"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



terça-feira, 20 de dezembro de 2011

NOVO ESCÂNDALO EM BRASÍLIA: VENDA DE VAGAS EM ÓRGÃOS PÚBLICOS FEDERAIS

'Comprei uma vaga de trabalho por 4 000 reais'

Empresa que mantém contrato com órgãos federais vende postos de trabalho. Para negociar os cargos, diretores da terceirizada forçam demissões
Gabriel Castro

Nos últimos anos, órgãos públicos têm repassado a empresas privadas tarefas colaterais, como a segurança e a limpeza de prédios. Em teoria, a opção tem tudo para trazer eficiência e economia ao serviço público. Na prática, a falta de fiscalização favorece a corrupção.

O site de VEJA relata um desses casos, envolvendo a Patrimonial, uma empresa com sede na região central de Brasília e especializada em fornecer mão de obra terceirizada para o setor público e privado.
No portfólio de funcionários estão copeiras, ascensoristas, motoristas e mensageiros, mas o forte da Patrimonial são os seguranças.
Trata-se de um esquema primário: a venda de vagas de vigilantes em órgãos públicos com as quais a companhia tem contratos. E é bom lembrar: em última análise, os salários dos terceirizados são pagos com recursos públicos.

Um dos beneficiados pelas fraudes falou à reportagem. É Agreny Farias, de 24 anos. Em 22 de abril de 2010, uma sexta-feira, ele pagou 4 000 reais em dinheiro a um segurança da empresa, um intermediário de dois funcionários da companhia ligados à escolha de pessoal, identificados apenas como Wander e Santos.
O primeiro seria diretor-geral da companhia. O segundo, diretor operacional de órgãos públicos. Os dois são alvo de uma investigação do Ministério Público do Trabalho e foram citados pelos três trabalhadores ouvidos pelo site de VEJA.
Wander e Santos encontraram-se por várias vezes pessoalmente com os trabalhadores. O crachá da Patrimonial que portavam trazia apenas esses nomes. A empresa recusou-se a prestar qualquer informação à reportagem.

O fato é que, na segunda-feira depois de falar com Wander e Santos, Agreny estava empregado. A função: agente de segurança. O salário: 1 600 reais mais benefícios. Do total pago, 25% ficava com o agenciado. O restante era repassado à dupla de diretores.
Nem tudo saiu como Agreny planejava: ele acabou movido de posto seguidamente. E mudou de órgão três vezes: passou pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e pela Infraero antes de ser levado à Universidade de Brasília (UnB). Quem compra a vaga no esquema não sabe em que órgão vai parar.

Com as transferências constantes de lotação, os responsáveis pelo esquema evitam que o funcionário seja efetivado no posto, o que dificultaria uma posterior demissão.
Agreny reclamou: exigiu ser alocado em um posto fixo. A partir daí, ele conta, começou a ser vítima de assédio moral. "Eles queriam me intimidar", relata.
A demissão viria 16 meses após a contratação. "Quando eu fui demitido, eles alegaram insuficiência de vagas. Mas havia umas quarenta pessoas sendo contratadas", conta.

O pagamento, de acordo com ele, se deu em um local público: "Entreguei os 4 000 reais em dinheiro vivo. O intermediário me disse que eu teria uma resposta em um ou dois dias", relata Agreny. “Sessenta por cento das pessoas que entram na Patrimonial são de vagas compradas”, diz. De acordo com ele, existem vários intermediários que negociam os postos, todos comandados por Wander e Santos. Hoje, aliás, o preço da vaga teria subido para 5 000 reais.

Limpeza

A Patrimonial tem cerca de 2.000 funcionários. Só na Universidade de Brasília, são 800 agentes de segurança. Boa parte dos postos é ocupada por funcionários herdados de outras empresas, já que a troca de companhias é comum na área e os antigos funcionários costumam ter preferência. O contrato da Patrimonial com a UnB acaba de ser renovado. E os diretores da companhia já anunciaram que, nas próximas semanas, vão substituir, em uma só leva, grande parte dos seguranças da UnB.

Isso porque, para ocupar o posto, os operadores do esquema precisam primeiro liberar as vagas. Claudia Cristina Santos, que trabalhava na UnB, conta que foi demitida para dar espaço ao esquema. Um dos artifícios usados por Wander e Santos foi tentar dispensar cerca de 25 vigilantes mulheres, alegando que a empresa não trabalha com funcionárias do sexo feminino. A argumentação não faz sentido, já que alguns serviços só podem ser feitos pelas mulheres.

De acordo com Claudia, funcionários da universidade a aconselharam a desistir das denúncias para reaver o cargo. Ela esteve também com o deputado distrital Chico Vigilante (PT-DF) e com representantes do Sindicato da categoria. Mas nada adiantou.

Perseguição

Também lotada na UnB, Josefa de Moura teme ser demitida. Ela teve de sair da faculdade que cursava, foi transferida de uma unidade da UnB próxima de casa para uma outra, distante 30 quilômetros de onde mora e acabou escalada para uma função que a obriga a puxar um pesado portão. Resultado: entrou em depressão e lesionou ombro. Agora, está de licença médica e acredita que vai perder o cargo.

"De junho para cá, minha vida não é mais a mesma", diz Josefa. Ela afirma que o seu caso, semelhante ao de vários colegas, tem ligação com a venda de vagas: para o esquema criminoso, quanto mais demissões, melhor.

A denúncia já chegou ao Ministério Público do Trabalho, que investiga o caso. A Universidade de Brasília informou ao site de VEJA que Davi Diniz, assessor especial da reitoria, falaria sobre o caso. Diniz não atendeu as ligações até a publicação desta reportagem. A empresa Patrimonial negou-se a prestar qualquer informação ao site de VEJA.

VALE A PENA OUVIR DE NOVO...

A REALIDADE DO ISLAMISMO RADICAL




TERMINA O ANO DE 2011

No apagar das luzes de 2011 mais uma vez o STF mostra seu caráter jurídico no Regime Fascista Civil que já impera no país: foram tirados do CNJ os poderes para julgar investigar o ilícito praticado por magistrados.

“O Judiciário hoje está na vala comum, é parte ativa desse governo corrupto que está destruindo os princípios morais do povo brasileiro, segregando o país e esmagando a impotente classe média que hoje trabalha para enriquecer bandidos.” (Humberto de Luna Freire Filho)

Infelizmente nosso país termina o ano de 2011 em um deplorável estado de degeneração moral com um poder público controlado por gângsteres da corrupção.

Como um das centenas de fatos “pitoresco-sórdidos” do ano que termina, temos exemplo de um deles, vergonhoso, deplorável e criminoso, que foi ficarmos sem ver punido o ladrão que roubou o crucifixo do gabinete presidencial entre outras maracutáias disfarçadas em 11 caminhões de mudanças, simplesmente porque a sociedade pouco se importou com as denúncias, talvez porque não tenha mais tempo, já que trabalha cada vez mais para sustentar o Covil de Bandidos que a faz de idiota e imbecil todos os dias.

A Fraude da Abertura Democrática permitiu que fosse estabelecido pelos poderes “instituídos”, durante sucessivos estelionatos eleitorais, o relativismo legal, o relativismo moral e ético, e a lei da inversão de valores que premia terroristas e assassinos, mas pune os que defenderam o país da sanha comunista: a autorização para punir os últimos dos patriotas, através de um grupo apelidado Comissão da Verdade que trabalha 24 horas por dia para jogar no túmulo do esquecimento os últimos resquícios da postura de Forças Armadas que um dia defenderam o país do terrorismo comunista assassino e genocida.

Como uma grande vitória, o PT também já comemora a finalização de uma de suas maiores metas conforme um dos mandamentos do decálogo de Lênin: corromper a juventude e dar-lhe liberdade sexual promíscua.

As deploráveis cenas de crianças e adolescentes do mesmo sexo tendo comportamentos homossexuais nas portas das escolas e nos seus “points” já virou uma rotina.

Suas mochilas já não carregam somente material escolar, mas também camisinhas e pomadas anestésicas entre outros apetrechos da prática do sexo promíscuo que são vendidos livremente no comércio especializado.

Os das classes mais favorecidas carregam nos seus notebooks filmes pornográficos para curtirem com seus amigos os ensinamentos liberados pelo PT, depois que o próprio desgoverno petista liberou cartilhas de incentivo ao sexo promíscuo em centenas de escolas públicas.

Complementando o papel fascista dos Conselhos Tutelares, a Lei da Palmada retira das famílias seu arbítrio na educação dos seus filhos, incitando milhões de jovens e adolescentes, vítimas da falência da cultura e da educação - incentivadas e patrocinadas pelos desgovernos civis - a não terem mais limites, que já eram tênues para respeitar o próximo, as instituições, seus educadores e suas famílias. Cidadãos em trânsito, pais, e professores poderão apanhar de jovens e adolescentes sem condição legal de reagirem em defesa própria.

Uma pergunta fica no ar: se as famílias não têm mais o arbítrio para educar seus filhos, para que ter filhos? Apenas para serem herdeiros da corrupção e da promiscuidade social plantada pelo petismo?

Não existe um exemplo na história da civilização ocidental dos últimos 150 anos, de uma sociedade que pacificamente e de forma omissa e covarde – com uma clara conivência de comandantes militares que passaram a servir aos desejos do Poder Executivo nos desgovernos petistas –, permitiu que suas relações públicas e privadas fossem transformadas em sistemáticos e redundantes fatos geradores de práticas ilícitas, geralmente impunes, ao mesmo tempo em que a instituição familiar foi colocada em processo de destruição.

Terminamos o ano com uma triste constatação: de um lado o assistencialismo intencional transformou milhões de brasileiros em preguiçosos, apátridas e indiferentes com a realidade do que realmente acontece no país e, mais grave ainda, sem se importar com o futuro de seus próprios filhos e de suas famílias.

Como muito bem coloca uma patriota, tendo garantidos o pão de hoje e o circo, o resto é resto; de outro lado temos milhares de esclarecidos canalhas que se tornaram pelo suborno conjugado com o DNA da prática do ilícito no sangue, cúmplices descarados da transformação do país em um Paraíso de Patifes.

Enfim o suborno sem limites de classes sociais, o assistencialismo que compra a ignorância por uma bolsa qualquer, a corrupção que atrai milhares de esclarecidos canalhas que formam os segmentos sociais com maior poder de influenciar a formação da consciência nacional, e a prevaricação que transforma funcionários públicos em cúmplices da mutação do poder público em um Covil de Bandidos, foram - consolidando uma tendência ao longo da Fraude da Abertura Democrática - em 2011, as marcas mais relevantes de um país que anda para trás, se distanciado cada vez mais das nações que insistentemente buscam caminhos contrários, mesmo que seja em um mundo conturbado pelo terrorismo, pela queda de ditaduras de genocidas, por intervenções bélicas, e por crises econômicas e sociais.

Terminamos 2011 com a formalização de atos que nos conduzem a reconhecer a Fraude da Abertura Democrática e sua substituição por uma Ditadura Fascista Civil controlada pelo Poder Executivo que subjugou tanto o Legislativo como o Judiciário e aparelhou todo o poder público, o que lhe permite o controle das ações das burguesias e oligarquias públicas e privadas que avalizaram esse caminho para o nosso país.

Não adianta dourar a pílula. Sabemos que os próximos três meses serão de absoluta hibernação patriótica – do pouco que resta. Festas de final de ano, pagamento das dívidas do Natal, ensaios de escolas de samba, distribuição coletivas de camisinhas para a prática do sexo promíscuo entre todas as idades, desfiles e bailes de carnaval com suas naturezas rigorosamente turísticas e prostitutas.

Neste cenário “agregador” da degeneração moral de uma sociedade, não importam os bilhões de reais que estão sendo roubados dos contribuintes ou os mais de 150 cidadãos que são assassinados todos os dias pela falência das obrigações sociais e pela incúria desse poder público Covil de Bandidos que está destruindo o futuro de nossos filhos e de suas famílias. Tudo é festa principalmente porque no dos outros é refresco.

Apesar de tudo, nos ensina a história que mudanças inesperadas podem nos levar aos caminhos de novas esperanças de uma verdadeira democracia e que nunca e nem tudo estará perdido.

Algo precisa acontecer, pois é difícil imaginar que menos de 1% da sociedade possa continuar tendo - durante muito tempo - o poder de continuar fazendo os outros mais de 99% de idiotas e imbecis do Circo do Retirante Pinóquio.

Para 2012 já temos a promessa de gente da política prostituída que está lutando para aprovar um projeto de lei – com o apoio da OAB (!) - que será o golpe final no desmantelamento moral da sociedade: a reformulação do conceito de família, projeto defendido por aquela senhora que também é chamada de Marta: lembram-se do “relaxem e gozem”! O conteúdo desse projeto será assunto de uma crônica futura.

Vamos cuidar de nossas famílias com os instrumentos que temos tentando protege-los dos atos do poder público mais sórdido de nossa história.

Pedindo desculpas pela cena, termino esta crônica que sempre poderá ser a última de minha vida, copiando uma foto publicada na Internet que retrata a degeneração da sociedade promovida pelo PT, para que todos reflitam a direção em que estão sendo empurrados jovens e adolescentes manipulados pelo Fascismo Ditatorial Civil que comanda o país.

Por Geraldo Almendra

NA ROTA DOS MERCADANTES...

A renovação do mandato da diretoria do clube dos cafajestes segue em frente disfarçada de ‘reforma ministerial’

Só depois de gravar o comentário de sexta-feira para o site de VEJA é que me lembrei do post publicado em 19 de março deste ano, e que acaba de voltar ao ar na seção Vale Reprise. Título: O Brasil está fora da zona dos terremotos, mas permanece na rota dos mercadantes.

Um dos parágrafos inspirados em Aloízio Mercadante começa assim: “Essa estranha mistura de sabujice e arrogância precisou de dois ou três dias no emprego novo para virar especialista em coisas que ignora profundamente.
Bastou-lhe uma ligeira mirada na Região Serrana devastada pelas tempestades, por exemplo, para avisar que isso não se repetirá”.

Na semana passada, o ministro da Ciência e Tecnologia disse o contrário com o desembaraço sem remorsos que identifica os irresponsáveis vocacionais. Os falatórios são conflitantes. Mas igualmente cretinos.

Nesta segunda-feira, Dilma Rousseff confirmou que, na Era da Mediocridade, quanto mais bisonho é o desempenho de um ministro maior é a chance de ser promovido. Graças aos desastres acumulados no Ministério da Educação, o companheiro Fernando Haddad virou candidato do PT à prefeitura de São Paulo.

Graças à vexatória performance no emprego que ganhou como prêmio de consolação pelo naufrágio na disputa do governo paulista, Mercadante deverá ser premiado pela chefe com o gabinete em que Haddad agiu. A substituição de Tarso Genro pelo Terror dos Estudantes confirmou que, no Brasil de Lula e Dilma, o que está muito ruim sempre pode ficar péssimo. A promoção do Herói da Rendição provará que sempre é possível ir um pouco além do que parece o fundo do poço.

Muitos por vassalagem, outros tantos por cinismo, alguns por estupidez, a maioria dos jornalistas insiste em chamar de “reforma ministerial” a sequência de movimentos desastrados empreendida por Dilma. Começou com a absolvição de Fernando Pimentel, foi em frente com o aviso de que Iriny Lopes seguirá no comando da usina de ideias imbecis disfarçada de Secretaria de Políticas para as Mulheres e deve prosseguir com a transferência de Aloízio Mercadante.

O que está em curso nada tem a ver com uma reforma ministerial sem aspas. É só a renovação do mandato da diretoria do clube dos cafajestes. A turma faz de conta que alguma coisa mudou para que tudo continue igual. Ou fique um pouco pior.

Por Augusto Nunes - Veja Online

ARGENTINA RUMO À DITADURA

Matéria publicada no jornal argentino El Clarín afirma que as Forças de Segurança Militares do país ocuparam a sede da Cablevisión, empresa de televisão a cabo que pertence ao grupo Clarín.
De acordo com a matéria, mais de 50 militares chegaram à sede da Cablevisión no bairro de Barracas, acompanhados de funcionários judiciais e de câmaras do programa oficial do canal estatal.
Conforme o jornal, a medida foi tomada devido à uma ordem emitida pela Justiça de Mendonza, localidade na qual o grupo de comunicação não possui operações.

A ordem de invasão também teria sido motivada por uma denúncia do grupo Vila-Manzano, alinhado com o kirchnerismo e que ontem expressou seu apoio ao projeto para controlar o papel de imprensa. A matéria não revela os motivos da denúncia.
Conforme o jornal, além da invasão, os militares estão pedindo todo o tipo de documentação aos executivos da companhia e revisando as bolsas das pessoas que entravam na sede do grupo.
O evento marca um agravamento dos ataques do governo argentino ao grupo Clarín.
Do Estadão

DILMA DECRETA: 9 MILHÕES DE APOSENTADOS NÃO VÃO TER REAJUSTE EM 2012

O secretário-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, informou nesta terça-feira (20) que o governo federal manteve a posição de não conceder reajuste real, ou seja, acima da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de 2010, para os aposentados que ganham mais de um salário mínimo.

Cerca de 9 milhões de aposentados estão nesta condição. Para os aposentados que ganham um salário mínimo, o reajuste será de 14,26% em 2012, para R$ 622,73.

"O problema é o seguinte. Nós temos responsabilidade e ser governo é isso. De vez em quando você tem de ter coragem de enfrentar e dizer não até com dor no coração", disse Carvalho a jornalistas após reunião com sindicatos e representantes dos aposentados em Brasília. Segundo ele, o governo tem de manter a responsabilidade frente à crise financeira internacional. Ele não descartou totalmente, porém,a possibilidade de ser feita uma nova proposta no próximo ano.

Proposta do governo e dos aposentados

Até o momento, o governo vem propondo um reajuste de cerca de 6,3%, relativo à estimativa de variação do INPC neste ano. O número ainda pode mudar, dependendo do valor que o índice fechar 2011.

Entretanto, a proposta está bem aquém do que pedem os aposentados, que querem o INPC mais 80% do PIB do ano passado - o que resultaria em um reajuste de cerca de 12%.

O impacto do reajuste de cerca de 12% para os aposentados que ganham mais de um salário mínimo representa uma despesa adicional de aproximadamente de R$ 8 bilhões para o governo - valor semelhante ao custo do reajuste dos servidores do Judiciário e dos juízes.

Aposentados reclamam

A posição do governo não foi bem aceita pelos representantes dos aposentados que estavam no encontro. O presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, João Batista Inocentini, disse não acreditar que o governo voltará a negociar o assunto no próximo ano. Segundo ele, a derrota, neste caso, foi do governo.

"O governo está indo para o abismo. É uma política errada, que poderá levar o país a uma recessão.. Não dá para aceitar. Não tenho dúvida de que a presidente vai perder o voto dos aposentados", declarou ele. (Do G1)

VOZ DA RÚSSIA: RECONHECENDO O ENGANO - II

Internacional - Rússia

Se isso soa parecido com o que acontecia nos tempos da União Soviética, você não está enganado. O sistema totalitário se tornou mais sofisticado e mais aperfeiçoado. O Ocidente não deve enganar-se. A Guerra Fria nunca terminou. A KGB continua em vigor.

Conheça Victor Kalashnikov: ex-agente da KGB, estudioso, analista e escritor. Ele é casado com a historiadora e jornalista Marina Kalashnikova, o tema da coluna da semana passada. Antes do colapso da União Soviética Victor trabalhou para a KGB, em Viena. Após a bizarra abdicação de Gorbachev, em dezembro de 1991, Victor viu-se arrastado para dentro da administração presidencial de Boris Yeltsin, sob as ordens do General Yevgeny Primakov, da KGB. Lá ele se tornou um diretor de pesquisas do Centro de Políticas Públicas da Rússia. "Então minha atenção deu um giro de 180 graus, da Europa para a Rússia", explicou Victor. "Eu estava bastante entusiasmado com a idéia de explorar o que estava acontecendo na Rússia. As pessoas do Kremlin se depararam com várias surpresas e descobertas quanto ao que a Rússia de fato era ."

E o que é a Rússia?

Com a ajuda do assessor presidencial, Sergei Stankevich, Victor conseguiu aposentar-se da KGB. Mas a KGB o queria de volta, assim como eles queriam a Rússia de volta. Qualquer trabalho que Victor aceitasse, onde quer que fosse, a KGB apareceria. "Eles sempre entravam em cena com ofertas e promessas, querendo explorar os meus contatos," explicou Victor. "Veja você que a Guerra Fria, assim como o trabalho dos espiões de Moscou, ainda estava em curso. Em 1997, o SVR (KGB) queria que Victor infiltrasse espiões na companhia petrolífera alemã em que trabalhava. Quando ele se recusou, o SVR prometeu que Victor "pagaria com seu sangue." Em 1999, depois de tomar café na Embaixada Russa em Bruxelas, Victor ficou muito doente. Naturalmente, ele suspeitava que tivesse sido envenenado.

Em 2000, um dos colegas de Victor foi convocado pela polícia secreta e avisado de que os Kalashnikovs estavam em uma "lista negra" devido a seus escritos politicamente incorretos. As pessoas em torno dos Kalashnikovs estavam sendo advertidas por todos os lados, incluindo dentista deles. Seus amigos desapareceram. Os colegas de trabalho evitavam manter contato. O dentista não podia mais atendê-lo. "O que me impressiona, especialmente com a geração mais jovem," Victor observou, "é que eles parecem ser muito conformistas. Não têm idealismo nem valores. Simplesmente, eles estavam dispostos a colaborar com quem quer que eles vissem como superiores. É por isso que, hoje em dia, em última análise, nós nos encontramos de forma inesperada na posição de estranhos, dissidentes e mesmo inimigos. Foi assim que chegamos a esta situação."

Em 2004, Victor e sua esposa continuaram a escrever sobre assuntos polêmicos e viram-se abordados na rua por oficiais da FSB (KGB) que advertiram os Kalashnikov para que não entrassem em embaixadas estrangeiras e interromperam tentativas deles de reunirem-se com diplomatas. Mais ou menos na mesma época, os Kalashnikovs foram demitidos dos seus respectivos empregos em jornais. Desse ponto em diante, Victor e Marina não mais conseguiram encontrar trabalho na imprensa, em universidades ou em empresas russas. Por fim, eles buscaram um canal para dar vazão ao seu talento na Ucrânia. Mas aqui, novamente, o Kremlin não lhes deu descanso, já que funcionários ucranianos advertiram que o ministro russo do interior tinha incluído os Kalashnikovs em uma lista de "extremistas" e que, como conseqüência, a sua segurança pessoal na Ucrânia já não poderia ser garantida.

"O conformismo é absolutamente avassalador aqui", lamentou Kalashnikov. "Não há distinção, sob este aspecto, entre as autoridades russas e o povo russo. Dos desempregados nas províncias ao topo da hierarquia, o conformismo é enorme. Também dentro da mídia, todos eles estão dispostos a cooperar. Isto é uma realidade e evoluirá desta maneira, apesar dos problemas econômicos de hoje. É um fenômeno tipicamente russo."

Se isso soa parecido com o que acontecia nos tempos da União Soviética, você não está enganado. O sistema totalitário se tornou mais sofisticado e mais aperfeiçoado. O Ocidente não deve enganar-se. A Guerra Fria nunca terminou. A KGB continua em vigor. Segundo Kalashnikov: "Não é necessário controlar a região da antiga União Soviética inteira. Nós podemos projetar nossa influência. Mesmo quando nós permitimos que os norte-americanos e a OTAN tenham uma presença lá, nós ainda temos o controle. Eu até desconfio que o que aconteceu produziu um modelo estratégico modernizado".

Há muito se foram os fardos imperiais. A Rússia pode usar as suas redes de agentes secretos para chantagear executivos, políticos e intelectuais. Jornalistas, como se verificou, podem tanto ser comprados por um custo irrisório. As campanhas de desinformação dos anos 60, 70 e 80 lançaram as bases para uma grande decepção. O Ocidente pensa que está lidando com uma nova entidade na Rússia. No entanto, eles ainda estão lidando com a casa que Stalin construiu.

"Meu sentimento é que o antigo sistema de gestão de pessoal dos tempos soviéticos foi restabelecido", disse Kalashnikov, explicando como a polícia secreta pode privar os cidadãos resistentes de um meio de subsistência. "Na União Soviética o seu arquivo pessoal o seguia sempre que havia mudança de um emprego para outro. Seu empregador pode ver qualquer problema assinalado pelos empregadores anteriores, e meu ex-patrão [a KGB] estava ansioso para tornar minha vida a mais difícil possível. Eles queriam nos pressionar ao ponto que teríamos de admitir a nossa derrota e fracasso, repensar nosso comportamento."

No Ocidente, fomos informados de que o sistema soviético acabou. Fomos informados de que o Partido Comunista perdeu o poder, a KGB foi reformada e que a democracia ganhou a batalha.

Kalashnikov disse: "Não houve nenhum momento, posso afirmar com certeza, em que o velho sistema da KGB e a nomenklatura admitiram sua falha ou perderam o controle. Eles apenas mudaram a sua forma e aparência. Foi um tipo de mudança geracional. Em vez de generais no comando, temos tenentes-coronéis. Eles se comportam de maneira diferente, mas estão fazendo a mesma coisa. Nunca houve momento algum em que eles admitiram uma derrota histórica. Nunca houve nenhum passo sério na direção de uma "descomunização" - nunca, nunca. A Comissão Yakovlev foi concebida para imitar os procedimentos de "descomunização" na Europa Central. "

Então foi uma farsa?

"Sim, era uma falsificação, uma imitação", insistiu Kalashnikov. "Desde o início a idéia era, nós vamos voltar, vamos nos modernizar. E foi assim que aconteceu. Naturalmente, muitos observadores ocidentais estavam satisfeitos com as novas caras, com os novos estilos e com a abertura. Mas, passo a passo, você mesmo pode se lembrar que muitas instituições americanas aqui na Rússia foram empurradas para fora ou colocadas sob o controle russo. Assim, formalmente, temos vários organismos ocidentais aqui que supostamente estão trabalhando pela democracia e atuando como consultores, mas, na verdade, eles se tornaram um instrumento da política do Kremlin, que os imita e explora para seus próprios fins."

Aqui estão as palavras de um ex-oficial da KGB, dizendo a verdade desde sua casa, em Moscou; impedido de trabalhar por causa de sua honestidade - colocado na lista negra por seus ex-colegas, porque ele não queria participar da maior fraude do nosso tempo. "Ninguém realmente prestou contas pelo passado", explicou Kalashnikov. "Foi uma grande fraude. As pessoas mudaram de aparência e comportamento, mas o significado real do sistema permaneceu o mesmo - em substância. Isso era bastante visível para mim. O Ocidente está feliz apenas pelo fato de abandonarmos os nomes Comunismo, União Soviética, etc. Mudamos nosso vocabulário. Em vez do Politburo e do Comitê Central, temos um presidente e um governo presidencial. Em vez da KGB, temos FSB. Eu insisto que a interpretação da história soviética recente deve ser alterada profundamente. A KGB manteve enormes redes de espiões domésticos. Centenas de milhares de pessoas foram postas em ação no momento certo, influenciando o movimento democrático. Esse sistema foi ampliado por Putin. Se você olhar a Rússia desde fora, você não consegue saber quem está manipulando a coisa toda. Centenas de milhares de recursos são empregados na política e nos negócios. Há uma agenda oculta e há estruturas secretas. Nem mesmo os alemães se livraram das suas estruturas ocultas relacionadas à era comunista. Com todos os esforços e tecnologia, eles ainda não conseguem resolver o problema das estruturas comunistas secretas. Eles ainda estão sendo manipulados. Agora pegue a Rússia, que é livre para reconstruir suas estruturas [totalitárias] sob uma roupagem diferente."

E quais são as implicações estratégicas?

"Elas devem ser enormes", disse Kalashnikov. "Você sabe, há uma coisa que as pessoas devem entender. Há uma nítida linha de continuidade nas políticas militares de Moscou, desde os tempos de Stalin. Moscou tem seguido a mesma linha de política de maneira consistente. O que é enganador para muitas pessoas é que a presença militar material não está mais lá. Nós não precisamos de tantos tanques. A questão é que tipo de projeto, que tipo de estratégia existe e que está pronta para ser usada. Tudo isso Moscou tem potencialmente. Vemos que a presença russa está sendo reinstalada em alguns lugares - América Latina, África e Oriente Médio." O importante é a manipulação e a influência em vez de um controle direto.

Em termos de estratégia moderna, o tamanho reduzido da Rússia traz vantagens. Agora, a Rússia não é responsável por alimentar o Azerbaijão, ou fornecer energia barata aos Estados Bálticos ou à Ucrânia. As armas de influência e manipulação da KGB, incluindo o crime organizado e o tráfico de drogas, podem ser usadas para influenciar e manipular sem precisar manter exércitos caros. Dessa forma, os russos aprenderam a aperfeiçoar a sua dominação, fazer os americanos pensar que Washington mantém o controle. Mas olhe hoje à sua volta e veja o que está acontecendo com a economia americana, com o dólar americano, e com o arsenal de defesa nuclear nos EUA. Há um enfraquecimento visível em todas as três áreas.

Victor Kalashnikov é um homem corajoso. Ele recusou-se a falsificar a realidade por uma questão de oportunidade de carreira ou mesmo de segurança pessoal. Ele está nos dizendo como as coisas são no maior país do mundo. Você pode ignorá-lo se quiser, mas o faça apenas em prejuízo próprio.

Jeffrey Nyquist
Fonte: www.financialsense.com/stormwatch/geo/pastanalysis/2009/0724.html
Tradução: Rafael Resende Stival, do blog Salmo 12
Revisão: Alessandro Cota

VOZ DA RÚSSIA: UM ALERTA DE MARINA KALASHNIKOVA - I

Internacional - Rússia

Os financiadores podem acreditar que o dinheiro faz o mundo girar. Deixe-os tentar parar uma salva de mísseis balísticos intercontinentais com o sentimento liberal e o dinheiro.

Conheça Marina Kalashnikova: uma historiadora, pesquisadora e jornalista moscovita. Em agosto de 2008, ela criticou "especialistas" estrangeiros que sugeriram que um conflito com Moscou não acontecerá porque a elite russa está intimamente ligada ao Ocidente. Segundo Kalashnikova: "O Ocidente vive um sonho produzido pelo desejo que a realidade seja o que o Ocidente quer que ela seja e não o que ela verdadeiramente é. E mesmo quando Moscou volta-se para a revivescência do culto à personalidade de Stalin e da ideologia da Cheka [isto é, da polícia secreta], o Ocidente não se preocupa em acordar desse sonho."
Temo que Marina Kalashnikova esteja certa. O Ocidente está sonhando, e o Ocidente sofrerá as conseqüências. Se o Kremlin gosta de Stalin, então haverá problemas. Se os funcionários da KGB criaram uma forma sofisticada de ditadura na Rússia, eles o fizeram por um motivo. Nós devemos lembrar os nossos políticos de memórias curtas que Stalin e sua polícia secreta não estavam liderando uma escola dominical. Além disso, o recente rastro de sangue e radiação que aponta para o Kremlin é como um dedo apontando para o maior perigo do nosso tempo - apagado da tagarelice midiática do momento. (Um agente da KGB aposentado disse recentemente que "ninguém é mais fácil de comprar do que um jornalista ocidental.")
A Rússia construiu uma aliança de ditadores, o que Kalashnikova chama de uma "aliança das forças e regimes mais desenfreados." Extremistas de todos os tipos servem ao objetivo de quebrar a paz, danificar as economias ocidentais e preparar o palco para uma revolução global na qual o equilíbrio de poder mude dos Estados Unidos e do Ocidente para o Kremlin e os seus aliados chineses. "Entre as idéias que animam os analistas gerais do Kremlin, há a idéia de difusão", diz Kalashnikova, "Não é que o Kremlin deva esforçar-se para ter uma expansão territorial e uma disseminação de seu modelo [político]. A coisa fundamental é o poder e o fulcro de um contexto estratégico geral. Nesse caso, mesmo que os americanos pareçam ter influência nos países pós-soviéticos, Moscou continua no comando. O Estado-Maior [russo], portanto, tem expandido com êxito a posição de Moscou para além e acima da posição da antiga União Soviética na África e na América Latina." O que prevalece, diz ela, é "a afirmação e a determinação de Moscou, sem medo de uma reação do Ocidente."

Em outras palavras, o Ocidente já foi suplantado. A KGB e o Estado-Maior russo já nos sondaram, e eles estão rindo de nós. Nossos líderes não percebem a sofisticação do seu inimigo. Eles não podem ver nem entender o que está acontecendo. Eles piscam, eles viram as costas, e continuam usando conceitos fornecidos a eles por agentes de influência soviéticos há muito tempo. Como nação, nós estamos confusos e desorientados, acreditando que o mundo está em dívida com o poder monetário do Ocidente - e, portanto, que a paz pode ser comprada.

"O Kremlin ativou uma rede de extremistas no Terceiro Mundo", escreveu Kalashnikova. "[Ao mesmo tempo], a Rússia conseguiu livrar-se de quase todas as convenções internacionais que restringem a expansão de seu poderio militar." Nesta situação, o único obstáculo para o poder russo é o poder americano. Mesmo assim, o presidente norte-americano se prepara para abdicar desse poder com uma série de acordos de controle de armas, que deixarão os Estados Unidos vulneráveis a um primeiro ataque. Colocando isso em contexto, as armas nucleares são armas de ultimato, de forma que a superioridade ocidental em armas convencionais deixe, portanto, de ter sentido. Quem ganhar supremacia estratégica nuclear governará o mundo; e as forças russas de foguetes estratégicos estão no lugar, prontas para o lançamento, enquanto as forças nucleares americanas estão apodrecendo por negligência.

A historiadora russa considera que o Ocidente depende da ganância da elite russa para manter o Kremlin na linha. Mas esse é um conceito tolo. Mao Zedong disse que o poder político "emana do cilindro de uma arma." Portanto, a lógica do Kremlin é dura: deixe o Ocidente manter sua moeda inútil. Moscou terá armas, e, no final, Moscou e seus aliados controlarão tudo. Os liberais podem acreditar que os protestos e apelos à humanidade são o trunfo final. Os financiadores podem acreditar que o dinheiro faz o mundo girar. Deixe-os tentar parar uma salva de mísseis balísticos intercontinentais com o sentimento liberal e o dinheiro. Até onde valem as leis da física, os seus instrumentos preferidos não podem parar um único míssil.

Segundo Kalashnikova, "Está claro que o regime [do Kremlin] não tem limites e irá cometer qualquer crime, quebrar qualquer regra, superar qualquer referência a fim de consolidar seu já ilegítimo poder..." Até mesmo o antigo chefe da KGB, Vladimir Kryuchkov, ficou chocado: "Putin e outros têm de responder pelo que estão fazendo com o país hoje", disse ele. Mas o Ocidente dorme. O Ocidente não quer ouvir sobre o perigo que se levanta no Oriente - desde o Kremlin e de seus aliados chineses. Como Kalashnikova aponta, as advertências de observadores russos, como Viktor Suvorov e Vladimir Bukovsky, foram quase totalmente ignoradas. O chauvinismo ocidental está profundamente arraigado, e o homem ocidental dá por garantida toda a sua superioridade militar e econômica. Ele ri da idéia de que "os russos estão chegando." Mas a piada é sobre a América. A vantagem psicológica do Kremlin é vital e imediata, e se estende ao domínio político. Isso é significativo porque o resultado de cada guerra é pré-determinado pelo processo político que levou à guerra.

Kalashnikova lamenta que Suvorov e Bukovsky permaneçam tão desconhecidos, "e são até odiados pelo establishment ocidental..., [que] evita verdades desconfortáveis sobre o mundo e sobre si mesmos, especialmente quando a verdade vem de críticos russos." Será que os americanos têm senso? Eles são pessoas sérias? Não, disse Suvorov mais de duas décadas atrás. Não, diz hoje Kalashnikova. Os generais russos estão se preparando. Eles estão consolidando a sua influência, porque a próxima guerra exige isso.

"A idéia da OTAN de intimidação pela posse de armamento nuclear não significa absolutamente nada para os generais russos", escreveu Kalashnikova. "Ao contrário dos seus homólogos ocidentais, eles não têm medo das grandes perdas militares e civis. Isso já era verdade na época de Stalin. Perdas não afetam a popularidade dos governantes do Kremlin..." O filósofo Nietzsche escreveu certa vez que sacrificar pessoas para um Estado ou para uma idéia faz com que o Estado ou a idéia sejam os mais preciosos de todos para aqueles que fizeram o sacrifício. Tal é a psicologia humana ontem, hoje e amanhã.

"O equilíbrio estratégico", alertou Kalashnikova, "não funciona e nunca funcionou." Estando do lado de fora da lógica da intimidação nuclear, os líderes do Kremlin estão modernizando seus bunkers nucleares. Eles estão preparados para sobreviver. "Os militares russos de hoje não são mais fracos do que os da URSS", diz ela, "e em algumas áreas ultrapassam os militares soviéticos." - Isto vindo de uma escritora que entrevistou pessoalmente generais, chefes de espionagem e estadistas russos. Ela vai além e diz que, depois de 11/9, pode-se supor de forma realista que terroristas aliados da Rússia tenham desempenhado um papel fundamental na equação estratégica. E então ela providencialmente cita um funcionário da OTAN que falou sobre o papel da Al Qaeda e de Bin Laden da seguinte maneira: "Isso [o ataque de 11/9] está além de suas capacidades intelectuais." Este tipo de idéia é conhecida por provocar "reações de polônio", como no caso do ex-tenente-coronel da FSB Alexander Litvinenko - que declarou publicamente que Vladimir Putin era o terrorista mestre por trás da Al Qaeda.

E aqui é onde a coisa se complica. Quando Marina Kalashnikova apresentou sua análise aos leitores russos e ucranianos em 26 de agosto de 2008, ela irritou o regime e tornou-se um alvo da polícia secreta russa. Sua residência em Moscou foi arrombada. Papéis privados foram roubados. Ameaças foram feitas. E, por último, mas não menos importante, ela foi presa contra sua vontade em uma clínica psiquiátrica por 35 dias. "Estou completamente saudável", disse-me Kalashnikova durante uma entrevista por telefone no domingo. "Foi algo totalmente político... não há nada de clínico."

E que desculpa eles deram para quebrar a fechadura e pegá-la? "Alegaram que fui agressiva", explicou ela, "mesmo estando eu atrás da porta da minha própria casa." O que ela fez, é claro, foi revelar as intenções hostis do governo russo em relação aos Estados Unidos. "Ontem mesmo", explicou ela, "eu recebi ameaças de que eles iriam me levar de volta à clínica, porque eu não cumpri o acordo de não interferir em assuntos políticos aqui. Estou proibida de fazer jornalismo, política, entrevistas e tudo mais. Então eu só posso lidar com a minha vida cotidiana. Meus esforços, e minha comunicação ativa com o Ocidente sobre esta prisão psiquiátrica [estão proibidos]. Sinto-me completamente insegura aqui. Não é piada. Não é exagero. A realidade é ainda mais terrível e criminosa. Tento não assustar as pessoas. O povo americano está muito confortável. Minha descrição da situação está muito aquém e abaixo da realidade. É muito perigoso. A situação precisa urgentemente do discernimento deles."

E sobre qual situação ela está falando?

"Eu acho que a Rússia sempre teve a América como o inimigo", Kalashnikova me disse, "e continua da mesma forma. Eu acho que todos os preparativos feitos pela Rússia são preparativos militares, são preparativos para a guerra. Recentemente, eu falei três vezes com... um ex-político, funcionário do partido e brilhante diplomata... e ele confirmou que eles esperam a guerra".

Espero que Marina Kalashnikova esteja a salvo, e que os americanos irão apreciar a sua coragem, dar atenção a seus alertas, e evitar a eclosão de uma guerra com zelo e vigilância. Marina me deu permissão para contar sua história e relatar suas palavras àqueles que estão dormindo no Ocidente. Ela precisa da nossa ajuda, e ela merece.

Jeffrey Nyquist
Fonte: http://www.financialsense.com/stormwatch/geo/pastanalysis/2009/0717.html
Tradução: Rafael Resende Stival, do blog Salmo 12
Revisão: Alessandro Cota

AVISO DE UM FILÓSOFO

Artigos - Globalismo

"Ouvindo Carvalho caracterizar a elite empresarial e política brasileira como intelectualmente preguiçosa, eu não pude deixar de pensar na elite americana."

Nesta semana tive o prazer de entrevistar o filósofo brasileiro e presidente do Inter-American Institute, Olavo de Carvalho. Durante a conversa, sugeri que há algo de errado com nosso pensamento hoje; que não adoramos a Deus do mesmo modo, nem obedecemos às regras do mesmo modo, nem observamos as boas maneiras como no passado. "Para alguém como eu", começou ele, "que visitou este país nos anos 80 e voltou para viver aqui em 2005, as mudanças que a mentalidade americana sofreu em décadas recentes são realmente chocantes."

Carvalho me recomendou a leitura do livro de Tamar Frankel Trust and Honesty: America's Business Culture at the Crossroad [Confiança e Honestidade: A Cultura Americana dos Negócios em uma Encruzilhada], o qual, ele explicou, "descreve o declínio alarmante dos padrões morais no mundo americano dos negócios..." De acordo com o livro de Frankel, a erosão da confiança e da honestidade tem a ver com a aceitação e a justificação crescente de práticas fraudulentas. "O que mudou", escreve ela, "é a atitude em relação à desonestidade e a quebra da confiança. Hoje, há uma maior aceitação e mais justificação da desonestidade." Como isso aconteceu? Com a remoção de certas barreiras à fraude, a tentação aumentou.

Carvalho tem sua própria maneira de discernir as causas da deterioração moral e intelectual dos Estados Unidos. "Um dos fatores que causou esta mudança, com suas consequências altamente corrosivas para a vida diária dos americanos, foi o "neo-liberalismo" em voga, que via o mundo dos negócios como um poder auto-regulatório, capaz de se sobrepor à moralidade, à religião e à cultura e de ditar padrões de conduta com base no poder supostamente milagroso das leis do mercado. O que tornou os EUA grandes não foi só a economia de livre mercado, mas uma síntese disso com a moralidade cristã e com uma cultura que incluía o amor ao país e à família. Separada dessas forças regulatórias, a economia capitalista se torna um motor de auto-destruição, que é exatamente o que está acontecendo hoje."

Sem dúvida, há muita verdade na afirmação de que a sociedade americana tradicional sofreu colapso, sendo substituída pela "sociedade aberta", assim batizada por George Soros e Karl Popper. De acordo com Carvalho, a sociedade aberta se define como "não reconhecendo nenhum valor transcendente e deixando tudo à mercê de conveniências econômicas - conveniências que se alegam até para se justificar a própria demolição do mercado livre e sua substituição pelo estado de bem-estar social, baseado em taxação e dívida." Em outras palavras, Carvalho está dizendo que o livre mercado não torna os homens bons. Ele não os treina para serem morais. Ele não se dá ao trabalho de se defender do socialismo. Esses elementos na sociedade que no passado instilavam valores morais não são mais tão eficazes, se é que têm alguma eficácia.

Carvalho é de opinião que o conceito de "sociedade aberta" está sendo usado pelos inimigos dos EUA para destruírem "tudo o que é bom e grande neste país." Ele então menciona o pensador geopolítico russo Alexander Dugin, e "o emergente projeto russo-chinês...". Usando uma propaganda sutil, observa Carvalho, a "sociedade aberta" se torna um pretexto para difundir ódio global generalizado contra os Estados Unidos, pois a "sociedade aberta" produz uma degeneração moral que é, em seguida, atribuída ao modo americano de vida, o que supostamente demonstra a perversidade e decadência particulares do povo americano. Isso leva diretamente a uma discussão sobre os males do imperialismo cultural americano - o grito de guerra dos estrategistas russos e chineses, cujo objetivo é a eliminação dos Estados Unidos como potência mundial. A eficácia desta estratégia não deve ser subestimada. Como explica Carvalho, "A influência russo-chinesa tem crescido cada vez mais na América Latina. O governo dos Estados Unidos não percebeu isso porque ainda vê a Rússia e a China como aliados, apesar do fato de que eles são os dois maiores fornecedores de armas para o terrorismo ao redor do mundo. É preciso lembrar que a política externa de Putin é hoje guiada pela tão chamada estratégia "eurasiana", inventada pelo filósofo russo Alexander Dugin, que propõe que a Rússia, a China e o islamismo se aliem com todas as forças anti-americanas na Europa Ocidental, na África e na América Latina, com o propósito de fazerem um cerco final aos Estados Unidos. Essa estratégia já tem forte apoio militar na Organização de Cooperação de Xangai, um tipo de versão oriental da OTAN que reúne a Rússia, a China, o Cazaquistão, o Quirguistão, o Tajiquistão e o Uzbequistão."

Perguntei a Carvalho sobre reportagens recentes de um acordo entre o Irã islâmico e a Venezuela comunista para construírem uma base estratégica de mísseis apontados para os Estados Unidos. Perguntei se os marxistas da América do Sul estavam aliados à Al Qaeda e Teerã. "Sim, estão," respondeu ele. "Eles também estão aliados ao ETA, que é uma organização terrorista basca. Há muitos agentes dessas organizações no séquito de Hugo Chávez. Esse fato não é desconhecido de muitos governos latino-americanos, mas a maioria deles tem o compromisso de ficar de boca fechada sobre isso por causa dos acordos que assinaram como membros do Foro de São Paulo, a organização que lidera o movimento comunista na América Latina."

Eu então pedi a Carvalho para dar os nomes dos países trabalhando com os terroristas em todo o mundo para destruir os Estados Unidos. Ele respondeu assim: "Irã, Síria, Coreia do Norte, Cuba, Rússia e especialmente a China são os principais. Na América Latina, a Venezuela é o exemplo mais óbvio, mas a Venezuela não seria nada sem o apoio que recebe de todos os governos do Foro de São Paulo, cujo líder é o Brasil."

De acordo com Carvalho, a esquerda continua a consolidar sua posição na América Latina. "Ela tem seguido uma estratégia que foi explicitamente apresentada em um congresso comunista chinês há poucos anos: tomar o poder por meio de eleições legais e então erodir o sistema democrático a partir de dentro, para impedir a oposição de voltar ao poder em eleições futuras," explica ele. "Ou seja: eles vencem uma primeira disputa e em seguida passam a mudar as regras do jogo. No Brasil, esta estratégia tem levado a resultados espetaculares. Primeiro, a idéia era limitar o campo político a apenas dois disputantes: a esquerda radical e a esquerda moderada. Todas as outras forças políticas foram desmanteladas por meio de auditorias fiscais seletivas e acusações de corrupção que sequer precisavam ser provadas, já que elas destruíam reputações para sempre, assim que eram proclamadas em voz alta pela mídia."

Poderia o aliado tradicional dos Estados Unidos na América do Sul estar sob o controle de um movimento totalitário? Como poderíamos não ter percebido um acontecimento tão espantoso? "Os formadores de opinião dos Estados Unidos têm uma visão errada do Brasil", diz Carvalho, "porque o governo brasileiro sempre agiu com duas caras e de modo camuflado. Por um lado eles cortejam os investidores americanos para fortalecerem a economia brasileira, mas por outro eles tiram proveito do sucesso econômico a fim de consolidarem o poder esquerdista em casa, tornarem impossível qualquer oposição política que não seja da esquerda moderada, e darem apoio efetivo à ascensão da esquerda nos países vizinhos, enquanto protegem organizações abertamente terroristas como as FARC e o MIR chileno, que assim acabou controlando o crime organizado local e ganhando o monopólio do mercado das drogas no Brasil. Na Venezuela, Hugo Chávez também desmantelou a oposição, mas usando métodos mais crassos."

Já que o Brasil abriga a parte mais importante do movimento comunista na América Latina, como tem progredido a campanha antiamericana? De acordo com Carvalho, a esquerda nem sempre consegue avançar. "Ela segue um ritmo alternante", explica ele, "dependendo de se o importante no momento é adular os investidores estrangeiros ou unificar e fortalecer a Esquerda latino-americana."

"Há mais de dez anos", observa Carvalho, "eu tenho alertado que o Partido dos Trabalhadores (no Brasil) não é uma organização como as outras; ou seja, disposta a se alternar no poder com a oposição. O Partido dos Trabalhadores é uma organização revolucionária que tem o compromisso de remodelar o Estado e da sociedade inteira à sua imagem e semelhança, usando, para esse fim, os meios mais vis e corruptos. Como ninguém nunca acreditou em nada disso, todos se desarmaram gentilmente em face desse partido em ascensão e agora que ele controla tudo, ninguém pode fazer nada contra ele. O Brasil está sendo governado por um só partido com muitos nomes. Não vejo perspectiva mudança dessa situação no curto ou médio prazo."

Perguntei a Carvalho sobre o Chile, que se desviou da esquerda nas últimas eleições. De todos os países na América do Sul, qual é o segredo do aparente conservadorismo do Chile? "A elite chilena é infinitamente mais educada e moralmente mais bem preparada do que a elite brasileira," responde ele. "Quando as coisas começam a caminhar para o abismo, os chilenos conseguem entender o que está acontecendo e mudar de curso antes que o desastre ocorra. Você não consegue imaginar a preguiça intelectual dos empresários, políticos e militares brasileiros. Mesmo quando a situação se torna alarmante, eles se aferram a suas crenças confortáveis e costumeiras e se recusam a se informarem sobre o que está de fato acontecendo. As classes ricas no Brasil são presunçosas e indefesas. Elas não sabem como resistir ao jogo sutil das lisonjas e ameaças jogado pelo governo esquerdista que as controla. Não só no Chile, mas também na Argentina, as elites estão muito mais bem preparadas para enfrentar tal situação."

E qual é a coisa mais importante que os americanos precisam saber sobre a presente situação política na América do Sul? "A coisa mais importante", diz Olavo, "é a profunda e sólida unidade dos movimentos esquerdistas locais, que ultrapassa das fronteiras das nações; a unidade da estratégia revolucionária subjacente às diferenças aparentes e enganadoras de caráter nacional. Não há isso de 'duas esquerdas' na América Latina. Há apenas uma esquerda, que tem tanta solidariedade consigo mesma que nunca perde controle das duas caras que emprega para tapear os observadores americanos."

Ouvindo Carvalho caracterizar a elite empresarial e política brasileira como intelectualmente preguiçosa, eu não pude deixar de pensar na elite americana. Eles também se recusam a mudar de curso em face do desastre que se aproxima. Mesmo quando a situação se torna alarmante, eles gastam mais e mais dinheiro. Eles cortejam os inimigos e traem os aliados. É verdade, também, que eles "não sabem resistir ao jogo sutil das lisonjas e ameaças" jogado pelo poder esquerdista.

Jeffrey Nyquist
Original: A Philosopher's Warning
Tradução: Dextra
Revisão: Julio Severo

A "PRIMAVERA" ÁRABE E A CRISE ECONÔMICA EUROPÉIA - I

Artigos - Globalismo

“Find the beginning of things…And you will understand much”.
Abbie Farwell Brown

Para entender os problemas enfrentados por Israel no Oriente Médio (OM) é necessário voltar nossos olhos para a Europa e seu passado colonialista. Ou será que alguém é suficientemente ingênuo para acreditar que a crise financeira européia e as ocorrências no OM são fenômenos independentes? Hegel e Marx estavam errados: a história só se repete se não aprendermos com a experiência. O que vem ocorrendo nos quatro lados no Mare Nostrum (1) são fenômenos que podem ser entendidos à luz das ocorrências passadas.

Acostumadas a viver à larga a custa da exploração de suas “possessões”, as chamadas potências coloniais nunca se recuperaram de todo de sua perda, ao fim da I GM: os perdedores – impérios alemão, russo, austro-Húngaro e otomano – deixaram de existir. Aqui nos interessa apenas a sorte dos territórios do último, transformado em possessão dos vitoriosos, principalmente Reino Unido e França, tanto no OM como as colônias alemãs na África, pois os territórios perdidos pelos demais se transformaram em países independentes, como as possessões dos Habsburgs nos Bálcãs (inicialmente, 1918, Reino dos Sérvios, Croatas e Eslovenos, que passou a chamar-se Reino da Iugoslávia em 1929 dirigido pela dinastia real sérvia dos Karađorđević).

Já o Otomano foi fatiado artificialmente em pedaços que interessavam às metrópoles, deixando a Turquia livre e os povos árabes, há séculos escravizados pelas hordas orientais e depois pelos turcos, acabaram possuindo somente governos títeres, na verdade totalmente controlados de Londres e Paris e dos escritórios das grandes empresas petrolíferas anglo-americanas. Desde antes do fim da Primeira Guerra Mundial os árabes foram traídos em seus anseios de independência, prometida pelo Tratado McMahon-Husayn de 1915 - que garantia a independência dos seus territórios desde que estes se aliassem à Inglaterra contra os turcos - pois em 1916 britânicos e franceses firmaram secretamente o Tratado Sykes-Picot onde previam a divisão do Oriente Médio em áreas controladas diretamente por cada um dos dois países, algumas áreas de influência, e mandato misto na Palestina, não deixando a menor chance de independência árabe (2).

Enquanto isto a atual Arábia Saudita, um reino hachemita independente desde o século XIII, foi formada por um verdadeiro “trio das Arábias”, que secretamente passaram a se valer dos legítimos aparelhos do Estado para interesses corporativos. Harry St. John Bridger Philby, ou Jack Philby, pai do mais famoso “Kim” Philby, o terrorista e assassino da radical seita Wahabbita, Abdul-Aziz ibn Abdul-Rahman Al Saud, ou ibn Saud, operando sob o comando de T. E. Lawrence, e Allen Dulles, irmão de John Foster Dulles – mais tarde todo poderoso Secretário de Estado de Eisenhower. Os irmãos Dulles eram os advogados de John Rockfeller. Em 1925 ibn Saud toma Meca, exila Hussein para Amman e funda a Arábia Saudita (e a dinastia que leva seu nome).

Os interesses do trio se uniram com o dos grandes negócios: a prospecção de petróleo na Arábia Saudita. O trio consegue uma concessão para a Standard Oil of Califórnia (SOCAL), controladora da Gulf Oil. Na década de 30, com a Grande Depressão, o capital americano do qual Rockfeller e Averel Harriman eram grandes investidores, passou a migrar para onde havia mais lucro: a Alemanha em plena reconstrução, através do Grupo Thyssen. Dulles estabelece uma rede financeira que abarca os donos do petróleo americanos, a Arábia Saudita e os grupos que armavam os nazistas, principalmente Thyssen e I G Farben, onde futuramente se fabricou o Zyklon-B, gás usado nas câmaras de gás dos campos de concentração, baseado numa fórmula originalmente desenvolvida pela Standard Oil para fabricação de borracha sintética.

Nada surpreendente, já que todos eram fanaticamente anti-semitas e contrários ao crescente movimento sionista, baseado na Declaração Balfour que consideravam uma “sórdida traição”. Ao fim da Segunda Guerra Mundial renasce o nacionalismo árabe e o movimento sionista conquista o território ambicionado e cria o Estado de Israel. Contra a vontade, mas sensibilizados pelo terror do Holocausto e pelo fait accompli criado pelos primeiros judeus que se instalaram lá, os países reunidos na ONU “criam” o já criado Estado de Israel. O nacionalismo árabe se escora nas divisões artificiais criadas pelo colonialismo anglo-gaulês, e não segundo as tradições do velho Sultanato. A “primavera” é uma tentativa de recriá-lo.


(Continua: 'De volta ao presente')



Notas:

(1) Inicialmente os romanos usaram esta expressão para se referir ao Mar Tirreno. Em 30 a.C., a dominação romana já se estendia da Hispânia ao Egito, e a expressão passou a ser usada para todo o mar Mediterrâneo, termo revivido no século XX pelo Duce.

(2) Para mais detalhes ver meu Auschwitz e principalmente The Secret War against the Jews: how the Western Espionage betrayed the Jewish People, de John Loftus & Mark Aarons, St. Martins Griffin, NY, 1994.

Heitor De Paola, 06 Dezembro 2011
Publicado no jornal Visão Judaica de Curitiba.

UMA CAMPANHA PELOS DIREITOS DOS PAIS


Artigos - Direito


Resta alguma dúvida de que os pais, no Brasil, devem apoiar iniciativa semelhante?

Uma organização pró-família dos EUA está buscando restringir o que eles argumentam ser a crescente interferência do governo no modo como os pais criam seus filhos. Eles querem essa restrição mediante uma emenda à Constituição dos EUA com uma cláusula de Direitos dos Pais.

“Os direitos dos pais estão atualmente sob risco de ameaças do governo federal e de organizações internacionais”, disse o Dr. Michael Farris, presidente de ParentalRights.org, que lançou um documentário-drama de 36 minutos intitulado “Overruled: Government invasion of your Parental Rights” (Detendo a Invasão Governamental nos Direitos dos Pais), retratando a encenação de casos reais onde pais e mães nos EUA perderam seus direitos de criar e educar seus filhos conforme acham melhor.

Assista ao vídeo, com legendas em português:



Num caso, um médico disse aos pais que eles não poderiam ter acesso aos resultados de um teste de drogas feito em seu filho de 13 anos sem a permissão de seu filho. Em outro caso, um pai foi preso depois que fez o que podia para que seu filho, ainda no jardim-de-infância, fosse isentado de aulas que poderiam lidar com questões homossexuais. E no terceiro caso, assistentes sociais trabalharam para colocar um menino de 13 anos num lar adotivo quando ele disse à psicóloga da escola que não queria seguir as vontades de seus pais de ir à igreja três vezes por semana.

Os produtores chamaram seu filme de desmascaramento “chocante” de como os direitos dos pais, de ponta a ponta nos EUA, estão sofrendo uma “erosão” provocada por ideologias antifamília.

“A vasta maioria dos americanos crê que as mães e os pais deveriam ter a autoridade de educar e criar seus filhos conforme acham melhor: mas o que eles não compreendem é que não há nenhum direito legal que lhes permita ter tal liberdade”, diz Rebecca Hagelin, escritora e defensora da família, no filme.

O filme argumenta que os direitos dos pais estão sendo derrotados por decisões de tribunais e interferências de extensas políticas e leis governamentais em três áreas: medicina, educação e vida doméstica.

O filme dá um alerta sobre a ameaça aos direitos dos pais, caso os EUA vierem a adotar a Convenção da ONU dos Direitos das Crianças (CDC).

Os produtores do filme argumentam que o tratado da CDC dá aos órgãos governamentais o poder e a autoridade de decidir o que está “nos melhores interessas da criança”, e não os pais da criança.

Os produtores apontam para o fato de que o tratado estabelece o direito da criança à “liberdade de expressão”, que inclui o direito de receber “informações e ideias de todos os tipos, independente de limites, ou oralmente, por escrito, impresso, na forma de arte, ou por intermédio de qualquer outro meio de comunicação que a criança escolher”. (N. do E.: Deve-se imaginar o quanto certas figuras devem não só estar vibrando com tudo isso, como produzindo desinformação em favor do CDC. Dos entusiastas da pedofilia, a marqueteiros irresponsáveis, passando pelos doutrinadores ideológicos de sempre: ambientalistas, gayzistas, abortistas, etc.)

“Esse tratado, que tem a pretensão de dar direitos às crianças, realmente deixa as crianças mais vulneráveis à exploração e abusos”, diz Wendy Wright, ex-presidente de Concerned Women for America, no filme.

A ParentalRights.org diz acreditar que o melhor jeito de proteger os direitos dos pais acima da criança é consagrar os direitos dos pais na Constituição da nação. Eles estão fazendo campanha para acrescentar três emendas:

1) “A liberdade dos pais dirigirem a criação e educação de seus filhos é um direito fundamental”.

2) “Nem o governo federal nem os governos estaduais violarão esse direito sem demonstrar que seu interesse governamental conforme se aplica à pessoa é da ordem mais elevada e não de outra forma servido”.

3) “Nenhum tratado poderá ser adotado nem nenhuma fonte de lei internacional será utilizada para suplantar, modificar, interpretar ou se aplicar aos direitos garantidos por este artigo”.

Farris explica no filme que a primeira seção significa que “os pais têm o direito fundamental de fazer decisões para seus filhos”, a segunda significa que “se o governo for tentar invadir seus direitos, ele tem de ter evidências claras para fazer essa invasão”, e a terceira significa “leis internacionais, fora!”

Jonathan Horton, diretor nacional de ação comunitária de ParentalRights.org, disse para LifeSiteNews que a vasta maioria dos que assistiram ao filme mostrou uma reação muito positiva.

Horton disse que até agora sua organização coletou mais de 250.000 assinaturas em apoio à sua Emenda dos Direitos dos Pais.

A ParentalRights.org está solicitando que todos os pais e mães que valorizam o direito de criar seus filhos conforme considerem a melhor forma assinem sua petição para preservar e proteger esses direitos na Constituição.

Peter Baklinski, 20 Dezembro 2011
Tradução: Julio Severo

ESTATIZAÇÃO DAS CRIANÇAS AVANÇA

Artigos - Governo do PT

A Lei da Palmada foi incluída no PNDH-3, referendado pela Casa Civil da então ministra Dilma Rousseff e registrado no TSE como plano de governo da futura presidente. É o mesmo programa que trata o aborto como “direito humano”.

Lendo seu parecer na Comissão Especial da Câmara dos Deputados que aprovou a Lei da Palmada, a relatora do projeto, deputada Teresa Surita (PMDB-RR), resumiu: “Na educação de crianças e adolescentes, nem suaves palmadinhas nem beliscões, nem xingamentos, nem qualquer forma de agressão, tenha ela a natureza e a intensidade que tiver, pode ser admitida”. E nenhum idiota na Comissão votou contra esse delírio autoritário.

Enviado ao Congresso pelo presidente Lula em julho de 2010, o projeto da Lei da Palmada estabelece que castigo físico é uma “ação de natureza disciplinar ou punitiva com o uso da força física que resulte em lesão à criança ou adolescente”. Tratamento cruel ou degradante é “conduta ou forma cruel de tratamento que humilhe, ameace gravemente ou ridicularize a criança ou o adolescente”. Naturalmente, o conceito de “lesão”, “crueldade”, “humilhação”, “ameaça grave” e “ridículo” será definido pelo Estado, o verdadeiro pai do povo.

Teresa Surita alegou que a lei não invade o recinto familiar: “As pessoas acham que a idéia do Estado é interferir na educação das crianças, ou que é um texto punitivo. Na verdade, é uma proposta educativa, de mudança de valores”. É claro que interfere, e é claro que pune. O Estado progressista está empenhado em mudar os valores da maioria da população, e para mudar é preciso forçar a mudança. Pela lei do Lula, o pai que der uma chinelada no filho para corrigir seu comportamento será encaminhado a tratamento psicológico e receberá advertências. Profissionais de saúde, professores e funcionários públicos serão encarregados de fazer denúncias ao conselho tutelar, e estarão ameaçados de multa caso ignorem a missão que o Estado lhes deu.

Ao mesmo tempo em que transformam em bandido o pai que dá uma palmada instrutiva no filho, os esquerdistas promovem a doutrinação gay nas escolas, um empreendimento que, para eles, não agride as crianças de forma alguma. É a mudança de valores em curso com o objetivo de abolir a família. O Estado pode fazer o que quiser com as crianças, seja ensinar-lhes uma conduta sexual politicamente correta (e quanto mais cedo melhor), seja ensinar-lhes que seus pais não têm autoridade sobre elas.

A Lei da Palmada foi incluída no Programa Nacional de Direitos Humanos 3, referendado pela Casa Civil da então ministra Dilma Rousseff e registrado no Tribunal Superior Eleitoral como plano de governo da futura presidente. É o mesmo programa que trata o aborto como “direito humano” e pede a aprovação de uma lei que o descriminalize, “considerando a autonomia das mulheres para decidir sobre seus corpos”. Portanto, segundo a visão de mundo progressista, matar uma criança no útero é um direito humano, mas disciplinar a criança com uma palmada é cruel e degradante.

Publicado no jornal O Estado.
Bruno Pontes é jornalista.

BALANÇO DE FIM DE ANO: QUEDA LIVRE NA AMÉRICA LATINA

Internacional - América Latina

Os militares que de fato fizeram algo pelo país, muito em breve verão seus nomes excluídos da Lei de Anistia e suas vidas emporcalhadas com a pecha de “assassinos” e “torturadores”.

Fazendo um rápido balanço de fim ano, observamos que a América Latina segue em queda livre rumo ao abismo e ao caos.
É verdade que houve alguns momentos alvissareiros na Colômbia, como o fim de dois dos principais líderes das FARC, Mono Jojoy em setembro e Alfonso Cano em novembro, mas isto está longe de significar o fim da guerrilha como muitos pensam.

Entretanto, estas foram vitórias muito fugazes, considerando que quatro dias depois de Cano ser abatido em combate, as FARC assassinaram a sangue frio três policiais e um militar do Exército seqüestrados há 12 e 14 anos, completamente desarmados e indefesos, e ainda tiveram a indecência de enviar pêsames às famílias e culpar as Forças de Segurança pelo crime hediondo cometido deliberadamente por elas.

Nas eleições municipais ganhou a prefeitura da capital, Bogotá, um “ex” terrorista do bando M-19, Gustavo Petro. Petro estava impedido legal e constitucionalmente de concorrer a qualquer cargo público, pois em 1985 foi sentenciado e cumpriu pena por porte ilegal de armas, que não foi apagado de sua ficham criminal por não ser crime político.

Entretanto, a Justiça Eleitoral fez ouvidos moucos às incontáveis denúncias de respeitadíssimos jornalistas, permitindo-lhe a candidatura. O processo que condenou Petro em 1985 misteriosamente desapareceu dos arquivos da Justiça, de modo que em janeiro ele tomará posse, enquanto os heróis nacionais que libertaram mais de 260 pessoas do assalto ao Palácio da Justiça, do qual Petro foi o cérebro, continuam encarcerados através de provas fraudulentas e criminosamente plantadas.

Na Nicarágua, Daniel Ortega ganha mais um vez as eleições na base de fraudes grotescas, mas recebe o aval dos “observadores internacionais” da OEA, assim como Cristina Kirchner repete seu mandato na governança da Argentina. E por meio do decreto 1880/2011, a reeleita presidente cria o Instituto Nacional de Revisionismo Histórico Argentino e Ibero-Americano Manuel Dorrego, que se propõe a “reescrever a história argentina”. Assim mesmo, descaradamente.

A Venezuela do pós-Chávez terá imensa dificuldade em se reerguer, pois sua maior fonte de renda, a PDVSA, está há anos com queda de produção e endividada até a raiz dos cabelos.
Enquanto isso, Chávez continua fingindo ter-se curado do câncer, tenta aparentar uma saúde extraordinária, malgrado as várias internações de emergência, que se conhece apenas através de informantes. E para demonstrar ao mundo que tudo está um mar de rosas, ofereceu Caracas como sede do último encontro da CELAC, mais uma dessas inúteis e fúteis organizações inventadas para forçar a criação da “pátria grande bolivariana”, sonho de Chávez e das FARC.

No Brasil, para fechar o ano com chave de ouro, finalmente foi dada a largada para a caça às bruxas com a oficialização da “Comissão da Verdade”. Ressalto mais uma vez o que venho denunciando há quase uma década: no discurso os mentores e organizadores dessa comissão dizem que o objetivo é “fiscalizar, acompanhar e garantir que os resultados saiam.

E que os resultados sejam a "verdade", garante a comunista do PCdoB Manuela D’Avila, do mesmo modo que Luiza Erundina, que coordenará uma subcomissão, e diz que não cabe à comissão “punir”. Entretanto, acrescenta o que venho denunciando, que é o que pretendem na prática, quando afirma: “A Argentina acabou de condenar 23 militares de alta patente. Por que o Brasil não faz isso? O Uruguai acabou de mudar a sua Lei de Anistia, tirando a prescrição dos crimes. É isso que os outros países fizeram e nós temos de fazer também”.
Está claro ou precisa desenhar?

Entrega da medalha da Ordem do Mérito da Defesa: comandantes militares, os burrinhos do presépio

Enquanto isso, designa-se o terrorista José Genoíno para representar os militares, através do Ministério da Defesa, e a presidente distribuiu medalhas da Ordem do Mérito da Defesa a personalidades do seu mundo. A finalidade desta medalha é “premiar civis e militares que tenham prestado relevantes serviços ao Ministério da Defesa e às Forças Armadas”, entretanto, os agraciados foram: o ministro Fernando Pimentel, Robson Andrade (presidente da CNI), Chico Buarque, o ex-jogador Raí, o presidente da Câmara, Marco Maia (PT), os senadores Eunício Oliveira (PMDB) e Lúcia Vânia (PSDB), os deputados João Paulo Cunha (PT), Cândido Vacarezza (PT), Paulo Teixeira (PT), o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo e o presidente do Banco Central, entre outros.

Essas são as pessoas “ilustres” que fizeram não sei o quê, não se sabe onde, em defesa do Brasil. No entanto, os militares que de fato fizeram algo pelo país, muito em breve verão seus nomes excluídos da Lei de Anistia e suas vidas emporcalhadas com a pecha de “assassinos” e “torturadores”, onde serão julgados e condenados como estão sendo os nossos vizinhos.

E os comandantes das três Forças sorrindo e batendo palminhas, enquanto nós morremos de vergonha perante o mundo.

Feliz ano velho, pois esse filme nós já assistimos.

Graça Salgueiro, 20 Dezembro 2011

A "PRIMAVERA" ÁRABE E A CRISE ECONÔMICA EUROPÉIA - II - DE VOLTA AO PRESENTE

Heitor De Paola, 20 Dezembro 2011
Artigos - Globalismo

O bem-estar do povo tem sido um excelente álibi para os tiranos.
Albert Camus

Mil e quinhentos anos depois do fim do Império Romano grande parte da história européia e do Oriente Médio (OM) ainda gira em torno do Mare Nostrum. Os países mais atingidos pela crise econômica, com exceção de Irlanda e Islândia, são os da franja ocidental e norte: Espanha, com Portugal a reboque, Itália e Grécia. E as expectativas da França não são das melhores(1). Por outro lado, os países que se vêem às voltas com a “primavera” são exatamente os das praias do sul e orientais: Tunísia, Líbia, Egito e Síria – a Argélia está sob ameaça constante, pois é uma panela de pressão prestes a explodir. Ao mesmo tempo, as ameaças se estendem principalmente a Israel, abominado por todos os governos "primaveris" que substituíram ditadores com retórica antissemita, mas com os quais Israel podia conversar, por partidos islâmicos radicalmente antissionistas. Só não viu isto a tempo quem não conhece a história do Islam ou estava mesmerizado pela mágica da palavra democracia. Democracia de forma nenhuma é sinônimo de liberdade; não passa de uma forma variável de escolha de dirigentes e só. E o Islam é incompatível com qualquer noção de liberdade individual, portanto é improvável, senão impossível, o estabelecimento de um regime semelhante às democracias ocidentais, em que predominam o respeito aos direitos individuais e o rule of law.

Como eu já havia previsto (2), as maiorias muçulmanas estão vencendo todas as eleições. Até mesmo na Tunísia, onde se poderia esperar algo mais parecido com a noção ocidental, o líder do partido vencedor, al-Nahda, Rashed Ghannouchi, assegurou que a condenação do Sionismo consta de um acordo entre os partidos vencedores. Ghannouchi nega que tal princípio será incluído na futura Constituição, mas ele mesmo faz parte de uma União Internacional de scholars muçulmanos liderada por Yussuf al-Qaradawi, e apoiou a anexação do Kwait por Saddam Hussein, além de ameaçar com ataques contra os EUA(3).

Os países em crise na Europa eram antigos colonizadores que continuaram após a descolonização, com interesses econômicos: a França, na Argélia, Líbano e Síria, a Espanha, no Marrocos, a Itália, na Líbia e a Inglaterra que está em melhor situação – melhor seria dizer ‘menos ruim’ – no Egito e no Iraque. Além de tudo estão expostas à avalanche imigratória muçulmana, o que põe o equilíbrio político interno e o equilíbrio diplomático numa sinuca de bico. O Egito, a maior potência regional, envolvido em conflitos internos, principalmente depois das eleições, em que o poder se dividiu entre a Fraternidade Muçulmana e o partido salafista Hizb al-Nour(4), sofre uma influência indireta dos aliados EUA e União Européia. Mas estes países jamais se atreveram a intervir militarmente como fizeram na Líbia e agora ameaçam a Síria. Quem disser que a intervenção era por razões humanitárias merece ganhar um pirulito, pois acreditam em Papai Noel – ou então são da mídia brasileira, que gravita há anos-luz de qualquer laivo de inteligência. Por que mataram mais civis do que todas as tropas de Kadhafi e deixaram intactos os campos de petróleo? Por que, mais recentemente, a empresa petrolífera francesa Total encerrou suas atividades na Síria “até que retorne a democracia”?

Os países em crise mais aguda precisam do petróleo do OM como um bebê precisa mamar.

Além disto, a crise européia é não só econômica, mas também política: o embate entre líderes nacionalistas e europeístas. Os que vibraram com as derrotas de Zapatero e Berlusconi não sabem que Rajoy e Mario Monti não passam de sátrapas da UE e do globalismo mundial oriundos das gerações política e emocionalmente comprometidas com a idéia de uma Europa unida e o fim do nacionalismo. E estão percebendo do que os povos ainda se julgam franceses, italianos, espanhóis, etc., e ameaçam voltar às suas moedas originais, mandando o Euro, que só serve à elite européia, às favas.

O que poucos perguntam é quem está por trás desta união espúria: lamentavelmente a velha Deutschland, para sempre antissemita, de onde partiu o novo design europeu. De Berlim partiram as pressões para a derrubada de Papandreu e Berlusconi e o financiamento da campanha espanhola(5). Será coincidência que a Turquia esteja simultaneamente tentando restaurar o Império Otomano(6)?

Mas isto é assunto para outro artigo.
Heitor De Paola, 20 Dezembro 2011

Notas:

* - No artigo anterior, por ato falho ou negligência, pulei cinqüenta anos de história, afirmando que as colônias alemãs na África tinham se tornado independentes, quando o foram somente após a Segunda Guerra Mundial. Na verdade, foram protetorados britânicos e franceses também. Peço desculpas aos leitores.

(1) Enquanto escrevo este artigo as agências de avaliação de risco já pensam em rebaixar seu grau de confiabilidade de investimentos. Ver em http://www.lemonde.fr/election-presidentielle-2012/article/2011/12/07/sarkozy-tance-les-socialistes-et-parle-d-un-risque-d-explosion-pregnant-en-europe_1614517_1471069.html#ens_id=1268560

(2) Ver http://www.midiasemmascara.org/artigos/internacional/oriente-medio/12517-israel-e-o-verdadeiro-alvo-da-qprimaveraq-arabe.html e principalmente http://www.midiasemmascara.org/artigos/internacional/oriente-medio/12293-analise-estrategica-das-revoltas-nos-paises-arabes.html.

(3) Ver em http://www.defenddemocracy.org/media-hit/a-tunisian-islamist-looks-to-the-future/

(4) Fui o primeiro no Brasil a falar neste partido e sua importância (ver nota 3).

(5) Ver http://www.stratfor.com/analysis/20111115-problems-facing-germanys-designs-europe

(6) Ver http://www.todayszaman.com/news-264801-turkey-to-restore-ottoman-mosques-in-middle-east.html

Publicado no jornal Visão Judaica, de Curitiba.

JOAQUIM BARBOSA ENTREGA RELATÓRIO SOBRE O MENSALÃO

STF

Agora, Lewandowski precisa elaborar um relatório próprio e preparar o voto. Em seguida, caberá ao presidente do STF marcar a data do julgamento dos 38 réus

O ministro Joaquim Barbosa (Agência Brasil)

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa concluiu o exame do processo do mensalão – o maior escândalo de corrupção da história recente do Brasil – e entregou um relatório de 122 páginas e todos os autos da ação penal para o ministro Ricardo Lewandowski, revisor do caso. Segundo informações do jornal O Globo, Barbosa também concluiu boa parte do voto.

Agora, Lewandowski precisa elaborar um relatório próprio e preparar o voto. Em seguida, caberá ao presidente do STF marcar a data do julgamento dos 38 réus.

A entrega do relatório aconteceu uma semana depois de Lewandowski dizer numa entrevista que algumas das penas iriam prescrever. Na ocasiao, o ministro afirmou que o processo dificilmente seria julgado em 2012, uma vez que ele levaria muito tempo para analisar o relatório quando este chegasse às suas mãos.

Cezar Peluso, presidente do STF, solicitou a Joaquim Barbosa que disponibilizasse o processo aos demais ministros para não retardar ainda mais o caso. Em resposta a Peluzo, Barbosa disse que todo o processo havia sido digitalizado há quatro anos e estava disponível para consulta por todo e qualquer ministro do STF.

VEJA - 20/12/2011

AINDA SOBRE O VOTO DE MINERVA

O Forum dos Leitores cada vez mais está se transformando no espaço gratuito que figuras públicas utilizam para responder ou tentar explicar assuntos que os incomodam.
Hoje , nós leitores missivistas do Estadão, fomos alijados do espaço que o jornal nos reserva porque o ministro Cezar Peluso não gostou da interpretação que o jornalista João Bosco Rabello deu sobre o voto decisório que deu, e que liberou a volta de Jarbas Barbalho ao Senado.
Li com atenção tanto o texto do ministro como a resposta do jornalista, e continuo vendo mais lógica e veracidade nas breves palavras usadas pelo profissional da imprensa para explicar seu artigo.
Lembro ao ministro que políticos e homens públicos, além de probos, tem que parecer honestos...pois muitos de nós, leitores leigos, não podemos ficar tentando entender nas entrelinhas das justificativas regimentais os argumentos que validam as decisões da Suprema Corte deste país. Mormente quando estes argumentos ...nem com estas detalhadas explicações adicionais se tornaram mais convincentes .

Mara Montezuma Assaf

PELUSO ESTÁ AMEAÇANDO O ESTADÃO E O JORNALISTGA COM INDENIZAÇÃO?!

Leiam esta abaixo: concluo que o Peluso vai ter que processar cada um dos brasileiros que protestaram contra sua decisão ...inclusive euzinha. Que seja...É a ameaça de mordaça através do medo...
Mara

STF
Presidente contesta


Não obstante já ter remetido cópia dos esclarecimentos prestados ao sr. João Bosco Rabello a propósito do artigo Voto de minerva polêmico, publicado na mesma edição do Estado (18/12, A16), faço-o agora, para os mesmos fins, em relação ao editorial Orçamento e decoro (A3), que veicula, com igual desembaraço, as mesmas insinuações ofensivas à minha honra pessoal e, até, à do Supremo Tribunal Federal, sem considerar, quando menos, todas as circunstâncias factuais conhecidas, cuja menção, decerto, desencorajaria o juízo - para dizer o menos - desprimoroso que aventurou.

À pergunta do editorialista "quem liga para os maledicentes?", respondo que ainda há quem o faça. Na expectativa, pois, de que Vv. Sas. observem e resguardem, a tempo e hora, meus direitos constitucionalmente protegidos (artigo 5.º, incisos V e X, da Constituição da República), subscrevo-me, atenciosamente.

CEZAR PELUSO, ministro presidente do Supremo Tribunal Federal
Brasília
......................................
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem;

X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;

Enviado por Mara Montezuma

PRESIDENTE DO STF CONTESTA VERSÃO DE ACORDO POLÍTICO COM PMDB

BRASIL, JUDICIÁRIO

Do presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro César Peluzo, recebi a carta abaixo contestando o artigo ” Voto de minerva polêmico” publicado da coluna “Direto de Brasília”, ontem, domingo, no jornal O Estado de S.Paulo. O ministro critica o artigo, que considerou ofensivo à sua biografia e, por extensão, ao STF.
Divulgo a íntegra da carta, publicada hoje pelo jornal, cujo editorial sobre o tema também mereceu críticas do magistrado. Na seqüência, a resposta igualmente publicada pelo jornal.

A Carta

Senhor jornalista

A respeito do seu artigo “Voto de minerva polêmico”, tomo a liberdade de prestar-lhe alguns esclarecimentos a respeito da decisão sobre a posse do sr. Jader Barbalho, não apenas para tentar concorrer para que seus juízos a respeito do caráter das pessoas possam, até para tranquilidade de sua consciência, basear-se em todas as circunstâncias relevantes de fatos comentados, mas sobretudo para restabelecer a verdade destes e desfazer conjecturas gratuitas que me escuso de qualificar.
Receio que sua “especulação” não tenha fundamento em nenhuma das supostas “brechas” entrevistas no seu artigo, onde encontro velada, mas nítida crítica de ter sido contraditório e pouco ético nos meus comportamentos como magistrado do STF.
Se
V. Sª tivesse assistido à primeira sessão de julgamento sobre a chamada “Ficha Limpa”, quando me recusei a desempatar o julgamento, ou, se tendo a ela assistido, se houvesse lembrado do debate sonoro e claro a respeito (coisa que ainda pode fazer em consulta a link do STF no You Tube), ou se se tivesse mais bem inteirado a respeito, teria visto e ouvido que, naquela oportunidade, me recusei a fazê-lo, simplesmente porque, apaixonada pela discussão, a maioria dos ministros presentes não concordou com a aplicação da regra regimental!

Se a maioria decide – e este é o verbo juridicamente correto – que não pode ser aplicada certa norma, eu só poderia aplicá-la por ato de força, em verdadeiro despotismo e mediante pronúncia contestável de todos os pontos de vista, senão também ineficaz do ângulo jurídico.
O respeito aos colegas e à própria instituição, o qual também me move a estes esclarecimentos, não me pedia outra coisa. É só ver e ouvir a gravação da sessão.

No caso de Jader Barbalho, porém – e aqui também conviria ver e ouvir a gravação da sessão -, todos os ministros presentes, todos, inclusive os que tinham antes votado em sentido contrário, decidiram aplicar a regra regimental, permitindo fosse ultimado o julgamento segundo o teor do voto de qualidade do presidente, e concordaram, alto e bom som, com a proposta de deferir o requerimento formal do interessado.
Tratou-se de evidentíssima decisão do Plenário, que, como o sabe toda a gente, é ato colegiado, não decisão minha ou de qualquer dos ministros individualmente considerado. Dizer ou insinuar, portanto, que eu como presidente teria decidido a causa, porque “julgou natural usar da prerrogativa” (sic), é, quando menos, grave erro factual ou propositada distorção dos fatos, tanto menos escusável quando o jornal “Folha de São Paulo” já havia publicado, ontem, no “Painel dos Leitor”, cabal explicação a respeito (p. A3).
E o Plenário decidiu, não porque eu, como presidente, tivesse o dom de mudar, drástica e rapidamente, o convencimento dos meus pares, induzindo-os com base em fantasioso acordo com partido político em troca de aumento que não foi aprovado e nada indica que o será, , mas – e a verdade é, deveras, quase sempre, muito mais simples do que a julgam ou inventam as pessoas – apenas porque todos os ministros já estavam convencidos da legitimidade e da justiça da decisão adotada, como, aliás, vários e probos jornalistas o reconheceram. Simples e verdadeiro, não é?
V. Sª não conseguirá provar, em juízo ou fora dele, tenha existido tal acordo, pela curtíssima razão de que nunca existiu! Jogar tal “especulação” à responsabilidade inodora da “convicção do governo” (sic) é modo pouco sutil de disfarçar convicção própria.

Para seu governo íntimo, em 44 anos de magistratura impoluta, jamais firmei “acordo” para julgar (afirmação ou suposição contrária é mais do que leviandade, é aleivosia de prevaricação), nem cedi a pressão de quem quer que seja, pela boa razão de que jamais alguém ousou fazer-me, de modo direto ou indireto, pressão em julgamento, nem sequer o presidente da República que me nomeou, como ficou claríssimo no julgamento do famoso caso “Batisti”. Por que iriam fazê-lo parlamentares, e num caso em que já nem era preciso tentar convencer os ministros?

E, por fim, noticio-lhe, não obstante jornais já o hajam noticiado, que, poucas semanas antes, havia recebido, como é de meu dever institucional, parlamentares do PSDB, em caso idêntico, de interesse do sr. João Capiberibe! Por que não cogitou V. Sª ter havido aí outro pretenso “acordo”?
Todos os presidentes e ministros recebem advogados e parlamentares a respeito de causas pendentes, em prática tradicional e equânime, que, embora não me agrade, como já assentei em entrevista à revista “Veja”, não consigo mudar. Mas daí a supor que cedam a pressões ou cometam crime de prevaricação, vai uma distância que só dolo e má-fé conseguem transpor.
Na expectativa, pois, de que, como jornalista atento ao dever de ser fiel à verdade, desfaça a tempo os equívocos propalados, subscrevo-me

Atenciosamente,
Min. CEZAR PELUSO

A Resposta

O artigo não ofende o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro César Peluzo. Limita-se a analisar versão corrente nos meios políticos, inclusive no governo, envolvendo a questão do aumento salarial do Poder Judiciário.

O foco da abordagem está no chamado voto de Minerva – aquele que desempata um julgamento e que, portanto, não pode ser condicionado a um consenso do plenário. Se na votação do mérito da Lei da Ficha Limpa o ministro César Peluso declinou da prerrogativa intransferível, coerente seria repetir a decisão pessoal de não usá-la, em caso correlato.

A frase do senador Jáder Barbalho, após a vitória no tribunal, não deixa dúvida quanto à visão do episódio, pelo menos no âmbito do PMDB: “Quando vi que o jogo não era jurídico, mas político, acionei o partido” – disse o senador, durante jantar em que comemorou com o partido a decisão do STF.
O que se pode extrair do texto é a crítica à decisão do STF, jamais o endosso à interpretação, apenas noticiada.

Fonte: http://blogs.estadao.com.br/joao-bosco/
19.dezembro.2011 12:00:04

VOTO DE MINERVA POLÊMICO

A se tomar por real a convicção do governo de que o Supremo Tribunal Federal (STF) negociou com o PMDB a posse do senador Jader Barbalho (PA) em troca do apoio do partido ao aumento do Poder Judiciário, tem-se a decisão judicial e o mandato parlamentar mais caros da história política mundial.

Teria custado ao País R$ 8 bilhões (custo do aumento, se aprovado) o suposto acordo entre o presidente da Corte, ministro Cezar Peluso, e o partido do senador paraense barrado pela Lei da Ficha Limpa - e, posteriormente, liberado para o exercício do mandato, já que a mesma não se aplicou às eleições de 2010.

Não é crível que o assunto tenha sido posto nesses termos, mas o comportamento do Supremo e de seu presidente deixou brechas para esse tipo de especulação. O voto duplo de Peluso, depois de visitado pela bancada do PMDB, foi o mesmo que ele recusou tempos atrás, por razões éticas, para desempatar o julgamento do mérito da própria Lei da Ficha Limpa.

O caso de Jader estava igualmente empatado em cinco a cinco e o tribunal aguardava a posse da nova ministra Rosa Weber, cujo voto decisivo o PMDB desconfiava que não fosse favorável ao seu senador. Por isso mesmo, Rosa foi duramente inquirida na sabatina do Senado, mais de uma vez adiada. Mais grave: o STF criou dificuldades técnicas para um processo jurídico indiscutivelmente favorável a Jader.

Peluso deu o voto de Minerva, recente novidade regimental do STF, com o aval dos demais colegas que, em 2010, pediram que não fosse aplicado ao julgamento da Lei da Ficha Limpa. Agora, julgou natural usar da prerrogativa.

Governo vê postura sindical

Para o governo, Peluso tem agido mais como líder sindicalista do que como juiz. Essa crítica começou quando o Planalto tentou um acordo pela limitação do aumento aos juízes dos tribunais superiores, da ordem de 14%, que representaria um desembolso em torno de R$ 300 milhões. Estendido a todos os servidores, que reivindicam 56%, essa cifra pula para R$ 8 bilhões, porque ainda acrescenta R$ 600 milhões do Ministério Público. Somado ao aumento de policiais e bombeiros previstos na chamada PEC 300, que o Congresso ameaça aprovar, o rombo vai à vertiginosa soma de R$ 40 bilhões.

JOÃO BOSCO RABELLO - O Estado de S.Paulo
18 de dezembro de 2011

STF VIROU UMA PALHAÇADA

Ministros sem as mínimas condições técnicas para o exercício do cargo de maior responsabilidade no Judiciário. Ministros que votam pela mão de políticos, que antecipam votos e comemoram as vitórias com "lagostadas". Ministros que cometem ilícitos morais e éticos para fazer valer pontos-de-vista exclusivamente pessoais. Ministros que não julgam causas em função de dor nas costas. A Suprema Corte virou uma palhaçada. Deveriam usar roupas mais berrantes, os seus ministros.
coroneLeaks

De O Globo

O ministro Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal (STF), reclamou da decisão do presidente da Corte, Cezar Peluso, de votar duas vezes para garantir o mandato de Jader Barbalho (PMDB-PA) no Senado. Para Barbosa, a solução para desempate, prevista no regimento interno do STF, é inconstitucional. O protesto foi feito em despacho no qual negou o recurso proposto pela senadora Marinor Brito (PSOL-PA), que queria permanecer na cadeira que hoje é de direito de Jader.

"Tendo em vista que não se deve combater ilegalidades com a prática de outras ilegalidades, nego seguimento ao mandado de segurança", escreveu. "Entendo que o inciso IX do art. 13 do regimento interno do Supremo Tribunal Federal (o voto duplo do presidente para desempate), é manifestamente inconstitucional. Não há em qualquer dispositivo da Constituição Federal autorização para que o voto de qualquer juiz tenha peso maior do que o voto dos demais".

Em novembro, o plenário começou a julgar o recurso de Jader. Apesar de ter obtido votos para ser eleito em 2010, ele tinha sido barrado pela Lei da Ficha Limpa. O julgamento do recurso de Jader terminou empatado. Os ministros decidiram esperar a posse da ministra Rosa Maria Weber para resolver o impasse. Na semana passada, Peluso mudou de ideia e votou pela segunda vez. Barbosa reclamou que, apesar de ser o relator, a decisão foi tomada em sua ausência. Ele citou trecho do regimento interno do STF segundo o qual o relator tem a atribuição de "ordenar e dirigir o processo".