Um painel político do momento histórico em que vivem o país e o mundo. Pretende ser um observatório dos principais acontecimentos que dominam o cenário político nacional e internacional, e um canal de denúncias da corrupção e da violência, que afrontam a cidadania.
Este não é um blog partidário, visto que partidos não representam idéias, mas interesses de grupos, e servem apenas para encobrir o oportunismo político de bandidos.
Não obstante, seguimos o caminho da direita. Semitam rectam.
"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)
"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...) A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville (1805-1859)
O deputado federal José Antonio Reguffe (PDT-DF), que foi, proporcionalmente, o mais bem votado do país com 266.465 votos, 18,95% dos votos válidos do DF, estreou na Câmara dos Deputados fazendo barulho. De uma tacada só, protocolou vários ofícios na Diretoria-Geral da Casa. Abriu mão dos salários extras que os parlamentares recebem(14° e 15° salários), reduziu sua verba de gabinete e o número de assessores a que teria direito, de 25 para apenas 9. E tudo em caráter irrevogável (nem se ele quiser poderá voltar atrás).
Além disso, reduziu em mais de 80% a cota interna do gabinete, o chamado cotão? Os R$ 23.030,00 que teria direito por mês, reduziu para R$ 4.600,00. Segundo os ofícios, abriu mão também de toda verba indenizatória, de toda cota de passagens aéreas e do auxílio-moradia, tudo também em caráter irrevogável.
Sozinho, vai economizar aos cofres públicos mais de R$ 2,3 milhões (isso mesmo, R$ 2.300.000,000) nos quatro anos de mandato. Se os outros 512 deputados seguissem o seu exemplo, a economia aos cofres públicos seria superior a R$ 1,2 bilhão.
“A tese que defendo e que pratico é a de que um mandato parlamentar pode ser de qualidade custando bem menos para o contribuinte do que custa hoje. Esses gastos excessivos são um desrespeito ao contribuinte. Estou fazendo a minha parte e honrando o compromisso que assumi com meus eleitores.” (afirmou Reguffe em discurso no plenário).
Antonio Reguffe, filho de um oficial da Marinha (já falecido) é respeitável e louvável.
Entrevista a Isto É em http://obrasildopt.blogspot.com.br/2013/03/entrevista-isto-e-jose-antonio-reguffe.html
A
pouca ética que Dilma fingia ter foi pro espaço. Todas suas atitudes e medidas
passaram a ter somente um objetivo: fazer sua propaganda
eleitoral.
No
dia 8 de março ela anunciou em cadeira de rádio e televisão a desoneração da
cesta básica. Ao fazer isso ela mostrou desonestidade, falta de ética e
mesquinhez, o que, absolutamente, não é novidade.
Em
setembro do ano passado, o deputado do PSDB, Bruno Araujo, teve a Medida
Provisória 563, que previa o fim dos impostos na cesta, aprovada na Câmara e no
Senado indo para a sanção presidencial, mas inexplicavelmente foi vetada pela
“presidenta”.
Quer dizer, o veto anterior da
dona Dilma, foi somente pelo fato de não permitir à oposição ter a paternidade
da medida popular. O bem estar do povo que se dane.
Levando em conta dos dois
fatos, Roberto Freire lascou: “É uma profunda, pura e simplesdesonestidade
intelectual”. (Até aqui, de um texto de Giulio Sanmartini, com
modificações).
Diga-se de passagem, essa
“maravilha” anunciada com pompa e circunstância parece que não “pegou”. Ainda
ontem fui comprar cebola no supermercado e paguei cinco pratas por quilo de um
produto que custava três, antes da canetada do poste.
Faz
lembrar os idos de 57 quando João Saldanha era técnico do Botafogo e, explicando
o esquema para um jogo contra um time sueco, diz para o Garrincha driblar seus
dois marcadores, ir à linha de fundo e cruzar na cabeça do Quarentinha ou do
Paulinho Valentim. Acabada a singela explanação, Garrincha vira-se para Saldanha
e pergunta: “E já combinaram isso com os ‘gringos’?”
Pois é. Dilma esqueceu de
combinar com os “gringos”...
Dilma Rousseff criou a Secretaria da Micro e Pequena Empresa para pagar o apoio de Gilberto Kassab. Como o ex-prefeito achou pouco, o Brasil conseguiu criar um ministério sem ministro.
Dez anos comandando os rumos do país. Mesmo assim, enganam-se aqueles que acreditam que o Partido dos Trabalhadores deseja o poder. Por mais que tenha, por intermédio da distribuição de bolsas e doutrinação cultural, fixado-se de maneira quase eterna na Presidência da República, o partido não almeja ter para si o poder. Nada disso.
Ter o poder é pouco. O PT quer muito mais.
Nas comemorações deste partido, relativas aos dez anos de governo, um novo inimigo foi eleito: a imprensa. Segundo seus integrantes, não há uma oposição política que mereça qualquer preocupação (o que é verdade).
A verdadeira força antagônica que estaria pronta a atacar os interesses petistas seria, segundo seus integrantes, a imprensa, que vive criticando-os. Para impedir que os jornais continuem a enfrentar o todo-poderoso partido, uma solução: o marco regulatório.
Desta feita, com a mídia sob seu controle, nada poderá impedir a sua perpetuação nas mais altas esferas do poder.
Mas, espere um momento... Quem foi que disse que o PT não controla a mídia?
Ora, ao confrontarmos a podridão que ronda este partido com as denúncias efetivas feitas pelos veículos de informações tupiniquins, chegamos a uma conclusão: somente quando nada mais era possível fazer para esconder o mau cheiro que brota de seus porões é que a mídia denunciou alguma coisa; mesmo quando o fez, foi de maneira superficial e cuidando para preservar a imagem dos seus ídolos de barro, como Lula (exemplo clássico: mensalão). Fossem os jornais, a internet e a televisão tão maldosos como eles afirmam, sequer teriam sido eleitos ao primeiro mandato presidencial.
Os jornalistas brasileiros não denunciaram, por exemplo, as ligações do PT com as FARC, com Fidel Castro e o falecido Chávez. Nada falaram sobre o asilo dado ao falso pastor Olivério Medina, agente infiltrado das FARC. Nada falaram sobre o significado real do asilo político dado ao terrorista Cesare Battisti.
Não comentaram sobre o fato de Olívio Dutra ter recebido Hernán Ramírez, representante daquele grupo narco-terrorista no Palácio Piratini em 1999.
Não deram ouvidos às denúncias feitas por Olavo de Carvalho e Graça Salgueiro acerca do movimento estratégico do Foro de São Paulo, cujo objetivo é o de tornar a América Latina uma repetição do leste europeu soviético, contado para isso com a associação de partidos políticos, como o PT, e movimentos guerrilheiro como o MIR, o ELN e as próprias FARC.
Aqueles que denunciaram estas ligações, ou melhor, traição, foram desfenestrados sem maiores explicações dos grandes jornais. E os petistas ainda acham que a mídia os persegue e que por isso necessita ser regulada, como já acontece com a TV por assinatura (a cota de programação nacional) e com o cinema, em nome de "democratizar" estes meios de comunicação e entretenimento.
Dizer que o PT deseja o poder não basta. O PT quer a supremacia, a hegemonia total sobre toda a forma de pensamento. Não tolera o mais mínimo resquício de contraponto. Não suporta que, num jornal como a Zero Hora por exemplo, exista um único colunista conservador (Percival Puggina) dentre um sem número de simpatizantes do partido que escreve naquele diário. Já é muito. O suficiente para se chamar a imprensa de golpista. Para eles, a crítica só é admissível até o ponto que eles próprios admitam.
No âmbito da educação e cultura, não é diferente. Os livros didáticos, os financiamentos para produções culturais e as verbas publicitárias do Estado só são aprovados e liberados quando existe uma clara identificação entre a ideologia do partido e o conteúdo destas produções (mesmo os filmes "Tropa de Elite" no final das contas deixam claro: "o sistema é foda". Moral da história: quem for contra ele será destruído).
Hegemonia. Isto é o que busca o PT, e ele já está conseguindo.Nos bancos universitários, nas salas de redação, nos estúdios de rádio e televisão, sua influência é mais do que perceptível e comprovada. Pouquíssimos opositores resistem bravamente em pequenos espaços de jornais, revistas e páginas da internet (próximo alvo da regulação estatal-partidária).
Esta resistência, ainda que ínfima, não é tolerada pela cúpula do partido e seus militantes. Ela é inadmissível e precisa ser expurgada a qualquer custo. Exatamente como foi feito na ex-URSS, na China, em Cuba e na Coréia do Norte.
Tudo isso soa meio totalitário, meio teoria da conspiração não é mesmo? Sim, concordo. Mas basta que se estude o Estatuto do PT, suas Convenções e as atas das reuniões do Foro de São Paulo para se verificar que de maneira alguma se trata de teoria da conspiração. Já de totalitário...
COMENTO: os militares que governaram o Brasil entre 1964 e 1985 descuidaram da infiltração insidiosa que os canalhas efetuaram em áreas específicas, particularmente a educacional.
Naquele período, particularmente após 1977/78, as idéias "socializantes" foram inseridas de forma solerte na mentalidade de crianças e jovens estudantes por professores que priorizavam a ideologia em detrimento da nobre missão de ensinar.
O resultado foi gerações e gerações de cidadãos convencidos e convencedores de que "a revolução está acima de tudo, inclusive da própria Pátria".
Assim, hoje temos formadores de opinião (professores e mídia) subjugados pelas verbas de propaganda governamental, reforçando a formação de cidadãos para os quais a exigência de direitos se sobrepõe a qualquer dever.
E só reclamam os integrantes da minoria de pagantes da farra. Até quando?
Ontem na Globo News tivemos a
oportunidade de presenciar um belíssimo espetáculo. Estavam presentes Leonardo
Boff, o jornalista Arias e o Pe. José Eduardo. O tema era, obviamente, a eleição
do Papa Francisco. A discussão desde o início já parecia que prometia. Foi, de
fato, uma oportunidade única para ver o discurso superado da década de 70 ser
refutado com maestria e realismo pelo sacerdote presente.
Vale destacar, desde já, que o
modelo de Igreja defendido por Boff e Arias se mostrou completamente ineficaz.
Em todos os locais onde foi implementado, em dioceses, paróquias, congregação,
pastoral da juventude etc, o resultado foi o esvaziamento da comunidade na mesma
proporção em que se politizava a fé. De fato, em tais ambientes só restam
fósseis vivos que ainda acreditam que só por esse caminho a "renovação" é
possível. Desde já fica a perplexidade diante da constatação da realidade. Onde
a semente da teologia da libertação foi plantada hoje só existe deserto.
Arias, que se destacou pela
capacidade de pensar sem a lógica, defendeu uma Igreja transformada em
assembléia de condomínio, com a participação de todos os fiéis das mais variadas
crenças. É interessante perceber como na mente dos teólogos liberais apenas o
catolicismo tem a obrigação de se desconstruir. Muçulmanos, budistas, judeus etc
mantém íntegro o seu corpo doutrinal enquanto se cobra da Igreja a prostituição
da sua doutrina. Nem há, tampouco, um intuito apostólico, o que tornaria esse
intento "menos indigno". O que é pretendido é meramente uma horizontalização das
realidades sobrenaturais. Em tal cenário a Igreja seria reduzida em uma religião
universal desprovida de identidade, culto, ordem e fé.
Leonardo Boff, quase que em um
ato desespero, afirmou que a tradução de "Dictatus Papae", um documento medieval
que pontua sobre a autoridade papal, é "Ditadura do Papa". Não sei se por falta
de caráter ou ignorância do ex-frade, mas até mesmo uma rápida busca no Google o
ajudaria a descobrir que na verdade "Dictatus" não é ditadura, mas, isto sim,
"Decretos". Não satisfeito com a desonestidade, continuou despejando o seu
projeto de renovação da Igreja. A realidade grita! Se este modelo foi incapaz de
manter jovem as pequenas - e alguns nem tão pequenas assim - comunidades
eclesiais quanto mais seria eficiente diante da imensidão que é a Igreja em seu
vasto tamanho universal.
O que fica dessa discussão é
perceber como funciona a mente ideológica dos nossos fósseis vivos. Eles sequer
se esforçam para invalidar a capacidade da fé e da piedade de atraírem os
jovens. Até mesmo se dissessem que a multidão que se reúne na Jornada Mundial da
Juventude sofre de histeria coletiva seria mais digno do que simplesmente fingir
que inexiste sim uma Igreja renovada. Insistem, portanto, em um método que só
deixou escombros e destruição. Como responder ao dado apontado pela
pesquisa vocacional encomendada
pela Conferência Episcopal Americana? Esta afirma que as congregações/ordens com
mais vocações e com as menores faixas etárias são as mais ortodoxas, enquanto as
congregações/ordens com menos vocações e com as maiores faixas etárias são as
mais liberais. Onde se encontra a
renovação?
A
Igreja Católica "renovada" que eles defendem seria como a cópia daquilo que
fizera a igreja anglicana. Entretanto, esta última, já institucionalmente
descentralizada e devotamente seguidora das demandas liberais, sofre com uma
crise profundíssima pela falta de fiéis. Se a fórmula mágica de Boff gozasse de
realismo seria o anglicanismo/episcopalismo um fenômeno contemporâneo da fé e
não na fracassada igreja que se
tornou.
A melhor resposta para o
apocalipse liberal de Boff e Arias não está nas fantásticas intervenções do Pe.
José Eduardo, mas, outrossim, na enorme quantidade de moças que ingressam nos
claustros, nos rapazes que lotam os noviciados e seminários das mais sérias
congregações e dioceses, na capacidade da RCC de congregar a juventude, na
efervescência de novos movimentos como Comunhão e Libertação, Focolares, Regnum
Christi, no mar de jovens que se reúnem na JMJ. Eu conheço sim uma Igreja
renovada, aberta e fiel, apaixonada por Jesus Cristo e feliz por ser católica.
Boff e Arias precisam sair de suas paróquias frequentadas por comunistas
octogenários e perceber aquilo que é a mais pura e cristalina realidade: vocês
são como a árvore que não produziu frutos.
Alguns Generais
quatro estrelas do Exército Brasileiro, que recebem informações privilegiadas e
confiáveis da área de inteligência, já sabem de um plano montado pela cúpula do
PT para tentar desmoralizar, pessoalmente, o presidente do Supremo Tribunal
Federal. Barbosa pode ser vítima de uma espécie de extorsão moral e política,
como vingança pela mão pesada contra os mensaleiros. Barbosa acaba de ser vítima
de uma arapongagem ilegal que pode prejudicar sua imagem protegida pelo Santo
Guerreiro e sua turma.
Se eu fosse o
Joaquim Barbosa, procuraria, com a máxima urgência, o novo Papa Francisco.
Sempre é recomendável recorrer a Deus – seja na forma de religare (diretamente)
ou indiretamente, via representantes dele – no momento em que os podres poderes
das trevas nos ameaçam. No caso de Barbosa, não está resolvendo gritar,
simbolicamente, “Salve, Jorge”. Nem a cúpula do EB consegue saber como ajudá-lo
na covarde escaramuça armada agora pela arapongagem petralha. O caso é tão grave
que não devo e nem posso publicar aqui. Te cuida, Barbosa! Te cuida, EB! Salve,
Jorge, se for possível!
Outro que deveria
trocar de Pai de Santo (como sempre me recomendava meu fiel amigo e fotógrafo
Jorge Britto) é o ricaço Eike Batista. No caso dele, igualzinho ao Barbosa,
também recomendo que procure o Francisco. Ainda mais que ele assumiu o
compromisso de defender os necessitados – sem preconceito no volume da conta
bancária. Quem tem uma fortuna bilionária – mas também tem dívidas bilionárias
com bancos internacionais – pode ser ironicamente classificado de pobre – mesmo,
claro, que não se sinta assim.
Desde a semana
passada, ocorrem tensas reuniões para encontrar uma solução para as empresas do
grupo EBX. Já se identificou que o “X” do problema são o excesso de
endividamento, o não cumprimento de metas firmadas com acionistas/investidores e
a perda de credibilidade com reflexos nas constantes quedas de cotações nas
Bolsas de Valores. Eike estaria em um mato com os cachorros rosnando ferozmente
contra o bolso e o patrimônio bilionário dele. No meio do governo, quem anda
falando horrores de Eike é o empresário Jorge Gerdau. Por isso, se Eike gritar
“salve, Jorge!” toma um ferro – literalmente, com o “patrocínio” do grupo
Gerdau...
Eike não pode
quebrar. Qualquer problema sério com os negócios bilionários dele significa o
atestado de óbito da política econômica de Lula-Dilma. Na propaganda, vivemos no
melhor dos mundos possíveis, rumo ao crescimento e ao desenvolvimento. No mundo
real, o Brasil se consolida, cada vez mais, como um País mal gerenciado, que
exporta pouco e com baixa qualidade e que importa menos ainda e com qualidade
muito mais duvidosa. Basta dar uma olhadinha atenta nos números oficiais
exibidos no assustador artigo de Edmar Bacha, publicado pelo Valor Econômico no
último dia 11 de março e que não recebeu a devida atenção dos analistas
econômicos: Existe uma cura para a doença brasileira?
Se na questão
econômica financeira tudo parece infernal para Eike, na vida pessoal, pelo
menos, Deus o abençoa com um presente divino: um novo filho. Ontem, na praia de
Ipanema, os terríveis paparazzi cariocas fotografaram a barriguinha da linda e
jovem namorada de Eike, a advogada Flávia Sampaio, de 32 anos. Eike deve ter
odiado a invasão de privacidade. No entanto, deve estar feliz com a exibição de
sua nova paternidade. Nestes tempos de alta tensão empresarial, Eike pode até se
aproveitar daquele dito popular que se aplica a pais com dificuldades de grana:
“toda criança vem ao mundo com um pedaço de pão embaixo do
braço”...
Por isso, repito
o conselho: Barbosa e Eike, procurem o Francisco. Mas, antes, reescutem aquela
musiquinha dos Engenheiros do Havaí: O Papa é Pop. Não liguem para a letra
daquele verso: “O Papa é Pop. E o pop não poupa ninguém”. Nosso hermano
Francisco, até agora, faz o correto. Transmite uma imagem de austeridade,
honestidade, simplicidade, humildade, ética, bondade e, sobretudo, amor.
Todos esses
valores andam escassos no mundo profano e até no religioso. Francisco sinaliza
mudanças importantes não só para o catolicismo. A simbologia dos atos, gestos e
pensamentos do novo Pontífice podem e devem se espalhar universalmente. Os
farsantes ideológicos que se cuidem. Os jesuítas, pela primeira vez ocupando o
trono de Pedro, já perceberam que o Globalitarismo e seus anti-valores precisam
ser contidos e refreados. Antes que Juízo Final se precipite, engolindo todo
mundo.
Barbosa e Eike
vivem momentos pessoais de extrema gravidade. Por isso, pela terceira vez,
aconselho: procurem o Francisco, urgentemente! E que Deus os ajude! Porque, de
fato, ninguém está salvo... Como cantam os Engenheiros do Havaí, em seu
clássico... E o Francisco, lá do fim do mundo, também precisa do socorro
divino... No ritmo que vai, será alvo das trevas do globalitarismo...
Vida que
segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus.
17 de março de 2013
Jorge Serrão é Jornalista,
Radialista, Publicitário e Professor.
“O papa eu irei lá em Roma, eu comparecerei lá em Roma, na medida em que me convidaram, e o Brasil é um país que tem uma população católica muito expressiva e eu acredito que será importante eu, enquanto presidente – e eu não tô falando aí enquanto pessoa, porque enquanto pessoa eu fui criada na Igreja Católica –, mas eu tô representando aí enquanto presidente essa população católica do nosso país”.
Dilma Rousseff, em dilmês pré-catequese, durante coletiva de imprensa em Brasília, internada por Celso Arnaldo dando uma lição de humildade ao anunciar que tentará mostrar ao vivo, no Vaticano, que o estranho idioma falado pela presidente do Brasil tem muito mais pecados linguísticos do que o fluente e correto português do Papa Francisco
Tanto a respeitável (por enquanto) revista Veja quanto jornalistas de diversos jornais e revistas, mais as pessoas que vão às ruas fazer não sei o quê, além das mulheres mostrarem seus peitinhos, vêm transformando a corrupção vergonhosa do político Marco Feliciano numa briguinha boba contra o defendido grupo de gays.
Até parece que o único erro desse senhor do vídeo é seu "preconceito". O deputado-bispo é um famigerado deputado federal, lançado à presidência da Comissão de Direitos Humanos, como se apenas os heterossexuais tivessem direitos!
Preconceito seria um juízo pré-concebido que se manifesta numa atitude. E aí vem o que talvez não seria correto, a discriminação, que seria umaforma de considerar que certas características de uma pessoa sejam motivo para que elas tenham vedados os direitos que os outros têm (ou teriam, porque, atualmente, não temos direito a nada). Desvirtuaram nossos valores ao ponto de fazerem a cabeça dos mais jovens, levando-os a considerar que ser diferente sexualmente é natural, e sair gritando "ai! ui!" porque qualquer coisa virou preconceito.
NÃO! O VERDADEIRO ERRO DO DEPUTADO-BISPO FELICIANO
NÃO É UM SUPOSTO PRECONCEITO,
MAS ESSE DIVULGADO NO VÍDEO ACIMA.
VAMOS PARAR DE DAR AOS MOVIMENTOS GAYS
A IMPORTÂNCIA QUE NUNCA TIVERAM,
POIS SUA IMPORTÂNCIA SE DEVE APENAS À MÍDIA.
E NÃO VAMOS COLABORAR COM A TAPEAÇÃO
FEITA COM O CASO ASQUEROSO
DE MAIS UM DEPUTADO QUE SOMOS OBRIGADOS A SUSTENTAR.
Clique aqui para ler mais uma entrevista de Eduardo Campos (PSB-PE), desta vez ao jornal Zero Hora, do Rio Grande do Sul, onde o seu candidato, outro ilustre desconhecido, chamado Beto Albuquerque, pensa em enfrentar Tarso Genro (PT), que vai buscar a reeleição. Vejam o cuidado para ser oposição sem sair da base do governo.
O ponto que mais traduz esta esperteza é esse momento da entrevista
ZH — O senhor avalia que falta diálogo por parte do governo?
Campos - Sim. Falta diálogo com os setores econômicos, com o próprio pacto federativo. Se você vai mudar o marco dos portos, por exemplo. Somos a favor de melhorar e modernizar os portos. E nós vimos mudar essa norma numa medida provisória, em que nenhum governador que tem porto, e que tem ajudado a melhorar os portos, foi ouvido.
ZH — Mas o ministro dos Portos, Leônidas Cristino, é do seu partido, o PSB.
Campos - Exatamente. Mas ele disse a mim que não foi permitido a ele que se discutisse a medida provisória. Falei com ele. Não fomos nem comunicados. Não fomos chamados para fazer esse debate. Ninguém nos chamou.
É uma mentira do governador. O seu ministro esteve presente em todos os momentos das reuniões sobre portos. No entanto, Campos quer, como nos royalties, ser a favor do seu estado, mas fazer média com os outros. Nos tempos de hoje, este tipo de discurso enrolão e demagógico não resiste a meia dúzia de prints e de links. Vejam abaixo:
Matéria publicada na revista Exame, em 26 de fevereiro de 2012. onde o ministro do PSB defende com veemência a medida contestada por Campos. Ele atira contra o SUAPE de Eduardo Campos, que quer manter a gestão do porto pernambucano em suas mãos: "Sem MP, não haveria condições políticas de organizar portos privativos", afirmou. Ainda de acordo com Leônidas, a nova normatização foi discutida com o Tribunal de Contas da União (TCU) e o próprio tribunal recomendou essa padronização de procedimentos. "A administração dos portos será centralizada na Secretaria Especial de Portos", disse o ministro.
Matéria publicada no Valor Econômico, em 6 de fevereiro de 2012, com a seguinte declaração do ministro do PSB: "Queremos mostrar a importância das medidas anunciadas e como elas podem destravar investimentos. Vamos colocar com muita clareza o que nós planejamos", disse Cristino. Ele reagiu com irritação à possibilidade de greve. "Não compreendo o porquê desse tipo de ação", lamentou o ministro.
São dezenas de declarações que desmontam a versão de que o ministro do PSB não foi consultado sobre a MP dos Portos. Mas este pequeno fato mostra exatamente o caráter do candidato Eduardo Campos, sempre com um pé numa canoa e outro noutra. Não há dúvida que, mais cedo ou mais tarde, será levado pela corrente da esperteza.
É óbvio que, se Eduardo Campos tivesse vergonha na cara, faria seu ministro pedir demissão do cargo. Não tem. Quer se governo e oposição ao mesmo tempo. De acordo com as suas próprias conveniências.
A leitura do artigo de J. R. Guzzo na última página da edição de VEJA inquieta e, simultaneamente, lava a alma dos brasileiros decentes. Volto no fim. (AN)
O BRASIL DA CHIBATA
Poderia a presidente Dilma Rousseff ter a bondade de explicar, com um mínimo de clareza, o que é “fazer o diabo”? Dilma disse há pouco que nas campanhas eleitorais é permitido fazer exatamente isso, “o diabo”, mas não deu nenhuma informação sobre os atos concretos que os candidatos, a começar por ela própria, estão autorizados a cometer. O que vale? O que não vale? Coisa do bem não deve ser. Nunca se ouviu dizer, por exemplo, que Madre Teresa de Calcutá fizesse “o diabo” em favor de suas obras de caridade. Pelo entendimento comum, fazer o diabo significa estar disposto a qualquer coisa, por pior que seja, para conseguir algo. É isso?
O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Joaquim Barbosa, acha que tem, sim ou não, o direito de chamar um cidadão de “palhaço” e mandá-lo “chafurdar na lama”? Coragem, ministro: sim ou não? Dizer essas coisas, em público, não é crime de injúria? Ou presidentes do STF estão desobrigados de obedecer ao artigo 140 do Código Penal Brasileiro?
Colocar um fotógrafo do Instituto Lula, entidade privada, a bordo do avião presidencial que levou Dilma Rousseff (e o próprio Lula) aos funerais do coronel Hugo Chávez na Venezuela, e apresentar o rapaz como “intérprete” da comitiva, não é um delito de falsificação? Intérprete ele não é; como acaba de informar em VEJA o redator-chefe Lauro Jardim, sua ocupação é tirar fotos para a coleção pessoal do ex-presidente. Há outras dúvidas. Será que Dilma não entende nada de espanhol? Não há nenhum intérprete de verdade entre mais de 1 milhão de funcionários do governo federal? Privatizar assentos a bordo do Aerodilma, para o Instituto Lula economizar um dinheirinho, já é um ato permitido pela doutrina de “fazer o diabo”?
O que o dr. Gilberto Carvalho, que tem no seu cartão de visita o título de “ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República”, quer dizer quando afirma, como fez há pouco, que “o bicho vai pegar”? Que bicho é esse? Pertence ao Patrimônio da União? Ele vai pegar quem? Já foi solto, por exemplo, contra a blogueira cubana Yoani Sánchez, que bandos de delinquentes a serviço do governo atacaram em sua recente passagem pelo Brasil? Tem cabimento o ministro-chefe (a propósito: haveria algum ministro que não é chefe?) usar em público linguagem de bandido? Por que será que tanta história esquisita (a de Yoani é apenas a última de uma longa série) começa, passa ou termina na sala do dr. Gilberto?
Quais os nomes da “meia dúzia de famílias poderosas” que, segundo o presidente do PT, deputado Rui Falcão, decidem “o que o nosso povo pode ler, ouvir e assistir”? Daria para o deputado, por cortesia, informar de onde ele tirou este número, “meia dúzia”, num país que tem no momento quase 10 000 estações de rádio, mais de 500 emissoras de televisão, cerca de 5 500 revistas e 2 700 jornais?
Estaria ele reprovando o fato de que há veículos com audiência e circulação muito maiores que os demais, porque o público, por sua livre e espontânea vontade, prefere ver, ouvir e ler mais uns do que outros? Que culpa têm os veículos que fazem mais sucesso, ou que ilegalidade cometem por serem os preferidos ela maioria do público?
Por que o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, não guardou um tostão dos bilhões de reais que seu estado recebeu em royalties de petróleo nos últimos anos? Desde 2007, quando assumiu o governo, até 2012, mais de 130 bilhões de reais foram arrecadados das empresas exploradoras de petróleo, e a parte do leão dessa montanha de dinheiro ficou com o Rio e seus municípios.
Agora, com as perdas trazidas pela mudança na lei dos royalties, o governador se vinga atirando nos cidadãos do seu próprio estado: suspendeu pagamentos a fornecedores, ameaça criar mais impostos, fala em corte de serviços. Se não guardou nada do que recebeu, o que fez de útil com o dinheiro gasto?
O que há de comum entre essa gente toda é a convicção de que mandam — e quem manda não precisa explicar nada a quem está embaixo. Falam em banda larga e pré-sal, mas continuam agindo como se vivessem no Brasil dos engenhos, dos capitães do mato e da chibata. São os senhores do “Brasil para todos”.
Perfeito. Mas não custa acrescentar a pergunta de que Lula foge há quase quatro meses: quando é que o ex-presidente vai tentar explicar-se sobre o escândalo em que se meteu ao lado da gatuna Rosemary Noronha? 17 de março de 2013
O Papa Francisco ordenou ao Bernard Law, encobridor de maior numero de casos de pedofila, quase 297, que abandone em menos de 24 horas o seu posto e os seus aposentos em Santa Maria Maggiore en Roma...
Dilma, coitadinha, é refém desta política suja, dizem seus aliados; ou se submete a alianças estranhas, difíceis de compreender, e se junta a pessoas que sempre criticou, distribuindo-lhes cargos e verbas a mancheias, ou o país se torna ingovernável.
Se a presidente é mesmo refém desta política suja, sofre hoje da Síndrome de Estocolmo, aquela que leva os reféns a amar e admirar seus algozes.
A presidente Dilma Rousseff está chamando Fernando Collor, senador pelo PTB de Alagoas, de “nosso senador” (e em público!), faz elogios ao senador Renan Calheiros, do PMDB de Alagoas, presidente do Senado, aquele que já teve de renunciar ao cargo para não ser cassado e voltou ao mesmo lugar contra a vontade de Dilma (que em outras épocas preferia vê-lo no Governo alagoano e não em Brasília, tão perto dela).
Os dois, disse ela em entrevista às rádios alagoanas, são seus “aliados preferenciais” no Congresso.
Dilma também fez elogios ao senador alagoano Benedito de Lira, do PP de Paulo Maluf, outro político que antes repudiava e a quem hoje dedica manifestações de apreço. Mas a presidente deu menos destaque a Lira do que a Collor e Renan ─ talvez porque Lira não tenha ─ ainda ─ currículo tão destacado quanto o de seus companheiros alagoanos.
E que é que o PT de Dilma dizia de Fernando Collor enquanto ele não tinha virado “aliado preferencial”? Na palavra de Lula, gravada em vídeo, “lamentavelmente a ganância, a vontade de roubar, a vontade de praticar corrupção fez com que o Collor jogasse o sonho de milhões e milhões de brasileiros por terra”.
“Não queremos ministério algum agora, porque não apoiamos a política do toma lá dá cá”.
Gilberto Kassab, presidente do PSD, dividindo os brasileiros com mais de cinco neurônios entre os que acham que o ex-prefeito virou humorista e os que acham que, animado com a eleição de um papa argentino, resolveu candidatar-se a santo.
As eleições de 2014 ainda estão, para a vasta maioria da população, a uma distância colossal. Nas pesquisas, é só depois de algum esforço que as pessoas se recordam que elas ocorrem daqui a um ano e meio. Enquanto isso, nos meios políticos e na “grande imprensa”, é como se fossem acontecer amanhã. Será nossa terceira eleição nacional em que o presidente em exercício é candidato. Antes de Dilma, Fernando Henrique, em 1998, e Lula, em 2006, passaram pela experiência. Ambos tiveram sucesso, mas de maneiras diferentes.
A que temos no horizonte se assemelha à do tucano. Nada indica que Dilma terá que lidar com turbulências tão fortes quanto as que atingiram Lula, seu governo e o PT em 2005 e 2006. Nem o mais exaltado oposicionista imagina que ela venha a enfrentar situação análoga à que seu antecessor viveu no meses de auge das denúncias contra o “mensalão”.
Como FHC, Dilma deve disputar seu novo mandato em momento mais marcado pela normalidade que pela excepcionalidade: sem crises agudas na economia, na política ou no cotidiano da sociedade. Não que o País estivesse no melhor dos mundos em 1998, como vimos imediatamente após as eleições, mas nada que impedisse a vitória relativamente tranquila do então presidente.
Apesar dessa semelhança, é grande o contraste entre o ambiente de opinião que vivíamos em 1997 e o de agora.
A partir de junho daquele ano, quando foi promulgada a emenda que permitiu a Fernando Henrique concorrer a um novo mandato, entramos em período de calmaria. O escândalo da compra de votos para aprovar a mudança constitucional havia amainado, a tropa de choque governista impedira a constituição de qualquer Comissão Parlamentar de Inquérito e a Procuradoria-Geral da União, dirigida por alguém escalado para tudo engavetar, mantinha-se inerte. Os ministros da Suprema Corte preferiam se entreter com outras coisas.
Nesse clima de tranquilidade, ninguém se pôs a especular a respeito de nomes e cenários. Dir-se-ia que, uma vez estabelecido que FHC seria candidato - independentemente dos meios utilizados -, os comentaristas e analistas ficaram satisfeitos com a perspectiva de que ele viesse a vencer as eleições seguintes. É como se achassem que não era somente natural, mas desejável que o peessedebista permanecesse no Planalto por mais quatro anos.
Bom sintoma dessa pasmaceira é que sequer se fizeram pesquisas sobre a eleição até o final de 1997, pelo menos que fossem divulgadas. Apenas uma foi publicada, já em novembro. Ninguém se mostrava ansioso a respeito de quem tinha condições de ganhá-la.O jogo havia sido jogado e o PSDB parecia imbatível.
A vantagem de FHC sobre seus oponentes era, no entanto, muito menor que a de Dilma hoje. Naquela pesquisa de novembro de 1997, realizada pelo Ibope, obtinha 41%, seguido por Lula com 16% e Sarney com 9%.
Sua liderança permaneceu modesta nos primeiros meses de 1998: em março, segundo o Datafolha, repetiu os 41% (com Lula alcançando 25% e sem Sarney). Caiu a pouco mais de 30% entre abril e junho, e voltou aos 40% daí em diante. Na véspera da eleição, atingiu o pico, com 49%. Nas muitas pesquisas sobre a próxima eleição feitas ao longo de 2012, Dilma nunca obteve menos que 55% e muitas vezes chegou aos 60%. Mesmo quando se colocaram na lista nomes apenas para fazer barulho, como o de Joaquim Barbosa.
Quem achou, em 1997, que FHC iria ganhar com seus 40%, não errou. Um presidente bem avaliado, em um momento em que o País vai bem (ou parece andar bem), tem tudo para vencer. De onde, então, tiram os analistas da “grande imprensa” seu ceticismo em relação às chances de reeleição de Dilma? De onde vem seu afã em identificar os “formidáveis adversários” que poderiam derrotá-la?
Com a divulgação, esta semana, do novo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), compilado pela Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, ficamos sabendo que o Brasil estacionou na 85ª posição entre os 187 países avaliados. Com base num índice compósito de indicadores de renda, educação (anos de estudo) e saúde (expectativa de vida), aquartelamos no mesmo patamar que a Jamaica e Omã, o que soa pouco animador, mas também não quer dizer nada. Dói bem mais, nestes primeiros dias de Papa Francisco, saber que estamos 40 posições atrás da Argentina. No topo da pirâmide permanece a Noruega, seguida da Austrália e com os Estados Unidos em terceiro.
Em compensação, a pirâmide se inverteria caso algum órgão mundial medisse o grau de estresse das nações. É bastante provável que os Estados Unidos disparariam e atolariam como o país menos equipado para lidar com esse malaise infiltrado na nossa vida urbana.
Um livro recém-lançado por uma pesquisadora e professora de Assistência Social em Bryn Mawr, na Pensilvânia, disseca a obsessão dos americanos com estresse. Para Dana Becker, a autora do “One Nation Under Stress: The Trouble With Stress as an Idea” (“Uma nação estressada: O problema do estresse como conceito”, pela Oxford University Press), o distúrbio foi abraçado pela sociedade e transformado em cultura, quase status.
Declarar-se estressado passou a significar inserção e ascensão social. Segundo dados da Associação Americana de Psicologia, 80% dos americanos consideram que o estresse faz parte de suas vidas; 73% acreditam ter a saúde afetada pelo coquetel de falta de tempo, preocupação, insatisfação, ressentimento, solidão, ansiedade, e tudo o mais que nos aflige.
Foi no longínquo final do século XIX que o neurologista nova-iorquino George Beard popularizou o termo “neurastenia” como um distúrbio essencialmente americano. Para Beard, a condição representava “tanto a mobilidade social da vida [nos Estados Unidos] como o alto preço que a população paga pelo rápido crescimento industrial e pelo crescente materialismo da sociedade”.
Só quase um século depois surgiu o trabalho pioneiro de um endocrinologista húngaro radicado nos Estados Unidos, Hans Selye, sobre o estresse como conceito médico e seus efeitos sobre o corpo humano. Selye pesquisava os cataclismos psicológicos gerados pela Grande Depressão e pela II Guerra Mundial quando publicou, em 1956, “O estresse da vida”. A palavra, em português, está dicionarizada no “Houaiss” desde 1975.
A saudável bronca de Dana Becker, a autora do livro de agora, é com o status que o distúrbio adquiriu na sociedade de seu país. “Estamos usando o termo para tudo — de unha encravada à guerra contra o terror”, resume ela.
Becker analisou a enxurrada de trabalhos publicados sobre o estresse decorrente da jornada dupla da mulher e se impacienta com a natureza das recomendações para dirimir o problema: ingerir quinoa, praticar ioga, recorrer à autoajuda. Ficam em segundo plano as condições sociais que geram o estresse. “A seguir essa trilha nos distanciamos cada vez mais de medidas sociais, como tornar compatíveis horários de creche e escola com o trabalho, por exemplo.” Seu olhar é o mesmo sobre outras áreas: “Pobreza tem a ver com investimentos, não com serotonina. Jovens gays precisam de políticas eficazes de combate ao bullying, e não apenas de terapia”, acredita.
No ano passado, o espirituoso artigo de um escritor e cartunista americano intitulado “The Busy Trap“ (algo como “A armadilha de estar ocupado”) tornou-se viral no país. Publicado num dos blogs do “New York Times”, foi um dos dez textos do ano de maior repercussão. Nele, o autor, Tim Kreider, admitia não apenas que tinha tempo sobrando, mas que gostava de ser desocupado em meio a um mar de amigos que se vangloriavam de não dispor de tempo livre.
Foi um assombro nacional, entre a heresia e a libertação. E antes que fosse acusado de fazer uma apologia elitista do ócio, Kreider esclareceu saber que quem tem três empregos porque precisa e gasta duas horas na condução não é uma pessoa ocupada — é uma pessoa exausta.
O que para a maioria dos americanos ainda é visto como renúncia, na Inglaterra sempre foi saudado como saber supremo: acumular o mínimo possível de obrigações, sobretudo as autoimpostas “Nossa visão de futuro deveria mirar no pleno desemprego, para que possamos desfrutar da recreação”, já ensinava com convicção o escritor e inventor britânico Arthur C. Clarke, autor de “2001: Uma odisseia no espaço”.
Assim como só poderia ser britânica uma publicação que tem por título “The Idler” (“O ocioso”) e sobrevive em plena era do estresse. A missão e o princípio da publicação constam dos estatutos:
“Explorar alternativas para a ética do trabalho e promover a arte de não fazer nada.”
Na sede londrina do clube/livraria de mesmo nome, a Academia Idler, é oferecida uma variada gama de cursos e palestras — ukulele, filosofia, latim, marcenaria. Todas as quintas-feiras. Ou quase todas, para não cansar.
Até quando a mistificação resistirá ao ciclo da transparência que a tecnologia inaugura em muitas frentes do cotidiano? Não chegará o momento em que o ser humano, por mais esforço que realize para encobrir a verdade, será impelido, pelo apuro de aparatos tecnológicos, a colocar os pontos nos Is? Episódios da esfera criminal, aqui e alhures, têm dado vazão à hipótese de que o caminho da verdade, sempre estreito ao longo da história, ganha amplitude na modernidade sob o empuxo de engenhosa estrutura que abriga técnicas sofisticadas de investigação, máquinas que flagram o movimento nas ruas, retórica mais científica de operadores do Direito para desmontar versões e hipóteses, tudo convergindo para desvendar fatos polêmicos.
O goleiro Bruno, depois de negar por bom tempo, acabou admitindo ter participado do episódio que culminou com a morte da amante, a ex-modelo Eliza Samudio.
Noutro caso, vestígios de alga, descobertos por um biólogo no sapato do ex-policial e advogado Mizael Bispo, foram usados para comprovar que o indiciado esteve na represa em que foi encontrada a ex-namorada Mércia Nakashima. Um gol da tecnologia. Já dedos de silicone com impressão digital de médicos e enfermeiros, usados para fraudar o ponto eletrônico de um hospital público, em São Paulo, foram flagrados pela Polícia. Nesse caso, o tiro da tecnologia saiu pela culatra.
Chamou a atenção, nesses casos de ampla repercussão, o emprego da tecnologia; de um lado, como ferramenta para descobrir a verdade, de outro, para encobri-la. A alga e o silicone se apresentaram como anverso e reverso da tecnologia que começa a balizar costumes e práticas.
Dos eventos criminais acima mencionados, pinça-se a hipótese de que o uso de ferramentas tecnológicas tanto pode contribuir para pavimentar os caminhos do Direito, iluminar o altar da Justiça e arejar a administração pública quanto pode servir de escudo a criminosos.
Questão intrigante é: por que têm aumentado a criminalidade, quando se sabe que a lupa é, hoje, mais calibrada? Hipótese razoável comporta fatores como deterioração nos padrões de vida das margens, conflitos provocados por gangues, assassinatos cometidos por grupos paramilitares (como no passado, em São Paulo e Rio de Janeiro), enfim, clima generalizado de insatisfação.
Não é este o caso. A paisagem, mesmo exibindo buracos nas frentes da saúde, educação e segurança, não chegou a um nível capaz de produzir rasgos de monta no tecido social.
Se fixarmos a vista no hilário caso dos dedos de silicone, podemos enxergar outra hipótese. O ilícito parece ter ligação com o baú cultural, precisamente com a gaveta que guarda traços do caráter nacional, como engenhosidade, criatividade, matreirice, vivacidade, ou, como se costuma dizer, o jeitinho brasileiro.
Ora, à primeira vista, o ponto eletrônico seria barreira intransponível para feitores de maracutaias. Como sair da enrascada? Manipulando a química do silicone para tirar a impressão digital de profissionais de estabelecimentos públicos; pagando um pedágio para o responsável pelo sistema; e, pimba, passando os dedinhos no aparelho. Equação final: médicos que deveriam dar cinco plantões por mês acabavam trabalhando apenas um.
Eis a sacada do jeitinho que jamais tira férias. Vez ou outra ele aparece mal ajambrado, nivelado por baixo. Basta ver degustações apressadas de bolachas e chocolates em corredores de supermercados, que acabam com os “surrupiadores” tendo de ver sua estrepolia em vídeos gravados; bem arrumado, o jeitinho mostra a cara no andar mais elevado das camadas. Por exemplo, quando serve para ajustar contas públicas e maquiar metas fiscais.
Guido Mantega, o ministro da Fazenda, pediu ao prefeito Haddad, de São Paulo, para adiar o reajustamento de passagens no início do ano. Maneira de aliviar o índice de inflação. A maquinação envolveu outras manobras, como o abatimento dos investimentos realizados no PAC e resgate de R$ 12,4 bilhões do Fundo Soberano do Brasil para cumprir a meta de superávit primário de 3,1% do Produto Interno Bruto.
O jeitinho é uma faceta do caráter brasileiro, usado como chave para abrir o cadeado da burocracia ou como manobra para fugir ao formalismo, de ranço bacharelista, que se deixa ver na pletora de leis, decretos, medidas, portarias, regulamentações.
Alguns imaginam que o cobertor legalista é capaz de cobrir nossa complexa e mestiça formação cultural. Ademais, como lembra Roberto daMatta, o “jeitinho se confunde com corrupção e é transgressão, porque ela desiguala o que deveria ser obrigatoriamente tratado com igualdade”.
Daí a necessidade de se combater a persistência do estilo aristocrático de lidar com a lei, que, segundo o antropólogo, “induz o chefe, o diretor, o dono, o patrão, o governador, o presidente, a passar por cima da lei” porque dela se acham donos.Por isso, o bordão continua fazendo eco: “todos são iguais perante a lei, mas a lei não é igual para todos”.
De tão enraizado, o jeitinho acaba colaborando para a formação do estado de anomia, um território dominado pela desordem. Veja-se o estacionamento em vagas para pessoas idosas e deficientes. Ou as faixas para pedestres e bicicletas. A desmoralização se escancara à vista de todos.
O amortecimento social chega a ponto que a barbárie se espalha por ambientes que, por natureza, deveriam ser exemplos de grandes cuidados. Um hospital, por exemplo. De seus profissionais espera-se zelo pela vida. Daí a perplexidade ante a monstruosidade que teria sido perpetrada num hospital evangélico de Curitiba, onde uma médica é acusada de ter mandado desligar aparelhos de pacientes. A se confirmar a denúncia, estamos diante de uma “técnica de alto impacto” para “desentulhar” uma UTI e, assim, fazer correr a fila em um corredor que mais se assemelha ao da morte.
Baixem-se as cortinas com o Barão de Montesquieu espiando a cena e proclamando: “parece-me que não há povo que não tenha sua crueldade particular”. No nosso caso, com um jeitinho todo providencial. 17 de março de 2013 Gaudêncio Torquato
A economia brasileira está numa certa encrenca. O Banco Central admite que a inflação está alta e se acomodando num patamar mais elevado, mas demonstra ter limitações para fazer seu trabalho. Os juros foram politizados e a presidente está em campanha para a reeleição. O BNDES tem errado, persistido no erro e mesmo assim está convencido de que está certo.
A ata do Copom tem um parágrafo surrealista. O BC admite que a inflação está espalhada e resistente. Que a dinâmica é desfavorável, que o fenômeno pode não ser temporário e que a inflação pode se acomodar em patamar mais alto. Dito isso, a conclusão só pode ser elevação de juros, a ferramenta que se tem para lutar contra o problema. Mas ele conclui que a política monetária deve ser usada com cautela.
Em outro momento da ata o BC diz que trabalha com a hipótese de R$ 155,9 bilhões de superávit primário este ano e de 3,1% do PIB no ano que vem. Nesse ponto mostra um espantoso alheamento da realidade. Como todos viram, a Fazenda mudou tanto a fórmula das contas públicas que os indicadores perderam parte da consistência e, além disso, está dando sucessivos sinais de que o superávit primário será reduzido.
O próprio BC fez uma mudança de termômetro desconcertante. Quem for, daqui a alguns anos, ler as atas para alguma tese acadêmica ou à procura de uma série estatística, ficará confuso. Na ata de janeiro, está escrito que a inadimplência total tinha recuado de 5,9% para 5,8% e o calote das pessoas físicas tinha aumentado de 7,8% para 7,9%. Na ata seguinte, de março, milagrosamente a taxa geral ficou estável em 3,7% e a de pessoa física ficou estável em 5,5%.
Como assim a inadimplência caiu tanto de uma reunião para outra? Simples. O termômetro foi alterado. E por uma mera nota publicada pelo BC mudaram-se os critérios. O BC passou a misturar crédito livre, que envolve as operações comuns de mercado, com crédito direcionado, subsidiado pela Caixa, principalmente para financiamento imobiliário e crédito rural. Fez a inadimplência da pessoa física cair de 7,9% para 5,5%. Assim fica fácil.
Os economistas têm dificuldade de explicar de onde virá o crescimento. Há expectativa de que a indústria e os investimentos voltem a crescer. Mas, quando se olha setor a setor, o quadro não é bom. O segmento de petróleo e gás ficou cinco anos sem rodadas de licitação. A torcida é para que a atual dê certo.
A Petrobras enfrenta queda da produção e viu seu caixa sangrar com o subsídio da gasolina. As ações da OGX caíram para o patamar mais baixo da história. A indústria do álcool está com mais esperança, mas enfrenta competição desleal do combustível fóssil. A construção civil cresceu demais e enfrenta desafios da mão de obra. O momento é de entrega de projetos, redução de dívidas, e não de novos lançamentos.
O custo do frete para exportação da soja aumentou 50%, segundo a AEB. No início de 2012, o transporte da tonelada do grão, do interior do Mato Grosso ao porto de Santos, custava US$ 100. Este ano bateu em US$ 150 porque o diesel ficou mais caro, houve mudança na legislação trabalhista dos motoristas e os gargalos na infraestrutura provocam filas de caminhões. O real desvalorizou. Tudo isso gera custo.
A bolsa é termômetro de confiança porque investidores tentam antecipar períodos de crescimento que aumentem os lucros. O Ibovespa está em queda de 6%. Outras bolsas estão melhores. O Dow Jones, da bolsa americana, sobe 11% no ano e atingiu o pico.
O BNDES colhe sucessivas controvérsias e insucessos na política de campeões nacionais, o BNDESpar aumentou a concentração de suas participações. Continua emprestando muito a poucos.
Seus números gordos de liberação desafinam diante da queda de 4% na taxa de investimento. Com todo esse quadro, tudo o que se pode dizer é que a economia está vivendo uma série de encrencas, das quais não se sabe como sairá.