"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



domingo, 8 de abril de 2012

CORDA NO PESCOÇO

O senador Pedro Simon ressalva que tem receio de confundir sua posição pessoal com a análise fria da situação, mas na percepção dele desta vez o Senado não tem outra saída.
Ou põe para funcionar o Conselho de Ética e dá prosseguimento ao processo de cassação de Demóstenes Torres por quebra de decoro ou estará irremediavelmente em rota de colisão com a sociedade.

Diferentemente de outras ocasiões em que mandatos aparentemente condenados foram salvos pela força do compadrio, agora não há recuo possível.
"A opinião pública está mobilizada, manifesta-se por todos os meios e não há como ignorar essa pressão", diz ele, cuja avaliação é compartilhada por outros políticos.
Simon faz uma comparação com o clima que levou à aprovação da Lei da Ficha Limpa. Se dependesse só da vontade dos partidos e dos políticos, estaria até hoje em alguma gaveta da Mesa Diretora ou das comissões. Mas, quando a sociedade pôs a faca no peito do Parlamento, não houve jeito.

"Vivemos, nesse caso, algo semelhante: a completa impossibilidade de tomar outra atitude a não ser seguir adiante porque o Congresso deve isso a si", diz, lembrando que a alta popularidade da presidente Dilma Rousseff deve-se em boa medida à imagem que passa de intransigência em relação aos políticos e à falta de ética na política.

Nesse cenário, o Senado agiria agora menos por deferência à preservação do decoro e mais por uma questão de autodefesa diante da pressão da sociedade e da contraposição estabelecida entre o que é percebido como austeridade da presidente e o que é creditado como licenciosidade do Congresso.
Pela beirada. A demora na nomeação dos integrantes da Comissão da Verdade é atribuída à necessidade de adoção de critério cirúrgico na escolha dos nomes. É um dado, mas não o único e, nessa altura, nem o principal. O atraso parece obedecer a um roteiro estratégico a fim de dar tempo ao tempo na dissipação das reações entre os militares.

A formação de uma comissão da verdade "paralela" na Câmara e as propostas de criação de colegiados semelhantes em diversos Estados ajudaria no processo de tornar o levantamento de informações sobre agressões aos direitos humanos durante a ditadura um fato natural e, sobretudo, consumado.

Pássaros na mão. Loucos pela vaga de vice na chapa de José Serra para a Prefeitura de São Paulo, o PSD e o DEM oficialmente dizem que não farão exigências ao PSDB.
Na prática pressionam pesado, cada qual com seus argumentos. O PSD invoca a afinidade com os tucanos, a fidelidade de Gilberto Kassab a Serra e a preferência do candidato pelo nome do ex-secretário municipal de Educação, até o ano passado filiado ao PSDB, Alexandre Schneider.

O DEM fala da possibilidade de apoiar Gabriel Chalita, do PMDB, recorre à proximidade com o governador Geraldo Alckmin e alega que seu tempo de televisão (1min40s) pode fazer diferença.
Se o PSD não ganhar na Justiça direito a espaço próprio no horário eleitoral, o partido será um peso para a coalizão, pois os tucanos teriam de dividir o tempo com os candidatos a vereador de Kassab.

Soma zero. São cinco, dos 23 com representação na Câmara, os partidos - PSDB, PT, PTB, PPS e PP - até agora com deputados de alguma maneira envolvidos com a arte de fazer negócios e influenciar pessoas do sistema Cachoeira.

Da totalidade das legendas, só o PMDB, o PC do B, o PDT, o PSD e o PSB têm peso entre as que estão por ora fora da cena. Ainda assim compartilham interesses eleitorais e legislativos com os implicados.

Os 13 partidos restantes são residuais e/ou satélites dos médios e grandes. Se nenhum deles decidir jogar os seus ao mar, é só fazer a conta para concluir que uma CPI pode até ser instalada, mas não prospera.
08 de abril de 2012
dora kramer
o estado de são paulo

UMA CONEXÃO INTERESSANTE: CACHOEIRA E VEJA

Blogueiro, que já foi atacado pela revista e se vingou com dossiê Veja, faz interessante conexão a partir dos grampos de Cachoeira; o bicheiro tinha interesse em construir escolas de baixo custo seguindo um modelo chinês e alugá-las para o governo; logo depois, Veja fez capa em que tratou do assunto

247 – Não são poucas nem raras as conexões entre a revista Veja e o bicheiro Carlos Cachoeira. O contraventor produziu o vídeo sobre Maurício Marinho, que deu origem à CPI dos Correios, em 2005, foi auxiliado pela revista quando era alvo de uma CPI do jogo no Rio de Janeiro e, ao que tudo indica, também filmou as cenas do Hotel Naoum, em Brasília, que deram origem a uma capa recente da publicação, sobre encontros do ex-ministro José Dirceu com autoridades como o ex-ministro Fernando Pimentel e o ex-presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli.

Em todos esses casos, a revista terá sempre o mesmo argumento para defender a parceria: os filmes, ainda que ilegais, teriam permitido desbaratar quadrilhas, filmar corruptos e economizar alguns milhões para a União, como diria o blogueiro Reinaldo Azevedo.
 
No entanto, neste domingo, o jornalista Luís Nassif – que já foi atacado por Veja, na já extinta coluna de Diogo Mainardi, e também contra-atacou escrevendo um dossiê sobre a publicação – fez uma interessante conexão entre uma reportagem da revista e a defesa de interesses privados de Cachoeira na área de educação.

O ponto de partida foi uma reportagem do portal G1, das Organizações Globo, que revelou tentáculos do grupo de Cachoeira até na Secretaria de Educação de Goiás. O secretário do governo Marconi Perillo, Thiago Peixoto, teria repassado ao bicheiro um modelo de escolas chinesas que poderia ser implantado em Goiás. Seriam escolas de baixíssimo custo, mas também muito eficientes, que seriam construídas pela iniciativa privada e alugadas ao Estado – ressalte-se que Cachoeira, ao que tudo indica, era também sócio oculto da construtora Delta em Goiás.

Além deste fato, Nassif resgatou um grampo entre Cachoeira e o araponga Jairo Martins, que foi publicado pela própria revista Veja há duas semanas, para isentar seu diretor Policarpo Júnior, interlocutor frequente da dupla. É o grampo em que Cachoeira diz que “Policarpo nunca vai ser nosso” e que foi publicado, de forma incompleta, por Veja.

A conversa inteira é a que segue:
Cachoeira: Certamente, rapaz. Nós temos de ter jornalista na mão, Jairo. O Policarpo nunca vai ser nosso. A gente vai estar sempre trabalhando para ele e ele nunca traz um negócio. (a partir de agora entram os trechos não publicados por Veja há duas semanas) Por exemplo, eu quero que ele faça uma reportagem de um cara que está matando a pau aqui, eu quero que eles façam uma reportagem da educação, sabe, de um puta projeto de educação aqui. Pra você ver: ontem ele falou pra mim que vai fazer a reportagem, mas acabando esse trem aí ele pega e esquece de novo. Quer dizer, não tem o troco sabe.”
Fazendo a tradução, “esse trem aí” é provavelmente o filme do Hotel Naoum, cuja capa foi publicada em outubro de 2011. O “puta projeto” era a importação do modelo chinês de construção de escolas. E o “troco” talvez seja a capa de Veja chamada “A arma secreta da China”, que tratava da “educação em massa”.

Uma reportagem feita por Gustavo Ioschpe, especialista da revista Veja em educação, que foi à China conhecer o modelo das escolas. Num dos trechos, ele destacou o modelo de construção.
 “Os prédios são parecidos com os de muitas escolas brasileiras, ainda que um pouco mais verticalizados. São escolas grandes, a maioria com mais de mil alunos (...) em algumas, cada série ocupava um andar. Essa organização do espaço é relevante. Pois em cada andar há uma sala de professores...”

Será que este modelo seria replicado em Goiás? Construído por Cachoeira, implantado por Perillo e exaltado por Veja?

08 de abril de 2012

EXCLUSIVO: UM DIÁLOGO ENTRE JOSÉ EDUARDO DUTRA E A "PRESIDENTA" DA PETROBRAS


O petista José Eduardo Dutra é, como sabem, “Diretor Corporativo e de Serviços” da Petrobras, como ele faz questão de alardear em seu perfil no Twitter. E foi também no Twitter que ele mandou um recado, dada a pesquisa do Ibope, a qualquer um que se oponha ao governo Dilma: “Enfia o dedo e rasga!” Escrevi um post a respeito. Como é um cargo de confiança de Graça Foster e como a mensagem do “diretor corporativo e de serviços” continua lá, entende-se que a “presidenta” da Petrobras considera essa uma forma aceitável de se expressar, que traduz um bom norte para a resolução de conflitos.
Leio no organograma da Petrobras que estão subordinadas à diretoria de Dutra as seguintes áreas: “Organização, gestão e governança; recursos humanos; Segurança, Meio Ambiente, Eficiência Energética e Saúde”.
Recebi aqui um fita de uma reunião sigilosa entre ambos, que ouço no meu aparelho especial, dotado de TSI (Tecla SAP para Ironias). Transcrevo os diálogos com exclusividade:
Graça - Estão reclamando que os procedimentos da Petrobras são pouco transparentes e que a gestão da empresa é uma verdadeira caixa preta. Você já tomou providências para responder?
Dutra - Já, sim!
Graça - O que você fez?

Dutra - Presidenta, eu disse assim p
ara os críticos: “Enfiem o dedo e rasguem”
!
Graça - Muito bem!
Dutra - Obrigado, presidenta! Eu sou foda mesmo!

Graça - Há reclamações aqui e ali de que a situação dos trabalhadores nas plataformas não é tão segura quanto deveria. Você certamente tem ciência disso.
Dutra - Tenho, sim!
Graça - O que você fez?

Dutra - Presidenta, eu disse assim para os críticos: “Enfiem o dedo e rasguem”!
Graça - Muito bem!

Dutra - Obrigado, presidente! Viva o Botafogo!

Graça - Esses chatos do meio ambiente estão começando a pegar no pé da empresa, acusando a gente de não respeitar padrões internacionais de preservação do meio ambiente. Você certamente não ignora isso.

Dutra - Certamente não!
Graça - E o que você fez?

Dutra - Presidenta, eu disse assim para os críticos: “Enfiem o dedo e rasguem”!
Graça - Muito bem!

Dutra - Obrigado, presidenta! Viva a cavadinha de Loco Abreu!

Eis aqui um diálogo de gente classuda. A fina flor da sociedade brasileira desfila na primeira fileira desse nosso maravilhoso e acomodado Brasil, que aceita qualquer coisa da espécie nascida para chocar e assombrar. No entanto, nunca deixaram de lado a linguagem do boteco de bordel que envergonharia os mais assíduos frequentadores.


08 de abril de 2012

MENSALÃO, O ESCÂNDALO POLÍTICO QUE O BRASIL NÃO ESQUECE...

CADEIA PARA A OPINIÃO PÚBLICA

A popularidade de Dilma Rousseff bateu novo recorde, chegando a 77% de aprovação, segundo o Ibope.
Não dá mais para dourar a pílula. Num cenário como esse, só resta adotar a solução proposta certa vez pelo colunista Tutty Vasques: cadeia para a opinião pública.
E cadeia por vadiagem.
Os especialistas do instituto de pesquisa explicaram a principal causa do impressionante índice: a queda de ministros em série, como nunca antes na história deste país, foi entendida como uma ofensiva de Dilma contra a corrupção.
Tudo bem que a opinião pública, distraída, não tenha notado Dilma correndo atrás do próprio rabo;
Que não tenha se dado conta de que todos os esquemas podres emanavam do padrão Dilma/PT de ocupação fisiológica do Estado;
Que não tenha atinado para o fato de que o modus operandi nos Transportes, no Turismo, nos Esportes, no Trabalho e em todos os outros ninhos parasitários vinha do governo Lula – onde a “coordenadora de todos os projetos” era ela mesma, a chefe da Casa Civil: Dilma Rousseff.
Eleita presidente, o que fez Dilma? Partilhou seu governo entre esses mesmos donatários, seus velhos conhecidos.
Tudo bem que a opinião pública, muito atarefada, não tenha visto nada disso.
Curioso é que não tenha visto também figuras como Carlos Lupi, já afundadas na lama, sendo sustentadas publicamente pela dona dos 77%.
“O passado passou, gente!”, tentou encerrar Dilma, quando o caso Lupi já estava exposto em toda a sua obscenidade – inclusive com flagrante fotográfico do ministro não-governamental.
Lupi só caiu porque a Comissão de Ética da Presidência carimbou a palavra “suspeito” na sua testa. Dilma ainda tentava enquadrar a Comissão, quando surgiu a notícia de que seu protegido tivera duplo emprego público.
Nota da redação: Lupi caiu, mas a rainha da faxina jurou de morte a Comissão de Ética (da qual nunca mais se ouviu falar).
A mordaça foi providencial, porque o consultor Fernando Pimentel, por exemplo, continua tranquilo em sua vida vegetativa no ministério – sem nenhum carimbo na testa.
Nota da redação (2): quem pagou a milionária consultoria fantasma de Pimentel foi o mesmo contratante da pesquisa consagradora para Dilma.
Chega de impunidade: se a presidenta faxineira é inocente, cadeia para a opinião pública.
A alternativa é seguir a recomendação eufórica do ex-presidente petista José Eduardo Dutra, comemorando os 77% de êxito do esquema com um brado poético: “Enfia o dedo e rasga!”
Como se vê, o Brasil está em boas mãos.

08 de abril de 2012
Por Guilherme Fiuza - Época Online

A REPÚBLICA ESTÁ ÓRFÃ


Lula não caiu, mesmo com seu governo sob avalanche de denúncias de corrupção porque teve apoio que falta agora a Demóstanes Torres.
É provável que o senador goiano esteja politicamente morto – mas o
país que ele defendia continua vivo, apesar de órfão
“Apa­guemos a lanterna de Di­ógenes: a­chei um ho­mem” — di­ria Ma­chado de Assis se pudesse testemunhar o discurso de Demóstenes Torres no Senado, no dia 21 de junho de 2011. Naquela data, o senador goiano usou a tribuna para denunciar a doutrinação nos livros didáticos e paradidáticos distribuídos pelo MEC nas escolas públicas do País.
Num misto de ironia e indignação, Demóstenes fez desfilar diante de senadores atônitos o verdadeiro circo de horrores em que se tornou o ensino brasileiro. Ainda que algumas de suas denúncias não fossem inéditas, pois já haviam saído na imprensa, aquela foi a primeira vez em que o descalabro cognitivo e moral dos livros didáticos foi sintetizado — com inteligência e coragem — por uma autoridade da República.


Num feito provavelmente inédito na história recente do Brasil, o senador goiano dedicou mais de 21 minutos de seu tempo como orador, sem contar os apartes dos colegas, para dissecar um tema que jamais interessa aos políticos comuns: os aspectos didáticos-pedagógicos da educação.
Fazendo da tribuna uma cátedra e do seu mandato um magistério, Demóstenes Torres alertou a nação quanto ao próprio destino do País, que está sendo destruído em seus alicerces — as salas de aula do ensino básico.
Enquanto a maioria dos políticos só consegue ver a escola pelo prisma da construção de prédios e distribuição de merenda, incapazes que são de enxergar a humanidade de professores e alunos, Demóstenes, usando a tribuna do Senado, demonstrou compreender a educação como a “paideia” da Antiga Grécia — um processo civilizatório que edifica o próprio homem.


Em seu memorável discurso, o senador goiano denunciou o caso de um livro didático que negligenciou vultos históricos como D. João VI, Olavo Bilac e Juscelino Kubitschek para dedicar duas páginas à transexual Roberta Close, sobre a qual o aluno é convidado a responder oito perguntas, devendo saber, entre outras coisas, o que ela fez após mudar de sexo.
Chamou a atenção também para a descarada transformação da história em mero panfleto dos movimentos sociais, especialmente os mais predadores, como o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, o MST.
E sobretudo denunciou a verdadeira pornografia travestida de educação sexual, que conta a alunos de escola historinhas de meninas de 10 anos que fazem sexo oral em velhos, gemendo palavras de prazer, e mostra o estupro de uma professora, insinuando que a vítima gostou da violência. Aqui

08 de abril de 2012
José Maria e Silva
Jornal Opção

CONSERVADORISMO OU LEI DA SELVA

       
          Artigos - Conservadorismo         Uma das brigas mais antigas na Filosofia é entre Parmênides e Heráclito. Aquele dizia que nada muda; este dizia que só há mudança. Ambos estão certos, e ambos estão errados.
Nos tempos de hoje, em que vivemos a transição de um modelo de civilização decorrente do pensamento iluminista, por sua vez uma versão antropocêntrica do pensamento medieval, para algo que ainda não se tem como saber o que será, este debate volta a ter importância.
O que é mutável? Muitos parecem crer que tudo o seja. A família, a ética, o certo e o errado ganham o peso de uma folha seca levada pelos ventos. E o que é imutável? Para uns, nada. Para outros, quase tudo, incluindo coisas que surgiram há pouquíssimo tempo.
A sociedade, contudo, é algo que se constrói de novo a cada geração. Cada criança que nasce precisa ter acesso àquilo que foi construído pelas gerações anteriores, precisa aprender de novo tudo o que foi descoberto, ou aquilo se perde. O médico inglês Theodore Darlrymple descobriu, horrorizado, que toda uma geração de ingleses das classes mais baixas nunca comeu em família. São frequentes os casos de escorbuto, causados por uma alimentação à base de batata-palha e cerveja.
Em uma geração foi possível desaprender a se alimentar. É muito mais fácil desaprender a música (quem toca um instrumento por partitura, hoje em dia?), desaprender a escrita, ou ao menos a sua norma culta, desaprender o convívio social mais elementar. Duas gerações de brasileiros sem chapéu já fizeram com que esquecêssemos que ele deva ser tirado à mesa, enquanto ela existe.
A conservação da sociedade passa pela conservação dos seus hábitos e saberes, pela percepção de que eles precisam ser retransmitidos e reensinados a cada nova geração.
Os entusiasmos sociais são passageiros: os mesmos que no Domingo de Ramos saudavam a entrada triunfal do Cristo em Jerusalém votaram, democraticamente, para que Barrabás fosse solto na Sexta-Feira da Paixão.
Os valores expressos nos hábitos provados pelo tempo, contudo, trazem em si algo que permanece, algo que merece ser conservado e retransmitido de geração em geração. Basta que uma não o faça para que algo seja perdido, para que seja dado mais um passo no rumo da entropia, da dissolução dos laços sociais.
É esta ordem conservada pelas gerações que garante aos mais fracos a sobrevivência na sociedade; quando ela é desprezada em prol de entusiasmos passageiros, prepara-se o sacrifício dos mais fracos. A única alternativa real ao conservadorismo é a lei da selva.

08 de abril de 2012

Publicado na Gazeta do Povo.
Carlos Ramalhete é professor.

AS BUCHAS DOS CANHÕES DESSES GENOCIDAS TRAVESTIDOS DE GOVERNANTES

Assim como a comentarista Siomara Ponga, também concordo com a impossibilidade de uma guerra atômica, tipo Israel jogar um artefato desses no Irã.
O povo judeu, ao longo de sua história, colabora com o desenvolvimento do mundo. Tornam-se incontáveis as personalidades famosas e importantes deste povo que contribuíram para a Ciência, Medicina, Física, Literatura, afora ter sido o berço do Monoteísmo que tem o maior número de seguidores no planeta (Judaísmo, Cristianismo, Islamismo).

Portanto, jamais se prestariam a esta forma de extermínio ou teriam contra si a opinião mundial a criticá-los severa e impiedosamente. Porém, a fonte inesgotável no consumo de armas está nas revoluções, nas guerrilhas, nas questões étnicas, territoriais, religiosas, políticas, que não terminam.
Observemos a quantidade de conflitos que tivemos e ainda temos, lógico, após a Segunda Guerra Mundial, que deveria ter servido de exemplo para que as soluções deixassem de vir através das armas!

Ledo engano. Os mais de SETENTA MILHÕES DE MORTOS na maior guerra da história da humanidade foram em vão, pois não tivemos um ano sequer que não há registro de algum conflito armado neste mundo de Deus e, em consequência, a constante produção de armas e munições.
Eu não saberia dizer se a pergunta que eu deixaria em aberto seria ingenuidade, curiosa, instigante ou emblemática, mas a minha indagação seria esta: Se a palavra de ordem dos líderes de todas as nações se refere à PAZ, por que não há um acordo internacional para que essas indústrias da morte parem de funcionar?

Tratados de Não-Proliferação de Armas Atômicas são balelas. Os governos sabem que não haveria vitoriosos, somente perdedores, tendo em vista que desapareceriam as civilizações, possivelmente a extinção da raça humana. Assim, as aquisições de armas portáteis, mísseis, carros de combate, tanques, aviões de caça, bombardeiros, helicópteros, continuarão em alta.

Somados a essa produção frenética, cara Siomara, não podemos esquecer a indústria que também se beneficia altamente dessas guerras: a farmacêutica! Já imaginaste a venda de antibióticos, soro, gaze, esparadrapos, materiais cirúrgicos, anestésicos, camas hospitalares, próteses, enfim, a necessidade de medicamentos que se precisa numa guerra?

E continuo: além das armas e remédios, temos também a automobilística, com seus jipes, caminhões, camionetes… Sigo adiante: uniformes, casacos, coturnos, botas, sapatos, capas, cintos de guarnição, coldres, cantís, lençóis, fronhas, travesseiros… Vou mais além:a comida industrializada, as rações frias, quentes, os enlatados, chocolates, chicletes, bebidas, água em garrafas…

Acredito que eu mesmo já tenha respondido à pergunta que eu fizera acima: Há MUITO interesse em jogo! A questão básica e primordial é que somos nós, os povos das nações deste mundo, as buchas dos canhões desses genocidas travestidos de governantes.

08 de abril de 2012
Francisco Bendl

JUSTIÇA COM DNA GENETICAMENTE ALTERADO



Apesar das leis, jurisprudências e súmulas, muito embora mais da metade das quatro mil existentes sejam inócuas ou desnecessárias, a justiça laboral está desacreditada e passa pelo seu pior momento, conforme revelam as pesquisas.
A Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) reúne 922 artigos, considero que 400 são descartáveis, porque seus aplicativos ou foram dizimados pelas súmulas e leis, ou deformados nas decisões conflitantes, fruto da orgia jurídica dos juízes.

Uma nova lei a de nº 12.551, de 2011, que altera a redação do artigo 6º da CLT, inserindo em seu caput a expressão “realizado a distância” e acrescentando no texto legal o parágrafo único, deixando a Lei de 1943 (CLT) com a seguinte redação:
“Artigo 6º – Não se distingue entre o trabalho realizado no estabelecimento do empregador, o executado no domicílio do empregado e o realizado a distância, desde que estejam caracterizados os pressupostos da relação de emprego.

Parágrafo único – Os meios telemáticos e informatizados de comando, controle e supervisão se equiparam, para fins de subordinação jurídica, aos meios pessoais e diretos de comando, controle e supervisão do trabalho alheio”. O texto é providencial e promete solucionar uma lacuna, mas provavelmente, teremos mais polêmica, que solução, e seu DNA corre o risco de ser alterado.

Mas este não é o maior mal da especializada, o descompasso dos seus magistrados com resultado a ser entregue para o trabalhador, quase sempre encontrado no processo de execução, uma espécie de apêndice desviado para questões externas do judiciário, onde a culpa é jogada de forma banal e irresponsável para as partes demandantes.
É fato raro, o juiz dificilmente assume a responsabilidade dos seus erros, uma característica que convalesce o judiciário.

Em meio a este tsunami de injunções, os principais atores da JT, passam a ter papel coadjuvante, deixando para o trabalhador, empregador e advogados, a responsabilidade do fracasso dos juízes trabalhistas. O fato é que para a grande maioria dos 700 mil advogados, 30% dos quais atuando na área trabalhista, o enfrentamento de questões singular da Justiça do Trabalho, praticamente inexiste.

É por essa razão que as prerrogativas são constantemente aviltadas, deixando o advogado à sorte dos acontecimentos muito dos quais hostis ao extremo, patrocinada ao preço de que o juiz tudo pode, sob o apanágio de uma Loman caduca, tão vestal e corporativista, quanto os códigos coloniais do século XVIII.

08 de abril de 2012
Roberto Monteiro Pinho

CESAR MAIA DENUNCIA MAIS UMA NEGOCIATA IMOBILIÁRIA DO PREFEITO EDUARDO PAES

O comentarista Mário Assis nos manda mais uma denúncia do ex-prefeito carioca Cesar Maia (DEM), sobre um meganegociata imobiliária de seu sucessor Eduardo Paes (PDMB), desta vez no sofisticado bairro do Leblon, na Zona Sul da cidade.
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TERRENO NO LEBLON NÃO CUSTAVA
43 MILHÕES. ERA MENTIRA DE PAES!
O governo do Estado informou ao Globo que o grande terreno no Leblon, onde está o quartel da PM (e foi parar na justiça) e tem a cobiça da especulação imobiliária, valia 43 milhões de reais.
Este Ex-Blog, no mesmo dia, disse que o governo havia mentido para a imprensa: era muito mais.
Pego em flagrante, hoje no Globo (página 17), o governo muda o valor. Agora são entre 80 e 100 milhões de reais. E ainda é pouco. Mas o ideal é não vender e dar uso urbano a ele.
A matéria diz que os moradores querem ser consultados sobre o que será feito no grande terreno e não querem condomínios. Como disse o Ex-Blog, ontem, esse terreno é uma ZE-7, ou seja, área militar. Para mudar a destinação a prefeitura do Rio tem que propor uma lei à Câmara Municipal. Ou então qualquer iniciativa será obstruída na justiça.
Cesar Maia
08 de abril de 2012
(Transcrito do ex-blog de Cesar Maia)

JOSÉ DIRCEU METE A MÃO NA COPA


SEGUNDO O BLOG de Josias de Souza, José Maria Marin e José Dirceu jantaram juntos em Paris e de lá voltaram no mesmo voo da Air France. Marin, agora presidente também do Comitê Organizador Local da Copa, e Dir­ceu, consultor para toda e qualquer obra, porta de entrada eventual para o cartola no governo federal. Ambos foram flagrados na esteira do aeroporto de Guarulhos na manhã do último dia 2, o que permite dizer que saíram da França no 1º de abril, por mais que pareça mentira.

Mas parece mentira mesmo? Parece nada. Faz todo sentido. Para o cartola e para o consul­tor, que não se dá conta de que parcerias que tais não ajudam a melhorar a imagem de quem se queixa de ter sido cassado injustamente e luta para recuperar seus direitos políticos. Porque Marin precisa reabrir em Brasília as portas que Ricardo Teixeira fechou. E Dirceu joga o jogo do poder, pragmático, dane-se a cor do gato, importa que coma o rato. Ou o deixe vivo, bem vivo, se interessante for.

E Marin parece ser, como Boris Berezovsky também parecia quando o russo e o ex-ministro da Casa Civil tricotaram perigosamente nos tristes tempos da MSI/Corinthians. O fenômeno faz parte não de duas faces da mesma moeda, mas da moeda que cai em pé para não distinguir também os petistas dos tucanos, a velha Arena e a parte podre do MDB. Todos na mesma lama, envolvidos com o que há de pior, seja no futebol, no jogo do bicho, bingos, tráfico de influências, empreiteiras ou mega-agências de propaganda. O poder!

E, é claro, a Copa do Mundo no Brasil se presta a que quem esteja por cima nade de braçada nesta onda, tenha a origem que tiver, seja das lavanderias ou das cachoeiras, importa que jorrem. O inconfidente Tomás Antônio Gonzaga, autor do célebre poema "Marília de Dirceu", pagou caro por seu idealismo, entre a prisão e o desterro.

Já Marin jamais foi chegado a ideal algum, a não ser ao de se dar bem e tem obtido inegável sucesso. Já Dirceu deixou para trás quaisquer veleidades do gênero, convencido de que a burguesia precisa ser vencida por dentro e que o melhor meio é juntar-se a ela, com um sorriso nos lábios. Como se fosse o John Wayne da piada em que o ator se encontra cercado de índios por todos os lados e alguém lhe pergunta como fez para se safar: "Virei índio também", responde o cowboy.

08 de abril e 2012

Coluna do Juca Kfouri, na Folha de São Paulo
coroneLeaks

ENCONTRO DO MINISTRO GILMAR MENDES COM O SENADOR DEMÓSTENES TORRES, EM BERLIM, E A OPERAÇÃO SATIAGRAHA

Encontro do ministro Gilmar Mendes, do STF, com o senador Demóstenes Torres, em Berlim, já vem sendo usado como instrumento de intimidação pelos que pretendem ressuscitar a Satiagraha; no entanto, o deputado Miro Teixeira, que soltou a informação, já tira o corpo fora: “Não falei do Gilmar”   (06 de Abril de 2012).

247 – Uma ala poderosa da Polícia Federal, com diversos simpatizantes nos meios de comunicação, não engole há muito tempo o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal. Enquanto presidiu o STF, Gilmar criticou os métodos da PF e condenou o que chamou de “Estado Policial”.
Na Operação Navalha, em 2008, essa ala da PF tentou atingi-lo ao vazar para a imprensa que um determinado Gilmar recebia presentes da construtora Gautama – não era Gilmar Mendes, mas sim um certo Gilmar Ferreira. Um ano depois, na Operação Satiagraha, o ministro do STF comprou uma briga definitiva com essa turma, ao conceder dois habeas corpus consecutivos ao banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity.
Gilmar também condenou o que chamou de “consórcio” formado entre o delegado Protógenes Queiroz, o procurador Rodrigo de Grandis e o juiz Fausto de Sanctis, que estiveram à frente da Satiagraha. E o golpe definitivo na operação foi a divulgação de um suposto grampo, pela revista Veja, entre o senador Demóstenes Torres e o ministro Gilmar Mendes, que acabou derrubando o então presidente da Agência Brasileira de Inteligência, Paulo Lacerda.

Desde então, Gilmar Mendes está entalado na garganta de muita gente.
Seus críticos, que há tempos martelam a tese do “grampo sem áudio”, o culpam pelo fim da Satiagraha e pela queda de Paulo Lacerda.
Seus defensores o aplaudem pelo que consideram a coragem de ter enfrentado forças poderosas. Com a queda de Demóstenes Torres, Gilmar Mendes voltou a estar na linha de tiro. E a senha foi uma nota publicada pelo jornalista Tales Faria, no Poder Online, do iG, nos seguintes termos:
Demóstenes, Cachoeira e o encontro com "um juiz muito importante" em Berlim
O deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) prevê que surgirão novas revelações, caso a defesa de Demóstenes Torres insista em anular, no Supremo Tribunal Federal, as provas do envolvimento do senador com o bicheiro Carlinhos Cachoeira já obtidas pela Polícia Federal :
– O que Demóstenes precisa é revelar, antes que uma CPI o faça, os nomes de todos os que se aproveitaram da malha de poder e dinheiro do Cachoeira. Inclusive contar detalhes daquela viagem que ele e Cachoeira fizeram à Alemanha, na qual esteve presente um juiz muito importante do Brasil.
De forma coordenada, os jornalistas que se mostraram mais engajados durante a Operação Satiagraha, passaram a badalar a notícia. Bob Fernandes, do Terra Magazine, que chegou a publicar uma entrevista fictícia com Daniel Dantas, enquanto esteve preso, fez um comentário sobre na televisão sobre como Demóstenes e Gilmar arruinaram a carreira de Paulo Lacerda.
Paulo Henrique Amorim e Luís Nassif também têm relembrado, com frequência, que a história do “grampo sem áudio”, não pode ser esquecida.

E o fato concreto é que nenhum dos jornalistas citados, até agora, deu o nome do “juiz muito importante” com quem Demóstenes Torres se encontrou em Berlim – como se isso fosse necessário.
Pois o juiz com quem Demóstenes se encontrou em Berlim foi Gilmar Mendes, que estava na Europa, quando o senador o procurou.
Demóstenes viajou com a esposa que havia se formado em direito. Carlos Cachoeira não participou do encontro. Indagado por um jornalista sobre o encontro, dias atrás, o ministro do STF perdeu a paciência – o jornal para o qual o mesmo repórter trabalha não publicou a informação.

Já o deputado Miro Teixeira (PDT/RJ), que deixou a suspeita no ar, já tira o corpo fora. “Nunca disse que era o Gilmar Mendes”, disse ele. Ao receber a confirmação de que o encontro em Berlim realmente aconteceu, Miro Teixeira minimizou a questão. “Isso não tem nada demais”, disse ele ao 247. “Naquele momento, o Demóstenes era uma outra pessoa”.

Satiagraha, a volta


Seja como for, a declaração do deputado tem sido usada por um grupo de viúvas da Satiagraha. A operação, invalidada pelo STJ em razão do uso ilegal de escutas telefônicas, poderá ser ressuscitada no Supremo Tribunal Federal em breve. E colocar em suspeição o ministro Gilmar Mendes é um movimento importante nessa direção.

O pano de fundo da Satiagraha foi uma disputa entre dois grupos pelo comando das telecomunicações no Brasil: o dos fundos de pensão estatais, liderado pelo ex-ministro Luiz Gushiken, e o dos doadores de campanha de Lula, que comandavam e ainda comandam a Oi.
O que estava em jogo era a formação da supertele nacional, fruto da fusão entre Brasil Telecom, que pertencera a Dantas, e a Oi. Na disputa, arbitrada por Lula e pela então superministra Dilma Rousseff, os fundos de pensão foram derrotados – e a Satiagraha, cujos grampos foram realizados na época da criação da supertele, poderia melar o jogo.

Investigador e investigado ao mesmo tempo, Protógenes Queiroz se tornou réu por fraude processual, ou seja, por ser suspeito de ter fabricado provas, e será julgado no STF pelo próprio Gilmar Mendes.
Curiosamente, a Operação Monte Carlo também prendeu o sargento Idalberto Martins, o Dadá, que participou ativamente da Satiagraha e chegou a registrar uma empresa de inteligência com o mesmo nome, alguns anos depois.
Protógenes recolheu assinaturas para a CPI sobre as atividades de Carlos Cachoeira, mas também recebeu recados ameaçadores, dando conta de que o mesmo poderia contar tudo sobre o que realmente se passou na Satiagraha.

Gilmar está na mira dos que querem retomar a operação. Curiosamente, uma expressão que serve para designar membros do Judiciário corajosos alude à Alemanha nazista.
“Ainda há juízes em Berlim...”
Sim, Gilmar Mendes esteve em Berlim e se encontrou com Demóstenes Torres.

08 de abril de 2012

O QUE ACONTECERIA SE A REVISTA VEJA FOSSE INGLESA?

 

O que aconteceria se a revista Veja fosse inglesa? Foto: Parbul TV/REUTERS_Divulgação

Na Inglaterra, um escândalo semelhante, mas menos grave do que o esquema Cachoeira-Veja, já provocou prisões, o fechamento de um jornal, demissões e até a renúncia de James Murdoch, filho do maior magnata da mídia global; no Brasil, há um pacto de silêncio em torno de Roberto Civita


247 – Em julho do ano passado, a Inglaterra foi palco de um dos maiores escândalos de mídia em todos os tempos, quando se descobriu que um jornal do magnata australiano Rupert Murdoch, o News of the World, mantinha um esquema de pagamento de propinas a membros da Scotland Yard para ter acesso exclusivo a grampos telefônicos e investigações policiais.
 
Desta maneira, o tabloide publicava furos de reportagem relacionados a celebridades e membros da família real, além de pessoas comuns. Até vítimas do ataque terrorista a uma estação de metrô tiveram suas ligações interceptadas por jornalistas do News of the World, com a conivência dos policiais.

O escândalo provocou consequências drásticas tanto na mídia como na área pública.
Rupert Murdoch fechou o jornal, publicou um anúncio de página inteira pedindo desculpas pela postura antiética e se viu forçado a demitir vários executivos. Três dias atrás, seu filho, James Murdoch, também renunciou ao cargo de presidente da BSkyB, um dos principais grupos de mídia da Inglaterra, para não prejudicar as investigações. E o premiê David Cameron também demitiu autoridades da área de segurança pública. Em função do escândalo, Murdoch hoje responde a processos tanto nos Estados Unidos como no Reino Unido.

Do lado de baixo da linha do Equador, a revista Veja protagoniza um escândalo que guarda semelhanças com o do News of the World, mas é mais grave.
Na Inglaterra, a aliança do veículo de comunicação se dava com policiais. No Brasil, o pacto se deu com um dos maiores contraventores do País, o bicheiro Carlos Cachoeira, que pretendia legalizar o jogo em todo o País.
Nesta parceria, que durou mais de uma década, Veja publicou diversos “furos” de reportagem fornecidos pelo bicheiro.
 
Num grampo, Cachoeira chegou a se jactar de, através de Veja, ter derrubado vários corruptos. “Tudo via Policarpo”, disse ele, referindo-se ao jornalista Policarpo Júnior, diretor da sucursal brasiliense da revista Veja.
E ambos trocaram várias ligações telefônicas, captadas pela Operação Monte Carlo (leia mais aqui).

Com as informações já disponíveis, surgem indícios cada vez mais consistentes de que Cachoeira produziu diversos vídeos ilegais utilizados pela revista Veja. O mais recente seria o do Hotel Naoum, em Brasília, onde o ex-ministro José Dirceu se encontrou com o ministro Fernando Pimentel, do Desenvolvimento, e com o ex-presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli. As imagens realizadas, segundo o inquérito policial, não eram do circuito interno do hotel, mas sim de equipamentos de espionagem privados.

Silêncio absoluto

Até agora, Veja tem preferido varrer o assunto para debaixo do tapete, apostando que tudo cairá no esquecimento. No Congresso, o único parlamentar a se manifestar sobre o caso foi o deputado Fernando Ferro (PT/PE), que defende a CPI sobre a Operação Monte Carlo e um capítulo dedicado à associação de Veja com o crime organizado.

Nas últimas semanas, o 247 tentou obter uma posição da Abril, da revista Veja e do próprio jornalista Policarpo Júnior sobre a parceria com Cachoeira. Todos se omitiram. O único que falou pela Editora Abril foi o blogueiro Reinaldo Azevedo, que exaltou a conduta de Veja, afirmando que as reportagens de Veja, independentemente dos métodos, pouparam alguns milhões aos cofres públicos.
Se é assim, temos argumentado, no 247, que Cachoeira deveria ser solto, condecorado e nomeado diretor-geral da Polícia Federal. Afinal, se faz tão bem ao País...

No entanto, se a revista Veja fosse publicada na Inglaterra, as cobranças seriam muito maiores. Lá, onde se preza o conceito de accountability, ou seja, de todos que prestem contas por seus atos, o silêncio não seria uma alternativa possível. A esta altura, Roberto Civita já estaria sendo convocado a prestar explicações.
08 de abril de 2012

NA TERRA DOS LOBISOMENS E OUTRAS ASSOMBRAÇÕES FOLCLÓRICAS

 

E AGORA ANASTASIA E AÉCIO?

Cachoeira explora caça-níqueis em Uberlândia-MG


Agora é oficial. O relatório da Operação Monte Carlo da Polícia Federal é peremptório na folha 593:

Conforme elementos de prova, juntados aos autos, o irmão e o sobrinho de Carlinhos Cachoeira exploram máquinas caça-níqueis em Minas Gerais, na cidade de Uberlândia.

E agora governador Anastasia (PSDB/MG)? Como explica essa atuação livre, em seu estado, bem debaixo de seu nariz?

Está explicado o aparte elogioso do senador Aécio Neves (PSDB/MG) ao discurso do seu colega Demóstenes Torres (DEM/GO), no dia 06/03/2012, quando o goiano ainda tentava dissimular que seu relacionamento com Cachoeira seria só social e não saberia das atividades ilegais. Eis as palavras de Aécio registradas nos anais do Senado:

O SR. DEMÓSTENES TORRES (Bloco/DEM – GO) – Agradeço a V. Exª e concedo a palavra ao Senador Aécio Neves.
O Sr. Aécio Neves (Bloco/PSDB – MG) – Ilustre Senador Demóstenes, para nós que o conhecemos e o conhecemos em profundidade talvez soasse desnecessária sua presença hoje na tribuna do Senado Federal para tratar dessa questão. Compreendo a iniciativa de V. Exª de falar ao Brasil, de prestar os devidos esclarecimentos aos brasileiros, em primeiro lugar, porque V. Exª é uma figura nacional; aos goianos que, por duas vezes, o trouxeram a esta Casa; e, por último, a seus pares. A serenidade, Senador Demóstenes que V. Exª demonstra, acompanhada da clareza de seu pronunciamento e da firmeza com que se coloca perante seus Pares só confirmam o caráter de V. Exª e isso torna-se ainda mais relevante porque vem emoldurado pela unanimidade das manifestações dos seus Pares de todas as vertentes políticas. V. Exª é um homem digno, sempre agiu dessa forma em todos os cargos públicos que ocupou. E digo mais, V. Exª, Senador Demóstenes, é dos mais preparados e destemidos homens públicos deste País e, por isso mesmo, dos mais respeitados. Esteja seguro, V. Exª, a sua família, aqueles que como eu tanto o admiram, de que será desta forma que V. Exª continuará a ser visto pelos brasileiros, pelos goianos e pelos seus Pares: com respeito e enorme admiração.
08 de abril de 2012

HISTÓRIAS DO FOLCLORE POLÍTICO BRASILEIRO

      
Rio – Em 90, adido cultural em Roma, voltava de um seminário Brasil-Italia em Milão, tarde da noite. Tinha deixado o carro no aeroporto Leonardo da Vinci. No avião, vim conversando com um barbudo, poderoso e já sessentão jornalista italiano. Ofereci-lhe uma carona. Aceitou.

Mas, antes de ir para casa, tinha um importante telefonema a dar. Fomos até a cabine telefônica. Ligou e disse apenas :

- “Mamma, sono arrivato” (“Mamãe, cheguei”).

E deu dois beijinhos no fone. Tinha mulher, filhos, uma neta. A mãe não morava com ele, morava com o pai. Mas era a ela que ele avisava da chegada. A mamma na Itália é o centro. Todo o resto, pai, mulher, marido, filhos, é periferia. A Bíblia lá começa assim: -“No principio, era a mamma”.

A “MAMMA”

Todos pensamos que a Italia é o pais do Papa. É, mas não só. É o pais do Papa e da “mamma”. A Italia é uma sociedade matriarcal. Lá quem manda é ela. Na cozinha, na casa, na escola e no caixa. A pequena e a media empresa familiar, centro da economia italiana, são comandadas pela “mamma”.

Na pizzaria, taverna, tratoria, restaurante, loja, pensão, “albergo”, hotel, de uma, duas, tres estrelas, quem está no caixa, de olho no dinheiro, é ela, a “mamma”, fogão e cofre da Itália. As más linguas falam que a conta do táxi, do bar, restaurante, hotel, loja, dá sempre errada, e sempre para mais, porque a “mamma” faz ou manda fazer.Diz-se que é dela a mais genial criação da conta errada : põe em cima o dia, o mês e o ano. E soma embaixo com as despesas.

Mas tambem é verdade que a Itália tem a mais alta taxa de poupança individual da Europa, acima da Inglaterra, Alemanha, França, porque a “mamma” é dura no controle da poupança domestica. Ela rouba mas poupa.

MACARRÃO E PIZZA

E foi ela, a “mamma”, quem inventou, antes de Jesus, Maria e José, essa obra-prima da mesa universal, a macarronada. Mas também criou esta humilhação do pâo com manteiga, a pizza, um papelão coberto de molho.

Em casa, a “mamma” é rainha e rei. Meus amigos italianos sempre me dão a impressão de não terem pai. Só mãe, a “mamma”. Não falam dele, não apresentam. Em casa, o pai é um a mais, como um fillho mais velho.

O coração e a cabeça do italiano são da “mamma”. Lá não é feminismo. É o imperialismo feminista: o “mammismo”. E todos adoram. A cara gorda e terna, o corpo redondo e forte, 24 horas a serviço coletivo, doçura e dureza, de colher na mão e conta aumentada, a “mamma” é a Itália.

ITALIA

Toda generalização é burra. Nelson Rodrigues. É impossível dizer qual o pais mais bonito. Cidade, o mundo já elegeu e sou um democrata : é Paris. Mas, país, tirando uma media universal, nenhum junta mais belezas do que a Itália. A começar porque tem 54% do patrimônio cultural da humanidade.

E no entanto a França recebeu, no ano passado, mais de 75 milhões de visitantes. Os Estados Unidos, quase 70 milhões. A Espanha, quase 60 milhões. E a Italia não chegou a 40 milhões. Não dá para entender. Os profissionais do turismo quebram a cabeça mas não conseguem explicar.

Estados Unidos e França são mais ricos, têm mais comercio. Mas têm menos sol e menos historia. A Espanha, menos dinheiro, menos beleza cultural, menos historia, sol e mar iguais e o turismo espanhol ganha longe da Itália. Sem falar na cozinha, que a Itália tem a mais farta do mundo e o vinho, o segundo melhor (só depois da França). E ambos melhores do que a Espanha.

ESPANHA

A diferença não deve estar no toureiro espanhol. É no espanhol mesmo. E no italiano mesmo, que, apesar de simpático, alegre, aberto, é anárquico, é anti-turistico. Não cuida e não mostra a Italia. Não sabe, como o francês, faturar o turismo. Na Itália, o que o turista consegue ver é apesar do italiano.

Quem tem tanta eternidade na janela da casa e na porta da rua, talvez tenha seus ciúmes e não goste de dividir suas belezas. Mas isso é profundamente anti-turistico. A França (Governo, imprensa, empresários) fez uma campanha tão cerrada que conseguiu educar seu taxista e faze-lo gentil.

E o espanhol é um baiano falando espanhol.

TEM QUE

Desde 57 ando por lá. Vivi dois anos em Roma. Tudo “tem que”. Será a lei da “mamma”? Nada mais contra o turismo do que o “tem que”. Turismo é vadiagem. O turista é um vadio. O horário, o “tem que” do horário, é antiturismo. O turista na Italia “tem que” acordar cedo, porque a arrumadeira “tem que” arrumar o quarto do hotel de manhã. O turista “tem que” tomar café cedo (antes das 10) porque o garçon “tem que” preparar logo as mesas para o almoço. Você “tem que” chegar ao restaurante até duas da tarde e almoçar aflito porque o dono, o maitre, os garçons, o cozinheiro, todos têm que sair exatamente às tres da tarde. Para que? Para tirar um sono com a “mamma”.

São “insestuosos”. Fazem a “sesta” na casa da “mamma”. Só vão para a casa deles de noite. E os museus? É mais fácil acertar dois tiros no Papa do que visitar os museus do Vaticano. Abrem às 9 e fecham às 15. Filas infinitas. Tudo lá está sempre “chiuso” (fechado). Ainda bem que tres coisas eles não “chiusam”: o Papa, a mamma e a beleza eterna de Roma, Florença, Veneza.

08 de abril de 2012
sebastião nery

O GOVERNADOR DE 35 CONTAS BANCÁRIAS

A Polícia Federal investiga por que Camilo Capiberibe (PSB), do Amapá, precisa de tantas delas, em quatro bancos, para movimentar seu dinheiro


NÚCLEO FAMILIAR O governador  do Amapá, Camilo Capiberibe (acima),  e seu pai, o senador João Capiberibe (ao lado), ambos do PSB. O filho  é suspeito de ter desviado dinheiro de passagens aéreas; o pai, de ter usado dinheiro público para comprar um terren (Foto: Mario Tomaz/Futura Press e José Varella/CB/D.A Press)
 
Cerca de 40% dos brasileiros ainda não têm conta-corrente em banco. Na Região Norte, metade da população enfrenta essa limitação. Situação muito diferente vive o governador do Amapá, Camilo Capiberibe (PSB). Uma investigação da Polícia Federal descobriu que Capiberibe aparece como titular de 35 contas bancárias.
ÉPOCA teve acesso a dados do Banco Central que mostram que Capiberibe concilia a administração do Estado com a de contas-correntes, poupança e investimentos em quatro instituições financeiras diferentes.
Em cinco dessas contas, sua mulher, Cláudia Camargo Capiberibe, é cotitular. A polícia ainda não sabe explicar por que o governador mantém tantas contas para movimentar seu salário – de R$ 24 mil mensais.

A polícia chegou a Capiberibe por acaso. Em setembro de 2010, 18 pessoas foram presas pela Polícia Federal no Amapá durante a Operação Mãos Limpas. Entre elas estavam o então governador, Pedro Paulo Dias (PP), e o ex Waldez Góes (PDT), acusados de corrupção, fraude em licitações e lavagem de dinheiro. Na ocasião, Camilo Capiberibe era deputado estadual. Entre o material apreendido pela polícia havia indícios de que Capiberibe e alguns colegas desviavam recursos públicos.

Eles apresentavam notas fiscais da agência de turismo Martinica como se tivessem gastado com viagens aéreas – e recebiam reembolso por isso. Após investigar a Martinica, os policiais concluíram que as notas eram frias.
Os investigadores afirmam que viagens eram inventadas para que os deputados recebessem um extra dos cofres de um dos Estados mais pobres do país. Entre 2010 e 2011, os deputados estaduais amapaenses aumentaram de R$ 12 mil para R$ 100 mil mensais a cota para gastos com viagens, alimentação e combustíveis.
 Para saber se Capiberibe embolsou o dinheiro das passagens, a PF pediu – e a Justiça concedeu – a quebra do sigilo bancário do governador. Foi aí que apareceram suas 35 contas.

08 de abril de 2012 
marcelo rocha

TODOS (OS OUTROS) SÃO HIPÓCRITAS

A Semana Santa, para os católicos militantes, é tempo de confissão dos pecados. O ainda senador Demóstenes Torres, demônio em pessoa para seus amigos traídos, é formado em Direito na Pontifícia Universidade Católica de Goiás. Não sabemos como será a Páscoa de Demóstenes.
08 de abril de 2012
Ruth de Aquino é colunistga de Épopca
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AS CONTRADIÇÕES POLÍTICAS DO BRASILEIRO, NEM FREUD EXPLICA


Semana passada fui a uma agência bancária – com receio, é claro, que não houvesse uma daquelas costumeiras explosões – e observei que as pessoas ignoravam completamente as demarcações em amarelo, que indicavam a posição correta do fluxo da fila. As pessoas estavam exatamente no sentido inverso e a fila toda tortuosa, uma verdadeira bagunça.

Como eu gosto de observar os mínimos detalhes para deles extrair reflexões, comecei a perguntar a mim mesmo: será que esse povo tem condições de escolher um Vereador, Deputado, Senador, Governador ou Presidente da República? Claro que não tem. A resposta está na composição dos executivos e legislativos municipais, estaduais e federal, que é a cara do povo brasileiro.

Em relação a essa pesquisa sobre o prestígio da presidente Dilma, acho que as contradições do brasileiro nem Freud explica. Talvez a Psicanálise possa ainda encontrar respostas. Como pode um governo reprovado pela absurda carga tributária (65%), a precaríssima saúde (63%) e a ineficiente segurança pública (61%), ter o seu gestor aprovado por 77% desta mesma população?

“Nunca antes da história deste país” vimos tanta corrupção no Brasil, mas o povo aplaude. O interessante é que ainda existem os defensores intransigentes do indefensável. Está aí o processo do mensalão do PT, que pelo andar da carruagem todos os crimes serão prescritos. Isso seria motivo para uma indignação geral da população brasileira, mas o que se vê são apenas pequenos grupos reivindicando agilidade no julgamento.

Os esquerdistas reclamam tanto da “mídia golpista”, cadê a tal “mídia golpista” que não deflagra uma campanha para pressionar os poderes constituídos? Onde estão a OAB, MPF, UNE, CUT, CGT, Força Sindical, “movimentos sociais” que são tão atuantes em alguns casos? Escândalos e mais escândalos, ministros que caem a toda hora. E o povo aplaude.
Nem Freud explica.
Carlos Carwal
08 de abril de 2012

UM PACOTE DA CORAGEM PADRÃO VERDE E AMARELO


Nessa disposição muito acertada de alavancar nossa economia, a presidente Dilma Rousseff deve continuar centrando todos os esforços necessários para criar um mercado interno forte, gerando muitos empregos para os brasileiros, melhorando nosso padrão de vida e nossa auto estima, principalmente, assegurando a estabilidade de nossa economia diante da atual perigosa crise do capitalismo, causando muitos estragos mundão a fora, sem solução à vista.
Com nosso mercado interno forte, protegeremos nosso parque industrial, preservaremos nossos empregos e deixaremos de continuar refém das exportações. A poderosa China já está nesse caminho, por óbvias razões.
No econômico pacote de medidas objetivando dar solidez ao nosso mercado interno, é indispensável adotar os já existentes dispositivos de informática para impor grande transparência bancária, comercial e empresarial sobre os impostos recolhidos.
Além dessa providência – principalmente – obter total transparência dentro da própria máquina do Governo visando impedir que grande parte da grana arrecadada pelos escorchantes impostos, pouco sirva para o crescimento do Brasil, mas sim, para a manutenção do quadro de gigantesca concentração de rendas em mãos de poucos, por conta dos siderais recursos públicos seguindo em direção aos bolsos dos gatunos, públicos e privados, de médios a gigantes, impunes, ricos e livres.
O Brasil tem solução e no curto prazo. Basta coragem, muita coragem. Basta vestir o macacão Verde Amarelo, porque competência, temos, e de sobra.

08 de abril de 2012
Welinton Naveira e Silva

POIS É...




OS MEGA-SALÁRIOS DOS MINISTROS DA DILMA



Artifício largamente empregado em governos passados para proporcionar uma remuneração de mercado a integrantes do primeiro escalão da Esplanada dos Ministérios, os conselhos de administração e fiscal de estatais e empresas públicas continuam a ser usados para turbinar os salários de ministros de Estado.    
Levantamento feito pelo Estado nos 38 ministérios do governo da presidente Dilma Rousseff aponta que um terço dos ministros integra hoje uma elite do funcionalismo com supersalários que ultrapassam o teto salarial de R$ 26.723,15.
São 13 ministros que engordam seus rendimentos com jetons por participação em conselhos de empresas.
O campeão é o ministro da Defesa, Celso Amorim, que acumula seu salário com o pró-labore de R$ 19,4 mil pagos pela participação no Conselho de Administração da Itaipu Binacional. São R$ 46,1 mil mensais brutos de remuneração.

A renda do ministro poderia ainda ser maior, se não houvesse o abate teto, mecanismo que impede Amorim de acumular na integralidade seus vencimentos de ministro da Defesa com a aposentadoria do Itamaraty. Diplomata de carreira, Amorim é aposentado do Ministério das Relações Exteriores desde 2007.
No comando da área econômica do governo, os ministros da Fazenda, Guido Mantega, e do Planejamento, Miriam Belchior, estão empatados na segunda posição do ranking dos mais bem pagos da Esplanada, com renda mensal bruta de R$ 41,5 mil.
Ambos são conselheiros da Petrobrás e da BR Distribuidora, com jetons que alcançam quase R$ 15 mil mensais. Miriam Belchior poderia ganhar ainda mais: como titular da pasta do Planejamento, ela é obrigada a fazer parte do Conselho de Administração do BNDES mas, segundo sua assessoria, abriu mão de receber o pró-labore de R$ 6 mil por essa participação.
O ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio) engorda o salário com jetons de dois conselhos: é presidente do Conselho de Administração do BNDES, onde ganha R$ 6 mil mensais brutos, e integra também o BNDESPar, recebendo R$ 5,3 mil.
Braço direito de Dilma, Pimentel usufrui de R$ 38,1 mil por mês de renda. O vencimento do ministro da Ciência e Tecnologia é inferior ao do advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, que acumula o salário de ministro com os jetons de duas empresas: BrasilPrev e BrasilCap, chegando a ganhar R$ 38,7 mil mensais.
Conexões
O pagamento de jetons por estatais ou empresas públicas aumenta a renda de mais oito ministros. A maioria deles participa de conselhos que têm relação com as respectivas pastas. É o caso do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, que integra dos conselhos da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) e da Finep, elevando sua renda mensal bruta para R$ 32,6 mil.
08 de abril de 2012
Do site do jornal O Estado de São Paulo

ELEIÇÕES HEREDITÁRIAS NA POCILGA

E no Brasil da política hereditária...
Marcos Cláudio Sebento da Silva vai sair candidato a vereador por São Bernardo do Campo.
Herdeiro do EX presidente Defuntus Sebentus, agora vai seguir os tropegos passos políticos do espertalhão papai. E sai em busca de uma 'boquinha' política onde ele possa ganhar muito e trabalhar quase nada...ou nada....E ter uma vida de BURGUÊS.

Para se desincompatibilizar vai ter que deixar o cargo de DIRETOR DE TURISMO da prefitura de SBC.
É impressionante como esse povo arruma fácinho cargos em comissão nas prefeituras pelo Brasil a fora.
O herdeiro foi candidato em 2008 mas teve sua candidatura impugnada pelo tribunal eleitoral, por ser o cidadão filho do presidente da república. E mesmo assim ainda obteve 3.000 votos. Esse é o jeito PTralha de votar. Votam em quem o mestre mandar mesmo estando a candidatuta inválida.
Bem, o candidato conta com o apoio do papaizão e de toda camarilha PTralha mais o prefeito de São Bernardo.
Certamente que o cara já está eleito e ainda vai puxar mais um ou dois tranquieiras PTralhas por conta da distribuição de votos do coeficente eleitoral.
Um povo que vota em Tiriricas e Malufs, certamente vota em Marcos Cláudios. E assim vai caminhando a perpetuação no poder da família Silva.
Agora, se o cidadão não pode se candidatar porque seu pai era prezidenti, o papai vai poder sair candidato em 2014 com o filhinho vereador? Ou essa lei é mais uma daquelas membembes e ridículas que regem as eleições da pocilga?
08 de abril de 2012
omascate