"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sábado, 13 de outubro de 2012

2012: O FIM DOS PARTIDOS POLÍTICOS


Com a condenação do PT pelo STF no processo do Mensalão, onde ficou provado que uma quadrilha comprou várias agremiações politicas para votarem a seu favor no Congresso, fica evidenciado o fim dos partidos políticos no Brasil, neste ano de 2012 do Senhor.
Não vou escrever uma tese, até mesmo porque não sou um cientista político, mas tão somente um curioso e interessado blogueiro que, às vezes, teima em ter o domínio do fato.
 
Para mostrar como partido político é apenas um amontoado de segundos na TV e um monte de dinheiro público do fundo partidário, vou pegar o caso do candidato a prefeito em Curitiba, Gustavo Fruet.
Este valente deputado foi o mais feroz e combativo adversário do PT na crise do Mensalão, encarnando tudo o que o Brasil sonhava ver em um tucano. Saiu de lá como um dos mais promissores nomes da politica brasileira.
 
Após tentar ser candidato ao Senado pelo PSDB, foi literalmente gelado pelo tucano José Richa, prefeito de Curitiba, que impediu a sua candidatura por todos os meios. Resultado: Fruet foi para o PDT, onde candidatou-se e perdeu a eleição por poucos votos.
Agora está no segundo turno da eleição para prefeito, após derrotar nas urnas o atual prefeito Ducci, que era vice de Richa e que assumiu o cargo, quando este foi eleito governador, em 2010.
Deu um troco histórico naquele que o descartou.
 
Agora saibam que os idealizadores da candidatura de Fruet em Curitiba são os ministros Paulo Bernardo e Gleisi Hoffmann. É o PT aliado ao PDT, dando sustentação, dinheiro e logística a campanha do curitibano que já foi tucano. Lembrem que Fruet foi o sub-relator de movimentações financeiras da CPMI dos Correios e que, hoje, quem comanda a estatal é o paranaense Paulo Bernardo, atual ministro das Comunicações.
 
O mundo é pequeno, o universo dos partidos brasileiros é menor ainda. Na verdade, este é apenas um exemplo da falência dos partidos politicos no Brasil.
Portanto, botem as suas fichas em pessoas que tenham a sua limpa. Independente de arranjos partidários, se eu fosse curitibano, votaria em Gustavo Fruet. Olharia para a sua foto, para a sua biografia, taparia o nariz para os seus arranjos partidários, até mesmo para o seu passeio pela bela capital paranaense de mãos dadas com a musa da fome, Marina Silva. Melhor do que eleger um Ratinho, de um PSC cujo símbolo é um peixe, mas que bem poderia ser um microfone enrolado em cédulas de dinheiro.
Bancado por Lula, por sinal.
 
13 de outubro de 2012
in coroneLeaks

A VISÃO CONSTITUCIONAL DE UM GÊNIO CHAMADO GRACILIANO RAMOS

 

Preocupado com a reforma da Constituição Brasileira, no final do Estado Novo de Vargas, Graciliano Ramos fez em artigo de jornal uma denúncia por demais atual, uma denúncia ao Poder Político.
A seguir, são citados fragmentos dessa escrita, parecendo que o escritor alagoano já tinha consciência de fatos que até hoje existem em nosso país.



BURACO NA CONSTITUIÇÃO

“A Constituição da República tem um buraco. É possível que tenha muitos, mas sou pouco exigente e satisfaço-me com referir-me a um só. Possuímos, segundo dizem os entendidos, três poderes – o Executivo, que é o dono da casa, o Legislativo e o Judiciário, moços de recados, gente assalariada para o patrão fazer figura e deitar empáfia diante das visitas.
Resta ainda um quarto poder, coisa vaga, imponderável mas que é tacitamente considerado o sumários dos três

Aí está o rombo na constituição, rombo a ser preenchido quando ela for revista, metendo-se nela a figura interessante do chefe político, que é a única força de verdade. O resto é lorota… Todos eles são mais ou menos chefes. Não se sabe bem de que, mas é certo que o são. Graúdos, risonhos, nutridos, polidos, escovados, envernizados, lá estão inchando, inchando. São os grossos batráquios da lagoa republicana.

Muito menos volumosos, coaxam pelos cantos chefitos incolores, numerosos, em chusma, minúsculas pererecas de poças d’água… São, a um tempo, intendentes ou prefeitos, juízes, promotores, advogados e jurados, conselheiros municipais, comissários de policia e inspetores de quarteirão. Realizam a pluralidade na unidade! E ainda há quem duvide do mistério da Santíssima Trindade…

Ponha-se, pois, o chefe político no galarim (NR – ápice) e mande-se à fava o resto. Metam-no, honestamente, em letra de forma. Entre ele, triunfante, com armas e bagagens, em nosso magno estatuto.

Peguemos o chefe político, agitemo-lo no ar e berremos o estribilho com que a imprensa, há tempos, nos anda a amolar – a Constituição da República precisa de uma revisão.

(in Jornal de Alagoas – Maceió, março de 1945).

QUE NOME DAR A ESTE TEMPO

 

 No mundo só há passado, e o passado cresce a cada dia, como resumiu o escritor argentino Macedônio Fernandez: hoy hay más pasado que ayer. O passado cresce, e o futuro, na vida dos homens e das nações, é uma vaga hipótese.
A morte do historiador Eric Hobsbawm suscita uma curiosidade: se ele vivesse mais meio século – e não sabemos como o mundo será então, se ainda houver o mundo – como ele definiria essa segunda década do milênio novo?
Ele não chegou a tratar do tema, mas a sua formação marxista naturalmente o levaria a constatar, como outros pensadores do fim do século passado, que a inteligência política está se tornando escassa nestes anos.


Hobsbawm e suas “Eras”

O neoliberalismo – essa mancebia entre o poderio militar dos Estados Unidos, os grandes bancos e a insensatez dos governantes dos maiores países do mundo – continua indestrutível e indiferente à crise que sua ganância provocou. Em Getafe, uma cidade ao sul de Madri, esta semana, 15 mil pessoas fizeram fila diante de uma empresa que necessita de 150 empregados: cem candidatos por vaga.

O recrutamento está sendo feito por uma empresa terceirizada, que não explica de que trabalho se trata (em uma fábrica de implementos agrícolas), não informa se o trabalho será permanente ou temporário, nem qual será a remuneração.

O desemprego na Europa, mais grave nos países meridionais, ameaça atingir as economias sólidas do continente. Há dias, o New York Times noticiava que famintos buscam comida nas latas de lixo da Espanha – e, em algumas cidades, as autoridades, com preocupação sanitária, colocaram cadeados nas tampas.
Mas as elites espanholas passeiam nas nuvens. Ainda agora, houve quem dissesse, em Madri, que a Cúpula Iberoamericana de Cádiz, no mês que vem, demonstrará a “presença civilizatória da Espanha na América Latina”.

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DESEMPREGO

O problema mais grave é o do desemprego. As medidas de austeridade só beneficiam os grandes credores dos Estados, que são os banqueiros. Ora, todos os dias novas revelações demonstram que as maiores instituições mundiais de crédito se tornaram quadrilhas de bandidos.
Os governos nacionais anunciam – como o da Inglaterra – legislações reguladoras severas, mas não vão adiante. Enquanto isso, o Goldman Sachs continua a governar diretamente a Itália, com Mário Monti, e a administrar as finanças da União Européia, com Mario Draghi no BCE.

Nos Estados Unidos, as eleições de novembro estão sendo disputadas polegada a polegada por Obama e Romney: desde Eisenhower, a grande nação do Norte vem sendo governada por homens menores – e Kennedy não escapa dessa definição. Para nós, da América Latina, Obama parece melhor, mas, tratando-se da Casa Branca, nunca se sabe. Em seu segundo mandato, ele poderá ser outro – e pior.

De qualquer forma, o grande país terá que encontrar, e já, um líder como foram Andrew Jackson, Lincoln ou Roosevelt, a fim de retornar aos princípios sob os quais conduziram o sistema. Do contrário será difícil impedir o declínio, apesar de seu imenso poderio militar.

Esse poderio, no entanto, está sendo posto à prova no Oriente Médio. Os Estados Unidos estão encontrando dificuldades em salvar a face na retirada do Iraque e do Afeganistão, por uma simples razão: eles já a perderam, desde que Bush decidiu invadir os dois países. Como confessou Richard Clarke, especialista em “contra-terrorismo” – desde o governo Reagan e encarregado do planejamento das operações de combate aos muçulmanos desde o governo Clinton -, tudo começou com uma deslavada mentira.

Todos sabiam que o Iraque nada tinha a ver com a Al Qaeda e menos ainda com a explosão das Torres Gêmeas. Mas era preciso mostrar o poderio americano contra o Iraque (já debilitado pelos bombardeios cotidianos, durante dez anos), o menos despótico dos países do Oriente Médio.

Talvez o historiador que vier a suceder Hobsbawm no futuro defina este nosso tempo como “A Era Vazia”. Mas há sinais de que a resistência da razão humanística pode vir a prevalecer. Os cidadãos começam a refletir e a ocupar as ruas das grandes cidades do mundo.
O neoliberalismo globalizador tem sido contestado, desde seu início, pela lucidez de grandes pensadores, muitos deles europeus e norte-americanos. Entre eles, o próprio Hobsbawm, que nunca renegou o marxismo, mas soube repensá-lo, na análise da história e da sociedade dos homens.

VIETNÃ EXORTA A CHINA A SOLUCIONAR DIFERENÇAS AMISTOSAMENTE

 

 Além dos graves problemas de disputa de ilhas com o Japão, a China também tem divergências com o Vietnã, pelo mesmo motivo, criando um clima de tensão naquela parte do Oceano Pacífico. Num mundo já desestabilizado por problemas econômicos e sociais, essas disputas de territórios trazem grande preocupação aos analistas internacionais.



Segundo a agência Prensa Latina, a chancelaria do Vietnã exortou a China a respeitar o que ambos os países já estabeleceram para a solução das questões marítimas, em prol do desenvolvimento das relações de amizade e cooperação, paz e estabilidade na região.

Na coletiva de imprensa, seu porta-voz Luong Thanh Nghi considerou que a China cometeu ações interpretadas como violatórias à soberania do Vietnã nos arquipélagos de Hoang Sa (Paracel) e Truong Sa (Spratly).

O diplomata recordou o pronunciamento bilateral de princípios básicos compartilhado por ambos os Estados em outubro de 2011 e a declaração de conduta das partes concernentes no diferendo no Mar do Leste, assinado pela China e a Associação de nações do Sudeste Asiático (Asean) em 2012.

Entre recentes atos que qualificou de preocupantes, o representante vietnamita citou a formação da cidade de Sansha, o hasteamento de uma bandeira chinesa em uma das ilhas no dia 1º de outubro, bem como os exercícios militares da Frota de Nahai nas zonas em litígio dois dias depois.

LIVRE PENSAR É SÓ PENSAR (MILLÔR FERNANDES)

 


QUEDA DE BRAÇO COM A TV GLOBO PELO HORÁRIO DOS JOGOS NOTURNOS

 

Um projeto de lei municipal pode causar transtornos para a TV Globo, detentora dos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro, Carioca e da Copa do Brasil, entre outras competições. A matéria, de autoria do vereador Leonel Brizola Neto (PDT), estabelece que todas as competições esportivas realizadas em estádios na cidade do Rio devem ser encerradas até as 23h.



Com isso, não poderiam ser realizados com início às 21h45, horário no qual a emissora exibe as partidas nas quartas-feiras. A lei, a ser votada na próxima terça-feira (16), estabelece multa de R$ 980.000 para os organizadores, em caso de descumprimento, e pode subir para R$ 1.960.000,00 para os reincidentes. Outra sanção prevista é a suspensão do alvará de funcionamento do local.

Resta saber se o lobby da radiodifusão e a bancada da bola conseguirão impedir a aprovação da lei tal como foi apresentada, com amplo apoio na casa.

Caso a lei passe por estes dois empecilhos, resta ainda o poder de veto do prefeito, que certamente será pressionado pela toda poderosa Globo.

(Artigo enviado por Paulo Peres. Fonte: www.jbonline.com.br)

QUARENTA ANOS DO LIVRO QUE FUNDOU A TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO

 

 Aconteceu em São Leopoldo, junto ao Instituto Humanitas da Unisinos dos Jesuítas, a celebração dos 40 anos do surgimento da Teologia da Libertação. Lá estiveram os principais representantes da América Latina, especialmente seu primeiro formulador, o peruano Gustavo Gutiérrez. Curiosamente, em 1971, sem que um soubesse do outro, tanto Gutiérrez (Peru), quanto Hugo Assman (Bolívia), Juan Luiz Segundo (Uruguai) e eu (Brasil) lançávamos nossos escritos, fundadores dessa teologia.



Eu, para burlar os órgãos de repressão dos militares, publicava todo mês, em 1971, um artigo numa revista para religiosas, “Sponsa Christi” (Esposa de Cristo), com o título “Jesus Cristo Libertador”. Em março de 1972, arrisquei sua publicação em forma de livro. As palavras “libertação” e “libertador” não podiam ser usadas publicamente. Custou muito ao advogado da Vozes convencer os agentes de que se tratava de um livro de teologia que não ameaçava a segurança nacional.

Qual a singularidade do livro (hoje na 21ª edição)? Ele apresentava, fundada numa exegese dos evangelhos, a figura de Jesus como libertador das opressões humanas. Com duas delas Ele se confrontou diretamente: a religiosa, sob a forma do farisaísmo da estrita observância das leis religiosas, e a política, a ocupação romana que requeria o reconhecimento do imperador como deus.
À opressão religiosa Jesus contrapôs uma “lei” maior, a do amor incondicional a Deus e ao próximo.

À política, ao invés de submeter-se ao império dos césares, ele anunciou o Reino de Deus. Esse Reino comportava uma revolução absoluta do cosmos, da sociedade, de cada pessoa e uma redefinição do sentido da vida à luz de Deus.

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LIBERTAÇÃO

Jesus agia com a autoridade e a convicção de alguém enviado do Pai para libertar a criação ferida pelas injustiças. Mostrava um poder que aplacava tempestades, curava doentes, ressuscitava mortos e enchia de esperança todo o povo. Algo realmente revolucionário iria acontecer: a irrupção do Reino, que é de Deus, mas também dos humanos por seu engajamento.

Nas duas frentes criou um conflito que o levou à cruz, executado em consequência de sua mensagem e de sua prática. Tudo indicava que sua utopia fora frustrada. Mas eis que aconteceu um evento inaudito. Ele havia ressuscitado. A ressurreição não deve ser identificada com a reanimação de seu cadáver, como a de Lázaro. Mas como a irrupção do ser novo, não mais sujeito ao espaço-tempo e à entropia natural da vida. Por isso, atravessava paredes, aparecia e desaparecia. Sua utopia do Reino, como transfiguração de todas as coisas, não podendo se realizar globalmente, se concretizou em sua pessoa mediante a ressurreição. É o Reino de Deus concretizado nele.

A ressurreição é o dado maior do cristianismo, sem o qual ele não se sustenta. Sem esse evento bem-aventurado, Jesus seria como tantos profetas sacrificados pelos sistemas de opressão. A ressurreição significa a grande libertação e também uma insurreição contra este mundo. Quem ressuscita não é um César, mas um crucificado. A ressurreição dá razão aos crucificados da história. Ela nos assegura que o algoz não triunfa sobre a vítima.

Anunciar um Jesus Cristo libertador no contexto de opressão que existia e que ainda persiste no Brasil e na América Latina era e é perigoso. Não só para a sociedade dominante, mas também para a Igreja que discrimina mulheres e leigos. Por isso seu sonho sempre será retomado por aqueles que se recusam a aceitar o mundo assim como existe. Talvez seja este o sentido de um livro escrito há 40 anos.

CONSTATAÇÃO PERTINENTE...



ALGUMAS CONSTATAÇÕES SOBRE O QUE FALARAM AS URNAS

 

Uma análise é possível fazer a partir dos resultados que saíram das urnas em primeiro turno: ter padrinho forte nem sempre é sinônimo de eleição garantida. Outro constatação: projetos desgastados são rejeitados pelo eleitorado. Em outras palavras, a mudança é sempre desejada pelo eleitor.



A realização do segundo turno em São Paulo, por exemplo, mostra que PSDB e PT têm dificuldades de aprovação dos seus projetos. Nem um deles é majoritário na cidade. Há ainda a uma tendência, que ficou explicitada na votação de Celso Russomanno, de optar por alternativas diferentes dos dois polos.

As participações da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na campanha de Fernando Haddad (PT), sem dúvida, ajudaram a alavancar a candidatura, mas não foram suficientes para definir o pleito. E, agora no segundo turno, o peso dos padrinhos fica menos importante. O eleitor já sabe quem está com quem e tem necessidade de saber mais sobre os projetos dos candidatos.

Algo semelhante aconteceu em Belo Horizonte, onde Dilma e Lula também fizeram campanha para o candidato Patrus Ananias (PT). Ainda assim, o prefeito Marcio Lacerda (PSB) venceu o petista no primeiro turno. É bem verdade que na capital mineira não existia uma terceira candidatura capaz de puxar votos e forçar um segundo turno. Mas a vitória de Lacerda é inquestionável.

Ao que tudo indica, a proposta mais empreendedora do socialista representou um frescor no projeto de gestão petista e foi aprovada pela população de Belo Horizonte.

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EM MINAS

Na região metropolitana de Belo Horizonte, a tendência também é observada. O candidato do PSDB Ademir Lucas, que já foi prefeito de Contagem, não conseguiu alcançar o segundo turno. O candidato petista Durval Ângelo, com o apoio da prefeita Marília Campos, foi para o segundo turno, mas terá o comunista Carlin Moura como rival. E a disputa será acirrada, Carlin foi o primeiro colocado no primeiro turno.

Em cidades do interior de Minas, onde o senador Aécio Neves e o governador Antonio Anastasia apostaram muitas fichas foram derrotados. Foi o que aconteceu em Juiz de Fora, onde o prefeito Custódio Mattos (PSDB) não conseguiu se reeleger, e em Uberlândia, onde o deputado petista Gilmar Machado venceu o candidato Luiz Humberto Carneiro (PSDB), que tinha o apoio do atual prefeito Odelmo Leão e da cúpula tucana.

Pelo menos nas cidades maiores, o eleitor demonstra que está pensando seu voto de forma mais independente, sem pesar muito os apoios e buscando optar mais por projetos. Essa independência é, sem dúvida, um aprimoramento da democracia brasileira.

ENTRE OBAMA E ROMNEY, A TRAGÉDIA AMERICANA

 

Obama atrás de Romney: 44% a 47%. Duas coisas muito ruins se juntaram para dar vantagem a um candidato fanfarrão como Romney: o desempenho de Obama no primeiro debate e o primeiro mandato de Obama.
 

 
Os Estados Unidos estão diante de uma situação singular: a Casa Branca é disputada por dois homens que merecem perder.
 
Obama foi um fiasco presidencial. No âmbito doméstico, pegou um país em crise econômica e não conseguiu sequer reduzi-la. No âmbito externo, a ilusão de que os Estados Unidos lidariam de uma outra maneira com os países árabes foi destruída pela realidade em pouco tempo. Uma pesquisa recente mostrou que para a maior parte da população árabe a relação com os americanos piorou com Obama.
 
Um presidente perder um segundo mandato é coisa rara nos Estados Unidos, mas Obama parece que vai conseguir. Se ele tivesse feito alguma coisa pela chamada voz rouca das ruas, a situação seria outra. Mas não fez. Quem chamou a atenção para a monstruosa iniquidade social dos Estados Unidos não foi Obama, mas o bilionário Warren Buffett, no conhecido artigo em que reclamou por pagar proporcionalmente menos impostos que sua secretária.
 
Para Obama caberia agora uma emenda em relação a seu grande slogan da campanha passada (yes, we can): “Não, não posso.”
 
E então temos Romney, com o esplendor de seu botox e dos cabelos pintados, um canastrão na linha de Ronald Reagan. Como Buffett, ele paga uma taxa amiga de impostos. Mas, ao contrário dele, não se sente minimamente incomodado. Repete as platitudes habituais em louvor da livre iniciativa, promete recolocar os Estados Unidos na condição de grande campeão do mundo livre, aspas, e vai se aproximando da Casa Branca.
 
Quando você olha para os dois, entende por que o economista Thomas Naylor, antigo professor da consagrada Universidade Duke, defende tenazmente a transformação do estado em que vive, Vermonte, numa pequena república independente de Washington. “O império está nu”, diz Naylor.
Quem acredita que os dois contendores podem vesti-lo acredita em tudo.

13 de outubro de 2012
 Paulo Nogueira (Diário do Centro do Mundo)
 

HADDAD SÓ MANDOU PARAR OS PAGAMENTOS DAS LICITAÇÕES FRAUDULENTAS, DEPOIS QUE A IMPRENSA DENUNCIOU


 
Em nota, o ex-ministro Fernando Haddad afirmou que, ao tomar conhecimento das suspeitas sobre os contratos, por meio de reportagens, determinou, em novembro de 2011, a suspensão de pagamentos às empresas e a análise do caso pela equipe de auditoria do Instituto de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

Segundo ele, sob seu comando, o Ministério da Educação (MEC) "agiu correta e rapidamente", e que a investigação em andamento no Tribunal de Contas da União é a "continuidade de apuração interna do Inep". Haddad informou que, quando ministro, deixou determinado que os resultados da auditoria interna do órgão fossem enviados ao tribunal e à Controladoria-Geral da União para as devidas providências.

O MEC alega ter tomado a iniciativa de instalar investigação interna tão logo foi informado de possíveis irregularidades no pregão. E que a presidência do Inep acionou os órgãos de controle e a Polícia Federal para constatar a originalidade de documentos apresentados.
 
"Neste momento, o ministério aguarda as conclusões para tomar as medidas cabíveis", diz nota do MEC, ressaltando que os pagamentos às empresas envolvidas foram interrompidos.
A suspensão só foi determinada 10 dias após as irregularidades serem divulgadas. O Estado não localizou ontem representantes das empresas Monal, DNA e Jeta. / A.R. e F.F. (Estadão)

DILMA QUERIA MANTER GENOÍNO NO SEU GOVERNO

A presidente Dilma Rousseff relutou em aceitar a demissão de José Genoino, condenado no julgamento do mensalão, segundo o Palácio do Planalto. Ex-presidente do PT, Genoino ocupava cargo de assessoria no Ministério da Defesa.
 
Na terça, foi condenado por corrupção ativa pelo Supremo Tribunal Federal e pediu exoneração. Segundo a Secretaria de Comunicação da Presidência, Dilma havia decidido, ao ser informada do pedido, que "o governo não demitiria o assessor, pois não havia, àquela altura, nenhuma razão para fazê-lo".
 
Ela teria comentado que "lamentava o fato de uma pessoa da estatura de Genoino estar naquela situação". Segundo a versão do Planalto, a presidente teria aceitado o pedido na quarta, após insistência de Genoino. A demissão do petista foi publicada no "Diário Oficial" de quinta. (Folha de São Paulo)

Comentário: se os petistas têm remorso em relação a Genoíno, por ele ter desviado dinheiro público para o PT sem ter roubado para ele, segundo dizem, por que cada um dos 20.000 cargos de confiança do partido não doa 10% de um salário a ele? Com salário médio de R$ 10 mil mensais, daria para arrecadar R$ 20 milhões. O corrupto poderia cumprir a sua pena despreocupado com o futuro, assim como o milionáro José Dirceu.
 
13 de outubro de 2012
in coroneLeaks

AS OBSERVAÇÕES IMPORTUNAS, MAS PERTINENTES, DE CELSO ARNALDO ARAÚJO

Mostra de Caravaggio no Palácio do Planalto: Dilma Rousseff, crítica búlgara, analisa o mestre do claro-escuro com uma visão inédita e complexa: “Ele é, sem sombra de dúvida, um grande pintor”


A expertise da presidente como monitora de artes já tinha sido demonstrada na visita da finada Hebe ao Palácio do Alvorada – durante a qual, por muito pouco, ela não convocou o Inspetor Clouseau para investigar o súbito aparecimento do nome de uma certa Elenira num quadro da pintora Djanira ali exposto.

Ok, qualquer um pode tomar Djanira como Elenira ─ esta nunca existiu, a não ser na leitura apressada de Dilma, mas Djanira não é inconfundível. Agora estamos falando de Caravaggio, Michelangelo Merisi da Caravaggio, patrimônio da humanidade, membro do olimpo supremo de pintores de todas as eras, criador de estilo absolutamente próprio, revolucionário a seu tempo e para sempre.

Em cooperação com o governo da Itália, seis telas de Caravaggio, depois de expostas com grande sucesso em São Paulo e Belo Horizonte, agora fazem escala em Brasília ─ mais precisamente no Palácio do Planalto. E não é para menos: a anfitriã, detentora de uma alentada penacoteca ─ uma pinacoteca num pendrive ─ se diz caravaggista de carteirinha. Coube a ela, é claro, inaugurar a mostra, aberta ao público até domingo, dia 14.

Esperem: entre os presentes não está Carlinhos Brown? Sim, Caravaggio é do timbau. É a ele que Dilma se dirige, inicialmente:

“Sabe, Carlinhos, eu tô muito feliz de te receber aqui. Uma exposição dessa ela…”
Pausa. Construções sintáticas como “uma exposição dessa ela” já estão a merecer uma “instalação de dilmês” no Museu da Língua Portuguesa. Sigamos.

“Uma exposição dessa ela exige certos cuidados. Nós vamos ver seis obras de um grande, mas um dos maiores pintores, é, não só, que a Itália deu pro mundo”.

É a primeira vez que vêm à tona, no discurso de inauguração, as únicas três coisas que Dilma sabe dizer sobre Caravaggio: ele não só é um grande, mas um dos maiores pintores; e veio da Itália. Isso será repetido logo diante, para não deixar dúvidas e esgotar o assunto.

Mas por que Caravaggio no Planalto? É fácil explicar ─ menos para Dilma:
“Eu queria dizê que pra mim é um momento especial porque nós estamos aqui numa obra moderna, original, que é o Palácio do Planalto. E ao mesmo tempo estamos recebendo seis telas dum dos maiores pintores”.


Hum. Certamente terá a fã número 1 de Caravaggio tentado estabelecer uma dicotomia temporal entre a obra contemporânea do mestre Niemeyer e as seculares, do mestre italiano. Uma espécie de “chiaroescuro” entre dois momentos da história das manifestações artísticas humanas. Sabe um quadro de Velázquez no Masp da Avenida Paulista? De nada, presidente. Mas esse “estamos aqui” e “ao mesmo tempo” ficou muito esquisito.

Já está achando que Dilma entende tanto de Caravaggio quanto Carlinhos Brown? Você se surpreenderá ao ouvir a porção Robert Hughes da presidente, desafiando até o state-of-the-art da história da arte:
“Que tem gente que diz que (Caravaggio) é do barroco. E eu, pessoalmente, acho que ele é maneirista”.


Hum, hum. Esse “é do barroco” já soa como a versão barraco de quem não sabe o que é ser barroco. E o “gente que diz” inclui aí os maiores críticos de arte do mundo. Bem, se Dilma não quer que Caravaggio seja barroco, azar dos barrocos e de Caravaggio.
Agora, se a crítica búlgara “acha” que ele é maneirista, ou seja, um representante do maneirismo, existe aí um pequeno problema cronológico.
O dia foi corrido, ela não deve ter conseguido decorar bem a ordem dos termos. Como se ensina nas aulas de arte do ensino médio – se bem que isso pode ter mudado, não sei ─ Caravaggio foi justamente quem deu nova vida à pintura italiana rompendo os artifícios da velha escola maneirista.

Ele opôs corpos reais, na bicromia claro-escuro, aos fantasmas maneiristas ─ figuras etéreas, ectópicas. Nas pinturas dele, santos ─ como o São Jerônimo exposto no Planalto ─ ganharam cara de gente comum. É o caso de dizer, Dilma: Caravaggio não foi, de maneira alguma, maneirista. Ao contrário.

Mas a aula de nossa guia não terminou. Depois de desafiar os historiadores, ela retorna ao conceito inicial, desta vez com um trocadilho sábio sobre o mestre do claro-escuro.
“Ele é, sem sombra de dúvida, um grande pintor”.


Perceberam o alcance do jogo de palavras? Claro, escuro, sem sombra, sem dúvida…
Faltava, porém, o toque mais pessoal da admiradora ─ ponto alto da apresentação. Sim, críticos também podem ter suas preferências:
“Eu queria dizê que ele é um dos pintores que na minha vida mais me impressionaram”, como se fosse possível que Caravaggio tivesse impressionado Dilma na vida de Marco Aurélio Garcia. Prossegue, mas vai complicar um pouco:

“Acho que ele tem um, uma própria, a vida dele é altamente dramática e, pra não dizer, em alguns aspectos, trágica”.

Dilma poderia estar falando de 98% dos pintores e artistas do milênio passado, sobretudo entre os séculos 15 e 19. Caravaggio tem algo especial:
“Mas ele foi sempre um grande, um grande (pausa dilmística)… degustador da vida. E isso tá expresso em cada pintura que ele nos legou”.


Claro, o homem inconvivível, que andava de cidade em cidade procurando briga, agredindo e sendo espancado, e que morreu aos 39 anos, da soma dos flagelos que recebeu, era um “degustador” da vida, na visão de Dilma e em “cada pintura que ele nos legou”.
Veja apenas o “São Jerônimo que escreve”, exposto no Planalto: a caveira pousada sobre o livro faz parte do menu-degustação de Caravaggio, que também foi fio-condutor de outro submovimento, o tenebrismo.
No fim, apesar do momento festivo, não podia faltar uma bronca da dona da casa:
“Lamento,viu embaixador, que a que eu mais gosto não tenha vindo, que é o Cupido Adormecido”.


Taí, título fácil de ser decorado. O quadro, de fato, é uma beleza ─ se bem que quem realmente gosta e entende um tantinho de arte nunca usaria um “mais gosto” em relação à pintura de um grande mestre.
Atenção: a esplendorosa mostra Caravaggio no Palácio do Planalto só vai até domingo. Antes de sair de casa, certifique-se de que o horário escolhido não cai no plantão da guia Dilma.



PS: Acabo de me dar conta, numa segunda leitura da transcrição do video (sim, o dilmismo exige pesados sacrifícios), de um detalhe que confirma a absoluta e categórica falta de intimidade entre a crítica búlgara e Caravaggio: durante todo o discurso de inauguração da mostra de “um dos maiores pintores”, ela não menciona uma única vez o nome de Caravaggio. Nem certo, nem errado. Nenhuma vez.

Tenho a impressão de que, na história da República, em qualquer campo da atividade humana, jamais um presidente da República tenha inaugurado alguma coisa ou homenageado alguém sem mencionar o nome próprio da coisa ou da pessoa.

Ou não decorou ou não sabe como se pronuncia Caravaggio — ou é um fenômeno de elisão, próprio do dilmês.

13 de outubro de 2012
Celso Arnaldo Araujo

DIRCEU E A DEMOCRACIA

POPULISMO, TRAIÇÃO E A VERDADE POR TRAS DO PAI DOS POBRES


 
Todo populista é, em síntese, um traidor. Afinal, ele trai os que nele votaram; trai os que nele acreditaram e trai a história de uma nação ao inserir nela páginas fantasiosas recheadas de mentiras e falsidades.

O populista é também o pior dos traidores. Como um vírus pernicioso; penetra nas defesas de um povo e as destrói, atacando seus pontos fracos e explorando suas vulnerabilidades com um discurso criado sob medida para iludir, enganar e seduzir os ouvidos mais desesperados.
Desta forma, trabalha minando os alicerces econômicos e sociais que permitem aos mais pobres melhorarem de vida e ascenderem socialmente de forma perene e sustentável.

Como um ilusionista, engana a plateia ávida por tudo, com a ilusão da resolução de seus problemas quando na verdade apenas maquia uma situação de penúria com uma momentânea ideia de pujança e fartura. Enquanto isso, usa e abusa dos aparatos do Estado em benefício próprio e mantém a estrutura social engessada como garantia de obter sempre uma “massa crítica” de “ouvidos ávidos” a sua disposição. Sem isso, não há como garantir a perpetuação de seus planos de poder.

Desta forma, o populista é prolífico em “soluções” imediatistas para os problemas que assolam as classes mais necessitadas, dando a elas a falsa impressão de ser um libertador ou um Messias reencarnado.
A verdade é que o “Pai dos Pobres” em pleno conhecimento de serem suas “soluções” para os problemas sociais e econômicos dos mais pobres meros paliativos travestidos de conquistas duradouras.
Ele sabe que assim, perpetuarão a condição de miséria de uma enorme parcela da população e, ao mesmo tempo, atuarão como elemento aprisionador da “vontade eleitoral” dessa massa que temerá perder suas “conquistas” no caso de uma alternância de poder.
 
Assim, o “Pai dos Pobres” cumpre o seu papel de “Messias Libertador” para a claque iludida ou cooptada; enquanto na realidade é um carrasco escravizador capaz de mantê-los reféns da miséria, do obscurantismo intelectual e de sua vontade para sempre.
 
Não é por acaso que faço essas colocações aqui. Desde a ascensão do “Lulismo” assistimos a essas práticas a todo momento. O mais estarrecedor (e um verdadeiro paradoxo) é o fato de que o próprio Lula criticava veementemente as famosas “bolsas auxílio”.
Segundo suas palavras elas eram criadas para enganar aqueles que só podiam “pensar com o estômago” devido a sua condição de miséria.
Mas, ao assumir o poder, Lula deixou de combater as reais causas da miséria e passou a proliferar essas bolsas como se fossem a solução de todos os problemas dos miseráveis de nosso país; no que foi seguido por sua sucessora.
 
Apesar de solucionarem algumas carências imediatas (e é aí que reside a enganação), as bolsas apenas mascaram a falta de renda e de perspectiva dessas populações.
Sua suspensão, invariavelmente, representa a volta imediata dos assistidos a condição de miseráveis instantaneamente; uma vez que as causas dessa miséria jamais foram atacadas e ainda estão presentes.
 
Ao mesmo tempo, as apregoadas conquistas visando garantir ganhos sociais aos mais pobres e aos trabalhadores médios, são anuladas por “falcatruas legais” realizadas através da utilização do aparelho do Estado objetivando subverter o sistema como forma de perpetuar um plano de poder e arrecadar verbas capazes de garantir a continuidade do populismo e engordar as contas bancárias dos “amigos do rei”.
 
Um exemplo claro disto é o que vem acontecendo no órgão fiscalizador do Ministério do Trabalho responsável pela fiscalização de infrações a lei trabalhista, fraudes no FGTS, combate ao trabalho infantil e ao trabalho em condições semelhantes a escravidão; a instituição vem sendo aparelhada politicamente e seus fiscais orientados a fazer “corpo mole” ao flagrar empresas contribuidoras do governo em infrações legais.
Ao mesmo tempo, os fiscais enfrentam forte resistência do próprio ministro (Brizola Neto PDT/RJ) e do Palácio do Planalto em relação a inclusão de empresas “amigas” nas listas sujas do trabalho escravo.
 
As denúncias partem auditora fiscal Vera Lúcia Albuquerque que pediu exoneração da chefia da Secretaria Nacional de Inspeção (SIT) do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego. Cargo que ocupava há cerca de um ano e dez meses. Ela afirma ter enfrentado toda sorte de pressões e imposições de políticos ligados ao governo visando impedir a punição de empresas transgressoras.
 
Ela relata em uma entrevista ao Blog do Sakamoto: “Estou indignada com o profundo desrespeito à inspeção do trabalho. Há uma tentativa de defender o empregador a qualquer preço.
O Ministério tem de estar a serviço da sociedade e não apenas de empregadores ou de interesses pessoais e partidários. Estão tentando colocar um cabresto político na inspeção do trabalho. Procurar o Ministro para tentar mostrar a ele os problemas não adianta, ele nunca aparece”.
 
Como pode ser visto facilmente, pelas declarações da ex-chefe da fiscalização, a sistemática de atuação de um governo populista consiste em dar com uma mão e tomar com a outra. Enquanto acena com benesses capazes de seduzir o chamado “povão”; atua “por baixo dos panos” para espoliar o Estado e o próprio povo, garantindo apenas para si as condições propícias para prosperar e se manter no poder.
Roubam, enganam e mentem com a facilidade própria dos psicopatas e se asseguram de escravizar eternamente aqueles a quem deveriam proteger com suas próprias vidas.
E você, ainda acredita neles?

13 de outubro de 2012
visão panorâmica

PERGUNTAS E RESPOSTAS, COM IVO PATARRA, AUTOR DO LIVRO "O CHEFE"


APRESENTADO NESTE BLOG, INTEGRALMENTE
 
http://www.youtube.com/watch?v=tZML99wbot8&feature=player_detailpage

13 de outubro de 2012

MEMÓRIA!

 Lula, chefe da gangue, e a câmera de João Salles...

Reunião da gangue lulista. Dirceu, Gushiken,Gilberto Carvalho, Mantega... Lula, flagrado pela câmara, tenta sair de fininho, o que remete ao caráter precário do chefe da quadrilha

http://migre.me/b7RFo

13 de outubro de 2012
Veja

"TRANSPARÊNCIA"

O país acompanha pela TV, ao vivo e em cores, o julgamento do mensalão e é testemunha de que tudo se passa na mais perfeita ordem democrática do estado de direito.

A pretexto de evitar a politização do julgamento, petistas ilustres, a começar pelo ex-presidente Lula, exerceram durante meses pressão nunca vista sobre o Supremo Tribunal Federal para que ele não se realizasse durante as eleições municipais.

A preocupação era tamanha que Lula chegou a ameaçar o ministro Gilmar Mendes de denunciar, na CPI do Cachoeira, uma suposta relação do ministro com o bicheiro, o que foi prontamente repelido. Tornado público o episódio, ficou claro que não havia o que denunciar, e o tiro saiu pela culatra.

Inevitável o julgamento, Lula passou a procurar outros ministros em busca de apoio à sua tese de que tudo não passou de uma farsa. A Dias Toffoli foi dito, em público pelo atual prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho, e em particular pelo próprio Lula, que ele não tinha o direito de se declarar impedido, mesmo tendo trabalhado sob as ordens do ex-ministro José Dirceu e assinado documento, na posição de delegado do PT, afirmando que o mensalão ainda estava para ser provado.

O ministro Ricardo Lewandowski recebeu Lula em casa, em São Bernardo do Campo, antes do julgamento. Essas pressões petistas foram as reveladas, uma pressão que, ao contrário, eles atribuem à “mídia conservadora” que estaria atuando para condenar “o governo popular”.

Mas os mínimos detalhes foram observados para que não se dissesse que o julgamento tinha qualquer laivo de tendenciosidade. O presidente do STF, Ayres Britto, abria sempre as sessões anunciando a Ação Penal 407, e encabeçava a lista dos réus com José Dirceu de Oliveira e Silva. A partir de um certo momento, deixou de citar o nome de Dirceu, dizendo genericamente que os réus eram conhecidos.

Também a palavra “mensalão” desapareceu da boca dos ministros, pois advogados de defesa alegaram que o nome era depreciativo e já embutia decisão sobre o caso.

Mas o revisor Lewandowski, sempre que pode, refere-se ao caso mineiro, lembrando que ele é a origem de tudo. É certo que ele não cita o PSDB, partido cuja regional de Minas envolveu-se originariamente com o lobista Marcos Valério para fazer, em termos locais, o mesmo que o PT faria em termos nacionais anos depois, mas a repetição mostra preocupação de relativizar o esquema denunciado pelo processo.

Os ministros do STF não perdem uma chance de explicar didaticamente as razões jurídicas que os levam a condenar alguns e absolver outros, e, quando há uma dúvida razoável, a discussão ganha até mesmo ares de confronto, com ministros sendo mais ríspidos do que deveriam, alterando a voz para impor suas convicções.

Em algumas ocasiões, especialmente nas primeiras sessões, houve até momentos em que ele esteve em risco, como quando Lewandowski ameaçou abandonar o plenário.

Dias Toffoli, na última sessão, chegou a dizer que seu colega Luiz Fux estava sendo “indelicado”. O relator Joaquim Barbosa, que não aguenta ser contestado sem revidar, cortou um comentário do mesmo Toffoli, que usou um “assalto a banco” para contestar a posição do relator sobre lavagem de dinheiro, afirmando: “Não é assalto a banco, mas é assalto aos cofres públicos”.

Lewandowski e Toffoli estão em minoria no plenário, isolados em suas posições na maioria dos casos, mas têm encontrado apoio nas questões relativas a lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, temas que são acessórios ao principal no julgamento, mas que têm grande importância tanto na hora de definir as penas quanto na formação de uma jurisprudência que vai influir nos julgamentos das várias instâncias da Justiça brasileira daqui para a frente.

O que se vê, então, é que os ministros do Supremo — a maioria nomeada por governos petistas — são capazes de discutir às vezes asperamente em torno de temas que não obtêm consenso do plenário, e são também capazes de absolver quando uma “dúvida razoável” persiste.

Os placares condenatórios elásticos — de 10 a 0 para Delúbio Soares; 9 a 1 para José Genoino; e 8 a 2 para José Dirceu — só indicam que não houve dúvidas sobre suas culpabilidades.

13 de outubro de 2012
Merval Pereira, O Globo

TOMA LÁ DÁ CÁ

 



Além de tudo, especialista em boquinhas, pois é membro do Conselho de Administração da Itaipú Binacional, sim, aquela que paga os tubos para os conselheiros.
Não satisfeito, foi primeiro suplente do Senador Mercadejante. Por esta via, quando este assumiu o Ministério da Educação (Dilma trocou 6 por meia dúzia, quando o convidou para substituir Haddad), Vaccari assumiu a vaga no senado.

Mas estamos derivando o assunto. Ele é um dos réus no Caso Bancoop, um “preju” de cerca de 100 milhões, dos quais 70 foram desviados.
As acusações são de crime de formação de quadrilha, estelionato e tentativa, falsidade ideológica e crime de lavagem de dinheiro.
Os cooperados não receberam suas unidades habitacionais, entre os quais o próprio molusco.

O cara não é pouca porcaria, como podem ver.

Santa periquita, o partido é invencível para escolher gente da melhor qualidade para mexer com dinheiro (dos outros). Pooootaquepariuderoda, como diria a musa matogrossense, com uma pitada de Magu.

13 de outubro de 2012
Magu

INCONSCIENTE PETISTA...

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13 de outubro de 2012

MARIONETE DE LUXO

Chiadeira de José Genoino mostra que indicação de Dias Toffoli ao Supremo teve propósito específico

 

Para o PT, golpe é quando alguém discorda dos objetivos espúrios do partido, não importando se o discordante tem ou não razão. De tal modo, a condenação de petistas envolvidos no maior escândalo de corrupção da história nacional, o Mensalão do PT, é golpe, arquitetado pelas elites, setores da imprensa e pelo Judiciário, segundo os “barbudinhos”.

Pois bem, proferidas as sentenças que condenaram por corrupção ativa três ex-dirigentes petistas – José Dirceu de Oliveira e Silva, Delúbio Soares de Castro e José Genoino Neto –, o PT se organizou com celeridade para afinar um discurso rasteiro e dramático, em que Dirceu e Genoino são apresentados como vítimas, não sem antes serem apresentados à sociedade como injustiçados.

A desfaçatez que marca essa ópera bufa agora encenada pelo PT é tamanha, que nem mesmo as decisões judiciais estão sendo respeitadas. Para piorar a situação, o inconformado José Genoino confirmou o que todos já sabiam.
Que o ministro José Antônio Dias Toffoli foi indicado ao Supremo Tribunal Federal para cumprir uma missão partidária. A de salvar a pele dos mensaleiros.

Após ser condenado, Genoino teria feito comentários “impublicáveis” a respeito do voto de Dias Toffoli, revelou o advogado do petista, o criminalista Luiz Fernando Pacheco. Em outras palavras, para a cúpula do PT o ministro Toffoli deveria atuar o tempo todo como pau mandado.

Quando o ucho.info, ainda em 2003, alertava para o perigo de o PT colocar em marcha um projeto de poder totalitarista, por meio de um golpe lento e silencioso, muitos foram os que nos dedicaram críticas de todos os matizes, mas, quase uma década depois, o ministro Carlos Ayres Britto, presidente do STF, referendou o nosso trabalho ao proferir seu voto no julgamento da Ação Penal 470.

“O objetivo não era corromper sob a inspiração patrimonialista. Um projeto de poder foi feito, não um projeto de governo, que é exposto em praça pública, mas um projeto de poder que vai além de um quadriênio quadruplicado.
É um projeto que também é golpe no conteúdo da democracia, o republicanismo, que postula a renovação dos quadros de dirigentes e equiparação das armas com que se disputa a preferência dos votos”, disse Ayres Britto.

13 de outubro de 2012
ucho.info

DA BOA VIDA PARA A HISTÓRIA DA CAROCHINHA

 



Na sua Carta Testamento Getúlio Vargas escreveu: “Saio da vida para entrar na história”. Lula jamais cometeria o suicídio ainda que imerso no mar de lama em que se afoga seu partido. A frase mais adequada a seu pronunciamento seria: “Saio da boa vida para entrar na história da carochinha”.

Lula da Silva é claro continua na boa vida no sentido de gozar dos benefícios da “zelite”, mas não é a mesma coisa de quando era presidente da República.
E como não governou, mas deixou a vida levá-lo entre viagens espetaculares, palanques constantes, recepções a atletas, reuniões festivas, homenagens infindas, sendo que nos primeiros anos de mandato tinha uma espécie de primeiro-ministro atualmente condenado pelo STF como chefe da quadrilha do mensalão, José Dirceu, a existência presidencial era um não acabar de maravilhas.

Tretas, mutretas, trapaças ficavam a cargo do homem forte do governo que, como o próprio afirmou nada fazia sem que o chefe Lula soubesse e consentisse.


Que boa vida! Lula pairava acima da lei. Podia falar o que quisesse, porque mesmo os maiores despautérios eram saudados com palmas, risos, gritos de júbilo. Dessa boa vida Lula saiu em que pese desejar ardentemente a ela voltar. Ele sabe que ter ou não ter poder eis a questão.

Entrar para a história da carochinha merece uma explicação. No passado histórias da carochinha eram narradas para crianças que acreditavam piamente nos contos, lembrando que carocha quer dizer peta, mentira.
Ora, Lula é um exímio contador de lorotas, um ególatra que se gaba constantemente de feitos que não fez.

Lula é uma propaganda enganosa bem sucedida, digna de entrar eternamente para a história da carochinha, apesar de que sua peta mais hilária, a que reza que o mensalão nunca existiu, foi agora desmentida pelo Supremo Tribunal Federal.

No julgamento considerado o mais importante de nossa história, além da condenação de várias figuras que atuaram como linhas auxiliares nos crimes de corrupção do governo Lula este amarga as que complicaram a vida de José Dirceu, carinhosamente apelidado de “capitão do time”; de Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT; de José Genoino, ex-presidente do PT.

São figuras exponenciais do partido marcado pelo maior crime de corrupção governamental já havido no país, a monumental compra de votos de parlamentares cujo objetivo era a manutenção do PT no poder. Algo, portanto, maculado com requintes de golpismo tão próprio da mente stalinista que articulou a sórdida trama.

Desagradavelmente surpreso, Lula e os companheiros assistem ministros do Supremo Tribunal Federal julgando de acordo com a lei e melhor, com a isonomia que significa que a lei é igual para todos.
Destaque para o relator do processo, ministro Joaquim Barbosa, que nunca foi um boa vida nem precisou de cotas para chegar aonde chegou por mérito.

Ao horror das hostes petistas se opõe o encantamento cívico de grande parte da nação que não acreditava mais na condenação de poderosos. Afirma assim sua independência, o Poder Judiciário, prestando um relevante serviço à democracia.

Diante da vexaminosa desventura a reação do ex-presidente não poderia ser pior.
Ele taxa o julgamento de hipocrisia, o que se configura uma afronta monumental, um desrespeito profundo, um desacato de enormes proporções ao STF.
Delúbio, o “homem bomba” que se imola pela causa, continua calado. Genoino diz ter a “consciência dos inocentes”, a mesma que devia ter Jacques, o estripador.

No repetido diapasão petista ataca a imprensa, os reacionários, os moralistas, o STF e sonha em vão com o “favorecimento da população” aos crimes por ele e pelos companheiros cometidos.

José Dirceu, depois da conversa fiada e requentada da luta de classes, de direita versus esquerda, algo tão antigo quanto sua fuga para Cuba, prefere voltar à obsessão do fortalecimento do poder petista e apela para a necessidade da vitória em São Paulo, além de frisar a urgência da consecução do antigo projeto de amordaçamento da mídia e do controle do Judiciário.
Não há dúvida de que ele aprendeu muito com seu ídolo Fidel Castro.
 
Certamente o PT enlameado não acabou. Lula, ainda desfruta de popularidade e conta com os que pensam que histórias da carochinha são reais. E tem mais. Neste segundo turno os institutos de pesquisa, que erraram de cabo a rabo, já começaram a desenvolver seus enredos favorecendo a quem interessa. Partidos são meros clubes de interesse facilmente cooptáveis. No PSDB, muitos erros estratégicos colaboram para o êxito do lulismo.
 
Entretanto, vai ficando cada vez mais evidente que “capitão do time” tinha um “general” que até hoje se diz um pobre operário. O dia em que houver no Brasil uma oposição para valer isto ficará provado e o STF fará justiça.
Somente desse modo acontecerá para as futuras gerações o resgate moral dessa fase da política delinquente.

13 de outubro de 2012
Maria Lucia Victor Barbosa é socióloga.

MALEFÍCIOS



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13 de outubro de 2012
IMIL

JORNALISTA QUE NOTICIOU CÂNCER DE CHÁVEZ DIZ QUE FIDEL ESTÁ MORTO

 

Foto
       DITADOR FIDEL CASTRO
O jornalista Nelson Bocaranda, o mesmo que teria revelado em primeira mão o câncer do presidente venezuelano Hugo Chavéz, assegurou em seu blog que o ditador cubano Fidel Castro estaria morto.

Segundo o jornalista, a saúde de Fidel se deteriorou de tal forma que nos últimos meses o ditador estaria sendo mantido vivo apenas por um pulmão artificial.

Ainda segundo Bocaranda, em 72 horas o governo de seu irmão Raul Castro anunciará oficialmente a morte do líder revolucionário e já há uma grande movimentação das chamadas Forças RAM (Reserva de Altos Mandos) nas principais cidades da ilha – o que indicaria que o anúncio será dado em breve.

Há ainda rumores de uma movimentação para o recebimento de vários chefes de Estado da América Latina. Porém, o filho de Fidel, Alex Castro, se pronunciou neste sábado (13) garantindo que seu pai está em “bom estado” e que está “fazendo suas coisas diárias, lendo e praticando exercícios”.

13 de outubro de 2012

ARGENTINA VAI FISCALIZAR VIAGENS DE SEUS CIDADÃOS AO EXTERIOR

A PSICOPATA SE ACHA DONA DA VIDA DOS   CIDADÃOS ARGENTINOS

Medida prevê que agências de turismo enviem ao governo declarações juramentadas com todos os passos dos argentinos fora do país
A criatividade do governo de Cristina Kirchner em encontrar táticas para fiscalizar e impedir a entrada e saída de recursos da Argentina chegou a um patamar assustador.
 
Segundo resolução publicada nesta sexta-feira no Boletín Oficial (similar argentino do Diário Oficial do União), as agências de turismo terão de apresentar ao governo uma ficha detalhada de todos os argentinos que viajam ao exterior. A
s declarações deverão ser juramentadas em cartório antes de serem enviadas ao órgão de controle de fluxo de capitais argentino, a AFIP (Administración Federal de Ingresos Públicos).
De acordo com o jornal argentino Clarín, as agências deverão informar ao governo os detalhes da passagem, hotéis, duração da viagem e até mesmo o valor que cada turista gastará durante sua viagem.
A medida vale para agências e operadoras turísticas que atuam na Argentina. Após o envio da declaração, a medida prevê que caberá à AFIP decidir se permitirá ou não a compra de dólares para pagar a viagem.
 
A medida deverá entrar em vigor no dia 5 de novembro, segundo informação adiantada pelo jornal El Cronista.
O objetivo do governo argentino é estancar a saída de dólares que tem ocorrido por meio do turismo - e que já soma 5,5 bilhões de dólares em 2012.
Os argentinos continuam sem poder comprar dólares livremente. Para comprar passagens, estadias em hotéis ou qualquer tipo de passeio em moeda estrangeira, é preciso autorização do Banco Central argentino.
13 de outubro de 2012
Revista Veja

PROFESSOR DE MENSALÃO

“O uso político do mensalão não é inteligente”.



Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência e caixa-preta do PT, ao recomendar a José Serra que esqueça os quadrilheiros condenados no segundo turno da eleição em São Paulo, ensinando que, embora dê cadeia, inteligente é usar o mensalão só para comprar partidos, subornar meio mundo, transformar o Judiciário e o Legislativo em apêndices da seita chefiada pelo mestre Lula e fundar o Brasil bolivariano.

13 de outubro de 2012
Augusto Nunes

CAMPANHA NACIONAL PARA A ERRADICAÇÃO CA CLE(PT)OMANIA NO BRASIL

 


 
13 de outubro de 2012

SERÁ QUE PODEREMOS COLHER FLORES NOS JARDINS DA DINDA? AFINAL, PAGAMOS O ACEMILTON!!!

Collor paga três funcionários particulares com dinheiro do contribuinte

Um deles cuida dos célebres jardins da Casa da Dinda

Acemilton Gonçalves da Silva não precisa bater ponto, mas é um trabalhador pontual. Todo dia, por volta das 8 da manhã, dá início a sua exaustiva jornada de trabalho.
Acemilton é jardineiro, mas, se preciso, quebra uma como encanador e eletricista. Ele detém uma das funções mais delicadas da República: manter a boa aparência dos célebres e exuberantes jardins da Casa da Dinda, residência da família Collor de Mello desde a década de 1960 e atual morada do senador Fernando Collor (PTB-AL) em Brasília.

São jardins inesquecíveis – especialmente para os contribuintes.
Durante o curto período de Collor na Presidência da República, entre 1990 e 1992, os jardins da Dinda receberam cascatas e lagos artificiais. A obra foi calculada na ocasião em cerca de US$ 2,5 milhões. Dinheiro não era problema naquele tempo. Os recursos haviam sido fornecidos pelo ex-tesoureiro de campanha de Collor, Paulo César Farias, o PC, que os arrecadara com empresários que dependiam do governo.
As fotos do local entraram para a história como um dos indícios de corrupção que, meses depois, derrubariam Collor.

SUJEITO OCULTO O senador Fernando Collor (no alto)  e o jardineiro Acemilton Gonçalves da Silva, entre as folhagens em  frente à Casa da Dinda (acima). Contratado secretamente, Acemilton recebe do Senado para cuidar  das plantas na casa de Collor   (Foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo e Igo Estrela/ÉPOCA)
 
 
Há dez dias, Acemilton, como de hábito, chegou à Dinda pontualmente às 8 horas e estacionou seu Golzinho num imóvel em frente à casa. Quando buzinou para que abrissem o portão, foi informado da presença de um fotógrafo de ÉPOCA nas imediações.
Acemilton deu meia-volta, parou o carro longe da calçada e entrou às carreiras na Casa da Dinda.

Vestia um macacão marrom e calçava botas. Meia hora depois, apareceu atrás de um arbusto, espiando o movimento na rua. Mineiro, de 47 anos, Acemilton é um homem simples. Tem consciência de que sua situação é irregular. Acemilton trabalha de macacão, mexe na terra com pás e usa tesouras de poda – mas, para o Senado, não é um jardineiro. É assistente parlamentar no gabinete do senador Collor, designado pela sigla burocrática AP08, com salário de R$ 2.200 mensais.
Acemilton, portanto, é empregado doméstico de Collor. Mas quem paga seu salário é o Senado. Melhor dizendo, o contribuinte brasileiro lhe paga para cuidar dos jardins da Casa da Dinda. Questionado por telefone sobre sua situação, Acemilton balbuciou algumas palavras sem sentido. “Você não pode falar essas coisas do Acemilton sem a autorização do Acemilton”, disse... Acemilton.

>>Notícias de Brasil

O cuidado de Collor com a Casa da Dinda parece estar sempre ligado ao acesso a recursos públicos. Logo depois de deixar a Presidência, em 1992, Collor morou lá um curto período. Depois, mudou-se para Miami. A Casa da Dinda passou anos abandonada. Collor foi eleito senador em 2006 e, em 2010, reformou a Casa.

Acemilton foi nomeado por Collor em fevereiro de 2007, uma semana depois da posse como senador. Até nesse ponto o tema é envolto em dribles à lei.
No procedimento burocrático, a nomeação saiu no ato número 1.343, de 7 de fevereiro de 2007, assinado pelo então diretor adjunto, José Alexandre Gazineo.
Esse era um dos famosos atos secretos do Senado – conjunto de mais de 500 medidas baixadas durante anos pela burocracia da Casa, que, ao contrário do que manda a lei, não foram publicadas. A trapaça foi descoberta em 2009 e provocou um dos maiores escândalos da história do Senado. Descobriu-se, na ocasião, que uma série de falcatruas foram cometidas por meio de atos que ficavam escondidos. Entre elas, centenas de cargos de direção foram criados às escondidas para pagar altos salários a apaniguados.

>>Notícias de política

Frise-se: servidores dos gabinetes de senadores, como Acemilton, são pagos pelo Senado para ajudar o senador a desempenhar suas funções legislativas. Desvios de função como o ocorrido com Acemilton são proibidos. Só estão dispensados de ir ao Senado aqueles funcionários contratados sem concurso, que trabalham nos escritórios políticos nos Estados de origem dos senadores.

Acemilton não se enquadra nessa condição. Nem está sozinho. Outras duas colegas de gabinete são pagas para trabalhar no Senado e prestam serviços particulares a Collor.
Oficialmente, as arquivistas Carmem Valéria Soares Rocha e Sandra Regina Sasaki são assistentes parlamentares da categoria AP04. É um cargo comissionado, para o qual o senador pode nomear quem quiser. O salário mensal é de R$ 6.400. Mas Carmem e Sandra dão expediente no Centro de Memória do Presidente Fernando Collor – uma ampla casa branca em frente à Casa da Dinda.

A casa tem salas de reunião, uma biblioteca com 30 mil volumes e o acervo sobre a passagem de Collor pela Presidência da República. Não está aberta ao público.
“A Sandra e a Carmem nos ajudaram a organizar o acervo e a biblioteca”, diz o general da reserva Marco Antônio Sávio Costa, ex-assessor de Collor, que chefiou o Centro de Memória de Collor até maio do ano passado.
“Elas tinham experiência por ter trabalhado na biblioteca do Palácio da Alvorada.”
Como no caso de Acemilton, Carmem e Sandra são pagas com dinheiro público para prestar serviços particulares a Collor. Por decisão de Collor, Acemilton, Carmem e Sandra não precisam bater ponto diariamente, como os outros milhares de servidores do Senado.

Em nota enviada a ÉPOCA, o chefe de gabinete de Collor, Joberto Mattos de Sant’Anna, respondeu que o jardineiro Acemilton não é jardineiro. “Desempenham, os três servidores (Acemilton, Carmem e Sandra), como assistentes parlamentares, as atividades de apoio que lhes são determinadas”, diz o texto.
Além das fotos feitas na Casa da Dinda, Acemilton se identifica como jardineiro numa ficha no Sistema de Identificação do Distrito Federal.
Nunca foi visto no gabinete de Collor. Por meio de nota, a assessoria de imprensa do Senado afirma que é de “responsabilidade de cada gabinete a definição das atividades desenvolvidas pelos seus servidores”.
Para o Senado, portanto, Acemilton não precisa ficar na moita.

13 de outubro de 2012
ANDREI MEIRELES, ÉPOCA