"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

HADDAD TEM SARNEY COMO CABO ELEITORAL! VALHA-ME DEUS!!!


Já em campanha eleitoral, escoltado por Dilma e Sarney, Fernando Haddad diz que “Enem apanha todo dia”

O já ex-ministro da Educação Fernando Haddad confunde a sua própria incompetência com críticas a um exame que tem raiz meritória, sim — até porque não foi criado por ele —, mas que é mal executado.

Leiam o que informa o Portal G1. Volto em seguida.
Por Priscilla Mendes

O ministro da Educação, Fernando Haddad (esq.), ao lado da presidente Dilma e do presidente do Senado, José Sarney, na cerimônia de 1 milhão de bolsas do Prouniouni (Foto: Roberto Stuckert / Presidência)O ministro da Educação, Fernando Haddad (esq.), O ministro da Educação, Fernando Haddad, comparou nesta segunda (23) o início do Prouni (Programa Universidade para Todos) ao Enem (Exame Nacional de Cursos de Ensino Médio). “Guardadas as devidas proporções, [o Prouni] era que nem o Enem hoje. Apanha todo santo dia”, afirmou Haddad.

O Enem apresentou problemas nas três últimas edições do exame, desde quando passou a ser usado como forma de acesso às instituições públicas de ensino superior - em 2009, houve furto de provas da gráfica; em 2010, problemas com a impressão dos cadernos de provas; e, em 2011, vazamento de questões em uma apostila distribuída a estudantes de um colégio em Fortaleza.

Ao lado da presidente Dilma Rousseff e com vários ministros na plateia, Haddad participou da cerimônia comemorativa de 1 milhão de bolsas do ProUni. A solenidade foi a última de Haddad na condição de ministro. Nesta terça (24), toma posse na pasta Aloizio Mercadante, atual ministro da Ciência e Tecnologia. Fernando Haddad deixa o governo para disputar a Prefeitura de São Paulo, como candidato do PT, na eleição municipal deste ano.

Em seu discurso, Haddad rememorou o início do Prouni, lançado pelo antecessor Tarso Genro, do qual era secretário-executivo. Disse que, no princípio, o programa foi entendido como “estatizante”. “Tudo é muito difícil de realizar e colocar de pé. Mas os anos vão passando, os programas vão se consolidando e nós vamos mostrando os resultados para o país”, declarou.

Despedida

Fernando Haddad disse que não chegou ao ministério “nas condições mais favoráveis”, mas que o trabalho de sua equipe conseguiu reverter “um ciclo perverso de queda na qualidade da educação”.

“Estou me despedindo do MEC. Acho que minha equipe fez um trabalho importante, deixou um legado importante na área da educação profissional, na área da educação básica. Revertemos um ciclo perverso de queda na qualidade da educação no país”, declarou.

Haddad afirmou que, durante a reunião setorizada sobre educação convocada por Dilma na semana passada, ele e o futuro ministro da Educação, Aloizio Mercadante, apresentaram um programa de educação no campo “cujas diretrizes ela [Dilma] aprovou e que provavelmente o ministro Mercadante vai apresentar nas próximas semanas”.

(…)

Comento

Está na cara que a campanha de Fernando Haddad será fundada na mistificação petista de sempre: “Nunca antes na história destepaiz…”

Ele diz ter chegado ao ministério numa situação difícil. Uma ova!
Difícil era a de Paulo Renato, que chegou lá com quase 20% dos alunos em idade escolar fora do ensino fundamental; quando saiu, 97% estavam na escola. Situação difícil foi a de Paulo Renato, que assumiu o ministério com 33% dos alunos fora do ensino médio; quando saiu, eram 18%. Situação difícil era a de Paulo Renato, que não dispunha de instrumentos de avaliação do ensino fundamental, médio e universitário. Teve de criá-los. Situação difícil era a de Paulo Renato, que não dispunha de um fundo específico para a área e teve de criar o Fundef, ENFRENTANDO A OPOSIÇÃO DO PT.


Vem muita mistificação, a exemplo dessa história de que o Enem está sendo atacado todo dia… O Enem, não, candidato Haddad! O que está sob crítica é a sua incompetência, meu senhor!

Quanto ao ProUni, ai, ai… Esse troço vai continuar por muito tempo. É o maior mecanismo de transferência de recursos públicos para o setor privado de que se tem notícia. Sei que praticamente não há críticos do modelo.

Fazer o quê? Eu sou! Faculdades de péssima qualidade estão sendo alimentadas por dinheiro público e fornecendo diplomas a quem jamais vai exercer a profissão. É desperdício de dinheiro. Empregados esses recursos em ensino técnico, com um acompanhamento severo da qualidade — ainda que em convênio com o setor privado —, os brasileiros e o Brasil estariam mais bem servidos. E por que não é assim?

Porque, acreditem!, para que uma instituição privada ou pública possa oferecer um ensino técnico decente, precisa investir muito mais recursos do que investe em “ensino universitário” na base do cuspe e giz.
Para começo de conversa, não pode formar salas de 100, 120 estudantes. É preciso investir em equipamentos e oferecer mais assistência ao aluno. Oferecer um curso qualquer “de humanas” a quem não vai atuar na área é coisa simples e barata. As instituições privadas de ensino oferecem suas vagas ociosas ao governo e podem cuidar dos cursos que realmente são de seu interesse.

PS - Quando escrevo “um curso qualquer de humanas”, não estou tratando a área com menoscabo, como querem uns bobos. Ao contrário: eu estou é defendendo que elas sejam tratadas com respeito. Ah, sim: vejam lá o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), atento a tudo, sempre endossando os “progressistas”…
Reinaldo Azevedo

O CASO DE PINHEIRINHO, O DIREITO RACIONAL E A AMEAÇA DE INTERVENÇÃO FEDERAL EM SÃO PAULO

O único veículo da grande imprensa brasileira que promove o embate político e que realmente veicula informação e opina é o site da revista Veja, onde está alojado blog do jornalista Reinaldo Azevedo.
Não é à toa que seja o mais acessado da blogosfera brasileira. Após este prólogo transcrevo post de seu blog que acrescenta uma informação importantíssima sobre a favela Pinheirinho, do interior paulista, que passou a ser manchete dos jornais.

Escutando na tarde de hoje a rádio CBN ouvi a notícia de que Gilberto de Carvalho, o chefe de Lula dentro do Palácio do Planalto, proferindo um monte de bobagens sobre a reintegração de posse efetuada pela PM em obediência à ordem judicial.

Trata-se de algo impressionante. Um sujeito com a responsabilidade de integrar o staff presidencial assacando contra ao Estado de Direito Democrático e patrocinando uma verdadeira intervenção federal em São Paulo.
Qualquer estudante de Direito sabe - ou pelo menos no tempo em que fiz a graduação sabia - que o caso ocorrido em Pinheirinho está circunstrito à jurisdição da Justiça do Estado de São Paulo. Penso que por enquanto o sistema federativo mambembe, é verdade, continua a funcionar, embora o governo petralha conspire o tempo todo para destruí-lo ou seja, para implantar uma ditadura comunista vagabunda.

Ocorre, Sr. Gilberto Carvalho, que o Poder Judiciário não está aí para promover a justiça social, mas para fazer cumprir a lei, o que é a pedra de toque da segurança jurídica. E é justamente a segurança jurídica, essa conquista da modernidade, que permitiu que a civilização ocidental evoluísse e proporcionasse esse aumento de qualidade de vida para as pessoas.
Nenhum país do mundo ocidental civilizado e desenvolvido vive sob a anarquia comunista. É a segurança jurídica que permite a paz social e a garantia do império da lei. Sem a segurança jurídica tem-se uma ditadura pura e simples e seus deletério efeitos que suprimem a liberdade e o direito de qualquer cidadão peticionar em juízo, sobretudo contra o Estado e também contra a mais alta autoridade da Nação.

Neste caso, a desobediência de ordem judicial é mortal para a democracia e a liberdade já que desmonta seu principal pilar de sustentação.
Pode-se discordar de uma decisão judicial, mas jamais desobedecê-la. Para isso existem os caminhos processuais legais para contestar qualquer decisão judicial. Mas repito: desobedecê-la, jamais.

Estou explicando de forma simples e sintética o que é o Direito Racional. E fim de papo. Além de jornalista sou advogado inscrito na OAB e também possuo o Mestrado em Direito. Se alguém conseguir provar que estou errado rasgo os meus diplomas e peço o desligamento da OAB.

Retomando as linhas iniciais deste post, passo à segunda parte, transcrevendo o post do Reinaldo Azevedo no qual ele revela que a comunidade de Pinheirinho pagava, vamos dizer assim, pedágio para a vagabundagem comunista do PT.
E o pior de tudo é que lá estava operando, um subordinado do estafeta de Lula.

Leiam:
PAGANDO PEDÁGIO PARA COMUNISTAS

Você não lerá da imprensa politicamente correta, mas é fato. Se os chefes de reportagem — ainda os há nas redações, ou agora o jornalismo é uma soma de mônadas destrambelhadas? — tiverem algum interesse, devem instruir seus repórteres a manter uma conversa franca com os antigos moradores do Pinheirinho.

A área estava submetida a um rígido controle, como direi?, ideológico. Tudo ali tinha preço. Para morar no Pinheirinho, era preciso pagar uma taxa aos “donos do pedaço”, uma espécie de adesão de caráter político, entendem? E variava de acordo com a área, a qualidade do barraco, essas coisas. Não era exatamente um aluguel, mas uma espécie de taxa de “condomínio” — nunca menos de R$ 100 mensais, segundo fiquei sabendo.

Mas não só. Os comerciantes também precisavam pagar uma “taxa” de administração aos leninistas que administravam aquele conjunto — no mínimo, R$ 500. E, vejam que coisa!, nunca o Ministério Público se interessou por isso. Era uma forma de milícia, evidentemente, só que com horizonte redentor. Basta colocar os repórteres para ouvir, e a verdade virá à tona.

Mas isso não vai acontecer. Sabem por quê? Porque boa parte dos jornalistas acredita que, se contar essa verdade, estará fazendo o jogo dos “reacionários”, entendem? Não pega bem! Então se contenta, e alguns se fartam, com as histórias inequivocamente tristes. É uma prática antiga. Sartre, na fase idiota, achava que era necessário esconder os crimes do comunismo para não tirar as esperanças da classe operária. O resultado dessa postura? O comunismo matou bem uns 150 milhões de pessoas sob o silêncio cúmplice da maioria dos intelectuais “progressistas”.b>

A verdade liberta, sempre. A mentira mata em silêncio.
Reinaldo Azevedo
Janeiro 23, 2012
blog aluizio amorim

A TELEVISÃO NACIONAL E A HUMANA ESTUPIDEZ

Não. Não vou discutir a ridícula história do suposto estupro ocorrido durante o tal de Big Brother Brasil. Primeiro, porque não assisto à televisão nacional. Segundo, porque jamais assistiria ao BBB. Certa vez, para saber do que se tratava, tentei ver o programa. Não consegui agüentar cinco minutos. E o BBB, pelo que me consta, tem milhões de espectadores. Haja pobreza mental neste país.

Vou discutir, isto sim, as ridículas reações da imprensa ao ridículo programa. A última Veja, por exemplo, deu nada menos que oito páginas a um episódio que não merecia sequer oito linhas. Pelos jornais, fico sabendo que, às seis da manhã de domingo passado, numa emissão pay-per-view da Globo, um dos palhaços do reality show teria estuprado, sob um edredom, uma outra idiota que dormia.

Duas considerações, para começar. Primeiro, tanto estuprador como vítima negam o estupro. Que o estuprador negue, entende-se. Mas se a vítima nega, então não há estupro algum. E portanto razão nenhuma para esse alarido da imprensa. Em segundo lugar, é preciso ser muito estúpido para pagar para ver um programa estúpido como aquele, às seis horas da madrugada. Eu não o assistiria nem que me pagassem.

Tenho lido reclamações, tanto nos jornais como na Internet, contra a televisão, contra a rede Globo, contra o BBB. Não as entendo. O controle remoto tem dois botõezinhos, on e off. Basta clicar no segundo e o telespectador está protegido de qualquer infâmia. Leio na reportagem da Veja que a repercussão do programa no Twitter atingiu a marca de 116 mil tuiteiros. Ou seja, havia pelo menos 116 mil idiotas preocupados com o BBB.

Desde há muito, há uma grita geral contra o baixo nível da televisão nacional. Grita besta. Se você acha que a televisão tem baixo nível, não a ligue. Ninguém é obrigado a assistir a programas idiotas. Assiste porque quer. No fundo, parece existir a noção de um certo direito a assistir TV, e neste certo direito vem embutida a noção de assistir a bons programas. Ora, televisão precisa de público. Necessitando de público, explora os baixos instintos deste público. Quem faz a televisão não são seus programadores, mas essa gentinha que paga para ver idiotas se esfregando sob lençóis às seis da madrugada.

A televisão criou um dos personagens mais repelentes desta nossa era midiática, a tal de celebridade. Uma analfabeta qualquer, desde que tenha algumas curvas, vira celebridade da noite para o dia, porque a televisão quer. E por que a televisão quer? Porque sabe que se dirige a um público de analfabetos, à gente que não lê, e que pede heróis do mesmo nível de analfabetismo. Que ninguém se queixe. A televisão que existe no Brasil é a televisão que os brasileiros querem. Diga-se o mesmo do governo. Que ninguém pretenda programas inteligentes em um país que elege - e reelege - um analfabeto para a Presidência da República.

Nunca tive boas relações com a televisão. Até os trinta, o aparelhinho não existia em minha casa. Certa vez, quando vivia em Porto Alegre, recebi a visita de moça muito linda, mas carente de cérebro. Espantou-se com a nudez de meu apartamento. Não tens televisão? Não, não tinha. Rádio? Muito menos. E carro? Também não. Então deves ser louco. Talvez fosse, mas vivia muito em paz comigo mesmo, sem rádio, televisão ou carro. Tinha, isto sim, livros. Mas isto pouco interessava à moça.

Só fui conhecer televisão em Paris, em 77. Era correspondente de um jornal gaúcho. Embora falasse razoavelmente o francês, precisava de mais intimidade com a língua e com a política nacional. A televisão então me pareceu ser útil. Mais ainda, tinha alguns programas interessantes, como o de Bernard Pivot, que entrevistou em seu ofício mais de oito mil escritores. Ano passado, fiz um despilfarro: comprei uma televisão de 56 polegadas. Eu a uso para ver filmes ou documentários. Mesmo na televisão a cabo, não vislumbro muita vida inteligente.

Tenho um vício, é verdade, que já confessei. É assistir aos pastores televisivos na madrugada. Mas é vício que me informa sobre a incultura das gentes. Vivo em uma pequena bolha de amigos cultos e, para conhecer a idiotice ambiente, nada melhor que vê-la concentrada em templos no conforto de meu sofá. Dá muito trabalho sair de casa para ter uma idéia da ignorância que me cerca.

Eu a contemplo então, perplexo, na telinha. Milhares de pessoas, na madrugada, gastando tempo de descanso, para ouvirem, extasiadas, vigaristas de baixo nível. Meus prediletos são Edir Macedo, R.R. Soares, o apóstolo Valdemiro e a bispa Sonia Hernández. Aquela que um dia disse: “gente, Deus é uma coisa quentinha”. Saiu de seis meses de prisão nos Estados Unidos, por evasão de divisas, e retornou, olímpica, a seu programa. Quatro ou cinco mil panacas a veneram cada noite em seu templo.

Penso que, neste sentido, a televisão até que educa. É uma forma de tomarmos contato com a humana estupidez sem sair de casa.
janer cristaldo
23 de janeiro de 2012

SINDICATO DOS LADRÕES

O GRANDE CIRCO BRASIL, APRESENTA... O POVO!

OS EXTERMINADORES DO FUTURO IV - 3a. PARTE: LA NUOVA SCUOLA FASCISTA

Artigos - Movimento Revolucionário

Os anos entre Gentille e Bottai.

Como vimos anteriormente, a reforma fascista do ensino passou por duas fases: a Reforma Gentile, iniciada em 1923, e da Carta della Scuola, de Giuseppe Bottai, de 1939. Resta saber como foram administradas as escolas fascistas durante este intervalo em que se sucederam oito ministros da Educação. Sem analisar a escola fascista é impossível estudar as organizações juvenis como a Opera Nazionale Balilla.

Da mesma forma que Trotsky foi retirado das fotos após a morte de Lenin e a posse de Stalin, várias são as falsificações do Ministério da Verdade esquerdista com o sentido de refazer a história a seu bel prazer, ocultando seus erros e, como no caso abordado a seguir, fatos históricos que os constrangeriam muito se descobertos. É o caso do sumiço de doze anos da biografia de Maria Montessori. Por ser seu método de ensino o queridinho das esquerdas, qualquer relação com o fascismo precisa ser sonegada. A esquerda tem um enorme interesse em transformá-la numa heroína cujo método de ensino deve ser aceito como válido modernamente. Portanto, o que se sabe de sua biografia? Muito, exceto a respeito dos anos 1922 a 1934. Tudo o que as principais biografias dizem é que Montessori criou as Case dei Bambini na Itália em 1907, foi recebida com honras nos EUA em 1913 e foi para Barcelona em 1916, segundo alguns, para evitar que seu marido fosse convocado para a I Guerra Mundial. As únicas referências mais explícitas mencionam que ela retornou à Itália em 1922, foi nomeada inspetora geral das escolas fascistas e saiu em 1934 por ser pacifista e “reconhecer que os métodos de Mussolini eram brutais” [i]. Isto é apenas a ponta visível do iceberg.

Em 1920 saiu a terceira edição de seu Il Metodo della Pedagogia Scientifica e Maria Montessori começa a retomar contatos com sua terra natal. A verdade é que voltou para seu país exatamente por apoiar Mussolini no exato ano em que ele era nomeado Presidente do Conselho do Reino. Inicialmente proferiu uma série de conferências em Nápoles a convite do então ministro Antonio Anile. Um ano depois Giovanni Gentile é nomeado ministro e, influenciado pela rainha-mãe, Margherita de Saboia, demonstra interesse em colaborar com Montessori e disseminar seu método pedagógico por todo o país. Mussolini se interessou muitíssimo pelo método pedagógico considerado muito promissor para ser incorporado ao sistema escolar da Reforma Gentile [ii].

Em abril de 1924 a Societá Amici del Método se torna a Opera Nazionale Montessori, fundação criada por decreto real, presidida por Gentile e com Maria Montessori como presidente de honra. A fundação penetrou até mesmo nos colégios religiosos como o Suore Francescane Missionarie di Maria in via Giusti [iii]. Mussolini autorizou Gentile a estruturar um curso montessoriano para professores em Milão. Cento e cinqüenta alunos assistiram às aulas de Montessori, sessenta deles por ordem direta de Gentile. Mussolini era o “presidente de honra” do curso.

Em 1926, Mussolini é escolhido presidente da Opera e Gentile passa a diretor dos escritórios de Roma. O Duce provê com fundos estatais as escolas que seguissem o método, contribuindo com 10 mil libras de seu próprio bolso. Já em 1925, ano em que Maria se tornou membro honorário do Partido Fascista, Mussolini dizia que “pessoas que objetassem ao método montessoriano eram todos ignorantes” [iv] e “recomendou o método a outros ditadores” [v]. No mesmo ano foi estabelecida em Roma uma escola montessoriana de preparação de professores, a Scuola Magistrale Montessori, e o ministro Gentile anunciou que este era o próprio método fascista de ensino. Neste ano (1926) foi fundada a Opera Nazionale Balilla, responsável pela educação política e física das crianças em curso primário. Estudaremos adiante estas organizações juvenis, basta aqui ressaltar a “coincidência” com a institucionalização do método montessoriano.

Em 1927, outras escolas foram estabelecidas e a partir de 1929, Montessori passou a controlar todo o sistema de ensino fascista [vi]. Neste mesmo ano foi realizado o chamado “plebiscito” (24/03/1929) em que o povo deveria votar a favor ou contra a lista de 400 nomes apresentada pelo PNF. O comparecimento foi maciço: 89,63% dos eleitores. O sim obteve 8.519.559 votos e o não 135.761 e 8.092 nulos [vii]. O poder fascista tornava-se total!

Em 1931, o Gran Consiglio Del Fascismo instituiu a obrigatoriedade de todos os professores jurarem lealdade ao fascismo e ao Duce. Vários professores que aberta ou reservadamente criticaram o regime, ou mesmo frente a meras suspeitas ou denúncias anônimas, foram expulsos do magistério. Logo depois foi criado um juramento adicional, o de “viver e morrer pelo Duce”. O ensino não mais poderia ser neutro, mas fascista em seu cerne, justificando a nova “ética” de violência, obediência e uniformidade intelectual. Os que não aceitaram foram demitidos. Como a grande maioria, Maria Montessori manteve seu emprego. Acredita-se, portanto, que tenha aceitado os juramentos.

Em 1934, a obrigatoriedade do ensino fascista atingiu os jardins de infância para, desde a mais tenra idade, começar a formação do “novo homem fascista”. Foi então que aparentemente Maria começou a desconfiar das iniciativas do Duce. (Depois de doze anos é que percebeu isto?!). Sua idéia inicial sempre fora uma “educação para a paz”, o que conflitava diretamente com a visão de Mussolini, de fazer uso do método para fabricar fanáticos o quanto fosse possível. Maria admitiu que “as implicações de sua teoria iam longe demais. Era através da atuação sobre as crianças que os governos totalitários conseguiam produzir enormes reservas de jovens fanáticos, totalmente devotados ao seu líder e tomados de espírito guerreiro” [viii]. Era exatamente isto que o Duce queria e soube se aproveitar muito bem de um método baseado em falsas premissas psicológicas! Montessori saiu da Itália, mas não mudou seu método, hoje grandemente difundido pelo mundo.

Apresentação sumária do método

Nos países livres a formação das crianças é deixada para os pais, a escola deve ser informativa, embora participe minimamente da formação pelo contato com um meio externo, suas regras e disciplina, que nem sempre correspondem às de casa. Há um momento, ao redor dos 5-6 anos de idade, em que a criança precisa aprender a conviver num mundo mais amplo e já desenvolveu as condições mentais, até de amadurecimento do sistema nervoso central, para tanto. Gentile, conforme suas inclinações totalitárias, afirmava que a escola – de preferência estatal - deveria ser formativa, e não informativa. O método construtivista montessoriano é o mais adequado para isto.

No sistema montessoriano o educando é “educador de si mesmo”, tendo a possibilidade de escolher o seu trabalho, de se mover por conta própria, de se tornar “responsável pelo seu progresso e crescimento”. Pelo método o educando caminha para a independência e liberdade numa atitude auto-dirigida. A integração da criança com o ambiente, com o material montessoriano e com o professor, resulta na aprendizagem significativa e individualizada. A cada fase do desenvolvimento vivenciada pelo educando, ele está auto-construindo, internalizando conceitos e valores sociais, de forma segura e de acordo com o momento histórico atual.

Nas palavras de Maria Montessori: “educação não é o que o professor dá, mas um processo natural espontâneo levado a efeito pelo indivíduo, não através de escutar palavras, mas de experiências no ambiente. (...) A tarefa do professor é preparar uma série de motivos culturais num ambiente especialmente preparado (...). Os professores humanos só podem ajudar o grande trabalho que está sendo feito, como servos ajudam seu senhor (...). Assim poderão testemunhar o desvelar da alma humana e o surgimento de um Novo Homem (...)”.

O programa de educação infantil baseado no construtivismo estrutura-se no conceito de educação integral (cuidar e educar), visando o desenvolvimento da criança na sua totalidade: cognitivo, psicomotor, físico, social, intelectual, afetivo. A psicologia escolar tem como objetivo assessorar o trabalho pedagógico. Na escola montessoriana, a criança encontra um ambiente preparado para o seu aprendizado, o que permite a autoconstrução de seu desenvolvimento cognitivo e psicomotor. Quando isso não acontece, o professor funciona como um investigador para saber o que há de errado, tendo o acompanhamento do psicólogo na busca de “soluções”.

Os princípios básicos fundamentais da pedagogia de Montessori são: a liberdade, a atividade e a individualidade. Outros aspectos abordados nesta metodologia são: a ordem, a concentração, o respeito pelos outros e por si mesmo, a autonomia, a independência, a iniciativa, a capacidade de escolher, o desenvolvimento da vontade e a autodisciplina [ix].

O método Montessori está inspirado no humanismo integral, que postula a formação dos seres humanos como pessoas únicas e plenamente capacitadas para atuar com liberdade, inteligência e dignidade.

Crítica ao método

Comecemos pelo fim: o humanismo integral. O que significa humanismo?

De acordo com o Humanist Manifesto I [x],

“a base do humanismo é de que não existe um Deus Todo Poderoso, Criador e Sustentáculo da vida, os humanistas acreditam que o homem é seu próprio deus. Acreditam que os valores morais são relativos, inventados de acordo com as necessidades de um povo específico, e que a ética também é situacional. Os Humanistas rejeitam a moral e a ética Judaico-Cristã, tais como as contidas nos Dez Mandamentos, tidos como “dogmáticos”, “fora de moda”, “autoritários” e um atraso ao progresso da humanidade. No humanismo a auto-realização, a felicidade, o amor e a justiça são encontrados por cada homem individualmente, sem referência a nenhuma fonte divina. Dentro da ética Judaico-Cristã não existe e não pode existir auto-realização, felicidade, amor ou justiça na Terra, que não seja, em última análise, relacionada com um Deus Todo Poderoso, Criador e Provedor” [xi].

Quando vejo um cristão ou judeu estufar o peito de orgulho para revelar-se humanista fico pasmo de ver a que ponto vai a burrice, a ignorância e/ou a má fé dos seres humanos!

A declaração de que o construtivismo se baseia no humanismo integral já mostra a que veio o tal método: fazer uma lavagem cerebral, eliminando da mente das crianças tudo aquilo que ela traz de casa como crenças e princípios universais, porque a negação de um Deus Criador e Provedor é a destruição de quaisquer valores universalmente válidos.

A “auto-construção” através da internalização de conceitos e valores sociais, de forma segura e de acordo com o momento histórico atual” significa a impregnação da mente infantil das crenças professadas pela onipotente casta professoral aliada a gerações de pais inseguros de suas próprias crenças. Lembremos a afirmação de Mussolini:

“O fascismo é um método, não uma finalidade, uma autocracia por sobre a via democrática. “Permitimo-nos ser aristocráticos e democráticos, conservadores e progressistas, reacionários e revolucionários, legalistas e contra a lei, segundo as circunstâncias de tempo, lugar ou ambiente”.

O “desvelar da alma humana e o surgimento de um Novo Homem” é o sonho de todos os ditadores, de um dos quais Montessori foi serva obediente durante doze anos.

O construtivismo não passa de uma falácia. Tenha ou não sido esta a intenção de sua criadora, foi e continua sendo um meio fértil para a introdução das ideologias coletivistas, ambientalistas e a preparação, entre outras coisas, de um mundo de pensamento uniformizado, um mundo de crianças robotizadas a serviço de qualquer totalitarismo. Pois o tal ambiente preparado pode ser preparado para qualquer coisa e utiliza-se a noção de auto-construção para esvaziar a mente dos alunos dos valores que traz de casa e “construir os seus”. Ora, isto é uma impossibilidade, a criança aprende inicialmente imitando, só posteriormente irá fazendo suas próprias opções e criando outras. O que ocorre é uma verdadeira lavagem cerebral, bem ao gosto dos sistemas totalitários. Pode-se, então, introduzir qualquer coisa como se fosse “construção” ou “criação” da própria criança, aumentando falsamente o sentimento de onipotência. Nada mais eficaz do que o fazer o doutrinado acreditar que inventou a doutrina. Foi aí que o Duce encontrou a verdadeira utilização do método montessoriano!

Quando se diz que o professor funciona como um investigador para saber o que há de errado, tendo o acompanhamento do psicólogo na busca de “soluções", a escola se transforma em agente terapêutico! Instaura-se o mundo maquiavélico da “psicopedagogia”, o pior dos mundos para as crianças e famílias!

A falha básica do método “construcionista”

Este método aparentemente se baseia numa teoria psicológica falsa: a de que a criança chega à escola com a mente como uma tela em branco. Nem mesmo ao nascer isto é verdade: a herança genética é fato comprovado. O fato é que Maria Montessori sabia e seus seguidores sabem muito bem disto.

A primeira a observar crianças muito pequenas e tentar entender suas mentes foi Melanie Klein [xii], já em 1919, no Instituto Psicanalítico de Budapeste. Depois de ir para Londres tornou-se mundialmente conhecida como analista de crianças. Seus trabalhos sobre a vida mental infantil [xiii] são ainda hoje considerados fundamentais. Contrariando Freud, que jamais a contestou, mostrou que a vida mental da criança já tem a enorme complexidade da do adulto desde o nascimento. Suas observações sobre o primeiro ano de vida viriam a ser complementadas por Esther Bick [xiv].

Já mesmo a vida intra-uterina é extremamente complexa como foi comprovado por Alessandra Piontelli [xv], pediatra e psicanalista milanesa, com grande experiência em obstetrícia. Usando técnicas modernas de ultrassonografia, Alessandra Piontelli demonstrou que o feto já é um ser humano completo, ri, chora, brinca com o cordão umbilical – seu primeiro brinquedinho – sonha, reage a estímulos externos e internos. As reações físicas e psicológicas da mãe e dos familiares são sentidas e a estas o bebê reage. Os “chutes” na barriga, tão dolorosos como prazerosos para as gestantes, não são movimentos meramente reflexológicos de “arcos reflexos” pavlovianos, mas expressões às vezes de sonhos ou reações a estímulos externos, ou de sentimentos de raiva.

O método montessoriano não é, portanto construtivista, mas desconstrutivista: é preciso “desconstruir” tudo que já está na mente infantil, para deixar a criança inerme nas mãos de professores quem ao invés da admitir que ensinam o que bem entendem, fingem que a criança está auto-construindo seu conhecimento. Com isto eliminam-se todos os valores universais, estimula-se a onipotência da criança para torná-la uma humanista que acredita que não existem conhecimentos universais, mas todos são suas criações.

Voltarei a isto no final desta série com falar da doutrinação ambientalista como a religião da Nova Era.

Heitor De Paola, 23 Janeiro 2012

Notas:

[i] Uma explicação totalmente descabida, de tão ingênua, é a de Barbara Thayer-Bacon:

Montessori was not alone in being blind to Mussolini’s brutality, like many others she was hopeful that her presence and activity might make a difference. She truly believed that her system of education properly carried out under her own supervision would accomplish good results for individual children and in the long run for all of society. She declared herself apolitical, not existing to any political party, and did not openly oppose the Fascist regime until it began to interfere with her own activities as a teacher, and those of her teachers. In Maria Montessori: Education for Peace.

[ii] Erica Moretti, Brown University, Recasting Il Metodo: Maria Montessori and Early Childhood Education in Italy (1909-1926), in http://www.cromohs.unifi.it/16_2011/moretti_montessori.html

[iii] Corso per educare fanciulli col Metodo Montessori, in Vita femminile italiana», a. IV, n. 1910, pp. 348-349. Citado por Moretti.

[iv] Muitas informações sobre a relação de Montessori com Mussolini são da obra de Rita Kramer, Maria Montessori: A Biography, Radcliffe Biography Series

[v] Bruce Walker, Maria Montessoris Hidden Decade, in American Daily

[vi] Bruce Walker, Maria Montessori and the Memory Hole, in Canada Free Press.

[vii] Seis meses antes, em 08/12/1928, Mussolini declarou à Câmara: “Vamos ao plebiscito, que ocorrerá em absoluta tranqüilidade (...) o povo votará perfeitamente livre. Quero apenas recordar, todavia, que uma revolução pode ser consagrada num plebiscito, jamais revertida! (De Felice, op, cit., PP 437-438).

[viii] Ver em Google Books

[ix] Ver em http://www.abec.ch/Portugues/subsidios-educadores/biografias/Montessori.pdf

[x] http://www.americanhumanist.org/Who_We_Are/About_Humanism/Humanist_Manifesto_I. Sugiro sua leitura atenta assim como dos Manifestos II e III.

[xi] Deve ser esclarecido que este manifesto veio à luz em 1933, o mesmo ano em que Hitler foi nomeado chanceler do Reich.

[xii] http://psicanalisekleiniana.vilabol.uol.com.br/biografia.html

[xiii] The Complete Works of Melanie Klein, Hogarth Press, London.

[xiv] http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-56652006000200007

[xv] http://www.livrariaresposta.com.br/v2/produto.php?id=888 e http://www.wook.pt/ficha/development-of-normal-fetal-movements/a/id/3431463

AHMADINEJAD: "LULA FAZ FALTA!"

Irã critica Dilma e diz que Lula ‘faz falta’
Autoridades iranianas veem claro distanciamento e já tomam medidas para coibir o comércio bilateral


O porta-voz pessoal do presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad fez duras críticas à nova diplomacia brasileira em relação ao seu país. Em entrevista à Folha, Ali Akbar Javanfekr atacou diretamente a postura da presidente Dilma Rousseff de dar menos ênfase ao Irã.

“A presidente golpeou tudo o que [o ex-presidente] Lula havia feito. Destruiu anos de bom relacionamento”, afirmou. “Lula está fazendo muita falta”.

A irritação iraniana também se nota nas recentes barreiras contra exportadores de carne brasileira. A União Brasileira de Avicultura afirma que as vendas de frango para o Irã, em alta até outubro, passaram a ser vetadas sem justificativa. Importadores iranianos de carne relataram que Ahmadinejad enviou carta à alfândega ordenando que diminua compras do Brasil.

Já a multinacional brasileira JBS relata ter tido milhares de toneladas de carne bovina retidas por três semanas num porto iraniano. O caso é seguido com preocupação pelo Itamaraty, que garante não haver mudança na agenda com o Irã.

opinião e notícia
23/01/2012

AS MILÍCIAS NO ESTADO DO RIO

ELAS, QUE ATUAVAM INDIVIDUAL E INDEPENDENTEMENTE, CONSTITUÍRAM COORDENAÇÕES, PASSANDO A CONTAR COM CENTENAS E, UMA DELAS, COM MILHARES DE MILICIANOS
22 de Janeiro de 2012
Cesar Maia

O deputado estadual Freixo, numa longa entrevista na revista Trip (dezembro 2011), afirmou que instalou a CPI das Milícias um ano e meio depois do requerimento, feito em fevereiro de 2007, no momento da posse do governador do Rio Sérgio Cabral. Significa dizer agosto de 2008.

Ele afirma, nessa entrevista, que "na época da CPI eram 170 áreas dominadas pelas milícias e hoje são mais de 300". Portanto, um crescimento de uns 80% em apenas três anos e meio do governo Cabral. Essa é uma séria acusação e denúncia em relação à politica de segurança pública do governo do Estado do Rio. Na entrevista, ele diz que "as milícias são um fenômeno recente que começou a surgir em 2000". E que são integradas por policiais.

Um exagero ou desconhecimento dizer que surgiram em 2000. Nem se trata de lembrar Rio das Pedras, na zona oeste do Rio, que é muito anterior.
Desde o início do século XX que grupos armados, articulados com políticos, existem nos bairros do Rio e, depois, nos anos 50, na Baixada Fluminense.
Em nome da segurança, controlavam as atividades locais. Em vários pontos, essa segurança e esse controle eram financiados pelo comércio local. E, em muitos casos, adquiriam autonomia e passaram a vender segurança.

Diz o deputado que "o ex-prefeito chamava as milícias de autodefesa comunitária". Desinformação. Antes mesmo de ele ser deputado, foi a Coordenadoria Militar da Prefeitura do Rio, sob comando do "ex-prefeito", que primeiro mapeou as milícias na capital, georreferenciou-as e divulgou à imprensa que estavam em franca expansão e que não eram apenas as clássicas e conhecidas.

O jornal O Globo e a revista Veja fizeram matérias a respeito. E que a maneira de conseguirem o apoio - inicial - da população era expulsar traficantes e se colocar como autodefesa comunitária.

E que essa era a grave e triste história das milícias colombianas, que começaram também com esse nome. Portanto, era uma análise das dinâmicas das mesmas e nada mais.

Mas a situação é realmente grave e delicada nesses últimos meses. As milícias que atuavam individual e independentemente constituíram coordenações, passando a contar com centenas e, uma delas, com milhares de milicianos.

Outro exemplo: pelo menos um grupo dentro da polícia, com alguns elementos presos recentemente, criaram um negócio para a expansão de milícias. Como policiais ativos, com seu próprio armamento e encobertos por esses uniformes negros - ninjas - alugam seus serviços, tomam comunidades de traficantes, entregam à milícia que os contratou, recebem o pagamento e retornam ao trabalho.

E ainda mais grave. Segundo alguns policiais sêniores, há sinais de que podem estar se interessando pelo negócio das drogas, o que ampliaria em muito seu poder financeiro e de fogo.
O deputado minimiza, na entrevista, a importância do tráfico de drogas, destacando apenas o tráfico internacional de armas e drogas, tratando o narcotráfico varejo como grupos desorganizados.
Um pouco mais de estudo sobre organizações permitiria ver que os grupos descentralizados, de substituição espontânea de delinquentes e com métodos de atuação semelhantes, formam um tipo de organização difícil de eliminar. Vide a guerrilha, antes, e agora o terrorismo urbano. Ou o exemplo da Colômbia pós-cartéis.

Mas se essas milícias, em expansão e parcialmente coordenadas, entram no negócio das drogas, ganhariam o status de Máfia ou Cartéis.
Vide México no segundo caso, e tantos exemplos nos EUA e Itália, no primeiro. Se o governo do Estado minimizou a questão das milícias e perdeu o controle, o fato novo de milícias coordenadas merece a máxima atenção e prioridade, a par das UPPs.

E não custa nada ao deputado ter mais humildade e evitar se considerar fundador de algo que seu tataravô já lia nos jornais. E desconfiar que a secretaria de segurança tinha interesse na CPI, entregando todas as informações e fazendo as prisões relativas, tirando a carga política do governo do estado, pelas razões que acertadamente o deputado descreve.
Isso não lhe tira o mérito, ao contrário. Como diz o Povo nas ruas em tantos casos: Menos, Menos! Ou como lembrava o deputado Ulysses Guimarães: "O herói político mais problemático é o que acredita mesmo que é herói".

* Economista; ex-prefeito do Rio - cesar.maia@terra.com.br

QUEM É PAULO VENTURA? AÉCIO? DIL MA?

O brado retumbante de Guilherme Fiúza
Foto: Divulgação / TV Globo / Estevam Avellar

QUEM É PAULO VENTURA? AÉCIO? DILMA? EM ENTREVISTA AO 247, UM DOS AUTORES DA MINISSÉRIE DA GLOBO QUE TROUXE A POLÍTICA DE VOLTA À TELEVISÃO REVELA QUAIS FORAM AS REFERÊNCIAS E INSPIRAÇÕES PARA CRIAR OS PERSONAGENS DA TRAMA
22 de Janeiro de 2012 às 15:40

Leonardo Attuch _247 – O jornalista Guilherme Fiúza tem provado a cada livro que é um dos grandes talentos da nova geração brasileira de escritores. Como poucos, ele sabe contar uma história, seja ela sobre um jovem de classe média que se torna traficante (“Meu nome não é Johnny”), uma garota idealista que se embrenha na selva para produzir couro vegetal (“Amazônia: 20º andar”), um humorista que conquistou o Brasil (“Bussunda, a vida do Casseta”) e até sobre economistas que enfrentam a inflação (“3000 dias no bunker”).

Guilherme, portanto, é versátil. E, como fala de tudo, também fala de política. Sua verve de colunista devotado ao mundo do poder se desenvolveu na revista Época, onde ele escreve duas vezes por mês, e chegou agora à televisão numa minissérie da Rede Globo, que tem dado o que falar, chamada “O Brado Retumbante”, escrita por uma equipe composta por Euclydes Marinho, Nelson Motta, Denise Bandeira e o próprio Fiúza.

Como tudo que se passa no império da família Marinho, essa produção também dá margem a teorias conspiratórias.

Afinal, o que quer a Globo com uma produção política em pleno horário nobre?

Seria Paulo Ventura, o presidente fictício do "Brado Retumbante", Aécio Neves, como muitos chegaram a desconfiar? Seria uma versão masculina de Dilma Rousseff, uma vez que chega quase que por acaso à presidência da República e é forçado a fazer sua faxina ministerial?

Com a palavra, Guilherme Fiúza.

247 – Quais foram as suas referências para criar os personagens da série?

Guilherme Fiúza – Há vários pontos de conexão com a realidade contemporânea. Criamos um enredo quase surreal para levar uma pessoa comum, e honesta, à presidência da República. O Paulo Ventura é um cara que faz um blog, é aclamado deputado federal, torna-se presidente da Câmara num arranjo não conduzido por ele e assume a presidência depois que o presidente e o vice morrem num acidente. De repente, temos lá uma pessoa de classe média que passa a ter a perspectiva do poder, sem ter sido um profissional da política.

247 – Mas, na série, há várias referências a acontecimentos recentes: livros didáticos comprados pelo MEC que contam a história com um viés ideológico, organizações não-governamentais que sobrevivem com dinheiro governamental, ministros que se corrompem em nome do partido e assim por diante...

Fiúza – A referência, de fato, é o Brasil de 2012, embora a história seja ficção. Retratamos uma ocupação parasitária do Estado, onde os partidos e seus ministros estão lá para sugar os recursos públicos. Mas, de repente, esses ministros se deparam com um presidente que não está disposto a fazer o jogo tradicional da política.

247 – O Paulo Ventura pode ser uma versão masculina da presidente Dilma?

Fiúza – Não creio, até porque esse Estado ocupado tem muito o sotaque do PT e de sua base aliada, ainda que o governo da Dilma seja diferente do governo do Lula.

247 – Bom, mas como ele não resiste a um rabo de saia, também tem sido comparado ao senador Aécio Neves. Faz sentido?

Fiúza – Todas as referências que nós buscamos foram de pessoas que já passaram pela presidência, como o Fernando Henrique, o Lula e o JK, e não de futuros pretendentes. Mas até achei parecida uma comparação com uma foto do Aécio e uma do Domingos Montagner, que interpreta o Paulo Ventura. Fora isso, não há qualquer semelhança. O Aécio é um profissional da política. O Paulo chegou lá por acidente.

247 – Dias atrás, o seu presidente demitiu o ministro da Agricultura. Alguma referência ao Wagner Rossi?

Fiúza – Foi até engraçado, porque esse episódio foi escrito antes do escândalo do Wagner Rossi. Mas, em certos aspectos, o Brasil acaba sendo previsível.

247 – Quando você começou a escrever essa história?

Fiúza – O projeto, do Euclydes Marinho, tem dois anos. E nós, que fazemos parte dessa equipe liderada por ele, começamos a escrever em outubro de 2010, antes da posse da Dilma.

247 – Num projeto da Rede Globo, muitas pessoas buscam teorias conspiratórias. Como você encara isso?

Fiúza – É natural. Como se trata do maior grupo de comunicação do País, as pessoas querem saber qual é a mensagem subliminar. Mas não há nenhuma. Por parte da Globo, não houve nenhum veto e nenhuma sugestão, a não ser o pedido para que os personagens não tivessem nomes parecidos com os de pessoas reais.

247 – Mas o telespectador acaba enxergando um Fernando Haddad no ministro da Educação, um Wagner Rossi no da Agricultura e assim por diante.

Fiúza – Pois é. Ontem me ligaram dizendo que a Neide Batalha, escritora que industrializa as teses da esquerda e mora na Vieira Souto, seria o Emir Sader.

247 – E é?

Fiúza – Eu só me divirto com as leituras que as pessoas fazem.

247 – A primeira-dama Antônia, interpretada pela Maria Fernanda Cândido, vem ganhando força na história. Não deveria ser ela a presidenta?

Fiúza – De fato, ela tem dado um show, como no episódio em que contestou o ministro da Educação na compra dos livros de história contaminados pela ideologia. Além de belíssima, é uma mulher que tem vida própria e não se deslumbra com os encantos do poder. Neste caso, confesso que tivemos sim uma inspiração, que foi a Dona Ruth Cardoso.

247 – Um pouco melhorada...

Fiúza – Devo admitir.

247 –
Esse casal Antônia e Paulo Ventura não parece utópico demais? Vai conseguir resistir ao jogo das pressões políticas e da governabilidade?

Fiúza – É utópico. Mas por que não?

247 – Sim, mas a questão é: ele termina seu mandato?

Fiúza – Essa é uma boa pergunta. Eu diria que ele ainda terá muitas oscilações, com seus altos e baixos. Já sofreu até uma tentativa de atentado e terá problemas de popularidade.

247 – Na revista Época, você foi um crítico ácido do governo Lula e também de Dilma quando candidata. Hoje, uma pesquisa revela que ela tem aprovação superior à dos dois antecessores: Lula e FHC. Ela o surpreendeu?

Fiúza – O que me surpreende é ver como os estratos superiores da sociedade se enganam em relação à Dilma. Nesse primeiro ano de governo, o que houve foi um não governo. Nunca vi tanto capital político ser desperdiçado. Por mais que ela tenha tido o mérito de moderar algumas posições na área internacional, especialmente no caso do Irã, este é um governo que termina o primeiro ano sem nenhum projeto, nenhuma ideia. Nunca achei que isso pudesse acontecer.

247 – Como analista político, você não reconhece nenhum progresso?

Fiúza – A marca foi a faxina. Mas uma faxina feita a contragosto e a reboque da imprensa. Não se avançou na infraestrutura, na questão tributária, em nenhum setor. O que temos é pura espuma. O que eu enxergo, na verdade, é um apagão administrativo.
http://www.brasil247.com.br/pt/247/midiatech/37173/O-brado-retumbante-de-Guilherme-Fi%C3%BAza.htm

PRIVILÉGIOS SEM FIM...

Enquanto parte da magistratura ainda resiste à transparência e ao controle externo, novos casos de fraudes e injustificadas regalias vêm à tona, enredando o Judiciário brasileiro numa crise sem prazo para acabar
Izabelle Torres e Alan Rodrigues

O Judiciário brasileiro vive uma crise sem precedentes e sem previsão para terminar. Enquanto magistrados não conseguem apresentar justificativas para o recebimento de benesses milionárias, 205 pessoas que trabalham em tribunais estão incluídas numa lista de suspeitos de movimentação financeira irregular. Nesse ambiente conturbado, cresce o movimento de magistrados refratários à atuação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), criado em 2004 exatamente para executar o controle externo do Poder mais fechado e menos transparente da República. De outro lado da trincheira encontra-se justamente a corregedora nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon. Atuando em defesa da transparência e da moralidade no Judiciário, ela se mantém firme no propósito de investigar eventuais desvios e excessos dos magistrados. A reação, por sua vez, parte de juízes e desembargadores acusados pelo CNJ de terem desfrutado de vantagens financeiras descabidas ou ilegais. O caso mais ostensivo é o do Tribunal de Justiça de São Paulo, o maior do País. Ali, 29 dos 352 desembargadores receberam mais de R$ 400 milhões em benefícios como férias atrasadas e gratificações. Apesar das pressões de colegas que não participaram do banquete, até agora não há explicação convincente para a distribuição de tais regalias. "Este "segredo de polichinelo" prejudica a todos, colocando-nos sob suspeita, ao mesmo tempo em que preserva os que se aproveitaram da amizade ou do conluio para atropelar preceitos legais", disse o desembargador Caetano Lagrasta.

Pesa contra o TJ-SP a acusação de repassar quantias milionárias para alguns magistrados privilegiados. Entre eles figuram nomes graúdos do Judiciário como o presidente do STF, ministro Cezar Peluso, e o ministro Ricardo Lewandowski, também do STF e atual presidente do TSE. Ambos participaram do fatiamento de R$ 17 milhões de uma sobra de caixa do TJ-SP. Outros 17 desembargadores receberam pagamentos individuais de quase R$ 1 milhão de uma só vez, passando na frente de colegas que também tinham direito a diferenças salariais. Apenas o desembargador Roberto Vallim Bellocchi, que presidiu o tribunal entre 2008 e 2009, recebeu da corte mais de R$ 500 mil a título de verbas e créditos pagos com atraso. O dinheiro, argumentou ele, serviu para quitar "parcialmente dívida de imóvel e pendências bancárias".

Com o orçamento de R$ 6, 8 bilhões, equivalente ao do Estado de Sergipe, o tribunal paulista é o principal exemplo da gastança desenfreada que se abateu sobre o Judiciário. Mas não é o único. Dados do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) mostram que houve movimentações milionárias "atipicas" também no Distrito Federal, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia. O relatório do Coaf entregue à ministra Eliana Calmon revela que as operações suspeitas de magistrados e servidores entre 2000 e 2010 alcançaram R$ 855 milhões. Da lista constam casos surpreendentes, como o de um servidor do Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro, que movimentou mais de R$ 200 milhões. Depois de divulgar a grave ocorrência, o Coaf voltou atrás e explicou que as operações não foram realizadas no âmbito do Judiciário. O funcionário do TRT-RJ era doleiro antes de assumir o cargo público, e naquela condição teria fechado seus negócios milionários. Diante da reação dos tribunais e das críticas feitas à lista de suspeitos, o Coaf fez um novo filtro nos dados e identificou 205 casos que resultaram em Relatórios de Inteligência Financeira. "O levantamento do Coaf não é um banco de dados de bandidos", justifica Antonio Gustavo Rodrigues, presidente do conselho.

As regalias são um problema secular. Fechado para a sociedade, o STJ também é uma caixa-preta e não costuma divulgar seus gastos. A falta de transparência bate de frente com a resolução do CNJ que obriga os órgãos judiciais a divulgar detalhes do uso de dinheiro público. Apesar da ofensiva contra o controle externo dos tribunais, acredita-se que a chegada do ministro Ayres Britto à presidência do STF e do CNJ pode evitar o esvaziamento do órgão. "Pessoalmente, vejo o CNJ como uma bela novidade transformadora. O Conselho é como a Lei da Ficha Limpa: não pode ser temido por quem prima pela Constituição e pelas leis", disse à ISTOÉ o futuro presidente do Supremo.
ISTO É - 21/01/2012

O GOVERNO PARALELO DE GILVAM

Adversário político do governador do Amapá, ex-senador vira polêmica e vai até parar na cadeia ao tentar administrar o Estado informalmente, construindo casas populares, pavimentando rodovias e comprando UTIs móveis para atender a população.
Claudio Dantas Sequeira
22 de janeiro de 2012

Em países como o Reino Unido a oposição se organiza no chamado "shadow cabinet", uma espécie de gabinete informal criado para criticar e sugerir alternativas à política oficial.
No Brasil, após a derrota eleitoral de 1989, Lula propôs ideia semelhante ao reunir assessores num grupo que seria o embrião do Instituto Cidadania. No Amapá, o ex-senador Gilvam Borges (PMDB-AP) resolveu inovar. Tenta instituir, desde o início deste ano, um verdadeiro "governo paralelo" no Estado.
Em vez de pensar projetos e fiscalizar as ações governamentais, o político trabalha para substituir o Estado em iniciativas como pavimentação de rodovias, construção de casas populares e atendimento médico à população.

As ações são financiadas por empresários ligados ao ex-senador, correligionários do PMDB e, segundo Gilvam, por "prefeituras parceiras". A novidade, quase folclórica, está alimentando uma guerra política com consequências legais. Há pouco mais de uma semana, Gilvam foi detido pela polícia ambiental quando tentava aterrar um canal para pavimentar um acesso rodoviário que, segundo ele, ajudaria a desafogar o trânsito na capital, Macapá. Ficou preso algumas horas e os equipamentos foram apreendidos.

Na quarta-feira 18, ele estava de volta à rodovia para tentar retomar os trabalhos, mas foi impedido pela PM. "O governador não fez, eu tenho que fazer", disse à ISTOÉ.
De acordo com ele, em 2011 houve 150 acidentes no trecho rodoviário, com um saldo de 15 mortos. "Dá para resolver isso aqui em dez dias, mas o governador Camilo Capiberibe não quer", afirmou.


Gilvam, apadrinhado pelo presidente do Senado, José Sarney (MA), entrou em confronto direto com a família Capiberibe desde que perdeu o mandato. Primeiro denunciou o adversário eleitoral João Capiberibe por ter supostamente desviado R$ 360 milhões dos cofres públicos, quando deixou o governo estadual em 2002.
No fim do ano passado, Gilvam mudou de estratégia e passou a atacar Camilo Capiberibe (PSB), filho de João e atual governador.
Procurado por ISTOÉ, Camilo explicou, em nota sucinta, que "governar é tarefa de quem foi eleito, aos que perdem é reservado o direito de fazer oposição".

Com a atitude, o ex-senador já conseguiu um de seus objetivos: virar notícia. Algumas iniciativas têm saído, de fato, do papel.
Neste sábado 21, Gilvam entregará a primeira das 25 mil casas populares que promete construir.
Ele também pretende criar um "SUS paralelo", que funcionará em vans equipadas com UTIs. Gilvam revela que divulgará no início de fevereiro um "programa de governo" com ações concentradas nas áreas de educação, saúde, infraestrutura e segurança pública.


O gabinete paralelo possui até uma equipe. Conta com 25 assessores informais e terá sede própria, no município de Buritizal, que levará o nome de Palácio Governador Annibal Barcellos.

O advogado Eduardo Mendonça, professor de direito do Uniceub, diz que nunca viu nada parecido. "Qualquer pessoa pode propor alternativas. Também pode fazer doações e atos benevolentes. Mas o exercício da função pública pressupõe a eleição regular. O que ele está fazendo é inconstitucional", explica.
Para Mendonça, se Gilvam for adiante com suas iniciativas poderá ser enquadrado no artigo 328 do Código Penal, que prevê pena de até dois anos de prisão para o crime de usurpação de função pública.
Em sua defesa, o governador paralelo alega que não pretende "substituir" Capiberibe. "Minha intenção é dar exemplo. Sou um democrata, não um guerrilheiro", garante.
ISTO É - 21/01/2012

PETROBRAS NÃO É LOJINHA DE R$ 1,99

A GERENTONA FAJUTA QUER MAIS INGERÊNCIA NA "PTBRAS" . POBRE BRASIL.
A decisão da presidente Dilma Rousseff de indicar Maria das Graças Foster para a presidência da Petrobras está diretamente ligada aos planos do governo de acelerar os investimentos públicos neste ano de 2012.

Dilma também espera que a provável mudança signifique mais afinidade da maior empresa do país com o Planalto.

O Correio apurou que o atual presidente da estatal, José Sergio Gabrielli, é visto como alguém muito próximo ao mercado e menos suscetível à influência do Executivo. Técnica de carreira, Foster tem mais proximidade com a presidente Dilma.

Na reunião ministerial de hoje, Dilma Rousseff vai definir com seus ministros o plano de ação do governo federal para o segundo ano de mandato. O aumento no volume de investimentos está entre os principais pontos da pauta.

E a Petrobras terá um papel preponderante nesse processo. Como a empresa foi excluída do cálculo do superavit primário — manobra contábil feita também com a Eletrobras —, ela poderá "abrir o caixa" sem medo de atrapalhar as contas do Tesouro Nacional.

Dilma sabe que a empresa tem poder de fogo. Em julho do ano passado, a Petrobras anunciou seu plano de investimentos para o quadriênio 2011-2015. São 688 projetos que demandarão US$ 224,7bilhões (R$ 393,25 bilhões).

A estatal já exerceu papel crucial no Programa de Aceleração do Crescimento, representando 40% da projeção de investimentos embutidos no PAC.

Por isso, a mudança de Gabrielli é estratégica. Dilma sempre reclamou que o atual presidente da Petrobras considerava-se muito autônomo.

A proximidade com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o fato de estar no cargo há seis anos davam ao executivo uma "sensação de independência" muito grande.

Ele amparava-se, sobretudo, no fato de a Petrobras ser uma empresa de economia mista, que não pode tomar suas decisões estratégicas atrelada exclusivamente ao governo, precisando pensar também no mercado.

Essa relação ambígua entre privado e público, na opinião de especialistas, também ocorria durante as diversas crises de gás vividas por Dilma e por Lula.

Gabrielli tinha mais dificuldades em impor medidas duras e a presidente espera que Foster, que ainda exerce o cargo de diretora de Gás e Energia da estatal, possa ter uma atuação mais afinada com o Planalto.

Plano de ação
Dilma queria ter promovido a troca no início de seu governo. A relação dela com Gabrielli sempre foi tumultuada.

Ficou famoso um entrevero entre ambos, no qual o executivo propôs um plano de ação diverso do imaginado pela presidente e essa devolveu, de bate-pronto.
"Consiga 60 milhões de votos, sente aqui nesta cadeira e, aí sim, nós poderemos discutir isso."

Corre também pelos corredores de Brasília uma versão de que, em uma das várias divergências que tiveram, Gabrielli chegou a chorar de raiva. Pessoas próximas a ele são ágeis no desmentido.

"Você acha que um homem daquele tamanho choraria por causa de uma divergência?", questionou uma pessoa próxima ao presidente da Petrobras.

Gabrielli ainda está no comando da estatal graças ao ex-presidente Lula.
Foi ele quem, durante a transição, ponderou ser mais prudente deixar o petista baiano no comando da empresa durante os debates sobre a partilha dos royalties do pré-sal.

"Ele tem mais memória do assunto", justificou Lula, sem levar em conta que Graça Foster também é diretora da empresa.

Dilma quis, então, indicar Graça Foster para a Casa Civil.
Mais uma vez, Lula interveio e pressionou para que o nomeado fosse Antonio Palocci, que deixou o ministério em junho.

Gabrielli deve sair da Petrobras agora em fevereiro, provavelmente no dia 13, dia em que o Conselho de Administração da empresa irá se reunir.

O executivo baiano deixa o cargo um ano antes do prazo que ele planejava. Gabrielli quer ser o candidato do PT à sucessão de Jaques Wagner em 2014. Tem grandes chances de emplacar o projeto — especialmente agora, que terá de voltar mais cedo à política baiana.

Pelos planos originais, ele permaneceria pelo menos mais um ano à frente do megaorçamento da Petrobras e deixaria o cargo mais próximo do pleito estadual para ambientar-se com a disputa pelo governo do estado.

Paulo de Tarso Lyra
Correio Braziliense

VIRADA DE MESA? A CANALHA TOGADA E AMOTINADA: DESEMBARGADORES QUEREM REDUZIR OS PODERES DO COAF

Irritados com a abertura das contas e movimentações bancárias de todo o universo forense - 206 mil magistrados, servidores e familiares -, desembargadores da Justiça preparam o contragolpe.

Eles miram precisamente a Lei 9.613/98 e a Lei Complementar 105/01 - a primeira impõe sanções à lavagem de dinheiro e criou o Coaf; a outra firma que o Banco Central e a Comissão de Valores Mobiliários, nas áreas de suas atribuições, fornecerão ao conselho "informações cadastrais e de movimento de valores".

A estratégia que pode enfraquecer o Coaf foi desencadeada pela Associação Nacional de Desembargadores (Andes). A entidade aponta inconstitucionalidade de alguns artigos do conjunto de normas que definem os limites do órgão rastreador de malfeitos pela malha bancária.

"O que eu pretendo impugnar é a obrigatoriedade dos estabelecimentos bancários fornecerem ao Banco Central e ao Coaf dados relativos às movimentações financeiras sem que haja um motivo justificável, ou seja, um processo judicial em andamento ou um inquérito policial", alerta Luiz Eduardo Rabello, presidente da Andes.

A tática de Rabello consiste em protocolar amanhã uma petição no gabinete do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, a quem solicita possibilidade de se arguir a inconstitucionalidade de alguns artigos da Lei 9.613 e da Lei Complementar 105.

"O Ministério Público é o fiscal da lei, atua perante o STF como intérprete da Constituição."

Razão da briga.
No embate histórico que protagoniza para identificar fluxo financeiro incompatível ao contracheque de magistrados, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) teria obtido os dados pela via direta - ofício da corregedoria do CNJ foi acatado pelo Coaf, que fez a pesquisa pelos CPFs de cada personagem.

O centro da demanda, alegam os desembargadores, é a preservação do artigo 5.º da Constituição, que trata dos direitos e garantias fundamentais - entre eles o da inviolabilidade do sigilo. "A ordem judicial só pode ocorrer na hipótese de quebra do sigilo de comunicações", diz Rabello.

Na semana passada, sob pressão, o presidente do Coaf, Antonio Gustavo Rodrigues, foi ao Tribunal de Justiça de São Paulo e afirmou que não houve quebra de sigilo.

"No relatório não consta o nome de ninguém, é uma estatística. Ele não é o fim, é um meio que serve para orientar o CNJ. Formalmente, esses números não querem dizer nada."

Jabuticaba. Sobre as críticas ao Coaf, Rodrigues foi taxativo. "Há um erro em pensar que tudo o que Coaf recebe de comunicação já vira relatório. Isso (o Coaf) não é uma jabuticaba, não é uma invenção brasileira. Tem gente que fala que é coisa da ditadura, coisa do nazismo, já vi bobagens do tipo."

O presidente da Andes, por sua vez, contra-ataca: "Ao solicitar (as informações) a corregedoria não deu uma decisão judicial, estava na esfera administrativa. O corregedor (do CNJ) está fora da função judicante.

Não está no comando de nenhum processo judicial, atua na área administrativa para fiscalização, o que configura abuso de poder", afirma.

Rabello, hoje aposentado, dedicou-se à magistratura por 50 anos. Ele sabe que tem de dar o tiro certo. "Não vou impugnar as leis por completo, nem a existência do Coaf, vamos nos ater à violação de dados bancários."

A Andes reúne 600 magistrados no topo de carreira, desembargadores estaduais, federais e do Trabalho do País inteiro. Sua finalidade precípua é a defesa dos direitos e prerrogativas dos magistrados de segundo grau.

O centro da demanda, alegam os desembargadores, é a preservação do artigo 5.º da Constituição, que trata dos direitos e garantias fundamentais - entre eles o da inviolabilidade do sigilo. "A ordem judicial só pode ocorrer na hipótese de quebra do sigilo de comunicações", diz Rabello.

Na semana passada, sob pressão, o presidente do Coaf, Antonio Gustavo Rodrigues, foi ao Tribunal de Justiça de São Paulo e afirmou que não houve quebra de sigilo. "No relatório não consta o nome de ninguém, é uma estatística. Ele não é o fim, é um meio que serve para orientar o CNJ. Formalmente, esses números não querem dizer nada."

Jabuticaba. Sobre as críticas ao Coaf, Rodrigues foi taxativo. "Há um erro em pensar que tudo o que Coaf recebe de comunicação já vira relatório. Isso (o Coaf) não é uma jabuticaba, não é uma invenção brasileira. Tem gente que fala que é coisa da ditadura, coisa do nazismo, já vi bobagens do tipo."

O presidente da Andes, por sua vez, contra-ataca:
"Ao solicitar (as informações) a corregedoria não deu uma decisão judicial, estava na esfera administrativa. O corregedor (do CNJ) está fora da função judicante. Não está no comando de nenhum processo judicial, atua na área administrativa para fiscalização, o que configura abuso de poder", afirma.

Rabello, hoje aposentado, dedicou-se à magistratura por 50 anos. Ele sabe que tem de dar o tiro certo. "Não vou impugnar as leis por completo, nem a existência do Coaf, vamos nos ater à violação de dados bancários."

A Andes reúne 600 magistrados no topo de carreira, desembargadores estaduais, federais e do Trabalho do País inteiro. Sua finalidade precípua é a defesa dos direitos e prerrogativas dos magistrados de segundo grau.

O Estado de S. Paulo

COLUNA DO SANATÓRIO

DAQUI NÃO SAIO
Sérgio Gabrielli torce o nariz para o anúncio de sua demissão da presidência da Petrobras que, inclusive, já teria data marcada: 13 de fevereiro, quando sua subalterna, Maria das Graças Foster, amiga de Dilma, tomaria o seu lugar. Para a imprensa que o procurou e para Dilma que só lhe deu o ar da Graça Foster mostrou-se altaneiro conhecedor dos estatutos da estatal e sem nenhum apego ao cargo: "Quem decide isso é o Conselho Administrativo da empreesa". Dito isto, bateu ponto e seguiu trabalhando.

BOMBANDO INFLAÇÃO
A Petrobrás vem amargando prejuízos há muito tempo. Só de janeiro a novembro do ano passado, perdeu R$ 7 bilhões por passa gasolina para os revendedores abaixo do preço de mercado. Foi o jeito brasileiro de camuflar a inflação.

DILMA GOVERNA
Essa aprovação geral ao primeiro ano da primeira-mulher-presidenta Dilma no Palácio, em todas as camadas sociais, em todos os estados da Federação, revela uma notória realidade: desde que Lula parou de falar, Dilma começou a governar. bastou seuLuiz Erário da Silva sair de cena para o governo aparecer.

ASEÇOR DE IMPRENÇA
André Vargas, porta-voz oficial do PT, é um engolidor de esses e erres; usuário contumaz de cedilha onde nem deveria entrar a letra C. Logo será o primeiro aseçor de imprença no mundo a ter um ghost writer.

VALE DE LÁGRIMAS
Negromonte, o Mário que espera atrás do armário, não serve para ministro das Cidades. Vai ganhar a cobiçada Codevasf - Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco, a título de prêmio-consolação. Um reconhecimento a sua capacidade de realização e seriedade no trato da coisa pública nesse imenso vale de lágrimas.

ENTÃO TÁ
O Brasil continua sem hotéis e sem aeroportos para atender à metade dos turistas estimados para a Copa do Mundo. Ronaldo Fenômeno, laranjão de Ricardo Teixeira, garante que o Brasil vai fazer "a melhor Copa do Mundo". Ah, bom.

23 de janeiro de 2012
sanatório da notícia

A FALTA QUE O PT NOS FAZ...


O PT está fazendo muita falta ao Brasil:
na oposição...


Dizendo isso, não estou criticando - aliás, nem elogiando - seu governo; só constato que desde 2003, quando ele ganhou as eleições para a Presidência da República, não tivemos mais oposição digna desse nome.

Mas, na verdade, pode ser que em quase dois séculos de história independente tenhamos tido apenas dois ou três partidos que realizassem uma significativa oposição democrática. Dois: o MDB (depois, PMDB), no período de 1965 a 1985, e o PT, de sua fundação até 2002.

Talvez três, se incluirmos o pequeno Partido Democrático, no final da República Velha e com atuação restrita a São Paulo.

Tivemos outras oposições, mas não foram significativas e, quando o foram, não foram democráticas. Em nosso primeiro século de vida independente, as eleições foram manipuladas (no Império) ou fraudadas (na República Velha).

Na Primeira República, dominada pelas oligarquias, só dava para enfrentá-las de armas na mão - daí, a interminável guerra civil do Rio Grande do Sul, a mais breve no Ceará e a rebelião de Princesa, em 1930, na Paraíba.

Nosso primeiro período democrático, de 1945 a 1964, teve um partido significativo de oposição, a UDN, mas desde o suicídio de Getúlio Vargas, em 1954, ela tendeu ao golpismo, largando suas iniciais intenções democráticas.

Só em 1965 surge nosso primeiro grande partido democrático, o Movimento Democrático Brasileiro, que reunirá as oposições à ditadura, mas tardará 20 anos a pôr-lhe fim.

O MDB (desde 1980, PMDB) marca uma mudança na história do Brasil. Enfrentou a ditadura, mas com métodos e ideais da democracia.

Adotou uma política de alianças, reunindo de tudo, inclusive gente pouco digna, mas sob a liderança de nomes notáveis, como Ulysses Guimarães. Praticou, assim, o diálogo. Sua moderação, embora incomodasse a vários, assegurou aos radicais um guarda-chuva protetor.

Teve sucesso, pois seu trabalho de formiga concorreu seriamente para o fim da ditadura; e não o teve, já que após 1985 se converteu, rápido demais, em partido fisiológico. Mas sua história merece respeito.

Nosso segundo partido democrático também demorou duas décadas para chegar à Presidência.

O PT conseguiu uma façanha admirável: uniu os descontentes de esquerda, somando ideais até divergentes num propósito comum, e o fez com muito trabalho (este é meu ponto, aqui: não se faz oposição sem suar).

Esses dois partidos verteram muitíssimo suor, um tanto de sangue e provavelmente muitas lágrimas. No caso do PT basta pensar, primeiro, nos mortos do partido ou próximos a ele, em lutas de sem-terra e outros perseguidos.

Eldorado do Carajás marcou um corte nítido entre os petistas e os tucanos, pois era do PSDB o governador do Pará, quando sua polícia massacrou os sem-terra, em 1996.

Pensemos, segundo, nas ações petistas que exigiram disciplina e trabalho, como a Caravana da Cidadania. Tudo isso rendeu frutos, desde 2002.

O que falta à oposição atual, para se tornar significativa e ao mesmo tempo agir nos quadros da democracia? Antes de mais nada, a disposição a dar o sangue (em sentido figurado) ou, em sentido literal, a suar de tanto trabalho.

Infelizmente, isso mal se vê.
Uma dirigente da Associação Nacional de Jornais disse há dois anos que, na falta de uma oposição consequente, a grande imprensa assumiu o papel de opositora.

A frase é infeliz, porque o compromisso da imprensa não é fazer oposição, mas dizer a verdade - ideal nada fácil, mas que não se pode abandonar - porém expressa uma triste realidade: o PSDB terceirizou o papel de se opor.

Ele o delegou a alguns jornais e revistas que, por preguiça, preferiram o caminho fácil dos escândalos ao mais difícil de um monitoramento sério das ações de governo (e da oposição).

Será também uma certa preguiça a principal razão para a inércia da assim chamada oposição? Suas duas vertentes, o PSDB e em menor medida os verdes, parecem acreditar que basta ter razão para atingir o poder.

Mas na política o fundamental não é ter razão, é convencer.

Apostar tudo na ideia de que temos razão nos faz acreditar que quem pensa de outro jeito é patife ou, na melhor das hipóteses, ignorante - o que é um desrespeito ao soberano na democracia, o povo.

Vejam, nas redes sociais, o desdém de alguns simpatizantes da oposição pela maioria de pobres. Mas não dá para fazer oposição preguiçosa.
Pensemos na história dos tucanos.

O PSDB, desde que nasceu, em 1988, esteve perto do poder. Alguns de seus grandes nomes foram ministros de Collor, e o próprio partido por pouco não o apoiou.

Em 1994, a escolha pessoal de Itamar Franco, quase no estilo do PRI mexicano, levou Fernando Henrique à Presidência - mas qualquer nome, no bojo do Plano Real, ganharia as eleições daquele ano.

FHC é alguém especial. Ele soube converter a fortuna em virtù, para usar os termos de Maquiavel, isto é: converteu a sorte em capacidade própria. Mas perdura o fato de que o PSDB não parece disposto a suar na oposição.
Isso é pena.

Se ele não fizer suas caravanas da cidadania, se seus militantes não se esfalfarem, se seus líderes continuarem esperando que o poder lhes caia nas mãos, nunca serão oposição de verdade.

Ora, numa democracia, para um partido se tornar governo, é preciso primeiro fazer oposição. Não sendo assim, só com sorte.

É como se o partido esperasse que a imprensa de oposição faça por ele, nas próximas eleições, o que Itamar fez em seu tempo: dar-lhe o poder de presente.

Mas, para nossa maturidade democrática, precisamos de uma oposição que trabalhe, lute, em suma, repetindo-me mais uma vez:
que dê seu suor pela política.

Renato Janine Ribeiro é professor titular de ética e filosofia política na Universidade de São Paulo.


Janeiro 23, 2012
Valor Econômico

VÃO ROUBAR OS OUTROS, BANDIDOS!

Assalto a ônibus, sequestro de professor em estacionamentos de supermercados, roubo em casas de gente humilde de subúrbio em que na fachada está escrito em cima que é um lar... A insegurança é tanta e tão descarada que, nesse Brasil desbraguelado, pobre rouba de pobre.

Essa bandidagem desenfreada acaba provocando nas pessoas de bem, no cidadão comum, aquele espírito malúfico que há nos recônditos da alma humana:

- Pô, estupra mas não mata!

Vendo esse drama cotidiano de não se poder mais botar o nariz pra fora da porta, de não saber se os filhos voltam pra casa, de não ir à padaria, ao bar da esquina tomar uma birita sem correr o risco de levar uma bala perdida na cara, a gente pula o que determina o bom senso e a obediência às leis para virar conselheiro de bandido:

- Seus sacanas, nos deixem em paz! Vão assaltar a Esplanada dos Ministérios, vão pular os pátios das Assembléias Legislativas, vão roubar, sequestrar e ameaçar quem tem dinheiro; quem tem vida mansa e não precisa trabalhar amanhã!

O diabo é que fica só na vontade. Não dá para os homens de boa vontade se igualarem a esse bandidos chinelões, desengravatados e burros.

Tão burros que só eles não entenderam ainda que o perigo de um assalto, de um sequestro, de um roubo à mão armada contra um pobre trabalhador é tão perigoso e tem a mesma pena de cadeia quanto atacar um desses caras podres de rico que tomam o que é nosso todos os dias. Mas que dá vontade, dá.

Um dia os malufs, delúbios, lupis, rossis, nascimentos, orlandos, paloccis, dirceus, mensaleiros, consultores, bandidos de toga e os luláticos que vivem dentro de nós se revoltam e vão à luta para equilibrar um pouco essa sociedade em que todos deveríamos ser "iguais perante a lei".
Vão roubar os outros, bandidos!

sanatório da notícia
23 de janeiro de 2012

AHMADINEJAD PEDE A VOLTA DE LULA

O embaixador do Irã em Brasília, Mohsen Shaterzadeh, disse em recente entrevista que a relação com o Brasil continua tão boa no governo de Dilma Rousseff quanto foi na gestão de Luiz Inácio Lula da Silva. Mas o tom que predomina em Teerã é bem diferente.

Autoridades iranianas enxergam claro distanciamento e já há sinais pouco amistosos em direção ao Brasil.

"A presidente brasileira golpeou tudo que Lula havia feito. Ela destruiu anos de bom relacionamento", disse à Folha na quarta-feira, por telefone, Ali Akbar Javanfekr, porta-voz pessoal do presidente Mahmoud Ahmadinejad e chefe da agência de notícias estatal Irna.

"Lula está fazendo muita falta", afirmou, numa referência à opção de Dilma, no cargo desde janeiro de 2011, de dar menos ênfase ao Irã. Javanfekr corre risco de ser preso por supostas ofensas ao líder supremo, Ali Khamenei. Mas o porta-voz ainda é descrito pelo "New York Times" como "uma das mais fortes figuras para divulgar recados [do Irã]."

A irritação iraniana também se nota nas recentes barreiras contra exportadores de carne brasileira. A União Brasileira de Avicultura afirma que as vendas de frango para o Irã, em alta até outubro, passaram a ser vetadas sem justificativa.

Já a multinacional brasileira JBS relata ter tido milhares de toneladas de carne bovina retidas por três semanas num porto iraniano. A carga só foi liberada, dias atrás, depois que um representante foi despachado às pressas para Teerã. Importadores iranianos de carne relataram à Folha que Ahmadinejad enviou carta à alfândega ordenando que diminua a entrada de cargas do Brasil. O caso é seguido com preocupação pelo Itamaraty, que garante não haver mudança na agenda com o Irã.

Mas, aos olhos de Teerã, a guinada sob Dilma ficou clara no voto na ONU ocorrido em março a favor de uma investigação sobre direitos humanos no Irã. Lula rejeitava pressionar os iranianos.
O Irã também lamenta o fato de o Brasil ter abandonado esforços diplomáticos para aliviar a pressão sobre o programa nuclear iraniano, suspeito de buscar a bomba atômica - o que Teerã nega.
Em 2010, Lula costurou com a Turquia um acordo, assinado em Teerã, para permitir que o Irã trocasse parte de seu estoque de urânio por combustível nuclear.
Mesmo atendendo a pedidos dos EUA, o pacto acabou rejeitado pelas potências. Por fim, o Irã se ressente do desinteresse brasileiro em promover reuniões bilaterais.
Em recente giro latino-americano, Ahmadinejad, ao contrário de 2009, não passou pelo Brasil. Não houve convite nem o Irã sentiu que caberia proposta de visita.

O embaixador Shaterzadeh menciona uma viagem de Ahmadinejad ao Brasil neste ano. Mas a Folha apurou que o iraniano deve visitar o país no âmbito da cúpula Rio +20 sobre temas ambientais, para a qual todos os chefes de Estado e de governo do mundo foram convidados.
(Folha de São Paulo)
23 de janeiro de 2012

POR QUÊ?

Por que não convidam Ahmadinejad e Raul Castro para o Forum Social Mundial?

Por que o governo brasileiro não esquece as picuinhas e convida o Ahmadinejad para abrir o Forum Social Mundial, que será realizado nos próximos dias, em Porto Alegre, com aquele velho mote de que "um outro mundo é possível"?

Afinal de contas, se o iraniano terminar a bomba é bem possível que a gente tenha que fazer o mundo de novo, porque este que aí está o maluco assassino amigo do Lula vai conseguir arrasar.
O amigo "Ahma" também teria uma palavra de apoio para as "margaridas" petistas sobre a emancipação feminina.
Aqueles lencinhos lilás que elas usam teriam que ser ampliados para envolver a cara inteira, por exemplo, apenas para ouvir as palavras sagradas do apedrejador de mulheres.

Outro ídolo da esquerda também poderia ser marcante para este Forum Social Mundial: o ditador assassino cubano Raul Castro, até mesmo retribuindo a recente visita do governador Tarso Genro e família à ilha-prisão.
Ele poderia discorrer sobre como matar presos políticos de fome, que virou uma prática em Cuba.
É o famoso embargo gastronômico aos que discordam do comunismo arcaico que aprisiona o país, há mais de 50 anos.
Ao que tudo indica, Chávez e Evo Morales virão. A festa do " outro mundo possível" ficaria completa.
23 de janeiro de 2012
coroneLeaks

IDIOTIA


Os índices de audiência de um programa imbecil como o Big Brother Brasil e os 59% de aprovação que o Ibope pesquisou para o governo Dilma, só podem ser comparados com a popularidade de Luiz Erário Lula da Silva, nos tempos em que ele se achava imune.
Ninguém, de sã consciência, é capaz de explicar tamanha idiotia coletiva.
22 de janeiro de 2012
sanatório da noticia

PT APÓIA OS INVASORES DO PINHEIRINHO

Só faltou o PT manifestar a sua solidariedade aos traficantes da cracolândia do Pinheirinho. Faltou?

Leiam aqui a nota oficial do PT apoiando os invasores do Pinheirinho, desalojados por ordem da Justiça, a quem a polícia é obrigada a obedecer. Só faltou o PT dizer que está solidário com os traficantes que haviam montado uma cracolândia dentro da área invadida, com os sindicalistas que incitaram a violência e botaram fogo em veículos, com os militantes que tentaram transformar uma retirada pacífica e ordeira em massacre.

*** *** ***

PT divulga nota em solidariedade aos ocupantes do Pinheirinho

Escrito em 23 de janeiro de 2012, às 13:56

Partido condena violência e atos lamentáveis praticados pela prefeitura de São José dos Campos, Governo de São Paulo e Tribunal de Justiça.

NOTA DO PT EM SOLIDARIDADE AOS OCUPANTES DO PINHEIRINHO

O PT acompanhou chocado, como toda a Nação, o desfecho violento e inesperado das negociações sobre a posse e urbanização de uma área ocupada por mais de mil famílias, há mais de 8 anos, no bairro do Pinheirinho, em São José dos Campos, SP.

A mega-operação de reintegração de posse que envolveu a Polícia Militar do Estado de São Paulo e a Guarda Municipal de São José dos Campos frustrou os esforços para uma saída pacífica para o conflito social, com base em proposta de políticas públicas para a regularização, urbanização e construção de moradias populares na região envolvendo os três níveis de governo – federal, estadual e municipal.

De propriedade de um mega-especulador de passado amplamente conhecido, o Sr. Nagi Nahas, abandonada e sem o pagamento regular de seus impostos, envolta em chicanas jurídicas de falência da empresa de seu proprietário, o terreno poderia ser objeto, conforme proposta formal do Governo Federal, de uma ação conjunta dos vários entes federados para dar-lhe destino social, integrar as famílias ocupantes à cidadania plena e equacionar um problema crônico de moradia popular em importante pólo regional do Vale do Paraíba paulista.

No entanto, quando se imaginava que o caminho das negociações estava efetivamente aberto, a Prefeitura de São José dos Campos rompeu unilateralmente as negociações, e, de forma dissimulada e inesperada, sem comunicação prévia, passa a operar pela reintegração de posse junto à Justiça Estadual e o Governo do Estado. O que choca é que o mínimo de civilidade e credibilidade se espera na relação administrativa entre entes da Federação. A dissimulação e a mentira são posturas inaceitáveis em relações políticas e administrativas, e essas foram marcas do comportamento da Prefeitura de São José dos Campos neste processo.

A Prefeitura de São José dos Campos, o Governo do Estado de São Paulo e o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo devem responder pelas conseqüências de seus atos nesta situação lamentável que expôs vidas humanas a risco desnecessário, tanto das famílias ocupantes quanto da população do entorno da ocupação e de outros bairros da cidade para onde a violência se estendeu.

O PT manifesta sua solidariedade ao movimento popular de São José dos Campos, aos moradores atingidos pela violência do Estado nesta reintegração de posse e aos membros do Governo Federal e parlamentares presentes facilitando em todos os momentos a negociação por uma saída pacífica e construtiva para o conflito.

O PT cumprimenta o Governo Federal pelos seus esforços de diálogo e por sua responsabilidade em todo o processo do Pinheirinho, e condena fortemente a intransigência e a insensibilidade social dos governos tucanos de São José dos Campos e do Estado de São Paulo, instando a todos pela retomada das negociações que permitam reparar o sofrimento causado desnecessariamente a famílias pobres e sem-teto.

São Paulo, 23 de Janeiro de 2012

Rui Falcão
Presidente Nacional do PT

Renato Simões
Secretário Nacional de Movimentos Populares e Políticas Setoriais do PT

ISTO É UM ASSESSOR PRESIDENCIAL OU UM AGITADOR PROFISSIONAL?



Antes de ler a matéria abaixo, sobre a atuação de Paulo Maldos no Pinheirinho, assista ao vídeo acima, a partir dos 11 minutos.
Logo depois de uma intervenção agressiva em uma reserva indígena, houve o assassinato de três índios.*

No Pinheirinho, apesar de toda a onda a respeito de um massacre, a Polícia Militar de São Paulo conseguiu fazer uma desocupação pacífica. Paulo Maldos, obviamente, não gostou. Ele esperava outro tipo de resultado. Ainda bem que as balas foram de borracha.

Atingido com uma bala de borracha durante operação de ocupação de Pinheirinho, em São José dos Campos (91 km de São Paulo), o secretário nacional de Articulação Social da Secretaria-Geral da Presidência da República, Paulo Maldos, disse, nesta segunda-feira, que a Polícia Militar agiu, atirando e usando bombas de efeito moral, sem ser provocada. Segundo Maldos, a PM nem sequer pediu que as pessoas se afastassem antes de começar a atirar, por volta das 8h de ontem (22).

"Foi totalmente supreendente. A gente estava conversando e, de repente, bomba. Não houve aviso prévio", lembra Maldos. "Veio bomba de tudo quanto é lado. Do nada. Nem careta fizeram para isso acontecer".
Além de levar um cartucho de bala para o Palácio do Planalto, Maldos apresentará ao governo um relatório sobre o que testemunhou.

Ele foi atingido nas costas, enquanto tentava escapar das bombas. Minutos antes, ele tentou se aproximar do cerco policial, na avenida dos Evangélicos, erguendo um cartão da Presidência. Mas, sob a mira dos policiais, foi aconselhado a voltar ao chegar a cerca de oito metros do cordão humano.
"Fui ao enterro de Alexandre Vannucchi, de Vladimir Herzog e do operário Santo Dias da Silva. Nunca me aconteceu nada. Agora, em plena democracia, como assessor da Presidência da República, sou atingido por uma bala de borracha".
(
Da Folha Poder)
23 de janeiro de 2012
coroneLeaks

* Ataque ocorreu um mês após governo prometer proteção aos Guarani

Fonte da notícia: Agência Brasil de Fato
da Redação

O ataque aos Guarani Kaiowá do Acampamento Tekohá Guaiviry ocorreu um mês após secretário nacional de Articulação Social da Secretaria-Geral da Presidência da República Paulo Maldos, visitar a região e receber denúncias dos indígenas sobre as ameaças que sofrem por por parte dos fazendeiros que ocupam seu território tradicional.

Maldos visitou o acampamento Y Po’i, no município de Paranhos, Mato Grosso do Sul, em 20 de outubro e afirmou que a segurança de todos os guarani do estado estava garantida. “Se um pistoleiro chegar, quero que a informação seja passada no mesmo dia para o meu telefone para a gente já dar o troco também, para eles saberem que a gente não está brincando não”, disse Maldos.

Um vídeo produzido pelo projeto Rede de Saberes mostra como foi a visita do representante do governo ao acampamento Ypo'i em outubro. Na ocasião, os indígenas denunciaram as ameças de morte que sofrem constantemente. Além disso, pediram ao governo a conclusão do processo de demarcação de terras no estado, escola para as crianças, liberdade para circular fora dos acampamentos, oportunidade para plantar e condições de segurança.

O vídeo mostra o momento em que Paulo Maldos se compromete com a segurança dos indígenas. “Eu não quero sair daqui e tudo que eu falei ficar no vento e chegar pistoleiro aqui para fazer terrorismo”, disse.

No entanto, a promessa de segurança aos Guarani Kaiowá não foi cumprida. Na última sexta-feira (18), cerca de 40 pistoleiros fortemente armados invadiram o acampamento Tekohá Guaiviry, entre os municípios de Amambaí e Ponta Porã. A ação resultou na morte do cacique Nísio Gomes e no desaparecimento de outros três indígenas.

Após o ataque, representantes do Ministério Público Federal (MPF), da Polícia Federal e da Fundação Nacional do Índio (Funai) estiveram no acampamento. Um inquérito foi aberto para investigar o caso.

O secretário-geral da Presidência da República, Gilberto de Carvalho, disse nesta quinta-feira (24) que o governo federal considera a solução dos problemas indígenas do Mato Grosso do Sul uma “questão de honra”. “Estamos fazendo todo o esforço [para reverter essa situação]”, disse o ministro.

Segundo Carvalho, um grupo de trabalho dedicado especificamente à questão indígena foi constituído, com a presença da Funai e do governo estadual. Além disso, no dia 28, será instalado um comitê gestor na cidade de Dourados, que realizará uma série de políticas públicas para os cerca de 45 mil indígenas da região. “Está próximo [o fechamento de] um acordo com o governo do estado para que a gente consiga ter uma área delimitada para os Guarani Kaiowá. É uma preocupação, um compromisso”, garantiu Carvalho.

No entanto, o coordenador da Funai de Ponta Porã, Sílvio Raimundo da Silva, reconheceu que ainda há risco para os guarani kaiowá. “É lógico que existe um risco de ataque, mas nem nós [a Funai] nem a Polícia Federal temos como colocar uma guarda montada lá”, disse.

Os indígenas decidiram permanecer no local, seguindo a orientação do cacique assassinado, mesmo com o risco de novos ataques. Os Guarani ocupam há 25 dias a terra localizada entre as fazendas Chimarrão, Querência Nativa e Ouro Verde – instaladas em Território Indígena de ocupação tradicional dos Kaiowá. Antes, a comunidade vivia na beira de uma Rodovia Estadual. A área ocupada pela comunidade está em processo de identificação desde 2008 e em fase de conclusão do relatório pela Funai.

De acordo com Silva, rondas serão feitas no entorno do acampamento Guaiviry, o que pode “garantir que as pessoas que fizeram esse ataque sintam que existe a presença do Estado no local”.

Y Po’i

O acampamento Ypo'i, visitado por Paulo Maldos, foi alvo em 2009 de ataque semelhante ao que ocorreu na última sexta-feira no acampamento Guaiviry. Homens armados invadiram o acampamento em caminhões e caminhonetes, efetuando disparos com pelo menos sete armas de fogo de vários calibres contra um grupo de 50 indígenas. A ação resultou na morte dos professores indígenas Jenivaldo Vera e Rolindo Vera. Além disso, Mário Vera, à época com 89 anos, foi agredido pauladas nas costas, ombros e pernas.

O ataque tinha como objetivo expulsar os indígenas da área ocupada por eles na Fazenda São Luíz, reivindicada como território tradicional. No entanto, em 2010 os indígenas guarani kaiowá reocuparam a área de reserva legal, amparados por decisão do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3) que cassou a ordem de reintegração de posse da fazenda até que sejam produzidos os estudos que confirmem que a área é de ocupação tradicional dos indígenas.

Em 14 de outubro, o Ministério Público Federal (MPF) do Mato Grosso do Sul denunciou à Justiça Federal seis pessoas pelo envolvimento no ataque contra o acampamento Ypo'i e na morte dos dois professores.

Fermino Aurélio Escolbar Filho, Rui Evaldo Nunes Escobar e Evaldo Luís Nunes Escobar - filhos do proprietário da Fazenda São Luís -, Moacir João Macedo - vereador e presidente do Sindicato Rural de Paranhos -, Antônio Pereira - comerciante da região -, e Joanelse Tavares Pinheiro – ex-candidato a prefeito de Paranhos -, foram denunciados por homicídio qualificado – sem possibilidade de defesa da vítima -, ocultação dos cadáveres, disparo de arma de fogo e lesão corporal contra idoso.

Se a denúncia for aceita pela Justiça Federal, os acusados responderão como réus a ação penal.

Guarani

Conforme recente publicação do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) sobre a violência praticada contra os povos indígenas do MS nos últimos oito anos, mais de 1200 famílias vivem em condições degradantes à beira de rodovias ou sitiadas em fazendas, expostas a violências diversas. Somente em 2010, 60 indígenas foram assassinados no Brasil.

De acordo com o Cimi, há informações, ainda não confirmadas, de que exista uma lista de lideranças Guarani Kaiowá que estariam marcadas para morrer. “As denúncias nomeiam quatro importantes lideranças”, afirma em nota. (com informações do Cimi)