"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



domingo, 5 de fevereiro de 2012

ARREPENDIMENTOS DE QUEM ESTÁ MORRENDO

Uma enfermeira registrou os arrependimentos mais comuns das pessoas que estão morrendo, e entre os primeiros está “eu queria não ter trabalhado tanto”.

Qual seria o seu maior arrependimento se este fosse o seu último dia de vida?

Não houve menções a mais sexo ou bungee jumps. Uma enfermeira que aconselhou pessoas que estavam morrendo nos seus últimos dias revelou os arrependimentos mais comuns que temos no final de nossas vidas. Entre os primeiros, dos homens em particular, está “eu queria não ter trabalhado tanto”.

Bronnie Ware é uma enfermeira australiana que passou muitos anos trabalhando em cuidado paliativo, tratando pacientes nas últimas 12 semanas de suas vidas. Ela registrou as epifanias das pessoas que estavam morrendo em um blog chamado Inspiração e Chai, que chamou tanta atenção que ela colocou suas observações em um livro chamado “Os 5 maiores arrependimentos de quem está morrendo”.

Ware escreve sobre a fenomenal claridade de visão que as pessoas ganham no final de suas vidas, e como nós podemos aprender a partir da sabedoria delas. “Quando questionadas sobre algum arrependimento que tinham ou algo que teriam feito diferente, ela diz, temas comuns apareciam repetidamente”.
Aqui estão os 5 maiores arrependimentos de quem está morrendo, como testemunhado por Ware:

1. Eu queria ter tido coragem de viver uma vida fiel a mim, não a vida que outros esperavam de mim.

“Esse era o arrependimento de todos. Quando as pessoas percebem que sua vida está quase no fim e olham para trás com consciência disso, é fácil enxergar quantos sonhos se foram sem ter sido realizados. A maioria das pessoas não tinham realizado nem a metade dos seus sonhos e tinham que morrer sabendo que isso foi por causa das escolhas que eles fizeram, ou que não fizeram. Saúde traz uma liberdade que muito poucos percebem, até a tenham perdido”.

2. Eu queria não ter trabalhado tanto.

“Isso veio de cada paciente homem dos quais eu tratei. Eles sentiam falta da juventude de seus filhos e do companheirismo de suas parceiras. Mulheres também citaram esse arrependimento, mas a maioria era de uma geração mais antiga, muitas das pacientes mulheres não haviam trabalhado. Todos os homens dos quais eu cuidei se arrependiam profundamente de terem passado boa parte de suas vidas na esteira da existência trabalhista”.

3. Eu queria ter tido a coragem de expressar meus sentimentos.

Muitas pessoas suprimiram seus sentimentos para manter a paz com outras pessoas. Como resultado elas se acomodaram por uma existência medíocre e nunca se tornaram quem elas eram verdadeiramente capazes de se tornarem. Muitas desenvolveram doenças relativas à amargura e ressentimento que carregaram como resultado”.

4. Eu queria ter mantido contato com meus amigos.

“Frequentemente eles não percebiam os benefícios de antigos amigos até suas últimas semanas e nem sempre era possível rastreá-los. Muitos ficaram tão presos às suas próprias vidas que deixaram amizades de ouro escapulirem com o passar dos anos. Houve muitos arrependimentos profundos sobre não ter dado à algumas amizades o tempo e o esforço que elas mereciam. Todos sem falta dos amigos quando estão morrendo.”

5. Eu gostaria de ter me permitido ser mais feliz.

“Esse é um surpreendentemente comum. Muitos não perceberam até o final que a felicidade é uma escolha. Eles ficaram presos em velhos padrões e hábitos. O assim chamado ‘conforto’ da familiaridade transbordou em suas emoções, assim como em suas vidas físicas. Medo de mudanças os fizeram fingir para outros, e para si mesmos, que estavam contentes, quando no fundo, eles ansiavam por rir devidamente e ter bobeiras em suas vidas de novo”.

Qual é o seu maior arrependimento até então, e o que você estabelecerá atingir ou mudar antes de morrer?

05 de fevereiro de 2012
opinião e notícia

TRADIÇÃO...

SE GRITAR PEGA LADRÃO...

Neste DESgoverno das Ratazanas vermelhas, para onde quer que se olhe tem corrupção, propinagem, maracutaia, bandidagem, picaretagem, estelionato, falsificação, desvios e superfaturamentos.

A bola da vez foi o presidente da casa da moeda Luis Felipe Denucci, que foi defenestrado do cargo por uma "suposta" propinagem na casa das 25 milhetas de verdinhas.

Entre outros empreendimentos ultra rentáveis que só trabalhando dentro do podre DESgoverno PTralha o acusado também é investigado por ser dono de duas Offshores. "Constata-se que em 2010, Denucci, já como presidentre da Casa da Moeda, constituiu duas "offshores" nas Ilhas Virgens Britânicas, conhecido paraíso fiscal: a Helmond Commercial LLC, em nome do próprio Denucci, e a Rhodes INT Ventures, em nome da sua filha, Ana Gabriela.

Nos últimos três anos, essas "offshores" teriam recebido U$ 25 milhões de operações financeiras no exterior, segundo um relatório da WIT, companhia especializada em transferência de dinheiro com sede em Londres."

E segundo a imprensa o sinistro Guido Mantega já sabia dessa situação e estava se fazendo de morto.
A situação só saiu do controle porque BOB JEFF, aquele deputado do PTB que foi cassado junto com o Zé Dirceu por conta do mensalão resolveu botar a boca no trombone, uma vez que o Denucci não dividiu parcela do que arrecadou em propinas com o partido que o apadrinhava no DESgoverno.

Ou seja, a situação só veio a tona porque o presidente da casa da moeda ficou "zoiudo" e resolveu que iria ficar com a grana só para ele. E mais uma vez vemos o nominho do Bob Jeff enfiado em falcatruas das brabas.

E tem mais, se o Denucci tivesse dividido o butim com os quadrilheiros do PTB ninguém ficaria sabendo da rapinagem e os "honestos" cidadãos continuariam enchendo as burras as custas do povo otário da pocilga.
Agora que a merda fedeu, o Sinistro Mantega demitiu o espertão, só que certamente a grana vai sumir. Como sempre.

O PT & Comparsas, continuam espoliando o Brasil, e o povão triste porque a greve da PM na Bahia vai estragar as micaretas e o carnaval de um mês que é comum por lá.

05 de fevereiro de 2012
o mascate

JUIZ DE DIREITO ESCREVE A ZIRALDO E JAGUAR

JUIZ DE DIREITO ESCREVE A ZIRALDO E JAGUAR
"A personalidade pode abrir portas, mas somente o caráter consegue mantê-las abertas."

Um testemunho coerente e lúcido deste Juiz ...
Está chegando a hora de abrirmos os olhos...
O Juiz de Direito de Espumoso (RS) escreve a Ziraldo e Jaguar,
comentando a aprovação da indenização e da aposentadoria em dobro paga pela Nação aos humoristas, que 'sofreram muito' por terem sido presos durante uma semana na época da ditadura militar brasileira, como represália pelas críticas que eles mesmos publicaram em 'O PASQUIM', na ocasião.

Prezados Ziraldo e Jaguar:

Eu fui fã número 1 do PASQUIM (em seguida saberão por quê). Por isto
me sinto traído pela atitude de vocês (Ziraldo e Jaguar). Vocês, recebendo essa indenização milionária, fizeram exatamente aquilo que criticavam na época: o enriquecimento fácil e sem causa emergente da e na estrutura ditatorial...
Na verdade, vocês se projetaram com a Ditadura.
Vocês se sustiveram da Ditadura.
Vocês se divertiram com a Ditadura.
Está bem, vocês sofreram com a Ditadura, mas, exceto aquela semana na
cadeia – que parece não foi tão sofrida assim - nada que uma entrevista regada a uísque e gargalhadas na semana seguinte não pudesse reparar. A cada investida da Ditadura vocês se fortaleciam e a tiragem seguinte do jornal aumentava consideravelmente.
Receber um milhão de reais e picos por causa daquela semana, convenhamos, é um exagero, principalmente quando se considera que o salário mínimo no Brasil é de R$ 545,00 por mês...
Vocês não podem argumentar que a Ditadura acabou com o jornal. Seria a mais pura mentira, se é que a mentira pode ser pura. O 'O Pasquim' acabou porque
vocês se perderam.
O Pasquim acabou nos estertores da Ditadura, porque vocês ficaram sem o
motor principal de seu sucesso, a própria Ditadura.
Vocês se encantaram com a nova ordem e com a possibilidade de a
Esquerda dominar este país que não souberam mais fazer humor. Tanto que mais tarde voltaram de Bundas - há não muitos anos - e de bunda caíram porque foram pernósticos e pedantes.
Vocês só sabiam fazer uma coisa: criticar a Ditadura e não seriam o que são sem ela. Eu vi o nº 1 de 'O Pasquim' num tempo em que não tinha dinheiro para adquiri-lo.
Mais tarde, estudante em Florianópolis, passei a comprá-lo toda semana
na rua Felipe Schmidt, próximo à rua 7 de Setembro, numa banca em que
um rapaz chamado, se não me engano Vilmar, reservava um exemplar para
mim. Eu pagava no fim do mês.
Formado em Direito, em 1976 fui para Taió. Lá assinei o jornal que não
chegava na papelaria do meu amigo Horst. Em 1981 vim para o Rio Grande
do Sul e morando, inicialmente, em Iraí, continuei assinante. Em fins
de 1982 fui promovido para Espumoso e sempre assinante.
Eu tenho o nº 500 de O Pasquim, aquele que foi apreendido nas bancas e
que os assinantes receberam... Nessa época, não sei se lembram, o
jornal reduziu drasticamente seu número de páginas. Era a crise. Era
um arremedo do que fora, mas ainda assim conservava alguma verve.
A Ditadura estava saindo pelas portas dos fundos e vocês pelas portas
da frente, famosos e aplaudidos.
Vocês lançaram uma campanha de assinaturas. Eu fui a campo e consegui
cinco ou seis.
Em Espumoso! Imaginei que se cada assinante conseguisse cinco
assinaturas, ajudaria muito. Eu era Juiz de Direito. Convenhamos: não
fica bem a um Juiz sair vendendo assinatura de jornal. Mas fiz isto
com o único interesse de ajudar O Pasquim a se manter.
Na verdade, as assinaturas foram vendidas a amigos advogados aos quais
explanei a origem, natureza e linha editorial do jornal. Uns cinco ou
seis adquiriram assinaturas anuais. No máximo dois meses depois todos
paramos de receber o jornal, que saiu de circulação.
O Pasquim deu o calote... Eu fiquei com cara de tacho e, como se diz
por aqui, mais vexado que guri cagado.
Sofri constrangimento por causa de vocês. Devo pedir indenização por isto? Não. Esqueçam!
Mas agora que vocês estão milionários, procurem nos seus registros e
devolvam o dinheiro dos assinantes de Espumoso que pagaram e não
receberam a assinatura integral. Naquele tempo vocês não tinham como
fazê-lo. Agora têm.
Paguem proporcionalmente, mas com juros e correção monetária, como
manda a lei. Caso contrário, além de traidores, serei obrigado aconsiderá-los também caloteiros.

Ilton Dellandrea
Juiz de Direito

Além da indenização milionária a dupla passa a colaborar com o déficit
da previdência, pois, como o Lula, passam a receber aposentadoria em
dobro do limite estabelecido para quem contribuiu por 35 anos!
Além do
mais, os que contribuíram por 35 anos não têm direito ao reajuste
integral da aposentadoria. Por isto que o nosso pais é considerado o
pais dos marginais,
pode ver quem trabalha honestamente não tem nada,
já os marginais tem direitos humanos, salários acima do mínimo para
presidiário, cargos de ministros, presidente ou diretores de estadais,
e assim por diante, fora a aposentadoria de marajá, e depois dizem que
é da esquerda, só se for a mão, o que a esquerda faz a direita não
pode ver. Este episódio das indenizações milionárias aos jornalistas
do Pasquim é só mais um da série de escândalos em cascata que o país
produz.

Parece que está em nosso DNA o ataque despudorado aos cofres públicos,
a concepção que o dinheiro público não é de todos, mas 'de ninguém', e
que 'aos amigos tudo, aos inimigos, a justiça.

ACRESCENTO: Tudo limpinho, sem pagar Imposto de Renda

E A VIDA CONTINUA...

NOTA AO PÉ DO TEXTO
Pego um link nas honestas palavras do Juiz de Direito Ilton Dellandrea, que faz eco e traduz a indignação que ofendeu a inúmeros brasileiros, sobretudo aposentados. Não apenas pelo ato debochado que desvirtua a história, mas também por considerar dois cartunistas, dois humoristas - e outros tantos "heróis" - merecedores da premiação milionária por atos de bravura e amargos sofrimentos (rs), às custas de impostos que todos pagamos. A título apenas, o que agrava , o desacato e tempera com o cinismo que marca esse cidadão chamado Lula, seus atos e sua arrogância, por que desenharam charges e escreveram críticas no período do governo militar. Agraciados como "heróis de coisa nenhuma", num achincalhe àqueles que impediram fosse implantada uma ditadura comunista no país, e que, como observa o Juiz Dallandrea, de matéria para suas piadas e desenhos.
Assim procedeu durante todo o seu mandato. Já no primeiro dia de governo, portando na lapela o símbolo do PT, anunciava o que pretendia impor a nação, ao renegar o símbolo nacional.
E foi adiante com suas pretensões, montando uma verdadeira quadrilha de saqueadores, transformando as instituições num covil de bandidos, onde proliferou a corrupção, a fraude, a mentira, e a grande farsa do mensalão, descaradamente exposta à público, por conflitos internos de interesses.
Recriou um poderoso e inovador fisiologismo como base de governo, apelidando-o pomposamente com o título de "coalizão", loteando a 'res publica' como se fosse o patrimônio privado de alguns salafrários, bandidos, mafiosos, para que usassem e abusassem à vontade.
As milionárias aposentadorias, objeto maior do texto do Juiz Dellandrea, além do achincalhe que representou, demonstrou a inércia de uma nação, que assistiu sem reação, a esse deboche. Ao conceder tais benesses, seu objetivo maior foi ofender um 'Movimento' que se levantou contra a tentativa de grupos esquerdistas, que nada mais pretendiam senão substituir uma ditadura por outra, bem pior.
Hoje, ante a Comissão da Verdade, que busca reescrever a história sob a ótica dos "heróis", dos "guerrilheiros" que 'deram o seu sangue' pela "liberdade do país", dão mais um passo à frente das milionárias aposentadorias, e caminham para enodoar os que impediram a 'nova intentona'.
m.americo

PARA BOM ENTENDEDOR, MEIA PALAVRA BASTA...

SE DILMA NÃO O TIVESSE PRESSIONADO, MANTEGA TENTARIA ESQUECER O ESCÂNDALO DA CASA DA MOEDA

É impressionante o que acontece em Brasília. A presidente Dilma Rousseff precisou entrar em ação e mandar que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, rompesse o silêncio, mantido há quase uma semana, sobre as denúncias de irregularidades que levaram à exoneração do ex-presidente da Casa da Moeda, Luiz Felipe Denucci.

Mantega estava saindo de fininho, apesar de o presidente do PTB, Roberto Jefferson, tê-lo acusado de haver indicado pessoalmente Denucci para a Casa da Moeda. O ministro não queria responder. Mas a ordem do Planalto o apanhou de surpresa e na sexta-feira ele teve de alterar sua agenda, adiando uma viagem a São Paulo, para discutir as denúncias com a própria presidente Dilma.

Depois, Mantega deu uma rápida entrevista de 11 minutos, para dizer que não conhecia Denucci e que o nomeou por indicação do PTB. Como se sabe, este ex-subordinado de Mantega é acusado de ter movimentado US$ 25 milhões em contas bancárias em paraísos fiscais no exterior, em nome de membros de sua família.

O velho ditado popular nos ensina que “quem não deve, não teme”. Mantega mostrou o contrário. Tentou fugir do assunto, exatamente como continua fazendo o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, que segue se recusando a explicar as “consultorias” que concedeu a empresários, em atividades semelhantes às desenvolvidas por Antonio Palocci e que acabaram por derrubá-lo da Casa Civil.

Na verdade, é inacreditável o que está acontecendo. Um governo demitir seis ministros por corrupção, no prazo de apenas um ano, é recorde absoluto. Nunca se viu nada igual. E a degola continua. Em 14 meses, contando com Mário Negromonte, das Cidades, já são sete ministros defenestrados, com mais três sob suspeição: Guido Mantega, Fernando Pimentel e Fernando Bezerra, da Integração Nacional, não se esqueçam dele.
É coisa para levar o governo brasileiro ao Livro Guinness de Recordes.

05 de fevereiro de 2012
Carlos Newton

A VERDADEIRA GUERRA DE CLASSES DOS ESTADOS UNIDOS

Aproximação da elite econômica com as classe mais baixas pode ser a resposta para a sobrevivência do sonho americano

Só porque Newt Gingrich é um deles, isso não significa que ele está errado quando reclama que os Estados Unidos são comandados por uma elite alienada. As provas podem ser encontradas em um livro publicado nessa semana por Charles Murray, co-autor de The Bell Curve (“A Curva do Sino”), livro que, em 1994, criou polêmica ao apresentar associações entre raça e inteligência. Coming Apart: The State of White America 1960-2010 (“Separando: O Estado da América Branca 1960-2010”) está repleto de ideias sobre os problemas que assolam os Estados Unidos.

David Brooks, um colunista conservador do New York Times, acredita que esse será o livro mais importante do ano para a sociedade norte-americana. E mesmo aqueles que não forem convencidos pelas ideias de Murray, terão a chance de entender os males que atacam os Estados Unidos na visão conservadora, um assunto não menos fascinante. Embora não seja sua meta principal, o livro reúne quatro temas ouvidos incessantemente na campanha republicana: a divisão cultural entre os valores tradicionais e os da elite (um dos assuntos favoritos dos membros do Tea Party); a defesa dos valores religiosos e familiares (a base da plataforma de Rick Santorum); a excepcionalidade norte-americana (mencionada por todos os candidatos); e (a favorita de Mitt Romney) o perigo dos Estados Unidos se tornarem um Estado de bem estar social no molde dos países europeus.

Murray começa lamentando o isolamento da nova classe alta, que ele define como os 5% mais bem sucedidos dos adultos. Essas pessoas não são apenas ricas, mas também são excepcionalmente espertas, porque os Estados Unidos se especializaram em mandar suas mentes mais brilhantes para as mesmas universidades elitistas, nas quais eles se casam entre si, e dão a sua prole não apenas o conforto da riqueza, mas também uma vantagem cognitiva que dá a essa classe sua impressionante estabilidade.

A nova elite não é simplesmente isolada culturalmente. Ela também vive num mundo à parte, em bolhas como a porção sul da 96th Street (onde a proporção de adultos com diplomas universitários cresce de 16% em 1960 para 60% em 2000) e um pequeno número de “SuperZips”, bairros nos quais a riqueza e o sucesso acadêmico estão mais concentrados. Esses bairros têm populações brancas e asiáticas maiores que o resto dos Estados Unidos, com índices menores de crimes e famílias mais estáveis. Não são, ao contrário do que acredita Gingrich, bairros necessariamente “liberais”: muitos dos moradores dos SuperZips votaram nos republicanos em 2004. Mas sem dúvida, são pessoas distantes da realidade do país.

No século XIX, Alexis de Tocqueville se impressionou com o fato dos poderosos dos Estados Unidos não estarem alheios ao resto do povo. Isso, diz Murray, não acontece mais. Ele deduz que essa classe comanda os Estados Unidos, mas toma decisões com base em vidas atípicas. Um grande abismo cultural separa essa elite dos outros norte-americanos. Eles dificilmente assistem Oprah ou Judge Judy. Na verdade, eles nem assistem muita televisão. Eles comem em restaurantes, mas dificilmente vão à Applebees’s, ao Denny’s, ou à Waffle House, cadeias mais ligadas ao gosto comum. Eles podem ler a Economist, juntamente com o New York Times, o Wall Street Journal, e talvez a New Yorker ou a Rolling Stone. Eles bebem vinhos e cervejas artesanais (e podem discuti-las como especialistas), mas de maneira moderada, e raramente fumam cigarros.

Boa parte dos comentários sobre a elite norte-americana vem acompanhada de um rancor (Gingrich), ou é movida pela desigualdade (Occupy Wall Street) ou pela “justiça” (Barack Obama). Por outro lado, Murray não parece ter nada contra essa classe de bons pais e bons vizinhos. Ele só quer que a elite saiba mais e se importe mais com o resto do país. E ao invés de simplesmente abrir mão de uma parcela maior do seu dinheiro, ele gostaria que ela ensinasse seus valores ao resto dos Estados Unidos.

Quem mais precisa de instrução são os novos pobres, talvez um quinto da população branca do país (Murray excluiu negros e latinos, simplificando sua tese ao tirar as etnias da equação), que está à beira do colapso. Muitos de seus homens não trabalham; muitas de suas mulheres criam seus filhos fora do casamento; a devoção religiosa está em declínio. Nos bairros mais pobres, a união das comunidades desapareceu. A família, o orgulho profissional, a religiosidade e o senso de comunidade desapareceram: essa, diz Murray, são “as coisas da vida”. Livre-se delas e você bloqueará o caminho para a felicidade.

E então surge o discurso obrigatório sobre as falhas na excepcionalidade norte-americana. Para Murray, o que está em jogo não é apenas o futuro da classe mais baixa, mas “o projeto norte-americano”. Jefferson pensava que o Estado deveria impedir que as pessoas machucassem umas às outras, mas que exceto por essa questão, deveria deixar a população livre “para regular suas próprias buscas de industrialização e desenvolvimento”. Mas e se uma proporção cada vez maior de norte-americanos perdesse as virtudes que fazem deles membros atuantes de uma sociedade livre? O perigo previsto por Murray está na possibilidade do país copiar o erro da Europa e designar a tarefa de consertar famílias e comunidades a governos burocráticos que estão fadados ao fracasso. A classe mais alta pode concordar com isso, porque é mais fácil pagar impostos mais altos do que se envolver na vida de cidadãos que os ricos já não conseguem mais compreender.
Os Estados Unidos irão se transformar na Europa e a ideia de Jefferson morrerá.

Murray conclama “um grande despertar civil”, no qual a elite sairá de seus SuperZips para convencer os manos afortunados a se casarem, trabalhar mais duro, e tornarem-se melhores vizinhos. Brooks acredita que o serviço nacional aproximaria as classes. Os candidatos republicanos acreditam que qualquer que seja a resposta, ela não deve custar nenhum centavo a mais.

Mas como será que a classe mais baixa responderá ao ouvir que a ajuda de que precisa é uma injeção de moralidade? Murray acredita que seus números mostram que aqueles que seguem sua receita são capazes de viver vidas plenas com quase qualquer nível de renda. Ele pode ter razão, mas aqueles nas classes mais altas que derem atenção a seu chamado, provavelmente deixarão a Mercedes-Benz em casa quando partirem para o Denny’s em sua missão de persuasão.

4/02/2012
Fontes:The Economist

VIOLÊNCIA NA BAHIA

VIOLÊNCIA NA BAHIA É O PREÇO QUE BRASIL JÁ ESTÁ PAGANDO PELA AUSÊNCIA DE OPOSIÇÃO E A MEXICANIZAÇÃO DA POLÍTICA POR UM BANDO DE SABUJOS OPORTUNISTAS



Uma matéria que está no site da revista Veja transcreve declarações do petista Jaques Wagner, governador da Bahia e do petista José Eduardo Cardoso, Ministro da Justiça.
A matéria não é da reportagem da revista Veja, mas da agência Estado, pertendente ao grupo O Estado de São Paulo. É aquele tipo de matéria dita "isenta", produzida pelo jornalismo companheiro. Curiosamente, Jaques Wagner sugere que os arrastões, os saques e toda a agitação que vem ocorrendo na Bahia é obra apenas dos grevistas. Todavia, neste vídeo acima mostra todos os tipos de vândalos muito à votade que se aproveitam da ausência da polícia paralisada pela greve e resolveram praticar a pilhagem, o roubo em estabelecimentos comerciais, arrastões e atos de evidente perversidade e vindita.

Greve de policiais é inaceitável. Aliás, todas as greves são inaceitáveis porque são injustas. Alguém trabalha para que outros façam greve. Queria ver greve sem alimentos e sem energia elétrica! Portanto, as greves sempre são injustas. Este é um aspecto.

Outro detalhe é que o que vem ocorrendo na Bahia é de responsabilidade do Governador do Estado que permitiu que a baderna se instalasse. Fica a pergunta: por que Jaques Wagner não pediu a imediata intervenção das Forças Armadas e permitiu que se consumasse a anarquia?

Como todo comunista, Jaques Wagner é contra as Forças Armadas e as polícias. Ao invés de estar tratando de salvaguardar a segurança do povo baiano ordeiro e trabalhador, viajou com Dilma para Cuba onde foi afagar dois ditadores assassinos. Sim, povo ordeiro e trabalhador é a maioria dos brasileiros.
Se a Bahia e todo o Brasil funcionam se deve ao fato de que a maioria não compactua com o crime e a baderna. Não existe país organizado e que progrida onde a maioria move-se pura e simplesmente pela perversidade e bandidagem. Cabe às autoridades o dever de contribuir para que o altruísmo seja louvado e a esculhambação execrada. Mas como se viu no recente episódio da reintegração de posse em Pinheirinho, levada a efeito pela PM daquele Estado, o PT e seus esbirros em partidos nanicos profissionais da agitação e com o apoio do Governo Federal - o que é uma iniquidade ímpar na história da República - até hoje estão tentando transformar São Paulo numa praça de guerra como aconteceu agora na Bahia.

Vejam as declarações de Wargner e Cardoso que está nesse texto da agência Estado no site da revista Veja:

JAQUES WAGNER: O governador da Bahia, Jaques Wagner, disse acreditar na participação de policiais militares grevistas em homicídios e saques ocorridos em Salvador nas últimas horas. Desde terça-feira, o estado sofre com a paralisação parcial da Polícia Militar (PM). "Parte dos crimes pode ser parte da operação montada, da tentativa de criar um clima de desespero na população para fazer o governo sucumbir. Uma tentativa de guerra psicológica, como ocorreu recentemente em outros estados, como o Maranhão e o Ceará", disse o governador, neste sábado. "Não tenho dúvida que parte de tudo isso é cometido por ordem dos criminosos que se autointitulam líderes do movimento."

JOSÉ EDUARDO CARDOSO: "São mais de 3.000 homens das Forças Armadas para dar tranquilidade ao povo baiano e para fazer com que o estado de Direito prevaleça", afirmou Cardozo. "Estando sob estado de Garantia de Lei e Ordem, qualquer depredação de equipamento configura crime federal. A Polícia Federal está orientada fazer com que as transgressões à lei sejam apuradas e punidas com o máximo rigor."

É claro que eu apóio e sempre apoiarei a lei e a ordem. Entretanto, não tem preço ver sair da boca do petista José Eduardo Cardoso a exaltação do Estado de Direito e do império da lei e da ordem e ver Jaques Wagner afirmando que negará a anistia para os grevistas.

Contudo, esse empenho em favor da lei e da ordem e do Estado de Direito pelos petistas vale apenas para os Estados onde eles são governo!
O que está acontecendo na Bahia deixa muito claro que o Brasil é um barril de pólvora pronto para explodir a qualquer momento. Há uma década o PT vem estimulando a desordem e o crescimento do banditismo não tem paralelo na história do Brasil. Os direitos humanos são evocados apenas em favor dos delinquentes e assassinos vagabundos.

Faço um alerta geral à Nação brasileira denunciando partidos como o PMDB, PDT, PSB, PP que viabilizam o Poder Federal nas mãos do PT, e que são os responsáveis primeiros pela entrega do Brasil à sanha dos comunistas. O PSDB, DEM e PSD também têm pesada parcela de culpa nessa pérfida traição que desencaminha a Nação brasildeira da trilha democrática.

E todos esses políticos fazem o que fazem por um oportunismo suicida, porquanto o movimento comunista internacional, do qual o PT faz parte, tem em mira a completa supressão da democracia representativa e da liberdade.
Lavro aqui portanto o meu mais alto protesto contra esses sabujos descerebrados, ignorantes, sem altivez, despossuídos de qualquer vestígio altruísmo e que costumam bater no peito jactando-se de sua pretensa esperteza.

O episódio que ocorre na Bahia é a prova do que acabo de assinalar nestas linhas.

05 de fevereiro de 2012
aluizio amorim

PARA NÃO CAIR NO ESQUECIMENTO - O COMBATE DECISIVO

Guerrilha no Brasil

Derrotados nas cidades, os terroristas se lançaram para o interior do Brasil, na tentativa de aproveitar o esquema que já estava sendo preparado muito antes de 64, com orientação e ideologia chinesa trazida por Marighella depois de seu curso na Escola Militar de Pequim em 1952. Grandes áreas já estavam preparadas para tal objetivo, sendo escolhida a do Araguaia (Xambioá, Marabá).



Depois de tentar, sem resultado, reconduzir ao bom caminho os guerrilheiros, o resultado foi acabar com o foco o que foi feito entre outubro e dezembro de 1973, em pouco mais de dois meses de operações de combate na difícil área. Dada a Ordem de Operações, em outubro/73, o primeiro combate destruíu o grupo militar da guerrilha. Em seguida, o grupamento da Gameleira, comandado por Osvaldão, teve seu aparelho (esconderijo) destruído. Osvaldão escapou porque estava na região do grupamento A, em reunião com o comandante Mário (Maurício Grabois). Em seguida, o comandante Mário foi morto, junto com a maioria da cúpula da guerrilha, no chafurdo do Natal, em 25/12/1973.
Transcrevo:
Com a constante permanência das patrulhas vasculhando a mata, a partir do início de outubro, os militares já com o sangue quente por tantos feridos e baixas do nosso lado, a vida dos guerrilheiros remanescentes, escondidos em suas tocas, tornou-se difícil. Os procedimentos de combate da tropa foram revistos, não eram mais missões de busca de informes; eram equipes de combate. Os diversos apelos para que desistissem, não foram atendidos. Não podíamos continuar a agir correndo riscos desnecessários, como até então.
Desde o assalto ao quartel da PM, no início de outubro ao início de novembro de 1973, vários combates tinham ocorrido, com perdas importantes para a guerrilha.
Fechado o cerco, eles teriam que se mexer e, na mata, quem se mexe se revela, se demonstra. Eles perderam a grande vantagem de ver sem visto. Até os animais praticam instintivamente esta verdadeira lei de sobrevivência.
Em conseqüência das inúmeras baixas ocorridas nesse período, os guerrilheiros se deslocaram para se reunir em torno da base do grupamento A, onde se achava o chefe Mauricio Grabois. Enquanto isso, as bases dos grupamentos B e C foram completamente destruídas pelas equipes do sul da serra das Andorinhas.
Duas patrulhas do norte, comandadas pelo Tenente Sigmar Lacerda Ventura e Tenente Luiz Carlos Alier, ambos já falecidos, localizaram um grupo no alto de uma colina, em mata densa, e atacaram na manhã de 25 de dezembro de 1973. Eram 16 guerrilheiros, sendo que 9 foram mortos e 7 conseguiram fugir na confusão do tiroteio. Os mortos: Maurício Grabois (Velho Mário), Paulo Mendes Rodrigues (Paulo, comandante do grupamento A), Paulo Roberto Pereira Marques (Amauri), José Humberto Bronca (Fogoió), Orlando Momento (Landim), Gilberto Olímpio Maria (Pedro Gil), Guilherme Gomes Lund (Luiz), Marcos José de Lima (Ari Armeiro) e Luiz Vieira de Almeida (Luizinho). Minha única dúvida é que eu tinha sabido da morte do Amauri em junho de 1972, próximo a Santa Luzia, área do Osvaldão. O Luizinho faleceu no dia seguinte ao combate. Ângelo Arroyo conseguiu fugir.
Osvaldão foi um dos que escaparam por estar um pouco distante do local no momento do combate. Sua base da Gameleira já tinha sido destruída. Agora, com a destruição da última base, a do grupamento A, ele ficou vagando na selva, sozinho, e não se sabe bem porquê não procurou reorganizar o que restou dos grupos.
Este combate do dia 25/12/74 foi, sem a menor sombra de dúvida, o ponto alto da luta antiguerrilheira no Araguaia, o combate decisivo; alguns o denominam “chafurdo de Natal”. Estava terminada a luta.
Na mata, porém, a gente perde a noção do tempo, só interessando o cumprimento da missão, que só termina quando o combate apontar ou decidir o vencedor, ou os que saírem vivos. Com certeza, ninguém deveria estar sabendo que era Natal, pois estavam em guerra, em plena ação, o perigo espreitando a cada passo na mata, a adrenalina a mil.
Os bravos militares participantes desse combate notável devem escrever a respeito, uma vez que o que se sabe ainda é muito pouco, dado à importância da ação. Praticamente, depois de passado o tempo de tolerância para que se entregassem, passamos apenas um pouco mais de dois meses para acabar com a festa deles: de 13/outubro a 25/dezembro, exatos dois meses e 13 dias.
Relatório Arroyo: – “Quando já estavam a mais ou menos um quilômetro do acampamento, às 11 hrs e 25 da manhã, ouviram cerrado tiroteio. Encontraram-se logo depois com Áurea e Peri, que vinham apanhá-los para o acampamento. Os dois afirmaram que o tiroteio tinha sido no rumo do acampamento. Cinco minutos depois do tiroteio, dois helicópteros e um avião começaram a sobrevoar a área onde houvera o tiroteio, e continuaram durante todo o dia nessa operação. Dois helicópteros grandes fizeram duas viagens – da base do Mano Ferreira, a uns cinco ou seis quilômetros, até o local do tiroteio. Tinha-se a impressão de que ou estavam levando mais tropas ou retirando mortos e feridos do local. J. e seus companheiros (eram oito) afastaram-se do local mais ou menos um quilômetro. No dia seguinte, 26 (de dezembro), foram a uma referência para encontro, num local próximo. Aí encontraram os companheiros Osvaldo, Lia (Telma Regina Cordeiro Corrêa), Batista (Uirassú de Assis Batista) e Lauro. Osvaldo informou o seguinte: que o grosso da força havia acampado dia 24, mas percebeu que estava perto da estrada. Dia 25, pela manhã, afastaram-se para uns cem metros de onde se achavam, designando alguns companheiros para limpar (camuflar) o local em que estiveram. Os membros da CM (comissão militar) e sua guarda ficaram num ponto mais alto do terreno, e os demais ficaram na parte de baixo. Na hora do tiroteio havia 15 companheiros no acampamento: Mário (Maurício Grabois), Paulo, Pedro, Joca, Tuca, Dina (com febre), Luís (com febre), na parte alta; embaixo: Zeca, Lourival, Doca e Raul (estavam ralando coco babaçu para comer). Lia e Lauro faziam guarda. Osvaldo e Batista realizavam a camuflagem.”
Aqui, desejo deixar registrado mais um exemplo da tremenda injustiça do destino, ao mesmo tempo querendo deixar minhas homenagens aos bravos guerreiros Tenente Sigmar Lacerda Ventura e Tenente Luiz Carlos Alier. Depois de todos os sacrifícios e esforços inauditos no treinamento e na luta real, ainda em serviço dedicado à Pátria, num exercício em Resende/RJ, morrem os dois em acidente lamentável.
Alier e Lacerda, vocês dois e todos os elementos de suas equipes, tiveram a oportunidade de, numa inigualável demonstração de lealdade, coragem, de dedicação e amor à Pátria, desenvolver uma ação que poucos guerreiros conseguem alcançar pelas mãos do destino: vocês executaram o Combate Decisivo de toda a nossa luta contra os guerrilheiros do Araguaia. Onde vocês possam estar nessa imensidão imperscrutável de Deus, serão sempre lembrados pelos seus companheiros de profissão como Heróis Maiores.

05 de fevereiro de 2012
Lício Maciel

COMENTO

Vale a pena ler o original do relato do "Combate Decisivo", onde o Coronel Lício destaca o abandono dos guerrilheiros por suas "lideranças" e sugere o destino dos que sobreviveram aos combates e são, ainda, considerados "desaparecidos".

LEIA a verdade que a canalha procura esconder ao mesmo tempo em que brada pela "abertura dos arquivos".

*** *** ***

Postado por Licio Maciel em 06/01/2006

O COMBATE DECISIVO - 25/12/73
Em conseqüência das inúmeras baixas ocorridas no mês de outubro/73, o comandante militar da guerrilha, Mauricio Grabois, convocou uma reunião com os líderes dos três destacamentos na região do destacamento A.

Uma equipe de pára-quedistas comandada pelo tenente Lacerda (Sigmar Lacerda Ventura) localizou os grupos reunidos no alto de uma colina, na mata, juntou-se ao grupo comandado pelo Tenente Alieth e atacaram na madrugada de 25 para 26 de dezembro de 1973.

Eram 16 guerrilheiros, sendo que 5 foram mortos e 11 conseguiram fugir.
Maurício Grabois estava entre os mortos.

Com toda certeza, o valente Osvaldão foi um dos que fugiram, tendo sido perseguido e morto no início de fevereiro, próximo ao local em que se deu o combate decisivo.
Seu esconderijo na Gameleira, já tinha sido destruído por outra equipe.

Os guerrilheiros restantes, completamente abandonados pelo PCdoB, poderiam ter empreendido facilmente a fuga para o Xingu ou mesmo para alguma cidade fora do bloqueio, pois sabiam quais as rotas possíveis pela selva. Não o fizeram à espera do apoio que nunca receberam da cúpula do partido, comodamente instalados em salas refrigeradas de São Paulo, longe de onças, cobras, tiranabóias e muriçocas.
Impressionante é constatar pelos documentos do PCdoB, que a cúpula do partido desconhecia o desfecho da guerrilha praticamente um ano depois da morte de Osvaldão, sendo que mandaram publicar no jornal Le Monde que a guerrilha tinha derrotado as forças regulares da ditadura.
Vemos assim que até na desgraça eles mentem desbragadamente. Nem respeito pelos mortos tiveram.
Apenas Ângelo Arroyo e Micheas conseguiram fugir, abandonando os companheiros, é o que se sabe até hoje.

Micheas só apareceu trinta anos depois (disse que perdeu a memória...).
O Arroyo foi morto em São Paulo, no estouro do aparelho da Lapa (16/dezembro/76), que eles hoje procuram apresentar como chacina.

Foi tanto chacina que até a Elza Monerat foi presa na ocasião juntamente com outros e depois foram soltos.
Quem resistiu à voz de prisão, foi morto, claro. Até os caseiros, que se renderam, saíram vivos. Grande chacina...

A cúpula do PCdoB, o Comitê Central, de apoio logístico à guerrilha do Araguaia, foi totalmente neutralizada em São Paulo e Rio de Janeiro, com a morte de Carlos Nicolau Danielli, Lincoln Oest, Lincoln Bicalho Roque e Luiz Guilhardini (72/73).

Muitos outros guerrilheiros devem ter conseguido sair da área e hoje estão por aí, escondidos, ou camuflados, com receio de serem justiçados pelos próprios companheiros, como era costume entre eles. Vários deles, porém, já são conhecidos, como por exemplo, Paulo Paquetá (atualmente João Carlos Wisnesky) médico no RJ. O Micheas é outro exemplo. O Otávio Ângelo, que mora em São Gonçalo, é outro exemplo (ele era do Grupo da Ilha, um dos poucos que sobreviveram).
O pessoal do Grupo da Ilha tentava contato com os guerrilheiros, mas os que escaparam fugiram para o exterior; Jane Vanini, por exemplo, foi morta no Chile.
Outros do bando: Sergio Capozi, Ruy Berbert, Boanerges Massa, etc). Seguramente, muitos outros estão por aí disfarçados sem terem necessidade de fazer plástica no rosto...

Muitos se entregaram ou desertaram e foram presos:

1 Pedro Albuquerque (Ago/71)
2 Teresa Albuquerque (Ago/71)
3 Lucia Regina (Dez/71)
4 João Amazonas (Abr/72)
5 Elza Monerat (Abr/72)
6 Danilo Carneiro (Abr/72)
7 Amaro Lins (Abr/72)
8 Criméia Alice (Jun/72)
9 Luzia Ribeiro (Jun/72)
10 Dagoberto Costa (Jun/72)
11 Glenio Fernandes (Dez/72)
12 João Carlos Borgeth (Out/73)*
13 Micheas Gomes (Jan/74)
14 Angelo Arroio (Jan/74)

* Codinome: Paulo Paquetá (atualmente João Carlos Wisnesky – médico no RJ – Niterói)

O combate do dia 25/12/1973 foi, sem dúvida, o ponto final da luta antiguerrilheira no Araguaia. Os combatentes participantes devem escrever sobre ele.

Postado por Licio Maciel em 06/01/2006

NÃO VAI QUE É FRIA!

Então, Luiz Erário da Silva e Dilma se juntaram e dividindo a soberania emprestada à primeira-presidenta para formar a Comissão da Verdade que ela bem entendesse, resolveram convidar o primeiro nome que lhes veio à cabeça: Fernando Henrique Cardoso, o Príncipe dos Intelectuais de Centro-Esquerda e do Nhenhenhém, ou coisa parecida.

Não falaram com ele. Mas vazaram a elucubração para a mídia prestativa que já mandou o devido recado ao ilustre nominado.

Algo, no entanto, comicha e diz para o Super Ego de FHC:
"Não vai que é fria!". Se fosse uma boa, Lula e Dilma já teriam convidado o oferecido Zé Dirceu que tá com o pé que é um leque para "colaborar" com a reconstrução da história antiga do País.

FEITIÇO CONTRA O FEITICEIRO...

Greve da PM na Bahia. É o feitiço se virando contra os feiticeiros.
É meus amigos, o feitiço virou contra o feiticeiro.


A Policia Militar da Bahia em greve há 6 dias parece que fez mais estragos dentro do governo do que se poderia imaginar.
O governador baiano que é um conhecido PTralha passou a chamar os grevistas de bandidos e já mandou algum aspone dar um jeito de tentar prender os líderes do movimento.
Já avisou também que não fará anistia militar aos grevistas e os responsáveis serão punidos.

Mas...logo um governador do PT dizendo uma barbaridade dessas?
Quem ainda tem ao menos dois neurônios em funcionamento sabe que o PT foi o articulador de todas as piores greves que aconteceram no Brasil. E hoje são os fomentadores das bandalheiras que acontecem dentro do estado de SP contra o governador principalmente.
O comando da greve já denunciou que tanto o governador, quanto alguns deputados do PT quando ainda eram oposição, foram os que mais contribuiram e instigaram greves contra os governadores não PTralhas. E agora a atitude é essa? Isso é uma puta falta de caráter e muita covardia, além é claro, de ser de uma safadeza sem limites

Agora até o inútil do sinistro da justiça anda dizendo que os grevistas estão cometendo crimes federais. Vê se pode um sinistro PTralha contra os grevistas? Eu vivi para ver esse dia.

E a sinistra dos direitos dus manus...até agora nada. Mas certamente irá aparecer com aquela cara de madre superiora de convento nazista, assim que conseguirem encontrar alguém para colocar a culpa pelas mortes. Talvez no Alkimin...
Bem, na verdade o que está acontecendo é que todo PTralha sabe bagunçar o governo dos outros usando o instrumento da greve como forma "legítima" de reinvindicação, o que os governos do PT não sabem, é o que é realmente democracia.

E os "funças" bobinhos e trouxas que são PTralhas porque são "funças" uma vez que está no DNA da maioria do funcionalismo ser PTralha, prestem atenção, pois se vocês fizerem greves no futuro poderão ser considerados criminosos. Desde que a greve seja contra um governo PTralha, contra os outros pode.
E assim vai a Bahia, onde o povo do carnaval anda muito nervoso por conta da grana que não esta entrando e ainda existe a possibilidade dessa greve se estender por mais alguns dias atrapalhando a alienação coletiva de ir atrás do trio elétrico.

Os "grandes" artistas da Bahia que vivem de ajudar a alienar o povaréu estão calados, não tomam partido dos grevistas e nem dos governantes. Estão apenas na esperança que a greve termine bem ou mal para os PMs, pois o que importa na verdade é a grana que pelo que parece este ano vai ser bem menor.
E já vão ai pelo estado 58 mortos, dezenas de feridos, vandalismo, baderna, insegurança, e violência.
EW a culpa agora é da PM, se fosse em um estado governado pela oposição a culpa seria do governador. E essa greve contra o PT só reforça o fato de que PTralha não sabe lidar com o próprio veneno.

Eu sinceramente espero que a PM baiana segure essa greve por mais alguns dias atrapalhando de vez o Carnaval, e assim talvez o povão pare para pensar que a vida é muito mais do que ir atrás do trio elétrico feito bois idiotizados esfumaçados e bêbados.
Infelizmente para o povo baiano espirrou a merda da incomPTência e da truculência comuns a todo governante PTralha.
Ahhh, e a tal força nacional de segurança é paga com o dinheiro de todos os brasileiros. Portanto, o governador da Bahia faz merda e o resto do Brasil enfia a mão no bolso.

Pensem nisso na hora de votar.

o mascate
05 de fevereiro de 2012

TJ-DF: GAIOLA DE OURO DO BRASIL


O Tribunal de Justiça do Distrito Federal é a Corte mais cara do País. O TJ-DF gasta com pessoal cinco vezes mais que Supremo Tribunal Federal que já é bonito e perdulário por natureza.

A folha de pagamento do tribunal de Brasília será de R$ 1,4 bilhões neste ano; e há, de quebra, o contracheque de um desembargador que, em dezembro, com as conhecidas e nacionais "vantagens eventuais" chegou ao merecido teto de R$ 401,3 mil. Naquele mesmo promissor e atarefadíssimo dezembro, um juiz substituto ganhou R$ 240,5 mil só em vantagens.

Distraídos em contar a grana que não cabe embaixo das estrinicadas capinhas de Homem-Morcego os doutos magistrados deixam os processos nos poleiros de mais essa gaiola de ouro para quem chupa o sangue da nação. Ainda não tiveram nem tempo para pensar direito em qual é a serventia, para o que é mesmo que serve um tribunal assim.

"SEM POLÍCIA NAS RUAS, TODO BAIANO É BANDIDO!"

O atento jornalista Augusto Nunes, no seu blog da revista Veja, resgatou com oportuna perspicácia uma das muitas faces de Luiz Erário Lula da Silva.
Vale a pena ver de novo:

Lula: ‘A PM pode fazer greve. O governo quis passar a impressão de que, sem policial na rua, todo baiano é bandido’

Lula acusou o governo da Bahia de ter provocado saques, arrastões e outras formas de violência, durante a greve da Polícia Militar, para que os líderes do movimento suspendessem a paralisação.

“Acho que, no caso da Bahia, o próprio governo articulou os chamados arrastões para criar pânico na sociedade. Veja, o que o governo tentou vender? A impressão que passava era de que, se não houvesse policial na rua, todo o baiano era bandido”.

Segundo o chefe do PT, nenhuma greve pode ser considerada ilegal.

“A Polícia Militar pode fazer greve”, afirmou. “Minha tese é de que todas as categorias de trabalhadores que são consideradas atividades essenciais só podem ser proibidas de fazer greve se tiverem também salário essencial. Se considero a atividade essencial, mas pago salário micho, esse cidadão tem direito a fazer greve. Na Suécia, até o Exército pode fazer greve fora da época de guerra.”

E agora vem a razão de se dizer que mais esse discurso campeão de audiência fabricado por Lula vale a pena ver de novo.
O parágrafo acima foi extraído sem retoques por Augusto Nunes de uma reportagem publicada em 26 de julho de 2001 pela Agência Folha, quando Lula visitou a cidade gaúcha de Santa Maria.

Naquele dia, entrevistado pelos jornalistas Luiz Francisco e Léo Gerchmann, o hoje bem remunerado presidente de honra do PT fez declarações que hoje, dez anos depois, não perderam a validade.
Se valiam para o então governador César Borges, do PFL, valem hoje para o companheiro Jaques Wagner. É ele, Jaques Wagner, o culpado por tudo. Pelo menos na opinião de Lula.

05 de fevereiro de 2012
sanatório da notícia

UM TANTO DESANIMADO, FHC ACONSELHA OPOSIÇÃO A FAZER O QUE ELE NUNCA FEZ

Nas duas últimas semanas apareceram alguns artigos na mídia que ressaltam o silêncio das oposições como um risco para a democracia. É inegável que está havendo uma "despolitização" da sociedade não só no Brasil, mas em geral.

O "triunfo do mercado" levou às cordas as colorações políticas. Parece que tudo se deve medir pelo crescimento do PIB. Nos países bem-afortunados, ainda que cheios de "malfeitos", não há voz que ressoe contra os governos. Nos que caem em desgraça sem terem feito a "lição de casa" - sem terem gerado um "superávit primário" -, aí sim, os governos em exercício pagam o preço. Caem porque são vistos como incapazes de assegurar o bom pagamento aos mercados.
Não importa ser de coloração mais progressista ou mais conservadora. Caem sem que tenha havido um debate político-ideológico que mostre suas fraquezas eventuais, mas porque o rancor das massas gerado pelo mal-estar econômico-financeiro se abate sobre os líderes do momento.

O Brasil esteve até agora ao abrigo da tempestade que desabou sobre os mercados dos Estados Unidos e da Europa. Por mais que nossos governos errem, os decibéis das vozes oposicionistas são insuficientes para comover as multidões. Pior ainda, quando essas vozes estão roucas ou preferem sussurrar. Como entramos em céu de brigadeiro a partir de 2004, tanto pela virtude do que fizemos na década anterior como pelos acertos posteriores e graças à ajuda dos chineses, fazer oposição tornou-se um ato de contrição.

Mas que importa? Também era assim no período do milagre dos anos 1970, durante o regime militar. A oposição nada podia esperar, a não ser censura, cadeia ou tortura. Não obstante, não calou. Colheu derrotas eleitorais e políticas, resistiu até que, noutra conjuntura, venceu. Hoje a situação é infinitamente mais fácil e confortável. Só que falta, o que antes sobrava, a chama de um ideal: queríamos reabrir o sistema político. Hoje o que queremos? Ganhar as eleições? Mas para quê?

Eis o enigma. Não faltam candidatos. Ainda recentemente, em conversa analítica que fiz com uma jornalista da The Economist, ressaltei que há vários, e não só no PSDB. Neste o mais conhecido e denso, José Serra, amadurecido por êxitos e derrotas, não conseguiu deixar clara em 2010 sua mensagem, embora tenha obtido 44% dos votos. O isolamento em que sua campanha ficou, dadas as dissonâncias internas do PSDB e as dificuldades para fazer alianças políticas, impediu a vitória.
Se o candidato tivesse expressado com mais força as suas convicções, mesmo desconsiderando o que as pesquisas de opinião indicavam ser a demanda do eleitorado, poderia ter sensibilizado as massas.

Quem sabe por este caminho se decifre o enigma: falar à sociedade, com força e veemência, tudo o que se sente, inclusive a indignação pela corrupção, pela incompetência administrativa e, sobretudo, pelo escândalo de uma sociedade que se faz mais rica com um governo que distribui muito pouco, faz propaganda do que não concretizou inteiramente e coloca no altar os "vencedores", mesmo quando estes ganham à custa do dinheiro do povo, que paga impostos cada vez mais regressivos.

Outro, mais óbvio provável candidato, graças à posição eleitoral dominante em seu Estado e ao seu estilo de fazer política, Aécio Neves, está em fase de teste: transmitirá uma mensagem que salte os muros do Congresso e chegue às ruas? Encarnará a mudança com a energia necessária e o desprendimento que é o motor da ousadia, arriscando-se a dizer verdades inconvenientes, e aparentemente custosas eleitoralmente, para que o povo sinta que existe "outro lado" e confie nele para abrir perspectivas melhores?

Refiro-me aos dois por serem os mais cogitados no momento. Não são os nomes que importam agora, mas a disposição de correr riscos e de sair da armadilha da briga partidário-eleitoral para entrar na grande cena da opinião pública e - façamos a distinção - da opinião popular.

É evidente que o governo, qualquer governo, leva vantagens, principalmente desde que o lulopetismo instalou a regra de que tudo vale para manter o poder: clientelismo, propaganda abusiva, uso continuado da máquina pública, etc. Entretanto, também no regime militar o governo levava vantagens. Mas nós lutávamos, não para ganhar no dia seguinte, mas para criar um horizonte de alternativas.

A elucidação do enigma requer perseverança e coragem. Eu ganhei duas eleições no primeiro turno contra Lula, porque tinha uma mensagem: a da estabilização da economia com o Real e o início da distribuição de rendas. Mesmo sem propagandear, a pobreza deixou de atingir mais de 15 milhões de pessoas com a estabilização dos preços e a política de aumentos reais do salário mínimo, que começou em 1994.
Não foi fácil ganhar os apoios para pôr em ação o Plano Real, precisei brigar muito. Lula ganhou porque pregou, no início no deserto, ser ele o portador da mensagem que levaria a um mundo melhor.
Perseverou, rodou o Brasil, abandonou a tribuna parlamentar e, no começo, desprezou a mídia. Mostrou-se audacioso, desprendido e generoso. Se sinceramente ou não, é outra questão: a Carta aos Brasileiros está à disposição dos historiadores para que julguem. Mas o povo acreditou.

É esta a verdadeira questão da oposição, e deveria ser a preocupação dos pré-candidatos: mergulhar nos problemas do povo, falar de modo simples o que sentem e o que se pode fazer. Sem meias palavras e sem insultos. Sem falácia, com muita convicção. Politizar a cena pública para assegurar a democracia. Dizer quem é bom, ou melhor, o que é bom e o que é mau. Mas dizer nas universidades, nas organizações populares, nas associações profissionais, nas pequenas e médias cidades. Preparar nelas a mensagem - o discurso - para mais tarde falar com credibilidade na grande cena nacional.

Quem o fizer terá chances de ser o candidato da oposição e, eventualmente, ganhar as eleições. Isso independe de manobras de cúpula, simpatias e interesses menores.

Não se pense que nossa realidade será sempre o que hoje parece ser: uma sociedade conformada, legendas eleitorais disputando mordomias no dá-cá-toma-lá entre governo e congressistas e a voz do governo a tonitruar como um trovão divino, a que todos se curvam prestimosos. É só mudar a conjuntura e a cena muda, se a oposição apresentar alternativas. Mesmo que não mude, nada deve alterar nossos valores e convicções. Continuemos com eles, pois "água mole em pedra dura tanto bate até que fura". 

5 de fevereiro de 2012
Artigo publicado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em vários jornais do país, neste domingo.

MILITAR E GREVE. SE A MODA PEGA, O BICHO VAI PEGAR

05 de fevereiro de 2012
José Reis Barata

O mundo on-line mostra o rastro e saldo do terror de que massas descontroladas são capazes sob o signo de governos irresponsáveis.

Não me considero nem colocaria na lapela um deplorável distintivo de “politicamente correto” no sentido de enclausurado no sistema. Isto cheira a mediocridade. Tampouco o inverso, anarquista. No meio, que não seja ficar em cima do muro, está a virtude.

Todos os fatos da vida podem ser examinados por duas vias: a da moral e a legal. Moralmente, os policiais, se vistos como um profissional qualquer, fica difícil não apoiá-los dentro dos limites que alcancem o respeito ao próximo. Legalmente, e a realidade civilizada de um Estado Moderno exige a observância de todos, sem exceção, inclusive e principalmente do próprio Estado.

Fazendo greve, os militares se colocam fora da lei e da ordem, agridem e afrontam o Estado, ostensivamente aviltando sua razão de ser, ofendendo o que lhes incumbe e exige o dever prescrito no Regulamento Disciplinar Militar, que pode, em feliz e justa síntese, ser colocado como base da instituição: a hierarquia e a disciplina.

Transmudam-se em marginais. Justamente o objeto de sua ação. Militar, também, não é um profissional qualquer. Todavia, nem melhor ou pior: diferente. Têm um trato constitucional específico e diferenciado que abraçam ao ingressar na instituição e que diz respeito direto e inerente à profissão.

Desnecessário ir além, avançar.

Resta uma questão: mas quando o Estado, governos circunstanciais fazendo ouvidos moucos, de mercador não cumprem e insistem em não cumprir a parte que lhe cabe, levando não somente os profissionais da segurança, também os da saúde e educação a lindes insuportáveis?

Ademais é de se anotar que as Forças Armadas, fiel da ordem e da lei, estão politicamente afastadas do governo; aprisionadas em seus quartéis; em continuado processo de cooPTação de chefes tímidos e por meios velados, impublicáveis, que pressionam com a ortodoxia militar e angustiam os mais conscientes da verdadeira significação da lei e da ordem necessariamente apartadas do poder, exigindo legitimidade legal em todo o processo, isto é, da formação representativa à aplicação por governos circunstanciais que não podem se servir do poder como instrumento de servidão.

O momento é sensível e preocupante. Estão cutucando a fera com vara curta; ferir e matar é só começar.

05 de fevereiro de 2012
José Reis Barata

O PREOCUPANTE DESDOBRAMENTO DA GREVE DE PMs NA BAHIA

Lamentáveis e extremamente preocupantes, sob todos os aspectos, os episódios de grave perturbação da ordem pública ocorridos no âmbito do Estado da Bahia em razão da greve de parte do efetivo da Polícia Militar. Na capital, uma onda de saques e assaltos assusta a todos e um total de 29 homicídios ocorreram no período de 30 horas.

A gravidade do caso impôs ao governo federal o emprego imediato de tropas federais para manutenção da lei e da ordem, e o Ministro da Justiça, José Cardoso, presente em Salvador, declarou que os militares que cometerem crimes em razão da atual greve serão encaminhados a presídios federais.

Ou seja, a situação definida é de intervenção federal no Estado para conter grave perturbação da ordem pública, caso previsto na Constituição Federal, e os crimes correlatos são, portanto, de competência federal. Há inclusive uma pergunta que não quer calar: haverá algo orquestrado por trás de tão lamentáveis episódios?

Pelo sim e pelo não o fato é que estamos diante de um perigoso precedente que põe em risco a segurança pública, desprotege a sociedade e favorece diretamente a criminalidade. Deixar de cumprir a missão constitucional, de servir e proteger a sociedade, para reivindicar aumento salarial, por mais justo que seja, é medida de contra-senso e de quebra dos princípios basilares da hierarquia e da disciplina.

A Consituição Brasileira e os estatuttos específicos vedam aos militares o instituto da greve, havendo, portanto, a possibilidade de enquadramento em crime militar por desobediência, insubordinação, motim ou revolta, que podem não ser alvo de anistias futuras.

O caminho é do diálogo e do bom senso. Todos sabemos da importância vital dos serviços da Polícia Militar e do Corpo Bombeiros, para o bem-estar da sociedade. Isso não há dúvida.

É óbvio que sem segurança pública não há paz social. Todavia, os governos estaduais têm limites de caixa. A estratégia do “juntos somos fortes” é extremamente perigosa ao estado democrático de direito e à paz social. A defasagem e o aviltamento salarial nas instiuições de segurança pública, face as características peculiaraes de suas missões, é um processo histórico no país que provém de longos tempos e certamente não será resolvido em curto espaço de tempo, com alguns Estados praticamente sobrevivendo para pagar salários de servidores e manter o custeio da máquina administrativa.

Em muitos estados da federação não sobram sequer recursos para investimentos, nem na área social. Isso também é fato real.

Dinheiro não se reproduz nos cofres estaduais com um toque de mágica para honrar as despesas de gasto com pessoal, ativo, inativo e pensionistas. Não se deve esquecer também dos aproveitadores políticos de ocasião que em verdade almejam ver o circo pegar fogo e colher frutos diante das crises. O caminho, num momento delicado como o que atravessa o governo da Bahia, é a busca incessante do diálogo e da negociação. Outro caminho poderá levar ao iminente e indesejável perigo da desordem e ao gravíssimo comprometimento da ordem pública.

O triste episódio de invasão, por militares insuflados, ao Quartel Central do Corpo de Bombeiros no Rio, na fatídica noite de 3 de junho do ano passado, ainda permanece vivo em nossas lembranças. Que desagradáveis fatos não se repitam. O diálogo e o bom senso, portanto, terão que prevalecer. Que a ordem pública também se restabeleça, urgentemente e em toda sua plenitude, na terra de Castro Alves. É o que a sociedade, a destinatária dos serviços policiais, deseja o quanto antes.

05 de fevereiro de 2012
Milton Corrêa da Costa é coronel da reserva da PM do Rio de Janeiro

NELSON MANDELA: PRIMEIRO PRESIDENTE NEGRO DA ÁFRICA DO SUL

Em 9 de fevereiro de 1994, Nelson Mandela tornou-se o primeiro presidente negro da África do Sul
Nelson Mandela assumiu em 9 de fevereiro de 1994, o cargo de presidente da África do Sul. O advogado, ex-líder rebelde, chamado pelo governo sul-africano de terrorista, foi o primeiro presidente negro do país. Mandela é visto como um transformador da história e principal representante do movimento antiapartheid. Governou o país por 5 anos e é um símbolo da luta pela liberdade e democracia social. O ex-presidente sul-africano é considerado um dos heróis da resistência.

O herói mais lembrado pelos livros didáticos é provavelmente Zumbi dos Palmares, que em 2003 ganhou um feriado na cidade do Rio de Janeiro, marcando a data de sua morte. No entanto, a homenagem em nível nacional veio bastante tardiamente, pois o 20 de novembro já era comemorado há mais de 30 anos quando passou a ser um dia nacional (mais precisamente o Dia Nacional da Consciência Negra).

Zumbi se chamava Francisco quando nasceu, em 1655, no Quilombo dos Palmares, que chegou a abrigar por volta de 20 mil pessoas, se estendendo de Alagoas a Pernambuco. Era para lá que iam os escravos que conseguiam fugir. Durante uma invasão de bandeirantes ao quilombo, Zumbi, ainda bebê, foi levado pelos invasores e dado de presente para um padre da vila de Recife.

No entanto, à medida que o menino foi crescendo, se deu conta de que era injusto ele ser criado como um filho pelo padre, recebendo educação e bons tratos, enquanto via pessoas com a sua cor de pele serem maltratadas como os escravos eram.

Resolveu fugir para o Quilombo dos Palmares, de onde mais tarde se tornaria rei, sucedendo seu tio Ganga Zumba. Zumbi assumiria a luta pela liberdade dos negros até depois do fim da comunidade, exterminada em 1694 por uma expedição comandada pelo bandeirante Domingos Jorge Velho. Ele morreria em 1695, após ser capturado e torturado por um de seus comandantes, que o traiu.

Os maus-tratos não se limitavam ao ambiente dos engenhos. A Marinha de Guerra do Brasil foi também cenário para a tortura de negros, que tinha que ser assistida por toda a tripulação dos navios. A resistência a essa humilhação partiu de líderes como Francisco Dias e João Cândido. Em 22 de novembro de 1910, um movimento articulado pelos marinheiros exigiu o fim do uso da chibata, instrumento do qual os superiores lançavam mão para castigar seus subordinados. A data ficou conhecida como Revolta da Chibata.

Nos Estados Unidos, a costureira negra Rosa Parks — que morreu aos 92 anos em 24 de outubro de 2005 — foi presa no Alabama em 1955 por não querer ceder seu assento num ônibus a um branco, conforme mandavam as regras da segregação racial vigentes na época, fossem escritas na lei ou transmitidas a sucessivas gerações. Sua atitude incentivou a reação dos negros do local, que promoveram um boicote de 381 dias aos ônibus, sob a liderança de ninguém menos que Martin Luther King — outro dos principais ícones da resistência negra. Tinha início, assim, a luta pelos direitos civis nos Estados Unidos.

Luther King era pastor e tinha 26 anos quando esteve à frente do protesto. Adotava uma filosofia de não-violência baseada em Gandhi. Ao longo de sua jornada rumo aos direitos iguais e independentes da cor da pele, conquistou muitas vitórias. A primeira veio em 1960, quando conseguiu a liberação do acesso dos negros aos lugares públicos. Em 1964, King seria reconhecido com o Prêmio Nobel da Paz — mesmo ano em que presenciou a assinatura da Lei dos Direitos Civis, sancionada pelo presidente Lyndon Johnson e que tornava ilegal e inconstitucional a segregação racial em todos os estados da união norte-americana. Quatro anos depois King seria assassinado em Memphis, capital do Alabama.

Os heróis negros no Prêmio Nobel

Martin Luther King não foi, no entanto, o primeiro negro a ser premiado com o Nobel da Paz. Em 1960, o ganhador foi Albert Luthuli, um pastor zulu que presidiu o Congresso Nacional Africano, entidade criada em 1912 que teve destaque na resistência contra o Apartheid nos anos 50. Entre os líderes desse Congresso estava Nelson Mandela, outro grande nome da luta contra a segregação racial e ganhador do Nobel da Paz em 1993. Mandela, líder político sul africano, foi detido e condenado à prisão perpétua em 1964, mas seria libertado em 1990, após anos de pressão e luta dos negros. Mandela se tornaria presidente da África do Sul em 1994.

Ainda antes de Nelson Mandela receber o Nobel da Paz, Desmond Tutu foi o ganhador, no ano de 1984. Tutu foi o primeiro arcebispo negro sul-africano e teve também incontestável importância na luta contra o racismo, especialmente nas décadas de 70 e 80 — quando se intensificou ainda mais o movimento contra o Apartheid na África. O bispo liderou a comissão de Verdade e Reconciliação da África do Sul, criada em 1995 para promover a unidade e reconciliação nacionais, de acordo com texto publicado pela embaixada daquele país.

opinião e notícia
5/02/2012

DO FUNDO DA MEMÓRIA (PARTE 2): A LEGALIDADE DAS ELITES

05 de fevereiro de 2012
Carlos Chagas

Hoje, dois terços da população falam por ouvir falar. Quando falam. Os que tinham idade suficiente para entender e até para viver aqueles idos de 1964 continuam divididos. Para uns, tratou-se de um golpe cruel vibrado nas instituições democráticas, ao qual seguiram-se 21 anos de ditadura, tortura, censura à imprensa, supressão dos direitos humanos e prevalência do poder econômico sobre os anseios das massas. Para outros, foi um basta à subversão e à corrupção, uma interrupção no processo de anarquia e de desagregação da sociedade ameaçada pelo perigo comunista expresso pelo próprio governo.

Contradiz-se também a farta literatura produzida de lá para cá a respeito do movimento dito militar. Tanto tempo depois, será preciso atentar para a importância de não dividir o Brasil de quarenta anos atrás entre mocinhos e bandidos, tanto faz a posição de onde se observam aqueles acontecimentos.

Nem as Forças Armadas foram as únicas responsáveis pela truculência verificada nas duas décadas seguintes, nem poderão apenas ser tidas como as mãos do gato, utilizadas pelas elites para retirar as castanhas do fogo.

Tiveram sua responsabilidade explícita, exposta através dos governos de cinco generais-presidentes e de duas juntas militares, mas, no reverso da medalha, evitaram o quanto foi possível a transformação do Estado brasileiro em apêndice desimportante dos interesses políticos, econômico-financeiros e até culturais do conglomerado internacional que hoje nos domina, e ao planeta também.

Indaga-se como foi possível cair feito fruta madura um governo democrático, forjado na luta e na resistência de três anos antes em favor do cumprimento da Constituição e da posse do vice-presidente, após o histriônico episódio da renúncia do presidente Jânio Quadros.

João Goulart terá sido derrubado mais pelas suas virtudes do que por seus defeitos, mas estes foram imensos. Ingenuidade, em primeiro lugar, se imaginou que reformas sociais profundas poderiam ser conquistadas no grito, de uma só vez, com as elites conformando-se em abrir mão de seus privilégios sem organizar-se nem resistir. Depois, ilusão de que as massas dispunham-se a respaldá-lo acima e além dos comícios e da retórica fácil.

Acrescente-se a frágil concepção de que, por estar exercendo legitimamente o poder, contaria com a anuência das estruturas que buscava modificar e reformar. A favor delas, deixando as coisas como estavam, obteria sucesso, o que seria uma incongruência para quem pretendia passar à História como um reformador igual ao seu mestre, Getúlio Vargas.

Demonstrou-se, nos eventos de 31 de março e de 1o de abril, a precariedade do poder formal. O “esquema militar monolítico” que defenderia a legalidade só existia na cabeça dos áulicos palacianos. Quando precisou das Forças Armadas para garantir-lhe o direito de continuar governando, João Goulart percebeu havê-las perdido por inteiro. Parte foi porque admitiu “reformá-las”, prestigiando tentativas de quebra de hierarquia. Parte por conta da formidável movimentação das elites econômico-financeiras infensas a perder privilégios.

Nesse aspecto, a mídia exerceu papel fundamental, inoculando na opinião civil e militar o germe da insegurança. Organizada, com fartura de dólares e de pensadores, a direita dispunha de um objetivo claro: impedir quaisquer reformas capazes de arranhar-lhe os benefícios, mesmo que para isso se tornasse necessário desestabilizar, primeiro, e depor, em última instância, um governo constituído. Já as esquerdas…

As esquerdas dividiam-se entre a euforia inconsequente da suposição de que já tinham conquistado o poder e alterado estruturas ainda imutáveis, de um lado, e, de outro, as eternas desavenças entre seus diversos grupos inconciliáveis. No meio delas, mesmo percebendo que a reação se avolumava, achava-se um presidente cuja única saída acabou sendo a fuga para a frente.

O diabo é que diante dele não se descortinava a avenida das reformas sociais, mas o precipício do retrocesso e do cáos institucional. É claro que as teorias cedem sempre, quando surgem os fatos. A dúvida dominava os dois lados. Os conspiradores ignoravam a facilidade com que o governo se dissolveria. Estavam preparados para a guerra civil, capaz de levar meses. Por isso, não se animavam ao primeiro gesto ostensivo.

Precisou um general meio doido botar precipitamente suas tropas na rua, em Juiz de Fora, mesmo sem saber se seria esmagado em poucas horas. Do Rio, os principais chefes da conspiração tentaram demovê-lo, exigindo que voltasse com os poucos tanques e canhões postos na estrada União e Indústria. Mourão Filho reagiu, não faltando em sua negativa as quixotescas afirmações que ali estava para “vencer ou morrer”. Não morreu, senão anos depois, de doença e de desânimo, porque quem venceu foram os outros.

Numa questão de horas mudaram de lado as tropas ditas legalistas que subiram a Serra de Petrópolis para barrar a progressão dos revoltosos mineiros. Em São Paulo, no Nordeste, no resto do país, a mesma coisa. João Goulart estava no Rio, negou-se a autorizar que uns poucos aviões da FAB ainda sob as ordens de seu ministro da Aeronáutica bombardeassem as tropas do general Mourão com napalm. “Vai matar muita gente, isso eu não permito!”

Para não ser preso, voou até Brasília, mas, na capital, sua segurança revelou-se ainda mais precária. Buscou resistir no Rio Grande do Sul, imaginando a repetição dos episódios de 1961. Esqueceu-se de que a História só se repete como farsa. Lá, o governador não era mais Brizola, porém Ildo Meneghetti, golpista.

O general que ainda lhe era fiel, Ladário Pereira Telles, garantiu-lhe apenas por uma hora condições para conduzi-lo ao aeroporto e tomar o rumo do Uruguai. Aceitou. Ladário indagou de Leonel Brizola, também presente, se viajaria junto. Resposta: “Eu não me chamo João Goulart! Vou resistir!”

(continua amanhã)
05 de fevereiro de 2012
Carlos Chagas

A PANELA DE PRESSÃO DE DONA DILMA

Mandatária do país bate suas asas no momento em que a panela de pressão da política dos acertos partidários chega a seu ponto alto de fervura.

Como uma abelha rainha em voo nupcial, a mandatária do país bate suas asas no momento em que a panela de pressão da política dos acertos partidários chega a seu ponto alto de fervura. Estivesse Dona Dilma visitando parceiros comerciais importantes ainda se entenderia, mas uma viagenzinha dessas a Cuba e ao Haiti para estreitar “relações bilaterais” é de um duplo sentido digno de um forró-malícia – ainda mais quando o Planalto adotou o hábito de não revelar os nomes que integram suas comitivas – esta última palavra sem duplo sentido algum.

Dilma Rousseff deixou no colo da ministra-chefe da Casa Civil a demissão de um tal Doutor Elias, alçado pelo padrinho e líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves, ao cargo de diretor-geral do Departamento Nacional de Obras contra as Secas (Dnocs). Elias Fernandes foi acusado de pagar R$ 9,3 milhões por consultorias superfaturadas e chegou a publicar anúncio de três colunas nos principais jornais do país – com dinheiro público, naturalmente – para divulgar que foi um exemplo de correção. Logo em seguida, apresentou sua demissão ao ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra. Aqui cabe uma explicação: os demitidos por Dilma apresentam suas demissões, como se quisessem sair. Enquanto isso, a terra continua rachando nos sertões do Rio Grande do Norte, Alagoas e Bahia. O Nordeste não precisa de consultorias que chovem no molhado.

Nos bancos de escola, aprendemos que a seca é um grande mal que atinge aquela região do país – carente de recursos hídricos mas prolífera em políticos da pior estirpe. O tema se misturava ou se confundia com mitos como Lampião, Luiz Gonzaga, a caatinga, o mandacaru etc. Nossas professoras esqueceram de dizer – por ignorância ou censura prévia – que a seca é uma “indústria” que produz grandes riquezas para uma minoria privilegiada e elege o pior tipo de gente para altos cargos políticos. Gente que jamais vai resolver esse problema por um motivo simples: a seca gera fortunas e votos. Acabaram a Sudam e a Sudene mas não os benefícios que trouxeram às carreiras políticas de famílias inteiras daquelas regiões. Dnocs é a nova marca, uma chancela que permite desmandos e desvios.

Doutor Elias foi pra vala

Cabe lembrar que o ministro Bezerra também está sob fogo cruzado. É acusado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) de repassar a merreca de R$ 6,7 milhões para a empresa de um aliado político, além de proteger a família – tio, irmão e filho – em negociatas irregulares. É neste cenário de seca e miséria que surgem as trovoadas: PSB, PMDB e até o PT estão sentindo o calor da fervura. Os peemedebistas – mais precisamente Henrique Alves e seus aliados – se mostram insatisfeitos e falam em paridade. Ou seja, Se o Doutor Elias foi “pra vala” é preciso investigar as denúncias contra figurões intocáveis do Governo, como o queridinho de Dilma, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Fernando Pimentel. O PMDB ameaça levá-lo ao Congresso para explicar o inexplicável: como conseguiu faturar R$ 2 milhões em consultorias após deixar a prefeitura de Belo Horizonte. Esse mineirinho é um “come quieto” mesmo…

Obrigado por fumar, Doutor Bezerra

Seca de um lado, chuva do outro. Mas Bezerra fez de tudo para proteger seu estado – que não tem a tradição de enxurradas como o Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina ou Minas Gerais. Segundo o jornal O Estado de Minas, as verbas que ele repassou para Pernambuco são 110 vezes maiores que a destinada aos mineiros. A manchete dizia tudo: “Um mineiro vale R$ 1,46 e um pernambucano vale R$ 160,97 para a Integração Nacional”. Bezerra desconsiderou critérios técnicos para inundar seu curral eleitoral de dinheiro: foram R$ 98 milhões para Pernambuco e R$ 10 milhões para Minas Gerais. Deu no que deu. Para se defender diante de tamanho escândalo, ele adotou a estratégia da argumentação – adotada no filme “Obrigado por Fumar” – de inversão do foco da crítica. Bezerra bradou ao país inteiro que não tivesse preconceito contra Pernambuco – quando, na verdade, ele havia sido preconceituoso contra o país inteiro. Deu certo. Dona Dilma engoliu e a imprensa também. Ficou por isso mesmo.

Quando a expressão “desabamento” está na ordem do dia, a popular Dilma Rousseff visita dois países demolidos – um politicamente e outro naturalmente – e permite a crise que estremece a base que consolida seu Governo. PSB, PMDB e até o PT não querem deixar pedra sobre pedra…

Claudio Carneiro
27/01/2012

HISTÓRIAS DO SEBASTIÃO NERY

O que é que o calado quer

Pequeno, tímido, calado, mas um magnífico romancista, com numerosos prêmios nacionais, Maranhão era do Pará. Veio ao Rio ver seu amigo e companheiro de juventude e de literatura em Belém, Oliveira Bastos.

Às seis da tarde, descemos da redação do semanário de oposição, “Politika”, que Oliveira e eu fazíamos, de 1970 a 1974, em pleno horror do governo Médici, na Avenida Rio Branco, esquina de 7 de setembro. Uma multidão de gente passando apressada, saindo do trabalho a caminho de casa.

Maranhão ficou olhando aquele desfile de cariocas bonitas, mulheres elegantes, perfumadas, as bolsas no braço, e começou a elogiar alto, bem alto:

- Bonita! Maravilhosa! Gostosa!

Oliveira ficou assustado:

- O que é isso, Maranhão? Não se arrisque. O senador de Goiás que fundou Goiana, Pedro Ludovico, dizia que toda mulher boa do mundo tem dono. Uma dessas pode estar acompanhada e o cara vai vir em cima de você.

- Eu sei. Mas o que é que posso fazer? Ninguém sabe o que o calado quer.

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SERRA

Essa lição esqueceram de ensinar a José Serra. Faz tempo que o PSDB tenta lançar a candidatura dele à Prefeitura de São Paulo e até agora ele continua calado. Como o calado de Maranhão, ninguém sabe o que o Serra quer.

Não faz uma frase. Como o velho bordão daquele programa de rádio sobre Ruy Barbosa, ninguém “diz uma dele”. É o silêncio mais desfilante da história das campanhas políticas do País. Sai por aí, escreve nos jornais, mas não diz nada, não fala nada, não deixa uma frase nos botequins. E candidato que não é discutido nos botequins não ganha eleição no Brasil.

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KENNEDY

Em 1960, desci nos Estados Unidos para ver a campanha de Kennedy e Nixon e a primeira surpresa foi não haver nem outdoor nem barulho nenhum. Só campanha na TV e comícios nos fins de semana. Mas, de San Diego, lá embaixo na Califórnia, até Nova York, ao longo de milhares de quilômetros, não havia um poste, nas estradas ou cidades, sem um pequeno cartaz com a cara de Kennedy e uma palavra apenas: Lidership” (liderança).

Era o que os Estados Unidos queriam, depois de dois mandatos do já cansado e bem velhinho Eisenhower. E foi o que Kennedy anunciou: uma liderança, uma nova liderança para os Estados Unidos. E ganhou por isso.

Depois da decepção com a traição de Lula a tudo que prometeu na campanha e do desastre administrativo e corrupto do governo dele e do dela, agora o que o Brasil precisa, e quer, e exige, é o que Kennedy oferecia em 1960 e por isso derrotou Nixon: uma “lidership”, uma liderança. Um programa de esperança.

Como é que o eleitor que já decidiu não votar no PT pode ter esperança em Serra, acreditar que ele vai trazer para o País uma nova liderança, se não sabe o que o calado quer? Ou ele desembucha ou sai dessa eleição como bucha sem canhão.

Sebastião Nery
05 de fevereiro de 2012

SAIR DO AFEGANISTÃO ANTES DA HORA É UM ERRO

Retirada das tropas não pode se render a motivações eleitorais

Celebrando a reputação de seu país como o “cemitério dos impérios”, os afegãos se orgulham de terem expulsado todos os exércitos estrangeiros que se aventuraram em seu território. Ainda assim, o mais recente exemplo, o exército soviético, não foi exatamente derrotado: ele se retirou em 1989, devido à impopularidade da guerra junto à população. Cerca de 25 anos depois, os Estados Unidos e seus aliados correm o risco de um fracasso semelhante.

Nessa semana, Leon Panetta, o secretário de Defesa norte-americano, revelou suas esperanças de que os soldados da Otan no Afeganistão fossem capazes de dar um fim a suas missões de combate com 18 meses de antecedência – no segundo semestre do ano que vem, ao invés do fim de 2014. Ele também expressou dúvidas de que o resto do mundo conseguiria seguir seu plano de pagamento por uma força de segurança afegã de 350 mil homens. Essa mudança é atraente por motivos óbvios. As operações no Afeganistão custam uma fortuna e preciosas vidas. E também não ajuda, o fato de alguns dos responsáveis pelas mortes serem os supostos aliados da Otan: soldados afegãos que mudaram de lado mataram quatro instrutores franceses no mês passado, e um fuzileiro norte-americano nesta semana.

Estima-se que o custo da manutenção de um soldado norte-americano no Afeganistão por um ano seja de US$ 1 milhão – e há cerca de 90 mil soldados lá, juntamente com outros 40 mil de quase outros 50 países. Num momento em que o dinheiro é curto, esses números representam um valor muito alto. Além disso, o governo de Barack Obama tem outras prioridades estratégicas. Quer uma “virada” rumo ao Oriente, para acalmar os nervos dos preocupados com a ascensão da China. E há também as eleições, na França, nos Estados Unidos e em toda parte. Os candidatos querem concorrer como aqueles que trarão os rapazes de volta para casa.

Por três razões, no entanto, sucumbir às tentações eleitorais, mesmo que apenas anunciando a possibilidade de um saída antecipada, é um erro. Em primeiro lugar, limitar o papel combativo da Otan e o poder das forças afegãs ameaça a “transição” para uma guerra de contra-insurgência travada quase que inteiramente por locais. Isso tem dado resultado: a violência diminuiu nas províncias de Helmand e Kandahar; tropas afegãs mais bem treinadas estão vencendo a batalha contra o Talibã, cuja popularidade está em franco declínio. Ainda assim, o prazo de 2014 dificilmente será atingido. Nada sugere que o plano possa ser levado adiante com segurança, ou que o Afeganistão consiga se manter com menos soldados.

Em segundo lugar, 2014 é um ano crucial na política afegã. Forças afegãs serão necessárias para garantir que os votos decidam o sucessor do presidente Hamid Karzai, e sua ausência pode tentá-lo a quebrar sua promessa de não buscar um terceiro mandato, o que é proibido pela constituição. Por fim, assim como houve progresso na aproximação do Talibã nas negociações de paz, rumores de uma saída antecipada somente encorajarão sua intransigência. Eles sempre dizem que os estrangeiros têm os relógios, mas eles têm o tempo. O Paquistão cujo apoio clandestino ao Talibã foi catalogado num relatório da Otan que vazou nesta semana, não terá incentivos suficientes para se voltar contra seus antigos parceiros da jihad.

O preço do fracasso

Uma transição antecipada pode significar que o Ocidente deixará o Afeganistão sem completar seu objetivo primordial – o de evitar que o país seja uma base para a al-Qaeda e outros jihadistas. Além disso, o Afeganistão corre um sério risco de se tronar um pântano que cultiva rivalidades regionais – especialmente entre a Índia e o Paquistão. Em breve, isso se tornará um assunto dos Estados Unidos. Por fim, todo esse cenário mandará uma terrível mensagem ao resto do mundo sobre a validade dos compromissos do Ocidente.
5/02/2012
Fontes:The Economist

O PALCO DA NOVA GUERRA FRIA

Disputas territoriais podem esbarrar nos interesses comerciais dos Estados Unidos no Mar da China Meridional

O Mar da China Meridional e suas muitas disputas deram origem a análises acadêmicas em escala industrial. Mas como um assunto de interesse internacional capaz de atrair a atenção do planeta, o conflito tem um problema de imagem: muitas tecnicalidades misteriosas, muitas conferências, e muitos papéis de pesquisa; mas poucos tiros disparados. Deve ser por isso que analistas apresentam a disputa de maneira quase apocalíptica: “O Mar da China Meridional é o futuro dos conflitos” exclamava um artigo de setembro da Foreign Policy, uma publicação norte-americana.
O autor, Robert Kaplan, prevê que “assim como o solo alemão se transformou na linha de frente da guerra fria, as águas do Mar da China Meridional podem se transformar no front militar das próximas décadas”.

Ele pode estar certo. As disputas pelas águas estão cada vez mais longe de uma solução. Mas elas existiram por décadas sem que a paz global fosse ameaçada, e não têm necessariamente que se tornar o principal foco de tensão entre a China e os Estados Unidos.
Uma recente publicação do Centre for a New American Security (CNAS), uma usina de ideias norte-americana, usa o local para justificar uma intensificação da marinha nacional. E por outro lado, os chineses também parecem muito dispostos a se tornarem peças de guerra fria marítima.

Um exemplo foi a reação da imprensa chinesa às notícias do fim de janeiro de que as Filipinas querem “maximizar” seu tratado de defesa com os Estados Unidos, com mais exercícios conjuntos, e mais soldados norte-americanos na região.
Ao explicar suas decisões, membros do governo citaram ameaças oriundas das “disputas territoriais”. Os Estados Unidos não vão pressionar a Malásia a respeito da reivindicação filipina de Sabah, em Borneo, então eles só podem estar se referindo ao mar da China Meridional. De todos aqueles que reivindicam ilhas, atóis, rochas, e águas, a disputa ativa dos filipinos é com os chineses. Com certeza foi assim que o jornal chinês Global Times entendeu, já que clamou por sanções contra as Filipinas.

Os governos das Filipinas também pagam um preço político por seus laços de segurança com os Estados Unidos. O regime atual pode ter se sentido provocado pelo fato da China ter ignorado seu protesto relativo a incursão de três navios chineses no chamado “Mar Ocidental das Filipinas”. Disputas como essa são comuns.
A China e Taiwan parecem reivindicar praticamente todo o Mar da China Meridional.<b> O Vietnã reivindica o arquipélago de Paracel, do qual foi expulso pela China em 1974, e as ilhas Spratlys, no sul, reivindicadas também por Brunei, Malásia e Filipinas.
No passado, existiram momentos de tensão – entre a China e o Vietnã em 1988, e entre a China e as Filipinas em 1995. Em momentos normais, o conflito é levado adiante em partes pela construção competitivas nas ilhotas ocupadas e pelas hostilidades a pescadores e navios petroleiros, mas principalmente pela diplomacia.

Há muito em jogo, graças à enorme importância econômica da região, onde um décimo da produção pesqueira mundial acontece. Além disso, metade do comércio internacional passa pelo Mar da China Meridional, e – num termo que assombra a literatura acadêmica como um fantasma – a região é conhecida como “o novo Golfo Pérsico” – um baú de tesouros de hidrocarbonetos que a China, preocupada com a vulnerabilidade de sua próprias reservas, vê como sua propriedade.

Com muito a ser discutido, há três razões pelas quais os argumentos estão se tornando mais estridentes. O primeiro, é o “reforço” do acordo de defesa entre os Estados Unidos e as Filipinas, que deve ser analisado dentro do contexto da tão promovida “virada” na estratégia norte-americana na Ásia. Após o anúncio em novembro da presença permanente de fuzileiros norte-americanos em Darwin, no norte da Austrália, a mudança intensifica os temores chineses de que os norte-americanos estão buscando conter a ascensão chinesa, tanto por sua própria distribuição militar, quanto pelas alianças com países menores, como as Filipinas. Além disso, tanto as Filipinas quanto o Vietnã podem, em muito breve, começar a extrair petróleo. A China não quer que isso crie qualquer espécie de precedentes.

Por fim, o mais importante: a posição da China continua a irritar os outros países que fazem reivindicações territoriais. Não está claro, por exemplo, no que se baseia essa reivindicação. E, ao se recusar a apoiar negociações sérias com a Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), da qual quatro dos países envolvidos nas disputas fazem parte, a China parece querer escolher suas disputas uma a uma. Até pouco tempo, suas brigas mais ferozes eram com o Vietnã, mas essa relação parece ter melhorado, agora que os chineses passaram a se concentrar nas Filipinas. E em julho do ano passado, a China concordou com a ASEAN nas “diretrizes” para a criação de uma “declaração” de um código de conduta com o qual os dois lados concordaram em 2002, para reduzir as tensões na região. No ano passado, a presidência da Associação estava nas mãos da Indonésia. Nem o Camboja que preside a associação no momento, nem Brunei e Mianmar, que serão os próximos presidentes, devem se arriscar a criar problemas com a China fazendo do problema marítimo uma questão multilateral.

Existe a possibilidade de que os Estados Unidos, com sua poderosa marinha e enorme interesse na liberdade de navegação e comércio, se envolverá mais no que o CNAS chama de “indicador estratégico para determinar o futuro da liderança norte-americana na região da Ásia e do Pacífico”. A China, no fim das contas, parece disposta a testar essa afirmação.
5/02/2012
Fontes:The Economist

MANIPULAÇÃO DO CONSELHO DE SEGURANÇA DA ONU PARA DERRUBAR KADAI NÃO SE REPETE NO CASO DA SÍRIA

O comentarista Sergio Caldieri nos envia uma importante entrevista do Rússia Today com o embaixador da Índia nas Nações Unidas, Hardeep Singh Puri, denunciando a manipulação das decisões do Conselho de Segurança da ONU sobre a Líbia e revelando que Estados Unidos e seus aliados não estão conseguindo nova manipulação no caso da Síria. O texto é bastante revelador:

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A ONU, A LÍBIA E A SÍRIA

O modo como alguns membros do Conselho de Segurança da ONU manipularam as resoluções do colegiado sobre a Líbia, para justificar o apoio armado a forças que se opunham ao governo lá existente, criou novas dificuldades, agora que se trata do conflito civil na Síria – disse ao correspondente do Russia Today o embaixador da Índia na ONU.

Para Hardeep Singh Puri, o Conselho de Segurança da ONU sofre hoje as consequências do que foi feito na Líbia, quando representantes de nações ali presentes ignoraram completamente decisões contidas nas resoluções que lhes cabia implementar.

“Uma das dificuldades que enfrentamos hoje, na discussão da situação na Síria, é que a experiência do Conselho de Segurança, no caso das Resoluções 1.970 e 1.973 para a Líbia, paira aqui como uma sombra e vicia a atmosfera, quando se discute a Síria” – explicou o diplomata, que lembrou que, apesar dos muitos esforços, o Conselho de Segurança da ONU não consegue, há seis meses, aprovar qualquer documento sobre a crise em andamento na Síria.

O diplomata indiano disse que, nas resoluções sobre a Líbia, o Conselho de Segurança autorizou o uso de força naquele país, mas exclusivamente para conter a violência naquele determinado momento e não para derrubar o governo.

“A ONU teve de envolver-se; a Resolução autorizava a implantar uma zona aérea de exclusão e imediato cessar-fogo. Mas depois, quando tentamos fazer cumprir a ordem de cessar-fogo, outros países – já envolvidos na operação militar – responderam que não considerariam a possibilidade de cessar-fogo, antes de o regime ter sido derrubado. Não estou dizendo que o Conselho de Segurança tenha sido manipulado para derrubar um governo, mas, no final das contas, é o que parece ter acontecido” – disse ele.

E essas ‘interpretações criativas’ de decisões do Conselho de Segurança da ONU não são o pior problema que o Conselho de Segurança enfrenta hoje.

“Há questão mais séria que essa” – continuou o embaixador indiano. – “A resolução 1.973 fala especificadamente sobre embargo de armas. Pelo que se sabe hoje, a resolução foi interpretada como ‘Ok, vocês podem atacar militarmente o governo de Kadafi, e o embargo não significa que vocês não possam fornecer armas à oposição’. Isso é absolutamente inaceitável” – continuou o diplomata.

“Várias vezes pedi a palavra em reuniões do Conselho de Segurança, para lembrar que as palavras têm significados. Quando decidirmos por uma ou outra redação, é indispensável que todos saibamos claramente o que significa cada formulação. Mas o poder armado impôs-se nesse Conselho, alterou o sentido das resoluções aprovadas, e ficou-se com a impressão de que, no momento, aquela seria uma abordagem razoável. No longo prazo, essa violência jamais funciona” – concluiu Hardeep Singh Puri.

05 de fevereiro de 2012
Carlos Newton