"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sábado, 15 de setembro de 2012

A CHARGE DO AMARILDO




15 de setembro de 2012

O MENSALÃO E O VIOLINO

 

A elite suja e reacionária deste país está aplicando mais um golpe contra o PT. Este foi o alerta dado pelo presidente do partido, Rui Falcão. Ele ficou indignado com a condenação de João Paulo Cunha, no STF, por corrupção passiva e peculato.

Com a perspectiva de que outros réus do partido tenham o mesmo destino no julgamento do mensalão, Falcão ameaçou: “Não mexam com o PT, porque quando o PT é provocado ele cresce, reage.”

Reage mesmo. E reage com patriotismo. Por sorte, o Sete de Setembro estava chegando, proporcionando mais uma ótima ocasião para Dilma Rousseff falar diretamente ao seu povo, sem passar pela mídia burguesa — que, segundo Falcão, é uma das agentes do golpe, junto com o Judiciário e outros vilões da elite suja.

O golpe é contra o operário e a mulher que mudaram este país. Mas a mulher reagiu no Dia da Independência.

Dilma só disse coisas boas em cadeia nacional de rádio e TV. O melhor do seu pronunciamento, porém, foi o fundo musical. Com a sutileza própria dos revolucionários, que endurecem sem perder a ternura, entraram na comunicação presidencial um violino choroso e um piano adocicado, ornando com perfeição o melodrama dos oprimidos, que resistem firmes ao golpe dos reacionários.

Pronunciamento oficial com fundo musical é um dos maiores avanços trazidos pelo governo do PT. Era o que estava faltando aos nossos governantes: um pouco mais de emoção — especialmente naquele horário, logo antes da novela.

Dilma e Lula não têm tido gancho para chorar em público, mas o violino chorou maravilhosamente por eles, numa versão romântica do Hino da Independência.
Bem que o presidente do PT avisou para não mexer com eles.

Num pronunciamento oficial com toques de showmício, evidentemente o que é falado é o menos importante. E está certo que seja assim. Ninguém vai querer que o telespectador, contando os minutos para ver Carminha, fique prestando atenção na numeralha do Brasil-potência que o PT construiu.

E isso é ótimo, porque só o que faltava era esperarem que a presidente, com todo o trabalho de cabeleireiro, cenografia e trilha sonora, ainda tivesse que dizer coisa com coisa.

Como diz o Hino da Independência, já raiou a liberdade no horizonte do Brasil — inclusive a liberdade de dizer a essa brava gente o que lhe der na telha. Foi desse jeito livre que Dilma Rousseff anunciou uma redução nas tarifas de energia, naturalmente sem mencionar que devia R$ 7 bilhões aos brasileiros por cobranças indevidas nas contas de luz. Mas isso não combinaria com piano e violino.

Também aproveitou a liberdade no horizonte para não dizer que a bondade elétrica do governo popular vai lhe custar R$ 21 bilhões.

A outra boa notícia é que o governo não passa cheque sem fundo: o contribuinte cobre tudo. E cobre feliz, ao som de violino e à luz da economia que ele acha que vai fazer.

Provavelmente foi por isso que Dilma encerrou seu pronunciamento de Sete de Setembro dizendo “viva o povo brasileiro”. Talvez pudesse arrematar com um “Deus lhe pague”.

Viva o povo que aprova o governo do PT, e o protege desses golpes da elite suja e da mídia conservadora. Lula e José Dirceu também prometem reagir, denunciando à OEA o atentado aos direitos dos réus do mensalão.

De fato, é preciso proteger os seus direitos de ir e vir entre os cofres públicos e a caixinha do partido. Se a OEA, a Anistia Internacional e outros organismos progressistas tiverem dúvida, é só prestarem atenção às palavras do ministro Ricardo Lewandowski. Ele já declarou aos seus colegas do Supremo que está em curso um julgamento “heterodoxo”. Ou seja: um julgamento muito estranho, talvez suspeito.

Lewandowski e Dias Toffoli, os ministros heterodoxos com amizades ortodoxas na corte petista, estão dando o melhor de si. Votaram pela absolvição de João Paulo Cunha e vão tentando aliviar o sócio de Marcos Valério que pode ligá-lo a Dirceu. É confortante saber que essas vítimas da elite suja não estão desamparadas. País limpo é país sem sujeira.

O ideal seria que o julgamento do mensalão fosse todo transmitido por boletins da presidente em cadeia nacional, com violino. A mídia golpista ia ver o que é bom para tosse — e para as eleições.
O importante é isso: não deixar que a elite suja desmascare os companheiros limpos, e assim golpeie sua imaculada máquina eleitoral.

Se o eleitorado desconfiar que o país caminha apesar de um governo parasita e perdulário, pode querer desalojar os companheiros de suas cadeiras públicas — o que seria um grave problema social.
O currículo da própria presidente não deixa dúvidas: não se sabe o que seria dessa brava militância sem a bênção do voto (e do emprego que dele emana).

A heroína argentina já está ouvindo panelaços. O tango da viúva melodramática começou a desafinar. Por aqui, a trilha sonora do oprimido, por incrível que pareça, continua dando para o gasto.

15 de setembro de 2012
Guilherme Fiúza, O Globo
 

FRASE DEMAGÓGICA DO DIA

 
Se esse cidadão teve a coragem de dizer na Câmara que queria bater no presidente, o que ele não vai fazer com o camelô?
Lula, sobre ACM Neto, em comício na Bahia para eleger Nelson Pelegrino, do PT

15 de setembro de 2012

IMAGEM DO DIA

 
Menina palestina é vista durante uma manifestação contra filme considerado ofensivo ao Islã, na cidade de Gaza
Menina palestina é vista durante uma manifestação contra filme considerado ofensivo ao Islã, na cidade de Gaza - Mohammed/ABED
 
15 de setembro de 2012

RURAL E GANGUES DE COLLOR E DE LULA PROTAGONIZARAM AS MAIORES FRAUDES

 

Banco Rural é protagonista das maiores fraudes dos últimos anos. Ex-dirigentes da instituição financeira foram condenados durante julgamento do mensalão


Na fachada . Logotipo do banco fundado há 47 anos para atender pequenas empresas
Foto: Ailton de Freitas/30-6-2005
Na fachada . Logotipo do banco fundado há 47 anos para atender pequenas empresas Ailton de Freitas/30-6-2005

A condenação dos principais dirigentes do Banco Rural por gestão fraudulenta e lavagem de dinheiro no Supremo Tribunal Federal (STF) é o capítulo derradeiro de trajetória marcada por uma série de fraudes contra o sistema financeiro nacional e ocultação de recursos de grupos criminosos. Condenados por crimes cujas penas mínimas somam seis anos de reclusão, Kátia Rabello, dona do banco; Vinicius Samarane, o atual vice-presidente; e o ex-vice-presidente José Roberto Salgado ainda terão conduta analisada pelos ministros em função dos crimes de evasão de divisas e formação de quadrilha. Mas a decisão do STF já é a mais dura pena aplicada até agora ao banco mineiro, fundado há 47 anos oficialmente como especialista “no mercado de crédito para pequenas e médias empresas”.


Os tentáculos do Rural aparecem em alguns dos principais escândalos políticos dos últimos 20 anos, das CPIs dos Precatórios e dos Bancos aos mensalões tucano e petista. Do escândalo do Banestado à ocultação de transações para tesoureiros de ex-presidentes (Collor e Lula).

Em decisões de primeira instância em Minas Gerais, dirigentes do banco já foram condenados por sonegar CPMF para oferecer taxas de remuneração superiores à do mercado. O Ministério Público Federal recorreu para pedir aumento das penas impostas. Inquérito que tramita sob sigilo investiga pelo menos quatro grandes clientes do banco cujos saques e outras movimentações não eram registradas no extrato oficial das contas.

US$ 192 milhões com laranjas no exterior

Desde novembro de 2011, um processo contra seis diretores por gestão fraudulenta e formação de quadrilha está pronto para ser julgado na 4ª Vara da Justiça Federal em Belo Horizonte, que concentra os processos relacionados a crimes contra o sistema financeiro. O Ministério Público identificou fraudes no envio ao exterior de US$ 4,8 bilhões, entre 1996 e 2000. Pelo menos US$ 192 milhões enviados para fora circularam em nome de laranjas que tinham sido aliciados por pessoa ligada ao banco. Na peça inicial da ação, o ex-vice-presidente Salgado é citado por um depoente como idealizador no país das irregularidades envolvendo remessas de dinheiro para fora do Brasil por meio de contas CC5 (voltadas para brasileiros residentes fora do país).

Documentos que constam do processo do mensalão mostram que um terço (R$ 154 milhões) dos R$ 478 milhões mantidos oficialmente pelo Rural no exterior estavam aplicados na offshore Trade Link Bank, constituída nas Ilhas Cayman, paraíso fiscal. Em ofícios enviados ao Banco Central e depoimentos à CPMI dos Correios, dirigentes do banco sempre negaram qualquer vínculo estatutário com a offshore.

— Fora de cogitação — disse Kátia Rabello, então presidente do banco, ao ser perguntada pelo deputado ACM Neto sobre a participação de dirigentes do Rural na Trade Link.

A versão foi desmontada por documentos enviados pela Promotoria de Nova York à Procuradoria Geral da República no Brasil, que mostram serem os donos do banco os verdadeiros responsáveis pela offshore.

Foi por meio da Trade Link Bank que Marcos Valério, operador do mensalão, pagou boa parte dos R$ 10,8 milhões destinados ao publicitário Duda Mendonça, fato que ainda será objeto de análise no processo do mensalão. Peritos identificaram 3,6 mil registros de transações da Trade Link que somam R$ 1,7 bilhão, entre 1996 e 2004.

Escândalos desde a era Collor

A maior parte deste valor foi movimentada na segunda metade dos anos 1990, a partir do Banestado, cujas contas foram investigadas e se tornaram objeto de um escândalo de evasão de divisas. Uma nova ação contra os dirigentes do banco por gestão temerária e evasão de divisas foi aberta pelo Ministério Público Federal no Paraná e também está em vias de ser julgada.

O mensalão não é o primeiro escândalo de grande porte frequentado pelo Rural. Relatórios de CPIs do Congresso já citaram diversas vezes a instituição. A CPI que investigou o governo Collor e o esquema do ex-tesoureiro Paulo Cesar Farias concluiu que a história teria sido diferente se não existisse o Rural. Sem ele, diz o texto final do relatório, “as falsidades ideológicas e materiais perpetradas com o espúrio propósito de sonegar o fisco e ocultar a origem das receitas teriam sido impossíveis”.

O caso mais explosivo, estopim para a queda de Fernando Collor, envolveu a compra do Fiat Elba do ex-presidente. O cheque era do Rural. À época, a origem do documento foi identificada pelo Banco Bamerindus, que recebeu o depósito. A conta estava em nome de José Carlos Bonfim, fantasma usado pelo esquema de PC.

A partir de contas em nome de pessoas inexistentes, foram ocultados pagamentos de propina de empresas que tinham contratos com o governo. A CPI concluiu que o Rural era o “grande caixa de todo o esquema clandestino de PC Farias”. Além disso, foi por meio da Trade Link que PC Farias remeteu 2,6 milhões às suas contas na Suíça.

Quase uma década depois, o Rural voltou a surgir nas páginas de uma CPI, em 2001. A comissão que investigou irregularidades nas associações brasileiras de futebol identificou que uma representação do Banco Rural nas Bahamas, paraíso fiscal, estava no caminho de um empréstimo de US$ 7 milhões obtido pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) no Delta National Bank, de Nova York. De acordo com o relatório da CPI, os juros desse empréstimo teriam sido “extorsivos” e pagos antecipadamente. De Nova York até a conta corrente que a CBF tinha em agência do Banco Rural em Belo Horizonte, o dinheiro passou pelo Banestado de Nova York e depois para a representação do Rural em Nassau, nas Bahamas, caminho classificado pela CPI como “tortuoso”.

Empréstimos lesaram até a CBF

Marcelo Freire, hoje procurador regional da República da 1ª Região, ajuizou, à época, vários inquéritos a partir das denúncias da CPI. Os empréstimos foram considerados lesivos. Os inquéritos foram aceitos pela Justiça de primeiro grau e viraram ações penais, mas o Tribunal Regional Federal da 2ª Região arquivou todos:

— Segundo a denúncia, os empréstimos eram irregulares porque seriam lesivos à CBF, com juros superiores aos do mercado. No caso do Delta Bank, foram duas denúncias feitas contra pessoas ligadas à CBF. Não houve uma específica contra dirigentes do Rural. A CPI não individualizou.

Em nota, o Banco Rural informou que “nunca teve participação acionária na Trade Link Bank e vice-versa”. Negou qualquer irregularidade em relação à sonegação de CPMF, apesar de já ter sido condenado em primeira instância em função desta fraude. Disse também cumprir “rigorosamente as normas vigentes” à época de todos os fatos citados na reportagem, como as movimentações para PC Farias, para a CBF, via contas do Banestado e empresas de Marcos Valério.

15 de setembro de 2012
Thiago Herdy - O Globo

STF COMEÇA A JULGAR DIRCEU, SUBCHEFE DA GANGUE

 
STF analisará a partir de segunda item que tem Dirceu entre os réus. Será analisado se houve compra de votos dos políticos aliados no Congresso


José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil e um dos réus do processo do mensalão
Foto: Arquivo / Marcelo Pui
José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil e um dos réus do processo do mensalãoArquivo / Marcelo Pui

O julgamento do processo do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF) entrará na sétima semana e, a partir de segunda-feira, os ministros começam a analisar o item 6, que tem entre os réus o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, o ex-presidente do PT José Genoino, o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares e o presidente do PTB, Roberto Jefferson.
 
Com este item, os ministros vão analisar se houve compra de votos de políticos de partidos aliados ao governo no Congresso. Dirceu é apontado na denúncia do Ministério Público Federal (MPF) como "chefe da quadrilha" responsável pelo suposto esquema, do qual Valério seria o principal operador.

O relator Joaquim Barbosa começará a narrar os crimes atribuídos aos políticos da suposta organização. Será seguido pelo revisor e depois vem o votos dos demais ministros. O presidente do STF, Ayres Britto, deve tentar na segunda-feira propor mais uma vez que os ministros façam sessões extras para acelerar o julgamento. Ayres completa 70 anos em novembro, quando terá que se aposentar. O ministro Marco Aurélio Mello, por exemplo, já se manifestou contra a ideia.

A proposta que partiu de Joaquim Barbosa deverá ser discutida novamente no início da sessão. A ideia surgiu no início da semana. Mas, na quarta-feira, num almoço do gabinete de Ayres, ministros presentes ao encontro rejeitaram a sugestão. Na quinta-feira, Barbosa voltou a pedir sessões adicionais para, segundo ele, evitar atrasos no julgamento.

15 de setembro de 2012
O Globo

"O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL CONTRA O CRIME"

 
Os advogados dos réus e alguns comentaristas, sobretudo os ligados ao PT, afirmam que o Supremo Tribunal Federal está fazendo um “massacre condenatório” no julgamento do mensalão ao mudar entendimentos tidos como estabelecidos, especialmente os relacionados aos crimes de colarinho-branco.

O fato é que os defensores dos réus partiram de uma posição tradicional, que levava em conta menor as provas indiciárias ou as circunstanciais e as testemunhas quando não submetidas ao contraditório diante de um juiz. Os depoimentos em CPIs, por exemplo, não eram considerados se não reafirmados em juízo.

Todos os ministros do Supremo que se pronunciaram a respeito deixaram claro que não bastam apenas provas indiciárias ou circunstanciais para condenar alguém, elas têm que complementar o que está nos autos de maneira tênue. Mas, a partir do conjunto desses elementos, o juiz pode montar um quadro em que as peças se encaixem, mesmo que não tenha um ato de ofício ou uma confissão.

Mas também as provas testemunhais ganham relevo nesse contexto. Se mudança houve, seria não de conteúdo, mas de interpretação, porque o crime globalizado que movimenta trilhões de dólares consegue controlar governos, Estados, e é preciso tomar providências para conter essa onda.

O juiz não pode ficar inerte diante dos fatos que estão evidenciados pelos indícios, pelas circunstâncias, pelas testemunhas porque não conseguiu flagrante do acusado, o acusado foi mais esperto. Se ele deixa rastros no seu caminho, o juiz tem obrigação de seguir esses rastros e juntar as peças.

Anteriormente, havia o consenso de que ninguém poderia ser acusado de corrupção ativa se não houvesse o chamado “ato de ofício”, isto é, um documento que demonstre que a pessoa se utilizou do cargo que exerce para corromper alguém. Por isso, o ex-presidente Collor foi absolvido no Supremo.

O ex-ministro Cezar Peluso, no último voto que proferiu antes da sua aposentadoria, defendeu que não há hierarquia entre as provas. “O sistema processual, não só o processual penal, assevera que a eficácia do indício é a mesma da prova direta ou histórico-representativa”, disse.

Rosa Weber disse em seu primeiro voto que “nos delitos de poder, quanto maior o poder ostentado pelo criminoso, maior a facilidade de esconder o ilícito. Esquemas velados, distribuição de documentos, aliciamento de testemunhas. Disso decorre a maior elasticidade na admissão da prova de acusação”.

A mudança veio porque crimes do colarinho-branco, corrupção, lavagem de dinheiro viraram crimes globalizados, e com as novas tecnologias fica cada vez mais difícil apanhar os acusados.

Luiz Fux iniciou seu voto na última quinta-feira mostrando que citava “inúmeros precedentes da nossa jurisprudência no sentido de que nós, da Suprema Corte, podemos nos valer desses elementos circunstanciais, em que a defesa tem que se contrapor a esse conjunto de elementos que conduzem a essa conclusão”, retomando um tema polêmico, de que cabe ao acusado provar seu álibi.

Para ele, “a prova pericial é considerada uma prova mais importante nesta espécie de delito onde não se assinam bilhetes”. Observando que a lavagem de dinheiro é crime que alimenta outros crimes, como o tráfico de drogas, Fux disse que “a prova deixou de ser meramente demonstrativa para ser persuasiva, é a persuasão dos elementos probatórios que vai levar o juiz a um melhor convencimento. (...) É possível concluir-se por um juízo de condenação com a conjugação de todos esses elementos”.

Fux citou o jurista italiano Giovane Leoni, que afirma que “a expressão máxima da presunção é exatamente a soma dessas provas”.

Quando chegou sua hora de votar, o decano do STF, Celso de Mello, fez questão de reafirmar que “o Supremo Tribunal Federal tem observado e assegurado aos réus todas as garantias processuais que as leis lhes resguardam”.

Mas deixou claro que o princípio da presunção de inocência é dos mais caros ao regime democrático do Direito brasileiro, para rebater indiretamente a tese da presunção defendida por Fux: “(...) em matéria de responsabilidade penal, não se registra no Brasil, e neste modelo que entre nós permanece, não se pode reconhecer a culpa do réu por mera suspeita de presunção ou por ouvir dizer”.

Ao que o presidente do STF, Ayres Britto, acrescentou: “A presunção é justamente inversa, em favor do réu. É signo de estado de direito”.

15 de setembro de 2012
Merval Pereira, O Globo

E O CHEFE DA QUADRILHA DO MENSALÃO? AQUELE QUE NADA VIU, DE NADA SABIA...

 
                         Tempo bom para peixes pequenos


Quem teve o cuidado, ou interesse, de acompanhar os votos dos diferentes ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento do "mensalão" percebeu com toda a clareza que a conduta criminosa dos acusados resultou de um emaranhado de ilícitos praticados em conjunto.
Como por essa conduta foram já condenados alguns dos envolvidos, mas os ilícitos se comunicam também em relação aos outros, forçoso é concluir que novas condenações poderão ocorrer, quem sabe até mesmo a do ex-deputado José Dirceu, mas jamais o principal responsável de todos, aquele que nada viu, de nada sabia e não tinha nada que ver com coisa alguma.


Como diria um pescador, o Supremo vem demonstrando que é tempo bom para pescar peixes pequenos, mas não aquele peixão maior, cuja responsabilidade por não ter sido denunciado deve ser necessariamente debitada ao Ministério Público.
Não se diga que não havia provas suficientes para envolvê-lo na denúncia, porque o voto do ministro Cezar Peluso - o último de sua carreira - foi extremamente esclarecedor quanto à suficiência, nos processos penais, de indícios seguros para justificar condenações.

O julgamento de Peluso, naquela oportunidade, mereceria ser reproduzido nas aulas das Faculdades de Direito, pela forma extraordinária, didática e lúcida como demonstrou ser não apenas possível, como necessário aceitar tão somente os indícios, quando se mostram suficientes para a condenação.
Ou seja, mesmo quando não existem provas diretas, concretas ou documentais, mas os indícios apontam claramente a autoria e a conduta criminosa, não pode o juiz deixar de fixar as condenações. É o que vem ocorrendo no julgamento em questão.

Mas como fica a situação do peixão maior, aquele que não sabia que dinheiro público, ali, debaixo de seu nariz, e em grande volume, era distribuído a políticos aliados? E com que finalidade?
É até vergonhoso ter de lembrar fato tão desmoralizador para a nossa incipiente democracia: essa verba suja, corrompida, se prestava a amolecer o coração dos políticos aliados e, dessa forma, fazê-los votar a favor dos projetos de interesse do grupo incrustado no Palácio do Planalto.

Parecia estar em curso um tenebroso processo político de dominação, urdido nas sombras e para ser desenvolvido a qualquer preço, mesmo o de desmoralização da democracia e do regime de livre-iniciativa, porque o sonho maior do grupo seria a estatização progressiva, embora nada inteligente, que afundou outros países, entre eles a infeliz Cuba.
Não há dúvida de que o partido que chegou ao poder com o peixão maior à frente não tinha compromisso algum com a retidão e a lisura nos negócios públicos, nem mesmo com a democracia sem corrupção que a maioria deseja.

Era preciso ter dinheiro sobrando para pôr em andamento o projeto político. Como tudo lhes parecia ser muito fácil, e o dinheiro pipocava de todos os lados, acabaram se descuidando e não previram que um aliado, favorecido de forma não adequada ou, quiçá, a menor, iria dar com a língua nos dentes.
Então o castelo de cartas desmoronou, mas, incrivelmente, sem que a conduta do peixão maior fosse considerada e resultasse na sua inclusão como acusado. Pegaram-se alguns peixes miúdos, talvez caia na rede também aquele segundo grandão, mas o maior de todos está por aí, volta e meia dando uma estilingada nos julgadores. Ou, quem sabe, rindo de nós.

Os romanos, sempre muito pragmáticos, costumavam definir as responsabilidades delituosas como culpa in vigilando e culpa in eligendo, isto é, culpa pela omissão no dever de acompanhar a conduta de quem lhe é subordinado e culpa pela escolha errada.

Percebe-se que o principal articulador do grupo, nomeado chefe da Casa Civil pelo maioral, não foi devidamente vigiado. Já por isso o chefão não poderia ter ficado de fora, uma vez que os delitos se aperfeiçoam por ação ou por omissão.

Nesse quadro de ação jurisdicional para punição dos culpados não se pode deixar de reconhecer a incrível coerência do relator, ministro Joaquim Barbosa. Desde o primeiro dia de julgamento Barbosa mostrou absoluta segurança a respeito de suas conclusões jurídicas e não deixou dúvida quanto à sua disposição de julgar com absoluta independência.

A sua desenvoltura no julgamento, proporcionando-lhe destaque incomum na vida de um juiz, tornou mais confortável a leitura dos votos pelos demais ministros que o seguiram. Mesmo o ministro Ricardo Lewandowski, que no primeiro dia absolveu um dos réus por ausência de provas, deve ter ficado um tanto incomodado com a circunstância de os demais juízes admitirem a condenação, com as mesmas provas, o que significou contrariá-lo e deixá-lo vencido.

Joaquim Barbosa nunca foi considerado um juiz de primeira grandeza, mas isso se deve muito mais ao seu temperamento nada fácil do que à sua competência para os julgamentos. Por questões pouco relevantes ele se desentendeu com vários do integrantes do STF e chegou ao ponto de dizer que estava sendo diferenciado em razão de sua cor.

A conduta na vida privada também contribuiu para um certo abalo na sua imagem, o certo, porém, é que por força de seus votos no caso do "mensalão" ele impõe uma segurança e uma firmeza que a que a Nação toda assiste e aplaude. Não pelas condenações em si, mas pela forma direta e consistente dos votos, graças aos quais projeta imagem pública raramente alcançada por outro magistrado.

É forçoso também reconhecer que a denúncia elaborada pelo Ministério Público, muito embora tenha deixado de fora o peixão maior, demonstra estar muito bem trabalhada e instruída, ou seja, vê-se que houve dedicação, seriedade e coerência, bem como claro propósito de fazer cumprir a lei.

15 de setembro de 2012
Aloísio de Toledo César - O Estado de S.Paulo

 

A HISTÓRIA QUE SE CONTA EM MIÚDOS

Julgamento do mensalão de Lula revela paixão e ódio na política
Julgamento do mensalão revela paixão e ódio na política. Roberto Jefferson e José Dirceu converteram a luta pelo poder em embate pessoal, expuseram a política brasileira como um mercado e agora serão julgados pelo Supremo


O então presidente Lula com Roberto Jefferson, José Dirceu e Walfrido Mares Guia
Foto: Arquivo
O então presidente Lula com Roberto Jefferson, José Dirceu e Walfrido Mares Guia Arquivo

O barítono Roberto Jefferson, presidente do PTB, cantava para Lula, presidente da República, recostado num sofá vermelho. Com sorrisos cúmplices, celebravam a partilha de codornas recheadas — um dos pratos favoritos do presidente —, harmonizadas com Don Laurindo, vinho de Bento Gonçalves (RS).

Estavam ladeados pelos ministros José Dirceu (Casa Civil) e Walfrido Mares Guia (Turismo), fiadores da renovação dessa aliança governista. O pacto tinha lastro no caixa do PT para pagamento de dívidas eleitorais do PTB e, principalmente, nas nomeações de petebistas para áreas-chave dos ministérios, empresas e fundos de pensão estatais. Em contrapartida, o PTB se manteria alinhado ao Palácio do Planalto, estendendo tapete vermelho aos dissidentes da oposição que o ministro Dirceu continuasse a enviar, como parte de seu projeto de construção da “maior base aliada da História republicana”.

O PT elegera 91 deputados federais. O PTB inchara nos 19 meses seguintes à eleição de Lula: elegeu 26 e projetava chegar a 56 deputados.

Uma noite de primavera em Brasília

Lula tinha motivos para sorrir enquanto escutava o presidente do PTB trilhando os versos de “Eu sei que vou te amar”, de Vinicius de Moraes: outro mundo é possível em Brasília. Jefferson passara duas décadas qualificando petistas como “demônios”, a pleno pulmões, na tribuna parlamentar. Agora, integrava-se ao coro, como um solista seduzido pela partitura do poder. À saída do jantar, Lula decidiu tornar aquela quinta-feira, 14 de outubro de 2004, inesquecível para o anfitrião:

— Eu daria a ele (Jefferson) um cheque em branco, e dormiria tranquilo —, declarou aos jornalistas, enquanto ajeitava a gravata listrada de cinza, preto e branco.

As lembranças dessa noite primaveril de oito anos atrás empalideceram na memória de Jefferson. Era tudo verdade? — Ninguém mente cantando — defende-se na sala de uma casa na Serra fluminense, no meio do Caminho Novo, atual BR-040, desbravado no século XVII pelo bandeirante Garcia Rodrigues Paes (a empreitada reduziu em duas semanas o tempo de transporte de ouro de Minas para Lisboa, acelerando a transferência da capital da colônia de Salvador para o Rio.) É o seu refúgio, a 1,3 mil quilômetros do Palácio do Planalto.

Senta-se com esforço. A contração de dor no ponto ainda inflamado da coluna vertebral o conduz a uma soma das perdas colaterais na cirurgia recente, para extração de um tumor de 4,9 centímetros no pâncreas.

— Quatro quintos do estômago, o duodeno, um metro e meio de intestino delgado e o apêndice… Me levaram mais ou menos dois quilos de órgãos internos — calcula, com amarga ironia.

Sobre a mesa de centro estão dois livros . Um é “Anticâncer”, do neurocientista francês David Servan-Scheiber, morto no ano passado, depois de duas décadas de batalha contra a doença no cérebro. Outro é “Justiça: O que é fazer a coisa certa”, do filósofo americano Michael J. Sandel.
Nos intervalos, acompanha pela televisão as sessões do Supremo Tribunal Federal.

— Todos vão ser condenados — divaga com a experiência de advogado criminalista acumulada em 33 anos de profissão e duas centenas de júris. Como o deputado que sublimou o mandato ao denunciar o mensalão, sabendo que teria o mandato cassado, parece resignado:

— O Supremo desmontou a tese do caixa dois do PT, que tinha no Zé Dirceu seu maior advogado. E ainda vamos ver o processo do caso dos empréstimos consignados do BMG, que ficou separado. Ali tem a assinatura do Lula, atos de ofício, em decreto e em carta aos aposentados, além de oito reuniões do Dirceu com a direção do banco. Tem sofrimento? Tem. Mas é isso aí, estamos vivendo a força plena da democracia.

Por trás do julgamento do mensalão existe uma história de paixão e ódio na política protagonizada por Jefferson e Dirceu — homens que já dedicaram um terço de suas vidas ao cultivo de uma inveterada, absoluta e mútua aversão. Opostos em quase tudo, Jefferson é sanguíneo na proclamação e Dirceu é frio na dissimulação.

— Nunca tive nenhuma divergência com ele — repetia Dirceu, diante do adversário na Câmara, acrescentando:

— Com exceção das diferenças políticas, de participação no governo, de vida, de história, ideológicas e programáticas.

Ele nega, repele, rejeita e repudia toda e qualquer acusação, e também não quis fazer comentários para esta reportagem. Num único depoimento antes de ser cassado, insistiu 1.372 vezes na palavra “não”.
E arrematou: “Vou repetir até o fim da vida: não participei, não autorizei, jamais concordaria com compra de voto ou de compra de parlamentar ou de mensalão”.

O fascínio pelo poder levou Dirceu e Jefferson à luta, o personalismo derivou em embate pessoal. Estilhaçaram a aura de decência que a maioria do eleitorado creditara ao PT nas urnas, desde 1980. Expuseram a política brasileira como um mercado, no qual a moeda de troca são cargos nos ministérios, empresas e fundos de pensão estatais — estratégicos pelo potencial de negócios e também pela capacidade de privilegiar aliados e atrapalhar adversários.

— Ele se desentendeu conosco — acusou Dirceu, em público. — Queria capturar vários órgãos com nomeações, e nós não permitimos.

No STF, a fatia menor do mensalão

Recém-reeleito na presidência do PTB, pela quarta vez, Jefferson acha natural (“sujeito à crítica moral, mas não ilegal”) que os nomeados pelo partido captem recursos de empresas privadas fornecedoras do setor público. “Mas doações voluntárias, por dentro”, ressalva.

— O problema é que o PT fez menos de 20% do Congresso e ficou com 80% dos cargos no governo — retruca. Na sua lógica, existe uma linha tênue entre “o dinheiro que faz a política e a política que faz o dinheiro”.

— Zé Dirceu e o PT usaram o governo, as diretorias de engenharia, compras, tecnologia, publicidade e operações para fazer dinheiro. E trouxeram a novidade do aluguel de bancadas para aprovar o que queriam. Antes apoiava o governo quem queria, hoje perguntam: vai liberar minha emendinha?

Nos próximos dias, o Supremo Tribunal Federal começa a julgar Jefferson, Dirceu e meia dúzia de chefes partidários enrolados no pedaço exposto dessa malha de interesses privados tecida com dinheiro público.

O processo reúne apenas uma parte das transações — a menor fatia do mensalão.
Como registraram a CPI dos Correios e a Procuradoria Geral da República, os bancos Rural e BMG repassaram “no mínimo” R$ 55 milhões a 18 empresas e 150 contas bancárias do grupo do publicitário Marcos Valério, que distribuía malas de dinheiro a alguns líderes da “base aliada”.
Permanecem nebulosas outras transações. Numa delas, evaporaram R$ 238 milhões de cinco fundos de pensão estatais (Real Grandeza, Postalis, Centrus, Funcef e Núcleos).

Perdeu-se no tempo aquela noite de primavera em Brasília quando Jefferson e Lula, sob o olhar de José Dirceu, selaram um pacto na cadência dos versos de “Eu sei que vou te amar”.
Oito anos depois, o que parecia chama virou incêndio no Supremo. Foi infinito enquanto durou, e reafirmou uma constatação do falecido Tancredo Neves: a política ilude mais que o amor.

15 de setembro de 2012
O Globo

"É DANDO QUE SE RECEBE..."

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15 de setembro de 2012

MENSALÃO IV

Cúpula do escândalo criou usina de ameaças para intimidar jornalistas

 
Vale tudo – O esquema criminoso que emoldurou o Mensalão do PT fez inveja a muitos grupos mafiosos, tamanha foi a gama de ações deflagradas para garantir a impunidade dos protagonistas do escândalo e manter sob silêncio críticos e adversários.

Durante a CPI dos Correios, o editor do ucho.info forneceu a diversos parlamentares provas incontestes sobre o esquema comandado a partir do Palácio do Planalto, assim como detalhou o funcionamento das ações intimidatórias que estavam em andamento.

Algumas dessas informações culminaram em convocações, o que provocou a reação daqueles que foram alçados à mira das investigações.
Seguido e monitorado diuturnamente e com todos os telefones grampeados, o editor escapou de tentativa de sequestro em uma das mais movimentadas avenidas da capital paulista.

Desrespeitando o sinal vermelho dos semáforos e passando com o carro sobre calçadas, o jornalista inviabilizou a operação que, semanas depois, foi deflagrada contra um dos seus familiares, que permaneceu nas mãos de criminosos durante longas horas. O recado dos contratantes do crime foi dado com a entrega, na casa do jornalista, de uma caixa com todos os pertences do familiar sequestrado. Mesmo assim, o ucho.info não deixou de noticiar as barbaridades cometidas à sombra do caso de corrupção.

Com as conversas telefônicas gravadas, o editor foi alvo de ameaça de morte. O fato nos foi informado por meio de um alto integrante do Judiciário, que ouviu de alguém, que se dizia preposto de um dos mais importantes protagonistas do Mensalão do PT, um ousado recado: “Avise ao seu amigo, jornalista de São Paulo, que o chefe gosta de cortar o mal pela raiz. E fará isso mais cedo ou mais tarde”.

O sujeito virou as costas e as autoridades policiais foram acionadas, sem que jamais tenhamos deixado de noticiar qualquer informação a respeito do mensalão. Ao jornalista foi sugerido acionar a Polícia Federal para ter proteção, mas os advogados preferiram a blindagem produzida pela verdade das informações aqui noticiadas.

15 de setembro de 2012
ucho.info

MENSALÃO III

Conivência de alguns setores da imprensa foi comprada com dinheiro do esquema ilegal

 
Operação mordaça – A dinheirama que passou pelo caixa do Mensalão do PT serviu não apenas para comprar a consciência e o voto de muitos parlamentares, mas também para esculpir a opinião de alguns profissionais da imprensa nacional, que repentinamente passaram a defender os integrantes do governo mais corrupto da história brasileira.

Passadas as investigações do escândalo, pelas CPIs instaladas no Congresso Nacional, alguns jornalistas mudaram de lado sem explicação plausível. Simplesmente passaram a buscar maneiras de não criticar os palacianos, além de, quando possível, elogiá-los por feitos duvidosos.

Não que tenham deixado de noticiar os imbróglios oficiais, até porque seria perder o “bonde da história”, mas faziam de forma tênue e doce, como se corrupção fosse uma maria-mole da venda da esquina mais próxima.

Recebendo mesadas que ultrapassavam com folga os salários pagos por seus empregadores, tais profissionais em momento algum se preocuparam com o enorme mal que proporcionavam à massa ignara da sociedade, criando no País uma aura fraudulenta que blindou Lula e o Partido dos Trabalhadores até as recentes condenações proferidas pelo Supremo Tribunal Federal na Ação Penal 470.

Em alguns casos, as mesadas aos profissionais da imprensa são pagas até hoje, com valores que ultrapassam a marca dos R$ 100 mil mensais. Em outra ponta, para atacar os partidos de oposição, mesmo que com notícias falsas e insinuações absurdas, alguns profissionais e veículos de comunicação são patrocinados por autarquias federais por meio de campanhas publicitárias milionárias.

Outro flanco irrigado pelo dinheiro do mensalão é a tropa de choque cibernética petista, sempre a postos para monitorar na rede mundial de computadores os jornalistas que criticam o governo e por causa disso são alvo de impropérios e intimidações de toda ordem.

Em duas ocasiões, nos anos de 2004 e 2005, o editor do ucho.info sofreu assédio de um profissional da imprensa há muito abduzido pelo esquema criminoso oficial. Em ambas as situações, o mensageiro ofereceu polpudas quantias mensais (R$ 200 mil) para que deixássemos de lado as críticas ao governo. Se a oferta era de conhecimento das autoridades não sabemos, mas o interlocutor falou em nome de um apêndice do governo, cujo fluxo financeiro é manipulado com pouca ortodoxia.

A oferta, somente agora revelada, foi de chofre recusada, algo comprovado de maneira incontestável nas centenas de matérias em que criticamos os donos do poder, linha editorial que mantemos por questões ideológicas e principalmente pelo compromisso que temos com os brasileiros de bem.

Diante da recusa, até hoje sofremos consequências covardes e rasteiras, sendo que continuar com o trabalho é um perigoso desafio.

15 de setembro de 2012
ucho.info

MENSALÃO II

Caixa do esquema foi abastecido também com dinheiro de empresários corruptores

 
Palacianos na mira – Aos valores remetidos ao exterior, trazidos de volta ao Brasil por meio dos empréstimos fictícios surgidos no seio do Mensalão do PT, somou-se o dinheiro desviado dos cofres públicos, operação que já levou à condenação alguns dos réus do maior escândalo de corrupção da história política nacional.

Fora isso, o caixa do Mensalão do PT foi reforçado por polpudos aportes financeiros, efetuados por empresários oportunistas que necessitavam corromper algumas autoridades palacianas.

Esse sistema criminoso tinha como base, supostamente legal, a contratação de campanhas publicitárias superfaturadas de forma escandalosa.
O valor acima do praticado pelo mercado publicitário foi utilizado para rechear o lamacento caixa do Mensalão do PT. Essa operação tinha como pano de fundo empresas de telefonia, em cujos quadros societários apareciam conhecidos fundos de pensão.

Como a maioria dos fundos de pensão é controlada por integrantes da esquerda brasileira, a ideia era corromper as autoridades que davam ordens aos seus dirigentes. Um estudo mais aprofundado sobre a oscilação da participação acionária dos fundos de pensão em algumas empresas de telefonia por certo exporia os escaninhos de um dos mais acintosos braços do Mensalão do PT.

Durante a CPI dos Correios, muitos dos envolvidos no esquema tiveram os nomes inseridos em requerimentos de audiência, que acabaram rejeitados por conta da ação de alguns parlamentares da oposição, que não queriam ver seus financiadores sentados no banco dos réus. O principal envolvido na criminosa operação se livrou do indiciamento após despejar verdadeira fortuna nos bastidores do parlamento.

Caso as autoridades policiais que participaram da Operação Satiagraha tivesse se dedicado a determinadas investigações, o esquema acima seria facilmente descoberto. Há também a possibilidade de o esquema não ter sido incluído no inquérito para poupar o capítulo palaciano do Partido dos Trabalhadores, que à época trabalhava intensamente nos bastidores para conter os efeitos colaterais do Mensalão do PT.

O fato de a Operação Satiagraha ter fechados os olhos para o tema desta matéria ficou evidente nas seguidas declarações de alguns participantes das investigações, que da noite para o dia passaram a tecer repentinos elogios ao então presidente Lula e ao seu partido.

15 de setembro de 2012
ucho.info

MENSALÃO I

Mecanismo do caixa da operação foi revelado pelo ucho.info com a antecedência

 
Você soube antes – As denúncias publicadas pela revista “Veja” na edição deste final de semana (15 e 16 de setembro), supostamente vociferadas pelo publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza, réu já condenado pelo Supremo Tribunal Federal na ação Penal 470 (Mensalão do PT), não configuram qualquer novidade para os leitores do ucho.info, que há muito sabem de inúmeros detalhes proibidos do maior escândalo de corrupção da história nacional, endossado por ninguém menos que Luiz Inácio da Silva, o sempre inocente e traído Lula.

Ciente de que passará um bom tempo atrás das grades, Marcos Valério teria dito que o montante movimentado no Mensalão do PT ultrapassou com folga os R$ 55 milhões apontados pela Procuradoria-Geral da República (PGR), tendo alcançado a incrível cifra de R$ 350 milhões.

O primeiro átomo dessa matéria putrefata chamada mensalão surgiu no esquema de cobrança de propina em Santo André, assunto que culminou com o covarde e brutal assassinato do petista Celso Daniel, então prefeito da importante cidade paulista e que discordou do destino dado ao dinheiro imundo. Inicialmente, o dinheiro arrecadado serviria para financiar a campanha presidencial de Lula, em 2002, mas acabou proporcionando a compra de luxuosos imóveis para alguns integrantes do esquema.

Diferentemente do que afirma a cúpula do PT, a morte de Celso Daniel não foi um crime comum, mas o resultado de desentendimento entre políticos criminosos sobre dinheiro ilegal, que em parte estava depositado em contas bancárias no exterior.

Após a morte do então prefeito petista, as contas registraram diversas movimentações, fato que passou despercebido dos olhos supostamente atentos das autoridades que investigaram o caso.

Repatriar esse dinheiro da maneira menos ilegal possível era o grande desafio do partido, que precisava do produto da propina para quitar dívidas de campanha e custear os primeiros alicerces de uma base aliada obediente no Congresso nacional, pois Lula tinha de provar no Palácio do Planalto o messianismo destilado durante a corrida presidencial.

Foi então que surgiram os empréstimos bancários fictícios, que alguns ministros do Supremo insistem em rotulá-los como fraudulentos. Ora, um empréstimo só pode ser fraudulento se de fato existir.

Como não existiram, os tais empréstimos apenas foram fictícios. O número de instituições financeiras envolvidas no esquema criminoso é muito maior do que acusa a PGR, mas a não produção de provas pela CPI dos Correios, por ordem do Palácio do Planalto, impediu o indiciamento de todos os participantes da farsa.

A operação consistia em transferir ao partido, aqui no Brasil, valores correspondentes aos depositados em bancos sediados em paraísos fiscais. As instituições envolvidas no crime mantêm no exterior, até hoje, bancos próprios ou correspondentes, o que em tese viabilizou o esquema de repatriação de dinheiro ilícito.

Com o tempo, os tais empréstimos fictícios não seria liquidados, obrigando as instituições concedentes a incluírem os mesmos no item “prejuízo” dos respectivos balanços. Com a descoberta do escândalo, essa manobra não foi concretizada e alguns dos empréstimos acabaram na seara da cobrança.

15 de setembro de 2012
ucho.info

MENSALÃO. XIIIIIIIIII... AGORA PHODEU!!!


É...pelo que parece a coisa começou a feder para o lado do EX presidente Defuntus Mensaleirus.

Apesar de que nos últimos sete anos, ele ter jurado até diante do túmulo da própria mãe que o mensalão não existiu, e que tudo não passou de "golpe" da imprensa independente e dos loiros de olhos azuis, escravocatas e burgueses.
 
Ou a elite golpista e reacionária da pocilga. Parece que a merda começou a feder, e o verme maior do monturo fétido que é a política PTralha começa a colocar a cabeça de fora.

Diante do quadro de condenações, e sabedor que vai bater com o costado no xadrez, o carequinha "boi de piranha" Marcos Valério, finalmente resolve dar nomes aos bois e coloca o Sebentão na fita do mensalão.

Mesmo contando com a canalha e imoral sabujice dos dois vendidos PTralhas de Toga, parece que muita gente vai cair em desgraça no julgamento da ação penal 470, como querem os Ratos Vermelhos.

Agora começa a fase de julgar os ratos de paletó que habitam os corredores de Brasília, e pelo visto, muita gente está sem dormir há dias.

Agora o chefe do bando, Zé Dirceu, aparece na mídia dizendo estar pronto para a prisão. Mais uma tentativa de se fazer passar por vítima, e que se cair na cana dura, poderá se transformar em mártir do "PIG". 

Seria interessante que o MP pedisse a recolha do passaporte deste traste antes que ele fuja para CÚba e vire herói por lá.

Essa tentativa de "aceitar" a prisão com resignação é mais um ato da comédia bufa que se tornou o Brasil pós PT.

Toda essa situação só está acontecendo por conta de uma oposição de merda, e de brasileiros mais merdas ainda, pois no momento em que explodiu o escândalo, se a oposição tivesse feito seu trabalho de pedir o impeachment do Sebento, e o povo que não vota no PT nem para salvar a própria mãe tivesse apoiado, não estaria o país enfrentando esta situação.

É certo que o Sebento vendeu muito bem a própria imagem no exterior, e do nada, o Brasil se tornou o animal exótico do Zoo mundial. Todas as atenções estavam voltadas para cá. Mas agora, a máscara começa a cair, o mensalão existiu, e o Sebento tão festejado pelo mundo, hoje, não passa de um governante populista e corrupto.

 

Se o mensalão acabar em cadeia para as eminências pardas da ladroagem e bandalheira PTralha, o Sebento sabe que sua carreira política está indo para o brejo.

O duro é que o populismo e o paternalismo estatal que foi promovido para as classes menos favorecidas tanto intelectualmente, quanto socialmente, ainda irá alavancar votos para o Sebentão, ou para a gerentona alucinante de porra nenhuma.

O Brasil se tornou o berço da bandalheira mundial, não temos oposição e o povo ainda vive na base do salve-se quem puder. Falta muita cidadania para transformar o Brasil em uma nação de verdade.

O julgamento do mensalão com a prisão de alguns de seus atores, certamente será o "start" que o Brasuca que pensa precisa para se posicionar e lutar por um país melhor e mais justo.

Mas, agora entra a fase crítica do julgamento, e só depois que acabar esse circo no STF é que saberemos mesmo se o brasileiro quer mudanças, ou prefere viver na merda e na bandalheira.

O Sebentão passou sete anos dizendo que o mensalão era um golpe, e o povão otário que vota nesse boçal e adora ser feito de trouxa, acreditou.
Ao menos a justiça, mesmo aparelhada do STF, não caiu na conversa e está fazendo o seu papel que é punir os bandidos que tomaram os cofres públicos de assalto.

E o mais bizarro é que existem setores no país que dizem que o Sebento é um estadista....Olha, para ser um estadista de verdade ele deveria morrer e reencarnar no mínimo umas três vezes.

Por enquanto o Sebentão não passa de um populista, mentiroso, demagogo, bandido e safado. Coisa normal para quem viveu a vida inteira as custas dos trabalhadores sindicalizados de São Bernardo, que contribuíam para que ele acreditasse que era um novo Messias. Mas desse povo eu não tenho a mínima dó.

O que me deixa feliz é saber que eu jamais estive enganado em relação a esse traste, eu sempre tive absoluta certeza, e olhem que isso vem desde os anos 80 do século passado. Que o Sebento assim que chegasse ao poder iria mostrar quem realmente é. Apesar de toda blindagem que recebeu de seus comparsas e da incomPTência da oposição em fazer o serviço dela. A casa do Sebentão começou a cair. Agora é chegada a hora de bater nessa tecla sem parar e assistir a queda da maior mentira nuncaantesvistanahistóriadestepaís: Luis Inácio Lula da Silva, o popular Sebento.

Quero ver até onde irá a fidelidade dos bandidos vermelhos que cairem em cana e perceberem que se phoderam para livrar a cara do Sebentão, que entre outras coisas, já anda na capa da revista FORBES, como um novo BIlionário de dois bilhões de verdinhas de patrimônio.

Veremos se nos dias de hoje ainda existirão martires para segurar a bronca e livrar a cara do chefe do bando.
15 de setembro de 2012
omascate

ISLÃ USA FILME COMO PRETEXTO PARA MANIFESTAR SEU ÓDIO E IMPOTÊNCIA ANTE O OCIDENTE


Inocência dos muçulmanos, um filmeco produzido ano passado por um judeu americano chamado Sam Bacile – e praticamente desconhecido nos Estados Unidos – está conflagrando o mundo muçulmano. A embaixada americana na Líbia foi atacada por um grupo de duas dezenas de pessoas, que abriram fogo e invadiram o prédio com metralhadoras e granadas lançadas por foguetes. Durante o ataque, o embaixador dos EUA na Líbia, Christopher Stevens, foi morto juntamente com três outros americanos cujas identidades não foram liberadas.

No Cairo, uma multidão, estimada em várias centenas de manifestantes, que se reuniam em frente da embaixada americana, rompeu a linha de segurança, escalando a parede exterior. Os manifestantes atearam fogo na embaixada, arrancaram a bandeira americana e a substituíram por uma bandeira negra, conhecida por representar grupos associados à Al-Qaeda.

Até hoje, sexta-feira – dia sagrado para os muçulmanos - já temos doze cadáveres, segundo as redes BBC e a Al Jazeera. Pelo menos três pessoas morreram e 40 ficaram feridas em confrontos entre a polícia e manifestantes junto à Embaixada dos Estados Unidos no Sudão, outras três na Tunísia, quatro no Iêmen, um manifestante foi morto no protesto diante do consulado dos EUA no Cairo e um libanês morreu nos conflitos seguidos do incêndio provocado por 300 islamitas enfurecidos em um restaurante da rede americana Kentucky Fried Chicken (KFC) em Trípoli, norte do Líbano. Há protestos também na Jordânia, Índia, Faixa de Gaza, Indonésia, Catar, Nigéria e Afeganistão. E as matanças recém começaram.

Até os Estados Unidos estão capitulando ante a fúria islâmica. Hoje ainda, a Casa Branca pediu a retirada do vídeo do YouTube. O Google recusou. Fosse no Brasil, não faltaria juizeco querendo censurar o Google.

O filme mostra um Maomé pedófilo, bissexual e guerreiro embriagado por sangue. O diretor afirmou que o “islã é um câncer” e contou com a divulgação do filme pelo pastor Terry Jones, que há pouco tempo disse que iria pôr fogo no Alcorão. O santo homem propôs nada menos que queimar um exemplar do livro sagrado muçulmano no 11 de setembro de 2010. Os fanáticos muçulmanos, penhorados, agradeceram. Era o pretexto que lhes vinha bem para cometer seus atentados.

Que Maomé tenha sido pedófilo, não há dúvida nenhuma. Pelo menos segundo os critérios do Ocidente. Sua décima primeira e última mulher, Aicha, tinha nove anos quando foi deflorada pelo Profeta. Tais casamentos são usuais até hoje no mundo muçulmano. Segundo o xeque marroquino Mohamed Ben Abderrahman Al Maghraoui, uma menina de nove anos, “dá com freqüência melhor resultado na cama que uma jovem de vinte”. Para o Islã, o Ocidente é intolerante.

Que tenha sido bissexual, não sei. Mas que foi um guerreiro, que fez o Islã avançar a ferro e fogo, disto também não há dúvida. Na batalha de Badr, em 624 d. C., Maomé e os seus degolaram com gosto os coraixitas, tribo aliás da qual é oriundo Maomé. A batalha foi importante por ter assinalado que os liderados pelo Profeta poderiam derrotar os seus inimigos em Meca. Ou seja, negar que Maomé tenha sido pedófilo e guerreiro é negar sua biografia.

O cristianismo também fez uso imoderado da espada, desde os tempos bíblicos às cruzadas, e José – ou o Espírito Santo, conforme a ótica – também pode ser considerado pedófilo, afinal Maria teria trezes anos quando engravidou. A diferença é que, quando alguém afirma isto no Ocidente, ninguém sai a queimar embaixadas ou matar embaixadores. Há quem fale em conflito religioso. A meu ver, não é bem isso. Poucos crentes, no mundo árabe, devem ter visto o filme de Bacile.

Como raríssimos foram os muçulmanos que viram as charges de Maomé do Jyllands Posten, pequeno jornal de uma pequena cidade da Dinamarca. Doze caricaturas de Maomé foram publicadas no jornal, em 2005, e reeditadas no ano seguinte pelo norueguês Magazinet. Os muçulmanos alegaram que a religião islâmica proíbe imagens do profeta ou de Alá. Ora, iconografia sobre Maomé é o que não falta no Ocidente e inclusive no mundo árabe. Enciclopédias, livros e jornais publicaram desde sempre imagens de Maomé e só em 2006 os muçulmanos houveram por bem manifestar indignação. Hipocrisia deslavada.

Tudo não passou de um esfarrapado pretexto para agredir a Europa e o Ocidente. AS liberdades do velho continente assustam os cabeças-de-toalha. Houve protestos e confrontos em todo o mundo árabe e até mesmo na Ásia, onde tais jornalecos jamais chegaram. Os mulás os fizeram chegar lá, no magistério de suas madrassas. Da mesma forma, agora, um filme que quase ninguém viu, está servindo de pretexto para tumultos no mundo islâmico.

Não vi o filme nem o curto vídeo que anda rolando na Internet. Parece que o cineasta não foi muito honesto. O que não é razão para sair matando. O Islã parece ter medo de qualquer crítica a seus ídolos. O Ocidente há muito superior estes temores. Quem não lembra de A vida de Brian, corrosivo filme dos Monty Python, que reduzia o deus encarnado do Ocidente a pó de mico? O filme encantou as platéias de todos os países e só teve alguma restrição, que me lembre, na Noruega.

Tudo começou em 1989, quando o indiano Salman Rushdie publicou Versículos Satânicos. Neste livro, Rushdie reproduziu os versículos Gharanigh, não aceitos pelos canonistas do Corão. Trocando os queijos de bolso – ou mutatis mutandis, como preferem os juristas – é como se no Ocidente fossem publicados os evangelhos apócrifos ou gnósticos, não aceitos pela Igreja Católica, que aliás são publicados em várias línguas do Ocidente. Embora fosse indiano com nacionalidade britânica, Rushdie foi alvo de uma fatwa do aiatolá Khomeini, então todo-poderoso da “revolução” no Irã.

"Eu informo o orgulhoso povo muçulmano do mundo inteiro que o autor do livro Os Versículos Satânicos, que é contrário ao Islã, ao Profeta e ao Corão, assim como todos os implicados em sua publicação e que conhecem seu conteúdo são condenados à morte. (...) Apelo a todo muçulmano zeloso a executá-los rapidamente, onde quer que eles estejam. (...) Todo aquele que for morto nessa empreitada será considerado mártir”.

A Europa aceitou tranqüilamente a sentença do aiatolá. Em vez de isolar o Irã, o Reino Unido passou a dar proteção a Rushdie. Os demais países da comunidade se mantiveram em silêncio obsequioso. Sem atinar que não se tratava apenas de proteger um escritor perseguido. Mas de repudiar a pretensão megalômana de um padre persa, que pretendeu legislar inclusive no estrangeiro. A apostasia, ou crime, segundo os muçulmanos, havia ocorrido em Londres, com a publicação do livro.

Do alto dos minaretes de Teerã, Khomeiny ordenou não só a condenação à morte – como também a execução da sentença – de Rushdie, assim como de todos os implicados na publicação do livro… em território europeu ou onde quer que estes “criminosos” estivessem. Em 1991, o tradutor do livro para o japonês foi assassinado e em 1993 o editor de Rushdie na Noruega foi atacado quando saía de casa.

Permanecerá o Ocidente passivo ante as agressões dos muçulmanos a suas representações diplomáticas? Se não reagir, pode esperar novos cadáveres muito em breve.


15 de setembro de 2912
janer cristaldo

VALÉRIO AFIRMA QUE LULA ERA O "CHEFE" DO MENSALÃO


FALTA ELE
 

Marcos Valério afirma que Lula era o‘chefe’ do mensalão, diz revista ‘Veja’. Empresário, em conversas reservadas, acusa o PT de tê-lo usado como ‘boy de luxo’
Reportagem da revista "Veja" , publicada neste sábado, revela que o empresário Marcos Valério, apontado como o operador do mensalão, tem dito em conversas "com pessoas próximas" que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva era o "chefe" da quadrilha responsável por um dos maiores esquemas de corrupção do país.

"Não podem condenar apenas os mequetrefes. Só não sobrou para o Lula porque eu, o Delúbio e o Zé não falamos", teria dito Valério, na semana passada, segundo a revista. "Lula era o chefe" é uma das frases ouvidas pela "Veja" e atribuída ao empresário.

A assessoria de imprensa de Lula informou que ele está em Feira de Santana, na Bahia, onde participará de um comício do candidato petista da cidade, Zé Neto. No fim da tarde deste sábado, Lula participa em São Paulo de dois comícios do candidato Fernando Haddad.

Em outra situação, Valério implicaria o ex-chefe da Casa Civil, José Dirceu, considerado como "o chefe da quadrilha", segundo a Procuradoria. Ao falar sobre a proximidade do ex-ministro com Lula, Valério teria dito: "Do Zé ao Lula era só descer a escada. Isso se faz sem marcar. Ele dizia (a Valério): vamos lá embaixo, vamos".

Valério ainda acusa o PT de tê-lo usado como "boy de luxo". "O PT me fez de escudo, me usou como boy de luxo. Mas agora vai todo mundo para o ralo", diz o empresário, segundo a revista. Marcos Valério, em conversas com amigos, ainda teria dito que o caixa do mensalão foi maior que os R$ 55 milhões apontados no relatório da Procuradoria Geral da República. Pelo esquema teriam passado R$ 350 milhões.

Ainda de acordo com a publicação, o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, também réu no mensalão, era um dos interlocutores de Valério no Palácio da Alvorada. "O Delúbio dormia no Alvorada. Ele e a mulher dele iam jogar baralho com Lula à noite. Alguma vez isso ficou registrado lá dentro? Quando você quer encontrar (alguém), você encontra, e sem registro", dissera o empresário, de acordo com a revista.
 
Marcos Valério ainda teria revelado detalhes sobre o esquema envolvendo os empréstimos concedidos pelo Banco Rural às agências de publicidade que abasteceram o mensalão. Para Valério, a decisão do Rural de liberar o dinheiro não foi um favor a ele, mas ao governo Lula. "Você acha que chegou lá o Marcos Valério com duas agências quebradas e pediu: 'Me empresta aí 30 milhões de reais para eu dar para o PT'? O que um dono de banco ia responder?".
 
15 de setembro de 2012
Flávio Freire - O Globo