Ao obstruírem o
direito que é facultado a todos os cidadãos, por força de lei, de respirarem uma
democracia oxigenada na total liberdade de manifestação, independente de cor
política; ao imporem impedimentos às Forças Armadas de comemorarem as suas mais
caras datas simbólicas, fica atestada, publicamente, a forma autoritária de
governo dos que temem, dos que estão inseguros de sua força de persuasão no seio
da grande massa, permeável, é certo, porém, muito mais propensa à diversão do
que à doutrinação.
Esqueceram-se de
que há uma considerável parcela da sociedade de sã memória, de valores
incontestáveis, e que reviverá, sempre, as datas consagradas aos movimentos de
libertação da Nação Brasileira, os quais a impediram de transformar-se num
gigantesco satélite do totalitarismo vermelho.
Apesar dos
párias políticos que pululam em todos os setores do governo e que,
prazerosamente, se abastecem do dinheiro público; apesar de esses párias
escolherem como alvo de suas perseguições instituições altamente credenciadas,
permanecem elas silenciosas, mas vigilantes, no cumprimento do dever e na
fidelidade ao Estado Brasileiro. Entidades, rígida e disciplinarmente
constituídas, seguidoras da Lei Maior, quanto à segurança e à defesa do país,
irrompem nos momentos em que o comportamento anárquico dos incentivadores da
desorganização do regime põe em perigo a estabilidade do ainda inconsistente
sistema republicano brasileiro.
A parte da
sociedade que não se deixa submeter às distorções doutrinárias há que comemorar,
há que exaltar a data em que foi desestruturado mais um desses movimentos
traiçoeiros de implantar no Brasil a ingovernabilidade com objetivos de impor um
regime, cujas diretrizes vinham sendo traçadas e determinadas, de fora, pelo
totalitarismo estrangeiro, alimentado por ideologias incompatíveis com as mais
caras tradições brasileiras. Há que comemorar, há que exaltar o dia 31 de Março
de 1964, quando os militares sustentaram a pesada carga que lhes caiu sobre os
ombros, em nome da integridade do Estado Brasileiro, de seu patrimônio cultural,
de sua História, escrita por homens de distintas etnias, e que não poderia
sofrer os arranhões da histeria vermelha.
Há quarenta e
nove anos, povo, imprensa e outras instituições não esperaram o desastre
acontecer e clamaram pela presença das Forças Armadas e deram a elas irrestrito
apoio para que o país retornasse ao estado de direito, mantivesse intacto o
patrimônio público e privado, ameaçado pela turba insana, dirigida por líderes
negativos, dispostos a restringir a liberdade de seus opositores e das
instituições, liberdade duramente conquistada pela FEB, nos campos da Itália, na
Segunda Guerra Mundial.
Hoje,
hipócritas, escorregadios, povo, imprensa e outras instituições, todos
carregando o imbecil epíteto de “sociedade civil”, dependentes do erário, seja
pelos benefícios financeiros da publicidade governamental, seja pelo
assistencialismo mantenedor da ignorância popular, seja, ainda, pela compra de
identidade de órgãos carnavalescos, já dominados pelos tentáculos da torpe
política de inseminação ideológica, que lhes determina o enredo a ser
desenvolvido num carnaval de arranjos e manobras ocultas [1]. Todos
iconoclastas, a serviço do niilismo que domina a alma (será que eles a têm?) dos
que, por atavismo, regrediram a um estágio de degradação
moral.
Há, sim, que
comemorar a grande data nacional, quando os militares, em cumprimento
constitucional do dever, mais uma vez, enfrentaram outra geração de renegados,
de complexados elementos que, por acaso, aqui nasceram, mas sempre estiveram a
serviço de caudilhos estrangeiros e a eles submetidos, reduzindo-se a serviçais
seguidores de uma doentia doutrina secretora de viscosa retórica de subversão da
lógica natural.
Torna-se, pois,
a Contrarrevolução de 64 um marco histórico, momento crucial em que os
militares, RESOLUTAMENTE, abraçaram o Brasil, impedindo-o de que fosse tragado
pelo lamaçal pútrido de ideias já ensanguentadas pela vermelhidão da bandeira
alienígena.
A “sociedade
civil”, presa fácil em razão das facilidades que lhe concedem os governantes;
fantoche da política rasa que lhe proporciona contínuos direitos, sem exigência
de deveres; fingindo que não vê as rachaduras nas leis penais que instituem o
crime como norma; essa dócil “sociedade civil”, gado manso que segue o cheiro
das bolsas, das cotas, do dinheiro público, em direção ao curral prisional de
suas consciências, quando a última porteira se fechar atrás de si, clamará,
tardiamente, pela presença dos militares, relegados, agora, por essa tropa de
mulas que não deve, em hipótese alguma, ser chamada ‘povo’.
Quarenta e nove
anos se passaram, mas os vermes criados em laboratórios doutrinários
robusteceram-se e ameaçam, novamente, o equilíbrio nacional, com a sua
devastadora gana de poder e de destruição. Eis a razão para que se mantenham
vivas as lembranças dos lastimáveis fatos que levaram à confrontação os
Defensores Constitucionais do Brasil e os traidores que desejavam destruí-lo,
títeres de governos totalitários, controladores de seus destinos.
Eis a razão para
que não se permita o esquecimento, a negação, a ignorância dos verdadeiros
motivos que determinaram a Contrarrevolução de 64, pois o Tempo é História, nele
está registrado esse momento de grandes lutas, em favor de um país livre dessa
mancha vermelha que tenta, no seu retorno, cobrir a terra brasileira, torná-la
estéril de valores humanísticos para mais facilmente dominá-la. Rápida é a
destruição de um país; vagaroso é o seu desenvolvimento por aqueles que o
desprezam e pretendem transformá-lo numa cópia de certo Estado sul-americano,
cujas Forças Armadas, dizem as notícias, já estão sob o comando de militares do
mesmo credo político, mas de outra bandeira.
Que as
sucessivas gerações de militares façam permanecer o dia 31 de Março de 64 como
símbolo da reação das Forças Armadas Brasileiras, que cumpriram o seu dever, de
acordo com a Constituição vigente, e mantiveram-se fiéis na defesa do Brasil
contra a invasão estrangeira, representada por sub-brasileiros, usados por
velhacos tiranos que lhes abastardaram o raciocínio pelo enfraquecimento da
resistência psicológica, a fim de torná-los cativos da degenerativa doutrina
comuno-gramscista.
[1] Uma
agremiação carnavalesca fez da imagem de Che Guevara o símbolo de sua escola nos
instrumentos e camisas.
29 de março de 2013
Aileda de Mattos Oliveira, Dr.ª em Língua
Portuguesa, membro da Academia Brasileira de Defesa, articulista do Jornal
Inconfidência.