"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sexta-feira, 16 de setembro de 2011

O ONZE DE SETEMBRO: UMA ORGIA DE MENTIRAS


Para mim a comemoração do 11/09 é uma repetição do escândalo original e, portanto, muito dolorosa para testemunhar. O ataque original foi uma lavagem cerebral em massa perpetrado por uma classe traidora dentro da América. Agora, eles estão reforçando a programação original. Tudo é projetado para perpetuar a guerra e tirar os direitos civis dos americanos sob o pretexto falso de uma ameaça terrorista.

Os americanos estão concordando com sua própria escravização, e muitos parecem dispostos a ir junto. Acho que a maioria sabe que o 11/09 foi um trabalho interno, mas tem medo de dizê-lo.
O 11/09 roda no mundo como sendo um “mini holocausto", um evento catártico que “mudou tudo".
A Illuminati satanista Lady Gaga está fazendo a pergunta: "O que você vai fazer para se lembrar?" Como se fará para punir os perpetradores reais? Uma atrocidade como o 11/09 não requer lembranças, requer justiça! O perpetradores devem ser capturados. Caso contrário, eles vão continuar com esses false flags em forma de "ataques terroristas", vazamentos de petróleo, quebras na bolsa, vírus e desastres "naturais". Os políticos que discursam eloqüentes sobre 11/09 estão entre os principais cúmplices. Você tem que admirar o seu cinismo e sua habilidade de mentir. Sem dúvida, é uma exigência do trabalho

Este espetáculo demonstra que vivemos em uma sociedade comunista de facto, onde os meios de produção e as armas de mentiras em massa são controlados pelo Estado, também conhecido como banqueiros centrais. Nossa "liderança" de classe são traidores que venderam suas almas por "sucesso". A comemoração do 11/09 é análogo ao assassinato de JFK, onde metade das pessoas no funeral sabiam previamente do ataque e a outra participou no cover up.

A versão oficial

A história oficial do 11/09 tem mais furos do que queijo suíço. Se esta fosse uma sociedade livre e aberta haveria um interesse generalizado e genuíno na resolução das questões. Em vez disso, há uma repressão e um cover-up. Eu não vou rever as questões novamente. Remeto-vos para esta revisão do novo livro de David Ray Griffin, "9 / 11 - Dez Anos Depois: Quando os Crimes do Estado Contra a Democracia Têm Sucesso . " Remeto-vos para "Para bobos: Cinco fatos que todo mundo deveria saber ", que aponta para a ausência de corpos ou destroços do avião. Remeto-vos para 1600 arquitetos e engenheiros que dizem que a destruição do WTC foi uma demolição controlada. O proprietário do WTC Larry Silverstein, admitiu WTC7 foi uma demolição controlada . Não era de esperar acreditar que a destruição das Torres Gêmeas não foi controlada?

Ato falho? Quem disse "derrubar" as torres?

O 11/09 foi perpetrado pelos banqueiros centrais illuminati (maçônicos) de Londres (Rothschilds, Rockefellers, etc) para avançar seu plano secular de um mundo só - um governo só, isto é, a tirania. O plano foi executado pela CIA, Mossad e elementos dentro das forças armadas dos EUA e encoberto pela classe política e da mídia que são auxiliares de nível médio.

Ninguém dentro do establishment dos EUA foi punido por permitir que este ataque incompreensível ocorresse. Se não fosse um trabalho interno teria havido centenas de cortes marciais e demissões que começam com GW Bush. A mass media, “privada” ou governamental foi desacreditada como agentes de controle mental. Repórteres e locutores são mentirosos e traidores. Todas as três redes de TV original foram fundadas pelos banqueiros illuminati.

A Fox não é diferente. Os americanos sofrem da Síndrome de Estocolmo. Eles são reféns que pensam que, se jogarem junto, os banqueiros illuminati não vão prejudicá-los. De acordo com os Protocolos dos Sábios de Sião, o povo está "acostumado a ouvir-nos apenas para nos pagar com obediência e atenção. Desta forma vamos criar uma força cega e poderosa que nunca estará em posição de se mover em qualquer direção sem a orientação de nossos agentes ... O povo se submeterá a esse regime porque saberá que sobre destes líderes dependerá seus ganhos, gratificação e a recepção de todos os tipos de benefícios. "(Protocolo 10 ). Soa como a nossa liberdade alardeada é realmente uma forma de Síndrome de Estocolmo.

CONCLUSÃO

Estou triste com o 11/09. O assassinato de mais de 3.000 norte-americanos não foi vingado. O 11 de setembro é a prova dos nove que demonstra como a nossa sociedade fou subvertida pelo culto satânico illuminati.

O que sobra para pessoas como nós? Nós devemos sustentar a verdade contra todo escárnio. Más, ao nível pessoal, devemos exaustivamente nos esforçar para fazer o bom proselitismo. A verdade não mendiga. Devemos dividir nosso conhecimento quando solicitado. Assim, nós podemos ter relações cordiais com todos, inclusive os trouxas. Nós também fomos trouxas uma vez.

Nós devemos viver nossas vidas tão construtivamente quanto possível, gratos pela liberdade e prosperidade que ainda desfrutamos. Não nos devemos deprimir pela condição humana. Finalmente, os illuminati se auto-destruirão. O Mal é inerentemente disfuncional.

Henry Makow
Tradução de Charles London

DA "SORBONINHA" AO TURISMO, COM O EMPURRÃOZINHO DA FAMÍLIA SARNEY


Da 'Sorboninha' ao Turismo, sempre com o 'empurrão' da família Sarney
Citado no Congresso como "o intelectual do grupo Sarney", Gastão Vieira virou ministro do Turismo porque, além do peso do presidente do Senado na escolha, passou pelo pente-fino do Palácio do Planalto na sua ficha política. Na noite de quarta-feira, quando a bancada do PMDB na Câmara tinha uma lista de quatro nomes para o cargo, seus colegas brincavam: "Ele passou pelo crivo do Google, por enquanto".

Disputavam a indicação com Gastão os colegas de bancada Marcelo Castro (PI), Manoel Junior (PB) e, com menos chances, Lelo Coimbra (ES). Os dois primeiros não passaram pelo crivo no quesito "ficha limpa".

- Dilma não queria nomear num dia e ver o cara caindo no fim de semana. Sarney já tinha feito intervenções para manter o Turismo com o Maranhão e entrou de novo nesse momento. Deu Gastão - contou um dirigente do PMDB.

De fato, o novo ministro não tem problemas na Justiça nem foi citado em esquemas de corrupção. Frequentou o noticiário com aspectos negativos quando empregou uma das filhas no seu gabinete na Câmara, mas a demitiu depois que o Supremo Tribunal Federal estabeleceu regras contra o nepotismo.

Também por conta das filhas voltou ao noticiário ao deixá-las no apartamento funcional da Câmara, em Brasília, quando assumiu o cargo de secretário de Educação de Roseana Sarney, no Maranhão. Alegou que, se tivesse que devolver o imóvel, voltaria ao mandato, pois sua família morava lá desde 1995. A Câmara não lhe tirou o apartamento. Entre 2009 e 2010, voltou ao governo de Roseana, como secretário de Planejamento.

Gastão, de 65 anos, é advogado, mas no Congresso sua atuação foi voltada quase que exclusivamente para a área de educação em cinco mandatos de deputado federal. Sua grande vitrine foi a elaboração do Plano Nacional de Educação.

Por sua atuação no Congresso, tem entre seus doadores de campanha empresários da área de educação.

O maior problema de Gastão, como se diz reservadamente no governo, é o fato de ser fiel aliado da família Sarney. A aproximação começou em 1985, quando foi convidado por Roseana Sarney, que então secretariava o pai na Presidência da República, para formar um grupo que foi batizado de "Sorboninha", em referência à universidade de Sorbonne, na França, para estudar os problemas do Maranhão e apresentar projetos. Indagado ontem se a indicação de Sarney o diminuía, rebateu:


- Absolutamente não. Sou ligado à família Sarney há muito tempo, mas o Sarney nunca impôs que eu fizesse nada. Eu tenho objetivos e programas bem claros na minha cabeça.

Desempenho fraco na disputa por prefeitura

O apoio da família Sarney não foi suficiente para evitar seu maior fiasco político, quando foi o sexto colocado nas eleições para a Prefeitura de São Luís, em 2008, com apenas 9.508 votos. Mas, em 2010, ele se recuperou e foi o deputado federal mais votado no estado, com 134.665 votos. Entre os adversários de Sarney, o novo ministro é criticado pela relação com a família mais poderosa do Maranhão.

- O Gastão é um cara que tem um potencial razoável, mas segue os Sarney cegamente. Não tenho notícia dele em coisa suja. Em quatro anos como secretário de Educação de Roseana ele construiu três escolas. E como secretário de Planejamento, a informação é que gastou o dinheiro todo antes do tempo - afirmou o deputado Domingos Dutra (PT-MA).

Maria Lima O Globo

PRAZO DE VALIDADE VENCIDO...


Em 27 de janeiro 2010, ao criticar, mais uma vez, os partidos de oposição que, segundo ele, derrubaram a CPMF para prejudicar seu governo, Lula disse que "... a desgraça da política é porque o político deveria ter carimbado na testa aquele prazo de vencimento".

No mes passado, para justificar seu empenho em transformar Fernando Haddad em Prefeito de São Paulo, Lula alegou que São Paulo precisa de algo novo.

Vamos fazer de conta que acreditamos nesse novo Lula, que sempre se juntou ao que há de mais encruado na política nacional. Como é o caso dos seus amigos de vida pública, que só não criaram calo no traseiro porque pouco ficam sentados em suas cadeiras 'de trabalho'.


Quanto a Lula, o marketeiro, por que motivo ele gosta tanto de direcionar os idiopatas a escolherem candidatos desconhecidos? Nesse estilo desenchabido Dilma-Haddad, duas figuras que nunca participaram de qualquer eleição e jamais sentiram a aprovação e o conhecimento popular?


Ao dizer, cheio de convicção, que São Paulo precisa de algo novo. o marketeiro Lula atropela a realidade, pois todo o Brasil precisa de coisa nova, de gente nova. Políticos novos, para dar fim à senilidade mental que se abateu sobre a honestidade brasileira. Enquanto houver uma única laranja podre, todas as outras ficarão igualmente estragadas. O que está apodrecido deve ir para o lixo.

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casa da mãe joana

O ZÉ DIRCEU É CONTRA. O CABEÇÃO É CONTRA. O DELÚBIO É CONTRA. E VOCÊ?


Até agora, 1.142 pessoas migraram, só hoje, deste blog para a página Eu Voto Distrital. Neste momento, há 80.500 assinaturas, devidamente checadas, para evitar a depredação a que costumam recorrer os fascistas para impedir que as boas causas prosperem. Dê a sua contribuição para que se possa fazer um debate decente sobre a reforma política.

O sistema em vigor é este que está aí: cinco ministros demitidos em três meses, quatro deles por suspeitas de corrupção. O sistema em vigor é o que estimula o “toma-lá-dá-cá”. É possível tornar a política mais hostil aos larápios. O voto distrital é apenas uma das ações, não a única. Mas é essencial se queremos um Parlamento composto de pessoas que realmente foram votadas pela população, que a represente. Na marcha atual, chegará o dia em que o Congresso brasileiro só vai reunir lobistas e representantes de corporações. E a população real que se dane!

Voto Distrital neles!

José Dirceu é contra!
O Cabeção é contra!
O Delúbio é contra!

E você?
Por Reinaldo Azevedo

OAB: 4% DE APROVAÇÃO! CORPORATIVISMO OU ZELO EXCESSIVO?


Artigos - Direito


Por que não temos, ao invés de uma entidade autárquica como a OAB, uma plêiade de OAB's privadas, cada qual acolhendo os seus bacharéis em direito conforme suas visões e qualidades? O tempo formará a reputação de cada uma, e a população estará convidada a julgá-las por meio do mercado.

Neste ano, apenas 4% dos bacharéis de Direito foram aprovados pela OAB, segundo matéria divulgada pela Agência Brasil. Convenhamos, temos aqui um percentual extremamente polarizado. Isto nos permite indagar seriamente se 96% dos bacharéis formados são realmente analfabetos ou se a OAB está sendo flagrada em ato de protecionismo de mercado em benefício dos atuais advogados.

Eis aí um assunto espinhoso, que chama ao debate não somente os bacharéis em Direito e advogados, mas também uma significativa parcela da população: O exame de ordem realizado pela OAB é necessário e legítimo?

Olhando pelo lado dos inscritos na Ordem, ou da legitimidade, não fica difícil adivinhar: não há nenhum motivo que os façam desejar o ingresso de mais concorrentes no mercado. Tentemos estabelecer um paralelo: imaginemos que o setor supermercadista ficasse a juízo dos atuais donos deste tipo de estabelecimento. A quem aproveitariam suas decisões? Ao público ou a si próprios? Logicamente, um veto frontal à entrada de novos participantes não é a imagem mais simpática que se pode oferecer à sociedade, mas que tal a ideia de propor uma série de exigências técnicas previamente escolhidas pelos próprios atuais empresários do ramo - digo - justamente aquelas em que sabem que somente eles próprios são capazes de cumprir? Não passaria a ideia de responsabilidade, de seriedade e de ordem?

Por outro lado, vejamos o caso da necessidade: se temos faculdades incapazes de produzir um número razoável de bacharéis aptos ao exercício da profissão, eis que 96% por cento dos seus egressos são considerados ineptos, então temos diante de nós um escândalo colossal, da magnitude de bilhões de reais, dignas de provocar o impeachment da presidente e do seu ministro da educação. Estranha-me, todavia, que no exercício da minha profissão como servidor público federal, eu seja afrontado amiúde com peças produzidas por advogados com sofrível qualidade, tanto no aspecto redacional quanto em relação à apresentação correta dos dispositivos legais e à elaboração de argumentações lógicas e coerentes.

Tertium non Datur? Talvez não: pode ser que estejamos diante dos dois fenômenos ocorrendo simultaneamente. Em minha modesta opinião, é o que de fato acontece. Digo mais até: há outros problemas muito mais graves do que este, sobre os quais tecerei algumas considerações...

Bis in Idem

Bis in Idem é um termo em latim que significa "de novo no mesmo" ou "duplamente, pelo mesmo motivo". A tradicional jurisprudência usualmente se utiliza desta expressão para repudiar vícios tais como o de aplicar ao réu uma segunda penalidade pelo mesmo delito, ou de cobrar um segundo imposto do cidadão pelo mesmo fato gerador. Vejam aqui se não se trata do caso:

Voltemos à questão da legitimidade. Suponha que você importe determinado produto do exterior. Você já passou pelos trâmites aduaneiros, pagou os seus impostos, foi liberado pelos fiscais da Alfândega, mas na hora de retirar o produto do porto, chegam os representantes da entidade sindical dos fiscais e retêm a sua mercadoria, exigindo-lhe o cumprimento dos mesmos trâmites ou de outros adicionais. Será isto natural e logicamente correto?

Ora, se o estado, personificado pelo Ministério da Educação - como parte da Administração Direta - já praticou o ato perfeito de considerar o bacharel como aprovado no curso, por delegação assistida às instituições de ensino particulares ou privadas, qual a razão lógica de ele próprio submeter-se à revisão por uma verruguenta entidade paraestatal da Administração Indireta?

Monopólio do Pensamento

Notem que o Direito não consiste em um conjunto de conhecimentos objetivos, tal como é o caso da Matemática. Neste ramo, uma hipotética prova como requisito ao ingresso no conselho de classe da categoria seria algo aferível por absolutamente qualquer cidadão capaz de avaliá-la. Com o Direito é diferente, pois este engloba uma série de conceitos ligados a diferentes teorias sociológicas, filosóficas, políticas, econômicas, técnicas e até mesmo alguma arte (alguns diriam que esta última dose é a mais importante...).

Portanto, uma única entidade - no caso, a OAB - que exerça do alto do Monte Olimpo a prerrogativa de elaborar uma prova de admissão está fadada inexoravelmente a aplicar as questões de acordo com a visão de mundo predominante entre os seus membros, quer isto ocorra de forma ostensiva, velada ou quem sabe, inclusive, não-intencional. O exame de ordem, portanto, se torna assim uma espécie de filtro ideológico, potencial ou de fato, e notem como coisas assim têm se mostrado perigosamente recorrentes nestes últimos tempos.

Mesmo no ramo da técnica existem variáveis. Por exemplo, quando falamos de solda elétrica, consagram-se os métodos norte-americano e alemão. Cada um possui vantagens e desvantagens, e no caso de entidades certificadoras privadas como são as Sociedades Classificadoras, um ou outro pode ser adotado como regra geral.

Sociedade Classificadoras são instituições privadas de regulamentação e certificação técnica. A mais antiga de todas é a LLoyd Register, fundado em 1760, na Inglaterra. Ninguém é obrigado a seguir as normas de uma sociedade classificadora, a não ser que decida contratá-la para aderir às suas normas. Ter uma embarcação, rede ferroviária ou uma planta industrial certificados, entretanto, é um excelente negócio, pois os prêmios de seguro são baratos, pelo baixo risco que representam, e o mercado consumidor acolhe seus produtos e serviços com mais facilidade e preços mais altos. Todo este sistema funciona assentado sobre princípios de confiança, reputação, espontaneidade e livre competição. Ninguém é formalmente excluído do mercado, mas cada qual abocanha a sua parte conforme a sua competência.

Assim sendo, porque não temos, ao invés de uma entidade autárquica como a OAB, uma plêiade de OAB's privadas, cada qual acolhendo os seus bacharéis em direito conforme suas visões e qualidades? O tempo formará a reputação de cada uma, e a população estará convidada a julgá-las por meio do mercado.

Monopólio de Mercado

Sustentam os austríacos que não existe algo como um monopólio de fato, uma vez que a liberdade de mercado pressupõe a faculdade de qualquer cidadão ingressar no ramo, mesmo que casualmente ele esteja sendo, em qualquer momento, explorado por um único agente. Geralmente, o regime de preços estabelece este equilíbrio.

O que existem, sim, são os monopólios de direito, que por isto mesmo, de fato se tornam. Em outras palavras, o monopólio tem como se sustentar quando funciona sob a proteção do estado, como por exemplo, são os próprios atuais advogados aqueles que decidem quantos e quais serão os novos concorrentes, sem que a população tenha como interferir de alguma maneira.

Como tenho afirmado persistentemente, os conselhos de classse - incluída aí a OAB, consistem em excêntricas instituições que legislam e tributam, assumem posições políticas, estipulam multas, cassam profissionais e fecham estabelecimentos, tudo sem controle externo e completamente livres de qualquer pingo de representatividade parlamentar. São estados paralelos, sem nenhum retoque.

O Conselho Federal de Medicina - CFM, assume esta posição de forma eloquente, conforme mantém em seu site: “ao defender os interesses corporativos dos médicos, a CFM empenha-se em defender a boa prática médica, o exercício profissional ético e uma boa formação técnica e humanista...”

Conclusão

Não é somente o exame de ordem um verdadeiro disparate na forma de escancarada manobra protecionista em face de um quadro de ensino catastrófico todo o problema que temos. O buraco é muito mais embaixo. A própria OAB, como uma entidade autárquica mono-ideológica deve ser extinta para dar lugar a um sistema livre de mercado.

Escrito por Klauber Cristofen Pires | 16 Setembro 2011

A PORNIFICAÇÃO DA IMAGEM DA MULHER NA MÍDIA DE MASSA

“Tais imagens também demonstram aumentar os índices de descontentamento físico e/ou desordens nos hábitos de comer entre homens, mulheres e meninas; e eles também demonstram diminuir a satisfação sexual entre homens e mulheres”.

Um estudo feito por sociólogos da Universidade de Buffalo revelou um aumento em imagens “pornificadas” de mulheres nos meios de comunicação populares. Os pesquisadores estão alertando que essas descobertas são motivo para preocupação porque uma pesquisa anterior revelou que tais imagens de mulheres têm consequências negativas para homens e mulheres.

Erin Hatton e Mary Nell Trautner, professores assistentes no Departamento de Sociologia da Universidade de Buffalo (UB), são os autores do estudo “Equal Opportunity Objectification? The Sexualization of Men and Women on the Cover of Rolling Stone” (Objetificação de Oportunidade Igual? A Sexualização de Homens e Mulheres na Capa da Revista Rolling Stone), que será publicado na edição de setembro da revista “Sexuality & Culture” (Sexualidade e Cultura).

Hatton e Trautner examinaram mais de 1.000 imagens de homens e mulheres na revista “Rolling Stone” de 1967 a 2009. Eles escolheram “Rolling Stone”, de acordo com Hatton, porque “ela é um veículo de comunicação bem estabelecido da cultura popular. Não é explicitamente sobre sexo ou relacionamentos… e assim oferece uma janela útil para vermos como as mulheres e os homens são geralmente retratados na cultura popular”.

Os autores mediram a intensidade das representações sexualizadas desenvolvendo uma “escala de sexualização”. A escala dá pontos de imagens por sexualização se os lábios da pessoa focada estão abertos ou a língua estava aparecendo, se a pessoa focada está parcialmente vestida ou nua, ou se o texto que descreve a pessoa focada usou linguagem sexualmente explícita.

Hatton e Trautner revelaram que na década de 1960, 11% dos homens e 44% das mulheres na capa da “Rolling Stone” eram sexualizadas. Na década de 2000, a percentagem de homens que eram sexualizados havia aumentado para 17% e a percentagem de mulheres para 83%.

“Na década de 2000, havia 10 vezes mais imagens hipersexualizadas de mulheres do que de homens, e 11 vezes mais imagens não sexualizadas de homens do que de mulheres”, disse Hatton.

“Constatou-se que representações sexualizadas de mulheres legitimavam ou agravavam a violência contra as mulheres e meninas, bem como assédio sexual e atitudes anti-mulheres entre homens e meninos”, diz Hatton. “Tais imagens também demonstram aumentar os índices de descontentamento físico e/ou desordens nos hábitos de comer entre homens, mulheres e meninas; e eles também demonstram diminuir a satisfação sexual entre homens e mulheres”.

“Embora na superfície essas descobertas não sejam de surpreender, fiquei realmente surpreso com a intensidade da sexualização das mulheres relativa aos homens”, Hatton disse para LifeSiteNews (LSN).

“Tais imagens foram muito criticadas na década de 1970, mas desde então nós como cultura não pensamos que elas sejam particularmente problemáticas”, ela disse. “As pessoas dizem, ‘Pois bem, o que esperar? O sexo ajuda a vender!’ Ou, ‘Somos uma sociedade sexual’. Mas se esse fosse o caso, teríamos imagens hipersexualizadas de mulheres, mas não homens, ao longo do tempo”.

“Acho que é hora de abrirmos um novo e acalorado debate público sobre o uso generalizado de tais imagens e o problema que provocam, e penso que haveria acordo geral de ambos os lados do espectro político de que essas imagens são problemáticas”, disse Hatton.

Escrito por Jeremy Kryn | 16 Setembro 2011
Tradução: Julio Severo

CUSTO INVISÍVEL

O caso do ex-ministro Pedro Novais é de um patrimonialismo bizarro: uma pessoa que acha que o Estado deve pagar o salário do motorista, da governanta, e as contas de festas em motel.

É também revelador de que a corrupção e os equívocos da maneira de governar o Brasil estão virando um problema de grandes proporções. A corrupção é também um problema econômico.

A corrupção vai erodindo a confiança nas instituições, a qualidade do gasto público e a eficiência econômica. Quem quiser fornecer hoje para o Estado brasileiro — inclusive nas estatais — tem que ter na sua administração grupos especializados em saber como chegar a quantia certa à pessoa certa.

Desta forma, toda a economia vai sendo contaminada: as empresas corrompem e se deixam corromper. Elas se organizam não pela eficiência, pelo baixo custo, pela qualidade na prestação do serviço, mas por fazer tráfico de influência e conceder mimos aos tomadores de decisão — como o jatinho, o helicóptero.

Não faz sucesso na empresa fornecedora de bens e serviços para o governo quem tenha uma ideia inovadora, mas sim quem sabe como ir lentamente quebrando as barreiras para construir laços com a autoridade de plantão.

Numa empresa que queira vencer uma concorrência para uma obra ou um contrato no governo será mais valorizado o funcionário que sabe carregar e depositar a pasta do que quem se esforça para, no seu ofício, construir uma proposta realmente eficiente e de baixo custo.

O custo da corrupção é maior do que parece. Há um custo visível que se pode avaliar pelos constantes aditivos aos contratos, pelos pagamentos por obras não feitas, pelos recebimentos de dinheiro flagrados em tenebrosas gravações.

Há também um custo intangível que é o de minar qualquer esforço pela eficiência nas empresas fornecedoras. E vamos entender que o governo é o maior comprador em qualquer país, portanto, sua capacidade de disseminação das más práticas é enorme.

Se, ao contrário, a regra passa a ser a transparência, o controle dos gastos, a prestação de contas ao contribuinte haverá o efeito de propagar as boas práticas.

Em nove meses de governo, a presidente demitiu quatro dos cinco ministros que caíram, após uma série de denúncias. Novais não tem nada de novo, exceto estar na segunda fila da foto presidencial, depois de um quase strike na primeira fila.

E se não houvesse as denúncias? Os ministros e os outros que deixaram seus cargos continuariam neles?

Para que servem mesmo órgãos como a Controladoria-Geral ou a Comissão de Ética Pública se não forem para prevenir de alguma forma. Bastava uma olhadinha no currículo — ou prontuário — de alguns. Isso já pouparia uma parte do constrangimento da população e do governante.

Há casos que explodem após a revelação de um fato inesperado. No caso de Pedro Novais a presidente Dilma Rousseff poderia ter evitado o desgaste que viveu nos últimos dias. Era óbvio que ele não era o ministro certo. A revelação do envio da conta do motel para ser paga com o dinheiro da Câmara dos Deputados estourou antes da posse. Teria sido um ótimo motivo para a presidente não nomear um ministro que nunca demonstrou estar preparado para o desafio que está diante de nós no Turismo.

O país tem grandes eventos em seu calendário e um gigantesco déficit na balança do turismo. Não apenas porque o dólar favorece as viagens internacionais dos brasileiros, mas porque o Brasil tem deficiências conhecidas em atrair e manter turistas estrangeiros que venham ao país.

No ano passado, a Argentina teve aumento de 22% de turistas estrangeiros, nós, apenas 7,5%. A Grécia recebe um fluxo três vezes maior do que o nosso. O setor está claramente mal estruturado.

Mesmo sendo importante o setor não deveria ter ministério. País nenhum precisa de 38 ministérios e ficar aguardando a criação de mais um a qualquer momento. Não se resolve problemas criando instâncias burocráticas que são oferecidas aos políticos como protetorados. Os problemas são resolvidos quando há uma boa equipe de funcionários determinados a encontrar as soluções.

E por que mesmo é que o Turismo é propriedade do ex-presidente José Sarney? É um acinte ao país que este tenha sido o critério para escolha do novo ministro: o estado de nascimento.

Nada contra o belo Maranhão; tudo contra o seu controle eterno por integrantes da oligarquia que, além de todos os seus defeitos, de congelar o estado num dos mais baixos níveis de desenvolvimento humano, tem por hábito nomear nulidades administrativas para cargos importantes. Se ainda fosse uma oligarquia de resultados, mas nem isso é.

Será que a presidente se dá conta de que esse ‘toma lá’, sem sequer haver um ‘dá cá’, em termos de compromisso na qualidade da gestão pelos nomeados, vai envelhecendo o governo antes da hora?

O sentimento do contribuinte brasileiro é de exaustão com tanto caso de corrupção, com tanto imposto para pagar, com tanta ineficiência na oferta de serviços por parte do Estado.

Dessa exaustão pode sair uma força que modernize o Brasil. Ou não. O cidadão e a cidadã podem simplesmente não acreditar mais que valha a pena gastar tanto para manter essa estrutura de poder cara, corrompida e cada vez menos comprometida com o seu propósito original.

Governos servem aos cidadãos e não o contrário. Em nome do povo o governo democrático é constituído. Isso parece que anda esquecido em Brasília.

Miriam Leitão, O Globo

DESCONTRUINDO A RASA MORAL PROFUNDA DAS ESQUERDAS

OU: EM NOME DO PAI, DO MEU PAI.

Estão preparados para uma viagem um tantinho longa? Vamos lá. Acho que passaremos por paisagens intelectuais, morais e políticas interessantes. Se gostarem, multipliquem o texto por aí.

Muitos leitores reclamaram da minha suposta severidade na na censura que fiz ao discurso da presidente Dilma Rousseff, naquela solenidade em que ela inaugurou, pela segunda vez, a promessa de construir 6.427 creches. Não há truncamento nenhum no meu texto. Eu escrevi mesmo “inaugurar promessas”, uma categoria de discurso introduzida na política por Luiz Inácio Apedeuta da Silva. Dilma ontem seguiu-lhe os passos até no vocabulário. Chegou a soltar um “nunca antes na história destepaiz”.

Como já demonstrei aqui, seu plano de governo prevê, para este 2011, 1.695 creches. Não vai entregar nenhuma. Mas renovou a promessa de mais de seis mil para daqui a três anos e quatro meses… Então tá. Critiquei a fala da presidente porque ela afirmou, vejam lá, que, “com crianças bem-educadas”, teremos “uma sociedade mais ética.” Esse episódio e um outro ocorrido nesta semana — o Machado de Assis branco na propaganda da Caixa Econômica Federal — contam um pouco do nosso tempo. Na verdade, o que denuncia esse tempo nem são esses acontecimentos em si, mas o silêncio daqueles acostumados a reagir. Essas duas ocorrências são muito mais reveladoras de certo estado de coisas do que notamos à primeira vista. Aqui vou ter de fazer uma digressão que mistura um tantinho de memória pessoal com outro de memória da civilização. Vamos lá.

A digressão

Acho que já contei aqui, mas relembro. Eu andava meio afastado da esquerda — perdido, ou achado, cá em meus pensamentos — em abril de 1982, mas ainda não tinha tido aquele ímpeto do rompimento definitivo, que liberta. Aí veio a “orientação” de fora: deveríamos adotar a palavra de ordem “As Malvinas são argentinas”. As ilhas tinham sido invadidas pelo general Galtieri, numa tentativa de dar sobrevida àquela que foi a segunda ditadura mais sanguinária da América Latina — só perdeu para a cubana: 30 mil mortos e desaparecidos contra 100 mil, caso se considerem todos os que se afogaram tentando fugir do “paraíso” dos irmãos Castro, de onde ninguém podia sair. Confesso, constrangido, que usei aquela tragédia como uma janela: “Desculpem, camaradas! Eu não consigo defender essa porcaria”. Mas o meu rompimento intelectual, moral, ético e até sentimental era anterior. Vi de perto como as coisas funcionavam. O PT existia havia apenas um ano; lá estava o ovo da serpente.

O que pensavam, de fato, aqueles “progressistas” todos sobre o operariado, gente com a qual eu convivia, que havia me dado boa parte da minha memória afetiva? Como aqueles “amigos do povo” veriam, por exemplo, o meu pai operário, suas unhas tingidas de graxa e sua ignorância revolucionária? “Povo”? As esquerdas jamais se interessaram de verdade pelos homens e mulheres que há. Eles são meros coadjuvantes de uma narrativa protagonizada pela elite revolucionária em nome do “homem a haver”. E, para que se construa esse novo tempo, tudo é, então, permitido. Aqueles esquerdistas com os quais convivi dos 14 aos 21 anos eram os herdeiros, intelectuais ao menos, do Lênin que mandara fechar a Assembléia em 1918 porque teria se transformado em instrumento dos reacionários.

O chefão homicida do golpe bolchevique abusou como quis da teoria marxista, mas não neste particular: a concepção de que uma elite intelectual deve conduzir uma classe que nem mesmo tem consciência de seu papel revolucionário é um dos pilares demoníacos do marxismo. O “demônio” entra aqui como uma metáfora. Recorro à imagem porque aí está a justificação do mal — de qualquer mal. Este homem que se define por tudo o que não sabe e por tudo o que não é se torna mero instrumento do ente de razão que vai conduzir a luta: o partido — que será a correia que fará girar o motor da história.

Os homens reais, com seus problemas reais, desaparecem. Na verdade, eles são considerados, muitas vezes, entraves ao correto ordenamento da história. A coletivização da agricultura soviética a partir de 1929, que matou milhões de pessoas de fome, não foi só uma tara stalinista. Era uma exigência do “modelo” de industrialização forçada para “construir o socialismo”, nada que um esquerdista qualquer não pudesse ou não possa ainda hoje justificar moralmente.

Fim da digressão

Faço essa digressão com o propósito de evidenciar que, para os esquerdistas de ontem ou de hoje, um ato, um discurso, uma decisão, uma escolha etc. não têm um valor em si, não se definem pelo conteúdo que encerram. Seu significado depende do uso que o grupo considerado progressista (no passado, dir-se-ia “a classe revolucionária”) possa fazer dele. Como queria o teórico comunista italiano Antonio Gramsci, pai das esquerdas contemporâneas, para um esquerdista, “todo ato é concebido como útil ou prejudicial, como virtuoso ou criminoso, somente na medida em que tem como ponto de referência o próprio Moderno Príncipe e serve ou para aumentar o seu poder ou para opor-se a ele.”

Em Gramsci, como vocês sabem, o “Moderno Príncipe” é o partido. Assim, uma fala tida por “criminosa” na boca, por exemplo, de um tucano ou de um democrata pode ser considerada absolutamente virtuosa se dita por um petista. O mesmo vale para as decisões de governo. Os petistas, só para vocês terem uma idéia, no primeiro mandato de Lula, eram favoráveis à reforma da Previdência para os servidores federais e contra a mesma reforma para os servidores de São Paulo, governado pelo PSDB…

Agora Dilma

Imaginem vocês se FHC estabelecesse uma relação de causa e efeito entre educação formal e apuro ético, como fez Dilma; se sugerisse que pessoas com mais escolaridade se tornam também capazes de ações e de escolhas mais justas. Logo diriam que o “sociólogo da Sorbonne” estaria fazendo pouco caso do Apedeuta; que sua fala era expressão típica da arrogância das elites; que estaria culpando o povo e os pobres pelas lambanças do país. Metralhariam o tucano indagando se os desmandos no governo federal são praticados pelo povo ou pelos bacanas no poder.

O petralha mais espertinho — é aquele que consegue, por algum tempo, tirar as patas dianteiras do chão — esfrega os cascos de satisfação e estala as orelhas: “Pegamos o Reinaldo Azevedo! Aquilo que ele diz que nós faríamos com FHC ele faz com Dilma; se nós estaríamos errados, então ele está”. Não! Podem voltar a coluna à posição original. EU TENHO UM HISTÓRICO NESTE BLOG E FORA DAQUI. Já escrevi dezenas, talvez centenas, de textos NEGANDO essa bobagem de que, por falta de informação ou de educação formal, o povo é incapaz de fazer escolhas morais — ou as faz, mas de modo prejudicado.

Meu pai estudou até o terceiro ano primário. Depois teve de ir pra roça. Mais tarde virou domador de cavalos. Era a pessoa mais honesta que conheci. Padecendo enormemente no fim da vida, nunca — e nunca quer dizer “nunca” — eu o ouvi reclamar, nem mesmo das dores lancinantes. “Tem gente que sofre muito mais”, ele me disse. E não encompridou o assunto porque era econômico nas palavras. Escrevo em nome do pai. Do meu pai. Ele não era pobre e, por isso, decente. Isso é tara moral de antropólogo vigarista. Era um homem decente, circunstancialmente pobre. A esquerda vagabunda não vai entender isso jamais.


Aquela minha digressão não foi à-toa. Cheguei aos 50 sem perder o fio; penso com começo, meio e fim. Expliquei acima por que repudio a concepção marxista de que uma elite revolucionária é consciência crítica e vanguardeira da massa inconsciente de seu poder revolucionário. Especialmente quando debato segurança pública, trato com verdadeiro asco a tese de que pobreza condiciona atos criminosos e predispõe à violência. Quem quer que expresse esse pensamento na minha presença ouvirá uma severa contraposição. Os petistas, eles sim, operam com um peso e duas medidas, desequilibrando a balança da justiça; eles, sim, aplaudem na boca de uma aliada o que vaiariam na boca de um adversário.

Assim, os orelhudos não me pegaram, não! Eu sempre afirmei que essa sociologice barata, aparentemente piedosa, é preconceituosa. E seus efeitos são os mais deletérios. Tem reflexos nas políticas vagabundas de segurança pública, que evitam o confronto com o crime porque supõem que ele não deixa de ser expressão de uma revolta que, na origem, é socialmente motivada. Tem reflexos na escola, que passa a ser vista como palco de integração social e de vivência comunitária — para os “pobres de ética”, já estaria de bom tamanho —, não como um lugar de ensino e aprendizado, que lida com o saber e com a ciência.

Colei o “apedeuta” ao nome de Lula. Muita gente passou a chamá-lo assim, e isso me rende a pecha de “preconceituoso”. Tudo o que escrevi está em arquivo. Jamais ousei, porque repudio esta idéia, associar o padrão ético ou moral de Lula, que acho baixo, à sua pouca educação formal. Nunca! Aliás, eu sempre dissociei a sua notável inteligência de sua não menos notável ignorância.

De resto, chamo-o “O Apedeuta” não por sua formação escolar, mas porque ele é profundamente orgulhoso de tudo aquilo que ele não sabe. Acho que essa questão ilustra bem esse capítulo. Eu, porque colei no ex-presidente o apelido de “apedeuta”, sou um elitista desprezível; Dilma, que associa apuro ético a educação formal — num governo que teve de demitir quatro ministros sob suspeita de corrupção — é só a mãe severa do povo…

De volta a Machado de Assis
É evidente que eu não acho que há racistas no comando da área de marketing da Caixa Econômica Federal ou da agência que produziu aquele filme em que o nosso maior escritor, sabidamente mestiço, parece um ariano. Eu até tomo bastante cuidado com isso porque sei o quanto apanho por ser um defensor da Constituição e me opor às cotas. Recomendo, se me permitem, o texto que escrevi ontem sobre o tema sobre o tema.

Até identifico ali um tipo de racismo que chamo “de segundo grau”, que é aquele que tenta impor aos pretos uma agenda, como se eles não fossem livres para fazer suas escolhas. Não acho que a peça seja racista. É uma acusação exagerada. Mas é, quando menos, ignorante e frauda uma verdade factual. Numa peça publicitária que apela à história, é inaceitável. Se não foi ainda tirada do ar, tem de ser. Que seja refeita!

O meu ponto é outro. Pergunto por que a Secretaria da Igualdade Racial, por exemplo, não protestou. Fico cá imaginando qual seria a reação de algumas ONGs fosse essa uma propaganda de um “governo adversário” ou mesmo de alguma instituição bancária privada. Notaram? De novo, voltamos àquela questão do conteúdo: o que seria considerado criminoso nos “adversários” é, quando menos, aceitável nos aliados. A CEF não tem de se abespinhar. Tem mais é de reconhecer o erro.

Esse é o governo que tentou censurar Monteiro Lobato. Decidiu-se colar na obra — depois houve um recuo — uma espécie de tarja de advertência. Não dá para ignorar, igualmente, que o governo federal aplica uma agressiva política de cotas raciais nas universidades federais, com requintes de estupidez em certas instituições, a exemplo da seleção “racial” por fotografia da UnB — não sei se em vigor. E, ainda que nada disso existisse, há o fato: Machado de Assis não era branco. Ponto. O fato de o nosso maior escritor ter sido um mestiço, aclamado ainda em vida numa sociedade escravocrata, diz muito de nossa história e de nossa identidade.

Vou encerrando…

Eu abandonei a esquerda, entre outros motivos, porque deixei de me interessar pela humanidade como um projeto. Eu me ocupo de homens reais, por sua história, por sua individualidade, por suas diferenças, por seus traços particulares. Tenho verdadeiro horror ao aparelhamento a que os esquerdistas, especialmente o PT hoje em dia, submetem as chamadas “lutas populares” ou de segmentos da sociedade, sejam os sindicatos, sejam as chamadas minorias. Tudo se converte, no fim das contas, em mero discurso ideológico, destinado a exaltar a igualdade como uma abstração. Não exalto nem satanizo “o povo” porque nem mesmo reconheço a existência dessa “entidade” — há muitos “povos” dentro de um povo.

Denunciar e desfazer a falácia de que certas forças políticas têm o monopólio do bem, pouco importando o que digam ou façam, é essencial. Trata-se, em última instância, de reafirmar o princípio da democracia. Se concedemos a uma corrente política ou a um indivíduo a certidão prévia da virtude, pouco importando o que eles digam ou façam, estamos escolhendo o caminho da nossa servidão.

E eu acho que é preciso dizer: “Não, vocês não podem!”

Por Reinaldo Azevedo

A GRANDE FARSA DO GOVERNO DE COALIZAÇÃO (OU DE CORRUPÇÃO?)


Com aval do PMDB, PTralhas persistem no seu projeto e continuam desmoralizando o Brasil e suas Instituições Republicanas.

Após demitir 3º ministro da sigla, Dilma vê PMDB como ‘parceiro fundamental’Presidente faz discurso elogioso à legenda, um dia depois de demissão de Pedro Novais e destacou a importância do governo de coalizão na aprovação de projetos de interesse do Planalto.

BRASÍLIA - Empenhada em manter cimentada a coalizão com o PMDB, a presidente Dilma Rousseff desempenhou na quinta-feira, 15, o papel de mestre de cerimônias do Fórum Nacional da sigla, para minimizar o impacto da segunda demissão de um ministro da legenda envolvido em escândalos no intervalo de um mês.

Um dia depois de demitir o deputado Pedro Novais (PMDB-MA) do Ministério do Turismo, Dilma distribuiu elogios à legenda. "O PMDB é o parceiro fundamental no meu governo", disse a presidente, depois de chegar ao Centro de Convenções Ulysses Guimarães ao lado do vice-presidente Michel Temer e ser aplaudida pela plateia.

"Agradeço a ação firme do PMDB, por meio do apoio que as suas bancadas na Câmara e no Senado prestam ao meu governo, bancadas sempre presentes e leais, quando estão em jogo interesses do País e as demandas do povo brasileiro", disse Dilma, após exaltar a "eficiência e lealdade" de Temer e falar do relacionamento "estreito e efetivo" que mantém com ele.

Até o final da manhã, a ida de Dilma ao encontro do PMDB não estava confirmada. Mas, para amenizar os problemas que vem enfrentando com o partido, a presidente foi aconselhada a não faltar ao evento, principalmente depois da demissão de Novais, quase um mês depois da saída de Wagner Rossi da Agricultura, também atingido por denúncias de corrupção.

Equívocos

Em seu discurso de cerca de meia hora, a presidente Dilma cometeu pelo menos dois equívocos. O primeiro, ao dizer que o Brasil estava dando sequência à transformação iniciada pela aliança com o partido iniciada em 2003. O PMDB só ingressou formalmente na aliança com o PT no segundo mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
No primeiro mandato, apenas alguns dissidentes do PMDB eram aliados do petista.
"É hora de fazer cada vez mais. Por isso conto com os senhores, na maior tradição do PMDB", emendou Dilma. Na plateia, bastante paparicado, estava o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), que emplacou o substituto de Novais.


Tânia Monteiro e Rafael Moraes Moura, de O Estado de S.Paulo

SISTEMA FRÁGIL


O ex-ministro do Turismo caiu de podre, e o substituto, Gastão Vieira, já chega queimado por irregularidades praticadas no mandato de deputado. À presidente Dilma Rousseff restou o fardo de referendar a indicação de mais um aliado fisiológico do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), dono daquele feudo.

Gastão muito provavelmente não tem qualificações técnicas para o posto, mas foi colocado lá para atender a Sarney e ao PMDB. Dilma precisa ficar de bem com o partido para garantir a aprovação de projetos do governo na Câmara. Simples e lamentável assim.

São as fragilidades do nosso sistema político mais uma vez expostas. E, como se sabe, não é um problema restrito à presidente. Prefeitos e governadores também precisam ceder ao loteamento político das administrações, sob o risco de não conseguirem governar.

No sistema chamado de presidencialismo de coalizão, o governante precisa ter maioria no parlamento. E em geral essa maioria é obtida mediante o "toma lá, dá cá", a distribuição de verbas e cargos.

Em conversas reservadas, políticos à frente do Executivo costumam reclamar de que, muitas vezes, suas equipes são formadas por apadrinhados políticos sem capacidade para posto. É o caso do Ministério do Turismo, entre tantos outros exemplos.

O próprio governador Renato Casagrande (PSB), ao compor seu secretariado, precisou montar a equipe com quadros indicados pelos partidos, inclusive o seu. Hoje o PSB é a sigla que mais ocupa postos no governo, no primeiro e nos demais escalões. Aliás, Casagrande teria sido alertado por aliados dos riscos de mudar postos demais na máquina, o que geraria prejuízos à gestão.

Esse é um dos vícios da nossa democracia, que já tem 29 legendas oficialmente registradas. A maioria delas não tem identidade ideológica ou diferenças substanciais entre si. Estão aí exatamente por conta desse modelo fisiológico que incentiva a corrida pelo poder para se beneficiarem dele.

Hoje há 22 partidos no Congresso e é com boa parte deles que a presidente Dilma precisa negociar e atender para manter a governabilidade.

Algumas administrações conseguiram driblar esse modelo, formando equipes mais técnicas e com a ficha limpa, atendendo de outra forma aos caciques partidários. Mas é preciso que os governantes tenham alto capital político e apoio da sociedade.

Quanto às demissões no governo Dilma, há aspectos positivos em relação ao anterior. As denúncias contra integrantes da equipe não têm sido jogadas para baixo do tapete e os envolvidos caem com maior rapidez que antes, embora só depois de os fatos virem à tona pela imprensa.

Fonte: Praça oito - A Gazeta

AS VOZES QUE NÃO SE CALAM


Dados na mesa: a corrupção desviou R$ 40 bilhões em sete anos, R$ 6 82 milhões no Ministério dos Transportes; o Brasil caiu 20 posições no ranking da infraestrutura, segundo pesquisa do Fórum Econômico Mundial - deixou o 84.º lugar para ocupar o 104.º. Mesmo sem precisar o seu peso, é inegável que a corrupção desempenhou um papel nessa queda. Apenas isso seria suficiente para justificar a presença da luta contra o desvio de verbas públicas no topo da agenda nacional.

O argumento da coalizão para conviver com esses fatos é o da governabilidade. É o discurso dos dirigentes mais politizados. No espaço virtual, onde as emoções estão mais à flor da tela, não são raras as tentativas de desqualificar a aspiração de grande parte da sociedade brasileira, revelada, parcialmente, nas demonstrações do 7 de Setembro.

A mais banal dessas tentativas é aprisionar o movimento dentro dos códigos do século passado, dominado pela guerra fria. Esquerda e direita, naquele contexto, eram os polos da principal clivagem. O movimento é de direita, dizem, logo, representa um atraso.

As pessoas que saíram às ruas talvez não se sintam nem de direita nem de esquerda, apenas defendem seus direitos e sonhos frustrados pela corrupção. Num outro plano, há os que até entendem a disposição para a luta. Lamentam apenas ver a energia dispersa num tema secundário.
Chegam até a sugerir um outro foco: a sonegação de impostos, dizem, mobiliza bilhões de reais. Outra forma clássica de argumentar, que atravessou o século 20: a contradição principal é entre burguesia e proletariado; outras lutas, ainda que bem-intencionadas, podem levar à dispersão.

A presidente Dilma Rousseff, quando indagada sobre corrupção, sempre enfatiza a luta contra a miséria, deixando bem claro seu objetivo principal. O que falta na sua resposta é uma articulação entre corrupção e miséria, a aceitação da evidência avassaladora de que a corrupção contribui para agravar a miséria no País.

Uma vez aceita essa evidência, seria possível passar para outra etapa da discussão. Isto é, discutir o argumento de que a governabilidade permite ganhar um espaço na luta contra a pobreza muito superior ao espaço que se perde com a corrupção. É o famoso "preço a pagar". Em nome da própria luta contra a miséria, é legítimo perguntar: será que o Brasil precisa mesmo pagar esse preço? Numa democracia transparente, além do custeio da máquina, é necessário um pedágio para que ela seja possa funcionar?

Tudo indica que o modelo de presidencialismo de coalizão, com o rateio de cargos entre os partidos, está esgotado.

O amadurecimento da democracia vai impor novos rumos. No momento é difícil convencer disso os vencedores, que projetam novas vitórias eleitorais, seguindo a máxima esportiva de que em time que está ganhando não se mexe. Os argumentos contra a corrupção não se limitam ao dinheiro perdido. No plano simbólico, a devastação é maior ainda. Milhares de pessoas se afastaram da política e a imagem internacional do Brasil sofre.

Recentemente, o WikiLeaks revelou uma correspondência do embaixador dos EUA, Thomas Shannon, afirmando que a corrupção no governo passado era generalizada. É razoável perguntar: será que isso foi só a percepção do embaixador americano ou é a de todo o corpo diplomático?

As perspectivas tornaram-se mais interessantes agora, com a aparição de um movimento espontâneo e apartidário. As demonstrações de jovens buscando mais democracia, no período eleitoral, representou uma combinação singular na Espanha: a contestação ofuscou o discurso dos políticos. Os que gastam energia para reduzir a importância da luta contra a corrupção devem lembrar que, mesmo se fosse varrida dessa conjuntura, ela apareceria, com força, pouco mais adiante.

A preparação da Copa de 2014, necessariamente, recoloca o tema. Faltam dados sobre os gastos e algumas estimativas os elevam a R$ 120 bilhões. A reforma do Maracanã, por exemplo, tem hoje previsão de gastos de mais de R$ 900 milhões, apesar dos cortes do TCU. Ela é sintomática. A previsão inicial era de R$ 600 milhões. A empresa responsável é a Delta, cujo dono é amigo do governador Sérgio Cabral. Uma obra da Delta no aeroporto de Guarulhos chegou a ser interditada esta semana pela Justiça Federal.

Mesmo esquecendo momentaneamente a Copa, cujo processo ainda se vai desenrolar, é inegável que a corrupção influiu na resistência contra a recriação da CPMF. Segundo o TCU, é na saúde que se registra um terço do desvio de verbas no País. Ninguém tinha esses dados, mas quase todos desconfiavam.

Por mais que a corrupção seja jogada para a margem, como um problema corriqueiro, ela reaparece na agenda nacional, confirmando a frase de Guimarães Rosa: quem muito evita, acaba convivendo. Talvez fosse mais fácil se os partidos políticos, com uma visão de futuro, dessem uma resposta a uma agenda que não desaparece da cena. Os fatos no Congresso, principalmente a absolvição, por voto secreto, da deputada Jaqueline Roriz, indicam que a maioria dos políticos continuará com a cabeça enterrada na areia.

Nesse cenário, não pode ouvir o movimento perguntando: há alguém aí? O nível de desemprego é menor aqui do que o registrado na juventude espanhola. Em compensação, lá os políticos não viram as costas à sociedade tão audaciosamente como no Brasil.

Algo começou com as manifestações de 7 de Setembro. Como em todos os pontos do globo, elas lançaram mão da internet, instrumento sobre o qual não há controle numa democracia. Por outro lado, as tentativas de controle político dos meios de comunicação tradicionais tendem ao isolamento. É preciso acreditar muito nos aliados para supor que possam erguer a bandeira da censura num ano eleitoral.

Dificilmente o Brasil aceitará pagar pedágio para que o governo faça a máquina funcionar. Ela já é pouco racional. Com os danos da corrupção, torna-se um obstáculo para um salto maior. O Brasil cresceu, os horizontes políticos encolheram. O sopro das ruas pode trazer a inspiração que faltava.


Por Fernando Gabeira - O Estado de São Paulo