"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



segunda-feira, 29 de abril de 2013

CHAMANDO O TERRORISMO POR SEU NOME


          Artigos - Terrorismo 
A política do New York Times, da Associated Press, Reuters e incontáveis outras publicações é continuar camuflando os atos de terrorismo no Oriente Médio com eufemismos purificadores.

Onde está nossa ira quando nos inteiramos que os terroristas mais honrados pela sociedade palestina são os que assassinaram a maior quantidade de pessoas?

Por que o massacre de Boston pode ocorrer de novo? Agora sabemos.

Os sem coração e malvados terroristas responsáveis pelo atentado na maratona de Boston foram dois irmãos que receberam asilo político nos Estados Unidos.
Foi graças à bondade desse país que puderam encontrar a liberdade que lhes negavam em sua Chechênia nativa.
O irmão mais velho, Tamerlan, ferido fatalmente depois de disparar com rifles de assalto e de lançar bombas caseiras nos policiais que o perseguiam, estava lá como um residente legal.
Seu irmão mais novo, Dzhokhar, em estado delicado de saúde depois de ter sido encontrado ao final de uma intensa caçada humana que fez com que Boston e suas áreas vizinhas ficassem absolutamente paralisadas, havia se convertido em cidadão norte-americano naturalizado, no que só pode ser considerado uma ironia horripilante, em 11 de setembro do ano passado. E é assim como agradecem a seu país adotivo, com sangue.

Foram eles que deixaram as mochilas na linha de chegada da maratona, carregadas com explosivos e com pregos para aumentar seu horrendo impacto em homens, mulheres e crianças inocentes. Foram eles que se afastaram calmamente enquanto a área se enchia com os gritos dos feridos que perderam braços e pernas, com o sangue dos mutilados que passaram de corredores a incapacitados para o resto da vida, e os prantos dos que testemunharam uma tragédia que está muito além do que as palavras podem descrever.

E agora também sabemos que Dzhokhar passou os dias posteriores ao inumano ataque, publicando letras de rap no Twitter e saindo para festas com seus amigos. “Sou uma pessoa descontraída”, escreveu em sua página do Facebook. Há tanto que continua sendo um mistério. Ainda não sabemos se atuaram sós (pouco provável). Porém, o que já é claro é que o irmão mais velho se converteu em um muçulmano radical e deu um jeito para influenciar seu irmão mais novo, conseguindo que este se unisse à sua Jihad.

Do mesmo modo que tantos antes deles, estes eram terroristas com uma causa. Puderam racionalizar seu comportamento inumano.

O presidente Obama levou um dia inteiro depois do massacre de Boston para chegar à conclusão de que quando “nós” somos o objetivo “sempre que se utilizam bombas para atacar civis inocentes, então, certamente é um ato de terror”.
Que diferença surpreendente!

Quando os terroristas disparam mísseis nos centros civis em Israel, a imprensa - inclusive o New York Times - se esforça para identificá-los simplesmente como “militantes”. Militante é uma palavra moralmente neutra. Por outro lado, a palavra terrorista é pejorativa, não esconde a natureza malvada da ação, sempre é má, sempre é um ato imperdoável de maldade.
E essa é precisamente a razão pela qual a política do New York Times, da Associated Press, Reuters e incontáveis outras publicações é continuar camuflando os atos de terrorismo no Oriente Médio com eufemismos purificadores e etiquetando erroneamente os terroristas como “lutadores pela liberdade”, “rebeldes” ou simplesmente “militantes”.

Quando o objetivo é Israel, o New York Times e grande parte do resto do mundo não ouve sobre terrorismo, não vê terrorismo e não informa sobre terrorismo. Os mísseis disparados sem provocação desde Gaza à civis em Sderot e as áreas vizinhas, foram ocorrências diárias durante anos. Porém, certamente foram disparados por simples “militantes”.

Como assinalou Eric Draitser perspicazmente: na semana passada houve uma surpreendente mudança no léxico da imprensa maciça nos Estados Unidos. Os islâmicos chechenos já não são denominados “rebeldes” nem “lutadores pela liberdade”.
Após a notícia de que chechenos estiveram envolvidos no ataque em Boston, a linguagem mudou de imediato. A Associated Press, Reuters e outros incontáveis meios de comunicação publicaram artigos discutindo a “ameaça da Jihad” em lugares como Chechênia, onde “os ataques suicidas, as disputas sangrentas e a tomada de reféns” são uma rotina.

Porém, quando o tema não é Boston, seguimos longe de reconhecer a verdade sobre o terrorismo. A retidão política continua sendo sacrossanta e a expressão de um juízo moral em um contexto político continua sendo proibida.

Onde está a ira quando nos inteiramos que nesta mesma semana dois terroristas, Alam Kaabi e Sala Hamouri, que planejaram e executaram o assassinato do ministro israelense de turismo, Rehavam Zeevi, e planejaram assassinar o Grande Rabino Sefaradí, Rabino Ovadia Yosef - descritos na imprensa como “prisioneiros libertados recentemente” em troca da libertação de Gilad Shalit - serão honrados em uma cerimônia na Bourse de Travail da municipalidade de St. Denis, um subúrbio de Paris, a capital da França, acompanhados por um representante da Anistia Internacional?

E onde está a ira, quando nos inteiramos que os terroristas mais honrados pela sociedade palestina são os que assassinaram a maior quantidade de pessoas? Abd Al-Baset Ude, assassino de 30 pessoas no massacre do Seder de Pesaj em Netania, teve um torneio de futebol chamado em sua honra durante 14 anos.
Seu irmão foi honrado com a distribuição dos troféus.
Dalal Mughrabi, terrorista seqüestradora de ônibus, que liderou um dos ataques terroristas mais letais na história de Israel em 1978 quando ela e outro terrorista assassinaram 37 civis, 12 deles crianças, teve colônias de férias, escolas, cerimônias de graduação e eventos desportivos nomeados em sua honra, do mesmo modo que muitos documentários de TV honrando-a. Taer Hamad, um pistoleiro solitário que assassinou 10 israelenses em 2002, foi glorificado pelo jornal oficial da Autoridade Palestina (AP) como “o herói da Intifada”.

Esta adulação aos piores terroristas e glorificação por seu heroísmo, reflete a política da liderança atual da Autoridade Palestina. O presidente da AP, Mahmoud Abbas, cujo nome é precedido invariavelmente na imprensa com o adjetivo de “moderado”, não faz muito tempo publicou:

“Saudação de honra e apreço” a assassinos em massa, aos quais nomeou publicamente um por um:
“Envio saudações de honra e apreço a todos os prisioneiros... Said Ataba (cumprindo prisão perpétua por assassinato em ataque terrorista)... Marwan Barghouti (cumprindo cinco prisões perpétuas por planejar ataques terroristas mortais)... Ahmad Saadat (cumprindo 30 anos de prisão por liderar a organização terrorista Frente Popular pela Libertação da Palestina, honrado na televisão pela AP por planejar o assassinato do ministro israelense Zeevi em 2001, e nunca tê-lo concluído)... Aziz Dweik (líder do Hamas, presidente do parlamento palestino)... Jamal Huweil (prisão perpétua por planejar ataques terroristas)... Jamal Tirawi (prisão perpétua por ataque suicida em um café)... Saudações a vocês de nosso povo” (fonte: página no Facebook do Fatah, em 28 de março de 2013).

Os heróis inevitavelmente conseguem seguidores. Enquanto aqueles que são desavergonhada e cruelmente responsáveis pelos assassinatos de inocente recebam a adulação do mundo em vez de desprezo e da condenação, desafortunadamente continuaremos produzindo mais e mais de seus discípulos.

Temo que Boston ocorrerá de novo até que os terroristas de todo o mundo sejam rotulados como maldade pura - não só quando nos ameacem pessoalmente como americanos, senão onde seja que façam sua diabólica aparição.

É hora de proclamarmos inequivocamente que todo aquele que é culpado de matar indiscriminadamente a inocentes, por mais justa que ele considere sua causa, já não merece ser parte da sociedade civilizada.
 
29 de abril de 2013
Rabino Benjamin Blech
Tradução: Graça Salgueiro

A CONSPIRAÇÃO DOS FATOS

 
O presidente incapaz de falar em "terroristas islâmicos" ou "jihadistas" quando os EUA são atacados por eles é o mesmo que diz "Deus vos abençoe" em discurso pró-aborto para a Planned Parenthood, a maior organização abortista do país.

Descontadas as falsificações agora condenadas, Barack Obama e Hillary Clinton nunca obtiveram o número de assinaturas necessário para o registro das suas candidaturas em Indiana em 2008.

Se fosse George W. Bush, a mídia inteira estaria pedindo o impeachment.

Como é Obama, dou um pirulito para quem encontrar a notícia na capa dos grandes jornais.
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=cqwkFRUbsEA

[Saiba mais: aqui e aqui. E como diria Hillary: "Que diferença faz, a esta altura?"] 

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Quando vi pela primeira vez de manhã, 15 mil pessoas já tinham assistido ao vídeo. Minutos atrás, quase 60 mil. E agora [na noite de quinta-feira, 25 de abril de 2013] que eu o compartilho com meus incontáveis leitores brasileiros, todos interessadíssimos em descobrir quem é o verdadeiro Barack Obama, chegaremos sem dúvida a 1 milhão.

Alguns peritos analisaram o breve e impactante discurso e disseram que o ghost-writer do deputado do Arkansas, Tom Cotton, sou eu. Obviamente, não negarei. Nós dois estamos morrendo de saudades de George W. Bush.

Segue a versão original em português. A tradução livre é a dele, claro.

Venho hoje expressar sérias dúvidas sobre as políticas e os programas de combate ao terrorismo do governo Obama. O contraterrorismo está frequentemente envolto em segredo, como deve ser, então vamos julgar pelos resultados. Em apenas quatro anos de mandato, cinco jihadistas alcançaram seus alvos nos Estados Unidos sob Barack Obama: os terroristas da Maratona de Boston, o terrorista da cueca, o terrorista da Times Square, o atirador de Fort Hood, e - no meu próprio estado - o atirador do escritório de recrutamento militar de Little Rock. Nos mais de sete anos após o 11/9 sob George W. Bush, quantos terroristas alcançaram seus alvos nos Estados Unidos? Zero! Precisamos perguntar: 'Por que o governo Obama está falhando em sua missão de deter o terrorismo antes que ele alcance seus alvos nos Estados Unidos?'

Por que será, hein? Obama parece tão bonzinho! Fala tão bonito...

[Não perca na mídia brasileira: "Filhas de Obama querem fazer tatuagem"...]

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Enquanto a grande mídia americana ignora os relatos e documentos estarrecedores do jornalista Glenn Beck no incontornável TheBlaze.com sobre a existência do Suspeito 3 do atentado na Maratona de Boston - o saudita Abdul al-Harbi, que os oficiais americanos consideravam um terrorista da mais alta periculosidade até o presidente Obama ter uma reunião com o ministro saudita Saud Al-Faisal e (santa coincidência!) o sujeito virar de repente um zé ninguém e alguém ainda tentar sumir com os documentos oficiais anteriores -, o apresentador Bill O'Reilly, do canal a cabo Fox News, deu ao menos ouvidos a Beck.
Mas quem conhece a equipe do presidente não se surpreende com essas coisas.

O diretor da CIA, John Brennan, é o sujeito que
sumiu com os passaportes de Obama. O secretário de defesa, Chuck Hagel, é um muçulmano que nega genocídios e diz que terroristas não podem ser vencidos em campos de batalha. A filha do secretário de Estado, John Kerry, é casada com um médico iraniano, ligado ao governo do Irã. E Obama (por coincidência!) teve sua carreira financiada pelo saudita Khalid Al-Mansour, sem dúvida um amor de pessoa.

Como
disse o filósofo Olavo de Carvalho [1h25min55seg]:

"O que mais você espera? O que falta para você tirar a conclusão do silogismo? É que aí entra a síndrome do Piu-Piu: 'Será que eu vi um gatinho?'... E você não tira conclusão nenhuma."

Só não vale dizer que é porque você não fala árabe...

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Obama, o príncipe dos sauditas, disse em Boston: "Uma bomba não pode nos destruir."

Para quem cortou quase pela metade o orçamento para prevenção contra bombas e infiltração de agentes do FBI, este não deve ser mesmo um pensamento novo.

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A julgar pela reação de Obama, o que pode realmente destruir os EUA é sua proposta de desarmamento da população ser rejeitada pelo Senado. Isto sim deixa o presidente bravinho.

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O presidente incapaz de falar em "terroristas islâmicos" ou "jihadistas" quando os EUA são atacados por eles é o mesmo que diz "Deus vos abençoe" em discurso pró-aborto para a Planned Parenthood, a maior organização abortista do país.

{youtube}Mpm_giEdj0E{youtube}

Isto é Barack Hussein Obama: aquele que protege o Islã contra qualquer associação com a morte de inocentes e coloca o cristianismo e seus valores morais a serviço da morte dos seres mais inocentes de todos.

Quando senador em Illinois, Obama já
apoiara com todas as forças a ideia de que um bebê sobrevivente a um aborto mal-sucedido poderia ser morto, por ser esta a intenção original da mãe. O motivo agora está mais claro:

Para Obama, abortar é divino.

[E para a ONU - santa coincidência! -
opor-se ao aborto é crime de tortura...]

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Casos aberrantes como
o do dr. Kermit Gosnell, cujo julgamento a grande mídia (por coincidência!) faz questão de ignorar, são o resultado inevitável das ideias e políticas abortistas de Barack Obama.
{youtube}J7YmrsY4KSY{/youtube}

Divino, não?
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É por essas e outras que escrevi sobre "A verdadeira insanidade" do nosso tempo.

http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=mLNHUY5YxtE
29 de abril de 2013
Felipe Moura Brasil

IPCC MUDA SEU ALARMISMO. CIENTISTAS E IMPRENSA TENTAM SE ADAPTAR


          Artigos - Ambientalismo 
O jornal britânico “The Daily Mail” escreveu que nos anos 70 que cientistas e políticos estavam preocupados pela iminência de uma “idade de gelo”. (Confira o artigo 'Esboço de novo relatório do IPCC destrói mitos aquecimentistas')
Mas pouco depois mudaram, passando a achar o contrário. Isto porque segundo publicações do estilo da revista americana “Time”, ONGs, ONU, políticos e governos passaram a favorecer os cientistas que falavam de um iminente “aquecimento global” gerado pelo homem.

O que houve?

De fato, desde o início dos anos 40, as temperaturas mostravam uma tendência para o arrefecimento – explicou o jornal britânico. Os professores então alertavam que se essa tendência continuasse, o mundo sofreria crises de alimentação pela redução das safras provocada pelo frio.

Para a revista “Newsweek” a evidência do arrefecimento era tão forte que os “meteorologistas estavam sendo muito pressionados para lidar com ela”. A revista deplorava que os políticos não acompanhassem essas predições enquanto o mundo entrava numa nova “era de gelo”.

Porém, eis que em 1990 o Intergovernmental Panel on Climate ChangeIPCC divulgou um relatório surpreendente: o mundo estaria sofrendo um “aquecimento global” sem precedentes, de consequências apocalípticas. O relatório original foi objeto de mais três atualizações.

O homem estaria aquecendo o planeta e isso seria um crime de dimensões apocalipticas.

O IPCC foi convocado pela ONU, recebia o apoio de mais de uma centena de países, e dizia reunir o consenso de 2.500 dos supostamente maiores especialistas em climatologia e ciências conexas.

O indiano Rajenda K. Pachauri, presidente do IPCC desde 2002, e o então senador americano Al Gore – também apóstolo da mesma ideia –, ganharam em 2007 o Prêmio Nobel da Paz, por conscientizarem o mundo sobre os iminentes e terríveis perigos que esse aquecimento geraria.

Seguiram-se décadas de polêmicas e denúncias de erros e fraudes nos relatórios do IPCC, nos escritos de Al Gore, bem como o envolvimento desses arautos alarmistas em negócios obscuros que exploravam os pânicos aquecimentistas.

O alarmismo ficou posto numa situação insustentável.

O mais recente esboço do futuro relatório do IPCC – o 5ª da série – muda profundamente a perspectiva e prevê que nos próximos anos a tendência será para o esfriamento global muito lento.

O fato espantoso é que, somando e subtraindo, nos últimos 50 anos a Terra só aqueceu 0,5 graus Celsius.

E segundo os registros do Met Office, o famoso serviço meteorológico inglês, nos últimos 16 anos as temperaturas ficaram estacionárias, com tendência para baixo.

Porém, nesses anos, o “aquecimento global de origem humana” virou uma espécie de dogma científico que não tolerava dissidência. E seus opositores foram estigmatizados como perigosos hereges.

A teoria aquecimentista nunca foi bem testada. Tampouco foi admitida uma verificação da afirmação gratuita segundo a qual o CO2 era o vilão que nos levaria ao fim do mundo.

Os geólogos apontavam que houve períodos nos quais a parte do CO2 na atmosfera foi até mais dez vezes maior que a atual e que é natural passar por oscilações. O mundo pode conviver perfeitamente com mudanças na proporção de CO2.

Na correlação temperatura-CO2, muitos cientistas “punham o carro na frente dos bois”, quando as provas mostram que os níveis de CO2 acompanham as oscilações da temperatura, e não o inverso.

O cientista australiano David Archibald mostrou a notável correlação entre a atividade solar e o clima da Terra nos últimos 300 anos. Essa correlação que qualquer camponês conhece ficou desconhecida dos aquecimentistas, que insistiam no dogma diabolizador do CO2.

Na realidade, por detrás dessas teorias científicas abstrusas havia interesses dissimulados.

Foi uma manipulação para justificar novos impostos e controles – leia-se mais socialismo de Estado.

Foi também uma manipulação para enriquecimentos mal explicados.

Mas, sobretudo, interesses ideológicos: os antigos militantes da galáxia anti-ocidental cuja cabeça era o comunismo soviético, haviam perdido o comando, levando o comunismo a jazer no fundo do desprestígio.

Foi então que, numa arriscada jogada, tentaram implantar um comunismo global disfarçado de verde sob a bandeira do ambientalismo.

Hoje se impõe a evidência de que o “aquecimento global antropogênico” foi um mito: a temperatura global está oscilando bem nos limites normais, e em nossos dias está até um pouquinho mais fria do que a média na maior parte da historia da Terra – concluiu o “Daily Mail”.


29 de abril de 2013
Luis Dufaur, escritor

O DALAI-LAMA DIZ QUE É MARXISTA

    
          Artigos - Movimento Revolucionário 
       
E eu não sei quem é mais burro.

Marx não era contra a religião ou filosofia religiosa em si, mas contra as instituições religiosas aliadas à classe dirigente europeia”. — ‘Sou marxista’, diz Dalai Lama a estudantes chineses.


O Dalai-lama teria que ler alguns livros de Karl Marx para não dizer asneiras. Normalmente dizemos asneiras mesmo lendo (errar é humano), mas quando a gente não sabe do que fala, então insultamos amiúde a inteligência dos outros.
Karl Marx não era só contra a religião: era também contra a filosofia.

“Feuerbach parte do fato da auto-alienação do homem, do desdobramento do mundo em um mundo religioso e um mundo terreno (1). O seu trabalho (de Feuerbach) consiste em reduzir o mundo religioso ao seu fundamento terreno. Mas o fato de que o fundamento terreno se separe de si próprio para se plasmar como um reino independente que flutua nas nuvens, é algo que só pode explicar-se pelo próprio afastamento e contradição deste fundamento terreno consigo mesmo.

Portanto, é necessário tanto compreendê-lo na sua própria contradição como revolucioná-lo praticamente. Assim, pois, por exemplo, depois de descobrir a família terrena como o segredo da família sagrada, há que destruir teórica e praticamente a primeira.”
(Karl Marx, Manuscritos Económicos-Filosóficos, Porto, 1971.)


Neste trecho, Karl Marx não só nega qualquer metafísica (o que é, em si mesmo, uma forma de metafísica), como defende abertamente a destruição prática e teórica da família — que é o que está a acontecer atualmente na Europa e nos Estados Unidos.

“Feuerbach resolve a essência religiosa na crença humana. Mas a essência religiosa não é alguma coisa que seja abstrata e imanente a cada indivíduo. É, na sua realidade, o conjunto de relações sociais.
(…)


 Feuerbach, não vê, por conseguinte, que o “sentimento religioso” é, por sua vez, um produto social e que o indivíduo abstrato que ele (Feuerbach) analisa pertence a uma determinada forma de sociedade.”
(ibidem).

Em primeiro lugar, Karl Marx confunde “comunidade religiosa”, por um lado, com “religiosidade humana”, por outro lado. A comunidade religiosa é a que decorre da intersubjetividade ou daquilo a que Karl Marx chama de “relações sociais”. Mas a religiosidade é inerente à natureza fundamental do ser humano entendido como indivíduo e pessoa, e independente de este pertencer a uma comunidade religiosa ou não.

Em segundo lugar, Karl Marx não se dá conta ou não reconhece a sua (dele) própria religiosidade (imanente e monista), ou seja, incorre em uma contradição em termos. Em terceiro lugar, é impossível erradicar o “sentimento religioso” inerente à natureza humana, a não ser substituindo a religiosidade natural e trascendental do ser humano (cosmovisão e cosmogonia) por uma religião política totalitária, imanente e monista, idêntica ou semelhante à que prevalece hoje, por exemplo, na Coreia do Norte ou na Alemanha nazi.

“Toda a vida social é essencialmente prática. Todos os mistérios induzem à teoria do misticismo encontram a sua solução racional na prática humana e na compreensão desta prática.” (ibidem)

Em primeiro lugar, Karl Marx reduz todo o universo e a sua existência, à prática humana, o que é irracional. Em segundo lugar, Karl Marx nega a ciência, porque também existem mistérios em ciência que induzem a uma espécie de misticismo científico — porque “a maior fé é a do cientista, porque é inconfessável” (Roland Omnès). Um exemplo de um mistério científico é o bóson de Higgs; ou a complexidade irredutível (não se tratam de enigmas, porque estes podem ser resolvidos pela razão). Por fim, a ciência não se reduz à prática, porque do empirismo só podemos esperar resultados empíricos; e neste sentido podemos dizer que Karl Marx é anti-científico.

“Os filósofos limitaram-se até agora a interpretar o mundo de diferentes modos; do que se trata é de o transformar.” (ibidem)

E transformando o mundo, o marxismo foi responsável por mais de 100 milhões de vítimas inocentes diretas; só na China estima-se que tenham morrido mais de 50 milhões de pessoas às mãos de Mao Tsé Tung. A transformação do mundo, segundo o marxismo, é a materialização do apocalipse. E é nisto que o Dalai-lama acredita; e eu não sei quem é mais burro: se Marx, se o Dalai-lama.

Nota:

(1) Refere-se à doutrina de S. Agostinho das “duas igrejas”, a terrena e a celestial.

29 de abril de 2013
Orlando Braga

AVALIANDO A DISPOSIÇÃO PALESTINA PARA A PAZ


          Internacional - Oriente Médio 
Só um cego não vê que Obama tudo faz para destruir o país que preside. É, como todo pacifista, um falso, como, aliás, toda sua documentação conhecida.
Que tal visitar às sextas-feiras as mesquitas controladas pela Autoridade Palestina e assistir às mensagens incendiárias contra a “entidade sionista’ e o povo judeu?

No início deste mês, o Secretário de Estado dos EUA, John Kerry, visitou o Oriente Médio para implorar à Autoridade Palestina (AP) a retomada das negociações de paz com Israel. Sugeriu-se, antes de sua visita, 10 pontos para que Kerry possa avaliar a disponibilidade da AP para assumir uma postura de paz. É muito difícil que Kerry esteja realmente interessado numa paz que envolva a integridade do Estado de Israel com reconhecimento de Jerusalém como sua capital. Kerry é um traidor de seu próprio país, pois, junto com Jane Fonda – ‘Hanói’ Jane – e Tom Hayden, seu futuro marido, principal editor do Port Huron Statement e fundador da Students for a Democratic Society combateram contra a guerra do Vietnã apoiando o governo comunista de Ho Chi Min no Vietnã do Norte, inimigo declarado dos EUA que estava matando seus compatriotas.

A nomeação de Kerry para Secretário de Estado está bem ao feitio de Obama, que só aguentou Hillary Clinton no seu primeiro mandato por exigência de campanha e ganhar a indicação. Hillary é uma esquerdista moderada e demasiado patriota para um presidente incapaz de compreender a excepcionalidade de seu país. Só um cego não vê que Obama tudo faz para destruir o país que preside.
É, como todo pacifista, um falso, como, aliás, toda sua documentação conhecida. Livre para nomear quem bem quiser por sua segunda eleição, descartou-se dos moderados do Partido Democrata e seguiu sua dedicação ao shadow party, nomeando assessores bem ao gosto dos anti-americanos e antissionistas.
 
O jornalista David Bedein sugeriu, em artigo publicado na Front Page Magazine de David Horowitz, dez itens para os americanos analisarem e terem então uma visão realista do que significa a paz para os “palestinos” e disposição deles em alcança-la. (Fiz uma tradução livre do texto de Bedein).

1. Entrar numa sala de aula palestina, examinar o novo currículo que ensina às novas gerações a se preparar para a conquista de toda a Palestina. Mais recentemente o Center for Near East Policy Research mandou uma equipe de TV para acompanhar as aulas das escolas localizadas nas instalações da United Nations Relief and Works Agency for Palestine Refugees (UNRWA) onde os professores não focam em paz ou reconciliação, mas no de trégua provisória.

 
2. Analisar as notícias da PBC (Palestine Broadcasting Corporation) no rádio e TV. Acompanhar as mensagens de Jihad destinadas à comunidade de árabes palestinos, a adulação dos palestinos que cometem ataques suicidas e os novos clips laudatórios aos ataques a Beersheba, Sderot, Ashkelon e Ashdod, chamadas de ‘assentamentos judeus ilegais’ já que foram “tomados” dos árabes em 1948 – não em 1967!
 
3. Passar algum tempo nas instalações da UNRWA, onde milhares de descendentes de refugiados árabes se refestelam languidamente esperando o prometido ‘Direito de Retorno’. Enquanto áreas palestinas florescem nas vizinhanças, a cidade de Rawabi não permite aos residentes nos campos morarem lá, assim como as demais que lá proliferam. Em agosto de 2012, grupos terroristas do Hamas ganharam sua quarta eleição consecutiva para os sindicatos de trabalhadores e de professores. Sugere-se solicitar um relatório sobre a cooperação entre o UNRWA e o Hamas.
 
4. Ler com atenção o programa de computador da Autoridade Palestina sobre o ‘direito de retorno’ (www.PalestineRemembered.com) que permite aos refugiados nos campos da UNRWA localizar a vila de seus avós em 1948, mesmo que elas não mais existam, para se preparar a exigir seus ‘direitos de retorno’. (NOTE-SE: sempre 1948 jamais 1967, como propagado para o público externo).
 
5. Visitar às sextas-feiras as mesquitas controladas pela AP e assistir às mensagens incendiárias contra a “entidade sionista’ e o povo judeu.
 
6. Rever os novos mapas oficiais publicados pela AP que mostram a localização de um futuro estado palestino, nos quais se mostra o desejo de expulsar os judeus da região.
 
7. Visitar as forças de segurança da AP. Seguindo a expectativa de que estas forças estariam engajadas em destruir o Hamas, rever os relatórios da estreita cooperação Hamas-AP. As forças de segurança da AP se associam a Israel para investigar crimes comuns, jamais para combater o Hamas. Mais ainda, a AP não tem leis contra lavagem de dinheiro dos grupos terroristas – na verdade, os estatutos da AP não definem nenhum grupo como organização terrorista. O major-general (equivalente no Brasil a General de Divisão) da reserva Yaacov Amidror, ex-comandante da Divisão de Avaliação e Pesquisa das Forças de Defesa de Israel (IDF), atualmente assessor de Segurança Nacional do premiê Binyamin Netanyahu, observou que ‘há uma enorme diferença entre a aplicação da lei, vista como legítima, e o antiterrorismo, visto como ilegítimo’.

8. Pedir uma avaliação do programa de distribuição de alimentos em Gaza dirigido pelo Hamas e pelo UNRWA. Fundos já foram liberados em dólares, em cash, na fronteira de Gaza para o UNRWA uma vez por mês, num total de US$ 13 milhões. Quanto desses fundos foi destinado à compra de comida? Terá o Hamas usado esta ajuda estrangeira para a compra de munição ou qualquer outro propósito? Por que houve a exigência de entrega em espécie? Que relatórios de follow up foram submetidos à US AID sobre os fundos entregues ao UNRWA para o programa de distribuição de comida?

 
9. Rever o programa político publicado pelo primeiro ministro da AP, Salam Fayyad, reputado como ‘moderado’, e notar seu endosso à uma Jerusalém palestina (sem mencionar Jerusalém oriental), o ‘direito de retorno’ dos palestinos de retornar à suas vilas e cidades de 1948 que não mais existem e a exigência da libertação de todos os palestinos presos dentro do Estado de Israel, ignorando o fato que incluiria condenados por homicídio de primeiro grau em tribunais legais. Ver seu artigo, intitulado ‘Acabando a Ocupação e Estabelecendo o Estado: Programa do 13º Governo, de Agosto de 2009’.
 
10. Rever os discursos mais recentes do líder da AP, Mahmoud Abbas, nos quais ele louva e reza pelos palestinos que assassinaram civis. Rever o discurso de fim de ano, em que conclui sua litania com uma saudação ao legado do aliado de Hitler, Haj Amin al-Husseini, o mufti de Jerusalém.
 
Concluindo: as visitas de Obama e Kerry, nitidamente favoráveis aos árabes, dificilmente renderão algum fruto de paz. O mapa do Oriente Médio produzido pela administração americana mostra o Estado de Israel sem partes substanciais de seu território, incluindo sua capital. As colinas de Golan pertencem à Síria, o norte de Israel como parte do Líbano. Os itinerários das visitas não incluem Jerusalém como capital, nem mesmo parte de Israel, mas como parte da Cisjordânia. Duvido que Kerry e Obama já não conheçam o sugerido acima. O que foram fazer lá?

29 de abril de 2013
Heitor De Paola & David Bedein

POPULARIDADE FLUTUANTE


A presidente Dilma Rousseff está perdendo o pé de sua popularidade. O poder de compra do consumidor que lhe dá sustentação voltou a cair, deixando a taxa de aprovação de seu governo a flutuar - nas alturas, é fato, mas a flutuar. Inércia sustenta popularidade por algum tempo, mas não indefinidamente. De duas, uma: ou o bolso do consumidor volta a encher, ou as opiniões positivas sobre Dilma podem começar a diminuir.

É cedo para a oposição comemorar com frevo e tutu de feijão orgânico, mas a situação financeira do consumidor é a menos satisfatória desde a posse de Dilma. Os que dizem que a situação é melhor do que era há três meses ainda são o dobro dos que acham que piorou. Mas a diferença entre os dois grupos está diminuindo. Rapidamente.

Em novembro, quando a confiança do consumidor estava no auge, 41% dos brasileiros afirmavam ao Ibope em pesquisa para a CNI que sua situação financeira havia melhorado, contra apenas 11% que diziam o contrário. Em abril, a taxa de melhora caiu a 33%, e a de piora subiu para 17%. A diferença estreitou de 30 para 16 pontos porcentuais. Se os números são bons, a tendência é ruim.

Tão importante quanto o volume no bolso do consumidor no presente é o otimismo quanto ao que acontecerá com sua renda no futuro. Em novembro, 47% apostavam em melhora nos próximos seis meses. Agora, os otimistas são 36%. Ultrapassam os pessimistas por 25 pontos, mas sua vantagem caiu um terço desde novembro.

A situação financeira atual e a perspectiva do que acontecerá com a renda são os dois indicadores que guardam mais forte correlação estatística com a popularidade presidencial. Suas curvas têm mais semelhança com a sorte do governante do que as da inflação, do crescimento do PIB ou do medo do desemprego.

Não é possível estabelecer uma relação de causa e efeito, porém. Garantir que é a segurança financeira do consumidor que determina a aprovação do presidente é apenas uma hipótese, mas sabe-se que ambos andam de mãos dadas. Se um oscila numa direção, o outro, mais cedo ou mais tarde, acaba seguindo no mesmo caminho. Qual vai seguir qual é questão de fé.

A oposição torce para que a confiança do consumidor puxe a popularidade de Dilma para baixo, e o governo reza no sentido oposto. Seja para onde for, as duas curvas devem convergir. Vai depender de qual santo é mais forte e tem a máquina de propaganda mais azeitada.

A insatisfação com o poder de compra aumentou mais entre os consumidores do Nordeste do que do Sudeste, e mais entre os pobres do que entre os ricos. Isso sugere uma influência grande do aumento dos preços dos alimentos. Se foi o "tomate", trata-se de um fenômeno sazonal e não contínuo. Impossível cravar, porém.

O governo conta com o otimismo de sua base eleitoral. A euforia dos consumidores nordestinos diminuiu, mas 51% ainda estão crentes de que sua situação financeira vai continuar melhorando. Os pobres perderam menos a esperança de ver sua renda aumentar no futuro próximo do que os ricos. Manter essa chama acesa é o problema de Dilma.

Enquanto isso, Aécio Neves (PSDB-MG) assopra um balão de ensaio. O presidenciável tucano cogita propor o fim da reeleição. Brinca com fogo.

Foi o PSDB que inventou a reeleição, quando o partido ainda sonhava permanecer 20 anos no poder. Acabar com ela agora que o sonho virou pesadelo, e já a partir 2014 (o que daria anos extra de mandato para os políticos sem consentimento do eleitor), é tão casuístico quanto mudar as regras eleitorais para deixar Marina Silva sem tempo de propaganda na TV. Incoerência queima.

 
29 de abril de 2013
JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO, O Estado de S.Paulo

POR UMA PASTORAL PARA AS NEOBICHAS


Surgiu em São Paulo uma nova igreja, a Igreja Cristã Contemporânea. Segundo os jornais, possui os mesmos rituais de todas as outras: batismos, casamentos, reuniões semanais. Mas se destaca por um motivo especial na pregação da palavra de Deus: ao contrário das igrejas evangélicas tradicionais, dá novas interpretações para trechos bíblicos que as outras costumam usar para condenar a homossexualidade, e prega que "os homossexuais também podem herdar o Reino dos Céus".

Homossexualismo está se tornando um fenômeno religioso. A nova igreja de novo nada tem. Em 2011, surgiu em meu bairro a igreja Cidade de Refúgio, criada por duas pastoras lésbicas evangélicas. Se você é daqueles que um dia sonhou com uma freirinha de hábito, agora há pecado melhor. Pecado multiplicado por três: pastoras, lésbicas e evangélicas.

Mais ainda, militantes. O casal de pastoras, Lanna Holder e Rosania Rocha, encara a Parada Gay como um movimento que deixou de lado o propósito de sua origem: o de lutar pelos direitos dos homossexuais.

“A história da Parada Gay é muito bonita, mas perdeu seu motivo original”, diz Lanna Holder. Para a pastora, há no movimento promiscuidade e uso excessivo de drogas. “A maior concepção dos homossexuais que estão fora da igreja é que, se Deus não me aceita, já estou no inferno e vou acabar com minha vida. Então ele cheira, se prostitui, se droga porque já se sente perdido. A gente quer mostrar o contrário, que eles têm algo maravilhoso para fazer da vida deles. Ser gay não é ser promíscuo.”

Até pode não ser promíscuo, mas o Livro o proíbe. Pelo menos no caso do homossexualismo masculino. No Levítico, lemos: “Com homem não te deitarás como se fosse mulher; é abominação.” E logo mais adiante: “Se também um homem se deitar com outro homem, como se fosse mulher, ambos praticaram coisa abominável; serão mortos; o seu sangue cairá sobre eles”. Mas se homossexuais devem ser mortos, há uma brecha: se um homem se deitar com outro homem, como se fosse mulher. Os judeus sempre abominaram a penetração no vaso indevido, como diria Tomás de Aquino. Quanto às lésbicas, nada contra.

Está surgindo nestes dias um novo tipo de homossexual, as bichas místicas. Reivindicam o direito a usarem o corpo como bem entenderem, mantendo o espírito preso a superstições milenares. É uma enorme brecha a ser ocupado no lucrativo mercado das crendices. Só há um senão, a Bíblia. Mas isso pode ser contornado. Basta adulterar os textos sagrados. Outro dia, furungando em uma livraria, encontrei uma versão da Bíblia para gays. Pareceu-me algo tão ridículo que nem a olhei. Vou olhar com mais atenção da próxima vez. A pastoral das bichas místicas promete.

O pastor Marcos Gladstone, um dos fundadores da igreja, adotou o jargão usado pelo STF para rasgar a Constituição e sacramentar o casamento de homem com homem e mulher com mulher: homoafetividade. Segundo o pastor, o comprometimento no acolhimento de homoafetivos acontece pela percepção de que eles são marginalizados e condenados a uma vida de opressão e distanciamento dos planos e propósitos do Senhor pela própria comunidade cristã". Ora, leio e releio os textos sagrados, e não neles vejo contemplação nenhuma para os homossexuais.

A Igreja Cristã Contemporânea já possui seis templos no Rio de Janeiro e um em Minas Gerais. Com o de São Paulo são oito. "A meta é fundar mais dez igrejas na capital", disse o pastor Gladstone, que já foi seguidor da Igreja Universal do Reino de Deus por quatro anos, até assumir-se homossexual.

Nas palavras do pastor Gladstone, a Bíblia não condena a homossexualidade, e, sim, os rituais pagãos. Ele defende que algumas traduções do livro sagrado dos cristãos foram feitas de forma "maliciosa", e cita como exemplo Coríntios, 1:6. "Versões preconceituosas traduziram o trecho como 'efeminados e sodomitas não herdarão o Reino dos Céus'; porém, o escrito original do grego diz 'Depravados e pessoas de costumes infames não herdarão o Reino dos Céus'".

Seria interessante que o pastor citasse o original grego. Seja como for, como é que fica a prescrição do Levítico? Nela não há lugar para interpretações. Outra interpretação bíblica atacada pelo pastor é a de que a cidade de Sodoma teria sido destruída por causa dos homossexuais. Segundo o pastor, a Bíblia relata que os sodomitas queriam abusar sexualmente de anjos que passavam pela cidade; e que Ló chegou a oferecer suas filhas aos abusadores para que estes deixassem os anjos em paz. De acordo com o pastor, Ló jamais "ofereceria mulheres a um bando de homossexuais abusadores".

Ora, tal gesto é recorrente na Bíblia, nós o vemos novamente em Juízes. Em Gabaá, o levita de Efraim é hospedado por um ancião. Traz consigo sua concubina e seu servo. Os viajantes se reanimavam, eis que surgem alguns vagabundos da cidade, fazendo tumulto ao redor da casa e, batendo na porta com golpes seguidos, diziam ao velho, dono da casa: "Faze sair o homem que está contigo, para que o conheçamos". Então o dono da casa saiu e lhes disse: "Não, irmãos meus, não façais semelhante mal; já que este homem entrou em minha casa, não façais essa loucura. Aqui estão a minha filha virgem e a concubina do homem; fá-las-ei sair; humilhai-as a elas, e fazei delas o que parecer bem aos vossos olhos; porém a este homem não façais tal loucura".

Não quiseram ouvi-lo. Então o levita de Efraim tomou sua concubina e a levou para fora. Eles a conheceram e abusaram dela toda a noite até de manhã e, ao raiar da aurora, deixaram-na”. Ao voltar para casa, o levita pega um cutelo, corta sua concubina em doze pedaços e os remete a todo território de Israel.

Nestes mesmos dias em que a Igreja Cristã Contemporânea instala em São Paulo seu mais novo caça-níqueis, um padre católico decidiu se afastar da Santa Madre, por ter sido repreendido por seu bispo. Roberto Francisco Daniel, mais, conhecido como padre Beto, recebeu um prazo até amanhã, segunda-feira, do bispo diocesano, Dom Caetano Ferrari, para se retratar e confessar o erro cometido em declarações divulgadas na internet. Em um vídeo, o padre admitiu a possibilidade de existir amor entre pessoas do mesmo sexo.

Padre Beto, como Paulo na estrada de Damasco, está molhando o dedinho e erguendo-o aos céus, para ver de onde o vento sopra. O mercado das neobichas – os homoafetivos – é promissor. Segundo o UOL, padre Beto é formado em teologia pela universidade Ludwig-Maxilian de Munique, morou dez anos na Alemanha. Lá também fez doutorado em ética. Suas homílias progressistas lotam missas e criaram uma legião de fãs em Bauru.

Formado em teologia por uma universidade alemã e diz uma bobagem destas:
- Se refletir é um pecado, sempre fui e sempre serei um pecador. Quem disse que um dogma não pode ser discutido? Não consigo ser padre numa instituição que no momento não respeita a liberdade de expressão e reflexão".

Se acha que pode refletir e discutir um dogma, de que lhe valeram os anos de estudo na universidade alemã? Dogma, por definição, não pode ser discutido. Ou será que, ao ordenar-se sacerdote, padre Beto não sabia disto? Dogma é o fim de toda reflexão. Tanto que, quando um concílio se reunia para discutir um dogma, os defensores da versão derrotada davam no pé na hora. De um segundo para outro passavam a ser hereges e se quisessem escapar da fogueira tinham de exilar-se. Ontem, padre Beto anunciou seu "desligamento do exercício dos ministérios sacerdotais", em entrevista coletiva no salão de festas do prédio onde mora. Não seria de espantar que qualquer dia ressurja nos jornais, inaugurando um templo onde proporá uma pastoral para as neobichas.

Dízimo não tem sexo e a messe é farta
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29 de abril de 2013
janer cristaldo

REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL: DEBATE PROIBIDO E SABOTADO

Circula pelas redes sociais um trabalho da UNICEF contrário à redução da maioridade penal. O problema é que os dados desse trabalho são TODOS favoráveis à redução.

 
unicef Redução da Maioridade Penal: debate proibido e sabotado
 
Alguns temas, como nazismo, não podem mesmo fazer parte de qualquer debate razoável quanto à legitimidade. Ninguém defenderia a sério genocídio, massacres étnicos-religiosos etc. A Lei de Godwin deriva disso (embora essa norma internética me pareça criada por algum Stalinista cansado de passar vergonha).
 
Mas há temas que, sim, podem e devem ser debatidos, por mais que pareçam inatacáveis por quem faça parte desta ou daquela ideologia. Essa coisa de “defendeu X, nem começo a debater” é conversa de gente burra. Sim, é preciso debater X, Y, Z – desde que não façam parte do conceito exposto no primeiro parágrafo deste texto. Tanto mais quando são (ou seriam) facilmente vencidos por argumentos.
 
Infelizmente, há um boicote prévio quando se trata de redução da maioridade penal. “Ah, isso nem discuto” é o tipo de frase geralmente proferida por quem é contra a redução – e em muitos casos não são indivíduos exatamente brilhantes, apenas não querem falar do assunto (o que é compreensível, em muitos casos – mas mais por causa deles que do tema).
 
Ainda assim, alguns discutem (o que é positivo). Hoje, alguns ressuscitaram material CONTRÁRIO à redução da maioridade penal, uma apostila (em pdf) com rubrica da UNICEF. O seguinte trecho é primoroso (no sentido de anular a “argumentação social” contra a diminuição da maioridade penal):
“As propostas de redução da idade penal se sustentam na exceção pois como constatado pela Secretaria de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente, em 2006 haviam 10.446 adolescentes cumprindo medidas de internação sentenciadas. Se tomamos a estimativa fundada em dados anteriores de que 15% desta população é autora de homicídios, temos que o numero de adolescentes homicidas não chega a 1600 no país todo. Mais reduzido portanto seria o grupo destinatário das propostas que visam aplicar penas de adultos para adolescentes acima dos 16 anos autores de crimes hediondos. A exceção como se sabe não pode pautar a definição da política criminal e a adoção de leis que são universais e valem para todos.” (págs 11/12 – grifos nossos)
Notaram o disparate? Pois bem: sustentar-se na EXCEÇÃO é exatamente o funcionamento de toda e qualquer legislação penal baseada na conduta do INDIVÍDUO e não de fatores sociais. A idéia parece ser aquela do “ah, gente, é pouquinho, nem precisa mudar a lei” – noves fora a bobagem desse tipo de pensamento, é exatamente o “pouquinho” que revela a opção do indivíduo e não imposições sociais.
 
Ora, se há apenas 10.446 adolescentes sentenciados e, destes, tão-somente 15% praticaram homicídio, parece ÓBVIO e IRRECORRÍVEL que tais práticas são ações dos indivíduos e não uma decorrência da opressão do capital, imperialismo ou qualquer outra desculpa.
 
A grande e larga maioria dos adolescentes, mesmo os mais pobres (gente contrária à redução muitas vezes alega que a pobreza seria fator pró-criminalidade, é mole?), não comete crime algum. E até mesmo entre os que cometem crimes, a grande maioria NÃO é de homicidas. Então, como sustentar de maneira intelectual ou matematicamente honesta que essa conduta decorreria de circunstâncias alheias à vontade de quem o pratica? Dica: não há como.
 
O fato de esse dado precioso constar de um arrazoado CONTRA a diminuição da maioridade penal diz muito sobre a birra ideológica cega que cerca o tema. Pessoas relativamente inteligentes repassam esse estudo sem notar que os números dizem “A”, em vez do “B” presente nos textos de encaminhamento.
 
E há mais coisas, como o direito comparado. Esse mesmo estudo (quadro de págs. 16-20) compara a legislação de vários países quanto à punição de menores. Trata-se de outro dado que não apenas contraria, mas quase silencia os que combatem a redução da maioridade penal.
 
Isso porque o quadro mostra que alguns países DE FATO punem menores de 18 anos, a depender dos crimes cometidos e/ou mediante laudo clínico.
 
Exemplos: Bélgica, maioridade penal aos 16; Canadá, 14; Dinamarca, 15; Bolívia (bolivariana), 16; Escócia, 16; EUA, 12; Estônia, 17; Polônia, 17; Portugal, 16; Romênia, 16; Rússia, 14; Suécia, 15; Suíça, 15; Turquia, 15.
 
A autora se firma no conceito de “jovens adultos”, de fato presente em vários países, segundo o qual cidadãos de até 21 anos (a depender do caso), podem receber penas especiais. E é verdade. Mas TAMBÉM os menores de 18 recebem penas NORMAIS a depender do caso – essa é a parte não exatamente destacada no trabalho.
 
A tabela deste texto (por sinal ótimo) ilustra melhor os dados da maioridade penal na Europa.
Mas o problema é que, diferentemente do sugerido pelo trabalho que ~bomba na web~, a estipulação dos 18 anos como mínimo não é uma regra mundial. Confiram aqui (o trabalho de refutar fica quase impossível quando a UNICEF figura como fonte).
 
Desse modo, os fatos (não opiniões, vontades ideológicas ou picuinhas) comprovam que: a) apenas um percentual pra lá de minoritário dos adolescentes (e mesmo do universo de infratores condenados) cometem homicídios, provando que tais práticas não decorrem da sociedade, mas do próprio indivíduo; b) os países, em sua maioria, adotam idades inferiores aos 18 anos para início da punição penal comum – especialmente aqueles com menores taxas de violência.
 
Agora, com os dados concretos elucidados, o debate pode ser realizado de maneira honesta, dando vez para que as opiniões não atropelem os fatos. Por outra: ao compartilhar um trabalho nas redes sociais, vale a pena ler seu conteúdo.
 
29 de abril de 2013
Gravatai Merengue
 

A ESQUERDA E A CRIMINALIDADE: DOIS PESOS, DUAS MEDIDAS, UM MÉTODO

O discurso da esquerda culpa a desigualdade social pela violência. Mas quem podem culpar quando o assassinado não é rico, ou é da mesma classe do assassino?

 
dentista queimada consultório 524x338 A esquerda e a criminalidade: dois pesos, duas medidas, um método
 
Se você quer ser um intelectual respeitado e admirado por muitos jovens que seguirão suas brilhantes análises da realidade como um Decálogo revelado, a receita não é nada complexa: basta analisar todos os problemas sociais pela ótica da “desigualdade social”.
Repetir esse bordão até furar faz com que sua platéia acredite estar diante de uma pessoa crítica e consciente, um típico “cabeça” lutando por um mundo melhor.
 
Pouco importa que a Etiópia ou a miserável Albânia tenham índices de desigualdade social “superiores” ao Canadá ou à Suíça, o que justificaria que um suíço pegue uma pena mais leve do que um etíope ao roubar e matar um trabalhador. Sobretudo porque, para acreditar em políticas sociais ligadas a essas ideologias, é imprescindível desconhecer completamente o que gera a desigualdade social, e que desigualdade está longe de ser um mal em si.
 
Como demonstra Robert Nozick, um país onde todos ganhem R$ 100/mês é extremamente igualitário, e um inferno na Terra. Um país onde os mais pobres ganhem R$ 1 milhão/mês e os mais ricos R$ 1 bilhão é um país extremamente desigual, e um país que parecerá o lugar para onde as pessoas boas vão depois que morrem (vide o ensaio Uma única lição de economia).
 
Mas pouco importa fazer contas e conhecer a realidade. Basta ver ricos e pobres por aí, e acreditar que todos os problemas têm como causa algumas pessoas terem mais renda do que outras. É isso que arrebanha universitários “politizados”.
 
Por isso, sempre que algum problema extremamente chocante acontece, é um exercício de sociologia escatológica dar uma olhada nos chamados “blogs progressistas”, a nova roupagem dos nossos velhos esquerdistas com suas ideologias ultrapassadas, para analisar até latrocínio por essa roupagem.
O caso mais recente e o da dentista Cinthya Magaly Moutinho de Souza, queimada viva num assalto em São Bernardo do Campo. Três assaltantes a mantiveram no consultório junto com uma paciente. Vasculhando tudo, não encontraram dinheiro.
 
Cinthya, então, lhes entregou seu cartão bancário e sua senha, mas avisando que tinha pouco dinheiro. Um dos bandidos foi a um caixa, sacou apenas os R$ 30 que estavam em sua conta, voltou e foram embora. Depois que a paciente saiu, voltaram, trancaram Cinthya por pura birra e atearam fogo no seu consultório (onde também morava com sua família), matando-a no local.
 
É o tipo de crime que choca qualquer ser humano com respeito pela vida alheia. Com um pingo de sensibilidade pela dor, pelo sofrimento, pela visão de outro ser humano como um semelhante, aquele laço de humanidade.que nos identifica e nos protege.
 
Não é o caso, todavia, de quem pensa tão somente por estatísticas incapazes de explicar como a pantomima da “desigualdade social”. Quando crimes chocantes ocorrem, basta correr a blogs de “formadores de opinião”, que esbravejam intracicladianamente contra o horror da desigualdade, e que ela faz com que os pobres, sem opção, caiam na criminalidade, para encontrar opiniões simplesmente insanas ou um silêncio estrepitoso e extremamente revelador do que essas pessoas pensam.
 
Um Sakamoto, por exemplo, quando um jovem universitário morre nas mãos de um “adolescente” 3 dias antes de completar 18 anos com um tiro, não deixa de usar da linguagem metonímica (não percam este vídeo por nada nessa vida) para dizer que “se um jovem aperta um gatilho, fomos nós que levamos a arma até ele e a carregamos”.
Ora, é um joguinho de palavras para chamar atenção de quem adora culpar “a sociedade” e suas diferenças (sua “desigualdade”) por tudo. É o mesmo caso do pagodeiro alçado a vereador Netinho de Paula dizendo que “a sociedade paulistana é racista”.
 
 A esquerda e a criminalidade: dois pesos, duas medidas, um método
 
Na prática, ambos desistem desse discurso com o sabor das conveniências. Ora, se Sakamoto estivesse comentando um caso de estupro (e sempre teve pompa e circunstância para falar, como nos estupros na van no Rio de Janeiro ou de uma menina de 14 anos na praia na mesma cidade, tudo nos últimos dias), será que ele também faria um joguinho de palavras simplesmente ridículo como “se uns jovens fazem uma roda de estupros seguidos enquanto o namorado da vítima assiste a tudo amarrado, fomos nós que algemamos a vítima e a estupramos”, para abusar de um eufemismo (por puro respeito ás vítimas) inexistente no texto do blogueiro Sakamoto?
E no caso de Netinho, é de se crer que o racismo seja considerado uma imbecilidade completa. Será que o vereador diria a seus eleitores: “a sociedade paulistana é completamente imbecil”? Ou ele diz isso, ou acredita que o racismo não é uma imbecilidade completa. Tertium non datur.
 
O caso da dentista assassinada é outro que gera um estrepitoso silêncio. Ora, é fácil para Sakamoto fazer uma analogia perniciosa (para não dizer francamente mongolóide) com um revólver, com uma morte por um botão.
Será que ele também gostaria agora de dizer que nós, “a sociedade”, tivemos o trabalho de assaltar, ver que a vítima não possuía dinheiro e voltar á cena do crime só para matá-la de uma maneira cruel e dolorosa? Será que não vai ter um textículo do Sakamoto dizendo que “se jovens ateiam fogo numa dentista sem dinheiro, fomos nós que levamos o álcool às suas mãos e riscamos os fósforos”?
Ou será que, sem um botãozinho, a metáfora do Sakamoto aparece até a ele próprio em toda a sua crueldade, insensibilidade e estupidez?
 
Nessas horas, ao se correr para o blog dos nossos queridos defensores de bandidos, como não dá para fazer muita analogia e fugir do fato óbvio (gente má e que deveria estar, na melhor das hipóteses, presa, está solta e atentando contra a vida da população), tudo o que conseguimos é um silêncio.
 
Como não dá para defender sua agenda de governo (muitas vezes francamente defensora, quando não financiada, por um partido político), não há nem uma palavra de amparo. Nem um suspiro, um “que coisa triste isso que aconteceu”.
Não é nem preciso analisar a fundo a contradição da realidade com as idiotices que defendem: poderiam ao menos demonstrar sentimentos humanos.

Humanos, criminosamente humanos

Mas nem sentimentos humanos existem em tais formadores de opinião. Tudo o que podem fazer é silenciar, esperar a poeira baixar. todos esquecerem do assunto e não estarem mais tão sensíveis, para depois dizer que diminuir a maioridade penal não serve pra nada, que é a sociedade e até a “ostentação” que são culpadas da violência.
 
liana friedenbach felipe caffé A esquerda e a criminalidade: dois pesos, duas medidas, um método
 
Como já foi demonstrado aqui, tudo isso se deve a um erro de representação e linguagem. Usando apenas termos coletivos e abstratos, de contornos imprecisos e que sequer conseguem definir quem faz parte dessa idéia genérica e quem está do lado de fora, não conhecem agentes humanos na história ou na sociedade, e sim apenas idéias. Assim, quando mulheres correm o risco de estupro, não culpam estupradores, mas sim “o machismo” (como se estupro fosse uma “idéia”, uma “ideologia” defendida por algo além de alguns tarados por aí, agentes humanos que já deveriam estar na cadeia). Quando um assassinato ocorre, também não é culpa de assassinos, e sim da “sociedade”, da “elite”, da “burguesia” (termos que geralmente tomam por idênticos) e assim vai.
 
Foi o que fizeram Túlio Vianna e Marilene Felinto no assassinato que talvez mais tenha chocado a cidade de São Paulo, a brutalidade contra os jovens Liana Friedenbach e Felipe Caffé, seqüestrados e assassinados em 2003. A brutalidade feita contra Liana foi o extremo do que é um ato de covardia de “machos” contra uma mulher: estuprada seguidamente até destruírem sua vagina e morta lentamente a golpes de faca no meio de um estupro de forma inacreditavelmente dolorosa.
 
Hora de culpar “o machismo”? Não, para nossos pensadores de esquerda, quando uma mulher sofre absurdamente assim, aí é culpa da sociedade. Para Marilene Felinto, o problema é a “elite paulista – esta de nomes estrangeirados, pronta para impor-se, para humilhar e esmagar sob seus pés os espantados ‘silvas’, ‘sousas’, ‘costas’ e outros nomezinhos portugueses e afro-escravos” (sic³). Um discurso que flerta perigosamente com a xenofobia e o racismo anti-semita a ponto de poder ser encontrável facilmente em um discurso de Adolf Hitler.
 
protesto estupro coletivo india nova delhi 300x224 A esquerda e a criminalidade: dois pesos, duas medidas, um método
 
Se estupro, seqüestro e assassinato são crimes hediondos, Felinto não tem tanta certeza: “O que torna um crime mais ‘hediondo’ que outro? Só se for a classe social da vítima: quando é rica e loirinha, então, o crime é mais hediondo do que se a vítima for um ‘Pernambuco’ qualquer”. Ignorando a nojeira que são essas palavras, ainda mais vindas de uma mulher que infelizmente pode ser vítima da mesma violência, para a colunista da Caros Amigos, tudo o que importa´são “classes sociais” e quanto as pessoas ganham. No caso, se o crime é contra uma “loirinha rica” (sic), aí devemos nos preocupar é com Pernambuco, o monstro que a manteve sob cativeiro, a estuprando infindavelmente por 5 dias e a “compartilhando” com os amigos – porque, afinal, é um pobre coitado sem “sobrenome estrangeiro”.
 
Já para o doutor em Direito Penal Túlio Vianna, é uma boa hora para criticar as revistas que nunca lhe pagaram uns trocados para mostrar suas grandes contribuições intelectuais à humanidade, dizendo que ”a mídia-urubu e seus consumidores de carniça impressa e gravada” está querendo dizer que a vida do estuprador Champinha, o organizador do seqüestro, não vale nada (ó, pobrecito!!), enquanto a de Liana e Felipe vale, “também de um ponto de vista exclusivamente econômico pelos investimentos que foram feitos”.
 
Qual o sentimento de humanidade profunda dessas pessoas agora que uma dentista foi presa por não ter mais do que R$ 30 na conta bancária? Não importa quem seja a vítima (mulher, pobre, trabalhador, criança etc), sempre arruma-se um motivo para… defender o assassino, e não o assassinado.

Uma gramática para a morte

Trata-se, mais uma vez, da linguagem dialética (ou pseudo-dialética) que domina a esquerda, que faz com que alguém dominado por alguns pequenos dados de ideologia (cabresto) esquerdista dificilmente consiga escapar da gaiola cerebral, não importa quantos argumentos retumbantemente óbvios e acachapantes sejam colocados diante de seu nariz.
 
Enquanto é comum que pessoas ligadas a áreas técnicas tenham um pensamento linear (exemplo óbvio dos economistas: a economia de mercado é que gera riqueza, inclusive para os pobres; ao se socializar a produção e alguém parar de receber conforme o que produz, a produção inteira cai e toda a população fica pobre), o esquerdista, a chamada “mentalidade revolucionária” (uma endemia de proporção global), pensa de forma dialética.
 
Para alguém contaminado por tal pensamento, as coisas vão e vem e se transformam em suas teses e antíteses transformando-se umas nas outras, importando tão somente que a conclusão se mantenha intacta: eles devem se manter no poder e a força do Estado deve ser controlada tão somente por eles.
A economia vai bem? Graças ao nosso Partido. A economia vai mal? Então precisamos dar mais força ao nosso Partido, para não piorar ainda mais.
 
Ora, criminalidade deveria ser a preocupação número 1 (talvez mesmo a única) de um Estado. Se um Estado é necessário, não é justamente para evitar a violência contra o próximo, e para o tal monopólio da violência nos proteger da violência desabrida e arbitrária? Portanto, deveria ser exatamente o que mede a qualidade do nosso governo.
 
Mas pelo contrário, nossos índices de homicídios alcançam praticamente 50 mil por ano. Somos o país que mais mata no mundo. Nenhuma guerra mata tanto (a guerra do Iraque gerou cerca de 20 mil mortes entre militares e civis em uma década, e todos criticam George W. Bush como um carniceiro psicopata fascista até hoje, mesmo tendo criado a guerra mais cara do mundo justamente para evitar um morticínio civil).
 
O que a mentalidade de nossos formadores de opinião (e pedidores de voto) faz? Culpa da desigualdade. Não importa que ao mesmo tempo defendam um governo que, supostamente, está fazendo diminuir a mesmíssima desigualdade (e propagandeiem isso como papagaios). Claro, só falta descobrir uma metonímia adequada para “explicar” o fato de assaltarem uma dentista e assassiná-la porque ela só tinha R$ 30. Com um detalhe: um dos suspeitos, que a própria mãe ajudou a identificar, fugiu no carro da mãe. Num Audi.
 
luto dentista 300x224 A esquerda e a criminalidade: dois pesos, duas medidas, um método
 
Da mesma forma, não adianta argumentar calmamente que a desigualdade não gera violência (afinal, o próprio discurso deles os desmente pelas estatísticas). O que importa é a conclusão.
Como se vê, não há vergonha alguma para um “progressista” defender uma coisa e logo depois defender o exato oposto – ou mesmo defender as duas coisas ao mesmo tempo, talvez em lugares distintos ou, no caso da relação da criminalidade com a desigualdade, no mesmo lugar.
O que importa é dizer que o progressismo está correto, e que a propriedade dos outros é que gera o nosso atual estado caótico. Quem não viu o petista Eduardo Guimarães dizer, na última Sexta-Feira Santa, que há 2 mil anos, o primeiro comunista foi morto pela direita (sic²)?
 
O fundador da esquerda moderna, por exemplo, queria abolir a propriedade privada, e portanto a família deixaria de existir (já nasceríamos sem pai e mãe conhecidos, sendo todos tutelados pelo Estado, tornando-nos funcionários públicos de nascença). Seu alvo era a propriedade, mas sua crença na destruição da família como conseqüência inescapável advinha de acreditar ser ela a “superestrutura” da economia, que seria a “infraestrutura” da sociedade.
 
Ora, sabemos que a família não serve apenas para um fator econômico, e abolir a propriedade privada gerou o Holodomor, os 4 milhões de mortos de fome na Ucrânia em 2 anos (sem falar em pelo menos uns 12 milhões dos mais de 61 milhões de mortos de Mao Zedong).
O que fizeram os intelectuais da Escola de Frankfurt e Gramsci, com um programa maravilhosamente bem aplicado que continua sendo expandido até os dias de hoje? Inverteram infraestrutura com superestrutura, afirmando defender o mesmo autor do Manifesto Comunista, e atacaram a família, assim conseguindo uma tutela cada vez maior de pessoas dependentes do Estado – e fazendo com que a propriedade das famílias cada vez mais virasse terra de ninguém para ser compartilhada pelos burocratas que dominam o Estado.
 
É o mesmo que nossos pensadores e intelectuais fazem com a violência, ao teorizar sobre a “desigualdade” ou culpar “o machismo da sociedade” por estupro e assassinato, mas nunca culpar o agente humano: o assassino ou o estuprador.
E tome-se ideologia anti-liberal.
Com esse tipo de pensamento perigosíssimo, que deve ser compreendido com cuidado e ser tratado com precisão cirúrgica ao se conversar com defensores da esquerda, só nos resta fazer algumas perguntas aos nossos amigos de esquerda:
 
1) Como já disse o Francisco Razzo, se ela tivesse não R$ 30, mas 3 mil, estaria viva. É mesmo a desigualdade social que gera violência? Os ricos é que têm medo de assassinato e são vítimas da violência, então?
 
2) Vocês além das armas, vão proibir álcool e fósforos? Novo sentido pra arma de fogo.
 
3) Se a desigualdade social gera violência, seria justificado alguém cometer violências contra a presidente Dilma Rousseff. Refutem, por favor, mantendo o mesmo tipo de discurso, em no máximo 500 caracteres.
 
4) Vocês tratam dinheiro como se fosse ânimo (é o marxismo aplicado, uma hora as pessoas encherem o saco e fazerem revolução). A sociedade que vocês defendem deve ser dominada pelos hipersensíveis ou pelos histéricos cheios de ódio? Só essas duas alternativas são viáveis.
 
5) Vocês pretendem “ressocializar” quem volta a uma cena de crime já consumado apenas para matar com fogo? Pretendem fazer isso como? Com serviço social e leitura do Gabriel Chalita?
 
6) Quando se trata de estupro, vocês nunca, nunca nessa vida toda discutiram a “desigualdade social” e a “ostentação” que existir mulher bonita enquanto o pobre da favela é um coitado feio e lascado que nunca vai ir pra cama com a mulher que ele acha atraente. Vocês pretendem algum dia terem o mesmo discurso para o estupro que têm para a violência, o assalto, o assassinato?
 
7) Vocês já estão cogitando o lema “mata, mas não estupra”?
 
8) Não acreditamos que cadeia resolve nada, acreditamos só que não estar na cadeia gera mais mortes. Se esses assassinos ou o cara que matou o universitário no Belénzinho ou o Champinha ou os caras que mataram o João Hélio etc etc etc estivessem na cadeia, essas pessoas estariam vivas. Somos assim, tão nazi-fascistas?
 
9) Até agora não rolou um pio de Sakamoto, Marilene Felinto, Túlio Vianna, Juarez Cirino dos Santos et caterva explicando o crime pela desigualdade social ou, ao menos, tratando-o algo triste para a vítima, e não apenas uma peça que teve de ser imolada no altar da futura sociedade livre, planificada e igualizada. Nessas horas, resta só silenciar, esperar passar, e depois voltar a defender bandido?
 
10) Os latrocínios aumentaram 250% no ABC em uma década. Enquanto isso, vocês adoram a presidente e blá blá blá. Já está na hora de organizarmos outra marcha contra o Marco Feliciano, ou a grande preocupação de vocês agora é outra?
 
Como disse Rafael Dias no Twitter (@rwdias), seres humanos para a esquerda são só estatística. Ficam nossas condolências por este triste episódio, e nosso desejo que as leis mudem para que novas vítimas não nos causem mais tanto temor.
 
 
29 de abril de 2013
Flávio Morgenstern