"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



segunda-feira, 23 de julho de 2012

LULA AGE COMO SE FOSSE PRESIDENTE - DIZ FINANCIAL TIMES

Jornal britânico compara comportamento do petista com o de FHC. “A convalescência de Lula ajudou Dilma a carimbar sua autoridade no governo”

Veja
Ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva
Os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva: dois diferentes caminhos (Juan Barreto/AFP e Ivan Pacheco)
Luiz Inácio Lula da Silva age como se fosse presidente do Brasil, concluiu o influente jornal britânico Financial Times, em artigo publicado nesta segunda-feira em seu site. O texto compara o comportamento de Lula depois de deixar o poder com o do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. “Nesse mês, os dois mais bem-sucedidos ex-presidente do Brasil demonstraram os diferentes caminhos para ser um ex”, diz o artigo.
O jornal afirma que, na mesma semana em que FHC recebeu da Biblioteca do Congresso americano o prêmio Kluge, Nobel das ciências sociais, Lula destacou-se por fazer uma análise “questionável e incompleta” das eleições na Venezuela. Em discurso exibido em vídeo durante o Foro de São Paulo, em Caracas, o petista declarou apoio ao imperialista bolivariano Hugo Chávez, candidato à reeleição. “Sua vitória será a nossa vitória”, afirmou Lula na ocasião.
“Um ex-presidente verdadeiramente democrata usaria seu poder e influência para intervir nas eleições de outro país?”, questiona o Financial Times. “A convalescência de Lula ajudou Dilma Rousseff a carimbar sua autoridade no governo. Mas agora Lula está recuperado e brigando de novo, alimentando a especulação de que possa ser presidente de novo. Há ocasiões em que ele age com se já o fosse.”
O artigo cita ainda exemplos de outros políticos da América Latina que enfrentam dificuldades para ser um ex, como Álvaro Uribe, da Colômbia, e Michele Bachelet, do Chile. Afirma o jornal: “Todos esses poderosos ex fazem mais difícil a vida dos atuais presidentes.”
 
23 de julho de 2012
aleluia

BRASIL CARINHOSO 1

“Bom dia, dona Dilma
!
Eu também assisti ao seu pronunciamento risonho e maternal na véspera do Dia das Mães. Como cidadã da classe média, mãe, avó e bisavó, pagadora de impostos escorchantes descontados na fonte no meu contracheque de professora aposentada da rede pública mineira e em cada Nota Fiscal Avulsa de Produtora Rural, fiquei preocupada com o anúncio do BRASIL CARINHOSO.

Brincando de mamãe Noel, dona Dilma? Em ano de eleição municipalista? Faça-me o favor, senhora presidentA! É preciso que o Brasil crie um mecanismo bastante severo de controle dos impulsos eleitoreiros dos seus executivos (presidente da república, governador e prefeito) para que as matracas de fazer voto sejam banidas da História do Brasil.
Setenta reais per capita para as famílias miseráveis que têm filhos entre 0 a 06 anos foi um gesto bastante generoso que vai estimular o convívio familiar destas pessoas, porque elas irão, com certeza, reunir sob o mesmo teto o maior número de dependentes para “engordar” sua renda.

Por outro lado mulheres e homens miseráveis irão correndo para a cama produzir filhos de cinco em cinco anos. Este é, sem dúvida, um plano quinquenal engenhoso de estímulo à vagabundagem, claramente expresso nas diversas bolsas-esmola do governo do PT.
É muito fácil dar bom dia com chapéu alheio. É muito fácil fazer gracinha, jogar para a platéia.


É fácil e é um sintoma evidente de que se trabalha (que se governa, no seu caso) irresponsavelmente.
Não falo pelos outros, dona Dilma. Falo por mim. Não votei na senhora. Sou bastante madura, bastante politizada, marxista, sobrevivente da ditadura militar e radicalmente nacionalista. Eu jamais votei nem votarei num petista, simplesmente porque a cartilha doutrinária do PT é raivosa e burra. E o governo é paternalista, provedor, pragmático no mau sentido, e delirante. Vocês são adeptos do “quanto pior, melhor”.


São discricionários, praticantes do “bullying” mais indecente da História do Brasil. Em 1988 a Assembléia Nacional Constituinte, numa queda-de-braço espetacular, legou ao Brasil uma Carta Magna bastante democrática e moderna. No seu Art. 5º está escrito que todos são iguais perante a lei.

Aí, quando o PT foi ao paraíso, ele completou esta disposição, enfiando goela abaixo das camadas sociais pagadoras de imposto seu modus governandi a partir do qual todos são iguais perante a lei, menos os que são diferentes: os beneficiários das cotas e das bolsas-esmola. A partir de vocês. Sr. Luís Inácio e dona Dilma, negro é negro, pobre é pobre e miserável é miserável.
E a Constituição que vá para a pqp.”
(continua)


23 de julho de 2012
(*) Fotomontagem: a professora Martha e a “presidenta”.

E A PM DE SÃO PAULO TÁ COM O C... NA MÃO

Eu nem ia comentar sobre esse assunto, mas vendo o recorrente comportamento da PM de SP nos últimos meses não tenho condições de continuar fazendo de conta que está tudo bem.
Parafraseando um velho amigo que já faleceu: "Policial militar é mão de obra barata para o estado".
E na verdade o que tenho percebido é essa realidade.
A corporação é composta em sua maioria por sofríveis profissionais mal remunerados e muito despreparados que vivem sob pressão constante do comando, da imprensa e da opinião pública.
A imensa maioria dos PMs são obrigados a fazer o famigerado "bico" para complementar a renda mensal na tentativa de dar uma condição de vida um pouco melhor para sua família. Já que o soldo que recebem é uma piada, mas no mercado funciona assim. Você é desqualificado para o trabalho, certamente irá conseguir sub empregos ou empregos de remuneração abaixo do desejável.
E com o "bico" o descanso necessário para o cumprimento da função de policial fica sempre comprometido pelo stress e pelo cansaço. Isso sem contar o policial que mora lá na potaquepareu do interior do estado e está lotado em um batalhão da grande São Paulo, onde ele fica longe da família a semana inteira e quando está de folga é obrigado a viajar horas à fio para chegar em casa.
O vale refeição da PM é o famoso "coxinha" onde o valor não dá nem para uma coxinha por dia. E o policial se vê obrigado, ou a pedir favor nos bares e restaurantes da sua área pára comer de grátis, ou pagar pelas refeições, coisa que com o salário que recebem é difícil. E nessa situação de pedir comida, cria-se a relação da vista grossa ou do favorecimento, onde o PM sempre estará pronto para atender alguma "revindicação" daquele que o alimenta, mesmo que sejam contra as leis.
O pior é ver que a quase totalidade dos policiais que fazem bico, usam o armamento da corporação para dar proteção particular a comerciantes que pagam para receber um serviço que já está incluso nos escorchantes impostos que obrigatoriamente nos arrancam na base do grito nesta pocilga de país. Ou seja, privatizam o armamento público para garantir a segurança de quem possa pagar. E quem não pode...
Semana passada vimos no noticiários duas execuções cometidas por despreparados PMs contra cidadãos absolutamente inocentes.
Uma em SP contra o publicitário Ricardo Aquino de 39 anos, que foi executado friamente por bandidos fardados, "sentaram o dedo" sete ou oito vezes contra uma pessoa desarmada e sozinha.
Aqui em Santos a PM executou um jovem de 19 anos que estava na carona de um carro junto a mais cinco jovens onde o motorista de 28 anos não tinha habilitação. E por conta disso o motorista fugiu de uma blitz, foi perseguido, e mais de 30 disparos da PM foram dados contra o veículo. Resultado: Um jovem de 19 anos morto, e mais dois feridos, sendo uma adolescente de 15 anos.
E como no caso do publicitário, a PM disse que houve reação por parte dos mortos. A perícia prova que não houve reação, os vídeos de segurança em SP provam que o publicitário não reagiu e foi morto com dois tiros ao lado esquerdo da cabeça, ou seja, o PM que o executou estava ao seu lado e não "coberto" pela viatura atirando de frente o que seria normal em uma troca de tiros.
Aqui em Santos, os PMs jogaram uma arma "cabrita" no carro na tentativa de mais uma vez desviar as atenções da perícia ou até mesmo justificar a bobagem que cometeram.
Certamente que essas atitudes e ocorrências se dão devido ao aumento de mortes de PMs nas mãos da bandidagem, desde 2006 quando o PCC tocou terror na polícia de São Paulo e andou "fritando" alguns policiais em execuções frias e calculadas, a corporação passou a trabalhar com o "roscoff" na mão, afinal, quem tem cu tem medo, né? E isso levou ao aumento do número de cagadas cometidas pelos puliças.
E recentemente começaram a ocorrer novos atentados contra policiais e a situação alarmou e alterou o comportamento do restante da corporação. hoje eles "sentam o dedo" antes de perguntar quem é.
O comando da PM tem que repensar as atitudes e o treinamento de sua corporação. A pressão constante em que vivem os soldados é uma realidade. A PM ainda vive sob o comando da linha dura da ditadura militar, a corporação pensa errado e é comandada por oficiais que acreditam que pensar errado é a forma de manter o controle da tropa. E isso invariavelmente acaba em merda.

Já passou da hora de acontecer uma reformulação na segurança pública onde se extingue a PM e a CIVIL, e a responsabilidade da segurança nas cidades passa a estar a cargo das prefeituras, onde existe um chefe de polícia e a corporação é formada por policiais contratados pelo município. E a relação, puliça que pisa na bola, é rua ou cadeia fica muito mais simples e rápida.
Do jeito que está não dá mais para continuar, estamos entregues à própria sorte, ou ao humor de um cidadão a beira de um ataque de nervos que além de tudo anda armado com as bençãos do estado.
23 de julho de 2012
omascate

CREDENCIAMENTO DE MENSALEIROS



Faltando pouco mais de uma semana para o aguardado julgamento do mensalão, o Supremo Tribunal Federal decidiu que até os réus no processo precisarão se credenciar para ter acesso ao plenário. A ideia é evitar que os acusados, já sob pressão por poderem ser condenados no maior esquema de corrupção do governo Lula, cheguem para acompanhar o veredicto e não tenham sequer onde se sentar.
A Secretaria Judiciária do STF fez as contas: cada um dos 38 réus terá resguardado um assento para si e outros três para seus advogados. Todos receberão crachás para terem “acesso exclusivo” nos dias de julgamento.
No apertado plenário do Supremo, 152 cadeiras estarão à disposição de mensaleiros e seus defensores. Como qualquer reserva que se preze, não poderá haver atrasos. Se os réus e advogados não estiverem presentes no tribunal até as 13h50 – dez minutos antes do início de cada sessão – os assentos não serão mais garantidos.
Laryssa Borges, de Brasília
23 de julho de 2012

PAC EMPACOU E A CRISE VEM AÍ

Ao mais puro e inconsequente estilo "prendo e arrebento", Lula criou na sua desmiolada busca por uma cadeira na ONU, ou um lugar ao sol, desde que fosse à mão direita de Deus Pai Todo Poderoso, o factoidaço do PAC, Plano de Aceleração do Crescimento.

Um engodo, embrulhado no papel dos obrigatórios Programas Orçamentários da União que, sem nenhum respaldo a não ser a conivência do Congresso Nacional que, se não apressa as votações da matéria, não entra em recesso, Lula abençoou Dilma Vana como a Mãe do PAC.

Foi o primeiro grande e retumbante fracasso da primeira-mulher-presidenta da República.

Hoje, por absoluta falta de planejamento e de qualquer conhecimento de causa que não sejam as licitações fraudadas e os descomunais crescimentos de consultores mágicos, como Palocci e Dirceu, bons de negócios que botam a coisa pública na privada, há 5.400 obras paradas; atravancadas por processos de desapropriação que não têm data nem tempo para acabar.

As desapropriações de terras e imóveis engrossaram o volume de ações judiciais contra obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) nos últimos meses.

Até junho do ano passado, os processos de expropriação batiam nos 42% do total de broncas na Justiça. De lá pra cá, cresceram 20% e já significam quase dois terços das ações envolvendo empreendimentos de infraestrutura - uma das principais apostas da primeira-presidenta Dilma Vana para amenizar os impactos da crise mundial no Brasil. Besteira, já que ela mesma repete Lulalelé da Cuca e garante que "a crise daqui não é a mesma crise deles lá".

No resumo dessa ópera bufa, as 20 mil obras do PAC enfrentam 8.609 processos, sendo 5.405 referentes às desapropriações, segundo a Advocacia-Geral da União (AGU). Esta estagnada aí ao lado é a decantada obra de transposição do Rio São Francisco.Nunca antes na história desse país se viu uma inércia tão grande como esta inconsequente conversa mole pra boi dormir.
 
23 de julho de 2012
sanatório da notícia

BOOM DOS PREÇOS DE IMÓVEIS CHEGA AO FIM E VALOR DE EMPREENDIMENTOS CAI 20%

Consumidor que tiver paciência e disposição para negociar poderá obter descontos na compra da casa própria. Estoques elevados e necessidade das construtoras de fazerem caixa reduzem o ritmo de valorização dos empreendimentos
O boom dos preços dos imóveis, que chegaram a subir ao ritmo de 30% ao ano até meados de 2011 em todo Brasil, chegou ao fim. As vendas diminuíram e o que se vê no mercado é uma superoferta de empreendimentos, que está dando aos consumidores a chance de obter excelentes descontos, em média de 20%. A dica dos especialistas é clara: não aceite a primeira oferta.


Pesquise, compare, exija abatimento. Com estoques além do desejado, as construtoras já se convenceram de que é melhor vender por menos do que acumular prejuízos ao manterem imóveis encalhados. Não à toa, as empresas reduziram os lançamentos.

A situação para os consumidores está melhor do que nunca. Além dos elevados estoques das construtoras, as pessoas físicas que compraram apartamentos na planta para especular na venda do ágio, quando o empreendimento ficasse pronto, estão, agora, se dando conta de que os tempos de exageros nos preços ficaram para trás.

Prestes a pagarem a parcela das chaves, muitos investidores estão aceitando repassar os imóveis, adquiridos até três anos atrás, por um valor pouco maior ou praticamente equivalente ao que foi desembolsado com entrada e prestações, dependendo da localidade.

Ana D’Angelo - Correio Braziliense

O PROBLEMA É COMO APLICAR OS RECURSOS: 10% DO PIB PARA A EDUCAÇÃO PODE SER POUCO OU MUITO

O Brasil, sexta economia do mundo, tem renda anual de R$ 4,3 trilhões. De acordo com o Banco Central, o valor das dívidas corresponde a 43,3% da renda das famílias no ano. O governo abre mão de aproximadamente R$ 116 bilhões, quase 3% do PIB, sob a forma de incentivos fiscais todo ano. Desse montante no ano passado, R$ 20 bilhões só na indústria automobilística.
 
Somente o Legislativo e o Judiciário necessitam de quase R$ 30 bilhões por ano. Estima-se que os investimentos na Copa, Olimpíadas, Trem Bala e Belo Monte vão exigir R$ 167 bilhões ao longo de alguns anos. O gasto com o INSS é da ordem de 7,2% do PIB, e os serviços da dívida pública consomem 5,1% do PIB.
Há recursos para gastar 10% do PIB com educação (4,9%, além dos atuais 5,12%). Bastaria mudar as prioridades. A questão central é se haverá prioridade maior para a educação, em comparação com os demais setores.
Politicamente, no Brasil tudo que é para a maioria pobre fica abandonado para depois que os relativamente ricos resolveram seus problemas. E os filhos dos ricos podem pagar a escola privada, recebendo do governo cerca de R$ 4 bilhões por ano de dedução do Imposto de Renda. É assim com a saúde, o transporte, a segurança e também com a educação, e isso caracteriza a nossa maneira de ser.
É possível encontrar recursos para investir até 10% do PIB na educação. O problema, portanto, não é a falta de recursos, mas o risco de termos excesso de recursos para a educação. Se investirmos 10% no atual sistema de educação, correremos o risco de desperdiçar dinheiro. Se todo esse recurso for aplicado nas atuais unidades de ensino, o sistema não será capaz de absorvê-lo com eficiência.
O problema não é onde conseguir os 4,9% do PIB que faltam para chegar aos 10% previstos na meta 20 do segundo Plano Nacional de Educação (PNE). O problema central é como aplicar esses recursos, depois de identificar as fontes.
Uma maneira eficiente de investir na educação seria implantar um novo sistema de educação, com paulatina federalização da educação de base; criação de uma carreira nacional do professor, com salário de R$ 9.000 por mês para os docentes dessa nova carreira, que ficariam sujeitos a avaliação (que poderá ocasionar demissão); e adoção da educação em horário integral, em escolas confortáveis, bonitas e bem equipadas. A implantação desse novo sistema, ao longo de 20 anos, requererá, no final, 6,4% do PIB.
O segundo PNE aprovado pela Câmara de Deputados é um conjunto de intenções sem projetos, propostas e operacionalidade. A prova é que, ao invés de estimar seu custo, definiu-se arbitrariamente 10% do PIB para a educação, o mesmo percentual que a PEC nº 169/1993 destinou para a saúde.
O valor proposto pelo PNE II é pouco diante da riqueza da economia brasileira, mas é muito se for para aplicar no atual sistema, sem definições, sem mudanças e sem clareza.

PENSAMENTO DO DIA

Livre pensar é só pensar (Millôr Fernandes)


A POMBA NO CAIXÃO DO CARDEAL EUGENIO SALLES TAMBÉM É UMA HISTÓRIA MAL CONTADA

Em nome da verdade, os jornalistas Sebastião Nery e Hildegard Angel demoliram a “nova versão” da biografia de Dom Eugenio Salles, mostrando que ele apoiou o regime militar, jamais se insurgiu contra seus excessos e, se ajudou a salvar perseguidos pela ditadura, estes foram poucos, não os cinco mil apregoados pelo O Globo, onde o religioso escrevia artigos semanais.


A história da pomba sobre o caixão dele fez muito sucesso, mas ainda está muito mal contada. Hoje, em sua coluna no jornal O Tempo, de Belo Horizonte, o respéitado teólogo e parapsicólogo José Reis Chaves, chegou a dar uma explicação espiritualística ao curioso fenômeno:

Realmente, no citado episódio não é Deus que desceu em forma de pomba, mas um espírito de Deus, falando em nome de Deus. É, pois, um fenômeno de efeito físico natural, como foi natural também e nada de sobrenatural o que aconteceu com a pomba que queria ficar no caixão do cardeal Eugênio Salles. Trata-se da manifestação de um espírito que gosta dele e de suas ideias, e que, por isso, se manifestou daquela forma“, afirmou.

Eu também pensava assim. Ao ver estampada no jornal a fotografia da pomba branca sobre o caixão do cardeal, na minha infinita ingenuidade julguei que poderia se tratar de uma manifestação divina. Fiquei entusiasmado, ia até escrever sobre o instigante tema.

Mas antes, tive um acesso de lucidez e resolvi pesquisar na internet e encontrei o video da pomba, que asssitiu com a máxima atenção. Surpreendentemente, a filmagem mostra que a pomba não apareceu por lá, pois foi levada por um funcionário da Cruz Vermelha.

O video mostra também que esse piedoso fiel procurou o cinegrafista e até combinou com ele o voo da pomba, pois a imagem começa com foco na ave presa nas mãos dele, acompanhando quando a lança sobre o caixão, a apenas um metro de distância. E a pomba pousou lá em cima e ficou.

Quando eu era garoto, cai num golpe muito comum à época – a venda de aves e passarinhos “domesticados”, que ficavam pousados no dedo do vendedor. O vendedor pegava o pássaro e o colocava pousado no dedo do comprador, que o levava para casa e lá o pássaro fugia, por já ter se recuperado do “porre” que o vendedor lhe dera.

Ao ver o video, frustrei-me ao perceber que é esta a explicação lógica e factual para o caso da pomba. Quando começou a se recuperar do porre, ela voou para o teto da catedral e ficou lá, parada.

É muito triste tudo isso, fazendo com que pessoas de boa vontade sejam enganadas assim. Mas vamos em frente. Esse tipo de “armação” não deve diminuir a fé em Deus, pois quem a possui, seja de que forma for, deve mantê-la acima de tudo. Com certeza, porém, faz diminuir a fé nos homens, ao ver que são capazes de cometer esse tipo de baixeza religiosa. Que Deus os perdoe.

QUANDO O HUMOR RETRATA A REALIDADE


NO RIO, EDUARDO PAES É O LIDER DAS PESQUISAS E DAS QUEIXAS POR PROPAGANDA ILEGAL NO TRE

Além de liderar as “pesquisas” de intenção de votos para a prefeitura do Rio, o prefeito Eduardo Paes também lidera as reclamações de eleitores através o Disque–Denúncia Eleitoral, principalmente, dos eleitores das áreas dominadas pelo tráfego de drogas ou pelas milícias, revela o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ).

“Os casos de propaganda eleitoral irregular são mais frequentes na Zona Oeste e na Leopoldina. Em comum, as duas regiões abrigam muitas comunidades onde a fiscalização praticamente inexiste”, segundo o TRE-RJ.

“Bangu, Campo Grande, Santa Cruz, Senador Camará, Realengo, Penha, Ramos, Olaria, Bonsucesso e Manguinhos são os bairros com mais denúncias”, aponta o TRE-RJ.
Coincidência ou não, todas estas localidades têm grandes áreas dominadas pelo tráfico de drogas ou por milícias.

O tribunal já acumula 2.660 denúncias vindas de todos os municípios do estado. A grande maioria é sobre a exposição de placas, faixas e adesivos com propaganda irregular. Paes é o candidato mais citado na capital do Rio de Janeiro.

23 de julho de 2012
Paulo Peres

COMO FUNCIONAM AS PREVISÕES ECONÔMICAS (KEYNESINAS)


Estava-se no Outono e os Índios de uma reserva americana perguntaram ao novo Chefe se o Inverno iria ser muito rigoroso ou se, pelo contrário, poderia ser mais suave.
 
Tratando-se de um Chefe Índio, mas da era moderna, ele não conseguia interpretar os sinais que lhe permitisse prever o tempo, no entanto, para não correr riscos, foi dizendo que sim senhor, deveriam estar preparados e cortar a lenha suficiente para agüentar um Inverno frio.
 
Mas, como também era um líder prático e preocupado, algum dia depois teve uma idéia. Dirigiu-se à cabine telefônica pública, ligou para o Serviço Meteorológico Nacional e perguntou: "O próximo Inverno vai ser frio?"
-"Parece que na realidade este Inverno vai ser mesmo frio!", respondeu o meteorologista de serviço.
 
O Chefe voltou para o seu povo e mandou que cortassem mais lenha. Uma semana mais tarde, voltou a falar para o Serviço Meteorológico:
"Vai ser um Inverno muito frio?"
"Sim", responderam novamente do outro lado, "O Inverno vai ser mesmo muito frio!".
 
Mais uma vez o Chefe voltou para o seu povo e mandou que apanhassem toda a lenha que pudessem sem desperdiçar sequer as pequenas cavacas. Duas semanas mais tarde voltou a falar para o Serviço Meteorológico Nacional:
 
"Vocês têm a certeza que este Inverno vai ser mesmo muito frio?"
"Absolutamente!", respondeu o homem. "Vai ser um dos Invernos mais frios de todos os tempos!".
 
"Como podem ter tanta certeza?", perguntou o grande Chefe.
 
O meteorologista respondeu: Ultimamente, nós estamos vendo muitos índios cortando muita lenha, eles estão a aprovisionar lenha que parecem uns doidos!"
 
É assim que as previsões econômicas (Keynesianas) funcionam.
 
Fonte: Recebi por email, por favor, se alguém souber quem é o autor me avise. Quero parabenizá-lo! Anon, SSXXI
23 de julho de 2012

A DIFERENÇA ENTRE ESQUERDISTAS E CONSERVADORES








O blog Vivificat me levou a um blog chamado Dover Beach, o autor deste blog gosta de colecionar frases.
Entre elas, encontrei três de grandes autores:
o poeta e pensador Peter Viereck, o estadista Edmund Burke e filósofo Soren Kierkegaard.
Acho que a gente pode dizer que elas respondem à mesma pergunta: Como pensa um conservador?
Na primeira frase, Viereck mostra qual é a diferença entre um esquerdista e um conservador. Com isso, podemos identificar claramente as pessoas.
Na segunda, Burke mostra o que há de profundo no conservador, a ideia de que o que importa já foi definido por Deus. Na terceira, Kierkegaard mostra o perigo da suavização do Cristianismo.
Ah, se nossos padres ouvissem Kierkegaard.
Traduzo-as (Pedro Erik ) abaixo em itálico.
Diferença entre um esquerdista e um conservador
"O esquedista de fora, para ele as instituições removíveis são a fonte última do mal; acha que a tarefa social do homem deve ser a criação de um mundo em que o mal desaparecerá.
Suas ferramentas para essa tarefa são o progresso e o iluminismo. O conservador vê a natureza interior irremovível do homem, como a fonte última do mal, acha que a tarefa social do homem deve ser chegar a um acordo com um mundo em que o mal é perpétuo e em que a justiça e a compaixão serão ambos perpetuamente necessários.
As suas ferramentas para esta tarefa são a manutenção de sistemas de retenção éticos dentro do indivíduo e da manutenção de ininterruptos, contínuos padrões sociais dentro da cultura como um todo.
Assim, o conservador desconfia da democracia direta desenfreada, e sem padrão ético." Peter Viereck
O que há de profundo no conservador
“Nós não fizemos nenhuma descoberta, e pensamos que não há descoberta a ser feita, na moralidade, não muitas sobre os grandes princípios para governar, nem nas idéias de liberdade, que foram entendidas muito antes de nascermos, tudo isto também ficará após a sepultura ter seu molde empilhado sobre a nossa presunção, e a tumba silenciosa impuser sua lei sobre a nossa loquacidade disrespeitosa". Edmund Burke.
O perigo da suavização do Cristianismo
“A raça humana no decorrer do tempo, tomou a liberdade de amolecer e amolecer o Cristianismo, até que finalmente temos planejado fazer exatamente o oposto do que determina o Novo Testamento.” Soren Kierkegaard.
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Genial, não é?, todas as três frases. E quem é o cara na imagem acima (quadro de Hans Holbein)? São Tomás More, o Patrono dos Políticos e Estadistas, grande exemplo de como princípios estão muito acima do ganho político.
23 de julho de 2012
in pedro da veiga

LAS ARMAS QUE VENDE BRASIL

 La guerra que vive Siria ha llevado a que decenas de miles de habitantes estén huyendo del país. Muchos de ellos permanecen en campamentos para refugiados, localizados especialmente en la fronteriza Turquía.



Varios choques por falta de agua y alimentos se han producido entre los refugiados sirios y autoridades turcas quienes han usado bombas de gases lacrimógenos (foto arriba) de fabricación brasileña, según reseñó el diario paulista Folha de São Paulo en un reportaje elaborado en la zona y difundido el 23JUL12.

El mismo diario paulista publicó el domingo 22JUL12 un reportaje sobre las exportaciones de armas por parte de Brasil, según el cual el régimen de Robert Mugabe recibió armamento brasileño entre 2001 y 2002. Entre los productos exportados se encontraban armamento internacionalmente vetado como las mortíferas bombas de racimo.

El diario Folha, con base en la Ley de Acceso a la Información, logró que el Ministerio de Defensa de Brasil entregara un documento secreto de 1.572 páginas. En ellas están registradas 204 operaciones de exportación de armas y municiones, por un total de US$ 315 millones desde enero del 2001 hasta mayo del 2002. Se trata de la primera vez que el gobierno de Brasil suministra información de este tipo.

Las cifras reveladas sirvieron para analizar el papel de Brasil como proveedor de armas en el mundo. El ranking anual elaborado por el Instituto Internacional de Estocolmo para Investigaciones sobre la Paz situaba a Brasil en el puesto 46 entre los países vendedores de armas. Al conocerse la nueva información mantenida en secreto, Brasil se posiciona en el escalón 10, entre los mayores exportadores bélicos del planeta.

Entre las ventas realizadas por Brasil entre 2001 y 2002 se encuentra el suministro de bombas de racimo e incendiarias al régimen encabezado por Robert Mugabe en Zimbabue. La venta habría sido por US$ 5,8 millones por el suministro de 340 bombas y componentes para otras 1000.



Las bombas de racimo (foto genérica arriba) están vetadas por decenas de países, salvo por algunos productores como EEUU, Brasil y Rusia. Se trata de un tipo de bomba que al hacer detonación dispersa entre 14 y 120 m bolas metálicas amplificando la capacidad mortífera del arma.

23 de julho de 2012
Foto en Turquía: Folha de São Paulo

VIDELA: IGREJA AJUDOU COM DESAPARECIMENTOS

Segundo ex-ditador, prelados assessoraram regime na forma como lidar com assunto junto a familiares


O GLOBO
BUENOS AIRES — O ex-ditador argentino Jorge Videla, que cumpre pena de prisão perpétua por crimes contra a Humanidade, revelou à revista “El Sur” que autoridades da Igreja Católica de seu país tinham informações sobre o destino dos presos políticos desaparecidos e assessoraram o regime militar (1976-83) no trato com suas famílias.
O relato foi feito numa entrevista realizada em 2010, mas apenas ontem divulgada. O ex-ditador admite que havia dialogado sobre o assunto com diversas autoridades eclesiásticas, entre elas o núncio apostólico Pio Laghi e o cardeal-primaz Raúl Primatesta, além de outros bispos.

“Conversamos muito com eles. Era uma situação muito dolorosa e nos assessoravam sobre a melhor maneira de lidar com o assunto”, diz o primeiro dos quatro presidentes da ditadura do país, hoje com 86 anos. Seu governo, que durou de 1976 até 1981, é considerado o mais sangrento do regime.

Segundo o depoimento, “a Igreja ofereceu seus bons préstimos, e a familiares sobre os quais havia a certeza de que não fariam uso político da informação, foi dito que não buscassem mais a seu filho porque estava morto”. Para o ex-ditador, a instituição entendeu bem a situação e também assumiu os riscos.

De acordo com a revista, a entrevista, realizada no período em que Videla era julgado por abusos de direitos humanos, só foi publicada agora devido à palavra dada ao ex-líder na época de que nada seria publicado antes de sua morte.
O motivo seria preservar os familiares das respostas dadas por ele. No entanto, a publicação alega que Videla quebrou o compromisso firmado ao dar uma entrevista à revista “Cambio”, também argentina, em fevereiro deste ano.

Ex-ditador justifica ações do regime militar

O ex-governante, como já havia feito antes em outras entrevistas, justificou mais uma vez as ações de repressão com base nos decretos de aniquilação de opositores assinados pelo ex-presidente peronista Italo Lúder. Quando perguntado se as torturas, o roubo de crianças e a usurpação de propriedades das vítimas faziam parte do plano de combate aos críticos do regime, classificou os atos como “baixeza humana”, frutos do grande poder dado ao Exército na época.

Em abril, Videla reconheceu pela primeira vez depois de 30 anos que seu governo eliminou “entre sete mil e oito mil pessoas”. Segundo a Comissão Nacional sobre o Desaparecimento de Pessoas (Conadep), porém, este número chegaria a quase nove mil, ao passo que órgãos de direitos humanos falam em 30 mil casos. Semanas atrás, Videla foi novamente condenado por roubo de bebês.

23 de julho de 2012

FALTA ALGUÉM NO BANCO DOS RÉUS DO MENSALÃO

Marcos Valério, um dos cérebros do mensalão, voltou a ameaçar Lula, segundo a VEJA desta semana.
Em pânico com a possibilidade de vir a ser condenado pelo Supremo Tribunal Federal, que começará a julgar no próximo dia dois os 38 réus do mensalão, Valério se disse disposto a contar que esteve com Lula várias vezes, o que Lula sempre negou.

Foi Paulo Okamoto, uma espécie de diligente tesoureiro informal da família Lula, que de novo dobrou Valério. Naturalmente, Okamoto nega que Valério tenha feito qualquer ameaça a Lula. Ou dito que antes do estouro do escândalo do mensalão estivera com ele na Granja do Torto, uma das residências oficiais do presidente da República.

"[Valério] queria me encontrar porque às vezes quer saber das coisas. Em geral, ele quer saber como está a política, preocupado com algumas coisas", justificou Okamoto. Foi claro? Adiante.


Coube também ao advogado Luiz Eduardo Greenhalgh, outra peça importante da engrenagem do PT, agir para sossegar o espírito atribulado de Valério.

Ponham-se no lugar do ex-publicitário mineiro. Era rico, riquíssimo antes de se meter com o PT de Delúbio Soares, Genoino e José Dirceu. Tinha duas agências de propaganda. E inventara uma forma de lavar dinheiro por meio de bancos para engordar o caixa 2 de políticos às vésperas de eleições. Eduardo Azeredo, do PSDB, foi um deles.

Procurado para fazer pelo PT o que fizera por Azeredo, imaginou ter tirado a sorte grande.O governo Lula estava nos seus meses iniciais. E a turma à frente do partido em busca do tempo perdido.

De repente, todas as portas se abriram para Valério. E ele passou a "fartar os olhos" admirando o dinheiro que entupia as suas burras.

Teria dado certo - não fosse o tresloucado gesto de Roberto Jefferson, presidente do PTB, que por pouco não pôs o governo a pique.

Em um sábado de junho de 2005, depois de tomar uns goles a mais na Granja do Torto, Lula falou em renunciar ao mandato. Ficara sabendo que Valério admitira envolvê-lo no escândalo.

José Dirceu, então chefe da Casa Civil da presidência da República, foi chamado às pressas em São Paulo. Escalado para dar um jeito em Valério, deu sem fazer barulho.

Naquele dia postei em meu blog que Lula falara em renúncia - embora eu não soubesse por que. Nunca recebi tantos desmentidos de porta-vozes e amigos do governo.

Ainda no segundo semestre de 2006, Valério voltou a atacar. Procurou um político de forte prestígio junto a Lula. Queixou-se de estar quebrado. Acumulava dívidas sem poder honrá-las. Seus bens haviam sido bloqueados. Caso não fosse socorrido, daria um tiro na cabeça ou faria com a Justiça um acordo de delação premiada.

O político pediu uma audiência a Lula. Recebido no gabinete presidencial do terceiro andar do Palácio do Planalto, o político reproduziu para Lula o que ouvira de Valério.

Em silêncio, Lula virou-se para uma das janelas do gabinete que lhe permitia observar parte do intenso movimento nas vizinhanças do palácio.

Então perguntou ao visitante: "Você falou sobre isso com Okamoto?" O visitante respondeu que não. E Lula mais não disse e nem lhe foi perguntado. Seria desnecessário.

O diligente Okamoto, aquele que pouco antes pagara do próprio bolso cerca de R$ 30 mil devidos por Lula ao PT, apascentou Valério.

Falta alguém em Nuremberg!

Quero dizer: falta alguém na denúncia oferecida pela Procuradoria Geral da República sobre a "organização criminosa" que tentou se apossar do aparelho do Estado.

Desviou-se dinheiro público - e não foi pouco. Pagou-se para que deputados votassem como queria o governo. Comprou-se o apoio de partidos.

Nada será capaz de reparar o mal produzido pelos que chegaram ao poder travestidos de legítimos hierarcas da decência - falsos hierarcas como se revelariam mais tarde.

Mas se a Justiça só enxergar inocentes entre eles, isso significará que também foram bem-sucedidos na tarefa de trucidar a esperança.

23 de juolho de 2012
blog do noblat

DO GENE EGOÍSTA AO GENOMA HUMANO

É notório que o sistema capitalista imperante no mundo é consumista, egoísta e depredador da natureza

Tempos de crise sistêmica como os nossos favorecem uma revisão de conceitos e a coragem para projetar outros mundos possíveis que realizem o que Paulo Freire chamava de o “inédito viável”.

É notório que o sistema capitalista imperante no mundo é consumista, visceralmente egoísta e depredador da natureza. Está levando toda a humanidade a um impasse pois criou uma dupla injustiça: a ecológica por ter devastado a natureza e outra social por ter gerado imensa desigualdade social.

Simplificando, mas nem tanto, poderíamos dizer que a humanidade se divide entre aquelas minorias que comem à tripa forra e aquelas maiorias que se alimentam insuficientemente. Se agora quiséssemos universalizar o tipo de consumo dos países ricos para toda a humanidade, necessitaríamos, pelo menos, de três Terras, iguais a atual.

Este sistema pretendeu encontrar sua base científica na pesquisa do zoólogo britânico Richard Dawkins que há trinta e seis anos escreveu seu famoso O gene egoísta (1976). A nova biologia genética mostrou, entretanto, que esse gene egoísta é ilusório, pois os genes não existem isolados, mas constituem um sistema de interdependências, formando o genoma humano que obedece a três princípios básicos da biologia: a cooperação, a comunicação e a criatividade.

Portanto, o contrário do gene egoísta. Isso o demonstraram nomes notáveis da nova biologia como a prêmio Nobel Barbara McClintock, J. Bauer, C. Woese e outros. Bauer denunciou que a teoria do gene egoísta de Dawkins “não se funda em nenhum dado empírico”.
Pior, “serviu de correlato biopsicológico para legitimar a ordem econômica anglo-norteamericana” individualista e imperial (Das kooperative Gen, 2008, p.153).

Disto se deriva que se quisermos atingir um modo de vida sustentável e justo para todos os povos, aqueles que consomem muito devem reduzir drasticamente seus níveis de consumo. Isso não se alcançará sem forte cooperação, solidariedade e uma clara autolimitação.

Detenhamo-nos nesta última, a autolimitação, pois é uma das mais difíceis de ser alcançada devido à predominância do consumismo, difundido em todas classes sociais. A autolimitação implica numa renúncia necessária para poupar a Mãe Terra, para tutelar os interesses coletivos e para promover uma cultura da simplicidade voluntária.

Não se trata de não consumir, mas de consumir de forma sóbria, solidária e responsável face aos nossos semelhantes, à toda a comunidade de vida e às gerações futuras que devem também consumir.
A limitação é, ademais, um princípio cosmológico e ecológico. O universo se desenvolve a partir de duas forças que sempre se auto-limitam: as forças de expansão e as forças de contração. Sem esse limite interno, a criatividade cessaria e seríamos esmagados pela contração.

Na natureza funciona o mesmo princípio. As bactérias, por exemplo, se não se limitassem entre si e se uma delas perdesse os limites, em bem pouco tempo, ocuparia todo o planeta, desequilibrando a biosfera. Os ecossistemas garantem sua sustentabilidade pela limitação dos seres entre si, permitindo que todos possam coexistir.

Ora, para sairmos da atual crise precisamos mais que tudo reforçar a cooperação de todos com todos, a comunicação entre todas as culturas e grande criatividade para delinearmos um novo paradigma de civilização.

Há que darmos um adeus definitivo ao individualismo que inflacionou o “ego” em detrimento do “nós” que inclui não apenas os seres humanos mas toda a comunidade de vida, a Terra e o próprio universo.

23 de julho de 2012
Leonardo Boff, teólogo e filósofo, é autor de Preservar a Terra-cuidar da Vida. Como evitar o fim do mundo, Record, RJ 2011

"WALL STREET JOURNAL": BRASIL HOJE PARECE "SIMPLÓRIO E IMATURO"

Depois de viver uma “paixão súbita” com investidores internacionais, o Brasil teve um desempenho econômico abaixo das expectativas e agora está se mostrando um país “simplório e imaturo”, na visão da colunista do Wall Street Journal Mary Anastasia O’Grady.

A comentarista diz que, diferentemente dos países latino-americanos mais próximos ideologicamente do PT, no Brasil as instituições democráticas se sustentaram nos últimos anos. Ainda, ela observa que o controle da inflação contribuiu para o aumento da classe média. Para O’Grady, o País ainda é “bastante promissor”, “graças principalmente ao seu capital humano”.

O problema do Brasil, na opinião da colunista, é o “Estado monstro, que intervém em tudo, devora recursos e impossibilita o crescimento de baixo para cima, liderado pelas empresas”. Para ela, a “expansão agressiva do crédito para campeões nacionais previamente selecionados”, por meio do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) atrapalha a concorrência.

No artigo desta segunda-feira (23), ela sustenta que “a Argentina é ainda pior” que o Brasil e, por isso, o fim do Mercosul traria novas oportunidades para a economia brasileira, assim como para o Paraguai, suspenso do bloco.

Defensora entusiasmada do livre-mercado, ela defende que, se o governo argentino tem levantado barreiras contra produtos externos, afetando empresas brasileiras, seria mais proveitoso, para o Brasil, aprofundar acordos fora do bloco sul-americano.
Da forma como está, o País não se aproxima comercialmente nem com os vizinhos nem com os parceiros mais distantes.

A colunista pondera, no entanto, que a saída do Brasil não poderia ocorrer de forma brusca, uma vez que diversas empresas já investiram pesadamente no País pensando nas regras do Mercosul.

O’Grady é famosa por usar termos fortes em suas críticas. Em outro artigo, chegou a escrever que o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva Brasil fazia do Brasil “um cãozinho de Terceiro Mundo“.

Sílvio Guedes Crespo
23 de julho de 2012

FOTOGRAFIA DO DIA

Menina na porta de entrada de sua casa, nos arredores de Peshawar, Paquistão
Menina na porta de entrada de sua casa, nos arredores de Peshawar, Paquistão - Fayaz Aziz/Reuters

O "HOSPÍCIO"



Tenho um amigo que passou um pequeno tempo de sua vida na cidade de Franco da Rocha, São Paulo. Era um intervalo entre o casamento desfeito e um próximo. Também estava sem emprego. Arranjava um “pichulé” porque morava num hotel bem pequeno, onde só havia dois quartos.

Ele morava no maior, onde tinha também uma sacada grande. O dono do hotel não morava lá. Ia para o Rio de Janeiro, onde tinha sua casa. O hotel ficava sob administração da faxineira. Ele tinha também um carro. Muitas vezes, trocava de veículo com o taxista da cidade. O táxi era uma charrete, puxada por uma égua mansa.

Ele adorava passear de charrete. Sua diversão era visitar alguns loucos do hospício daquela cidade. Conhecia também lá vários médicos.
Passava várias tardes conversando com os loucos, que acabava sendo altos papos e, às vezes, jogando futebol com eles.

Um dos aspectos mais interessantes é que só valia tento quando se acertava nas traves. Conta ele que os loucos eram especialistas em acertar as traves, confirmado pelos médicos, que diziam que a condição mental deles facilitava essa faculdade.
Mas, voltemos.


Nessas tardes, a faxineira destinava o quarto dele para alta rotatividade. E dividia com ele a féria. Às vezes, à noite, mandava ele sair do quarto e ir dormir no outro enquanto um casal mais apressado tirava o atraso no quarto dele. Depois ela o acordava para retornar ao próprio quarto. Isso o mantinha. Só não funcionava nos fins de semana, quando o dono lá estava.

A melhor lembrança dele foi um fato que assistiu e ouviu, naquele nosocômio. Estava conversando com um médico no refeitório, na hora do almoço, muito próximo do bufê. Um interno passou pela mesa e foi ao bufê. O cozinheiro, solícito, perguntou ao interno:

– Quer uma torta, amigo?
E o interno respondeu:
– Agora não, obrigado. Acabei de comer uma cega…


Magu
23 de julho de 2012
(*) Foto: Hospital do Juquery.

AMOR MATERNO

A discussão corre solta nos EUA, com as correntes que defendem o criacionismo e os que defendem o evolucionismo. O debate é recorrente, entre os que defendem as duas formas de se entender como surgiu a humanidade. 
A coisa lá está feia. Os criacionistas, fortemente ligados em suas tradições religiosas, dizem que é uma heresia afirmarmos que os homens descendem dos macacos. E pretendem que o governo aja proibindo o ensino do evolucionismo nas escolas.


Por sua vez, os evolucionistas defendem que é totalmente anti-científico afirmar que os seres humanos foram criados pelo poder de um Deus criador, que empregou seu poder sobrenatural, conforme revelado num livro escrito por mais de 40 autores em um período de mais de 3500 anos.

Mais conhecido como Holy Bible, ou Bíblia Sagrada, diz no livro dos Salmos, 33, 6 e 9 – “Pela palavra do Senhor foram feitos os céus, e todo o exército deles pelo espírito da sua boca. Porque falou, e tudo se fez; mandou, e logo tudo apareceu.”
O Alcorão, que é o livro sagrado para o Islamismo, compartilha a visão bíblica da criação, e contém o seguinte resumo: ”Vosso senhor é Allah, que criou os céus e a terra em seis dias, assumindo, em seguida, o trono. Ele ensombrece o dia com á noite, que o sucede incessantemente.
O sol, a lua e as estrelas estão submetidos ao seu comando. Acaso, não lhe pertencem à criação e o poder? Bendito seja Allah, senhor do universo.” (Alcorão, capitulo 7, verso 54). De acordo com a visão rabínica, o homem, ao ser criado à imagem e semelhança de Deus, estaria sendo assim um microcosmo das forças da criação, argumento do qual se ocupa maior parte da Cabala.
Para Maimônides apenas o homem apresenta livre-arbítrio um atributo considerado divino. Rashi explica que a imagem e semelhança trata-se de um arquétipo conceitual, modelo ou plano que Deus teria feito para o homem e incorporado no que é chamado de homem primordial Adam Kaidmon.

É um duelo fascinante: há 152 anos, desde a primeira publicação do livro A Origem das Espécies (1859), de Charles Darwin, duas concepções distintas sobre a origem da vida se opõem na cultura ocidental. As teorias do criacionismo e do evolucionismo se apresentam de maneiras bem diferentes. Mas há nelas algo inegável em comum: nenhuma das duas pode ser comprovada em Laboratório, pelo sistema empírico da Ciência.

Discussões à parte, fico com a minha realidade. Pode existir apenas uma mescla das duas teorias. Ao fim e ao cabo, não há muito sentido em se saber, com exatidão, o como. A ilustração de hoje é um bebê gorila (Gorilla beringei beringei) sendo acarinhado pela mãe. Esses primatas compartilham de 98 a 99% do DNA com os seres humanos.
Usam ferramentas na natureza. Uma gorila fêmea foi filmada no Congo usando um pau para determinar a profundidade da água enquanto atravessava um pântano.
Outra foi vista usando um toco de árvore como uma ponte para suportar seu peso enquanto pescava. Sabem usar pedras para abrir frutos de palmeira. Outros usam gravetos para “pescar” térmites no oco de árvores.
O que realmente interessa é a perfeição da natureza. Vejam a mão da mãe gorila e comparem-na com u’a mão humana. Alguém há de negar o impulso da maternidade, criacionista ou evolucionista?

23 de julho de 2012
Magu