"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

A CARA DO PT

Greve da PM na Bahia e privatização de aeroportos, esse é o verdadeiro PT.
Quem diria que após 25 anos de presepadas, greves, baderna, lutas contra tudo e contra todos.

Mentiras das mais absurdas, e até algumas mortes. O PT chegaria ao poder para colocar tanques de guerra contra grevistas e faria privataria em aeroportos. Sem contar as denúncias de escândalos de corrupção, safadeza, superfaturamentos, desvio de verbas, cobranças de propinas e roubos que causam a derrubada de mais de uma dezena de ministros desde o DESgoverno do EX presidente Defuntus Sebentus.

Ministros envolvidos em toda sorte de trambique, ministro deputado que é cassado por fraude e sabe-se-la mais o que.
Mentiras, incomPTencia administrativa. Falência das instituições, aparelhamento do judiciário, e formação de uma verdadeira quadrilha de mafiosos.

O PT finalmente mostrou a cara. E acara PTralha é tão suja que o que existe de pior na política brasileira é aliado e base de apoio dos Ratos Vermelhos, Maluf, Sarney, Barbalho, Calheiros, etc...etc...etc...

Eles lutam pelo quanto pior melhor para desviar as atenções da sociedade para a verdadeira rapinagem que praticam contra o estado brasileiro. No dia em que o PT sair do poder o Brasil vai estar mais arrasado do que plantação quando atacada por nuvens de gafanhotos. Levaremos décadas para tornar o Brasil uma nação de verdade.

Em pensar que eles passaram décadas acusando aos outros de fazerem tudo o que hoje fazem... Desde os anos 80 eu sempre combatí o PT, pois eu jamais acreditei em tanta ética e transparêncioa que eles tentavam passar aos menos avisados. E o resultado é esse que vemos hoje, o país está a beira da falência institucional, os cofres públicos viraram caixinha de benefícios para quadrilheiros e ditadoretes Bostivarianos.
E o povão virou de vez massa de manobra por conta das odiosas bolsas que só transformaram o povo pobre e miserável da pocilga em fiéis eleitores das Ratazanas Vermelhas.
(...)

Fevereiro 07, 2012
o mascate

A VOZ DA OPOSIÇÃO

"O PT acabou. Com as suas bandeiras foi sepultado. Poderia se afirmar que houve estelionato eleitoral. Na campanha [de 2010] o PT dizia que o adversário privatizaria o país, o PT jamais. Privatizações jamais. No entanto, é o PT que privatiza".

Álvaro Dias, senador paranaense do PSDB, fazendo oposição de verdade.
7 de fevereiro de 2012

AÉCIO: AGORA VAI!

"Há um software pirata em execução no Brasil. Porque o original é nosso. Quem concebeu essa construção macroeconômica de câmbio flutuante, superavit primário, foi o PSDB. A Lei de Responsabilidade Fiscal, as privatizações, o Proer, que foi fundamental para a solidez do nosso sistema financeiro"


Aécio Neves, pré-candidato tucano preferido pelo FHC, falando macio e fácil aos ouvidos do povão. Agora vai!

07 de fevereiro de 2012

CALOTE ANUNCIADO

O diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, afirmou que a estatal recebeu nesta terça-feira (7) uma carta da venezuelana PDVSA dizendo que não conseguiu fechar as garantias com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a entrada no projeto da refinaria Abreu e Lima, no Recife. Segundo ele, a estatal está analisando o documento e deve responder a PDVSA. "Nos próximos dias, talvez em cinco dias", disse. "Eles responderam que não conseguiram fechar as garantias com o BNDES. Agora, nós estamos analisando o documento." O executivo não deu mais detalhes sobre a carta, mas afirmou que a PDVSA não pede explicitamente uma prorrogação do prazo para definição das garantias. O diretor lembrou que a Petrobras vem tocando o projeto sozinha e as obras já estão 50% concluídas.

(G1)
07 de fevereiro de 2012

TRIBUNAL DE CONTAS MANDOU PARAR A FARRA SALARIAL EM BRASÍLIA, MAS OS DESEMBARGADORES INVENTARAM UMA DESCULPA E SEGUIRAM EM FRENTE

O que pensar do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJ-DF)? Custeado pela União, é pródigo em pagar gratificações totalmente absurdas não somente a magistrados (desembargadores e juízes), como também a determinados funcionários da corte (no caso, a palavra corte vale em todos os sentidos, já que Brasília não deixa de ser um reino da fantasia).

Nesse generoso Tribunal, em dezembro passado, um dos desembargadores recebeu de uma só vez R$ 370,3 mil em benefícios, que, incorporados ao salário de R$ 24,1 mil, garantiram ao magistrado um total de R$ 401,3 mil.

No mesmo mês, um juiz substituto ganhou R$ 240,5 mil só em vantagens. E um analista judiciário, cujo salário é de R$ 11 mil, recebeu R$ 205 mil em vantagens. Também em dezembro, um técnico ganhou R$ 145,9 mil, ou seja, 22 vezes mais do que o salário que recebe mensalmente pelo cargo que ocupa – R$ 6,5 mil.

O mais desanimador nisso tudo é saber que um acórdão do Tribunal de Contas da União (TCU), julgado em 2010, identificou irregularidades nos pagamentos do TJ-DF, mas não aconteceu nada, a farra do boi continuou impune, livre, leve e solta.

Os auditores do TCU consideraram indevidos cerca de 8% da folha de pagamento anual do tribunal. Entre os problemas: pagamento de vantagem pessoal nominalmente identificada (VPNI) a magistrados, cessão de servidores sem ônus para os tribunais a que foram designados e acumulações ilegais de cargos.

Os ministros do TCU então determinaram medidas para acabar com a farra dos pagamentos. Mas o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios simplesmente desconheceu a decisão do TCU. Continuou pagando nababescamente a magistrados e funcionários, sob argumento de que obedece rigorosamente o limite do teto constitucional para a elaboração da folha de pagamento, que é de R$ 26,7 mil mensais, vejam só que tamanha desfaçatez.

A nota da assessoria de comunicação do Tribunal é uma peça de ficção: Diz que “o servidor ou magistrado que receba valores mensais superiores terá a remuneração retida”. E com relação aos valores apontados pela repórter do Estadão que levantou a denúncia, Alina Rizzo, o Tribunal alega que “os valores diriam respeito a verbas pagas uma única vez e não ao vencimento mensal. Em dezembro, por exemplo, além das parcelas únicas (13º salário, terço constitucional, remuneração de férias), houve o pagamento de valores devidos a título de “exercícios anteriores”.

Então, fica combinado assim. Não há irregularidade alguma. E viva Brasília, a ilha da fantasia, travestida em corte!

07 de fevereiro de 2012
Carlos Newton

GREVES POR MELHORES SALÁRIOS FAZEM PARTE DO CONTEXTO DEMOCRÁTICO

Embora geralmente tragam transtornos para a população, greves por melhores salários fazem parte do contexto democrático.

O que não se admite nem se pode tolerar são a baderna e a intolerância. A sociedade então deixa de apoiar os grevistas, criando-se focos de ressentimentos, indisciplina e vinganças. O caos toma o lugar do bom senso.

Os episódios lamentáveis e perigosos que a nação e o mundo assistem na Bahia são fortes indicios de que nestas situações fica clara a falta de autoridade e pulso forte dos governantes.

Nenhum dos lados quer ceder. Todos querem mostrar força. O pior é que a bagunça da Bahia poderá se estender a outros Estados. Devagar com o andor que o santo é de barro. Tudo tem limites. É hora de se evitar mais tragédias. O brasileiro mal se recupera de uma desgraça, eis que surge outra com a mesma intensidade.

Devagar com o andor que o santo é de barro, especialmente na Bahia de Todos os Santos.

07 de fevereiro de 2012
Vicente Limongi Netto

DIREITOS TRABALHISTAS SOB AMEAÇA

A Espanha mantém o direito à estabilidade no emprego previsto tanto na legislação interna, como na comunitária e nos instrumentos internacionais ratificados. Só que tal direito está seriamente ameaçado, a ponto de deixar de existir, principalmente após implementadas medidas contra a crise de 2008. Pelo nosso lado, temos que isoladamente o Brasil não está conseguindo manter o nível de qualidade de sua lei trabalhista, e agregar novas tendências. Não conseguimos sequer compor nosso texto com os dos países do Mercosul.

Nas garantias sociais ganhamos da emergente China, do Oriente, mas perdemos da Europa globalizada. Mesmo assim não avançamos com a nova CLT, nem no social ou na fecundação de novos dispositivos que agilizem o processo, sem a necessidade de sacrificar o empregador, principalmente no que tange as soluções processuais em execução, onde o juiz laboral, sequer resvala, no preconizado do art. 620 do CPC, que dita “o menos gravoso”.
A grande preocupação dos legisladores que tratam da nova CLT, é o de saber diferenciar interesses corporativos da magistratura e interesses sociais da classe produtora, em que empregado e empregadores, possam manter um mínimo de convívio, dando base à manutenção dos postos de trabalho, e incentivo a abrir novas oportunidades. Mas não esses os norteadores que se praticam na Justiça do Trabalho, onde tempos enumeras injunções com praticas delituosas contra patrimônio protegido por lei federal, com penhoras em contas de aposentadoria, indenizações trabalhistas e até de terceiros que nunca figuraram no polo passivo da demanda e não se interligam com a causa em questão.

O aberratio júris é tamanho que para sair dessas armadilhas montadas pelos juízes, no mínimo o “acionado”, levará anos e terá custos. Muitos atribuem esses erros grosseiros, ao fato de juízes acomodados, entregarem seus afazeres da liturgia jurídica, a serventuários despreparados e descomprometidos com o munus da responsabilidade.

A reforma está estacionada no Congresso, por cinco legislaturas. Por falta de subsídios na CLT, a maior preocupação centra na execução do que é devido ao trabalhador. É preciso definir a responsabilidade solidária do sucedido e do sucessor pelos créditos trabalhistas constituídos antes da venda do estabelecimento.

Constatado durante a execução trabalhista, após a desconsideração da personalidade jurídica, que o executado é mero sócio aparente, deve-se ampliar a execução para alcançar o sócio oculto. Tal medida não viola a coisa julgada. A parte frágil fica por conta da citação do sócio oculto, sem citar o aparente, em flagrante caso de nulidade, prejudicando a qualidade do titulo executivo.

Explicando o dilema de que vive o magistrado, o jurista Dalmo Dallari diz que o distanciamento do juiz revela uma aparente superioridade quanto às demais pessoas, prejudicando a visão da sociedade acerca do Judiciário: “Compreende-se que um juiz sobrecarregado de trabalho não tenha muita disposição para ouvir com paciência ou para traduzir em temos da linguagem comum as expressões técnicas. Mas em grande parte, essa dificuldade de compreensão e diálogo está ligada a uma atitude de superioridade em relação às pessoas comuns e à falta de percepção de que, muito mais do que um aparato formal, a magistratura bem exercida é um serviço relevante para o povo. Essa inconsciência de seu papel social influi para que o juiz fique longe do povo e, em última análise, prejudica a apuração da verdade e a realização da justiça, reduzindo a utilidade e o prestígio do Judiciário “, diz Dallari.

Poder-se-ia resumir o quadro dos demais deveres do juiz, afirmando-se que o verdadeiramente vocacionado é o juiz cuja consciência se vê continuamente chamada a repensar suas posturas e o seu empenho no cumprimento de sua missão. No mais, penso eu, que seria pouco lembrar que a violência do ato impensado do juiz, mesmo que não reverta contra o que praticou, pode a longo prazo, trazer resultados danosos a sociedade.

07 de fevereiro de 2012
Roberto Monteiro Pinho

OS ÚLTIMOS DIAS DO ÓPIO

'Narcopolis', de Jeet Thayil, analisa evolução de Mumbai sob a ótica de figuras do submundo das drogas
7/02/2012

A história oficial de Mumbai atribui o crescimento da cidade a seu porto natural e sua indústria têxtil. Mas antes que as fábricas de algodão dominassem a cidade, os mercadores de Mumbai enriqueciam exportando ópio para a China. As principais escolas de arte e arquitetura da cidade, e seu melhor hospital público foram batizados em homenagem a um pioneiro desse comércio, Jamsetjee Jeejeebhoy, que também dá seu nome a uma estrada elevada que cruza a parte antiga de Mumbai.

Nas sombras do viaduto está a Shuklaji Street, a última conexão de Mumbai com o ópio. “Não era exatamente uma rua”, afirma Dom Ullis, o narrador de Narcopolis, o romance de estreia de Jeet Thayil, ambientado no epicentro do crime, povoado por prostitutas, traficantes e ladrões. Dom está lá para tomar parte no caso de amor de Mumbai (ainda chamada de Bombaim pelo autor do livro) com o ópio, no momento em que ele se aproxima de seu fim, 150 anos depois de seu início.

Dom entra e sai do Rashid’s, uma casa de ópio à moda antiga, no qual empregados preparam seu cachimbo e a serenidade prevalece. Lá ele conhece Rumi, um empresário falido que espanca a esposa; Xavier, um velho artista furioso; Dimple, um eunuco que por sua vez lhe conta a história do Sr. Lee, um exilado chinês. E, é claro, o próprio Rashid, dono do estabelecimento, que observa – e resiste em vão – seu mundo de usuários de ópio se tornar obsoleto com a chegada da heroína de baixa qualidade. Mumbai se esquece do ópio enquanto aqueles que o utilizavam morrem ou arruínam seus cérebros.

Um ex-viciado, Thayil tem experiências pessoais com o mundo que descreve. Mas ele também é um poeta, e trata suas palavras com carinho. Seus esforços estão lá para serem vistos, e ele resiste à tentação de se inserir na narrativa. Dom Ullis é uma figura frequentemente ausente que não entrega nada ao leitor. A única maneira de acompanhar a cronologia do livro é por meio dos diálogos. Novos carros, refrigerantes e coffee shops indicam a passagem do tempo e a evolução econômica da Índia. Referência brutais aos muçulmanos indicam que parte da ação se passa depois de 1993, quando a cidade foi palco de violentos conflitos religiosos. E as menções ao ecstasy e o MDMA, indicam que a saga de Narcopolis chega à Mumbai do século XXI.

DILMA, A DEVOTA DE "NOSSA SENHORA DE FORMA GERAL"

Dilma, a devota de “Nossa Senhora de Forma Geral”, escolhe uma notória defensora da legalização do aborto para a Secretaria das Mulheres; já fez dois, confessou, sem que ninguém a tanto a obrigasse

Por Reinaldo Azevedo - Veja Online
Eu gosto de sinceridade. Pago um preço alto por dizer o que penso, com sabem. A sinceridade na política é uma tolice? Pois é… Eu não sou político. Leiam o que informa Bernardo Mello Franco, na Folha. Volto em seguida:
*
Amiga da presidente Dilma Rousseff desde a década de 1960 e sua colega de prisão na ditadura militar, a nova ministra Eleonora Menicucci, 67, promete defender a liberação do aborto à frente da Secretaria de Políticas para as Mulheres. Socióloga, professora titular de Saúde Coletiva da Unifesp e filiada ao PT, ela assumirá o cargo na sexta-feira.
Substituirá a também petista Iriny Lopes, que sai para disputar a Prefeitura de Vitória.
Menicucci integra o Grupo de Estudos sobre o Aborto e já relatou ter se submetido à prática duas vezes. Ontem, afirmou à Folha que levará sua convicção e sua militância na causa para o governo.
“Minha luta pelos direitos reprodutivos e sexuais das mulheres e a minha luta para que nenhuma mulher neste país morra por morte materna só me fortalece”, disse.
Na campanha eleitoral de 2010, deu-se um evento fabuloso: Dilma Rousseff, então candidata do PT, notória defensora da “legalização” do aborto — ela empregava essa palavra —, mudou o discurso. Setores da imprensa armaram um escarcéu danado, acusando de “reacionários” todos aqueles que, ora vejam!, lembrassem as palavras da própria candidata.

A polêmica sobre o aborto marcou a corrida presidencial de 2010, quando José Serra (PSDB) usou o tema para atrair o voto religioso. Dilma, que já havia defendido a descriminalização da prática em duas entrevistas, disse ser “a favor da vida”, mas afirmou que não faria uma “guinada à direita” para se eleger.
A nova ministra anunciou que fará uma gestão de continuidade. Citou como prioridades o combate à violência contra a mulher e à “feminilização da pobreza” e a preparação das feministas para a conferência Rio+20. Ela negou os rumores de extinção da secretaria, que circulavam desde o ano passado. “Digo isso como futura ministra. A secretaria continua com status de ministério e com muita força”, afirmou. Leia o texto completo aqui.


PS - Uma mulher que fez dois abortos de maneira que ninguém a obrigasse, só pode fazer culto a uma "Nossa Senhora da boca arreganhada", desconhecida por todos nós, que temos o objetivo constante em caminhar pela via moral da evolução de espírito. Quanto a presidente Dilma que escolhe sua ex-companheira de prisão para "ministrar"as mulheres brasileiras, no altar ocupam os "santos" da mesma devoção . MOVCC

A NOVA MINISTRA VOLTA A DEFENDER LEGALIZAÇÃO DO ABORTO E COMPARA A PRÁTICA A "CRAXK, DROGAS, DENGUE, HIV E DOENÇAS INFECTO-CONTAGIOSAS"

Uma das características principais, se não for a principal, dos defensores da legalização do aborto é a DESUMANIZAÇÃO DO FETO, a transformação da VIDA que está no ventre da mulher em COISA, para que ele possa ser então, sugado, curetado. É um modo de pensamento que tem história.

Dilma Rousseff, antes de dar aquele truque nos eleitores e ter se tornado católica e contrária à legalização do aborto, era a favor. Deu inúmeras entrevistas. No dia 14 de maio de 2010, em Brasília (ah, a memória, esta minha amiga!!!), ao fim da chamada “Missa dos Excluídos”, que costuma juntar católicos de esquerda (!?), a então candidata do PT deu esta declaração maravilhosa sobre o aborto:
“Não é uma questão se eu sou contra ou a favor, é o que eu acho que tem que ser feito. Não acredito que mulher alguma queira abortar. Não acho que ninguém quer arrancar um dente, e ninguém tampouco quer tirar a vida de dentro de si”.

Entenderam? Embora, numa distração, Dilma considerasse que o feto é uma “vida dentro” da mulher, ela defendia o aborto. Ao procurar uma imagem para explicitar o seu pensamento, encontrou: “Ninguém quer arrancar um dente”! Assim, feto e dente se equivalem. As palavras fazem sentido.

Os cristãos, inicialmente os evangélicos e depois os católicos, não gostaram das opiniões da candidata. A questão pegou fogo na campanha eleitoral, e a petista virou, então, religiosa. Eleição ganha, Dilma pode retomar o velho projeto. Por isso nomeou para a Secretaria das Mulheres Eleonora Menicucci, ex-colega de armas — integrou o grupo terrorista POC (Partido Operário Comunista). Consta que Dilma não pegou no berro propriamente; Eleonora pegou.

Ontem, esta senhora já discorreu sobre o aborto. E voltou a fazê-lo nesta terça. Sua declaração é de embrulhar o estômago daqueles que não se deixam embrulhar pela trapaça intelectual. Leiam:
“O aborto, como sanitarista, tenho que dizer, ele é uma questão de saúde pública, não é uma questão ideológica. Como o crack, as drogas, a dengue, o HIV, todas as doenças infecto-contagiosas.”

Como é que é? “Como sanitarista”, então, ela decreta que “não é uma questão ideológica”, mas “de saúde pública”? E sua autoridade para decretá-lo decorre do fato de ser “sanitarista”? Então se deve concluir que:
- o aborto é uma mera questão sanitária:
- todos os sanitaristas são necessariamente a favor do aborto como medida de pura higienização.

Os nazistas não afirmariam nada mais, como direi?, preciso a respeito. Se há alguma dúvida sobre o que ela pensa a respeito do feto, a dúvida se desfaz ao seguir os passos da chefe e tentar tornar mais claro o conceito. A outra comparou o “feto arrancado” ao “dente arrancado”. Dona Eleonora resolveu ficar na sua área e mandou brasa: o aborto não é uma questão ideológica, assim como não o são “o crack, as drogas, a dengue, o HIV, todas as doenças infecto-contagiosas.”

O aborto não é mais como um dente arrancado.
O aborto é como o crack e as drogas.
O aborto não é mais como um dente arrancado.
O aborto é como o mosquito da dengue.
O aborto não é mais como um dente arrancado.
O aborto é como o vírus HIV.
O aborto não é mais como um dente arrancado.
O aborto é como as doenças infecto-contagiosas.

No dia em que Dilma enganou os evangélicos

Em outubro de 2010, na reta da eleição, a então candidata Dilma Rousseff enviou uma Carta Aberta aos evangélicos. Escrevi a respeito e comentei. No item 2, lia-se: “2. Sou pessoalmente contra o aborto e defendo a manutenção da legislação atual sobre o assunto”. No item 3, estava escrito: “3. Eleita presidente da República, não tomarei a iniciativa de propor alterações de pontos que tratem da legislação do aborto e de outros temas concernentes à família e à livre expressão de qualquer religião no País.”

Era só uma tática. Saibam que existe um projeto enviado ao Congresso pelo governo petista que descrimina, sim, o aborto. Agora é questão se “ganhar a sociedade” com o proselitismo. Dilma escolheu para a pasta uma militante da causa.

O silêncio dos bocós

Eleonora, já deu pra perceber, é chegada à mitologização da própria trajetória. Voltou a falar sobre o seu passado na luta armada, e isso costuma bastar para que os presentes façam um silêncio reverencial, ainda que ela compare um feto a um mosquito ou a uma infecção:
“Quem passou pelo que nós passamos na luta contra a ditadura cresce, amadurece, e não esquece nunca. São marcas que nos tornam mais fortes e mais sensíveis ao debate, sensíveis à espera, sem sentar-se numa cadeira e ficar esperando a banda passar. É espera com ação”, disse Menicucci.”

“Luta contra a ditadura” uma ova! Luta a favor de uma ditadura contra a outra ditadura! A diferença é que, se Eleonora e sua turma tivessem vencido, o terror teria durado muito mais tempo e matado uma quantidade de pessoas infinitamente maior, como provam todos os regimes comunistas. E Eleonora queria comunismo. Foi torturada? Lamento! Lamento, repudio e acho que os torturadores merecem a lata do lixo, assim como todos os assassinos comunistas.

Não dá! Esta senhora foi muito além do razoável. Andou revelando por aí, sem que lhe tenha sido perguntado, que tem uma filha lésbica, que ela própria se relacionou com homens e mulheres etc. Parece padecer de egolatria; gosta de fazer praça de seu estilo de vida; acha que suas práticas pessoais compõem uma categoria de pensamento. É a Val Marchiori da esquerda. Está pronta para a capa de “Caras - Versão Vermelha”. Se eu fosse avançar na alegoria, teria de escrever que a banheira e a taça de champanhe de uma celebridade comunista estariam necessariamente cheias de sangue. “Ah, esse Reinaldo! Olhem que agressividade!” Sei. Suave é comparar o feto a uma infecção.

Eu estou pouco me lixando para a vida privada de Dona Eleonora e de sua família. Não tenho nada com isso. Eu não assisto ao ‘Mulheres Ricas” e também não me interesso por “Mulheres Loucas”. O que eu sei é o seguinte: é próprio das tiranias desumanizar o homem para que possam eliminá-lo em nome de uma causa. Assim procederam todos os fascismos, especialmente a sua versão nazista. Assim procedeu o comunismo. A diferença é que os fascistas costumam se esconder porque, intimamente, sabem-se partidários do horror, da truculência e da morte. Os comunistas recalcitrantes, ao contrário, sentem orgulho em revelar a sua condição. O fascista, um asqueroso, transforma a morte num instrumento de luta pelo poder; o comunista, outro asqueroso, transforma a morte num instrumento de progresso social.

Não, Dona Eleonora!
O feto não é um mosquito!
A vida é mais do que uma infecção!
Se e quando não for, então um partido vai definir quem é progressista o bastante para viver e quem não é colaborativo o bastante para morrer.

07 de fevereiro de 2012
Reinaldo Azevedo

VICIADOS EM DITADURA

Quando Dilma Vana Rousseff assumiu a Presidência da República, muitas almas ingênuas se deixaram levar pela esperança de que, ao menos na política externa, haveria alguma mudança. A postura canhestramente antiamericana e desavergonhadamente pró-ditaduras do governo anterior, responsável por alguns dos maiores vexames da história do Itamaraty (como o apoio descarado a um político golpista em Honduras, as relações mal-explicadas com os narcoterroristas das FARC e um acordo fajuto para permitir à teocracia do Irã ganhar tempo para ter a bomba atômica, entre outras enormidades), seria substituída por uma atitude mais sensata e discreta, como convém a democratas. Aparentemente, o governo Dilma estaria se afastando de regimes que apedrejam mulheres e enforcam opositores e se colocaria, finalmente, do lado bom e decente da humanidade, o lado da civilização contra a barbárie. Não mais piscadelas e salamaleques para ditadores e violadores contumazes dos direitos humanos, acreditou-se, mas um pouco de compostura e decência - pelo menos isso.

Durou pouco a ilusão. Se ainda havia alguma dúvida de que o governo Dilma Rousseff nada mais é do que o governo Lula requentado (apenas com um pouco menos de verborragia e sem tantos fogos de artifício), essa foi para o beleléu no começo desta semana, com a visita da ex-camarada Estela à ilha de Cuba, o fetiche supremo dos esquerdistas.

O que ocorreu em Havana foi o fim de mais um mito criado em torno de Dilma Rousseff, cuja biografia oficial, graças à aura de ex-guerrilheira que ninguém sabe direito o que fez, já começa a adquirir contornos de hagiografia (escrevo sobre isso em outro texto). A viagem foi precedida de alguns gestos que pareceram a muitos um sinal de "mudança", como a concessão de visto, por parte do governo brasileiro, para que a blogueira Yoani Sánchez visite o Brasil para um festival de cinema (se virá ou não, é outra questão, pois o governo cubano já negou seu pedido de saída do pais 18 vezes, e tudo indica que não o fará novamente), assim como as recentes "reformas" anunciadas pela ditadura, como a permissão para vender carros e o limite de dez anos (depois de 53 anos de ditadura!) para a permanência de governantes em cargos de mando. Tudo, porém, não passou de fogo de palha, de muito confete para pouca música.

Não se repetiu, dessa vez, a cena escabrosa de um Lula da Silva posando, sorridente, ao lado da múmia Fidel Castro no momento em que um preso de consciência, Orlando Zapata Tamayo, morria de fome em um calabouço da ditadura. Seria dificil ultrapassar nível tão abissal de abjeção. Mas a visita de Dilma não esteve longe em termos de desprezo pelos direitos humanos. Poucos dias antes dela chegar à ilha e encontrar-se em segredo com Fidel Castro, outro dissidente, William Vilar, morreu em uma greve de fome em protesto contra a repressão política e a falta de liberdades na ilha-prisão. O que disse Dilma, a ex-torturada, sobre o fato? Nada. Nem uma só palavra.

Em vez disso, na única ocasião em que tocou no assunto dos direitos humanos quando esteve na ilha, a digníssima tratou de comprovar, pela enésima vez, sua pouca familiaridade com as formas mais elementares de expressão e, de quebra, cometeu uma gafe que só não faria corar de vergonha seu antecessor. Perante os jornalistas, naquela língua estranha e quase ininteligível que é o dilmês, ela criticou o tratamento cruel dispensado aos presos... em Guantánamo! Sim, para a presidente do Brasil, só há tortura, só há presos de consciência, na prisão norte-americana! Na visão geopolítica muito peculiar de Dilma Rousseff, Marco Aurélio Garcia e companhia, não há qualquer diferença entre Cuba e os EUA, assim como não há diferença alguma entre os presos em Boniato ou Kilo 7 e os detidos em Guantánamo.

Com mais essa declaração infeliz, Dilma se aproximou um pouco mais de Lula, que talvez na frase mais estúpida já pronunciada por um chefe de Estado em todos os tempos, comparou em 2010 os presos políticos cubanos aos bandidos do PCC... Dilma não chegou a tanto – seria demais até para ela –, mas colocou dissidentes como Orlando Zapata e William Vilar na mesma vala comum dos terroristas presos na prisão norte-americana, como Khaled Sheik Mohammed, o mentor dos atentados de 11/09/2001.

Por falar em Guantánamo, lembrei agora de um fato interessante: no auge do clamor mundial contra o tratamento dispensado pelos EUA aos prisioneiros, o jornalista e provocador intelectual Christopher Hitchens, falecido no final do ano passado, defendeu o fechamento da prisão norte-americana, pelo seguinte motivo: os EUA estavam ajudando a criar uma ameaça à sua seguranca, ao permitir que o local se transformasse numa grande madraçal. Em Guantánamo, os terroristas presos têm direito a rezarem quantas vezes quiserem e a lerem o Corão. Comparativamente a outros presos, têm mesmo um tratamento cinco estrelas. Será que se pode dizer o mesmo dos presos políticos em Cuba?

Seria demais esperar de Dilma Rousseff, que nos anos 60 pegou em armas para transformar o Brasil numa nova Cuba, que, em sua visita à ilha, se encontrasse com dissidentes. Mas poderia, pelo menos, ficar calada. Assim, além de evitar o vexame de maltratar os ouvidos alheios com seus solecismos e anacolutos, poderia vender mais facilmente a lorota de que a visita foi apenas "de negócios", como repetiu sua assessoria. Com sua declaração inacreditável sobre Guantánamo, a musa de Arnaldo Jabor deixou claro que sua ida a Havana não visou apenas a interesses comerciais, mas, sobretudo, a prestigiar a ditadura.

Essa é a postura do governo Dilma: para a ditadura comunista dos irmãos Castro, silêncio cúmplice e solidariedade; para os EUA, críticas – e em Cuba. Ou seja: fala grosso com os EUA, mas afina com tiranos de sua predileção. E ainda há quem fale em "mudança" na política externa brasileira... Aí está a própria Dilma para desmentir esse wishful thinking.

Claro, haverá quem diga que não cabe a um chefe de Estado em visita a outro pais fazer declarações sobre direitos humanos ou liberdade de imprensa, pois isto seria, além de uma quebra do protocolo diplomático, imiscuir-se nos assuntos do país anfitrião etc. Já conheço essa conversa.

Pois eu digo que, para além desse palavrório afetado, defender os direitos humanos, em lugares como Cuba, mais do que cabível, é uma obrigação política e moral. Ainda mais em se tratando do Brasil, país que é, atualmente, o maior parceiro comercial de Cuba - o que significa que é, junto com a Venezuela do bufão Hugo Chávez, o principal sustentáculo do regime. Em 2011, o saldo comercial entre Brasil e Cuba chegou a US$ 642 milhões, um recorde; empresas brasileiras participam diretamente de importantes projetos de infraestrutura na ilha, como a ampliação do porto de Mariel (de onde saíram, em 1980, milhares de cubanos fugindo do paraíso socialista). Justamente por isso, o Brasil deveria usar o poder e influência que supostamente tem para conseguir avanços democráticos na ilha dos Castro. Mas não o faz. O que leva à pergunta: se o poder não serve para influenciar outros e construir um mundo melhor, como gostam de dizer os companheiros petistas, então para quê serve?

E não me venham dizer que as intenções, nesse caso, esbarram na realidade: poucas vezes houve condições mais favoráveis para usar o poder dos cifrões para influir nos rumos de outro país. Graças a décadas de incompetência do regime comunista, Cuba é hoje uma ruína econômica, e não tem qualquer produto de interesse para o Brasil, necessitando desesperadamente dos investimentos brasileiros para sobreviver. Já o Brasil não precisa de Cuba, exceto nos corações dos militantes empedernidos.

(Não faltará, também, quem fale num tal embargo norte-americano - que alguns insistem em chamar, por ignorância ou má-fé, de “bloqueio” -, o qual na prática não embarga nada, como se tivesse alguma coisa a ver com o fato de o regime mandar prender e fuzilar pessoas.)

Cai por terra, assim, outro mito, sistematicamente repetido pelos marqueteiros do lulo-dilmismo: o da nova potência mundial, respeitada e influente nos assuntos internacionais. No mesmo momento em que a combalida União Européia e até a Liga Árabe pressionam pelo fim das tiranias do Irã e da Síria, a presidente do Brasil Maravilha, que enche a boca para falar mal dos EUA e do FMI, não tem nada a dizer sobre direitos humanos na ilha subjugada há mais de cinquenta anos pelos Castro. Não vacila em condenar os crimes passados da ditabranda militar brasileira, mas amolece quando se trata da ditadura de verdade cubana. Ditadura, só se for a dos EUA...

Não é somente nos inumeráveis escândalos de corrupção e nas trapalhadas administrativas que o governo Dilma é um monótono déjà vu do de seu antecessor e criador. Na política externa, também, infelizmente, é clara a continuidade. Em Cuba, caiu a máscara de Dilma. Que tanta gente se recuse a ver isso e insista que ela é diferente de quem a inventou (alimentando o mito, ainda por cima, da gerente eficaz e rigorosa com "malfeitos" de seus subordinados), é algo que só se explica por motivos ideológicos - ou psicológicos. Não tem jeito. Com ou sem Lula, petralhas são viciados em ditadura.

PS.: Já tinha escrito este texto quando leio na imprensa que a blogueira Yoani Sánchez teve o visto negado para sair da ilha-presídio e viajar ao Brasil. Foi a 19a vez que a ditadura castrista a proibiu de viajar para o exterior, e a terceira tentativa frustrada de ir ao país de Dilma Rousseff. Certamente, os baba-ovos da castradura cubana dirão que foi culpa da CIA ou do embargo imposto pelos EUA à Cuba… São assim as coisas no universo mental dos devotos de ditaduras decrépitas e assassinas.

07 de fevereiro de 2012
Postado por Gustavo

ENTREVISTA COM O GENERAL VALMIR FONSECA PEREIRA

Já que o Jornal da Resistência Democrática, Edição de outubro de 2011, ainda não saiu, vamos conhecer esta maravilhosa entrevista por este meio.

ENTREVISTA À RESISTÊNCIA DEMOCRÁTICA DO GENERAL VALMIR FONSECA AZEVEDO PEREIRA

1. Fale um pouco a seu respeito: onde nasceu, onde mora, quanto tempo no Exército e quanto tempo na Reserva.

- Sou natural de Porto Alegre onde ingressei na Escola Preparatória em 1959. Resido em Brasília, onde cumpri minha última missão como Oficial - General no Estado - Maior do Exército. Isto após 19 transferências, durante a minha carreira de 42 anos de serviço. Estou na reserva há, aproximadamente, 09 anos.

2. O Senhor é Presidente da ONG TERNUMA. Pode nos falar sobre ela? Como surgiu a ideia, quais os objetivos?

- O Grupo “Terrorismo Nunca Mais” surgiu da indignação de cidadãos, enojados com a campanha de endeusamento dos criminosos que tentaram subverter a lei e a ordem, e o trucidamento dos agentes que lutaram contra aqueles facínoras. A indignação era potencializada pela inércia da sociedade em geral, que adormecida por uma parte, senão substancial, pelo menos mais atuante e agressiva, permitia, e de forma conivente, não reagia. E o pior, com o silêncio das Instituições militares dos agentes, que nada faziam ou não esboçavam a menor defesa ou sinal de contrariedade. Realmente, cidadãos de brios tomaram como ofensa a omissão que magoava e que machucava.

- Assim, reunidos em 25 de julho de 1998, 32 anos passados das hediondas explosões do Recife, um punhado de democratas civis e militares, inconformados com a omissão das autoridades legais e indignados com a desfaçatez dos esquerdistas revanchistas, organizou o grupo "TERRORISMO NUNCA MAIS" (TERNUMA), a fim de resgatar a verdadeira história da Revolução de 1964 e, mais uma vez, opor - se a todos aqueles que ainda teimam em defender os referenciais comunistas, travestidos como se fossem democráticos. O fundador foi o Coronel da Aeronáutica, Cel. Av. Juarez Gomes da Silva. O Grupo escolheu como seu patrono, o General Emilio Garrastazu Médici.

- A seguir, foi criado em Brasília uma regional. Basicamente, o Ternuma concentrou - se no Rio e em Brasília, embora tivesse associados de outras regiões.

- Os propósitos do Grupo constam de seu Estatuto que pode ser pesquisado no seu site (www.tenuma.com.br). Pela indignação verdadeira, autêntica, o Ternuma foi visto e carimbado como uma entidade radical e, até certo ponto, temida, injustamente. Aqui em Brasília, posteriormente, outros cidadãos tomaram a iniciativa de criar uma regional, pois aqui residia e reside um dos principais alvos do revanchismo, o Cel. Carlos Alberto Brilhante Ustra. Aqueles que convieram com o Ustra, que o conheceram mesmo no tempo em que ele atuava como um dos agentes da repressão sabiam de seu profissionalismo, de sua correção de atitudes, e deploravam as injúrias que o ilibado militar e sua família eram vítimas. Processos sem fim, massacrantes e onerosos, que indignaram aos seus amigos, e levaram a criar em Brasília uma regional do Ternuma. Mas, o Ternuma ao declarar- se contra o terrorismo, posta - se contra a súcia que no passado usou da violência e do crime para a tomada do poder. É a mesma que hoje, através da manipulação da democracia, ou melhor, dos agentes da democracia que é o manuseio do voto popular, está no poder.

Hoje, é flagrante que busca perpetuar - se usando processos e os recursos do Tesouro Nacional para construir uma base na qual será instalada, pouco a pouco, com medidas escamoteadas, uma ditadura.

- O Ternuma visualiza e denuncia que a tática terrorista persiste, e por isso, declara - se contra os flagrantes passos para a concretização de um estado tirânico comandado por uma cúpula de canalhas, intocáveis, impunes. Mais do que nossas palavras, diversas tentativas, algumas exitosas de tomada de poder e subversão do pensamento da população nacional estão em andamento. O PNDH3, a Comissão da Verdade, o amordaçamento da imprensa, a desmoralização de valores, como a família, o descaso pela soberania nacional em nossa Amazônia, a liberação do uso da maconha, e uma infinidade de outras ações, como a exacerbação e a criação de dicotomias, fazem parte de uma grande estratégia de enfraquecimento da sociedade e a sua predisposição para aceitação das mais torpes ideologias.

3. Só participam dela oficiais da Reserva, ou é aberta para civis?

- Apesar de, inicialmente, apoiar - se na revolta contra as difamações e acusações contra aqueles que cumpriram a sua árdua missão, e eles eram militares e civis, lembramos que a indignação não veste farda; civis e militares cerraram seu sentimento de vergonha e de aversão à injustiça, e agruparam - se em entidades como o Ternuma e sobrevivem sem qualquer apoio.

4. Quantos membros a ONG possui e que tipo de atividade exerce?

- A base do Ternuma foi transferida este ano do Rio de Janeiro para Brasília. Hoje, temos no DF em torno de cem associados e fora, cerca de 60. Como revitalizamos o nosso site e inserimos um convite para adesão de novos membros, o nosso quadro, em especial de cidadãos de fora de Brasília, isto tanto de civis como de militares, tem aumentado, substancialmente. Como Entidade acima de qualquer suspeita, pois não temos nenhum vínculo com o governo ou quaisquer partidos políticos, temos a convicção de que o nosso pensamento traduz o de um número significativo de brasileiros.

- Não somos o último bastião, mas desejamos participar ativamente nas denúncias dos descalabros, dos desmandos, da insidiosa tentativa de subversão das mentes, que tem levado a Nação a um marasmo e a uma aceitação impensáveis, de condutas vergonhosas como a corrupção, e a impunidade. Aplaudimos as iniciativas espontâneas de repúdio à esbornia a que assistimos, apoiamos a Marcha Contra a Corrupção e tantas quantas surgirem, e quando a cidadania acordar, as mazelas serão abominadas em praça publica, e motivos não faltam.

- Na sua tarefa de conscientização, o Ternuma busca, constantemente, renovar suas ligações, seus contatos, aumentar a nossa participação, dentro dos parâmetros da lei; para tanto, além das reuniões mensais da Diretoria, temos as reuniões bimensais, onde realizamos Palestras, Encontros de Estudo, e mesmo de Confraternização. Nestas oportunidades, convidamos para participar de cada evento especifico, os nossos membros com esposas e o universo de simpatizantes que temos.

5. Como o Senhor vê a ação dos militares em 1964? A motivação foi apenas o chamado da população ou o Exército se movimentaria mesmo que não tivesse havido a grita popular?

- Nós, militares, aprendemos a defender a Pátria: esta é a essência de nossa profissão. À época, era estarrecedor, e nós acompanhávamos e estudávamos como o movimento comunista internacional, com sua ideologia marxista - leninista avançava por sobre as nações democráticas. E, no seu canto de sereia, adentrava perigosamente no Brasil. Os militares sabiam dos males que tais ideologias trariam para a Nação.

- Quanto à população em geral, dificilmente tinha noção do que ocorria, poderia lamentar as greves, os percalços no seu dia - a - dia, mas não dimensionava o perigo que se avizinhava. Creio que nestas circunstancias caberia às Forças Armadas, que possuíam o conhecimento e o discernimento e a obrigação de agir, entrarem em ação, com ou sem a grita popular. Gostaria, por relevante, de destacar a atuação de nosso Patrono, o ex - Presidente Médici, Comandante da Academia Militar das Agulhas Negras, quando não trepidou em empregar o Corpo de Cadetes em ações militares a favor da Contrarrevolução de 31 Mar 64, que descomunizou o Brasil.

6. Haveria possibilidade de o Exército agir por iniciativa própria naquela ocasião?

- Creio que na resposta anterior está respondido.

7. E o Governo Militar? Os acertos foram muitos. E os erros?

- Enumerar os acertos seria um longo e cansativo processo para os leitores. Todos ou quase todos são conhecidos, infelizmente, os acertos são escamoteados para a sociedade em geral. Os governos militares pautaram o exercício da governança estribados em estudos e planejamentos que foram cumpridos através dos Planos Nacionais de Desenvolvimento. Havia uma clara percepção do destino manifesto de que este País seria uma grande potência, necessitando de obras de infraestrutura, obras dispendiosas, desafios que foram aceitos, e hoje, a base para impulsionar este progresso foi edificada nos governos militares.

- Infelizmente, governos posteriores, omissos, sem planejamentos, não prosseguiram aquelas e outras obras previstas, e o que temos é uma Nação tolhida na sua falta ou precária infraestrutura e carente de energia. Que obras foram planejadas e executadas nas últimas décadas? Cabe aos detratores dos governos militares denegri-los, e sobre os seus feitos positivos para a Nação, escondê - los, e quando impossível, minimizá-los.

- Quanto aos erros, foram contra si, nunca no exercício do poder, pois a Nação foi bem conduzida, bem administrada; talvez a permanência além do tempo adequado tenha sido o mais citado equívoco. Contudo, para aqueles que conhecem, profundamente, a verdadeira história daquele período, sabem que os governos militares estavam determinados a realizar a passagem para os civis, quando as ações terroristas recrudesceram, surgindo os movimentos armados rurais, emergindo com uma forte possibilidade a criação de zonas de libertação na área rural, tal como surgiram as FARC, que infernizam, há décadas, a Colômbia. Foi sem duvida, uma dolorosa decisão prosseguir com um governo dito forte para debelar o perigo e continuar presidindo a condução do País, ou naquele momento crucial delegá – lo aos civis.

8. Qual a sua participação no Exército durante o Governo Militar?

- Como Cadete tive a honra de subordinado ao General Médici, então Comandante da Aman em 1964, de sair da Academia Militar em condições de combater as tropas que se opunham à Contrarrevolução. No período dos governos militares, como os demais, cumpri minhas atividades como oficial de infantaria, dedicado à preparação de novos contingentes, convicto de que deveria, como soldado, aumentar minha capacidade profissional, dar o exemplo, respeitar meus superiores e tratar com dignidade os meus subordinados. Enfim, atendia, como hoje, às prerrogativas, aos deveres e aos direitos que devem moldar um militar de escol, sejam Oficiais, Sargentos, Cabos ou Soldados.

9. Depois de devolver o governo aos civis, o Exército se acomodou? Caso afirmativo, qual a razão?

- Esta é uma pergunta de difícil resposta. Entre os equívocos dos governos militares, um dos mais grosseiros foi o seu silencio que permitiu que uma violenta campanha de difamação corresse solta, e não se defender como deveria, permitindo que uma falsa história fosse difundida, principalmente nas escolas, nas universidades.

- O Exército preferiu calar - se. Posteriormente, assustado com as campanhas difamatórias, optou por fechar - se, e numa tentativa de preservar-se, omitiu - se abrindo caminho para que o revanchismo, sem qualquer oposição chegasse até à Comissão da Verdade. É bom lembrar que o cargo de Comandante de qualquer das Forças é uma escolha política. Portanto, qualquer reação às determinações do Executivo pode redundar no afastamento do escolhido. Cabe a eles pesarem as suas decisões, e acatar as ordens superiores, algumas claramente esdrúxulas, verdadeiras agressões à sua autoridade e à Instituição ou saírem do cargo com o respeito de seus subordinados ou acomodarem - se, mesmo que por motivos que julguem grandiosos, mas, certamente, sob a desconfiança dos demais integrantes da Força.

10. Pode nos explicar quais as funções das FFAA de acordo com a Constituição? A obediência deve ser ao presidente da República ou à Constituição Federal?

- As Forças Armadas têm o seu papel constitucional muito bem definido no artigo 142 da Constituição Federal.

11. Como o Senhor vê o governo do PT: dois mandatos de Lula e a atuação de Dilma até agora?

- Comprovamos que os governos do PT foram pródigos na compra de votos através da distribuição de riquezas, ficando evidente que os benemerentes sempre sacam algum para si, e, altruisticamente, repartem os bens sacados do restante da população. Não foram governos empreendedores, sendo que nos oito anos do presidente lula, período de incremento da economia mundial, quando muitos países emergentes alcançaram altos índices de desenvolvimento, o Brasil, um dos integrantes dos BRICs, foi o de menor progresso. Mesmo comparando - se com diversos países da América do sul, lá está o Brasil, na rabeira.

- Poderíamos abordar outras áreas e em todas constatamos que, literalmente, patinamos, quando não regredimos. As distorções na área econômica são gritantes. Não exploraremos os equívocos que nos colocam na maior taxa de juros do mundo, num dos países de maior carga tributária, de crimes hediondos, de corrupção vergonhosa, de precárias condições de saúde, de estradas sucateadas, de tecnologia deficiente; a nossa internet, por exemplo, é das mais lentas e caras do mundo. O elenco de erros, de atrasos, de falsos sucessos é grande demais para serem enumerados numa entrevista.

12. Como o Senhor vê a atuação do Exército neste contexto? Poderia ser diferente?

- A atuação do Exército é até certo ponto lastimável. Não se trata de virar a mesa. De desencadear uma nova revolução, mas trata - se de preservar a dignidade que o Exército Brasileiro construiu, desde o nosso descobrimento, através de sua evolução histórica, uma identidade, uma personalidade. Esta identidade extrapola mesmo a grandeza de seus próceres como Duque de Caxias, pois é a somatória de seus grandes homens, de seus grandes feitos, e não merecia ser vítima de um revanchismo interesseiro.

- Estupefatos, os militares de uma maneira geral (e ninguém pode ser tachado de radical ou de boçal), envergonham – se da omissão ou da ausência de qualquer reação. Nestas alturas da perseguição do desgoverno, é evidente que, mais do macular a honra e a dignidade de alguns militares, que foram agentes legais, o empenho é para denegrir uma Instituição permanente e ilibada como é o Exército Brasileiro.

13. A Constituição do Brasil tem sido algumas vezes ignorada e outras vezes agredida frontalmente. Não seria o caso de o Exército interferir em defesa das Instituições Nacionais? O que o impede?

- Esta é uma pergunta dificílima, pois dependerá do momento, das circunstâncias. Não é a toa que o poder militar é, e deve ser subordinado ao poder civil. Qualquer um sabe, e os militares têm a consciência disso. Na democracia não prevalece a lei do mais forte, contudo, o País se ressente hoje da falta de um poder moderador, visto que o tripé preconizado pelo barão de Montesquieu, no Brasil de há muito foi deturpado, e o Executivo é o grande senhor que subordina a todos os demais os seus mandos e o terrível, aos seus desmandos. As Forças Armadas, eventualmente, exerceram este papel.

- Cumpre salientar que o Estado e a Administração são permanentes, ao passo que o governo é transitório. Portanto, confundir esses três elementos é erro descomunal. E fazer com que as três funções sejam assumidas pela única dentre elas que é transitória, constitui equívoco ainda maior. Pois é isso o que acontece no Brasil, desde a proclamação da República. O presidente é chefe do Estado, do Governo e da Administração. Em tese, ele assume por quatro anos e pode aparelhar o Estado e a Administração segundo conveniências pessoais ou partidárias, como faz isso, de modo sistemático, sem qualquer constrangimento legal, porque, de fato, tudo está sob o manto vermelho de seu poder czarista.

- Exército, ou melhor, as Forças Armadas foram massacradas, difamadas, vilipendiadas ao se arvorarem como guardiãs da Nação. A experiência da Contrarrevolução de 31 de março de 1964, e seus desdobramentos foram por demais devastadores para aquelas Instituições que, cautelosas, preferem manter um sepulcral silêncio. Contudo, sempre há um limite a ser considerado. Acreditamos que para impedir a supremacia do caos, a tiranização por qualquer meio, ideológico ou não, as Forças Armadas poderiam como no passado, mesmo a contragosto, mas como um imperativo de salvaguardar a Pátria, interferirem, mas sempre tendo como objetivo a manutenção da lei e da ordem.

14. Políticos e militantes do PT têm sido condecorados pelas três armas por serviços prestados à nação: Dona Marisa pela Aeronáutica, Tarso Genro pela Marinha e o prefeito de Porto Alegre pelo Exército, para citar só esses. Qual seria a motivação dessas medalhas?

- É incrível se não fosse verdade, e o pior são condecorações, que além de imerecidas, não foram premiações almejadas pelos condecorados, que devem ficar intrigados com tanta benevolência. São demonstrações gratuitas de subserviência. Atitudes tão simplórias que atiçam aos inimigos e detratores das Forças Armadas a avançarem um pouco mais em vítimas tão cordatas. Alguns inocentes julgam que tais benemerências poderiam angariar simpatias. Uma lástima.

15. A missa em homenagem aos heróis que morreram em defesa do Brasil contra os terroristas comunistas foi proibida. Os chefes militares apenas obedeceram. Não haveria alternativa, sem desobedecer à Constituição?

- A proibição das autoridades repassadas aos Comandantes Militares caracteriza um flagrante abuso de autoridade. Atiçam, gratuitamente, no seu destempero, a ojeriza dos militares esclarecidos, dos profissionais que percebem praticamente que estão diante de uma declaração de guerra. Quando muito, talvez, proibir o comparecimento fardado, mas não em trajes civis, lembrando que o militar é um civil fardado.

- A equivocada ordem foi mais um ponto desgastante para os atuais Comandantes de Força e, afinal, a sua complacente obediência, que poderia ser barganhada ou redundar em algo positivo, como a não criação da Comissão da Verdade, ao que vimos, até o momento, não significou nenhum benefício para as Instituições Militares.

16. O senhor gostaria de deixar uma mensagem pessoal para nossos leitores?

- Sim, temos muitas coisas a dizer, a denunciar, a conclamar, a esclarecer, a pedir, que abusaríamos deste valioso espaço que a Resistência Democrática nos concede, mas temos escrito textos abordando diversas questões aqui expostas, nossas convicções estão consignadas em artigos que temos a dignidade de assinar, eventualmente, nos atrevemos a falar em nome do corajoso Grupo que presidimos.

- Ressaltamos que o Grupo “Terrorismo Nunca Mais”, não é uma organização de propósitos suicidas ou radicais, mas uma entidade responsável, dirigida por pessoas equilibradas, integras, estudiosas, nacionalistas, respeitosas da hierarquia e da disciplina, membros voluntários de uma Organização Não Governamental que não objetiva alcançar nenhum bem, nenhuma glória, mas cujos batalhadores desejam olhar nos olhos de seus familiares, de seus entes queridos, de seus superiores, de seus pares e de seus subordinados com a mesma franqueza, com o mesmo orgulho que os levou ao que somos hoje, vibrantes amantes da nossa Pátria. Apenas, lamentamos que as nossas esperanças escoem pelos dedos dos que hoje manipulam o povo brasileiro. Mas acreditem, não com a nossa conivência.

- Finalmente, um convite. No próximo dia 25 de outubro, na sede da Associação dos Ex - Combatentes do Brasil (913 Norte), o Ternuma em parceria com o jornal “Inconfidência” realizará dois eventos: o primeiro, às 1900 horas, o lançamento do livro “Médici – a Verdadeira História”, da lavra do falecido General Agnaldo Del. Nero Augusto, autor do livro “A Grande Mentira”, uma das mais completas obras sobre as tentativas de tomada do poder no Brasil pela Internacional Comunista; o segundo, às 2030 horas, a Palestra do Cel. Manoel Soriano Neto, emérito historiador e um dos mais profundos conhecedores das problemáticas da Amazônia, que falará sobre “A Amazônia - o Grande Desafio”.

A todos os seus leitores e associados almejamos que o melhor do Brasil encha os nossos corações de orgulho e de esperança num futuro grandioso, e que o Ternuma e a Resistência Democrática tenham uma edificante e valiosa participação para a concretização deste sonho.

Brasília, DF, 29 de setembro de 2011.
6 de fevereiro de 2012
Gen. Bda Rfm Valmir Fonseca Azevedo Pereira
Presidente do Ternuma

CHEGA DE SILÊNCIO

Por vezes, o silêncio é a melhor resposta.

Na era das comunicações de massa, esta postura deve ser bem pensada, pois o domínio e a divulgação de ideias errôneas, a difusão de sofismas e ataques à honestidade, à honradez, bem como a propagação de uma grande mentira, não repelidos, tornam – se pelo mutismo dos atingidos, como verdades.

O silêncio, durante e, principalmente, após os governos militares, adotado pelos seus defensores, foi a porta aberta para a utilização espúria da arma básica das operações psicológicas – a propaganda.

Ao longo da História, o emprego da guerra psicológica sempre ocorreu e foi aproveitado pela esquerda, que dominando os meios de comunicação atuou com tal liberdade e despudor, que criou a Comissão da Verdade, para investigar os crimes cometidos contra os seus “heróis”, e não os protagonizados por eles.

O silêncio, por vezes, pode ser adequado, porém dependerá de esmiuçadas analises, tanto que, segundo as circunstâncias, não preconizamos a emissão de notas e desmentidos. Contudo, sob a ação contínua, inexorável, interminável, agressiva da mentira, das falsas acusações, e de infamantes injúrias, a réplica, até em alto e bom som, será um impositivo, no mínimo moral, ao contrário do silêncio, traduzido como aceitação.

Foi na inadmissível mudez dos difamados e prejudicados que se agigantaram as entidades, que escudadas em supostos direitos humanos e cortinados semelhantes, distorceram e difundiram o que quiseram, e o seu discurso ficou no ar com cara de verdade.

Conforme textos extraídos do Livro “A Grande Mentira” do Gen. Agnaldo Del Nero Augusto, destacamos:

- Aqui, por injunções políticas como que com vergonha da vitória sobre a ameaça totalitária, as comemorações da Revolução de março de 1964, que livrou mais uma vez a nação brasileira dos horrores do regime comunista, inicialmente eram realizadas em praça pública, com a participação da sociedade. Depois, ficaram confinadas aos quartéis, restritas ao público interno. Finalmente, foram relegadas ao esquecimento. Por quê? Em respeito a quê?

- Aqui, os terroristas são homenageados com nomes de ruas e de praças. Aqui, os verdadeiros traidores da democracia são indenizados pelo Estado. Aqui, chegamos ao paradoxo a que se refere Revel: “Uma situação em que aqueles que querem destruir a democracia parecem lutar por reivindicações legítimas, enquanto os que querem defendê-la são apresentados como os artífices de uma repressão reacionária”.

Aqui e acolá, surgiram vozes discordantes deste estado de espírito suicida, indignadas, não apenas com a injustiça para com seus companheiros que lutaram contra a subversão, mas pelos rumos ideológicos que ensombrecem o futuro da nação brasileira. Os GRUPOS TERRORISMO NUNCA MAIS, GUARARAPES e INCONFIDÊNCIA são, assim como outros não nomeados, núcleos de indignação.

Felizmente, eles não optaram pelo silêncio, e, se existem, quando heroicamente foram criados, e assim o fizeram, primordialmente por não encontrarem nas instâncias superiores, nem nas suas instituições a menor reação às mentiras que eram impostas, não apenas ao público, mas às novas gerações de militares que assistem à demolição de eventuais vocações.

O triste é que em campos opostos, no das ideias, no das posições ideológicas coexistam duas forças. De um lado, um gigantesco e forte Golias, apoiado, com recursos, com a governança ao seu lado; do outro um corajoso, mas desarmado Davi.

O Ternuma, desta forma, busca ativar o contato com as vítimas do terrorismo, com seus parentes, esposas, filhos, netos, amigos para que nos agrupemos, para, ao lado de Davi, esboçar alguma reação.

É ultrajante que além de todas as injustiças e tantas perseguições, persista, ainda, um silêncio vergonhoso quanto ao destino das vítimas do terrorismo. E quanto aos seus parentes? Onde estão? Como se sentem, desprotegidos, abandonados? E as suas estórias, os seus dramas? E os prejuízos morais e os financeiros?

São tantas estórias não divulgadas – medonhas consequências de um terrorismo e de um banditismo reconhecidos – escamoteadas para que a população não as conhecendo, não se horrorize, não lamente, não clame por justiça.

O proposital silêncio sobre o drama das famílias vítimas do terrorismo demonstra a vileza que se esconde na atual proposta de busca da verdade. Contudo, vamos conhecer e difundir a dor e o sofrimento das vítimas, de seus parentes e entes queridos. Vamos descortinar o véu que encobre as ações desencadeadas pelos criminosos e desvendar suas terríveis consequências para aqueles que obstaram o seu caminho, e aquelas que, meras testemunhas, desgraçadamente, foram atingidas pelo desatinado furor ideológico dos subversivos.

Meus prezados senhores, minhas caras senhoras, temos listadas mais de cem vítimas do terrorismo, foram cidadãos atingidos pelo holocausto da barbárie, poucos eram agentes da repressão, na maioria inocentes sacrificados no altar da ideologia, mas perguntamos, quantos foram atingidos direta ou indiretamente por aqueles facínoras, e não apenas fisicamente, mas nos seus negócios, na sua vida? Vítimas imoladas pelo terrorismo, párias ocultas pela propaganda da “Grande Mentira”.

Vejam o nosso site www.ternuma.com.br , e entrem em contato conosco para a atualização de nossos arquivos e a coleta de novos dados. Enviem a sua mensagem, o seu martírio, a sua injustiça, o seu endereço.

Vamos unir as vozes da indignação e, quem sabe, poderemos transformar o silêncio passado num retumbante grito de revolta, tão ensurdecedor que ecoará por todos os rincões da Nação?

Brasília DF, 15 de outubro de 2011.
Valmir Fonseca Azevedo Pereira

MEDO AO SILÊNCIO

Música em restaurantes? A questão é mais complexa do que parece. Restaurantes silenciosos me agradam, são propícios à conversa. Uma música de fundo, desde que seja de meu agrado, também topo. Mas a música que me agrada pode ser abominável para meu vizinho, e vice-versa. Às vezes, busco um restaurante pela música. De vez em quando, aqui em São Paulo, vou ao El Mariachi, para ouvir os charros, e mesmo cantar. Em Madri, freqüentei o La Favorita, restaurante cujos garçons e garçonetes são alunos de música operística e cantam árias durante a ceia. Vou pelas óperas. A comida é péssima.

Em meus dias de Porto Alegre, muita vezes procurei bares pela música. Meu predileto era o da Adelaide, na Floriano Peixoto, onde muitas noites participei da mesa do Lupicínio Rodrigues. Lá também tocavam o Clio do Cavaquinho e o Mário Barros, violonista que tinha a mesma desenvoltura executando um sambinha como o Concierto de Aranjuez. Mário Barros também tocava numa cantina do Brutus, antigo proprietário da livraria Coletânea. Lá, quando me despedia de minha gente, para ir a Paris, fui homenageado com uma noite de pajadas por Noel Guarani. Mas aí é um pouco diferente: é música entre amigos.

Já procurei, em Madri, bodegas para ouvir flamenco e cante hondo, sevillanas e seguidillas. Lá, vivi uma das grandes noites de minha vida. Um amigo de Paris veio visitar-me. Pensei brindá-lo com algo típico. Em Maravillas, meu bairro, havia um pequeno restaurante muito ligado às lides taurinas, que servia um excelente rabo de toro. Lá por las nueve de la tarde, como dizem os madrilenhos, rumamos à tasca. Mal entramos, um venenciador nos recebeu com dois finos em punho.

Venenciador é um profissional que se especializa em servir jerez. Veste-se com uma espécie de traje de luces, aquelas vestes de toureiro. O fino é um copinho fino - daí o nome - onde se serve o jerez. Com uma haste de mais ou menos um metro, com outro copinho fino na ponta, ele apanha o jerez em uma barrica, e o despeja de uma altura de mais de metro no fino propriamente dito. Sem derrubar uma gota. É uma arte fascinante, mais ou menos perdida na Espanha atual.

O bar estava tomado por bailaoras y cantaores, que cantavam sevillanas. Fomos recebidos por uma saraivada de palmas y taconeos. Mal nosso jerez evaporava, o venenciador mergulhava o copinho no tonel e repunha a dose. Tudo isso, tendo como pano de fundo o alarido infernal das sevillanas.

Mas meu propósito era comer. Chamei o garçom. Temos rabo de toro?

- Hoy no se come. Hoy es fiesta.

Muy bien. Vamos então continuar a fiesta. Entre um fino e outro, hipnotizados, contemplávamos os meneios das bailaoras e os piropos dos cantaores. Acontecera que um toureiro amigo da casa havia matado cinco ou seis touros naquela tarde. A festa era em sua homenagem. Lá pela meia-noite, preocupado com o estômago, pedi a conta.

- Hoy no se paga. Hoy es fiesta.

Como não morrer de amores por uma cidade que acolhe o estrangeiro em suas festas íntimas, o recebe com a finesse de um venenciador, oferece-lhe seus melhores vinhos e suas mais lindas canções e mulheres, sem cobrar nada por isso?

Em novembro passado, no Gundel, em Budapeste, jantei ao som de violinos entoando valsas e czardas. Me senti em casa. A mesma música se pode ouvir no Café Central, um dos mais solenes de Viena, entre as colunatas de mármore onde conspiraram Hitler, Lênin e Tito, Trotski e Freud, Klimt, Kloester r Karl Kraus. Entre outros.

Restaurantes assim me fascinam. Mas há aqueles pelos quais que passo de largo, justo pela música. Se ouço rock e bate-estacas outros, vou tirando meu cavalinho da chuva. Em Lesbos, ilha do Egeu, por longos minutos tive uma experiência do que imagino ser o inferno. Entrei em uma rua turística, bordada de boates de ambos os lados, cada uma emitindo centenas de decibéis de bate-estaca.

A notícia me chega via El País,que retoma uma discussão surgida no Reino Unido. A revista britânica Waitrose Kitchen propõe em seu último número um debate crucial: deve-se proibir a música nos restaurantes? A publicação confronta dois artigos em que a presidenta do London Restaurante Festival e o dono da cadeia Boisdale manifestam opiniões contrárias entre si.

Fay Maschler argumenta que se não comemos nas salas de concerto, não precisamos de música nos restaurantes. “A maior parte do que se ouve é tão agradável quanto os ambientadores pendurados nos táxis”. Ranald Macdonald, por sua parte, conta como passou horas montando recopilações de jazz clássico, blues e soul para que fossem ouvidos em sua primeira casa, e garante que se a música é onipresente nos bares é porque a maioria das pessoas gosta. “Tire a música e você acabará com a ocasião de passar um bom momento”.

Seguindo Mikel López Iturriaga, autor do blog gatrônomico Ondakín, o problema é que na Espanha os restaurantes bares de tapas não selecionam a música. O que toca pode ser um CD que o cozinheiro trouxe, o iPod do garçom de modo aleatório ou qualquer outra rádiofórmula infecta. E sempre em alto volume. Com a música ocorre um pouco como com o ar condicionado. Se estás muito tempo com o rum-rum de fundo, chega um momento em que não o ouves ou ouves baixinho. Então, ou não te incomoda ou, se a música em questão te agrada, tendes a aumentar o volume, sem perceber que podes estar obrigando tua clientela a vociferar. Some-se ao efeito anestesia a tendência em falar em voz alta dos espanhóis e a péssima sonoridade de muitos locais, e já temos uma torturante gritaria montada.

Iturriaga acha que o boom da música em restaurantes é um claro caso da modernidade mal entendida, aparentada com a entronização do “juvenil” que sofremos. Que chega um momento em que comer sem ruído, usufruindo da conversação, era próprio de velhos antiquados. Pensa ainda que o mal da música sem critérios afeta não apenas os restaurantes, mas também grande parte dos espaços públicos, como hotéis, estações, transporte, escritórios... parece que a paz significa aborrecimento e que precisamos do ruído para aturdir-nos e não pensar muito.

O gastrônomo basco tocou no ponto essencial da discussão. Conheço não poucas pessoas que se sentem perdidas quando rodeadas de silêncio. É como se o silêncio induzisse ao pensar, e pensar atemoriza. Há quem ligue a televisão mal acorde, não para assistir a algum programa, mas para encher o ambiente de som. Há muitos anos, eu me recusava a consultar médico que tivesse televisão em sua sala de espera. Desisti, ou não consultaria mais nenhum.

Voltando aos restaurantes e à música. Se quero ouvir algum tipo de música, vou onde possa encontrá-lo. Mas aí a restauração é secundária, o que importa é a música. Mas se quero conversar com amigos, procuro aqueles, cada vez mais raros, onde se ouve até o tinir dos talheres.

- Desta forma – continua Iturriaga - o silêncio se converteu no maior dos luxos, só ao alcance de monges ou de terratenentes com hectares de terrenos disponíveis para marcar distância com o tumulto permanente. Minha esperança é que existem outras pessoas sensíveis a este problema: no Reino Unido há webs como Pipedown ou Quiet Corners, nas quais se come o chamado “muzak” e se recomendam lugares livres da praga musical.

De fato, o silêncio tornou-se um luxo no mundo contemporâneo. E mete medo. Há quem prefira aturdir-se. Se pensa, se confunde.
07 de fevereiro de 2012
janer cristaldo

ATÉ QUANDO CUBA VAI VIVER DE ESMOLAS?


A História de Cuba é meio estranha. Até 1898, a ilha era colônia da Espanha que, depois de perder a guerra com os EUA, reconheceu a sua independência, e Cuba passou a ser governada por uma junta militar que defendia os interesses dos americanos. Em 1902, foi proclamada a república, mas o governo dos Estados Unidos, através da Emenda Platt à Constituição da República, tinha o direito de intervir nos assuntos internos de Cuba, negando-lhe a condição jurídica de nação soberana, situação que durou 58 anos.


Durante esses 58 anos, Cuba foi o play ground dos americanos endinheirados que praticamente sustentavam o país que, apesar da corrupção, jogatina, drogas e prostituição correndo soltos, tinha uma das maiores rendas per capita da América Latina, em que pesasse a tremenda desigualdade social e a estrutura econômica similar àquela dos tempos de colônia espanhola, baseada na exportação de açúcar.


Em 1959 apareceu Fidel Castro e virou tudo de ponta cabeça, menos a estrutura econômica, que continuou tendo como pilar o cultivo de cana, e Cuba só sobreviveu durante os 32 anos seguintes graças às exportações de açúcar superfaturadíssimo para a antiga URSS que, encantada com a proximidade física de um regime comunista com os EUA, sustentava os burros a pão-de-ló.


De 1991 para cá, com a pulverização da URSS, instalou-se o miserê na ilha e, se não fosse Chávez, eleito presidente da Venezuela em 1998 e tiete declarado de Fidel, Cuba já teria acabado. É claro que também não se pode desprezar os “empréstimos” generosos do BNDES do PT, que jamais serão pagos. Alguém tem notícia de Cuba ter pago alguma coisa a alguém?


Posto isto, eu pergunto: qual será o futuro de Cuba, se Fidel Castro já bateu biela e seu irmão, Raul, já passou da garantia? Quem virá depois? O que virá depois? Qual será o futuro de um país onde nunca se trabalhou e que sempre foi habituado a viver de esmolas?

07 de fevereiro de 2012
Por Ricardo Froes

LULA, O MARGINAL, EM 2001

“Acho que, no caso da Bahia, o próprio governo articulou os chamados arrastões para criar pânico na sociedade. Veja, o que o governo tentou vender? A impressão que passava era de que, se não houvesse policial na rua, todo o baiano era bandido.
A Polícia Militar pode fazer greve. Minha tese é de que todas as categorias de trabalhadores que são consideradas atividades essenciais só podem ser proibidas de fazer greve se tiverem também salário essencial.
Se considero a atividade essencial, mas pago salário micho, esse cidadão tem direito a fazer greve. Na Suécia, até o Exército pode fazer greve fora da época de guerra.”


Lula, o marginal, em 2001, sobre a greve da Polícia Militar na Bahia, então governada por Cesar Borges, do PFL, esquecendo-se convenientemente, como de hábito, que a Constituição proíbe os militares de fazer greve.

07 de fevereiro de 2012
Por Ricardo Froes

MUÇULMANOS DECLARAM JIHAD CONTRA OS CÃES NA EUROPA

Os muçulmanos odeiam os cães. Embora o Profeta nada tenha dito a respeito do assunto no Corão, sua doutrina está expressa nas hadiths, especialmente nas da coleção Sahih de Bukhari e Muslim, ou da Sunan de Abu Dawud. A Sunnah ou Hadith são as fontes secundárias dos ensinamentos do Islã. Hadith significa literalmente um dito transmitido ao homem, mas em terminologia islâmica significa os ditos de Maomé, sua ação ou prática de sua aprovação silenciosa da ação ou prática. Hadith e Sunnah são usados intercaladamente, mas em alguns casos são usados com significados diferentes. Obra de teólogos, algo como o Talmud para os judeus.

Lê-se no Bukhari, vol. 4, #540: Narrou ‘Abdullah bin ‘Umar: o Apóstolo de Alá ordenou que todos os cães fossem mortos. Abu Dawud, #2839: Abd Allah. B. Mughaffal registrou que o Apóstolo de Alá disse: os cães não são uma espécie de criaturas que eu mandaria que fossem mortos; mas matem todos os que são totalmente pretos.

A nota da Hadith #2839 diz: o Profeta não mandou que se matassem todos os cães, porque alguns são mantidos para caça e para guarda. Ele ordenou que se matassem os de manchas pretas. Eles devem ser os mais nocivos dentre eles.

Muslim, #055: Ibn Mughaffal registrou: o Mensageiro de Alá ordenou que se matassem os cães, e então disse: E quanto a eles, isto é, quanto aos outros cães? E ele deu permissão para se manter cães para a caça e manter cães para a segurança dos rebanhos, e disse: quando um cão lamber um utensílio, lave o utensílio sete vezes e o esfregue com terra a oitava vez.

Muslim, #3813: Abu Zubair ouviu Jabi Abdullah dizendo: o Mensageiro de Alá nos ordenou que matássemos os cães e levamos isso tão a sério a ponto de ir matar um cachorro vagueando com mulheres do deserto. Então o Apóstolo de Alá proibiu que o matássemos. E disse: “É seu dever matar o de manchas pretas que têm duas manchas nos olhos, porque são um demônio.

Extraio estes dados do site do Centro Cultural Beneficente de Foz do Iguaçu.

Leio no site do Stonegate Institut que um político muçulmano holandês, Hasan Küçük – representante turco-holandês no Conselho de Haia pelo partido Democratas do Islã - propôs a proibição de cães na cidade, a terceira maior do país. Paul ter Linden, que representa o Partido Holandês da Liberdade, respondeu; “neste país, a propriedade de pets é legal. Quem não gosta disso deve mudar-se para outro país”.

Na Espanha, dois grupos islâmicos com base em Lérida – cidade da Catalunha onde 29 mil muçulmanos constituem 20% da população – pediram às autoridades locais para regulamentar a presença de cães nos espaços públicos, para não ofender os muçulmanos. Eles pedem a proibição de todas as formas de transporte público, incluindo ônibus e todas as áreas freqüentadas por imigrantes muçulmanos. Alegam que a presença de cães em Lérida viola sua liberdade religiosa e seus direitos de viver segundo os princípios islâmicos.

Após a municipalidade recusar os pedidos dos muçulmanos, a cidade experimentou uma onda de envenenamento de cachorros. Mais de uma dúzia de cães foram envenenados em setembro de 2011 nos bairros de Cappont e La Bordeta, distrito que é principalmente povoado por muçlulmanos e muitos outros cães foram mortos nos últimos anos. Moradores do bairro que saem a passear com seus cães foram agredidos por imigrantes que se opõem a ver animais em público.

No Reino Unido, passageiros cegos foram retirados de ônibus ou tiveram corridas de táxi recusadas porque motoristas ou passageiros têm objeções aos “impuros” cães-guia. Em Reading, um aposentado que sofria de câncer confrontou-se repetidamente com os condutores e foi instado a sair do ônibus em razão de seu cão-guia. Enfrentou também hostilidade no hospital e super-mercado por causa do animal.

Em Nottingham, um chofer de táxi muçulmano recusou-se a transportar um cego acompanhado de seu cão-guia. Foi multado em £300 (R$ 812). Em Stafford, um chofer de táxi muçulmano recusou-se a levar um casal de velhos cegos a uma confeitaria porque estavam acompanhados pelo cão-guia.

Em Londres, um condutor de ônibus proibiu uma mulher de entrar com seu cão, porque havia uma lady muçulmana que poderia ficar perturbada com o cachorro. Enquanto a mulher tentava reclamar, bateu-lhe a porta do ônibus na cara e seguiu em frente. Quando chegou um segundo ônibus, ela tentou novamente embarcar, mas foi novamente detida, porque o chofer alegou que era muçulmano.

Ainda no Reino Unido, os cães farejadores da polícia treinados para identificar terroristas nas estações de trem não poderão mais fazer contato com passageiros muçulmanos, segundo queixas de que isto é ofensivo à sua religião. Prisioneiros muçulmanos no país recebem novas roupas pessoais e de cama após os cães-farejadores terem examinado suas celas. Os prisioneiros alegam que suas roupas de cama e uniformes de prisão precisam ser trocados de acordo com a lei islâmica se estiveram perto da saliva de um cão.

Na França, a cantora e atriz Marie Laforêt, 72 anos, teve de comparecer a uma corte em dezembro para defender-se de acusações que um alerta de trabalho por ela divulgado discriminava os muçulmanos. Ela havia colocado um anúncio, em 2009, em um site, procurando alguém para trabalhar em seu terraço. Especificou que pessoas com alergias e muçulmanos ortodoxos não deviam apresentar-se, “devido a um pequeno Chihuahua”. A atriz alegou ter feito a estipulação porque a fé dos muçulmanos dizia que os cães eram impuros.

O Movimento contra Racismo e pela Amizade entre os Povos depositou queixa contra Laforêt. Seu advogado disse que sua cliente sabia que a presença de um cachorro poderia entrar em conflito com as convicções religiosas dos ortodoxos muçulmanos. Isto seria um sinal de respeito. Mas os muçulmanos rejeitaram sua defesa.

Que dizer de tudo isto? Apenas o óbvio. Quando um morto de fome lá das Arábias consegue emprego decente na Europa e se julga no direito de recusar passageiros em seu táxi ou ônibus, quando imigrantes fodidos querem expulsar os cães das cidades que os recebem, quando prisioneiros exigem troca de roupas se um cachorro examina suas celas, e quando os europeus aceitam esta arrogância islâmica, isto significa só uma coisa: que a Europa se rendeu à barbárie do Islã.

05 de fevereiro de 2012
janer cristaldo

UM DISCÍPULO TARDIO DO SR. SIDNEY SILVEIRA:MEUS CAROS CRÍTICOS (PARTE IV)


Artigos - Cultura


O domínio que um filósofo tem da lógica não se evidencia no que ele gargareja a respeito dela, mas no uso efetivo que faz dela ao analisar problemas da realidade e da experiência.


Na nota que acaba de publicar hoje, 6 de fevereiro, o sr. Lemos não responde a nenhuma das minhas objeções e muito menos se explica quanto à sua conduta abjeta e covarde. Ao contrário, usa da mesma velha tática do Sr. Sidney Silveira, a desconversa elegante, buscando dar a impressão de que aquela discussão é indigna da sua altíssima pessoa. Age como um porco e depois se faz de anjo de pureza. Se é verdade que ele não tem, como proclama, “nenhum interesse em polêmica, xingamentos, ataques pessoais e pirotecnia”, por que espalha insinuações venenosas e depois faz de conta que está muito acima delas, pairando no céu das idéias? Não há nada de tão sublime em dar um tapa e esconder a mão. Poucas coisas no mundo são tão desprezíveis quanto uma conduta de intrigante e fofoqueiro encoberta sob afetações de dignidade intelectual.

Se fosse preciso discutir o conteúdo filosófico do que ele diz ali e na sua mensagem anterior, bastaria, para mostrar que é tão desonesto quanto a sua atitude moral, observar que ele só admite duas alternativas: ou um mergulho na lógica matemática ou a queda no beletrismo divinatório. Colocado nesses termos, o problema já está resolvido de antemão: quem, entre o “trabalho sério” e a “pirotecnia”, escolherá ostensivamente a segunda, desmoralizando-se no ato? Espremida a questão nessa moldura, o pobre leitor não tem saída: ou se confessa um palhaço, um charlatão, ou se encerra de vez na prisão da escola analítica, agradecendo ao sr. Júlio Lemos por trancar a porta às suas costas.

Acontece que a equação assim formulada é uma grosseira falsificação do estado da filosofia dos últimos cento e poucos anos. Os métodos da lógica matemática não são os únicos que existem no mundo, nem se revelaram jamais apropriados para todos os assuntos. Entre os dois extremos que para o sr. Lemos constituem as únicas opções possíveis, estendem-se as “ciências do espírito”, as várias fenomenologias e existencialismos, a Gestalt, as não sei quantas correntes da psicanálise e da psicologia profunda, o marxismo em suas dezenas de variantes, a “nova retórica” de Chaim Perelman, a metodologia dialética de Louis Lavelle, a “lógica da filosofia” de Éric Weil, o neopragmatismo, o estruturalismo, o desconstrucionismo, os estudos de simbolismo e religiões comparadas, a técnica histórico-meditativa de Eric Voegelin, a historiografia simbólica de Modris Eksteins, a neuro-história da arte de Baxandall e mil e um outros métodos e abordagens que a filosofia analítica nem absorveu, nem impugnou. Tentar assimilar criticamente vários desses pontos de vista e articulá-los na medida do possível para obter daí um método viável de compreensão da sociedade, da história, da cultura e de alguns problemas clássicos da filosofia não é “trabalho sério”?

Ou o sr. Lemos, jovem como é, já assimilou e superou com a velocidade da luz todo esse arsenal de perspectivas e conhecimentos, chegando à conclusão de que é tudo bobagem e de que só a escola analítica tem consistência, ou sua afeição a essa escola é uma simples preferência de juventude que ele, na sua presunção boboca, toma a priori como superior a tudo o que ele desconhece.

Que autoridade divina ele não precisaria ter para saltar por cima de todo um século de filosofia e proclamar que fora da lógica matemática há apenas “pirotecnia” e nenhum “trabalho sério”?

O pior é que, depois de resumir assim explicitamente e reiteradamente o leque de opções a esses dois extremos, ele procura atenuar a impressão de fanático da escola analítica, que teme ter deixado nos seus leitores, e passa a declarar que não é tão logicista assim, que aliás não é nem mesmo wittgensteiniano, que, no fim das contas, talvez seja até um pouco tomista. E nem parece se dar conta de que, com isso, está confessando que a redução do quadro a uma opção entre a “seriedade” da lógica matemática e o “beletrismo” de tudo o mais foi apenas uma falsificação, um truque de retórica vagabunda para impressionar a meninada, para ludibriá-la num jogo de cartas marcadas, para induzi-la à força a uma conclusão artificiosa.

O post que ele acaba de publicar constitui-se de considerações destinadas a esclarecer o seguinte ponto: Qual é a exata posição de Júlio Lemos no panorama das escolas filosóficas? Será ele um analítico? Será um wittgensteiniano? Será um aristotélico? Será um tomista? Será um UFO?

É como se o mundo, perplexo ante a riqueza desnorteante de perspectivas na obra publicada de Júlio Lemos, aguardasse ansiosamente uma autodefinição do filósofo para saber onde situá-lo no quadro histórico. Mas, em primeiro lugar, o sr. Lemos não tem obra publicada nenhuma. Ninguém está desorientado quanto às suas idéias, pela simples razão de que ninguém sabe sequer se elas existem. Segundo: o lugar do sr. Lemos na História não era o assunto da discussão. Terceiro: se um debatedor, pego em flagrante delito de difamação velada e falsificação erística da realidade, não responde nada e desvia a conversa para uma autocatalogação erudita, é evidente que ele está tentando apenas parecer bonito para camuflar a feiúra da sua conduta, como se a vaidade fosse um atenuante da intriga e da mendacidade.

Para piorar ainda mais as coisas, o sujeito faz alarde de seus altos estudos de lógica no instante mesmo em que incorre no truque erístico pueril que assinalei acima, o de prejulgar a questão reduzindo as alternativas a duas propositadamente recortadas para fazer de uma delas a escolha obrigatória. Mesmo supondo-se que ele conhecesse lógica tão extensamente quanto pretende, de que teriam servido tantos e tão dificultosos estudos se não o habilitam sequer a perceber um ardil de falsa retórica no ato mesmo de apelar a esse expediente cretino?

O domínio que um filósofo tem da lógica não se evidencia no que ele gargareja a respeito dela, mas no uso efetivo que faz dela ao analisar problemas da realidade e da experiência. O próprio Aristóteles ensina que a lógica não faz parte da filosofia, que ela é apenas um preâmbulo aos estudos filosóficos, tal como algum conhecimento de gramática é um preâmbulo à arte literária sem ser parte integrante dela. Isso quer dizer, claramente, que a filosofia começa onde a lógica cessa de ser um foco de atenção autônomo e se incorpora à mente do filósofo como um habitus, um automatismo inconsciente ou semiconsciente, que serve às investigações propriamente filosóficas com a docilidade de um motor que não faz ruído, exatamente como, no corpo saudável, o funcionamento dos órgãos internos passa despercebido.

A lógica do sr. Lemos, ao contrário, só faz barulho, não cessa de chamar a atenção para a sua augusta importância, mas, na hora de expor uma questão que nada tem de complexa e dificultosa, falha miseravelmente, apelando à erística mais tosca.

O sr. Júlio Lemos não é sério: é apenas afetado. E não dá o menor sinal de que, num futuro próximo, se tornará capaz de distinguir uma coisa da outra.

Olavo de Carvalho, 06 Fevereiro 2012

TRUE OUTSPEAK

GREVE DA PM NA BAHIA

Artigos - Governo do PT

É claro que a sociedade brasileira não tolerará por muito tempo o caos estabelecido na Bahia pelo simples motivo de que ele é destrutivo. A ausência da ordem mina inexoravelmente a legitimidade do poder estabelecido.



Até o momento em que escrevo a imprensa dá conta de 53 mortos diretamente vinculadas à greve da Polícia Militar da Bahia, mesmo com a entrada em cena de forças do Exército e da Força Nacional de Segurança Pública. Vive-se ali um momento hobbesiano. Nesses momentos é que se vê o quanto vale a ordem.

É preciso lembrar que as mortes não vieram sozinhas, mas acompanhadas de saques e desordem de todo tipo. O mal no varejo emergiu de todos os cantos. O comércio, em grande parte, paralisou suas atividades. O simples e sagrado direito de ir e vir ficou suspenso pela desordem. Os prejuízos para atividade econômica são incalculáveis.

A Bahia é um estado governado pelo PT, o mesmo que controla o Palácio do Planalto. Bem sabemos que esse partido tem sua estrutura de forças apoiada no sindicalismo, fato que o impede de exercer a devida autoridade em matéria de repressão a greves. Aqui estamos diante de um fato maiúsculo, que não permite dúvida: o poder estabelecido precisa exercer a autoridade, mas os governantes, por convicção, ou mesmo por falta dela, são incapazes de agir.

Foram ameaças desse naipe que engendraram o movimento militar de 1964. Vemos a história repetir-se. É claro que a sociedade brasileira não tolerará por muito tempo o caos estabelecido na Bahia pelo simples motivo de que ele é destrutivo. A ausência da ordem mina inexoravelmente a legitimidade do poder estabelecido. O maior compromisso do Estado com seu povo é garantir a segurança e os direitos fundamentais, estabelecidos na Constituição.

É bom lembrar que os apoiadores da greve são os mesmos que defendem, como bandeira, o desarmamento civil. Situações assim dó demonstram que o cidadão comum não pode delegar integralmente sua segurança pessoal ao Estado. Certamente não teríamos tantas mortes se a população civil estivesse armada, capacitada para a autodefesa.

O drama é que sabemos que é questão de tempo para movimentos assim chegarem a São Paulo e outros estados mais populosos. Em São Paulo especialmente, porque é alvo da tentativa de eleição do PT, a todo custo. Esta cidade, onde moro há anos, viraria um território aterrorizado em termos que nem no Iraque dos piores momentos pós-Saddam viveu.

A conclusão é uma só: é preciso repressão imediata à greve, fazendo recair toda a força da lei, para que se dobrem os que seguiram o caminho da sedição. Sem concessões e sem contemplação. A ordem é o bem mais precioso, que precisa ser entregue novamente ao povo baiano.



Assista ao comentário de Nivaldo Cordeiro em vídeo:

A greve da Polícia Militar na Bahia mostra a olho nu as contradições do Partido dos Trabalhadores, ora no poder. Este partido construiu sua história e chegou ao poder apostando no grevismo e na tática do confronto. No poder, agora teve que se dobrar ao realismo político. Do Estado espera-se a ordem, quebrada na Bahia com a greve. Pela primeira vez o discurso de autoridades petistas, como o ministro da Justiça e o governador do próprio estado, alinhou-se com essa necessidade de ordem, em nada diferindo daquele que era usado pelos militares quando no poder. Ver o Exército nas ruas de Salvador foi um grande conforto para os amantes da paz. Outro fato que vimos com a greve é a tentativa de estabelecer piso da categoria policial, promessa desde sempre do PT que foi abandonada porque não há recursos e porque é irracional. O Brasil é uma unidade política, mas não econômica. Tentar homogeneizar tudo desde Brasília não passa de atentado contra o federalismo.

Nivaldo Cordeiro
07 Fevereiro 2012

TRAVESTIS & TRANSEXUAIS: O FEMINISMO FALOCÊNTRICO

Artigos - Movimento Revolucionário

Menina de 10 anos é obrigada a conviver com um homem adulto no banheiro feminino – é a ficção acadêmica dos transgêneros valendo mais do que o Estatuto da Criança e do Adolescente.

A natureza sempre põe seu preço na cultura e o movimento gay acabou movido a testosterona. A biologia cobrou seu preço e os homens gays subjugam a mulher duplamente: eles não se limitam a descartá-las como companheiras – também querem tomar o lugar da mulher no mundo.


Numa noite de terça-feira, numa pizzaria de São Paulo, um homem travestido de mulher entrou no banheiro feminino. Ele usava batom, vestia uma minissaia jeans, uma blusa feminina listrada, meia-calça e sandália. Uma cliente da pizzaria – que estava no banheiro acompanhando sua filha de apenas 10 anos – notou que se tratava de um homem travestido de mulher e resolveu reclamar. “Ela alegou que eu sou homem e preciso usar o banheiro de homem” – contou o próprio, que, além de ignorar a reclamação, fez galhofa da mãe da criança, dizendo-se “operado”. A mãe também reclamou ao dono da pizzaria, que, educadamente, pediu ao homem que não voltasse a usar o banheiro feminino do estabelecimento. Resultado: o cliente travestido de mulher se sentiu discriminado, teve o apoio do próprio poder estatal e o dono da pizzaria é quem vai responder perante a Justiça por crime de homofobia.

O relato acima resume uma notícia publicada na Folha de S. Paulo de segunda-feira, 30 de janeiro. O homem que invadiu o banheiro feminino é ninguém menos do que o cartunista Laerte Coutinho, que trabalha na própria Folha e aderiu ao crossdressing (vestir-se como o sexo oposto). Ele tem 60 anos, já foi casado e é pai de dois filhos. Começou a se vestir de mulher somente aos 57 anos e se define como travesti e bissexual, o que chama de “dupla cidadania”. Mesmo hoje, usando batom e calcinha, tem uma namorada. Faz questão de não abdicar do próprio pênis e do nome masculino e, só de vez em quando, nas redes sociais, usa o cognome “Sônia”. À reportagem da Folha, Laerte disse que não tem preferência por um banheiro específico: “É uma questão de contexto, de como estou no dia. Não quero nem ter uma regra nem abrir mão do meu direito”, disse o cartunista.

Como se vê, a própria convivência social está em risco. Vivemos numa ditadura das minorias, em que cada um de seus membros, a pretexto de não se sentir discriminado, impõe ao mundo suas próprias regras cambiantes, transformando caprichos individuais em direitos humanos. É o que ocorre com o movimento gay. O projeto de lei contra a homofobia, que tramita no Congresso Nacional, nem foi aprovado ainda, mas já está valendo mais do que o Estatuto da Criança e do Adolescente, como mostra o caso do cartunista travesti. A coordenadora de Políticas para a Diversidade Sexual da Secretaria da Justiça do Estado de São Paulo, Heloísa Alves, não se preocupou com a menina nem com a mãe que tiveram seu banheiro invadido; pelo contrário, fez questão de ligar para Laerte e avisar que ele fora vítima de discriminação. Segundo ela, ao pedir para o cartunista não usar o banheiro feminino, o dono da pizzaria feriu uma lei paulista que criminaliza a “discriminação por orientação sexual”, de autoria do deputado petista Renato Simões e sancionada em 5 de novembro de 2001 pelo governador tucano Geraldo Alckmin.

Androginia superada

Jornalista e advogada, com extensão universitária em “direito homoafetivo” pela USP, a secretária Heloísa Alves, com sua atitude, prova que as feministas viraram “Amélias dos gays”. Os estudos de gênero das universidades – com graves repercussões na legislação civil e penal – praticamente esqueceram os direitos das mulheres para criar ficções sexistas e falocêntricas, que só servem aos homens, sobretudo os homens homossexuais. Sim, o feminismo atual é sexista e falocêntrico – ironicamente, a maior crítica que ele próprio fazia à cultura ocidental, acusada de ser um instrumento do macho branco, cristão e burguês. Pois não existe nada mais sexista e falocêntrico do que a cultura gay à qual as feministas se renderam. O que fez o travesti Laerte no banheiro feminino senão esfregar o seu falo – cultural e biológico – no rosto de uma mãe e sua filha de dez anos?

Ao menos nas aparências, o movimento gay começou andrógino, realçando a dualidade masculina e feminina de cada ser humano, como na inspirada “Super-Homem, a Canção”, do cantor e compositor Gilberto Gil, gravada no álbum Realce, de 1979. Lá se vão mais de 30 anos da época em que Gil, suavemente acompanhado por um violão, confessava a incompletude do mundo masculino e reivindicava a criação de um novo Super-Homem, composto não somente pelo lado viril, mas também pela sensibilidade da “porção mulher que até então se resguardara”. Essa androginia, muito comum nos anos 60 e 70 fazia até roqueiros homens serem suavemente femininos no palco, como o vocalista Robert Plant, do Led Zeppelin, cantando “That’s The Way”. Mas a natureza sempre põe seu preço na cultura e o movimento gay acabou movido a testosterona. A biologia cobrou seu preço e os homens gays subjugam a mulher duplamente: eles não se limitam a descartá-las como companheiras – também querem tomar o lugar da mulher no mundo.

É o que já está ocorrendo oficialmente. O Programa Brasil Sem Homofobia do governo federal recomenda que os travestis usem os banheiros femininos em todos os locais públicos, como escolas, rodoviárias e aeroportos. Nos hospitais, eles devem ficar nas enfermarias femininas. Pelo país afora, essas normas começam a ser adotadas. No início do ano letivo de 2009, a Secretaria de Educação do Estado do Mato Grosso do Sul determinou que as escolas deveriam destinar aos alunos “travestis ou transgêneros” os banheiros de professores ou de alunas. Como muitas escolas têm diferentes níveis de escolaridade num mesmo turno, a medida poderia colocar no banheiro, lado a lado, uma menina de 11 anos e um travesti de 17, com sua biologia em riste. Felizmente, os pais protestaram e a secretaria voltou atrás, destinando aos travestis apenas os banheiros dos professores.

Banheiros como cátedras

A justificativa do MEC e do Ministério da Saúde, que recomendam a universalização dessa política, é que o travesti se veste e se maquia como mulher, por isso se sente bem no banheiro feminino. Ora, algumas lésbicas também se vestem como homem, nem por isso elas reivindicam o direito de usar o banheiro masculino. Ainda que o fizessem, os homens não teriam motivo algum para sentir qualquer receio; afinal, mulher estupradora só existe em nossa absurda legislação, depois que as feministas – tentando igualar os sexos até biologicamente – conseguiram impor no artigo 213 do Código Penal a hipótese de um homem ser estuprado por uma mulher. Já os travestis, em alguns casos, podem ser maníacos sexuais e, por serem biologicamente viris, representam perigo para as mulheres. Em novembro passado, por exemplo, um homem que se vestia de mulher (nos moldes do cartunista Laerte) foi preso em Aparecida de Goiânia, acusado de estuprar a esposa, três filhos (duas meninas e um menino) e três sobrinhas.

Como se vê, o capricho do cartunista Laerte, uma vez transformado em direito, leva insegurança para todas as mulheres. E o que é mais grave: no caso protagonizado pelo cartunista, não se tratava somente de uma mulher adulta, mas também de uma menina de 10 anos. Será que uma criança nessa idade já não tem o direito de fazer xixi sem ser importunada por um homem adulto? Como é que uma autoridade pública – ainda por cima, mulher – não foi capaz de fazer essa pergunta a si mesma antes de criminalizar o dono da pizzaria? E toda a imprensa que noticiou o fato não deu à menor importância para a presença da menina. O Bom Dia Brasil da Rede Globo, na segunda-feira, 30, não mencionou nenhuma vez que havia uma criança envolvida no caso e produziu uma reportagem claramente favorável a Laerte. Chegou a endossar, com imagens, a comparação que o cartunista fez do seu caso com a discriminação sofrida pelos negros norte-americanos, que eram proibidos de usar os banheiros dos brancos. Como se vê, as meninas estão excluídas do Estatuto da Criança e do Adolescente, que só protege menor infrator do sexo masculino.

Ao dizer que o uso que faz do banheiro “é uma questão de contexto, de como está no dia”, Laerte tenta transformar os banheiros femininos em cátedras filosóficas. É como se a necessidade fisiológica fosse uma maiêutica socrática e toda mulher, ao ir ao banheiro, fosse obrigada a se submeter aos caprichos de um homem em busca da própria identidade sexual. Mas as feministas fecham os olhos para essa realidade e fingem não perceber que o gay de passeata – aquele que sai do armário diretamente para as ruas – não é seu companheiro de luta contra a opressão e, sim, seu maior opressor. O que são as campanhas de prevenção da Aids senão uma promoção oficial da pornografia motivada pela ideologia do movimento gay? E o que faz a cultura da pornografia senão transformar a mulher num objeto descartável, em luta desesperada contra o tempo, plastificando o corpo à custa da própria alma?

Novo machismo nas escolas

Em agosto de 2008, a Nova Escola, revista pedagógica de maior tiragem do país, fez uma reportagem tecendo loas à educação sexual nas escolas, com o título “O assunto é sexo. E é sério”. A matéria fala o tempo inteiro em responsabilidade e respeito pelo corpo, mas uma das imagens que a ilustram é o contrário de toda essa ladainha politicamente correta. A foto mostra uma aula de educação sexual do Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Pernambuco destinada a alunos da 7ª e 8ª série, portanto na faixa etária entre 12 e 14 anos. Na sala de aula, um casal de alunos adolescentes faz uma demonstração para toda a classe: enquanto o rapazola segura um avantajado pênis de “sex shop”, a mocinha, sua colega de sala, veste uma camisinha no instrumento. Que respeito pelo corpo há nessa cena, senão machismo explícito? Por acaso uma relação respeitosa entre homem e mulher exige que meninas de escola recebam esse tipo de treinamento? O homem não tem mãos e cabe exclusivamente à mulher os cuidados com a camisinha, como parece crer a pornopedagogia vigente?

Isso, caras feministas, é que é cultura falocêntrica, que um humorista não hesitaria em chamar de “comprida e grossa”, dado o tamanho do instrumento pedagógico recomendado pelo MEC. Infelizmente, a luta das mulheres pela emancipação vive um claro retrocesso. Do jeito que as coisas andam, elas apenas trocaram as botas do marido (que eram obrigadas a descalçar) pelo pênis de qualquer macho (que são treinadas a vestir). Em síntese, continuam no papel de serviçais, com o agravante de que esse novo machismo é ensinado nas próprias escolas. Sem contar que essa pornográfica pedagogia não passa de uma ciência ridícula, que zomba da inteligência dos alunos e dos instintos da espécie. É como se a humanidade existisse por geração espontânea e, sem o didatismo naturalista da educação sexual do MEC, nossos antepassados jamais tivessem se acasalado, por serem incapazes de adivinhar as funções extras de seus órgãos genitais.

Essa visão pueril da sexualidade humana decorre da absoluta negação de sua raiz biológica por parte da pseudociência universitária, que tem fobia dos fatos. Para os acadêmicos, a diferença entre pênis e vagina não passa de uma miragem de reacionários – para eles, tudo é “construção social”, inclusive a divisão dos sexos entre machos e fêmeas. Daí a facilidade com que obrigam meninas de 10 anos a conviver com travestis adultos no banheiro feminino. Se intencionalmente ou por acaso o travesti se mostrar nu, a menina não deve crer no pênis concreto e, sim, na mulher de ficção. Paradoxalmente, o mesmo transexual masculino que renega a objetividade das genitálias para ter ao seu dispor o banheiro feminino não hesita em recorrer à natureza para justificar a realização de cirurgias de mudança de sexo pelo SUS. Eles alegam que são, na realidade, mulheres e, como seu pênis é que está sobrando no corpo, cabe ao SUS extirpá-lo em nome dos direitos humanos.

Monopólio dos homens transexuais

Desde que o SUS começou a pagar por cirurgias de mudança de sexo, os homens são os mais beneficiados. Levantamento realizado pelo setor de comunicação da Universidade de Brasília (UnB), em setembro de 2010, dois anos depois de iniciada a prática, mostrou que, nesses dois anos, tinham sido realizadas 57 cirurgias transformando homens em mulheres e apenas cinco transformando mulheres em homens. Para justificar essa diferença, a psicóloga Jaqueline Jesus, mestre e doutoranda em Psicologia Social e do Trabalho, apresentou a seguinte justificativa baseada em dois fatores: “O primeiro é a maior visibilidade que o homem transexual tem. Eles são muito discriminados e não têm reconhecimento da sociedade. O segundo é que a ciência está mais avançada para as mulheres. A cirurgia de criação de órgão genital masculino é mais complexa”, disse. Atentem para esta frase: “a ciência está mais avançada para as mulheres”. É justamente o contrário: está mais avançada para os homens que querem se tornar mulheres.

Ocorre que, na cabeça de pesquisador universitário, o sexo futuro que o transexual deseja é mais concreto do que o sexo biológico com o qual nasceu. E essa visão distorcida da natureza humana contamina os próprios homossexuais, que passam a se definir segundo categorias ficcionais criadas nas ciências humanas. Por isso, é um absurdo essa imposição do banheiro feminino para travestis como um direito humano. Nem os próprios travestis costumam ter certeza de qual é a sua orientação sexual. Daí o constante aumento de letras na sigla que define os homossexuais, que começou como GLS – gays, lésbicas e travestis – e hoje já está em GLBTT – gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais. Nesse ritmo, a orientação sexual dessa gente vai virar placa de carro, com letras e números, para dar conta da propalada “diversidade sexual”.

É o que se depreende da dissertação “Nomes e Diferenças: Uma Etnografia dos Usos e Categorias Travesti e Transexual”, defendida em 2010 no mestrado em antropologia social da USP pelo psicólogo Bruno Cesar Barbosa. O pesquisador acompanhou um grupo de travestis e transexuais que se reuniam em São Paulo às terças-feiras, com o apoio do Grupo pela Vidda, e constatou que os membros do grupo tinham uma sexualidade um tanto indefinida. “Várias dessas pessoas também podiam se dizer travestis em uma situação, e trans, transexual ou transex em outra. Também era possível perceber que algumas dessas pessoas já haviam se identificado de várias formas em diferentes momentos da vida”, escreve o pesquisador, que chega a falar em “miríade de categorias classificatórias” usada pelos membros do grupo. Além disso, nas conversas informais, eles também usavam “categorias historicamente relacionadas à homossexualidade, como homossexual, gay, bicha e viado, além da oposição entre passivo e ativo”. Reparem que essas velhas classificações estão interditadas para quem não é do grupo, sob pena de homofobia.

Sexos criados em laboratório

Todavia, o mais interessante no trabalho do pesquisador é a constatação de que os transexuais do grupo eram diretamente influenciados pelas pesquisas acadêmicas. O psicólogo Bruno Cesar Barbosa conta que, em uma das reuniões, um homem que se identificava como ‘transexual’, disse que há dez anos se considerava ‘gay’, há quatro ‘travesti’ e agora ‘trans’, e que essas mudanças se deviam ao fato de que “foi atrás de informações” que o fizeram compreender quem realmente era. “De fato, algumas pessoas são consideradas ‘mais trans’ que outras, e o diagnóstico de transexual é algo agenciado para marcar este lugar ‘mais trans’”, escreve o pesquisador. Ele observa que o discurso acadêmico sobre travestis e transexuais é apropriado e reelaborado pelos próprios: “Conceitos criados no meio acadêmico neste campo de estudo são logo absorvidos pelos sujeitos e pelos movimentos sociais – na verdade, alguns destes conceitos se constroem em um diálogo (mesmo que tenso) entre acadêmicos e ativistas”.

O pesquisador observa que “ser transexual, assim como ser travesti, envolve uma performatividade” e conclui que “há uma relação íntima entre formulações acadêmicas e demandas de pessoas engajadas nas lutas de gênero e sexualidade”. Naquela linguagem javanesa de acadêmico, Bruno Cesar Barbosa afirma que “as categorias criadas pelos saberes se configuram enquanto campo de possibilidades de uso destas pessoas”. Ou seja, ainda que sem querer, ele confessa que as universidades usam os homossexuais como cobaias de suas ficções científicas relativas ao sexo e os homossexuais, por sua vez, valem-se desse certificado acadêmico para mudar de nomenclatura conforme sua conveniência – mesmo ao preço de não deixar que uma menina de 10 anos use em paz o banheiro feminino.

07 de fevereiro de 2012
Publicado no Jornal Opção.
José Maria e Silva é sociólogo e jornalista.