempregados. Pede quantia equivalente ao dinheiro do aluguel, com a promessa de casa própria para o pobre diabo. Em pleno século XXI, ainda há quem caia nesse tosco conto do vigário.

O pastor Feliciano pertence à mesma raça de vigaristas. Mas vigarista por vigarista, o Congresso está cheio deles. Feliciano foi eleito deputado com mais de cem mil votos, e eleito presidente da Comissão de Direitos Humanos por seus pares. Contra a vontade do dito povo e dos demais deputados, ergueu-se uma chusma de ativistas, que querem retirar o deputado da presidência da comissão. Querem afastar o deputado no grito. Só porque teria manifestado sua condenação aos homossexuais – que antes de ser dele é bíblica.

E por ter dito uma frase infeliz sobre os africanos, como se Lula não disse frases atrozes todos os dias. Ou alguém não mais lembra quando Lula, em entrevista à Playboy, em 1979, manifestou sua admiração por Hitler: "O Hitler, mesmo errado, tinha aquilo que eu admiro num homem, o fogo de se propor a fazer alguma coisa e tentar fazer". Este senhor chamava-se – e ainda se chama – Luís Inácio Lula da Silva. Jamais ouvi alguém chamá-lo de nazista. Nazista é adjetivo reservado ao deputado Bolsonaro que, pelo que me consta, jamais manifestou apreço ao Fürher.

Não bastasse sua admiração pelo ditador alemão, manifestou seu apreço pelo celerado iraniano, o aiatolá Khomeini: "Eu não conheço muita coisa sobre o Irã, mas a força que o Khomeini mostrou, a determinação de acabar com aquele regime do xá foi um negócio sério".

Foi eleito e reeleito. O deputado Feliciano, também eleito, é instado a renunciar, por suas opiniões sobre homossexualismo. O pastou bate pé e diz que não renuncia. Espero que não. Porque no dia em que um deputado legitimamente eleito para uma comissão tiver de renunciar em função da gritaria de baderneiros, acabou a democracia no país.

O deputado Natan Donadon foi considerado culpado pelo Supremo em outubro de 2010 por supostamente liderar uma quadrilha que desviava recursos da Assembléia Legislativa de Rondônia. Os desvios teriam ocorrido entre 1995 e 1998, num total de R$ 8,4 milhões. A condenação foi decidida por 7 votos a 1, com pena de 13 anos, 4 meses e 10 dias de prisão em regime fechado, além de multa. O deputado não foi preso porque poderia recorrer em liberdade. Continua exercendo seu mandato, sem que ninguém peça sua renúncia.

Isso sem falar em Renan Calheiros, recordista de atos secretos - 260 de 663 atos tabelados - em favor de aliados, que hoje preside o Senado. Verdade que houve tímidos protestos na avenida Paulista, e outros no Facebook, por parte da militância de sofá. Mas ninguém foi bagunçar as sessões que preside no Congresso.

Ou José Genoíno e João Paulo Cunha, condenados pelo STF no julgamento do mensalão. Genoíno, condenado a seis anos e 11 meses pelos crimes de formação de quadrilha e corrupção, impertérrito, assumiu a vaga que ocupava como suplente pelo PT. João Paulo Cunha, condenado também pelo STF a nove anos e quatro meses pelos crimes de peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro, continua exercendo o cargo de deputado federal pelo PT. Condenados por desobedecerem a lei, hoje elaboram leis. Não ouço protesto algum das esquerdas contra estes senhores.

Ou seja, de formação de quadrilha, corrupção, peculato e lavagem de dinheiro pode. O que não pode é manifestar-se contra o homossexualismo, direito de todo cidadão.

As badernas promovidas pela chusma de bagunceiros não seriam toleradas nem em bordel. Só são toleradas no Congresso Nacional. Se alguém ainda tem algum apreço pelo Estado de direito, urge apoiar o pastor.

O tempora, o mores.


28 de março de 2013
janer cristaldo

COMPARADOS AO PÓS-GRADUADO SERGIO CABRAL, OS CANDIDATOS LINDBERGH E GAROTINHO AINDA ESTÃO NO JARDIM DE INFÂNCIA EM MATÉRIA DE CORRUPÇÃO

 


Está eletrizante a disputa da sucessão no Estado do Rio de Janeiro. O governador Sergio Cabral, para defender o candidato peemedebista Luis Fernando Pezão, municiou a revista Época com material contra o petista Lindbergh Faria, denunciando que ele teria recebido propinas quando estava na prefeitura de Nova Iguaçu.


Cabral dança “na boquinha da garrafa”, em Paris

A acusação não representa novidade, pois é motivo de processo no Supremo Tribunal Federal, que Lindberh diz não temer. A grande surpresa nesse caso é ver dois políticos corruptos ao extremo, como o atual governador e seu vice (que poderiam até formar a dupla caipira “Mão Grande e Pezão”, como sugeriu o comentarista Darcy Leite, aqui na Tribuna), denunciando justamente por corrupção um adversário que ainda não foi nem julgado. E mesmo se fosse condenado, Lindbergh ainda precisaria roubar muito – mas muito, mesmo – para se igualar a eles.

Cabral “Mão Grande” é o chefe da quadrilha e Luis Fernando “Pezão” é o subchefe, até as paredes do Palácio Guanabara conhecem essa realidade. Outro grande destaque da gangue é o secretario de Saúde Sergio Cortes, que se tornou milionário de uma hora para outra, comprou uma cobertura triplex na Lagoa Rodrigo de Freitas, com cinco vagas na garage, em dinheiro vivo, não é para qualquer um. E se tornou vizinho de Cabral no luxuoso condomínio Portobello em Mangaratiba.

Cabral, menino de classe média baixa, criado no subúrbio de Cavalcanti, nunca trabalhou na iniciativa privada e ficou rapidamente milionário na política, graças ao envolvimento com empresários e fornecedores do governo, especialmente Fernando Cavendish, da construtora Delta, que durante algum tempo foi seu concunhado, quando Cabral largou a esposa para ficar com Fernanda Kfouri, que morreu no acidente de helicóptero na Bahia e era irmã de Jordana, mulher do empreiteiro.

Quem está gostando dessa briga é o deputado Anthony Garotinho, do PR, que também vai disputar a sucessão de Cabral. Perto da riqueza do atual governador, tanto Lindbergh como Garotinho são apenas aprendizes e estão no jardim de infância. Nenhum dos dois faz demonstrações ostensivas de enriquecimento ilícito. Quanto a Cabral, é um profissional consagrado e tem pós-graduação em corrupção, feita em Paris, é claro, com os colegas da famosa “Turma do Guardanapo”.

PESQUISA GNPP

Em quem você votaria para Governador do Estado do Rio se a eleição fosse hoje?
Garotinho 17,6% / Lindberg 17,4% / Cesar Maia 15,3% / Pezão 11,6% / Sirkis 2,3% / Branco+Nulo 19,7% / Não sabe 16,2%.

28 de março de 2013
 

SUPREMO DISCUTIRÁ EM JUNHO O FINANCIAMENTO PÚBLICO DE CAMPANHAS


O Supremo Tribunal Federal (STF) convocou audiências públicas para discutir o financiamento público de campanhas eleitorais. As apresentações ocorrerão nos dias 17 e 24 de junho e serão presididas pelo relator da ação de inconstitucionalidade sobre o tema, ministro Luiz Fux. Pessoas físicas e jurídicas, com ou sem fins lucrativos, devem apresentar requerimentos até as 20h do dia 10 de maio.

A ação direta de inconstitucionalidade sobre o tema chegou ao STF em 2011, por meio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). A entidade questiona a Lei dos Partidos Políticos, de 1995 e a Lei das Eleições, de 1997, argumentando que o modelo atual resulta em influência "excessiva e deletéria" do poder econômico.

A entidade também questiona os limites de doações permitidos por lei, baseados em rendimentos obtidos no ano anterior. Para a OAB, o critério reforça a desigualdade representativa.

PROCESSO ELEITORAL

Ao convocar as audiências públicas, Fux argumenta que a questão ultrapassa o viés jurídico e demanda abordagem interdisciplinar atenta às nuances dos fatores econômicos na dinâmica do processo eleitoral".

Ainda segundo Fux, chama a atenção o fato de as eleições municipais de 2012 terem movimentado mais de R$ 3,5 bilhões em doações para campanhas.

O financiamento público de campanhas eleitorais é um dos principais temas articulados nas propostas sobre reforma política em discussão no Congresso Nacional. Parlamentares de vários setores indicaram que pretendem pôr a pauta em discussão ainda neste semestre.

28 de março de 2013
Débora Zampier (Agência Brasil)

SUPREMO DISCUTIRÁ EM JUNHO O FINANCIAMENTO PÚBLICO DE CAMPANHAS


O Supremo Tribunal Federal (STF) convocou audiências públicas para discutir o financiamento público de campanhas eleitorais. As apresentações ocorrerão nos dias 17 e 24 de junho e serão presididas pelo relator da ação de inconstitucionalidade sobre o tema, ministro Luiz Fux. Pessoas físicas e jurídicas, com ou sem fins lucrativos, devem apresentar requerimentos até as 20h do dia 10 de maio.

A ação direta de inconstitucionalidade sobre o tema chegou ao STF em 2011, por meio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). A entidade questiona a Lei dos Partidos Políticos, de 1995 e a Lei das Eleições, de 1997, argumentando que o modelo atual resulta em influência "excessiva e deletéria" do poder econômico.

A entidade também questiona os limites de doações permitidos por lei, baseados em rendimentos obtidos no ano anterior. Para a OAB, o critério reforça a desigualdade representativa.

PROCESSO ELEITORAL

Ao convocar as audiências públicas, Fux argumenta que a questão ultrapassa o viés jurídico e demanda abordagem interdisciplinar atenta às nuances dos fatores econômicos na dinâmica do processo eleitoral".

Ainda segundo Fux, chama a atenção o fato de as eleições municipais de 2012 terem movimentado mais de R$ 3,5 bilhões em doações para campanhas.

O financiamento público de campanhas eleitorais é um dos principais temas articulados nas propostas sobre reforma política em discussão no Congresso Nacional. Parlamentares de vários setores indicaram que pretendem pôr a pauta em discussão ainda neste semestre.

28 de março de 2013
Débora Zampier (Agência Brasil)

A REPÚBLICA E AS MULTINACIONAIS

 




O governo brasileiro tem tratado com deferência o Sr. Emilio Botin, dono do Grupo Santander, já investigado pela justiça espanhola, entre outras coisas, por remessas ilegais de dinheiro para o exterior e duvidosas contas na Suiça, pertencentes à sua família desde os tempos do franquismo.
Ele comanda um grupo que teve que pegar, direta e indiretamente, no ano passado – em dinheiro e títulos colocados no mercado – mais de 50 bilhões de euros emprestados; demitiu dois mil empregados no Brasil no mesmo período, e teve uma queda de 49% em seu lucro global nos últimos 12 meses, devido, entre outras razões, a provisões para atender a ativos imobiliários “podres” no mercado espanhol.


A mera leitura dos comentários dos internautas espanhóis sobre o Sr. Botin daria, a quem estivesse interessado, idéia aproximada de como ele é visto em seu próprio país, e de como há quem preveja, com base em argumentos financeiros, que a bicicleta do Santander pode parar de rodar nos próximos meses, com a quebra do grupo ou, pelo menos, de seu braço controlador, ainda em 2013.

Nos últimos dez anos, as remessas de lucro para as matrizes de multinacionais – muitas delas estatais controladas direta ou indiretamente por governos estrangeiros – chegaram, no Brasil, a 410 bilhões de dólares, ou pouco mais que nossas reservas internacionais, duramente conquistadas no mesmo período.

Ora, se as multinacionais trazem dinheiro, e contribuem para aumentar o clima de competição em nossa economia, é natural que elas mandem seus lucros para o exterior. O problema, é que, na indústria, na área de infra-estrutura ou de telecomunicações, quem está colocando o dinheiro somos nós mesmos.

PAPEL DO BNDES

O BNDES tem colocado a maior parcela de recursos, e assumido a maior parte do risco, em empresas que mandam, apesar disso, ou por causa disso mesmo, bilhões de dólares para seus acionistas no exterior, todos os anos. Mais de 70% da nova fábrica da Fiat em Pernambuco foi financiada com dinheiro público.
A Telefónica da Espanha recebeu do BNDES mais de 4 bilhões de reais em financiamento para expansão de “infraestrutura” nos últimos anos. E mandou mais de um bilhão e seiscentos milhões de dólares para seus acionistas espanhóis, que controlam 75% da Vivo, nos sete primeiros meses do ano passado.

A OI, que também recebeu dinheiro do BNDES, emprestado, e era a última esperança de termos um “player” de capital majoritariamente nacional em território brasileiro, corre o risco de se tornar agora uma empresa portuguesa, com a entrega de seu controle à Portugal Telecom, na qual o governo português – que já dificultou inúmeras vezes a compra de empresas lusitanas por grupos brasileiros, no passado – conserva mecanismos estratégicos de controle.

Empresas estatais estrangeiras, como a francesa ADP (Aeroportos de Paris) ou a DNCS, que montará aqui os submarinos comprados pelo Brasil à França, pertencem a consórcios financiados com dinheiro público brasileiro.
Essa é a mesma fonte dos recursos que serão emprestados às multinacionais que vierem a participar das concessões de aeroportos, de rodovias (com cinco anos de carência para começar a pagar) e de ferrovias, incluindo o trem-bala Rio-São Paulo.

A Caixa Econômica Federal, adquiriu, por sete mil reais, em julho, pequena empresa de informática e depois nela se associou minoritariamente à IBM . No mês seguinte, depois de constituída a nova sociedade, agora controlada pelos norte-americanos, com ela celebrou, sem licitação, contrato de mais de um bilhão e meio de reais – operação que se encontra em investigação pelo TCU.

Qual é o lucro que o Estado brasileiro leva, financiando, direta e indiretamente, a entrada de empresas estrangeiras de capital privado e estatal em nosso território para, em troca, em lugar de reinvestirem os seus lucros por aqui, continuarem mandando tudo o que podem para fora ?

EMPRÉSTIMOS LÁ FORA

Com a queda dos juros no exterior por causa da crise e da recessão que assolam a Europa e o Japão, existe liquidez bastante para que essas empresas busquem dinheiro lá fora para bancar, pelo menos, a parte majoritária de seus investimentos no Brasil.

Os chineses, por exemplo, têm dinheiro suficiente para financiar tudo o que fizerem no Brasil, sem tomar um centavo com o BNDES. Usar o banco para aumentar o conteúdo nacional nos projetos é inteligente.
Mas, se estamos financiando empresas estatais estrangeiras, por que não podemos financiar nossas próprias estatais, não apenas para diminuir a sangria bilionária, em dólares, para o exterior, mas também para regular o mercado e os serviços prestados à população, como já ocorre com os bancos públicos no mercado financeiro?

Não se trata de expulsar ou discriminar o capital estrangeiro. Mas o bom sócio tem que trazer, ao menos, know-how e dinheiro próprio. A China sempre tratou – até por uma questão cultural – com superioridade quem quer investir lá dentro, e cresceu quase dez por cento ao ano, nos últimos 20 anos, porque sempre entendeu ser o mercado interno seu maior diferencial estratégico.

Aqui, continuamos financiando a entrada de empresas estrangeiras com dinheiro público, dando-lhes terrenos de graça, isentando-as de impostos, como se não fôssemos a sétima economia do mundo.

O desenvolvimento nacional tem que estar baseado no tripé capital estatal, capital privado nacional, e capital estrangeiro. Nosso dinheiro, parco com relação aos desafios que enfrentamos no contexto do crescimento da economia, deve ser prioritariamente reservado para empresas de controle nacional, que, caso sejam privadas, se comprometam a não se vender para a primeira multinacional que aparecer na esquina.

Quem vier de fora, que traga seu próprio dinheiro, e o invista, preferivelmente, em novos negócios, que possam expandir o número de empregos, a estrutura produtiva e aumentar a parcela de recursos disponíveis para o investimento.

28 de março de 2013
Mauro Santayana (Carta Maior)

OS EFEITOS DE TANTAS VIAGENS

 


Com todo o respeito, mas causa problemas de memória e de raciocínio percorrer seguidamente longas distâncias, em jatinhos particulares. Falta oxigênio, por mais que as cabinas sejam pressurizadas, e o resultado são lapsos e absurdos.

Fala-se dos mais recentes conceitos expressos pelo Lula, num seminário para empresários paulistas. Perdeu-se o primeiro-companheiro ao sustentar que doações privadas para as campanhas eleitorais deveriam constituir crime inafiançável, igual aos de tortura, sequestro, tráfico de drogas e outros hediondos. Começa que o ex-presidente não explicitou quem será o criminoso: se o empresário que contribui com o dinheiro ou o candidato que o recebe. Ambos?

Nesse caso não haveria penitenciárias em número suficiente para abrigar tanta gente. Da mesma forma, onde a Justiça Eleitoral encontraria tantos fiscais para comprovar as doações? Contrataria detetives?

Defender o financiamento público exclusivo das campanhas é uma coisa. Mandar para a cadeia a imensa maioria dos pretendentes a cargos eletivos, outra bem diferente. Trata-se de uma disposição que, se aprovada, servirá para comprovar a máxima tão brasileira sobre a existência de leis que pegam e leis que não pegam. Calcula-se em 100 milhões de reais o custo de uma campanha presidencial. As empreiteiras e os bancos puxam a fila dos doadores.

Será que mesmo por baixo do pano, deixariam de programar o seu futuro financiando todos os candidatos? Caso alguém abrisse a boca, ou a Justiça Eleitoral funcionasse, seriam mandados para atrás das grades os barões das obras públicas? Ou eles selecionariam modestos funcionários para pagar o pato, assumindo as doações? A legião de candidatos a todos os postos eletivos, incluídos os que disputam a presidência da República, como ficariam?

Mas teve outros capítulos, essa novela do destempero do Lula. Em determinado momento, ele voltou a defender a convocação de uma Assembléia Constituinte exclusiva, para aprovar a reforma política.
A impressão era de que havia esquecido essa aberração jurídica, mas não esqueceu.
Ela funcionaria paralelamente ao Congresso, detentor do poder constituinte derivado, que lhe permite mudar todos os artigos constitucionais que não caracterizem cláusulas pétreas? Mas se os constituintes exclusivos aprovassem determinada emenda e o Congresso, logo em seguida, outra em sentido contrário? Valeria qual das duas?

Tem mais. Deputados e senadores poderiam candidatar-se à Constituinte Exclusiva, renunciando às suas cadeiras ou lhes seria permitido acumular as duas funções? Os exclusivos teriam mandato ou prolongariam seus trabalhos indefinidamente? Recebendo um prazo, se não o cumprissem, estariam dissolvidos e perdidos os debates e discussões? Onde se reuniriam?

Acresce a mais do que provável falta de representatividade dos exclusivos, certamente reunindo a imensa fauna dos candidatos derrotados ao Congresso, na eleição anterior. Ou só poderiam concorrer advogados e juristas? Como selecioná-los?

Outra escorregada olímpica do ex-presidente foi quando recomendou cuidado com os candidatos que usam o combate à corrupção como bandeira de campanha. Disse que se eleitos eles podem ser piores do que aqueles que acusam. Teria havido um ato falho? Afinal, existem momentos em nossa História em que a corrupção corre desabridamente de Norte e Sul, como agora, por exemplo. Limitar o programa dos candidatos exprimiria um incentivo à corrupção?

Em suma, só se pode atribuir tão polêmicas e absurdas sugestões e opiniões a um problema, felizmente temporário, de menor oxigenação do cérebro do ilustre personagem. Com uma solução óbvia: parar de viajar tanto como mensageiro das empreiteiras…

DEPOIS DA PAIXÃO

Ficou para a próxima semana, depois da Santa, mais um round na luta entre a Câmara e o deputado-pastor Marco Feliciano, até agora disposto a não renunciar à presidência da Comissão de Direitos Humanos. Os líderes vão renovar-lhe apelo para exonerar-se, dados seus conceitos racistas e homofóbicos.
Só que não existe fórmula regimental para provocar a renúncia. Apenas a vontade do indigitado parlamentar, por enquanto apoiado pelo seu partido, o PSC. O resultado está sendo a desmoralização da Comissão de Direitos Humanos, mesmo que arrefeçam as explícitas manifestações de protesto.

28 de março de 2013
Carlos Chagas