"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



segunda-feira, 4 de março de 2013

ATROPELADO POR TEMER, ODACIR KLEIN QUER SER APENAS CO-PILOTO

 

Pois mal e mal nem explicou o caso dos seus seguranças pessoais habitarem ao arrepio da lei uma mansão no centro de São Paulo, Michel Temer vai mostrando quem é que manda nos dois governos Dilma - o titular que ela encabeça a mando de Lula e o da Série-B em que Lula manda, mas não manda em Temer.
É Michel Temer quem volta seus tentáculos - Epa, tentáculo é de polvo - para o seu Ministério da Agricultura. Como de hábito, Michel finge que deixa pra lá as docas santistas e outras menos notórias - mas nem por isso menos impublicáveis - para cuidar de agropeculiaridades.

Sem alardes e sem riquefafes, bruxo Michel, o vice-mais presidente da história da República, apontou sua vara mágica para o estapafúrdio condutor Odacir Klein que já dirigiu os Transportes nos áureos tempos em que bafejou FHC.

Atropelado pela impostura de Michel, Klein não quis ultrapassar os limites e meteu o pé no freio. Deixou a caravana da sorte passar e resolveu pegar carona na boléia. Ao invés de dirigir, vai ser apenas co-piloto.

A qualquer momento, antes mesmo que Dilma ponha o pé no estribo, Klein deve receber a carteirinha de secretário-geral da pasta que está lotada de passageiros permanentes que transitam à toda brida no Ministério que era dirigido em alta velocidade por Wagner Rossi, um dos cinesíforos prediletos desse grande táxi da rede de veículos públicos que integram a frota de Michel Temer.

04 de março de 2013
sanatório da notícia

LÁ DAS BANDAS DO SANATÓRIO...

 
E se você perguntar a caravana passa?
 
Deixe seu coração inquieto latir, ou diga a César só o que faz a boa fortuna de César.

Se a caravana de Lula sobre os 10 Anos de Poder aparecer amanhã ou depois pela sua cidade, por favor, não fique só parado aí, ouvindo a autolouvação.
 
Pergunte, sobre 2005, o Ano que Não Existiu; e não seja indelicado, pergunte se Rose vai bem e coisa e tal, se ele tem ficha de orelhão, ou se precisa de crédito no celular igual ao aparelhinho aquele que o senador Demóstenes Torres ganhou de Carlinhos Cachoeira.

Depois então, se você ainda estiver inteiro, pergunte assim como quem não quer nada, a que horas ele vai falar sobre os assassinatos dos prefeitos petistas Toninho do PT e Celso Daniel; pergunte e me avise.
 
Mas não pare por aí - se você deixar o Cara respirar você dorme - vá em frente e diga para ele rouquejar a respeito de algumas coisinhas que ficaram pra trás e ninguém fala mais.
Peça que ele diga algo só a respeito de coisinhas bobas banalizadas de 2003 pra cá; besteirinhas como essas das quais você ainda se lembra com uma leve impressão de que podem ser chamadas de escândalos:

* Caso Pinheiro Landim
* Caso Celso Daniel
* Caso Toninho do PT
* Escândalo dos Grampos Contra Políticos da Bahia
* Escândalo do Propinoduto (também conhecido como Caso Rodrigo Silveirinha)
* CPI do Banestado
* Escândalo da Suposta Ligação do PT com o MST
* Escândalo da Suposta Ligação do PT com a FARC
* Escândalo dos Gastos Públicos dos Ministros
* Irregularidades do Fome Zero
* Escândalo do DNIT (envolvendo os ministros Anderson Adauto e Sérgio Pimentel)
* Escândalo do Ministério do Trabalho
* Licitação Para a Compra de Gêneros Básicos
* Caso Agnelo Queiroz (O ministro recebeu diárias do COB para os Jogos Panamericanos)
* Escândalo do Ministério dos Esportes (Uso da estrutura do ministério para organizar a festa de aniversário do ministro Agnelo Queizoz)
* Operação Anaconda
* Escândalo dos Gafanhotos (ou Máfia dos Gafanhotos)
* Caso José Eduardo Dutra
* Escândalo dos Frangos (em Roraima)
* Várias Aberturas de Licitações da Presidência da República Para a Compra de Artigos de Luxo
* Escândalo da Norospar (Associação Beneficente de Saúde do Noroeste do Paraná)
* Expulsão dos Políticos do PT
* Escândalo dos Bingos (Primeira grave crise política do governo Lula) (ou Caso Waldomiro Diniz)
* Lei de Responsabilidade Fiscal (Recuos do governo federal da LRF)
* Escândalo da ONG Ágora
* Escândalo dos Corpos (Licitação do Governo Federal para a compra de 750 copos de cristal para vinho, champagne, licor e whisky)
* Caso Henrique Meirelles
* Caso Luiz Augusto Candiota (Diretor de Política Monetária do BC, é acusado de movimentar as contas no exterior e demitido por não explicar a movimentação)
* Caso Cássio Caseb
* Caso Kroll
* Conselho Federal de Jornalismo
* Escândalo dos Vampiros
* Escândalo das Fotos de Herzog
* Uso dos Ministros dos Assessores em Campanha Eleitoral de 2004
* Abuso de Medidas Provisórias no Governo Lula entre 2003 e 2004 (mais de 300)
* Escândalo dos Correios (Segunda grave crise política do governo Lula. Também conhecido como Caso Maurício Marinho)
* Escândalo do IRB
* Escândalo da Novadata
* Escândalo da Usina de Itaipu
* Escândalo das Furnas
* Escândalo do Mensalão (Terceira grave crise política do governo. Também conhecido como Mensalão)
* Escândalo do Leão & Leão (República de Ribeirão Preto ou Máfia do Lixo ou Caso Leão & Leão)
* Escândalo da Secom
* Esquema de Corrupção no Diretório Nacional do PT
* Escândalo do Valerioduto
* Escândalo do Brasil Telecom (também conhecido como Escândalo do Portugal Telecom ou Escândalo da Itália Telecom)
* Escândalo da CPEM
* Escândalo da SEBRAE (ou Caso Paulo Okamotto)
* Caso Marka/FonteCindam
* Escândalo dos Dólares na Cueca
* Escândalo do Banco Santos
* Escândalo Daniel Dantas - Grupo Opportunity (ou Caso Daniel Dantas)
* Escândalo da Interbrazil
* Caso Toninho da Barcelona
* Escândalo da Gamecorp-Telemar (ou Caso Lulinha)
* Caso dos Dólares de Cuba
* Doação de Roupas da Lu Alckmin (esposa do Geraldo Alckimin)
* Doação de Terninhos da Marísia da Silva (esposa do presidente Lula)
* Escândalo da Nossa Caixa
* Escândalo da Quebra do Sigilo Bancário do Caseiro Francenildo (Quarta grave crise política do governo Lula. Também conhecido como Caso Francenildo Santos Costa)
* Escândalo das Cartilhas do PT
* Escândalo do Banco BMG (Empréstimos para aposentados)
* Escândalo do Proer
* Escândalo dos Fundos de Pensão
* Escândalo dos Grampos na Abin
* Escândalo do Foro de São Paulo
* Esquema do Plano Safra Legal (Máfia dos Cupins)
* Escândalo do Mensalinho
* Escândalo das Vendas de Madeira da Amazônia (ou Escândalo Ministério do Meio Ambiente).
* 69 CPIs Abafadas pelo Geraldo Alckmin (em São Paulo)
* Escândalo de Corrupção dos Ministros no Governo Lula
* Crise da Varig
* Escândalo das Sanguessugas (Quinta grave crise política do governo Lula. Inicialmente conhecida como Operação Sanguessuga e Escândalo das Ambulâncias)
* Escândalo dos Gastos de Combustíveis dos Deputados
* CPI da Imigração Ilegal
* CPI do Tráfico de Armas
* Escândalo da Suposta Ligação do PT com o PCC
* Escândalo da Suposta Ligação do PT com o MLST
* Operação Confraria
* Operação Dominó
* Operação Saúva
* Escândalo do Vazamento de Informações da Operação Mão-de-Obra
* Escândalo dos Funcionários Federais Empregados que não Trabalhavam
* Mensalinho nas Prefeituras do Estado de São Paulo
* Escândalo dos Grampos no TSE
* Escândalo do Dossiê (Sexta grave crise política do governo Lula)
* ONG Unitrabalho
* Escândalo dos Fiscais do IBAMA do Rio de Janeiro
* Escândalo da Renascer em Cristo
* Crise no Setor Aéreo Brasileiro
* CPI das ONGs
* Operação Testamento
* CPI do Apagão Aéreo (Câmara dos Deputados)
* CPI da Crise Aérea (Senado Federal e Câmara dos Deputados)
* Operação Hurricane (também conhecida Operação Furacão)
* Operação Navalha
* Operação Xeque-Mate
* Operação Moeda Verde
* Caso Renan Calheiros
* Operação Sétimo Céu
* Operação Hurricane II (também conhecida Operação Furacão II)
* Caso Joaquim Roriz (ou Operação Aquarela)
* Operação Hurricane III (também conhecida Operação Furacão III)
* Operação Águas Profundas (também conhecida como Caso Petrobras)
* Escândalo do Corinthians (ou caso MSI)

Ei, ei!... Acorde! É chato, fastidioso, repetitivo, a gente sabe disso. Mas é que o caravaneiro melhor do que ninguém sabe disso.
 
Então ele banaliza e deixa que você durma no ponto. Acorde! Você precisa escutar o que o palanqueiro contumaz tem para ladrar sobre os 10 Anos de Poder que, como nunca antes na história desse país, alguém exerceu com tanta voracidade e tão perdulária gastança. Deixe seu coração inquieto latir... Talvez a caravana nem passe.

RODAPÉ - Esse convite à indagação é pura utopia. Imagine se o caravaneiro vai deixar que alguém fale quando ele fala; e que história é essa de querer saber coisas que ele não quer que saibam?!? 
Vale nessa Democracia da Silva o que valia no velho e charmoso império romano: diz a César só o que faz a boa fortuna de César.
Agora, caravana virou moda no Brasil. Foi só Lula iniciar sua caravana nacional para exaltar seus 10 Anos de Poder que, Zé Dirceu - o mais novo papagaio de pirata da República - já ficou todo espevitado e vai sair por aí, mendigando companheiros que derrubem o Supremo Tribunal Federal e o livrem da cadeia.
Caravana assim é coisa de rico. Experimnente viajar no fim de semana com a a família, ali para a praiazinha que fica a 50 Km da cidade onde você vive e trabalha.

Veja quantos fins de semana desse tipo você pode repetir durante o mês.
Nem de pau-de-arara, tipo Bye Bye Brasil, você consegue. E, no entanto, você não se importa de financiar a gandaia dessa pandilha de sevandijas.
Sua mulher e seus filhos não merecem. Ou você é quem não os merece.
 
04 de março de 2013
sanatório da notícia

IMAGEM DO DIA

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  • Homem retira uma bicicleta de sua casa danificada no local da explosão de uma bomba em um bairro xiita de Karachi, Paquistão
    Homem retira uma bicicleta de sua casa danificada no local da explosão de uma bomba em um bairro xiita de Karachi, Paquistão - Asif Hassan/AFP
     
    04 de março de 2013

    "BEM-FEITO"

     

    O bem-amado Estádio do Pacaembu, santuário do futebol paulista desde sua inauguração, em 1940, viveu na semana passada uma noite triste. Com os portões fechados e seus 40.000 lugares vazios, o Pacaembu serviu como tribunal para um caso raro de aplicação de justiça imediata contra a criminalidade no futebol brasileiro de hoje. Serviu, também, para expor em praça pública o que pode ter sido a pior humilhação já vivida pelo Sport Club Corinthians Paulista em seus 102 anos de existência.

    Ali, como punição preliminar para o assassinato de um garoto boliviano de 14 anos de idade, morto na semana anterior por delinquentes da torcida organizada do Corinthians num jogo pela Taça Libertadores da América na Bolívia, o time “da casa” foi obrigado a jogar sem a presença do público. É uma vergonha que carimba o clube, perante o futebol mundial, como cúmplice ativo de criminosos. É também um caso em que se pode dizer com certeza: “Bem feito”.

    O Corinthians já começou a pagar, em dinheiro, a primeira parte da punição aplicada pelas autoridades esportivas latino-americanas. Ficou sem os 3 milhões de reais, ou até mais, que iria receber com a venda de ingressos na fase inicial da competição, e terá de devolver o valor das 85 000 entradas que tinha vendido antecipadamente. No julgamento definitivo do caso, mais adiante, o castigo pode ficar maior. Seja qual for a pena final, será pouco: se jogasse na Europa, o Corinthians estaria simplesmente excluído de qualquer competição internacional durante anos a fio.

    O fato realmente animador, na verdade, é o reconhecimento oficial de que o responsável por atos criminosos cometidos em partidas de futebol é o clube cuja torcida pratica a delinquência. Do ponto de vista penal, a responsabilidade pela morte do garoto Kevin Espada, no jogo disputado em Oruro, é de quem o matou; essa é uma questão para as autoridades da Bolívia, que já colocaram na cadeia, desde a noite do crime, doze integrantes da torcida Gaviões da Fiel. De todos os outros pontos de vista, a responsabilidade é, sim, do Corinthians.

    O clube, a Rede Globo (que conta com o Corinthians como um pilar de sua audiência) e boa parte da mídia esportiva falaram muito em punição “injusta”. Sustentam que o clube não tem nada a ver com a “conduta isolada” de torcedores marginais. É falso: o Corinthians tem tudo a ver, na pessoa do seu presidente, Mário Gobbi (um delegado de polícia, por sinal), e de todos os demais diretores da área de futebol profissional. Não apenas agem em cumplicidade aberta com os marginais das torcidas organizadas, mas garantem a sua existência — abrem as salas de diretoria para elas, financiam suas atividades e dão cobertura para os crimes que cometem.

    Uma dessas torcidas chama a si própria de Pavilhão Nove, em homenagem à sinistra e hoje extinta prisão do Carandiru, em São Paulo; um dos seus fundadores é o antecessor de Gobbi na presidência, Andrés Sánchez. Nada poderia mostrar tão bem as suas almas como a reação que tiveram diante do assassinato de Kevin. Fora umas poucas palavras apressadas para “lamentar” o fato, só pensaram numa coisa: quem vai nos ressarcir dos prejuízos? E o garoto — quem vai ressarci-lo pela perda da sua vida? O doutor Gobbi?

    O clube, através da sua torcida de delinquentes, pode agora associar-se a um segundo crime — o de obstrução da Justiça. Um advogado da Gaviões fez, de repente, a descoberta milagrosa de um culpado dos sonhos: com o aval prático da Rede Globo, apresentou um garoto de São Paulo como sendo o autor do crime. Por uma dessas coincidências extraordinárias da vida, o rapaz é menor de idade — e portanto está livre, pela lei brasileira, de receber qualquer tipo de punição.

    Foi uma coisa estranhíssima: o advogado, em vez de defender seu cliente, fez tudo para provar que ele era o culpado. A ideia, nessa estratégia genial, era obter a soltura imediata dos doze corintianos presos na noite do crime, entre os quais um dos principais chefes da Gaviões. Aconteceu, obviamente, a única coisa que poderia ter acontecido: as autoridades bolivianas não tomaram o menor conhecimento da história, pois está na cara que não podem soltar todo mundo só porque apareceu no Brasil, ou na Cochinchina, uma confissão que “muda tudo”.

    Sem uma atitude de verdadeiro respeito pela decência, ou pela lei, não adiantará nada distribuir a torcedores, para ser mostrados na Globo, cartazes pedindo “paz nos estádios”. Só machucando os clubes com penas pesadas seus diretores talvez comecem a se afastar da bandidagem.

    04 de março de 2013
    J.R. GUZZO (*), VEJA

    (*) O jornalista J.R.Guzzo é corintiano rijo, ativo e indiscutível desde sua primeira infância — mais especificamente desde 1954, ano em que o Corinthians sagrou-se “Campeão do IV Centenário” e tornou-se igualmente Campeão dos Centenários”, uma vez que havia conquistado o título paulista também em 1922, centenário da Independência.

    DEFESA DO ATRASO APROXIMA EDUARDO CAMPOS E PAULINHO DA FORÇA SINDICAL


     
    O PSB comanda a maior oposição a MP dos Portos, que privatiza a atividade portuária no Brasil e oportuniza que os novos investimentos não fiquem sujeitos ao sindicalismo nefasto que toma conta dos terminais do país. Ali, os práticos chegam a receber R$ 300 mil mensais e os exportadores e importadores tem que contratar mão-de-obra ao preço e quantidade definidos pelo OGMO, Órgão Gestor de Mão-de-Obra.
    O PSB não quer abrir os portos, para que os Portos de Pecém (Ceará) e Porto de Suape (Pernambuco) não tenham concorrência. E para que os governadores socialistas destes estados não percam o controle destas áreas portuárias para a Antaq, como prevê a medida provisória. Com isso, o coronel Eduardo Campos condena o resto do Nordeste e prejudica de forma profunda as economias do Norte e do Centro-Oeste. Por outro lado, a Força Sindical é quem domina a área, capitaneada pelo Paulinho da Força Sindical, que luta para manter os beneficios exagerados e imorais de certa classe de trabalhadores e os privilégios de empresários como Daniel Dantas e Jorge Gerdau.
    Hoje Eduardo Campos, governador do Pernambuco e presidente do PSB, o candidato do atraso à Presidência da República, se encontra com Paulinho da Força Sindical, cujo currículo dispensa maiores apresentações. Os dois vão unir esforços para defender interesses pessoais e comprometer o futuro do país. Jamais Eduardo Campos poderá ter pauta econômica neste país. Será sempre lembrado pela sua luta em favor do atraso. Leia mais aqui.
     
    04 de março de 2013
    coroneLeaks

    E NÃO É QUE É?


     
    04 de março de 2013
    omascate

    AS INSTITUIÇÕES TITUBEIAM!

        
              Artigos - Governo do PT 
    Sou recente vítima de uma ideologia que estimula a criminalidade, de uma legislação que protege o bandido e deixa a vítima ao desabrigo, e de uma política de direitos humanos "politicamente correta".

    Foi assim. Saíramos para jantar, minha mulher e eu. Íamos, no carro dela, para um restaurante localizado em rua calma de Porto Alegre. Procurando onde estacionar, subimos a via até encontrar vaga. Dali, caminhamos no sentido inverso, rumo ao restaurante. Minha mulher seguia alguns passos adiante. Subitamente, um rapaz com o rosto semi-encoberto materializou-se ao meu lado. Surpreso com a aparição, esbocei um sorriso que pretendia significar - "Brincadeira sem graça, moço!".
     
    Creio que ele interpretou minha atitude como desrespeitosa e, por isso, retrucou ao meu sorriso com cara de poucos amigos. Cenho cerrado, baixou os olhos na direção da arma que apontava. Só nesse momento, acompanhando o olhar dele, vi a pistola e entendi o que estava acontecendo. Pediu-me a chave do carro, no que foi prontamente atendido, e a carteira, que acabei negociando pelo dinheiro que levava no bolso. Alguns metros adiante, um parceiro pedira para minha mulher que retornasse ao ponto onde eu estava sendo depenado. Em poucos segundos concretizou-se a operação.

    ***
    Muito já escrevi a respeito da ideologia que, escarrapachada nas fofas e seguras instâncias do Estado e do governo, dá causa à proliferação da criminalidade em nosso país. Tenho mostrado a tolerância das leis penais, clamado pela construção de mais e mais presídios, e reprovado as misericordiosas progressões de regime que desembocam num prematuro e fervilhante semiaberto.
    Tudo absolutamente em vão, claro. Emitia esses clamores motivado pelo relato de experiências alheias, muitas das quais bem mais aterrorizantes do que a minha. Aliás, a bem da verdade, o assalto que sofremos foi sem resistência nem insistência.
    Vapt-vupt. Eles queriam o carro e nós que sumissem dali tão depressa quanto possível. Com o ocorrido, entrei para as estatísticas. Tive meu choque de realidade.
     
    Sou recente vítima de uma ideologia que estimula a criminalidade, de uma legislação que protege o bandido e deixa a vítima ao desabrigo, e de uma política de direitos humanos "politicamente correta", perante a qual eu sou o malfeitor e o bandido é o justiceiro revolucionário. Aliás, essa é a tese do líder do PCC, o bandido Marcos Willians Herbas Camacho, mais conhecido como Marcola, que se for objeto de dissertação em muitos cursos de Direito do país garante título de mestrado com louvor. Escrita com palavras santimoniosas, a mesma tese já inspirou pelo menos uma Campanha da Fraternidade.
     
    Aqui no Rio Grande do Sul, durante o governo do petista Olívio Dutra, o Secretário de Justiça, desembargador aposentado João Paulo Bisol, diante de clamores sociais ante o vertiginoso crescimento da bandidagem, observou que também ele, secretário, se estivesse sem dinheiro, com filho doente precisando de remédios, não hesitaria em assaltar uma farmácia.
    Passaram-se mais de dez anos e até hoje só vi farmácias assaltadas pelo dinheiro do caixa. Nenhuma por comprimidos de antibiótico.
    Assim, passando a mão por cima, com plena vigência do desconcertante binômio "a polícia prende com razões para prender e a justiça solta com razões para soltar", tornamo-nos um país onde o crime é rentável, compensa e os bandidos passeiam em liberdade.
     
    Horas após o fato descrito acima, relatei-o sucintamente no Facebook. Em pouco tempo, mais de uma centena de mensagens se seguiram, descrevendo experiências semelhantes ou piores. Um bom número dessas vítimas, dispersas pelo Brasil, contavam terem sido assaltadas várias vezes (o recordista menciona 18 ocorrências).
    Pois bem, o silencioso ataque a um casal, a caminho do restaurante, numa rua tranquila de Porto Alegre, tem a ver com todos esses relatos e estes tem a ver com o surto de violência em Santa Catarina. Quando o Congresso decide fazer alguma coisa a esse respeito, como, por exemplo, retirando o direito a progressão de regime para quem comete crime hediondo, o STF declara a lei inconstitucional.
     
    Esgota-se a paciência dos brasileiros. Infames linchamentos, que vez por outra ocorrem em regiões diferentes do país, decorrem, em boa parte, da descrença social nas instituições do aparelho estatal voltadas para a proteção dos cidadãos. O crime, organizado ou desorganizado, declarou guerra à sociedade e é inequívoco: as instituições titubeiam!
     
    04 de março de 2013
    Percival Puggina

    O PAPA E OS PAPALVOS

        
              Artigos - Religião 
    Sei que a liberdade de imprensa é fundamental, mas é exatamente esta que invoco para mostrar a idiotice, senão a má intenção, dos comentários da mídia sobre o assunto.

    Uma amiga católica falou-me que as especulações jornalísticas sobre a renúncia do Papa Bento XVI e o próximo Conclave soavam como invasão de sua vida, assim como se alguém se sentisse no direito de entrar em sua casa e determinar onde e como deveriam ser guardadas sua louça, suas roupas e jóias.

    Dei toda razão a ela. Com exceção dos comunicados oficiais do Vaticano e de comentários como os do Padre Paulo Ricardo Azevedo, Percival Puggina, Hermes Rodrigues Nery, Timothy George (Benedict XVI, the Great Augustinian) e outros católicos interessados no bem da Igreja, a maioria dos comentários que tenho lido são de papalvos (1) que se metem onde não foram chamados e falam sobre o que não entendem e nem lhes interessa. Estranho é que para a mídia amestrada a Igreja é uma estrutura arcaica que não interessa mais. Basta um Papa renunciar e é um ‘Deus nos acuda’, um rebuliço, não se fala noutra coisa!

    É próprio dos papalvos se darem ares de entendidos e com ‘fontes seguras’ que não podem citar. A maioria deles publica idéias frutos de suas próprias elucubrações como se fossem oriundas de ‘fontes internas do Vaticano’ e entrevistas em off para se mostrarem melhor informados do que a média dos seus leitores. Se der certo, por chute, esperam se tornar eminentes ‘formadores de opinião’, se der errado ninguém lembrará mesmo de suas patacoadas!

    Isto se tornou claríssimo, por exemplo, nas teorias sobre a renúncia de Bento XVI: foi ‘pressão’, foi a finalização de ‘acordos secretos’ na Cúria, foi para ‘esconder os casos de pedofilia’ ou, alternativamente, ‘porque exigiam que abrisse os casos de padres pedófilos’, e assim vai.
    Ninguém se interessa pelo que disse o próprio Papa. Ou, como diz Timothy George (op.cit.): tal como Santo Agostinho, o Papa resolveu retirar-se para uma vida de contemplação e oração. Sua dissertação de doutorado foi sobre ‘O Povo e a Casa de Deus na Doutrina de Agostinho sobre a Igreja’.

    Sei que a liberdade de imprensa é fundamental, mas é exatamente esta que invoco para mostrar a idiotice, senão a má intenção, dos comentários da mídia sobre o assunto. Não sou católico, mas como tenho deixado sempre claro, considero que a Igreja Católica com suas raízes no judaísmo representa o eixo em torno do qual se desenvolve a civilização ocidental com suas noções de defesa da vida desde a concepção, da liberdade individual, justiça e amor ao próximo.
    Como não católico não me sinto autorizado por minha própria consciência para me imiscuir em assuntos de uma instituição que constantemente atacada, vilipendiada e perseguida, já dura mais de 2 mil anos. Posso no máximo desejar intimamente que ela permaneça fiel ao seu Fundador e conserve intactos Seus Mandamentos.
    Posso também desejar que a Igreja não se adapte aos ‘novos tempos’, pois estes tempos não são novos, senão que são tão antigos como a humanidade apresentados sob uma capa enganosa de novidade. Não passam da ação no mundo dos maiores inimigos da Igreja, como foram em todos os tempos.

    Não há ‘dilema entre a defesa da moralidade e ousadia para renovação’: esta é uma observação malévola dos que criticam a defesa das normas que mantém a humanidade razoavelmente bem organizada há séculos. Estranho é que estes são os primeiros a criticar a ‘falta de moralidade’ da Igreja quando falam dos ‘padres pedófilos’, quando as estatísticas comprovam que menos de que 3% dos atos de pedofilia ocorrem na Igreja. A grande maioria ocorre no seio das próprias famílias: são pais, tios e avós que abusam das crianças em seu próprio lar.

    Acusam o Vaticano de ter ‘muita instituição e pouca religião’. Mas o catolicismo é uma religião instituída por Jesus Cristo! Qual a contradição entre instituição e religião? Nenhuma para os católicos, mas qualquer um, ateus, pagãos, e seguidores de outras religiões se sentem autorizados a meter o bedelho em tudo que se refere ao catolicismo.

    Ai de quem criticar as seitas afro, como a umbanda ou o candomblé! Imediatamente será acusado de ‘preconceituoso’. Ai de quem sequer disser alguma coisa sobre o Corão! Será condenado e alvo de uma fatwã! Ai de quem fizer qualquer crítica aos judeus: é logo tachado de anti-semita.
    Mas a Igreja Católica não: é como um leito de Procusto (2) onde deve caber tudo que todos desejarem – seguidores de outras religiões, ateus, pagãos, politeístas e católicos ‘progressistas’ (3) – mesmo que para isto sejam mutilados conceitos básicos - e ‘esticadas’ as noções morais para caberem as exigências dos ‘novos tempos’: o aborto e a eutanásia, a imposição do movimento gay com os ‘casamentos’ entre quaisquer coisas, o fim do celibato, etc. A lista não tem fim.

    Felizmente, creio que a Igreja também não, e sobreviverá, como sempre o fez, a mais esses ataques.
     

    Notas:
    [1] Papalvo: parvo, pateta, boboca, cretino. Indivíduo que se deixa enganar facilmente.

    [2] Procusto era um bandido que vivia na serra de Elêusis. Em sua casa, ele tinha uma cama de ferro, que tinha seu exato tamanho, para a qual convidava todos os viajantes a se deitarem. Se os hóspedes fossem demasiados altos, ele amputava o excesso de comprimento para ajustá-los à cama, e os que tinham pequena estatura eram esticados até atingirem o comprimento suficiente. Uma vítima nunca se ajustava exatamente ao tamanho da cama porque Procrusto, secretamente, tinha duas camas de tamanhos diferentes.

    [3] Estes são os piores, pois se travestem de fiéis para atacar a instituição por dentro, como sugeria Gramsci.

    04 de março de 2013
    Heitor De Paola

    YOANI SÁNCHEZ

        
              Internacional - América Latina 
    Por demanda popular e porque muitos estão loucos para que eu diga algo a respeito, apesar de que eu já disse anteriormente tudo o que penso desta moça, passo levemente a “tocá-la com limão”.
     
    Nada me surpreende mais do que o alvoroço de alguns sobre as declarações de Yoani Sánchez. Desde o primeiro momento Yoani falou e defendeu os doutrinados em Cuba dos quais ela é parte primordial.
     
    Ao contrário, lhe estou muito agradecido por seus absurdos testemunhos porque somente Zoe Valdés na França recebeu mais queixas do que eu por nossas opiniões sobre esta dama que agora nos reivindica.
     
    Jamais, desde a primeira palavra impressa, ela se fez eco do exílio histórico cubano. Além disso, desses não pode dizer nem um pio porque ela sabe somente o que o doutrinamento castrista lhe inculcou.
     
    Quanto tempo teria durado sem que seus ossos tivessem sido enviados a Manto Negro, ou a qualquer dos cárceres cubanos para cumprir 20 anos, se tivesse dedicado três artigos defendendo, por exemplo, Luis Posada Carriles? Não teria passado do primeiro escrito. Ela sempre comentou sobre os aborrecimentos que padece a massa doutrinada. Coisas como que “há muito calor em Havana”, ou que “subiram os preços das frutas”. As mesmas incomodidades que o próprio Raúl Castro também critica...
     
    Nada de dizer que os irmãos Castro são uns filhos de uma cadela que desde há tempo merecem estar no Inferno. Eu adoraria ler algo proveniente de sua imaginação sobre o enorme sofrimento do presídio político cubano durante o “Plano Camilo Cienfuegos”... Daria qualquer coisa para que lhe perguntassem, quem foi Eduardo Capote? Não tem nem a menor idéia. Quem não sabe que a este compatriota lhe cortaram vários dedos de uma mão de um baionetaço?
     
    Se ela tivesse escrito celebrando a tentativa de voar Che Guevara em mil pedaços durante sua visita às Nações Unidas, agora o surpreso com suas declarações seria eu. Há uns rabiscos dela falando sobre a mochila que seu filho levou à escola. A qual cubano que verdadeiramente deseja a liberdade total de Cuba interessa isso? Evidentemente, talvez tenha recebido um prêmio de algum grupo esquerdista por esse bravo escrito. E para que ela aprenda: isso de “bravo escrito” é sim uma ironia.
     
    “Que se acabe o embargo em Cuba, que devolvam a Base Naval de Guantánamo” são palavras de ordem fidelistas desde há mais de 50 anos. Meteram isso na cabeça dos cubanos com um cinzel. E o de que libertem os cinco espiões é uma ladainha constante na Ilha da qual ela faz eco, porque isso é a única coisa que ela sabe fazer. Por que não tem a coragem de pedir a liberdade de Eduardo Arocena, o líder de Omega 7? Ela é expert em bobagens e em como estão caras as berinjelas em Guanabacoa.
     
    E que seja famosa, tampouco me alarma porque sei muito bem da forma em que se criam os ídolos de barro, desde a época em que tornaram um cantor norte-americano chamado Fabián famosíssimo, sem que ninguém o tivesse escutado jamais entoar uma simples melodia.
     
    Yoani Sánchez é uma ignorante absoluta da luta desenvolvida pelos cubanos. Asseguro-lhes que ela não pode dar cinco nomes de patriotas fuzilados no El Escambray. Não sabe quem foram os três principais líderes da Brigada 2506. Eu lhe daria o “Prêmio Esteban”, acompanhado por 16 pesos cubanos, se ela se atrevesse a escrever um artigo defendendo o Movimento Nacionalista, e sobre as atividades de Guillermo Novo, de Horacio Minguillón, Gaspar Jiménez, Virgilio Paz, Dionisio Suárez, Pedro Remón, Héctor Fabián, Aldo Rosado.
     
    Por que ela não disse algo sobre a morte de Abon Lee, o valente militar que pôs o cano em Camilo Cienfuegos por três vezes no Yaguajay? Por favor, nem sabe quem foi esse valente chinês!
     
    Eu não me atrevo a considerá-la uma agente castrista, simplesmente sustento que é uma representante dos que nos odeiam a nós, os verdadeiros inimigos do regime opressor, que desejamos sua destruição total. Quem não pede JUSTIÇA na hora da libertação, que se vá.
     
    Por que ela não dedica algumas horas em conversar com Tony de la Cova para quando voltar possa escrever sobre o ataque ao Moncada? Agora quando for a Miami deve visitar os escritórios de Alpha 66 para que veja - e possa refletir a respeito - as paredes cheias de fotos de mártires da luta.
     
    A ver quantos prêmios lhe dão por três artigos sobre Yarey, sobre Vicente Méndez e sobre Orlando Bosch. Eu lhes asseguro que se ela ler uma coleção de meus escritos durante 45 anos, discordará mais de mim do que de Raúl e Fidel Castro.
     
    Ah, e se alguém me quiser dizer que “ela vive lá e não aqui em liberdade”, antes deve averiguar com os güineros [1] para se inteirar se quando eu estava em Cuba me mantinha calado e submisso.

    Yoani (parte 2)

    Volto a falar de Yoani Sánchez e este é meu último artigo a respeito sobre ela. Não penso relegar meus ataque contra a tirania, nem ao comodismo, para me dedicar a esta moça. Quase todas as reações a meu escrito passado foram positivas, porém uns quantos pensam que eu não devia criticá-la. E a estes segundos, respeitosamente, dedico-lhes estas humildes linhas.
     
    A primeira coisa que desejo dizer aos que não estão de acordo comigo é que: se minhas duas queridas filhas se atrevessem publicamente a pedir a liberdade dos cinco espiões, eu lhes interromperia e reagiria da mesma maneira que fiz com Yoani.
     
    E adoro a memória de meus pais, mas se eles ressuscitassem e dissessem que consideravam que Gerardo Hernández e comparsas devem ser devolvidos a Cuba, seria a primeira vez que lhes faltaria com o respeito e lhes diria com descompostura: “Os senhores estão equivocados!”...
     
    E não detesto estes cinco tipos porque são espiões, senão por haver custado as vidas de uns jovens patriotas, decentes, honestos e que estavam somente conseguindo salvar compatriotas de perecer afogados no mar. Creiam-me, que o mínimo que Yoani merece por suas opiniões desatinadas é que os pais destes rapazes lhes puxem as orelhas ainda no aeroporto de Miami por falta de respeito.
     
    Alguém disse: “Quem é você para se atrever a criticar esta patriota?”. E eu respondo: quem diabos é Yoani Sánchez para que não possa ser tocada nem com a pétala de uma flor? Quem sou eu? Não sou nada do outro mundo, simplesmente um humilde cubano que 20 anos antes de Yoani nascer já estava publicamente defecando em Fidel Castro em qualquer esquina de minha cidade, nas guaguas [2], no Instituto de onde fui expulso por não aceitar a tirania e em todos os lugares.
     
    Que discordar dela divide o exílio e o povo cubano? Talvez, porém a maior divisão que o desterro cubano sofreu em 54 anos é ela quem está produzindo. Não há um só rincão do exílio cubano onde meus compatriotas não estejam se envolvendo por culpa desta jovem. Uns a favor e outros contra. A verdade é que este era um exílio cansado e calado até que esta moça pôs um pé no exterior.
     
    Sobre a Base Naval de Guantánamo todo cubano que estudou nossa história - e não foi doutrinado pelo regime -, sabe que os norte-americanos poderiam perfeitamente bem apropriar-se da Ilha aproveitando as condições espantosas em que se encontrava nossa Pátria, após o genocídio que Valeriano Weyler impôs, e simplesmente acordaram pôr uma Base lá e pagar mensalmente por ela. Finalmente, Guantánamo é o único território de Cuba próspero, livre e limpo.
     
    E sobre o Embargo a Cuba, lhes direi que isso não foi mais que uma tímida reação do governo norte-americano ante o roubo descarado de todas as propriedades americanas em nosso país. O correto teria sido que nesse instante invadissem Cuba e tirassem os ladrões a bombaços.
     
    Yoani, e 90 por cento de seus defensores, não eram nem nascidos quando Fidel Castro em todas as tribunas do país lançava insultos aos norte-americanos e gritava “Yankees go home”, zombava do Presidente deste país, lançava-lhes a culpa injustamente pela explosão de La Coubre. Com tudo isso, a realidade é que nesse momento os americanos simpatizavam com ele e lhe teriam dado vilas e castelos - em vez de fazer-lhe um embargo - se Fidel Castro os tivesse tratado decentemente.
     
    E certamente vocês sabem que se desaparecesse a desculpa do embargo, a tirania encontraria qualquer outro bode expiatório. Portanto eu, ao contrário de Yoani, o que peço é UM VERDADEIRO BLOQUEIO NAVAL onde não entre nem saia nem um simples alfinete. E aquilo cai em dois meses.
     
    Por último, que Yoani é muito valente? OK. Porém, vocês sabem por quê? Porque a tirania não lhe apertou o torniquete. Minhas heroínas são Olga Marrero, Alicia del Busto, Cari Roque, Polita Grau, Iliana Curra, Nelly Rojas, Ana Lázara Rodríguez, Agata Villarquide, Dora Delgado e centenas de prisioneiras mais, que sofreram muitíssimo anos de verdadeiro cautério, em condições infra-humanas, sem baixar as cabeças nem vacilar, firmes, recebendo baionetaços, comendo pura bazófia. Estas são as que sempre mereceram nossa homenagem.
     
    Porém, vivendo em um apartamento de luxo, cheio de computadores, de objetos elétricos, de telefones portáteis e patente de corso para escrever algumas obviedades e receber prêmios em dinheiro, não me produz nem a mais leve admiração. Enquanto isso, um sapato velho da defunta Zoila Aguila, a legendária Niña do Escambray, eu o depositaria em um museu da causa cubana.
    E colorim colorado, minhas opiniões sobre Yoani se acabaram.

    Notas da tradutora
     
    [1] “Güinero”, natural de Güines.
    [2] “Guagua” é uma espécie de ônibus comprido, velho, que serve de transporte urbano à população “a pé”, e que invariavelmente anda super-lotado.


    Comentário de um cubano:

    "Pois me parece que os que defendem as declarações de Yoani ignoram uma realidade demasiado clara para qualquer pessoa não cegada pelas manipulações do governo Castrista.
    O governo de Batista fazia o mesmo com os dedo-duros, os encarceravam por uns dias e depois os soltavam para ganhar a confiança dos opositores. Isto não é algo novo e todos os governos e até as agências governamentais o usam para infiltrar sua gente até nos grupos que facilitam a venda de drogas.

    Aqui o problema é que muitos ignoraram que nunca golpearam Yoani, nem lhe tiraram seus privilégios: computador, livros, linhas de internet, o trabalho do esposo, dinheiro abundante para suas compras especiais do último Windows. Nem sequer lhe hackearam para inutilizar seu computador. Isto, enquanto estas coisas não são livremente acessíveis ao cubano "a pé", muito menos a outros dissidentes.

    Um governo que envia suas hordas para golpear mulheres que caminham em fila com gladíolos em protesto pacífico (as Damas de Branco), que as golpeia e encarcera por ter a "ousadia" de pedir a liberdade de presos-políticos? Uma sociedade que encarcera um americano como Gross, por levar equipamentos de computadores aos judeus na ilha. E a Yoani? Bem, obrigada!... Que tão inteligentes são os que a defendem como uma heroína contra a tirania socialista? Creio que se equivocam os que acreditam que podem convencê-los...

    Para que perder tempo? Como os que saem por razões "políticas" e voltam de férias quando o governo não mudou e acreditam que não nos damos conta de que suas razões são meramente econômicas e continuam defendendo a revolução e "o comandante", e criticando o sistema "capitalista" do qual vivem.

    Afirmam que existe um "bloqueio" porque não sabem a diferença entre um bloqueio e um "embargo", e ignoram que mais de 75% dos produtos alimentícios e dos medicamentos em Cuba saem dos USA...
    Porém, em um país onde qualquer cidadão sem contatos no governo vive e come sob condições piores do que qualquer turista de classe média e lhe parece bem e normal, não pode esperar o respeito, que não ganhou, de qualquer ser humano que respeite a si mesmo".

    Esteban Fernández

    SABEMOS O QUE DEFENDEMOS E A QUEM DEFENDEMOS

        
              Artigos - Aborto 
    A Igreja — provada por 2 mil anos — sustenta uma verdade de amor que supera todos os equívocos da História os enganos ideológicos que são como o “psiu” da serpente, que prometem a panacéia utópica de realidades temporais, a qual se transforma em pesadelos totalitários e inumanos. Daí a “pérola da verdade” que a Igreja mantém como sã doutrina que permanece rocha inconcussa, a confirmar o que Jesus assegurou a Pedro: “As portas do inferno não prevalecerão”. Mas esta convicção requer de nós pôr a mão no arado, carregar a cruz e seguir Nosso Senhor Jesus Cristo. Daí o sentido da missão evangelizadora ser cada vez mais exigente, em meio a tantos desafios.

    Gostaria de dizer como Chesterton: “Sou o homem que — com grande ousadia — descobriu apenas o que havia sido descoberto antes: a Igreja é o caminho seguro da salvação”. É o que a experiência mostra com fartos exemplos do cotidiano. “Fora da Igreja não há salvação!” Isso é de uma tão grande atualidade, que nos fortalece quando nos vemos na tempestade da pós-modernidade. E quando o barco em que estamos parece não dar conta de tão grandes ondas adversas, ouvimos a voz de Jesus — que anda sobre as águas e acalma o mar — a nos dizer repetidas vezes: “Não tenham medo!”.


    O maior desafio é não se deixar levar pela correnteza daqueles que querem banir Deus do horizonte da História. E agora — mais do que nunca — é hora de reconhecermos que precisamos de Deus. Por isso rezamos e trabalhamos, para nos mantermos vinculados a Ele (daí o sentido da religião – re ligare), pois é este vínculo com o Altíssimo que irá garantir a vida eterna. Esta é a vida que nos interessa: a vida verdadeira.

    O apelo pela defesa da vida foi feito pelo papa João Paulo II, em sua memorável encíclica Evangelium Vitae. A defesa da vida, portanto, é hoje prioridade na missão evangelizadora, para que a vida digna seja condição para a vida plena na eternidade. É nesse campo que sopra mais forte o Espírito Santo, a exigir de nós uma atuação coerente com o Evangelho. A Evangelium Vitae é profética porque denunciou as novas ameaças à vida humana e as hostilidades contra a instituição familiar (e também contra a Igreja), demonstrando que tais ataques – cada vez mais intensos – não são espontâneos, mas planejados e sistematizados por poderosas forças culturais, políticas e econômicas, que têm como objetivo minar a sã doutrina católica, para relativizar e banalizar cada vez mais o sentido e o valor da vida, vulnerabilizando a pessoa humana a condições indignas de existência. Tais ataques fragilizaram a vida humana de modo especial na fase nascente (com a tragédia do aborto) e no seu ocaso (com a eutanásia), dentro de um contexto político que o próprio papa chamou de “conjura contra a vida”, em que forças ideológicas vão impondo estilos suicidas que se voltam contra o ser humano, agrilhoando-o a falsas necessidades e perversas ilusões.

    A Igreja quer vida para todos
    Há um embate que o papa chamou de “cultura da morte x cultura da vida”, em uma “guerra dos poderosos contra os débeis”. Realidade esta tão bem documentada e elucidada, por exemplo, por Edwin Black, em seu livro “A Guerra contra os Fracos – A eugenia e a campanha norte-americana para criar uma raça superior”. Os mesmos institutos e fundações norte-americanos que naquela época investiram nas pesquisas nazistas por uma “higiene racial” da espécie humana, (recorrendo às esterilizações), são as que hoje promovem o aborto e a eutanásia, no Brasil e no mundo. Através da permissividade legislativa, os poderes constituídos vêm aprovando leis contra a vida: descriminalizando o aborto, autorizando a eutanásia, permitindo o uso de embriões humanos em pesquisas científicas, ferindo a dignidade sacramental do matrimônio ao legitimar uniões do mesmo sexo, com o direito de adoção de crianças, negando assim o direito à criança da insubstituível e imprescindível paternidade e maternidade, indispensável à formação integral da pessoa humana. Por isso a Evangelium Vitae buscou sensibilizar os governantes e legisladores não apenas a elaborar e aprovar leis em favor da vida, como a sociedade de um modo geral a colocar-se ao lado da vida, na defesa do nascituro, do portador de necessidade especial, dos idosos, enfim, dos mais fragilizados do mundo, pois o que a Igreja quer é a vida para todos.

    A Igreja sofre com tudo isso, daí ser imprescindível a defesa da vida. Mas, afinal, que forças ideológicas são estas que formam o que a Evangelium Vitae chamou de “cultura da morte”? A Igreja não apenas sofre com tudo isso, mas é atingida por estas forças ideológicas, no que ela tem de mais sagrado. Há uma sutil estratégia, no intuito de tentar corroer inclusive por dentro da instituição, os seus princípios e valores, com uma metodologia muito sofisticada: descaracterizando conceitos, dando outro sentido e significado àquilo que a Igreja sempre anunciou como valor de vida, relativizando e debilitando a moral cristã, para viabilizar a aceitação de um ideário inteiramente anárquico. São forças antigas, antiqüíssimas, que já atuavam desde os primórdios da Igreja (a começar pela gnose), e que agora encontram na tecnologia e nos tantos meios de manipulação dos mass media, armas mais possantes visando atingir os alicerces da Igreja, numa somatória de esforços, com investidas luciferinas, com o propósito de destruir a fé cristã. De todas as religiões, é a doutrina católica apostólica romana a que se quer mais atingir. Estas forças ideológicas (o laicismo de raízes maçônicas e também anarquistas, o ateísmo agressivo, o fundamentalismo ambiental, o feminismo radical, o cientificismo huxleano, etc.) têm sido difundidas e sustentadas por instituições, organismos sociais e empresas, com vasta ramificação em todo o planeta, direcionando seus dardos principalmente contra a Igreja Católica.

    Na história recente, depois da Segunda Guerra Mundial, estas forças se intensificaram e passaram a atuar de modo mais sistematizado. Desde 1952, em departamentos da ONU, com o apoio crescente de grandes fundações internacionais (Rockefeller, Ford, entre outras) foi se estruturando no interior de muitas instituições, principalmente no meio universitário e das comunicações, e governos, um anticatolicismo, que superou o anticlericalismo do passado, pois agora é a doutrina moral católica que está seriamente ameaçada. “A perspectiva católica é um bom lugar para começar, tanto em termos filosóficos, sociológicos como teológicos, porque a posição católica é a mais desenvolvida – afirmou Frances Kissling, a fundadora da OnG “Católicas pelo Direito de Decidir” – que é católica só no nome, para confundir – Assim, se você puder refutar a posição católica, você refutou todas as demais. Se você derrubar a posição católica, você ganha”, enfatizou a líder feminista. O próprio Rockefeller tentou persuadir o Papa Paulo VI a “flexibilizar” a moral católica na Humanae Vitae, especialmente na questão do aborto. Até então havia muito investimento em contraceptivos. Mas Paulo VI, a exemplo do que faz hoje Bento XVI, permaneceu fiel à sã doutrina, e foi odiado por tantos, inclusive por muitos até de dentro da Igreja, pelo Santo Padre ter se posicionado com coerência, e ter tomado a difícil, mas necessária decisão da fidelidade ao Magistério da Igreja.

    Logo depois, Rockefeller, em meados de 1974, mudou de estratégia: aderiu ao feminismo radical para disseminar a ideologia de gênero para, aos poucos, ir minando na base, a doutrina católica, especialmente no campo da sexualidade. Todos os investimentos passaram a ser feitos em ONG’s, publicações, eventos, propaganda televisiva, flexibilização legislativa, e todo este rolo compressor midiático de apologia ao homossexualismo, à liberação do aborto, das drogas, da prostituição, etc. Sabiam que este seria mais um passo em uma profunda revolução, no âmbito da cultura e da moral, que poderia levar mais de 30 anos, mas houve planejamento, monitoramento, estratégia de manipulação e persistência, para moldar (através dos meios de comunicação), a nova geração a ser receptiva a uma nova mentalidade (contraceptiva, antinatalista, moralmente permissiva e anticristã). Esse é o pano de fundo histórico e cultural dos temas abordados corajosamente pela Evangelium Vitae. “Esta situação dramática do mundo – explica o Catecismo (409), – que ‘o mundo inteiro está sob o poder do Maligno ‘ (1Jo 5, 19), faz da vida do homem um combate: uma luta árdua contra o poder das trevas perpassa a história universal da humanidade”. E ressalta que “inserido nesta batalha, o homem deve lutar sempre para aderir ao bem não consegue alcançar a unidade interior senão com grandes labutas e o auxílio da graça de Deus”.

    O apelo lançado pela Evangelium Vitae pela defesa da vida deve mobilizar a sociedade nesta nova frente de batalha (e rogamos a intercessão de São Miguel Arcanjo!), pois vemos que os ataques contra a vida e a família, são também ataques contra a Igreja. Mas é promessa de Nosso Senhor Jesus Cristo de que ela não será inteiramente combalida. O próprio Catecismo afirma que “a consumação da Igreja e, através dela, a do mundo, na glória, não acontecerá sem grandes provações” (CIC, 769). É promessa de Jesus: “quem perseverar até o fim, será salvo!” (Mt 10, 22)

    O holocausto silencioso do aborto: ponta do iceberg
    A questão do aborto é a ponta do iceberg. Há um holocausto silencioso, vitimando milhares de seres humanos, a cada dia, em todas as partes do planeta vidas ceifadas ainda no ventre materno, do modo mais cruento e doloroso, pois o inimigo de Deus tem sede do sangue inocente. “Estamos todos na realidade presos pelas potências que de um modo anônimo nos manipulam”, afirmou Joseph Ratzinger em seu livro “Jesus de Nazaré”. Essas potências que atuam “de modo anônimo” têm expressão nos centros privados do poder, nas grandes fundações (como as já citadas Rockefeller, Ford, mas também MacArthur, a Buffet, a Bill & Melinda Gates, a IPPF, a Bemfam, o IPAS), na vasta rede de ONG’s feministas que defendem os direitos sexuais e reprodutivos, em agências da ONU, etc., que querem “construir o mundo de um modo autônomo, sem Deus” daí a obsessão pela manipulação da vida, com as possibilidades inquietantes em decorrência dos avanços biotecnológicos.

    Depois da obsessão por uma libertação que primeiramente se expressou por uma utopia social, agora quer se chegar a uma libertação mais profunda, contra até mesmo as condições biológicas do ser humano. “Aqui se ultrapassou, por assim dizer, a teologia da libertação política com uma antropológica”, explicou Ratzinger, em sua obra “O Sal da Terra”. Tais forças de poder atuam no esforço de um desmonte das estruturas civilizacionais do direito natural, e na arquitetura de uma engenharia social, tecnicamente planejada para um completo domínio da vida. O controle populacional faz parte desta estratégia. O aborto, portanto, é um aspecto sombrio desta terrível realidade que o papa chamou de “cultura da morte”.

    No Brasil, todas estas ideologias são contempladas e inseridas no Plano Nacional de Direitos Humanos – PNDH3, que causou assombro e perplexidade entre vários setores da sociedade, quando foi lançado pelo governo federal, em dezembro de 2009. O fato é que com o PNDH3, direitos humanos se transformam em palavra-de-ordem para justificar uma nova mentalidade e ordem mundial inteiramente amoral, em que a pessoa deixa de ser sujeito para se tornar objeto, destituída de humanidade, sem proteção e promoção, anulada em sua identidade e vítima de reducionismos aviltantes, em graus diferenciados de manipulação, que é a pior de todas as violências. Por isso a Igreja se posiciona em favor da vida, como fez valentemente Dom Luiz Gonzaga Bergonzini, bispo de Guarulhos, durante a campanha presidencial de 2010, denunciando o governo federal de estar comprometido com estas ideologias do mal, tão evidentes no PNDH3. Desde a publicação da Evangelium Vitae, tem havido iniciativas nesse sentido, em muitas partes do mundo. No Brasil, após a aprovação da Lei de Biossegurança (em março de 2005) esta mobilização vem crescendo. Tem surgido em várias dioceses, comissões diocesanas em defesa da vida, grupos de estudos na área de bioética, movimentos de leigos comprometidos com o Evangelho da Vida.

    Na Diocese de Taubaté, o nosso bispo Dom Carmo João Rhoden fundou, em 28 de outubro de 2005, o Movimento Legislação e Vida, que coordeno junto com o Pe. Ethewaldo Naufal L. Júnior, e também a comissão diocesana em defesa da vida. Realizamos vários seminários de bioética e um Congresso Internacional em Defesa da Vida, no Santuário de Nossa Senhora da Conceição Aparecida (em fevereiro de 2008). Desde então, junto com outras comissões diocesanas e demais grupos (como o Movimento Nacional da Cidadania pela Vida – Brasil Sem Aborto, que é suprapartidário e suprareligioso), estamos acompanhando em Brasília, os projetos de lei relacionados a vida e família que tramitam nas comissões do Congresso Nacional, bem como as deliberações no Supremo Tribunal Federal (como a ADIN 3510, a ADPF 54 e outras). Com um trabalho coordenado e integrado, temos conseguido importantes vitórias no campo legislativo. Em maio de 2008, por 33 x 0, o PL 1135/91, visando despenalizar o aborto no Brasil, foi rejeitado na Comissão de Seguridade Social e Família e também posteriormente pela Comissão de Constituição e Justiça. Promulgamos ainda no período em fui presidente da Câmara Municipal de São Bento do Sapucaí (2009-2010), a primeira lei orgânica pró-vida do País, incluindo no texto constitucional local o direito a vida desde a fecundação até a morte natural, com diretrizes do humanismo integral, destacando que o direito a vida é o primeiro e o principal de todos os direitos humanos.

    A nossa Diocese também lançou, em novembro de 2010 a Campanha “São Paulo pela Vida”, que conta hoje com o apoio da Comissão Regional em Defesa da Vida do Regional Sul 1 da CNBB. Esperamos através da iniciativa popular obter mais de 300 mil assinaturas para inserir na constituição do Estado de São Paulo o direito a vida desde a fecundação. Em nível federal, propomos ainda no 4º Encontro Brasileiro de Legisladores e Governantes pela Vida, no começo deste ano, que os deputados federais da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Vida trabalhem pela aprovação da PEC pela Vida, para através de emenda constitucional garantir o direito a vida de modo integral. O que já foi feito em nível municipal, esperamos conseguir em âmbito estadual e, se Deus quiser, também nacional. Nesse sentido, há ainda esforços pela aprovação do Estatuto do Nascituro. Todas estas iniciativas mostram que a Igreja está viva e atuante, apesar das tantas dificuldades existentes. O nosso trabalho em nível diocesano é feito em comunhão eclesial, com o bispo, o padre assessor e os leigos. E também integrado a outros grupos que trabalham nesse sentido, pois diz o Catecismo claramente que “a missão de Cristo e do Espírito Santo realiza-se na Igreja” (CIC, 737). Superando os problemas, vamos buscando – fiéis ao Magistério da Igreja – estarmos mais disponíveis à graça de Deus, pois é Ele quem opera.

    S. Afonso de Ligório é enfático em dizer que a oração deve preceder a ação, para estabelecer o vínculo perfeito que propicie a abundância das graças, que somente Deus pode oferecer a quem a Ele recorrer sinceramente. É o lema de São Bento “ora et labora” que atualiza a pedagogia de Deus no mistério da Igreja, orante e militante, na defesa da vida humana, de modo integral, na dimensão soteriológica, com a perspectiva para a realidade última pois a vida definitiva depende desta provisória, das nossas decisões e adesões que fazemos no dia-a-dia. E então somos levados a refletir: sobre que lastro construímos a nossa história? Nesse sentido, a Igreja confirma Jesus Cristo como “caminho, verdade e vida”, e é esta vida que defendemos: a vida nova proposta por Jesus, que começa aqui a ser edificada. Daí o imperativo bíblico tão atual: “Escolhe, pois, a Vida!”.


    04 de março de 2013
    Hermes Rodrigues Nery é coordenador da Comissão Diocesana em Defesa da Vida e do Movimento Legislação e Vida, da Diocese de Taubaté, especialista em Bioética, pós-graduado pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.

    O TEMPO É O SENHOR DA RAZÃO

                                      Agiotas do otimismo




    Basta olhar para os gráficos que retratam a evolução cadente do PIB nacional nos últimos anos para constatar:
    ao contrário da maioria dos demais países, até hoje o Brasil não conseguiu se recuperar do tsunami da crise mundial de 2009.
    Lá se vão quase cinco anos em que afundamos, noves fora o espasmo de crescimento do ano eleitoral, obtido à custa do crepitar da fogueira do gasto público e do crédito farto.
    Quem vai nos tirar deste atoleiro?

    Desde 2008, o crescimento acumulado pelo país é de 11%, o que dá uma média anual de 2,7%.Neste ritmo, nossa renda per capita - que teve crescimento zero em 2012 - levará quase 40 anos para dobrar.


    Tomando-se apenas o biênio perdido da gestão Dilma Rousseff, a média cai a 1,8%, a pior para um início de mandato desde o quase imbatível Fernando Collor de Mello.
    Mas não são apenas os dados agregados que amedrontam; os componentes do PIB explicitam uma situação ainda mais preocupante.

    Somos hoje uma economia dependente do consumo, ancorada na prestação de serviços de baixacomplexidade, exportadora de matérias-primas, com uma indústria em petição de miséria e investimentos paralisados graças ao intervencionismo do governo.

    No domingo, O Estado de S.Paulo mostrou, com base em estudo do Iedi, que, desde 2008, osetor de serviços foi único a sobreviver à tormenta econômica brasileira. Em contrapartida, neste período a indústria da transformação caiu quase 6% - passando a responder por apenas um naquinho do PIB, na pior situação em décadas - e a agropecuária ficou praticamente estagnada.

    Quem mais tem sofrido, porém, são os investimentos:
    em 2012 caíram 4%.

    Se eles não acontecem, os motores do crescimento não se reativam.
    O estudo do Iedi mostra que a alta acumulada deste quesito desde 2008 é de apenas 6%, enquanto o consumo escalou quase 29%.
    O mercado brasileiro acaba tendo que ser suprido por produtos estrangeiros: nestes quatro anos, as importações subiram quase 35% e as exportações, só 6%, ainda de acordo com o Iedi.

    Mais:
    apenas o déficit da balança de serviços mais que dobrou e chegou a US$ 41 bilhões no ano passado, informa O Globo hoje.
    Que não restem dúvidas:
    a gestão petista está provando de seu próprio veneno.

    A postura intervencionista, aguçada na gestão Dilma, instaurou a desconfiança entre os empresários e os novos negócios estão à míngua, com baixas chances de reversão até o fim deste ano.
    Quem é responsável por este desgoverno?
    Desde que foi apresentada à nação como "mãe do PAC", Dilma Rousseff vem sendo cantada em prosa e verso como gestora das mais eficientes. Olhemos para o Brasil destes últimos dois anos e reflitamos: o que a presidente fez de bom ao país até agora?

    Em que ela comprovou sua proverbial sapiência de gestora?
    Dilma gastou metade de seu mandato refazendo o que fizera, desdizendo o que dissera,decidindo para depois voltar atrás. Tomou atitudes intempestivas e temerárias, como a revisão atabalhoada dos contratos de energia elétrica, ao mesmo tempo em que afundou de vez nossa maior empresa, a Petrobras.
    Sob seu governo, os investimentos só contribuíram com 2% do crescimento do PIB, de acordo com cálculos da MB Associados publicados hoje pelo Valor Econômico.
    Este dado não deixa margens para dúvidas:
    a "mãe do PAC", a gestora implacável, é uma madrasta megera de um filho cada vez mais renegado.

    A única esperança concreta de melhoria que se avista são as concessões em setores de infraestrutura. Ou seja, a chance de recuperação da economia repousa naquilo que o PT sempre repudiou, mas, finalmente, resolveu abraçar depois de anos de relutância e sectarismo.
    Conclusão:
    aquilo que pode dar certo, os petistas não sabem e não gostam de fazer.

    A gestão Dilma desperdiçou estes dois últimos anos tentando convencer os brasileiros de quetudo ia bem. Baseou seu comportamento em previsões tão favoráveis quanto irrealistas.
    Perdeu tempo precioso.
    Enquanto outras nações aproveitaram para sacodir a poeira da crise e voltar a crescer, agiu como agiota do otimismo.
    Deu no que deu.


    Fonte: Instituto Teotônio VilelaAgiotas do otimismo
    04 de março de 2013