"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



terça-feira, 20 de março de 2012

FATOS E OPINIÕES

No ambiente jornalístico, cultural e educacional tupiniquim, observa-se a ocorrência cada vez mais recorrente de um processo de fusão entre fatos e opiniões. Tudo o que é dito, escrito ou falado é taxado sistematicamente como sendo opinião. Por mais que se mostre em um artigo ou manifesto as provas concretas de fatos que são facilmente identificados e comprovados, existe uma insistência absurda em qualificá-los como sendo meras opiniões do autor ou autores.
Este tipo de atuação, especialmente presente na mídia em todas as suas formas, tem como objetivo mascarar uma verdade que não se quer ou não se pode dar conhecimento. Sob o manto da opinião, omitem-se os fatos.

Um exemplo recente desta simbiose cretina entre fato e opinião está na repercussão dada ao Manifesto interclubes militares. O teor deste documento não expressa uma opinião, mas relata fatos.
Ao ser colocado que a presidente do Brasil está agindo de encontro ao seu discurso de posse quando deixou de repreender suas ministras acerca do posicionamento destas em assunto relativo à Comissão da (reinvenção) da Verdade, não houve, de qualquer maneira, uma opinião.
Houve uma explanação de fatos. As opiniões ficam por conta do leitor deste manifesto.

Situação análoga acontece quando alguém afirma que o Partido dos Trabalhadores tem como meta a acumulação de forças para tomar o poder e implantar no país um regime socialista, ou que este mesmo partido apóia a causa das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC).
Não são opiniões. São fatos que podem ser facilmente comprovados por intermédio da leitura de documentos do PT, como o seu estatuto e convenções, ou pelas atas do Foro de São Paulo.

Isto ocorre da necessidade que se tem, aqui nas terras de Pindorama, de se esconder as verdades, principalmente quando elas atingem a esquerda brasileira.
Qualquer fato que possa denegrir a imaculada imagem da turma de vermelho imediatamente é transmutada para opinião. Desta maneira, a força do argumento é diluída e a grande maioria das pessoas se atém a comentar uma opinião, ao invés de ter a sua opinião sobre um fato.
E a verdade vai ficando cada vez mais distorcida e diluída, mantendo a mentira institucionalizada e estatizada cada vez mais enraizada no imaginário popular.

Não é por acaso, ingenuidade ou incompetência que este mecanismo é utilizado. Esconder a verdade é algo primordial para a ascensão de ideologias totalitárias como é a socialistas.
E esta ideologia está impregnada em todo o tecido formador de opinião de nossa sociedade, bem como na esmagadora maioria de suas instituições. Como o povo brasileiro é majoritariamente conservador, a única maneira de mantê-lo dominado é pela a ocultação da verdade, ou pela reinvenção dela.

Isto não é feito por amadores ou ingênuos, mas por pessoas altamente capacitadas, treinadas e com um planejamento estratégico de longo prazo que, imperceptível no tempo presente, modifica a estrutura básica da sociedade.
Um dos artifícios para isto é transformar fatos comprovados em meras e evanescentes opiniões.

20 de março de 2012
Lenilton Morato

NETANYAHU: "NO DIA EM QUE CRIANÇAS JUDIAS SÃO ASSASSINADAS, CONSELHO DE DIREITOS HUMANOS DA ONU CONVIDA PARA CONVERSAR UM REPRESENTANTE DO HAMAS"

Por Reinaldo Azevedo

“Tivemos hoje um ataque selvagem na França, que matou a tiros judeus franceses, entre eles, crianças. É cedo para saber o que está por trás desses assassinatos, mas acho que não dá para descartar uma forte motivação antissemita. (…) Eu não ouvi até agora uma condenação ao ataque de nenhum dos órgãos da ONU, mas ouvi dizer que um deles, o Conselho de Direitos Humanos, convidou, justamente hoje, para uma conversa um representante do Hamas — neste dia, quando tivemos um assassinato selvagem, eles optaram por convidar um membro do Hamas”.

A afirmação acima é de Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel. Como ele mesmo diz, e é fato, não dá para saber ainda os responsáveis pelo ataque terrorista. Há indícios que ligam os crimes de agora a outros dois, cometidos contra soldados. Mas Netanyahu está absolutamente certo em expressar a sua estupefação com o convite feito a um representante do Hamas. Qual é a pauta desse grupo? O item número um é destruir Israel. O resto é consequência.

Leiam os comentários de leitores de sites e blogs do Brasil e do mundo. Até no jornal israelense Haaretz, como informou Marcos Gutterman em seu blog, há leitores concluindo que as crianças “pagaram o preço das políticas de Israel”. O substrato (i)moral desse tipo de raciocínio é o seguinte: enquanto não se resolver a questão do território palestino, a morte de inocentes é uma consequência óbvia, natural e, no fundo, justificável.

É um primado terrível. Isso significa que não são poucos, no Ocidente — refiro-me, se me permitem, ao “Ocidente democrático”, uma geografia política, não física —, os que se deixaram sequestrar pela lógica do terrorismo.

Não há escapatória: quando um conselho da ONU — por ironia, o de Direitos Humanos, coalhado de defensores de tiranos tarados — convida um representante graduado do Hamas, algo está sendo dito ao mundo: em certas circunstâncias, o assassinato de judeus faz parte do jogo político. Aliás, essa ideia criminosa está se consolidando também em relação aos cristãos, que hoje são assassinados como moscas mundo afora, sob o silêncio cúmplice da imprensa ocidental, da ONU e de bandos de autoproclamados “progressistas” que dizem lutar por um mundo melhor.

20 de março de 2012
Por Reinaldo Azevedo

LARANJAS OU FANTAS?

incomPTência

CAMUS E UM TEXTO SOBRE LIBERDADE DE IMPRENSA, ESCRITO HÁ 73 ANOS! ELE SENTIA O FEDOR QUE EMANAVA DO JEG!

Queridos, demorei um pouco para voltar, mas é por uma boa causa, como vocês verão. Abaixo, trato de um texto sobre jornalismo, escrito por Albert Camus há 73 anos. Vejam como ele já sentia, naqueles dias, o fedor que emanava do JEG!

*
Albert Camus (1913-1960), filósofo e escritor francês nascido na Argélia, escreveu em 1939 um manifesto em favor da liberdade de imprensa mesmo em tempos de guerra. A França vivia o temor da invasão nazista, e não eram poucos os jornalistas, intelectuais e políticos que já se dispunham a colaborar. O artigo foi escrito para a edição do dia 27 de novembro do Le Soir républicain, jornal diário de uma única página que circulava só na Argélia, mas foi censurado. Camus tinha, então, 26 anos e já havia sido militante do Partido Comunista, de onde tinha sido expulso três anos antes. Desde 27 de agosto, a imprensa francesa estava sob censura. Le Soir républicain, diga-se, deixou de circular por ordem do governador da Argélia em 10 de janeiro de 1940, depois de 117 números.

Deve-se a Macha Séry, colaboradora do Le Monde, o resgate do texto, escondido nos escombros do tempo. A íntegra do manifesto, em francês, está aqui. E já começa com uma ironia e tanto:
“É difícil hoje em dia defender a liberdade de imprensa sem ser tachado de extravagante acusado de ser uma Mata-Hari ou de se comportar como um sobrinho de Stálin”.

Para Camus, a liberdade de imprensa é a expressão da própria liberdade. Sem ela, diz, não há como ganhar a guerra. Um trecho demonstra com clareza seu repúdio à censura:
“Le fait qu’à cet égard un journal dépend de l’humeur ou de la compétence d’un homme démontre mieux qu’autre chose le degré d’inconscience où nous sommes parvenus.”
“O fato de um jornal depender do humor ou da competência de um homem demonstra mais do que qualqueer outra coisa o grau de loucura a que chegamos”

“Mesmo em tempos de guerra”, ele diz, são quatro os deveres do jornalista, por meio dos quais a liberdade será não apenas conservada, mas também manifestada: “la lucidité, le refus, l’ironie et l’obstination” — ou: a lucidez, a recusa (rebeldia), a ironia e a obstinação.

A lucidez

A lucidez supõe “a resistência aos mecanismos do ódio e ao culto da fatalidade”. Basta conhecer, afirma, a história europeia dos últimos anos para saber que a guerra tem causas óbvias. E é peremptório: “UM JORNALISTA, EM 1939, NÃO SE DESESPERA E LUTA POR AQUILO QUE ELE CRÊ VERDADEIRO COMO SE SUA AÇÃO PUDESSE INFLUIR NO CURSO DOS ACONTECIMENTOS”. Há um momento magistral no texto, em que trata do conceito de liberdade negativa.

A recusa

Segundo Camus, é fácil comprovar a autenticidade de uma notícia, e um jornalista livre deve pôr nisso toda a sua atenção porque, “SE NÃO PODE DIZER TUDO O QUE PENSA, PODE DEIXAR DE DIZER O QUE NÃO PENSA E AQUILO QUE ACREDITA FALSO”. E afirma: “Cette liberté toute négative est, de loin, la plus importante de toutes, si l’on sait la maintenir” - ou: “Essa liberdade negativa é, de longe, o mais importante de tudo se soubermos mantê-la”.

Vejam vocês… Em 1939, Camus já dava “un coup de pied aux fesses” de vigaristas que dizem fazer isso ou aquilo porque obrigados. Vale para o Brasil: vagabundos que estão por aí hoje posando de “progressistas” e que foram apologistas da ditadura no passado, que fique claro, o foram porque quiseram. VAMOS COMBINAR QUE ERA PROIBIDO FALAR MAL DO REGIME, MAS NÃO ERA PROIBIDO NÃO ELOGIAR O REGIME, ENTENDERAM?

A Ironia

Camus afirma que os autoritários não têm o gosto pela ironia. E cita o caso de Hitler, que não recorre à “ironia socrática”. E ela passa a ser uma arma sem precedentes contra os poderosos porque permite “não apenas recusar o que é falso, mas dizer o que é verdadeiro”. Há um trecho interessante no manifesto porque junta bom humor, pessimismo e certo pragmatismo. Em defesa da ironia, escreve:
“Um jornalista livre, em 1939, não aposta muito na inteligência daqueles que o oprimem. É pessimista no que se refere ao homem. Uma verdade anunciada num tom dogmático é censurada 9 entre 10 vezes; a mesma verdade, se dita em tom jocoso, não mais do que cinco entre dez… Essas são as possibilidades da Inteligência humana…”

A obstinação

Por fim, Camus sustenta que é preciso ter obstinação para enfrentar “a constância da estupidez, a covardia organizada e a ignorância agressiva”. Uau! Estava antevendo os petralhas no Brasil e “Los K” na Argentina na Internet…

Camus emenda:

“Aqui está um conjunto de regras para manter a liberdade mesmo dentro da servidão. “‘E depois?’, indagará alguém. Depois? Não sejamos tão apressados. Se cada francês, em seu próprio mundinho, quiser conservar o que considera verdadeiro e justo; se quiser dar a sua pequena contribuição à manutenção da liberdade, resistir à desolação e expressar a sua vontade, então, e só então, essa guerra será vencida no sentido mais profundo do termo”.

Depois da guerra, ele escreve, será preciso testar um método novo, baseado na “generosidade e na justiça”. Mas esses elementos só se exprimirão nos “corações já livres” e nos “espíritos clarividentes”. “Formar esses corações e esses espíritos — ou melhor: revelá-los — é a tarefa a um só tempo modesta e ambiciosa que cabe ao homem independente. Devemos nos entregar a ela sem olhar muito adiante”.

Se Camus não tivesse sido quem foi, não tivesse exercitado o pessimismo prudente, encerraria seu texto afirmando que esse é o caminho que fatalmente libertaria o homem e mudaria a história. Mas era quem era. E mandou ver:
“L’histoire tiendra ou ne tiendra pas compte de ces efforts. Mais ils auront été faits.”
“A história levará ou não levará em conta esses esforços. Mas [ao menos] eles terão sido feitos”.

Encerro

Acrescentei um “ao menos” nas palavras finais do texto em português para aproximá-lo do sentido original. Camus não atribui à liberdade de imprensa — e à liberdade ela-mesma — um sentido instrumental, um meio para se atingir um determinado fim, já estabelecido. Nossa tarefa, nesse particular, não é lutar na certeza de que a história reconhecerá os nossos esforços — isso não é fatal; é falso que os bons sempre vencem. Temos é de ter a certeza, na reta final de nossa própria jornada, de que os esforços terão, ao menos, sido feitos. Porque a liberdade é um bem em si.

Observem que ele escreve um texto em tempos de guerra. E trata de um valor caro aos existencialistas — não confundi-los com o Sartre que aderiu depois ao comunismo, do qual Camus havia se desligado aos 23 anos — que é o exercício da liberdade individual mesmo nas piores condições. Ou por outra: deve-se exercitar a liberdade até o limite em que ela pode ser exercitada.

Há 73 anos, Camus escrevia um texto que dá conta, ainda uma vez, da indigência intelectual, moral e existencial disso que chamo JEG (Jornalismo da Esgotosfera Governista), que exerce seu trabalho de joelhos para o poder — e olhem que vivemos tempos de paz. Boa parte de seus porta-vozes fez genuflexão também para a ditadura. Poderiam dizer: “Fomos obrigados!” Não foram, não! Era uma vocação!

Reitero: criticar o regime nos piores tempos da ditadura, com efeito, não era permitido. MAS ELOGIAR NÃO ERA UMA OBRIGAÇÃO. E a canalha agora “progressista” elogiou! Em tempos de guerra ou de paz, só sabem fazer seu trabalho de joelhos. E uns dois ou três nem precisam se ajoelhar, é bom que se diga.

20 de março de 2012
Reinaldo Azevedo

LÍDER GAY CHAMA DILMA DE HOMOFÓBICA



Vídeo postado no YouTube pelo ativista pelos direitos dos homossexuais e fundador do Grupo Gay da Bahia, Luiz Mott, com pesadas acusações contra a "presidenta" da República.

(Muito cuidado com comentários!)

20 de março de 2012

"BANDIDO DE TOGA"

Investigação no Tocantins tira radiografia da corrupção no Judiciário

Quando a corregedora Nacional de Justiça, Eliana Calmon, revoltou a magistratura ao afirmar, no ano passado, que havia "bandidos de toga", ela não revelou nomes, mas tinha uma lista com casos emblemáticos, como o encontrado em Tocantins.

A corregedora já conhecia parte das quase 5 mil páginas da ação penal 490, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), uma espécie de radiografia de tudo o que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) busca combater no Judiciário.

Ao longo de quatro anos, uma ampla e detalhada investigação mostra que 4 dos 12 desembargadores montaram esquemas no Tribunal de Justiça do Tocantins (TJ-TO) para vender sentenças, satisfazer interesses de políticos locais, cobrar pedágio para liberar o pagamento de precatórios, confiscar parte dos salários dos assessores para financiar viagens ao exterior e cobrar dos cofres públicos indenização vultosa por danos morais por terem sido investigados.

Os indícios e provas colhidos levaram o Ministério Público a denunciar quatro desembargadores, dois procuradores do Tocantins, sete advogados, três servidores do tribunal e outras duas pessoas envolvidas no esquema.

O Estado teve acesso à denúncia do MP, e aos 15 volumes e 47 apensos da ação penal no STJ contra a presidente do Tribunal de Justiça de Tocantins, Willamara Leila de Almeida, e os desembargadores Carlos Luiz de Souza, Amado Cilton Rosa e José Liberato Póvoa.

Perícias em computadores de advogados e juízes, depoimentos de testemunhas, ligações telefônicas gravadas com autorização da Justiça, vídeos e fotos captados pela Polícia Federal mostram em detalhes como o esquema funcionava.

Nas 152 páginas, o Ministério Público denunciou os envolvidos por formação de quadrilha, corrupção ativa, corrupção passiva, tráfico de influência, peculato e concussão.

Sentença copiada.

No primeiro dos casos em que o MP aponta indícios de venda de sentenças, as investigações mostram que o desembargador Carlos Souza não teve sequer o trabalho de escrever o voto que iria proferir e que atendia aos interesses de advogados que defendiam o Instituto de Ensino Superior de Porto Nacional (Iespen) - Germiro Moretti e Francisco Deliane e Silva (juiz aposentado).

A Polícia Federal apreendeu na casa de um dos advogados um computador em que o voto estava sendo escrito. A última versão do texto datava do dia 20 de junho de 2007, às 9h36. Horas depois, o caso estaria na pauta de julgamento do TJ-TO. Para saber se aquele texto correspondia ao voto proferido pelo desembargador Carlos Souza, a PF fez uma comparação entre os dois.

Das 146 linhas do documento, 131 foram usadas no voto do desembargador. As poucas alterações foram para corrigir erros de digitação ou para substituir termos jurídicos em latim por expressões em português. Os grifos e os erros de pontuação do texto encontrado no computador do advogado foram mantidos no voto do desembargador.

Conversas telefônicas entre Morreti e Deliane reforçaram as suspeitas do Ministério Público. No dia em que o processo entraria na pauta do TJ, os dois conversaram sobre o voto. "Deu tempo, Deliane?", pergunta Moretti. "Eu comecei. Vou terminar hoje cedo", responde. Moretti explica o porquê da cobrança: "Já ligaram pra mim de lá agora cedo. Se tava pronto pra mim (sic) levar pra eles ver (sic). Entendeu?". Deliane diz então que o texto estaria pronto antes da sessão. "Lá pras 10 horas", prometeu. "Tá bom", concluiu Moretti.

Partilha.

Em outra conversa, Deliane e Moretti discutem a partilha do dinheiro que a faculdade Iespen despendeu para ganhar aquele processo. Pelo acerto que fizeram, os R$ 100 mil seriam divididos entre os envolvidos - R$ 15 mil para o desembargador Liberato Póvoa e R$ 15 mil para Carlos Souza. Os R$ 70 mil restantes seriam partilhados entre advogados e servidores que participaram da negociação.

Depois de descoberto o esquema, Moretti confessou o pagamento aos desembargadores e reconheceu que chegou a entregar dinheiro na casa do desembargador Liberato Póvoa.

A PF também filmou o advogado chegando à casa do desembargador Carlos Souza com uma maleta preta nas mãos. As imagens mostram que, em seguida, o desembargador sai de casa e guarda algo no assoalho do seu carro.

Em outro caso, o mesmo advogado - Germiro Moretti - negocia a compra de decisão em favor de uma empresa por R$ 15 mil, sendo R$ 10 mil para o desembargador Liberato Póvoa. Mas, indicando que a venda de sentenças era uma praxe, Moretti diz que é preciso acelerar as negociações para evitar que o advogado da outra parte negocie a decisão em outro sentido. "Tenho que correr primeiro", afirmou.

No mesmo dia em que foi proferida a decisão favorável ao grupo, Germiro Moretti e o outro advogado da causa, Joaquim Gonzaga Neto, foram ao Tribunal de Justiça do Tocantins, sob a vigilância da PF. À noite, encerrado o expediente, o desembargador Liberato Póvoa telefona para Moretti e pede que o advogado passe em sua casa. Em depoimento, Moretti confirmou que os R$ 10 mil foram pagos.

Quem não tinha dinheiro pagava com cheque

Todas as vantagens do cargo pareciam não ser suficientes para custear a presidente do Tribunal de Justiça do Tocantins, Willamara Leila de Almeida. As investigações do Ministério Público Federal (MP) mostram que a desembargadora costumava cobrar uma "taxa de manutenção" de seus assessores até para o "custeio de viagens pessoais".

A cobrança configuraria, para o MP - que denunciou Willamara ao Superior Tribunal de Justiça -, a prática de concussão.
As primeiras suspeitas surgiram numa visita de integrantes da Corregedoria Nacional de Justiça ao TJ. Servidores contaram que a desembargadora exigia de quem ocupava cargo de confiança contribuições de até R$ 300. Uma das servidoras, Ana Berenice de Aguiar, relatou que, recém-empossada, "notou rotina estranha de coleta de verba para "presentear" a desembargadora".

O constrangimento dos servidores era tanto que, caso não tivessem dinheiro, deveriam pagar com cheque pré-datado. Foi o que ocorreu com Ana Berenice, que declarou ter dado um cheque pré-datado de R$ 200.

Uma servidora ligada à Diretoria-Geral, Maria das Graças Dias Pinheiro, confirmou ser uma das responsáveis pelo recolhimento das doações que "seriam destinadas à compra de cestas básicas".

"A desembargadora constrangeu servidores para obter para si ou outrem vantagem econômica", denuncia o MP.

20 de março 2012
Felipe Recondo e Ricardo Brito O Estado de S. Paulo

PRESIDENTE DA OAB/RJ DEFENDE O FIM DE 'ELEIÇÕES ETERNAS' NA CBF

O presidente da OAB/RJ, Wadih Damous, defende mudanças na Confederação Brasileira de Futebol (CBF) após a renúncia do seu ex-presidente Ricardo Teixeira e a entrada em seu lugar do ex-governador biônico de São Paulo, José Maria Marin.

Para Damous, uma das mudanças urgentes “é a limitação para a reeleição ou para o tempo em que dirigentes fiquem à frente das entidades. É preciso que haja mudanças não apenas de nomes, mas de estatutos, métodos e procedimentos. E não só na CBF, mas também nas demais entidades ligadas a outros esportes”.

“Não é aceitável”, explica Damous,” que os clubes, destinatários da paixão brasileira pelo futebol, vivam à míngua, endividados e destituídos de poder decisório, enquanto a CBF e as federações nadam em dinheiro”.

A seu ver. “é preciso que o debate aberto com a saída de Teixeira abra caminho para uma reforma de fundo na estrutura do esporte. Já é hora de o futebol brasileiro ser comandado por aqueles que o amam e não por quem o trata como mercadoria lucrativa”.

Sobre a renúncia de Ricardo Teixeira, que dirigiu a entidade durante mais de duas décadas, o presidente da OAB afirma que a saída do dirigente não chegou a ser surpresa. “Ela já era objeto de especulações, e não devido a problemas de saúde do dirigente. Estes podem até existir, mas, ao que parece, não foram responsáveis pela saída de Teixeira”.

Waldih Damous cita diversas ações judiciais e inquéritos no Ministério Público, relacionados com questões de natureza ética e que o tinham como alvo, faziam sua situação cada vez mais difícil. Além disso, salienta Damous que “por conta de divergências internas, a Fifa ameaçava tornar pública sua condenação na Suíça por suposto recebimento de propinas.

“Se a saída de Teixeira pode ser um primeiro passo para a democratização da entidade, está longe de garanti-la. Há o risco de que a mudança de nomes não leve ao fim de antigos vícios. Assumiu a presidência da entidade José Maria Marin, dirigente da Federação Paulista de Futebol, ex-governador biônico e político que fez carreira nos tempos da ditadura”, lamenta.

20 de março de 2012
Paulo Peres

COMISSÃO DA "MINHA VERDADE" OU DA "MEIA VERDADE"

“O Brasil deve ser pensado daqui para a frente. A anistia apagou as marcas dos dois lados. Se houver punição terão de ser revistas também as ações da esquerda, a exemplo do atentado a bomba no Aeroporto de Guararapes (Recife), em 1966”.
(General Leônidas Pires Gonçalves)

O polêmico Projeto de Lei 737/10, elaborado no governo Lula, trata da criação da Comissão da Verdade. A Comissão tem como objetivo esclarecer casos de violação de direitos humanos ocorridos no período revolucionário por parte do Estado. A abertura dos arquivos secretos do período militar mostraria quem foram os facínoras cruéis que mataram, estupraram, mutilaram, roubaram, delataram seus “companheiros”, e levaram a intranquilidade aos cidadãos de bem.

- “Governo tem posição única a favor da Comissão da Verdade”

“Infelizmente, não há como apagar as marcas da humilhação sofridas pelas pessoas que lutaram pela democracia antes de nós, mas se conseguirmos, ao menos, saber o que houve e como ocorreu, já teremos o que dizer, por exemplo, para as futuras gerações, para nossos filhos e para os familiares dos mortos e desaparecidos”. (Maria do Rosário)

Ao defender a pretensa “Comissão da ‘IN’Verdade” a senhora Maria do Rosário inicia sua defesa mentindo “fragorosamente” ao afirmar que os terroristas “lutaram pela democracia”. A dona Maria sabe muito bem que a luta armada não defendia democracia, mas isso não lhe interessa. Felizmente alguns guerrilheiros de outrora, fiéis aos princípios que defenderam, não tentam acobertar a verdade.

Daniel Aarão Reis Filho, ex-guerrilheiro do Movimento Revolucionário 8 de outubro (MR-8), professor titular de História Contemporânea da UFF, foi um dos quarenta presos banidos para a Argélia, em troca do embaixador da Alemanha, por exigência das organizações terroristas que praticaram o sequestro.

“As ações armadas da esquerda brasileira não devem ser mitificadas. Nem para um lado nem para o outro. Eu não compartilho da lenda de que no final dos anos 60 e no início dos 70 (inclusive eu) fomos o braço armado de uma resistência democrática. Acho isso um mito surgido durante a campanha da anistia. Ao longo do processo de radicalização iniciado em 1961, o projeto das organizações de esquerda que defendiam a luta armada era revolucionário, ofensivo e ditatorial. Pretendia-se implantar uma ditadura revolucionária. Não existe um só documento dessas organizações em que elas se apresentassem como instrumento da resistência democrática”. (O Globo, 23/09/2001)

Leandro Narloch, no seu livro “Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil”, assevera que:

“A guerrilha provocou o endurecimento do regime militar. É muito repetida a idéia de que os grupos de esquerda decidiram partir para a luta armada porque essa era a única resposta possível à rigidez da ditadura. Na verdade, antes de os militares derrubarem o presidente João Goulart, já havia guerrilheiros planejando ações e se preparando para elas”.

A História irá julgar os passos dessa circense “Comissão da Minha Verdade”, montada com a finalidade de julgar apenas um dos lados. A Comissão tem o intuito de julgar apenas aqueles que por obrigação constitucional tinham e deviam lutar contra a implantação de uma ditadura no nosso país. A dona Maria deixa isso claro quando afirma em entrevista, publicada na edição nº 52 de maio de 2011, ao jornal Tribuna do Advogado, órgão de divulgação da OAB/RJ:

“Não há dois lados. Trata-se de apenas um lado: o lado do Estado, que, por meio das Forças Armadas, torturou e matou trabalhadores e trabalhadoras, estudantes, camponeses e sindicalistas. É por isso que as gerações atuais e futuras precisam saber que tivemos 21 anos de repressão política em nosso país e que a tortura marcou a vida de milhares de oposicionistas ao regime que lutaram para que hoje nós possamos viver em uma democracia”. (Maria do Rosário)

Dona Maria não menciona, intencionalmente, os crimes cometidos pelos seus sequazes. Acho que nossos corações e mentes devem se voltar para o futuro. A camarilha encastelada no poder precisa, em nome do Brasil, abandonar essa postura nitidamente revanchista que procura, a todo custo, reescrever a história. Será que serão ouvidos os familiares das mais de uma centena de vítimas dos celerados terroristas? Certamente, não, isso não interessa à “Comissão da Minha Verdade”.

– Vítimas dos Terroristas

12/11/64 – Paulo (Vigia – Rj)
27/03/65 – Carlos Argemiro (Sargento do Exército – Pr)
25/07/66 – Edson Régis De (Jornalista – Pe)
25/07/66 – Nelson Gomes (Almirante – Pe)
28/09/66 – Raimundo De Carvalho (Cabo Pm – Go)
24/11/67 – José Gonçalves Conceição (Fazendeiro – Sp)
07/11/68 – Estanislau Ignácio (Civil – Sp)
15/12/67 – Osíris Motta (Bancário – Sp)
10/01/68 – Agostinho F. Lima – (Marinha Mercante – Am)
31/05/68 – Ailton De (Guarda Penitenciário – Rj)
26/06/68 – Mário Kozel (Soldado Do Exército – Sp)
27/06/68 – Nelson (Sargento PM – Rj)
27/06/68 – Noel De Oliveira (Civil – Rj)
01/07/68 – Von Westernhagen (Major Ex. Alemão – Rj)
07/09/68 – Eduardo Custódio (Soldado PM – Sp)
20/09/68 – Antônio Carlos (Soldado PM – Sp)
12/10/68 – Charles Rodney (Capitão do Ex. Usa – Sp)
12/10/68 – Luiz Carlos (Civil – Rj)
25/10/68 – Wenceslau Ramalho (Civil – Rj)
07/01/69 – Alzira B. De Almeida – (Dona de Casa – Rj)
11/01/69 – Edmundo Janot (Lavrador – Rj)
29/01/69 – Cecildes M. de Faria (Inspetor de Pol. – Mg)
29/01/69 – José Antunes Ferreira (Guarda Civil – Mg)
14/04/69 – Francisco Bento (Motorista – Sp)
14/04/69 – Luiz Francisco (Guarda Bancário – Sp)
08/05/69 – José (Investigador De Polícia – Sp)
09/05/69 – Orlando Pinto (Guarda Civil – Sp)
27/05/69 – Naul José (Soldado Pm – Sp)
04/06/69 – Boaventura Rodrigues (Soldado PM – Sp)
22/06/69 – Guido – Natalino A. T. (Soldados PM – Sp)
11/07/69 – Cidelino Palmeiras (Motorista de Táxi – Rj)
24/07/69 – Aparecido dos Santos (Soldado PM – Sp)
20/08/69 – José Santa (Gerente De Banco – Rj)
25/08/69 – Sulamita Campos (Dona De Casa – Pa)
31/08/69 – Mauro Celso (Soldado PM – Ma)
03/09/69 – José Getúlio – João G. (Soldados da PM)
20/09/69 – Samuel (Cobrador de Ônibus – Sp)
22/09/69 – Kurt (Comerciante – Sp)
30/09/69 – Cláudio Ernesto (Agente da PF – Sp)
04/10/69 – Euclídes de Paiva (Guarda Particular – Rj)
06/10/69 – Abelardo Rosa (Soldado PM – Sp)
07/10/69 – Romildo (Soldado PM – Sp)
31/10/69 – Nilson José de Azevedo (Civil – Pe)
04/11/69 – Estela Borges (Investigadora do Dops – Sp)
04/11/69 – Friederich Adolf (Protético – Sp)
07/11/69 – Mauro Celso (Soldado PM – Ma)
14/11/69 – Orlando (Bancário – Sp)
17/11/69 – Joel (Sub-Tenente PM – Rj)
17/12/69 – Joel (Sargento – PM – Rj)
18/12/69 – Elias (Soldado do Exército – Rj)
17/01/70 – José Geraldo Alves Cursino (Sgt PM – Sp)
20/02/70 – Antônio A. Posso Nogueró (Sgt PM – Sp)
11/03/70 – Newton de Oliveira Nascimento
31/03/70 – Joaquim (Investigador de Polícia – Pe)
02/05/70 – João Batista (Guarda de Segurança – Sp)
10/05/70 – Alberto Mendes (1º Tenente PM – Sp)
11/06/70 – Irlando de Moura (Agente da PF – Rj)
15/07/70 – Isidoro (Guarda de Segurança – Sp)
12/08/70 – Benedito (Capitão do Exército – Sp)
19/08/70 – Vagner L. Vitorino (Guarda de Seg. – Rj)
29/08/70 – José Armando (Comerciante – Ce)
14/09/70 – Bertolino Ferreira (Guarda de Seg. – Sp)
21/09/70 – Célio (Soldado PM – Sp)
22/09/70 – Autair (Guarda de Segurança – Rj)
27/10/70 – Walder X. (Sargento da Aeronáutica – Ba)
10/11/70 – José Marques (Civil – Sp)
10/11/70 – Garibaldo (Soldado PM – Sp)
10/12/70 – Hélio de Carvalho (Agente da PF – Rj)
07/01/71 – Marcelo Costa Tavares (Estudante – MG)
12/02/71 – Américo (Soldado PM – Sp)
20/02/71 – Fernando (Comerciário – Rj )
08/03/71 – Djalma Pelucci (Soldado PM – Rj)
24/03/71 – Mateus Levino (Tenente da Fab – Pe)
04/04/71 – José Júlio Toja (Major do Exército – Rj)
07/04/71 – Maria Alice (Empregada Doméstica – Rj)
15/04/71 – Henning Albert (Industrial – Sp)
10/05/71 – Manoel Silva (Soldado PM – Sp)
14/05/71 – Adilson (Artesão – Rj)
09/06/71 – Antônio Lisboa Ceres (Civil – Rj)
01/07/71 – Jaime Pereira (Civil – Rj)
02/09/71 – Gentil Procópio (Motorista de Praça – Pe)
02/09/71 – Gaudêncio – Demerval (Guardas Seg. – Rj)
–/10/71 – Alberto Da Silva (Civil – Rj)
22/10/71 – José (Sub-Oficial da Marinha – Rj)
01/11/71 – Nelson Martinez (Cabo PM – Sp)
10/11/71 – João (Cabo PM – Sp)
22/11/71 – José Amaral (Guarda De Segurança – Rj
27/11/71 – Eduardo Timóteo (Soldado PM – Rj)
13/12/71 – Hélio F. (G.Seg. – Rj) – Manoel da Silva (Com.) – Francisco B. (Mot.)
18/01/72 – Tomaz P. de Almeida (Sargento PM – Sp)
20/01/72 – Sylas Bispo Feche (Cabo PM – Sp)
25/01/72 – Elzo Ito (Estudante – Sp)
01/02/72 – Iris (Civil – Rio De Janeiro)
05/02/72 – David A. (Marinheiro Inglês – Rj)
15/02/72 – Luzimar Machado De (Soldado PM – Go)
27/02/72 – Napoleão Felipe Bertolane (Civil – Sp)
06/03/72 – Walter César (Comerciante – Sp)
12/03/72 – Manoel (Guarda de Segurança – Sp)
12/03/72 – Aníbal F. de A. (Coronel Exército – Sp)
12/03/73 – Pedro (Capataz da Fazenda Capingo)
08/05/72 – Odilon Cruz (Cabo do Exército – Pa)
02/06/72 – (Sargento PM – Sp)
29/06/72 – João (Mateiro da Região do Araguaia – Pa)
Set/72 – Osmar (Posseiro – Pa)
09/09/72 – Mário Domingos (Detetive Polícia Civil – Rj)
23/09/72 – Mário Abraim Da (2º Sgt do Exército – Pa)
27/09/72 – Sílvio Nunes (Bancário – Rj)
01/10/72 – Luiz Honório (Civil – Rj)
06/10/72 – Severino F. – José I. (Civis – Pe)
21/02/73 – Manoel Henrique (Comerciante – Sp)
22/02/73 – Pedro Américo Mota (Civil – Rio De Janeiro)
25/02/73 – Octávio Gonçalves Moreira (Del. de Pol – Sp)
…/06/73 – Francisco Valdir (Soldado do Exército – Pa)
10/04/74 – Geraldo José (Soldado PM – Sp)

– Blog e Livro

Os artigos relativos ao “Projeto–Aventura Desafiando o Rio–Mar”, Descendo o Solimões (2008/2009), Descendo o Rio Negro (2009/2010), Descendo o Amazonas I (2010/2011), e da “Travessia da Laguna dos Patos I (2011), estão reproduzidos, na íntegra, ricamente ilustrados, no Blog http://desafiandooriomar.blogspot.com.

O livro “Desafiando o Rio–Mar – Descendo o Solimões” está sendo comercializado, em Porto Alegre, na Livraria EDIPUCRS – PUCRS, na rede da Livraria Cultura (http://www.livrariacultura.com.br) e na Livraria Dinamic – Colégio Militar de Porto Alegre. Pode ainda ser adquirido através do e–mail: hiramrsilva@gmail.com.


Para visualizar, parcialmente, o livro acesse o link:
http://books.google.com.br/books?id=6UV4DpCy_VYC&printsec=frontcover#v=onepage&q&f=false .
Fonte: http://planobrasil.com/2011/06/12/comissao/

Hiram Reis e Silva
Porto Alegre/RS
12 de junho de 2011.

HISTÓRIA DO FOLCLORE POLÍTICO BRASILEIRO

JULIO PRESTES

Em 30, Julio Prestes e Costa Rego foram exilados para a França. Encontraram-se, numa tarde de neve,à beira do Sena.Costa Rego inconsolável:

- Olhe, Julio, eu entendo que você esteja aqui. Afinal, foi o candidato à presidencia da Republica, a oposição se rebelou e tomou o poder. Eles não iriam querer deixa-lo lá. Mas eu, pobre jornalista e político de Alagoas, não era ameaça nenhuma. Não me conformo.

- Não se conforma, por que? Todos diziam que você ia ser meu ministro da Justiça.É verdade que eu nunca tinha pensado nisso.

- Ora, Julio, por que você está dizendo isso, nesta tarde tão fria, tão triste? Não custava nada ser amável agora.

E a neve continuou caindo à beira do Sena e dentro dos dois.

MANGABEIRA

Exilado em 30, o ex-ministro do Exterior Octavio Mangabeira estava na Bélgica, e lá encontrou ex-Chanceler da China, também exilado e vivendo como monge em um mosteiro.

Velhos conhecidos de conferencias internacionais, a conversa espichou. Mangabeira não se conformava com o exílio e estava surpreso com a tranqüilidade do chinês :

- O que se deve fazer quando a política vira e a gente perde o poder e o direito de viver na própria terra?

- Rezar.

Quinze anos depois, Mangabeira voltava ao poder. O chinês, nunca mais. Continuou rezando.

GILBERTO AMADO

Gilberto Amado, o escritor magnífico, antes de ir para a ONU era embaixador do Brasil no Chile em 37. Em um jantar, uma mulher chamou o Brasil de ?paíszinho?, ele lhe deu um tabefe, teve que voltar logo, escoltado. Perguntaram-lhe por que:

- O pais é muito bom. Mas não tem calado para Gilberto Amado.

De punição, Macedo Soares, ministro do Exterior, deixou-o muito tempo sem posto. Ele não se conformava :

- Qualquer dia desses, entro no Itamaraty com uma metralhadora debaixo do braço, vou ao gabinete do ministro e tatatatatá tatatatatá, Macedo para um lado, Soares para o outro.

PRESTES

Siqueira Campos, chefe da conspiração em São Paulo, em 30, chamou Oscar Pedroso Horta, redator do ?Estado de S. Paulo?:

- Preciso renovar meus códigos de comunicação com Prestes, que está em Buenos Aires, levar uma mapas para ele organizar os planos do levante e trazer de lá um aparelho de radio mais possante. Mas não esqueça : são mapas de guerra, privativos das Forças Armadas. Você vai cometer um crime de traição à Patria. Topa?

Pedroso Horta topou. Pegou um avião da Nirba numa praia de Santos, dormiu em Porto Alegre, desceu em Montevidéu e voou para Buenos Aires, com aquele rolo enorme de mapas debaixo do braço. Foi para o hotel, de manhã procuraria Prestes no endereço marcado.

De repente, batem na porta do quarto. Era um homenzinho muito magro, com botinas de elástico :

- Sou o comandante Luis Carlos Prestes. O senhor não é Oscar Pedroso Horta? Trouxe uma encomenda de São Paulo para mim?

- Não o conheço. Vim a negócios, não trouxe nada para ninguém.

O homenzinho foi embora. Pedroso Horta trocou logo de hotel, pegou um táxi e foi ao endereço de Prestes. Bateu na porta. Alguem abriu. Era exatamente o homenzinho muito magro, Prestes.

20 de março de 2012
jornalista sebastião nery

AUSTERIDADE RELATIVA

Um estrangeiro que chegasse ao Brasil no começo de 2011 e fosse capaz de entender português teria tido a oportunidade de ler as mais diversas reportagens, declarações oficiais e relatórios governamentais destacando a muitas vezes mencionada “austeridade fiscal”. Vindo de um país latino, acostumado ao uso mais elástico da linguagem, talvez ele pudesse entender mais claramente o que estava em jogo. Mas, se ele viesse de um país anglo-saxão, com uma formação cartesiana mais rigorosa, ainda que compreendesse bem a língua local, teria tido dificuldade de entender três coisas.

A primeira a gerar certa perplexidade seria a linguagem em si. Usei acima a expressão “austeridade” porque é assim que ela se manifestou nas páginas econômicas dos jornais, mas no discurso oficial a palavra raramente foi usada, sendo em geral substituída pela imagem da “consolidação fiscal”, que a rigor não quer dizer absolutamente nada e, de certa forma, passa um pouco a ideia de que se trataria da “austeridade que não ousa dizer seu nome”.

A segunda dificuldade para entender a realidade local seria a flagrante contradição entre a postura de um governo que, no País, ao se posicionar diante dos chamados “mercados”, se esforçou por todos os meios em passar a impressão de que a nova gestão daria inequivocamente um “basta” na política fiscal fortemente expansionista de 2009/2010, mas, ao ultrapassar as fronteiras nacionais e sempre na companhia do governo argentino, pontificava em dar lições ao mundo acerca de como gastar.

Mais ainda, as autoridades estavam sempre dispostas a utilizar qualquer púlpito no âmbito do G-20 para expressar suas críticas àqueles que aspiravam a pôr um freio na gastança dos governos grego e italiano, que nunca se destacaram propriamente por serem um primor de austeridade fiscal. Seria difícil para o nosso estrangeiro evitar a associação entre o Brasil e a imagem de um jovem que, obrigado pelas circunstâncias a agir contra sua própria natureza e vestir terno no seu novo emprego, no fundo é feliz mesmo agindo com ar displicente quando sai em viagem ao exterior.

A terceira dificuldade, e a mais importante de todas, seria conciliar a versão impressa diariamente pelos jornais – com manchetes sobre o “corte de R$ 50 bilhões”, austeridade e o uso frequente da palavra “arrocho” para definir a situação dos Ministérios – com a realidade dos fatos. Com a vantagem de não precisarmos ter bola de cristal por já sabermos o que ocorreu, podemos olhar para os números do ano passado. E o que nos dizem eles, agora que já sabemos como foi de fato a execução fiscal em 2011, se deflacionarmos os dados pela variação média do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)?

O que eles nos dizem são quatro coisas. Primeiro, que as despesas correntes de 2011, excetuando transferências a Estados e municípios, tiveram um aumento real de 4%. Segundo, que as transferências a Estados e municípios tiveram, sempre em termos reais, incremento de 15%. Terceiro, que o investimento público do governo federal caiu 5%. E, finalmente, que a resultante desses três efeitos foi um aumento real de 5% do gasto total.

Cotejando a situação com o noticiário sobre o ajuste fiscal efetivo da Espanha, o corte de despesas na Inglaterra ou a redução do valor das aposentadorias na Grécia, o nosso estrangeiro poderia ter indagado com curiosidade a um interlocutor: “O que vocês chamam de austeridade no Brasil? Que parte do português eu não entendi?”. Algumas rubricas, em particular, chamariam a atenção dele, com destaque para o sempre instigante fato de no País o desemprego estar em queda e todo ano a despesa com seguro-desemprego crescer (7% de aumento real das despesas do Fundo de Amparo ao Trabalhador em 2011).

Analisando o padrão de gasto (aumento do gasto corrente e corte do investimento), a atitude do País se parece com a de um indivíduo que, com algum problema de caixa, mantém a programação para fazer a festa de aniversário, mas, para tentar se enquadrar na restrição orçamentária, tira o filho da melhor escola do bairro para colocá-lo numa escola ruim e mais barata.

O mais intrigante de tudo, porém, ainda estaria por vir, olhando em perspectiva para 2012. É que, em 2011, tudo o que foi dito acima ocorreu num contexto em que a variação real do salário mínimo, base da remuneração de 2 de cada 3 aposentados, foi nula – o que ajudou a evitar um crescimento maior da despesa -, enquanto em 2012 essa variável – que afeta as despesas do INSS, dos benefícios assistenciais e do seguro-desemprego – aumentou nada menos do que 7,5%. Em outras palavras, o gasto para este ano vem com um inequívoco “viés de alta”. O governo merece crédito por ter atingido um superávit primário de 3,1% do PIB, mas o gasto agregado, tanto em 2011 como em 2012, continua aumentando firmemente.

É por essas e outras que o estrangeiro da história terá no final aprendido que, no Brasil, nem tudo o que é dito corresponde de fato ao que é dito; nem tudo o que é feito é dito; e nem tudo o que é dito é feito.

19 de março de 2012
Fabio Giambiagi
Fonte: O Estado de S. Paulo

ENTRE TAPAS E BEIJOS

Em agosto do ano passado, à vista das inquietações que pipocavam pelo mundo afora e do temor de nova crise ou do recrudescimento da anterior, que teria sido mal curada, circulavam dia a dia, as medidas que vinham sendo tomadas na América do Norte e nos países do Mercado Comum.

Os resultados do primeiro ano do governo da honrada senhora presidente, não fossem propriamente brilhantes, como o relativo ao crescimento do PIB, projetado para uma expressão gorda, e mermado a mofinos 2,7%, não obstaram declarações suas no sentido de colocar o Brasil fora e acima da crise que se espraiava: “Dilma diz que Brasil está preparado para enfrentar a crise”. “É a segunda vez que a crise afeta o mundo e pela segunda vez o Brasil não treme, diz Dilma”. Em assertiva dogmática, afirmou que a solidez do Brasil estava no seu mercado interno, diferente dos modelos dos demais países. E mais não disse. Como círculo vicioso é uma joia. Contudo, a 1º do corrente mês de março, a honrada senhora presidente, de repente e sem preâmbulos, bradou um autêntico “aqui del-rey” contra o que denominou “tsunami monetário”. Também neste passo usou de vasta publicidade. E, como em breve realizar-se-ia a feira de Hannover, a senhora presidente não hesitou em apregoar que lá renovaria sua acusação. Ou muito me engano ou a jactanciosa declaração poderia ter efeito simpático aqui pela bravura presidencial, mas pouca coisa na Europa, que luta para salvar o grande projeto de unidade econômica, sonhado e nunca realizado desde Carlos Magno, particularmente na Alemanha. Assim, antes de abrir-se a Feira todo o mundo sabia o que nela o Brasil iria dizer, não por um porta-voz da administração, mas pela própria chefe do Estado e do governo. Foi amistoso o encontro com a chanceler alemã e, como seria de esperar, as duas ilustres damas trocaram beijos, mas a colisão tinha hora marcada para ocorrer. Ao meio-dia do dia 5, a senhora presidente repetiu o que anunciara urbi et orbi, e que iria de todos os modos defender o real, aliás, uma obviedade, pois este o seu dever precípuo. Oito horas depois, a chanceler Merkel referiu-se ao que chamou de “protecionismo unilateral”. E nisto ficou o acontecimento que marcaria época no século. Duas declarações de duas autoridades, uma brasileira, outra germânica, uma contrariando a outra.

A propósito, entre nós, pessoas competentes têm sustentado que ambas as posições são parcialmente defensáveis, a que vê no Exterior a fonte das inquietações brasileiras em meio às imensas transformações em curso, e as de natureza interna em razão da política traçada, levando à míngua os recursos para investimentos e mantendo aberta e bem aberta a bolsa das despesas. O certo é que hoje ninguém pode ignorar a gravidade do fenômeno, e dele é sinal a soma de medidas agora anunciadas para socorrer a indústria nacional seriamente ameaçada.

O problema é de inegável importância e, como qualquer política, pode redundar em benefícios ou malefícios ao país. Não posso ocultar que essa empreitada foi delineada entre as quatro paredes do Planalto, pois, até onde sei, temas de tamanho relevo não foram sequer abordados com os 30 ministros que assessoram a senhora presidente. É uma das maravilhas do sistema presidencial.

*
Se o leitor ainda não viu a edição de Pátria Gaúcha, sob a coordenação editorial de Marília Ryff Moreira Vianna, curadoria de Rogério Reis, fotografias de 16 artistas e textos de Tabajara Ruas, não deixe de ver. Vale a pena. Na sua variedade, o Rio Grande aparece inteiro.


20 de março de 2012
Paulo Brossard
Fonte: Zero Hora

CRUCIFIXO, CHATICE E INTOLERÂNCIA

Carlos Brickmann, jornalista arguto e politicamente incorreto, decidiu entrar no vespeiro do despejo do crucifixo de todas as dependências do Poder Judiciário do Rio Grande do Sul.
Vale a pena registrar o seu comentário.


“Há religiões; também há a tradição, há também a história. A Inglaterra é um estado onde há plena liberdade religiosa e a rainha é a chefe da Igreja. A Suécia tem plena liberdade religiosa e uma igreja oficial, a Luterana Sueca. A bandeira de nove países europeus onde há plena liberdade religiosa exibe a cruz.

O Brasil tem formação cristã; a tradição do país é cristã. Mexer com cruzes e crucifixos vai contra esta formação, vai contra a tradição. A propósito, este colunista não é religioso; e é judeu, não cristão. Mas vive numa cidade que tem nome de santo, fundada por padres, numa região em que boa parte das cidades tem nomes de santos, num país que já foi a Terra de Santa Cruz. Será que não há nada mais a fazer no Brasil exceto combater símbolos religiosos e tradicionais?

Se não há, vamos começar. Temos de mudar o nome de alguns Estados e cidades como Natal, Belém, São Luís e tantas outras. E declarar que a Constituição do País, promulgada ‘sob a proteção de Deus’, é inconstitucional.

Há vários símbolos da Justiça, sendo os mais conhecidos a balança e a moça de olhos vendados. A balança vem de antigas religiões caldeias. Simboliza a equivalência entre crime e castigo. A moça é Themis, uma titã grega, sempre ao lado de Zeus, o maior dos deuses. Personifica a Ordem e o Direito.

Como ambos os símbolos são religiosos, deveriam desaparecer também, como o crucifixo?”

Em São Paulo, cidade cosmopolita e multicultural, basta bater os olhos nas estações da Linha Azul do Metrô: Conceição, São Judas, Saúde, Santa Cruz, Paraíso, São Joaquim, Sé, São Bento, Luz, Santana. E aí, vamos ceder ao fervor laicista e mudar o nome de todas elas?

Carlos Brickmann foi certeiro. Mostrou a insensatez e a chatice que estão no fundo da decisão de um Judiciário ocupado com o crucifixo e despreocupado com processos que se acumulam no limbo da inoperância e do descaso com a prestação da justiça à cidadania. Na escalada da intolerância laicista, crescente e ideológica, não surpreenderia uma explosão de ira contra uma das maravilhas do mundo e o nosso mais belo e festejado cartão-postal: o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro.

O Estado brasileiro é laico. E é muito bom que seja assim. Mas a laicidade do Estado não se estende por lei, decreto ou decisão judicial a toda a sociedade. O Estado não pode abolir ou derrogar tradições profundas da sociedade, pois estaria extrapolando o seu papel e assumindo a inaceitável função de tutor totalitário de todos nós.

Como já escrevi neste espaço opinativo, o laicismo, tal como hoje se apresenta e “milita”, não é apenas uma opinião, um conjunto de ideias ou uma convicção, que se defende em legítimo e respeitoso diálogo com outras opiniões e convicções, como é próprio da cultura e da praxe democrática. Também não se identifica com a “laicidade”, que é algo positivo e justo e consiste em reconhecer a independência e a autonomia do Estado em relação a qualquer religião ou igreja concreta, e que inclui, como dado essencial, o respeito pela liberdade privada e pública dos cultos das diversas religiões, desde que não atentem contra as leis, a ordem e a moralidade pública.

O laicismo militante atual é uma “ideologia”, ou seja, uma cosmovisão – um conjunto global de ideias, fechado em si mesmo -, que pretende ser a “única verdade” racional, a única digna de ser levada em consideração na cultura, na política, na legislação, no ensino, etc. Por outras palavras, o laicismo é um dogmatismo secular, ideologicamente totalitário e fechado em sua “verdade única”, comparável às demais ideologias totalitárias, como o nazismo. Tal como as políticas nascidas dessas ideologias, o laicismo execra – sem dar audiência ao adversário nem manter respeito por ele – os pensamentos que divergem dos seus “dogmas” e não hesita em mobilizar a “Inquisição” de certos setores para achincalhar – sem o menor respeito pelo diálogo – as ideias ou posições que se opõem ao seu dogmatismo.

Alegará que são interferências do pensamento religioso ou de igrejas, quando um democrata deveria pensar apenas que são outros modos de pensar de outros cidadãos, que têm tantos direitos como eles; e sem reparar que o seu laicismo militante, dogmático, já é uma pseudorreligião materialista e secular, como o foram as ditaduras comunistas e o nazistas.

Pratica-se, então, o terrorismo ideológico, pelo sistema de atacar os que, no exercício do seu direito democrático, pensam e opinam de forma diferente da deles, acusando-os de serem – somente por opinarem de outra maneira – intransigentes, tirânicos, ditatoriais – três características das quais o laicismo, na realidade, parece querer a exclusividade.

O Brasil, não obstante o empenho dos proselitistas ideológicos, é um país tolerante. Na religião, igualmente, o Brasil tem sido um modelo de convivência. Ao contrário de muitas regiões do mundo marcadas pelo fanatismo e pelo sectarismo religioso, o Brasil é um sugestivo caso de relação independente e harmoniosa entre religião e Estado.

É preciso, sem dúvida, desenvolver o senso crítico contra os desvios da intolerância, do fanatismo e de certas manifestações de estelionato religioso tão frequentes nos dias que correm. Mas não ocultemos os estragos causados pelo fundamentalismo laicista.

Estado laico, sim. Mas articulado com o Brasil real, tolerante, aberto, miscigenado.

20 de março de 2012
Carlos Alberto Di Franco
Fonte: O Estado de S. Paulo

PROTÓGENES PEDE CPI PARA INVESTIGAR BICHEIRO QUE DIZ TER SE REUNIDO COM ELE PARA TRATAR DE ASSUNTOS 'NADA REPUBLICANOS'

Protógenes pede CPI para investigar bicheiro que diz ter se reunido com ele para tratar de assuntos ‘nada republicanos’.

O deputado Protógenes Queiroz (PCdoB-SP) entregou esta terça-feira ao presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), requerimento para instalação de uma CPI para investigar suposta relação de parlamentares com o bicheiro-empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

Pelo menos 208 dos 513 deputados assinaram a proposta de CPI. Segundo Protógenes, o objeto da comissão de inquérito será investigar se existe “relação patrimonial, promíscua ou de financiamento de campanha de parlamentares” pelo empresário.

Quando soube da proposta de CPI para investigar suas atividades em Goiás, Carlinhos Cachoeira, que se encontra recolhido a um presídio federal em Natal, utilizou seus contatos pessoais, que o visitaram, para mandar um recado ao deputado Protógenes Queiroz (PCdoB-SP), autor da proposta: “Estou ansioso para relembrar as reuniões que tive com Protógenes em Goiânia, sempre na companhia do agente Dadá, até para tratar de assuntos nada republicanos”.

O agente citado é o sargento da reserva da Aeronáutica Idalberto Matias de Araújo, um dos presos pela Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, que investigou atividades ilegais de Cachoeira e de policiais a seu serviço.

“Há duas situações distintas: relação de amizade, que não é crime, pois ninguém pode ser acusado de ser amigo de bandido; e se há ilícitos”, disse Protógenes, que conseguiu apoio na maioria das bancadas na Câmara, inclusive DEM, PSDB, PSC e PT. São necessárias 171 assinaturas para instalar uma CPI na Câmara. Não há data para ser instalada.

O Ministério Público Federal em Goiás ofereceu denúncia à Justiça Federal contra Cachoeira e mais 80 pessoas, por envolvimento em uma suposta quadrilha desarticulada pela Operação Monte Carlo, da Polícia Federal.
Segundo a Procuradoria, o grupo era encabeçado por Carlinhos Cachoeira e explorava direitos dos pontos de jogos caça-níquel em Goiânia e no entorno de Brasília, onde as máquinas estavam clandestinamente instaladas. O negócio se mantinha com apoio de policiais militares, civis e federais.

Relatório do Ministério Público Federal aponta que o grupo comandado por Cachoeira, entregou telefones antigrampos para políticos. O objetivo, diz o Ministério Público, seria dificultar eventuais investigações.

Um dos políticos é o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), o mais íntimo amigo de Cachoeira e que já admitiu ter recebido o aparelho. Outro citado é Cláudio Monteiro, chefe de gabinete do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), que nega. Cachoeira teria ligações próximas também com o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB).

Carlos Newton
20 de março de 2012

NASCE O FEMINISMO DE RESULTADOS

O Dia Internacional da Mulher, data mais machista do calendário mundial, ganhou neste ano contornos especiais no Brasil. Como se sabe, 8 de março é o dia em que a mulher é tratada como classe – na homenagem mais constrangedora que se poderia conceber. É o “dia delas”, exaltam os festejos paternalistas, reduzindo todas as pessoas do sexo feminino a uma categoria. Mas, como esse tipo de bondade sempre pode piorar, a criatividade populista em torno da “presidenta” está produzindo um mês da mulher como nunca se viu antes – pelo menos em termos de maquiagem progressista.

Dilma Rousseff foi homenageada com uma sessão no Congresso Nacional. Lá, o Dia da Mulher caiu na terça-feira 13. Coincidentemente, o mesmo dia marcado para o ministro da Fazenda dar explicações sobre o escândalo da Casa da Moeda, no mesmo Congresso Nacional. Foi emocionante ver Guido Mantega protegido pelo feminismo. Não se via um disfarce feminino tão eficiente desde a fuga de Brizola para o Uruguai vestido de mulher, conforme a lenda da ditadura.

José Sarney também deu seu brado feminista. Às voltas com mais uma denúncia de privatização do Estado por sua grande família, o presidente do Senado voltou suas energias para o Dia Internacional da Mulher. Em discurso emocionado, elogiou o “caráter de mulher” de Dilma Rousseff. Só um homem realmente sensível saberia identificar uma mulher com caráter de mulher.

Na sessão solene, vários políticos tiveram a oportunidade de parabenizar Dilma por ela ser mulher. É um mérito e tanto. É preciso muito talento gerencial para juntar, naquela escuridão danada, os cromossomos X – sem deixar que um Y venha estragar tudo, dando origem a um ser com barba, gravata e nenhum dia internacional de bajulação. Parabéns, Dilma! Esse gesto nobre se espalha pelo mundo a cada 8 de março, congratulando esposas, amantes, secretárias, ministras e especialmente mães, que, se não fossem mulheres, não dariam a ninguém a chance de nascer (o que provocaria uma onda de desemprego entre os obstetras).

Esse galanteio genérico da sociedade para com o sexo feminino não é o que há de mais estranho na modernidade. O mais estranho é boa parte das mulheres aceitar essa esmola moral, entrando felizes no curralzinho VIP do mês de março – o “seu” mês! – com pulseirinha de identificação e tudo. Talvez Luz Del Fuego precisasse nascer de novo para mandar José Sarney ir procurar o “caráter de mulher” no seu mausoléu em São Luís, no Maranhão, de preferência na próxima encarnação. Ou quem sabe uma junta celestial reunindo Zilda Arns, Ruth Cardoso e Leila Diniz pudesse fulminar com um raio esse feminismo de elevador – se possível esclarecendo que símbolos femininos não nascem em laboratório sindical.

Em pronunciamento oficial na TV, Dilma Rousseff declarou que sua própria eleição foi marcante para a afirmação das mulheres no Brasil. Mais feminino que isso, só a viúva profissional Cristina Kirchner usando sua condição de vítima do destino para violentar a liberdade de imprensa. Ouçam os cromossomos XX de Dilma falando à nação no dia 8 de março: “A mulher é uma pessoa dedicada e trabalhadora”. Sotaque estranho. Quem reduz a mulher a “uma pessoa” talvez a esteja confundindo com “uma coisa” – uma coisa útil, que serve para embelezar discursos. Em lugar da mulher-objeto sexual, a mulher-objeto demagógico.

No mesmo discurso, a presidente lançou uma ameaça velada aos homens: eles ficarão em dívida com a sociedade se não olharem as mulheres com igualdade. Depois, na abertura da sessão pelo Dia Internacional da Mulher, o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia, companheiro de Dilma, defendeu a criação de uma cota feminina no Congresso Nacional. Talvez seja o nascimento do feminismo de resultados, onde a mulher é uma pessoa cujo valor se mede pela aritmética. Considerando que a Presidência da República foi conquistada para as mulheres por um homem, a lógica está perfeita.

O Brasil assiste orgulhoso a essa espécie de corporativismo feminista, em que a nomeação de mulheres para os altos escalões do governo é um bem em si mesmo, não importando quem sejam as portadoras dos cromossomos XX. Se o parâmetro de igualdade não for a saudosa companheira Erenice, nem tudo estará perdido.

20 de março de 2012
guilherme fiuza
Fonte: revista Época

VÍDEO KONI 2012 PODE SER UM GOLPE...



“Fantástico” investiga os interesses por trás do video “Koni 2012″, criado pela ONG Invisible Children. O vídeo, que atingiu o espantoso número de cem milhões de acessos em apenas seis dias, denuncia as atrocidades de um criminoso de guerra na Africa. A ONG, porém, é acusada de irregularidades e o vídeo de se tratar de um golpe para arrecadar dinheiro.

20 de março de 2012

"É A EDUCAÇÃO, ESTÚPIDO"!

Diz Cantanhêde sobre atraso brasileiro

Ok, o Brasil caminha para ser a quinta economia, depois de ultrapassar a França. Mas convém conter a euforia, como mostram duas reportagens do domingo.

Folha: "Brasil é o país que menos cresce na América do Sul". O "pibinho" de 2,7% em 2011 não é só menor do que a média de toda a América Latina (em torno de 4%), mas também menor do que o crescimento do PIB na Argentina, no Chile, na Venezuela, no Peru, na Bolívia. Sem falar em outros países emergentes, particularmente China e Índia.

Entre os motivos para esse desempenho pífio, segundo os analistas, estão a questão pontual do combate à inflação e a questão estrutural da defasagem de investimentos.

Aí entra a reportagem do jornal "O Globo", comparando 17 países da região: "Brasil, um dos últimos da AL em trabalho produtivo". Ou seja, o quociente entre bens e serviços produzidos no país e o pessoal ocupado mostra que a produtividade do trabalhador brasileiro é muito baixa diante, novamente, de Argentina, Chile, Venezuela e por aí afora.

O Brasil, pois, é tratado como um sucesso, mas ainda falta muito para ser realmente um sucesso. Falta investir com energia em infraestrutura e em produtos de valor agregado e, sobretudo, falta tratar a educação como prioridade das prioridades.

Presidentes, governadores e prefeitos, todo político capricha na defesa da educação -sobretudo durante as eleições-, mas a realidade é bem diferente. E resistente.

Folha de ontem: "Gasto com servidores põe Estados em alerta". O pagamento do funcionalismo e da burocracia cresce mais do que a arrecadação em 16 Estados (e no DF) e quase tanto na maioria. E daí? Daí não sobra dinheiro para investimento e nem mesmo para um piso nacional decente para os professores.

Sem professor, não há educação. Sem educação, não há produtividade. Sem produtividade, não há crescimento. Fica só o oba-oba.

Folha de São Paulo
20 de março de 2012

MENSALÃO: JOSÉ DIRCEU, O ACUSADO DE "FORMAÇÃO DE QUADRILHA", ESTÁ DE OLHO NO RITMO DE TRABALHO DE LEWANDOWSKI. É NÓS TAMBÉM!

O chefe de quadrilha (segundo o procurador-geral da República) José Dirceu está de olho no trabalho de Ricardo Lewandowski, ministro do Supremo Tribunal Federal e revisor do processo do mensalão. O país também está. Por razões diferentes, é claro!
O ministro andou dando entrevistas sobre a necessidade de moralizar a política, defendendo que aqueles que tiveram contas de campanha rejeitadas no passado não possam se candidatar — a imprensa, de modo, com direi?, imp(r)ensado, deu ampla acolhida à sua tese (direi depois por que as coisas podem não ser como parecem).

Muito bem! A mim também me encanta, como a todos, esse lado moralizador da atuação de Lewandowski. Por isso mesmo, pergunto: “E o processo do mensalão, ministro?”
Eis um bom jeito de moralizar a política, não é mesmo? Enquanto aquelas práticas criminosas restarem impunes e enquanto restar a sensação de que aquela lambança toda pode ser admitida na política, a moral está correndo um sério risco. Ah, sim: boa parte daquela turma certamente é “ficha limpa” e “conta limpa”. Não obstante…

Por que falo de Lewandowski? Porque ele é o revisor do processo do mensalão. O relator, Joaquim Barbosa, ainda não entregou o seu voto final — que se pode, em boa parte, presumir, dado o andamento dos trabalhos até aqui. O processo todo — quase 50 mil páginas — já está à disposição do ministro revisor. Mas há no Supremo a mais absoluta escuridão sobre os caminhos que Lewandowski pode seguir.
Uma coisa é certa: ou esse processo é julgado no primeiro semestre, ou as coisas começarão a ficar complicadas. Mais: há certa feitiçaria correndo nos bastidores de Brasília, segundo a qual um processo dessa natureza não poderia ser julgado em ano eleitoral porque prejudicaria o… PT! É mesmo? A ser assim, matérias polêmicas, que podem ter — e isso não depende da vontade do tribunal — desdobramentos eleitorais só seriam julgadas em anos ímpares.
Por que é preciso que esse processo seja julgado no primeiro semestre? Cezar Peluso, que preside o tribunal até 18 de abril — no dia 19, assume o ministro Ayres Britto, que ficará pouco tempo no cargo (já chego lá) faz 70 anos no dia 3 de setembro e, por lei, tem de deixar a Corte.

A escolha da ministra Rosa Weber — que levou quatro longos meses — já deixou claro não se tratar de um procedimento muito simples. É consenso que um processo com essa importância terá de contar com os 11 membros do tribunal.
Assim, caso o mensalão não seja julgado até agosto, terá de ser adiado ainda mais. Duvido que se tenha o tribunal completo até as eleições de outubro. E pronto! O desejo nada secreto do PT estará se cumprindo.
Mas não é só: caso fique tudo para depois das eleições, aí será a vez de o próprio Ayres Britto, que faz 70 anos no dia 18 de novembro, se aposentar.
De novo, então, voltará a questão: “Temos de ter o tribunal completo… Por que não se deixa tudo para 2013?” E assim vamos seguindo para as calendas…

Estima-se que o julgamento não dure menos de um mês. São 38 réus. O advogado de cada um deles tem uma hora para fazer a defesa de seu cliente — ou seja, 38 horas apenas de sustentação oral da defesa.
Não se sabe se o recesso de julho terá de ser ou não suspenso — porque Lewandowski, até agora, não dá pistas do que tem em mente.
Dá-se de barato que só as sessões plenárias das quartas e quintas serão insuficientes para dar conta do recado até, reitero, o fim de agosto, quando Peluso deixa o tribunal.
Zé Dirceu, o chefe da quadrilha (segundo a Procuradoria Geral da República), e, parece, de alguns indivíduos disfarçados de jornalistas, também está de olho nessa aposentadoria, porque se estima que Peluso não está entre aqueles dispostos a condescender com as práticas criminosas de quadrilheiros e ladrões do dinheiro público.

Já estamos no terço final de março e, até agora, nada! Aos olhos de boa parte do mundo civilizado, já deve ser um escândalo que um processo com essa importância, que resume alguns emblemas da má prática política, esteja já no seu sétimo ano.

A revista VEJA que trouxe a reportagem sobre a cobrança de propina nos Correios, que levou à denúncia do mensalão, chegou aos leitores no dia 14 de maio de 2005!!!
No dia 6 de julho daquele ano, Roberto Jefferson botava a boca no trombone numa entrevista à Folha e expunha as entranhas do modo petista de governar. Sete anos!!! E, até agora, nada vezes nada!


Os advogados, por seu turno, é evidente, também têm lá o seu estoque de ações procrastinadoras. E, obviamente, tentarão fazer uso delas.
Márcio Thomaz Bastos, por exemplo, que defende José Roberto Salgado, executivo do Banco Rural, pede que o caso de seu cliente seja enviado para a primeira instância, já que este não tem prerrogativa de foro (o que chamam de foro privilegiado).
Argumenta que, por isso, não pode ser julgado pelo STF. E assim vai. Os outros 37 farão também as suas tentativas. Não há o risco da prescrição de crimes, entende a maioria dos juristas, antes de 2015 ao menos (para o caso de formação de quadrilha). Os interessados podem ler uma boa explicação técnica aqui.
A questão mais urgente não é essa. O fato é que, a depender do ritmo de Lewandowski, o julgamento acabará ficando para 2013… E será difícil convencer a sociedade de que não foi por influência do calendário eleitoral.
Com a palavra, Ricardo Lewandowski. É claro que José Dirceu, o quadrilheiro (segundo a Procuradoria Geral da República) está de olho nele. E a sociedade brasileira também.

Conto com vocês para fazer apenas comentários que incentivem o ministro Lewandowski a acelerar os trabalhos! Força, ministro!Parafraseando aquele melô breganejo...
“liga pro Brasil/ não, não liga pra ele/ Não chore por ele…”

20 de março de 2012
Reinaldo Azevedo

VAZAMENTO DE INFORME CONFIDENCIAL REVELA QUE MORTE DE CHÁVEZ PODE GERAR TRANSIÇÃO TURBULENTA NA VENEZUELA

Culto à personalidade do caudilho

O texto que segue é uma tradução livre que fiz de reportagem do jornal El Nuevo Herald e que pode ser lida aqui no original em espanhol. Considero que, caso Hugo Chávez seja alijado do poder nas próximas eleições ou ainda em decorrência de seu estado de saúde, isto determinará uma considerável mudança nos rumos políticos na América Latina como um todo.
Embora o Brasil seja o maior país do continente, Chávez é a baliza que regula as demais Nações integrantes do Foro de São Paulo, a organização esquerdista que articula o movimento comunista internacional na América do Sul. Por esta razão considero que o fenômeno chavista é relevante para qualquer análise que se faça do contexto político latino-americano. Inclusive no que concerne ao Brasil, já que Lula e o PT estão entre os fundadores do Foro de São Paulo. Uma possível guinada democrática e liberal na Venezuela terá impacto sobre todo o continente latino-americano, inclusive no Brasil. O texto é meio longo mas vale a pena ler:

A estrutura de poder altamente personalizada da Venezuela - criada pelo caudilho Hugo Chávez para dissuadir qualquer tentativa de derrubá-lo - acentua o risco de caos e de violência no país, assinala uma análise da empresa de inteligência norte-americana Stratfor, que adverte sobre os múltiplos obstáculos no caminho de uma transição pacífica. Essa análise produzida pela Stratfor faz parte do material vazado pelo grupo hacker-anarquista WikiLeacks.

O relatório, que forma parte de mais de cinco milhões correios eletrônicos dessa companhia de inteligência corporativa vazados pelo WikiLeacks, esboça o emaranhado sistema de rivalidades, confrontos e suspeitas mútuas que Chávez plantou ao seu redor e o potencial de conflito interno no caso de desaparecer do cenário político devido ao câncer.

GOVERNO PERSONALISTA

"O presidente venezuelano Hugo Chávez construiu ao seu redor um sistema de governo personalista que requer sua específica supervisão e participação. Adicionalmente, criou um arco de estruturas de apoio político que gera antagonismos entre elas para desestimular sua remoção", destaca o relatório escrito em julho de 2011.
"É por isso que nós consideramos que o afastamento de Chávez seria um evento que desestabilizaria significativamente o país", enfatiza o documento da Stratfor.

Chávez, que regressou na última sexta-feira à Venezuela depois de ser submetido a uma intervenção cirúrgica em fins de fevereiro em Havana, insiste em que se recupera satisfatoriamente e que será o candidato à releição no pleito de outubro vindouro.

Mas insistentes versões asseguram que está muito mais enfermo do que deixa entrever, e pessoas que afirmam ter tido acesso à informação detalhada sobre sua condição médica assinalam que tem um prognóstico de vida que vai dos 12 aos 16 meses.
A doença do caudilho gera dúvidas sobre o que aconteceria no cenário político dos país casos se veja obrigado a soltar as rédeas do poder, ante o risco de que seus diferente pilares de sustentação, que incluem grupos paramilitares vinculados à revolução, os militares e os agentes cubanos, lutem entre eles para tratar de controlar a enorme renda do petróleo.

Nenhum deles, entretanto, poderia atuar abertamente enquanto Chávez continue com vida. O informe assinala que Chávez segue sendo o líder político mais popular do país apesar de ter demonstrado ineficiência ao tratar dos principais problemas durante seus 13 anos de governo.

ESQUEMA POPULISTA

Sua popularidade é produto de seu vasto carisma, da elevada conexão emocional que mantém com os setores populares e a prioridade do gasto social e a execução de políticas populistas com uma retórica que constantemente se pronuncia em favor da redistribuição da riqueza.

A popularidade é identificada pelo relatório da Stratfor como a primeira linha de suporte com a qual conta Chávez, porque o regime lhe confere um escudo de legitimidade atrás do qual se protege das constantes acusações de autoritarismo lançadas com frequência pela oposição.

As políticas sociais executadas exercem um alto custo para os cofres do Estado. Nos últimos anos de seu mandato, Chávez tem contado com uma substanciosa renda decorrente do petróleo o que tem permitido financiar seus programas graças aos preços do petróleo bruto que tem quadruplicado desde que assumiu o poder em 1999.

Mas a produção petrolífera está em franca deterioração, diminuindo em cerca de 25% desde os 3.2 milhões de barris diários em 2001 a 2,4 milhões de barris em 2010, assinala o relatório.

Essa diminuição é atribuída pelo aos escassos investimentos realizados pela estatal Petróleos da Venezuela S/A, em obras de exploração e produção, requeridas para compensar o declínio natural dos poços de produção existentes.

Chávez semeia intrigas e incertezas

CHÁVEZ E OS MILITARES

Além do respaldo popular e da renda do petróleo, o regime de Chávez depende do apoio das Forças Armadas para manter-se de pé.
Os militares participaram em três falidos golpes de Estado desde 1992, e em cada um dos três casos - dois deles em favor de Chavéz e um contra o caudilho - buscaram ou trataram de conseguir apoio público ou tentaram tirar proveito das manifestações de descontentamento popular.

Caso se produza uma tentativa de mudança do regime, a posição das Forças Armadas seria determinante, mas os autores do informe dizem que os militares dificilmente fomentariam uma tentativa de mudança.

"É improvável que os militares façam algo mais do que oferecer apoio - o mínimo que fariam seria a recusa de envolver-se [de produzir algum conflito] - ao atual regime antes de que se apresente um cenário completo de desestabilização", afirma. "Inclusive em tempos de turbulência, os militares dariam um passo atrás e não participariam no conflito até certificar-se de que o atual governo perdeu sua legitimidade".

Um dos grandes problemas que impedem a tentativa das Forças Armadas de jogar um papel como protagonista de mudança de regime é a falta de unidade interna.

"É em consequência possível que elementos dentro das Forças Armadas cometam um erro de cálculo, e atuem antes de Chávez perder total legitimidade. Nesse cenário, os choques entre as diferentes facções não podem ser descartados", sustenta.

Milícias Bolivarianas criadas por Chávez

MILÍCIAS BOLIVARIANAS


O regime por outro lado, conta com as Milícias Bolivarianas, criadas precisamente para que atuem como contrapeso às Forças Armadas.
"Organizadas na vizinhanças das cidades venezuelanas e no campo, as Milícias Bolivarias são a apólice de seguro de Chávez contra um golpe de Estado. Ao armar cidadãos, Chávez faz com que qualquer ameaça a seu governo seja mais incerta e aumente as probabilidades de que qualquer ameaça contra seu governo dispare uma onda generalizada de violência", segundo o informe da Stratfor.

A presença cubana no país é outro dos elementos que coloca obstáculos a um projeto de transição.

PRESENÇA CUBANA

Cuba tem jogado um papel chave na sobrevivência do regime, servindo como um observador externo leal dos assuntos políticos da Venezuela.

"O uso de ativos de inteligência de um jogador externo interessado em manter o fluxo barato de petróleo ajuda Chávez a manobrar cuidadosamente e administrar situações de política doméstica potencilmente venenosas", ressalta.

O risco para os cubanos é que a assunção do poder de algum líder venezuelano menos ideologicamente comprometido com o socialismo poderia por em jogo o extenso subsídio petroleiro outorgado por Caracas, o qual por suas vez constituiria um duro golpe para a sustentabilidade do regime de Fidel Castro.

O informe da Stratfor adverte que as atuais condições criam as perspectivas para dois cenários muito negativos, embora assinale que esses não seriam necessariamente os mais prováveis.

No caso de que Chávez morra sem contar com um hábil ou claro sucessor, o país poderia ver uma luta armada pelo poder.

"Os militares tratariam de tomar o controle, mas as milícias de Chávez poderiam encontrar a força e as armas para lutar. Nesse caso, um cenário em que os cidadãos norte-americanos na Venezuela tenham que ser evacuado é provável", adverte.

Outro cenário de desestabilização seria de caráter econômico e se produziria em decorrência de uma abrupta queda nos preços do petróleo. "Desestabilizaria os programas sociais do governo, propiciaria o colapso econômico e provocaria um descontentamento generalizado", conclui o informe.

20 de março de 2012
Tradução livre do site do jornal El Nuevo Herald.

CHAVISTAS AMEAÇAM ASSASSINAR CANDIDATO DA OPOSIÇÃO NA VENEZUELA

Oposicionista Henrique Capriles corre risco de vida

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse nesta segunda-feira ter informação sobre um plano para assassinar Henrique Capriles, o candidato da oposição para as eleições presidenciais de outubro. O opositor, que é governador do estado de Miranda, já teria sido alertado.
— O chefe da inteligência se encontrou com a equipe do governador de Miranda, porque há a informação lá fora de querem matá-lo. Não é o governo, de forma alguma. Pelo contrário — disse Chávez, por telefone, a um programa da televisão estatal.

Chávez garantiu que o governo ofereceu proteção ao candidato opositor, mas não deu mais detalhes sobre o suposto plano para matá-lo. Capriles faz atualmente um giro pela Venezuela em campanha. Numa visita recente a uma comunidade pobre de Caracas, reduto de chavistas, tiros foram disparados, mas ele não correu perigo.

— Nós levamos a informação a sério por causa da fonte que nos passou. Nós informamos a equipe de segurança do candidato e oferecemos segurança — afirmou. — Como governo, temos a obrigação de dar proteção a qualquer venezuelano, especialmente nesse contexto.

O presidente venezuelano já denunciou repetidas vezes planos dos Estados Unidos para assassiná-lo, todos sempre negados por Washington. Na linha de acusação de Chávez, apareceram desde exilados e dissidentes cubanos a membros da CIA (agência de inteligência americana) e opositores venezuelanos.

Após 22 dias em Havana, onde tratou uma reincidência de câncer e retirou um tumor maligno, Chávez retornou na última sexta-feira à Venezuela. Ele deve iniciar esta semana a radioterapia.

Apesar das dúvidas sobre seu estado de saúde, Chávez se mantém à frente das pesquisas eleitorais na disputa com Capriles. A diferença varia de acordo com a sondagem, e nas últimas semanas oscilou entre 18 es 33 pontos percentuais a favor do presidente.

No poder desde 1999, o presidente venezuelano, de 57 anos, busca a terceira reeleição — em 2009, conseguiu aprovar em um referendo a possibilidade de se reeleger indefinidamente. No discurso de retorno a Caracas, na sexta-feira, ele indicou ter a intenção de permanecer no poder pelo menos até 2030.

20 de março de 2012
aluizio amorim

A INQUISIÇÃO É VOSSA!

Carlos Alberto di Franco, Doutor em Comunicação, professor de Ética e diretor do Master em Jornalismo, membro da Opus Dei, celibário, virgem e usuário confesso do cilício por duas horas por dia, decidiu entrar na discussão sobre o uso do crucifixo em tribunais. Em seu apoio, chama Carlos Brickmann, a quem define como jornalista arguto e politicamente incorreto. Só esqueceu de dizer que Brickmann foi assessor de imprensa de Paulo Maluf, mas afinal para que enumerar todas as virtudes do homem em uma simples citação? Diz Brickmann:

“Há religiões; também há a tradição, há também a história. A Inglaterra é um estado onde há plena liberdade religiosa e a rainha é a chefe da Igreja. A Suécia tem plena liberdade religiosa e uma igreja oficial, a Luterana Sueca. A bandeira de nove países europeus onde há plena liberdade religiosa exibe a cruz”.

Ora, que a heráldica européia use a cruz não é coisa que espante. Uma das bases culturais do continente – que um dia se chamou Respublica Christiana – é precisamente o cristianismo. Que na Inglaterra a rainha seja chefe da Igreja anglicana muito menos, mas é bom lembrar que a igreja anglicana é uma ruptura com a tradição católica. O mesmo diga-se da Suécia. De qualquer forma, isto não é nenhum dogma que implique necessariamente a aceitação da cruz nos tribunais do Brasil. Cuja independência, sem ir mais longe, foi uma ruptura com a tradição portuguesa. Como o cristianismo foi uma ruptura com o judaísmo. Não fosse Cristo opor-se à tradição, o cristianismo não existiria.

“O Brasil tem formação cristã; a tradição do país é cristã. Mexer com cruzes e crucifixos vai contra esta formação, vai contra a tradição. A propósito, este colunista não é religioso; e é judeu, não cristão. Mas vive numa cidade que tem nome de santo, fundada por padres, numa região em que boa parte das cidades tem nomes de santos, num país que já foi a Terra de Santa Cruz. Será que não há nada mais a fazer no Brasil exceto combater símbolos religiosos e tradicionais?”

O assessor de Maluf não admite ir contra a tradição. Se sempre foi assim, que assim seja eternamente. Brickmann não aceita a idéia de progresso. Se durante séculos a Igreja dominou soberana sobre os Estados europeus, a divisão entre Estado e Igreja foi certamente obra de celerados que não admitiam a tradição. Democracia, sem ir mais longe, foi idéia que feriu tradições antiqüíssimas. O mesmo se diga da libertação dos escravos e da jornada de trabalho de oito horas. Será que não há nada mais a fazer no mundo exceto combater instituições tradicionais?

O assessor, impertérrito, vai adiante:

“Se não há, vamos começar. Temos de mudar o nome de alguns Estados e cidades como Natal, Belém, São Luís e tantas outras. E declarar que a Constituição do País, promulgada 'sob a proteção de Deus', é inconstitucional”.

Ninguém está propondo mudar o nome de cidades e Estados. O assessor brande um argumento ad absurdum, para comover seus leitores. Isso de mudar nomes de cidades é coisa dos antigos comunistas, que gostavam de homenagear seus tiranos de plantão. Tsarytsin já foi Stalingrado e depois Volgogrado. São Petersburgo virou Petrogrado, depois Leningrado e hoje voltou a ser São Petersburgo.

Nesta mania, os comunistas foram seguidos por seus herdeiros, as esquerdas tupiniquins, que querem mudar os nomes de avenidas e elevadas. É expediente também usado na Espanha, onde as viúvas do Kremlin querem exterminar da memória das gentes a lembrança do homem que salvou a Espanha do comunismo. No Brasil, exceto alguns florianopolitanos, jamais ouvi falar de quem queira mudar o nome de cidades.

Quanto à Constituição, o assessor usou um jogo de palavras. Uma Constituição não pode ser inconstitucional, já que nenhuma outra constituição a rege. Pode ser, isto sim, absurda, incoerente, ilógica, inviável, utópica, colcha de retalhos. Mas jamais inconstitucional. Quem a pariu, que a engula. Continua Brickmann:

“Há vários símbolos da Justiça, sendo os mais conhecidos a balança e a moça de olhos vendados. A balança vem de antigas religiões caldeias. Simboliza a equivalência entre crime e castigo. A moça é Themis, uma titã (sic!) grega, sempre ao lado de Zeus, o maior dos deuses. Personifica a Ordem e o Direito. Como ambos os símbolos são religiosos, deveriam desaparecer também, como o crucifixo?"

Ocorre que ninguém mais cultua Zeus ou Têmis. A mitologia grega nunca nos foi empurrada goela abaixo nem embasa o ensino ou a cultura nacionais. Os gregos, politeístas, nunca tiveram como dogmas suas crenças. Quando Alexandre, trezentos anos antes de Cristo, ao ver-se cultuado como deidade no Oriente, pediu aos gregos que o entronizassem como deus, os atenienses foram generosos. Que assim seja. Mais deuses menos deuses, tanto faz como tanto fez.

O Cristo é impositivo. Exige obediência a seus preceitos e se imiscui no universo das leis. As restrições ao sexo fora do casamento e ao homossexualismo são resquícios do cristianismo. A exigência de fidelidade conjugal também. São cracas que um dia impregnaram nossas leis e que ainda hoje sobrevivem nos costumes. Ora, nem todos são cristãos neste país. Não temos porque conviver, em nossas instituições de Estado, com a presença de um deus obsoleto.

O jornalista virgem, por sua vez, vai mais longe. “Na escalada da intolerância laicista, crescente e ideológica, não surpreenderia uma explosão de ira contra uma das maravilhas do mundo e o nosso mais belo e festejado cartão-postal: o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro”.

De novo a reductio ad absurdum, argumento de quem não tem argumentos. Ninguém está pedindo a demolição do Redentor. O que se pede é a retirada de símbolos religiosos dos tribunais. Como é usual neste tipo de fanáticos, Di Franco cria inimigos que não existem, para melhor combatê-los:

“O laicismo militante atual é uma "ideologia", ou seja, uma cosmovisão - um conjunto global de idéias, fechado em si mesmo -, que pretende ser a "única verdade" racional, a única digna de ser levada em consideração na cultura, na política, na legislação, no ensino, etc. Por outras palavras, o laicismo é um dogmatismo secular, ideologicamente totalitário e fechado em sua "verdade única", comparável às demais ideologias totalitárias, como o nazismo. Tal como as políticas nascidas dessas ideologias, o laicismo execra - sem dar audiência ao adversário nem manter respeito por ele - os pensamentos que divergem dos seus "dogmas" e não hesita em mobilizar a "Inquisição" de certos setores para achincalhar - sem o menor respeito pelo diálogo - as idéias ou posições que se opõem ao seu dogmatismo”.

Como se existisse um organismo laicista no país, “ideologicamente totalitário e fechado em sua verdade única”. Quem pediu a exclusão dos crucifixos foi uma liga de lésbicas, não um dogmatismo secular. Esta reivindicação não é exclusivamente brasileira e surgiu originalmente na Itália, berço do cristianismo. Por outro lado, jamais vi movimentos laicistas pretendendo “ser a única verdade racional, a única digna de ser levada em consideração na cultura, na política, na legislação, no ensino, etc”. Verdade única é cacoete de monoteístas, não de pessoas que não acreditam em deus.

Mas o melhor de tudo no discurso de di Franco é chamar de Inquisição a mobilização dos leigos contra o crucifixo. Que me conste, ninguém está pretendendo mandar para a fogueira ou submeter a ordálias os juízes que insistam em usar o antigo instrumento de tortura em seus tribunais.

O velho católico se traiu. Inquisição é coisa vossa, senhores papistas.

20 de março de 2012
janer cristaldo

A POLÍTICA ESQUERDISTA DE TERRA ARRASADA

Artigos - Movimento Revolucionário

Não é tecnicamente ilegal falar contra as normas do politicamente correto da esquerda - ainda. Mas o custo de fazê-lo está ficando maior a cada dia.


(1) Pat Buchanan, símbolo do conservadorismo, foi vaiado na MSNBC, o canal de tevê porta-voz inconteste da ortodoxia esquerdista.

(2) Em um ato de hipocrisia política, o apresentador de rádio Michael Savage foi literalmente proibido de visitar o Reino Unido, por conta das suas opiniões públicas populares - e a mídia e todo establishment político e cultural dos EUA respondem a isso com um mero bocejo coletivo.

(3) Rush Limbaugh chama uma fornicadora confessa, que testemunhou publicamente perante o Congresso sobre sua dificuldade para comprar contraceptivos, de "vagabunda" - o que ela é, de acordo com a definição do dicionário -, e dezenas de anunciantes nacionais capitulam em boicotar as ameaças que sobrevieram a Limbaugh devido à declaração.

(4) A máfia homossexual cria listas de inimigos para os que levam a sério a condenação bíblica da sua atividade como pecado, visando silenciar o debate livre e aberto sobre a legitimidade de seu comportamento e suas táticas de intimidação.

(5) Um corajoso xerife do Arizona atende a solicitações diversas para investigar a autenticidade da certidão de nascimento de Barack Obama e, depois de meses de investigação, pesquisa e testes, descobre que ela é falsa. E toda a grande mídia, unida, prefere tratar o caso como uma estória qualquer do tipo “cão morde homem”, afirmando que Joe Arpaio está apenas tentando obter publicidade em ano eleitoral.

Eu poderia prosseguir com mais e mais exemplos destes.

Mas você captou a ideia.

Nós estamos um vivendo num tempo de controle dos meios de expressão sem precedentes.

- Detenção em caso de pregações na rua.

- Em frente às clínicas de aborto temos áreas “proibidas para manifestações”.

- Códigos de expressão tomaram o lugar da “liberdade acadêmica” nos campi país afora.

Não é tecnicamente ilegal falar contra as normas do politicamente correto da esquerda - ainda. Mas o custo de fazê-lo está ficando maior a cada dia. Se você quiser fazer valer a Primeira Emenda da Constituição, é bom que você seja capaz de pagar um bom advogado para se defender.

Mesmo as instituições e empresas criadas especificamente para oferecer um ponto de equilíbrio em um mundo midiático repleto de conformidade estão correndo com medo. Uma está enfrentando acusações no Reino Unido e temendo que isto possa se mover na direção oeste.

Há apenas algumas coisas sobre as quais você não pode falar na América hoje. Ponto.
Fim da história.

Será que estamos melhor como nação do que éramos quando o diálogo vibrante e o debate eram as regras do dia?

Sim”, é a resposta que vem da esquerda.

E eles querem ir com esta insanidade mais longe, muito mais longe.

Eles podem ter falhado em inserir a “fairness doctrine” (Doutrina da Equidade), de inspiração orwelliana, na legislação, mas eles a têm implementado com sucesso através de listas negras, boicotes, pressão midiática, intimidações, ameaças e processos judiciais.

As apostas são altas porque homem deles, na Casa Branca, está em apuros. Eles não conseguem entender por que os americanos não estão satisfeitos com a transformação fundamental da sociedade que ele tem empreendido.

E agora não se tem provas de que a Receita Federal esteja agindo em retaliação aos que opõem ao ungido de comando e controle e suas políticas de Big Government. Organizações Tea Party em todo os Estados Unidos estão recebendo algo que nunca tiveram antes - avisos de auditoria. Eu ganhei o meu primeiro quando tive a audácia de investigar os escândalos de Bill Clinton em um ano eleitoral. Praticamente todas as inhas deduções padrão foram recusadas porque a Receita não gostou da minha documentação: recibos de cartão de crédito!

Minha auditoria foi tão previsível quanto a que farei no ano que vem, caso Obama se reeleja. É assim que a esquerda age - utilizando a força bruta do Estado, incutindo o medo e abafando as vozes de oposição.

A história nos mostra que esse tipo de tática, se não for reprimida e repudiada, leva a abusos ainda piores, incluindo a violência. Vimos isto na Revolução Francesa, na Revolução Bolchevique, no reinado de terror de Mao Dzedong, nos expurgos de Stalin, com os “camisas negras” de Mussolini e com os “camisas pardas” de Hitler.

Inevitavelmente, é para lá que esta mentalidade e essas táticas irão nos levar.

Eu não quero isso.

Eu não quero isso para a América.

E por isso me solidarizo com os alvos da presente onda de histeria irracional dos ameaçadores.

20 de março de 2012
Joseph Farah é o editor-chefe e fundador do www.wnd.com.
Original: The left's scorched-earth policy
Tradução: Edson Camargo