"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sexta-feira, 12 de julho de 2013

POR QUE PAROU? PAROU POR QUÊ?

     
          Artigos - Governo do PT        

O real motivo de quem precisa elencar muitos para justificar o que faz nunca está entre os motivos apresentados.


Agora que a noite caiu sobre a greve, depois de o jornalismo nacional haver colhido e exibido em todo país, repetidas vezes, cenas do dia 11, faço uma leitura do que aconteceu.
 
O título acima reproduz conhecido refrão dos movimentos grevistas para apresentar suas reivindicações. Neste caso, a pergunta do refrão deve ser dirigida, mesmo, às centrais sindicais. Por que vocês resolveram parar o país? Qual a urgência que determinou essa desmobilização nacional, esse singular feriado ou feriadão de julho? São perguntas que todos nos fazemos nesta manhã do dia 12. Afinal, o que aconteceu, ontem, no Brasil? Por que paramos? Paramos por quê?
 
A greve teve intensidade abaixo da média em relação ao que se podia esperar de um evento dessa magnitude. Em muitas das grandes cidades a vida transcorreu normalmente. Noutras o comércio fechou porque os empresários foram advertidos de que poderia haver depredações caso os estabelecimentos abrissem as portas. Onde o transporte coletivo aderiu, as consequências foram mais visíveis no panorama urbano. As ruas ficaram com jeito de feriado. Mas ninguém sabia exatamente porque aquilo estava acontecendo. As centrais sindicais, é verdade, elencaram um pot-pourri de reivindicações para justificar a absurda paralisação. Mas o real motivo de quem precisa elencar muitos para justificar o que faz nunca está entre os motivos apresentados.
 
As principais centrais sindicais são braços de partidos da base do governo. E a base do governo, acuada pelas mobilizações dos últimos dias, pensou que se o povo estava saindo para a rua com tamanha determinação, o governo deveria colocar na pista seu próprio bloco. Ou seja, gente, muita gente, portando pautas genéricas, mas sem esconjurar o governo e, principalmente, sem os "Fora Dilma!" que tão fortemente latejam nos ouvidos oficiais.  E por que as centrais sindicais toparam prestar-se a essa pantomima? Porque já lhes era perguntado, não sem razão, o porquê de sua silenciosa omissão diante dos protestos em curso no país.

O resultado, tudo visto e contabilizado, foi pífio. Sabiamente, o povo não compareceu. Em inúmeras cidades, os "grevistas" precisaram interromper o trânsito em avenidas e rodovias como forma de dar aparente vulto ao que faziam (fosse lá o que fosse aquilo que faziam). O grande visual era proporcionado pelos milhares de veículos obrigados a parar enquanto meia dúzia de dirigentes sindicais, de modo delinquente, queimavam pneus na pista por horas a fio. Governo e sindicalismo pelego deram ao país um prejuízo de bilhões de reais com a interrupção de inúmeras atividades produtivas.
 
O dia 11 de julho de 2013 vai entrar para a memória nacional como alarmante evidência de que esse governo conduz suas estratégias políticas e suas ações de gestão de modo igualmente incoerente e irresponsável.

* * *
CPF nas notas fiscais

Não há conveniência alguma em informar ao governo onde gastamos nosso dinheiro. Eu sempre peço nota fiscal para evitar que a sonegação viole as regras da boa concorrência entre as empresas, mas não forneço CPF. O Estado que se contenha em seu ímpeto de tudo saber e controlar.


No estilo "mete o pé na porta"
 
O mais preocupante no caso dos moleques que invadiram a Câmara Municipal de Porto Alegre é o fato de serem alinhados com partidos políticos que atuam na Casa. Agiram sob inspiração e com apoio deles para reivindicar, no melhor estilo "mete o pé na porta", um privilégio injustificável. Querem usar gratuitamente o transporte coletivo da cidade. Como o dinheiro não cai do céu, as duas maneiras de conceder isso são as seguintes; 1ª) a passagem deles serão pagas por todos os demais usuários; ou 2º) a passagem deles será paga por todos os cidadãos, usuários ou não do transporte coletivo, através dos impostos recolhidos por eles ao município. Bela escola de cidadania essa que frequentam!

12 de julho de 2013
 Percival Puggina
 

O GENOCÍDIO DOS BRANCOS SUL-AFRICANOS

                    
          Notícias Faltantes - Comunismo        
Mais de 72 mil bôeres foram brutalmente assassinados na África do Sul de acordo com o site Afrikaner Genocide Museum. Por conta da afinidade ideológica entre os genocidas e a imprensa mainstream politicamente correta, o silêncio prevalece, e o racismo fomentado pela esquerda continua fazendo mais e mais vítimas.

Há um relatório no Daily Mail em torno da situação na África do Sul que revela algumas estatísticas perturbadoras em tornos dos agricultores afrikaner. (N. do E.: Para saber mais, leia o artigo África do Sul à beira do genocídio e da ditadura comunista).


Só no mês passado ocorreram 25 assassinatos de proprietários rurais brancos e mais de 100 ataques. Enquanto isso, os grupos de protestos afrikaner alegam que mais de 4 mil agricultores brancos foram assassinados desde que (o comunista) Nelson Mandela chegou ao poder.

No ano passado, o presidente sul-africano Jacob Zuma foi filmando a cantar uma canção que continha a frase "Disparem Sobre o Boer".
No encontro centenário do Congresso Nacional Africano (ANC, em inglês) que decorreu no ano passado, Zuma foi filmado a cantar uma assim-chamada "canção de luta" chamada de "Kill de Boer" ("Boer" é o antigo nome dado à maioria da população branca Afrikaner). À medida que os membros sêniores do ANC aplaudiam ao ritmo da música, Zuma cantou:
"Vamos atirar contra eles
Eles irão fugir
Atirem sobre o Boer
Atirem contra eles. 

Eles irão fugir
Atirem contra o Boer
Vamos atingi-los
Eles irão fugir 

O Cabinet irá disparar contra eles
Com a metralhadora
O Cabinet irá disparar contra eles
Com a metralhadora"


E o rival político de Zuma, Julius Malema, fala abertamente dos seus desejos de expulsar os agricultores afrikaner para fora das suas terras:

Malema, para além de querer a nacionalização das lucrativas minas sul-africanas, quer também que todas as terras pertencentes aos agricultores brancos sejam confiscadas sem que haja lugar a qualquer tipo de compensação. De uma forma ameaçadora, Malema, de 32 anos, que caracteristicamente usa uma boina e tem um grande apreço por relógios da marca Rolex, prometeu este mês que o seu novo partido irá tirar as terras que estão nas mãos dos brancos - sem qualquer tipo de compensação - e entregá-las aos negros. Elz afirmou que "nós precisamos das terras que foram tiradas ao nosso povo, e nós não iremos pagar por elas".

É interessante que Malema alegue que as terras foram tiradas ao seu povo.

Os habitantes originais da África do Sul eram os caçadores e coletores Khoisan. Em 1652, quando chegaram ao continente africano, os afrikaners estabeleceram-se na parte ocidental da África do Sul, tomando o lugar dos Khoisan. O povo Xhosa (grupo étnico ao qual pertencem Nelson Mandela e Desmond Tutu) havia entretanto avançado para a costa leste, empurrando eles mesmos os Khoisan para fora das suas terras.

Os próprios Xhosa foram eles mesmos empurrados ainda mais para o oeste devido à pressão colocada sobre eles pela migração dos Zulos.

Dito de outra forma, os Xhosa tomaram as terras dos Khoisan e os Zulos tomaram as terras dos Xhosa numa séria de migrações.

O artigo do Daily Mail fala também da comunidade Afrikaner que se encontra em Kleinfontein. Este é um lugar onde os Afrikaneres podem viver sem medo do crime violento:

Mais importante ainda, num país onde ocorrem 60 assassinatos todos os dias, não há roubo armado, assassinatos ou violação em Kleinfontein. ‘Uma idosa pode levantar dinheiro duma caixa registadora aqui sem qualquer tipo de medo,’ afirmou Marisa Haasbroek, residente local e mãe de duas adolescentes e a minha guia durante a manhã.
‘É seguro, tranquilo e pacífico.'

(Do blog OZ Conservative.)
* * *

Onde está a condenação internacional ao racismo sul-africano?


 Foi reportado há algum tempo que as candidaturas para pilotos-cadete provenientes de homens brancos não serão mais aceites pela South African Airways (SAA).

O porta-voz da SAA, Kabelo Ledwaba, afirmou que o programa de treino para cadetes estava a ser publicitado online como uma iniciativa que visava ajustar a demografia entre os pilotos com a composição demográfica do pais no geral.

Apenas 15% dos pilotos da SAA são negros, e isto inclui indianos e os coloridos. Os restantes são brancos, e 91% são homens.
Ledwaba disse que a SAA aceitaria pilotos brancos masculinos quando aparecessem vagas que não pudessem ser preenchidas com pessoas de outras raças.
Foi perguntado o porquê das candidaturas dos brancos estarem a ser rejeitadas de modo consistente. Um pai irritado ligou ao jornal Beeld para se queixar do fato do seu filho, que tinha licença de piloto comercial e cumpria os critérios educacionais e físicos, ter sido rejeitado apenas e só por ser branco.
Tomando as palavras do pai como base para a sua investigação, o jornal enviou candidaturas falsas à SAA. Depois da informação ter sido cruzada e verificada, o jornal apurou que o formulário online havia sido programado para rejeitar aplicações provenientes de brancos.
(Do
Fin24.com)


* * *Como seria de esperar, não há condenação internacional a este óbvio caso de racismo, uma vez que o grupo étnico/ideológico que está a ser discriminado não faz parte dos "grupos protegidos" pela esquerda militante. No mundo ocidental atual, o homem branco, heterossexual, judeu ou cristão (ou mesmo ateu) é um cidadão de segunda, embora ele tenha sido o arquiteto dessa mesma civilização.

12 de julho de 2013
Escrito por Blog Oz Conservative & Fin24.com
Traduções e comentário: blog O Marxismo Cultural

ENTREVISTA COM O FILÓSOFO ROGER SCRUTON

                     
          Artigos - Cultura 
rogerscrutonO que é a “franqueza britânica”? Se não é verdade que todos os britânicos a possuem, é fato que o filósofo inglês Roger Scruton é portador de uma sinceridade sem igual.

Um dos pensadores mais famosos da atualidade, Scruton é conhecido na Europa como o “enfant-terrible” da filosofia, defensor de idéias polêmicas mas, na verdade, muito antigas: sua polêmica vêm de serem clássicas.

Roger Scruton é autor de mais de 30 livros de filosofia, dois romances, compositor de duas óperas e já fez documentários para a BBC de Londres. Professor há muitos anos, não há quem saia de suas aulas sem algum espanto pela sua erudição, que caminha tranqüila dos primórdios da filosofia até os dias atuais.

Scruton é sempre convidado para as principais rodas de debate intelectual na Europa e no mundo inteiro. Uma palavra autorizada se se quer ouvir algo diferente.
Foi também convidado pela Revista Vila Nova para uma entrevista, que ele gentilmente concedeu. O resultado vem a seguir.

Você é filósofo e um dos seus principais objetos de estudo é a Estética. De onde surgiu esse desejo de se questionar sobre a Beleza?

Eu descobri a arte, a música e a literatura quando era adolescente e fiquei intrigado com seu poder e seus significados. Por que elas têm um efeito tão profundo e transformador em nós e o que elas dizem sobre o mundo em que vivemos?

Qual o lugar da Beleza em nossas vidas?
Cabe a você decidir o lugar que a beleza pode ter em sua vida. Ultimamente, entretanto, a beleza abre um caminho à reconciliação, à aceitação do mundo como um lar e ao reconhecimento de que pertencemos a ele, com a tarefa de cuidar do que vamos encontrar.

Em seu documentário para a BBC de Londres, “Why Beauty Matters?” (“Por que a Beleza importa?”), você cita Oscar Wilde: “Toda beleza é absolutamente inútil”. Qual o sentido da inutilidade da Beleza? Os homens precisam de “valores inúteis”?
Todas as coisas mais importantes da vida são inúteis: amor, amizade, devoção, paz – essas são coisas que apreciamos pelo que são e não pelo uso que podemos fazer delas. Sim, nós precisamos de coisas inúteis uma vez que precisamos aprender como encontrar valores intrínsecos. E então o mundo tem um significado para nós e não apenas uma utilidade.

De certa forma, esse culto da utilidade também atingiu a Filosofia e a Religião, não?
Sim, o culto à utilidade assola o nosso mundo, minando até mesmo as coisas contra as quais as pessoas têm tentado erguer barreiras. Parte do problema é o domínio da tecnologia que nos influencia a pensar que todo o conhecimento e todas as descobertas dizem respeito a modos de manipular o mundo e o moldar a nossos propósitos. Mas há também o contemplar o mundo, encontrar nossa paz e consolo nele.

Você fala que a arquitetura moderna foi o maior crime já consumado contra a Beleza. Por quê?
Eu acho que você só tem que usar seus olhos para ver o que quero dizer. É um estilo de arquitetura que surgiu colocando a função, a utilidade e os efeitos de curto prazo no lugar do povoamento, da permanência e da moradia. A arquitetura moderna é um tipo de “falta de lar”, uma profanação à morada humana.

Sobrará algo de valor da arquitetura e da arte moderna?
Sim. Existe boa arquitetura moderna também – as casas de Frank Lloyd Wright, a capela de Ronchamp e muitos outros exemplos. Mas estão em uma escala pequena, quase objetos artesanais que retornam à verdadeira meta da arquitetura, que não é se destacar, obliterar e colocar o mundo em uma grade de linhas horizontais, mas adequar-se, harmonizar-se para tratar a Terra e seus contornos como um lugar de moradia.
Do mesmo modo, existe boa arte moderna e esta ainda está sendo produzida por esses pintores figurativos que reconhecem a necessidade de mostrar o significado interior de nosso mundo.

Uma de suas teses em “Why Beauty Matters?” é que a cultura pós-moderna não quer mostrar a realidade; quer se vingar dela. Como se dá isso?
Quando as pessoas são incapazes de encontrar consolação, elas se vingam de si mesmas e do mundo tentando mostrar que a consolação é impossível. Nós projetamos nossas próprias falhas morais no mundo de forma a nos provermos de uma desculpa para ter estas falhas. Assim, quando as pessoas são incapazes de amar, elas descrevem o próprio mundo como “sem amor” e “impossível de ser amado”.

E qual a relação entre Beleza e Amor?
A Beleza é um objeto do Amor e quando as pessoas permitem que o espírito do amor cresça nelas, elas também se abrem para a beleza. Isso é conhecido desde Platão, mas como explicá-lo exatamente e em termos sóbrios e realísticos é uma das grandes missões da filosofia.

Durante muito tempo a arte foi usada como meio de comunicar o Sagrado, mas hoje não mais. Beleza e Religião se comunicam?
O Sagrado e o Belo estão conectados em nossos sentimentos – ambos nos mandam ficar atrás, ser humildes e abandonar nosso desejo inato de poluir e destruir. Eu penso que vários artistas hoje, independentemente de terem ou não crenças religiosas, têm um senso de que o que há de melhor em sua arte é o ato de consagração. Você encontra esse tema nos quartetos de cordas de George Rochber, na arquitetura de Quinlan Terry, nas pinturas de Andrew Wyeth.

Você montava universidades clandestinas na Europa Central em plena época de comunismo soviético. Como foi essa experiência? O que faziam por lá?
Foi uma experiência inspiradora ensinar jovens que queriam aprender, que viram o aprendizado e a verdade conectados e que reconheceram que a verdade pode ser perigosa. Meus colegas e eu fizemos nosso melhor para providenciar uma educação humana e geral, trabalhando secretamente em casas particulares. A história é, entretanto, muito longa e complexa para ser contada rapidamente. Ela já foi escrita por Barbara Day em The Velvet Philosophers (N.E. “Os Filósofos de Veludo”, sem tradução para o Brasil).

Hoje parece que quem queira ter uma verdadeira cultura universitária também precisa ser clandestino. Quem foge do establishment e da “cultura oficial” está fadado ao fracasso nas universidades. Pelo menos aqui no Brasil essa parece ser a realidade. O que você tem a dizer sobre isso?
Você está certo e isso é algo que eu aprendi através do trabalho clandestino no Leste Europeu. Educação real sempre é, em certa medida, subversiva. A posição padrão da humanidade é a conformidade ideológica e a busca da verdade é sempre ameaçadora. Hoje nós vivemos em um mundo com valores socialistas moderados, aceitação acrítica da igualdade e uma suspeita institucionalizada para com o sucesso, a distinção e a alta cultura; este tipo de coisa tomou conta de nossas universidades. Hereges são perseguidos, como sempre foram, e os mesmos têm que trabalhar secretamente ou em algum grau de privacidade. Mas eles também se alegram com isso, pois esta é a prova de que estão certos.

Você escreveu um livro chamado “A Political Philosophy: Arguments for Conservatism” (N.E. “Uma Filosofia Política: Argumentos para o Conservadorismo”, sem tradução para o Brasil). Afinal, quais são os argumentos para o conservadorismo?
Aqui está a minha resposta mais curta: conservadorismo significa encontrar o que você ama e agir para proteger isso. A alternativa é encontrar o que você odeia e tentar destruir. Certamente a primeira alternativa é um modo melhor de viver do que a segunda.

Sobre o Islã e o Ocidente. A relação entre os dois nunca parece ser muita harmoniosa. Por que existe esse “choque”?
O conflito fundamental é entre, de um lado, uma religião que deseja ser também um sistema completo de governo fundada em um Direito sagrado e, do outro, sociedades que, enquanto fundadas em uma revelação religiosa, fazem suas Leis e seu governo para si mesmas. O Islã não pode aceitar a jurisdição secular e não pode tolerar formas de governo que marginalizem a obediência religiosa. Por isso não pode, no fim, aceitar o mundo moderno.

O Papa Bento XVI insistia muito em recuperar as raízes cristãs do Ocidente. Em sua opinião, há lugar para o Cristianismo na nova cultura ocidental?
Claro. A cultura ocidental é uma criação do Cristianismo. Retire o Cristianismo e o que sobra de Dante, Chaucer, Shakespeare, Racine, Victoria, Bach, Titian, Tintoretto…? E isso ainda é verdadeiro hoje. Nossa cultura é fundada na visão central do Cristianismo, que santifica o sofrimento, o dever do perdão, o ideal da caridade e a visão da Virgem Maria, que guiou nossa concepção do sexo.

O que conhece da cultura intelectual e filosófica do Brasil?
Nada, a não ser a música de Villa Lobos e Luiz Bonfá, além do filme Orfeu Negro, que foi feito, entretanto, por um francês. E, é claro, tem também Brasília, aquele ícone internacional da alienação urbana.

12 de julho de 2013
Equipe jornalística da Revista Vila Nova.

QUANDO A SAÚDE É UM PESADELO *


Na sala de interrogatórios já estava reunida uma considerável quantidade de pessoas. Divisei o militar de alto posto que desempenhava as funções de juiz e os dois secretários que olhavam seus blocos em branco. Ao lado do juiz estavam pessoas em uniforme policial-militar – provavelmente conselheiros especialistas em diferentes matérias, psicólogos, eticistas, economistas e outros – em frente às quais sentavam-se em semicírculo os participantes de meu curso, como também do curso do próprio Rissen, em uniforme de trabalho. No início vi seus rostos como manchas cor da pele, indistintas de seus uniformes. Ocorreu-me a idéia de observar como reagiam. Fitei com esforço algumas faces, uma após outra, mas elas pareciam máscaras. Abandonei-as, e elas se tornaram indistintas como antes. No mesmo instante a porta foi aberta e Rissen foi introduzido algemado.

Olhou em torno da sala, sem fixar-se especialmente em ninguém, nem mesmo em mim. E por que se fixaria em mim? Ele não podia saber que eu o denunciara, nem tampouco que eu devorava, mergulhado no desespero, todos os seus movimentos e gestos. Uma sombra de esperança me perpassou: talvez não só eu – talvez algum outro dos que ali estavam – portasse sob a máscara o mesmo meu desespero? Talvez muitos?

Quando ele se ajeitou na cadeira – muito civil, como era seu costume –, parecia-me às vezes quase sumir em sua sólida corporalidade, talvez porque ele não impunha mais às pessoas do que o faz um objeto, uma árvore, um animal; fechou os olhos e sorriu levemente. Era um sorriso triste e sem esperanças, dirigido a ninguém, como se ele tivesse sido todo tempo consciente de sua solidão absoluta e se encerrado e até mesmo procurado repouso nela, assim como eu imaginava um viajante polar sonolento buscando repouso no frio, mesmo sabendo que dormiria para sempre.

Enquanto a kalocaína agia, seu sorriso desesperado espalhou-se sereno em seu rosto cheio de rugas. E mesmo que demorasse horas para falar, não se poderia desviar o olhar dele. Onde estariam antes pousados meus olhos que não viam a dignidade singular deste civil, suave e simples homem, que eu sempre achara ridículo! Uma dignidade totalmente distinta da rígida dignidade militar, precisamente porque consistia em uma completa indiferença ante o que ele fazia. Quando abriu os olhos e começou a falar, tinha-se a impressão de que ele muito bem podia estar ali recostado em qualquer cadeira, olhando as luzes brancas no teto e falando sem uma gota de kalocaína em si, nos mesmos termos que agora, pois o medo e a vergonha, que nos emudeciam, nele haviam sido consumidos pela solidão e desesperança. Eu poderia ter-lhe pedido para falar, e ele talvez o fizesse voluntariamente, como Linda, como um presente.

Ele teria dito tudo o que eu queria saber, teria falado dos loucos e de suas tradições secretas, da Cidade Deserta, sobre si mesmo, como fora impelido ao desconhecido à sua maneira, da mesma forma que Linda fora a seu modo – tudo; se eu não tivesse escolhido brincar de inimigo em meu medo selvagem, quando descobri que algo proibido em mim respondia sua melodia com o mesmo timbre e jamais se deixaria silenciar novamente. Ele falaria então muito mais do que agora que o obrigavam a falar, talvez sobre coisas mais importantes, e me tornaria consciente da realidade de mim mesmo, que agora eu jamais descobriria. Não sentia nenhuma compaixão pelo fato de que ele seria condenado e morto, mas estava terrivelmente amargurado por ter-me maculado ao denunciá-lo. E eu o escutava tão avaramente como havia escutado Linda, apenas mais angustiado.

Queria saber algo dele mesmo. Mas ele nada dizia de pessoal. Perguntas gerais ele respondia até os últimos detalhes.

– Perfeito – disse ele –, perfeito. Cá estou eu. Como devia acontecer. Uma questão de tempo. Para dizer a verdade. Vocês podem ouvir a verdade, vocês? Nem todos são suficientemente sinceros para ouvir a verdade, isto é o lamentável. Ela poderia ser uma ponte entre cada ser humano – enquanto voluntária, é claro – enquanto é oferecida como um presente e recebida como um presente. Não é estranho que tudo perca seu valor tão logo deixe de ser um presente, inclusive a verdade? Não, isto vocês evidentemente não entendem, pois senão se sentiriam despidos, se veriam como um esqueleto nu; e quem aguenta ver isso! Ninguém quer ver sua miserabilidade, enquanto não é forçado! Forçado não por homens. Forçado por um vazio absoluto e pelo frio, pelo frio glacial que ameaça a todos nós. Vocês falam em comunidade. Em comunhão. E falam um de cada lado de um abismo. Não existirá um ponto, um único ponto ao menos, no longo desenvolvimento das gerações, por onde se pudesse escolher um outro caminho? Precisará o caminho passar sobre o abismo? Nenhum ponto onde se pudesse impedir que o tanque do Poder rolasse em direção ao vazio? Passará sobre a morte algum caminho rumo a uma nova vida? Existirá algum lugar sagrado, onde o destino é outro? Perguntei-me durante anos onde estaria este lugar. Se chegarmos lá, teremos absorvido as fronteiras, ou as fronteiras terão nos absorvido? Surgirão caminhos entre os homens tão facilmente como surgem caminhos entre cidades e distritos? Que surjam logo então. Surgirão com todos os seus terrores? Ou isto tampouco adianta? Terá o tanque do Poder crescido tanto que não permite ser transformado de deus em utensílio? Poderá alguma vez um deus, mesmo sendo o mais morto de todos os deuses, renunciar voluntariamente a seu poder? Gostaria de acreditar na existência de um abismo verde no ser humano, um mar de seiva intacta, que funde todos os restos mortos em seu colossal reservatório e os purifica e recria eternamente... Mas eu não o vi. O que sei é que pais doentes e professores doentes educam crianças ainda mais doentes, até que a doença se torna normal, e a saúde um pesadelo. De seres solitários nascem outros mais solitários ainda, de temerosos outros mais temerosos... Onde poderia um último resquício de saúde ter-se escondido ainda para crescer e perfurar a carapaça? Aqueles pobres homens, que chamamos de loucos, brincam com seus símbolos. Algo deve ter existido... Eles pelo menos sabem que havia algo que lhes faltava. Por mais que soubessem o que faziam, restava ainda algo ignoto. Mas isto não conduz a lugar nenhum! Aonde pode algo conduzir? Se eu fosse até uma estação de metrô onde as multidões se comprimem, ou até um grande encontro festivo com alto-falantes à minha frente, meus gritos não repercutiriam mais longe que alguns poucos tambores no imenso Estado Mundial, e reboariam como sons ocos. Sou uma engrenagem. Sou um ser do qual retiraram a vida... E no entanto: exatamente agora sei que isto não é verdade. É a kalocaína, é claro, que me torna absurdamente esperançoso... Tudo se torna fácil e claro e calmo. Seja como for, vivo, apesar de tudo que extraíram de mim, e exatamente agora sei, que o que sou leva a algum lugar. Vi o poder da morte espalhar-se sobre o mundo em círculos amplos e cada vez mais amplos; mas não terão os poderes da vida também seus círculos, embora eu não pudesse vislumbrá-los?... Sim, sim, eu sei, é a kalocaína que está agindo, mas será por isso que não é verdade o que digo?

A caminho da sala de interrogatórios, fantasias loucas me confundiam o cérebro – todos os ouvintes de uma vez, por alguma razão misteriosa, dirigiriam sua atenção para algum outro lugar e eu poderia segredar minha pergunta no ouvido de Rissen... Mas desde então eu sabia ser isto um sonho diurno, que não poderia realizar-se, e ocorreu naturalmente que nem um único dos ouvintes, menos ainda todos de uma vez, afastou de Rissen seu olhar atento. Curiosamente, mesmo se tivesse oportunidade, eu nada teria a perguntar. Pouco me importava mais a Cidade Deserta, pouco me importavam as tradições dos loucos! Nenhuma Cidade Deserta era tão inacessível e tão segura como aquela para qual eu me dirigia, que não estava a milhas de distância em rumo desconhecido, mas próxima, próxima. Linda ainda existia. Pelo menos ela, ainda existia.

Rissen suspirou e fechou os olhos, mas abriu-os novamente.

– Eles pressentem! – murmurou, e seu sorriso brilhou mais e tornou-se menos desesperado. – Eles têm medo, colocam-se numa atitude de defesa, porque pressentem. Minha mulher pressente, quando não quer ouvir e faz-me ficar quieto. Os participantes do curso pressentem, quando tomam o mais superior dos ares e me ridicularizam. Deve ter sido um deles que me denunciou, minha mulher ou um deles. Quem quer que tenha feito isso, pressentiu. Quando falo, eles ouvem a si mesmo. É a eles mesmos que temem, quando me movo e existo. Ah, se fosse possível encontrá-lo, o abismo verde, o indestrutível... E agora creio que existe. Certamente é a kalocaína, mas mesmo assim sinto-me alegre... Por... Poder acreditar nisto...

12 de julho de 2013
* Kalocaína, de Karin Boye. Tradução do sueco de Janer Cristaldo

CORRUPÇÃO NO PODER

 

Não é só o Brasil que produz interessantes casos de corrupção. A França também faz o que pode - aliás, nesta arte é dona de um talento especial. Nada de chauvinismo: não vou dizer que os escroques franceses são os melhores do mundo, mas, reconheçamos, tampouco são nulidades.

Para falar deste tema numa crônica esbarramos em dois obstáculos: o primeiro é que essas fraudes são tão complicadas, tão enroladas, concebidas por cérebros tão podres e ao mesmo tempo tão geniais, que é difícil apresentá-las em termos claros a um público estrangeiro, no caso o brasileiro, que não acompanhou o início deste folhetim, dez anos atrás. O segundo inconveniente é que são casos tão numerosos que não se sabe qual escolher. Cada um tem o seu pequeno mérito. Por exemplo, o de Bernard Tapie.
 
Tapie é um homem fascinante. Filho de um operário, não estudou em universidades. Boa pinta e bem falante, fez um pouco de tudo: foi cantor, ator, proprietário de um grande time de futebol (o Olympique de Marselha), ministro de François Mitterrand, que era socialista, amigo íntimo de Nicolas Sarkozy, que não é nem um pouco socialista. Homem de negócios genial, adquiria empresas falidas, as ressuscitava e revendia.
 
Uma das suas últimas façanhas data dos anos 80, quando vendeu uma de suas empresas, a Adidas, ao banco Crédit Lyonnais, numa transação não muito clara. Trinta anos mais tarde, em 2008, pouco depois da chegada de Sarkozy ao poder supremo, Tapie recebeu uma indenização fabulosa do Estado, graças a um procedimento exorbitante, uma arbitragem que lhe permitiu receber a soma gigantesca de 405 milhões.
 
Hoje, cinco anos mais tarde, a Justiça está se mexendo. Considerando essa "arbitragem" muito estranha, abriu um inquérito contra Tapie por "fraude e formação de quadrilha", e ordenou o confisco de parte dos seus bens. Quais? Suas posses são enormes, uma caverna de Ali Babá.
 
Até agora, foram confiscados até mesmo vários seguros de vida no valor de 20 milhões, mais 69 milhões sobre o palácio que ele possui em Paris, depois a Villa Mandala ( 48 milhões) em Saint Tropez, adquirida em 2011 com parte da propina da arbitragem, mais seis contas bancárias (de 15 milhões), um outro contrato de seguro de 160 milhões, etc.
A Justiça não deve parar por aí. Mas não há com que se preocupar.
 
Tapie tem muitas outras joias. Por exemplo, o iate Reborn, de 74 metros de comprimento, adquirido com o dinheiro da arbitragem; três grandes jornais regionais na Provence (sempre a arbitragem). E, na pior das hipóteses, a mulher de Tapie comprou para o filho, o jovem Stéphane, um apartamento em Neuilly (por 1,335 milhão) e uma mansão, sempre em Neuilly, por 15 milhões.
 
Mas os juízes falaram de "fraude e formação de quadrilha". Portanto, procuremos a quadrilha. E aí, novo imbróglio, porque os membros de uma quadrilha se volatilizam, se escondem, são sempre puros como cordeiros recém-nascidos na pele de raposas velhas. O certo é que foi a quadrilha que decidiu acertar o litígio Tapie/Crédit Lyonnais lançando mão do recurso inverossímil de um "tribunal de arbitragem".
 
Assim, foram abertos inquéritos contra várias pessoas ao mesmo tempo que Tapie: por exemplo, um alto funcionário do Ministério da Economia, ou ainda um dos três juízes que fingiram não conhecer Tapie - o qual entretanto era seu amigo. E mais alguns outros.
 
Tubarões. Estes são os peixes grandes, mas os juízes estão no encalço de peixes maiores ainda, verdadeiros tubarões, gente do mais alto escalão, que deu a ordem, em 2008, de solucionar o caso Tapie graças a uma arbitragem, comprada para a causa do ex-ministro. Estamos chegando à cúpula. A pessoa que deu a ordem era na época a ministra das Finanças, Christine Lagarde, hoje diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI), cargo no qual sucedera a outro francês, Dominique Strauss Kahn, que caiu de maneira vergonhosa depois de atacar sexualmente uma pobre camareira num hotel de Nova York. Decididamente, a França não tem sorte no FMI.
 
Christine Lagarde foi ouvida, mas nenhum inquérito foi aberto contra ela. E há muitas outras pessoas ainda: gente que na época estava na Presidência da República, no Palácio do Eliseu, onde acabara de se instalar Nicolas Sarkozy.
 
Com toda a probabilidade eram estas as pessoas que constituíam a quadrilha de que fala a decisão dos juízes. Mas, para que haja uma quadrilha, é preciso que exista um "chefe", e este não é conhecido. Os juízes vasculharam as agendas de Tapie e constataram que, entre 2007 e 2009, Tapie foi recebido 22 vezes no Eliseu por Sarkozy. Além disso, em julho de 2007, ocorreu uma reunião insólita, no Eliseu, na qual Tapie defendeu sua causa e quase ditou suas ordens a um grupinho de pessoas muito importantes. Foi nesse dia que ficou decidido recorrer à arbitragem.
 
Interrogado a respeito desta reunião, infelizmente Tapie alegou não se lembrar do fato. Absolutamente nada! E Sarkozy, será que estava lá ou na sala vizinha? Perguntaram a Christine Lagarde se, quando ela ordenou que se recorresse à arbitragem, ela agiu por ordem de Sarkozy. Lagarde respondeu que "não". É possível que a diretora do FMI seja novamente interrogada pelos juízes.

12 de julho de 2013
GILLES LAPOUGE - O Estado de S.Paulo
TRADUÇÃO DE ANNA CAPOVILLA

POLÍCIA FEDERAL APREENDE CARREGAMENTO DE COCAÍNA EM RESERVA INDÍGENA NO MATO GROSSO


 
Uma notícia emblemática (publico abaixo) desses tempos temperados pela pensamento correto que leva certo tipo de gente a imaginar que os índios andam de bunda de fora, com arco e flexa, fazendo a coleta de frutos silvestres e caçando.
Sim, os índios podem caçar.
Aliás, podem tudo. Possuem o que se poderia designar como uma espécie de "alvará universal" fato que os coloca acima dos homens brancos.

Entretanto, para os "antropólogos" e ecochatos, sociedades aborígenes continuam existindo intactas, o que confere a esses descendentes de silvícolas que hoje usufruem e consomem os bens produzidos pela civilização, uma condição de semideuses. 


Este achado da Polícia Federal é intrigante. Daqui a pouco a Funai é capaz de protestar contra ação policial dentro da reserva indígena que, desta vez, pilhou um carregamento de cocaína procedente dos domínios do índio cocaleiro mentiroso amigo do Lula, da Dilma e seus sequazes.
 
Aliás, o tiranete boliviano é hoje um ditador produtor de cocaína, graças ao plebiscito e uma constituinte exclusiva que transformou a Bolívia em mais um ditadura bolivariana.
O país se dedica à exportação de entorpecentes sendo o principal fornecedor da cocaína consumida no Brasil por essa gente diferenciada entusiasmada pelo PT e pela liberação das drogas.
 
Leiam:

A Polícia Federal apreendeu 420 kg de cocaína na reserva indígena Maraiwatsede, em São Félix do Araguaia, no Mato Grosso. O caso ocorreu na terça-feira (9), mas só foi divulgado hoje. Nenhum suspeito foi preso ou identificado.
Segundo a polícia, uma equipe de policiais fazia patrulhamento na região quando viram um avião de pequeno porte se preparando para pousar. Eles foram ao local próximo onde a aeronave estava e viram marcas no asfalto da pista, características de que havia sido usada há pouco tempo. A aerovane já havia pousado e decolado novamente.
 
Os policiais desconfiaram da rápida passagem do avião pelo local e fizeram uma varredura. Eles encontraram a droga em sacos plásticos, separadas em blocos e lacradas com fitas adesivas. O entorpecente foi apreendido e encaminhado à Delegacia de Policia Federal em Barra do Garças.
 
A polícia abriu um inquérito para identificar o avião que pode ter transportado a droga e os suspeitos. Os policiais afirmam que a droga deve ter sido trazida da Bolívia e provavelmente abasteceria as capitais do sudeste do Brasil.
 
 
12 de julho de 2013
in aluizio amorim

INQUÉRITO DA POLÍCIA FEDERAL DESMONTA A FARSA DO GOVERNO DO PT SOBRE O PÂNICO DOS "BOLSAS FAMÍLIA"


O dia em que os 'bolsas família' endoidaram: 900 mil saques!
A Polícia Federal concluiu o inquérito que investigou a origem dos boatos sobre o fim do programa Bolsa Família, mas não conseguiu apontar os responsáveis pela disseminação das notícias falsas em doze estados do país, no mês de maio.
 
Para a PF, um conjunto de “fatores desassociados” espalhou a notícia de que o programa seria suspenso, causando pânico nas agências da Caixa Econômica Federal - foram registrados cerca de 900.000 saques, totalizando 152 milhões de reais.
 
Após a confusão, ampliada pela tentativa da Caixa de acobertar suas falhas, integrantes do governo chegaram a acusar a oposição pelo episódio. A ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, afirmou que partidos de oposição teriam orquestrado os boatos.
Na sequência, a presidente Dilma Rousseff admitiu que poderia ter ocorrido uma "falha" no pagamento dos benefícios pela Caixa. Responsável pelo pagamento dos benefícios, o banco público apresentou versões conflitantes sobre o que poderia ter acontecido e, ao final, confirmou ter antecipado o pagamento de benefícios do Bolsa Família em maio. 
 
“O relatório da Polícia Federal aponta que o boato foi espontâneo, não havendo como afirmar que apenas uma pessoa ou grupo tenha causado os boatos envolvendo o Programa Bolsa Família”, diz a PF. “Conclui-se, assim, pela inexistência de elementos que possam configurar crime ou contravenção penal”, afirma.
 
Em quase dois meses, a Polícia Federal analisou informações fornecidas pela Caixa e verificou que, em maio, houve volume de saque anormal nas cidades de Ipu (CE) e Cajazeiras (PB).
A PF ouviu 64 gerentes da Caixa nos locais onde foram registrados saques e descartou que a origem dos boatos tenha sido notícias em redes sociais, divulgação em rádios comunitárias ou mensagens de telemarketing, como chegou a ser afirmando pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.
 
“A internet e as redes sociais apenas reproduziram notícias veiculadas pela imprensa sobre os tumultos em agências bancárias.
Da mesma forma, não ficou configurada a utilização de rádios comunitárias, telemarketing ou empresa contratada para a disseminação da informação de cancelamento do programa”, informou a PF nesta sexta-feira.
 
 
12 de julho de 2013
 

FORO DE SÃO PAULO CAI NAS REDES SOCIAIS

FORO DE SÃO PAULO, A ORGANIZAÇÃO COMUNISTA FUNDADA POR LULA E FIDEL CASTRO, CAI NAS REDES SOCIAIS E FÓRUNS E SERÁ ALVO DE PROTESTOS NO PRÓXIMO DIA 31 NO BRASIL.
Facsímile do site UOL Jogos onde o Foro de São Paulo é motivo de grande debate entre os internautas

Para o jornalismo de verdade não existe boa notícia e nem notícia ruim. Simplesmente exitem notícias. No idioma inglês notícia é 'news' que significa novidade. E a novidade foge ao lugar comum, ao cotidiano e ao que é óbvio. Portanto, a notícia verdadeira é sempre uma exceção à regra. Há todavia, gradações em nível de impacto. Algumas são mais arrebatadoras, outra nem tanto.

A notícia que acabei de encontrar e noticio em primeira mão para vocês é que, finalmente, o Foro de São Paulo entrou para as redes sociais e já está em Fóruns muito populares na internet. O grau de importância desta notícia é considerado de alto valor, já que o Foro de São Paulo é uma organização esquerdista de alcance global e que luta para destruir a democracia.

O facsímile acima é a ilustração que abre uma candente discussão no popular Fórum UOL Jogos. Não deixa de ser uma notícia, usando uma palavra em desuso, "alvissareira", porque este assunto agora passa a ser descoberto e discutido principalmente pelos jovens brasileiros que debatem muito nesses fóruns da internet e são eles as vítimas da solerte lavagem cerebral que sofrem nas escolas e universidades pelos esbirros dessa organização.

É que o Foro de São Paulo é um assunto escamoteado pela grande mídia desde a sua fundação em 1990, por Lula e Fidel Castro, conforme já me referi tantas vezes aqui neste blog, tendo recentemente publicado um post com texto e vídeo da fundação desse Foro que pode ser visto aqui. Os pioneiros na denúncia dessa tenebrosa organização são os jornalistas Olavo de Carvalho e Gracita Salgueiro, que há anos em seus sites abordam esta questão transformada em tabu pela grande imprensa brasileira.

Para quem não sabe, o Foro de São Paulo é uma organização esquerdista que atua de forma sistemática em toda a América Latina e tem na sua secretaria geral um dos principais articuladores do PT, Walter Pomar. O objetivo do Foro de São Paulo é transformar os países da América Latina em repúblicas socialistas. Isto já aconteceu na Venezuela, Equador e Bolívia. Nesses países a democracia foi abolida com base em plebiscito e constitunte exclusiva, como pretende o PT fazer no Brasil. As diretrizes do Foro de São Paulo são aplicadas de forma unitária e sistemática em toda a América Latina.

O assunto veio à tona agora nas redes sociais e Fóruns da internet alcançando pela primeira vez os jovens, bem como a maioria dos cidadãos brasileiros que utilizam a internet como alternativa para encontrar informações que não constam nos veículos da grande mídia.

É que o Foro tem encontro marcado para o dia 31 deste mês de julho em São Paulo, quando reunirá os chefões dos partidos comunistas de toda a América Latina.

Como se pode ver na imagem acima, já corre pelas redes sociais a convocação de protestos contra essa diabólica organização esquerdista que conspira contra a democracia e as liberdades civis. 

O gigante só acordará quando tiver informação precisa sobre o Foro de São Paulo; quando descobrir que a liberdade está por um fio. Finalmente, parece que é isto que está acontecendo, já como um desdobramento das manifestações espontâneas que varreram o Brasil recentemente. Já é um bom começo. 
 
12 de julho de 2013
in aluizio amorim

DORA KRAMER, NO ESTADÃO, DIZ QUE LULA É "PARCEIRO" DE EIKE BATISTA



 
“Mal comparando. Há 24 anos o especulador Naji Nahas deu um tombo memorável no mercado financeiro. Houve processo criminal, condenações, prisão e falências. A cifra? US$ 13 milhões.
Um troco perto do prejuízo de bilhões de dólares provocado pelo derretimento das ações dos castelos de areia de Eike Batista construídos sobre os alicerces do ufanismo presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva, em parceria cujos termos ainda estão para ser esclarecidos.”

12 de julho de 2013
Dora Kramer
(Estadão)

CASO SNOWDEN ESTÁ NO RUMO DE ALGUM DESENLACE


O título de trabalho do filme Edward Snowden ainda é O espião que Continua no Frio. Eis onde estamos:

·  Snowden só conseguiu sair de Hong Kong, porque a China permitiu.

·  Snowden só conseguiu chegar a Moscou, porque a Rússia sabia da viagem – em cooperação com a China. É parte da relação estratégica entre os dois países, que inclui os BRICS (com Brasil, Índia e África do Sul), e a Organização de Cooperação de Xangai [orig. Shanghai Cooperation Organization]. Nenhuma fonte oficial jamais confirmará.

·  Com a oferta de asilo feita pelos latino-americanos (Venezuela, Bolívia, Nicarágua; até o Uruguai consideraria a possibilidade), nos aproximamos do momento da decisão: Moscou agora avalia se – e como – ajudar Snowden a alcançar sua destinação final e, ao mesmo tempo, extrair de Washington o máximo de capital político.

Nesse roteiro, entra em cena, trovejante, o subenredo do golpe-que-não-é-golpe no Egito. Haverá erguer de sobrancelhas dos mais cínicos: bem no momento em que o governo Barack Obama começava a pirar por causa do escândalo de espionagem pela Agência de Segurança Nacional, explode no Egito uma revo-golpe-lução.

Continuam a surgir novas revelações sobre a extensão do Panopticon Orwelliano NSA-Cêntrico, mas estão sendo totalmente degradadas pela imprensa-empresa norte-americana; só se fala de Egito. Afinal, o Pentágono – ao qual a Agência de Segurança Nacional é ligada – é proprietário dos militares egípcios, coisa que até o New York Times teve de reconhecer.
Mas ainda não pegaram Snowden.

CASO MORALES

Simultaneamente, o gambito tentado pela inteligência dos EUA, de interceptar um avião presidencial de estado não inimigo, saiu-lhe espetacularmente pela culatra, em evento típico de “Spy vs Spy”, da revista Mad. Obama disse que não poria jatos “na correria”, para apanhar Snowden. Claro que não; só para forçar aviões presidenciais a pousos de emergência.

O jornal austríaco Die Presse revelou que o embaixador dos EUA na Áustria, William Eacho, foi o responsável por espalhar a informação (falsa) de que Snowden estaria a bordo do Falcon da presidência da Bolívia no qual viajava o presidente Evo Morales, saindo da Rússia – informação (falsa) que levou França, Espanha, Portugal e Itália a negar o direito de sobrevoo. Eacho – ex-presidente de uma empresa de distribuição de alimentos, sem qualquer experiência diplomática – foi nomeado por Obama para Viena, em junho de 2009. Por quê? Porque levantou muito dinheiro para a campanha de Obama.

Eacho pouco fez a favor dos que insistem que a Agência Nacional de Segurança dos  EUA precisa mesmo “analisar” todos os telefonemas, e-mails e tuítos do planeta inteiro. Se não o fizerem, onde encontrarão tais pérolas de inteligência, como detectar a presença de Snowden no avião de Evo?!

Quanto à insuperável incompetência acumulada da inteligência das agências europeias, não se discute. Contudo, sempre foram muitíssimo competentes, na logística das incontáveis operações de ‘entrega extraordinária’ da CIA, nos muitos voos em que levavam prisioneiros para interrogatório em ‘outros países’, nos anos Bush. Não há notícia de avião forçado a “aterrar” – naqueles dias.

ASILO DE SNOWDEN

O hoje famoso tuíto de Alexei Pushkov, presidente da Comissão de Assuntos Estrangeiros da Duma e muito próximo do presidente Vladimir Putin, sobre a oferta de asilo feita pela Venezuela ser a “última chance” de Snowden, foi mal interpretado. Em vez de ser tomado como mostra de exasperação entre os russos, deve ser visto como sinal de trepidante excitação. Caracas, sim, recebeu o pedido de extradição, de Washington. O presidente da Venezuela Nicolas Maduro já disse que o pedido já foi rejeitado. E Caracas também recebeu um pedido de asilo, de Snowden.

Maduro foi claro: Snowden “terá de decidir quando voará para cá”. Se o filme virará Nosso Homem em Caracas cabe a Moscou fazê-lo acontecer. Snowden não pode voar por Havana, sobrevoando espaço aéreo europeu e muito próximo do espaço aéreo dos EUA. Obama pode mandar jatos “na correria”, claro.

A declaração anterior de Putin, quando ofereceu asilo a Snowden sob a condição de que parasse de vazar informações teve o claro objetivo de acalmar um enfurecido governo Obama. Mas Putin estará preparado para autorizar que Snowden seja contrabandeado para  a América do Sul num bombardeiro estratégico russo (ou, melhor ainda, num submarino nuclear)? E nem assim há garantias de que Nosso Homem em Caracas não seja detonado, mais cedo ou mais tarde, por matador terceirizado da CIA. A bola está no campo da Rússia.

12 de julho de 2013
Pepe Escobar  (Asia Times Online)

A BOLA DE CRISTAL DO MARQUETEIRO JOÃO SANTANA E SUAS ERRADAS


O governo Dilma, por meio da presidente e de seus 39 ministros, insiste em dar respostas erradas às manifestações de rua.

E quem mais exerce influência sobre os erros da presidente é o marqueteiro João Santana, regiamente pago por nós.

Agarrado à sua bola de cristal, o esperto baiano lhe garantiu (e ao co-presidente Lula) que, em breve, ela voltará a um “patamar de aprovação muito parecido com o de março”.

Não sei se é por isso, mas o clima que tomou conta do governo, em Brasília, é o de “barata voa”. Ninguém se entende com ninguém. Estão todos batendo de testa. Perdidinhos. A proposta de reforma política, por exemplo, por meio de plebiscito (de competência privativa do Congresso Nacional), para valer já nas eleições de 2014, na certeza de que, com essa iniciativa populista, estaria atendendo o pedido das ruas, teve destino idêntico ao da Constituinte exclusiva.

A presidente e seu partido não entenderam, ou fingem que não entenderam, até agora, o que de fato quer o povo brasileiro, que encheu o saco depois que se viu abusivamente desrespeitado.

Não entenderam que, espalhado no ar, há um clamor por transparência e participação. Não entenderam que o que ele deseja dizer aos políticos é que o governo não é deles, é do povo. Que os elegeu. Que os paga. Que, afinal, apenas defende mais democracia.

Cansado, nas ruas, reagiu ao paradeiro do mensalão; à reeleição de Renan Calheiros; à PEC 37; à “cura gay”; ao número absurdo de ministérios; ao grande número de cargos; à educação horrorosa; à péssima saúde; à ausência total de mobilidade urbana; à falta de transportes; aos custos das “arenas” de futebol que excluíram os pobres; à insegurança; à criminalidade; à corrupção atrevida e deslavada; à farra com o dinheiro público; ao custo altíssimo com os três Poderes; ao serviço da Justiça, que não anda; à inflação de volta; à cruel ideia desenvolvimentista fundada no consumismo; aos serviços públicos abaixo da crítica; à falta de habitação; aos impostos altos etc., e, por fim, aos jatinhos da FAB que levam políticos e família aos jogos da Copa das Confederações. Ou seja, atingiu, enfim, os seus limites!

E, agora, depois da constituinte exclusiva, do plebiscito e da proposta inócua e demagógica de transformar o crime de corrupção em crime hediondo (como se só isso condenasse o criminoso…), que poderá ser votada brevemente no Congresso, “o Brasil vai à ONU contra a espionagem dos EUA”, diz  O Globo.

“A pátria está salva, vamos declarar guerra aos EUA”, entreouviu, em Brasília, o chargista Chico, no mesmo jornal, da boca, sobretudo, do senador Renan Calheiros, reeleito presidente do Senado contra mais de 1,5 milhão de brasileiros revoltados.

“A posição do Brasil nessa questão é muito clara e firme”, disse a presidente (como se todos, de uma maneira ou de outra, não espionassem a todos…):
“Não concordamos de maneira alguma com interferência dessa ordem, não só no Brasil como em qualquer outro país”, desabafou ela, realmente convicta e emocionada, após pedir ajuda à Polícia Federal.

Por fim, a discutível medida provisória editada pela presidente: a partir de 2015, os estudantes de medicina terão de atender durante dois anos pelo SUS para que possam concluir a sua formação.
O modelo, copiado do britânico e do sueco, visa melhorar a formação do médico brasileiro, mas não esconde o ranço autoritário. Tudo bem. Mas, e as respostas às ruas, presidente?
Por falar em ruas, cadê o co-presidente Lula?

12 de julho de 2013
Acílio Lara Resende (O Tempo)

LIVRE PENSAR É SÓ PENSAR (MILLÔR FERNANDES)


 
 
12 de julho de 2013

A INSOLÊNCIA AMERICANA


 
Nota-se uma diferença de linguagem na reação do governo brasileiro à ampla invasão do sistema de comunicações de nosso país pelos serviços secretos norte-americanos. A presidente Dilma Rousseff, ainda que ponderada, foi muito mais incisiva do que o chanceler Antonio Patriota.
 
O ministro chegou a elogiar a disposição do Departamento de Estado em nos prestar esclarecimentos, pelas vias diplomáticas – como se isso fosse uma concessão do poderoso, e não uma prática da diplomacia clássica. Não se trata de verberar sua atitude, e menos ainda, de louvá-la, mas, sim, de entendê-la: Patriota tem notória simpatia pelos Estados Unidos, onde foi embaixador, antes de assumir a Secretaria-Geral do Itamaraty, e é casado com uma cidadã norte-americana.
 
A cada dia nos surpreendemos por novas revelações da intromissão de Washington em nossos assuntos internos. Poucos países do mundo sofreram ingerência direta dos ianques tanto quanto o Brasil.
Eles souberam controlar os grandes meios de comunicação no Brasil. E como não conseguem guardar segredos, hoje se sabe que, no cerco contra Getúlio Vargas e a Petrobrás, em 1954, editoriais violentos dos grandes diários do Rio foram redigidos na Embaixada dos Estados Unidos, em inglês, e traduzidos ao português por jornalistas pagos pelos serviços secretos norte-americanos.
 
A sua participação na mal-explicada renúncia de Jânio e no posterior golpe de 1964 é hoje um fato histórico bem documentado. O homem-chave em seu planejamento e execução foi o general Vernon Walters, amigo de Castelo Branco, e a mais enigmática figura dos serviços norte-americanos de inteligência, e que foi oficial de ligação do V Exército com a FEB, na campanha da Itália. Walters participou do golpe contra Mossadegh, no Irã, esteve no Vietnã depois do golpe no Brasil, e, entre outros cargos, foi diretor da CIA e embaixador na Alemanha.
DILMA NOS EUA
 
O momento é delicado, uma vez que a presidente Dilma Rousseff deverá realizar uma visita de Estado a Washington em outubro próximo. Essa visita era vista – diante de alentadores sinais do Departamento de Estado – como o início de um novo relacionamento entre os dois países, com o reconhecimento de nosso direito a uma diplomacia livre de orientações e de tutela, o que, de alguma forma, já ocorria, desde o início do governo Lula, em 2003.
 
Pressionada por todos os lados, a chefe de Estado está compelida a cumprir o programa, que não se fará sem natural constrangimento das duas partes. Outros fossem os tempos, e governantes -como foram Juscelino, Jânio e Itamar – e o Brasil protelaria, se não cancelasse de vez, a viagem programada para daqui a escassos três meses.
 
Apesar da conjuntura difícil, o Brasil não pode reagir com timidez. Sua postura terá de ser firme, sem bravatas, mas de forma conseqüente. Um dos passos recomendáveis seria a denúncia dos acordos de cooperação na área de inteligência do combate ao narcotráfico – sempre um canal disponível para outros tipos de informação, entre eles os da vigilância de nossas fronteiras.
Devemos deixar claro o nosso protesto, com medidas efetivas.

12 de julho de 2013
Mauro Santayana (JB)