"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 16 de novembro de 2011

QUE BARBARIDADE... MEU DEUS!


Se for verdade de fato a existência desse câncer, esse senhor está usando a doença como marketing político. Na verdade ele não passa de um ex-metalúrgico mal sucedido no passado que aproveitou a oportunidade para se revestir de político sob o manto protetor do "coitadinho".
Conseguiu se eleger presidente do Brasil através da saliva, ajeitou a sua própria vida, e a vida de seus companheiros alucinados por dinheiro público. Esse homem só soube aproveitar das benesses do poder.
Vamos lá, viajou o mundo inteiro contando mentiras, e é o inovador das imoralidades que assolam o país. Aparece todos os dias como se fosse um PopStar das ratazanas para aborrecer com sua imagem nefasta.
Tenha uma boa saúde! Por favor, não solte PUM naquele terraço, senão, com certeza irão publicar em vídeo o SOM do seu vento.
Já encheu "doutor"! MOVCC

REPÚBLICA DAS BANANAS

Neste feriado, que celebra mais um aniversário de nossa República, vem ao caso refletirmos sobre os rumos de nosso país.
Até que ponto vivemos sob um regime que podemos chamar, efetivamente, de republicano?
Todos dizem defender a “res pública”, até mesmo os regimes socialistas totalitários. Mas a essência do modelo republicano está na questão da representatividade.
Sem um modelo eficiente de representação política, com claros limites constitucionais ao poder do Estado, não é adequado chamar de República o regime.

Sob esta ótica, o Brasil não está nada bem na foto. Feudalismo, patrimonialismo ou mercantilismo: esses são os termos mais adequados para descrever nosso modelo.
Há extrema concentração de poder no governo central, dominado por uma patota que transformou a coisa pública em “cosa nostra”. O Estado foi privatizado. A pilhagem é sistemática.

Um “Ogro filantrópico” (Octavio Paz). Um “Dinossauro” (Meira Penna). Estas são as imagens mais fiéis ao Estado brasileiro, uma máquina que distribui privilégios aos “amigos do rei”, enquanto espalha os custos, especialmente sobre a classe média, esmagada pelos impostos e sem representação política adequada.
Ou o leitor se sente representado em Brasília?

Nossa República nasceu sem participação popular. Entre os principais motivos de descontentamento com a monarquia, estavam os altos índices de analfabetismo e de miséria.
Pergunto: como estamos após 122 anos? Malgrado algumas conquistas, parece evidente que o modelo tem fracassado, e muito. Temos elevado índice de analfabetismo funcional, péssima qualidade de ensino público, e muita miséria ainda.

Inúmeros parasitas são sustentados pelas benesses estatais, restando aos hospedeiros uma fatura que já chega a um trilhão de reais!
Se as instituições republicanas já eram frágeis, foram enfraquecidas ainda mais durante a gestão petista.
O ex-presidente Lula muito contribuiu para esgarçar de vez os valores republicanos, ao escancarar, com escárnio, suas alianças espúrias em nome da “governabilidade”.

O “mensalão”, com sua completa impunidade até agora, foi a pá de cal nas esperanças daqueles que sonham com um modelo mais justo e ético. Levaremos anos, quiçá décadas, até recuperarmos os estragos causados pelos abusos de poder do lulopetismo. O Estado foi transmutado em um gigantesco instrumento de compra de votos, possível graças ao crescimento chinês, que inundou o Brasil com divisas para a compra de recursos naturais. A expansão de crédito fez o restante.

O governo criou bolsas para diversas classes, desde as esmolas para os mais pobres, até a “Bolsa Empresário” do BNDES.
Os sindicatos foram comprados, assim como a UNE, que aderiu a um constrangedor silêncio frente aos infindáveis escândalos de corrupção. As ONGs, agora em evidência, ignoraram a letra N e se tornaram braços governamentais envoltos em esquemas de desvio de recursos públicos. As exceções comprovam a regra.

Alguns podem alegar que a elevada popularidade justifica isso tudo. Os que assim fazem apenas demonstram não compreender o conceito de República. Até Mussolini foi popular na Itália fascista! Como Cícero explica nos diálogos sobre a República Romana, "não creio que corresponda mais o nome de República ao despotismo da multidão”. Tirania popular ainda é tirania.

O Brasil não chega a tanto, é verdade. Não estamos no mesmo estágio da Venezuela de Chávez, a despeito do desejo de muitos petistas. Mas ainda vivemos no Antigo Regime, das castas e capitanias hereditárias, tributário do autoritarismo da Era Vargas e do positivismo. Estamos muito distantes da Grande Sociedade Aberta e do império da lei isonômica.

O alerta feito por Ayn Rand mostra a precária situação brasileira: "Quando você perceber que, para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você; quando perceber que a corrupção é recompensada, e a honestidade se converte em auto-sacrifício; então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada”.

Vamos deixar isso acontecer passivamente? Republicanos legítimos, uni-vos! Está na hora de romper com os grilhões do patrimonialismo e instaurar uma República de fato em nosso país.

by Rodrigo Constantino
O Globo

"Queiramos ou não a economia de mercado ( e a liberdade) - essência do sistema capitalista – atualmente – ainda é o modelo mais eficiente para ordenar otimamente os fatores de produção (capital, trabalho, recursos naturais e tecnologia) para produzir mercadorias, bens e serviços necessários para o bem estar social, o crescimento e o desenvolvimento humano.
E o caminho – o bom caminho para sair da barbárie, da pobreza, da ignorância, da exploração, do atraso e do subdesenvolvimento físico e mental – é o capitalismo – operando na DEMOCRACIA política, na economia de mercado, com estabilidade/segurança jurídica, abertura de mercado, incentivos para investimento e desenvolvimento, respeito à propriedade e incentivo à empresa privada e um sistema tributário razoável preconizado desde Adam Smith."

Rivadávia Rosa

MENSAGEM PARA MINISTROS CORRUPTOS E SEUS CÚMPLICES DE CIMA OU DE BAIXO


Segundo o Banco Mundial o “Brasil é o campeão em horas de trabalho para pagar impostos”. (Para sustentar um covil de bandidos).

Vocês não passam de mentirosos e pulhas, fraudes humanas que se apresentam sem brio, sem caráter, como cafajestes, calhordas ou velhacos. Deviam ter muita vergonha de chegar às suas moradias e encarar suas famílias depois de passarem o dia conspirando contra o país, enganando de forma descarada os que pagam seus absurdos salários e mordomias.

Vocês são piores do que milhares de suas principais vítimas, os bandidos criados sem alternativa nos guetos e nas favelas, mas que procuram, muitas vezes, uma saída para que seus filhos não sigam os seus caminhos de marginalidade e tenham um futuro melhor do que os deles, contrariamente a vocês seus patifes, que fazem dos seus potenciais seguidores de suas desonestidades.

A maioria de vocês já virou profissionais da prática do ilícito protegidos por essa farsa de Justiça que temos com Tribunais Superiores e seus togados omissos, ou cúmplices da transformação do poder público em um Covil de Bandidos.

Vocês não passam de políticos bandidos, que fazem parte da geração dos herdeiros da corruptocracia que sobrevivia nos porões do Regime Militar, tramando sua queda, e lutando como ratos peçonhentos para poderem vir à tona para envenenar e provocar a degeneração das relações públicas e privadas e, ao mesmo tempo, praticar a maior das traições possíveis ao futuro do país e da sociedade que sonhava com liberdade, democracia e justiça social, uma hedionda traição: a Fraude da Abertura Democrática.

Vocês se uniram a um terrorismo de esquerda que assassinou mais de uma centena de cidadãos civis e militares e depois foram regiamente premiados com indenizações absurdas e pensões vitalícias pagas sem questionamento pelos contribuintes reféns da degeneração moral que tomou conta do país.

Vocês se nivelam aos mesmos terroristas do PT e seus cúmplices, que aprofundam cada vez mais os estados de falência da educação, da saúde, do segurança e do saneamento.

Vocês viraram cúmplices de um projeto de poder que transformou o país em um Paraíso de Patifes, que têm feito fortunas para número cada vez maior de canalhas que investiram quase três décadas para que a falência educacional e cultural do país fizesse da ignorância o “bálsamo” que entorpece os sem consciência crítica para serem descaradamente traídos pelo assistencialismo comprador de votos, instrumento dos estelionatos eleitorais sempre impunes, e que não param de eleger bandidos para serem representantes da sociedade.

Vocês são subprodutos dos milhares de esclarecidos canalhas que se aproveitaram da Fraude da Abertura Democrática para estruturarem as mais desonestas e corruptas oligarquias e burguesias de nossa história.

Vocês são responsáveis diretos pela transformação das universidades públicas, com poucas exceções, em campos de treinamento de militantes meliantes, muitos adeptos do consumo livre de drogas e práticas prostitutas nos campos universitários, resultado direto da degeneração do sistema educacional e da instituição familiar, que testemunha seus filhos virarem leitores de cartilhas fascistas de educação sexual prematura, com covardes incentivos à procura do homossexualismo como forma de liberdade na época de formação do caráter de crianças e adolescentes.

Somente uma sociedade levada à decadência moral pode conviver com a sordidez de políticos à semelhança de vocês, que declaram, por exemplo, que o sistema de saúde do país estava perto da perfeição e que queriam ficar doentes para serem atendidos no SUS. Sempre que “esses desejos são atendidos pelo destino” os meliantes da política nunca se tratam no SUS, mas nos hospitais mais caros e com os melhores médicos, enquanto dezenas de cidadãos comuns morrem, todos os dias, nos corredores imundos de hospitais públicos, ou na fila de espera de um atendimento que leva à morte pela demora ou pelo tratamento incompetente ou deficiente.

A declaração do maior traficante do Rio de que a metade do que ganhava era para pagar a corrupção das polícias civil e militar somente confirma que, se quisermos ter a mínima chance de evitar a destruição do país devemos começar pela destituição do Covil de Bandidos – a casa de vocês – com suas “filiais” espalhadas por todo o país, pois são todos vocês os fiadores e mantenedores desse regime fascista civil autoritário apelidado de democracia pelos covardes, cúmplices e omissos, uma mentira descarada cuja maior “virtude” é garantir a impunidade para as gangs, tipo a gang dos quarenta e um que acorda todos os dias agradecendo viverem no Paraiso dos Patifes sustentado por milhões de contribuintes feitos, todos os dias, de imbecis e palhaços do Circo do Retirante Pinóquio.

Geraldo Almendra

16/11/2022

ENFIM, UM TÍTULO!

CORRUPÇÃO - Brazil O país mais corrupto do Mundo
O valor chega a R$ 69 bilhões de reais por ano.


Educação - O número de matriculados na rede pública do ensino fundamental saltaria de 34,5 milhões para 51 milhões de alunos. Um aumento de 47,%, que incluiria mais de 16 milhões de jovens e
crianças.

Saúde - Nos hospitais públicos do SUS, a quantidade de leitos para internação, que hoje é de 367.397, poderia crescer 89%, que significariam 327.012 leitos a mais para os pacientes.

Habitação - O número de moradias populares cresceria consideravelmente. A perspectiva do PAC é atender de famílias; sem a corrupção, outras 2.940.371 poderiam entrar nessa meta, ou seja, aumentaria 74,3%.

Saneamento -
A quantidade de domicílios atendidos, segundo a estimativa atual do PAC, é de 22.500.00. O serviço poderia crescer em 103,8%, somando mais casas com esgotos.
Isso diminuiria os riscos de saúde na população e a mortalidade
infantil.

Infraestrutura - Os 2.518 km de ferrovias, conforme as metas do PAC, seriam acrescidos de 13.230 km, aumento de 525% para escoamento de produção. Os portos também sentiriam a diferença, os 12 que o País possui poderiam saltar para 184, um incremento de 1537%. Além disso, o montante absorvido pela corrupção
poderia ser utilizado para a construção de 277 novos aeroportos, um
crescimento de 1383%.


http://sindjufe-mt.jusbrasil.com.br/noticias/2925465/o-preco-da-corrupcao-no-brasil-valor-chega-a-r-69-bilhoes-de-reais-por-ano

Nota-se que no Brasil, na época dos governos militares não havia corrupção.

VOCÊS SE LEMBRAM DELE?

É Rafael Alves, um “menino” (como diria José Roberto Burnier, da TV Globo) de 29 aninhos, uma criança mesmo!
Ele é um dos líderes da invasão da Reitoria da USP.

Foi o cara, aliás, que falou com a reportagem da Globo no dia em que a Polícia Militar restaurou o estado de direito no campus. No ano que vem, segundo o “Estatuto da Juventude” da Terceira Idade, da deputada Manuela D’Ávila (PCdoB-RS), ele perde o direito de fazer cocô na fralda e já pode ser considerado, ora vejam!, um adulto! Pode ganhar um peniquinho de presente!

Muito bem! Essa criança ficou sete anos na USP sem concluir o curso de Letras, morando de graça no Crusp e comendo no bandejão a R$ 1,90. A classe operária não tem essa regalia, como sabem. Ela subsidia a pança dos folgados. A Universidade oferece almoço, janta e café da manhã. Tudo pago pelo contribuinte. Esse infante acabou jubilado. O “menino” fez o quê?

Prestou vestibular de novo e voltou ao primeiro ano e agora tenta recuperar o “seu” apartamento. Quem sabe para passar os próximos oito anos na USP, morando e comendo quase de graça.


Pois bem. Os links abaixo remetem a páginas do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Segue a lista de inquéritos em que este poeta libertário é réu. O primeiro deles diz respeito à invasão da USP. Há de tudo: dano ao patrimônio, lesão corporal, injúria, até crime contra o meio ambiente. Essa juventude rebelde é fogo!

0023563-10.2011.8.26.0011
Auto de Prisão em Flagrante / Dano Qualificado
Indiciado: Rafael Ferreira Alves
Recebido em: 09/11/2011 - 1ª Vara Crim.e do Juiz.Viol.Dom. e Fam.Cont.Mulher

0015002-94.2011.8.26.0011
Inquérito Policial / Dano Qualificado
Autor do Fato: Rafael Ferreira Alves
Recebido em: 11/07/2011 - 1ª Vara Crim.e do Juiz.Viol.Dom. e Fam.Cont.Mulher

0015006-34.2011.8.26.0011
Inquérito Policial / Injúria
Autor do Fato: Rafael Ferreira Alves
Recebido em: 11/07/2011 - 1ª Vara Crim.e do Juiz.Viol.Dom. e Fam.Cont.Mulher

0000173-11.2011.8.26.0011
Inquérito Policial / Lesão Corporal
Autor do Fato: Rafael Ferreira Alves
Recebido em: 06/01/2011 - 1ª Vara Crim.e do Juiz.Viol.Dom. e Fam.Cont.Mulher

0024637-36.2010.8.26.0011
Inquérito Policial / Crimes contra o Meio Ambiente e o Patrimônio Genético
Autor do Fato: Rafael Ferreira Alves
Recebido em: 12/11/2010 - 1ª Vara Crim.e do Juiz.Viol.Dom. e Fam.Cont.Mulher

Eu entendo Rafael. Como ele é contra o “estado burguês explorador”, decidiu, então, explorar o estado burguês — sustentado pelos trabalhadores, né? como diriam os marxistas.

Por Reinaldo Azevedo

Que coisa, não??? O dinheiro dos nossos impostos é usado para manter esse vagabundo na Universidade!
Espero que ele e todos os outros baderneiros sejam expulsos para sempre da USP. Na verdade com as devidas desculpas a Senhora mãe dele... E´ um grande FDP !

O MARANHÃO FICA NO BRASIL?

A 'família real' do Maranhão

Para nascer, 'Maternidade Marly Sarney';


Para morar, escolha uma das vilas: 'Sarney', 'Sarney Filho', 'Kiola Sarney' ou 'Roseana Sarney';


Para estudar, há as seguintes opções de escolas: 'Sarney Neto', 'Roseana Sarney', 'Fernando Sarney', 'Marly Sarney' e 'José Sarney';


Para pesquisar, apanhe um táxi no 'Posto de Saúde Marly Sarney' e vá até à 'Biblioteca José Sarney', que fica na maior universidade particular do Estado do Maranhão, que o povo jura que pertence a um tal de José Sarney;


Para inteirar-se das notícias, leia o jornal 'O Estado do Maranhão', ou ligue a TV na 'TV Mirante', ou, se preferir ouvir rádio, sintonize as rádios 'Mirante AM' e "Mirante FM', todas do tal José Sarney. Se estiver no interior do Estado ligue para uma das 35 emissoras de rádio ou 13 repetidoras da 'TV Mirante', todas do mesmo proprietário, do tal José Sarney;


Para saber sobre as contas públicas, vá ao 'Tribunal de Contas Roseana Murad Sarney' (recém batizado com esse nome, coisa proibida pela Constituição, lei que no Estado do Maranhão não tem nenhum valor);


Para entrar ou sair da cidade, atravesse a 'Ponte José Sarney', pegue a 'Avenida José Sarney', vá até à 'Rodoviária Kiola Sarney'. Lá, se quiser, pegue um ônibus caindo aos pedaços, ande algumas horas pelas 'maravilhosas' rodovias maranhenses e aporte no 'Município José Sarney';


Não gostou de nada disso? Então, quer reclamar? Vá, então, ao 'Fórum José Sarney', procure a 'Sala de Imprensa Marly Sarney', informe-se e dirija-se à 'Sala de Defensoria Pública Kiola Sarney'.


Seria cômico se não fosse tão triste... Infelizmente, o texto é verdadeiro...

NOTA AO PÉ DO TEXTO

Mas afinal: o Maranhão é uma capitania, um feudo, um reino, um território neutro... A quem pertence o Maranhão?! Ao povo, ou a uma oligarquia? Até quando, Catilina, abusarás da nossa paciência?

"PAÍS RICO É PAÍS SEM POBREZA"


Ricos têm renda 39 vezes maior que os mais pobres, dados indicam que metade da população recebia até R$ 375, inferior ao salário mínimo do período.

Embora pesquisas apontem quedas sucessivas na desigualdade de renda no Brasil, dados do Censo 2010 divulgados nesta quarta, 16, mostram que os 10% mais ricos no País têm renda média mensal trinta e nove vezes maior que a dos 10% mais pobres.

Ou seja, um brasileiro que está na faixa mais pobre da população teria que reunir tudo o que ganha (R$ 137,06) durante três anos e três meses para chegar à renda média mensal de um integrante do grupo mais rico (R$ 5.345,22).

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os 10% mais pobres ganhavam apenas 1,1% do total de rendimentos. Já os 10% mais ricos ficaram com 44,5% do total.

Outro recorte revela o rendimento médio no grupo do 1% mais rico: R$ 16.560,92.
Os dados valem para a população de 101,8 milhões de brasileiros com 10 anos ou mais de idade e algum tipo de rendimento em 2010. A renda média mensal apurada foi de R$ 1.202.

Levando-se em conta os habitantes de todas as idades, o IBGE calculou a renda média mensal per capita de R$ 668. O Censo indica, porém, que metade da população recebia até R$ 375 por mês, valor inferior ao salário mínimo oficial em 2010 (R$ 510).

O IBGE também mostra que as cidades de porte médio, com população entre 10 mil e 50 mil habitantes, foram as que apresentaram a maior incidência de pobreza.

Enquanto a proporção de pessoas que viviam com até R$ 70 de rendimento domiciliar per capita era, em média, de 6,3% no Brasil, nos municípios de 10 mil a 20 mil habitantes esse porcentual era o dobro (13,7%), com metade da população nessas cidades vivendo com até meio salário mínimo per capita.

Já nas cidades com população superior a 500 mil habitantes, menos de 2% recebiam até R$ 70 per capita e cerca de um quatro (25%) vivia com até meio salário mínimo de rendimento domiciliar per capita.

Entre as capitais, segundo o IBGE, manteve-se a tendência de melhores níveis de rendimento domiciliar per capita nas regiões Sul e Sudeste. O maior valor (R$ 1.573) foi registrado em Florianópolis (SC), onde metade da população recebia até R$ 900.

Em 17 das 26 capitais, metade da população não recebia até o valor do salário mínimo.
Entre as capitais, a pior situação foi registrada em Macapá:
rendimento médio domiciliar per capita de R$ 631, com 50% da população recebendo até R$ 316.

A capital do Amapá também ficou com a maior proporção de pessoas com rendimento domiciliar per capita de até R$ 70 (5,5%) e até um quarto de salário mínimo (16,7%).

No Sudeste, o Rio registrou os maiores porcentuais de pessoas nessas condições (1,1% e 4,5%, respectivamente). Os melhores indicadores foram observados em Florianópolis (SC):
0,3% da população com rendimento médio mensal domiciliar de até R$ 70 e 1,3% com até um quarto do salário mínimo.

No Brasil, os rendimentos médios mensais dos brancos (R$ 1.538) e amarelos (R$ 1.574) se aproximaram do dobro do valor relativo aos grupos de pretos (R$ 834),
pardos (R$ 845)
ou indígenas (R$ 735).

Entre as capitais, destacaram-se Salvador, com brancos ganhando 3,2 vezes mais do que pretos; Recife (3,0) e Belo Horizonte (2,9).
Quando analisada a razão entre brancos e pardos, São Paulo apareceu no topo da lista, com brancos ganhando 2,7 vezes mais, seguida por Porto Alegre (2,3).

Os homens recebiam no País em média 42% mais que as mulheres (R$ 1.395, ante R$ 984), e metade deles ganhava até R$ 765, cerca de 50% a mais do que metade das mulheres (até R$ 510).

No grupo dos municípios com até 50 mil habitantes, os homens recebiam, em média, 47% a mais que as mulheres:
R$ 903 contra R$ 615. Já nos municípios com mais de 500 mil habitantes, os homens recebiam R$ 1.985, em média, e as mulheres, R$ 1.417, uma diferença de cerca de 40%.

Emigração.

Pela primeira vez, o IBGE perguntou às famílias no Censo se havia alguma pessoa morando no exterior. Com base nesses dados, foi traçado um perfil dos emigrantes.

Os EUA aparecem como principal lugar de atração de brasileiros (23,8%), seguido por Portugal (13,4%),
Espanha (9,4%),
Japão (7,4%),
Itália (7%) e Inglaterra (6,2%).

O número estimado pelo IBGE de brasileiros residentes no exterior foi de 491.645, espalhados em 193 países do mundo em 2010.

O resultado não inclui os domicílios em que todas as pessoas podem ter emigrado e também aqueles em que os familiares residentes no Brasil podem ter falecido.

O IBGE informa na publicação que o número de brasileiros no exterior "é uma das questões mais controversas quando o tema migrações internacionais é abordado".

De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, o total pode chegar a 3,7 milhões de pessoas.

Segundo os dados do Censo, a origem de 49% dos emigrantes brasileiros foi a região Sudeste, principalmente São Paulo (21,6%) e Minas (16,8%), respectivamente primeiro e segundo Estados de onde mais saíram pessoas.

Os EUA foram o principal destino da população oriunda de todos os Estados, especialmente Minas Gerais (43,2%),
Rio de Janeiro (30,6%),
Goiás (22,6%)
e São Paulo (20,1%).

O Japão foi o segundo país que mais recebeu os emigrantes de São Paulo (20%).
Já Portugal apareceu como segunda opção da emigração originada no Rio (9,1%) e em Minas (20,9%).

Goiás foi o Estado de origem da maior proporção de emigrantes (5,92 pessoas para cada mil habitantes),
seguido de Rondônia (4,98 por mil),
Espírito Santo (4,71 por mil)
e Paraná (4,39 por mil).

Os municípios com as maiores taxas de emigrantes internacionais (por mil habitantes) ficam no entorno de Governador Valadares (MG).
Sobrália,
São Geraldo da Piedade
e Fernandes Tourinho, todas em Minas, foram as cidades brasileiras com maiores proporções de emigrantes (88,85 por mil habitantes; 67,67 por mil; e 64,69 por mil, respectivamente).

O Censo indica que a emigração internacional ocorre principalmente na faixa de 20 a 34 anos (60%) e entre mulheres (53,8%)

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POIS É...

"Se a China é tão produtiva, como é que eu fiz todo o meu dinheiro no Brasil?" Tem algo errado.

De 1980 a 2010, o PIB do Brasil cresceu 4vezes, contra 40 vezes o da China e menos que o dos EUA

A combinação do tamanho da economia, caminhando para desbancar as antigas potências europeias no ranking das maiores do mundo, com o atraso do bem-estar social em relação ao ritmo do Produto Interno Bruto (PIB) é um sinal, talvez o melhor, do perfil ineficiente do desenvolvimento brasileiro, ocultado pelo marketing triunfalista dos governantes.
De todos os das últimas décadas, do PSDB ao PT.


Termos o 6º maior PIB do mundo e estarmos na 84ª (e não na 86ª, como publicamos no domingo) posição no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) apurado pelas Nações Unidas junto a 187 países têm a ver com nossa capacidade de gerar e acumular riquezas e com a incapacidade de redistribuir renda e prover infraestrutura para o crescimento — conforme comentário do leitor Lallamand de Souza, de Brasília.

Se a economia cresce com relativa estabilidade, embora a um ritmo menor que o de outros emergentes, sobretudo da Ásia, significa que a política econômica, função do governo, e as atividades privadas, que dependem de decisões empresariais, estão em harmonia.

Há muito que melhorar, mas já foi pior e a tendência está na direção certa.

Já o mau resultado das transformações sociais no IDH, que capta a expectativa de vida, o grau de escolaridade da sociedade e a renda média entre outros indicadores de qualidade de vida, sugere que as políticas públicas que conectam o crescimento econômico com o bem-estar coletivo ainda estão distantes de serem as mais adequadas.

Falta-lhes melhor conceituação, gestão mais competente ou as duas coisas juntas, o que é o mais provável. A recorrência das questões de saúde, educação, transportes públicos e segurança nas campanhas eleitorais indica que os políticos têm consciência sobre o que os eleitores mais carecem.

Como geralmente propõem soluções pontuais, especialmente nas campanhas presidenciais, significa que se veem impotentes para oferecer políticas abrangentes ou que desconhecem os meios para acelerar a transmissão dos frutos do progresso.

A separação entre a concepção da política econômica das políticas sociais é o problema de origem. Até meados de 1980, o Brasil vinha vários corpos à frente da China e Coreia do Sul em termos de PIB, renda per capita, grau de escolaridade e taxa de pobreza extrema.

Trinta anos depois, nós continuamos no bloco dos retardatários, a Coreia do Sul entrou no grupo das sociedades avançadas e a China se tornou potência industrial e a segunda maior economia do mundo.

A China já esteve atrás

O detalhe relevante é que a Coreia erradicou a pobreza e a China, com mais de 1 bilhão de habitantes, incorporou mais de 300 milhões à sociedade de consumo. A Índia lhe segue, fazendo tal trajetória, embora com maiores dificuldades. O Brasil também.

A rigor, não andou para trás nestas três décadas. Mas andou devagar, mais que os EUA, a potência que muitos supõem, a meu ver com exagero, em decadência.

O resultado, segundo um instigante ensaio do economista Jonathan Anderson, do UBS em Hong Kong, é que a China investiu mais de 40% de seu PIB, o que lhe possibilitou crescer ao ritmo de 10% reais nos últimos 30 anos.

O Brasil investiu menos da metade. Não por acaso a economia cresceu, em média, abaixo de 3% no mesmo período.

O que atrasa o Brasil

Tais comparações permitem iluminar o que atrasa o Brasil frente a outros países. Entre 1980 e 2010, o PIB brasileiro cresceu quatro vezes pelo conceito de paridade de poder de compra, que abstrai as oscilações cambiais.

Tal ritmo, destaca o economista Anderson, foi menor que o de economias maduras, portanto, com menor potencial de crescimento, como EUA, Inglaterra, França ou Alemanha.

Só isso já seria preocupante. E preocupa mais ao se saber que, nos mesmos 30 anos, a economia chinesa cresceu 40 vezes. Para os países mais bem-sucedidos, criação de empregos e aumento de salários, no passo seguinte (como ocorre na China há três anos), acompanhado de educação universal de qualidade, alicerçam as políticas sociais.

A inspiração da Ásia

No Brasil, em grande parte das últimas três décadas, encolheu-se o emprego para gerar produção exportável que solvesse as finanças do Estado, como se exige atualmente dos países endividados da Zona do Euro, e depois se esgarçaram as políticas de transferência de renda para compensar os desníveis sociais e recuperar o atraso.

É tempo de repensar se os frutos sociais do crescimento já não deveriam estar incorporados à política econômica, em vez de ser um corpo à parte, elegendo-se o emprego e a educação como prioridades determinantes para o desenvolvimento humano, e a produtividade dos fatores de produção para a atividade econômica. Na Ásia, é assim.

Paraíso de rentistas

A questão toda é mais complexa que o espaço de uma coluna. Mas já basta considerar que não se pode governar à revelia do que se faz no mundo para se avançar.

A liberalização das economias na América Latina nos últimos 15 anos, diz, por exemplo, o economista do UBS, foi feita quando a capacidade industrial e exportadora da Ásia já estava "firmemente estabelecida".

Mas mais perturbador é o que ele descreve para a última década:
o retorno das aplicações em reais foi superior a 300%, o dobro do obtido na China, o que ele atribui à mistura de inflação com moeda valorizada no Brasil.

Entende-se porque intitulou o seu ensaio assim: "Se a China é tão produtiva, como é que eu fiz todo o meu dinheiro no Brasil?"
Tem algo errado.

Antônio Machado Correio Braziliense

FISCALIZAÇÃO DO GOVERNO, OU PODER PARALELO?

Reproduzido da revista Teoria e Debate nº 94, novembro/2011

No clássico Four Theories of the Press, de Siebert, Peterson e Schramm – consequência indireta do longo trabalho da Hutchins Commission, originalmente publicado no auge da Guerra Fria (University of Illinois Press, 1956) –, uma das funções descritas para a imprensa na chamada “teoria libertária” era exercer o papel de “sentinela” da liberdade.

Em outro livro, também clássico, que teve uma pouco conhecida tradução brasileira (Os Meios de Comunicação e a Sociedade Moderna, Edições GRD, 1966), Peterson, Jensen e Rivers assim descrevem a função:

“Os libertários geralmente consideravam o governo como o inimigo mais temível e tradicional da liberdade; e, mesmo nas sociedades democráticas, os que exercem funções governamentais poderiam usar caprichosa e perigosamente o poder. Portanto, os libertários atribuíam à imprensa a tarefa de inspecionar constantemente o governo, de fazer o papel da sentinela, chamando a atenção do público sempre que as liberdades pessoais estivessem perigando” (p. 151-152).

Nos Estados Unidos, a teoria libertária foi substituída pela teoria da responsabilidade social, mas o papel de fiscalização sobre o governo permaneceu, lá e cá, geralmente aceito como uma das funções fundamentais da imprensa nas democracias liberais representativas.

Jornalismo investigativo

O chamado “jornalismo investigativo”, que surge simultaneamente ao ethos profissional que atribui aos jornalistas a “missão” de fiscalizar os governos e denunciar publicamente seus desvios, deriva do papel de “sentinela” e é por ele justificado. A revelação de segredos ocultos do poder público passou a ser vista como uma forma de exercer a missão de guardião do interesse público e a publicação de escândalos tornou-se uma prática que reforça e realimenta a imagem que os jornalistas construíram de si mesmos.

Com o tempo, a mídia passou a disputar diretamente a legitimidade da representação do interesse público, tanto em relação ao papel da Justiça – investigar, denunciar, julgar e condenar – como em relação à política institucionalizada de expressão da “opinião pública” pelos políticos profissionais eleitos e com cargo nos executivos e nos parlamentos. Tudo isso acompanhado de uma permanente desqualificação da Política (com P maiúsculo) e dos políticos.

Na nossa história política há casos bem documentados nos quais a grande mídia reivindica para si esses papéis. O melhor exemplo talvez seja o da chamada “rede da democracia” que antecedeu ao golpe de 1964 e está descrita detalhadamente no livro de Aloysio Castelo de Carvalho, A Rede da Democracia – O Globo, O Jornal e o Jornal do Brasil na Queda do Governo Goulart(1961-64), NitPress/Editora UFF, 2010.

Mais recentemente, a presidenta da Associação Nacional de Jornais (ANJ) declarou publicamente:

“A liberdade de imprensa é um bem maior que não deve ser limitado. A esse direito geral, o contraponto é sempre a questão da responsabilidade dos meios de comunicação. E, obviamente, esses meios de comunicação estão fazendo, de fato, a posição oposicionista deste país, já que a oposição está profundamente fragilizada. E esse papel de oposição, de investigação, sem dúvida nenhuma incomoda sobremaneira o governo” (“Ações contra tentativa de cercear a imprensa”, O Globo, 19/3/2010, pág. 10).

Prerrogativa única

Como chamou a atenção o governador Tarso Genro, na abertura de um congresso nacional contra a corrupção, organizado pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul, em outubro passado:

“Criou-se um jornalismo de denúncia, que julga e condena. Usam a corrupção como argumento para dizer que as instituições não funcionam e tentar substituí-las (...) atualmente, os casos mais graves são investigados pela mídia e divulgados dentro das conveniências dos proprietários dos grandes veículos (...) fazem condenações políticas de largas consequências sobre a vida dos atingidos, e tomam para si até o direito de perdão, quando isso se mostra conveniente”.

Será que estamos a assistir no Brasil à comprovação prática da afirmação de Paul Virilio: “A mídia é o único poder que tem a prerrogativa de editar suas próprias leis, ao mesmo tempo em que sustenta a pretensão de não se submeter a nenhuma outra”? A resposta a essa questão deve ser dada pela própria Justiça e pelas instituições políticas. A ver.

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[Venício A. de Lima é sociólogo e jornalista; autor, entre outros, de Comunicação e Cultura: as Ideias de Paulo Freire; 2ª. ed. revista, com nova introdução e prefácio de Ana Maria Freire. EdUnB/Perseu Abramo, 2011]
Pois é… Depois de nove anos de “nunca antes na história destepaiz”, há iniqüidades gritantes como sempre na história “destepaiz”…


Pois é… Se discurso reduzisse desigualdades, analfabetismo, iniqüidades, o Brasil já teria superado os índices da Noruega. O pais está melhorando, sem dúvida — obra de vários governos —, mas há muita coisa pela frente, seguindo indica o IBGE, em razão da desídia de muitos governos. Infelizmente, os pobres brasileiros não avançaram tanto quanto os companheiros e seus aliados. Leiam o que informam Lucila Soares e Rafael Lemos, na VEJA Online:
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Um país urbano, com taxas de crescimento populacional próximas das nações desenvolvidas, avanços sociais notáveis e desigualdades flagrantes, que mantém atual a idéia da coexistência de dois “Brasis”. Este é o Brasil retratado pelo Censo Demográfico de 2010, que teve mais uma etapa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira. O conjunto de informações divulgado consolida as características da população e dos domicílios brasileiros levantadas em visitas a 67,5 milhões de domicílios, nos 5.565 municípios das 27 unidades da federação.

A taxa de analfabetismo é um dos indicadores em que a existência de dois Brasis se revela com mais vigor. Entre 2000 e 2010, o número de analfabetos com 15 anos de idade ou mais recuou de 13,63% para 9,6%. Mas as diferenças regionais são gritantes, e nas cidades pequenas, de até 50 mil habitantes, a situação é de calamidade educacional. No Nordeste, a taxa dessas cidades chega a 28%. Em todo o Brasil, existem 1.304 municípios com taxas de analfabetismo iguais ou superiores a 25%. Entre as crianças de 10 anos de idade, a proporção caiu de 11,4% para 6,5% na média brasileira, mas chega a 16,4% no Maranhão e a 13,7% no Piauí.

A chaga da desigualdade revela-se ainda mais impressionante quando se observam as taxas de analfabetismo associadas à cor. Enquanto na população branca existem 5,9% de analfabetos com 15 anos ou mais, entre os negros a proporção é de 14,4%, e entre os pardos, de 13%. Nas cidades pequenas, com até 5.000 habitantes, o analfabetismo entre os negros atinge 27,1%.

A essa diferença de oportunidades na educação pode-se atribuir boa parte da diferença de rendimentos constatada pelo IBGE. Os dados de rendimento ainda são preliminares, e mostram que a população brasileira é pobre.

O rendimento médio mensal é de 668 reais, mas 25% dos brasileiros recebem até 188 reais, e metade da população recebia no ano passado até 375 reais, valor inferior ao salário mínimo vigente, de 510 reais.

Quando se cruzam os dados de rendimento com os de cor, constata-se que negros e pardos ganham cerca de metade do que ganham os brancos. Na média brasileira, pretos recebem 834 reais por mês, e pardos 845 reais, contra 1.538 reais de brancos.

As maiores disparidades acontecem nas cidades com mais de 500 mil habitantes. Em Salvador, brancos ganham 3,2 vezes mais que pretos. Na comparação entre brancos e pardos, São Paulo aparece no topo da lista da desigualdade, com rendimentos 2,7 vezes maior.

Mulheres

A disparidade entre os rendimentos de homens e mulheres é outra distorção que persiste, embora com tendência à redução. No censo de 2000, os homens tinham rendimentos 53,33% maiores que os das mulheres. No censo de 2010, a diferença caiu para 42%.

A desigualdade entre os rendimentos de homens e mulheres reduziu-se em todas as regiões do país, exceto no Nordeste, onde essa relação ficou estável.
Em 2010, metade dos homens ganhava até 765 reais, enquanto metade das mulheres recebia até 510 reais. Nos municípios com até 50 mil habitantes, os homens recebiam, em média, 47% a mais que as mulheres: 903 reais contra 615 reais. Nos municípios com mais de 500 mil habitantes, os homens recebiam, em média, 1.985 reais e as mulheres, 1.417 reais, uma diferença de cerca de 40%.

Destes, 84,4% viviam em cidades, e 15,6% em áreas rurais, consolidando um dos mais avassaladores processos de urbanização já ocorridos no mundo.
Em 1950, 63,8% da população viviam no campo; em 20 anos a proporção se inverteu, e no censo de 1970 67,6% dos brasileiros já habitavam cidades.

Nos últimos 20 anos, a taxa de crescimento da população caiu a menos da metade. Entre 1991 e 2000, a população cresceu à razão de 1,64% ao ano; na década seguinte, a taxa foi de 1,17%; A idade média do brasileiro aumentou 26,5 anos para 32,1 anos entre 1991 e 2010. O Rio Grande do Sul é o estado mais velho da federação, com idade média de 34,9 anos. O saneamento básico melhorou, mas continua precário. 32,9% dos domicílios não estão ligados a rede geral de esgoto ou fossa séptica. No Nordeste, a proporção é de 54,8%.


Por Reinaldo Azevedo

MILAGRES DA COPA: BOLSA-FAMÍLIA NO HOTEL GLÓRIA

Quando li a Lei Geral da Copa (LGC) a considerei tão grave que fiz pronunciamento e publiquei as impressões aqui no blog. Até integrantes da base aliada ficaram abismados – e a expressão está correta, porque trata-se de querer empurrar o País para o abismo.

O senador Paulo Paim, autor do Estatuto do Idoso, do qual tive a honra de ser relator, custou a crer na submissão à Fifa para tirar a meia entrada dos maiores de 60 anos. Mas tudo que é dito sobre o assunto acaba se comprovando. Principalmente, quando envolve dinheiro e ingressos.

Para Joseph Blatter, o poderoso-chefão da Fifa, o Brasil é simplesmente um capacho verde de 8 milhões e 500 mil quilômetros quadrados. No afã de agradá-lo, foram feitos no fêmur documentos legais piores que a média já não boa das leis tupiniquins.

Assim saíram o Estatuto do Torcedor, a lei que isenta a Fifa de tributos e o Regime Diferenciado de Contratações, o RDC, uma autorização para roubar nas obras da Copa – como se precisasse. Agora, vem a LGC, derrogando o Código de Defesa do Consumidor e aviltando a Bandeira e o Hino nacionais.
Denunciados pioneiramente aqui, esses absurdos não pararam de passar vergonha no País e culminaram com a presidente Dilma Rousseff se humilhando a ser recebida na Fifa pelo segundo escalão.

Agora, o deputado Romário Faria, um craque também no parlamento, avisou que haveria escândalo com os bilhetes. Acertou no ângulo. O jornalista inglês Andrews Jennings divulgou que Blatter deu a parente (o sobrinho Philippe) e amigos (Enrique e Jaime Byrom) as entradas do Mundial de 2014.

Não algumas, todas. De 450 mil ingressos, os melhores, o sobrinho pode dispor como quiser, são dele, graciosamente. Os outros 2,8 milhões de ingressos o pupilo ganhou para revender.

Após fazermos o alerta, gente do governo e da Fifa se manifestou sobre o calote que estudantes e idosos vão levar durante as partidas. Mas, até hoje, nenhuma medida efetiva foi tomada. Dilma não mandou ao Congresso qualquer texto corrigindo a LGC.

À pilantragem, reagiu-se com espelhinhos: governo e Fifa prometem desconto para índios e inscritos no Bolsa-Família. A vontade é de rir, mas o caso é sério: querem que família pobre torre três meses de benefício para ir a um jogo e que a Funai inclua os bilhetes na cesta básica.
Estados das cidades-sedes também se agacham à Fifa e garantem cobrir “prejuízos” com meia-entrada.

Choramingam a falta de verbas para Saúde e Educação e querem saciar a garganta mais profunda das entidades desportivas.
Enquanto planejam tirar os trocados dos humildes, os organizadores implantam a Bolsa-Milionário. O BNDES repassou para Eike Batista, o Neymar dos ricaços, 66% dos R$ 220 milhões de seu programa de melhorar estabelecimentos para a Copa.

A contrapartida deve ser que Eike reserve no Hotel Glória alguns quartos com diárias subsidiadas para o lumpemproletariado. Não ria. No caso da Copa, as anedotas acabam nomeadas.

Demóstenes Torres é procurador de Justiça e senador (DEM/GO)

http://oglobo.globo.com/pais/noblat/post.asp?cod_post=416796&ch=n

6000 CARNICEIROS FORMADOS EM CUBA PARA FAZER LAVAGEM CEREBRAL NO BRASIL

O governo brasileiro vai dar até ajuda de custo para que os carniceiros formados em Cuba possam fazer um cursinho onde serão dadas as respostas para os testes fajutos de convalidação dos seus diplomas aqui no Brasil. Se os médicos brasileiros não se mobilizarem, teremos mais do que médicos de quinta categoria atuando no país: teremos soldados do socialismo prescrevendo um remédio que já venceu no resto do mundo. Clique na imagem para ampliar e ler editorial do Estadão.

STF DEVE LIBERAR MARCHAS PELA MACONHA. E PELA COCAÍNA, PODE?

Está na pauta de julgamentos de hoje do Supremo Tribunal Federal (STF) uma ação que pede a liberação de passeatas e manifestações públicas em prol da legalização de qualquer tipo de droga.
A tendência da Corte é conceder o pedido. Em junho, o Supremo declarou que não se pode proibir a realização da Marcha da Maconha. A decisão foi tomada por unanimidade, com o voto dos oito ministros presentes.

Agora, o tribunal deve fixar o mesmo entendimento para outras substâncias entorpecentes.

A ação foi proposta pela Procuradoria Geral da República (PGR). Ela pede que seja excluída da Lei dos Tóxicos, de 2009, a possibilidade de criminalizar a defesa pública de legalização das drogas. Para a procuradoria, essa é uma afronta aos direitos fundamentais.

Antes da decisão do STF, a Justiça proibiu a realização da Marcha da Maconha em pelo menos nove capitais. O argumento era o de que, como o comércio e o uso da droga são ilícitos penais, defender publicamente a legalização seria uma forma de apologia ao uso.

Na ação, a procuradoria sustenta que essa interpretação é uma afronta à liberdade de expressão, garantida pela Constituição Federal. A Advocacia Geral da União (AGU) enviou parecer ao Supremo recomendando que não seja liberada qualquer manifestação a favor da liberação das drogas.
Para o órgão, seria preciso analisar caso a caso para concluir se é ou não crime.

No julgamento de junho, os ministros do STF deixaram claro que a chamada Marcha da Maconha e eventos similares são uma forma de liberdade de expressão, e não incentivo ao crime.

- Nada se revela mais nocivo e perigoso que a pretensão do Estado de proibir a livre manifestação. O pensamento deve ser livre, sempre livre, permanentemente livre - disse o relator, ministro Celso de Mello, na ocasião.

Os ministros ressaltaram que, durante os protestos, não será permitido o consumo de drogas ilícitas ou o estímulo ao uso. Eles deixaram claro que não estavam descriminalizando o uso de drogas, mas declarando o direito à livre manifestação de opiniões sobre o assunto. (Fonte: O Globo)

FHC DIZ QUE CORRUPÇÃO É HERANÇA MALDITA DE LULA E QUE A OPOSIÇÃO DEVE AJUDAR DILMA.

É isso mesmo que você está lendo.


FHC, que também deixou como legado a reeleição, o fator previdenciário e que trabalhou para que não houvesse impeachment de Lula no Mensalão, agora defende Dilma e diz que PSDB e aliados podem ajudar o governo e impedir que a democracia seja ameaçada.
José Dirceu, que é o FHC do lado de lá, acha o contrário, que tudo que aí está é um "golpe das elites"apoiado "pelo império midiático". Adivinha quem vai ganhar a próxima eleição: o grande estadista FHC ou o velhaco do José Dirceu?

O maior desafio político da presidente Dilma Rousseff será desmontar o sistema de corrupção e de fisiologismo criado ao longo do segundo mandato do ex-presidente petista Luiz Inácio Lula da Silva.

A tarefa será essencial para garantir a governabilidade e preservar a democracia brasileira de danos maiores, advertiu o tucano Fernando Henrique Cardoso, presidente do Brasil entre 1995 e 2002. A grande interrogação, afirmou Fernando Henrique, está na real capacidade de Dilma Rousseff executar esse desmonte.

"Espero que a presidente Dilma consiga avançar mais. Mas, para isso, ela terá de alterar as bases de sustentação do governo", afirmou FHC ao Estado ontem em Washington, onde participou da conferência Acabando com a Guerra Mundial contra as Drogas, organizado pelo Cato Institute. "Se ela pode? Esse é o grande ponto de interrogação."

Conforme explicou o ex-presidente, esse desmonte passa pelo fim da "obsessão" gerada no segundo mandato de Lula de ampliar a base aliada do governo no Congresso Nacional, a partir de concessões de "certos pedaços do Estado" ou do "acesso a recursos" públicos por diferentes setores partidários.
Fernando Henrique disse não entender a razão dessa necessidade tão premente no governo de Lula e lembrou ter o seu governo conseguido aprovar reformas constitucionais no Congresso sem valer-se de tal artifício.

FHC tentou poupar a presidente ao falar com o Estado. Em especial, de um naco de responsabilidade pela montagem desse sistema de corrupção e clientelismo no segundo mandato de Lula, que hoje mina o seu próprio governo.
Para ele, Dilma Rousseff herdou esse modelo, tem sido "sensível" às manifestações da opinião pública sobre os seguidos escândalos nos ministérios e enfrenta a incerteza sobre como e em quanto tempo se dará a recuperação do ex-presidente Lula.

Desde a posse da presidente Dilma, em 1.º de janeiro, denúncias de corrupção provocaram a queda de cinco de seus ministros. Três foram herdados de Lula, e um deles foi indicado pelo presidente do Senado, José Sarney (PMDB).

Envolvido em denúncias capazes de lhe custar o cargo, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi (PDT), também fez parte do governo de Lula. PMDB e PDT são dois fortes pilares de apoio à administração de Dilma.
"Eu precisava de dois terços dos votos e fazia reformas na Constituição. Agora, o governo não precisa ter 400 deputados e 60 senadores o apoiando", constatou o ex-presidente tucano.
"Está faltando mais visão do que o governo pode. Se a presidente Dilma entender que ela pode mais, que ela não precisa de tanto (apoio no Congresso), quem sabe seja possível (desmontar esse sistema)."

O presidente argumentou não ser possível aceitar a corrupção e o clientelismo como males que "sempre existiram" na política do País. Dado o sistema de fisiologismo montado nos últimos anos, a governabilidade está posta em risco e a própria democracia brasileira pode ser prejudicada.
A mudança dessa situação, para ele, não depende apenas do governo, mas também da oposição.

Porém, FHC não explicou como o PSDB e seus aliados poderiam contribuir. "Ou se aproveita a oportunidade agora para tentar alterar esse sistema ou podemos caminhar por muito tempo sob essa regra do jogo, que seguramente não é favorável à democracia", disse FHC.

OS DOIS MAIS GRADUADOS MEMBROS DA QUADRILHA DO MENSALÃO ESTÃO COM MEDO DO PSD. BOM PARA O BRASIL.


Eles rivalizaram publicamente e foram os protagonistas do maior escândalo da década, o mensalão. Mas agora compartilham ideias semelhantes sobre os rumos da política nacional, especialmente sobre qual o significado da dobradinha entre o PSD, recém-fundado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, e o PSB, liderado pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos.

Poucos dias depois de seu desafeto, o ex-deputado federal e ex-presidente do PT José Dirceu, criticar a formação de alianças entre as duas siglas, o também ex-deputado e presidente do PTB, Roberto Jefferson, declarou, pelo Twitter, que a parceria entre Campos e Kassab tem como principal alvo minar a hegemonia petista no cenário nacional.

Jefferson afirmou que o PT vai "reconhecer logo" que errou ao viabilizar a criação do PSD. O presidente do PTB lembrou que a legenda, formada por dissidentes do DEM, não encontrou resistência do governo federal e ainda recebeu gestos claros de apoio dos petistas. Como exemplos, Jefferson citou a liberação de alianças com a sigla de Kassab em 2012, decidida no último congresso do PT, e a abertura de espaços importantes, como na Bahia, onde o governador Jaques Wagner permitiu que seu vice, Otto Alencar, organizasse um dos diretórios estaduais mais fortes do PSD.

No entanto, como o parceiro preferencial de Kassab é o PSB, o partido do prefeito fortalecerá o projeto do governador Eduardo Campos de disputar a Presidência, defendeu o petebista. "É consenso hoje que o governador Eduardo Campos prepara-se para voo solo", comentou Jefferson, que rompeu com o governo federal ao denunciar o escândalo do mensalão em 2005. Roberto Jefferson apontou como sinal desse projeto político em curso a possível formação de um bloco de deputados federais entre PSB e PSD para rivalizar com PT e PMDB como a maior bancada da Câmara.

"Na melhor das hipóteses, [Campos] age para minar a aliança PT-PMDB, se colocando como nome pra ocupar a vice na chapa da [presidente] Dilma [Rousseff] à reeleição", disse, embora o governador diga publicamente que não pretende concorrer a nenhum dos cargos em 2014.
Segundo Jefferson, os petistas estimularam a formação do novo partido devido a um "ódio cego" contra o PSDB, que perdeu força com a desestruturação de seu principal aliado, o DEM. "É nisso que dá a obsessão de derrotar o PSDB, principalmente em SP. Nesta armação, o tiro pode sair pela culatra", afirmou.

Na semana passada, José Dirceu, grande antagonista de Jefferson no escândalo do mensalão, fizera comentários que seguiram a mesma linha. Primeiro, em seu blog; e depois em reunião do comando nacional do PT.
Nas duas ocasiões, Dirceu criticou a aliança Kassab-Campos, que já começou a se concretizar com a união dos dez vereadores do PSD com os três do PSB, na Câmara da capital paulista.

O bloco dos 13 formará a maior bancada na Casa, ultrapassando a do PT, que tem 11. Para Dirceu, o partido de Kassab serve a um projeto político não petista e reforça uma espécie de tríplice aliança, que já tem nos outros vértices a parceria entre o PSB e os tucanos.
É o caso da comunhão já em andamento em vários Estados, como Minas Gerais, Paraná, Paraíba, Alagoas e São Paulo, onde o presidente regional do PSB, Márcio França, é secretário estadual de Turismo no governo de Geraldo Alckmin.(Do Valor Econômico)

UMA VEZ SANGUESSUGA, SEMPRE SANGUESSUGA

Em 2004, quando era ministro da Saúde, o agora senador Humberto Costa(PT-PE) foi protagonista de um dos maiores escândalos de corrupção da história deste país, conhecido como a Máfia dos Sanguessugas.

Uma vez sanguessuga, sempre sanguessuga: hoje o ex-ministro culpou a base aliada pela corrupção que vem desde os idos de 2004, quando ele comandava um ministério.

O líder do PT, senador Humberto Costa (PE), disse que "é natural" que surjam acusações contra ministros porque o "gigantismo do governo federal" acaba permitindo que isso ocorra.

Segundo Costa, no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a maioria das denúncias voltava-se contra o PT. E agora, no governo da presidente Dilma Rousseff, as acusações miram os diversos ministros da base aliada ao governo.

Ele defendeu as secretarias das áreas sociais com status de ministério, criadas por Lula, que vêm sendo ocupadas por petistas, como as pastas em defesa das mulheres e de combate à discriminação racial, que Dilma cogita extinguir na futura reforma ministerial. "Essas pastas deram voz a esses setores da sociedade", argumentou o líder. (Do Estadão)

INSTITUTO CIDADANIA DIVULGA IMAGEM DE LULA DURANTE TRATAMENTO DE CÂNCER

A imagem foi divulgada nesta quarta-feira,16

Imagem divulgada mostra Lula sem cabelo e cortando a barba (Foto: Ricardo Stuckert)


O Instituto Lula divulgou nesta quarta-feira (16) novas imagens do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo a entidade, Lula raspou a barba e o cabelo nesta quarta-feira (16), antecipando a queda causada pela quimioterapia usada em seu tratamento contra o câncer de laringe. Dona Marisa Letícia cortou o cabelo e fez a barba do ex-presidente.

(Foto: Ricardo Stuckert )

O câncer de laringe foi diagnosticado no dia 28 de outubro e obrigará Lula a poupar a voz. Lula tem pela frente uma luta árdua para se manter vivo e preservar sua razão de viver. Num vídeo de agradecimento gravado pouco antes de deixar o Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, onde começou o tratamento, Lula deu mostras da importância que atribui à sua capacidade de mobilizar as pessoas por meio da fala. “Lamento não poder dizer um ‘companheiros e companheiras’ bem forte.” Com a voz cheia de falhas, despede-se assim: “Até a primeira assembleia, o primeiro comício ou o primeiro ato público”. Lula tem consciência de que, na essência, é aí que reside seu maior talento.

CLICAR NA IMAGEM

Um dia antes da descoberta do tumor, Lula comemorou 66 anos, com uma festa em seu apartamento, em São Bernardo. Ao cardiologista Roberto Kalil Filho, seu amigo e médico há 22, reclamou: “Estou com um pigarro na garganta há uns 40 dias. Só me dão pastilha”.

Kalil disse que ele precisava ir ao Sírio-Libanês no dia seguinte. Fazia um ano e meio que Lula não passava por um check-up. Segundo Kalil, ele respondeu assim: “Não quero fazer exames. Se fizer, vão descobrir que tenho um câncer igual ao do meu irmão”.

A maior batalha de Lula


Eugênio Bucci: O detestável públicoLula já queria trabalhar hoje
Talvez mais que intuição, a desconfiança de Lula baseava-se em probabilidade. Além da mãe, dona Lindu, Lula perdeu os tios maternos e dois irmãos para o câncer. Seu irmão mais velho, Jaime, teve um tumor na laringe semelhante ao que o acomete. Não bastasse o histórico familiar, Lula foi fumante desde a adolescência. “Ele me contou que, nas fases mais duras da vida, quando estava desempregado e morando com a mãe, não tinha dinheiro para comprar cigarro. Então, saía pegando bituca do chão, na rua mesmo, para fumar”, diz a jornalista Denise Paraná, autora da biografia Lula, o filho do Brasil. Lula abandonou sua cigarrilha apenas em janeiro de 2010, depois de uma crise de hipertensão.


Lula teve sorte de descobrir o tumor de 3 centímetros antes que atingisse as cordas vocais. Tecnicamente, é chamado de carcinoma epidermoide e está bem perto delas. Assim que recebeu o diagnóstico, ao lado de sua mulher, Marisa, Lula avisou os filhos e a presidente, Dilma Rousseff. Em seguida, determinou que a assessoria de imprensa do Sírio-Libanês soltasse uma nota sobre o câncer recém-descoberto. Foi pela imprensa que amigos e colaboradores souberam da doença.

REDAÇÃO ÉPOCA

A USP, A FOLHA E A RALÉ DE PLANTÃO

Artigos - Movimento Revolucionário

Ironicamente (ou não), ao pretender atacar virulentamente o professor Olavo de Carvalho, o Sr. Miguel do Rosário apenas referendou as palavras do filósofo.

Uma das coisas mais peculiares do Brasil, sobretudo dos alardeados "formadores de opinião" - estejam eles em grandes veículos de comunicação ou em pequenos blogs desconhecidos -, é que poucos, muito poucos, são verdadeiramente analistas da situação em que vivemos. Suas preciosas opiniões são normalmente construídas sobre raciocínios sofismáticos que, desde muito tempo, tem sido repetidos à exaustão, martelados como verdades incontestes. E, bom, acaba que eles realmente se tornam verdades incontestes, bem ao estilo goebbelsiano.

Um grande problema dessas criaturinhas rastejantes é que, quando contestadas por alguém que consegue enxergar além dessa trama de delírios que constitui sua verdade fundamental, são incapazes de defender seu ponto de vista com propriedade. Parece que a argumentação lógica do outro aciona dentro delas um mecanismo de defesa, qual besta acuada: baba, rosna, eriça os pêlos e arreganha os dentes num esgar ameaçador. Mas não se enganem. Essa reação não é voltada apenas para a pessoa que contestou suas verdades, mas, antes de tudo, uma admissão inconsciente de sua patente incapacidade de reagir à altura.

Hoje, me deparei com um texto intitulado "Olavão foge do hospício e aparece na Folha", de um sujeito chamado Miguel do Rosário, no blog O Cafezinho. Cheguei até esse texto através do Correio do Brasil, que o replicou do Blog do Miro, sendo ambos folhetins esquerdistas de quinta categoria que não se prestam a nada além de ruminar ideologias falidas e desfiar infinitas loas pegajosas ao governo federal. Mas isso não vem ao caso, e sim o texto do Sr. Miguel do Rosário.

Do que se pode inferir de seu início, o texto pretendia ser uma crítica ao artigo "A USP e a Folha", escrito pelo professor Olavo de Carvalho e publicado no jornal Folha de S. Paulo. Entretanto, não se deixe enganar pelo começo do opúsculo do Sr. Miguel do Rosário: não há, numa só linha de seu texto, qualquer crítica ou contraponto ao texto de Olavo -- a não ser que qualificar alguém de "esquizofrênico", "doente mental", "fascista" e "crápula" sirva como argumento. Miguel do Rosário não fornece uma única evidência que conteste ou contradiga as informações que constam no artigo de Olavo de Carvalho, preferindo concentrar toda a sua mal-estruturada verborragia em ataques ad hominem destemperados.

Isso não é de surpreender, entretanto. Nas últimas décadas, a esquerdalha intoxicou-se a tal ponto com a idéia de sua pretensa superioridade moral que, de maneira geral, perdeu a capacidade de argumentação -- ainda que fosse uma argumentação erigida sobre uma pseudo-ciência natimorta. Ainda era possível, há algum tempo, encontrar gente da esquerda que, envolvida em algum entrevero ideológico, debatia com o adversário interpondo argumentos (não estou aqui analisando seus méritos ou validades) desenvolvidos pelos principais ideólogos de sua corrente política -- Marx, Gramsci, Althusser, Horkheimer, dentre outros. Hoje, como bem colocou o ex-ministro Nelson Jobim, os idiotas perderam a modéstia. Não julgam mais necessário sequer ler os folhetins intelectualóides que alicerçam sua fanática crença. Aliás, é difícil encontrar algum deles que saiba ler, seja o que for.

Merece destaque, no tocante à imbecilidade de Miguel do Rosário, citar um e-mail enviado pelo Olavo à Folha de S. Paulo, em 15 de maio de 2000, acerca de cartas que, à semelhança do texto do Sr. Miguel do Rosário, não passavam de algaravias ofensivas e baixas:

A constância obsessiva com que expressões de repugnância física - asco e desejos de vômito - aparecem nos protestos das pessoas que me odeiam é para mim um motivo de lisonja e satisfação. Assinala que, diante dos meus escritos, essas criaturas se vêem privadas do dom de argumentar. Paralisada a sua inteligência pela obviedade do irrespondível, vem-lhes o impulso irrefreável de uma reação física. Já que lhes arranquei a língua, querem sair no braço. Mas, como bater em mim seria ilegal e ademais as exporia à temível possibilidade de um revide, a última saída que lhes resta é voltar contra seus próprios corpos o sentimento de raiva impotente que as acomete, donde resulta todo um quadro sintomatológico de diarréia, tremores, cólicas e convulsões. Não suportando passar sozinhas por tão deprimente experiência clínica, apressam-se então em registrá-la por escrito e publicá-la na Folha de S. Paulo, na esperança de que alguém mais forte, revoltado ante a exibição de tanto sofrimento, dê cabo do malvado autor que as deixou nesse estado miserável.

Ironicamente (ou não), ao pretender atacar virulentamente o professor Olavo de Carvalho, o Sr. Miguel do Rosário apenas referendou as palavras acima. Os idiotas podem ter perdido a modéstia, mas certamente ainda têm alguma serventia.

Felipe Melo edita o blog da Juventude Conservadora da UNB.

"ESTUDANTE" DA USP COMENTA INVASÃO


Artigos - Educação


"Fomos torturados pela PM."

Falei de novo com o “estudante” da USP. Ele já se encontra em seu condomínio nos Jardins, depois de ter sido desalojado pela Polícia Militar numa ação “truculenta, reacionária e antipovo”, como ele qualifica a operação de reintegração de posse da reitoria.


Qual é o saldo da invasão?

Este ano nós decidimos acabar com o capitalismo, com os Estados Unidos, com a opressão de gênero e com ordem burguesa em geral. Também queríamos que a biblioteca comprasse mais livros da coleção História e Verdade, da Editora Stalin. Esses pontos vão ficar pra outra etapa da luta. O importante é que conseguimos mostrar pro Brasil a truculência da PM.

Como assim conseguiram? A PM espancou alguém?

Os PMs olharam feio pra vários companheiros nossos e esqueceram de pedir "por favor" quando levaram a gente pra delegacia. Também há relatos de que um policial levou uma mãozada na cara de um companheiro. É um absurdo.

De fato, é um absurdo um policial levar tapa na cara no cumprimento do dever.

Você não me deixou terminar. O policial revidou com um golpe de cassetete. É um absurdo. Polícia não pode bater em jovem. É preciso respeitar nosso direito humano de bater sem represália da polícia assassina.

Você está afirmando que a operação da PM resultou em algum estudante morto?

Tentaram matar a nossa luta, o nosso ideal. Isso já é homicídio. O Brasil precisa saber que fomos torturados dentro do ônibus da PM.

A denúncia é grave. Em que consistiu a tortura?

Fomos proibidos de usar palavras como “fascista”, “ditadura”, “opressão” e “elite” durante o trajeto até a delegacia. Alguns companheiros tentaram protestar, mas engasgaram e entraram em choque. Teve gente que foi obrigada a tomar banho. Um policial fez um comentário insinuando que deveríamos arrumar emprego. [Exaltado] O clima foi de terror. A imprensa tem que divulgar isso.

A USP botou a PM no campus depois que assaltantes mataram um estudante, em maio deste ano. Saiu agora uma pesquisa mostrando que a maioria universitária quer a PM lá.

Somos minoria, mas e daí? O mundo não é perfeito. Eu, por exemplo, tive que deixar meu Polo Sedan na garagem durante a ocupação, porque a luta exige o jogo de cena. O fato é que a PM foi colocada no campus pra reprimir os anseios populares, pra esmagar nosso ideal de um mundo melhor, onde podemos traficar drogas num ambiente de liberdade e viver eternamente à custa dos trabalhadores. Opa, peraí [O entrevistado nota que falou mais do que devia]. Apaga esse trecho. Apagou? Pronto, vamo lá. A PM foi colocada no campus pra atrapalhar o ambiente de estudo. A gente quer estudar e a PM não deixa.

Bruno Pontes, 16 Novembro 2011
Publicado no Jornal O Estado.

NAS ASAS DO KING AIR

A situação de Carlos Lupi no Ministério do Trabalho tornou-se insustentável.
O ministro falastrão tropeçou em mentiras em série, em bravatas excessivas e na constatação de que, sob seu comando, a pasta tornou-se mais um balcão de fornidos negócios escusos de todos os tipos.

A permanência dele no cargo viaja nas asas de um King Air em queda livre.

A trajetória de falcatruas e mutretas de Lupi no Trabalho repete o mesmo padrão que marcou as denúncias de corrupção nos ministérios da Agricultura, do Turismo, dos Transportes e do Esporte.

É, pois, sintoma de um fenômeno mais amplo e mais agudo:
o uso, pelo petismo, de recursos públicos para fins particulares e partidários. Em suma, surrupio de dinheiro do contribuinte.

O ministro e o Planalto certamente contavam com a hipótese de que um feriadão de quatro dias colaboraria para esfriar o noticiário e amainar a torrente de denúncias contra Lupi.

Não foi nada disso o que aconteceu nos últimos dias.
Choveram novas revelações desabonadoras sobre o pedetista.

"A sobrevida dada a Lupi até a reforma ministerial em janeiro já não existe. Avaliação feita ontem por integrantes do núcleo do governo foi a de que Lupi deve uma explicação pública convincente.

E, se isso não ocorrer, o Planalto espera que o PDT conduza o processo de substituição de Lupi o mais rápido possível", resume O Globo.

Lupi foi pego na mentira quando a revista Veja revelou que ele usou um jatinho King Air de um empresário cuja ONG foi fartamente aquinhoada pelo Ministério do Trabalho nos últimos anos.

Na semana passada, quando esteve no Congresso, ele fora questionado sobre seus laços com Adair Meira. Negou-os, mas a realidade o desmentiu agora.

Ontem, vieram a público fotos e vídeos em que Lupi aparece embarcando na aeronave prefixo PT-ONJ ao lado do empresário-amigo, que devolvia na forma de favores o tratamento e as verbas generosas (R$ 13,9 milhões para "qualificação profissional" nos últimos quatro anos) que sua ONG, a Pró-Cerrado, recebera da equipe do Ministério do Trabalho.

A revelação da mentira apenas coroa uma lista de malfeitos que vieram à tona nos últimos dias. Ontem, a Folha de S.Paulo revelara que sindicatos-fantasmas foram criados a rodo com o aval da assinatura de Carlos Lupi.

Trata-se de entidades que "representam" setores de indústrias que não existem e que só se destinam a abocanhar um naco do imposto sindical.

Superintendências regionais do Ministério do Trabalho também se transformaram em sinecuras distribuídas entre partidários do PDT de Lupi, mostrou O Globo no domingo.

E ex-funcionários da pasta, com conhecimento do próprio ministro, negociam a liberação de registros sindicais dentro do ministério, revelou O Estado de S.Paulo na segunda-feira:
"Quem paga o pedágio do lobby tem a promessa de ser atendido rapidamente. Desde 2007, quando Lupi assumiu o Trabalho, 1.120 entidades conseguiram registros".

Há um padrão que se reproduz em todos estes episódios.
O petismo instrumentaliza entidades à margem do Estado para servirem de apoio a seu exercício de poder.

Elas funcionam como dutos que irrigam contas de aliados, pagam apoio político e financiam campanhas eleitorais.

O dinheiro que as financia sai do bolso do contribuinte.
Uma das fontes mais vistosas destas maracutaias é o imposto sindical.

Criado por Lula em 2008, é cobrado de todos os trabalhadores com carteira assinada e do setor patronal.

A cobrança ocorre uma vez por ano e, no caso dos trabalhadores, corresponde a um dia de salário, descontado diretamente em folha.

No caso dos patrões, o valor é uma parcela do capital social da empresa.

O bolo do imposto sindical dobrou em quatro anos, ao mesmo tempo em que proliferaram novos sindicatos no país - foram mais 782 desde 2008. No ano passado, a arrecadação do imposto totalizou R$ 1,51 bilhão, e pode chegar a R$ 2 bilhões até dezembro.

Do total arrecadado, os sindicatos têm direito a 60%;
> as federações, a 15%;
> as confederações, a 5%;
> as centrais sindicais, a 10%;
> e o governo, a 10%.

Tudo isso sem qualquer controle externo:
a fiscalização do Tribunal de Contas da União sobre tais repasses foi aprovada em lei, mas foi vetada por Lula.

O ex-presidente sabia o que estava fazendo:
a rede de interesses irrigada com recursos do Estado, tendo no imposto sindical apenas um de seus exemplos mais polpudos, foi estruturada para dar apoio ao projeto de perpetuação de poder do PT.

A sobrevida, até aqui, do ministro do Trabalho no cargo tem tudo a ver com a preservação deste jogo.

Carlos Lupi é mais um elo desta cadeia - e dos mais resistentes, por ter um partido, o PDT, quase inteiramente sob seu comando férreo.

Mas caminha para ser o próximo a se romper, assim como os cinco ministros do governo Dilma Rousseff envolvidos em suspeitas de corrupção que já caíram desde junho.

Certamente ele não será o último tripulante deste voo cego.

Fonte: Instituto Teotônio Vilela

SIGNIFICADO & CONTEXTO

Significado & contexto : No "puder" e por "cima". Na era Lula-petista, governar é "cuidar" do povo. "No Brasil, governar é roubar!"...

Diz um velho ditado que "pornografia é uma questão de geografia". Mude-se e veja que o imoral em sua terra, é mandamento alhures. Quando cheguei nos Estados Unidos, pelos idos de 1963, um mentor, que conhecia o Brasil melhor do que eu, avisou:
quando você for convidado para um jantar, jamais vá sozinho, como se faz no Brasil.
Vá com sua mulher, como fazemos a aqui.

Tomei a observação como um misto de reproche e aula de etiqueta, mas não perdi de vista a sua dimensão cultural, pois o que estava em pauta eram modos diversos de reunião.

As "turmas" brasileiras - geralmente agrupadas na "rua" (em bares e botequins) - congregavam homens. Em Cambridge, Massachusetts, entretanto, eu - um tanto perturbado - aprendi uma sociabilidade mais caseira, aberta e mais igualitária, da qual minha mulher participava comigo e não por minha causa - ao meu lado, não atrás de mim.

Descobri que o elo matrimonial era compulsório na tal América onde havia divórcio & assédio e não existia a boa e emocionante "cantada"; mas era opcional do meu Brasil de Niterói, então chamada de "cidade sorriso", hoje uma urbe desgovernada.

Como levar a "esposa" (sobretudo se ela era bela e inteligente) a uma festa onde se falava de tudo - principalmente de "política" - e, entrementes, um sujeito queria "comer a mulher do outro" como me ensinou um outro mentor importante, mas obviamente brasileiro?

Altere o contexto, faça a passagem, e os motivos e os papéis mudam de significado.

Governar é administrar a coisa pública com a legitimidade dos votos da maioria. Mas na era Lula-petista, governar é "cuidar" do povo.

Voltamos, com ajuda das ONGs lidas à brasileira, à temporada do "clã político" de Oliveira Vianna e da família patriarcal de Gilberto Freyre, com pitadas ideológicas que racionalizam posições, já que ganhar muito em pouco tempo é bom demais.

Os dirigentes são pais e mães do povo.
Sobretudo dos "pobres" - que têm a sua posição social solidificada por uma carteirinha de plástico.

Que os "pobres" devam ser reparados eu não tenho a menor dúvida.
A questão, como se descobriu na Inglaterra Vitoriana, dos Gladstones e dos Disraelis, é saber quem é efetivamente pobre e, mais complicado que isso, como tirar o assistido da passividade contida no assistencialismo para integrá-lo ativamente no sistema produtivo.

Meu velho pai, que foi um homem soturno, me disse um dia, seco como uma folha de chá:
"No Brasil, governar é roubar!"

Fiquei chocado, mas, entre a sua opinião e a dos meus mentores socialistas e comunistas, pendemos mais para o governar como sinônimo do "cuidar" e do "roubar" do que para o do liberal, competitivo e, dizem, eficiente estilo de governar administrando ou gerenciando.

De um lado, há o personalismo que permeia a centralização nacional que tem uma burocracia e uma legislação sofisticada, mas que opera de modo desigual, confirmando e reafirmando, em vez de desconstruir, a desigualdade.

No Brasil, o aparelho burocrático não funciona sine ira et studio (sem cólera ou parcialidade), como queriam Tácito e Weber.

Antigamente dizia-se "aos amigos tudo aos inimigos a lei"; hoje somos mais eficazes (e cínicos), pois simplesmente "blindamos" quem pratica os "malfeitos".

Malfeitos.

Eis, caros leitores, um eufemismo brutalmente pueril, regressivo emocionalmente, que situa a nossa moralidade pública no nível das fábulas infantis dos pequenos príncipes e filósofos! Ministros, senadores, governadores, deputados, prefeitos e secretários de governo que montam esquemas e repassam para agentes dos seus partidos, mascarados de ONGs, verbas do povo, não estão praticando veniais "malfeitos".

Estão é roubando, como dizia papai.
Roubando recursos que são da sociedade e do Brasil, não do governo.
Dai essa centralização burocrática pervertida porque, diferentemente das originais, ela não opera impessoal e anonimamente, pois o que conta é quem fez e não o que foi feito.

Resumo da ópera:
em outros mundos, a burocracia é a "jaula de ferro" que bloqueia o carisma e reduz a "Política" (com "p" maiúsculo) - lida, entre outros, por Max Weber - como a esfera social da criatividade e da transformação no mundo.
No Brasil, entretanto, esse conflito não existe.


A burocracia está inteiramente sujeita ao político.
Um político que se reduz ao "pequeno poder" das agendas do velho projeto pessoal ibérico de ficar rico (tornando-se ao mesmo tempo - eis o Paraíso - inimputável legalmente) ocupando cargos públicos.

Ficando por cima.
Virando, como disse um vereador de Taubaté, o sr. Rodson Lima do PP, que não me deixa mentir, um "príncipe" e, por isso, está agradecido aos seus eleitores que o aristocratizaram.

Ou seja:
no "puder" e por "cima".
O "poder" entre nós é um elevador que só segue para cima, mas à custa da nossa energia.
Gastando a eletricidade e a dignidade dos cidadãos comuns plantados no chão.

Roberto DaMatta, O Globo

A COLUNA ABJETA E MENTIROSA DE UM PROFESSOR DA USP, COLUNISTA DA FOLHA E PARTIDÁRIO DE HADDAD

Vladimir Safatle é professor de filosofia da USP. Isso não quer dizer grande coisa. Há gente ainda mais ignorante do que ele, o que não é fácil, que também é. E escrevo isso em respeito a grandes mestres que lá estão, alguns meus queridos amigos. Esse rapaz tem algumas notáveis contribuições ao pensamento. É aquele cara que, quando articulista do Estadão, escreveu um texto justificando o terrorismo, nas pegadas de um delinqüente internacional chamado Slavoj Zizek. Num texto arrevesado, Safatle sustentou que

“Zizek quer mostrar como os fatos decisivos da história política mundial desde a Revolução Francesa foram animados pelo advento de uma noção de subjetividade que não podia mais ser definida através da substancialização de atributos do ‘humano’ e cujos interesses não permitiam ser compreendidos através da lógica utilitarista da maximização do prazer e do afastamento do desprazer.”

É quase incompreensível, mas eu traduzo. Safatle está endossando a tese de Zizek segundo a qual o repúdio que temos ao terrorismo decorre de nossa pobre lógica utilitarista de maximização do prazer e do afastamento do desprazer.
Os terroristas pensam de modo diferente, entenderam? É asqueroso!
Com essas credenciais, ele se tornou articulista da Folha durante o processo eleitoral do ano passado. Até outro dia, era comentarista político, imaginem, da TV Cultura de São Paulo. Se ainda é, não sei. Pois bem! Há muito tempo ele apóia movimentos de invasão disso e daquilo. Sua preocupação com a legalidade é zero. Estava ao lado de Marilena Chaui num ato em defesa da candidatura de Dilma Rousseff e contra José Serra no dia 26 de outubro de 2010 — e ele já era colunista da Folha, é bom destacar. Isentíssimo! Foi mais um ato ilegal. Um prédio público não pode ser usado para manifestações político-partidárias, como determina a Lei Eleitoral. E ele lá dá bola para a lei?
Muito bem! Safatle escreve hoje na Folha sobre a USP. Suas tolices, simplificações e mistificações seguem TACHADO.

"As reações ao que ocorreu na USP demonstram como, muitas vezes, é difícil ter uma discussão honesta e sem ressentimentos a respeito do destino de nossa maior universidade. Se quisermos pensar o que está acontecendo, teremos que abandonar certas explicações simplesmente falsas."


Entendi. Quem discorda de Safatle é desonesto e ressentido. Quem concorda é bacana. Quem está com ele está com a verdade, quem não, com a falsidade. Então vamos ver agora quem mente. Eu me constranjo um pouco de chutar o traseiro intelectual deste senhor porque ele é muito ruim, mas fazer o quê?

"Primeiro, que o epicentro da revolta dos estudantes seja a FFLCH, isto não se explica pelo fato de a referida faculdade estar pretensamente “em decadência”. Os que escreveram isso são os mesmos que gostam de avaliar universidades por rankings internacionais."


É uma falsa clivagem. Quem é “que gosta de avaliar universidades” por rankings? Como Safatle vai defender que a USP é um território autônomo e vai mimar maconheiro com o objetivo de atacar, mais uma vez, a polícia, o governo do Estado e a ordem, então ele precisa ficar criando divisões na universidade.

"Mas, vejam que engraçado, segundo a QS World University Ranking, os Departamentos de Filosofia e de Sociologia da USP estão entre os cem melhores do mundo, isso enquanto a própria universidade ocupa o 169º lugar. Ou seja, se a USP fosse como dois dos principais departamentos da FFLCH, ela seria muito mais bem avaliada.
Safatle, diga aí: é gostoso ser um vigarista intelectual? Deve ser, né? Essa sua clivagem só seria verossímil, ainda que continuasse falsa, se houvesse qualquer relação de causa e efeito entre a suposta repulsa da FFLCH à polícia e sua qualidade e entre o apoio à polícia das outras unidades e sua suposta falta de qualidade. Mais: forçoso seria que repulsa e apoio nesses dois grupos fossem unânimes. Sejam lá quais forem as qualidades do Departamento de Filosofia, elas não decorrem desse tipo de pilantragem argumentativa.Segundo, não foram alunos “ricos, mimados e sem limites” que provocaram os atos. Entre as faculdades da USP, a FFLCH tem o maior percentual de alunos vindos de escola pública e de classes desfavorecidas. Isso explica muita coisa."


Isso não explica coisa nenhuma! Como a maioria da USP é favorável à presença da PM e como a ação da polícia contou com o apoio de mais de 70% dos paulistas, Safatle está tentando agora brincar de luta de classes dentro do campus. Mas isso é o de menos. Ele está querendo esconder o óbvio. Clique aqui mais tarde e leia reportagem do Globo evidenciando quem são alguns dos invasores. Um é filho de empresário, outro de engenheiro, três outros de professores que ocupam cargos de direção em outras universidades…

"Para alunos que vieram de Higienópolis, a PM pode até significar segurança, mas aqueles que vieram da base da pirâmide social têm uma visão menos edulcorada.
Eles conhecem bem a violência policial de uma instituição corroída por milícias e moralmente deteriorada por ser a única polícia na América Latina que tortura mais do que na época da ditadura militar.
Não há nada estranho no fato de eles rirem daqueles que gritam que a PM é o esteio do Estado de Direito. Não é isso o que eles percebem nos bairros periféricos de onde vieram."

“Polícia corroída por milícias”? Ele está se referindo à PM do Rio? O TEXTO DE SAFATLE me dá nojo. Literalmente! Felipe de Ramos Paiva, o estudante assassinado na USP, era aluno da FEA (que Safatle deve considerar faculdade dos ricos) e morava em Pirituba, na periferia. Era filho de gente pobre.
Mais: tivesse um mínimo de amor pela ciência, forçoso seria o professor ter em mãos uma pesquisa que cruzasse renda e origem social com opinião sobre a PM na USP. Mas ele não tem. Recorre a um truque de uma picaretagem intelectual e conceitual que assusta: alunos da FFLCH seriam pobres, da periferia e da escola pública — e, por isso, contra a presença da PM.
Já os das demais unidades seriam ricos, das áreas nobres e da escola particular — e, portanto, favoráveis à polícia. ELE NÃO TEM ESSES DADOS. Conclui-se desse raciocínio que os pobres são contra a presença da polícia em seus bairros.

"Terceiro, a revolta dos estudantes nada tem a ver com o desejo de fumar maconha livremente no campus. A descriminalização da maconha nunca foi uma pauta do movimento estudantil."

Que “movimento estudantil”? Foi o “movimento estudantil” que invadiu dois prédios e impediu a PM de cumprir o papel que lhe garante a Constituição? Cadê o PCO, a LER-QI e o Negação da Negação no texto de Safatle?

"Infelizmente, o incidente envolvendo três estudantes com um cigarro de maconha foi a faísca que expôs um profundo sentimento de não serem ouvidos pela reitoria em questões fundamentais."

É mentira! A USP tem 89 mil estudantes. A invasão da reitoria foi decidida por 300, e efetivada por menos de 100. Isso revela a seriedade do argumento.

"Era o que estava realmente em jogo. Até porque, sejamos claros, mesmo se a maconha fosse descriminalizada, ela não deveria ser tolerada em ambientes universitários, assim como não se tolera a venda de bebidas alcoólicas em vários campi."

Ah, a quem este rapaz pensa que engana? Aqui ele decide demonstrar seu repúdio à maconha para sugerir que pretende discutir coisas mais importantes.

"Quando ocorreu a morte de um aluno da FEA, vários grupos de estudantes insistiram que a vinda da PM seria uma máscara para encobrir problemas sérios na segurança do campus, como a iluminação deficiente, a parca quantidade de ônibus noturnos, a concentração das moradias estudantis em só uma área e a falta de investimentos na guarda universitária. Isso talvez explique porque 57% dos alunos dizem que a presença da PM não modificou em nada a sensação de segurança."

Espero que o “porque” de Safatle, no lugar de “por que”, seja só um erro da revisão. Mas isso é o de menos. O problema desse rapaz é o erro de pensamento. As condições gerais da USP podem melhorar com ou sem polícia; uma coisa não depende da outra.
“Sensação de segurança” não salva ninguém, mas a segurança efetiva sim! Depois da presença da PM no campus, os furtos de veículos caíram 90%. Já roubos em geral tiveram redução 66,7%. Roubos de veículos caíram 92,3%. Esses são os fatos.

Safatle integra o grupo da USP que pretende, a partir de um incidente protagonizado por uma minoria de extremistas, criar um casus belli. O objetivo, já denunciei, é fazer no ano que vem “a maior greve em 10 anos”.

O confronto entre maconheiros e PM, Safatle tem razão em certa medida, é só a falsa questão. A razão de fundo é eleitoral. Safatle também integra a turma dos “inteliquituais” engajados na candidatura de Fernando Gugu-Dadá Haddad à Prefeitura.

Gugu-Dadá Haddad é aquele que, num rasgo de sinceridade, afirmou, censurando a ação da PM contra os invasores, que “não se pode tratar a USP como se fosse a Cracolândia e a Cracolândia como se fosse a USP”. Ou seja: ele estava dizendo que polícia é coisa pra pobre. Safatle deve concordar, não é?, ao contrário do que diz em sua coluna abjeta.

Por Reinaldo Azevedo